Síndrome de Edwards Carlos Eduardo de Paula Cunha Cássio Miguel B. Gerhardt Daniel Brenner...

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Síndrome de Edwards

Carlos Eduardo de Paula Cunha

Cássio Miguel B. Gerhardt

Daniel Brenner

Síndrome de Edwards

Carlos Eduardo de Paula Cunha

Cássio Miguel B. Gerhardt

Daniel Brenner

Histórico

• John Edwards e cols.(1960), Inglaterra.

• Smith e cols. (1960), América do Norte

Conceito

• Síndrome de Edwards: é um distúrbio cromossômico autossômico por cópia extra do cromossomo 18 (trissomia do 18)

• Reconhecimento: maiores e menores anomalias e alta mortalidade fetal e neonatal.

Epidemiologia

• Trissomias são detectadas em 20% dos abortos espontâneos e em1% dos nativivos.

• A síndrome de Edwards é segunda trissomia mais freqüente depois da síndrome de Down (trissomia do 21).

Epidemiologia

• Prevalência: 1 caso entre 3.600 a 8.500 nativivos.

• Sexo feminino 4:1 sexo masculino

• 95% dos casos – aborto espontâneo

• Nativivos: 50% vivem menos de dois meses e 90-95% morrem antes de um ano

• Idade materna avançada

Gráfico da idade materna

Diagnóstico clínico

• Mais de 150 anomalias encontradas na literatura.

Características gerais

• Durante a gestação:

-retardamento no crescimento intra-uterino

-poliidrâmnio• Deficiência de desenvolvimento geral:

-baixo peso ao nascimento (2.340g)

-tamanho diminuído para idade gestacional

-hipoplasia da musculatura esquelética, tecido subcutâneo e adiposo

Características gerais

• 1º semana de vida:

-crises de cianose, tremores e convulsão

• Debilidade de choro e sucção

• Incoordenação na respiração, sucção e deglutição– Dificuldade de alimentação, refluxo e aspiração

Crânio e face

• Crânio: occipício proeminente; estreitamento do diâmetro bifrontal e microcefalia.

• Face: fenda palpebral pequena e estreita; pavilhões auriculares displásicos e de implantação baixa; visão e audição deficitárias; boca pequena; arco palatino estreito e alto; micrognatia; lábio leporino e fenda palatino.

Tórax

• Tórax largo, esterno curto, espaçamento anormal dos mamilos.

• Malformações cardíacas (90% dos casos)– CIV (mais freqüente)– Anomalias de valvas carídiacas; PCA; defeitos

septais.

• Hipertensão pulmonar; PA elevada; apnéia.

Abdome

• Parede abdominal– Diátese dos músculos retos; hérnia inguinal e

umbilical.

• Trato gastrintestinal– Atresiado esôfago c/ fístula traqueoesofágica;

divertículo de Meckel e mal- rotação intestinal.– Constipação.– Ânus anteriorizado ou imperfurado.

Pelve

• Pequena; abdução de MI limitada.

• Criptorquidia nos meninos e hipoplasia dos ovários, grandes lábios e hipertrofia do clitóris nas meninas.

Mãos e pés

• Mãos:– Padrão típico: punhos cerrados e 2º e 5º dedos

sobrepondo-se ao3º e 4º.

• Pés:– em cadeira de balanço com calcâneo

proeminente.

Outros sistemas

• Malformaçõesdo SNC:Hipoplasia do cerebelo.

• Hipo ou hipertonia: afetam habilidade motora; escoliose e constipação.

Características Pontos

Características Pontos Gerais Abdome Retardo de crescimento 5 Hérnia ing., umb., diátese retos 5Prematuridade ou pós-maturidade 5 Ânus em funil ou anteriorizado 3Artéria umbilical única 5 Ânus imperfurado 1Craniofaciais Eventração ou hérnia diafragmática 3Occipício proeminente 5 Mãos e pésRegião bifrontal estreita 5 Postura característica das mãos 5Microcefalia 3 Ausência de prega na falange distal 5Olhos Arco > 5 dedos 5 Cristas supra-orbitais hipoplásicas 3 Prega única 3Fendas palpebrais pequenas 5 Hipoplasia ungueal 5 Inclinação mongolóide ou antimongolóide 1 Hálux curto 5 Epicanto 3 Polegar hiploplásico ou ausente 3 Opacificação corneana 3 Desvio ulnar ou radial das mãos 3 Coloboma de íris 1 Aplasia radial 1 Orelhas Sindactilia artelhos/dedos 3Orelhas displásicas, baixa implantação 5 5° metacarpo curto 1Nariz Ectrodactilia 1 Atresia de coanas 1 Pé eqüinovaro 3 Boca Pé em cadeira de balanço 3Limitação à abertura 5 GenitourinárioMicrognatia 5 Sexo feminino 5Palato alto 5 Hipoplasia de grandes lábios 3 Lábio leporino/fenda palatina 1 Criptorquidia 3Tórax OutrosEsterno curto 5 Hipotonia ou hipertonia 3Mamilos hipoplásicos 5 Pelve pequena, limt. À abertura do quadril 3Pectus escavatum 1 Luxação de quadril 1Sopro sistólico 5 Anomalia vertebral 1 Cardiomegalia 5 Meningomielocele 1Dextrocardia 5 Escoliose 1  Anomalia de costela 1

  Plaquetopenia 1

Alterações Genéticas

• Fenótipo resultante da trissomia do 18

• Estudo realizados com 176 NEONATOS– 165 casos de trissomia total – 6 por mosaicismo– 5 trissomia parcial

• Emblenton e cols., 1996

Cariótipo

Processos que Determinam a Trissomia Total

• Não-disjunção

– Meiótica

• Meiose I

• Meiose II

– Mitótica (mosaicismo)

Não-DisjunçãoMeiose I

Não-DisjunçãoMeiose II

• A trissomia, então, surgirá pela união de um gameta haplóide e um diplóide.

Não-Disjunção pós Zigótica

• Mosaicismo– Algumas linhagens normais

– Outras com a TRISSOMIA

Mosaicismo

Trissomias Parciais

• Isocromossomo– Raramente registrada

• Cromossomo Dicêntrico– Pseudodicêntrico (Bugge e cols., 1997)– Origem paterna– É reconhecido que essas anormalidades

estruturais são mais comuns no esperma do que as aneuploidias

Isocromossomo

• Divisão errônia através do centrômero na meiose II

• Parcialmente monossômico

• Parcialmente trissômico

Cromossomo Dicêntrico

• São um tipo raro de cromossomo anormal no qual dois segmentos cromossômicos, cada um com centrômero, fundem-se extremidade a extremidade, com a perda dos fragmentos acêntricos.

• Quando estáveis, podem ser denominados – Pseudodicêntricos

» (Thompson & Thompson)

Origem das Aneuploidias

• 95% dos casos onde a determinação é possível: origem MATERNA– 50% na meiose II

– Diferente das demais trissomias (13,21)

Zonas do Cromossomo 18Responsáveis pelo Fenótipo

Clássico

• Não apenas uma região é responsável– (Wilson e cols,. 1990)

• Regulador do gene triplicado– Metade distal do braço longo– (Reed,. 1991)

• Alguma região do 18q– (Boghosian e cols,. 1994)

Apolipoproteina E

• ApoE ?

• Relação com o fuso acromático

• Isoforma– (Avramapoulos e cols,. 1996)

Diagnóstico Laboratorial

• Análise do cariótipo– Fish– PCR– Técnicas de bandeamento

Diagnóstico Pré-Natal

• Testes não-invasivos– Ultra-sonografia– Testes sorológicos– Translucência Nucal

• Testes invasivos– Amniocentese– Cordocentese– CAVC

Ultra-sonografia

• 50% dos defeitos e 75% das aneuploidias

• Crescimento fetal

• Malformações

• Translucência Nucal

Sinais na ultra-sonografia

• Retardo no crescimento intra-uterino• Poliidrâmnio• Cistos no plexo coróide• SNC• Coração• Extremidades• Sistema Gastrintestinal• Tórax

Translucência Nucal

• Aumentada em 86% das aneuploidias

• Associada com outros testes– Marcadores sorológicos

Marcadores Sorológicos

• Detecta de 60% até 80% dos casos de trissomia

• Alfa-fetoproteína

• Gonadotrofina Coriônica (beta-hCG livre)

• Estriol não-conjugado

Marcadores Sorológicos - níveis

• Diminuição da AFP

• Diminuição da beta-hCG livre

• Diminuição do estriol não conjugado

Outros Marcadores

• Aumento nos níveis séricos da Proteína Plasmática A (PAPP-A)

• Utilização do fragmento beta core (BCF) urinário da gonadotrifina coriônica

Testes Invasivos - Indicações

• Idade materna avançada• Filho anterior com anormalidade cromossômica• Anormalidade cromossômica estrutural em um

dos pais• História familiar de defeito genético• Risco de defeito no tubo neural• Anormalidades na ecografia associada com

marcadores sorológicos diminuídos

Amniocentese

• Entre 12ª e 16ª semana de gestação

• Análise Bioquímica

• Análise Citogenética

• Análise Macroscópica

• Risco de 0,5%

Cordocentese

• A partir da 18ª semana de gestação

• Risco de 1,5%

• Diagnóstico em 4 a 5 dias

• Tardiamente na gestação

CAVC

• A partir da 9ª e 10ª semana de gestação

• Risco de 1%

• Métodos– Transcervical– Transabdominal

Métodos Diferenciados

• Análise de células fetais na circulção materna– Trofoblastos– Eritroblastos– Linfócitos

Diagnóstico Diferencial

• Síndrome de Patau

• Síndrome de Pena-Shokier tipo I

• Artrogripose

• CHARGE

Prognóstico

• Entre 90 e 95% das gestações resultam em aborto• Dos neonatos 55 a 65% morrem na primeira

semana• 5 a 10% chegam ao primeiro ano

– Sexo

– Presença ou não de malformações graves

– Presença de mosaicismo com células normais

• Risco de recorrência inferior a 1%

Conclusão

• Aborto?

• Esclarecimento aos pais sobre:– Prognóstico – Risco de recorrência

• Tratar ou não tratar o neonato?