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8/13/2019 Julio Garganta
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Júlio GargantaUniversidade do Porto . Faculdade de Desporto
Centro de Investigação, Formação, Inovação e Intervenção em Desporto
A CONSTRUÇÃO DO TALENTO NO FUTEBOLEvidências, crenças e equívocos
8/13/2019 Julio Garganta
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Apesar dos muitos candidatos a campeões,
são poucos os que logram alcançar a glóriados títulos desport ivos.
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Porquê alguns at letas at ingem a excelênciadesport iva e outros não?
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Em que medida os resultados alcan ç ados e a
alcan ç ar, decorrem do potencial gen é t ico de cada
indiv í duo e/ ou das aquisi ç ões operadas nos
processos de aprendizagem e treino?
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Como poderemos identificar e desenvolver
o potencial de um prat icante desport ivo,de modo a alcan ç ar a excelência?
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Identificação e selecção de talentos têm geradoargumentos controversos, com consequênciasimportantes para um número expressivo decrianças e jovens.
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TALENTO
7 8 9 2 4 6 7 1 5 7 1 6 6 7 8 3 5 4 3
A noção clássica de “talento” associada a um conjuntode capacidades inerentes ao sujeito, está a sersubst ituída por outra, relacionada com as aquisiçõesoperadas at ravés da prática sustentada e est ruturada.
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Da ideia de talento genético está a
transitar-se para a concepção de talentoepigenético e desempenho emergente.
D. Araújo (2004)
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A aprendizagem não é directamente observável.
Pode ser inferida, a partir das alteraçõesobservadas no comportamento ao longo dotempo.
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O desempenho é a parte visível do
talento e depende da interacção devários constrangimentos
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AmbienteAmbiente
Jogador Jogador
TreinoTreino
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Talentos são aqueles a quem foram
concedidas oportunidades e tiveram a
energia e a inteligência para assaberem aproveitar.
Malcolm Gladwell
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Vários estudos têm permit ido reforçar aimportância da relação ent re o tempo deprática acumulado numa actividade e o nível dedesempenho conseguido pelos praticantes
nessa act ividade.
(Abernethy, 1994; Hodges & Starkes; 1996; Krampe & Ericsson, 1996; Helsen
et al., 1998; Helsen & Starkes, 1999).
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Tempo mínimo
para alcançar a
excelência
desportiva
10 anos(10 000 horas)
Tempo mínimo paraalcançar a excelência
desportiva
10 anos(10 000 horas)
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Outros refutam a convicção de que a prát ica
altamente estrut urada é, por si só, suf iciente
para induzir desempenhos superiores.
(Scanlan et al., 1993; Burland & Davidson, 2002)
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O apoio parent al, adequada condução do
processo de t reino, as inf luências culturais e o
efeito da idade relat iva, têm sido considerados
determinantes para viabilizar o acesso à excelência desport iva.
(Burland & Davidson, 2002; Baker et al., 2003)
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ADVENTO PRECOCE vs. ECLOSÃO TARDIA DO “TALENTO”
O PODER DA IDADE RELATIVA
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A crença de que “dons inatos” são uma pré-
condição para altos desempenhos, leva a que
crianças e jovens não ident ificados comotalentos, sejam rejeitados ou não se invista
neles.
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Qualquer que seja a desvantagem que pendasobre uma criança ou um jovem não
seleccionados para uma actividade, se tiverem
talento acabarão por destacar-se em
resultado da exposição àprática ?
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Os não ident ificados como talentosos, aolongo dos anos ficam cat ivos de padrões de
subdesempenho, devido a défices de
solicitação, de exercitação e de experiência aonível do treino e da compet ição.
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Efeito de Mateus
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Em todas as actividades em que ocorre
selecção, encaminhamento e experiência
diferenciada, o fenómeno das dist ribuições
etárias assimétricas faz-se notar, pelo que osucesso acaba por resultar de uma vantagem
cumulativa.
Barnsley et al. (1992)
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IDADE RELATIVA a profecia que se auto-concretiza
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Não raramente, os observadores apercebem-
se, não de habilidades específicas do Futebol,mas de algo relacionado com vantagem
maturacional.
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“Rápido, forte e bom de bola”
ou“Bom de jogo”?
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“Detectamos” talentos … ou são eles que vão revelando?
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A questão não é:Como detectar “talentos” ?
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A questão é:
Que contextos criar para quepossam despontar e evoluir ?
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Em síntese
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A natureza dá ao ser humano um
potencial que uma prática assídua e
relevante transforma em capacidade.
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À medida que os cientistas examinam as carreiras dos
seres humanos mais proficientes, menor parece ser opapel atribuído ao “talento inato” e mais significativose revela o contributo da aprendizagem/treino.
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NÃO, às sessões pontuais de“detecção de talentos”.
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A identificação de talentos deverá acompanhar o
tempo de desenvolvimento e actualização dodesempenho dos praticantes em resposta ao
treino e à competição.
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Esbater diferenças etárias e de maturidade dos aspirantes a jogadores, para que se torne mais ajustada e segura a tomada dedecisão quanto à respectiva identificação e selecção.
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• Promover prática assídua e relevante
• Controlar o efeito da idade relativa
• Avaliar a resposta ao treino/competição
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A simplicidade consiste emsuprimir o óbvio e acrescentar
o fundamental.
John Maeda
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jgargant@fade.up.pt
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