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O Museu de Lamego dedica em agosto uma edição dos apontamentos em exclusivo à exposição "O gentilíssimo e talentoso João Amaral". A mostra é a primeira de três integrada nas comemorações do centenário da fundação do Museu de Lamego (1917-2017).
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APONTAMENTOS agosto 2015
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100 ANOS[1917-2017]
EDIÇÃO ESPECIAL
Contactos | ContactsMuseu de LamegoLargo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGALTel + 351 254 600 230 | mlamego@culturanorte.pt | www.museudelamego.pt | /museu.de.lamego
Horário | Opening timesterça-domingoTuesday-Sunday10h00-18h00
www.museudelamego.pt
Apoio institucional | Institutional support
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Apoio empresarial | Business support
Liga dos Amigos do Museu de Lamego
100 ANOS[1917-2017]
O Gentilíssimo e Talentoso João Amaral (1874-1955) é uma exposição
sobre o Artista lamecense que foi o organizador e primeiro diretor do Museu
de Lamego, instituição que em 2017 comemorará os 100 anos.
Homem de múltiplos talentos, João Amaral ficou longe de se limitar à
organização e ampliação do museu. Reconhecido inicialmente como
desenhador e caricaturista de um humor transbordante (certamente a faceta
mais permanente na sua vida), dedica-se igualmente à pintura a tempera e a
óleo, ao teatro e à cenografia, à ilustração e artes gráficas, à investigação e
escrita, quer como autor de diversos livros, quer colaborando com centenas
de artigos sobre os mais variados temas em inúmeras revistas e jornais.
A exposição foi pensada a partir de três núcleos conceptuais, que atravessam
o seu percurso biográfico, delimitado geograficamente pela sua passagem
pelo Porto, onde adquire a sua formação artística, Coimbra, onde consolida o
reconhecimento público e, finalmente, Lamego, onde se fixa
definitivamente por mais de 50 anos. Em cada um deles o visitante é
desafiado a observar uma série de referências na trajetória de João Amaral,
ao mesmo tempo que se contextualiza e procura explicar a natureza pessoal
e estética do autor, documentada não só com exemplos das suas obras, como
através da presença de alguns dos seus objetos, leituras, viagens, obsessões
e modelos inspiradores.
Refletindo as suas vivências e heterodoxia, dos limites geográficos em que
viveu, e que ele próprio lamentava, a exposição revela a forma como,
superadas as circunstâncias, conseguiu ser um atento e interveniente
cidadão do seu tempo.
Com o apoio de arquivos e coleções de diversas instituições públicas e
privadas, a exposição reúne peças pouco divulgadas e materiais inéditos,
contribuindo para a construção de um retrato de João Amaral, que permita
uma melhor compreensão da sua personalidade complexa, rica de
cambiantes e de uma curiosidade insaciável.
Alexandra Isabel Falcão | Comissária
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A viagem pelo «Gentilíssimo e talentoso João Amaral» inicia-se no Porto,
para onde vai viver aos 13 anos, onde permanece até c. 1900.
Neste núcleo reúnem-se os primeiros retratos e caricaturas que realiza
entre 1891 e 1900, incluindo o livro de esboços, Álbum de Serões (1891),
e os jornais e revistas que mais precocemente publicam trabalhos seus,
com destaque para o jornal humorístico Charivari, do Porto, de que foi
colaborador e diretor artístico em 1898.
Os dois desenhos em exposição, com assuntos alegóricos, revelam a
influência da formação na Escola de Belas-Artes do Porto, onde frequenta
as aulas de Desenho Histórico do mestre Marques de Oliveira, um dos
responsáveis pela introdução do naturalismo em Portugal, também aqui
representado por dois desenhos. PO
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«A minha viagem» In Álbum de Serões
João Amaral, 1891Desenho à pena sobre papel
Proveniência: Museu de Lamego
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Na sua breve mas importante passagem por Coimbra, João Amaral é o
caricaturista e decorador dos festejos do Enterro do Grau, em 1905, e
nesse papel, autor do Álbum de Perfis e Caricaturas de 134 quartanistas
da Universidade de Coimbra e da coleção de postais humorísticos, para
além de ter realizado cartazes, frontispícios de partituras e de programas
de teatro e decorações várias, de que se expõem alguns exemplos.
Foi em Coimbra que deixou o seu nome ligado à história da caricatura, por
ter sido um dos responsáveis pela substituição, no livro de curso, das
tradicionais fotografias por irreverentes caricaturas, costume que ainda
hoje perdura.
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Scena Antiga Carlos Amaro
Edição da commissão executiva das “Festas do Enterro do Grau”, 1905
Desenho de capa: João Amaral
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Na década de 1900 João Amaral fixa-se definitivamente em Lamego, onde
começa a ser presença assídua na imprensa local e nos panfletos de
récitas e saraus que se realizavam no Salão Teatro e no Teatro Lamecense,
enquanto ator, autor, diretor cénico, cenógrafo, caraterizador...
Paralelamente, dedica-se ao ensino, como professor de Desenho de
Ornato e de Declamação no Colégio de Lamego, onde a sua ligação ao
Teatro se intensifica, por via da amizade com o professor de Música,
maestro Almeida Saldanha Júnior. Corresponde a esse período o
retumbante sucesso obtido pela zarzuela (género dramático que alterna
cenas faladas, cantadas e dança) de costumes típicos lamecenses Então…
Chéu!, de que João Amaral foi diretor cénico, encenador e caraterizador,
e Saldanha Júnior musicou.
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Bilhete postal. Salão Theatro João Amaral (decorador), 1910
Proveniência: Coleção de Fernando Pinheiro Mota
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A paixão pelo teatro conduz João Amaral a Sara de Jesus, que conhece
num dos vários grupos de teatro amador que, com amigos, fundou em
Lamego. Sara torna-se sua mulher e mãe dos seus nove filhos.
Homem de afectos, João Amaral foi tecendo ao longo da sua vida uma rede
de que faziam parte, naturalmente, a família, no seio da qual sempre
apoiou e acarinhou os talentos que iam emergindo, os amigos e os
vizinhos do n.º 54, da rua Macário de Castro, onde habitava.
O contexto familiar e mais intimista de João Amaral é abordado através de
um conjunto de imagens fotográficas da família e amigos, bem como dos
retratos a carvão de três dos seus filhos, dos quais se desprende um
sentimento de genuíno amor paternal.
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A Lucília (filha de João Amaral)João Amaral, 1912
Desenho a grafite sobre papel Proveniência: Coleção particular
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Apesar da primeira pintura a óleo que se conhece de João Amaral ser um
autorretrato, que executou quando tinha 21 anos, nos cerca de 60 anos
seguintes só muito episodicamente regressaria a esta técnica, sendo
relativamente tardios e, em alguns casos assinados em parceria com o
filho Luíz, os exemplares em exposição.
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CasarioJoão Amaral, 1950, cóp.
Pintura a óleo sobre madeira Proveniência: Coleção de
Maria Sofia Correia de Sousa Miranda
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João Amaral é diretor do Museu de Lamego entre 1917 (ano da criação do
museu) e 1955. São conhecidos a dedicação e espírito missionário com
que dirige o museu, durante os quase 40 anos que permanece no cargo.
Herdeiro da coleção de obras de arte existente no antigo paço episcopal
de Lamego, que por si só justificou a criação do museu pela 1.ª República,
João Amaral desempenhou um papel preponderante na ampliação da
coleção, documentada através de alguns de objetos cerâmicos que por
sua decisão foram adquiridos pelo Grupo de Amigos Pró Museu e Turismo.
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Boiões de botica, bacia da barba, galheteiro e caneca “Camões”
Portugal, século XIX-XXFaiança policromada
Proveniência: Museu de Lamego. Adquiridos pelo Grupo de
Amigos do Museu Regional de Lamego
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Após diversas colaborações em jornais e revistas, como ilustrador e
caricaturista, João Amaral dedica-se à escrita, publicando
torrencialmente estudos e artigos sobre história, história da arte,
arqueologia e etnologia.
Os assuntos para as centenas de textos que escreveu, encontrou-os na
Biblioteca Municipal, que estava instalada no mesmo edifício do museu de
que era diretor, e na imensa biblioteca pessoal que possuía.
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….JOÃO ANTÓNIO AMARAL CARMO e CECÍLIA CARMO , respetivamente
neto e bisneta de João Amaral
João António é filho de Dália, a 5.ª dos nove filhos que tiveram Sara e
João Amaral. É atualmente o único neto que conheceu os avós, tendo
vivido com eles em Lamego, quando tinha 12 anos, em finais da
década de 1940.
Numa conversa entre tio e sobrinha, João António convoca as
memórias desse ano passado em Lamego, entre a casa e o museu, para
nos revelar alguns aspetos da vida privada de João Amaral e traços
menos conhecidos da sua personalidade.
… NUNO CANAVEZ
Nuno Canavez é o atual proprietário da Livraria Académica, no Porto.
O seu fundador em 1912, Joaquim Guedes da Silva, adquiriu a
biblioteca de João Amaral em 1956, um ano depois do seu
desaparecimento. Nuno Canavez, que já nessa altura trabalhava da
livraria, recorda as circunstâncias que levaram à posterior dispersão
desse valioso património.
VÍDEO | http://bit.ly/1JAmaral
VÍDEO | http://bit.ly/JAmaral
João Amaral colaborará regularmente durante mais de 40 anos na
organização das festas de Nossa Senhora dos Remédios (Lamego), quer
executando cartazes e concebendo projetos de abarracamento e
iluminações, quer decorando andores da procissão “do Triunfo”, quer
ainda como membro da comissão organizadora.
Enquanto membro da Irmandade de Nossa Senhora desenha ornamentos
escultóricos para a escadaria monumental que se ergue até ao santuário
mariano, o monumento ex-libris de Lamego.
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Festas de N. Sra. dos Remédios. LamegoIluminações e andores da procissão
do TriunfoJoão Amaral, 1936Fotografias, 1936
Vidro, gelatina e sal de prataProveniência: Museu de Lamego
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A faceta mais conhecida e também aquela com que João Amaral mais se
identificava é a de caricaturista, que desenvolveu ao longo de
praticamente toda a vida, com uma desenvoltura impressionante e igual
diversidade de abordagens técnicas e de estilo.
É imensa a galeria de personagens reais ou fictícias, às quais empresta o
seu enorme talento, sarcasmo e visão acutilante, num conjunto que
constitui um documento de inestimável valor, como retrato da sociedade
de Lamego (e não só) de finais do século XIX e primeira metade do
seguinte.
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Dulce Chaby João Amaral, 1943
Desenho à pena Proveniência: Museu de Lamego
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FICHA TÉCNICA
Diretor | Luís Sebastian
Comissária | Alexandra Isabel Falcão
Textos | Alexandra Isabel Falcão
Investigação | Alexandra Isabel Falcão Helena Lemos (estagiária)
Comunicação | Patrícia Brás
Fotografia. Digitalização de Imagens | José Pessoa
Courier | Paula Pinto
Secretariado | Paula Duarte
Projeto e design de comunicação | Luís Sebastian
Produção e montagem | Museu de Lamego Ferrageira de Tarouca
Raquel Pequito (voluntária)
Seguros | Fidelidade
Agradecimentos: Adriano Guerra, Adriano Lacerda, Agostinha e José Pinto, Alberto Pires, Anaïs Le Saux
Andrea Santiago, António Paiva Lima, Arquivo Diocesano de Lamego (Pe. João Morgado e Wilson Teixeira), Arquivo Municipal de Lamego (Maria João Moutela e Vítor Rebelo), Biblioteca Central da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Albano Figueiredo, Maria Manuel
Borges e Helena Quaresma), Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Biblioteca Pública Municipal do Porto (Maria João Sampaio, Paula Bonifácio e Jorge Costa), Cecília Carmo, Célia
Gonçalves, Colégio de Lamego (Pe. Avelino), Egídio Lemos, Escola Profissional de Moimenta da Beira (Eng. João Chiquilho), Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (José Paiva e
Luís Pinto Nunes), Fernando Cabral, Fernando Pinheiro Mota, Ferreira da Costa, Hermínia Cardoso, João Paula Amaral, João António Amaral Carmo, Joaquim Magalhães Correia, Joaquim
Nascimento Veiga, José Manuel Veiga de Macedo, Maria Sofia Correia de Sousa Miranda Meireles, Museu Académico de Coimbra (Helena Freitas, Carlos Serra e Graça), Natércia
Gaspar, Nuno Canavez, Orlando Lourenço, Pe. José Fernandes Bouça Pires, Real Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios (Manuel Teixeira), Santa Casa da Misericórdia de Lamego
(Marques Luís).
apoio empresarial
apoio institucional
organização
Liga dosAmigos doMuseu de Lamego
VISITAS ORIENTADAS À EXPOSIÇÃO
De terça a sexta, mediante marcação prévia
Tel: (+351) 254600230
E-mail: mlamego.alexandrafalcao@culturanorte.pt
Museu de Lamego
Largo de Camões
5100-147 Lamego
Tel: (+351) 254600230
E-mail: mlamego@culturanorte.pt
Site: www.museudelamego.pt
Facebook: www.facebok.com/museu.de.lamego
Horário
De terça-feira a domingo, das 9h30 às 18h00.
Encerra às segundas-feiras.
Gratuito no primeiro domingo do mês.
Serviço Educativo
Visitas orientadas/comentadas à exposição permanente e
exposições temporárias, mediante marcação prévia.
Biblioteca
De terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às
18h00, mediante contacto prévio.
Auditório
100 lugares
Loja
APONTAMENTOS agosto 2015100 ANOS
[1917-2017]EDIÇÃO ESPECIAL
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