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SISTEMA DE INSPECÇÃO E DIAGNÓSTICO DE
REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS
INCLINADAS
Nuno Feliciano da Silva Garcez
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia de Aeródromos
Júri
Presidente: Doutor António Heleno Domingues Moret Rodrigues
Orientador: Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Co-orientador: Capitão Adelaide Catarina Franco Gaspar Paiva Gonçalves
Vogal: Engenheiro Jorge Manuel Grandão Lopes
Novembro de 2009
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos i
RESUMO
Esta dissertação tem por objectivo criar um sistema de apoio à inspecção e diagnóstico de revestimentos
exteriores de coberturas inclinadas (RECI), tendo em vista a normalização e sistematização das inspecções,
auxiliando os intervenientes responsáveis por estas acções.
Neste trabalho são propostas classificações de anomalias em RECI e de causas prováveis que potenciam o
seu desenvolvimento e ainda são apresentadas as matrizes de correlação anomalias - causas e anomalias
entre si. A informação relativa a cada anomalia é apresentada em fichas individuais e inclui a sua
designação, descrição, causas prováveis e consequências possíveis, aspectos a inspeccionar, parâmetros
de classificação e por último, o nível de gravidade / urgência de reparação, com base nos parâmetros
anteriores.
De forma a auxiliar o diagnóstico das anomalias e das causas em RECI, é apresentada a classificação dos
ensaios não destrutivos de realização in situ, bem como uma matriz de correlação anomalias - técnicas de
diagnóstico. São igualmente apresentadas fichas individuais das técnicas, onde constam informações como
a designação, os objectivos, o equipamento necessário, a descrição do método, as vantagens e as
limitações.
O sistema classificativo proposto foi validado através de uma campanha de inspecções a 207 casos de
RECI, sendo ainda apresentado um tratamento estatístico completo dos dados recolhidos.
A implementação prática deste sistema, através de uma ferramenta informática, permite a consecução dos
vários objectivos propostos, nomeadamente auxiliar o inspector nas actividades de inspecção inseridas em
estratégias de manutenção pró-activa do tipo predictivas de RECI. Ao mesmo tempo, a normalização das
inspecções permite aumentar a eficácia e eficiência das acções a tomar no âmbito da patologia destes
revestimentos.
Palavras-chave: sistema de inspecção, revestimentos exteriores, coberturas inclinadas, anomalias, causas,
diagnóstico.
Abstract
ii Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
ABSTRACT
This thesis aims to create a support system for the inspection and diagnosis of exterior coatings of pitched
roofs (RECI), for the standardization and systematization of inspections, assisting the parties responsible for
these actions.
Classifications of anomalies in RECI and probable causes that enhance their development are proposed in
this work and the correlation matrices of anomalies - causes and anomalies among themselves are also
presented. The information of each anomaly is registered on individual sheets and includes its name,
description, probable causes and possible consequences, points to inspect, classification parameters and,
finally, severity level / repair urgency, based on the above parameters.
A classification of in situ non-destructive testing and correlation matrix anomalies - diagnosis techniques are
presented in order to assist the diagnosis of anomalies and causes of RECI. Individual sheets of the
techniques, which contain information such as name, objectives, equipment needed, the description of the
method, the advantages and limitations, are also presented.
The classification system proposed was validated through a campaign of inspections of 207 cases of RECI
and a complete statistical treatment of data collected was done in this thesis.
The practical implementation of this system by a computer tool, allows the achievement of the various
objectives proposed, namely assist the inspector in the inspection activities included in strategies of
proactive maintenance of predictive type of RECI. At the same time, the standardization of inspections
increases the effectiveness and efficiency of actions to be taken in the pathology of these coatings.
Keywords: inspection system, exterior coatings, pitched roofs, anomalies, causes, diagnosis.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos iii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, quero agradecer ao Professor Doutor Jorge de Brito, meu orientador científico, pela total
disponibilidade no acompanhamento do meu trabalho, pelo rigor exigido, pelas orientações transmitidas e
ainda pelas referências bibliográficas concedidas no âmbito desta dissertação.
À Capitão Engenheira de Aeródromos Adelaide Gonçalves, minha co-orientadora, agradeço a
disponibilidade demonstrada no decorrer deste trabalho, o aconselhamento e o material fornecido e/ou
aconselhado.
Ao meu camarada de mestrado, Nuno Lopes, pela colaboração prestada no trabalho em equipa.
Ao Sr. Tenente João Jesus, da Esquadrilha de Manutenção da Academia da Força Aérea, por proporcionar
as visitas às coberturas desta Unidade e pela disponibilidade demonstrada.
Aos proprietários dos edifícios inspeccionados, por permitirem as inspecções às coberturas e facultarem as
informações necessárias.
A todos os representantes das empresas contactadas, por facultarem todas as informações solicitadas.
À Direcção de Comunicação e Imagem, na pessoa de Silvina Salgueiro e à Direcção de Segurança, na
pessoa de Vítor Rocha, da Refer, a colaboração e disponibilidade prestadas.
Aos meus familiares, amigos e camaradas da Força Aérea, um agradecimento especial pelo apoio,
incentivo e amizade que sempre demonstraram ao longo deste trabalho.
Índice geral
iv Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 1-1
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................................... 1-1
1.2. JUSTIFICAÇÃO E OBJECTIVOS DA DISSERTAÇÃO ................................................................. 1-2
1.3. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ........................................................................................... 1-3
1.4. TRABALHOS REALIZADOS NO ÂMBITO DA DISSERTAÇÃO .................................................... 1-4
1.5. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ............................................................................................ 1-5
2. TECNOLOGIA DOS REVESTIMENTOS ............................................................................................... 2-1
2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................................... 2-7
2.2. EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS........................................................................................................... 2-2
2.3. TIPOS DE REVESTIMENTOS ....................................................................................................... 2-3
2.3.1. Ardósia .................................................................................................................................... 2-3
2.3.2. Telha cerâmica ....................................................................................................................... 2-4
2.3.3. Telha de micro-betão .............................................................................................................. 2-6
2.3.4. Fibrocimento / naturocimento ................................................................................................. 2-7
2.3.5. Revestimentos metálicos ........................................................................................................ 2-9
2.3.6. Revestimentos plásticos ....................................................................................................... 2-11
2.3.7. Revestimentos mistos ........................................................................................................... 2-14
2.4. SÍNTESE ................................................................................................................................... 2-17
3. ANOMALIAS DOS REVESTIMENTOS ................................................................................................. 3-1
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................................... 3-1
3.2. CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS ............................................................................................ 3-1
3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS ANOMALIAS ........................................................................................ 3-4
3.3.1. Condensações ........................................................................................................................ 3-4
3.3.2. Deformações acentuadas do revestimento ............................................................................ 3-5
3.3.3. Desalinhamento de elementos do revestimento .................................................................... 3-5
3.3.4. Desprendimento / descolamento de elementos do revestimento .......................................... 3-6
3.3.5. Acumulação de detritos .......................................................................................................... 3-7
3.3.6. Corrosão ................................................................................................................................. 3-8
3.3.7. Descasque / escamação / esfoliação ..................................................................................... 3-9
3.3.8. Desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica .................................... 3-11
3.3.9. Diferenças de tonalidade / alteração de cor ......................................................................... 3-12
3.3.10. Desagregação / oxidação (envelhecimento) .................................................................... 3-13
3.3.11. Fissuração / fractura ......................................................................................................... 3-16
3.3.12. Defeitos nas fixações ........................................................................................................ 3-17
3.3.13. Defeitos nos remates ........................................................................................................ 3-18
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos v
3.3.14. Inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade ............................................ 3-21
3.3.15. Sobreposição insuficiente ou excessiva ........................................................................... 3-21
3.3.16. Defeitos no sistema de isolamento térmico ...................................................................... 3-22
3.3.17. Defeitos no sistema de ventilação .................................................................................... 3-22
3.3.18. Inclinação insuficiente ou excessiva ................................................................................. 3-23
3.3.19. Intervenções incorrectas ou deficientes ........................................................................... 3-24
3.4. CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS ASSOCIADAS ÀS ANOMALIAS ............................................ 3-25
3.4.1. Causas directas .................................................................................................................... 3-27
3.4.2. Causas indirectas ................................................................................................................. 3-30
3.5. MATRIZES DE CORRELAÇÃO ................................................................................................... 3-37
3.5.1. Considerações iniciais .......................................................................................................... 3-37
3.5.2. Matriz de correlação anomalias - causas ............................................................................. 3-37
3.6. FICHAS DE ANOMALIAS ............................................................................................................. 3-41
3.7. SÍNTESE....................................................................................................................................... 3-44
4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO ............................................................................................................. 4-1
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................................... 4-1
4.2. CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO ............................................................... 4-2
4.2.1. Inspecção visual ..................................................................................................................... 4-2
4.2.2. Medição da inclinação ............................................................................................................ 4-4
4.2.3. Correntes induzidas ................................................................................................................ 4-4
4.2.4. Medição da temperatura e da humidade relativa ................................................................... 4-6
4.2.5. Termografia de infravermelhos ............................................................................................... 4-7
4.2.6. Ultra-sons ................................................................................................................................ 4-8
4.3. MATRIZ DE CORRELAÇÃO ANOMALIAS - TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO .............................. 4-9
4.4. FICHAS DAS TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO ............................................................................. 4-11
4.5. SÍNTESE....................................................................................................................................... 4-12
5. VALIDAÇÃO DO SISTEMA E ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................... 5-1
5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................................... 5-1
5.2. PLANO DE INSPECÇÕES A RECI ................................................................................................ 5-1
5.2.1. Mapeamento das anomalias ................................................................................................... 5-2
5.2.2. Fichas de inspecção ............................................................................................................... 5-3
5.2.3. Fichas de validação ................................................................................................................ 5-4
5.3. VALIDAÇÃO DO SISTEMA CLASSIFICATIVO ............................................................................. 5-5
5.3.1. Validação do sistema classificativo das anomalias ................................................................ 5-5
5.3.2. Validação do sistema classificativo das causas ..................................................................... 5-6
5.3.3. Validação do sistema classificativo dos métodos de diagnóstico ........................................ 5-10
5.4. VALIDAÇÃO DAS MATRIZES DE CORRELAÇÃO ..................................................................... 5-11
Índice geral
vi Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
5.4.1. Matriz de correlação anomalias - causas ............................................................................. 5-11
5.4.2. Matriz de correlação anomalias entre si ............................................................................... 5-15
5.4.3. Matriz de correlação anomalias - técnicas de diagnóstico ................................................... 5-16
5.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA .............................................................................................................. 5-18
5.5.1. Frequência observada das anomalias .................................................................................. 5-20
5.5.2. Frequência observada das causas ....................................................................................... 5-29
5.5.3. Frequência observada dos métodos de diagnóstico ............................................................ 5-36
5.6. SÍNTESE....................................................................................................................................... 5-40
6. CONCLUSÕES ...................................................................................................................................... 6-1
6.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 6-1
6.2. CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................................................ 6-2
6.3. PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO ................................................................. 6-3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 7-1
ANEXOS
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
Anexo 4.I - Fichas dos métodos de diagnóstico
Anexo 5.I - Ficha de inspecção
Anexo 5.II - Ficha de validação
Anexo 5.III - Ficha de inspecção - Ed. 86
Anexo 5.IV - Ficha de validação - Ed. 86 Cob. A
Anexo 5.V - Comparação entre as matrizes de correlação entre as anomalias e as causas prováveis (teórica
e na amostra)
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos vii
ÍNDICE DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
Figura 1.1 - Módulos que compõem o sistema de apoio à inspecção e diagnóstico de RECI ..................... 1-3
CAPÍTULO 2
Figura 2.1 - Diferentes cores das telhas de ardósia ...................................................................................... 2-3
Figura 2.2 - Cobertura tradicional com soletos de formas irregulares .......................................................... 2-4
Figura 2.3 - Cobertura com soletos de formas regulares .............................................................................. 2-4
Figura 2.4 - Diferentes tipos de telhas: lusa, marselha, canudo, romana e plana ........................................ 2-5
Figura 2.5 - Telha de perfil Dupla Romana e telha de perfil Duplo S ............................................................ 2-6
Figura 2.6 - Vários tipos de chapas de fibrocimento ..................................................................................... 2-8
Figura 2.7 - Vários tipos de chapas metálicas: aço, alumínio, cobre e zinco ................................................ 2-9
Figura 2.8 - Vários tipos de geometrias: chapa ondulada, faixa e perfil curvo de ligação entre fachada e
cobertura ....................................................................................................................................................... 2-11
Figura 2.9 - Chapa acrílica e chapas de policarbonato alveolar ................................................................. 2-12
Figura 2.10 - Chapas de PRFV e chapas de PVC ...................................................................................... 2-13
Figura 2.11 - Chapa composta e painel sandwich ...................................................................................... 2-15
Figura 2.12 - Telha asfáltica e telha metálica .............................................................................................. 2-16
CAPÍTULO 3
Figura 3.1 - Condensações na face inferior de revestimentos cerâmicos .................................................... 3-4
Figura 3.2 - Efeitos das condensações na superfície interior de revestimentos metálicos ........................... 3-4
Figura 3.3 - Deformações acentuadas em revestimentos cerâmicos ........................................................... 3-5
Figura 3.4 - Fiadas de telhas alinhadas pelo bordo direito ............................................................................ 3-6
Figura 3.5 - Desalinhamento de revestimentos metálicos ............................................................................. 3-6
Figura 3.6 - Descolamento em revestimento de telhas asfálticas ......................................................................... 3-6
Figura 3.7 - Desprendimento e ausência de soletos de zinco ...................................................................... 3-6
Figura 3.8 - Acumulação de detritos em chapas de fibrocimento ................................................................. 3-7
Figura 3.9 - Acumulação de detritos em revestimentos mistos ..................................................................... 3-7
Figura 3.10 - Corrosão em revestimentos metálicos, por desaparecimento da camada de tinta de protecção
........................................................................................................................................................................ 3-9
Figura 3.11 - Corrosão bimetálica por contacto directo entre o aço e o alumínio ......................................... 3-9
Figura 3.12 - Descasques em revestimentos cerâmicos ............................................................................. 3-10
Figura 3.13 - Esfoliação em revestimentos mistos ...................................................................................... 3-10
Figura 3.14 - Desenvolvimento de vegetação em revestimentos cerâmicos .............................................. 3-11
Figura 3.15 - Desenvolvimento de vegetação em chapas de fibrocimento ................................................. 3-11
Figura 3.16 - Diferenças de tonalidade em revestimentos cerâmicos ........................................................ 3-12
Figura 3.17 - Manchas de ferrugem em telhas de ardósia .......................................................................... 3-12
Figura 3.18 - Alteração de cor por corrosão em revestimentos metálicos de cobre ................................... 3-13
Figura 3.19 - Alteração de cor por envelhecimento em revestimento de PVC ........................................... 3-13
Índice de figuras
viii Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Figura 3.20 - Distribuição dos tamanhos dos poros nas amostras ............................................................. 3-15
Figura 3.21 - Propriedades mecânicas dos elementos de fibrocimento ..................................................... 3-15
Figura 3.22 - Avaliação SEM - a) Amostras não envelhecidas; b) Amostras de São Paulo; c) Amostras de
Criciúma ........................................................................................................................................................ 3-15
Figura 3.23 - Envelhecimento de chapas termo-endurecidas de reisna de poliéster armadas com fibra de
vidro .............................................................................................................................................................. 3-16
Figura 3.24 - Fracturas em revestimento cerâmico ..................................................................................... 3-16
Figura 3.25 - Fractura em revestimento de fibrocimento ............................................................................. 3-16
Figura 3.26 - Corrosão da peça de fixação ................................................................................................. 3-17
Figura 3.27 - Aperto excessivo da peça de fixação ..................................................................................... 3-17
Figura 3.28 - Peças de fixação incorrectamente colocadas ........................................................................ 3-18
Figura 3.29 - Ausência de peças de fixação................................................................................................ 3-18
Figura 3.30 - Aplicação de quantidades excessivas de argamassa em cumeeira e rincão ........................ 3-18
Figura 3.31 - Remates com laró incorrectamente executados .................................................................... 3-18
Figura 3.32 - Remate com tubagem executado com argamassa ............................................................... 3-19
Figura 3.33 - Remate com tubagem executado com telas asfálticas .......................................................... 3-19
Figura 3.34 - Utilização de telas asfálticas no remate com parede emergente paralela á pendente da
cobertura ....................................................................................................................................................... 3-20
Figura 3.35 - Inexistência de rufo metálico no remate com parede transversal emergente ....................... 3-20
Figura 3.36 - Encaixe deficiente das telhas devido a remate incorrecto do beiral com a caleira ............... 3-21
Figura 3.37 - Ausência de cordões de estanqueidade no revestimento metálico ....................................... 3-21
Figura 3.38 - Sobreposição insuficiente ...................................................................................................... 3-22
Figura 3.39 - Sobreposição excessiva de telhas cerâmicas ....................................................................... 3-22
Figura 3.40 - Cobertura em telha cerâmica ................................................................................................. 3-23
Figura 3.41 - Cobertura com deficiente ventilação por insuficiência de elementos específicos ................. 3-23
Figura 3.42 - Inclinação insuficiente de chapas metálicas .......................................................................... 3-24
Figura 3.43 - Intervenção incorrecta com recurso a telas asfálticas ........................................................... 3-25
Figura 3.44 - Intervenção deficiente com recurso a argamassa ................................................................. 3-25
Figura 3.45 - Deformação num revestimento em telha cerâmica canudo devido à cedência da estrutura de
suporte .......................................................................................................................................................... 3-27
Figura 3.46 - Deformação num revestimento metálico devido à circulação sobre este .............................. 3-27
Figura 3.47 - Rotura de revestimento em poliéster reforçado com fibra de vidro, devido à acção da radiação
solar e da humidade ..................................................................................................................................... 3-29
Figura 3.48 - Descasques de telhas cerâmicas devido à acção dos ciclos gelo-degelo ............................ 3-29
Figura 3.49 - Principais causas de anomalias segundo o CSTC ................................................................ 3-30
Figura 3.50 - Esquema de ventilação adequada numa cobertura .............................................................. 3-31
Figura 3.51 - Pormenorizações de remates em zonas localizadas ............................................................. 3-32
Figura 3.52 - Telhas de ventilação incorrectamente distribuídas na fase de execução ............................. 3-33
Figura 3.53 - Desalinhamento longitudinal incorrecto das telhas devido a erros de execução .................. 3-33
Figura 3.54 - Remates de cumeeira em revestimentos metálicos com cordão de estanqueidade (esq.) e sem
cordão de estanqueidade (dir.) ..................................................................................................................... 3-35
Figura 3.55 - Infiltrações nos alvéolos das chapas de policarbonato devido à sua incorrecta selagem .... 3-35
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos ix
Figura 3.56 - Degradação das chapas de policarbonato devido à infiltração de água ............................... 3-35
Figura 3.57 - Acumulação excessiva de detritos na caleira devido a ausência de manutenção ................ 3-37
Figura 3.58 - Diferenças de tonalidade na cobertura devido à substituição de telhas por outras de tonalidade
diferente ........................................................................................................................................................ 3-37
CAPÍTULO 4
Figura 4.1 - Inspecção visual recorrendo ao Aerial Close-Up ....................................................................... 4-3
Figura 4.2 - Inspecção visual acedendo ao local de ocorrência da anomalia ............................................... 4-3
Figura 4.3 - Exemplos de um inclinómetro e de um nível a laser.................................................................. 4-4
Figura 4.4 - Campo magnético criado pela corrente eléctrica proveniente da bobina .................................. 4-5
Figura 4.5 - Campo magnético distorcido pela presença de defeitos e variações no material em contacto 4-5
Figura 4.6 - Exemplos de medidores de espessuras com e sem sonda incorporada .................................. 4-5
Figura 4.7 - Exemplos de termo-higrómetros ................................................................................................ 4-6
Figura 4.8 - Exemplos de termogramas obtidos durante uma análise termográfica ..................................... 4-7
Figura 4.9 - Detecção de perdas de isolamento térmico ............................................................................... 4-7
Figura 4.10 - Exemplo de aparelho de ultra-sons ......................................................................................... 4-8
Figura 4.11 - Exemplos de medidores de espessuras de materiais ............................................................. 4-8
CAPÍTULO 5
Figura 5.1 - Frequência absoluta das anomalias identificadas nos RECI ..................................................... 5-5
Figura 5.2 - Frequência relativa das anomalias identificadas nos RECI ....................................................... 5-5
Figura 5.3 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-P registadas nos RECI ..... 5-7
Figura 5.4 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-E registadas nos RECI ..... 5-8
Figura 5.5 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-M registadas nos RECI .... 5-8
Figura 5.6 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-A registadas nos RECI ..... 5-9
Figura 5.7 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-U registadas nos RECI ... 5-10
Figura 5.8 - Frequência absoluta dos métodos de diagnóstico registados nos RECI ................................ 5-10
Figura 5.9 - Frequência absoluta das idades dos RECI inspeccionados .................................................... 5-18
Figura 5.10 - Contribuição relativa de cada anomalia na amostra total ...................................................... 5-20
Figura 5.11 - Média de anomalias registadas nos diferentes RECI inspeccionados .................................. 5-21
Figura 5.12 - Frequência de ocorrência das anomalias registadas em RECI de ardósia e cerâmicos ...... 5-22
Figura 5.13 - Frequência de ocorrência das anomalias registadas em RECI de micro-betão e de
fibrocimento .................................................................................................................................................. 5-23
Figura 5.14 - Frequência de ocorrência das anomalias registadas em RECI metálicos e plásticos .......... 5-24
Figura 5.15 - Frequência de ocorrência das anomalias registadas em RECI de painéis sandwich e telhas
asfálticas ....................................................................................................................................................... 5-26
Figura 5.16 - Média de anomalias registadas por idade dos RECI ............................................................. 5-27
Figura 5.17 - Nível de gravidade / urgência de reparação do total de anomalias da amostra.................... 5-27
Figura 5.18 - Urgência de reparação estimada para cada anomalia identificada na amostra .................... 5-28
Figura 5.19 - Contribuição relativa de cada grupo de causas para a ocorrência de anomalias ................. 5-29
Figura 5.20 - Contribuição relativa dos grupos de causas .......................................................................... 5-29
Índice de figuras
x Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Figura 5.21 - Contribuição relativa dos grupos de causas para a ocorrência ............................................. 5-30
Figura 5.22 - Contribuição relativa dos grupos de causas para a ocorrência das anomalias do grupo A-E -
degradação do revestimento ........................................................................................................................ 5-31
Figura 5.23 - Contribuição relativa dos grupos de causas para a ocorrência das anomalias do grupo A-O -
defeitos de projecto / execução .................................................................................................................... 5-33
Figura 5.24 - Média de causas registadas nos diferentes RECI inspeccionados ....................................... 5-35
Figura 5.25 - Média de causas registadas por idade dos RECI .................................................................. 5-36
Figura 5.26 - Frequência de escolha de cada método de diagnóstico nas inspecções efectuadas ........... 5-37
Figura 5.27 - Frequência relativa de cada método de diagnóstico por tipo de revestimento ...................... 5-37
Figura 5.28 - Frequência relativa de cada método de diagnóstico para cada anomalia ............................. 5-39
Figura 5.29 - Frequência relativa de cada método de diagnóstico por idade do RECI ............................... 5-40
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos xi
ÍNDICE DE QUADROS
CAPÍTULO 2
Quadro 2.1 - Tipos de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas ................................................... 2-1
Quadro 2.2 - Classificação das exigências funcionais dos RECI .................................................................. 2-2
Quadro 2.3 - Diferentes especificações das telhas planas de ardósia ......................................................... 2-3
Quadro 2.4 - Norma de ensaio de revestimentos de ardósia ........................................................................ 2-4
Quadro 2.5 - Características geométricas médias ........................................................................................ 2-5
Quadro 2.6 - Normas de ensaio de telhas cerâmicas ................................................................................... 2-6
Quadro 2.7 - Características de uma cobertura em telhas de micro-betão .................................................. 2-7
Quadro 2.8 - Norma de ensaio de telhas de micro-betão ............................................................................. 2-7
Quadro 2.9 - Normas de ensaio de elementos de fibrocimento / naturocimento .......................................... 2-8
Quadro 2.10 - Normas de ensaio de chapas acrílicas ................................................................................ 2-12
Quadro 2.11 - Normas de ensaio de chapas de policarbonato ................................................................... 2-13
Quadro 2.12 - Classes de chapas de PRFV................................................................................................ 2-13
Quadro 2.13 - Norma de ensaio de chapas de PRFV ................................................................................. 2-14
Quadro 2.14 - Norma de ensaio de chapas de PVC ................................................................................... 2-14
Quadro 2.15 - Norma de ensaio de painéis sandwich com acabamentos metálicos .................................. 2-16
CAPÍTULO 3
Quadro 3.1 - Classificação de anomalias em RECI proposta ....................................................................... 3-3
Quadro 3.2 - Relação entre as anomalias e os RECI ................................................................................... 3-3
Quadro 3.3 - Classificação das causas de anomalias em RECI proposta .................................................. 3-26
Quadro 3.4 - Matriz de correlação anomalias - causas prováveis .............................................................. 3-38
Quadro 3.5 - Matriz de correlação das anomalias entre si .......................................................................... 3-40
Quadro 3.6 - Matriz de correlação percentual das anomalias entre si ........................................................ 3-42
Quadro 3.7 - Ficha de anomalia .................................................................................................................. 3-43
CAPÍTULO 4
Quadro 4.1 - Técnicas de diagnóstico in situ para REC ................................................................................ 4-2
Quadro 4.2 - Matriz de correlação anomalias - técnicas de diagnóstico ..................................................... 4-10
Quadro 4.3 - Correlação entre os ensaios in situ e a anomalia A-E2 corrosão .......................................... 4-11
Quadro 4.4 - Ficha de ensaio D-C2 - termografia de infravermelhos ......................................................... 4-12
CAPÍTULO 5
Quadro 5.1 - Identificação e caracterização das inspecções ........................................................................ 5-2
Quadro 5.2 - Análise dos casos de discrepância com a matriz de correlação teórica entre anomalias e
causas prováveis (grau de correlação teórico - Ct; grau de correlação prático - Ca) ................................... 5-12
Quadro 5.3 - Comparação entre as matrizes de correlação inter-anomalias (teórica e prática) ................ 5-17
Quadro 5.4 - Comparação entre as matrizes de correlação entre anomalias e técnicas de diagnóstico ... 5-19
Quadro 5.5 - Número de inspecções a RECI .............................................................................................. 5-20
Glossário de acrónimos
xii Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
GLOSSÁRIO DE ACRÓNIMOS
APICC - Associação Portuguesa dos Industriais da Cerâmica de Construção
ASTM - American Society for Testing and Materials
COAM - Colégio Oficial dos Arquitectos de Madrid
CSTC - Centre Scientifique et Technique de la Construction
DH - Documento de Homologação
DIN - Deutsches Institut für Normung
EN - European Standard Norm
FEUP - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
IPQ - Instituto Português da Qualidade
IST - Instituto Superior Técnico
LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil
MAD - Módulo de Apoio à Decisão
MAI - Módulo de Apoio à Inspecção
MIP - Mercury Intrusion Porosimetry
NP - Norma Portuguesa
PMMA - Polimetacrilato de Metilo
PRFV - Poliéster Reforçado com Fibra de Vidro
PVC - Policloreto de Vinilo
RECI - Revestimentos Exteriores de Coberturas Inclinadas
SEM - Scanning Electron Microscope
UL - Underwriters Laboratories
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 1-1
1. INTRODUÇÃO
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os revestimentos exteriores de coberturas são um dos elementos não-estruturais mais relevantes de um
edifício, devido à função que desempenham e à sua patologia associada à perda de estanqueidade,
causando problemas estruturais ao nível da própria cobertura e do restante edifício, bem como o prejuízo do
mobiliário existente no seu interior (SOUSA, 2003).
Os revestimentos exteriores de coberturas inclinadas são referidos, na presente dissertação, pela sigla
RECI e podem ser de vários tipos: pétreos naturais ou artificiais; metálicos; plásticos e mistos.
Esta diversidade de tipologias de revestimentos que foi desenvolvida e que, actualmente, se pode encontrar
no mercado ficou a dever-se à necessidade de garantia de boas condições de habitabilidade do espaço sob
as coberturas. Com a evolução da Sociedade, as preocupações e as exigências com as coberturas foram-
se tornando cada vez mais rigorosas e ultrapassavam, em muito, a simples exigência de estanqueidade à
precipitação.
Os primeiros revestimentos de coberturas consistiram em materiais que se podia adquirir facilmente, tais
como o colmo e as peles. Posteriormente, com a utilização de lajetas de pedra, já se conseguiam
coberturas mais duráveis que, no entanto, se revelavam muito pesadas, principalmente quando era
necessário vencer grandes vãos. Para além disso, para que estas soluções garantissem alguma
estanqueidade à água, era necessário conceber as coberturas com pendentes bastante pronunciadas, de
modo a aumentar a velocidade da água e reduzir o tempo de permanência da mesma sobre as coberturas.
O recurso intensivo à telha cerâmica data da construção do Império Romano e, desde então, manteve-se de
forma arreigada, principalmente na Europa Meridional, quer devido às suas características estéticas, quer
às suas propriedades, que lhe conferem um comportamento eficaz, mesmo sob a acção de condições
climáticas adversas. As melhorias incrementadas possibilitaram que este tipo de RECI seja, nos dias de
hoje, um produto de elevada durabilidade e com um final de vida útil de fácil resolução e não agressivo para
o meio ambiente (APICC, 1998).
Com o aparecimento do vidro e dos metais, surgiram soluções construtivas mais leves e mais estanques,
que transformaram o planeamento das coberturas, ao permitirem reduzir a inclinação das pendentes e
aligeirar as estruturas. O desenvolvimento tecnológico verificado proporcionou, assim, a construção de infra-
estruturas amplas, leves e bem iluminadas.
Mais recentemente, foram desenvolvidos os revestimentos plásticos e mistos, acompanhando o
aperfeiçoamento tecnológico dos anteriores, o que provocou o aparecimento de soluções mais versáteis e
económicas. Este facto, aliado a uma crescente preocupação dos intervenientes nas fases de concepção e
de construção, possibilitou que os revestimentos cumprissem as várias exigências funcionais
(estanqueidade à água, comportamento ao gelo-degelo, isolamento térmico, isolamento sonoro, reacção ao
fogo, entre outras).
Devido à grande vulnerabilidade a falhas nas exigências de desempenho que são impostas às coberturas,
as intervenções nos RECI com anomalias assumem um carácter de urgência, pelo que se exigem
Capítulo 1 - Introdução
1-2 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
inspecções regulares e uma manutenção contínua, de forma a evitar danos maiores que, como referido,
podem afectar todo o edifício.
1.2. JUSTIFICAÇÃO E OBJECTIVOS DA DISSERTAÇÃO
Segundo FLORES-COLEN (2003), para um empreendimento com uma vida útil de 50 anos, os custos da
sua utilização e manutenção representam 75 a 80% dos custos totais, desde a sua construção até à sua
demolição, sendo que as fases de concepção, projecto e construção constituem apenas 20 a 25% dos
custos totais. Dado que o investimento na fase de utilização e manutenção está fortemente dependente da
qualidade do projecto de execução e das soluções construtivas adoptadas, é importante que estas soluções
sejam as mais adequadas de modo a reduzir ao máximo os custos na fase pós-construtiva.
No que se refere aos revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, é fundamental ter um bom
conhecimento da tecnologia existente e das técnicas de diagnóstico e de reparação apropriadas, tendo em
vista uma maior durabilidade e vida útil e o aparecimento tardio de sinais de degradação, reduzindo assim
os custos associados à fase de utilização.
Por outro lado, a existência de ferramentas que permitam normalizar as acções de manutenção contribui
para a diminuição dos custos, na medida em que se conseguem intervenções mais eficientes e eficazes.
A realização deste trabalho de investigação justifica-se ainda pela necessidade de se normalizar o
conhecimento das anomalias que continuam a ocorrer nos mesmos, muito embora haja uma preocupação
crescente com a qualidade das construções. O aparecimento de anomalias deve-se não só a erros de
execução, mas também à falta de sistematização do conhecimento de novos materiais, que se pretende ver
aprofundado com a realização deste trabalho.
Assim, a presente dissertação tem como objectivo o desenvolvimento de uma ferramenta de apoio à
inspecção e diagnóstico de anomalias de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, através de um
sistema classificativo de anomalias e causas associadas, registadas durante as inspecções e materializadas
em fichas de anomalias.
Para além disto, são identificadas as técnicas de diagnóstico mais adequadas a cada revestimento e a cada
anomalia detectada, sendo que as correspondentes técnicas de reparação são desenvolvidas na
dissertação que complementa este trabalho e que se designa “Tecnologia e Reabilitação de
Revestimentos Exteriores de Coberturas Inclinadas” (LOPES, 2009).
Com a realização desta dissertação, pretende-se ainda correlacionar, através de matrizes, os diversos
dados obtidos, tais como: anomalias - causas, anomalias entre si e anomalias - técnicas de diagnóstico.
É ainda objectivo deste trabalho de investigação, a elaboração de uma análise estatística das frequências
observadas das anomalias, causas e técnicas de diagnóstico em revestimentos de coberturas inclinadas.
Pretende-se que o sistema desenvolvido e proposto seja validado através dos dados recolhidos nas várias
inspecções realizadas ao longo do desenvolvimento desta dissertação.
Para terminar, esclarece-se que o sistema de inspecção e diagnóstico criado não abrange as estruturas de
suporte dos revestimentos, nem os sistemas de drenagem de águas pluviais das coberturas. Tal resulta do
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 1-3
facto de se pretender estudar apenas a patologia dos revestimentos exteriores e não dos vários
componentes que compõem uma cobertura inclinada, que representam por si só, temas susceptíveis de um
estudo alargado.
1.3. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
A metodologia de investigação adoptada para a elaboração desta dissertação consistiu em pesquisa
bibliográfica e em trabalho de campo, por vezes, de realização simultânea.
A pesquisa bibliográfica caracterizou-se pela recolha de informação nacional e estrangeira (teses, livros,
actas de congressos, revistas internacionais), subordinada ao tema desta dissertação, que, depois de
organizada e estudada aprofundadamente, permitiu a elaboração do sistema teórico de apoio à inspecção e
diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas.
O trabalho de campo compreendeu a realização de inspecções a coberturas inclinadas de edifícios, em que
a recolha de dados relativos a anomalias e causas associadas permitiu a validação do sistema teórico
desenvolvido e proposto.
As campanhas de inspecções foram intercaladas na pesquisa bibliográfica e ao longo do desenvolvimento
do modelo teórico, com o objectivo de adiantar a sua execução, dado que se revelou um processo
trabalhoso e algo moroso.
Como referido em §1.2, o objectivo desta dissertação consiste na criação de um sistema de inspecção e
diagnóstico de RECI, no sentido de normalizar as inspecções e respectivos relatórios, para que estes
resultem sintéticos, objectivos e inequívocos. Assim, apresenta-se a estrutura do sistema que se pretende
criar, sendo necessário constituir uma ferramenta informática (que tenha como base o revestimento e os
seus vários componentes), que inclua os seguintes grupos (Figura 1.1):
Figura 1.1 - Módulos do sistema de apoio à inspecção e diagnóstico de RECI (adaptado de BRITO, 1992)
MÓDULO DE APOIO À DECISÃO
Decisão final
MÓDULO DE APOIO À INSPECÇÃO
métodos de diagnóstico
relacionadoscausas prováveis
anomalias associadas
área total a reparar
técnicas de reparação
recomendadas
relatório provisório de
inspecção
INFORMAÇÃO GERAL
elementos constituintes
anomalias detectadasmapeamento das
anomaliasdados relativos a
inspecções anteriorestipo de manutenções
efectuadas
Capítulo 1 - Introdução
1-4 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
uma base de dados informatizada que permita armazenar a informação relevante sobre a cobertura, os
elementos que a constituem e os restantes dados de apoio à inspecção e diagnóstico dos
revestimentos;
um sistema que permita a normalização das actividades de inspecção e dos relatórios resultantes, ou
seja, um módulo de apoio à inspecção (MAI);
um sistema de decisão sobre a acção a realizar após a inspecção e o diagnóstico de anomalias
eventualmente existentes, constituindo assim um módulo de apoio à decisão (MAD).
O sistema descrito não deverá ser completamente automatizado, dado que a decisão final deverá ter
sempre em conta a palavra final do responsável técnico, do proprietário do edifício ou do condomínio, de
modo a usufruir do bom senso e experiência dos mesmos (SILVESTRE, 2005).
1.4. TRABALHOS REALIZADOS NO ÂMBITO DA DISSERTAÇÃO
No âmbito da temática dos revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, foram desenvolvidos ou
encontram-se em fase de desenvolvimento, os seguintes trabalhos, que servem de referência à presente
dissertação:
LOPES, Jorge Grandão - Patologias mais correntes em revestimento. Curso sobre sistemas de
revestimentos de coberturas inclinadas. Lisboa: FUNDEC / ICIST, 2001.
BRITO, Jorge de ‐ Diagnóstico, patologia e reabilitação de revestimentos de coberturas
inclinadas. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2004.
TEIXEIRA, Pedro - Anomalias em coberturas inclinadas. Trabalho final de curso. Lisboa: Instituto
Superior Técnico, 2004.
ROCHA, Pedro T. - Anomalias em coberturas de terraço e inclinadas. Dissertação de Mestrado
Integrado em Engenharia de Aeródromos. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2008.
LOPES, Nuno - Tecnologia e reabilitação de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas.
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos. Lisboa: Instituto Superior Técnico,
2009 (em elaboração).
Para além dos referidos, a presente dissertação baseia-se ainda nas metodologias desenvolvidas noutros
trabalhos de investigação, com o objectivo de se constituírem bases de dados e normalizarem os processos
de inspecção e diagnóstico de elementos estruturais e não-estruturais:
BRITO, Jorge de - Desenvolvimento de um Sistema de Gestão de Obras de Arte em Betão.
Dissertação de Doutoramento em Engenharia Civil. Lisboa: Instituto Superior Técnico, Outubro de
1992.
WALTER, Ana M. - Sistema de Classificação para a Inspecção de Impermeabilizações de
Coberturas em Terraço. Dissertação de Mestrado em Construção. Lisboa: Instituto Superior Técnico,
Dezembro de 2002.
SILVESTRE, José D.- Sistema de Apoio à Inspecção e Diagnóstico de Anomalias em
Revestimentos Cerâmicos Aderentes. Dissertação de Mestrado em Construção. Lisboa: Instituto
Superior Técnico, Setembro de 2005.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 1-5
GARCIA, João M. L. B. M. - Sistema de Inspecção e Diagnóstico de Revestimentos Epóxidos em
Pisos Industriais. Dissertação de Mestrado em Construção. Lisboa: Instituto Superior Técnico, Janeiro
de 2006.
GONÇALVES, Adelaide C.F.G.P. - Reabilitação de paredes de alvenaria. Dissertação de Mestrado
em Construção. Lisboa: Instituto Superior Técnico, Outubro de 2007.
DELGADO, Anabela S. - Sistema de Apoio à Inspecção e Diagnóstico de Revestimentos de Pisos
Lenhosos. Dissertação de Mestrado em Construção. Lisboa: Instituto Superior Técnico, Abril de 2008.
NETO, Natália M. L. - Sistema de Apoio à Inspecção e Diagnóstico de Anomalias em
Revestimentos em Pedra Natural. Dissertação de Mestrado em Construção. Lisboa: Instituto Superior
Técnico, Abril de 2008.
PALHA, Filipe M. C. F. B. - Tecnologia e Reabilitação de Estuques Correntes em Paramentos
Interiores. Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil. Lisboa: Instituto Superior Técnico,
Julho de 2008.
PEREIRA, Ana F. N. P. - Sistema de Inspecção e Diagnóstico de Estuques Correntes em
Paramentos Interiores. Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil. Lisboa: Instituto
Superior Técnico, Julho de 2008.
GAIÃO, Carlos H. R. - Sistema de Apoio à Inspecção e Diagnóstico de Anomalias em Paredes de
Placas de Gesso Laminado. Dissertação de Mestrado em Construção. Lisboa: Instituto Superior
Técnico, Setembro de 2008.
1.5. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
Este capítulo 1 constitui a introdução da dissertação e teve início com umas considerações iniciais no
âmbito do tema da dissertação, nas quais se refere a evolução dos revestimentos de coberturas inclinadas
e as suas aplicações na construção actual. Neste capítulo, foram ainda apresentados os objectivos da
dissertação, a sua metodologia e organização e a importância de criar uma ferramenta de apoio à
inspecção e diagnóstico de anomalias em RECI.
O capítulo 2 consiste numa breve descrição da tecnologia associada aos revestimentos de coberturas
inclinadas, nomeadamente no que se refere às exigências funcionais e aos vários tipos de revestimentos
em comercialização, quer em Portugal, quer no estrangeiro, seguindo-se a apresentação das geometrias e
variações comerciais, as aplicações, as características do revestimento e, por último, as normas através das
quais se avaliam as suas propriedades.
No capítulo 3 é proposto um sistema classificativo de anomalias em RECI, tendo como base a literatura
consultada, com o objectivo de se obter uma normalização da designação e descrição das anomalias neste
tipo de revestimentos. Neste capítulo, é ainda apresentado um sistema classificativo das causas prováveis,
directas e indirectas, que estão na origem da ocorrência de anomalias e de onde resultam índices de
correlação, que permitem a construção de uma matriz de correlação entre as anomalias e as respectivas
causas associadas. Com base nesta matriz, são definidas relações de simultaneidade entre anomalias, das
quais resulta a construção de outra matriz denominada de matriz de correlação das anomalias entre si.
Capítulo 1 - Introdução
1-6 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
No capítulo 4 são abordadas as técnicas mais adequadas ao diagnóstico de anomalias em RECI e é
proposto um sistema classificativo de ensaios de realização in situ, que deverão integrar as acções de
inspecção aos referidos elementos. Através de uma matriz, são ainda correlacionadas as anomalias com as
técnicas de diagnóstico.
O capítulo 5 representa o resultado das inspecções efectuadas aos RECI durante a realização do trabalho
de campo, tendo como objectivo a validação e calibração do sistema classificativo de anomalias. Neste
capítulo, é ainda elaborado um tratamento estatístico dos dados recolhidos nas inspecções, com o qual foi
possível retirar conclusões relevantes no âmbito do tema da dissertação.
O capítulo 6 consiste nas conclusões resultantes do desenvolvimento da dissertação, onde são resumidas
as características principais deste trabalho de investigação e propostos domínios de investigação a
desenvolver no futuro.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-1
2. TECNOLOGIA DOS REVESTIMENTOS
2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os revestimentos de coberturas inclinadas que foram sendo utilizados sofreram uma evolução desde os
materiais mais primitivos (peles de animais, colmo, folhas e ramos de árvores), à medida que o Homem foi
desenvolvendo o seu conhecimento no domínio de novos materiais (metais, cerâmica, plásticos e mistos).
A telha cerâmica tornou-se o revestimento tradicional dos edifícios correntes em Portugal, apesar de ser
crescente a utilização da telha de micro-betão e das telhas asfálticas, no mercado de habitação. O
desenvolvimento dos revestimentos de fibrocimento, metálicos e plásticos originou uma grande variedade
de soluções e aplicações, sobretudo em edifícios industriais e outras coberturas de grande vão. A
necessidade de melhoria das características funcionais dos revestimentos metálicos permitiu o
aparecimento de soluções mistas (chapas compostas, painéis sandwich e telhas metálicas).
Este capítulo inicia-se com a enumeração das principais exigências funcionais a satisfazer pelos RECI,
seguindo-se a descrição dos vários tipos de revestimentos de coberturas.
Nesta dissertação, não se pretende tratar todos os revestimentos de coberturas que existem no mercado,
mas apenas os que têm uma utilização significativa nesta área, ainda que em zonas específicas, como é o
caso da ardósia.
Deste modo, os RECI tratados foram agrupados em cinco grupos e encontram-se enumerados no Quadro
2.1.
Quadro 2.1 - Tipos de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Tipo de revestimento Denominação
Pétreo natural Ardósia
Pétreo artificial
Telha cerâmica
Telha de micro-betão
Fibrocimento / naturocimento
Metálico Aço; alumínio
Cobre; zinco
Plástico
Acrílico (polimetacrilato de metilo)
Policarbonato
PRFV (poliéster reforçado com fibras de vidro)
PVC (policloreto de vinilo)
Mistos
Chapas compostas
Painéis sandwich
Telhas asfálticas
Telhas metálicas
A descrição dos vários RECI consiste numa breve definição do material, na apresentação das várias formas
disponíveis no mercado de revestimentos, as suas características e, por último, as normas de ensaio para
avaliação das suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa.
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-2 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
2.2. EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS
As exigências funcionais dos revestimentos de coberturas inclinadas consistem em requisitos a impor a
estes elementos para que desempenhem adequadamente as suas diversas funções.
O estudo das exigências funcionais a satisfazer pelos revestimentos é importante para a prescrição de
soluções apropriadas, de modo a evitar o aparecimento de anomalias.
A classificação dos requisitos a serem satisfeitos pelos RECI é apresentada no Quadro 2.2, segundo cinco
grupos principais.
Quadro 2.2 - Classificação das exigências funcionais dos RECI (RATO, 2001)
Exigências de segurança
- Segurança estrutural ▪ Dimensionamento para acções
- Segurança contra incêndio ▪ Comportamento ao fogo dos elementos de construção
▪ Reacção ao fogo dos materiais
- Resistência a acções por utilização normal
▪ Acções de punçoamento
▪ Acções de choques acidentais
▪ Acção dos agentes atmosféricos
- Segurança contra as intrusões
Exigências de habitabilidade
- Estanqueidade ▪ Água / neve
▪ Poeiras / permeabilidade ao ar
- Conforto higrotérmico
▪ Isolamento térmico
▪ Susceptibilidade de condensações
▪ Protecção solar
- Conforto acústico ▪ Sons aéreos
▪ Sons de percussão
- Conforto visual ▪ Iluminação natural
▪ Reflectividade da camada de protecção
- Aspecto ▪ Exterior
▪ Interior
- Pureza do ar - Iluminação
Exigências de durabilidade
- Manutenção do desempenho
▪ Resistência mecânica
▪ Estabilidade dimensional
▪ Resistência química
▪ Comportamento ao gelo / degelo
- Limpeza, manutenção e reparação
Exigências de economia
- Limitação do custo global ▪ Custos de construção
▪ Custos de conservação, manutenção e reparação
Outras exigências
- Estabilidade geométrica
- Processo construtivo
- Sustentabilidade
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-3
2.3. TIPOS DE REVESTIMENTOS
2.3.1. Ardósia
A ardósia ou lousa é uma rocha argilosa constituída por lâminas ou lajes, mais ou menos delgadas, devido
à xistosidade característica deste material que permite o aproveitamento de uma propriedade - a clivagem.
As lâminas, de faces planas e paralelas, apresentam uma grande resistência à tracção, são fáceis de riscar
e raspar, originando um pó cinzento claro, muito fino e macio ao tacto (GARCIA, 1951).
A aplicação deste material em coberturas, sob a forma de soletos ou telhas, é muito restrita em Portugal,
ocorrendo sobretudo nas zonas próximas dos locais de extracção, nomeadamente, Valongo e Trás-os-
Montes.
As cores das telhas de ardósia disponíveis no mercado são: preta, cinza, ferrugem, verde e vinho (Figura
2.1).
Figura 2.1 - Diferentes cores das telhas de ardósia (Ardósia Nacional, 2009)
A selecção dos soletos observa os seguintes factores: a qualidade (avaliação através de ensaios), o formato
(depende do efeito estético que se pretende) e as dimensões (relacionadas com a estrutura de suporte).
Actualmente, existem várias empresas no mercado da ardósia, entre as quais a Ardósia Nacional (2009)
que comercializa telhas de ardósia com as especificações apresentadas no Quadro 2.3.
Nas coberturas actuais, o método de pregagem tradicional das telhas de ardósia foi substituído pela fixação
por gancho. Este sistema permite uma maior facilidade na sua aplicação e na sua substituição em caso de
fractura. Estas telhas podem ser aplicadas sobre uma laje de betão ou estrutura de suporte de madeira.
Quadro 2.3 - Diferentes especificações das telhas planas de ardósia (Ardósia Nacional, 2009)
Tamanhos padrão (cm) Espessuras padrão (mm) Acabamentos padrão
30x20
35x20
35x25
40x20
40x25
40x30
45x30
50x25
50x30
50x37,50
55x30
60x30
60x35
60x40
5 a 7
7 a 10
Borda guilhotinada com furos
Borda guilhotinada sem furos
Borda serrada com furos
Borda serrada sem furos
A ardósia de boa qualidade, isto é, que não apresenta impurezas, caracteriza-se por ser muito pouco
alterável e portanto muito durável, bem como por ser praticamente inerte em presença de diversos produtos
químicos, apresentando assim uma grande resistência à poluição atmosférica.
A pirite e o carbonato de cálcio são as principais impurezas que, estando contidas na massa da ardósia, são
responsáveis pela deterioração da ardósia em presença dos agentes atmosféricos ou de emanações
corrosivas (GARCIA, 1951).
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-4 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Este material apresenta ainda uma elevada impermeabilidade (no máximo 1% de absorção de água, em
peso), exige menor manutenção e há uma menor formação de vegetação parasitária / colonização biológica
quando comparado com outros RECI (ALTIVO PEDRAS, 2009).
Figura 2.2 - Cobertura tradicional com soletos de
formas irregulares (Valério & Figueiredo, 2009)
Figura 2.3 - Cobertura com soletos de formas
regulares (Valério & Figueiredo, 2009)
No Quadro 2.4 são resumidos os ensaios normalmente realizados aos revestimentos de ardósia para
avaliação das suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa
europeia aplicável.
Quadro 2.4 - Norma de ensaio de revestimentos de ardósia
Norma de ensaio Propriedade
EN 12326-2:2000
Origem e petrografia
Espessura
Resistência à ruptura por flexão
Orientação do grão
Absorção de água
Resistência ao gelo / degelo
Ensaio de ciclos térmicos
Ensaio de exposição ao dióxido de enxofre
Teor de carbonato
Teor de carbono
Dimensões
2.3.2. Telha cerâmica
As coberturas em telha cerâmica constituem uma tradição bastante antiga na traça arquitectónica dos
edifícios em Portugal, e representam, ainda hoje, a solução para revestimento de uma elevada percentagem
de coberturas, quer de edifícios tradicionais, quer mais recentes.
A utilização da telha cerâmica tornou-se generalizada devido às suas excelentes características,
apresentando várias vantagens em relação aos outros materiais de revestimento de coberturas inclinadas.
Este RECI garante a continuidade da tradição arquitectónica, permite criar efeitos estéticos através da
variedade de formas e peças acessórias, tem um bom desempenho perante os agentes atmosféricos e
elevada durabilidade e consiste ainda num produto ecológico, não tóxico, renovável e biodegradável.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-5
O nível de desperdícios no fabrico, transporte e colocação, a mão-de-obra intensiva e experiência exigível
para uma colocação mais célere e correcta e a exigência de uma manutenção frequente constituem as
desvantagens principais da telha cerâmica relativamente a outros materiais.
Existem vários tipos comerciais de telhas disponíveis no mercado, de acordo com a sua geometria e
sistema de encaixe, podendo ainda ser adquiridos dentro de numerosas variações de cor e de texturas:
lusa, marselha, canudo, romana e plana (Figura 2.4). Para cada tipo de telha, existe ainda um leque de
peças acessórias complementares para a execução das zonas singulares.
As características geométricas dos vários tipos de telhas são determinadas de acordo com a norma NP EN
1024:1998, apresentando diferenças de fabricante para fabricante que devem ser inferiores a 2%, de acordo
com a NP EN 1304:2007. As características geométricas médias encontram-se representadas no Quadro
2.5.
O assentamento das telhas cerâmicas pode ser executado sobre estruturas de madeira, de betão,
metálicas, tabiques de alvenaria e mistos e, nas situações em que seja necessário, a fixação das telhas é
feita recorrendo a pregos (em alumínio, cobre, zinco), buchas e parafusos, com excepção da telha canudo
em que se utilizam ganchos ou grampos metálicos.
O assentamento das telhas deve observar diversos aspectos, tais como a sequência de execução, o acerto
dos bordos laterais, as inclinações máximas / sistema de fixação, os acertos de geometria (cortes, meia
telha e telha e meia) e ainda as regras de segurança.
Figura 2.4 - Diferentes tipos de telhas: lusa, marselha, canudo, romana e plana (COELHO DA SILVA, CERÂMICA DA
CARRIÇA, 2009)
Quadro 2.5 - Características geométricas médias (APICC, 1998)
Características Lusa Marselha Canudo Romana Plana
Massa [kg] 2.9 - 4.5 3.0 - 3.5 1.8 - 2.0 1.8 - 4.0 1.2
Comprimento [cm] 40 - 48 40 - 45 40 - 45 40 - 57 25 - 27
Largura [cm] 23 - 30 26 12 - 16 12 - 20 15 - 17
Altura [cm] 5 - 9 3 5 - 7 5 - 6 2
Recobrimento longitudinal [cm] 4 - 8 5 - 6 9 - 15 10 - 15 7 - 9
Recobrimento transversal [cm] 4 - 8 3 - 4 5 - 9 5 - 8 ---
Espaçamento do ripado [cm] 33 - 45 37 - 39 25 - 36 25 - 46 15 - 18
Unidades por m2 10 - 15 11 - 12 27 - 35 18 - 35 30 - 35
No Quadro 2.6, são resumidos os ensaios normalmente realizados às telhas cerâmicas para avaliação das
suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa.
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-6 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Quadro 2.6 - Normas de ensaio de telhas cerâmicas
Norma de ensaio Propriedade
NP 498:2008 Resistência da orelha de aramar
NP EN 538:1997 Resistência à flexão
NP EN 539-1:2007 Impermeabilidade
NP EN 539-2:2007 Resistência ao gelo
NP EN 1024:1998 Características geométricas
2.3.3. Telha de micro-betão
As telhas de micro-betão são constituídas por uma argamassa de cimento e areia, podendo conter ainda
pigmentos e granulado que conferem uma determinada tonalidade, permitindo imitar o efeito estético das
telhas cerâmicas.
Estas telhas representam uma alternativa à aplicação das telhas cerâmicas, não sendo aconselhável,
contudo, a sua utilização na reabilitação de edifícios tradicionais antigos, de modo a assegurar a
manutenção da traça arquitectónica das coberturas (PAULO e BRITO, 2001).
Este tipo de telhas caracteriza-se por possuir uma elevada resistência mecânica, resistência ao fogo, aos
ciclos gelo / degelo, a elevadas variações de temperatura, aos raios ultra-violeta, aos agentes atmosféricos
agressivos e aos agentes de degradação biológica. A facilidade de aplicação destas telhas através do seu
sistema de encaixe longitudinal e sobreposição transversal e a estanqueidade que garantem (desde que
asseguradas as sobreposições indicadas) representam outras qualidades intrínsecas das telhas de micro-
betão (ARGIBETÃO, 2009).
Comparativamente com as telhas cerâmicas, apresentam um maior peso, maior consumo energético na sua
produção e, como referido, a sua qualidade estética não permite a aplicação nas coberturas de edifícios em
que se pretende manter a tradição arquitectónica.
Existem dois tipos comerciais de telhas disponíveis no mercado, que diferem na sua geometria, podendo
ainda ser adquiridas dentro de numerosas variações de cor: telha de perfil Dupla Romana (podendo ter as
seguintes designações comerciais: latina cerâmica rústica, latina regional, latina argilusa, latina ibérica,
latina ibérica rústica, latina Algarve, latina ardósia, latina preta granulada e latina vermelha granulada) e
telha de perfil Duplo S (podendo ter as seguintes designações comerciais: estrela rústica, estrela dourada e
estrela grafite) (Figura 2.5).
Para cada tipo de telha, existe ainda um leque de peças acessórias complementares para a execução das
zonas singulares.
Figura 2.5 - Telha de perfil Dupla Romana e telha de perfil Duplo S (PORTAL DAS TELHAS, 2009)
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-7
A concepção e construção das coberturas de telha de micro-betão são semelhantes às da telha cerâmica,
havendo a assinalar as diferenças geométricas que se apresentam no Quadro 2.7, em função da inclinação
adoptada.
Quadro 2.7 - Características de uma cobertura com telhas de micro-betão (ARGIBETÃO, 2009)
Inclinação [o] >24 21 a 24 16 a 20
Inclinação [%] >45 38 a 45 29 a 37
Espaçamento do ripado [cm] 34.5 32.0 29.5
Sobreposição [cm] 8 10 12.5
Unidades por m2 10 10.4 11.3
Massa por m2 [kg] 42.7 45.8 49.7
No Quadro 2.8 são resumidos os ensaios normalmente realizados às telhas de micro-betão para avaliação
das suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa.
Quadro 2.8 - Norma de ensaio de telhas de micro-betão
Norma de ensaio Propriedade
EN 491:2004
Comprimento do perno e esquadria de telhas
Largura útil
Planeza
Massa
Resistência à flexão transversal
Impermeabilidade
Resistência ao gelo / degelo
Resistência do perno
2.3.4. Fibrocimento / naturocimento
O fibrocimento é constituído por uma matriz de pasta de cimento endurecida e por uma micro-armadura de
fibras de amianto destinada a conferir resistência à tracção.
Desde há alguns anos que tem vindo a ser utilizado o naturocimento com uma composição isenta de
amianto (substituição por fibras de reforço PVA - polivinil álcool) e com características técnicas e
performances semelhantes às do fibrocimento.
Como sistema único de cobertura, este material aplica-se sobretudo em construções com níveis de
exigência baixos (edifícios industriais, agro-pecuários, pavilhões desportivos e instalações militares) ou em
construções provisórias, embora possa ser observado em edifícios multi-familiares e escolas.
Como material integrado num sistema composto de cobertura, as chapas de fibrocimento são actualmente
utilizadas como suporte das telhas cerâmicas tipo canudo e como subtelha (CIMIANTO, 2009).
O fibrocimento caracteriza-se por ser um material incombustível, impermeável, imputrescível, de elevada
duração e manutenção reduzida ou nula e resistente a baixas e altas temperaturas. A aplicação deste
material é rápida e simples, permitindo a execução de revestimentos de coberturas com baixos custos. Este
material tem a desvantagem de não ser uma solução de revestimento esteticamente agradável e nas
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-8 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
coberturas com chapas, a substituição de elementos é mais demorada do que a substituição de uma telha
ou soleto, exigindo mais do que uma pessoa para a execução dos trabalhos.
Os elementos de fibrocimento podem assumir várias formas, disponíveis no mercado de acordo com a sua
geometria, podendo ainda ser adquiridos dentro de vários comprimentos e variações de cores: soletos,
chapas planas e chapas perfiladas / onduladas (Figura 2.6). Para cada tipo de elemento, existe ainda um
leque de peças acessórias complementares para a execução das zonas singulares.
Figura 2.6 - Vários tipos de chapas de fibrocimento (ETERNIT, 2009)
A aplicação dos elementos de fibrocimento pode ser feita sobre estruturas de madeira, de betão, metálicas
e outras, sendo sempre necessária a sua fixação às estruturas de suporte. As fixações aconselhadas para
estruturas de madeira são os tirefonds, para estruturas de betão são as buchas auto-expansíveis e
grampos, para estruturas metálicas são os parafusos autorroscantes com alheta e grampos e para outras
estruturas são os grampos lisos, formatáveis em obra (CIMIANTO, 2009).
O assentamento dos elementos de fibrocimento deve observar diversos aspectos como o tipo de cobertura,
o balanço necessário e admissível, as formas e tipos de apoio, as sobreposições transversais e
longitudinais, a sequência de montagem, o corte e perfuração dos elementos e ainda as fixações.
No Quadro 2.9 são resumidos os ensaios normalmente realizados às chapas de fibrocimento para avaliação
das suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa.
Quadro 2.9 - Normas de ensaio de elementos de fibrocimento / naturocimento
Norma de ensaio Propriedade
EN 492:2004 (soletos)
EN 494:2004 (placas perfiladas)
EN 12467:2004 (chapas planas)
Dimensões; características mecânicas;
Impermeabilidade à água; água quente; imersão /
secagem; gelo / degelo; calor / chuva; desempenho
com fogo; massa volúmica aparente
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-9
2.3.5. Revestimentos metálicos
A utilização de revestimentos metálicos tem vindo a sofrer um incremento devido às melhorias conseguidas
ao nível da estética e da sua durabilidade. O campo de aplicação dos elementos metálicos que abrangia,
sobretudo, construções de carácter provisório e de menor exigência sofreu um alargamento, passando a
estender-se a edifícios de habitação, comércio, escritórios e ensino.
De entre as várias vantagens da utilização deste tipo de revestimento, destaca-se a grande versatilidade de
formas e vãos, a leveza (devido à pequena espessura), a fácil colocação em obra recorrendo a pessoal
pouco especializado, a possibilidade de baixa inclinação das coberturas, o pequeno número de juntas
transversais e longitudinais (devido às dimensões dos elementos), a resistência às variações de
temperatura, a sua durabilidade e os reduzidos custos de manutenção.
As desvantagens destes revestimentos prendem-se com o facto de não garantirem, por si só, isolamento
acústico e térmico (necessitam de outros materiais para correcções de desempenho) e de, devido à sua
natureza química e baixa resistência aos agentes agressivos, obrigarem a um grande cuidado na escolha
do acabamento de protecção. O manuseamento e colocação em obra exigem certos cuidados, de modo a
evitar a destruição da protecção anti-corrosiva e, o contacto entre metais diferentes deve verificar a sua
compatibilidade de forma a não ocorrer corrosão bimetálica.
A circulação sobre estes revestimentos, devido à sua fraca resistência à flexão, não é aconselhável, sendo
por vezes interdita, o que constitui igualmente uma desvantagem quando se pretende realizar acções de
manutenção ou instalação de equipamentos sobre a cobertura. O custo dos revestimentos metálicos pode
também revelar-se um ponto desfavorável comparativamente com outros tipos de revestimento,
nomeadamente no caso do alumínio e do cobre.
Existem vários tipos de revestimentos metálicos disponíveis no mercado de acordo com o metal de base,
podendo ainda ser adquiridos dentro de várias geometrias, dimensões e diversas cores: aço, alumínio,
cobre e zinco (Figura 2.7).
Figura 2.7 - Vários tipos de chapas metálicas: aço, alumínio, cobre e zinco (ASA, COBERMETAL, 2009)
O aço é o metal com maior resistência à rotura, apresentando o mais baixo coeficiente de dilatação térmica
e de condutibilidade térmica.
As chapas de aço necessitam de uma protecção anti-corrosiva que pode ser dos seguintes tipos: lacagem,
liga de alumínio e zinco ou galvanização. A lacagem pode ser à base de poliéster (confere estabilidade
térmica e resistência à corrosão), de polivinilo flúor - PVDF (confere resistência a solventes, à abrasão e à
erosão, sendo indicado para ambientes corrosivos) ou de resina de vinílico (cria uma superfície dura e
resistente à riscagem, sendo indicado para ambientes muito agressivos e zonas marítimas). A metalização à
base de liga de alumínio e zinco confere maior resistência mecânica e à corrosão devido à acção dos
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-10 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
agentes atmosféricos. A metalização por galvanização aplica-se em soluções mais económicas e menos
exigentes, ou seja, em ambientes sem a presença de agentes corrosivos (ALAÇO, 2009).
As características das chapas de aço e as especificações de desempenho devem estar em conformidade
com o estabelecido na norma EN 10326:2004.
O alumínio é, de entre os referidos, o metal de menor densidade e resistência mecânica e, pelo facto de ser
não ferroso, desenvolve-se uma camada de óxido (oxidação) que protege o alumínio da acção dos agentes
agressivos.
De modo a melhorar as características de resistência à corrosão, as chapas de alumínio são sujeitas a um
processo de anodização, que consiste na produção à superfície do metal de uma película de óxido de
alumínio (alumina), precedida por uma preparação da superfície e seguida da colmatagem. A anodização
do alumínio permite, assim, prolongar a durabilidade deste material e conservar o aspecto agradável
durante mais tempo mas, para que tal ocorra, é fundamental a execução de anodização de qualidade,
condições de fabrico adequadas e cuidados de colocação em obra e de conservação convenientes
(CRAVO, 1974).
As características das chapas de alumínio e as especificações de desempenho devem estar em
conformidade com o estabelecido na norma EN 573:2007.
O cobre é, de entre os referidos, o metal de maior densidade e condutibilidade térmica, é não ferroso e um
dos metais mais nobres usados na construção.
À semelhança do alumínio, o cobre também desenvolve, com a exposição aos agentes atmosféricos, uma
fina camada de protecção (de sais de cobre neste caso), que o protege dos agentes corrosivos,
aumentando a sua durabilidade. Estas películas têm várias fases de formação (associadas a tonalidades
diferentes), que vão tornando o cobre menos brilhante até resultar numa cor verde mas não implicando
perda de espessura do material.
Apesar do custo inicial, o revestimento de coberturas com cobre torna-se mais económico a longo prazo,
uma vez que não necessita de manutenção periódica, ao contrário de outros revestimentos.
Pelo facto de ser um material muito flexível, o cobre permite conceber coberturas de várias formas e
inclinações e, por ser um material nobre, o seu contacto com outros metais não o prejudica. Pelo contrário,
os outros metais em contacto com o cobre podem estar sujeitos à corrosão bimetálica (ASA, 2009).
As características das chapas de cobre e as especificações de desempenho devem estar em conformidade
com o estabelecido na norma EN 1172:1996.
O zinco é um metal não ferroso que também se protege naturalmente, através de uma camada (de
hidrocarbonato de zinco) aderente e compacta, que se desenvolve com a exposição aos agentes
atmosféricos.
Devido ao seu elevado coeficiente de dilatação térmica, permite realizar coberturas em zonas sujeitas a
grandes variações de temperatura.
As chapas de zinco podem ser sujeitas a tratamentos químicos da superfície que conferem acabamentos
semelhantes à camada de óxido natural ou outros de tonalidade cinza claro ou escuro. Existem ainda no
mercado chapas de zinco bilacado que consistem em chapas de zinco com acabamentos à base de
polímeros, que oferecem maior resistência aos agentes corrosivos (ASA, 2009).
As características das chapas de zinco e as especificações de desempenho devem estar em conformidade
com o estabelecido na norma EN 988:1996.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-11
Para cada tipo de RECI metálico, existe um leque de peças acessórias (do mesmo material e acabamento
do revestimento) já conformadas para complementar os elementos e para a execução das zonas singulares.
Os perfis dos revestimentos metálicos podem ser de várias categorias: chapas que se desenvolvem no
plano (com cerca de 1 m de largura, onduladas, trapezoidais e nervuradas), faixas onde o comprimento é
muito superior à sua largura e perfis curvos trapezoidais (Figura 2.8).
Figura 2.8 - Vários tipos de geometrias: chapa ondulada, faixa e perfil curvo de ligação entre fachada e
cobertura (PERFILOR, 2009)
As estruturas de suporte dos revestimentos metálicos variam de acordo com o metal, isto é, para os
revestimentos de aço, as estruturas de suporte são normalmente em betão ou aço (devido à possibilidade
de provocar corrosão bimetálica no contacto com outros metais menos nobres); para os revestimentos de
zinco é recomendável uma estrutura de suporte em madeira ou de aglomerados de madeira, não devendo
ser colocados sobre estruturas de suporte de betão, devido à incompatibilidade entre os dois materiais.
Para os revestimentos de cobre é recomendável uma estrutura de madeira maciça de boa qualidade (exclui-
se a madeira de cedro, de pinho e a de baixa densidade, por serem madeiras com pouca nobreza), de
betão (com a condição de intercalar um feltro para evitar o atrito entre os dois materiais, absorver a
humidade do betão e amortecer o ruído causado pela acção do vento e da chuva forte), ou de aglomerados
e compensados de madeira (devidamente tratados com resina fenólica e substâncias fungicidas e com
resistência suficiente ao arranque dos pregos e/ou parafusos) (SIMÕES, 1998).
2.3.6. Revestimentos plásticos
Os revestimentos plásticos para coberturas caracterizam-se, no essencial, pelo seu peso reduzido e por
permitirem a captação da luz natural, podendo nesta óptica ser vistos como vantajosos. Contudo, quando
comparados com outros revestimentos de coberturas, apresentam uma menor durabilidade perante a acção
dos agentes atmosféricos e da radiação solar, menor resistência mecânica (impossibilitando a deslocação
sobre estes) e pior comportamento ao fogo.
Os revestimentos plásticos disponíveis no mercado para a execução de coberturas consistem em chapas
de acrílico (polimetacrilato de metilo), chapas de policarbonato, chapas de PRFV (poliéster reforçado com
fibras de vidro) e chapas de PVC (policloreto de vinilo), cuja composição, campo de aplicação e vantagens
se descrevem no decorrer deste texto.
O acrílico consiste num material termoplástico, rígido, transparente e incolor, podendo adquirir uma vasta
gama de cores (Figura 2.9, à esquerda). Este material apresenta uma transmissão luminosa elevada, sendo
que, para espessuras de 3 mm, é de 92% para acrílico extrudido (EX) e de 93% para acrílico fundido (CN).
O acrílico fundido é produzido a partir do PMMA (polimetacrilato de metilo) por fundição e o acrílico
extrudido por extrusão, encontrando-se disponíveis no mercado chapas de diferentes configurações, cores
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-12 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
e espessuras: transparentes, coloridas, impressas e marteladas, estando as duas últimas disponíveis
apenas em acrílico fundido.
Figura 2.9 - Chapa acrílica e chapas de policarbonato alveolar (STILO, ACTOS, 2009)
O acrílico fundido, comparativamente com o acrílico extrudido, é mais brilhante, mais resistente, mais
transparente e apresenta maior estabilidade dimensional, tendo, no entanto, custos de produção superiores.
As chapas acrílicas apresentam razoável resistência ao envelhecimento perante os agentes atmosféricos
(quando complementadas com protecção ultravioleta, as suas propriedades mantêm-se inalteradas durante
anos), aos agentes químicos agressivos e aos ambientes na proximidade do mar (PLÁSTICOS DO SADO,
2009).
No Quadro 2.10 são resumidos os ensaios normalmente realizados às chapas acrílicas para avaliação das
suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa.
Quadro 2.10 - Normas de ensaio de chapas acrílicas (INDAC, 2009)
Norma de ensaio Propriedade
EN ISO 7823:2003 Propriedades gerais
EN ISO 1183:2004; EN ISO 62:2008 Propriedades físicas
EN ISO 527-2:1996; EN ISO 178:2003; EN ISO 179-1:2000;
EN ISO 2039-2:1999 Propriedades mecânicas
EN ISO 489:1999; EN ISO 13468-1:1996 Propriedades ópticas
EN ISO 306:2004; EN ISO 75-2:2004 Propriedades térmicas
O policarbonato é um plástico que possui uma elevada transparência, boa ductilidade, boa resistência aos
choques e elevada estabilidade térmica (indeformável até 135 oC). Este material apresenta ainda uma boa
resistência aos agentes químicos e boa durabilidade à acção dos raios ultra-violetas, mantendo estável a
transmissão luminosa (máximo de 85%) ao longo do tempo.
A composição e acabamento do policarbonato permitem soluções de elevado nível estético e leveza das
estruturas, mantendo uma elevada resistência e segurança acrescida.
Devido à baixa condutibilidade térmica deste material, garante-se um bom isolamento térmico e uma
diminuição dos custos energéticos, já que este material impede as perdas excessivas de calor durante o
Inverno e a entrada deste durante o Verão (a perda de calor é consideravelmente inferior à do vidro da
mesma espessura) (PLÁSTICOS DO SADO, 2009).
Como revestimento de coberturas, o policarbonato assume a forma de chapas (constituídas por resina
deste material - termoplásticas) que podem ser alveolares (de parede múltipla, onduladas, de parede
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-13
múltipla com encaixe, caneladas, piramidais, com engate) ou compactas, disponíveis em várias dimensões
e cores (Figura 2.9, em cima à direita).
Uma das grandes desvantagens da utilização de chapas de policarbonato alveolar (se a sua selagem não
for correctamente executada aquando da sua colocação) é a possibilidade de se desenvolverem colónias de
fungos nos alvéolos, afectando a transparência e o efeito estético do revestimento.
No Quadro 2.11 são resumidos os ensaios normalmente realizados às chapas de policarbonato para
avaliação das suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa.
Quadro 2.11 - Normas de ensaio de chapas de policarbonato (INCOMPLAST, 2009)
Norma de ensaio Propriedade
EN ISO 527-1:1996; EN ISO 178:2003; EN ISO 180:2000 Propriedades mecânicas
ASTM D792; EN ISO 62:2008 Propriedades físicas
UL 94; EN ISO 306:2004; EN ISO 75-2:2004; ASTM 1299 Propriedades térmicas
ASTM D257; ASTM D150 Propriedades eléctricas
As chapas de poliéster reforçado com fibra de vidro (PRFV) são assim constituídas por resina de poliéster e
fibras de vidro (Figura 2.10, à esquerda), cuja associação confere uma boa resistência mecânica, boa
estabilidade térmica (não sofre alterações para temperaturas inferiores a 120 oC) e boa resistência aos
agentes químicos (resiste a ácidos, bases, hidrocarbonetos, solventes e corantes).
Figura 2.10 - Chapas de PRFV e chapas de PVC (ONDULINE, TERALUMINIO, 2009)
Existem quatro classes deste tipo de revestimento (de acordo com a massa de fibra de vidro adicionada por
m2) que apresentam diferentes espessuras, sendo as chapas das classes 3 e 4 as mais adequadas para
coberturas (Quadro 2.12).
Quadro 2.12 - Classes de chapas de PRFV
Classe Massa de fibras de vidro
por m2 [g/m
2]
Espessura
média [mm]
1 270 0.8
2 350 1.0
3 450 1.3
4 >580 1.7
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-14 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
As chapas de poliéster reforçado com fibra de vidro são translúcidas e possuem elevada transmissão
luminosa (cerca de 85% para as chapas incolores nas classes 2 e 3), podendo ser planas ou assumir vários
perfis ondulados ou trapezoidais, disponíveis em várias espessuras (ONDULINE, 2009).
No Quadro 2.13 são resumidos os ensaios normalmente realizados às chapas de PRFV para avaliação das
suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa.
Quadro 2.13 - Norma de ensaio de chapas de PRFV
Norma de ensaio Propriedade
NP EN 1013-2:2000
Teor em fibra de vidro
Espessura da chapa
Características visuais
Dureza
Imersão ácida
Aderência do revestimento de superfície
As chapas de policloreto de vinilo (PVC) são normalmente aplicadas tanto em exteriores como em interiores
e estão disponíveis em várias dimensões, espessuras e cores. O PVC é um material que apresenta grande
versatilidade, sendo facilmente dobrado (recorrendo a técnicas de calor), cortado e furado (utilizando
ferramentas tradicionais para a madeira), e que permite um bom acabamento (Figura 2.10, à direita).
Este tipo de revestimento caracteriza-se por conferir um razoável isolamento térmico, por possuir boa
resistência mecânica (para temperaturas inferiores a 80 oC) e boa resistência química, embora envelheça
perante a acção prolongada da radiação ultra-violeta (PLÁSTICOS DO SADO, 2009).
No Quadro 2.14 são resumidos os ensaios normalmente realizados às chapas de PVC para avaliação das
suas características e verificação da sua conformidade com a documentação normativa.
Quadro 2.14 - Norma de ensaio de chapas de PVC
Norma de ensaio Propriedade
NP EN 1013-3:2000
Espessura da chapa
Retracção longitudinal e transversal
Resistência ao choque de tracção
Envelhecimento térmico
2.3.7. Revestimentos mistos
Os revestimentos mistos disponíveis no mercado para a execução de coberturas consistem em chapas
compostas, painéis sandwich, telhas asfálticas e telhas metálicas, cuja composição, campo de aplicação e
vantagens se descrevem no decorrer deste texto.
As chapas compostas são constituídas por um núcleo resistente de chapa de aço galvanizada com 0,45 ou
0,63 mm de espessura, protegida em ambas as faces por camadas betuminosas com cargas minerais que,
por sua vez, são revestidas por folhas de alumínio gofrado. A folha de alumínio superior pode ser nas cores
alumínio natural, amarelo florido, barro vermelho, preto ou verde, e a folha de alumínio inferior é em geral de
cor verde clara (Figura 2.11, à esquerda).
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-15
A utilização deste revestimento abrange todo o tipo de construções e, comparativamente com as chapas de
aço galvanizadas simples, as chapas compostas apresentam várias vantagens, como uma maior resistência
à corrosão (devido às características da sua composição), maior isolamento acústico e amortecimento dos
efeitos do ruído da chuva e dos sons aéreos (cerca de 5 vezes superior ao da chapa simples). As chapas
compostas evitam ainda o sobreaquecimento para o lado interior das coberturas (a sua composição reduz o
calor absorvido e limita a transmissão do calor absorvido para o interior), sendo um revestimento indicado
para coberturas sem isolamento térmico (ALAÇO, 2009).
As características das chapas compostas e as especificações de desempenho devem estar em
conformidade com o estabelecido em Documento de Homologação (DH 585) do LNEC ou de um organismo
congénere.
Figura 2.11 - Chapa composta e painel sandwich (ALAÇO, ONDULINE, 2009)
Os painéis sandwich são constituídos por um núcleo de isolamento térmico em poliuretano expandido ou
poliestireno extrudido (30 a 80 mm de espessura), revestido em ambas as faces por chapas de aço
galvanizada ou por acabamentos em madeira (Figura 2.11, em cima à direita). No segundo caso, a face
superior consiste num aglomerado hidrófugo (10 ou 19 mm de espessura) e a face inferior (9 ou 10 mm de
espessura) poderá ter os seguintes acabamentos: tábuas maciças de abeto, aglomerado de partículas de
madeira, gesso cartonado e partículas de madeira e cimento (viroc).
Os painéis sandwich com chapas de aço aplicam-se principalmente em edifícios de comércio e serviços,
enquanto que os painéis sandwich com acabamento de madeira têm o seu campo de aplicação em edifícios
de habitação, podendo também funcionar como forro de telhas cerâmicas.
Estes revestimentos caracterizam-se por possuir elevada resistência mecânica, devido à combinação das
espessuras e densidades das diferentes camadas que os constituem e, por conseguinte, permitem a
construção de estruturas mais leves, simples e económicas. Pelo facto de contemplar isolamento térmico na
sua composição, permitem um maior aproveitamento dos espaços subjacentes e a grande variedade de
acabamentos interiores possibilita a escolha mais adequada a cada tipo de edifício.
A aplicação dos painéis sandwich é fácil, rápida e não necessita de mão-de-obra especializada, resultando
em obras de menor custo. Estes revestimentos revelam-se ainda uma solução segura e durável sob o ponto
de vista térmico, impermeabilidade, ventilação e estabilidade da cobertura (ONDULINE, 2009).
No Quadro 2.15 são resumidos os ensaios normalmente realizados aos painéis sandwich com acabamentos
metálicos para avaliação das suas características e verificação da sua conformidade com a documentação
normativa.
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-16 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
As telhas asfálticas são constituídas por um núcleo de fibra de vidro de 125 g/m2, revestidas em ambas as
faces por uma camada de betume oxidado ou modificado. Na camada superior é ainda adicionada uma
camada de granulado cerâmico e a camada inferior é complementada com uma camada de areia de sílica
(Figura 2.12, à esquerda).
Quadro 2.15 - Norma de ensaio de painéis sandwich com acabamentos metálicos
Norma de ensaio Propriedade
EN 14509:2006
Densidade
Resistência à tracção
Aderência do revestimento à circulação
Resistência à compressão
Módulo de elasticidade à tracção
Módulo de elasticidade à compressão
Estabilidade dimensional a 80 oC e a -20
oC
Absorção de água
Flexão
Reacção ao fogo
Coeficiente de condutibilidade térmica
Figura 2.12 - Telha asfáltica e telha metálica (ONDULINE, METROTILE, 2009)
A fibra de vidro, o betume oxidado ou modificado e os grânulos de cerâmica conferem às telhas uma maior
resistência aos agentes atmosféricos (chuva, vento, geada). O granulado dá ainda uma coloração às telhas
e protege o betume da acção dos raios ultravioleta.
Dado o reduzido peso destes revestimentos, possibilitam a construção de estruturas de suporte mais
simples e económicas.
Uma das vantagens das telhas asfálticas é a sua adaptabilidade e flexibilidade, pois é possível a sua
colocação em superfícies contínuas das mais variadas formas de modo fácil e rápido, pelo que possibilita a
redução de custos na fase de aplicação.
Estes revestimentos possuem ainda uma elevada durabilidade e são impermeáveis. A vasta gama de cores,
texturas e formas disponíveis no mercado permite um enquadramento estético com a envolvente
(ONDULINE, 2009).
As características das telhas asfálticas e as especificações de desempenho devem estar em conformidade
com o estabelecido na norma EN 544:2005.
As telhas metálicas são constituídas por uma base em aço com uma camada de Aluzinc (liga de alumínio
com zinco) nas faces superior e inferior, que lhes confere uma elevada rigidez e durabilidade, bem como um
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 2-17
peso muito baixo. A camada superior é ainda revestida com grânulos de pedra natural de diversas cores e
por uma sobrecapa acrílica, fornecendo-lhe um acabamento uniforme, semelhante à telha cerâmica (Figura
2.12, em cima à direita).
Existem vários tipos de telhas metálicas disponíveis no mercado, podendo ser adquiridas dentro de várias
geometrias, dimensões e cores.
A aplicação destes revestimentos verifica-se, principalmente, em construções novas de edifícios
habitacionais e caracteriza-se pela facilidade e rapidez na montagem.
As telhas metálicas apresentam várias vantagens, tais como peso reduzido, permitirem criar um efeito
estético agradável, possuírem boa resistência ao vento e a elevadas variações térmicas, poderem ser
aplicadas na proximidade do mar e conferirem um bom isolamento acústico (ruído da chuva igual ao gerado
nas telhas cerâmicas).
As características das telhas metálicas e as especificações de desempenho devem estar em conformidade
com o estabelecido em Documento de Homologação do LNEC ou de outra entidade congénere.
De acordo com o Documento de Homologação 853 do LNEC, as tolerâncias admissíveis para os valores
médios de características das telhas metálicas são: ± 7 mm ou ± 6 mm (para os valores nominais dos
comprimentos de 1330 e 1280 mm, respectivamente) e ± 2 mm ou ± 1 mm (para os valores nominais das
larguras de 415 e 265 mm, respectivamente).
2.4. SÍNTESE
Neste capítulo apresentaram-se as exigências funcionais que devem ser satisfeitas pelos revestimentos de
coberturas inclinadas, agrupadas em cinco grupos principais: de segurança, de habitabilidade, de
durabilidade, de economia e outras exigências.
Através da consulta de bibliografia da especialidade e de catálogos de empresas que comercializam
revestimentos para coberturas, verifica-se que a diversidade de materiais a utilizar é vasta, ainda que, nesta
dissertação, se trate apenas os RECI que apresentam uma utilização significativa, nomeadamente os de
ardósia, os cerâmicos, os de micro-betão, os de fibrocimento, os metálicos, os plásticos e os mistos.
A exposição da tecnologia associada aos RECI consistiu numa breve descrição dos materiais, da variedade
que existe no mercado, das suas principais aplicações, das suas características e dos documentos
normativos aplicáveis a cada revestimento.
Todos os RECI apresentam vantagens e inconvenientes, pelo que a adopção de uma dada solução
depende sobretudo da durabilidade, da economia e das exigências estéticas associadas ao tipo de
utilização do edifício. Conclui-se que existem revestimentos que são mais adequados para edifícios de
habitação e serviços, enquanto que outros se aplicam principalmente em edifícios de menor exigência ou
construções de carácter provisório.
Capítulo 2 - Tecnologia dos revestimentos
2-18 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-1
3. ANOMALIAS DOS REVESTIMENTOS
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As coberturas são um dos elementos construtivos mais afectados pela acção dos agentes atmosféricos
devido à sua elevada exposição e desempenham um papel fundamental na protecção dos edifícios contra a
penetração da humidade e água das chuvas.
Apesar da actual e crescente preocupação em conceber edifícios duráveis e com qualidade, verifica-se que
estes não apresentam os resultados esperados, em virtude das variadas anomalias que neles surgem.
No que se refere aos RECI, verifica-se um conjunto de anomalias mais ou menos graves que importa
eliminar sob pena de ocorrerem prejuízos não só na cobertura, mas também em toda a construção
subjacente.
As causas para o deficiente comportamento dos edifícios, nomeadamente das coberturas inclinadas, estão
relacionadas com a falta de rigor e qualidade na fase de concepção, de execução e da manutenção. De
facto, 40 a 50% das anomalias são originadas por deficiências no projecto e 25 a 35% das anomalias
devem-se a erros na execução (ARGILÉS et al., 2000).
Deste modo, é importante o conhecimento aprofundado das anomalias que ocorrem nestes revestimentos e
ainda das causas que as originaram, de modo a que, actuando sobre as causas da patologia, se visa a
eliminação das anomalias.
Como forma de optimizar a inspecção e o diagnóstico da patologia dos RECI, é fundamental a criação de
um sistema classificativo que concentre a informação dispersa e pouco sistematizada sobre esta temática e
que permita a obtenção de relações entre causas e efeitos das várias anomalias.
Este capítulo tem início com a proposta do sistema classificativo de anomalias em RECI, tendo como base a
literatura consultada, com o objectivo de se obter uma normalização da designação e tipificação das
anomalias neste tipo de revestimentos. Posteriormente, é apresentada uma matriz onde se relacionam as
anomalias com os vários tipos de revestimentos e, de seguida, é feita uma caracterização das anomalias,
ao nível das formas de manifestação e possíveis consequências.
Neste capítulo, é ainda proposto um sistema classificativo das causas prováveis, directas e indirectas, que
estão na origem das anomalias e de onde resultam índices de correlação, que permitem a construção de
uma matriz de correlação entre as anomalias e as respectivas causas associadas. Com base nesta matriz,
são definidas relações de simultaneidade entre anomalias, das quais resulta a construção de outra matriz
denominada de matriz de correlação das anomalias entre si.
Para terminar o capítulo, é apresentado um exemplo de uma ficha de anomalia, onde se pretende resumir
toda a informação relativa a cada anomalia.
3.2. CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS
As anomalias nos revestimentos de coberturas inserem-se nas de carácter não-estrutural que, segundo
AGUIAR, CABRITA e APPLETON (1997), podem ocorrer sob formas muito diversificadas dependendo da
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-2 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
natureza dos materiais, das técnicas de construção utilizadas e ainda da origem das causas e dos períodos
de ocorrência das anomalias.
Com o objectivo de estabelecer um sistema classificativo das anomalias verificadas nos RECI e após a
consulta da bibliografia sobre o tema, verificou-se que as anomalias eram agrupadas de acordo com o local
de ocorrência ou com as acções que lhes deram origem.
O primeiro tipo de classificação pode levar à repetição das anomalias dado que existem anomalias que
ocorrem ora nas zonas correntes ora nas zonas localizadas dos revestimentos. O segundo tipo de
classificação pode gerar alguma inexactidão na sua definição e também repetição, na medida em que uma
anomalia pode dever-se não apenas a uma acção, mas a várias acções conjugadas.
Por estes motivos, na presente dissertação, não se adoptou nenhuma das divisões referidas, por se achar
desadequadas para este trabalho e propõe-se um agrupamento das anomalias por tipologia e aspecto
visual, tendo-se obtido 4 grupos que se apresentam no Quadro 3.1. Dos quatro grupos, três dividem-se em
subgrupos, perfazendo um total de 19 anomalias principais.
Dentro de cada grupo, as anomalias foram ordenadas de acordo com a abrangência que manifestam em
termos de consequências observáveis: afectando apenas um elemento dos sistema de revestimento ou os
vários elementos. A identificação com caracteres alfabéticos e numéricos permitirá a elaboração das
matrizes de correlação, que posteriormente serão apresentadas.
O primeiro grupo diz apenas respeito às condensações que correspondem a uma das formas de
manifestação da humidade mais críticas para a ocorrência de anomalias nas coberturas (PAIVA, AGUIAR e
PINHO, 2006).
O segundo grupo concentra as anomalias que consistem em deformações do revestimento e
deslocamentos de elementos, originando pontos críticos de infiltração da água das chuvas.
O terceiro grupo é constituído pelas anomalias que se traduzem em envelhecimento e degradação, em
alterações estéticas, em perda de coesão e em desgaste dos revestimentos e acessórios das coberturas.
O quarto grupo é referente a defeitos de projecto / execução como a inclinação insuficiente ou excessiva de
coberturas, defeitos nos vários elementos de um sistema de RECI (fixações, juntas, remates, sistema de
ventilação, isolamento térmico) e ainda intervenções inadequadas.
A grande maioria das anomalias apresentadas nesta classificação proposta ocorre em todos os RECI;
contudo, verifica-se que algumas anomalias são específicas de determinados RECI.
As anomalias do primeiro e do segundo grupo são gerais pelo que se verificam em todos os RECI enquanto
no terceiro e quarto grupos existem anomalias específicas.
O descasque / escamação / esfoliação é uma anomalia que não se verifica nos revestimentos de
fibrocimento e nos revestimentos plásticos. Por outro lado, a desagregação / oxidação (envelhecimento) é
um processo patológico que apenas ocorre nos revestimentos de fibrocimento e nos revestimentos
plásticos.
A corrosão é uma anomalia que se verifica apenas nos revestimentos metálicos e mistos (com excepção
das telhas asfálticas) e a inexistência / deterioração de cordões de estanqueidade ocorre apenas nos
revestimentos de fibrocimento, metálicos, plásticos e mistos. As relações entre as anomalias e os RECI são
apresentadas no Quadro 3.2.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-3
Quadro 3.1 - Classificação de anomalias em RECI proposta
A-C CONDENSAÇÕES
A-D DESLOCAMENTOS / DEFORMAÇÕES
A-D1 deformações acentuadas do revestimento
A-D2 desalinhamento de elementos de revestimento
A-D3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
A-E DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO
A-E1 acumulação de detritos
A-E2 corrosão
A-E3 descasque / escamação / esfoliação
A-E4 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
A-E5 diferenças de tonalidade / alteração de cor
A-E6 desagregação / oxidação (envelhecimento)
A-E7 fissuração / fractura
A-O DEFEITOS DE PROJECTO / EXECUÇÃO
A-O1 defeitos nas fixações
A-O2 defeitos nos remates
A-O3 inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade
A-O4 sobreposição insuficiente ou excessiva
A-O5 defeitos no sistema de isolamento térmico
A-O6 defeitos no sistema de ventilação
A-O7 inclinação insuficiente ou excessiva
A-O8 intervenções incorrectas ou deficientes
Quadro 3.2 - Relação entre as anomalias e os RECI
Anomalias Revestimentos
Ardósia Cerâmicos Micro-betão Fibrocimento Metálicos Plásticos Mistos
A-C X X X X X X X
A-D1 X X X X X X X
A-D2 X X X X X X X
A-D3 X X X X X X X
A-E1 X X X X X X X
A-E2
X
X1
A-E3 X X X X X
A-E4 X X X X X X X
A-E5 X X X X X X X
A-E6 X X
A-E7 X X X X X X X
A-O1 X X X X X X X
A-O2 X X X X X X X
A-O3 X X X X
A-O4 X X X X X X X
A-O5 X X X X X X X
A-O6 X X X X X X X
A-O7 X X X X X X X
A-O8 X X X X X X X
1com excepção das telhas asfálticas
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-4 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS ANOMALIAS
3.3.1. Condensações
As condensações ocorrem sempre que o vapor de água existente no ambiente interior de um edifício entra
em contacto com uma superfície cuja temperatura seja igual ou inferior ao ponto de orvalho correspondente
à concentração do vapor de água no ar. Neste ponto, a água passa do estado gasoso para o estado líquido
(Figura 3.1).
Segundo CÓIAS (2006), as condensações ocorrem principalmente no Inverno, tanto em zonas localizadas,
como em zonas correntes de coberturas, devido a sistemas de ventilação e isolamento térmico deficientes e
ainda à inexistência ou descontinuidade da barreira pára-vapor.
Este fenómeno assume maior relevo em coberturas localizadas em regiões climáticas com temperaturas do
ar baixas ou em locais interiores com elevada produção de vapor de água, tais como piscinas, cozinhas e
balneários (LOPES, 2001).
A ventilação é uma componente importante da cobertura e não deve ser descurada, pois possibilita a
substituição do ar quente e húmido interior por ar mais seco, proveniente do exterior, contribuindo deste
modo para a redução do risco de condensações na cobertura (FONTINHA e SALTA, 2004).
As condensações contribuem para a degradação das coberturas (Figura 3.2), traduzindo-se na redução das
características de isolamento térmico (devido ao seu humedecimento), na deterioração dos elementos
metálicos que ficam sujeitos ao contacto com água por períodos longos em condições deficientes de
arejamento e ainda na acumulação de água nos elementos de suporte dos revestimentos da cobertura
(AGUIAR, CABRITA e APPLETON, 1997).
Figura 3.1 - Condensações na face inferior de
revestimentos cerâmicos (APICC, 1998)
Figura 3.2 - Efeitos das condensações na
superfície interior de revestimentos metálicos
(AQC, 2009a)
Além das consequências referidas, as condensações são também responsáveis pela formação de manchas
escuras de retenção de poeiras e pelo desenvolvimento de fungos e bolores.
RATO (2002) refere que a ocorrência de condensações nas telhas asfálticas provoca a perda de aderência
entre os elementos e, consequentemente, a perda de funcionalidade nas zonas de remate. Neste tipo de
revestimento, as condensações podem ainda originar a formação de bolhas de ar nos elementos e a
fissuração destes.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-5
3.3.2. Deformações acentuadas do revestimento
As deformações acentuadas nos revestimentos de coberturas inclinadas devem-se, sobretudo, a
assentamentos na estrutura de suporte, por falta de capacidade resistente para suportar as solicitações a
que a cobertura se encontra sujeita ao longo da sua vida útil, tais como o peso próprio, a acção de agentes
atmosféricos e outros (APICC, 1998). A falta de capacidade resistente dos elementos estruturais pode
dever-se a defeitos de concepção (dimensionamento deficiente), de execução ou falta de manutenção
(deterioração dos elementos em resultado das infiltrações da humidade de precipitação).
As deformações nas estruturas de suporte traduzem-se em alterações na sua geometria e
consequentemente no aparecimento de zonas de convexidade / concavidade nos revestimentos das
coberturas (Figura 3.3).
De acordo com PAIVA, AGUIAR e PINHO (2006), em estruturas de suporte de madeira, a deformação
excessiva dos seus elementos resulta na perda de estanqueidade das coberturas (abertura de juntas
longitudinais e transversais), pelo que as infiltrações daí resultantes agravam os fenómenos de deterioração
dos elementos estruturais de madeira, resultando num ciclo de degradação da cobertura.
No que diz respeito à deformação de revestimento de plástico, em alguns casos é originada por excesso de
calor libertado no ambiente interior, como por exemplo em armazéns de adubos (LOPES, 2001).
Figura 3.3 - Deformações acentuadas em
revestimentos cerâmicos
3.3.3. Desalinhamento de elementos do revestimento
O alinhamento dos elementos de revestimento deve ter em conta as características geométricas dos vários
modelos dos elementos e ainda o respectivo espaçamento do ripado, cuja execução deve ser rigorosa e
respeitar os valores de projecto. A colocação dos elementos deve iniciar-se paralelamente à extremidade
das coberturas e não pela cumeeira, pelo que os acertos devem ser feitos nas cumeeiras, através de corte
mecânico e os remates devem ser executados utilizando os acessórios adequados.
No caso dos revestimentos cerâmicos e de micro-betão, o alinhamento das telhas deve ser executado de
acordo com o tipo de telha a empregar, procedendo-se ao seu alinhamento transversal e longitudinal (p.e.
na telha Lusa, o alinhamento deve ser executado pelo meio do canudo e não pelo bordo - Figura 3.4).
O desalinhamento das telhas e chapas é uma anomalia que resulta na formação de descontinuidades
(Figura 3.5) e juntas nos elementos de revestimento, pontos que são favoráveis à penetração da humidade
de precipitação na cobertura.
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-6 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Figura 3.4 - Fiadas de telhas
alinhadas pelo bordo direito
Figura 3.5 - Desalinhamento de revestimentos
metálicos
3.3.4. Desprendimento / descolamento de elementos do revestimento
O desprendimento / descolamento (Figura 3.6) de elementos do revestimento ocorre com maior frequência
em coberturas que apresentam inclinações acentuadas, elementos incorrectamente colocados ou
degradados e ainda elementos sem fixação, por acção dos ventos fortes (APICC, 1998).
SOUSA (2003) refere que, quando não são respeitados em conjunto os factores pendente, extensão da
sobreposição e grau de exposição da cobertura, ou quando existem elementos de fixação deficientes ou
degradados, a acção do vento é especialmente responsável pelo levantamento das telhas ou chapas.
Figura 3.6 - Descolamento em revestimento de
telhas asfálticas
Figura 3.7 - Desprendimento e ausência de soletos
de zinco (BRANCO, 2003)
De modo a evitar a ocorrência de desprendimentos de elementos de revestimento ou o seu deslizamento, é
muito importante o estudo do melhor sistema de fixação mecânica, tendo em conta os factores referidos.
A escolha da técnica de fixação mais adequada revela-se muito importante no caso de certas soluções
arquitectónicas, como sejam vertentes de coberturas com inclinações muito elevadas, em que se torna
quase imperativo o recurso à fixação das telhas, por pregagem ao ripado.
O desprendimento ou ausência de elementos de revestimento coloca a estrutura da cobertura em exposição
directa à entrada da água das chuvas (Figura 3.7), resultando na degradação dos materiais de isolamento
ou da estrutura de suporte e em infiltrações para o interior dos edifícios, agravando ainda mais a patologia
dos revestimentos.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-7
3.3.5. Acumulação de detritos
A acumulação de detritos e outros materiais sobre os elementos de revestimento contribui para o
aparecimento de vegetação parasitária que prejudica o correcto funcionamento de uma cobertura, na
medida em que dificulta o escoamento das águas pluviais. Por conseguinte, criam-se condições para a
formação de zonas de acumulação de humidade de precipitação de onde resultam infiltrações sob a
cobertura, sempre que a quantidade de água estagnada e a acção dos ventos exercem influência nesse
sentido (APICC, 1998).
Esta anomalia pode ocorrer em qualquer local de uma cobertura, tanto nas zonas correntes do
revestimento, como nos pontos de ventilação ou nos elementos de drenagem de água.
SOUSA (2003) defende que a acumulação de detritos pode resultar também da existência de animais
(pombos) sobre a cobertura, cuja acção (fezes, cadáveres e restos de ninhos) prejudica a capacidade de
escoamento da cobertura, principalmente nas zonas menos inclinadas, nomeadamente nos beirados, nas
caleiras e em embocaduras de tubos de queda.
A acção destes animais inclui também uma componente química, que se traduz em reacções entre os
ácidos produzidos pelo metabolismo dos agentes biológicos (presentes nas fezes) e os elementos de
revestimento.
Nos materiais cerâmicos, os efeitos químicos dos ácidos estão associados ao aumento da porosidade
daqueles, sem no entanto comprometer a sua durabilidade, e, nos materiais metálicos e mistos, contribuem
para o aparecimento de fenómenos de corrosão, quer de elementos de revestimento, quer de elementos de
fixação.
Segundo ROCHA (2008), a acumulação de sujidade nas coberturas com revestimentos cerâmicos, provoca
a alteração da tonalidade dos elementos, na medida em que os torna mais escuros, levando a um aumento
da quantidade de calor de radiação gerado na cobertura e à deterioração das condições de conforto
térmico.
Assim, de modo a minimizar a acumulação de detritos e garantir o bom funcionamento de uma cobertura,
torna-se necessária a realização de acções de manutenção regulares, que consistirão na limpeza de
detritos em geral susceptíveis de degradação das coberturas (Figuras 3.8 e 3.9). De acordo com APICC
(1998), a periodicidade de tais operações nas zonas correntes do revestimento deverá ser no mínimo anual.
Por outro lado, as operações de desobstrução dos pontos de ventilação e do sistema de evacuação de
águas deverão ter uma periodicidade semestral.
Figura 3.8 - Acumulação de detritos em chapas de
fibrocimento
Figura 3.9 - Acumulação de detritos em
revestimentos mistos
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-8 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
3.3.6. Corrosão
A corrosão é o principal processo de degradação dos revestimentos metálicos de coberturas e pode
manifestar-se através de anomalias superficiais (embranquecimento, alteração de cor, manchas,
escorrimentos, empolamentos e destacamentos) e anomalias profundas (picadas / perfurações, diminuição
da espessura do elemento, perda de elementos ou de partes destes e fissuras / fracturas) (FONTINHA e
SALTA, 2004).
A corrosão pode ocorrer por contacto entre dois materiais metálicos ou ocorrer apenas num mesmo
elemento metálico.
Na primeira situação, entre os dois metais desenvolve-se uma diferença de potencial que gera um fluxo de
corrente eléctrica que, na presença de água, provoca a transferência de electrões de um elemento metálico
para o outro. O elemento que sofre corrosão é o que perde electrões sendo que o elemento no qual se dão
as reacções de consumo dos electrões transferidos fica intacto.
Na segunda situação, a corrosão do elemento metálico deve-se às diferentes condições em que se
encontra exposto, tais como humidade, temperatura, pH, concentração de oxigénio ou de outros agentes
corrosivos, ou ainda devido a heterogeneidades da microestrutura do elemento metálico. Estas
heterogeneidades podem dever-se ao processo de fabrico ou ser causadas por acções externas (operações
de soldadura).
A corrosão não ocorre apenas em ambientes exteriores, pelo que pode verificar-se nas superfícies interiores
de revestimentos metálicos, devido à humidade de condensação. Este fenómeno é ainda mais problemático
em regiões climáticas com temperaturas do ar baixas, ou em locais interiores com elevada produção de
vapor de água, tais como piscinas, cozinhas e balneários (PAIVA, AGUIAR e PINHO, 2006). Por vezes, a
possibilidade de corrosão é superior no interior desses locais, devido às condensações, do que no exterior
devido aos agentes atmosféricos.
De uma forma geral, a corrosão depende, não só do tipo de revestimento metálico, mas também das
condições do meio ambiente (Figura 3.10).
Segundo FONTINHA e SALTA (2004), o comportamento à corrosão varia consoante o material metálico,
sendo que o aço inoxidável e o cobre são os metais mais resistentes. O estado da superfície do
revestimento (existência de camadas de protecção anticorrosiva, tipo de acabamento da superfície) é um
dos factores do qual depende o comportamento à corrosão.
Como referido, as manifestações da corrosão podem ser superficiais (alteração do aspecto da superfície e
uma perda superficial de revestimento) e profundas (a perda de material metálico é significativa e pode
colocar em causa a funcionalidade e segurança do revestimento).
O aço inoxidável apresenta uma elevada resistência à corrosão, em qualquer ambiente. Esta protecção é
conferida por uma camada de óxidos de crómio hidratados que se forma na sua superfície, bastando para
tal que esteja na presença de um agente oxidante. Num meio natural, o oxigénio desempenha o papel de
agente oxidante pelo que a colocação do aço inoxidável em condições arejadas favorece a sua passivação.
O aço inoxidável pode sofrer, essencialmente, corrosão localizada por picadas devido à presença de iões
cloreto no meio ambiente que destroem localmente a camada de óxido. Pelo facto de ser um material nobre,
pode provocar a corrosão bimetálica no alumínio e no zinco.
A corrosão do zinco é muito lenta devido à formação de produtos de corrosão protectores, na sua
superfície, nomeadamente óxidos e carbonatos básicos, que retardam a acção da corrosão. Por outro lado,
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-9
verifica-se uma corrosão acelerada deste material em meios neutros e ácidos (pH < 6) e em meios alcalinos
(pH > 12,5), em consequência da dissolução dos produtos de corrosão formados (ASM INTERNATIONAL,
1989; PORTER, 1994).
Os revestimentos de zinco podem sofrer corrosão uniforme (corrosão generalizada que progride
praticamente à mesma velocidade em toda a superfície), localizada por picadas (corrosão localizada que
conduz à formação de cavidades no material, a partir da superfície) e bimetálica quando contacta com o
cobre ou com o aço inoxidável.
O cobre é um metal em que a corrosão se desenvolve lentamente quando em contacto com o ar e água não
poluídos, em meios ácidos não oxidantes e pouco arejados e nos meios salinos. A sua corrosão é agravada
quando o material contacta com ácidos oxidantes, enxofre, amoníaco e outros compostos (FONTINHA e
SALTA, 2004).
A formação de uma patina (camada de produtos de corrosão) aderente à superfície do cobre e muito
compacta, protege-o dos agentes agressivos e confere resistência à corrosão.
Os revestimentos em cobre podem sofrer corrosão uniforme e nalgumas condições específicas, corrosão
localizada por picadas. Os latões com teor em zinco superior a 15% podem sofrer corrosão selectiva através
da deszincificação (remoção do zinco da liga Cu-Zn) e as ligas de cobre-alumínio com mais de 8% de
alumínio podem sofrer corrosão selectiva por desaluminização - remoção do alumínio (ASM
INTERNATIONAL, 1989; MATTSSON, 1996).
O alumínio apresenta uma velocidade de corrosão muito elevada em meios aquosos ácidos (pH < 4) e em
meios aquosos alcalinos (pH > 8,5). Em meios neutros, ocorre a formação de uma camada de óxidos
protectora, na sua superfície, que conduz à sua passivação (ASM INTERNATIONAL, 1989).
O contacto directo do alumínio com betão ou argamassas frescas pode acelerar a corrosão deste material
metálico, no caso de o pH destes produtos ser ácido ou alcalino.
Além da corrosão uniforme, o alumínio pode também sofrer corrosão bimetálica quando em contacto com
aços, zinco e cobre (Figura 3.11).
Figura 3.10 - Corrosão em revestimentos
metálicos, por desaparecimento da camada de
tinta de protecção (BRANCO, 2003)
Figura 3.11 - Corrosão bimetálica por contacto
directo entre o aço e o alumínio (BRANCO, 2003)
3.3.7. Descasque / escamação / esfoliação
Os descasques são anomalias que podem ocorrer em revestimentos cerâmicos e de micro-betão, mesmo
em elementos ensaiados à resistência ao gelo, se durante a aplicação não for observada a sua ventilação
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-10 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
ou arejamento (PAIVA, AGUIAR e PINHO, 2006). Esta exigência tem ainda maior importância nas telhas de
micro-betão, pelo facto de as ondas deste tipo de revestimento serem menores, o que dificulta mais a
ventilação.
Uma deficiente ventilação da superfície inferior dos elementos prolonga o seu tempo de secagem em
situações de acção da chuva e humidade ambiente. Este problema torna-se ainda mais grave quando, após
a saturação, os elementos estão sujeitos a ciclos gelo-degelo.
Segundo SOUSA (2003), nestas situações, dado que o processo de secagem é lento, ficará água retida nos
poros do material que passará para o estado sólido (no caso de ocorrência de temperaturas negativas),
aumentando de volume e podendo provocar o descasque dos revestimentos cerâmicos e de micro-betão
(Figura 3.12).
Figura 3.12 - Descasques em revestimentos cerâmicos Figura 3.13 - Esfoliação em
revestimentos mistos
Pelas razões descritas, entende-se que seja da maior importância a existência de uma correcta ventilação
para garantir o equilíbrio entre o ambiente e os revestimentos, isto é, que permita a troca de calor e de
humidade do interior com o exterior (APICC, 1998).
As cumeeiras e rincões fixados com argamassa revelam-se zonas críticas para a ocorrência de descasques,
na medida em que, tendo a argamassa um processo de secagem mais lento e estando em contacto com os
elementos, desempenha a função de humidificador destes, o que significa que a argamassa prolonga as
condições de humidade, deixando os revestimentos mais sujeitos aos ciclos gelo-degelo (APICC, 1998).
A forma de contornar este problema consiste em utilizar acessórios e materiais que permitem uma boa
ventilação das cumeeiras e rincões de modo a prolongar a durabilidade dos revestimentos.
Segundo ZEFERINO e MARTINS (2006), as ardósias caracterizam-se por garantirem melhor estanqueidade
à água das chuvas do que os revestimentos cerâmicos, na medida em que absorvem menor percentagem
de humidade. Por este facto, a acção dos ciclos gelo-degelo tem um impacte menos significativo para a
ocorrência de escamações nos revestimentos de ardósia.
A ocorrência desta anomalia na ardósia deve-se sobretudo à facilidade que este tipo de material tem para
soltar lascas, em virtude do seu processo de formação na natureza. Sendo as ardósias rochas síltico-
argilosas de derivação sedimentar, desenvolvem-se por camadas que constituem panos preferenciais de
delaminação para a obtenção de chapas ou soletos (ZEFERINO e MARTINS, 2006). Nos casos em que os
elementos de ardósia não são calibrados e polidos, as pequenas fissuras que possam existir nesses
elementos abrem-se facilmente, dando origem a escamações.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-11
Segundo FONTINHA e SALTA (2004), a esfoliação das camadas de protecção de revestimentos metálicos
e mistos (Figura 3.13) pode ocorrer devido ao fenómeno da corrosão, em virtude da pressão exercida pelos
produtos de corrosão.
A corrosão por esfoliação ocorre de forma paralela à superfície metálica e em diferentes camadas. O
produto da corrosão que se forma entre a estrutura dos grãos do material é volumoso e provoca a
separação das camadas que sofreram a acção corrosiva, originando o empolamento e destacamento do
material metálico (PONTE, 2003).
3.3.8. Desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
O desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica (plantas, fungos, líquenes, verdetes,
musgos) nos revestimentos de coberturas está associado a um escoamento deficiente das águas pluviais e
à estagnação das águas em determinadas zonas das coberturas (APICC, 1998).
Esta anomalia está directamente relacionada com a acumulação de detritos, na medida em que, ao ser
dificultado o escoamento das águas, são criadas as condições de humidade necessárias ao
desenvolvimento dos microrganismos biológicos e de vegetação de maior porte, tendo a radiação solar
como fonte de energia (Figura 3.14).
Esta anomalia pode ocorrer em qualquer local de uma cobertura, tanto nas zonas correntes do
revestimento, como nos pontos de ventilação como nos elementos de drenagem de água.
SOUSA (2003) refere que o desenvolvimento de musgos e verdete pode dever-se também a uma ventilação
insuficiente dos elementos de revestimento, com especial incidência em locais menos arejados e mais
planos, como beirados, caleiras e embocaduras de tubos de queda (Figura 3.15).
O desenvolvimento de vegetação que se acumula na superfície dos elementos de revestimento contribui,
como referido, para a retenção da água nos poros dos materiais, tornando-os mais vulneráveis a acções
mecânicas e aos ciclos gelo / degelo (SOUSA, 2003).
Figura 3.14 - Desenvolvimento de vegetação em
revestimentos cerâmicos
Figura 3.15 - Desenvolvimento de vegetação em chapas
de fibrocimento (HARRISON, 1996)
À semelhança da acumulação de detritos, a forma de evitar a ocorrência da presente anomalia prende-se
com a realização de operações de manutenção regulares, que consistirão na eliminação da vegetação
parasitária susceptível de provocar fenómenos de degradação das coberturas (APICC, 1998). Dada a
estreita relação entre as anomalias referidas, as acções de limpeza das zonas correntes coincidem e
deverão ser realizadas pelo menos uma vez por ano.
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-12 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Por outro lado, as operações de desobstrução dos pontos de ventilação e do sistema de evacuação de
águas deverão ter uma periodicidade semestral.
3.3.9. Diferenças de tonalidade / alteração de cor
As diferenças de tonalidade nos revestimentos cerâmicos podem ocorrer durante a cozedura das telhas, em
situações normais de gradientes de temperatura ou de atmosfera óxi-redox, resultando em variações de
tons associadas ao processo de fabrico. Contudo, estas diferenças de tonalidade não colocam em causa de
forma alguma estes revestimentos, desde que as características funcionais sejam controladas durante o
processo de fabrico (APICC, 1998).
Sempre que se pretende tirar partido do efeito estético através de variações de tom nas telhas aplicadas
numa cobertura, as diferenças de tonalidade não são consideradas uma anomalia.
Contudo, para coberturas que tenham a exigência de telhas com a mesma tonalidade, as diferenças de
tonalidade podem já ser consideradas anomalias, uma vez que podem ser indicativas de que as telhas
sejam de qualidade ou remessas diferentes.
Esta situação verifica-se com frequência em trabalhos de reparação das coberturas nos quais os elementos
deteriorados são substituídos por outros de tonalidade diferente, provocando o aparecimento de zonas de
revestimento de tons diferentes e contribuindo para o efeito inestético das coberturas (Figura 3.16).
A alteração de cor nos elementos de ardósia está associada ao aparecimento de manchas na superfície,
devido à modificação dos minerais ferrosos existentes nestes elementos pétreos, que são transformados
em óxido e hidróxidos de ferro amarelados, castanho-avermelhados, castanhos ou vermelhos (ferrugem)
(Figura 3.17).
A alteração de cor nos revestimentos metálicos caracteriza-se pela formação de uma camada de produtos
de corrosão que afectam sobretudo os materiais sem revestimento de protecção anticorrosiva e ao fim de
algum tempo de exposição (Figura 3.18). As alterações iniciais traduzem-se em perda de brilho e
embranquecimento. À medida que a corrosão evolui e adensa, as superfícies metálicas perdem o seu brilho
e formam-se os produtos de corrosão que dão a cor ao material. Consoante o material metálico, os produtos
resultantes de uma corrosão superficial têm diferentes cores. A corrosão do aço origina produtos castanho-
alaranjados (ferrugem); a corrosão do cobre origina produtos castanho-avermelhados, pretos ou verdes e a
corrosão do alumínio e zinco origina produtos cinzento-claros (FONTINHA e SALTA, 2004).
Figura 3.16 - Diferenças de tonalidade em
revestimentos cerâmicos
Figura 3.17 - Manchas de ferrugem em telhas de
ardósia
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-13
Os produtos de corrosão podem desempenhar um papel de camada de protecção se esta for uniforme,
aderente e pouco solúvel, pelo que a alteração de cor verificada nestes casos é apenas considerada uma
anomalia estética, em virtude de não representar corrosão activa.
Existem casos em que a alteração de cor se encontra associada à formação de camadas não protectoras
de produtos de corrosão que provocam anomalias profundas nos revestimentos. O processo da corrosão de
elementos metálicos foi abordado no §3.3.6.
É pouco frequente a alteração generalizada de cor nos revestimentos em aço inoxidável e em alumínio
anodizado, com excepção dos localizados em atmosferas muito poluídas (FONTINHA e SALTA, 2004).
No caso dos revestimentos plásticos, a alteração de cor manifesta-se pela perda de capacidade translúcida
ou de transparência (Figura 3.19), características essenciais à iluminação natural dos espaços interiores
adjacentes cuja exigência ditou a escolha deste tipo de revestimentos (PEREIRA, 1976).
Nas chapas plásticas de policarbonato, esta anomalia caracteriza-se pelo desenvolvimento de colónias de
fungos que está associado a infiltrações de água nos alvéolos.
Figura 3.18 - Alteração de cor por corrosão em
revestimentos metálicos de cobre
Figura 3.19 - Alteração de cor por envelhecimento
em revestimento de PVC (HARRISON, 1996)
3.3.10. Desagregação / oxidação (envelhecimento)
O fibrocimento é constituído por uma pasta de micro-betão endurecida (matriz) e fibras de amianto (micro-
armadura) (PAULO e BRITO, 2001).
À semelhança de matrizes de produtos com base em micro-betão (betão e argamassas), também a matriz
do fibrocimento pode sofrer deterioração por agentes químicos agressivos e outros agentes atmosféricos,
tais como a exposição ao vento, humidade, ciclos gelo / degelo e outros factores climatéricos (GRAM,
1988).
Segundo DIAS, CINCOTTO, SAVASTANO e JOHN (2007), os principais fenómenos de deterioração e
envelhecimento do fibrocimento são a carbonatação, a lixiviação e as chuvas ácidas, que afectam os seus
compostos, tais como a portlandite (P), a etringite (Et) e os silicatos de cálcio (C-S-H).
O processo de carbonatação da etringite forma carbonato de cálcio, gesso e hidróxido de alumínio e liberta
água, de acordo com a expressão de CHEN, ZOU e CHEN (1994):
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-14 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
A lixiviação é um mecanismo de deterioração que provoca um enfraquecimento do fibrocimento, na medida
em que gera a remoção por percolação ou fluxo de água dos compostos presentes na matriz de pasta de
micro-betão (TAYLOR, 1997). Por outro lado, a lixiviação por chuva pode gerar pequenas profundidades de
camada deteriorada, com impactes significativos na resistência à flexão.
Deste modo, a lixiviação afecta o desempenho mecânico do fibrocimento e provoca ainda a libertação de
fibras de amianto no meio ambiente (BABIC, 2006).
A chuva ácida causada pela poluição é um mecanismo de degradação mais intenso do que a lixiviação e
consiste no ataque por sulfatos, inicialmente sobre a superfície, e que posteriormente progride para o
interior do material, criando assim uma camada deteriorada (BEDDOE e DORNER, 2005).
O ataque dos sulfatos sobre os materiais com base de micro-betão é descrito pelas seguintes expressões
simplificadas de ZIVICA e BAJZA (2001):
Num trabalho realizado por DIAS, CINCOTTO, SAVASTANO e JOHN (2007), da Universidade de São
Paulo, no Brasil, procurou-se avaliar os efeitos do envelhecimento nas propriedades dos elementos de
fibrocimento, através do estudo de elementos deste tipo de revestimento, expostos a intempéries e em uso
há mais de 30 anos. As amostras de elementos de fibrocimento foram recolhidas de duas cidades
brasileiras (São Paulo - USP e Criciúma - CRI). Em relação aos agentes de deterioração, São Paulo
apresenta poluição urbana e industrial, enquanto que Criciúma concentra actividades ligadas à exploração
de carvão, estações termoeléctricas de carvão e regista intensas ocorrências de chuvas ácidas.
Para a realização do estudo, e como termo de comparação, foram também avaliadas amostras de
elementos de fibrocimento novos disponíveis no mercado local (amostras não-envelhecidas).
De entre os testes efectuados, ressalvam-se os que tiveram por objectivo o estudo da porosidade e do
desempenho mecânico dos elementos.
Para avaliação da porosidade, foram realizados testes MIP - Mercury Intrusion Porosimetry utilizando um
aparelho designado de Micromeritics Auto Pore III e amostras previamente secas (70 ± 5 oC a 60 kPa). A
equação Washburn, com um ângulo de contacto de 130º e tensão superficial de mercúrio de 485 x 10-3
N/m,
determinou a distribuição dos tamanhos dos poros (SATO, 1998).
Para avaliação das propriedades mecânicas, foram realizados ensaios tendo em vista a obtenção do
módulo de rotura e do módulo de elasticidade.
Nos resultados obtidos, verificou-se que, por um lado as amostras de São Paulo e as amostras novas
apresentavam porosidades mais baixas do que as amostras de Criciúma (Figura 3.20) e, por outro, as
amostras de São Paulo apresentavam comportamento mecânico semelhante ao das amostras novas. Os
ensaios realizados nas amostras de Criciúma revelaram valores mais baixos nos módulos de rotura e de
elasticidade, devido à porosidade e a deterioração da camada superficial serem mais elevadas (Figura
3.21).
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-15
Figura 3.20 - Distribuição dos tamanhos dos poros nas amostras (DIAS,
CINCOTTO, SAVASTANO e JOHN, 2007)
Figura 3.21 - Propriedades mecânicas dos
elementos de fibrocimento (DIAS,
CINCOTTO, SAVASTANO e JOHN, 2007)
Para estudar o impacte do mecanismo de lixiviação, foi realizada uma avaliação SEM - Scanning Electron
Microscope das superfícies dos três tipos de amostras. Após serem cuidadosamente lavadas com água
para remover a crosta superficial de patina de modo a expor a superfície cimentícia, receberam uma
cobertura de carbono. Na avaliação SEM das amostras novas, não foi possível identificar nenhuma fibra na
superfície, como já seria de esperar. Em relação às amostras de São Paulo, verificou-se que ocorreu uma
ligeira lixiviação da superfície que expôs parcialmente as fibras, mantendo-se ainda a maior parte coberta
pela pasta de micro-betão. No que diz respeito às amostras de Criciúma, a avaliação SEM permitiu verificar
a total visibilidade dos feixes de fibras após lavagem, o que indicia uma intensa actuação da lixiviação
(Figura 3.22).
Figura 3.22 - Avaliação SEM - a) Amostras não envelhecidas; b) Amostras de São Paulo; c) Amostras de Criciúma
(DIAS, CINCOTTO, SAVASTANO e JOHN, 2007)
De acordo com DIAS, CINCOTTO, SAVASTANO e JOHN (2007), os testes realizados permitiram concluir
que, nos elementos provenientes de São Paulo a carbonatação da matriz de micro-betão foi a única
transformação de envelhecimento relevante, enquanto que nos elementos retirados da cidade de Criciúma,
que foram expostas a chuvas ácidas intensas, foram observados os efeitos dos mecanismos de
carbonatação, lixiviação e ataque de sulfatos.
Deste modo, conclui-se que a lixiviação e o ataque de sulfatos afectam significativamente as propriedades
mecânicas da matriz cimentícia do fibrocimento, reduzindo a sua vida útil.
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-16 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
O envelhecimento dos revestimentos plásticos está associado à sua fraca durabilidade face à acção da
radiação solar e à acção dos agentes atmosféricos (Figura 3.23), quando comparados com outros materiais
de revestimento. Esta anomalia manifesta-se através de reacções químicas de oxidação que provocam a
perda de transparência dos elementos de revestimento e ainda pelo aumento de temperatura que degrada
os materiais, tornando-os mais quebradiços e deformáveis (BRITO, 2004).
Figura 3.23 - Envelhecimento de chapas termo-endurecidas
de resina de poliéster armadas com fibra de vidro (HARRISON, 1996)
3.3.11. Fissuração / fractura
A fissuração / fractura de elementos pode ocorrer nos vários tipos de revestimentos de coberturas,
resultando em pontos de infiltração da água das chuvas (Figura 3.24).
PAIVA, AGUIAR e PINHO (2006) referem que a ocorrência de fissuração nos elementos de revestimento
pode ter origem em causas estruturais, tais como assentamentos diferenciais dos elementos da estrutura de
suporte que pode provocar desnivelamentos na cobertura ou a existência de vãos excessivos associados à
fixação de cargas não previstas no projecto.
A origem das fissurações está também relacionada com causas não-estruturais que consistem, sobretudo
em acções de choque provocadas pela colocação de equipamento sobre as coberturas, quedas de granizo,
queda de objectos pesados e ferramentas (AGUIAR, CABRITA e APPLETON, 1997).
Também a circulação descuidada de pessoas e cargas em acções de manutenção e outros trabalhos,
aliada à inexistência de percursos preferenciais definidos na cobertura, contribuem para a ocorrência desta
anomalia. Sempre que se preveja a necessidade de visitas regulares às coberturas e a circulação esteja
dificultada, seja devido à inclinação ou à exposição, deverá estabelecer-se percursos sobre as coberturas,
utilizando acessórios para o efeito, tais como as telhas com passadeira (no caso dos revestimentos
cerâmicos) que, para além de facilitarem a circulação, desempenham também funções de ventilação
(APICC, 1998).
Figura 3.24 - Fractura em revestimento cerâmico Figura 3.25 - Fractura em revestimento
de fibrocimento
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-17
A fissuração / fractura nos elementos de fibrocimento está também associada ao seu envelhecimento, pelos
mecanismos de degradação referidos no §3.3.10. Como referido, o envelhecimento do fibrocimento provoca
uma diminuição da sua resistência mecânica e a longo prazo leva à sua fragilização, tornando-o mais
quebradiço e susceptível de ocorrerem fissuras e fracturas (BRITO, 2004) (Figura 3.25).
De acordo com RATO (2002), nos revestimentos metálicos, o aparecimento e desenvolvimento de
fissuração através da rede cristalina do metal pode dever-se à acção conjunta da corrosão e de tensões
mecânicas, nomeadamente fadiga e tracção, em condições ambientais favoráveis, que pode levar à rotura
do revestimento metálico em certas zonas.
Nos revestimentos metálicos, a existência de tensões residuais no metal, resultantes do processo de
fabrico, como a soldadura, estiragem, laminagem a frio ou forjagem, pode provocar a fissuração dos
elementos (FONTINHA e SALTA, 2004).
A ocorrência de fissuração nos revestimentos asfálticos (telhas asfálticas) pode estar associada a
movimentos térmicos, à concentração de vapor de água na superfície inferior do asfalto (betume oxidado)
ou ainda ser devida a movimentos da estrutura (RATO, 2002).
3.3.12. Defeitos nas fixações
As deficiências nas fixações podem manifestar-se através de corrosão das peças (Figura 3.26) e outros
acessórios, de deformação localizada do elemento de revestimento junto à peça de fixação, deformação da
própria peça e ainda através da rotura das peças (LOPES, 2001).
É ainda considerada como anomalia a inadequação das peças de fixação que se traduz na
incompatibilidade química entre materiais de natureza diferente, podendo provocar fenómenos de corrosão
bimetálica, como referido em §3.3.6. Segundo FONTINHA e SALTA (2004), é exemplo deste problema a
fixação de revestimentos de alumínio e zinco, através de peças de fixação de aço ou de cobre.
As deformações e mesmo a rotura das peças de fixação são anomalias que geralmente resultam das
variações dimensionais dos elementos de revestimento (devido a variações de temperatura) que são
impedidas por fixações demasiadamente apertadas e sem folgas (Figura 3.27).
Figura 3.26 - Corrosão da peça de fixação Figura 3.27 - Aperto excessivo da peça de fixação
A acção do vento contribui para o agravamento das deformações, nomeadamente quando as fixações dos
elementos de revestimento não são correctamente executadas (LOPES, 2001).
GOMEZ e GILLES (2006) referenciam uma situação que é comum verificar-se e que consiste na colocação
das peças de fixação nas cavas e não no topo das nervuras dos elementos de revestimento (Figura 3.28).
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-18 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
A ausência ou insuficiência de fixações, que se verificam com frequência, também são consideradas
anomalias, colocando em risco o posicionamento dos elementos de revestimento (Figura 3.29).
As anomalias referidas traduzem-se em perdas de estanqueidade da cobertura pelos orifícios atravessados
pelas peças de fixação.
Figura 3.28 - Peças de fixação incorrectamente
colocadas
Figura 3.29 - Ausência de peças de fixação
3.3.13. Defeitos nos remates
Segundo a AQC (2009b), cerca de 75% das infiltrações numa cobertura com elementos de pequena
dimensão ocorrem nos pontos singulares (cumeeiras, rincões, larós, elementos emergentes, paredes
emergentes, paredes de bordo, beirais, beirados, caleiras e embocaduras de tubos de queda).
As cumeeiras e rincões são elementos de ligação entre vertentes e devem respeitar as mesmas exigências
de estanqueidade e ventilação dos restantes elementos de revestimento das zonas correntes de uma
cobertura (APICC, 1998).
A execução dos remates nas cumeeiras e rincões reveste-se da maior importância e, por isso, devem ser
observados determinados cuidados, sob pena de nestes pontos da cobertura poderem ocorrer diversas
anomalias (Figura 3.30).
A execução das cumeeiras e rincões deve ser efectuada utilizando as peças existentes para o efeito e deve
ser assegurado o recobrimento no sentido predominante da incidência dos ventos e da chuva, de modo a
impedir as infiltrações de água.
Figura 3.30 - Aplicação de quantidades excessivas
de argamassa em cumeeira e rincão
Figura 3.31 - Remates com laró incorrectamente
executados (APICC, 1998)
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-19
Os remates em larós devem observar uma rigorosa execução e uma manutenção regular, na medida em
que os larós constituem canais de drenagem de águas pluviais, tendo assim uma importância acrescida nas
coberturas (Figura 3.31).
As principais anomalias que se verificam em remates de larós estão associadas ao desenvolvimento de
corrosão, principalmente em materiais metálicos sem camada de protecção anti-corrosiva, e,
consequentemente, à degradação destes, constituindo pontos de infiltração de humidade de precipitação.
Pode igualmente contribuir para o desenvolvimento de vegetação parasitária, quando conjugada com
ausência ou inadequação de manutenção.
Por vezes, verificam-se também situações de insuficiente recobrimento dos rufos metálicos que constituem
os larós, por parte dos revestimentos das coberturas, o que facilita a infiltração das águas das chuvas
(AGUIAR, CABRITA e APPPLETON, 1997).
A ausência ou inadequação de operações de inspecção e manutenção destes pontos da cobertura pode
contribuir para o desenvolvimento de vegetação parasitária, sendo recomendada uma periodicidade anual
para a sua realização.
Os remates com elementos emergentes (chaminés, janelas e clarabóias) nas coberturas são geralmente
executados recorrendo a rufagem com chapas metálicas ou com bandas flexíveis autocolantes realizadas
com materiais sintéticos, eventualmente reforçados com metais (APICC, 1998).
A execução correcta destes remates é da maior importância, dado que são pontos sensíveis à penetração
de água. Como tal, deve-se assegurar que as águas das chuvas não transbordam lateralmente e que são
descarregadas a um nível superior ao dos elementos, de modo a evitar infiltrações de humidade.
É fundamental garantir o encaminhamento da água em todos os bordos do elemento para não ocorrer a sua
acumulação, pois geraria condições favoráveis à infiltração da humidade e mesmo de desenvolvimento de
vegetação parasitária.
Na maioria dos casos, as anomalias verificadas caracterizam-se pela inexistência de pormenorização da
rufagem e a execução dos remates com materiais inadequados. Por vezes, observam-se remates
executados com argamassa (Figura 3.32) ou por colagem de telas asfálticas (Figura 3.33) aos elementos de
revestimento e aos bordos dos elementos emergentes sem rufo de protecção.
Verificam-se, também, anomalias relacionadas com a corrosão das chapas metálicas de remate, que origina
a sua degradação e coloca em causa a estanqueidade da cobertura.
Figura 3.32 - Remate com tubagem executado com
argamassa
Figura 3.33 - Remate com tubagem executado com
telas asfálticas
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-20 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Os remates com paredes emergentes paralelas ou transversais às águas das coberturas são geralmente
executados por sistemas de rufagem com chapas metálicas (APICC, 1998).
Os remates com platibandas e com paredes paralelas à pendente da cobertura (Figura 3.34) assemelham-
se aos remates nos larós e o rufo deverá ser recoberto pelos elementos de revestimento com um
desenvolvimento, espessura e rigidez adequados. Neste caso, deverá prever-se também a inclinação
necessária de modo a evitar a acumulação de água em zonas localizadas, constituindo locais propícios à
infiltração da humidade, desenvolvimento de corrosão e aparecimento de vegetação parasitária.
Os remates com paredes transversais assemelham-se aos remates de cumeeiras e rincões. Neste último
caso, o rufo deverá recobrir os elementos de revestimento com um desenvolvimento, espessura e rigidez
adequados (Figura 3.35).
Os remates com paredes de bordo podem ser executados recorrendo a cumeeiras, a sistemas de rufagem
com chapas metálicas e a peças desenvolvidas para os diferentes sistemas.
As anomalias que se observam nos remates, quer com paredes emergentes, quer com paredes de bordo,
traduzem-se numa deficiente pormenorização do remate ou uma prescrição inadequada de materiais. Na
fase de execução, é frequente a ocorrência de erros na aplicação dos materiais que, posteriormente, em
conjugação com uma manutenção inadequada ou mesmo inexistente, contribuem para a degradação
acelerada das chapas de remate.
Figura 3.34 - Utilização de telas asfálticas no remate
com parede emergente paralela á pendente da
cobertura
Figura 3.35 - Inexistência de rufo metálico no remate
com parede transversal emergente
As anomalias que se verificam nos remates de beirais e beirados estão associadas a erros de concepção
(deficiente pormenorização) e execução.
No caso dos revestimentos cerâmicos e de micro-betão, a parte inferior das telhas dos beirais deve ser
assente sobre uma ripa de altura corrente acrescida da espessura de uma telha (tábua de barbate) ou sobre
uma ripa dupla (APICC, 1998).
A colocação das telhas inicia-se a partir dos beirais, sempre paralelamente e com telhas inteiras, pelo que
eventuais cortes são apenas executados nas cumeeiras.
A execução de beirados deve ter em conta o tipo de telha da zona corrente da cobertura e possuir uma
inclinação entre 8 e 10% de modo a permitir o escoamento das águas pluviais e a ventilação da cobertura
(APICC, 1998). No caso de existir caleira, a parte inferior das telhas deve sobrepor-se a esta cerca de 7 a 8
cm, de forma a evitar prejuízos para a estrutura do telhado e infiltrações para o interior da construção
(Figura 3.36).
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-21
Figura 3.36 - Encaixe deficiente das telhas devido a
remate incorrecto do beiral com a caleira
Figura 3.37 - Ausência de cordões de estanqueidade no
revestimento metálico
3.3.14. Inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade
O uso de cordões de estanqueidade é uma exigência de revestimentos de fibrocimento, metálicos, plásticos
e mistos, em coberturas cuja inclinação seja inferior ao recomendado, e destinam-se a reduzir o risco de
penetração da água (AGUIAR, CABRITA e APPLETON, 1997). Os cordões de estanqueidade são aplicados
nas juntas de sobreposição longitudinais e transversais e ainda nos remates necessários e destinam-se a
evitar a infiltração da água das chuvas (LOPES, 2004). Os cordões de estanqueidade devem ter uma
secção que permita o seu ajustamento e uma adequada compressão entre as superfícies das chapas
metálicas para que o seu funcionamento seja eficaz durante mais tempo (LOPES, 2001).
Nos revestimentos metálicos, os movimentos de origem térmica e o aparecimento de tensões de corte
superiores à capacidade de aderência dos cordões às superfícies das chapas podem causar o
descolamento dos vedantes aplicados nas juntas de sobreposição.
Em muitas situações, verifica-se que não são utilizados cordões de vedação nas juntas, podendo constituir
uma anomalia que pode originar a infiltração de água nas coberturas, caso o desenvolvimento da junta de
sobreposição não seja o adequado à pendente da cobertura (Figura 3.37).
3.3.15. Sobreposição insuficiente ou excessiva
As sobreposições dos elementos de revestimento devem obedecer aos valores de recobrimento transversal
e longitudinal e do número de unidades a colocar por m2, fornecidas pelos fabricantes, para cada modelo e
tipo de revestimento (APICC, 1998).
A Associação Portuguesa dos Industriais da Cerâmica de Construção (APICC, 1998) define os valores
médios dos recobrimentos a adoptar nos revestimentos cerâmicos, calculados segundo o método
normalizado na norma NP EN 1024. Nestes revestimentos, a diferença entre os valores médios calculados
e os valores de recobrimento na execução devem ser inferiores a 2% (NP EN 1304, 1999), sob pena de não
existir uma sobreposição adequada dos elementos que garanta a estanqueidade e o correcto
funcionamento da cobertura.
Esta anomalia pode também estar associada a um incorrecto espaçamento do ripado devido ao facto de
não se ter tido em conta o tipo de elemento de revestimento a aplicar.
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-22 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Assim, esta anomalia pode manifestar-se através de sobreposições insuficientes (Figura 3.38) ou
excessivas (Figura 3.39). Tanto num caso como no outro, possibilita-se a abertura de juntas indesejáveis
nos elementos de revestimento que comprometem a estanqueidade das coberturas.
Segundo PAIVA, AGUIAR e PINHO (2006), as juntas de sobreposição dos elementos de revestimento são
assim pontos propícios à infiltração da água das chuvas, sobretudo nas vertentes mais expostas ao vento e
à chuva (quadrante S-W), pelo que a sua correcta execução e a adopção de maiores sobreposições entre
elementos minimiza o risco de entrada de água.
Figura 3.38 - Sobreposição insuficiente
de telhas cerâmicas
Figura 3.39 - Sobreposição excessiva de telhas
cerâmicas (APICC, 1998)
3.3.16. Defeitos no sistema de isolamento térmico
A utilização de isolamento térmico na construção de coberturas prende-se com a necessidade de reduzir o
fluxo de calor entre o interior e o exterior dos edifícios, contribuindo para uma melhoria do conforto
higrotérmico e de habitabilidade no seu interior e, ainda, para um menor consumo de energia.
O isolamento térmico permite reduzir o coeficiente de transmissão térmica da cobertura e assim aumentar a
temperatura da superfície interior dos elementos de revestimento, contribuindo deste modo para a
minimização do risco de condensações, como referido no §3.3.1.
A eficácia do isolamento térmico é determinada por escolhas adequadas dos materiais isolantes térmicos,
assim como pela sua correcta instalação. Por outro lado, a disposição do isolamento térmico depende do
tipo de utilização do espaço adjacente à cobertura e da constituição desta (elementos estruturais, tipo de
revestimento e outras camadas).
Existem ainda os casos das coberturas que não dispõem de qualquer camada de isolamento térmico, seja
na esteira horizontal ou na vertente inclinada (Figura 3.40).
As deficiências no isolamento térmico variam consoante o tipo de solução adoptada e as suas exigências,
mas todas estão associadas a erros na fase de concepção e na fase de execução.
3.3.17. Defeitos no sistema de ventilação
A ventilação, associada ao comportamento dos materiais, assume uma importância maior no Inverno pelo
facto de contribuir para a secagem dos materiais, evitando a sua deterioração por contacto com a humidade
e ainda para a eliminação do vapor de água, prevenindo a ocorrência de condensações que degradam os
materiais.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-23
Figura 3.40 - Cobertura em telha cerâmica
sem isolamento térmico, quer na esteira horizontal,
quer na vertente inclinada
Figura 3.41 - Cobertura com deficiente ventilação por
insuficiência de elementos específicos
Em coberturas com revestimentos cerâmicos, o sistema de ventilação deve pressupor a micro-ventilação
(ventilação da face inferior da telha) e a ventilação do desvão da cobertura, pelo que a inexistência de um
destes tipos é considerada como anomalia de insuficiência de elementos que garantam essa ventilação e
logicamente a inexistência de ambos é uma anomalia grave (SOUSA, 2003).
A colocação de telhas de ventilação em número inferior ao necessário a uma adequada micro-ventilação,
também é considerada anomalia de insuficiência de elementos, assim como o seu incorrecto
posicionamento na cobertura é considerado anomalia, dado que coloca em causa a eficácia da micro-
ventilação (AGUIAR, CABRITA e APPLETON, 1997).
No caso dos outros revestimentos de coberturas, deve ser pormenorizado o número e distribuição de
acessórios de ventilação (Figura 3.41) e também prevista ventilação da face inferior dos elementos.
A deficiente ventilação pode provocar descasque por acção gelo-degelo (no caso dos revestimentos de
ardósia, cerâmicos e de micro-betão), desenvolvimento de musgos e verdete, maior possibilidade de
condensações e a degradação das estruturas de suporte (APICC, 1998).
Como referido, a ventilação do espaço sob os elementos de revestimento é especialmente importante, no
caso das telhas de micro-betão, pelo facto de as ondas deste tipo de revestimento serem menores, o que
dificulta a entrada de ar.
Na fase de utilização, é importante a efectivação de manutenções semestrais, tendo em vista a
desobstrução dos pontos de ventilação (APICC, 1998).
3.3.18. Inclinação insuficiente ou excessiva
Esta anomalia consiste, tal como a designação indica, em pendentes de coberturas que não respeitam os
valores mínimos e máximos estabelecidos para cada tipo de revestimento.
A ocorrência desta anomalia pode verificar-se em todos os RECI e pode ter consequências graves no
funcionamento das coberturas, como a infiltração de água ou o desprendimento de elementos do
revestimento, principalmente nas coberturas com revestimentos de menor dimensão, como as telhas e os
soletos, dado que apresentam um maior número de juntas.
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-24 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Uma inclinação insuficiente prejudica o escoamento das águas pluviais, favorecendo o desenvolvimento de
vegetação e acumulação de detritos. Por outro lado, a conjugação desta anomalia com a ausência de
cordões de estanqueidade pode provocar a infiltração de água para o interior dos edifícios.
GOMEZ e GILLES (2006) relatam um caso em que não foram cumpridas as exigências de inclinação numa
cobertura com revestimentos metálicos de chapa galvanizada. Neste caso, a inclinação mínima em chapas
metálicas com nervuras inferiores a 30 mm deveria ser 7% e o que se verificava era uma pendente que não
ultrapassava 5% (Figura 3.42). Os autores também referem que, apesar de não ser observada a inclinação
mínima, não foram colocados cordões de estanqueidade nas juntas transversais e longitudinais.
Uma inclinação excessiva é particularmente exigente em regiões de ventos fortes, pelo que deverá prever-
se fixações adequadas dos elementos à estrutura de suporte, sob pena de se verificarem situações de
deslocamento e queda de elementos do revestimento, que criariam pontos críticos à penetração de água.
Figura 3.42 - Inclinação insuficiente de chapas metálicas
galvanizadas (GOMEZ e GILLES, 2006)
3.3.19. Intervenções incorrectas ou deficientes
As intervenções deficientes em coberturas estão associadas a trabalhos de reparação inadequados que
consistem na aplicação de elementos de revestimento com formato ou dimensão incompatível com os pré-
existentes (AGUIAR, CABRITA e APPLETON, 1997).
As consequências deste tipo de acções traduzem-se em encaixes incorrectos e deslocamentos dos
elementos da sua posição normal, que vão constituir pontos fracos das coberturas onde a infiltração da
água das chuvas fica facilitada.
Verifica-se com frequência a utilização de telas asfálticas em acções de reparação de revestimentos de
coberturas (Figura 3.43). Esta solução é errada dado que prejudica a ventilação da cobertura e o
escoamento das águas pluviais, pelo que os revestimentos devem ser substituídos e não reparados com
produtos betuminosos.
O recurso a argamassas, principalmente nos revestimentos cerâmicos e de micro-betão, é também muito
frequente nos trabalhos de reparação de zonas correntes e de remates (Figura 3.44). Esta solução é
também considerada incorrecta, na medida em que, para além de não resolver o problema da
estanqueidade da cobertura (a argamassa não tem características de impermeabilidade), representa um
aumento da sobrecarga sobre as estruturas de suporte, podendo levar à sua deformação com as
consequências daí resultantes referidas no §3.3.2.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-25
Figura 3.43 - Intervenção incorrecta com recurso a
telas asfálticas
Figura 3.44 - Intervenção deficiente com recurso a
argamassa
3.4. CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS ASSOCIADAS ÀS ANOMALIAS
Na presente dissertação não se pretende descrever de forma exaustiva cada uma das causas da patologia,
mas sim estabelecer uma tipificação segundo grupos de responsabilidade humana ou de fenómenos
naturais, que intervêm nos processos patológicos como sendo as suas causas mais frequentes.
O desenvolvimento da tipificação das causas das anomalias constitui uma tarefa difícil e possivelmente não
alcançável de uma forma única e coerente, em virtude dos seguintes aspectos (adaptado de AGUIAR,
CABRITA e APLLETON, 1997):
a grande variedade de materiais de revestimento;
o ainda reduzido conhecimento efectivo da realidade construtiva no que se refere a alguns desses
revestimentos;
a grande complexidade do meio ambiente que envolve o edifício;
as várias fases por que passa um edifício incluindo a concepção, projecto, construção, utilização,
alteração, manutenção, reabilitação e demolição;
a frequente e simultânea interpenetração entre causas e efeitos dos vários fenómenos que se
podem desenvolver, o que gera situações em que um mesmo acontecimento é consequência de um
ou vários fenómenos;
a forte influência da componente humana, por acção ou inacção, nas várias fases do processo de
degradação.
Na maioria dos casos, as anomalias ocorrem devido à conjugação de vários factores adversos, conjugação
essa que pode dar-se simultaneamente no tempo ou surgir na sequência da acumulação de efeitos
provocando ou acentuando o processo de degradação.
Neste ponto, é assim apresentada uma proposta de um sistema classificativo das causas associadas às
anomalias em RECI, organizadas de acordo com a ordem cronológica de ocorrência, conforme se
apresenta no Quadro 3.3.
Este sistema classificativo é constituído por dois grupos principais: o grupo das causas directas (ou
próximas) e o grupo das causas indirectas (ou primeiras), divisão que é baseada no definido pelo Colégio
Oficial de Arquitectos de Madrid (1991). O primeiro grupo é constituído pelas causas associadas a acções
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-26 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
de origem mecânica e acções ambientais, enquanto que o segundo grupo é formado pelas causas
associadas a erros de projecto, erros de execução e erros de utilização / manutenção.
Quadro 3.3 - Classificação das causas de anomalias em RECI proposta
C-P - ERROS DE PROJECTO
C-P1 concepção / dimensionamento incorrecto da estrutura de suporte
C-P2 concepção / pormenorização incorrecta da pendente da cobertura
C-P3 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta dos sistemas de ventilação
C-P4 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta do sistema de isolamento térmico
C-P5 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta de barreira pára-vapor
C-P6 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta de acessórios de circulação nas coberturas
C-P7 concepção / pormenorização incorrecta da sobreposição dos elementos
C-P8 concepção / pormenorização incorrecta das zonas de remates
C-P9 especificação de materiais inadequados ou incompatíveis entre si
C-E - ERROS DE EXECUÇÃO
C-E1 incorrecta interpretação do projecto de execução
C-E2 utilização de mão-de-obra inexperiente ou pouco qualificada
C-E3 colocação incorrecta dos elementos de ventilação
C-E4 aplicação incorrecta dos elementos de isolamento térmico
C-E5 colocação incorrecta da barreira pára-vapor
C-E6 falta de rigor na execução do ripado e alinhamento dos elementos
C-E7 manuseamento incorrecto dos materiais ou utilização de ferramentas inadequadas
C-E8 aplicação de quantidades excessivas de argamassa de assentamento
C-E9 utilização de materiais não prescritos, inadequados ou incompatíveis entre si
C-E10 fixações demasiado rígidas ou quantidade insuficiente / excessiva de elementos de fixação
C-E11 colocação incorrecta de cordões de estanqueidade
C-E12 remate incorrecto dos topos das placas de policarbonato
C-E13 utilização de materiais de baixa qualidade e/ou não certificados ou homologados
C-E14 utilização de materiais com heterogeneidades devidas ao processo de fabrico
C-M - ACÇÕES DE ORIGEM MECÂNICA
C-M1 deformação da estrutura de suporte da cobertura
C-M2 circulação de pessoas e carga sobre os revestimentos
C-M3 colocação de equipamentos pesados sobre as coberturas
C-M4 impactos de objectos pesados resultantes de intempéries
C-M5 vandalismo
C-A - ACÇÕES AMBIENTAIS
C-A1 ventos fortes C-A6 ciclos gelo / degelo
C-A2 radiação solar C-A7 poluição atmosférica
C-A3 acção química dos pombos C-A8 temperatura
C-A4 acção biológica C-A9 humidade interior
C-A5 presença de água (chuva / neve)
C-U - ERROS DE UTILIZAÇÃO / MANUTENÇÃO
C-U1 manutenção inexistente ou inadequada
C-U2 colocação de argamassa sobre os revestimentos em trabalhos de reparação
C-U3 colocação de telas asfálticas sobre os revestimentos em trabalhos de reparação
C-U4 alteração do material de revestimento ou adição de novas camadas na estrutura da cobertura
C-U5 substituição de elementos por outros de geometria diferente
C-U6 substituição de elementos por outros de tonalidade diferente
C-U7 alteração das condições de utilização inicialmente previstas
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-27
O objectivo desta tipificação é o de facilitar o diagnóstico das anomalias e a implementação de estratégias
de intervenção e soluções para corrigir as situações anómalas em RECI.
3.4.1. Causas directas
As causas directas ou próximas, são aquelas que originam de forma imediata as anomalias e englobam,
como referido no ponto anterior, as acções de origem mecânica e as acções ambientais.
3.4.1.1. Acções de origem mecânica
As acções de origem mecânica caracterizam-se pela sua imprevisibilidade, podendo ocorrer mesmo em
elementos de revestimento com características de resistência física exigíveis para a sua função. Estas
acções consistem em deformações da estrutura de suporte da cobertura, na circulação de pessoas e cargas
sobre os revestimentos, na colocação de equipamentos pesados sobre as coberturas, em impactos de
objectos pesados resultantes de intempéries e em vandalismo.
Em geral, os RECI não estão ou estão pouco expostos a acções de circulação e vandalismo, dado que
constituem elementos construtivos não acessíveis ou acessíveis apenas em situações de instalação de
antenas ou de manutenção / reparação.
A cedência das estruturas de suporte (Figura 3.45), a colocação de equipamentos pesados sobre as
coberturas, a queda de objectos pesados e a movimentação descuidada de pessoas e cargas são as
causas responsáveis pela ocorrência de deformações acentuadas nos revestimentos e ainda de anomalias
nas sobreposições dos elementos.
Figura 3.45 - Deformação num revestimento em
telha cerâmica canudo devido à cedência da
estrutura de suporte
Figura 3.46 - Deformação num revestimento metálico
devido à circulação sobre este
Os revestimentos metálicos são muito sensíveis à circulação de pessoas e cargas pelo facto de a
espessura destes elementos ser muito reduzida e apresentarem fraca resistência a acções mecânicas.
Assim, a circulação sobre estes revestimentos pode originar deformações por flexão das chapas (Figura
3.46), que por sua vez provoca rotações nos bordos desta. Em consequência destas rotações, os cordões
de estanqueidade estarão sujeitos a alongamentos que, a serem acentuados, darão origem ao seu
descolamento. Este problema é tanto mais grave quanto mais flexíveis forem as chapas metálicas, como é
o caso das chapas de alumínio (LOPES, 2001).
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-28 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
A existência deste tipo de acções mecânicas sobre estes revestimentos pode também provocar dobras e
pontos localizados de oxidação que conduzem à sua rotura (GOMEZ e GILLES 2006).
Estas situações podem contribuir indirectamente para a ocorrência de esfoliações nas camadas de
protecção dos revestimentos metálicos e mistos ao provocarem o desenvolvimento e aceleração dos
processos de corrosão (cujos produtos exercem pressões que gera as esfoliações) ou directamente através
de acções mecânicas de choque ou vandalismo que provocam o descasque das camadas de protecção dos
revestimentos (FONTINHA e SALTA, 2004).
Os revestimentos plásticos também se caracterizam pela sua fraca resistência mecânica, pelo que a
circulação de pessoas e cargas pode conduzir a fissuras e fracturas dos seus elementos.
3.4.1.2. Acções ambientais
As acções ambientais são as principais causas de ocorrência de anomalias em RECI, nomeadamente a
acção das chuvas que, além de despoletar os processos patológicos, contribui significativamente para o
agravamento destes. As outras causas relacionadas com as acções ambientais são os ventos fortes, a
radiação solar, a presença de água (chuva / neve), os ciclos gelo-degelo e a poluição atmosférica, a acção
biológica, a temperatura, a humidade interior e a acção química de animais.
Segundo AGUIAR, CABRITA e APPLETON (1997), os esforços de sucção originados pela acção do vento,
em conjugação com uma fraca resistência dos elementos de revestimento e respectivas fixações, podem
estar na origem de deformações nos revestimentos.
O desprendimento de elementos do revestimento deve-se sobretudo a condições atmosféricas pouco
comuns (ventos fortes), fazendo-se sentir ainda mais em coberturas que apresentam inclinações
acentuadas, elementos incorrectamente colocados ou degradados e ainda com elementos sem fixação
(APICC, 1998).
No caso dos revestimentos plásticos, a acção da radiação solar contribui para a alteração da cor, que se
manifesta pela perda de capacidade translúcida ou de transparência, características essenciais à
iluminação natural dos espaços interiores adjacentes.
Nas chapas plásticas de policarbonato, o envelhecimento natural aliado ao desenvolvimento de colónias de
fungos nos alvéolos e nas juntas, constituem igualmente uma causa para a ocorrência de alterações de
tonalidade dos elementos deste revestimento.
Segundo ILLSTON (1994), a fissuração em revestimentos plásticos está associada à sua fraca resistência à
acção prolongada da radiação dos raios ultravioletas. A acção prolongada da radiação solar, em conjugação
com a baixa resistência às variações de temperatura, provocam dilatações e contracções nos materiais
plásticos que conduzem à fissuração das suas superfícies, nomeadamente quando os elementos de
revestimento não possuem folga suficiente nos pontos de fixação, originando tensões internas.
Nas chapas com resina de poliéster e fibra de vidro, a acção conjugada da radiação dos raios ultravioletas
com a humidade pode levar à fissuração deste revestimento plástico (Figura 3.47) cuja resistência à
humidade de condensação ou precipitação é muito baixa (PEREIRA, 1976).
A ocorrência desta anomalia está directamente associada ao envelhecimento deste tipo de revestimento,
que se caracteriza por fenómenos de oxidação, fragilização e deformação, em resultado da acção dos
referidos agentes atmosféricos.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-29
Figura 3.47 - Rotura de revestimento em poliéster
reforçado com fibra de vidro, devido à acção da
radiação solar e da humidade
Figura 3.48 - Descasques de telhas cerâmicas
devido à acção dos ciclos gelo-degelo
A oxidação é originada pelas reacções químicas que se desenvolvem com a energia transmitida pela
radiação dos raios ultravioleta. Por seu lado, a fragilização e deformação são fenómenos provocados pelo
aumento de temperatura dos revestimentos plásticos em resultado da absorção dos raios infravermelhos
(PEREIRA, 1976).
A acção continuada de ciclos gelo-degelo pode estar na origem de descasque nalguns tipos de elementos
de revestimento, sobretudo quando conjugada com uma deficiente ventilação da cobertura (Figura 3.48).
Como referido em §3.3.7, uma deficiente ventilação dos elementos prolonga o seu tempo de secagem em
situações de chuvas e humidade ambiente, deixando-os mais sujeitos às variações de temperatura e aos
ciclos gelo-degelo.
Os descasques também podem ocorrer devido à acção das geadas e da neve; neste caso, ou no caso da
acção da chuva, estas anomalias adquirem maior expressão quando a cobertura está orientada segundo o
quadrante S-W, considerada uma orientação desfavorável dado que é a direcção em que os ventos e as
chuvas incidem mais intensamente.
As acções ambientais são também responsáveis pela alteração de cor nos revestimentos metálicos que
ocorre devido à formação de uma camada de produtos de corrosão que afectam sobretudo os materiais
sem revestimentos de protecção anticorrosiva e ao fim de algum tempo de exposição às referidas acções.
SOUSA (2003) refere que o oxigénio é o agente mais reactivo e responsável pela corrosão de elementos
metálicos (na presença de humidade), em atmosferas não poluídas.
Em atmosferas poluídas, podem-se encontrar elevadas concentrações de ozono pelo que este gás assume
maior importância como agente oxidante. Além deste, também os cloretos e os sulfatos contribuem para a
aceleração da corrosão nos revestimentos metálicos.
A poluição atmosférica através das chuvas ácidas e do ataque de sulfatos é das causas principais pela
deterioração da matriz do fibrocimento, provocando o envelhecimento deste material de revestimento
(GRAM, 1988).
A acção dos agentes da poluição atmosférica também contribui para a desintegração dos elementos de
ardósia, devido ao facto de o dióxido sulfúrico poder combinar-se com a água da chuva e formar o ácido
sulfúrico. A acção do ácido sulfúrico permite que o carbonato de cálcio presente na ardósia se converta em
sulfato de cálcio, originando a fragilização dos elementos de revestimento (BRITO, 2004). A utilização de
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-30 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
elementos de ardósia em zonas com elevada poluição contribui para a oxidação das pirites de aço
presentes na ardósia, cujo fenómeno de degradação resulta em escamações.
3.4.2. Causas indirectas
As causas indirectas ou primeiras são todas aquelas que necessitam da conjugação de uma causa directa
para que se inicie o processo patológico e consistem em causas de origem humana na fase de concepção,
na fase de execução e ainda na fase de utilização.
3.4.2.1. Erros de projecto
Segundo um estudo realizado pelo Centre Scientifique et Technique de la Construction (CSTC) e
apresentado por CNUDDE (1991), as principais anomalias que ocorrem nas construções devem-se a erros
na fase de projecto (Figura 3.49), como concepções / pormenorizações omissas e ambíguas,
especificações inadequadas de materiais, erros de cálculo e concepção geral incorrecta das soluções
construtivas.
As deformações dos revestimentos estão muitas vezes relacionadas com erros no dimensionamento das
estruturas de suporte, na medida em que quando estas não apresentam a capacidade resistente necessária
para suportar as solicitações a que se encontram sujeitas ao longo da sua vida útil, os seus elementos
cedem e provocam deformações nos revestimentos.
Figura 3.49 - Principais causas de anomalias segundo o CSTC (CNUDDE, 1991)
A concepção / pormenorização incorrecta das pendentes das coberturas é a causa principal para a
existência de coberturas com inclinações insuficientes ou excessivas. Nestas situações, verifica-se que não
são tidos em conta factores como o tipo de revestimento, o desenvolvimento da vertente, a localização do
edifício e as condições de exposição como elementos fundamentais para uma correcta concepção das
coberturas, nomeadamente no que diz respeito à inclinação. Assim, os projectistas devem especificar o
valor da inclinação para cada caso, responsabilizando-se por esse valor e não por outra inclinação qualquer
que venha a ser executada em obra.
Projecto46%
Execução22%
Materiais15%
Utilização8%
Outros9%
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-31
As anomalias verificadas nos sistemas de ventilação podem também dever-se a uma deficiente concepção,
nomeadamente no que se refere à distribuição dos elementos de ventilação na cobertura (Figura 3.50).
Uma deficiente concepção que é posteriormente reflectida na execução do sistema de ventilação pode ser a
principal causa das anomalias verificadas em coberturas inclinadas (APICC, 1998).
Figura 3.50 - Esquema de ventilação adequada numa cobertura (VOGEL, 2009)
PAIVA, AGUIAR e PINHO (2006) defendem que a disposição construtiva dos elementos que compõem uma
cobertura é um dos factores que determina a maior ou menor probabilidade de ocorrência de
condensações, nomeadamente a colocação do isolamento térmico e da barreira de vapor.
No caso do isolante térmico ser colocado junto ou próximo da face interior da cobertura, verifica-se que
existe maior probabilidade de ocorrerem condensações pelo facto de as camadas sobrejacentes àquela se
encontrarem a uma temperatura (baixa no Inverno) semelhante à do ar exterior. Assim, deve-se colocar o
isolamento térmico nas camadas mais exteriores da cobertura, de modo a aumentar a temperatura das
camadas com as quais o vapor de água interior está em contacto, minimizando assim o risco de ocorrência
de condensações (LOPES, 2001).
No caso da barreira de vapor, esta deve ser colocada numa posição inferior ao isolamento térmico, de modo
a impedir que o vapor de água atinja as superfícies frias e se formem condensações resultantes das
diferenças térmicas entre o ar interior e exterior.
Uma incorrecta concepção do ripado de uma cobertura, nomeadamente do seu espaçamento (que deve ter
em conta o tipo de revestimento a aplicar) é uma das causas para a ocorrência de anomalias nas
sobreposições dos elementos de revestimento.
As anomalias que se observam nos remates em geral (ligações entre vertentes, com elementos
emergentes, com paredes emergentes e de bordo, beirais, beirados, caleiras e embocaduras de tubos de
queda) estão associadas a erros na fase da concepção, traduzindo-se em deficientes pormenorizações dos
remates (Figura 3.51) ou em prescrições inadequadas de materiais.
Outra anomalia que se verifica com frequência é a acumulação de detritos nos beirais e beirados, cuja
ocorrência se pode justificar por pormenorizações deficientes destas zonas na fase de projecto que
permitem a existência de orifícios com espaço suficiente para a entrada de aves e, consequentemente, o
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-32 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
aparecimento de ninhos e outros detritos. Este problema pode ser evitado através da utilização de ripas de
ventilação, que apenas permitem a entrada de ar.
Figura 3.51 - Pormenorizações de remates em zonas localizadas (AQC, 2009b)
Os erros na fase de concepção de sistemas de isolamento térmico traduzem-se, por vezes, em escolhas
inadequadas dos materiais que constituem as várias soluções.
No caso de aplicação do isolamento térmico em esteiras acessíveis, deve prever-se a utilização de
materiais isolantes e de protecção com a adequada resistência à compressão, assim como assegurar a
compatibilidade físico-química entre ambos, de modo a evitar fenómenos de degradação (APICC, 1998).
No caso de aplicação do isolamento térmico nas vertentes das coberturas com estrutura contínua, este
deve possuir a adequada resistência à humidade (possível entrada de água sob os elementos de
revestimento) e à compressão (depende do tipo de revestimento da cobertura). As fixações deverão ser as
adequadas para evitar as pontes térmicas e correctamente executadas de modo a evitar a perda de
espessura da camada de isolamento térmico, por aperto exagerado. A existência de uma camada auxiliar
de impermeabilização obriga a uma adequada escolha dos materiais, nomeadamente no que concerne à
sua compatibilidade com o isolante térmico.
As exigências para aplicação do isolamento térmico nas vertentes das coberturas com estrutura
descontínua são as mesmas da aplicação em estruturas contínuas, acrescidas da necessidade de o
isolamento térmico possuir a resistência à flexão ou rigidez adequada à sua instalação sem necessitar de
suporte contínuo.
Uma especificação incorrecta dos materiais de isolamento pode levar à ocorrência de várias anomalias e à
degradação precoce dos elementos de isolamento térmico.
A corrosão dos revestimentos metálicos e mistos pode dever-se a uma prescrição inadequada dos materiais
por incompatibilidade entre si como, por exemplo, o contacto do aço ou do cobre com o alumínio ou o zinco,
que origina fenómenos de corrosão bimetálica (FONTINHA e SALTA, 2004).
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-33
3.4.2.2. Erros de execução
Apesar de os estudos revelarem que as causas principais de anomalias estão associadas a erros de
projecto, são os erros na fase de execução que apresentam um maior número de causas relacionadas com
as anomalias em RECI (adaptado de PEREIRA, 2008)
Os erros de execução são múltiplos e devem-se muitas vezes a insuficiente qualificação da mão-de-obra e
ainda à subcontratação da grande maioria dos trabalhos, que por sua vez ainda são subcontratados até se
perder o rasto de quem verdadeiramente os executa (SANTO, 2003). Estes problemas derivam da actual
organização do sector da construção e da crescente competitividade das empresas de construção que
respondem com a redução dos seus quadros ao mínimo possível e a redução de honorários contribuindo
assim para um menor investimento na qualidade de execução.
Assim, no que diz respeito aos RECI, são frequentes os erros na execução dos vários elementos
construtivos que constituem uma cobertura e na aplicação e manuseamento dos vários materiais.
As anomalias verificadas nos sistemas de ventilação podem dever-se a uma deficiente execução,
nomeadamente no que se refere à distribuição dos elementos de ventilação na cobertura. Como se pode
ver na Figura 3.52, as telhas de ventilação encontram-se incorrectamente distribuídas, contribuindo para
uma ventilação menos eficiente ou mesmo insuficiente da cobertura.
Figura 3.52 - Telhas de ventilação incorrectamente
distribuídas na fase de execução
Figura 3.53 - Desalinhamento transversal das
telhas devido a erros de execução
Nos sistemas de isolamento térmico, a não observação de determinados cuidados e regras de boa
execução pode conduzir à deterioração precoce dos materiais por aplicações incorrectas.
Uma das principais exigências na colocação do isolamento térmico é a garantia da sua continuidade, pelo
que a camada de isolante não deve ser aplicada entre elementos estruturais, mas sim contorná-los, sempre
que possível. Esta medida visa a eliminação de pontes térmicas e a minimização do risco de condensações
(RATO e BRITO, 2003b).
Quando o isolamento térmico é colocado na esteira horizontal e se preveja a utilização do desvão, deve ser
protegido mecanicamente para permitir a circulação e o armazenamento de equipamentos, sem sofrer estas
acções que podem levar à sua degradação. A justaposição das placas ou faixas de isolamento térmico deve
ser executada de modo a não permitir a circulação muito significativa de ar sob o mesmo.
Quando o isolamento térmico é colocado na estrutura contínua de uma vertente inclinada, devem-se
observar determinados cuidados na fixação mecânica ou na colagem (utilizar colas compatíveis com as
características do isolante).
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-34 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Quando o isolamento térmico é colocado na estrutura descontínua de uma vertente inclinada, a colocação
de isolante de forma descontínua (nas situações em que o isolante tem que rodear as varas) tem que ser
executada de forma a impedir a passagem de ar entre este e as varas. Para este efeito, recorre-se
geralmente a batentes de madeira para garantir a correcta ligação entre os dois elementos.
A colocação de uma barreira de vapor inferiormente ao isolamento térmico e sem descontinuidades é
essencial para evitar que o vapor de água atravesse o isolante e ocorram condensações nas camadas
superiores em contacto com as superfícies frias e com o desvão da cobertura.
O desalinhamento dos elementos de revestimento é uma anomalia que resulta da não observação das
regras de colocação dos mesmos e da falta de rigor na execução do ripado, pondo em causa a
funcionalidade da cobertura e afectando o efeito estético desta (Figura 3.53).
Esta anomalia é ainda mais notória nos casos em que a falta de rigor de execução afecta os ripados feitos
com cordões de argamassa (no caso dos revestimentos cerâmicos e de micro-betão), resultando em fiadas
de telhas nitidamente desalinhadas e com recobrimentos variáveis de zona para zona da cobertura.
FONTINHA e SALTA (2004) defendem que são cometidos vários erros na fase de execução que podem
contribuir para o aparecimento precoce da corrosão, tais como a falta de cuidado no manuseamento e a
utilização de ferramentas inadequadas que provocam danos nas protecções dos revestimentos ou deixam
embebidas partículas de outros aços que se tornam pontos preferenciais para o aparecimento de corrosão
bimetálica.
As principais anomalias que ocorrem nos remates de cumeeiras e rincões de revestimentos cerâmicos e de
micro-betão estão associadas a técnicas de execução incorrectas. Por exemplo, o uso excessivo de
argamassa para fixação dos elementos de cumeeira (telhões, cruzetas e tamancos) que, por vezes, chega
mesmo a preencher totalmente o espaço coberto por estes elementos, é um dos erros de execução que se
verifica com muita frequência.
SOUSA (2003) defende que as consequências da aplicação de quantidades excessivas de argamassa em
remates de cumeeira e rincões com elementos cerâmicos e de micro-betão traduzem-se num deficiente
funcionamento desses pontos, podendo ocorrer fissuração na argamassa e infiltração de humidade, em
virtude de a argamassa ter características de higroscopicidade inferiores às desses materiais.
A existência de excesso de argamassa também provoca uma secagem mais lenta dos elementos de
revestimento, como referido em §3.3.7, pelo facto de funcionar como humidificador destes elementos. Deste
modo, além de gerar condições para a ocorrência de descasques dos elementos nas situações de ciclos
gelo-degelo, também contribui para o desenvolvimento de vegetação parasitária. A aplicação excessiva de
argamassa provoca ainda uma deficiente ventilação pela cumeeiras e rincões, na medida em que impede a
entrada de ar.
As anomalias que se observam nos remates em geral podem também estar associados a erros na fase de
execução, tais como aplicações incorrectas dos materiais ou utilização de materiais inadequados em
remates. São exemplos disso os remates executados com recurso a argamassa ou a colagem de telas
asfálticas aos elementos de revestimento e aos bordos dos elementos emergentes sem rufo de protecção,
como referido em §3.3.19.
As deformações nas chapas de revestimento podem estar associadas a erros de execução como fixações
demasiado rígidas e sem folgas ou quantidades excessivas de elementos de fixação que, nos casos de
variações de temperatura, impedem a livre deformação dos elementos (RATO, 2002).
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-35
AGUIAR, CABRITA e APPLETON (1997) defendem que a fissuração dos elementos de revestimento pode
ocorrer devido a tensões internas resultantes da impossibilidade de deformação livre dos revestimentos.
O aperto exagerado dos elementos de fixação pode provocar o seu esmagamento e fissuração e,
consequentemente, um desempenho oposto ao que era esperado, comprometendo a estanqueidade da
cobertura (PAULO e BRITO, 2001).
A não utilização de cordões de estanqueidade nas cumeeiras e rincões (Figura 3.54), para evitar o retorno
da água das chuvas através das nervuras das chapas metálicas, constitui igualmente um erro de execução
(GOMEZ e GILLES, 2006).
Figura 3.54 - Remates de cumeeira em revestimentos metálicos com cordão de estanqueidade (esq.) e sem cordão de
estanqueidade (dir.) (GOMEZ e GILLES, 2006)
Nas chapas de policarbonato, um incorrecto remate dos topos das placas compromete a estanqueidade dos
alvéolos (Figura 3.55), dando origem à degradação destes revestimentos (Figura 3.56).
Assim, aquando do corte das placas e antes da sua aplicação nos perfis de união, deve colocar-se na
extremidade superior um perfil de alumínio estanque e na extremidade inferior um perfil de alumínio com
aberturas de modo a possibilitar a saída de água que eventualmente possa ter entrado (PAULO e BRITO,
2001). Na extremidade final da chapa de policarbonato, deve ser colocado um perfil “U” do mesmo material,
de modo a assegurar a protecção do perfil de alumínio.
Figura 3.55 - Infiltrações nos alvéolos das chapas
de policarbonato devido à sua incorrecta selagem
Figura 3.56 - Degradação das chapas de
policarbonato devido à infiltração de água
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-36 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
3.4.2.3. Erros de utilização / manutenção
A ausência ou inadequação de operações de inspecção e manutenção dos revestimentos pode contribuir
para a ocorrência de diversas anomalias em RECI, pelo que a manutenção ou conservação são de grande
importância para evitar ou circunscrever a ocorrência de anomalias.
A ausência de manutenção permite que os processos patológicos, uma vez iniciados, progridam livremente
e, através dos seus efeitos, provoquem o aparecimento de novas anomalias, contribuindo deste modo para
o agravamento dos fenómenos de degradação. A utilização nas acções de manutenção de materiais ou
tecnologias diferentes das pré-existentes na cobertura pode gerar situações de incompatibilidade de
funcionamento (adaptado de AGUIAR, CABRITA e APPLETON, 1997).
Por conseguinte, a ocorrência de alguma das situações referidas poderá corresponder ao desenvolvimento
de anomalias nas fases subsequentes. Deve-se considerar que, quanto mais cedo ocorrer o erro, mais
provável é o aparecimento de um funcionamento anormal e mais cara será a sua correcção. De facto, um
erro na fase de projecto pode dificultar a execução dos trabalhos, contribuir para o aparecimento de
anomalias na fase de utilização ou ainda originar custos excessivos de manutenção.
Embora a ausência de manutenção dos RECI possa acarretar consequências graves, é em geral mais fácil
a correcção deste problema do que resolver um erro grave de concepção.
De acordo com APPLETON (2003) e confirmado por PAIVA, AGUIAR e PINHO (2006), a falta de
manutenção das coberturas constitui a principal causa da acumulação excessiva de detritos (Figura 3.57)
sobre os elementos de revestimento, permitindo o desenvolvimento de líquenes e plantas herbáceas que se
fixam aos elementos de revestimento, dificultando o escoamento da água. Por outro lado, o
desenvolvimento e aceleração dos processos de corrosão podem também estar associados a manutenção
inexistente ou inadequada.
As deformações das estruturas de suporte podem dever-se a intervenções deficientes na cobertura que
resultem num aumento do seu peso. É exemplo disso o uso de argamassa como tentativa de assegurar a
estanqueidade de coberturas em telhas. Esta solução consiste em colocar argamassa nas juntas entre os
elementos, chegando-se mesmo, por vezes, a revestir quase todos os canais das coberturas. Esta acção de
intervenção, além de se revelar totalmente ineficaz, conduz a um aumento da sobrecarga sobre a estrutura
de suporte, dando origem à sua deformação e a zonas de concavidade / convexidade nos revestimentos,
com a consequente perda de estanqueidade da cobertura.
Excluem-se desta situação os trabalhos de manutenção e reparação dos telhados “mouriscados”, cujas
estruturas de suporte foram dimensionadas para resistirem às cargas não só dos revestimentos, mas
também da carga de argamassa característica desta técnica tradicional de execução de telhados (PAIVA,
AGUIAR e PINHO, 2006).
Outro erro muito comum em acções de reparação de revestimentos de coberturas é a utilização de telas
asfálticas, que se revela uma solução errada dado que prejudica a ventilação da cobertura e o escoamento
das águas pluviais, como referido em §3.3.19.
Existem ainda intervenções que resultam num aumento do peso próprio da cobertura devido à alteração do
material de revestimento ou a adição de novas camadas (isolamento térmico, impermeabilização) na
estrutura da cobertura (RODRIGUES, 2004).
PAIVA, AGUIAR e PINHO (2006) referem que o alinhamento das fiadas de telhas fica comprometido
quando, em trabalhos de reparação de coberturas, os elementos de revestimento são substituídos por
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-37
outros de geometria ou dimensões diferentes dos pré-existentes, contribuindo para um encaixe e
posicionamento deficiente desses elementos, que favorece a infiltração da água das chuvas.
A diferença de tonalidade verifica-se com frequência em trabalhos de reparação das coberturas nos quais
os elementos de revestimento deteriorados são substituídos por outros de tonalidade diferente, provocando
o aparecimento de zonas de revestimento de tons diferentes e contribuindo para o efeito inestético das
coberturas (Figura 3.58).
Figura 3.57 - Acumulação excessiva de
detritos na caleira devido a ausência de
manutenção
Figura 3.58 - Diferenças de tonalidade na cobertura
devido à substituição de telhas por outras de tonalidade
diferente
3.5. MATRIZES DE CORRELAÇÃO
3.5.1. Considerações iniciais
Depois de caracterizadas as principais anomalias e respectivas causas que, directa ou indirectamente, se
encontram associadas aos RECI, apresentam-se em seguida as matrizes de correlação, que têm como
objectivo relacionar essas mesmas anomalias observadas in situ com as causas prováveis (§3.5.2) e as
anomalias entre si (§3.5.3) e, desta forma, facilitar o diagnóstico para futura reparação (adaptado de
GARCIA, 2006).
Estas matrizes forma elaboradas com base em trabalhos anteriores (BRITO, 1992; WALTER, 2002,
SILVESTRE, 2005; GARCIA, 2006; PEREIRA, 2008), tal como referido.
3.5.2. Matriz de correlação anomalias - causas
Após a identificação das anomalias e da divisão já efectuada das causas prováveis de ocorrência das
anomalias em RECI, em causas directas (próximas) e causas indirectas (primeiras), o preenchimento desta
matriz torna-se simples, uma vez que se baseia no grau de correlação entre estas duas entidades
(adaptado de PEREIRA, 2008).
Para cada anomalia, são assim identificadas, através de matrizes de correlação, as causas prováveis da
sua ocorrência, sendo cada uma delas classificada de acordo com um número, a que chamaremos índice
de correlação, que pode ser 0, 1 ou 2, de acordo com o grau de correlação que possui com a anomalia
(BRITO, 1992):
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-38 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
0 - SEM RELAÇÃO - não existe qualquer correlação (directa ou indirecta) entre a anomalia e a
causa;
1 - PEQUENA CORRELAÇÃO - causa indirecta (primeira) da anomalia relacionada com o início do
processo de deterioração; causa secundária do processo de deterioração não necessária para o
seu desenvolvimento;
2 - GRANDE CORRELAÇÃO - causa directa (próxima) da anomalia, associada à fase final do
processo de deterioração; quando ocorre, constitui uma das razões principais do processo de
deterioração e é indispensável ao seu desenvolvimento.
Da aplicação deste procedimento resulta a matriz de correlação anomalias - causas (Quadro 3.4), cujas
linhas correspondem às anomalias em RECI e cujas colunas correspondem às causas prováveis dessas
mesmas anomalias.
A matriz de correlação teórica entre as anomalias em RECI e as causas prováveis foi validada no Capítulo
5, tendo em conta os dados resultantes das inspecções desenvolvidas. Desta validação resultaram
alterações em alguns índices de correlação propostos inicialmente, sendo que estas se encontram
destacadas a cinzento na matriz de correlação apresentada.
Quadro 3.4 - Matriz de correlação anomalias - causas prováveis
C-P1 C-P2 C-P3 C-P4 C-P5 C-P6 C-P7 C-P8 C-P9 C-E1 C-E2 C-E3 C-E4 C-E5 C-E6
A-C 0 0 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0
A-D1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
A-D2 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
A-D3 1 2 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
A-E1 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
A-E2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
A-E3 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
A-E4 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
A-E5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-E6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-E7 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
A-O1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
A-O2 0 0 0 0 0 0 0 2 2 1 1 0 0 0 0
A-O3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
A-O4 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 2 0 0 0 2
A-O5 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 1 0 2 0 1
A-O6 0 0 2 0 0 0 0 1 0 1 1 2 0 0 1
A-O7 0 2 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0
A-O8 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-39
C-E7 C-E8 C-E9 C-E10 C-E11 C-E12 C-E13 C-E14 C-M1 C-M2 C-M3 C-M4 C-M5 C-A1 C-A2
A-C 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
A-D1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 2 2 2 1 2 0
A-D2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0
A-D3 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 0
A-E1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0
A-E2 1 0 2 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0
A-E3 0 1 1 0 0 0 2 0 0 1 0 2 1 0 0
A-E4 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
A-E5 0 0 1 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 2
A-E6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
A-E7 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2 2 2 2 0 1
A-O1 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O2 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O3 0 0 1 0 1 0 1 0 0 2 0 0 2 0 2
A-O4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0
A-O5 2 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0
A-O6 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O8 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
C-A3 C-A4 C-A5 C-A6 C-A7 C-A8 C-A9 C-U1 C-U2 C-U3 C-U4 C-U5 C-U6 C-U7
A-C 0 0 0 0 0 2 2 0 0 0 0 0 0 1
A-D1 0 0 2 0 0 2 0 2 2 0 1 0 0 1
A-D2 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0
A-D3 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0
A-E1 2 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0
A-E2 0 0 2 0 2 0 2 1 0 0 0 0 0 0
A-E3 0 0 1 2 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0
A-E4 2 2 2 0 0 0 0 2 1 1 0 0 0 0
A-E5 0 0 1 0 2 0 1 1 0 0 0 0 2 0
A-E6 0 0 2 0 2 2 1 0 0 0 0 0 0 0
A-E7 0 0 1 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0
A-O1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O3 0 2 2 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O4 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0
A-O5 0 0 2 0 0 1 0 1 1 0 1 0 0 0
A-O6 0 0 0 0 0 0 0 1 2 2 0 0 0 0
A-O7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O8 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 2 0 0
3.5.3. Matriz de correlação das anomalias entre si
Uma anomalia em RECI pode ocorrer isoladamente ou estar associada à ocorrência de uma ou mais das
anomalias apresentadas nesta dissertação. Neste sentido, a correlação das anomalias entre si tem como
base o estabelecimento de um índice de correlação entre anomalias, com o objectivo de estabelecer
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-40 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
probabilidades de ocorrências de outras anomalias quando uma delas se manifesta. O índice de correlação
entre a anomalia k e a anomalia j é obtido da seguinte forma (BRITO, 1992):
por cada anomalia detectada (anomalia k), lê-se a linha correspondente na matriz de correlação
anomalias - causas;
por cada anomalia detectada (anomalia j), lê-se a linha correspondente na matriz de correlação
anomalias - causas;
calcula-se por coluna, o produto dos índices destas duas linhas correspondentes às anomalias k e j
da matriz de correlação anomalias - causas;
adicionam-se os vários produtos, de forma a obter o índice de correlação de cada anomalia CIkj,
traduzidos na seguinte expressão:
, sendo N o número total de causas possíveis (4)
Da aplicação deste procedimento, resultam os valores apresentados no Quadro 3.5.
Quadro 3.5 - Matriz de correlação das anomalias entre si
A-C A-D1 A-D2 A-D3 A-E1 A-E2 A-E3 A-E4 A-E5 A-E6 A-E7 A-O1 A-O2 A-O3 A-O4 A-O5 A-O6 A-O7 A-O8
A-C
7 1 5 0 8 7 2 3 6 7 2 5 8 2 10 5 1 4
A-D1 7
14 14 8 16 13 11 4 8 25 2 1 16 13 15 7 3 6
A-D2 1 14
14 6 4 1 5 2 0 6 4 1 3 20 6 5 3 6
A-D3 5 14 14
8 9 2 6 4 1 6 6 5 3 11 7 3 5 4
A-E1 0 8 6 8
4 2 10 2 0 4 0 2 4 4 2 3 4 0
A-E2 8 16 4 9 4
12 6 11 10 14 2 7 16 4 12 2 1 5
A-E3 7 13 1 2 2 12
6 5 5 10 0 4 11 1 6 8 0 3
A-E4 2 11 5 6 10 6 6
7 6 3 0 2 10 3 7 12 2 4
A-E5 3 4 2 4 2 11 5 7
11 4 0 2 11 1 4 1 0 1
A-E6 6 8 0 1 0 10 5 6 11
9 0 0 16 0 6 0 0 0
A-E7 7 25 6 6 4 14 10 3 4 9
4 1 17 6 8 1 1 2
A-O1 2 2 4 6 0 2 0 0 0 0 4
2 2 4 4 2 2 4
A-O2 5 1 1 5 2 7 4 2 2 0 1 2
5 2 5 8 2 6
A-O3 8 16 3 3 4 16 11 10 11 16 17 2 5
4 10 1 1 4
A-O4 2 13 20 11 4 4 1 3 1 0 6 4 2 4
5 5 4 8
A-O5 10 15 6 7 2 12 6 7 4 6 8 4 5 10 5
5 1 6
A-O6 5 7 5 3 3 2 8 12 1 0 1 2 8 1 5 5
2 10
A-O7 1 3 3 5 4 1 0 2 0 0 1 2 2 1 4 1 2
2
A-O8 4 6 6 4 0 5 3 4 1 0 2 4 6 4 8 6 10 2
Contudo, verifica-se que o índice de correlação inter-anomalias não é suficientemente elucidativo, tendo em
conta as seguintes razões (BRITO, 1992):
por um lado, o valor absoluto do índice não tem significado físico para o utilizador;
a análise da matriz de correlação permite verificar que todas as anomalias estão relacionadas entre
si, não se tornando porém muito claro o respectivo grau de correlação;
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-41
finalmente, um índice de valor absoluto mais baixo pode na realidade identificar uma anomalia com
maior probabilidade de ocorrência simultânea com a que foi detectada, do que um índice mais alto.
Tornou-se assim necessário estabelecer uma correlação percentual entre anomalias, através da
determinação da percentagem do índice de correlação real em relação a um índice de correlação teórico
máximo possível, o qual tem o significado físico de uma probabilidade de ocorrência de uma determinada
anomalia em face da detecção de outra.
A matriz de correlação passa assim a ser assimétrica, dado que a probabilidade de ocorrência da anomalia j
quando se verifica a anomalia k não é obrigatoriamente idêntica à probabilidade da relação inversa. O
índice de correlação teórico percentual é assim obtido da seguinte forma (SILVESTRE, 2005):
por cada anomalia k detectada, lê-se a linha correspondente na matriz de correlação anomalias -
causas prováveis, multiplicando-se por 2 todos os índices de correlação da anomalia k com as
causas e efectuando-se a soma desses produtos, de forma a obter o índice de correlação teórico
máximo possível de qualquer anomalia em relação à anomalia k, IMk:
, sendo N o número total de causas prováveis (5)
para se determinar o índice de correlação teórico percentual da anomalia k com a anomalia j, CI%kj,
correspondente à probabilidade de ocorrência da anomalia j (coluna j) quando se verifica a anomalia
k (linha k), calcula-se o quociente entre o índice de correlação entre anomalias (anomalia de
referência k e anomalia associada j) e o índice de correlação teórico máximo da anomalia k:
Da aplicação deste procedimento, resultam os valores apresentados no Quadro 3.6.
3.6. FICHAS DE ANOMALIAS
Após a classificação e caracterização das anomalias em RECI, assim como a apresentação das relações
entre essas mesmas anomalias e as respectivas causas prováveis e das anomalias entre si, a informação
relativa a cada anomalia é agora apresentada de forma resumida através de fichas de anomalias
individuais. O formato e conteúdo destas fichas baseiam-se em trabalhos anteriores (BRITO, 1992;
WALTER, 2002; SILVESTRE, 2005; GARCIA, 2006; PEREIRA, 2008) e nelas constam as seguintes
informações:
cabeçalho com a designação e o nome da anomalia, de acordo com o Quadro 3.1;
apresentação de uma fotografia representativa de um caso real onde a anomalia foi identificada;
descrição sumária das manifestações patológicas características da anomalia;
causas prováveis para a ocorrência da anomalia (de acordo com a matriz de correlação anomalias -
causas prováveis; as causas são identificadas por uma descrição sumária e pela designação em
código de acordo com o Quadro 3.4; as causas próximas aparecem sublinhadas);
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-42 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
consequências possíveis da anomalia, em função do tipo de aplicação, as quais podem constituir
por si só outras anomalias;
aspectos a inspeccionar (características relacionadas com a anomalia detectada que podem vir a
ter interesse no diagnóstico da mesma ou constituir por si mesmo novas anomalias);
ensaios a realizar in situ, de acordo com o Quadro 4.1 (de forma a caracterizar a anomalia em
termos de extensão, gravidade e estado de evolução; de acordo com a matriz de correlação
anomalias - técnicas de diagnóstico apresentada no Quadro 4.2, aparecendo sublinhadas as
técnicas mais adequadas à anomalia);
parâmetros de classificação (os quais podem ser resultantes dos ensaios efectuados e permitem
aferir o nível de gravidade da anomalia);
nível de gravidade / urgência de intervenção, correspondendo:
- valor 0 - necessidade de intervenção imediata - até seis meses;
- valor 1 - necessidade de intervenção a médio prazo - até um ano;
- valor 2 - necessidade de monitorizar a evolução da anomalia, em particular na próxima
inspecção.
Quadro 3.6 - Matriz de correlação percentual das anomalias entre si
A-C A-D1 A-D2 A-D3 A-E1 A-E2 A-E3 A-E4 A-E5 A-E6 A-E7 A-O1 A-O2 A-O3 A-O4 A-O5 A-O6 A-O7 A-O8
A-C
23% 3% 17% 0% 27% 23% 7% 10% 20% 23% 7% 17% 27% 7% 33% 17% 3% 13%
A-D1 13%
27% 27% 15% 31% 25% 21% 8% 15% 48% 4% 2% 31% 25% 29% 13% 6% 12%
A-D2 4% 50%
50% 21% 14% 4% 18% 7% 0% 21% 14% 4% 11% 71% 21% 18% 11% 21%
A-D3 18% 50% 50%
29% 32% 7% 21% 14% 4% 21% 21% 18% 11% 39% 25% 11% 18% 14%
A-E1 0% 44% 33% 44%
22% 11% 56% 11% 0% 22% 0% 11% 22% 22% 11% 17% 22% 0%
A-E2 24% 47% 12% 26% 12%
35% 18% 32% 29% 41% 6% 21% 47% 12% 35% 6% 3% 15%
A-E3 22% 41% 3% 6% 6% 38%
19% 16% 16% 31% 0% 13% 34% 3% 19% 25% 0% 9%
A-E4 6% 34% 16% 19% 31% 19% 19%
22% 19% 9% 0% 6% 31% 9% 22% 38% 6% 13%
A-E5 10% 13% 7% 13% 7% 37% 17% 23%
37% 13% 0% 7% 37% 3% 13% 3% 0% 3%
A-E6 33% 44% 0% 6% 0% 56% 28% 33% 61%
50% 0% 0% 89% 0% 33% 0% 0% 0%
A-E7 19% 69% 17% 17% 11% 39% 28% 8% 11% 25%
11% 3% 47% 17% 22% 3% 3% 6%
A-O1 25% 25% 50% 75% 0% 25% 0% 0% 0% 0% 50%
25% 25% 50% 50% 25% 25% 50%
A-O2 25% 5% 5% 25% 10% 35% 20% 10% 10% 0% 5% 10%
25% 10% 25% 40% 10% 30%
A-O3 21% 42% 8% 8% 11% 42% 29% 26% 29% 42% 45% 5% 13%
11% 26% 3% 3% 11%
A-O4 7% 46% 71% 39% 14% 14% 4% 11% 4% 0% 21% 14% 7% 14%
18% 18% 14% 29%
A-O5 26% 39% 16% 18% 5% 32% 16% 18% 11% 16% 21% 11% 13% 26% 13%
13% 3% 16%
A-O6 17% 23% 17% 10% 10% 7% 27% 40% 3% 0% 3% 7% 27% 3% 17% 17%
7% 33%
A-O7 13% 38% 38% 63% 50% 13% 0% 25% 0% 0% 13% 25% 25% 13% 50% 13% 25%
25%
A-O8 20% 30% 30% 20% 0% 25% 15% 20% 5% 0% 10% 20% 30% 20% 40% 30% 50% 10%
No Quadro 3.7 apresenta-se um exemplo de uma ficha de anomalia sendo as restantes fichas apresentadas
no Anexo 3.1.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 3-43
Quadro 3.7 - Ficha de anomalia
FICHA DE ANOMALIA A-C
DESIGNAÇÃO:
Condensações
DESCRIÇÃO:
Traduzem-se na formação de gotículas de água sob a superfície dos
revestimentos, em consequência da passagem do vapor de água
interior, do estado gasoso para o estado líquido
CAUSAS PROVÁVEIS:
- inexistência ou aplicação incorrecta de elementos de isolamento térmico (C-P4, C-E4, C-E2)
- inexistência ou colocação incorrecta de elementos de ventilação (C-P3, C-E3)
- inexistência ou colocação incorrecta da barreira pára-vapor (C-P5, C-E5)
- utilização de materiais de isolamento que não respeitam os requisitos funcionais (C-P9, C-E9, C-E13)
- humidade ambiente excessiva / produção elevada de vapor de água (C-A9)
- temperatura na superfície do revestimento igual à temperatura de orvalho (C-A8)
- alteração das condições de utilização inicialmente previstas (C-U7)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- degradação do revestimento
- degradação das camadas subjacentes ao revestimento por contacto com a água
- formação de manchas escuras devido à retenção de poeiras
- desenvolvimento de fungos e bolores
- descolamento, formação de bolhas e fissuração em telhas asfálticas
- corrosão de elementos metálicos
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- temperatura e condições higrotérmicas interiores e exteriores
- espessura de cada camada componente da cobertura
- condutibilidade térmica ou resistência térmica de cada camada componente da cobertura
- resistência à difusão do vapor de água de cada camada componente da cobertura
- existência de pontes térmicas (S/N)
- estado do isolamento térmico
- produção excessiva de vapor de água (S/N)
- tipo de utilização dos espaços subjacentes à cobertura
- ventilação insuficiente (S/N)
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- medição da temperatura e da humidade relativa superficial e / ou ambiente (D-C1)
- avaliação da distribuição de temperaturas por termografia de infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- presença de humidade excessiva no espaço subjacente ao RECI (S/N)
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para progressão do fenómeno e consequente degradação dos revestimentos ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - quando o fenómeno estiver circunscrito e não apresentar condições para a progressão
Capítulo 3 - Anomalias dos revestimentos
3-44 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
3.7. SÍNTESE
Neste capítulo, apresentou-se um sistema classificativo de anomalias e respectivas causas associadas aos
RECI, com o objectivo de normalizar e optimizar a inspecção e o diagnóstico destes elementos construtivos.
O sistema classificativo apresentado é constituído por 4 grupos de anomalias, num total de 19 anomalias
principais, agrupadas de acordo com a sua tipologia e aspecto visual. Também é constituído por 5 grupos
de causas possíveis, num total de 45 causas principais, agrupadas de acordo com a ordem cronológica de
ocorrência.
Através da consulta de bibliografia da especialidade, construíram-se matrizes de correlação anomalias -
causas e anomalias entre si, pelo que estão dependentes dos resultados das inspecções realizadas durante
o trabalho de campo e que permitiram efectuar a validação do sistema no Capítulo 5.
Posteriormente, com base nas informações recolhidas, elaboraram-se fichas de anomalias individuais onde
se encontra resumido todo o conhecimento relacionado com cada anomalia, como sejam a sua designação,
descrição sumária, causas e consequências possíveis, aspectos a inspeccionar, parâmetros de inspecção,
técnicas de diagnóstico (Capítulo 4) e, por último, a classificação da anomalia, de acordo com o nível de
gravidade associado.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 4-1
4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As causas que contribuem para o aparecimento de anomalias em RECI são muito variadas e, como
referido, diferentes causas podem originar o mesmo tipo de anomalias. Deste modo, é fundamental efectuar
um diagnóstico correcto das anomalias de forma a determinar as causas que estão na sua origem.
A determinação das causas permite, na maior parte das situações, a sua eliminação ou, nos casos em que
tal não é possível, a execução de acções de modo a adequar a construção ou alguns dos seus elementos
construtivos aos efeitos das acções actuantes e, por conseguinte, atenuar o desenvolvimento dos
fenómenos patológicos.
A eficácia de um determinado diagnóstico, nalguns casos, só é verificável num espaço temporal mais ou
menos longo, isto é, a verificação do desaparecimento ou paragem da progressão das anomalias pode
ocorrer bastante tempo depois da intervenção, devido à morosidade destes fenómenos ou ainda ao seu
carácter cíclico (AGUIAR, CABRITA e APPLETON, 1997).
Um diagnóstico é muitas vezes realizado por aproximações sucessivas, integrando os diferentes dados
recolhidos durante a investigação, e compreende essencialmente os seguintes passos: recolha de
elementos biográficos e dados técnicos sobre o RECI (idade, material, características originais, relatos de
anomalias anteriores), recolha de elementos sobre a envolvente do RECI (características do meio,
condições de funcionamento / utilização, modo de instalação, materiais em contacto) e observação in situ
(caracterização da anomalia, determinação das causas) (adaptado de FONTINHA e SALTA, 2004).
A caracterização das anomalias e a determinação das suas causas implicam operar com um sistema de
relações entre causas e efeitos perfeitamente estabelecidas, como o que se propõe nesta dissertação, em
que, uma vez feito o levantamento das anomalias, se identifica univocamente as correspondentes causas.
Na maior parte das situações não se recorre aos ensaios laboratoriais, uma vez que implicam alguma
complexidade na execução e morosidade na obtenção dos resultados, para além dos custos elevados que
têm associados. Assim, é mais frequente o recurso a ensaios de realização in situ, mais simples e menos
intrusivos, assumindo a inspecção visual e a experiência profissional uma importância decisiva para a
interpretação dos resultados e separação intuitiva da informação relevante e da não relevante (adaptado de
CÓIAS, 2006).
Neste capítulo propõe-se um sistema classificativo das técnicas de diagnóstico associadas à caracterização
de anomalias em RECI, as quais são depois integradas numa matriz de correlação, na sequência do
trabalho de construção do sistema de inspecção e diagnóstico proposto nesta dissertação.
Os dados apresentados neste capítulo complementam as informações que se propõe que constem nas
fichas de anomalias anteriormente destacadas, nomeadamente as técnicas de diagnóstico mais adequadas
a cada anomalia, os aspectos a inspeccionar e os parâmetros de classificação, que definem o nível de
gravidade da ocorrência (GARCIA, 2006).
Capítulo 4 - Técnicas de diagnóstico
4-2 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
4.2. CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO
A classificação das técnicas de diagnóstico dos RECI apresentada no Quadro 4.1 é constituída por quatro
grupos, de acordo com o tipo de execução e funcionamento do equipamento utilizado em cada uma das
técnicas: análise visual, métodos eléctricos, métodos termo-higrométricos e métodos ultra-sónicos.
Na presente classificação foram consideradas apenas as técnicas passíveis de serem realizadas in situ,
dado que os ensaios laboratoriais exigem pessoal e equipamentos especializados, implicando custos,
complexidade e tempos de execução elevados. Esta opção tem a ver com o facto de, no presente trabalho,
se pretender apresentar apenas ensaios simples e rápidos para inspecção e diagnóstico de anomalias em
RECI. É de referir ainda que as técnicas de diagnóstico apresentadas não são destrutivas, pelo que
apresentam normalmente um custo inferior às técnicas destrutivas.
No quadro classificativo são uma vez mais apresentadas siglas identificativas de cada técnica, necessárias
à construção da matriz de correlação entre as anomalias e as técnicas de diagnóstico (§4.3).
Quadro 4.1 - Técnicas de diagnóstico in situ para RECI
D-A - ANÁLISE VISUAL
D-A1 inspecção visual
D-A2 medição da inclinação
D-B - MÉTODOS ELÉCTRICOS
D-B1 correntes induzidas
D-C - MÉTODOS TERMO-HIGROMÉTRICOS
D-C1 avaliação da temperatura e da humidade
D-C2 termografia de infravermelhos
D-D - MÉTODOS ULTRA-SÓNICOS
D-D1 ultra-sons
4.2.1. Inspecção visual
A inspecção visual é um dos métodos mais utilizados no diagnóstico de revestimentos de coberturas, pelo
facto de ser de realização simples, de custos reduzidos e não necessitar de equipamento especial.
Esta técnica de inspecção exige apenas um profissional com elevada experiência e conhecimento no
âmbito da patologia nos RECI, utilizando alguns equipamentos auxiliares tais como: binóculos, máquina
fotográfica, fita métrica, escada e equipamento de segurança, entre outros que se achar essenciais ao
diagnóstico visual.
Como se sabe, as coberturas são, na grande maioria dos casos, locais de difícil acesso, pelo que a
realização de inspecções acarreta algum perigo para a segurança e saúde de quem as executa. Assim, a
pensar nesta problemática, foi desenvolvido um sistema semi-aéreo que permite a observação das
coberturas e o registo fotográfico sem abandonar o solo (Figura 4.1). Este sistema consiste num veículo (a
posicionar junto ao edifício) equipado com um mastro extensível e uma câmara controlada remotamente
que pode fotografar vastas áreas da cobertura com o detalhe e precisão que se queira. Para além de evitar
a ocorrência de quedas, este método de inspecção visual revelou ser também rápido, de baixo custo e
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 4-3
permite obter imagens de grande qualidade, importantes para a análise no local através do monitor CCTV
ou para posteriores análises (AERIAL CLOSE-UP PHOTOGRAPHY, 2009).
Figura 4.1 - Inspecção visual recorrendo ao Aerial
Close-Up (AERIAL PHOTOGRAPHY, 2009)
Figura 4.2 - Inspecção visual acedendo ao local de
ocorrência da anomalia
O diagnóstico de várias anomalias em RECI é passível de ser executado recorrendo apenas à inspecção
visual: o desalinhamento de elementos do revestimento (A-D2), o envelhecimento (A-E6), os defeitos nas
fixações (A-O1), a sobreposição excessiva ou insuficiente (A-O4) e os defeitos no sistema de ventilação (A-
O6).
No desalinhamento de elementos do revestimento, são visíveis os encaixes longitudinais e transversais
incorrectos e os recobrimentos variáveis de zona para zona da cobertura enquanto que, no envelhecimento,
se observa a deterioração e a desagregação dos revestimentos de fibrocimento e o resultado das reacções
químicas de oxidação dos revestimentos plásticos.
Nas fixações podem ser inspeccionados os seguintes aspectos: aperto (se insuficiente, pode provocar o
desprendimento das fixações, se excessivo, pode originar a deformação ou mesmo fractura do revestimento
nessa zona), a quantidade de fixações (se insuficiente, pode permitir o desprendimento dos elementos, se
excessiva, pode provocar o constrangimento das chapas) e a colocação das peças nas cavas e não no topo
das nervuras (dá origem a infiltrações de água que se escoa nas cavas).
A existência de elementos do RECI com formato ou dimensões diferentes dos restantes e de juntas
indesejáveis devido a sobreposições deficientes pode ser também verificada unicamente através da
inspecção visual.
Ainda se pode recorrer exclusivamente à inspecção visual para a determinação dos tipos de ventilação
existentes numa cobertura, para a verificação da distribuição dos elementos de ventilação e da
desobstrução destes, para a observação do corte transversal dos ripados de modo a permitir a circulação
de ar.
No diagnóstico das restantes anomalias, a inspecção visual é aplicada como complemento a outra técnica e
sempre em primeiro lugar, ou seja, por mais completa que seja a técnica (específica de determinada
anomalia) a aplicar, o diagnóstico não dispensa a simples inspecção visual da área ou elemento afectado.
Capítulo 4 - Técnicas de diagnóstico
4-4 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
4.2.2. Medição da inclinação
Esta técnica de inspecção destina-se a verificar se a inclinação das vertentes da cobertura observa o valor
mínimo e o máximo estabelecidos de acordo com o tipo de revestimento, a exposição da cobertura, o
desenvolvimento da vertente, a localização e a disposição construtiva adoptada.
A medição da inclinação pode ser executada utilizando uma régua de nível digital ou inclinómetro, para
verificação em áreas de reduzida dimensão, ou um nível a laser, para áreas de maior extensão (Figura 4.3).
As réguas de nível possuem um mostrador digital que apresenta instantaneamente a inclinação em várias
unidades (graus, percentagem, entre outras), são altamente resistentes às quedas e choques e são
facilmente calibradas pelos próprios utilizadores.
O nível a laser possui vários feixes laser que saem do mesmo ponto direccionado como eixos ortogonais
entre si e tem a grande vantagem de ser um método rápido e prático em comparação com os métodos
tradicionais.
Figura 4.3 - Exemplos de um inclinómetro e de um nível a laser (FERROVICMAR, 2009; ANVI, 2009)
4.2.3. Correntes induzidas
Este ensaio não destrutivo, também denominado por Correntes de Eddy na terminologia inglesa e por
Correntes de Foucault na terminologia francesa, consiste na medição da variação da impedância eléctrica
de uma bobina ou sonda, quando sujeita a um campo magnético (BOYNARD, 2004).
O modo de funcionamento resume-se a fazer percorrer uma corrente eléctrica alternada através da bobina,
que vai criar um campo magnético primário (Figura 4.4) que, por sua vez, vai induzir uma corrente eléctrica
numa qualquer peça condutora que seja colocada na sua vizinhança. Em resposta, a corrente eléctrica
induzida na peça vai criar um campo magnético (secundário), que contraria o campo magnético primário e
induz uma corrente eléctrica na bobina (DIAS, 2009).
Assim, como se percebe, a corrente eléctrica e o campo magnético primário sofrem uma redução (Figura
4.5), quando comparados com os que se obtêm na ausência de uma peça condutora, equivalendo a um
aumento de resistência e a uma diminuição da indutância primária.
Como referido, este ensaio consiste na medição da variação da impedância da bobina, ou seja, da limitação
à propagação da corrente, permitindo a execução de várias acções de controlo em RECI, tais como a
detecção de defeitos (fissuras, corrosão), variações dimensionais (perda de espessura) e a medição da
espessura de camadas protectoras condutoras ou não-condutoras (BOYNARD, 2004).
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 4-5
Figura 4.4 - Campo magnético criado pela
corrente eléctrica proveniente da bobina (DIAS,
2009)
Figura 4.5 - Campo magnético distorcido pela
presença de defeitos ou variações no material em
contacto (DIAS, 2009)
Existem alguns factores que influenciam a execução deste ensaio como, por exemplo, a condutividade
eléctrica, na medida em que depende de várias propriedades (material, tratamento térmico, temperatura,
dimensão do grão, dureza ou tensões residuais) que deverão ser conhecidas e controladas.
A permeabilidade magnética de um material influencia fortemente as correntes induzidas, pelo facto de
serem originadas por campos magnéticos, implicando que nos materiais com grande permeabilidade
magnética é mais fácil induzir um fluxo magnético.
Outro factor que tem uma grande influência neste ensaio é o efeito de bordo e ocorre quando a sonda se
aproxima de uma extremidade da peça. Nesta situação, as correntes sofrem fortes distorções que podem
mascarar eventuais indicações de defeitos nas peças (BOYNARD, 2004).
O ensaio através das correntes induzidas é um método limpo, rápido e de baixo custo operacional, mas
exige tecnologia e experiência na realização e interpretação dos resultados (ABENDE, 2009).
Os modelos disponíveis no mercado de medidores de espessuras de revestimentos (Figura 4.6) possuem
pequenas dimensões, são fáceis de usar e permitem a execução de testes rápidos, práticos e precisos
(ROMA, 2009c).
Figura 4.6 - Exemplos de medidores de espessuras
com e sem sonda incorporada (ROMA, 2009c)
Capítulo 4 - Técnicas de diagnóstico
4-6 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
4.2.4. Medição da temperatura e da humidade relativa
As solicitações da temperatura representam uma das causas para a ocorrência de uma boa parte das
anomalias em materiais e elementos (BARREIRA, 2004), cujo efeito pode ainda ser agravado pela sua
conjugação com variações de humidade relativa do ar (PEREIRA, 2008).
A medição destes dois factores constitui assim, uma importante ajuda na compreensão dos fenómenos que
estão na origem das condensações em RECI, sobretudo nas situações em que não foram previstos
adequados sistemas de isolamento térmico e de ventilação.
Sendo o ar constituído por uma mistura de gases, na qual se inclui o vapor de água, o limite de saturação
do ar consiste na quantidade máxima de vapor de água que o ar pode conter. A humidade relativa é dada
pelo quociente entre a humidade absoluta (quantidade de vapor de água contida no ar a uma dada
temperatura) e o limite de saturação.
A relação entre a temperatura e o limite de saturação é linear, pelo que (mantendo-se constante o valor da
humidade absoluta), quando a temperatura aumenta, o limite de saturação aumenta e a humidade relativa
de uma massa de ar diminui e, quando a temperatura diminui, o limite de saturação também diminui e a
humidade relativa aumenta. Por conseguinte, quando a humidade relativa atinge o valor do limite de
saturação, todo o vapor de água, para além desse valor (em excesso), condensará, ou seja, passará para o
estado líquido.
Este fenómeno de arrefecimento do ar ocorre sobretudo junto aos elementos da envolvente de um edifício
como por exemplo, nas coberturas, e com maior probabilidade em zonas onde o isolamento térmico é fraco
ou mesmo inexistente (MENDONÇA, 2005b). O conhecimento das condições termo-higrométricas é, deste
modo, da maior importância para explicar e mesmo evitar a ocorrência de condensações e outras anomalias
relacionadas com estas, tais como degradação dos elementos que contactam com a humidade, formação
de manchas escuras e desenvolvimento de fungos e bolores.
A monitorização da temperatura e da humidade pode ser executada através de termo-higrómetros digitais
(Figura 4.7) que recolhem a informação necessária, permitindo detectar alterações ao nível do isolamento
térmico, alterações dos valores da humidade relativa no interior e a concentração de humidade em
determinadas zonas, com o fim último de avaliar a possibilidade de ocorrência de condensações.
Figura 4.7 - Exemplos de termo-higrómetros (ROMA, 2009d)
A utilização desta técnica em acções preventivas possibilita a adopção atempada de medidas com vista a
eliminar as causas de anomalias futuras e a sua utilização em acções curativas permite um diagnóstico
rápido e fácil dos fenómenos anómalos observados.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 4-7
4.2.5. Termografia de infravermelhos
A termografia é um dos métodos não destrutivos mais eficazes e económicos de inspecção in situ,
apresentando ainda a vantagem de executar análises por áreas em vez de pontos ou linhas (MENDONÇA,
2005a). Esta tecnologia baseia-se no facto de os objectos e materiais com uma temperatura acima do zero
absoluto (-273 oC) emitirem radiação de calor ou radiação infravermelha. A intensidade de radiação
depende da temperatura do objecto e da sua capacidade para radiar calor (IMPIC, 2009).
A energia infravermelha (não visível pelo olho humano) emitida pelos objectos é captada por câmaras
termográficas que a convertem em sinal eléctrico e, através de cálculos de temperatura, produzem imagens
de calor (termogramas) (Figura 4.8). A conversão da radiação em temperatura, efectuada pelas câmaras
termográficas, só é possível uma vez que a sua relação é uma lei física (MENDONÇA, 2005a).
A produtividade e a precisão nas inspecções termográficas estão associadas à tecnologia utilizada nos
detectores das câmaras, à imagem visual integrada e ao software actualmente disponível.
A aplicação da termografia por infravermelhos em edifícios pode ter como objectivo a detecção das causas
de anomalias visualizadas (acção correctiva) ou de anomalias iniciadas mas ainda não visíveis como, por
exemplo, a detecção de infiltrações com ausência de manifestações (acção preventiva).
Figura 4.8 - Exemplos de termogramas obtidos durante uma análise termográfica (RADIO101, 2009)
Na situação particular das coberturas inclinadas, esta tecnologia permite detectar a inexistência ou falta de
qualidade do isolamento térmico (por redução da espessura do isolamento ou falta de estanqueidade ao ar
nas juntas das placas). Uma vez que os termogramas permitem observar a distribuição de temperaturas
numa superfície, é possível a detecção das zonas mais frias das coberturas (Figura 4.9) onde se verifica um
arrefecimento do ar e que constituem pontos críticos para a ocorrência de condensações do vapor de água
(MENDONÇA, 2005b).
Figura 4.9 - Detecção de perdas de isolamento térmico
numa cobertura (ROMA, 2009b)
Capítulo 4 - Técnicas de diagnóstico
4-8 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
A técnica de termografia permite também avaliar a estanqueidade e isolamento das coberturas através da
detecção de infiltrações de água (IMPIC, 2009). Este técnica é exequível devido ao facto de a massa
calorífica da água ser superior às dos materiais que constituem uma cobertura e este líquido conservar o
calor da radiação solar durante mais tempo. Assim, torna possível a detecção das zonas onde a
estanqueidade se encontra comprometida e a realização de intervenções mais localizadas e de menor custo
(BRANCO, 2003).
Esta técnica de diagnóstico permite, deste modo, a inspecção de uma cobertura sem aceder directamente a
esta e, portanto, não acarreta quaisquer danos (CÓIAS, 2006). Contudo, as observações termográficas
efectuadas implicam a realização de ensaios posteriores mais localizados e a interpretação dos resultados
exige um profissional com experiência e conhecimento na área do comportamento térmico dos materiais
(PEREIRA, 2008).
4.2.6. Ultra-sons
A inspecção através de ultra-sons consiste na transmissão de ondas acústicas ou sonoras de elevada
frequência (entre 1 e 25 MHz) no material onde se pretende realizar o ensaio e posterior recepção das
ondas reflectidas (Figura 4.10). A reflexão das ondas pode ocorrer, quer devido a obstáculos que impedem
a sua propagação no interior do material, quer ao incidirem em superfícies de separação de dois meios com
características acústicas diferentes (interfaces criadas por descontinuidades, defeitos ou superfície oposta
do material) (BOYNARD, 2004).
As ondas acústicas consistem em impulsos eléctricos de grande voltagem e pequena duração, que,
aplicados ao cristal da sonda (transmissor), são transformados em vibrações, as quais, após reflexão, são
captadas por um receptor que as converte novamente em sinais eléctricos, permitindo a sua visualização
num ecrã LCD ou num tubo de raios catódicos do aparelho de ultra-sons (ABENDE, 2009).
A forma como os feixes acústicos são reflectidos depende da forma, distância e reflectividade das
superfícies reflectoras. Através do conhecimento do tempo de percurso, velocidade de propagação do som
e do ângulo de emissão das ondas, é possível detectar defeitos e descontinuidades internas nos elementos
(DIAS, 2009). Esta técnica permite também a determinação de espessuras dos elementos (Figura 4.11) e
de fenómenos de corrosão, com bastante facilidade e precisão (ABENDE, 2009).
Figura 4.10 - Exemplo de aparelho de ultra-sons
(ROMA, 2009a)
Figura 4.11 - Exemplos de medidores de
espessuras de materiais (ROMA, 2009c)
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 4-9
A inspecção através de ultra-sons é aplicável em todos os materiais (betão, metais, vidro, borracha,
materiais compostos, madeira e pedra), sendo por isso utilizado em diversas áreas (construção, indústria,
transportes, hospitais, entre outros).
Em elementos de madeira, esta técnica permite a rápida detecção de áreas enfraquecidas e degradadas
não visíveis, a medição da extensão de áreas degradadas visíveis e a determinação de profundidades de
fracturas (DEMAUS, 1996).
Em elementos de ardósia, a determinação da velocidade de propagação das ondas ultra-sónicas permite
avaliar, indirectamente, o estado de degradação, na medida em que valores elevados de velocidade
indicam um menor grau de alteração e uma maior coesão entre os constituintes da rocha.
Este método de ensaio é totalmente não destrutivo, não provoca quaisquer danos no material e pode ser
utilizado em superfícies frágeis (DEMAUS, 1996).
Dado que consiste numa técnica de baixo custo, revela-se uma das mais utilizadas e em maior crescimento,
para a detecção de defeitos internos nos materiais e determinação de espessuras numa grande variedade
de materiais (ABENDE, 2009).
Por outro lado, devido à complexidade da técnica, o operador do aparelho de ultra-sons necessita de
formação específica e de elevada experiência para interpretar os resultados, o que se apresenta como uma
limitação (DIAS, 2009).
4.3. MATRIZ DE CORRELAÇÃO ANOMALIAS - TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO
No Quadro 4.2 é apresentada a matriz de correlação anomalias - técnicas de diagnóstico, a qual permite
que, após a identificação de uma anomalia num RECI, se consiga utilizar o método mais adequado em
termos de extensão e gravidade, de entre os que foram listados no Quadro 4.1.
Na matriz de correlação anomalias - técnicas de diagnóstico apresentada, na intersecção de cada linha
(representando uma anomalia) com cada coluna (representando um método de diagnóstico) é inscrito um
número, que representa o grau de correlação entre ambos, de acordo com o seguinte critério (BRITO,
1992):
0 - SEM CORRELAÇÃO - não existe qualquer relação entre a anomalia e a técnica de diagnóstico;
1 - PEQUENA CORRELAÇÃO - técnica de diagnóstico adequada à caracterização de determinada
anomalia, embora possua limitações, em termos de execução técnica ou de custo, que reduzem o
espectro da sua aplicabilidade;
2 - GRANDE CORRELAÇÃO - técnica de diagnóstico adequada à caracterização de determinada
anomalia, cuja execução é de exigência técnica mínima e o equipamento necessário acessível,
tornando a respectiva área de aplicação abrangente.
Da observação do Quadro 4.2, é possível verificar que existem anomalias para as quais são indicados mais
do que um método de diagnóstico de cada um dos grupos de correlação. A situação em que é indicado
mais de um método de diagnóstico de pequena correlação é justificada por estes estarem limitados em
termos de aplicabilidade e só se tornar adequada a sua execução, em termos técnico-económicos, em
determinadas situações particulares, que variam de anomalia para anomalia. Os casos em que são
indicados dois ou mais métodos de diagnóstico de grande correlação justificam-se pelo facto de cada um
desses métodos corresponder à caracterização de um determinado parâmetro da anomalia em causa,
Capítulo 4 - Técnicas de diagnóstico
4-10 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
sendo por isso necessário utilizá-los de forma consecutiva de modo a efectivar o diagnóstico pretendido
(SILVESTRE, 2005).
Em todas as situações, os ensaios descritos devem ser complementados com uma campanha de vistorias
às restantes zonas do edifício, para que se possam rastrear anomalias em outros elementos estruturais ou
não-estruturais do mesmo, que se verifique serem relevantes para o RECI em causa.
Quadro 4.2 - Matriz de correlação anomalias - técnicas de diagnóstico
D-A1 D-A2 D-B1 D-C1 D-C2 D-D1
A-C 2 0 0 2 2 0
A-D1 2 1 0 11 0 0
A-D2 2 0 0 0 0 0
A-D3 2 2 0 0 0 0
A-E1 2 2 0 0 0 0
A-E2 2 0 2 0 1 2
A-E3 2 0 22 0 1 2
3
A-E4 2 1 0 0 2 0
A-E5 2 0 22 0 0 2
2
A-E6 2 0 0 0 0 0
A-E7 2 0 0 0 2 0
A-O1 2 0 0 0 0 0
A-O2 2 0 0 0 2 0
A-O3 2 0 0 0 2 0
A-O4 2 0 0 0 0 0
A-O5 2 0 0 0 2 0
A-O6 2 0 0 0 0 0
A-O7 2 2 0 0 0 0
A-O8 2 0 0 0 1 0
1
Apenas para RECI plásticos
2 Apenas para RECI metálicos e mistos (com excepção das telhas asfálticas)
3 Apenas para RECI metálicos e de ardósia
Como exemplo da relação entre as anomalias e as técnicas de diagnóstico referidas, são apresentados no
Quadro 4.3 os vários ensaios que podem ser utilizados no diagnóstico da anomalia A-E2 - corrosão. Mais
uma vez, as técnicas de grande relação encontram-se sublinhadas.
Após a conclusão da matriz de correlação para todas as anomalias, é possível definir a metodologia a
seguir em cada uma das situações, permitindo assim planear os meios humanos e materiais a afectar, para
que seja optimizado o prazo de execução da campanha de ensaios.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 4-11
Quadro 4.3 - Correlação entre os ensaios in situ e a anomalia A-E2 corrosão
FICHA DE CORRELAÇÃO ANOMALIAS-TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO
DESIGNAÇÃO DA ANOMALIA: A-E2 CORROSÃO
ENSAIO DESCRIÇÃO DO MÉTODO
D-A1 inspecção visual
1 - colocação do equipamento de segurança pessoal; 2 - deslocação até
à cobertura; 3 - avaliação do RECI através de observação directa
auxiliada por outros equipamentos simples
D-B1 correntes induzidas
1 - colocação da sonda emissora e receptora de corrente eléctrica em
contacto com a superfície do revestimento; 2 - geração e aplicação de
corrente eléctrica através da sonda; 3 - interpretação dos resultados
obtidos, relacionando-os com as propriedades físicas (espessura) e
mecânicas (nível de desenvolvimento da corrosão) dos materiais
D-C2 termografia de
infravermelhos
1 - aproveitando o aquecimento provocado pela radiação solar, observar
as imagens termográficas obtidas através da câmara de infravermelhos;
2 - registar em disquetes ou aparelhagem videográfica as imagens
recolhidas, para posterior interpretação e diagnóstico
D-D1 ultra-sons
1 - colocação dos transdutores de transmissão e recepção em contacto
com a superfície do revestimento sob uma fina camada de acoplante,
exercendo a pressão apropriada para evitar a presença de ar entre as
superfícies de contacto; 2 - aplicação de um impulso eléctrico através do
transmissor; 3 - leitura da velocidade de propagação das ondas
reflectidas no ecrã LCD ou no tubo de raios catódicos do aparelho; 4 -
interpretação dos resultados obtidos, relacionando-os com as
propriedades físicas (espessura) e mecânicas (estado de degradação e
existência de descontinuidades / defeitos) dos materiais
4.4. FICHAS DAS TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO
Para a totalidade dos ensaios de diagnóstico em RECI descritos, construíram-se fichas individuais,
apresentadas no Anexo 4.1, constituídas pelas seguintes informações:
número da ficha de ensaio;
figura ilustrativa do equipamento do ensaio;
tipo de ensaio (destrutivo / não destrutivo);
objectivos do ensaio;
equipamento necessário;
descrição do método;
vantagens;
limitações;
referências bibliográficas.
Capítulo 4 - Técnicas de diagnóstico
4-12 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Apresenta-se no Quadro 4.4 um exemplo de uma ficha de ensaio relativa à técnica D-C2 - termografia de
infravermelhos, a qual inclui os campos atrás enunciados.
Quadro 4.4 - Ficha de ensaio D-C2 - termografia de infravermelhos
FICHA DE ENSAIO D-C2
DESIGNAÇÃO:
Termografia de infravermelhos
DESTRUTIVO (D) / NÃO DESTRUTIVO (ND):
ND
OBJECTIVOS:
Avaliar a estanquidade a infiltrações de água e localizar descontinuidades no isolamento térmico de coberturas por captação das radiações térmicas emitidas pelos materiais
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
Câmara termográfica sensível à radiação infravermelha; pares termoeléctricos para controlo das temperaturas e equipamento de gravação em cassete vídeo e em disquete, para gravação dos termogramas obtidos
DESCRIÇÃO DO MÉTODO:
1 - aproveitando o aquecimento provocado pela radiação solar, observar as imagens termográficas obtidas através da câmara de infravermelhos; 2 - registar em disquetes ou aparelhagem videográfica as imagens recolhidas, para posterior interpretação e diagnóstico
VANTAGENS:
Técnica eficaz e económica, permitindo a inspecção sem existir contacto com os elementos a diagnosticar; técnica de teste de áreas em vez de pontos; permite apresentar uma imagem da superfície analisada
LIMITAÇÕES:
As observações termográficas efectuadas implicam ensaios posteriores mais localizados; a interpretação dos resultados exige um profissional com experiência e conhecimento na área do comportamento térmico dos materiais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRANCO (2003); CÓIAS (2006); IMPIC (2009); MENDONÇA (2005); PEREIRA (2008)
4.5. SÍNTESE
Neste capítulo apresentaram-se as técnicas de diagnóstico que podem ser utilizados in situ para
caracterizar as anomalias detectadas em RECI, em termos de extensão e gravidade. Com esse intuito, foi
consultada bibliografia da especialidade, de forma a seleccionar as técnicas mais usuais e que, como tal,
possuem modos de execução já normalizados ou com eficácia bem conhecida.
Com base nessa informação, foi construído um sistema classificativo de técnicas de diagnóstico in situ de
anomalias em RECI, constituído por 4 grupos, num total de 6 técnicas, agrupadas de acordo com o tipo de
execução e funcionamento do equipamento utilizado em cada uma das técnicas.
O sistema classificativo inclui ainda a caracterização completa das técnicas, cuja informação se encontra
resumida em fichas individuais onde constam dados como a designação, o tipo de ensaio, o objectivo da
sua realização, material necessário, a descrição do método e as vantagens e limitações da sua utilização.
Posteriormente, as técnicas de diagnóstico apresentadas foram relacionadas com as anomalias propostas
no Capítulo 3, de que resultou uma matriz de correlação anomalias - técnicas de diagnóstico, que constitui
mais um elemento do sistema classificativo apresentado.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-1
5. VALIDAÇÃO DO SISTEMA E ANÁLISE ESTATÍSTICA
5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo apresenta-se toda a informação obtida nas inspecções efectuadas a RECI, levadas a cabo
em 164 edifícios que possuíam anomalias neste tipo de revestimento.
O plano de inspecções desenvolvido teve como objectivo a validação do sistema classificativo de anomalias
em RECI proposto e descrito nos capítulos anteriores e ainda aferir e calibrar os procedimentos adoptados
e as matrizes de correlação construídas nos referidos capítulos.
As inspecções realizadas ficaram documentadas em fichas-tipo de inspecção e de validação, apresentadas
nos Anexos 5.I e 5.II, respectivamente. As fichas de inspecção incluem as características dos edifícios e dos
revestimentos, permitindo uma comparação efectiva das diferentes inspecções. No caso das fichas de
validação, são assinaladas e caracterizadas as anomalias identificadas em cada RECI, bem como todos os
parâmetros que se possam relacionar com o sistema classificativo criado.
Neste capítulo apresenta-se ainda o tratamento estatístico completo dos dados recolhidos nas inspecções,
do qual foi possível retirar algumas conclusões de interesse sobre a temática da patologia nos
revestimentos exteriores de coberturas inclinadas.
5.2. PLANO DE INSPECÇÕES A RECI
Como referido, a campanha de inspecções realizada teve como principal objectivo validar o sistema
classificativo proposto neste trabalho, pelo que não se enquadra em nenhum dos tipos de inspecções
apresentados no Quadro 5.1. A componente da validação do sistema reveste-se da maior importância, uma
vez que representa os resultados obtidos na campanha de inspecções, permitindo assim a criação de um
sistema de apoio à inspecção rigoroso que auxilie da melhor forma as inspecções regulares a RECI.
Para a realização das inspecções, exige-se apenas um profissional com experiência e conhecimento no
âmbito da patologia nos RECI, utilizando alguns equipamentos auxiliares tais como: binóculos, máquina
fotográfica, fita métrica, nível de bolha de ar, escada e equipamento de segurança, entre outros
equipamentos de ensaio in situ que se achar serem adequados ao diagnóstico, como referido.
O plano de inspecções a RECI deve incluir, para além das visitas devidas à ocorrência de problemas no
revestimento, um conjunto de visitas periódicas (que podem ser correntes ou detalhadas) e por visitas não
periódicas, denominadas de pós-intervenção. Os três tipos de intervenções, em termos de periodicidade
aconselhada, objectivo e metodologia de actuação em RECI, encontram-se caracterizados no Quadro 5.1,
tendo sido adaptados de metodologias aplicadas noutros trabalhos de inspecção e diagnóstico e que se
julga serem aplicáveis nesta dissertação.
As inspecções não periódicas de pós-intervenção destinam-se a avaliar a eficiência das soluções de
reparação de anomalias e de eliminação das suas causas, podendo mesmo ser efectuada uma
monitorização da zona do RECI intervencionada, para se verificar o comportamento desta ao longo do
tempo. Poderão ainda ser detectados fenómenos de repatologia, devidos a diagnósticos incorrectos,
incompletos ou inexistentes, ou à falta de meios técnicos e/ou económicos para efectuar a reparação mais
adequada (adaptado de SILVESTRE, 2005).
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-2 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Quadro 5.1 - Identificação e caracterização das inspecções (adaptado de BRITO, 1992; FLORES-COLEN, 2002;
SILVESTRE, 2005, PEREIRA, 2008)
Tipo de
inspecções
Periodicidade
mínima / máxima Objectivo Metodologia
Correntes 12 / 16 meses
Detectar anomalias de rápida
evolução; monitorizar anomalias
detectadas em inspecções
anteriores
Observação visual do RECI;
reduzidas necessidades de
equipamento
Detalhadas 5 / 10 anos
Monitorizar anomalias detectadas
em inspecções anteriores,
determinar a sua extensão,
gravidade e respectivas causas
Observação visual do RECI;
ensaios in situ não destrutivos;
estrutura de apoio pessoal e
material considerável
Pós-intervenção
Não periódicas (no
primeiro ano após
cada intervenção no
RECI)
Verificar os casos de degradação
precoce do RECI devida a erros de
execução das técnicas de reparação
Observação visual do RECI;
reduzidas necessidades de
equipamento
O plano de inspecções apresentado permite minimizar a necessidade de intervenções de reparação de
RECI, principalmente do tipo preventivo, se for inserido numa estratégia de manutenção pró-activa que
inclua, além das inspecções, acções que visem a divulgação das prescrições a serem utilizadas na fase de
projecto do RECI. A implementação de uma estratégia de manutenção com esta tipologia durante toda a
vida útil do revestimento deve ser promovida e divulgada, no sentido de controlar e minimizar os efeitos das
anomalias no desempenho global do RECI (adaptado de FLORES-COLEN, 2002).
As inspecções do Quadro 5.1 são descritas em fichas de inspecção, nas quais se apresentam as
características do edifico e do RECI, as anomalias identificadas, o registo fotográfico destas, os parâmetros
avaliados pelos ensaios in situ e a identificação das zonas do revestimento que, pelo seu estado de
degradação, devem merecer especial cuidado em inspecções futuras.
5.2.1. Mapeamento das anomalias
Durante as inspecções, deve ser efectuado pelo inspector o mapeamento das anomalias detectadas, uma
vez que a informação constante das fichas de inspecção não permite por si só localizar com exactidão as
anomalias identificadas num dado RECI.
O mapeamento consiste em determinar a incidência de cada anomalia em toda a extensão do revestimento,
bem como da gravidade da sua expressão, permitindo a definição de um projecto de reparação do RECI e
de outros elementos construtivos degradados. Este procedimento, inicialmente através da simples
observação visual do RECI (auxiliada pelas fotografias de cada anomalia presentes nas fichas de
anomalia), deve ter como base as plantas dos edifícios e pode ser complementado por dados mais precisos
após a execução de uma inspecção detalhada.
Na execução do mapeamento, deve ser preenchida uma malha simplificada (com quadrados de dimensão
adequada à dimensão do RECI) onde são identificadas as áreas afectadas pelas anomalias e a sua
extensão, ou recorrendo a fotografias do local, onde devem ser assinaladas as mesmas anomalias
(adaptado de SILVESTRE, 2005).
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-3
5.2.2. Fichas de inspecção
As fichas de inspecção destinam-se ao registo dos dados recolhidos nas inspecções a RECI,
nomeadamente as características do edifício e do revestimento e outras informações destinadas à
caracterização das anomalias identificadas. Deste modo, as fichas de inspecção incluem os seguintes
campos:
cabeçalho com o número da ficha de inspecção, a data da inspecção, o responsável pela mesma e
respectiva função e o objectivo da inspecção;
para cada edifício:
o a localização, o tipo de utilização dominante, o ano de construção, o n.º de pisos acima do solo e a
caracterização construtiva;
o a ocorrência de intervenções posteriores na cobertura (após a construção desta);
o a caracterização da envolvente: exposição a agentes poluentes (alta, média, baixa, nula), o tipo de
envolvente (rural, urbana, marítima), a exposição aos fenómenos atmosféricos (protegida, normal,
exposta), a zona climática (um, dois, três, de acordo com o definido no Anexo 2 de APICC (1998))
e a proximidade do mar (menos de 1 km, entre 1 e 5 km, mais de 5 km);
o contactos efectuados com os intervenientes no processo construtivo ou com os utilizadores do
edifício, bem como algumas notas de interesse;
para cada RECI existente e inspeccionado em cada edifício:
o a forma (uma, duas, três ou quatro águas, pavilhão / piramidal, curva, com águas desencontradas,
com trapeira, em mansarda);
o o material (ardósia, cerâmica, micro-betão, fibrocimento, plástico, metálico, misto) e designação
comercial;
o o tipo de elementos (telhas, chapas, soletos, painéis, canaletes, cascas);
o a área total e inclinação;
o o tipo de estrutura de suporte (madeira, metálica, mista, muretes de alvenaria, betão - contínua ou
descontínua);
o a constituição do sistema de ventilação (micro-ventilação, ventilação do desvão, telhas de
ventilação, beiral com ventilação, bandas de ventilação, ventiladores);
o a existência de isolamento térmico, de barreira pára-vapor, de fixações, de forro, de cordões de
estanqueidade;
o as singularidades existentes (beirais / beirados, cumeeiras / rincões, larós, elementos emergentes,
platibandas, paredes de bordo, remates laterais, caleiras exteriores, caleiras recuadas);
para eventuais operações de manutenção efectuadas e registadas nos RECI inspeccionados:
o a tipologia implementada e a periodicidade das inspecções e/ou das intervenções efectuadas;
o as características das intervenções efectuadas, como a data de execução, técnica utilizada e os
respectivos materiais;
o os meios de acesso existentes na cobertura do edifício para a realização das operações de
vistoria / intervenção;
o o registo de observações finais de inspecção.
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-4 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Nos Anexos 5.I e 5.III apresenta-se, respectivamente, um exemplar de uma ficha de inspecção e de uma
ficha preenchida relativa a um RECI inspeccionado.
Em relação ao preenchimento das fichas durante as inspecções, verifica-se, por vezes, alguma dificuldade
em obter informações, sejam as que se relacionam com o projecto de execução ou as que dizem respeito
às operações de manutenção que o revestimento já sofreu. Estes são alguns dos problemas com que o
inspector se depara durante uma vistoria, sendo que a falta de registo adequado deste tipo de informação
impede não só a avaliação das opções que foram tomadas em todas as intervenções anteriores, como
também anula toda e qualquer base de trabalho para analisar o desempenho das mesmas e determinar
novas intervenções (adaptado de SILVESTRE, 2005).
5.2.3. Fichas de validação
As fichas de validação destinam-se a validar o sistema de inspecção e diagnóstico proposto nesta
dissertação e criou-se uma ficha de validação para cada RECI inspeccionado. Assim, nestas fichas foi
efectuado o registo das anomalias detectadas (sempre igual ou superior a uma, dado que só foram
inspeccionados RECI que apresentavam anomalias) de acordo com a classificação apresentada no
Capítulo 3. As anomalias foram ainda caracterizadas nas fichas de validação em função de vários
parâmetros (apenas nos aplicáveis), como sejam:
condições para que o fenómeno progrida;
percentagem de área de RECI afectada;
valor estético das áreas afectadas (alto, médio, baixo);
ocorrência de infiltrações (S/N);
afectação da estrutura de suporte (elevada; média; baixa; nula)
presença de humidade excessiva no espaço subjacente ao RECI;
aperto correcto, distribuição, quantidade e materiais adequados das fixações;
modo de execução correcto e recobrimentos adequados dos remates;
aplicação de cordões de estanqueidade;
colocação de isolamento térmico e continuidade do mesmo;
suficiência e distribuição correcta dos elementos de ventilação;
inclinação (insuficiente / excessiva);
nível de gravidade (0, 1, 2).
Para cada uma das anomalias identificadas, foram ainda assinaladas in situ as causas prováveis, directas e
indirectas para a ocorrência destas, tendo em conta a observação da situação anómala e o sistema
classificativo apresentado no Capítulo 3, assim como os respectivos métodos de ensaio, identificados e
caracterizados no Capítulo 4, para caracterizar as anomalias e respectivas causas.
Com o preenchimento destas fichas completou-se a recolha das informações necessárias para a validação
do sistema proposto e a realização da análise estatística, que se apresenta mais adiante.
Nos Anexos 5.II e 5.IV, apresenta-se, respectivamente, um exemplar de uma ficha de validação e de uma
ficha preenchida relativa a um RECI inspeccionado.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-5
5.3. VALIDAÇÃO DO SISTEMA CLASSIFICATIVO
5.3.1. Validação do sistema classificativo das anomalias
A validação do sistema classificativo das anomalias é realizada tendo em conta as 1195 anomalias
verificadas nos 207 RECI inspeccionados, resultando, em média, em 5,8 anomalias por cada RECI.
A Figura 5.1 apresenta, graficamente, as frequências absolutas das anomalias (número de ocorrências
individuais) e a Figura 5.2, apresenta esse número dividido pelo número total de RECI inspeccionados, ou
seja, as frequências relativas.
Figura 5.1 - Frequência absoluta das anomalias identificadas nos RECI
Figura 5.2 - Frequência relativa das anomalias identificadas nos RECI
Como se pode verificar da observação dos gráficos e como seria de esperar, a anomalia que apresenta um
maior número de ocorrências é a A-E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização
biológica, uma vez que, na presença de humidade (situação muito favorável numa cobertura) e tendo a
radiação solar como fonte de energia, ocorre facilmente o desenvolvimento de microrganismos na superfície
dos revestimentos. Por outro lado, as insuficientes ou inexistentes acções de manutenção das coberturas
0
20
40
60
80
100
120
140
160
7
3345 41
58 54 50
150
49
10
96
75
131
1426
89
137
66 64
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
3,4%
15,9%
21,7%19,8%
28,0%26,1%24,2%
72,5%
23,7%
4,8%
46,4%
36,2%
63,3%
6,8%
12,6%
43,0%
66,2%
31,9%30,9%
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-6 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
que muitas vezes se observam agravam o desenvolvimento da colonização biológica. A existência de
vegetação parasitária (plantas de maior porte) verifica-se com menor frequência porque, para além das
condições atrás referidas, necessita também de zonas de acumulação de água, associadas a zonas de
acumulação de detritos.
Os defeitos no sistema de ventilação (A-O6) verificaram-se em mais de 60% dos casos de RECI, uma vez
que a correcta execução destes sistemas é muitas vezes descurada, quer na sua concepção (na fase de
projecto), quer na sua colocação (na fase de execução). Correntemente, verifica-se que os elementos de
ventilação são insuficientes e que os que existem são incorrectamente distribuídos na cobertura, não
permitindo a circulação adequada do ar, necessária à secagem dos elementos de revestimento.
Como seria expectável, também se verificou um elevado número de defeitos nos remates (A-O2), em
resultado da falta de rigor que caracteriza as pormenorizações das singularidades de uma cobertura e ainda
a execução das mesmas, muitas vezes executadas por mão-de-obra não qualificada para tal. Destaca-se a
excessiva aplicação de argamassa em cumeeiras e rincões e a utilização de materiais inadequados para
remates com elementos emergentes, laterais, com platibandas e com paredes de bordo.
Apesar de a anomalia A-C - condensações ter sido observada apenas 7 vezes na amostra de casos de
RECI, deverá ser mantida no sistema classificativo, uma vez que é uma anomalia que não é facilmente
observável durante as estações do ano em que foram efectuadas as inspecções, devido às temperaturas
verificadas não serem favoráveis à formação de condensações. Por conseguinte, os casos registados
ocorreram apenas em locais onde existe uma elevada produção de vapor de água, tais como cozinhas e
instalações sanitárias.
A anomalia A-E6 - envelhecimento também registou apenas 10 ocorrências, devido a ser uma anomalia
específica dos revestimentos em fibrocimento e plásticos, de acordo com o Quadro 3.2, sendo de referir que
não foi verificada qualquer ocorrência nos 23 revestimentos em fibrocimento. Considera-se que o baixo
número de inspecções realizadas nestes RECI terá contribuído para estes resultados e, perante isto, deve
manter-se esta anomalia no sistema classificativo proposto.
Em relação à anomalia A-O3 - inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade, que registou
apenas 14 ocorrências, também deverá permanecer na classificação proposta no Capítulo 3, pelas razões
apontadas para a anomalia anterior. Da observação do Quadro 3.2, verifica-se que esta anomalia ocorre
apenas em determinados tipos de RECI (revestimentos de fibrocimento, metálicos, plásticos e mistos),
justificando assim as reduzidas frequências observadas.
5.3.2. Validação do sistema classificativo das causas
Na sequência da realização das inspecções aos RECI, registaram-se 2822 causas prováveis (directas e
indirectas) das 1195 anomalias identificadas, resultando, em média, em 2,4 causas para cada anomalia.
As Figuras 5.3, 5.4, 5.5, 5.6 e 5.7 representam as frequências absolutas e relativas (correspondentes às
absolutas divididas por 1195, o número total de anomalias identificadas) das causas registadas, por cada
grupo classificativo.
O grupo classificativo das causas associadas a erros de projecto corresponde a 29% do total das causas
registadas e verifica-se que a causa C-P3 - concepção / pormenorização omissa ou incorrecta dos
sistemas de ventilação é a que apresenta um maior número de registos, correspondendo a 8,7% do total
das anomalias identificadas. Esta causa encontra-se associada, na maioria dos casos, à insuficiência e
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-7
mesmo ausência de elementos de ventilação nas coberturas, em resultado da não concepção de sistemas
de ventilação adequados.
Como se pode observar pelos gráficos, as causas C-P5 - concepção / pormenorização omissa ou
incorrecta da barreira pára-vapor e C-P7 - concepção / pormenorização incorrecta da sobreposição
dos elementos apresentam um número reduzido de registos. Os resultados obtidos devem-se, sobretudo,
ao facto de as anomalias principais associadas a estas causas, apresentarem um número igualmente
reduzido: A-C - condensações; A-O4 - sobreposição insuficiente ou excessiva, respectivamente.
Por esta razão e pelo facto de terem sido registadas em mais do que uma inspecção, deve-se considerar a
permanência destas causas no sistema classificativo proposto no Capítulo 3, tanto mais que se considera
que um número superior e diversificado de inspecções a RECI possa incrementar o registo destas causas.
Figura 5.3 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-P registadas nos RECI
As causas associadas a erros de execução correspondem a 31% do total das causas registadas e verifica-
se que a causa C-E2 - utilização de mão-de-obra inexperiente ou pouco qualificada é a que apresenta
um maior número de registos e representa um dos problemas presentes no sector da construção, que
consiste na falta de especialização do pessoal empregado e se reflecte na falta de qualidade dos trabalhos
executados. No caso das coberturas, observa-se que esta situação origina erros de execução, que podem
por si só ser considerados anomalias (caso do grupo de anomalias A-O) ou constituírem causa para o
surgimento de outras anomalias.
A causa C-E9 - utilização de materiais não prescritos, inadequados ou incompatíveis entre si é a
segunda mais assinalada deste grupo e está relacionada principalmente com as anomalias A-E2 - corrosão
e A-O2 - defeitos nos remates. No primeiro caso, verifica-se, muitas vezes, que as fixações apresentam
corrosão devido a não serem inoxidáveis e, no segundo caso, os remates são executados com peças e
materiais que também não são os adequados, nomeadamente o recurso sistemático e excessivo à
argamassa e telas asfálticas.
As causas com um menor número de registos nas inspecções são a C-E1 - incorrecta interpretação do
projecto de execução e a C-E4 - aplicação incorrecta dos elementos de isolamento térmico.
As razões para estes reduzidos números prendem-se com dificuldades deparadas na avaliação destas
causas, durante a realização das inspecções. No que diz respeito à primeira causa, é muito subjectivo
estabelecer que uma determinada anomalia de execução se deveu a interpretação incorrecta do projecto de
execução, pelo facto de na grande maioria das inspecções não se dispor dos projectos de execução, para
se efectuar as devidas avaliações.
0 100 200 300
C-P1
C-P2
C-P3
C-P4
C-P5
C-P6
C-P7
C-P8
C-P9
29
115
248
89
7
62
10
115
137
0,0% 5,0% 10,0%
C-P1
C-P2
C-P3
C-P4
C-P5
C-P6
C-P7
C-P8
C-P9
1,0%
4,0%
8,7%
3,1%
0,2%
2,2%
0,4%
4,0%
4,8%
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-8 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Relativamente à segunda causa, as dificuldades no acesso aos desvãos e na visualização integral das
camadas que constituem uma cobertura não permitem estabelecer esta causa como responsável pela
ocorrência da anomalia associada (A-O5 - defeitos no sistema de isolamento térmico).
Figura 5.4 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-E registadas nos RECI
Em relação ao grupo das causas relacionadas com acções de origem mecânica, que representa 5% do total
das causas assinaladas, destaca-se a causa C-M2 - circulação de pessoas e cargas sobre os
revestimentos, como a mais registada e que representa 2,2% do total das anomalias identificadas. Este
resultado é o esperado, uma vez que a grande maioria das coberturas não apresenta acessórios para
circulação sobre estas, pelo que as deformações dos revestimentos, as fracturas dos elementos e os
descolamentos dos cordões de estanqueidade têm, muitas vezes, como causa a circulação das pessoas
sobre os RECI.
A causa C-M3 - colocação de equipamentos pesados sobre as coberturas não apresenta quaisquer
registos resultantes das inspecções aos RECI. Porém, considera-se que esta deve permanecer na
classificação proposta no Capítulo 3, pela razão apontada nos outros grupos classificativos de causas e
que tem a ver com a dimensão e diversidade da amostra estudada. Crê-se que esta causa possa ter
representatividade numa amostra de dimensão superior à que foi analisada nesta dissertação.
Figura 5.5 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-M registadas nos RECI
0 100 200 300
C-E1
C-E2
C-E3
C-E4
C-E5
C-E6
C-E7
C-E8
C-E9
C-E10
C-E11
C-E12
C-E13
C-E14
0
288
17
0
5
38
21
140
203
92
10
5
48
13
0,0% 5,0% 10,0% 15,0%
C-E1
C-E2
C-E3
C-E4
C-E5
C-E6
C-E7
C-E8
C-E9
C-E10
C-E11
C-E12
C-E13
C-E14
0,0%
10,1%
0,6%
0,0%
0,2%
1,3%
0,7%
4,9%
7,1%
3,2%
0,4%
0,2%
1,7%
0,5%
0 50 100
C-O1
C-O2
C-O3
C-O4
C-O5
33
63
0
25
28
0,0% 1,0% 2,0% 3,0%
C-O1
C-O2
C-O3
C-O4
C-O5
1,2%
2,2%
0,0%
0,9%
1,0%
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-9
O grupo classificativo das causas associadas a acções ambientais corresponde a 21% do total das causas
assinaladas e verifica-se que as causas C-A2 - radiação solar e C-A4 - acção biológica são as que
possuem um maior número de registos, respectivamente, 6,2% e 5,4%, do total das anomalias identificadas.
Estas causas assumem uma elevada relevância, em virtude de serem as principais responsáveis pelo
aparecimento da anomalia A-E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica, que
como referido, corresponde a uma das anomalias mais vezes identificada no decorrer das inspecções a
RECI.
A observação destes gráficos permite ainda verificar que as causas C-A6 - ciclos gelo / degelo, C-A9 -
humidade e C-A3 - acção química dos pombos apresentam registos muito reduzidos. No que diz respeito
à primeira causa, a localização dos RECI em regiões onde estes fenómenos atmosféricos ocorrem com
pouca frequência e agressividade resultou no reduzido número de registos relacionados com esta causa.
Em relação à segunda causa, o baixo número de ocorrências da anomalia A-C - condensações, terá
contribuído para os resultados referidos, enquanto que o baixo número de inspecções a RECI em zonas
urbanas terá evitado a identificação dos fenómenos de degradação provocados pelos pombos.
Deste modo, dada a possibilidade de aumentar a representatividade destas causas com um incremento na
dimensão e diversidade da amostra, consideram-se estas causas como responsáveis pelo aparecimento de
anomalias e pela deterioração dos RECI, pelo que devem fazer parte da classificação das causas proposta.
Figura 5.6 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-A registadas nos RECI
As causas associadas a erros na fase de utilização / manutenção correspondem a 13% do total das causas
assinaladas e destaca-se a causa C-U1 - manutenção inexistente ou inadequada, que representa 8,7%
do total das anomalias identificadas. De facto, as acções de manutenção têm um grande contributo, se
forem efectuadas periodicamente, na redução ou eliminação dos fenómenos patológicos. Contudo, como se
verifica em muitos casos, essas intervenções não existem ou, quando ocorrem, são incorrectamente
executadas, levando à repatologia ou aparecimento de novas anomalias nos RECI. Estas situações são
muito frequentes nestes revestimentos, pelo que seria expectável que esta causa tivesse um elevado
número de registos.
Dentro deste grupo classificativo de causas, existem duas que possuem poucos registos, em virtude de
serem as causas específicas de anomalias com reduzido número de ocorrências, ou seja, a causa C-U4 -
0 50 100 150 200
C-A1
C-A2
C-A3
C-A4
C-A5
C-A6
C-A7
C-A8
C-A9
75
178
9
155
71
12
30
60
13
0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0%
C-A1
C-A2
C-A3
C-A4
C-A5
C-A6
C-A7
C-A8
C-A9
2,6%
6,2%
0,3%
5,4%
2,5%
0,4%
1,1%
2,1%
0,5%
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-10 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
alteração do material de revestimento ou adição de novas camadas na estrutura da cobertura está
associada à anomalia A-D1 - deformações e a causa C-U7 - alteração das condições de utilização
inicialmente previstas está relacionada com a anomalia A-C - condensações.
Assim, facilmente se percebe que, tal como nas causas dos outros grupos classificativos, a
representatividade destas encontra-se dependente do número de inspecções a RECI e, portanto, considera-
se que estas devem fazer parte da classificação de causas proposta.
Figura 5.7 - Frequência absoluta e frequência relativa das causas do grupo C-U registadas nos RECI
5.3.3. Validação do sistema classificativo dos métodos de diagnóstico
A frequência absoluta dos métodos de diagnóstico para a caracterização in situ das anomalias e definição
das respectivas causas em RECI, encontra-se representada na Figura 5.8. Nas 1195 anomalias
identificadas, foi registado um total de 1640 métodos de diagnóstico, o que resulta em 1,4 métodos de
diagnóstico por anomalia.
Figura 5.8 - Frequência absoluta dos métodos de diagnóstico registados nos RECI
A primeira conclusão que se retira da observação do gráfico é a de que todos os métodos de diagnóstico
propostos no sistema classificativo são passíveis de serem utilizados nos RECI, visto que foram registados
pelo menos uma vez nas inspecções efectuadas.
Em relação aos valores das frequências, verifica-se que o método D-A1 - inspecção visual é o que
apresenta, destacadamente, um maior número de registos, coincidindo a sua frequência com o número total
de anomalias. Esta situação deve-se ao facto de se ter seleccionado este método como primeiro na
0 100 200 300
C-U1
C-U2
C-U3
C-U4
C-U5
C-U6
C-U7
248
18
51
0
29
29
3
0,0% 5,0% 10,0%
C-U1
C-U2
C-U3
C-U4
C-U5
C-U6
C-U7
8,7%
0,6%
1,8%
0,0%
1,0%
1,0%
0,1%
0
200
400
600
800
1000
1200
D-A1 D-A2 D-B1 D-C1 D-C2 D-D1
1195
182
19 7
199
38
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-11
caracterização de todas as anomalias e, de seguida, um método mais específico, caso estivesse disponível
e fosse aplicável.
No caso dos métodos D-B1 - correntes induzidas e D-D1 - ultra-sons, as suas baixas frequências
justificam-se por serem métodos aplicáveis apenas a alguns materiais de revestimento, como os metálicos e
a ardósia, o que restringe a sua aplicação quando comparados com os métodos comuns a todos os RECI.
O método D-C1 - avaliação da temperatura e da humidade foi o menos seleccionado, uma vez que
também tem a sua aplicação reduzida a apenas duas anomalias (A-C - condensações, com grande relação
e A-D1 - deformações acentuadas, com pequena relação), cuja representatividade também foi reduzida nas
inspecções realizadas, como se pode ver em §5.3.1.
5.4. VALIDAÇÃO DAS MATRIZES DE CORRELAÇÃO
Neste subcapítulo, pretende-se validar as matrizes de correlação teóricas apresentadas nos capítulos
anteriores, nomeadamente as matrizes de correlação anomalias - causas e das anomalias entre si, do
Capítulo 3, e anomalias - técnicas de diagnóstico, do Capítulo 4.
Desta forma, foram comparadas as relações apresentadas nas matrizes de correlação teóricas com as
relações resultantes da campanha de inspecções a RECI.
Após esta avaliação, verificou-se ser necessário o ajustamento de algumas relações apresentadas
inicialmente, pelo que as matrizes de correlação finais já validadas encontram-se nos respectivos capítulos.
5.4.1. Matriz de correlação anomalias - causas
Uma vez que nas inspecções realizadas se assinalou o grau de contribuição das causas para as anomalias
(directa ou indirecta), utiliza-se agora uma forma simplificada para obter um valor comparável com o
coeficiente teórico de correlação estabelecido (0 - sem relação, 1 - causa indirecta, 2 - causa directa).
Deste modo, e tendo em conta que uma causa indirecta pode corresponder a uma causa directa pouco
provável, a uma causa indirecta pouco provável ou a uma causa indirecta provável, é utilizado o algoritmo
que a seguir se apresenta para se obter o grau de correlação entre anomalias e causas dos RECI
inspeccionados, Cac.
No algoritmo apresentado, f1 corresponde à frequência relativa dos casos em que se assinalou o grau de
correlação 1 (causa indirecta) entre a anomalia e a causa e f2 corresponde à frequência relativa dos casos
em que se assinalou o grau de correlação 2 (causa directa) entre a anomalia e a causa (SILVESTRE,
2005).
Após a obtenção do grau de correlação entre as anomalias e as causas dos RECI inspeccionados, foi
construída uma tabela, que se apresenta no Anexo 5.V, em que se comparam as relações de correlação
previstas de forma teórica e os valores obtidos das inspecções.
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-12 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
As situações em que existe concordância entre a previsão teórica e os resultados práticos encontram-se
assinalados a verde; os casos em que existe uma discrepância total (situação de uma causa supostamente
directa, não tendo sido identificada como causa ou vice-versa) encontram-se assinalados a vermelho e os
casos de discrepância ligeira (situação de uma causa supostamente directa mas identificada como
indirecta) encontram-se assinalados a branco.
Como seria de esperar, existem algumas discrepâncias entre as correlações teóricas e as práticas, pelo que
devem ser analisadas de modo a se efectuar as correcções devidas na respectiva matriz de correlação.
Como os casos de discrepância total podem implicar alterações na matriz de correlação proposta, estes são
analisados individualmente, assim como os casos de discrepância ligeira em que as causas consideradas
com grau de correlação 0 (sem relação) na previsão teórica, apresentam um grau de correlação 1 (indirecta)
nos RECI inspeccionados, ou vice-versa, sendo apresentados apenas aqueles onde foram implementadas
alterações no índice de correlação.
A análise efectuada aos índices de correlação anomalias - causas é apresentada no Quadro 5.2 e as
alterações propostas à respectiva matriz encontram-se destacadas na própria matriz, apresentada no
Quadro 3.4, do Capítulo 3.
Quadro 5.2 - Análise dos casos de discrepância com a matriz de correlação teórica entre anomalias e causas prováveis
(grau de correlação teórico - Ct; grau de correlação prático - Ca)
Anomalia
(N.º de ocorrências) Causa Ct Ca Alteração a efectuar / justificação
A-C condensações
(7)
C-A8 temperatura 2 0
Ct = 2; embora esta causa nunca tenha sido
assinalada na amostra, considera-se que deve ser
mantida a relação directa
C-U1 manutenção inexistente ou
inadequada 1 0
Ct = 0; esta causa nunca foi assinalada na
amostra e aparenta não ter relação com a
anomalia
A-D1 deformações
acentuadas
(33)
C-M2 circulação de pessoas e
cargas sobre os revestimentos 2 0
Ct = 2; esta causa foi assinalada apenas 2 vezes
como directa na amostra mas deve manter-se o
grau de correlação directo
C-M3 colocação de
equipamentos pesados sobre as
coberturas
2 0
Ct = 2; embora esta causa nunca tenha sido
assinalada na amostra, considera-se que deve ser
mantida a relação directa
C-M4 impactos de objectos
pesados resultantes de
intempéries
2 0
Ct = 2; deve manter-se esta causa como directa,
mesmo tendo sido assinalada apenas 2 vezes
como tal
C-A1 ventos fortes 2 0
Ct = 2; esta causa foi assinalada apenas 4 vezes
como directa na amostra mas deve manter-se o
grau de correlação directo
C-A5 presença de água (chuva /
neve) 2 0
Ct = 2; apesar de esta causa não ter sido
assinalada na amostra, deve manter-se a relação
directa
C-A8 temperatura 2 0
Ct = 2; deve manter-se o grau de correlação
directo, apesar de esta causa ter sido assinalada
apenas 3 vezes como tal
C-U1 manutenção inexistente ou
inadequada 1 2
Ct = 2; esta causa foi assinalada como directa por
12 vezes na amostra, pelo que deve ser
considerada deste modo
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-13
C-U2 colocação de argamassa
sobre os revestimentos em
trabalhos de reparação
2 0
Ct = 2; considera-se que se deve manter a relação
directa desta causa, embora nunca tenha sido
assinalada na amostra
A-D2 desalinhamento
(45)
C-M2 circulação de pessoas e
carga sobre os revestimentos 2 0
Ct = 1; esta causa não foi assinalada nenhuma
vez; logo, considera-se como directa pouco
provável
C-U1 manutenção inexistente ou
inadequada 1 2
Ct = 2; esta causa foi assinalada como directa por
17 vezes na amostra, pelo que deve ser
considerada deste modo
C-U5 substituição de elementos
por outros de geometria
diferente
2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada como tal 12 vezes na
amostra
A-D3 desprendimento /
descolamento
(41)
C-P2 concepção /
pormenorização incorrecta da
pendente da cobertura
2 0
Ct = 2; embora esta causa não tenha sido
assinalada na amostra, considera-se que deve ser
mantida a relação directa
C-A4 acção biológica 1 0
Ct = 0; esta causa nunca foi assinalada na
amostra e aparenta não ter relação com a
anomalia
C-A5 presença de água 1 0
Ct = 0; esta causa nunca foi assinalada na
amostra e aparenta não ter relação com a
anomalia
C-A9 humidade interior 2 0
Ct = 1; esta causa não foi assinalada nenhuma
vez, pelo que se considera a causa como directa
pouco provável
C-U1 manutenção inexistente ou
inadequada 1 2
Ct = 2; esta causa foi assinalada como directa por
16 vezes na amostra, pelo que deve ser
considerada deste modo
A-E1 acumulação de
detritos
(58)
C-M5 vandalismo 2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada como tal 15 vezes na
amostra
C-A3 acção química dos pombos 2 0
Ct = 2; apesar de esta causa ter sido assinalada
apenas 6 vezes como directa, deve manter-se o
grau de correlação directo
A-E2 corrosão
(54)
C-A5 presença de água (chuva /
neve) 2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
apesar de ter sido assinalada apenas 9 vezes
como tal, na amostra
C-A7 poluição atmosférica 2 0
Ct = 2; embora esta causa tenha sido assinalada
apenas 3 vezes como directa, o grau de
correlação deve manter-se directo
C-A9 humidade interior 2 0
Ct = 2; considera-se que a relação deve manter-se
directa, apesar de a causa ter sido assinalada
apenas 3 vezes como tal, na amostra
C-M2 circulação de pessoas e
cargas sobre os revestimentos 2 0
Ct = 1; esta causa não foi assinalada nenhuma
vez; logo, considera-se como directa pouco
provável
C-M4 impactos de objectos
pesados 2 0
Ct = 2; apesar de esta causa ter sido assinalada
apenas uma vez como directa, considera-se que
se deve manter a relação directa
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-14 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
A-E3 descasque /
escamação / esfoliação
(50)
C-M5 vandalismo 2 0
Ct = 1; esta causa não foi assinalada nenhuma
vez; logo, considera-se como directa pouco
provável
C-A6 ciclos gelo / degelo 2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada como tal 12 vezes na
amostra
C-A7 poluição atmosférica 2 0
Ct = 1; esta causa foi assinalada uma vez como
indirecta na amostra, devendo ser considerada
desse modo
A-E4 desenvolvimento de
vegetação parasitária /
colonização biológica
(150)
C-A2 radiação solar 2 1 Ct = 1; esta causa foi assinalada 149 vezes como
indirecta, devendo ser considerada deste modo
C-A5 presença de água (chuva /
neve) 2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada, como tal, 29 vezes na
amostra
C-A3 acção química dos pombos 2 0
Ct = 2; apesar de esta causa ter sido assinalada
como directa apenas 3 vezes na amostra,
considera-se que deve ser mantido o grau de
correlação
A-E5 diferenças de
tonalidade / alteração de
cor
(49)
C-E14 utilização de materiais
com heterogeneidades devidas
ao processo de fabrico
2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada, como tal, 12 vezes na
amostra
C-A2 radiação solar 2 0
Ct = 2, esta causa foi assinalada apenas 2 vezes
como directa na amostra, mas deve manter-se o
grau de correlação
C-A5 presença de água (chuva /
neve) 2 0
Ct = 1, esta causa foi assinalada 5 vezes como
indirecta na amostra, devendo ser considerada
desse modo
C-A7 poluição atmosférica 2 0
Ct = 2, esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada, como tal, 12 vezes na
amostra
A-E7 fissuração / fractura
(96)
C-M3 colocação de
equipamentos pesados sobre as
coberturas
2 0
Ct = 2; apesar de esta causa não ter sido
assinalada na amostra, deve manter-se a relação
directa
C-M4 impactos de objectos
pesados resultantes de
intempéries
2 0
Ct = 2, esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada, como tal, 22 vezes na
amostra
C-M5 vandalismo 2 0
Ct = 2, esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada, como tal, 13 vezes na
amostra
A-O3 inexistência ou
deterioração de cordões
de estanqueidade
(14)
C-M2 circulação de pessoas e
cargas sobre os revestimentos 2 0
Ct = 2; esta causa não foi assinalada na amostra;
todavia, considera-se que se deve manter o grau
de correlação
C-M5 vandalismo 2 0
Ct = 2; apesar de esta causa não ter sido
assinalada na amostra, deve manter-se a relação
directa
C-M2 circulação de pessoas e
carga sobre os revestimentos 2 0
Ct = 1; esta causa não foi assinalada nenhuma
vez; logo, considera-se como directa pouco
provável
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-15
A-O4 sobreposição
excessiva ou insuficiente
(26)
C-U5 substituição de elementos
por outros de geometria
diferente
2 0
Ct = 2; esta causa não foi assinalada na amostra;
todavia, considera-se que se deve manter o grau
de correlação
A-O5 defeitos no sistema
de isolamento térmico
(89)
C-P4 concepção /
pormenorização omissa ou
incorrecta do sistema de
isolamento térmico
1 2 Ct = 2; esta causa foi assinalada 89 vezes como
directa, devendo ser considerada deste modo
C-E4 aplicação incorrecta dos
elementos de isolamento térmico 2 0
Ct = 2; apesar de esta causa não ter sido
assinalada na amostra, deve manter-se a relação
directa
C-E7 manuseamento incorrecto
dos materiais ou utilização de
ferramentas inadequadas
2 0
Ct = 2; apesar de esta causa não ter sido
assinalada na amostra, deve manter-se a relação
directa
C-A5 presença de água (chuva /
neve) 2 0
Ct = 2; apesar de esta causa não ter sido
assinalada na amostra, deve manter-se a relação
directa
A-O6 defeitos no sistema
de ventilação
(137)
C-E3 colocação incorrecta dos
elementos de ventilação 2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada como tal 8 vezes na
amostra
C-E6 falta de rigor na execução
do ripado e alinhamento dos
elementos
2 0
Ct = 1; esta causa foi assinalada uma vez como
directa; logo, considera-se como directa pouco
provável
C-E8 aplicação de quantidades
excessivas de argamassa de
assentamento
2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como causa
directa, tendo sido assinalada como tal 44 vezes
na amostra
C-U2 colocação de argamassa
sobre os revestimentos em
trabalhos de reparação
2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada como tal 4 vezes na
amostra
C-U3 colocação de telas
asfálticas sobre os
revestimentos em trabalhos de
reparação
2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada como tal 9 vezes na
amostra
A-O8 intervenções
incorrectas ou deficientes
(64)
C-U2 colocação de argamassa
sobre os revestimentos em
trabalhos de reparação
2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada como tal 10 vezes na
amostra
C-U5 substituição de elementos
por outros de geometria
diferente
2 0
Ct = 2; esta causa deve manter-se como directa,
tendo sido assinalada como tal 17 vezes na
amostra
5.4.2. Matriz de correlação anomalias entre si
As alterações à matriz de correlação anomalias - causas, decorrentes das inspecções realizadas, obrigaram
também a ajustamentos na matriz de correlação das anomalias entre si e à obtenção de novos índices de
correlação percentuais, CI% entre anomalias.
Deste modo, foi elaborada uma tabela de dupla entrada (Quadro 5.3) em que se apresenta na linha superior
a frequência relativa de ocorrência das anomalias entre si na amostra dos RECI inspeccionados e, na linha
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-16 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
imediatamente sob esta, o índice de correlação percentual das anomalias entre si, após as alterações
propostas durante a validação do sistema.
De acordo com a diferença percentual entre os índices de correlação, os resultados encontram-se
assinalados por cores representativas dessas diferenças (adaptado de SILVESTRE, 2005):
a branco, quando a diferença é menor ou igual a 10%;
a verde, quando a diferença é maior do que 10% e menor do que 25%;
a azul, quando a diferença é maior ou igual a 25% e menor do que 50%;
a vermelho, quando a diferença é maior ou igual a 50%.
Pela análise do quadro e das cores representativas do grau de ajustamento, verifica-se que o ajuste é muito
bom (diferença menor ou igual a 10%) em 43% dos casos, sendo bom (diferença entre 10 e 25%) em 33%
dos casos, razoável (diferença entre 25 e 50%) em 20% dos casos e apenas 3% dos casos apresentam um
mau ajuste (diferença maior que 50%).
Uma vez que as relações apresentadas resultam directamente dos graus de correlação apresentados na
matriz anomalias - causas prováveis, anteriormente validados, não é possível efectuar alterações
directamente na matriz de correlação inter-anomalias, tendo em vista melhorar ainda mais a qualidade do
ajustamento.
Tendo em conta as diferenças percentuais entre os índices de correlação teóricos e com base na amostra,
considera-se bastante boa a matriz inter-anomalias proposta e adequada aos casos em que se pretende
estimar a probabilidade de ocorrência simultânea das várias anomalias nos RECI.
5.4.3. Matriz de correlação anomalias - técnicas de diagnóstico
Com base no sistema classificativo proposto no Capítulo 4 - Técnicas de diagnóstico, para cada anomalia
identificada nas inspecções efectuadas, foram assinalados os métodos de diagnóstico mais adequados para
a caracterizar.
Tendo em vista a comparação dos resultados obtidos nas inspecções com a matriz de correlação anomalias
- técnicas de diagnóstico apresentada também no Capítulo 4, foi construída uma tabela de dupla entrada
(Quadro 5.4) em que se apresenta na linha superior o grau de correlação teórico do método com a anomalia
(0, 1 ou 2, conforme a relação é não existente, pequena ou grande) e, na linha imediatamente sob esta, a
percentagem de casos nos RECI inspeccionados em que determinado método foi associado à anomalia em
causa.
De forma a visualizar o ajuste entre a previsão teórica e o resultado das inspecções, dividiram-se os
resultados por cores representativas do grau de ajustamento (SILVESTRE, 2005):
a verde: 2 ≥ 33%; 17% ≤ 1 ≤ 50%; 0 ≤ 17%;
a branco: 17% ≤ 2 < 33%; 1 > 50% ou 1 < 17%; 17% < 0 ≤ 33%;
a vermelho: 2 < 17%; 0 > 33%.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-17
Quadro 5.3 - Comparação entre as matrizes de correlação inter-anomalias (teórica e com base na amostra)
A-C A-D1 A-D2 A-D3 A-E1 A-E2 A-E3 A-E4 A-E5 A-E6 A-E7 A-O1 A-O2 A-O3 A-O4 A-O5 A-O6 A-O7 A-O8
A-C
0% 0% 0% 0% 0% 0% 8% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 17% 0% 0%
m.c.
23% 3% 17% 0% 27% 23% 7% 10% 20% 23% 7% 17% 27% 7% 33% 17% 3% 13%
A-D1 0%
40% 40% 40% 0% 0% 40% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 20% 0% 0% 0% 0%
m.c. 13%
27% 27% 15% 31% 25% 21% 8% 15% 48% 4% 2% 31% 25% 29% 13% 6% 12%
A-D2 0% 29%
57% 29% 0% 0% 29% 0% 0% 0% 14% 7% 7% 86% 0% 0% 0% 14%
m.c. 4% 50%
50% 21% 14% 4% 18% 7% 0% 21% 14% 4% 11% 71% 21% 18% 11% 21%
A-D3 0% 33% 67%
33% 0% 0% 33% 0% 0% 0% 33% 0% 0% 50% 0% 0% 0% 0%
m.c. 18% 50% 50%
29% 32% 7% 21% 14% 4% 21% 21% 18% 11% 39% 25% 11% 18% 14%
A-E1 0% 50% 50% 50%
0% 0% 50% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 25% 0% 0% 50% 0%
m.c. 0% 44% 33% 44%
22% 11% 56% 11% 0% 22% 0% 11% 22% 22% 11% 17% 22% 0%
A-E2 0% 0% 0% 0% 0%
33% 0% 33% 0% 0% 0% 83% 0% 0% 0% 0% 0% 50%
m.c. 24% 47% 12% 26% 12%
35% 18% 32% 29% 41% 6% 21% 47% 12% 35% 6% 3% 15%
A-E3 0% 0% 0% 0% 0% 33%
0% 17% 0% 0% 0% 33% 0% 0% 0% 0% 0% 17%
m.c. 22% 41% 3% 6% 6% 38%
19% 16% 16% 31% 0% 13% 34% 3% 19% 25% 0% 9%
A-E4 8% 33% 33% 33% 33% 0% 0%
0% 17% 0% 0% 0% 50% 17% 0% 17% 0% 0%
m.c. 6% 34% 16% 19% 31% 19% 19%
22% 19% 9% 0% 6% 31% 9% 22% 38% 6% 13%
A-E5 0% 0% 0% 0% 0% 33% 17% 0%
0% 0% 0% 33% 0% 0% 0% 0% 0% 17%
m.c. 10% 13% 7% 13% 7% 37% 17% 23%
37% 13% 0% 7% 37% 3% 13% 3% 0% 3%
A-E6 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 13% 0%
25% 0% 0% 100% 0% 0% 0% 0% 0%
m.c. 33% 44% 0% 6% 0% 56% 28% 33% 61%
50% 0% 0% 89% 0% 33% 0% 0% 0%
A-E7 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 40%
0% 0% 40% 0% 0% 0% 0% 0%
m.c. 19% 69% 17% 17% 11% 39% 28% 8% 11% 25%
11% 3% 47% 17% 22% 3% 3% 6%
A-O1 0% 0% 25% 50% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
25% 25% 50% 0% 0% 0% 50%
m.c. 25% 25% 50% 75% 0% 25% 0% 0% 0% 0% 50%
25% 25% 50% 50% 25% 25% 50%
A-O2 0% 0% 6% 0% 0% 31% 13% 0% 13% 0% 0% 13%
6% 13% 0% 0% 0% 31%
m.c. 25% 5% 5% 25% 10% 35% 20% 10% 10% 0% 5% 10%
25% 10% 25% 40% 10% 30%
A-O3 0% 0% 4% 0% 0% 0% 0% 25% 0% 67% 17% 8% 4%
8% 0% 0% 0% 8%
m.c. 21% 42% 8% 8% 11% 42% 29% 26% 29% 42% 45% 5% 13%
11% 26% 3% 3% 11%
A-O4 0% 13% 75% 38% 13% 0% 0% 13% 0% 0% 0% 25% 13% 13%
0% 0% 0% 25%
m.c. 7% 46% 71% 39% 14% 14% 4% 11% 4% 0% 21% 14% 7% 14%
18% 18% 14% 29%
A-O5 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
0% 0% 0%
m.c. 26% 39% 16% 18% 5% 32% 16% 18% 11% 16% 21% 11% 13% 26% 13%
13% 3% 16%
A-O6 50% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 50% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
0% 0%
m.c. 17% 23% 17% 10% 10% 7% 27% 40% 3% 0% 3% 7% 27% 3% 17% 17%
7% 33%
A-O7 0% 0% 0% 0% 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
0%
m.c. 13% 38% 38% 63% 50% 13% 0% 25% 0% 0% 13% 25% 25% 13% 50% 13% 25%
25%
A-O8 0% 0% 17% 0% 0% 25% 8% 0% 8% 0% 0% 33% 42% 17% 33% 0% 0% 0%
m.c. 20% 30% 30% 20% 0% 25% 15% 20% 5% 0% 10% 20% 30% 20% 40% 30% 50% 10%
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-18 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Pela análise do Quadro 5.4 e das cores representativas do grau de ajustamento, verifica-se que o ajuste é
muito bom (a verde) em 91% dos casos e que as discrepâncias observáveis se caracterizam por serem
ligeiras (a branco), em apenas 8% dos casos. Observa-se ainda que, em 1% dos casos, o ajuste é fraco,
correspondendo unicamente ao método D-C2 - termografia de infravermelhos, associado à anomalia A-O5 -
defeitos no sistema de isolamento térmico. Isto resulta do facto de as anomalias registadas nos sistemas de
isolamento térmico dizerem respeito, apenas, à existência ou não destes nas coberturas e não a fenómenos
de degradação (por impossibilidade de utilizar o método de termografia por infravermelhos). Contudo, o
método seria adequado para a avaliação do estado do isolamento térmico, pelo que se considera que deve
permanecer no sistema classificativo e associado a esta anomalia com relação 2.
À semelhança do que foi efectuado na validação da matriz de correlação anomalias - causas, efectuou-se
uma análise das discrepâncias entre as correlações teóricas e práticas (obtidas nas inspecções aos RECI) e
conclui-se que devem ser mantidos os graus de correlação propostos neste sistema classificativo. Por
conseguinte, não se sugere quaisquer alterações à matriz de correlação anomalias - técnicas de
diagnóstico, apresentada no Capítulo 4.
5.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Como referido, o plano de inspecções realizado aleatoriamente consistiu num total de 207 casos de RECI,
distribuídos por 164 edifícios da Grande Lisboa e do Grande Porto, cujas distribuições por idade dos RECI e
por tipo de revestimento podem ser observadas na Figura 5.9 e no Quadro 5.5. A restante caracterização da
amostra, nomeadamente dos dados recolhidos nas fichas de inspecção, encontra-se na dissertação de
LOPES (2009) que complementa este trabalho.
As inspecções consistiram apenas na análise visual dos RECI, não tendo sido realizado qualquer tipo de
ensaio in situ ou em laboratório. Como referido, foram identificadas 1195 anomalias nos RECI
inspeccionados, resultando assim numa média de 5,8 anomalias por RECI. As causas prováveis
assinaladas perfizeram um total de 2822 o que resulta numa média de 2,4 causas por anomalia e,
relativamente aos métodos de diagnóstico, foram contabilizados 1640, sendo 1,4 o número médio de
métodos de diagnóstico associados a cada anomalia.
Figura 5.9 - Frequência absoluta das idades dos RECI inspeccionados
0
10
20
30
40
50
60
70
20
114
29 29
5361
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-19
Quadro 5.4 - Comparação entre as matrizes de correlação entre anomalias e técnicas de diagnóstico
(teórica e com base na amostra)
D-A1 D-A2 D-B1 D-C1 D-C2 D-D1
A-C 2 0 0 2 2 0
A-C amostra 100% 0% 0% 100% 100% 0%
A-D1 2 1 0 11 0 0
A-D1 amostra 100% 0% 0% 0% 0% 0%
A-D2 2 0 0 0 0 0
A-D2 amostra 100% 0% 0% 0% 0% 0%
A-D3 2 2 0 0 0 0
A-D3 amostra 100% 95% 0% 0% 0% 0%
A-E1 2 2 0 0 0 0
A-E1 amostra 100% 100% 0% 0% 0% 0%
A-E2 2 0 2 0 1 2
A-E2 amostra 100% 0% 24% 0% 0% 24%
A-E3 2 0 22 0 1 2
3
A-E3 amostra 100% 0% 80% 0% 0% 96%
A-E4 2 1 0 0 2 0
A-E4 amostra 100% 13% 0% 0% 20% 0%
A-E5 2 0 22 0 0 2
2
A-E5 amostra 100% 0% 33% 0% 0% 33%
A-E6 2 0 0 0 0 0
A-E6 amostra 100% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E7 2 0 0 0 2 0
A-E7 amostra 100% 0% 0% 0% 84% 0%
A-O1 2 0 0 0 0 0
A-O1 amostra 100% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O2 2 0 0 0 2 0
A-O2 amostra 100% 0% 0% 0% 47% 0%
A-O3 2 0 0 0 2 0
A-O3 amostra 100% 0% 0% 0% 86% 0%
A-O4 2 0 0 0 0 0
A-O4 amostra 100% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O5 2 0 0 0 2 0
A-O5 amostra 100% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O6 2 0 0 0 0 0
A-O6 amostra 100% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O7 2 2 0 0 0 0
A-O7 amostra 100% 100% 0% 0% 0% 0%
A-O8 2 0 0 0 1 0
A-O8 amostra 100% 0% 0% 0% 11% 0%
1 Apenas para RECI plásticos
2
Apenas para RECI metálicos e mistos (com excepção das telhas asfálticas)
3
Apenas para RECI metálicos e de ardósia
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-20 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Quadro 5.5 - Número de inspecções a RECI
Tipo de RECI N.º de inspecções efectuadas
Ardósia 20
Cerâmicos 62
Micro-betão 21
Fibrocimento 23
Metálicos 20
Plásticos 20
Painel sandwich 20
Telha asfáltica 21
5.5.1. Frequência observada das anomalias
Na Figura 5.10 apresenta-se a percentagem de ocorrência de cada uma das anomalias, na amostra total de
anomalias verificadas em RECI, sendo observável que as anomalias A-E4 - desenvolvimento de
vegetação parasitária / colonização biológica, A-O2 - defeitos nos remates e A-O6 - defeitos no
sistema de ventilação apresentam uma maior probabilidade de serem identificadas nas inspecções a
RECI, pelas razões referidas em §5.3.1.
Figura 5.10 - Contribuição relativa de cada anomalia na amostra total
No caso do desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica nos revestimentos (A-E4),
este é originado, com facilidade, pela presença de humidade, em conjugação com a radiação solar que
serve de fonte de energia, por um lado, e, por outro, as inexistentes ou deficientes acções de limpeza dos
microrganismos e plantas de maior porte contribuem para o agravamento desta anomalia. Assim, como
seria de esperar, esta anomalia é a que se verifica com maior frequência nos RECI. Em relação às
anomalias verificadas nos sistemas de ventilação (A-O6), são reveladoras da pouca importância que se
atribui a estes sistemas, quer na sua concepção, quer na sua execução, resultando em insuficiência de
elementos de ventilação e em distribuições incorrectas destes na cobertura, como se pode observar numa
grande percentagem dos casos. Por sua vez, os defeitos nos remates (A-O2) reflectem pormenorizações
omissas ou deficientes dos remates com as singularidades e ainda a falta de conhecimentos técnicos por
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
14,0%
A-C
A-D
1
A-D
2
A-D
3
A-E
1
A-E
2
A-E
3
A-E
4
A-E
5
A-E
6
A-E
7
A-O
1
A-O
2
A-O
3
A-O
4
A-O
5
A-O
6
A-O
7
A-O
8
0,6%
2,8%3,8% 3,4%
4,9% 4,5% 4,2%
12,6%
4,1%
0,8%
8,0%
6,3%
11,0%
1,2%2,2%
7,4%
11,5%
5,5% 5,4%
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-21
parte de quem executa estes remates. É de referir que esta anomalia afecta um elevado número de
coberturas, independentemente do tipo e forma do RECI.
Por outro lado, as anomalias A-C - condensações, A-E6 - envelhecimento e A-O3 inexistência ou
deterioração de cordões de estanqueidade apresentam as probabilidades de ocorrência mais baixas.
Como referido em §5.3.1., os resultados obtidos para as condensações (A-C) devem-se ao facto de as
temperaturas verificadas durante as inspecções não terem sido favoráveis à sua formação, sendo que os
casos observados ocorreram apenas em locais que apresentavam uma elevada produção de vapor de
água. Em relação às baixas frequências das anomalias envelhecimento (A-E6) e inexistência ou
deterioração de cordões de estanqueidade (A-O3), estas são devidas à sua especificidade enquanto
observáveis apenas em determinados tipos de revestimentos. A primeira anomalia ocorre apenas nos
revestimentos em fibrocimento e plásticos, enquanto que a segunda é visível apenas nos revestimentos de
fibrocimento, metálicos, plásticos e mistos.
Relativamente à análise entre o número de anomalias e o tipo de revestimento onde estas ocorrem,
apresenta-se na Figura 5.11 a média das anomalias registadas nos vários tipos de RECI inspeccionados. A
média de anomalias de cada RECI foi calculada dividindo o número total de anomalias no RECI pelo
número total de revestimentos desse tipo na amostra.
Figura 5.11 - Média de anomalias registadas nos diferentes RECI inspeccionados
Assim, por observação do gráfico, verifica-se que a ardósia e o micro-betão são os RECI onde se regista um
maior número de anomalias e, por sua vez, os RECI onde se verifica um menor número de anomalias são
os plásticos e os metálicos. Em termos gerais, verifica-se que existe uma tendência para que os elementos
de menor dimensão (telhas e os soletos) associados à ardósia, aos cerâmicos e ao micro-betão, registem
um maior número de anomalias, em comparação com os elementos de maior dimensão (chapas, painéis e
canaletes), associados aos metálicos, aos plásticos e aos painéis sandwich. Em relação aos revestimentos
em telha asfáltica, embora sejam constituídos por pequenos elementos deste material, a sua forma de
colocação e fixação resulta no seu conjunto num revestimento de grandes dimensões, que também
apresenta uma média de anomalias reduzida. Assim, pode-se concluir que os RECI de ardósia, cerâmicos e
de micro-betão, devido às suas reduzidas dimensões e funcionamento do conjunto, estão mais susceptíveis
de registarem anomalias do grupo A-D - deslocamentos / deformações e, devido à sua baixa evolução
tecnológica (nos casos inspeccionados), são passíveis de registarem um maior número de anomalias do
grupo A-E - degradação do revestimento, resultando no final num número de anomalias superior aos
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,007,55
6,817,29
5,96
4,00 3,804,50
4,10
Ardósia
Cerâmicos
Micro-betão
Fibrocimento
Metálicos
Plásticos
Painel sandwich
Telha asfáltica
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-22 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
outros elementos. O fibrocimento não acompanha a tendência do grupo de elementos de grandes
dimensões, apesar de se apresentar na forma de chapas e canaletes, uma vez que é um material
equiparado, em termos de idade, aos elementos de pequenas dimensões e daí apresentar um número
superior de anomalias.
De modo a quantificar as várias parcelas que compõem as médias apresentadas na Figura 5.11, para os
vários tipos de RECI inspeccionados, apresenta-se nas Figuras 5.12, 5.13, 5.14 e 5.15, as frequências das
várias anomalias para cada um destes.
Por observação da Figura 5.12, retira-se que, na ardósia, a anomalia que ocorre com maior frequência é a
A-O6 - defeitos no sistema de ventilação, devido à insuficiência e distribuição incorrecta dos elementos
de ventilação, resultado da pouca importância que se atribui a estes sistemas na fase de projecto e de
execução, como referido. A anomalia A-E3 - descasque / escamação / esfoliação também ocorre na
grande maioria dos revestimentos de ardósia, como seria esperado, uma vez que este material apresenta
bastante facilidade em escamar, em virtude do seu processo de formação sedimentar. Em relação à
anomalia A-E7 - fissuração / fractura, seria expectável que apresentasse igualmente uma elevada
frequência, dado que os elementos de ardósia apresentam baixa resistência a acções de origem mecânica,
nomeadamente à circulação de pessoas e cargas sobre os revestimentos e a impactos de objectos
pesados.
Figura 5.12 - Frequência de ocorrência das anomalias registadas em RECI de ardósia e cerâmicos
Em relação às anomalias de registo menos frequente na ardósia (retirando as anomalias que não são
aplicáveis a este RECI), surgem as anomalias A-C - condensações e A-O4 sobreposição insuficiente ou
excessiva, não se tendo verificado mesmo quaisquer registos na amostra analisada. Estes resultados são
justificados em parte pelas já reduzidas frequências absolutas das anomalias referidas, na amostra total de
inspecções, como se pode observar na Figura 5.1.
No que diz respeito aos revestimentos cerâmicos, verifica-se que a anomalia A-O6 - defeitos no sistema
de ventilação é, à semelhança da ardósia, a que ocorre com maior frequência, pelas razões apontadas
0,0% 50,0% 100,0%
0,0%25,0%25,0%
40,0%10,0%10,0%
95,0%80,0%
60,0%
85,0%50,0%
45,0%
0,0%60,0%
100,0%40,0%
30,0%
Ardósia
A-O8 A-O7 A-O6 A-O5 A-O4 A-O3 A-O2
A-O1 A-E7 A-E6 A-E5 A-E4 A-E3 A-E2
A-E1 A-D3 A-D2 A-D1 A-C
0,0% 50,0% 100,0%
8,1%24,2%
53,2%21,0%
14,5%
12,9%87,1%
37,1%
51,6%21,0%
88,7%
35,5%71,0%
88,7%17,7%
48,4%
Cerâmicos
A-O8 A-O7 A-O6 A-O5 A-O4 A-O3 A-O2
A-O1 A-E7 A-E6 A-E5 A-E4 A-E3 A-E2
A-E1 A-D3 A-D2 A-D1 A-C
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-23
para o revestimento anterior. Os defeitos nos remates (A-O2) são também das mais observadas nos
revestimentos cerâmicos que, como referido, se devem a pormenorizações omissas ou deficientes das
zonas singulares e à falta de conhecimentos técnicos para a execução desses remates. Nestes
revestimentos, é muito visível a utilização excessiva de argamassa nas cumeeiras e rincões e ainda o
recurso a esta e a telas asfálticas, nos remates com elementos emergentes na cobertura. A anomalia A-E4 -
desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica é uma das que se verifica na grande
maioria destes RECI, uma vez que as condições de localização são favoráveis à sua ocorrência, isto é, a
presença de humidade e a radiação solar como fonte de energia. O desenvolvimento de colonização
biológica ocorre mesmo sem que haja zonas de acumulação de água / detritos, enquanto que o
desenvolvimento de vegetação parasitária ocorre sobretudo nestas zonas.
Não contabilizando as anomalias que não são aplicáveis aos revestimentos cerâmicos, as anomalias que se
identificam menos vezes nestes RECI são a A-C - condensações e a A-E3 - descasque / escamação /
esfoliação, com uma frequência de 8 e 13%, respectivamente.
Da análise da Figura 5.13, é possível verificar que, nos revestimentos de micro-betão, as anomalias A-O2 -
defeitos nos remates, A-O6 - defeitos no sistema de ventilação e A-O5 - defeitos no sistema de
isolamento térmico são as que apresentam uma maior frequência de ocorrência e pertencem todas ao
grupo das anomalias originadas por erros de execução / projecto. No que diz respeito às primeiras duas
anomalias, os factores responsáveis pela sua ocorrência são os referidos nos revestimentos anteriores. Em
relação à terceira, está associada, unicamente, à inexistência de concepção / pormenorização do sistema
de isolamento térmico nas coberturas, na fase de projecto, ou à sua não colocação, na fase de execução.
Figura 5.13 - Frequência de ocorrência das anomalias registadas em RECI de micro-betão e de fibrocimento
Ainda se pode concluir que, nestes revestimentos, as anomalias com um menor número de registos (sem
considerar as anomalias que não são aplicáveis a estes RECI) são a A-C - condensações e a A-O4 -
sobreposição insuficiente ou excessiva, que à semelhança dos resultados para os revestimentos
cerâmicos, não apresentaram quaisquer registos, pelas mesmas razões que têm a ver com o reduzido
número destas anomalias na amostra total.
0,0% 50,0% 100,0%
0,0%14,3%
28,6%52,4%
19,0%
52,4%81,0%
14,3%
76,2%52,4%
95,2%
0,0%85,7%
90,5%38,1%
28,6%
Micro-betão
A-O8 A-O7 A-O6 A-O5 A-O4 A-O3 A-O2
A-O1 A-E7 A-E6 A-E5 A-E4 A-E3 A-E2
A-E1 A-D3 A-D2 A-D1 A-C
0,0% 50,0% 100,0%
8,7%17,4%
0,0%0,0%
43,5%87,0%
91,3%8,7%
0,0%82,6%
52,2%65,2%
0,0%8,7%8,7%
34,8%13,0%
73,9%
Fibrocimento
A-O8 A-O7 A-O6 A-O5 A-O4 A-O3 A-O2
A-O1 A-E7 A-E6 A-E5 A-E4 A-E3 A-E2
A-E1 A-D3 A-D2 A-D1 A-C
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-24 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
No que concerne aos revestimentos de fibrocimento, as anomalias que ocorrem com maior frequência são a
A-E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica, a A-E2 - corrosão e a A-E7 -
fissuração / fractura. Em relação à anomalia A-E4, para além das razões descritas para os revestimentos
cerâmicos, os RECI de fibrocimento inspeccionados apresentavam falhas ao nível das acções de limpeza
de vegetação e microrganismos, mais importantes ainda por serem revestimentos com dezenas de anos, o
que agravou o desenvolvimento desta anomalia. No que diz respeito à anomalia A-E2, é de assinalar que a
corrosão registada nas coberturas de fibrocimento foi identificada nas fixações do RECI e não no próprio
material de revestimento, como se esperava. A anomalia A-E7 deve-se, principalmente, à fragilização do
revestimento com a idade, tornando-o mais susceptível de quebrar perante acções de origem mecânica e
mesmo ambientais.
Ainda nos RECI de fibrocimento, verifica-se que as anomalias A-D2 - desalinhamento dos elementos de
revestimento, A-D3 - desprendimento / descolamento dos elementos de revestimento e A-E6 -
envelhecimento registam as ocorrências mais baixas (sem considerar as anomalias que não são aplicáveis
a estes RECI), tendo mesmo sido nulas na amostra total analisada. O facto de os RECI de fibrocimento
inspeccionados estarem localizados em zonas de exposição baixa ou mesmo nula à poluição atmosférica,
terá contribuído, em parte, para a não identificação da anomalia A-E6 - envelhecimento. Crê-se também que
o incremento do número de inspecções a estes RECI possibilitaria o registo desta anomalia.
Por observação da Figura 5.14, e relativamente às anomalias em revestimentos metálicos, conclui-se que
as anomalias que registam uma maior frequência de ocorrência nestes RECI são a A-E2 - corrosão, a A-
E1 - acumulação de detritos e a A-O1 - defeitos nas fixações.
Figura 5.14 - Frequência de ocorrência das anomalias registadas em RECI metálicos e plásticos
A corrosão verificada nestes revestimentos ocorre principalmente nas peças de fixação, em virtude de não
serem inoxidáveis, sendo ainda de assinalar que se trata de um erro de execução, na medida em que
facilmente se distingue numa cobertura a alternância entre peças de fixação intactas e as que apresentam
este fenómeno patológico. Em relação à anomalia A-E1, apesar de estes revestimentos serem poucos
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0%
0,0%10,0%
5,0%0,0%
55,0%65,0%
15,0%25,0%
30,0%
10,0%50,0%
45,0%15,0%
10,0%0,0%
10,0%45,0%
10,0%
Metálicos
A-O8 A-O7 A-O6 A-O5 A-O4 A-O3 A-O2
A-O1 A-E7 A-E6 A-E5 A-E4 A-E3 A-E2
A-E1 A-D3 A-D2 A-D1 A-C
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0%
0,0%20,0%
0,0%20,0%
55,0%30,0%
70,0%10,0%
50,0%20,0%
25,0%20,0%
10,0%0,0%0,0%0,0%
50,0%0,0%
Plásticos
A-O8 A-O7 A-O6 A-O5 A-O4 A-O3 A-O2
A-O1 A-E7 A-E6 A-E5 A-E4 A-E3 A-E2
A-E1 A-D3 A-D2 A-D1 A-C
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-25
susceptíveis à acumulação de detritos, o facto de se ter registado várias ocorrências de inclinação
insuficiente destes revestimentos justifica o surgimento desta anomalia, como uma das mais identificadas.
No que diz respeito à anomalia A-O1, verifica-se, muitas vezes, que a fixação dos elementos de
revestimento não é executada nos pontos correctos, dando origem a pequenas infiltrações de água, porque
também não existe o cuidado de garantir a estanqueidade com os complementos adequados. Em muitos
casos, observa-se igualmente que as fixações não apresentam o aperto adequado, já que apresentam um
aperto excessivo (originando dobras e fracturas dos elementos nesses pontos) ou insuficiente (podendo
originar a perda de peças de fixação e o desprendimento dos elementos).
Excluindo a anomalia A-E6 - envelhecimento, que não se aplica aos RECI metálicos, as anomalias que
ocorrem menos vezes nestes revestimentos são a A-C - condensações, a A-D3 - desprendimento /
descolamento de elementos do revestimento e A-O5 - defeitos no sistema de isolamento térmico,
não apresentando registos na amostra total analisada.
Nos revestimentos plásticos, as anomalias A-E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária e A-E1 -
acumulação de detritos apresentam as maiores frequências de ocorrência. Os registos da anomalia A-E4
nestes revestimentos encontram-se associados à presença de humidade e à radiação solar como condições
favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos na sua superfície, sendo ainda agravado nas zonas onde
ocorre acumulação de detritos e, por conseguinte, de mais humidade. A justificação para os valores da
acumulação de detritos nos materiais plásticos, que, à semelhança dos materiais metálicos, têm pequena
probabilidade de neles ocorrer, tem a ver com as várias inspecções em que se verificou que os
revestimentos não apresentavam a inclinação necessária.
Como se pode observar na Figura 5.11, os RECI plásticos são os revestimentos que apresentam a média
de anomalias mais baixa, com 3,8 anomalias, e isso reflecte o facto de várias anomalias não terem
registado quaisquer ocorrências nestes revestimentos (Figura 5.14). Essas anomalias foram: A-C -
condensações, A-D2 - desalinhamento de elementos de revestimento, A-O4 - sobreposição
insuficiente ou excessiva, A-O5 - defeitos no sistema de isolamento térmico, A-O6 - defeitos no
sistema de ventilação e A-O8 - intervenções incorrectas ou deficientes. Apesar de não terem sido
identificadas na amostra de inspecções, as anomalias referidas são susceptíveis de ocorrer nos RECI
plásticos (com menor frequência do que as restantes), uma vez que se crê que o aumento do número e
diversidade das inspecções levaria ao registo de ocorrências.
Como se pode verificar na Figura 5.15, as anomalias que ocorrem com maior frequência nos painéis
sandwich são a A-O7 - inclinação insuficiente ou excessiva e a A-E2 - corrosão. Em relação à primeira
anomalia, verifica-se que se deve principalmente a concepções / pormenorizações incorrectas das
inclinações das coberturas, que em todos os casos se verificou serem insuficientes, originando zonas de
acumulação de detritos (em 50% dos casos) e outras anomalias que resultam de escoamentos mais lentos
da água sobre as coberturas. No que diz respeito à segunda anomalia, verifica-se a mesma tendência
observada nos revestimentos metálicos, ou seja, a corrosão ocorre sobretudo nas fixações, em virtude da
utilização, durante a fase de execução, de peças não prescritas e inadequadas. Os casos em que a
corrosão se verifica nos próprios painéis sandwich são reduzidos e devem-se, sobretudo, a manuseamentos
incorrectos dos elementos de revestimento, que originam a deterioração da camada de protecção anti-
corrosiva.
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-26 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Figura 5.15 - Frequência de ocorrência das anomalias registadas em RECI de painéis sandwich e telhas asfálticas
Por sua vez, refira-se que várias anomalias não possuem qualquer registo, tais como A-C - condensações,
todas as anomalias do grupo A-D - deslocamentos / deformações, A-E5 - diferenças de tonalidade /
alteração de cor, A-E7 - fissuração / fractura, A-O4 - sobreposição insuficiente ou excessiva e A-O5 -
defeitos no sistema de isolamento térmico. Apesar de não terem sido identificadas na amostra de
inspecções, as anomalias referidas são susceptíveis de ocorrerem nos painéis sandwich (com menor
frequência do que as restantes), uma vez que se crê que o aumento do número e diversidade das
inspecções levaria ao registo de ocorrências.
Nos RECI com telhas asfálticas, as anomalias A-O6 - defeitos no sistema de ventilação e A-O5 - defeitos
no sistema de isolamento térmico são as que apresentam um maior número de registos. Como referido, a
primeira anomalia resulta principalmente da insuficiência e distribuição incorrecta dos elementos de
ventilação (ventiladores, no caso deste revestimento), resultado da pouca importância que se atribui a estes
sistemas na fase de projecto e de execução. Em relação à segunda anomalia, está associada, unicamente,
à inexistência de concepção / pormenorização do sistema de isolamento térmico nas coberturas, na fase de
projecto, ou a sua não colocação, na fase de execução.
Por outro lado, as anomalias A-C - condensações, A-D1 - deformações acentuadas do revestimento, A-
D2 - desprendimento / descolamento dos elementos de revestimento, A-O4 - sobreposição
insuficiente ou excessiva são as que ocorrem menos vezes nestes RECI, não tendo sido registada
qualquer ocorrência na amostra analisada, apesar de serem susceptíveis de ocorrerem. Isto é explicado,
em parte, pela reduzida dimensão da amostra destes revestimentos.
Em relação à análise do número de anomalias com a idade do RECI, apresenta-se na Figura 5.16 essa
informação para vários intervalos de tempo. Os valores mencionados correspondem à média de anomalias
por revestimento em cada intervalo de tempo, uma vez que o número de RECI inspeccionados difere para
cada intervalo de tempo. Esta média resulta da divisão do número total de anomalias registadas pelo
número total de RECI observados no intervalo de tempo em análise. Por observação do gráfico, verifica-se
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0%
0,0%0,0%0,0%0,0%
50,0%65,0%
10,0%60,0%
0,0%
0,0%45,0%45,0%
40,0%0,0%0,0%
60,0%70,0%
5,0%
Painel sandwich
A-O8 A-O7 A-O6 A-O5 A-O4 A-O3 A-O2
A-O1 A-E7 A-E6 A-E5 A-E4 A-E3 A-E2
A-E1 A-D3 A-D2 A-D1 A-C
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%
0,0%0,0%0,0%
23,8%4,8%
33,3%52,4%
4,8%
28,6%23,8%
47,6%4,8%
0,0%61,9%
100,0%14,3%
9,5%
Telha asfáltica
A-O8 A-O7 A-O6 A-O5 A-O4 A-O3 A-O2
A-O1 A-E7 A-E6 A-E5 A-E4 A-E3 A-E2
A-E1 A-D3 A-D2 A-D1 A-C
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-27
que existe uma tendência de diminuição do número de anomalias ao longo do tempo, como seria
expectável. É de assinalar que os intervalos de tempo [1950-1960[ e [1960-1970[ não acompanham esta
tendência e julga-se que tal se deve ao número reduzido de RECI com essas idades e ainda ao facto de
esses RECI não serem representativos do número de anomalias para esses intervalos de tempo.
Figura 5.16 - Média de anomalias registadas por idade dos RECI
Relativamente ao nível de gravidade / urgência de actuação das anomalias identificadas na amostra de
inspecções, apresenta-se na Figura 5.17 as percentagens dos três tipos de intervenção (0 - intervenção
imediata, até 6 meses; 1 - intervenção a médio prazo, até 1 ano e 2 - monitorização da anomalia) para o
total de anomalias da amostra e, na Figura 5.18, a frequência relativa destes graus para cada tipo de
anomalia identificada na amostra. A urgência de intervenção para cada anomalia foi estimada, tendo como
base as informações recolhidas nas fichas de inspecção e de validação e os níveis de gravidade / urgência
de reparação descritos nas fichas de anomalias apresentadas anteriormente.
Figura 5.17 - Nível de gravidade / urgência de reparação do total de anomalias da amostra
Como se pode observar pela análise da Figura 5.17, verifica-se que o nível de gravidade 2 (monitorização
das anomalias) foi o mais vezes registado, em 59% do total de anomalias, e o nível de gravidade que exige
intervenção imediata é o que apresenta menor número de registos (12% do total de anomalias).
0,001,002,003,004,005,006,007,008,009,00
9,00
5,094,50
6,72 6,455,43
4,44
12%
29%59%
Nivel de gravidade / urgência de reparação 0
Nivel de gravidade / urgência de reparação 1
Nivel de gravidade / urgência de reparação 2
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-28 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Figura 5.18 - Urgência de reparação estimada para cada anomalia identificada na amostra
A análise por tipo de anomalia da Figura 5.18 permite concluir que, em mais de 50% dos casos, as
anomalias A-D3 - desprendimento / descolamento de elementos de revestimento, A-E7 - fissuração /
fractura e a A-O1 - defeitos nas fixações necessitam de uma intervenção imediata, sob pena de se
permitir a infiltração da água pelos revestimentos, podendo provocar danos não só na cobertura como no
interior dos edifícios. É de assinalar que, com excepção das anomalias A-D3 - desprendimento /
descolamento de elementos de revestimento, A-E3 - descasque / escamação / esfoliação e A-E7 -
fissuração / fractura, as anomalias apresentam um nível de gravidade / urgência de reparação 2 superior a
33% e, nalguns casos, mesmo superior a 66%. As anomalias A-C - condensações e A-O7 - inclinação
insuficiente ou excessiva apresentam, em todos os casos, um diagnóstico de monitorização (nível de
gravidade 2) nas futuras inspecções, para verificação da sua evolução. É ainda de referir que, na atribuição
do nível de intervenção 1 de algumas anomalias, como a A-E4 - desenvolvimento de vegetação
parasitária / colonização biológica, a A-E5 - diferenças de tonalidade / alteração de cor e a A-O8 -
intervenções incorrectas ou deficientes, esta baseou-se, na maioria dos casos, no efeito estético
negativo que estas provocavam nos RECI.
15%
13%
59%
53%
53%
11%
36%
42%
29%
34%
19%
72%
45%
39%
30%
21%
5%
35%
29%
46%
13%
15%
47%
100%
48%
44%
12%
66%
81%
28%
55%
61%
70%
26%
41%
53%
71%
54%
87%
85%
100%
53%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
A-C
A-D1
A-D2
A-D3
A-E1
A-E2
A-E3
A-E4
A-E5
A-E6
A-E7
A-O1
A-O2
A-O3
A-O4
A-O5
A-O6
A-O7
A-O8
Nivel de gravidade / urgência de reparação 0
Nivel de gravidade / urgência de reparação 1
Nivel de gravidade / urgência de reparação 2
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-29
5.5.2. Frequência observada das causas
Na Figura 5.19 apresenta-se a contribuição de cada grupo de causas para o total de ocorrências de
anomalias da amostra analisada. Por observação do gráfico, verifica-se que as causas associadas ao grupo
C-E - erros de execução são aquelas que mais contribuem para a ocorrência de anomalias em RECI,
seguidas das causas respeitantes ao grupo C-P - erros de projecto. Como seria expectável, e uma vez
que os RECI, dada a sua localização num edifício, estão directamente sujeitos aos agentes atmosféricos, o
grupo C-A - acções ambientais representa também uma forte contribuição para a ocorrência de anomalias
nestes revestimentos. Embora com menor representatividade, é de salientar igualmente a contribuição das
causas do grupo A-U - erros de utilização / manutenção, principalmente devido à causa C-U1 -
manutenção inexistente ou inadequada e das causas do grupo C-M - acções de origem mecânica que,
como seria de esperar, apresentam o menor número de registos.
Figura 5.19 - Contribuição relativa de cada grupo de causas para a ocorrência de anomalias
A Figura 5.20 representa a contribuição dos grupos de causas para a ocorrência da anomalia A-C -
condensações, que foi identificada em 7 inspecções da amostra. Para esta anomalia foram assinaladas 29
causas prováveis, resultando assim em 4,1 causas para esta anomalia.
Figura 5.20 - Contribuição relativa dos grupos de causas
para a ocorrência da anomalia A-C - condensações
29%
31%
5%
21%
13%
Erros de projecto
Erros de execução
Acções de origem mecânica
Acções ambientais
Erros de utilização / manutenção
48%
17%
0%
24%
10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
A-C
C-P C-E C-M C-A C-U
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-30 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Por observação do gráfico, verifica-se que as causas associadas ao grupo C-P - erros de projecto,
representam 48% do total de causas para esta anomalia, nomeadamente devido à contribuição da C-P3 -
concepção / pormenorização omissa ou incorrecta dos sistemas de ventilação e C-P5 - concepção /
pormenorização omissa ou incorrecta da barreira pára-vapor que foram registadas nas 7 ocorrências
desta anomalia. A contribuição do grupo de causas C-A - acções ambientais contempla apenas a causa C-
A9 - humidade interior, que também foi assinalada em todas as ocorrências de condensações.
Para além destas mas com menor destaque, observa-se o registo das causas C-E5 - colocação incorrecta
da barreira pára-vapor (grupos de causas C-E - erros de execução) e C-U7 - alteração das condições
de utilização inicialmente previstas (C-U - erros de utilização / manutenção). As percentagens destas
causas reflectem a importância da existência de sistemas de ventilação adequados e de barreiras pára-
vapor correctamente colocadas em locais em que exista a produção de vapor de água sob os RECI, para
evitar a ocorrência de condensações. Tal como referido, as condensações ocorrem principalmente no
Inverno devido à passagem da água do estado gasoso para o estado líquido, por diferenças de temperatura
exteriores e interiores de um local onde se produza vapor de água. Uma vez que as diferenças de
temperatura existentes nos RECI que apresentaram esta anomalia não eram susceptíveis de a originar, tal
resulta nos registos nulos das causas associadas à existência e colocação de isolamento térmico. A causa
C-E3 - colocação incorrecta dos elementos de ventilação também não teve quaisquer registos nos RECI
com esta anomalia, dado que não existiam esses elementos de ventilação. Como seria expectável, as
causas do grupo C-M - acções de origem mecânica não representam qualquer contribuição, directa ou
indirecta, para a ocorrência desta anomalia, o que vem de encontro ao sistema teórico proposto.
A Figura 5.21 representa a contribuição de cada grupo de causas para a ocorrência das anomalias do grupo
A-D - deslocamentos / deformações.
Figura 5.21 - Contribuição relativa dos grupos de causas para a ocorrência
das anomalias do grupo A-D - deslocamentos / deformações
A anomalia A-D1 - deformações acentuadas do revestimento foi identificada em 33 inspecções da
amostra, tendo sido assinaladas 76 causas prováveis, o que resulta em 2,3 causas por ocorrência desta
anomalia. Pela análise do gráfico e dos dados, verifica-se que os grupos que destacadamente contribuem
para a ocorrência desta anomalia são C-M - acções de origem mecânica, C-P - erros de projecto e C-U -
28%
0%
5%1%
44%
33%36%
1%
5%9%
20%
31%
26%
35%
25%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
A-D1 A-D2 A-D3
C-P C-E C-M C-A C-U
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-31
erros de utilização / manutenção, principalmente através do registo das causas C-M1 - deformação da
estrutura de suporte da cobertura que pode estar associada à causa C-P1 - concepção /
dimensionamento incorrecto da estrutura de suporte para as acções a suportar ou à causa C-U1 -
manutenção inexistente ou inadequada desta estrutura, levando à sua degradação precoce e
consequente deformação.
Em relação à anomalia A-D2 - desalinhamento de elementos de revestimento, foi identificada em 45
inspecções da amostra. Para esta anomalia, foram assinaladas 118 causas prováveis, resultando assim em
2,6 por ocorrência desta anomalia. Da análise do gráfico, verifica-se que as causas dos grupos C-E - erros
de execução e C-U - erros de utilização / manutenção representam, respectivamente, 44 e 35% das
causas assinaladas para esta anomalia, principalmente através das causas C-E2 - utilização de mão-de-
obra inexperiente ou pouco qualificada associada à C-E6 - falta de rigor na execução do ripado e
alinhamento dos elementos, que representam a não observação das regras de boa execução dos RECI, e
ainda a causa C-U1 - manutenção inexistente ou inadequada dos elementos de revestimento. Como
seria de esperar, o grupo de causas C-A - acções ambientais para esta anomalia inclui unicamente o
registo da causa C-A1 - ventos fortes em 24 dos RECI que apresentavam a anomalia em análise.
A anomalia A-D3 - desprendimento / descolamento dos elementos de revestimento foi identificada em
41 RECI da amostra, tendo sido assinaladas 115 causas prováveis, o que determina que, em média, se
atribuam 2,8 causas a cada anomalia deste tipo. Como se pode observar, a ocorrência desta anomalia
deve-se a causas dos grupos C-E - erros de execução, C-A - acções ambientais e C-U - erros de
utilização / manutenção, devido principalmente à inexistência ou insuficiência de fixações mecânicas (C-
E10), da acção de ventos fortes (C-A1) e da ausência de substituição das fixações deterioradas (C-U1).
Embora com menor representatividade, a causa C-E2 - utilização de mão-de-obra inexperiente ou pouco
qualificada, traduzida na falta de rigor na colocação e fixação dos elementos, foi assinalada em 27% dos
RECI que apresentavam desprendimentos / descolamentos de elementos.
A Figura 5.22 representa a contribuição de cada grupo de causas para a ocorrência das anomalias do grupo
A-E - degradação do revestimento.
Figura 5.22 - Contribuição relativa dos grupos de causas para a ocorrência das anomalias do grupo A-E -
degradação do revestimento
36
%
35
%
9%
20
%
2%
0%
26
%
0%
52
%
74
%
7%
38
%
0%
11
%
13
%
0% 1%
0%
0%
0%
41
%
5% 1
1% 16
%
58
%
24
%
10
0%
22
%
46
%
2%
0%
15
%
36
%
0%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
A-E1 A-E2 A-E3 A-E4 A-E5 A-E6 A-E7
C-P C-E C-M C-A C-U
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-32 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
A anomalia A-E1 - acumulação de detritos foi identificada em 58 inspecções da amostra, tendo sido
assinaladas 115 causas prováveis, o que resulta em aproximadamente 2 causas por ocorrência desta
anomalia. As causas para a ocorrência desta anomalia encontram-se associadas sobretudo à concepção
incorrecta da pendente da cobertura (C-P2) do grupo de causas C-P - erros de projecto e à inexistência ou
insuficiência de limpeza de detritos dos RECI (C-U1) do grupo de causas C-U - erros de utilização /
manutenção. Ainda em relação à causa C-U1, verificou-se o seu registo em 91% dos RECI com
acumulação de detritos. Como seria de esperar, não foi assinalada qualquer causa do grupo C-E - erros de
execução, validando assim o sistema classificativo de causas prováveis proposto para esta anomalia.
No que diz respeito à anomalia A-E2 - corrosão, verificou-se a sua ocorrência em 54 RECI da amostra,
tendo sido assinaladas 146 causas, o que representa em média 2,7 causas por cada anomalia deste tipo.
Uma vez que 76% dos registos de corrosão são referentes a esta anomalia nas fixações dos RECI, as
causas principais estão associadas à escolha dos materiais quer na fase de projecto, quer na fase de
execução. Assim se explica os 52% do grupo de causas C-E - erros de execução e os 35% do grupo C-P -
erros de projecto, através das causas C-E9 - utilização de materiais não prescritos, inadequados ou
incompatíveis entre si (assinalada em todos as ocorrências) e C-P9 - especificação de materiais
inadequados ou incompatíveis entre si (assinalada em 94% das ocorrências).
A anomalia A-E3 - descasque / escamação / esfoliação foi registada em 50 RECI do total de inspecções
e, perante as 90 causas assinaladas, verifica-se em média 1,8 causas por ocorrência desta anomalia. As
causas do grupo C-E - erros de execução, nomeadamente as que se referem à qualidade dos materiais de
revestimento utilizados (C-E9 e C-E13), são as que mais contribuem para a ocorrência desta anomalia,
representando 74% das causas. É de assinalar, embora com menor representatividade, as causas do grupo
C-A - acções ambientais, nomeadamente a C-A6 - ciclos gelo / degelo, que poderia ser uma das causas
principais em RECI localizados noutras regiões onde ocorrem estes fenómenos atmosféricos com maior
frequência e agressividade.
Em relação à anomalia A-E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica,
verificou-se a sua ocorrência em 150 RECI e foram assinaladas 569 causas prováveis, o que dá em média
3,8 causas por anomalia. Por observação do gráfico, conclui-se que esta anomalia é originada sobretudo
por causas do grupo C-A - acções ambientais, nomeadamente as causas C-A2 - radiação solar e C-A4 -
acção biológica, ambas assinaladas em todas as ocorrências. Os grupos de causas C-P - erros de
projecto e C-E - erros de execução contribuem indirectamente para a ocorrência desta anomalia, através
de causas associadas a erros na concepção da pendente da cobertura (C-P2), erros na concepção do
sistema de ventilação (C-P3) e na utilização de quantidades excessivas de argamassa de assentamento (C-
E8), que originam um escoamento deficiente da água e uma ventilação insuficiente para a secagem dos
revestimentos. Pela análise das inspecções, verificou-se ainda que a causa C-U1 - manutenção
inexistente ou inadequada foi assinalada em 50% das ocorrências, referente à inexistência ou
insuficiência de acções de limpeza de vegetação parasitária / colonização biológica. Como seria expectável,
não foram assinalados quaisquer registos de causas do grupo C-M - acções de origem mecânica.
A anomalia A-E5 - diferenças de tonalidade / alteração de cor foi identificada em 49 RECI da amostra,
tendo sido assinaladas 100 causas prováveis, o que resulta em 2,0 causas por ocorrência desta anomalia.
Por observação do gráfico, verifica-se que os grupos C-E - erros de execução (representam 38% das
causas) e C-U - erros de utilização / manutenção (representam 36% das causas) são os que mais
contribuem para a ocorrência desta anomalia. As principais causas estão associadas à escolha dos
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-33
materiais de revestimento, quer na fase de execução (C-E14 - utilização de materiais com
heterogeneidades devidas ao processo de fabrico), quer na fase de utilização (C-U6 - substituição de
elementos por outros de tonalidade diferente). Na amostra de inspecções em análise, também não
foram registadas quaisquer causas do grupo C-M - acções de origem mecânica.
A anomalia A-E6 - envelhecimento verificou-se em 10 revestimentos (apenas em RECI plásticos) do total
de inspecções, tendo sido assinaladas 35 causas prováveis, o que dá em média, 3,5 causas por cada
anomalia deste tipo. Como seria de esperar, as causas atribuídas a esta anomalia são exclusivamente do
grupo C-A - acções ambientais, com as causas C-A2 - radiação solar, C-A5 - presença de água e C-A8 -
temperatura, a serem assinaladas em todas as ocorrências.
A anomalia A-E7 - fissuração / fractura foi identificada em 96 inspecções do total da amostra. As causas
assinaladas perfizeram um total de 241, resultando em 2,5 causas por ocorrência desta anomalia. Como se
pode observar no gráfico, os grupos de causas que mais contribuem para a ocorrência desta anomalia são
o C-M - acções de origem mecânica e C-P - erros de projecto. Do grupo de acções de origem mecânica,
foram registadas todas as causas, com excepção da C-M3 - colocação de equipamentos pesados sobre
as coberturas, mas destaca-se a causa C-M2 - circulação de pessoas e cargas sobre os revestimentos
em 64% dos RECI com esta anomalia. A causa C-P6 - concepção / pormenorização omissa ou
incorrecta de acessórios de circulação nas coberturas do grupo C-P - erros de projecto apresenta o
mesmo número de registos do que a causa C-M2, uma vez que estão associados.
A Figura 5.23 representa a contribuição de cada grupo de causas para a ocorrência das anomalias do grupo
A-O - defeitos de projecto / execução.
Figura 5.23 - Contribuição relativa dos grupos de causas para a ocorrência das anomalias do grupo A-O -
defeitos de projecto / execução
A anomalia A-O1 - defeitos nas fixações foi identificada em 75 inspecções da amostra, tendo sido
assinaladas 109 causas prováveis, o que resulta em 1,5 causas por ocorrência desta anomalia. As causas
associadas pertencem destacadamente ao grupo C-E - erros de execução e consistem na C-E2 -
utilização de mão-de-obra inexperiente ou pouco qualificada (em 51% dos casos) e na C-E10 -
fixações demasiado rígidas ou quantidade insuficiente / excessiva de elementos de fixação (em 77%
0%
37
%
2%
19
%
10
0%
67
%
85
%
17
%
88
%
63
%
33
%
50
%
0%
27
%
15
%
39
%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
66
%
15
%
0%
0%
0%
0%
12
%
0%
0%
16
%
0% 6
%
0%
44
%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
A-O1 A-O2 A-O3 A-O4 A-O5 A-O6 A-O7 A-O8
C-P C-E C-M C-A C-U
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-34 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
dos casos). Apesar de o grupo de causas C-U - erros de utilização / manutenção, nomeadamente a causa
C-U1 - manutenção inexistente ou inadequada, ter alguns registos, o seu reduzido número não permite
que esta causa seja considerada como provável nesta anomalia.
Em relação à anomalia A-O2 - defeitos nos remates, verificou-se a sua ocorrência em 131 RECI da
amostra e foram assinaladas 402 causas prováveis, o que dá em média 3,1 causas para cada anomalia
deste tipo. As causas identificadas dizem respeito apenas aos grupos de causas C-P - erros de projecto
(representando 37% das causas) e C-E - erros de execução (representando 63% das causas). Nos
referidos grupos, as causas que mais se destacam são a C-P8 - concepção / pormenorização incorrecta
das zonas de remate (em 73% dos casos) e a C-E2 - utilização de mão-de-obra inexperiente ou pouco
qualificada (em 87% dos casos).
A anomalia A-O3 - inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade foi identificada em 14
revestimentos da amostra. Uma vez que foram registadas 64 causas prováveis, daí resulta que, para cada
anomalia, se tenha em média 4,6 causas. Pela análise do gráfico, verifica-se que 66% das causas
pertencem ao grupo C-A - acções ambientais e 33% ao grupo C-E - erros de execução. No grupo das
acções ambientais, destaca-se a causa C-A8 - temperatura com 11 registos e, no grupo dos erros de
execução, a causa C-E11 - colocação incorrecta de cordões de estanqueidade é a que possui um maior
número de registos (10 registos). Pelo facto de o grupo de causas com destacada representatividade, nesta
anomalia, ser o grupo C-A - acções ambientais, propõe-se a transferência desta anomalia, que actualmente
se encontra no grupo de anomalias A-O - defeitos de projecto / execução, para o grupo A-E - degradação
do revestimento.
A anomalia A-O4 - sobreposição insuficiente ou excessiva foi identificada em 26 RECI da amostra, tendo
sido registadas 62 causas prováveis, o que resulta em 2,4 causas em média por anomalia. As principais
causas que contribuem para a ocorrência desta anomalia são a C-E2 - utilização de mão-de-obra
inexperiente ou pouco qualificada (em 65% dos casos) e a C-E6 - falta de rigor na execução do ripado
e alinhamento dos elementos (em 54% dos casos) do grupo C-E - erros de execução. É ainda de referir
que a causa C-P7 - concepção / pormenorização incorrecta da sobreposição dos elementos e C-U1 -
manutenção inexistente ou inadequada dos elementos de revestimento foram assinaladas em 38% dos
RECI com sobreposição deficiente.
A anomalia A-O5 - defeitos no sistema de isolamento térmico foi identificada em 89 RECI e, na amostra
em análise, foi assinalada apenas uma causa em média para cada anomalia. A anomalia verificada em
todos os casos consistiu na ausência de isolamento térmico no sistema da cobertura pelo que a única causa
atribuída foi a C-P4 - concepção / pormenorização omissa ou incorrecta do sistema de isolamento
térmico que, como se pode visualizar no gráfico, representa 100% dos casos. Uma vez que não se
verificou o estado de degradação do isolamento térmico por impossibilidade de o visualizar no sistema da
cobertura, não foi possível identificar causas dos outros grupos classificativos.
No que respeita à anomalia A-O6 - defeitos no sistema de ventilação, foi identificada em 137
revestimentos da amostra, tendo sido assinaladas 220 causas prováveis, o que resulta em 1,6 causas por
ocorrência desta anomalia. As causas do grupo C-P - erros de projecto (com 67%) são destacadamente as
que mais contribuem para a ocorrência desta anomalia, seguidas das do grupo C-E - erros de execução,
que representam 27% das causas. No grupo dos erros de projecto, salienta-se a causa C-P3 - concepção /
pormenorização omissa ou incorrecta dos sistemas de ventilação (assinalada em todos os casos) e, no
grupo dos erros de execução, destaca-se a causa C-E8 - aplicação de quantidades excessivas de
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-35
argamassa de assentamento (registada em 32% dos casos), contribuindo para a deficiente ventilação do
revestimento. As causas assinaladas no grupo C-U - erros de utilização / manutenção estão associadas à
colocação de argamassa e telas asfálticas sobre os revestimentos em trabalhos de reparação; contudo, a
sua identificação na amostra foi muito reduzida.
A anomalia A-O7 - inclinação insuficiente ou excessiva verificou-se em 66 RECI. Dado que o total das
causas assinaladas foi 78, o número de causas por ocorrência desta anomalia é de 1,2. As causas para a
ocorrência desta anomalia são a C-P2 - concepção / pormenorização incorrecta da pendente da
cobertura (assinalada em todos os casos) e a C-E2 - utilização de mão-de-obra inexperiente ou pouco
qualificada (assinalada em 18% dos casos) para a execução correcta da estrutura de suporte e da sua
inclinação.
A anomalia A-O8 - intervenções incorrectas ou deficientes foi identificada em 64 revestimentos da
amostra, tendo sido identificadas 164 causas prováveis, o que resulta em 2,6 causas por ocorrência desta
anomalia. Da observação do gráfico, verifica-se que as causas do grupo C-U - erros de utilização /
manutenção são as que mais contribuem para a visualização desta anomalia (representando 44% das
causas), seguida das causas do grupo C-E - erros de execução, que representam 39% das causas. As
causas do grupo C-U dizem respeito à adequação dos materiais em trabalhos de reparação (C-U2 -
colocação de argamassa, C-U3 - colocação de telas asfálticas e C-U5 - substituição de elementos por
outros de geometria diferente), em que a causa C-U3 se salienta das demais, com registo em 56% dos
casos. Com o mesmo valor, no grupo C-E destaca-se a causa C-E2 - utilização de mão-de-obra
inexperiente ou pouco qualificada, que foi assinalada igualmente em 56% dos RECI com intervenções
incorrectas.
Na Figura 5.24, apresentam-se as médias das causas prováveis para a ocorrência de anomalias em cada
um dos tipos de revestimentos, à semelhança do que foi efectuado em §5.5.1 para as anomalias. A média
de causas de cada RECI foi calculada dividindo o número total de causas no RECI pelo número total de
revestimentos desse tipo na amostra.
Figura 5.24 - Média de causas registadas nos diferentes RECI inspeccionados
Neste gráfico, verifica-se que o maior número médio de registos de causas ocorre para os revestimentos
cerâmicos e de micro-betão, com 3,68 e 3,05 causas, respectivamente. Por comparação com o observado
para as anomalias, apesar de os revestimentos em ardósia terem uma média de anomalias superior,
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
2,85
3,68
3,052,77
1,992,14 2,25
1,47
Ardósia
Cerâmicos
Micro-betão
Fibrocimento
Metálicos
Plásticos
Painel sandwich
Telha asfáltica
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-36 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
apresentam um decréscimo na média de causas, em relação aos restantes RECI. É ainda possível verificar
que os revestimentos com telhas asfálticas são os que apresentam o menor número de causas registadas
(1,47 causas), apesar de serem os revestimentos plásticos a possuírem o menor número de anomalias.
Verifica-se que as médias dos grupos de causas C-A - acções ambientais são as mais díspares entre os
dois tipos de RECI e será pelo facto de os plásticos apresentarem a anomalia A-E6 - envelhecimento (com
várias causas ambientais associadas) que se observam estas diferenças.
À semelhança do que foi efectuado para as anomalias, apresenta-se na Figura 5.25 a distribuição das
causas prováveis com a idade do RECI. Os valores mencionados correspondem à média de causas por
revestimento em cada intervalo de tempo, uma vez que o número de RECI inspeccionados difere para cada
intervalo de tempo. Esta média resulta da divisão do número total de causas registadas pelo número total
de RECI observados no intervalo de tempo em análise. Como seria de esperar, a análise do gráfico permite
concluir que a média de causas registadas acompanha a tendência da média de anomalias (Figura 5.16),
isto é, vai decrescendo ao longo do tempo. Verifica-se, uma vez mais, que os intervalos de tempo [1950-
1960[ e [1960-1970[ não acompanham esta tendência decrescente, em virtude das razões apontadas e que
têm a ver com o reduzido número de RECI com essas idades e ainda com o facto de esses RECI não
serem representativos do número de causas para esses intervalos de tempo.
Figura 5.25 - Média de causas registadas por idade dos RECI
5.5.3. Frequência observada dos métodos de diagnóstico
Na Figura 5.26 apresentam-se as frequências dos vários métodos de diagnóstico para o total de anomalias
verificadas.
Como se pode observar no gráfico, o método D-A1 - inspecção visual, que constitui o único comum a
todas as anomalias, foi destacadamente o mais assinalado, tendo-o sido em todos os casos, uma vez que,
tal como referido, é considerado o método primário de diagnóstico em todas as anomalias, seguido de
outros métodos mais específicos, caso estejam disponíveis e sejam necessários. Como segundo método
mais assinalado na amostra, encontra-se o método D-C2 - termografia de infravermelhos, em 16,7% dos
casos e, em terceiro, tem-se o método D-A2 - medição da inclinação, em 15,2% dos casos. Os métodos
dos grupos D-B - métodos eléctricos e D-D - métodos ultra-sónicos, assim como o método D-C1 -
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
4,91
2,75
2,05
3,013,28
2,442,01
Antes de 1950
1950-1960
1960-1970
1970-1980
1980-1990
1990-2000
2000-2009
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-37
avaliação da temperatura e da humidade, por terem âmbitos de aplicação muito limitados em termos de
tipos de RECI e tipo de anomalias, apresentam frequências relativas muito inferiores às restantes.
Figura 5.26 - Frequência de escolha de cada método de diagnóstico nas inspecções efectuadas
Na Figura 5.27 pode-se observar a frequência de escolha de cada método de diagnóstico em relação ao
tipo de revestimento.
Figura 5.27 - Frequência relativa de cada método de diagnóstico por tipo de revestimento
100,0%
15,2%
1,6% 0,6%
16,7%
3,2%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
D-A1 D-A2 D-B1 D-C1 D-C2 D-D1
17,2%
11,0%
13,4%
50,0%
15,7%
7,3%
48,1%
17,2%
16,6%
14,1%
16,7%
13,3%
7,9%
51,9%
14,1%
9,1%
14,8%
52,6%
7,7%
26,3%
8,5%
18,1%
4,2%
10,4%
22,6%
47,4%
11,2%
23,7%
9,2%
4,3%
15,4%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%
D-A1
D-A2
D-B1
D-C1
D-C2
D-D1
Telha asfáltica
Painel sandwich
Plásticos
Metálicos
Fibrocimento
Micro-betão
Cerâmicos
Ardósia
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-38 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Este gráfico permite verificar a adequabilidade dos métodos D-A1 - inspecção visual, D-A2 - medição da
inclinação e D-C2 - termografia de infravermelhos a todos os tipos de RECI, como já se esperava. Em
relação ao método D-A1, observa-se que possui uma frequência de escolha superior nos revestimentos
com um maior número médio de anomalias (§5.5.1), pelo facto de ser um método aplicável ao diagnóstico
de todas estas, como referido. No que diz respeito ao método D-A2, conclui-se que a falta de rigor e algum
descuido na concepção / pormenorização incorrecta das pendentes das coberturas poderão ser as razões
para as elevadas frequências de escolha deste método, observadas nos revestimentos com painel
sandwich e nos revestimentos plásticos. As frequências do método D-C2, aplicado aos revestimentos
plásticos, metálicos e painel sandwich não acompanham as frequências dos outros revestimentos (que são
muito semelhantes entre si), em virtude de ter registado um número inferior de anomalias diagnosticáveis
através deste método, principalmente a A-E7 - fissuração / fractura e A-O2 - defeitos nos remates.
Em relação ao método D-C1 - avaliação da temperatura e da humidade, apesar de ser igualmente
aplicável a todos os tipos de revestimento, só se registou em revestimentos cerâmicos e de fibrocimento,
devido ao baixo número de observações da única anomalia associada (A-C - condensações).
No mesmo gráfico, é ainda possível verificar que os métodos D-B1 - correntes induzidas e D-D1 - ultra-
sons possuem frequências relativas de utilização semelhantes nos revestimentos metálicos e de painel
sandwich. É de referir que a utilização do método D-D1 para o diagnóstico da escamação nos elementos de
ardósia correspondeu a metade da utilização total deste método.
Na Figura 5.28 pode-se verificar a referida adequabilidade do método D-A1 - inspecção visual ao
diagnóstico de todas as anomalias, sendo mesmo o único para as seguintes: A-D2 - desalinhamento; A-E6 -
envelhecimento; A-O1 - defeitos nas fixações; A-O4 - sobreposição excessiva ou insuficiente e A-O6 -
defeitos no sistema de ventilação. No gráfico, observa-se ainda que, nas anomalias A-D1 - deformações
acentuadas e A-O5 - defeitos no sistema de isolamento térmico, não foram registados outros métodos, mas
isso deve-se ao facto de a dimensão da amostra de inspecções não ter permitido esses registos.
O método D-A2 - medição da inclinação surge associado às anomalias A-E1 - acumulação de detritos, A-
O7 - inclinação insuficiente ou excessiva e A-D3 - desprendimento / descolamento, uma vez que estas
anomalias podem ocorrer devido a pendentes com inclinações inadequadas, tornando-se necessária a sua
medição para as diagnosticar como causas. Verifica-se ainda que apenas 12,7% dos casos da anomalia A-
E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica seriam susceptíveis de ocorrer
devido a pendentes inadequadas, pelo que nos restantes casos não foi associado o método de medição da
inclinação.
Como seria esperado, os métodos D-B1 - correntes induzidas e D-D1 - ultra sons estão associados às
anomalias A-E2 - corrosão, A-E3 - descasque / escamação / esfoliação e A-E5 - diferenças de tonalidade /
alteração de cor que, no caso dos revestimentos metálicos e painéis sandwich, se destinam à determinação
da espessura dos produtos de corrosão e perda da espessura de um revestimento. O método D-D1
associado à anomalia A-E3 tem a sua frequência muito superior à do método D-B1, uma vez que também é
aplicável aos elementos de ardósia, para a determinação do grau de alteração e perda de coesão destes
elementos.
Dado que a anomalia A-C - condensações ocorre devido a factores de temperatura e de humidade, o
método D-C1 - avaliação da temperatura e da humidade surge associado unicamente a esta anomalia,
uma vez que a outra anomalia diagnosticável através deste método não teve quaisquer registos. Refira-se
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-39
que esta anomalia se trata da deformação em revestimentos plásticos por produção excessiva de calor nos
locais subjacentes.
O método D-C2 - termografia de infravermelhos foi registado em todos os casos da anomalia A-C -
condensações, pois permite a avaliação da distribuição de temperaturas numa cobertura e em grande parte
dos RECI que apresentavam as anomalias A-E7 - fissuração / fractura e A-O3 - inexistência ou deterioração
de cordões de estanqueidade, para a detecção de zonas de infiltração de água. Este método está também
associado às anomalias no isolamento térmico e, apesar de não apresentar registos, permite a avaliação do
estado do isolamento térmico e a detecção de zonas com humidade (responsáveis pela degradação da
camada de isolamento).
Figura 5.28 - Frequência relativa de cada método de diagnóstico para cada anomalia
Na Figura 5.29 apresenta-se a frequência de cada um dos métodos de diagnóstico para os vários intervalos
de idades dos RECI. Assim, por observação do gráfico, é possível verificar que, em geral, todos os métodos
são passíveis de utilização, independentemente da idade dos RECI, apesar de em determinados intervalos
de tempo não terem sido registados, devido à reduzida dimensão da amostra para esses intervalos.
Conclui-se ainda que o método D-B1 - correntes induzidas possui um maior número de registos para
idades mais recentes do RECI, nomeadamente a partir de 1990, uma vez que está associado a materiais de
revestimento também recentes como os painéis sandwich. Esta tendência aplicar-se-ia igualmente ao
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
95,1%
100,0%
12,7%
100,0%
24,1%
8,0%
4,1%
100,0%
20,0%
84,4%
47,3%
85,7%
10,9%
24,1%
46,0%
4,1%
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%
A-C
A-D1
A-D2
A-D3
A-E1
A-E2
A-E3
A-E4
A-E5
A-E6
A-E7
A-O1
A-O2
A-O3
A-O4
A-O5
A-O6
A-O7
A-O8
D-D1
D-C2
D-C1
D-B1
D-A2
D-A1
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-40 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
método D-D1 - ultra sons, não fosse o caso de ser utilizado também no diagnóstico de elementos de
ardósia, registando assim frequências de utilização ao longo dos vários intervalos de tempo.
Figura 5.29 - Frequência relativa de cada método de diagnóstico por idade do RECI
5.6. SÍNTESE
Neste capítulo, através dos dados recolhidos nas 207 inspecções a RECI, foi possível validar o sistema
classificativo proposto das anomalias nestes revestimentos e ainda calibrar as matrizes de correlação
propostas, nomeadamente a matriz de correlação anomalias - causas, a matriz de correlação das anomalias
entre si e a matriz de correlação anomalias - técnicas de diagnóstico, através de algumas alterações nos
índices de correlação, de modo a torná-las mais adequadas às situações reais.
Para além disso, as informações resultantes da campanha de inspecções permitiram a realização de uma
análise estatística, da qual se retiraram conclusões importantes, nomeadamente sobre a frequência de
anomalias, de causas e dos métodos de diagnóstico.
Entre essas conclusões, devem ser destacadas as seguintes relativas às frequências das anomalias:
15,3%
4,0%
1,5%
16,8%
16,2%
23,8%
22,3%
7,7%
6,0%
13,7%
11,0%
25,8%
35,7%
15,8%
31,6%
52,6%
28,6%
14,3%
28,6%
28,6%
15,6%
1,5%
0,5%
13,1%
18,6%
28,1%
22,6%
7,9%
7,9%
26,3%
7,9%
23,7%
26,3%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%
Antes de 1950
1950-1960
1960-1970
1970-1980
1980-1990
1990-2000
2000-2009
D-D1
D-C2
D-C1
D-B1
D-A2
D-A1
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 5-41
as anomalias A-E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica, A-O6 -
defeitos no sistema de ventilação e A-O2 - defeitos nos remates são as que apresentam maior
probabilidade de serem observadas e ocorrem em 72,5, 66,2 e 63,3% dos RECI, respectivamente;
os revestimentos em ardósia e micro-betão são os que apresentam, em média, um maior número de
anomalias e os revestimentos plásticos e metálicos são aqueles em que ocorrem menos anomalias;
verifica-se que, em termos globais, o número de anomalias diminui ao longo do tempo;
o nível de gravidade / urgência de reparação mais registado foi 2 (monitorização da anomalia) em 59%
dos casos da amostra, sendo que o nível de gravidade 0 (intervenção imediata) foi registado em 12%
das anomalias observadas, com especial incidência sobre as anomalias A-D3 - desprendimento /
descolamento de elementos de revestimento, A-E7 - fissuração / fractura e a A-O1 - defeitos nas
fixações.
Em relação às causas prováveis (directas e indirectas), foi possível retirar algumas conclusões tais como:
das 2822 causas prováveis registadas na amostra, verificou-se que o grupo de causas C-E - erros de
execução é o que mais contribui para a ocorrência de anomalias (31%), seguido das causas do grupo
C-P - erros de projecto (29%);
os revestimentos cerâmicos são os que apresentam, em média, um maior número de registos de
causas e os revestimentos em telha asfáltica são aqueles em que se registarem menos causas, apesar
de não serem os RECI com maior e menor número de anomalias, respectivamente;
em termos de média de causas por idade dos RECI, verifica-se que segue a tendência de diminuição
observada para a média de anomalias ao longo do tempo.
No que diz respeito aos métodos de diagnóstico, as conclusões que se retiraram da análise da amostra
foram:
o método D-A1 - inspecção visual é um método aplicável ao diagnóstico de todas as anomalias
em RECI, podendo ser complementado, nos casos possíveis, por outros métodos mais específicos;
a menor utilização ocorre para os métodos D-C1 - avaliação da temperatura e da humidade, D-
B1 - corrente induzidas e D-D1 - ultra-sons, por serem métodos específicos de determinados
tipos de RECI e de anomalias (que nesta amostra tiverem representatividades muito reduzidas);
os métodos D-A1 - inspecção visual, D-A2 - medição da inclinação e D-C2 - termografia de
infravermelhos adequam-se ao diagnóstico de todos os tipos de RECI; o método D-C1 - avaliação
da temperatura e da humidade, apesar de ser também aplicável a todos os tipos de revestimento,
só se registou em revestimentos cerâmicos e de fibrocimento, devido à baixa frequência da
anomalia A-C - condensações;
o método D-B1 - correntes induzidas é aplicável apenas nos revestimentos metálicos e nos
painéis sandwich, enquanto que o método D-D1 - ultra-sons é utilizado nos anteriores (com
frequências de utilização semelhantes ao método D-B1) e ainda nos revestimentos em ardósia;
o método D-A1 - inspecção visual é o único para o diagnóstico das anomalias A-D2 -
desalinhamento, A-E6 - envelhecimento, A-O1 - defeitos nas fixações, A-O4 - sobreposição
excessiva ou insuficiente e A-O6 - defeitos no sistema de ventilação;
o método D-A2 - medição da inclinação encontra-se associado às anomalias A-E1 - acumulação
de detritos, A-O7 - inclinação insuficiente ou excessiva, A-D3 - desprendimento / descolamento e A-
Capítulo 5 - Validação do sistema e análise estatística
5-42 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica (embora apenas em 12,7%
dos casos da anomalia);
os métodos D-B1 - correntes induzidas e D-D1 - ultra sons estão relacionados com as anomalias
A-E2 - corrosão, A-E3 - descasque / escamação / esfoliação e A-E5 - diferenças de tonalidade /
alteração de cor;
o método D-C1 - avaliação da temperatura e da humidade surge associado apenas à anomalia
A-C - condensações, uma vez que a outra anomalia diagnosticável através deste método
(deformações em plásticos por produção excessiva de calor), não teve quaisquer registos;
o método D-C2 - termografia de infravermelhos foi registado em todos os casos de A-C -
condensações e grande parte dos casos de A-E7 - fissuração / fractura e A-O3 - inexistência ou
deterioração de cordões de estanqueidade); apesar de não se apresentar associado à anomalia A-
O5 - defeitos no sistema de isolamento térmico, é adequado para a avaliação do estado desta
camada de isolamento;
independentemente da idade do RECI, todos os métodos são passíveis de serem utilizados, apesar
de em determinados intervalos de tempo não terem sido registados, devido ao reduzido número de
RECI com essas idades;
o método D-B1 - correntes induzidas possui mais registos em idades mais recentes,
nomeadamente a partir da década de 1990, uma vez que está associado a revestimentos de
desenvolvimento relativamente recente, como é o caso dos painéis sandwich.
Para finalizar, verificou-se que a validação do sistema classificativo desta dissertação, através das
inspecções efectuadas, possibilitou a comparação dos resultados obtidos da amostra com a qualidade dos
pressupostos teóricos apresentados nos capítulos anteriores e permitiu a realização de uma análise
estatística sobre os RECI. Além disso, frisou a importância de efectivar novas inspecções de modo a
aumentar significativamente a amostra, o que permitirá a retirada de conclusões mais completas e a
construção de modelos de degradação deste tipo de revestimento.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 6-1
6. CONCLUSÕES
6.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde sempre que os revestimentos exteriores de coberturas inclinadas tiveram um papel muito importante
nos edifícios, nomeadamente na protecção contra os fenómenos atmosféricos, tendo sido objecto de
aperfeiçoamento tecnológico. O desenvolvimento registado nos RECI e que continua nos dias de hoje,
ultrapassa a simples garantia de estanqueidade das coberturas, estendendo-se à satisfação de outras
exigências funcionais que, com o evoluir da Sociedade, vão sendo impostas aos mesmos.
A exposição das coberturas aos agentes atmosféricos torna-as um dos elementos não-estruturais mais
vulneráveis à sua acção, principalmente se a execução do revestimento e os materiais aplicados não forem
os adequados. Verifica-se, muitas vezes, que a mão-de-obra utilizada não é especializada para a execução
destes sistemas (em especial as zonas singulares) e, por sua vez, os materiais, quer de revestimento, quer
de fixação, quer ainda de remate, não são os indicados. Por outro lado, na fase de projecto, regista-se, em
muitos casos, que as concepções / pormenorizações são omissas ou incorrectas e a prescrição dos
materiais também não é adequada.
Assim, para que não ocorra a degradação precoce do revestimento e o encurtamento da sua vida útil, torna-
se necessário a implementação de uma estratégia de manutenção pró-activa do tipo predictiva, ou seja,
uma estratégia que defina adequadamente as acções a tomar nas várias fases: projecto, execução e
manutenção. Na fase de projecto, são exigíveis pormenorizações e prescrições de materiais correctas; na
fase de execução, o recurso a mão-de-obra qualificada e aplicação de materiais em conformidade com o
definido no projecto e, na fase de manutenção, a existência de um plano de inspecções periódicas e não-
periódicas, semelhante ao desenvolvido em §5.2 e que abranja toda a vida útil do revestimento. Deste plano
de inspecções resulta a prescrição de acções correctivas (curativas, preventivas ou trabalhos de
manutenção) em função do nível de gravidade das anomalias observadas (adaptado de SILVESTRE, 2005).
A importância desta estratégia de manutenção estende-se ainda aos custos totais de uma construção, na
medida em que permite reduzir os custos associados à fase de utilização e manutenção, que como se sabe
são, actualmente, muitos superiores aos custos com medidas preventivas.
A presente dissertação insere-se na fase de manutenção e destina-se a auxiliar as inspecções a RECI e a
dotar os intervenientes responsáveis dos conhecimentos necessários à compreensão dos fenómenos
patológicos que ocorrem nestes revestimentos, à determinação das causas associadas ao desenvolvimento
das anomalias e à identificação dos métodos de diagnóstico mais adequados a cada revestimento e a cada
anomalia. O estudo das correspondentes técnicas de reparação é desenvolvido na dissertação que
complementa este trabalho e que se designa “Tecnologia e Reabilitação de Revestimentos Exteriores
de Coberturas Inclinadas” (LOPES, 2009).
De um modo geral, considera-se que este trabalho constitui uma boa ferramenta para a inspecção e
diagnóstico de RECI, sendo que os pressupostos definidos foram validados e calibrados através de uma
amostra de casos práticos.
Capítulo 6 - Conclusões
6-2 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
6.2. CONCLUSÕES GERAIS
No decorrer da criação e da validação do sistema de inspecção e diagnóstico de anomalias em RECI,
obtiveram-se conclusões interessantes, que seguidamente se enunciam.
No que diz respeito à tecnologia destes revestimentos, após a consulta de bibliografia da especialidade e de
catálogos de empresas, foi possível verificar que:
a diversidade de materiais a utilizar no revestimento de coberturas inclinadas é imensa ainda que, no
presente trabalho, se tivesse analisado apenas os que têm uma utilização significativa tais como: a
ardósia (ainda que específica de determinadas zonas do nosso País), a telha cerâmica, a telha de
micro-betão, os revestimentos metálicos, os revestimentos plásticos e os revestimentos mistos;
as exigências funcionais a serem satisfeitas pelos RECI encontram-se agrupadas em cinco grupos
principais: de segurança, de habitabilidade, de durabilidade, de economia e outras exigências;
os vários revestimentos têm campos de aplicação diferentes, ou seja, uns são mais adequados para
edifícios de habitação e serviços, enquanto que outros aplicam-se sobretudo em estruturas com
menores exigências ou construções de carácter provisório.
Em relação à patologia dos revestimentos, destacam-se os aspectos abaixo referidos:
o sistema classificativo de anomalias em RECI e das causas prováveis (directas e indirectas)
associadas, proposto no Capítulo 3, compreende todos os casos de patologia já observados e
registados nestes revestimentos. Contudo, é passível a existência de alterações pontuais futuras, em
resultado da experiência de utilização continuada do referido sistema;
após a validação, através da campanha de inspecções, a informação relativa ao sistema classificativo
foi resumida em fichas de anomalias, de forma sintética e inequívoca; os campos das fichas incluem
uma breve descrição da anomalia, as causas prováveis e consequências possíveis associadas, os
métodos de diagnóstico aplicáveis e os parâmetros de classificação necessários à definição do nível de
gravidade / urgência de reparação; deste modo, as fichas revelam-se de fácil interpretação e utilização
no decorrer das actividades de inspecção de RECI que apresentem anomalias;
a validação da matriz de correlação entre anomalias é da maior importância, permitindo estabelecer a
probabilidade de ocorrência simultânea de várias anomalias, tendo em conta que, num RECI, uma
anomalia pode ocorrer isoladamente ou estar associada a outras anomalias; este conhecimento revela-
se fundamental para a realização de acções de intervenção destinadas a prevenir o desenvolvimento
das anomalias.
No que diz respeito aos métodos de diagnóstico propostos, verifica-se o seguinte:
o sistema classificativo dos métodos de diagnóstico de anomalias e respectivas causas inclui apenas
os ensaios não-destrutivos de realização in situ, passíveis de serem utilizados em RECI e classificados
de acordo com o tipo de execução e funcionamento do equipamento utilizado; a caracterização
completa das técnicas é apresentada em fichas individuais que, tal como as fichas de inspecção,
auxiliam o inspector nas suas actividades;
após a validação, através da amostra de inspecções, a matriz de correlação anomalias - técnicas de
diagnóstico permite ao inspector verificar qual o ensaio mais indicado para o diagnóstico de uma
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 6-3
determinada anomalia e respectivas causas, de acordo com o tipo de equipamento necessário, o grau
de complexidade, vantagens e limitações de cada método.
A campanha de inspecções a RECI possibilitou retirar determinadas conclusões, quer no decorrer da
validação do sistema, quer na análise estatística das situações patológicas observadas nos revestimentos:
a amostra de 207 casos de RECI permitiu a validação do sistema classificativo proposto e das várias
matrizes de correlação apresentadas e ainda a alteração de alguns pressupostos que melhoram a
aplicação do sistema classificativo às situações reais; apesar disto, considera-se que a validação
deverá ter continuidade futura de inspecções de modo a incrementar o número e a diversidade da
amostra;
as anomalias A-E4 - desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica, A-O2 -
defeitos nos remates e A-O6 - defeitos no sistema de ventilação apresentam uma maior
probabilidade de serem identificadas nas inspecções a RECI; por sua vez, as anomalias A-C -
condensações, A-E6 - envelhecimento e A-O3 inexistência ou deterioração de cordões de
estanqueidade apresentam as probabilidades de ocorrência mais baixas;
o maior número de anomalias concentra-se, em média, nos revestimentos em ardósia e micro-betão,
sendo que os revestimentos plásticos e metálicos apresentam um número de ocorrências inferior aos
restantes; em termos gerais, o número de anomalias tende a ser menor quanto mais recente é o RECI;
em 59% dos casos da amostra, o nível de gravidade / urgência de reparação 2 foi o mais registado,
revelando que as anomalias com este nível de gravidade devem ser monitorizadas de modo a verificar
a sua evolução; por sua vez, registou-se em 12% das anomalias observadas que era exigível uma
intervenção imediata (nível de gravidade 0), uma vez que a sua ocorrência coloca em causa uma das
principais exigências funcionais de uma cobertura - a estanqueidade; verifica-se assim que as
anomalias mais gravosas são a A-D3 - desprendimento / descolamento de elementos de
revestimento, A-E7 - fissuração / fractura e a A-O1 - defeitos nas fixações;
os erros de execução são as principais causas de ocorrência de anomalias em RECI, seguidos dos
erros de projecto, pelo que se reveste da maior importância a divulgação das técnicas adequadas de
execução destes revestimentos e a utilização de pessoal qualificado para tal; por sua vez, a adopção
de um maior rigor e adequação dos materiais prescritos às respectivas utilizações no projecto de RECI
poderá contribuir igualmente para a redução da ocorrência de grande parte das anomalias;
o método D-A1 - inspecção visual é o indicado para um primeiro diagnóstico das anomalias (sendo o
único para algumas destas), por ser uma técnica que não necessita de equipamento especial, mas sim
de um profissional com conhecimentos no âmbito da patologia dos RECI; por sua vez, os métodos D-
C1 - avaliação da temperatura e da humidade, D-B1 - corrente induzidas e D-D1 - ultra-sons são
os menos utilizados devido ao facto de serem aplicáveis apenas a alguns materiais de revestimento e
para a avaliação de determinadas anomalias.
6.3. PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO
À semelhança de qualquer trabalho de investigação, também este apresenta a possibilidade de ser
futuramente desenvolvido e melhorado. Nesse sentido, perspectivam-se eventuais desenvolvimentos tais
como (adaptado de SILVESTRE, 2005):
Capítulo 6 - Conclusões
6-4 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
aperfeiçoar o sistema classificativo das anomalias em RECI elaborado, assim como aumentar o
número de conclusões da análise estatística apresentada, através de mais inspecções a RECI;
desenvolver ferramentas de apoio à inspecção para outros tipos de RECI que tenham uma utilização
cada vez mais crescente, com base nas ferramentas apresentadas nesta dissertação;
com base no sistema de apoio à inspecção e diagnóstico de RECI criado, desenvolver um módulo
informático que permita o armazenamento (num equipamento portátil) de uma grande quantidade de
dados resultantes de inspecções, de modo a aumentar a eficácia e a eficiência da investigação no
âmbito destes revestimentos;
a aplicação do módulo informático obriga à execução de um manual de inspecções a RECI, o qual
deverá incluir as regras a que devem obedecer os procedimentos de inspecção e o preenchimento do
respectivo relatório, de forma a que os resultados finais não dependam da subjectividade do inspector;
acrescentar métodos de diagnóstico a RECI que entretanto forem surgindo no mercado e estudar de
forma aprofundada a rentabilidade e aplicabilidade dos métodos, através de contactos com as
empresas da especialidade;
avaliar experimentalmente a adequação das técnicas de diagnóstico às anomalias, uma vez que não
foi possível aferir na presente dissertação, por não terem sido aplicados efectivamente;
através de uma ferramenta informática, desenvolver e implementar o módulo de apoio à decisão sobre
a acção a efectuar após a inspecção e o diagnóstico de anomalias em RECI, o qual será responsável
pelas opções ao longo da vida do revestimento, no que diz respeito à execução de ensaios in situ e ao
tipo de intervenção (reparação, reabilitação ou substituição);
desenvolver estudos de durabilidade para os vários RECI, incluindo a monitorização e temporização
dos processos de degradação associados, de forma a estimar a duração da sua vida útil;
desenvolver parcerias com projectistas e aplicadores, tendo em vista a transmissão de conhecimentos
sobre a problemática da patologia nos RECI, no que diz respeito à melhoria da concepção e execução
de uma cobertura (com especial destaque para as zonas singulares), de modo a reduzir os fenómenos
patológicos.
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 7-1
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Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos 7-9
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Referências bibliográficas
7-10 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Anexos
Anexo 3.I
Fichas de anomalias
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.1 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-C
DESIGNAÇÃO:
Condensações
DESCRIÇÃO:
Traduzem-se na formação de gotículas de água sob a superfície
dos revestimentos, em consequência da passagem do vapor de
água interior, do estado gasoso para o estado líquido
CAUSAS PROVÁVEIS:
- inexistência ou aplicação incorrecta de elementos de isolamento térmico (C-P4, C-E4, C-E2)
- inexistência ou colocação incorrecta de elementos de ventilação (C-P3, C-E3)
- inexistência ou colocação incorrecta da barreira pára-vapor (C-P5, C-E5)
- utilização de materiais de isolamento que não respeitam os requisitos funcionais (C-P9, C-E9, C-E13)
- humidade ambiente excessiva / produção elevada de vapor de água (C-A9)
- temperatura na superfície do revestimento igual à temperatura de orvalho (C-A8)
- alteração das condições de utilização inicialmente previstas (C-U7)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- degradação do revestimento
- degradação das camadas subjacentes ao revestimento por contacto com a água
- formação de manchas escuras devido à retenção de poeiras
- desenvolvimento de fungos e bolores
- descolamento, formação de bolhas e fissuração em telhas asfálticas
- corrosão de elementos metálicos
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- temperatura e condições higrotérmicas interiores e exteriores
- espessura de cada camada componente da cobertura
- condutibilidade térmica ou resistência térmica de cada camada componente da cobertura
- resistência à difusão do vapor de água de cada camada componente da cobertura
- existência de pontes térmicas (S/N)
- estado do isolamento térmico
- produção excessiva de vapor de água (S/N)
- tipo de utilização dos espaços subjacentes à cobertura
- ventilação insuficiente (S/N)
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- medição da temperatura e da humidade relativa superficial e / ou ambiente (D-C1)
- avaliação da distribuição de temperaturas por termografia de infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- presença de humidade excessiva no espaço subjacente ao RECI (S/N)
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para progressão do fenómeno e consequente degradação dos revestimentos ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - quando o fenómeno estiver circunscrito e não apresentar condições para a progressão
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.2
FICHA DE ANOMALIA A-D1
DESIGNAÇÃO:
Deformações acentuadas
DESCRIÇÃO:
Traduzem-se no aparecimento de zonas de convexidade /
concavidade nos revestimentos das coberturas
CAUSAS PROVÁVEIS:
- assentamento da estrutura de suporte (C-P1, C-E2, C-M1)
- existência de vãos de grandes dimensões na estrutura de suporte (C-P1)
- colocação de equipamentos pesados sobre os revestimentos (C-M3)
- impactos de objectos pesados resultantes de intempéries ou vandalismo (C-M4, C-M5)
- circulação de pessoas e cargas sobre os revestimentos (C-P6, C-M2)
- acumulação de neve associada a uma fraca inclinação da cobertura (C-A5, C-P2)
- manutenção inexistente ou inadequada da estrutura de suporte (C-U1)
- alteração do material de revestimento ou adição de novas camadas na estrutura da cobertura (C-U4)
- produção excessiva de calor sob revestimentos plásticos (C-A8, C-U7)
- colocação de argamassa sobre os revestimentos em trabalhos de reparação (C-U2)
- acção do vento conjugada com fraca resistência dos elementos de revestimento (C-A1, C-E13)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- abertura de juntas transversais e longitudinais no revestimento
- problemas de sobreposição dos elementos de revestimento
- zonas de acumulação e infiltração de água
- agravamento da degradação da estrutura de suporte em resultado das infiltrações
- descolamento dos cordões de estanqueidade
- corrosão de elementos e peças de fixação
- fissuração e fractura
- aspecto estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- tipo de estrutura de suporte (madeira, betão, metálica, tabique de alvenaria e mista)
- estado e capacidade resistente da estrutura de suporte
- existência de infiltrações de água (S/N)
- produção excessiva de calor sob a cobertura (S/N)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- medição da inclinação (D-A2)
- avaliação da produção de calor sob revestimentos plásticos (D-C1)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
0 - quando existirem infiltrações de água
1 - quando houver condições para progressão do fenómeno e consequente formação de juntas no revestimento ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - nos restantes casos
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.3 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-D2
DESIGNAÇÃO:
Desalinhamento
DESCRIÇÃO:
Caracteriza-se por encaixes longitudinais e transversais
incorrectos, resultando em fiadas de elementos com alinhamentos
nitidamente irregulares, traduzindo-se em recobrimentos variáveis
de zona para zona da cobertura
CAUSAS PROVÁVEIS:
- não observação das regras de boa execução na colocação dos elementos de revestimento (C-E2; C-E6)
- espaçamento incorrecto do ripado de assentamento (C-P1; C-E6)
- falta de rigor na execução do ripado de argamassa (C-E2; C-E6)
- ventos fortes e / ou inclinação da cobertura muito acentuada (C-A1; C-P2)
- substituição de elementos por outros de geometria ou dimensões diferentes (C-U5)
- circulação descuidada de pessoas e cargas sobre a cobertura (C-P6, C-M2)
- incorrecta execução das fixações (C-E2; C-E10)
- manutenção inexistente ou inadequada (C-U1)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- incorrecta sobreposição dos elementos
- descolamento e deterioração de cordões de estanqueidade
- infiltrações da água da chuva
- degradação da estrutura de suporte em resultado da penetração da água
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- colocação dos elementos segundo as regras de boa execução (S/N)
- espaçamento do ripado de acordo com os elementos de revestimento (S/N)
- rigor na execução do ripado de argamassa (S/N)
- ocorrência de condições atmosféricas excepcionais (S/N)
- existência de elementos de formato ou dimensões diferentes dos pré-existentes (S/N)
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
0 - quando existirem infiltrações de água
1 - quando houver condições para a progressão do fenómeno e consequente desalinhamento do revestimento circundante ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - nos restantes casos
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.4
FICHA DE ANOMALIA A-D3
DESIGNAÇÃO:
Desprendimento / descolamento
DESCRIÇÃO:
Caracteriza-se por uma separação total ou apenas parcial de
elementos do conjunto de revestimento, sendo que, no caso de
separação total, tem como consequência uma lacuna
CAUSAS PROVÁVEIS:
- condições atmosféricas pouco comuns como ventos fortes (C-A1)
- geometria de telhado pouco aconselhável como inclinação acentuada (C-P2)
- falta de rigor na colocação e fixação dos elementos (C-E2)
- inexistência ou insuficiência de fixações mecânicas (C-E10)
- degradação das peças de fixação (C-P9, C-E9)
- deformação e/ou rotura da estrutura de suporte (C-P1, C-M1)
- ausência de substituição e manutenção de elementos fracturados ou ligeiramente descolados (C-U1)
- concentração de vapor de água na superfície inferior das telhas asfálticas (C-A9)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- exposição directa da estrutura de suporte à água da chuva nos casos de inexistência de forro
- perda de estanqueidade da cobertura
- degradação da estrutura de suporte em resultado das infiltrações
- agravamento das condições para a ocorrência de desprendimentos de outros elementos
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- inclinação excessiva (S/N)
- fixações correctamente executadas e em número suficiente (S/N)
- estado de conservação das fixações
- estado de conservação da estrutura de suporte
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- medição da inclinação (D-A2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
0 - para desprendimentos totais em todos os tipos de RECI com excepção das telhas asfálticas (apenas quando houver condições para a progressão do fenómeno e consequente descolamento do revestimento circundante)
1 - para desprendimentos parciais em todos os tipos de RECI, não permitindo a infiltração da água
2 - apenas para RECI em telhas asfálticas, quando o fenómeno estiver circunscrito e não apresentar condições para progressão
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.5 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-E1
DESIGNAÇÃO:
Acumulação de detritos
DESCRIÇÃO:
Traduz-se na acumulação de vegetação, restos de animais e
outros objectos sobre os revestimentos, obstruindo o escoamento
das águas pluviais
CAUSAS PROVÁVEIS:
- inclinação insuficiente da cobertura (C-P2)
- limpeza de detritos inexistente ou insuficiente (C-U1)
- acumulação de objectos esquecidos em acções de manutenção (C-U1)
- acções de aves sobre as coberturas: fezes, cadáveres e restos de ninhos (C-A3)
- acumulação de objectos devido a acções de vandalismo (C-M5)
- remates cuja execução favorece a acumulação de detritos (C-P8)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- escoamento deficiente das águas pluviais
- zonas de acumulação e infiltração de água
- aparecimento de vegetação parasitária / colonização biológica
- alteração da tonalidade dos elementos, tornando-os mais escuros
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- inclinação da cobertura
- limpeza periódica do revestimento (S/N)
- acumulação de água (S/N)
- existência de infiltrações (S/N)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- medição da inclinação (D-A2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para a progressão do fenómeno ou quando existirem infiltrações de água ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - nos restantes casos
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.6
FICHA DE ANOMALIA A-E2
DESIGNAÇÃO:
Corrosão
DESCRIÇÃO:
Constitui o principal processo de degradação dos materiais
metálicos e manifesta-se principalmente através de alterações de
cor, escorrimentos, empolamentos, destacamentos, picadas e
perfurações.
CAUSAS PROVÁVEIS:
- contacto entre metais incompatíveis (C-P9, C-E9)
- contacto directo do alumínio com betão ou argamassas frescas (C-E9)
- acção de agentes poluentes e chuvas ácidas (C-A7)
- humidade de condensação (C-A9)
- inexistência ou insuficiência de camada de protecção anticorrosiva (C-E9)
- utilização de fixações inadequadas ou incompatíveis com o revestimento (C-P9; C-E9)
- falta de cuidado no manuseamento provocando danos nas protecções dos revestimentos (C-E7, C-E2)
- deformações e fracturas ocorridas durante a utilização (C-M1, C-M2, C-M3, C-M4, C-M5)
- manutenção inexistente ou inadequada (C-U1)
- contacto prolongado com água da chuva (C-A5)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- alteração de cor / esfoliação
- picadas / perfurações
- diminuição da espessura dos revestimentos
- perda de estanqueidade do revestimento
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- compatibilidade entre metais em contacto
- meio ambiente agressivo (S/N)
- humidade interior excessiva (S/N)
- camada de protecção anticorrosiva (S/N)
- dobras, riscos ou outros danos resultantes de manuseamento incorrecto (S/N)
- cor dos produtos de corrosão (castanha alaranjada, castanha avermelhada, preta, verde ou branca)
- profundidade das manifestações (superficiais / profundas)
- espessura do revestimento e dos produtos de corrosão
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- determinação da espessura dos produtos de corrosão (D-B1, D-D1)
- determinação da perda de espessura do RECI (D-B1, D-D1)
- detecção de zonas com humidade por termografia por infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para a progressão do fenómeno e consequente corrosão do revestimento circundante ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - nos restantes casos
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.7 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-E3
DESIGNAÇÃO:
Descasque / escamação / esfoliação
DESCRIÇÃO:
Traduz-se no destacamento de pequenas porções ou camadas dos elementos de
revestimento sem, no entanto, originar a fractura ao longo de toda a espessura dos
elementos
CAUSAS PROVÁVEIS:
- ciclos gelo-degelo (C-A6)
- deficiente ventilação e arejamento do revestimento (C-P3, C-E3, C-E8)
- humidificação contínua por contacto do revestimento com argamassas (C-E8, C-U2)
- pressão exercida pelos produtos de corrosão em revestimentos metálicos (C-E9, C-A5, C-A9)
- micro-fissuras e camadas de formação sedimentar características da ardósia (C-E9, C-E13)
- utilização de materiais inadequados ou de baixa qualidade (C-E9, C-E13)
- acção dos agentes agressivos atmosféricos nos soletos de ardósia (C-A7)
- circulação descuidada sobre as coberturas (C-M2)
- impactos de objectos pesados (C-M4)
- vandalismo (C-M5)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- degradação do RECI
- infiltrações de água nas zonas afectadas
- aspecto estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- ventilação insuficiente (S/N)
- aplicação de quantidades excessivas de argamassa (S/N)
- nível de desenvolvimento da corrosão
- classe dos soletos de ardósia (A, B ou C)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- detecção de zonas com humidade por termografia por infravermelhos (D-C2)
- determinação da espessura dos produtos de corrosão em revestimentos metálicos (D-B1, D-D1)
- determinação do grau de alteração e perda de coesão dos soletos de ardósia através de ultra-sons (D-D1)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para a progressão do fenómeno e consequente agravamento da degradação do revestimento ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - nos restantes casos
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.8
FICHA DE ANOMALIA A-E4
DESIGNAÇÃO:
Desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
DESCRIÇÃO:
Traduz-se na acumulação de microrganismos e plantas de maior porte
que se desenvolvem à superfície dos revestimentos, na presença de
humidade, tendo a radiação solar como fonte de energia
CAUSAS PROVÁVEIS:
- inclinação insuficiente da cobertura (C-P2)
- zonas de estagnação de água devido à acumulação de detritos (C-U1, C-A5, C-A3)
- deficiente ventilação do revestimento (C-P3, C-E3, C-E8, C-U2, C-U3)
- limpeza de vegetação parasitária / colonização biológica inexistente ou insuficiente (C-U1)
- acção biológica associada à radiação solar como fonte de energia (C-A2, C-A4)
- infiltrações de água por incorrecta selagem dos alvéolos das chapas de policarbonato (C-E12, C-A5)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- retenção de água nos poros dos materiais, tornando-os mais vulneráveis aos ciclos gelo-degelo
- fenómenos de corrosão nos revestimentos e nas peças de fixação
- alterações da tonalidade dos elementos, tornando-os mais escuros
- deterioração dos cordões de estanqueidade
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- inclinação da cobertura
- limpeza periódica do RECI (S/N)
- acumulação de água (S/N)
- ventilação insuficiente (S/N)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- medição da inclinação (D-A2)
- detecção de zonas com humidade por termografia por infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para a progressão do fenómeno ou quando existir acumulação de água ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - nos restantes casos
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.9 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-E5
DESIGNAÇÃO:
Diferenças de tonalidade / alteração de cor
DESCRIÇÃO:
Traduz-se em coberturas que não apresentam uma tonalidade única,
em virtude de os elementos de revestimento possuírem tons variados
CAUSAS PROVÁVEIS:
- variações de tons associadas ao processo de fabrico (C-E14)
- substituição de elementos por outros de tonalidade diferente (C-E9, C-U1, C-U6)
- fenómenos de corrosão superficial em revestimentos metálicos (C-E9, C-A9, C-A5, C-A7)
- oxidação das pirites de aço dos elementos de ardósia em atmosferas poluídas (C-A7)
- acção da radiação solar em revestimentos plásticos (C-A2)
- colónias de fungos devido a infiltrações de água nos alvéolos das chapas de policarbonato (C-E12, C-A5)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- escamação e desintegração dos elementos de ardósia
- envelhecimento dos revestimentos plásticos
- perda de capacidade translúcida ou de transparência dos revestimentos plásticos
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- exigências estéticas na execução do RECI
- substituição de elementos de RECI em acções de manutenção (S/N)
- nível de desenvolvimento da corrosão em elementos metálicos
- classe dos soletos de ardósia (A, B ou C)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- determinação da espessura dos produtos de corrosão (D-B1, D-D1)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para progressão do fenómeno e consequente alteração de cor do revestimento circundante ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - quando o fenómeno estiver circunscrito e não apresentar condições para a progressão
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.10
FICHA DE ANOMALIA A-E6
DESIGNAÇÃO:
Desagregação / oxidação (envelhecimento)
DESCRIÇÃO:
Caracteriza-se pela deterioração e desagregação dos revestimentos
de fibrocimento e por reacções químicas de oxidação dos
revestimentos plásticos
CAUSAS PROVÁVEIS:
- fenómenos de carbonatação, lixiviação e ataque de sulfatos em revestimentos de fibrocimento (C-A7)
- acção da raios ultra violetas conjugada com humidade em revestimentos plásticos (C-A2, C-A5, C-A9)
- acção dos raios infravermelhos em revestimentos plásticos (C-A8)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- diminuição da resistência mecânica dos revestimentos de fibrocimento
- prejuízo do meio ambiente e da saúde das pessoas devido à libertação das fibras de amianto
- perda de capacidade translúcida ou de transparência dos revestimentos plásticos
- fragilização e deformação dos revestimentos plásticos
- fissuração / fractura
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- perda da matriz de cimento em revestimentos de fibrocimento (S/N)
- alteração de cor em revestimentos plásticos (S/N)
- enfraquecimento dos revestimentos plásticos (S/N)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para a progressão do fenómeno e consequente envelhecimento do revestimento circundante ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - quando o fenómeno estiver circunscrito e não apresentar condições para a progressão
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.11 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-E7
DESIGNAÇÃO:
Fissuração / fractura
DESCRIÇÃO:
Traduz-se na formação de fendas nos elementos de revestimento,
podendo ser apenas superficiais ou totais com separação dos
elementos em partes, comprometendo a estanqueidade das
coberturas
CAUSAS PROVÁVEIS:
- assentamento da estrutura de suporte (C-P1, C-M1)
- circulação de pessoas e cargas sobre as coberturas e a inexistência de caminhos de circulação (C-P6, C-M2)
- colocação de equipamentos pesados sobre as coberturas (C-M3)
- impactos provocados por objectos pesados (C-M4, C-M5)
- envelhecimento dos revestimentos de fibrocimento e plásticos (C-A2, C-A5, C-A8, C-A9)
- corrosão conjugada com tensões mecânicas (fadiga e tracção) nos revestimentos metálicos (C-A5, C-A9)
- movimentos térmicos da estrutura de suporte nas telhas asfálticas (C-A8)
- concentração de vapor de água na superfície inferior das telhas asfálticas (C-A9)
- aperto e/ou quantidade excessiva das fixações (C-E2; C-E10)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- desprendimento dos elementos de revestimento
- infiltrações da água
- deterioração dos elementos subjacentes da cobertura
- aspecto estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- ocorrência de acções mecânicas de choque (S/N)
- estado de envelhecimento dos revestimentos de fibrocimento e plásticos
- nível de desenvolvimento da corrosão
- existência de condensações (S/N)
- degradação da estrutura de suporte (S/N)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- detecção de zonas com humidade por termografia por infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
0 - quando houver a fractura ao longo da espessura total do RECI
1 - quando houver apenas fissuração superficial e condições para a progressão do fenómeno
2 - quando o fenómeno estiver circunscrito e não apresentar condições para progressão
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.12
FICHA DE ANOMALIA A-O1
DESIGNAÇÃO:
Defeitos nas fixações
DESCRIÇÃO:
Consistem em deformações e roturas, não só dos elementos de
revestimento mas também das próprias peças de fixação e ainda
em distribuições inadequadas das fixações, contribuindo para a
perda de estanqueidade da cobertura
CAUSAS PROVÁVEIS:
- mão-de-obra inexperiente ou pouco qualificada para a execução de fixações (C-E2)
- aperto excessivo ou insuficiente das fixações (C-E2; C-E10)
- quantidade excessiva ou insuficiente de fixações (C-E2; C-E10)
- colocação das peças de fixação nas cavas e não no topo das nervuras (C-E2)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- deformação localizada do revestimento no ponto de fixação
- fissuração / fractura localizada do revestimento no ponto de fixação
- desprendimento e/ou desalinhamento de elementos de revestimento
- rotura e/ou desprendimento das fixações
- infiltrações de água
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- constituição do conjunto de fixação
- existência de deformações, fissuras ou fracturas (S/N)
- ausência por desprendimento das fixações (S/N)
- quantidade e distribuição das fixações
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- aperto correcto das fixações (S/N)
- quantidade adequada de fixações (S/N)
- distribuição adequada das fixações (S/N)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
0 - quando a ausência ou insuficiência de fixações provoca o desprendimento dos elementos
1 - quando o aperto e distribuição das fixações origina a perda de estanqueidade do revestimento
2 - nos restantes casos
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.13 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-O2
DESIGNAÇÃO:
Defeitos nos remates
DESCRIÇÃO:
Traduz-se na utilização de materiais e peças inadequadas e em
trabalhos incorrectamente executados, que possibilitam a
acumulação / infiltração de água nesses pontos
CAUSAS PROVÁVEIS:
- concepção / pormenorização incorrecta das zonas de remate (C-P8)
- aplicação de quantidades excessivas de argamassa em cumeeiras e rincões (C-E2; C-E8)
- utilização de peças e materiais de remate inadequadas (C-P9; C-E9)
- utilização de chapas metálicas de remate sem camada de protecção anticorrosiva (C-E9)
- recobrimento insuficiente dos rufos metálicos em larós (C-P8; C-E1; C-E2)
- incorrecto encaminhamento da água nas zonas de remate (C-P8; C-E1; C-E2)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- prejuízo da ventilação e estanqueidade da cobertura
- fissuração da argamassa na zona de cumeeira e rincões
- secagem mais lenta dos elementos de cumeeira e rincões
- corrosão das peças de remate metálicas
- desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- ventilação insuficiente (S/N)
- existência de zonas de acumulação e infiltração de água (S/N)
- nível de desenvolvimento da corrosão em elementos metálicos
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- detecção de zonas de acumulação de água por termografia por infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- materiais e peças adequadas (S/N)
- recobrimentos adequados (S/N)
- modo de execução correcto (S/N)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
0 - quando se verificar a perda de estanqueidade do RECI devido a recobrimentos insuficientes ou acumulação de água
1- quando se verificar a desadequação das peças e materiais de remate e execuções incorrectas dos remates
2 - nos restantes casos
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.14
FICHA DE ANOMALIA A-O3
DESIGNAÇÃO:
Inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade
DESCRIÇÃO:
Caracteriza-se pela ausência de mastiques nas situações em que seriam
exigíveis, sendo que, nas situações de aplicação, esta anomalia se traduz na
existência de fissuras, escorrimentos, descolorações, erosão, dissolução,
intumescimento ou perda de aderência
CAUSAS PROVÁVEIS:
- mão-de-obra inexperiente ou pouco qualificada para a aplicação de mastiques (C-E2, C-E11)
- utilização de mastiques não certificados e não homologados (C-E13)
- utilização de mastiques inadequados ou incompatíveis com o RECI (C-P9; C-E9)
- variações dimensionais dos revestimentos devido a efeitos térmicos (C-A8)
- efeitos de retracção e endurecimento dos mastiques devido à acção da temperatura (C-A8)
- acção física, química e corrosiva da água (C-A5)
- acção química da radiação solar (C-A2)
- acção química da poluição atmosférica (C-A7)
- acção biológica de microrganismos (C-A4)
- acções mecânicas intencionais ou circulação sobre as coberturas (C-M2, C-M5)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- zonas de infiltração de água
- aspecto estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- fissuração do mastique (S/N)
- aderência do mastique às chapas do RECI (S/N)
- inclinação dos revestimentos de fibrocimento, metálicos, plásticos e mistos
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- detecção de zonas de infiltração de água por termografia por infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- aplicação de cordões de estanqueidade (S/N)
- condições para que o fenómeno de deterioração progrida (S/N)
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para a progressão do fenómeno de deterioração ou quando houver infiltrações de água resultantes da não aplicação de cordões de estanqueidade
2 - nos restantes casos
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.15 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-O4
DESIGNAÇÃO:
Sobreposição excessiva ou insuficiente
DESCRIÇÃO:
Traduz-se na abertura de juntas indesejáveis nos elementos de
revestimento, comprometendo a estanqueidade das coberturas
CAUSAS PROVÁVEIS:
- espaçamento incorrecto do ripado de assentamento (C-P1; C-E6)
- não observação das regras de boa execução na colocação dos elementos de revestimento (C-P7; C-E2)
- circulação de pessoas e cargas sobre a cobertura (C-P6, C-M2)
- ventos fortes e / ou inclinação da cobertura muito acentuada (C-A1; C-P2)
- manutenção inexistente ou inadequada (C-U1)
- substituição de elementos por outros de geometria ou dimensões diferentes (C-U5)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- infiltrações de água
- degradação da estrutura de suporte em resultado da infiltrações de água
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- espaçamento do ripado de acordo com os elementos de revestimento (S/N)
- recobrimento longitudinal e transversal correcto dos elementos de revestimento (S/N)
- ocorrência de condições atmosféricas excepcionais (S/N)
- existência de elementos de formato ou dimensões diferentes dos pré-existentes (S/N)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- condições para que o fenómeno progrida (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para progressão do fenómeno e consequente abertura de juntas no revestimento circundante ou quando existirem infiltrações de água ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - nos restantes casos
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.16
FICHA DE ANOMALIA A-O5
DESIGNAÇÃO:
Defeitos no sistema de isolamento térmico
DESCRIÇÃO:
Caracteriza-se nalguns casos pela ausência de uma camada
de isolamento térmico e noutros pela degradação do
isolamento existente que dá origem a pontes térmicas na
cobertura e possibilita a ocorrência de condensações
CAUSAS PROVÁVEIS:
- incorrecta colocação do isolamento térmico originando descontinuidades no isolamento (C-P4, C-E2, C-E4)
- utilização de materiais não certificados e incompatíveis entre si (C-P9, C-E9, C-E13)
- perda de espessura das placas de isolamento durante a aplicação (C-E2, C-E7, C-E10)
- acção da humidade de infiltração (C-A5)
- esforços mecânicos de compressão não previstos (C-E6, C-M3, C-U2, C-U4)
- alterações dimensionais devidas à acção da temperatura durante a aplicação (C-A8)
- manutenção inexistente ou inadequada (C-U1)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- ocorrência de condensações
- zonas que facilitam a troca de ar com o exterior (pontes térmicas)
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- posição de aplicação do isolamento
- execução do ripado
- estado de deterioração do isolamento
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- avaliação do estado do isolamento térmico por termografia de infravermelhos (D-C2)
- detecção de zonas com humidade por termografia por infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- colocação de isolamento térmico (S/N)
- continuidade da camada de isolamento (S/N)
- condições para que o fenómeno de deterioração progrida (S/N)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando houver condições para a deterioração da camada de isolamento ou quando ocorrerem condensações resultantes da não aplicação de isolamento térmico
2 - nos restantes casos
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.17 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-O6
DESIGNAÇÃO:
Defeitos no sistema de ventilação
DESCRIÇÃO:
Traduz-se, na grande maioria dos casos, por insuficiência de elementos
de ventilação e/ou pela sua incorrecta colocação, originando uma
ventilação deficiente dos elementos das coberturas e dos espaços
subjacentes
CAUSAS PROVÁVEIS:
- concepção / pormenorização omissa ou incorrecta dos sistemas de ventilação (C-P3)
- número insuficiente e distribuição incorrecta dos elementos de ventilação (C-E1, C-E2, C-E3)
- execução incorrecta dos ripados de argamassa (C-E2, C-E6)
- aplicação de quantidades excessivas de argamassa nos remates de cumeeira (C-P8; C-E8)
- colocação de argamassa e telas asfálticas sobre os revestimentos em trabalhos de reparação (C-U2, C-U3)
- manutenção inexistente ou inadequada dos revestimentos e dos elementos de ventilação (C-U1)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- descasques por acção gelo-degelo
- desenvolvimento prematuro de vegetação parasitária / colonização biológica
- ocorrência de condensações
- degradação das estruturas de suporte
- diminuição das condições de conforto térmico e de salubridade dos espaços subjacentes
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- tipos de ventilação existentes
- distribuição dos elementos de ventilação
- ripados de argamassa interrompidos com cortes transversais (S/N)
- obstrução dos elementos de ventilação (S/N)
- intervenções deficientes (S/N)
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- suficiência de elementos de ventilação (S/N)
- distribuição correcta dos elementos de ventilação (S/N)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando ocorrerem condensações resultantes da insuficiência de ventilação ou a secagem muito lenta dos elementos de revestimento
2 - restantes casos
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-3.I.18
FICHA DE ANOMALIA A-O7
DESIGNAÇÃO:
Inclinação excessiva ou insuficiente
DESCRIÇÃO:
Consiste em pendentes de coberturas que não respeitam os
valores mínimos ou máximos estabelecidos para cada tipo
de RECI, considerando que, quando a inclinação é
excessiva, também não existe fixação adequada dos
elementos ao suporte
CAUSAS PROVÁVEIS:
- concepção / pormenorização incorrecta da pendente da cobertura (C-P2)
- execução incorrecta da estrutura de suporte (C-E1, C-E2)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- desalinhamento de elementos do RECI
- desprendimento e queda de elementos do RECI
- zonas de acumulação de detritos
- zonas de acumulação e infiltração de água
- desenvolvimento prematuro de vegetação parasitária / colonização biológica
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- inclinação do RECI
- existência de fixações adequadas (S/N)
- ausência de elementos do RECI (S/N)
- existência de forro (S/N)
- existência de cordões de estanqueidade (S/N)
- acumulação de detritos e água (S/N)
- infiltrações de água (S/N)
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- medição da inclinação (D-A2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- inclinação adequada e de acordo com a definida pelos fabricantes (S/N)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1 - quando existirem infiltrações na cobertura por inclinação insuficiente ou o desprendimento de elementos de revestimento por inclinação excessiva
2 - restantes casos
Anexo 3.I - Fichas de anomalias
A-3.I.19 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ANOMALIA A-O8
DESIGNAÇÃO:
Intervenções incorrectas ou deficientes
DESCRIÇÃO:
Traduz-se na aplicação de elementos de RECI com formato ou
dimensão incompatível com os pré-existentes e na aplicação de
argamassa (com excepção dos telhados "mouriscados") e/ou
telas asfálticas sobre o RECI em trabalhos de reparação
CAUSAS PROVÁVEIS:
- utilização de materiais inadequados às acções de reparação (C-P9, C-E9, C-U2, C-U3, C-U5)
- mão-de-obra inexperiente ou pouco qualificada para a execução de acções de reparação (C-E2)
CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:
- encaixes incorrectos e desalinhamento dos elementos
- ventilação deficiente
- escoamento deficiente da água da chuva
- infiltrações de água
- aumento da sobrecarga podendo originar deformações do RECI
- efeito estético afectado
ASPECTOS A INSPECCIONAR:
- elementos de RECI com formato e/ou dimensão diferente dos existentes (S/N)
- existência de telas asfálticas sobre o RECI (S/N)
- existência de argamassa sobre o RECI (S/N)
- área afectada: (…) %
ENSAIOS A REALIZAR:
- inspecção visual (D-A1)
- detecção de zonas com humidade por termografia por infravermelhos (D-C2)
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:
- materiais adequados (S/N)
- percentagem de área de RECI afectada: (…) %
- valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
NIVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE REPARAÇÃO:
1- quando provocarem um escoamento deficiente da água ou quando o valor estético das áreas afectadas for alto
2 - restantes casos
Anexo 4.I
Fichas dos métodos de diagnóstico
Anexo 4.I - Fichas dos métodos de diagnóstico
A-4.I.1 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ENSAIO D-A1
DESIGNAÇÃO:
Inspecção visual
DESTRUTIVO (D) / NÃO DESTRUTIVO (ND):
ND
OBJECTIVOS:
Avaliar o estado de degradação dos RECI e as causas das anomalias por simples observação directa complementada com equipamentos auxiliares simples
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
Binóculos; máquina fotográfica; fita métrica; escada; equipamento de segurança
DESCRIÇÃO DO MÉTODO:
1 - colocação do equipamento de segurança pessoal; 2 - deslocação até à cobertura; 3 - avaliação do RECI através de observação directa auxiliada por outros equipamentos simples
VANTAGENS:
Técnica de realização simples, de baixo custo e não necessita de equipamento especial
LIMITAÇÕES:
Exige um profissional com elevada experiência e conhecimento neste âmbito
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ABENDE (2009); AERIAL PHOTOGRAPHY (2009); BOYNARD (2004); DIAS (2003)
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-4.I.2
FICHA DE ENSAIO D-A2
DESIGNAÇÃO:
Medição da inclinação
DESTRUTIVO (D) / NÃO DESTRUTIVO (ND):
ND
OBJECTIVOS:
Verificar se os valores mínimos de inclinação são respeitados, tendo em conta o tipo de RECI, a exposição da cobertura, o desenvolvimento da vertente, a localização e a disposição construtiva.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
Régua de nível digital (inclinómetro) ou nível laser
DESCRIÇÃO DO MÉTODO:
1 - colocação do equipamento sobre a superfície inclinada do RECI; 2 - leitura directa no equipamento do valor da inclinação
VANTAGENS:
Técnica expedita e simples, não exigindo pessoal qualificado para a execução e interpretação dos resultados das medições
LIMITAÇÕES:
Nada de significativo a assinalar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANVI (2009); FERROVICMAR (2009); SILVESTRE (2005)
Anexo 4.I - Fichas dos métodos de diagnóstico
A-4.I.3 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ENSAIO D-B1
DESIGNAÇÃO:
Correntes induzidas
DESTRUTIVO (D) / NÃO DESTRUTIVO (ND):
ND
OBJECTIVOS:
Detecção de defeitos (fissuras, corrosão), medição da espessura de revestimentos e medição da espessura de camadas protectoras condutoras ou não-condutoras
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
Gerador de corrente eléctrica; bobina ou sonda emissora e receptora
DESCRIÇÃO DO MÉTODO:
1 - colocação da sonda emissora e receptora de corrente eléctrica em contacto com a superfície do revestimento; 2 - geração e aplicação de corrente eléctrica através da sonda; 3 - interpretação dos resultados obtidos, relacionando-os com as propriedades físicas (espessura) e mecânicas (nível de desenvolvimento da corrosão) dos materiais
VANTAGENS:
Ensaio rápido, de baixo custo e preciso
LIMITAÇÕES:
Exige experiência na interpretação dos resultados; influenciado por factores como: condutividade eléctrica, permeabilidade magnética e efeito de bordo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ABENDE (2009); BOYNARD (2004); DIAS (2003); JROMA (2009)
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-4.I.4
FICHA DE ENSAIO D-C1
DESIGNAÇÃO:
Medição da temperatura e da humidade relativa
DESTRUTIVO (D) / NÃO DESTRUTIVO (ND):
ND
OBJECTIVOS:
Medição da temperatura e da humidade relativa ambientes junto à superfície interior dos RECI e avaliar a possibilidade de ocorrência de condensações
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
Termo-higrómetro portátil
DESCRIÇÃO DO MÉTODO:
1 - colocação do termo-higrómetro junto à superfície do revestimento; 2 - leitura no visor do valor medido; 3 - repetição da medição em diferentes pontos da superfície
VANTAGENS:
Versatilidade na execução; rapidez na medição e facilidade na interpretação dos resultados; grau de precisão aceitável
LIMITAÇÕES:
Nada de significativo a assinalar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BARREIRA (2004); MENDONÇA (2005); PEREIRA (2008)
Anexo 4.I - Fichas dos métodos de diagnóstico
A-4.I.5 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE ENSAIO D-C2
DESIGNAÇÃO:
Termografia de infravermelhos
DESTRUTIVO (D) / NÃO DESTRUTIVO (ND):
ND
OBJECTIVOS:
Avaliar a estanqueidade a infiltrações de água e localizar descontinuidades no isolamento térmico de coberturas por captação das radiações térmicas emitidas pelos materiais
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
Câmara termográfica sensível à radiação infravermelha; pares termoeléctricos para controlo das temperaturas e equipamento de gravação em cassete vídeo e em disquete, para gravação dos termogramas obtidos
DESCRIÇÃO DO MÉTODO:
1 - aproveitando o aquecimento provocado pela radiação solar, observar as imagens termográficas obtidas através da câmara de infravermelhos; 2 - registar em disquetes ou aparelhagem videográfica as imagens recolhidas, para posterior interpretação e diagnóstico
VANTAGENS:
Técnica eficaz e económica, permitindo a inspecção sem existir contacto com os elementos a diagnosticar; técnica de teste de áreas em vez de pontos; permite apresentar uma imagem da superfície analisada
LIMITAÇÕES:
As observações termográficas efectuadas implicam ensaios posteriores mais localizados; a interpretação dos resultados exige um profissional com experiência e conhecimento na área do comportamento térmico dos materiais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRANCO (2003); CÓIAS (2006); IMPIC (2009); MENDONÇA (2005); PEREIRA (2008)
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-4.I.6
FICHA DE ENSAIO D-D1
DESIGNAÇÃO:
Ultra-sons
DESTRUTIVO (D) / NÃO DESTRUTIVO (ND):
ND
OBJECTIVOS:
Detectar defeitos e descontinuidades no interior dos elementos e determinar espessuras dos materiais e fenómenos de corrosão através da propagação de ondas acústicas
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
Gerador de impulsos; dois transdutores (transmissor e receptor) de características idênticas; base de tempos; tubo de raios catódicos; massa acoplante para fixação dos transdutores
DESCRIÇÃO DO MÉTODO:
1 - colocação dos transdutores de transmissão e recepção em contacto com a superfície do revestimento sob uma fina camada de acoplante, exercendo a pressão apropriada para evitar a presença de ar entre as superfícies de contacto; 2 - aplicação de um impulso eléctrico através do transmissor; 3 - leitura da velocidade de propagação das ondas reflectidas no ecrã LCD ou no tubo de raios catódicos do aparelho; 4 - interpretação dos resultados obtidos, relacionando-os com as propriedades físicas (espessura) e mecânicas (estado de degradação e existência de descontinuidades / defeitos) dos materiais
VANTAGENS:
Penetração elevada numa vasta gama de espessuras e materiais permitindo a detecção de descontinuidades no interior dos elementos; determinação precisa da localização, dimensão e forma das descontinuidades; aplicável em elementos com apenas uma superfície acessível; ensaio de baixo custo e execução rápida
LIMITAÇÕES:
Aplicação difícil em peças de geometria complexa e/ou de espessura muito reduzida e/ou em materiais de grande atenuação acústica; toxicidade dos materiais penetrantes, emulsificadores e reveladores exige cuidados no manuseamento; ensaio que requer um operador exigente para a interpretação dos resultados e para execução correcta do acoplamento dos transdutores
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ABENDE (2009); BOYNARD (2004); DEMAUS (1996); DIAS (2003); ROMA (2009); PEREIRA (2008); SILVESTRE (2005)
Anexo 4.I - Fichas dos métodos de diagnóstico
A-4.I.7 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Anexo 5.I
Ficha de inspecção
Anexo 5.I - Ficha de inspecção
A-5.I.1 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE INSPECÇÃO N.O
DATA DA INSPECÇÃO
RESPONSÁVEL / FUNÇÃO
OBJECTIVO DA INSPECÇÃO
I - EDIFÍCIO Ed______
I.1 - Localização
I.2 - Tipo de utilização Habitação
Comércio
Serviços
Outro
I.3 - Ano de conclusão
I.4 - Intervenções posteriores na cobertura Sim Não Se sim, preencher ponto III
I.5 - N.o de pisos acima do solo
I.6 - Exposição a agentes poluentes Alta Média Baixa Nula
I.7 - Tipo de envolvente Rural Urbana Marítima
I.8 - Exposição da cobertura Protegida Normal Exposta
I.9 - Zona climática Um Dois Três
I.10 - Proximidade do mar < 1 km < 5 km > 5 km
I.11 - Caracterização construtiva
I.12 - Contactos efectuados Proprietário
Projectista
Empreiteiro
Outro
I.12.1 - Nome(s)
I.13 - Notas
II.A - REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS INCLINADAS (RECI) VISTORIADOS
II.1 - RECI Cob______A
II.2 - Forma da cobertura
Uma água
Duas águas
Três águas
Quatro águas
Em pavilhão / piramidal
Redonda
Águas desencontradas
Trapeira
Em mansarda
II.3 - Tipo de RECI
Ardósia
Cerâmico
Micro-betão
Fibrocimento
Plástico
Metálico
Misto
II.4 – Designação do RECI
II.5 - Tipo de elementos Telhas
Chapas
Soletos
Painéis
Canaletes
Cascas
II.6 - Área total do RECI (m
2)
II.7 - Inclinação da cobertura (%)
II.8 - Estrutura de suporte do RECI
Madeira
Metálica
Mista
Muretes de alvenaria
Outro
Betão
Contínua
Descontínua
II.9 - Sistema de ventilação
Micro-ventilação
Ventilação do desvão
Telhas de ventilação
Beiral com ventilação
Bandas de ventilação
Ventiladores
II.10 - Posição do isolamento térmico Laje de esteira
Vertente inclinada
Não existe
II.11 - Existência de barreira pára-vapor S
N
NS
II.12 - Existência de fixações S
N
NS
II.13 - Existência de forro S
N
NS
II.14 - Existência de cordões de estanqueidade S
N
II.15 - Singularidades da cobertura
Beirais / beirados
Cumeeiras / rincões
Larós
Elementos emergentes
Platibandas
Paredes de bordo
Remates laterais
Caleiras exteriores
Caleiras recuadas
II.16 - Notas sobre a execução do RECI
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-5.I.2
II.B - REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS INCLINADAS (RECI) VISTORIADOS
II.1 - RECI Cob______B
II.2 - Forma da cobertura
Uma água
Duas águas
Três águas
Quatro águas
Em pavilhão / piramidal
Redonda
Águas desencontradas
Trapeira
Em mansarda
II.3 - Tipo de RECI
Ardósia
Cerâmico
Micro-betão
Fibrocimento
Plástico
Metálico
Misto
II.4 – Designação do RECI
II.5 - Tipo de elementos Telhas
Chapas
Soletos
Painéis
Canaletes
Cascas
II.6 - Área total do RECI (m
2)
II.7 - Inclinação da cobertura (%)
II.8 - Estrutura de suporte do RECI
Madeira
Metálica
Mista
Muretes de alvenaria
Outro
Betão
Contínua
Descontínua
II.9 - Sistema de ventilação Micro-ventilação
Ventilação do desvão
Telhas de ventilação
Beiral com ventilação
Bandas de ventilação
Ventiladores
II.10 - Posição do isolamento térmico Laje de esteira
Vertente inclinada
Não existe
II.11 - Existência de barreira pára-vapor S
N
NS
II.12 - Existência de fixações S
N
NS
II.13 - Existência de forro S
N
NS
II.14 - Existência de cordões de estanqueidade S
N
II.15 - Singularidades da cobertura
Beirais / beirados
Cumeeiras / rincões
Larós
Elementos emergentes
Platibandas
Paredes de bordo
Remates laterais
Caleiras exteriores
Caleiras recuadas
II.16 - Notas sobre a execução do RECI
III - MANUTENÇÃO
III.1 - Tipologia implementada
III.2 - Periodicidade das inspecções e/ou das intervenções
III.3 - Características das intervenções efectuadas
Data Técnica utilizada Materiais aplicados
Data Técnica utilizada Materiais aplicados
Data Técnica utilizada Materiais aplicados
III.4 - Meios de acesso para vistoria / intervenção
IV - OBSERVAÇÕES
Anexo 5.I - Ficha de inspecção
A-5.I.3 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Anexo 5.II
Ficha de validação
Anexo 5.II - Ficha de validação
A-5.II.1 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE VALIDAÇÃO N.o DATA DA INSPECÇÃO
CÓDIGO DO RECI Ed ________
I - ANOMALIAS DETECTADAS
A-C CONDENSAÇÕES
A-D DESLOCAMENTOS / DEFORMAÇÕES
A-D1 deformações acentuadas do revestimento
A-D2 desalinhamento de elementos de revestimento
A-D3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
A-E DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO
A-E1 acumulação de detritos
A-E2 corrosão
A-E3 descasque / escamação / esfoliação
A-E4 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
A-E5 diferenças de tonalidade / alteração de cor
A-E6 desagregação / oxidação (envelhecimento)
A-E7 fissuração / fractura
A-O DEFEITOS DE PROJECTO / EXECUÇÃO
A-O1 defeitos nas fixações
A-O2 defeitos nos remates
A-O3 inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade
A-O4 sobreposição insuficiente ou excessiva
A-O5 defeitos no sistema de isolamento térmico
A-O6 defeitos no sistema de ventilação
A-O7 inclinação insuficiente ou excessiva
A-O8 intervenções incorrectas ou deficientes
NOTAS
II - CARACTERIZAÇÃO DAS ANOMALIAS ANOMALIAS
(Preencher apenas as aplicáveis à anomalia)
Condições para que o fenómeno progrida (S/N)
Percentagem de área de RECI afectada: (…) %
Valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo)
Ocorrência de infiltrações (S/N)
Afectação da estrutura de suporte (E-elevada; M-média; B-baixa)
Presença de humidade excessiva no espaço subjacente ao RECI (S/N)
Aperto correcto das fixações (S/N)
Distribuição adequada de fixações (S/N)
Quantidade adequada de fixações (S/N)
Materiais adequados (S/N)
Modo de execução correcto dos remates (S/N)
Recobrimentos adequados nos remates (S/N)
Aplicação de cordões de estanqueidade (S/N)
Colocação de isolamento térmico (S/N)
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-5.II.2
Continuidade do isolamento térmico (S/N)
Suficiência de elementos de ventilação (S/N)
Distribuição correcta dos elementos de ventilação (S/N)
Inclinação (Insuficiente / excessiva)
Nível de gravidade (0; 1; 2)
NOTAS
III - CAUSAS PROVÁVEIS (1 - causa directa / 2 - causa indirecta) ANOMALIAS
C-P - ERROS DE PROJECTO
C-P1 concepção / dimensionamento incorrecto da estrutura de suporte
C-P2 concepção / pormenorização incorrecta da pendente da cobertura
C-P3 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta dos sistemas de ventilação
C-P4 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta do sistema de isolamento térmico
C-P5 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta de barreira de vapor
C-P6 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta de acessórios de circulação nas coberturas
C-P7 concepção / pormenorização incorrecta da sobreposição dos elementos
C-P8 concepção / pormenorização incorrecta das zonas de remates
C-P9 especificação de materiais inadequados ou incompatíveis entre si
C-E - ERROS DE EXECUÇÃO
C-E1 incorrecta interpretação do projecto de execução
C-E2 utilização de mão-de-obra inexperiente ou pouco qualificada
C-E3 colocação incorrecta dos elementos de ventilação
C-E4 aplicação incorrecta dos elementos de isolamento térmico
C-E5 colocação incorrecta da barreira de vapor
C-E6 falta de rigor na execução do ripado e alinhamento dos elementos
C-E7 manuseamento incorrecto dos materiais ou utilização de ferramentas inadequadas
C-E8 aplicação de quantidades excessivas de argamassa de assentamento
C-E9 utilização de materiais não prescritos, inadequados ou incompatíveis entre si
C-E10 fixações demasiado rígidas ou quantidade insuficiente / excessiva de elementos de fixação
C-E11 colocação incorrecta de cordões de estanqueidade
C-E12 remate incorrecto dos topos das placas de policarbonato
C-E13 utilização de materiais de baixa qualidade e/ou não certificados ou homologados
C-E14 utilização de materiais com heterogeneidades devidas ao processo de fabrico
C-M - ACÇÕES DE ORIGEM MECÂNICA
C-M1 deformação da estrutura de suporte da cobertura
C-M2 circulação de pessoas e carga sobre os revestimentos
C-M3 colocação de equipamentos pesados sobre as coberturas
C-M4 impactos de objectos pesados resultantes de intempéries
C-M5 vandalismo
Anexo 5.II - Ficha de validação
A-5.II.3 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
C-A - ACÇÕES AMBIENTAIS
C-A1 ventos fortes
C-A2 radiação solar
C-A3 acção química dos pombos
C-A4 acção biológica
C-A5 presença de água (chuva / neve)
C-A6 ciclos gelo / degelo
C-A7 poluição atmosférica
C-A8 temperatura
C-A9 humidade interior
C-U - ERROS DE UTILIZAÇÃO/MANUTENÇÃO
C-U1 manutenção inexistente ou inadequada
C-U2 colocação de argamassa sobre os revestimentos em trabalhos de reparação
C-U3 colocação de telas asfálticas sobre os revestimentos em trabalhos de reparação
C-U4 alteração do material de revestimento ou adição de novas camadas na estrutura da cobertura
C-U5 substituição de elementos por outros de geometria diferente
C-U6 substituição de elementos por outros de tonalidade diferente
C-U7 alteração das condições de utilização inicialmente previstas
III - MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ANOMALIAS
D-A - ANÁLISE VISUAL
D-A1 inspecção visual
D-A2 medição da inclinação
D-B - MÉTODOS ELÉCTRICOS
D-B1 correntes induzidas
D-C - MÉTODOS TERMO-HIGROMÉTRICOS
D-C1 avaliação da temperatura e da humidade
D-C2 termografia de infravermelhos
D-D - MÉTODOS ULTRA-SÓNICOS
D-D1 ultra-sons
NOTAS
Anexo 5.III
Ficha de inspecção - Ed.86
Anexo 5.III - Ficha de inspecção - Ed.86
A-5.III.1 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE INSPECÇÃO N.O 86 DATA DA INSPECÇÃO 23/05/2009
RESPONSÁVEL / FUNÇÃO Nuno Garcez; Nuno Lopes
OBJECTIVO DA INSPECÇÃO Inspecção no âmbito da dissertação de mestrado
I - EDIFÍCIO Ed 86
I.1 - Localização Lousada
I.2 - Tipo de utilização Habitação X Comércio
Serviços
Outro
I.3 - Ano de conclusão 1989
I.4 - Intervenções posteriores na cobertura Sim Não X Se sim, preencher ponto III
I.5 - N.o de pisos acima do solo 2
I.6 - Exposição a agentes poluentes Alta Média Baixa Nula X
I.7 - Tipo de envolvente Rural X Urbana Marítima
I.8 - Exposição da cobertura Protegida Normal Exposta X
I.9 - Zona climática Um Dois X Três
I.10 - Proximidade do mar < 1 km < 5 km > 5 km X
I.11 - Caracterização construtiva Mista (betão / alvenaria)
I.12 - Contactos efectuados Proprietário X Projectista
Empreiteiro
Outro
I.12.1 - Nome(s) José Alberto Santos Ferreira
I.13 - Notas
II.A - REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS INCLINADAS (RECI) VISTORIADOS
II.1 - RECI Cob 86 A
II.2 - Forma da cobertura
Uma água X Duas águas
Três águas
Quatro águas
Em pavilhão / piramidal
Redonda
Águas desencontradas
Trapeira X Em mansarda
II.3 - Tipo de RECI
Ardósia
Cerâmico
Micro-betão
Fibrocimento
Plástico
Metálico
Misto X
II.4 – Designação do RECI Telhas asfálticas
II.5 - Tipo de elementos Telhas X Chapas
Soletos
Painéis
Canaletes
Cascas
II.6 - Área total do RECI (m
2) 66 m
2
II.7 - Inclinação da cobertura (%) 34%
II.8 - Estrutura de suporte do RECI
Madeira
Metálica
Mista
Muretes de alvenaria
Outro
Betão X Contínua X Descontínua
II.9 - Sistema de ventilação
Micro-ventilação X Ventilação do desvão
Telhas de ventilação
Beiral com ventilação
Bandas de ventilação
Ventiladores
II.10 - Posição do isolamento térmico Laje de esteira
Vertente inclinada
Não existe X
II.11 - Existência de barreira pára-vapor S
N X NS
II.12 - Existência de fixações S X N
NS
II.13 - Existência de forro S X N
NS
II.14 - Existência de cordões de estanqueidade S
N X
II.15 - Singularidades da cobertura
Beirais / beirados X Cumeeiras / rincões X Larós
Elementos emergentes X Platibandas
Paredes de bordo
Remates laterais X Caleiras exteriores X Caleiras recuadas
II.16 - Notas sobre a execução do RECI
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-5.III.2
II.B - REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS INCLINADAS (RECI) VISTORIADOS
II.1 - RECI Cob 86 B
II.2 - Forma da cobertura
Uma água
Duas águas X Três águas
Quatro águas
Em pavilhão / piramidal
Redonda
Águas desencontradas
Trapeira
Em mansarda
II.3 - Tipo de RECI
Ardósia
Cerâmico
Micro-betão
Fibrocimento
Plástico
Metálico
Misto X
II.4 – Designação do RECI Telhas asfálticas
II.5 - Tipo de elementos Telhas X Chapas
Soletos
Painéis
Canaletes
Cascas
II.6 - Área total do RECI (m
2) 66 m
2
II.7 - Inclinação da cobertura (%) 29%
II.8 - Estrutura de suporte do RECI
Madeira
Metálica
Mista
Muretes de alvenaria
Outro
Betão X Contínua X Descontínua
II.9 - Sistema de ventilação Micro-ventilação X Ventilação do desvão
Telhas de ventilação
Beiral com ventilação
Bandas de ventilação
Ventiladores
II.10 - Posição do isolamento térmico Laje de esteira
Vertente inclinada
Não existe X
II.11 - Existência de barreira de pára-vapor S
N X NS
II.12 - Existência de fixações S X N
NS
II.13 - Existência de forro S X N
NS
II.14 - Existência de cordões de estanqueidade S
N X
II.15 - Singularidades da cobertura
Beirais / beirados X Cumeeiras / rincões X Larós
Elementos emergentes X Platibandas
Paredes de bordo X
Remates laterais X Caleiras exteriores X Caleiras recuadas
II.16 - Notas sobre a execução do RECI
III - MANUTENÇÃO
III.1 - Tipologia implementada
III.2 - Periodicidade das inspecções e/ou das intervenções
III.3 - Características das intervenções efectuadas
Data Técnica utilizada Materiais aplicados
Data Técnica utilizada Materiais aplicados
Data Técnica utilizada Materiais aplicados
III.4 - Meios de acesso para vistoria / intervenção
IV - OBSERVAÇÕES
Anexo 5.III - Ficha de inspecção - Ed.86
A-5.III.3 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
Anexo 5.IV
Ficha de validação - Ed.86 Cob.A
Anexo 5.IV - Ficha de validação - Ed.86 Cob.A
A-5.IV.1 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
FICHA DE VALIDAÇÃO N.o 109 DATA DA INSPECÇÃO 23/05/2009
CÓDIGO DO RECI Ed. 86 Cob. A
I - ANOMALIAS DETECTADAS
A-C CONDENSAÇÕES
A-D DESLOCAMENTOS / DEFORMAÇÕES
A-D1 deformações acentuadas do revestimento
A-D2 desalinhamento de elementos de revestimento
A-D3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
A-E DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO
A-E1 acumulação de detritos
A-E2 corrosão
A-E3 descasque / escamação / esfoliação
X
A-E4 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
A-E5 diferenças de tonalidade / alteração de cor
A-E6 desagregação / oxidação (envelhecimento)
A-E7 fissuração / fractura
X
A-O DEFEITOS DE PROJECTO / EXECUÇÃO
A-O1 defeitos nas fixações
A-O2 defeitos nos remates
A-O3 inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade
A-O4 sobreposição insuficiente ou excessiva
A-O5 defeitos no sistema de isolamento térmico
X
A-O6 defeitos no sistema de ventilação
X
A-O7 inclinação insuficiente ou excessiva
A-O8 intervenções incorrectas ou deficientes
NOTAS
II - CARACTERIZAÇÃO DAS ANOMALIAS ANOMALIAS
(Preencher apenas as aplicáveis à anomalia) E3 E7 O5 O6
Condições para que o fenómeno progrida (S/N) N S
Percentagem de área de RECI afectada: (…) %
Valor estético das áreas afectadas (A-alto; M-médio; B-baixo) B B
Ocorrência de infiltrações (S/N) N N
Afectação da estrutura de suporte (E-elevada; M-média; B-baixa; N-nula) N N
N
Presença de humidade excessiva no espaço subjacente ao RECI (S/N)
Aperto correcto das fixações (S/N)
Distribuição adequada de fixações (S/N)
Quantidade adequada de fixações (S/N)
Materiais adequados (S/N)
Modo de execução correcto dos remates (S/N)
Recobrimentos adequados nos remates (S/N)
Aplicação de cordões de estanqueidade (S/N)
Colocação de isolamento térmico (S/N)
N
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-5.IV.2
Continuidade do isolamento térmico (S/N)
Suficiência de elementos de ventilação (S/N)
N
Distribuição correcta dos elementos de ventilação (S/N)
Inclinação (Insuficiente / excessiva)
Nível de gravidade (0; 1; 2) 2 1 2 2
NOTAS
III - CAUSAS PROVÁVEIS (1 - causa directa / 2 - causa indirecta) ANOMALIAS
E3 E7 O5 O6
C-P - ERROS DE PROJECTO
C-P1 concepção / dimensionamento incorrecto da estrutura de suporte
C-P2 concepção / pormenorização incorrecta da pendente da cobertura
C-P3 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta dos sistemas de ventilação
2
C-P4 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta do sistema de isolamento térmico
2
C-P5 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta de barreira de vapor
C-P6 concepção / pormenorização omissa ou incorrecta de acessórios de circulação nas coberturas
C-P7 concepção / pormenorização incorrecta da sobreposição dos elementos
C-P8 concepção / pormenorização incorrecta das zonas de remates
C-P9 especificação de materiais inadequados ou incompatíveis entre si
C-E - ERROS DE EXECUÇÃO
C-E1 incorrecta interpretação do projecto de execução
C-E2 utilização de mão-de-obra inexperiente ou pouco qualificada
C-E3 colocação incorrecta dos elementos de ventilação
C-E4 aplicação incorrecta dos elementos de isolamento térmico
C-E5 colocação incorrecta da barreira de vapor
C-E6 falta de rigor na execução do ripado e alinhamento dos elementos
C-E7 manuseamento incorrecto dos materiais ou utilização de ferramentas inadequadas
C-E8 aplicação de quantidades excessivas de argamassa de assentamento
C-E9 utilização de materiais não prescritos, inadequados ou incompatíveis entre si
C-E10 fixações demasiado rígidas ou quantidade insuficiente / excessiva de elementos de fixação
C-E11 colocação incorrecta de cordões de estanqueidade
C-E12 remate incorrecto dos topos das placas de policarbonato
C-E13 utilização de materiais de baixa qualidade e/ou não certificados ou homologados 2 2
C-E14 utilização de materiais com heterogeneidades devidas ao processo de fabrico
C-M - ACÇÕES DE ORIGEM MECÂNICA
C-M1 deformação da estrutura de suporte da cobertura
C-M2 circulação de pessoas e carga sobre os revestimentos
C-M3 colocação de equipamentos pesados sobre as coberturas
C-M4 impactos de objectos pesados resultantes de intempéries
C-M5 vandalismo
Anexo 5.IV - Ficha de validação - Ed.86 Cob.A
A-5.IV.3 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
C-A - ACÇÕES AMBIENTAIS
C-A1 ventos fortes
C-A2 radiação solar
C-A3 acção química dos pombos
C-A4 acção biológica
C-A5 presença de água (chuva / neve)
C-A6 ciclos gelo / degelo
C-A7 poluição atmosférica
C-A8 temperatura
2
C-A9 humidade interior
C-U - ERROS DE UTILIZAÇÃO/MANUTENÇÃO
C-U1 manutenção inexistente ou inadequada
C-U2 colocação de argamassa sobre os revestimentos em trabalhos de reparação
C-U3 colocação de telas asfálticas sobre os revestimentos em trabalhos de reparação
C-U4 alteração do material de revestimento ou adição de novas camadas na estrutura da cobertura
C-U5 substituição de elementos por outros de geometria diferente
C-U6 substituição de elementos por outros de tonalidade diferente
C-U7 alteração das condições de utilização inicialmente previstas
III - MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ANOMALIAS
E3 E7 O5 O6
D-A - ANÁLISE VISUAL
D-A1 inspecção visual X X X X
D-A2 medição da inclinação
D-B - MÉTODOS ELÉCTRICOS
D-B1 correntes induzidas
D-C - MÉTODOS TERMO-HIGROMÉTRICOS
D-C1 avaliação da temperatura e da humidade
D-C2 termografia de infravermelhos
D-D - MÉTODOS ULTRA-SÓNICOS
D-D1 ultra-sons
NOTAS
Anexo 5.V
Comparação entre as matrizes de correlação entre
as anomalias e as causas prováveis
(teórica e na amostra)
Anexo 5.V - Comparação entre as matrizes de correlação entre as anomalias e as causas prováveis
A-5.V.1 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
C-P1 C-P2 C-P3 C-P4 C-P5 C-P6 C-P7 C-P8 C-P9 C-E1 C-E2 C-E3 C-E4 C-E5 C-E6
A-C 0 0 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0
A-C amostra 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
f0 100% 100% 0% 100% 0% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 29% 100%
f1 0% 0% 100% 0% 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 71% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-D1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
A-D1 amostra 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 42% 97% 100% 100% 100% 94% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 18% 0% 0% 0% 0% 6% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 39% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-D2 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2
A-D2 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 40% 100% 100% 100% 49%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 47% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 13% 0% 0% 0% 51%
A-D3 1 2 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
A-D3 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 85% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 73% 100% 100% 100% 100%
f1 10% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 27% 0% 0% 0% 0%
f2 5% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E1 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
A-E1 amostra 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 48% 100% 100% 100% 100% 100% 83% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 9% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 52% 0% 0% 0% 0% 0% 9% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
A-E2 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 6% 100% 81% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 87% 0% 19% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 7% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E3 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
A-E3 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 86% 100% 100% 100% 100% 100% 98% 100% 96% 94% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 14% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 4% 6% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E4 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
A-E4 amostra 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 88% 35% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 97% 100% 100% 100%
f1 0% 12% 65% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 4% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-E5 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 96% 100% 98% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 4% 0% 2% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-5.IV.2
A-E6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-E6 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E7 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0
A-E7 amostra 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 98% 100% 100% 100% 100% 38% 100% 100% 100% 100% 94% 100% 100% 100% 100%
f1 2% 0% 0% 0% 0% 63% 0% 0% 0% 0% 5% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1% 0% 0% 0% 0%
A-O1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
A-O1 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 49% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 3% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 48% 0% 0% 0% 0%
A-O2 0 0 0 0 0 0 0 2 2 1 1 0 0 0 0
A-O2 amostra 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 1 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 27% 59% 100% 13% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 5% 14% 0% 85% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 67% 27% 0% 2% 0% 0% 0% 0%
A-O3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
A-O3 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 93% 100% 50% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 7% 0% 50% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O4 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 2 0 0 0 2
A-O4 amostra 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0 2
f0 92% 100% 100% 100% 100% 100% 62% 100% 100% 100% 35% 100% 100% 100% 46%
f1 8% 0% 0% 0% 0% 0% 38% 0% 0% 0% 19% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 46% 0% 0% 0% 54%
A-O5 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 2 0 1
A-O5 amostra 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 0% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O6 0 0 2 0 0 0 0 1 0 1 1 2 0 0 2
A-O6 amostra 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 0% 100% 100% 100% 100% 93% 100% 100% 95% 94% 100% 100% 99%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 7% 0% 0% 5% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 6% 0% 0% 1%
A-O7 0 2 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0
A-O7 amostra 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 0% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 18% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O8 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0
A-O8 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 56% 100% 44% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 44% 0% 9% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 47% 0% 0% 0% 0%
Anexo 5.V - Comparação entre as matrizes de correlação entre as anomalias e as causas prováveis
A-5.V.3 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
C-E7 C-E8 C-E9 C-E10 C-E11 C-E12 C-E13 C-E14 C-M1 C-M2 C-M3 C-M4 C-M5 C-A1 C-A2
A-C 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
A-C amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-D1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 2 2 2 1 2 0
A-D1 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 97% 100% 30% 94% 100% 94% 100% 88% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 3% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 70% 6% 0% 6% 0% 12% 0%
A-D2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0
A-D2 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0
f0 100% 100% 100% 96% 100% 100% 100% 100% 98% 100% 100% 100% 100% 47% 100%
f1 0% 0% 0% 4% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 0% 0% 0% 53% 0%
A-D3 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 0
A-D3 amostra 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0
f0 100% 100% 100% 34% 100% 100% 100% 100% 85% 100% 100% 100% 100% 15% 100%
f1 0% 0% 0% 2% 0% 0% 0% 0% 10% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 63% 0% 0% 0% 0% 5% 0% 0% 0% 0% 85% 0%
A-E1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0
A-E1 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 74% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 26% 0% 0%
A-E2 1 0 2 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0
A-E2 amostra 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 80% 100% 0% 100% 100% 100% 98% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 19% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 2% 0% 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E3 0 1 1 0 0 0 2 0 0 2 0 2 2 0 0
A-E3 amostra 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 94% 92% 58% 100% 100% 100% 32% 100% 100% 100% 100% 98% 100% 100% 100%
f1 0% 8% 40% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 6% 0% 2% 0% 0% 0% 68% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 0% 0%
A-E4 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2
A-E4 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
f0 100% 81% 100% 100% 100% 97% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 1%
f1 0% 19% 0% 0% 0% 3% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 99%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E5 0 0 1 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 2
A-E5 amostra 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 51% 100% 100% 100% 100% 73% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 96%
f1 0% 0% 39% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 10% 0% 0% 0% 0% 24% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 4%
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-5.IV.4
A-E6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
A-E6 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 0%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100%
A-E7 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2 2 2 2 0 1
A-E7 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0
f0 93% 99% 100% 96% 100% 100% 91% 100% 97% 36% 100% 77% 86% 97% 92%
f1 0% 0% 0% 4% 0% 0% 0% 0% 3% 0% 0% 0% 0% 0% 8%
f2 7% 1% 0% 0% 0% 0% 9% 0% 0% 64% 0% 23% 14% 3% 0%
A-O1 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O1 amostra 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 23% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 77% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O2 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O2 amostra 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 52% 43% 99% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 2% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 48% 55% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O3 0 0 1 0 1 0 1 0 0 2 0 0 2 0 2
A-O3 amostra 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
f0 100% 100% 93% 100% 29% 100% 79% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 36%
f1 0% 0% 7% 0% 71% 0% 21% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 64%
A-O4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0
A-O4 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 65% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 35% 0%
A-O5 2 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0
A-O5 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O6 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O6 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 68% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 32% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O7 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
f1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O8 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O8 amostra 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 56% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 14% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 30% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Anexo 5.V - Comparação entre as matrizes de correlação entre as anomalias e as causas prováveis
A-5.V.5 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
C-A3 C-A4 C-A5 C-A6 C-A7 C-A8 C-A9 C-U1 C-U2 C-U3 C-U4 C-U5 C-U6 C-U7
A-C 0 0 0 0 0 2 2 1 0 0 0 0 0 1
A-C amostra 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 1
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 0% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 57%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 43%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-D1 0 0 2 0 0 2 0 1 2 0 1 0 0 1
A-D1 amostra 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 91% 100% 39% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 24% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 9% 0% 36% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-D2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0
A-D2 amostra 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 36% 100% 100% 100% 73% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 27% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 38% 0% 0% 0% 27% 0% 0%
A-D3 0 1 1 0 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0
A-D3 amostra 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 98% 100% 32% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 29% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 39% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E1 2 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0
A-E1 amostra 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0
f0 90% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 9% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 10% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 91% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E2 0 0 2 0 2 0 2 1 0 0 0 0 0 0
A-E2 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 83% 100% 94% 98% 94% 94% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 6% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 17% 0% 6% 2% 6% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E3 0 0 1 2 2 0 1 0 1 0 0 0 0 0
A-E3 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 98% 76% 98% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 2% 0% 2% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 24% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E4 2 2 2 0 0 0 0 2 1 1 0 0 0 0
A-E4 amostra 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0
f0 98% 1% 81% 100% 100% 100% 100% 50% 97% 96% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 3% 4% 0% 0% 0% 0%
f2 2% 99% 19% 0% 0% 0% 0% 50% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E5 0 0 2 0 2 0 1 1 0 0 0 0 2 0
A-E5 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0
f0 100% 100% 90% 100% 71% 100% 94% 67% 100% 100% 100% 100% 59% 100%
f1 0% 0% 10% 0% 4% 0% 6% 33% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 24% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 41% 0%
Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos A-5.IV.6
A-E6 0 0 2 0 2 2 1 0 0 0 0 0 0 0
A-E6 amostra 0 0 2 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 0% 100% 50% 0% 100% 90% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 100% 0% 50% 100% 0% 10% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-E7 0 0 1 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0
A-E7 amostra 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 92% 100% 100% 65% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 8% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 35% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O1 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 83% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 17% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O2 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O3 0 2 2 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O3 amostra 0 2 2 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 57% 36% 100% 50% 21% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 43% 64% 0% 50% 79% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O4 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0
A-O4 amostra 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 62% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 19% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 19% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O5 0 0 2 0 0 1 0 1 1 0 1 0 0 0
A-O5 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O6 0 0 0 0 0 0 0 1 2 2 0 0 0 0
A-O6 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 97% 93% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 3% 7% 0% 0% 0% 0%
A-O7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A-O7 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
A-O8 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 2 0 0
A-O8 amostra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
f0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 84% 44% 100% 73% 86% 100%
f1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
f2 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 16% 56% 0% 27% 14% 0%
Anexo 5.V - Comparação entre as matrizes de correlação entre as anomalias e as causas prováveis
A-5.V.7 Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia de Aeródromos
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