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    31R. Jur. DIREITO & REALIDADE, Monte Carmelo-MG, V.01, n.01, Jan./Jun. 2011 - e-ISSN 2237-0870

    ENTREVISTA[por der Ferreira]*

    OSCAR CORREAS

    Foto: Prof. der Ferreira ao lado do Prof. scar Correas Vazquez

    Oscar Correas Vazquez um jurista marxista latinoamericano que nasceu

    na dcada de 1940, na Argentina, onde se formou bacharel em direito na dcada

    de 1970, quando se viu obrigado a emigrar para o Mxico em razo da instituioda Aliana Argentina Anticomunista.

    No Mxico, o jurista tornou-se conhecido, sobretudo, por sua produo

    terico-metodolgica sobre a crtica jurdica, que consiste em uma estruturao

    do estudo e da compreenso do direito enquanto esfera superestrutural

    correspondente s relaes sociais de produo de um dado modo de produo.

    Em sntese apertada, Correas parte da noo de ordamento jurdico

    positivo para desvendar o carter ideolgico do direito, isto , para desmistificar o

    * Entrevista realizada por ocasio do I Congresso Internacional Direito e Marxismo,realizado na Universidade de Caxias do Sul (UCS-RS), entre os dias 27 e 29 de maro de

    2011.

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    discurso do direito e daqueles que falam sobre ele, identificando pelo menos dois

    sentidos: o dentico e o ideolgico.

    A proposta de Correas constituda de quatro momentos: 1) Descrio

    do modelo socioeconmico; 2) Indicao de um modelo normativo corresponde

    ao modelo socioeconmico; 3) Verificao de compatibilidade entre o modelo

    normativo de um dado modo de produo e o direito positivo de um Estado

    particular; e, ao fim, 4) Identificao da ideologia do direito e/ou jurdica.

    A descrio do modelo socioeconmico, na modernidade, corresponde

    compreenso ontolgica das tramas constitutivas das relaes sociais no modo

    de produo mercantil capitalista, isto , corresponde a uma incurso no fenmeno

    da reificao das relaes sociais que consiste na universalizao da forma

    mercadoria nas relaes humanas capitalistas. Nesse momento, esclarece-se o

    fenmeno responsvel pela universalizao da forma mercadoria, ou seja, areduo da fora de trabalho categoria mercantil. Assim, explicita-se o processo

    de produo da mais-valia como explorao do trabalho no capitalismo. Dito de

    outro modo, nesse momento, procede-se identificao das duas caractersticas

    basilares do modo de produo capitalista: a propriedade privada dos meios de

    produo e a diviso do trabalho social; e descrevem-se suas implicaes para a

    totalidade das relaes sociais. Tal anlise encontrada em sua radicalidade nO

    Capital, de Karl Marx.

    O segundo momento corresponde identificao de um modelo normativodo modo de produo capitalista. Nesse momento, procede-se ao trabalho da

    Teoria Sociolgica do Direito, que consiste na descrio e modalizao dentica

    das condutas necessrias ao intercmbio e uso da mercadoria fora de trabalho,

    ao circuito contnuo do capital e sua reproduo ampliada; isto , infere-se, a

    partir das caractersticas do modo de produo capitalista, as condutas necessrias

    sua realizao e manuteno; procedendo-se, ao fim, sua enunciao em

    modais denticos (proibido; permitido; obrigatrio).

    Por sua vez, o terceiro momento do mtodo de Correas, refere-se Tarefa

    da Sociologia Jurdica e consiste na verificao da compatibilidade entre, de um

    lado, os modais denticos das condutas necessrias compra-e-venda e uso da

    fora de trabalho, ao circuito contnuo do capital e sua reproduo ampliada e, de

    outro, os modais denticos do direito positivo de um dado Estado.

    No quarto e ltimo momento terico-metodolgico sugerido por Correas,

    procede-se identificao da ideologia do direito/jurdica, ou seja, identifica-se o

    sentido ideolgico do discurso do direito (normas jurdicas: constituio, leis,

    decretos, resolues, portarias...) e/ou do discurso jurdico (teoria, doutrina,

    jurisprudncia, enfim, discurso de quem fala sobre o direito), que oculta/mascara/mistifica o sentido dentico do direito, qual seja a preservao do modo de produo

    capitalista.

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    Alm disso, Correas se notabilizou pela coordenao do peridico Revista

    Crtica Jurdica, em circulao por mais de 30 anos e por sua vasta produo

    acadmica nas reas de filosofia do direito, sociologia jurdica e direitos humanos.

    Revista Jurdica Direito & Realidade Fale sobre suas origens, sua famlia.

    Oscar Correas Nac en Crdoba en 1943. Hijo de una familia de profesionales

    de clase media, en un ambiente transido por el catolicismo y el antiperonismo. Sin

    embargo, fui beneficiado por una educacin cristiana, a contrapelo del catolicismo

    familiar, equivalente a lo que hoy es la teologa de la liberacin. Ingres a la Facultad

    de Derecho de la Universidad Catlica de Crdoba siempre al catolicismo, de los

    jesuitas. Que eran, fuera de la costumbre de los miembros de esta orden,

    profundamente de derecha e incluso fascistas. Cosa curiosa, tal como se educaron

    all importantes miembros de la derecha dictatorial, tambin se formaronimportantes miembros de la organizacin Montoneros. Y unos pocos que nos

    hicimos marxistas enseguida.

    RJD&R Quando optou pelo marxismo?Oscar Correas Tan pronto egres de esa facultad, slo un par de aos despus,

    apareci el marxismo, que era, y es, la nica propuesta terica capaz de explicar el

    mundo capitalista. Y, por tanto, de transformar el mundo. Hubo entonces una

    voluntad de dilogos entre marxistas y cristianos revolucionarios recuerdo a GarcaElorrio y su revista Cristiianismo y revoluacin. Eran los aos de la revolucin

    cubana y de la entrega de la vida del Ch a la historia. En el contexto de ese

    dilogo, recuerdo haber ido a charlas impartidas nada menos que por Jos Aric.

    Con el fondo de la educacin cristiana de la que fui beneficiario, elegir el marxismo

    era cuestin de tiempo. Y cuando eso hubo sucedido no qued en mi ningn

    rastro de religiosidad. Slo la clara comprensin de que los cristianos

    revolucionarios son compaeros de lucha inestimables por su honestidad y entrega,

    adems de que la mayora de ellos aceptan el anlisis terico que hizo Marx de la

    sociedad capitalista.

    RJD&R Por que o marxismo?

    Oscar Correas El marxismo es el nico cuerpo terico capaz de explicar lasociedad capitalista. Eso es todo.

    RJD&R Como voc fez frente na academia aos preconceitos com as ideias

    marxistas?

    Oscar Correas En la facultad de derecho no ramos an marxistas. ramosms bien liberales consecuentes, con rasgos de socialismo cristianos

    errneamente pensbamos que la democracia cristiana apuntaba en esa direccin.

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    Luego supimos que era una maniobra de la iglesia catlica para distraer

    los jvenes con sensibilidad social. No hubo, entonces, que enfrentarse con el

    mundo acadmicos en trminos marxismo-antimarxismo. Simplemente era un

    enfrentamiento con un autoritarismo fascistoide de esos jesuitas.En 1973 gan las elecciones Hctor Cmpora, que haba sido copado

    por el peronismo revolucionario, especialmente por Montoneros. Nombr a un

    ministro de educacin, Taiana, que nombr rectores en todas las universidades

    estatales, claro; de filiacin revolucionaria. En 1973, tambin, comenc mis estudios

    en la Facultad de Filosofa y Humanidades de la Universidad Nacional de Crdoba,

    que casi consegu terminar antes de emigrar en 1976.

    En la carrera de filosofa no haba profesores marxistas, de modo que no

    haba enfrentamiento en tales trminos. Pero fui beneficiario de las enseanzas

    de Nimio de Anqun, un hegeliano sabio. Como deba ejercer la abogaca pues de

    eso viva, no participaba en la vida estudiantil de esa facultad.

    Pero, a cambio, particip como profesor en la Escuela de Servicio Social

    de la Universidad de Crdoba, y en la Universidad Tecnolgica Nacional, Facultad

    Regional Crdoba. En ambos lugares ense lo que saba de marxismo. De

    ambas universidades me corrieron, dos aos despus, en 1975, por marxista. Es

    que el rgimen se derechiz y lleg a extremos como el de organizar la Triple A

    Alianza Argentina Anticomunista, que mat a muchos compaeros, entre ellos al

    colega, compaero y socio, Alfredo Kuki Curutchet. En la universidad se instaurun rgimen represivo del mismo signo, que expuls a todos los que habamos

    entrado detrs del comienzo de la primavera democrtica de Cmpora que dur

    slo algunos meses.

    En 1976, emigr.

    RJD&R Como se pode pensar o direito a partir do marxismo?

    Oscar Correas El marxismo es un cuerpo terico inaugurado por Marx, siempre

    acompaado por Engels. Es el mayor y mejor intento de la inteligencia humanapara explicar cmo funciona el capitalismo y cmo se puede destituirlo para fundar

    una sociedad comunitaria. Y el derecho es algo as como la arquitectura discursiva

    normativa de la sociedad capitalista. Y si el marxismo es la crtica de esta ltima,

    es tambin la crtica de esa arquitectura normativa que Marx llam en algn

    momento superestructura. Es algo fcil de entender. Si el derecho organiza al

    capitalismo, la lucha contra la sociedad capitalista es la misma que la lucha contra

    el derecho capitalista. Otra cuestin es encontrar el cmo se lucha contra la

    armazn jurdica del capitalismo.RJD&R E a crtica de Marx e Pachukanis ao direito?

    Oscar Correas La crtica de Marx al derecho capitalista se encuentra en El

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    Capital. Es una prdida de tiempo buscar las citas de las miles de veces que Marx

    habla del derecho. Si el corazn del marxismo est en El Capital, su crtica al

    derecho tambin est all. Vale la pena leer el tema del fetichismo de la mercanca.

    Lamentablemente, muchos jvenes marxistas comienzan por leer a Pashukanis

    sin haberse dado tiempo para estudiar El Capital.

    Por otra parte, creo que Pashukanis est equivocado, o al menos introduce

    gran confusin al decir que la categora jurdica no se entiende qu es eso, es

    propia del capitalismo. Si eso fuera as, el derecho sera un fenmeno exclusivo de

    la sociedad capitalista. Entonces el derecho romano no es derecho? Encuentro

    muy confuso este asunto. Creo que la va de entrada para estudiar el derecho

    capitalista, en trminos de Teora del Derecho, es Kelsen y no Pashukanis. Pero

    esto merecera una muy larga conversacin. Lo que tengo para decir al respecto,

    est en un libro titulado Kelsen y los marxistas.

    RJD&R Fale sobre seu envolvimento com os movimentos sociais na Amrica

    Latina.

    Oscar Correas Mi participacin, modesta, muy modesta, se redujo a la militancia

    propia de los abogados revolucionarios, principalmente en la defensa de presos

    polticos, movimientos populares, barriales, obreros. Eso sucedi en Argentina,

    entre 1966 y 1976. La idea era poner el ejercicio de la abogaca al servicio de las

    causas obreras y populares.En Mxico, donde la constitucin prohbe a los extranjeros participar en la poltica

    interna del pas, mi militancia se redujo a servir a la causa de la Reforma Universitaria

    en la Universidad de Puebla, entre 1976 y 1991. Fue otra causa perdida.

    RJD&R Qual o papel da Amrica Latina no processo de resistncia e

    superao do modo de produo capitalista?Oscar Correas Me parece que la lucha anticapitalista ha dejado los lares donde

    comenz: Europa. Hoy, ste es un continente muerto. Los europeos han perdido el

    norte. Y en cambio me parece que el eje de la lucha est en los pases del tercermundo, y por lo que nos toca, el viejo fantasma del comunismo recorre amplios

    territorios latinoamericanos. Es una lucha que podemos ganar pero tambin, otra

    vez, perder.

    RJD&R Fale sobre o movimiento social crtica jurdica.Oscar Correas Crtica Jurdica es la denominacin de una tendencia acadmicallevada adelante por profesores de derecho. En Mxico se llama Crtica Jurdica,

    en Brasil Direito Alternativo, en Argentina Teora Crtica del Derecho, en FranciaCritique du Droit, en Estados Unidos y Gran Bretaa Critical Legal Studies. EnColombia, sin haber llegado a identificarse con un nombre, se reconoce un

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    importante nmero de pensadores jurdicos crticos,y puede reconocerse un grupode juristas crticas en Ecuador.

    En trminos de publicaciones peridicas, pueden citarse las revistasCrtica Jurdica en Mxico, y El otro derecho en Colombia. Debe decirse que existecierta tendencia a buscar los orgenes de la crtica jurdica latinoamericana enfuentes europeas, inglesa y francesa, pero es un error generado por la imperialidea de que nosotros no podemos tener pensamiento original. Lo cierto es que lacrtica jurdica latinoamericana es autctona e incluso anterior y ms fecunda quela europea y norteamericana. La documentacin existente lo pruebafehacientemente.

    RJD&R Qual o conceito de crtica jurdica?

    Oscar Correas La crtica jurdica marxista se pegunta por qu el derecho diceeso que dice y no otra cosa. Cuestin que slo puede contestarse desde el

    marxismo. Se pregunta cmo y por qu alguien detenta el poder capitalista, cuestin

    que incluye al psicoanlisis. Se pregunta por las potencialidades del as llamado

    en Brasil direito achado na rua, y en Mxico el derecho surgido del pueblo. Se

    pregunta tambin por el pluralismo jurdico y el uso alternativo del derecho. Otro

    gnero de preocupaciones son la enseanza del derecho, la criminalizacin de la

    protesta social, la militancia poltica de los abogados y el nuevo constitucionalismo

    latinoamericano. Y, desde luego, la crtica jurdica se ocupa del pensamientorevolucionario en Nuestra Amrica. Finalmente, se ocupa del comunismo y el

    derecho.

    RJD&R Indique os principais nomes relacionados crtica jurdica.Oscar Correas Prefiero no aventurarme a mencionar nombres propios. La listasera muy larga y correra el riesgo de cometer la injusticia de dejar de mencionara algn compaero.

    RJD&R Quais so os principais problemas a que ns (da crtica jurdica)devemos fazer frente?Oscar Correas El peor enemigo que podemos tener es ceder a la tentacin deimprovisar, de no estudiar, de dejarnos vencer porque ellos tienen el poder.

    RJD&R Qual conselho, mensagem voc gostaria de dar aos estudantes dedireito?Oscar Correas Estudiar, estudiar y estudiar. Pero estudiar derecho, no solamente

    El Capital. No necesitamos abogados que se hagan socilogos. De eso hay mucho.Necesitamos abogados estudiosos del derecho. Y adems conocedores profundos

    dela historia y del pensamiento revolucionario universal.

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    Dentre as obras de Oscar Correas, destacam-se:

    LIVROS COLETIVOS ORGANIZADOS OU COORDENADOS:

    1. El otro Kelsen, (Comp), Mxico, UNAM, 1989.

    2. Sociologa Jurdica en Amrica Latina. Ensayos, (Coord), Oatim, Intituto

    Internacional de Sociologa Jurdica de Oati, Coleccin Oati Proceedings, 1991.

    LIVROS E ARTIGOS TRADUZIDOS PARA O IDIOMA PORTUGUS:

    1. Crtica da Ideologa Jurdica, Fabris Editor, Porto Alegre, 1995.

    2. Troca e direito: a vontade jurdica, (trad. de Intercambio y derecho: la voluntad

    jurdica, captulo do livro A Cincia Jurdica), Rev. Direito & Sociedade n 1.

    3. Introduao Sociologa Jurdica, Porto Alegre, Brasil, ediciones de Crtica

    Jurdica, 1996.

    LIVROS:

    1. La Ciencia Jurdica, Culiacn, Ed. Universidad Autnoma de Sinaloa, 1980,

    150 pp.

    2. Introduccin a la crtica del derecho moderno(Esbozo), Puebla, Editorial UAP,

    1982, (segunda edicin, Puebla, Editorial UAP, 1986, 161 pp; tercera edicin, Mxico,

    Triana, 1996; 40 edicin, Fontamara, 1999).

    3. Ideologa Jurdica, Puebla, Editorial UAP, 1983, 206 pp.

    4. La democracia en la UAP, Puebla, UAP, 1990, 75 pp.

    5. Crtica de la Ideologa Jurdica: ensayo sociosemiolgico, Mxico, UNAM, 1993,

    293 pp.; 2 edicin, Fontamara, 1999. Edicin en portugus, Porto Alegre, Sergio

    Fabris editor, 1995.

    6. Kelsen y los marxistas, Mxico, Coyoacn, 1994, 363 pp.

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    7. Introduccin a la Sociologa Jurdica, Mxico, Coyoacn, 1 edicin, 1994, 305

    pp. 2 edicin, Barcelona, Signos, 1995. 3 edicin, Barcelona, Mara Jess Bosch

    S.L., 1995, 4 edicin, Fontamara, Mxico, 1999. Primera edicin en portugus,

    octubre 1996, ediciones de Crtica Jurdica, Porto Alegre, Brasil.

    8. Teora del Derecho, Barcelona, Mara Jess Bosch S.L., 1995, 309 pp.

    9. Metodologa Jurdica. Una Introduccin filosfica I, Mxico, Fontamara, 1997,

    249 pp; 2 edicin, 1998.

    10. Sociologa del Derecho y crtica jurdica, Mxico, Fontamara, 1998.

    11. Acerca de los Derechos Humanos, Mxico, Fontamara, 2002.