8c_IGFSE_Igualdade de Género dos FE_ Estudos de caso_2013

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA

    DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS,NO PERODO

    DE PROGRAMAO 2007-2013

    Boas Prticas de Igualdade de Gnero nos

    Fundos Estruturais

    -Estudos de Caso

    (Anexo IX ao Relatrio Final)

    Entidade Adjudicante: Instituto de Gesto do Fundo Social Europeu, I. P. (IGFSE)

    Entidade Proponente: Centro de Estudos Sociais (CES)

    Equipa de Investigao:

    Virgnia Ferreira (Coord.)

    Rosa Monteiro

    Mnica Lopes

    Hernni Veloso Neto

    Lina Coelho

    (Com a colaborao de SaraPortovedo e Jos Pedro Arruda)

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    Ficha Tcnica

    O presente Estudo foi elaborado para o IGFSE pela seguinte equipa:

    Coordenao global: Virgnia Ferreira

    Coordenao executiva: Rosa Monteiro

    Equipa tcnica: Mnica Lopes, Hernni Veloso Neto, Lina Coelho

    Trabalhos de Inquirio Sara Portovedo e Jos Pedro Arruda

    Julho 2013

    CESCentro de Estudos Sociais

    Colgio de S. Jernimo, Apartado 3087

    3000-995 Coimbra

    email: [email protected]://www.ces.uc.pt/

    O texto da exclusiva responsabilidade das/os autoras/es

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    NDICE

    Boas Prticas de Igualdade de Gnero nos Fundos Estruturais

    - Estudos de Caso

    I. Roteiro dos estudos de caso ............................................................................................................. 2

    II. Breve sntese das boas prticas de igualdade de gnero em projetos apoiados pelos FE.............. 7

    III. Quadros-resumo ........................................................................................................................... 11

    IV. Sinopses dos estudos de caso ....................................................................................................... 25

    1. Bero de Emprego ............................................................................................................................. 26

    2. Hospital de Cuidados Continuados de lhavo .................................................................................... 36

    3. Inovar em Igualdade.......................................................................................................................... 42

    4. Projeto Zero Soma pela diferena e Implementao dos Planos do Municpio e do Concelho de

    Oeiras para a Igualdade de Gnero ................................................................................................. 51

    5. Programa para Agressores de Violncia Domstica (PAVD) e Vigilncia Eletrnica dos Agressores 62

    6. Opo Ave.pt ..................................................................................................................................... 72

    7. Agir + - Programa Integrado de Apoio ao Empreendedorismo Feminino ......................................... 84

    8. GAPI 2.0 Gabinetes de Valorizao do conhecimento .................................................................... 94

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    I. Roteiro dos estudos de caso

    O roteiro dos estudos de caso prosseguiu um conjunto de passos e recorreu a diferentes tcnicas

    de inquirio:

    1. Breve sinopse do caso a estudar, a partir da informao disponvel na base de dadosconstruda (a partir do sistema de informao FSE e FEDER) e da consulta ao sitede cadaorganizao, bem assim como do inqurito por via eletrnica s organizaes e dasentrevistas individuais;

    2. Entrevistas focalizadas individuais com dirigentes e tcnicos/as das organizaesestudadas;

    3. Anlise documental (linhas definidoras do projeto selecionado como boa prtica; relatriosde execuo; relatrios de avaliao interna e externa; produtos; materiais de divulgao,etc.);

    4. Entrevistas com beneficirios/as e entidades parceiras;

    5. Sntese individualizada de cada entidade/projeto estudado;

    6. Validao junto da entidade promotora;

    7. Concluses;

    8. Elaborao do relatrio final de caracterizao da boa prtica.

    Princpios de seleo de boas prticas

    Tendo por base o Instrumento de Apoio Identificao de Boas Prticas no Domnio da Igualdade

    de Gnero nas Empresas desenvolvido no mbito do projeto Dilogo Social e Igualdade nas

    Empresas (CITE, 2008)1

    , pode sinalizar-se um conjunto de princpios de seleo de boas prticasnos domnios da igualdade de oportunidades e de gnero: (i) participao (envolvimento de

    beneficirias/os); (ii) adequao (considerao das necessidades identificadas); (iii) utilidade

    (criao de ganhos e de valor acrescentado); (iv) acessibilidade (conhecimento e acesso prtica);

    (v) transferibilidade (aplicvel a outras realidades organizacionais); e (vi) sustentabilidade

    (continuidade no tempo). Assim, luz destes critrios, uma boa prtica dever ser participada,

    1CITE (Coord.) et al. (2008). Guio de auto-avaliao da igualdade de gnero nas empresas. Lisboa: CITE.

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    adequada, til para o pblico-alvo e para a organizao promotora, acessvel, transfervel e

    sustentvel a mdio ou longo prazo.

    Figura 1 Princpios de seleo de boas prticas

    Especificando mais detalhadamente, considermos que uma boa prtica do ponto de

    vista da igualdade de gnero deve obedecer aos seguintes quesitos:

    1. incorporao da perspetiva de gnero no diagnstico feito, nomeadamente nadefinio da situao de partida e na considerao do potencial impacto dasmedidas nos homens e nas mulheres;

    2. estabelecimento de metas para erradicar as situaes de desequilbrioencontradas;

    3. alocao de recursos calibrada em funo das necessidades de cada um dos

    sexos;

    4. participao de mulheres ao longo de todo o desenvolvimento da interveno(agentes implicados; beneficirios/as);

    5. integrao de expertise em igualdade de gnero em todas as fases do projeto;

    6. estabelecimento de parcerias com organizaes de combate s desigualdades degnero;

    PRINCPIOSDESELEODEBOASPRTICAS

    NOSDOMNIOSDAIGUALDADEDEGNERO

    (i) participao

    (ii) adequao

    (iii) utilidade

    (iv) acessibilidade

    (v) transferibilidade

    (vi) sustentabilidade

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    - pblico central e local;

    - privado lucrativo e no lucrativo.

    Proposta de estruturao dos estudos de Caso

    Designao:

    Identificao da Entidade:

    1. Sinopse inicial: Breve apresentao da organizao

    - Natureza jurdica

    - Ramo de atividade

    - mbito geogrfico de atuao

    - Misso, objetivos e valores organizacionais

    - Breve retrospetiva histrica

    2. Caracterizao da Organizao numa Perspetiva de Gnero

    - Estrutura orgnica e funcional

    - Perfil das/os colaboradoras/es (caracterizao sociodemogrfica e socioprofissional)

    - Prticas de prestao de contas e responsabilizao (sistema de gesto, indicadores degesto, mecanismos de controlo, etc.)

    - Participao de mulheres e homens na gesto quotidiana e estratgica da organizao(representatividade e mecanismos organizacionais de participao dos membros das

    organizaes e da populao destinatria no processo de definio de polticas e finalidadesda organizao)

    - Efetividade da organizao no que toca incorporao/mainstreaming e disseminao/empowermentda igualdade entre mulheres e homens

    - Aspetos positivos e debilidades da organizao na rea da igualdade de gnero

    3. Caracterizao do/s projeto/s em que se insere (m) a (s) prtica (s)

    - Enquadramento do projeto na ao estratgica da empresa

    - Diagnstico de suporte elaborao (motivos de criao)

    - Impacto do projeto na organizao (dados qualitativos e quantitativos)

    4. Identificao da (s) prtica (s)

    - Designao e descrio

    - Objetivos

    - Data da criao

    - Destinatrias/os

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    - Parceiros envolvidos

    - Indicadores para monitorizao/avaliao

    5. Conceo e implementao da (s) prtica (s)

    - Ideia subjacente

    - Problema (s) a que d resposta

    - Solues testadas e implementadas

    - Recursos envolvidos (ex: humanos, financeiros, equipamentos)

    - Dificuldades e obstculos sentidas na conceo

    - Dificuldades e obstculos sentidas na implementao

    6. Resultados e valor acrescentado da (s) prtica (s)

    - Descrio do valor acrescentado (organizao/empresa, parceiros e beneficirias/os)

    - Acompanhamento da concretizao (plano de avaliao)

    - Principais vantagens atribudas

    7. Potencial de transferibilidade e sustentabilidade da (s) prtica (s)

    - Possibilidade de transferibilidade (dentro e fora da organizao/empresa)

    - Dependncia da prtica relativamente a pessoas e equipas

    - Dependncia da prtica relativamente disponibilidade de recursos

    Anexos:

    Lista de documentos consultados

    Pessoas entrevistadas

    GUIES DE ENTREVISTA

    Conhecer a perspetiva dos destinatrios finais das boas prticas em estudo essencial a uma

    metodologia de quarta gerao, cujo trao fundamental integrar multi-atores dos processos

    analisados. Assim os objetivos das entrevistas com beneficirios e entidades parceiras foram os

    seguintes:

    a) Entrevistas com beneficirias/os do projeto/prtica Tipo de relao com a entidade promotora

    Atividades do projeto em que esteve diretamente envolvida

    Caracterizao da natureza e grau de participao

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    Vantagens e desvantagens reconhecidas prtica sob escrutnio

    Perceo do papel da entidade promotora na promoo da Igualdade de Gnero (a nvelinterno e externo)

    Perspetivas de futuro quanto a parcerias com a organizao promotora

    b) Entrevistas com entidades parceiras Atividades do projeto em que esteve diretamente envolvida

    Deciso de participao (como tomou conhecimento; iniciativa, )

    Participao nas vrias fases do projeto

    Relaes prvias entre as entidades promotora e parceira (parcerias anteriores,protocolos de colaborao, relaes informais entre colaboradores/as )

    Experincia prvia no desenvolvimento de atividades relacionadas com a Igualdade deGnero (mbito, contedos, impactos)

    Opinio sobre o modo como o projeto est a ser/foi conduzido

    Dificuldades sentidas no decorrer da implementao do projeto

    Impacto do projeto (na organizao; pessoalmente - aprendizagens, ; resposta anecessidades locais)

    Objetivos e atividades da entidade promotora do projeto

    Ao da entidade promotora em prol da igualdade entre mulheres e homens a nvel local

    Perspetivas de futuro para as atividades em que a organizao est/esteve envolvida noprojeto (com que recursos e meios)

    Perspetivas de futuro quanto a parcerias com a organizao promotora

    Perspetivas de futuro quanto a atividades no domnio da igualdade de gnero pelaprpria instituio

    No final da sinopse de cada estudo de caso, pode consultar-se a lista de documentos analisados e

    de pessoas entrevistadas.

    II. Breve sntese das boas prticas de igualdade de gnero em projetosapoiados pelos FE

    Nos estudos de caso realizados, atravs dos quais procurmos dar visibilidade a boas prticas

    implantadas no terreno, vale a pena enumerar as aes que se seguem, consideradas exemplares

    luz daqueles requisitos:

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    - Reforo da capacitao de organizaes em competncias prticas promotoras da igualdade

    entre mulheres e homens, atravs da sensibilizao das pessoas que nelas trabalham;

    - a criao da funo de provedoria da igualdade em empresas;

    - a criao de comisses para a igualdade nos locais de trabalho (administrao local) que

    assegurem a continuidade das aes de melhoria identificadas;

    - a substituio de mulheres em gozo de licena por mulheres desempregadas em estreita

    articulao com as entidades empregadoras, contribuindo para alargar as oportunidades de

    emprego no mercado de trabalho;

    - definio de referenciais internos de atuao (chamem-se ou no planos para a igualdade) tendo

    em vista encetar um processo de mudana que torne a organizao e o seu modo de

    funcionamento mais amigvel da conciliao das esferas da vida e da igualdade das mulheres e

    homens que nela trabalham;

    - disponibilizao de servios de apoio vida familiar que promovam o bem-estar de todos os

    membros da famlia e evitem a sobrecarga de alguns;

    - facilitao de acesso s condies indispensveis criao de emprego, prprio ou no, atravs

    de aes diversas, nomeadamente de consultoria;

    - apoio internacionalizao de iniciativas empresariais de mulheres, atravs da criao de redes

    que ultrapassam o territrio nacional;

    - visibilizao de casos de empreendedorismo feminino bem sucedido, em reas cientficas muito

    feminizadas e tradicionalmente dissociadas da atividade econmica lucrativa, atravs da

    atribuio de um prmio;

    - controlo penal de agressores, atravs de processos de vigilncia eletrnica;

    - capacitao de agentes estratgicos com interveno em casos de violncia de gnero e

    domstica tendo em vista uma maior ateno institucional a quem pratica as agresses;

    - sensibilizao de pblicos-alvo muito diferenciados, uns catalogveis como estratgicos e outros

    no, expondo pela primeira vez muitas pessoas s anlises e s propostas de mudana para uma

    sociedade com mais igualdade entre os sexos;

    - recursos a narrativas adaptadas aos pblicos violncia no namoro no caso das populaes

    jovens; direitos humanos no caso das populaes mais idosas;

    - explorao das potencialidades de diferentes recursos multimdia, arte em funo dos

    pblicos-alvo;

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    - interveno pela produo participativa de arte, que facilita a superao de limitaes de

    expresso verbal e abre o processo de interveno a mltiplos nveis e formas de comunicao.

    Os estudos de casos permitiram-nos reforar algumas das concluses gerais do estudo:

    - As medidas entendidas como inovadoras so, tendencialmente, aquelas que resultam de um

    planeamento estratgico fortemente estruturado e participativo. A ideia de inovao, por parte

    das entidades promotoras, est relacionada com o fornecimento de um servio que no existia

    anteriormente e, em casos mais raros, com caratersticas inovadoras desse novo servio. So,

    porm, de sublinhar outros aspetos de inovao que resultam da procura de caminhos

    alternativos quer nas fases de diagnstico, quer nas fases de execuo e de avaliao dos projetos.

    Recomenda-se que, para que esse investimento resulte, seja feito um planeamento rigoroso e

    sistemtico, dotado de mecanismos eficazes de acompanhamento e monitorizao. Os programas-

    piloto constituem um modelo virtuoso deste tipo de aplicao, sendo uma oportunidade para

    calcular, programar e gerir os recursos necessrios a uma futura expanso da prtica.

    - A sustentabilidade dos projetos aps o trmino dos financiamentos comunitrios depende

    tambm, essencialmente, de uma planificao prvia cuidada e de uma eficaz gesto dos recursos.

    As mais-valias, o know-how, os equipamentos e os recursos criados ou mobilizados, no mbito dos

    projetos, todos contribuindo para a capacitao das organizaes e das pessoas que nelas

    trabalham, tm maior probabilidade de se conservarem se demonstrarem a sua utilidade e

    eficincia. A partir do momento em que, atravs de uma monitorizao e avaliao rigorosas, os

    investimentos revelem os ganhos produzidos, o interesse pblico na manuteno destas iniciativas

    poder contribuir para a sua sustentabilidade. Neste sentido, a contratao de entidades externas

    e especializadas, para realizarem este acompanhamento e avaliao, tende a ser vantajoso para o

    projeto.

    - Os projetos analisados apresentam um potencial de transferibilidade elevado, j que

    representam prticas e prestam servios que visam preencher lacunas e carncias na sociedade

    portuguesa. As mais-valias produzidas, assim como as dinmicas e os processos necessrios sua

    implementao, podem ter replicao noutras regies ou contextos com relativa facilidade. H, no

    entanto, que ter em conta as especificidades de cada local ou regio, ou mesmo das pessoas

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    III. Quadros-resumo

    Nome e cdigo do

    projeto + PO

    Designao e descrio Tipologia Organizao mbito

    geogrfico

    Bero de Emprego

    (001098/2011/122)

    PO: PROEMPREGO (FSE)

    Programa Bero de Emprego consiste na possibilidade de substituir as trabalhadoras

    que se ausentam do servio por motivo de gozo da licena de maternidade, por

    desempregadas beneficirias de subsdio de desemprego, durante o perodo da licena

    acrescido de dois meses, sem custos para a entidade empregadora.

    Conciliao

    trabalho/

    famlia

    Fundo Regional

    do Emprego

    (FRE)

    Regional (Regio

    Autnoma dos

    Aores)

    Hospital de Cuidados

    Continuados de lhavo

    (CENTRO-09-0141-

    FEDER-010044)

    PO: POR Centro (FEDER)

    O Hospital de Cuidados Continuados de lhavo consistiu na remodelao do antigo

    edifcio do Hospital de lhavo para instalao de uma Unidade de Cuidados Continuados

    para 55 utentes. Visava alargar o mbito da atividade da Santa Casa da Misericrdia e

    criar maior capacidade de resposta s carncias na prestao de cuidados continuados

    identificadas nos concelhos de lhavo e limtrofes.

    Conciliao

    trabalho/

    famlia

    Santa Casa da

    Misericrdia de

    lhavo

    Regional

    (Concelho de

    lhavo e

    limtrofes)

    Inovar em Igualdade

    (011576/2008/72)

    PO: POPH (FSE)

    O projeto Inovar com Igualdade tem como principal objetivo ajudar as empresas

    aderentes a implementar modelos de organizao e prticas respeitadoras dos critrios

    da Igualdade de Gnero e da Igualdade de Oportunidades, consistindo 1) Na elaborao

    de um diagnstico das situaes relacionadas com a IG nas empresas aderentes, pela

    deteo de problemas existentes nestas reas; 2) Na definio de solues, traando

    um plano de ao por empresa; 3) No apoio implementao de aes corretivas e

    preventivas.

    Planos para

    a Igualdade

    Associao

    Comercial e

    Industrial de

    Barcelos (ACIB)

    Regional

    (Concelhos de

    Barcelos e

    Esposende)

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    Nome e cdigo do

    projeto + PO

    Designao e descrio Tipologia Organizao mbito

    geogrfico

    Plano Municipal de

    Igualdade - Projeto Zero

    (012160/2009/972) +

    Implementao dos Planos

    do Municpio e do

    Concelho para a Igualdade

    de Gnero(057645/2011/972)

    PO: POPH (FSE)

    Os dois projetos foram os pilares para a concretizao do plano para a igualdade do

    Municpio de Oeiras.

    O Projeto Zero procurou dar resposta s necessidades sentidas no diagnstico e

    implementao de medidas de IG na CM de Oeiras. Integrou uma componente de

    diagnstico interno e interveno formativa com quadros dirigentes. No plano do

    diagnstico, foi feito um levantamento de prticas internas. Paralelamente, desenvolveu

    uma interveno formativa com base na expresso artstica.A Implementao dos Planos do Municpio e do Concelho para a IG realizou um

    diagnstico externo e desenhou Plano Municipal de Igualdade de Oeiras, integrando uma

    componente interna (autarquia) e outra externa de interveno (concelho). Foi

    concebido para dar seguimento s necessidades no colmatadas no primeiro projeto.

    Planos

    para a

    Igualdade

    Cmara

    Municipal de

    Oeiras

    Regional

    (Concelho de

    Oeiras)

    Vigilncia Eletrnica de

    Agressores

    (015446/2008/77);

    Programa para Agressores

    de Violncia Domstica

    (015440/2008/77)

    PO: POPH (FSE)

    VEA - Programa de fiscalizao da proibio de contactos entre agressor e vtima de

    violncia domstica.

    PAVD - Programa que pretende promover, nos agressores conjugais, a conscincia e

    assuno da responsabilidade pelo seu comportamento violento, bem como a

    aprendizagem de estratgias alternativas ao mesmo, com vista diminuio da

    reincidncia.

    Violncia

    de Gnero

    Direo-Geral

    de Reinsero

    e Servios

    Prisionais

    (DGRSP)

    Nacional (com

    Projetos-piloto

    nas regies

    Norte e Centro)

    Opo Ave.pt

    (058409/2011/73)

    PO: POPH (FSE)

    O Projeto Opo Ave.pt visa incutir uma nova cidadania, fundada num olhar mais atento,

    sensvel e interventivo relativamente s problemticas inerentes Cidadania e Igualdade

    de Gnero, Violncia Domstica e ao Trfico de Seres Humanos. Objetivos:

    - Promover a transversalizao da dimenso de gnero, conjugar esta estratgia com

    aes especficas, incluindo aes positivas, destinadas a ultrapassar as desigualdades

    que afetam as mulheres em particular;

    - Combater os esteretipos de gnero no mbito da defesa dos direitos humanos;

    - Informar, sensibilizar, educar e formar profissionais no domnio da Violncia Domstica;

    - Refletir sobre as realidades que caracterizam o trfico de seres humanos,

    nomeadamente para fins de explorao sexual e laboral.

    Violncia

    de Gnero

    Centro Social

    de Parquia

    de Polvoreira

    Regional

    (Concelhos de

    Guimares e

    Vizela)

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    Nome e cdigo do

    projeto + PO

    Designao e descrio Tipologia Organizao mbito

    geogrfico

    Agir + - Programa

    integrado de apoio ao

    empreendedorismo

    feminino

    (058379/2011/973)PO: POPH (FSE)

    O projeto AGIR + - Programa integrado de apoio ao empreendedorismo feminino -

    visa contribuir para o empoderamento socioeconmico das mulheres portuguesas,

    promovendo o potencial empreendedor feminino. Procurou fornecer os meios e as

    bases necessrias concretizao de novos negcios e empresas, reforando as

    competncias das empresrias ao nvel da gesto e liderana das suas empresas efavorecendo o acesso aos postos de tomada de deciso.

    Empreendedo-

    rismo Feminino

    Associao

    Portuguesa de

    Mulheres

    Empresrias

    Nacional (mas

    projeto incidiu na

    Regio de Lisboa)

    GAPI 2.0Gabinetes de

    Valorizao do

    conhecimento

    (FCOMP-05-0128-

    FEDER-005214)

    PO: COMPETE (FEDER)

    Atribuio de prmios a conceitos de negcio elaborados por mulheres, na lgica do

    empreendedorismo feminino, no mbito do Concurso de Ideias Arrisca C.

    A prtica em anlise enquadra-se no projeto GAPI 2.0, o qual decorreu entre abril

    de 2009 e dezembro de 2011, com o apoio do Programa Operacional Fatores de

    CompetitividadeCOMPETE, atravs do Sistema de Incentivos de Aes Coletivas

    (SIAC).

    O projeto teve como misso promover a valorizao do conhecimento gerado por

    empresas, empreendedores e instituies do ensino superior e do sistema

    cientfico, atravs do fomento do empreendedorismo de base tecnolgica e da

    promoo e apoio na utilizao do Sistema de Propriedade Industrial junto dos

    referidos agentes econmicos.

    Empreendedo-

    rismo Feminino

    Instituto Pedro

    Nunes (IPN)

    Nacional (mas a

    prtica estudada

    foi na Regio

    Centro)

  • 8/12/2019 8c_IGFSE_Igualdade de Gnero dos FE_ Estudos de caso_2013

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

    14

    Projeto Solues testadas e implementadas Principais vantagens/

    Valor acrescentado

    Sustentabilidade

    das atividades

    Potencial de

    transferibilidade

    Bero de

    Emprego

    - Candidatura das entidades empregadoras ao

    programa, com indicao dos perfis de competncias

    requeridos para as trabalhadoras substitutas.

    - Pr-Seleo pela Agncia para a Qualificao e

    Emprego (AQE) das trabalhadoras beneficirias de

    prestaes de desemprego com perfis de

    competncias adequados s funes.

    - Apresentao s entidades empregadoras de

    trabalhadoras com perfil pretendido, cabendo-lhe a

    seleo final da candidata.

    - Colocao das trabalhadoras substitutas nos postos

    de trabalho ocupados pelas trabalhadoras em

    situao de licena por maternidade durante o

    perodo de licena acrescido de 2 meses.

    - Prtica de implementao simples, pouco

    burocrtica e clere, nomeadamente o

    processo de candidatura ao programa por parte

    das entidades empregadoras.

    - A adequao do perfil de competncia das

    trabalhadoras substitutas s funes

    desempenhadas , em geral, avaliado

    positivamente.

    - Relevncia da participao das entidades

    empregadoras na seleo das trabalhadoras

    substitutas.

    As perspetivas para

    futuro so de

    continuidade,

    atendendo aos seus

    resultados positivos. O

    facto de o programa

    preexistir ao

    financiamento do Pro-

    Emprego revelador do

    potencial de

    sustentabilidade da

    prtica.

    transfervel para todo

    o tipo de entidades

    empregadoras. Com

    procedimentos claros

    pode facilmente ser

    replicada mediante o

    envolvimento dos

    organismos

    competentes.

    Hospital

    de

    Cuidados

    Continua-

    dos de

    lhavo

    - Unidade de Cuidados Continuados com 55 camas;

    acolhimento de mdia durao com 26 camas e de

    longa durao com 29 camas.

    - Servios de imagiologia, com radiologia, ecografia e

    mamografia.

    - Servios de medicina fsica e de reabilitao (dando

    resposta a utentes internos/as e externos/as da

    UCC).

    Reforo de um servio de proximidade de

    grande importncia para a populao no

    domnio dos cuidados a pessoas dependentes.

    Taxa de ocupao de 100% desde a sua

    inaugurao atesta o valor acrescentado do

    investimento. O carcter integrado do

    equipamento o seu grande fator

    diferenciador, a par da capacidade de resposta

    da UCC propriamente dita (55 camas) que

    superior de equipamentos semelhantes. A

    Santa Casa de lhavo reforou assim a sua ao,

    dando hoje resposta a mais de 500 pessoas de

    forma direta (300 crianas, nas creches e pr-

    escolar; 120 utentes no apoio domicilirio, 100

    utentes de RSI, 55 de UCC). Outra das mais-

    A sustentabilidade foi,

    desde logo, assegurada

    no estudo de viabilidade

    financeira que a

    entidade realizou

    previamente, sinalizando

    o montante mdio de 30

    camas (mdia e longa

    durao) como limiar de

    sustentabilidade.

    O potencial de

    transferibilidade

    elevado pelo carcter

    integrado do

    equipamento criado e

    pela sua estratgia de

    sustentabilidade. Prova

    isso o facto de se ter

    vindo a afirmar como

    equipamento modelo,

    acolhendo visitas e

    interesse de outras

    entidades no pas.

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPE TIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

    15

    valias inerentes ao servio a criao de postos

    de trabalho na regio que, em grande parte, se

    constituem em oportunidades de emprego

    para mulheres com perfis de baixa

    empregabilidade (mais de 45 anos, baixos

    nveis de escolaridade, sem formao

    profissional, e com pouca ou nenhuma

    experincia profissional). A contrapartida desta

    vantagem, porm, o reforo da segregaohorizontal das estruturas do mercado de

    trabalho, pois este j um setor de emprego

    extremamente feminizado.

    Projeto Solues testadas e implementadas Principais vantagens/

    Valor acrescentado

    Sustentabilidade

    das atividades

    Potencial de

    transferibilidade

    Inovar em

    Igualdade

    As medidas adotadas, propostas pelas empresas

    consultoras, foram negociadas com responsveis das

    empresas no projeto, podendo ser reajustadas ou

    alteradas:

    - Criao de plano de reunies mensal conciliadora

    com a vida pessoal e familiar;

    - Organizao de formas de trabalho que promovam

    a harmonizao da vida profissional e familiar;

    - Criao de plano de formao modelo, conciliador

    com a vida pessoal, familiar e profissional;

    - Informao tratada por sexo nos processos de

    Recrutamento e Seleo;

    - Criao e divulgao de base de dados de

    Relativamente s empresas, os aspetos mais

    positivos foram: as formas de organizao do

    trabalho e todo o envolvimento das pessoas, a

    criao de uma base de formao e o trabalho

    em parceria. De uma forma transversal, a

    principal mais-valia do projeto a

    sensibilizao e a consciencializao para a

    igualdade de gnero, nas empresas. A um nvel

    mais pragmtico, a criao da funo de

    provedoria da igualdade tambm apontada

    como uma virtude. Os/as provedores/as fazem

    a ponte entre os diversos setores de pessoal

    das empresas, possibilitando um maior

    A ACIB mantem contacto

    com as pessoas

    destacadas para a

    funo provedora da

    igualdade de cada

    empresa no sentido de

    dar continuidade ao

    plano, com atualizaes

    regulares das prticas de

    sensibilizao. Receia-se,

    contudo, que a sua

    sobrevivncia esteja em

    risco sem o estmulo do

    Apresenta um elevado

    potencial de

    transferibilidade, e

    encarada como um

    tipo de sensibilizao

    que deve ser

    implementado.

    Contudo, necessrio

    adequar ao pblico-

    alvo a linguagem, a

    forma de abordagem e

    o tratamento a dar.

    tambm crucial o

  • 8/12/2019 8c_IGFSE_Igualdade de Gnero dos FE_ Estudos de caso_2013

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

    16

    informao sobre creches, infantrios, lares de

    idosos a quem colabora na empresa;

    - Criao de bases de dados com todo o tipo de

    servios de proximidade de ndole domstica

    (arranjos de calado, lavandaria, engomadoria, entre

    outros);

    - Designao/nomeao de uma pessoa interna da

    empresa que desempenha a funo de provedoria

    da Igualdade de Gnero e de Oportunidades emantenha o contato com pessoal interno e com

    entidades externas;

    - Organizao de passeio, excurso ou visita

    pedaggica para os filhos e filhas de pessoal ao

    servio;

    - Desenvolvimento de sesses informativas sobre a

    situao da empresa a quem nela trabalha e que,

    por diversos motivos, se possa ter ausentado;

    - Integrao em aes de formao de mdulos

    relacionados com a temtica da igualdade entre

    mulheres e homens;

    - Organizao de toda a informao interna da

    empresa de modo a que os dados sejam

    desagregados por sexo e que no faam nenhum

    tipo de discriminao por sexo;- Criao de protocolos com servios de apoio para

    filhos e filhas de trabalhadores e trabalhadoras

    (creches, ludotecas, outras atividades).

    envolvimento nos processos de tomada de

    deciso e diagnsticos de necessidades. Para

    alm disso, potenciam a continuidade do plano

    nas empresas, garantindo o cumprimento dos

    protocolos e organizando aes de formao

    com alguma regularidade. Em suma, as

    principais virtudes deste projeto passam por

    uma sensibilizao estruturada e sustentada,

    atravs da formao e pelo envolvimentoefetivo de trabalhadoras e trabalhadores.

    financiamento externo,

    seja comunitrio ou do

    Estado, no pelo facto

    de as atividades serem

    exigentes em recursos,

    mas pelo facto de estas

    problemticas no

    serem uma prioridade

    para as empresas.

    envolvimento de todos

    os membros das

    empresas.

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPE TIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    Projeto Solues testadas e implementadas Principais vantagens/

    Valor acrescentado

    Sustentabilidade

    das atividades

    Potencial de

    transferibilidade

    Plano

    Municipal

    de

    Igualdade

    - Projeto

    Zero

    + Imple-

    mentao

    dos

    Planos do

    Municpio

    e do

    Concelho

    para a

    Igualdade

    de Gnero

    De forma a apurar medidas adaptadas ao contexto

    interno e externo, procedeu-se recolha de informao

    junto da populao-alvo, sob a forma de aplicao de

    inquritos por questionrio. Tambm se procedeu

    anlise dos dados extrados do Balano Social 2009 e ao

    levantamento e anlise das prticas internas promotoras

    de igualdade e facilitadoras da conciliao entre a vida

    pessoal, familiar e profissional. No plano externo, foi

    aplicado um inqurito por questionrio a 147 entidades.

    A estratgia de interveno foi sustentada em vrios

    eixos/domnios, tais como: educao e emprego;

    conciliao entre a vida pessoal/ familiar e profissional;

    sade e ambiente; justia e violncia de

    gnero/domstica; participao cvica; cultura e desporto;

    organizaes da sociedade civil. Ao nvel do sistema de

    funcionamento organizacional do municpio, foram

    priorizadas medidas como o fomento dos servios de

    apoio famlia dirigidos a dependentes, o incentivo

    maior participao do pai na vida familiar, a incluso da

    dimenso da IG na linguagem escrita e na comunicao

    audiovisual, a incorporao da IG nos instrumentos

    estratgicos e desenvolvimento de formao na rea da

    igualdade de gnero. Ao nvel da educao, procurou-se

    reforar a ao de Gabinetes de Insero Profissional,

    bem como proceder a uma caracterizao das pessoas

    desempregadas no Concelho. No domnio da sade e

    ambiente foram promovidas aes para jovens sobre

    A grande mais-valia deste plano a

    conjugao das componentes interna e

    externa. O municpio reconhece o papel

    que pode desempenhar na promoo da

    IG, definindo tanto uma orientao

    estratgica para a rea como um plano de

    ao que se sustenta nas sinergias locais e

    no trabalho em rede. Alm do trabalho de

    sensibilizao e de consciencializao da

    comunidade para a importncia do

    combate s desigualdades de gnero e

    aos efeitos perversos que suscitam, a

    autarquia, enquanto organizao e

    sistema social de trabalho, procurou

    desenvolver um referencial interno de

    atuao, dando o exemplo para o exterior.

    A maior vantagem, pelo menos para a

    organizao, foi ter colocado o tema na

    agenda, sobretudo no que diz respeito a

    introduo dos princpios da IG na poltica

    do municpio, e ter criado rotinas que

    permitam uma ateno constante para

    estas questes. De assinalar tambm a

    conceo de relaes de gnero

    subjacente que leva ao direcionamento

    das aes para ambos os sexos, e, em

    alguns casos, discriminando positivamente

    Tem um potencial

    intrnseco de

    sustentabilidade, pois

    tem uma componente

    de avaliao para

    atualizaes. O

    reconhecimento social e

    a mobilizao de

    entidades locais criam

    condies para isso.

    Apostou-se em aes de

    baixo custo que

    dependem mais do

    trabalho dos recursos

    humanos do que de um

    acrescento no

    oramento da

    organizao. As

    responsveis pelo plano

    no deixam de frisar a

    ambio de se ir

    atualizando o plano e de

    incluir as medidas que

    sejam necessrias.

    A estratgia seguida e

    a planificao

    elaborada tm

    potencial de

    transferibilidade. A

    demonstr-lo esto os

    prmios recebidos,

    mas, sobretudo, o

    facto de haver procura

    de outras entidades

    para conhecer o

    trabalho realizado e

    para perceber como

    podem percorrer um

    caminho semelhante.

    As ideias-chave

    subjacentes ao plano

    podem ser replicadas

    em qualquer contexto.

  • 8/12/2019 8c_IGFSE_Igualdade de Gnero dos FE_ Estudos de caso_2013

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

    18

    sade sexual e reprodutiva e aes para pessoal tcnico

    de sade sobre cuidados a prestar em situaes de

    violncia de gnero e domstica. Na questo da violncia

    domstica, foi trabalhada a criao de uma rede de

    acompanhamento de casos de violncia, integrada na

    Rede Social de Oeiras. Na rea da participao cvica, a

    interveno passou pela incluso da dimenso de gnero

    no Banco Local de Voluntariado de Oeiras,

    nomeadamente pela promoo da participao doshomens nesta estrutura.

    Na cultura e desporto, foi proposta a criao de um

    sistema de indicadores de gnero relativo aos projetos e

    aes desenvolvidas pelo Municpio. Por fim, foram

    pensadas medidas que favorecessem a promoo da

    implementao de planos para a igualdade de gnero nas

    organizaes sociais e nas empresas municipais e

    comparticipadas, a formao de agentes na rea da IG, a

    disseminao de boas prticas empresariais neste

    domnio.

    o sexo em minoria. O plano tambm veio

    criar sinergias com entidades parceiras e

    reforar o trabalho da Rede Social de

    Oeiras. O envolvimento dos diferentes

    agentes sociais internos e externos

    tambm veio contribuir para que este seja

    um plano participativo.

    O trabalho positivo desenvolvido produz

    os seus efeitos e ganha reconhecimentopor organismos externos, tendo o

    Municpio de Oeiras sido distinguido com

    uma Meno Honrosa no Prmio

    Municipal Viver em Igualdade, binio

    2012-2013, atribudo pela CIG e com ttulo

    "Autarquia +Familiarmente Responsvel

    2012", atribudo pelo Observatrio das

    Autarquias Familiarmente Responsveis.

    Projeto Solues testadas e implementadas Principais vantagens/

    Valor acrescentado

    Sustentabilidad

    e das atividades

    Potencial de

    transferibilidade

    VigilnciaEletrnica

    de

    Agresso-

    res;

    Programa

    para

    Agresso-

    res de

    O programa experimental de Vigilncia Eletrnica paraAgressores de Violncia Domstica engloba sete atividades:

    - experincia-piloto de controlo penal de agressores, que

    contemplou a aquisio de servios de vigilncia eletrnica;

    - implementao do Programa de Vigilncia Eletrnica para

    Agressores, passando pela aplicao de dispositivos eletrnicos

    de controlo distncia de medidas de afastamento de

    agressores a vtimas, num total de 64 agressores;

    - aes de sensibilizao e divulgao destinadas a

    A interveno com agressoras/es deviolncia domstica visa promover no

    apenas a proteo imediata da vtima ou a

    punio de quem agride, mas promover

    uma alterao nos padres de

    comportamento das pessoas envolvidas,

    reduzindo o seu mpeto violento. Assim,

    esta interveno vocacionada para ganhos

    a longo prazo, embora sem descurar a ao

    A vigilnciaeletrnica provou

    ser uma tecnologia

    que garante maior

    sustentabilidade

    que outras medidas

    (nomeadamente a

    priso preventiva).

    provvel que se

    O potencial detransferibilidade dos

    dois projetos era

    intrnseco, na medida

    em que foram

    desenvolvidos

    enquanto

    intervenes piloto.

    O facto de j estar

  • 8/12/2019 8c_IGFSE_Igualdade de Gnero dos FE_ Estudos de caso_2013

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPE TIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    Violncia

    Domstica

    (PAVD)

    magistrados/as, agentes do sistema segurana interna, servios

    prisionais e sociedade civil;

    - produo e divulgao de materiais informativos, como

    folhetos de divulgao do programa e da temtica dirigidos a

    operadores judicirios e entidades pblicas e privadas

    envolvidos na experincia piloto;

    - conceo, desenvolvimento, acompanhamento e avaliao de

    projetos, com vista possibilidade de alargamento da

    experincia-piloto ao resto do pas;- aes de sensibilizao e divulgao para pessoal tcnico

    A estruturao do PAVD previu:

    - criao de instrumentos para assessoria aos tribunais e

    avaliao de risco;

    - conceo de orientaes dirigidas interveno

    individualizada;

    - formao tcnica especializada;

    - conceo de um caderno psicoeducacional dirigido para a

    interveno grupal;

    - estabelecimento de uma estrutura de rede interinstitucional

    de servios que intervm no mbito da violncia domstica ou

    outras problemticas associadas;

    - monitorizao interna do desenvolvimento do programa no

    terreno;

    - avaliao do impacto do programa a executar por umaentidade externa;

    - cooperao de universidades na conceo do programa, na

    avaliao do seu impacto e na formao e qualificao dos

    profissionais da DGRS envolvidos na sua aplicao.

    imediata necessria para proteger a vtima.

    O PAVD, sendo uma interveno

    fortemente estruturada e direcionada,

    apresenta-se talvez como a melhor forma

    de atingir este objetivo. Porm, a Vigilncia

    Eletrnica dos Agressores, cujo objetivo

    imediato proteger a vtima e fazer cumprir

    a deciso judicial de proibio de contactos,

    acaba tambm por dar um contributo nestesentido. Isto porque, durante o perodo em

    que a/o arguida/o est a ser

    monitorizada/o, abre-se uma possibilidade

    de autorreflexo e de consciencializao,

    numa fase em que a pessoa tem de

    reorganizar a sua vida, afastada/o da/o

    companheira/o. Alm disso, a prpria carga

    simblica e psicolgica derivada do uso da

    pulseira e de saber que est a ser vigiado/a,

    acabam por ter um efeito no s inibidor,

    mas tambm pedaggico.

    mantenha mesmo

    sem o apoio dos

    fundos estruturais.

    O projeto inicial

    teve continuidade,

    com a extenso da

    medida de VE s

    restantes regies

    de PortugalContinental. O

    mesmo se pode

    referir

    relativamente ao

    PAVD, uma vez que

    se encontra em

    curso o PAVD Mais.

    projetada a sua

    difuso a outras

    regies de Portugal

    Continental

    demonstra o elevado

    potencial de

    transferibilidade que

    cada um dos projetos

    em anlise detinha.

  • 8/12/2019 8c_IGFSE_Igualdade de Gnero dos FE_ Estudos de caso_2013

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

    20

    Projeto Solues testadas e implementadas Principais vantagens/

    Valor acrescentado

    Sustentabilidade das

    atividades

    Potencial de

    transferibilidade

    Opo

    Ave.pt

    - Interveno/Sensibilizao para a

    igualdade de gnero pela arte, atravs da

    produo de artefactos e a realizao de

    exposies e concursos que premeiam a

    criatividade;

    - Criao de produtos pedaggicos

    multimdia adaptados a diferentes

    pblicos-alvo, atravs da mobilizao de

    recursos locais e da participao dos

    destinatrios no processo criativo;

    - Sensibilizao baseada na informao

    sobre como reconhecer uma situao de

    violncia e de discriminao e como agir,

    dando a conhecer direitos institudos e

    recursos disponveis;

    - Sensibilizao de jovens que frequentam

    as vrias escolas envolvidas no projeto e de

    utentes e pessoal ao servio nos vrios

    equipamentos sociais tutelados pelo Centro

    Social de Parquia de Polvoreira.

    Ancoragem expresso local dos problemas sociais

    abrangidos e a diversidade e dimenso dos pblicos-

    alvo so mais-valias claras do projeto, que

    amplificam outros contributos passveis de serem

    identificados:

    - Reforo da capacitao da organizao em

    competncias prticas promotoras da igualdade

    entre mulheres e homens, atravs da sensibilizao

    das pessoas que nela trabalham;

    - Aumento da motivao para dar continu idade a

    projetos de interveno em prol da igualdade de

    gnero;

    - Extenso s temticas da violncia dos servios de

    atendimento individualizado existente;

    - Credibilizao e enriquecimento da imagem da

    instituio na comunidade local;

    - Dinamizao das parcerias entre instituies locais;

    - Flexibilizao da tipificao sexual dos postos de

    trabalho, atravs da polivalncia de mulheres e

    homens a trabalhar na instituio.

    - Iniciao de entidades parceiras em temticas

    associadas igualdade de gnero resultou na

    capacitao de vrios dos seus atores em algumas

    vertentes da igualdade de gnero e violncia;

    - Reforo das competncias sociais e interpessoais

    da populao envolvida proativamente nas

    atividades de conceo e exposio de artefactos de

    sensibilizao para as diversas problemticas

    (pessoal docente e no-docente, jovens e idosos).

    A matriz de compromisso

    entre as vrias instituies

    parceiras potencia a

    continuidade das

    atividades,

    nomeadamente, atravs

    da participao do pessoal

    tcnico envolvido no

    projeto. Alm disso, a

    entidade promotora gere

    vrias respostas sociais,

    atravs de cujos recursos

    poder dar continuidade a

    vrias atividades de

    sensibilizao e de

    interveno (Gabinete de

    Apoio Psicoeducativo,

    creche, centro de dia, ATL,

    escolas apoiadas pela

    Junta de Freguesia). As

    parcerias estabelecidas

    com o setor empresarial e

    institucional (escuteiros,

    escolas, etc.) podero ser

    fonte de mobilizao de

    recursos materiais e

    outros.

    Kit de recursos tcnico-

    pedaggicos (com Blitz

    A ideia subjacente

    exposio dos Sapatos

    para a Igualdade

    (enquanto processo

    participativo de

    produo artstica)

    transfervel para

    qualquer temtica e

    suporte artstico, j que

    alarga a base de

    comunicao e aumenta

    a recetividade das

    temticas.

    Os recursos tcnico-

    pedaggicos produzidos

    constituem um suporte

    indispensvel

    replicao da

    interveno em outros

    contextos e com outros

    parceiros. Garantido o

    alargamento de algumas

    atividades a, pelo

    menos, outras turmas

    nas escolas envolvidas,

    recorrendo incluso

    destas atividades no

    plano curricular de

    algumas disciplinas, dada

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPE TIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

    21

    - Capacitao individual de colaboradoras e

    colaboradores da entidade promotora em termos de

    literacia de direitos e deveres no campo da

    igualdade de gnero.

    Vantagens associada iniciativa:

    - a interveno pela produo participativa de arte

    proporciona formas criativas de produo de

    conhecimento que ajudam a ultrapassar limitaes

    de expresso verbal e abrem o processo deinterveno a mltiplos nveis e formas de

    comunicao;

    - o recurso a metodologias ativas, que passam pela

    participao na elaborao de produtos, por parte

    dos destinatrios e na sua integrao em dinmicas;

    - o envolvimento do tecido econmico local,

    designadamente o comrcio tradicional;

    - a articulao das atividades com o patrimnio

    imaterial local.

    - diversificao dos contextos de interveno e das

    parcerias: escolas, espaos de diverso noturna,

    comrcio, entre outros.

    Movie; documentrio;

    curta-metragem; notcias;

    registos de dinmicas) vai

    ser entregue s escolas

    dos dois concelhos de

    interveno, criando assim

    condies para a

    continuidade de algumas

    das atividades desensibilizao iniciadas.

    a tendncia para isolar

    as escolas da

    comunidade, limitando

    ao mximo a

    interveno comunitria

    no espao escolar. Os

    cursos de natureza mais

    prtica so os que

    presentementeoferecem maior abertura

    e flexibilidade curricular.

    O merchandising

    produzido no mbito do

    projeto (pin Diga no

    violncia no namoro, t-

    shirts com vrias frases,

    mscaras da

    igualdade) continuar a

    difundir as mensagens

    do projeto.

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    Projeto Solues testadas

    e implementadas

    Principais vantagens/

    Valor acrescentado

    Sustentabilidade das

    atividades

    Potencial de

    transferibilidade

    Agir + REDEfemIntegrao aos nveis

    local/regional/nacional e internacional em

    redes temticas que alarguem as sinergias e

    complementaridades.

    GAT - Gabinete de Apoio Tcnico -

    consultoria casustica, personalizada e face-

    a-face, local e especializada s Empresrias

    e Empreendedoras que permita a resoluo

    de problemas da gesto dos negcios.

    Funciona numa base itinerante, em locais

    cedidos gratuitamente por parceiros da

    APME.

    Assess@ria, integrada nos PRE - Portais

    Regionais do Empreendedorismo. A

    assessoria on-line um interface de

    resoluo de problemas das destinatrias

    finais que necessitam de uma resposta

    clere. Funciona em complementaridade

    com o GAT, apenas para questes e dvidas

    muito concretas.

    ELA - Empreendedoras e Lderes em Aco

    demonstrao e visibilidade de boas

    prticas e do role model que as mulheres

    empresrias e empreendedoras podem

    desempenhar.

    Seminrios Temticos, para divulgao de

    ferramentas de apoio ao

    empreendedorismo no feminino, sistemas

    de incentivos, debate de ideias, numa base

    A REDEfem constitui a ao claramente mais

    inovadora do projeto. uma ideia simples mas

    ainda ningum tinha pensado nela, produziu

    um efeito de descoberta do ovo de Colombo

    nas associaes parceiras. Presta um servio

    importante s empresrias porque permite-

    lhes divulgar as suas empresas nas lnguas que

    quiserem, cabendo a cada associao traduzir

    para a sua lngua local. Tem a vantagem de

    tambm reforar as associaes, porque

    contribui para fidelizar as suas associadas (as

    no-associadas no esto contempladas, para

    criar ncora ao movimento associativo). Cada

    associao compromete-se a vender a ideia,

    mas s tem vantagem nisso. A APME valida as

    associaes. Estas no tm de estar filiadas em

    nenhuma rede internacional, s tm de ser

    associaes de mulheres.

    Para a entidade promotora (APME) o projeto

    permitiu profissionalizar algumas reas

    adicionais dentro da associao e fazer uma

    abordagem mais integrada da gesto dos

    apoios ao empreendedorismo e a projetos com

    viabilidade.

    A REDEfem, em particular, uma ao com um

    elevado potencial de suporte ao

    empreendedorismo feminino, ao favorecer o

    surgimento de redes, parcerias e negcios

    entre as empresas associadas das vrias

    As perspetivas para a

    maioria das aes do

    projeto so de

    continuidade, atendendo

    aos seus resultados

    positivos. Contudo,

    algumas aes no podem

    continuar sem apoio na

    cobertura de custos. A

    REDEfem, o GAT e a

    Assessoria e os seminrios

    continuaro a ser

    realizados. Os encontros

    inter-regionais

    provavelmente tambm,

    ainda que com

    adaptaes. J a Exportar

    + e a ELA dependem de

    financiamento. Quanto

    escola de

    empreendedorismo,

    tambm precisa de algum

    financiamento, mas

    requer sobretudo

    condies de estabilidade

    no sistema educativo.

    Praticamente todas as

    iniciativas tm potencial de

    transferibilidade, na medida

    em que podem ser replicadas

    noutros contextos. A

    REDEfem tambm

    transfervel, contudo, far

    mais sentido que a

    transferibilidade seja mais

    equacionada no sentido de

    passar a abranger mais

    regies do planeta e,

    necessariamente, mais

    microredes de empresrias

    que se interligam e passam a

    cooperar.

    As atividades concretizadas

    neste programa integrado de

    promoo do

    empreendedorismo feminino

    tm um elevado potencial de

    suporte ao desenvolvimento

    da independncia econmica

    das mulheres e de um perfil

    empresarial, ao favorecer o

    surgimento de redes,

    parcerias e negcios entre as

    empresas associadas das

    vrias associaes parceiras, a

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPE TIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS ,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    regional.

    Exportar + - Apoiar a capacidade

    exportadora de empresas geridas e

    lideradas por mulheres. Pretende-se a

    realizao de misses comerciais

    multissectoriais ao exterior.

    Encontros Inter-regionais. Trata-se de

    replicar, ao nvel interno, os mesmos

    objetivos de partilha e troca deexperincias, de aproximao a mercados

    locais diferenciados e constituio de

    parcerias comerciais numa lgica de

    complementaridade por parte de empresas

    geridas e lideradas por mulheres.

    associaes parceiras, a uma escala nacional e

    internacional. Apresenta a vantagem de

    contribuir para a consolidao das prprias

    associaes, ao promover a fidelizao das

    associadas. Por outro lado, uma ao

    sustentvel, uma vez que a sua dinamizao e

    expanso assenta nos recursos j existentes nas

    associaes.

    uma escala nacional e

    internacional.

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    Projeto Solues testadas e implementadas Principais vantagens/

    Valor acrescentado

    Sustentabilidade

    das atividades

    Potencial de

    transferibilidade

    GAPI 2.0

    Gabinetes

    de

    Valoriza-

    o do

    conheci-

    mento

    - Divulgao do concurso atravs de abordagem direta

    junto de estudantes do ensino superior, apresentando

    ideias de negcio protagonizadas por mulheres.

    - Promoo do concurso em cursos em reas pouco

    associadas ao empreendedorismo de base cientfica e

    tecnolgica (por exemplo, cincias sociais e humanas),

    e em geral mais feminizadas.

    - Atribuio de prmios a ideias de carter inovador,

    propostas por mulheres, que possam dar origem a um

    plano de negcio ou a uma nova empresa. Aplicao

    do incentivo financeiro no desenvolvimento da ideia.

    - Prmio Igualdade, atribudo pela Secretaria de

    Estado da Igualdade e pelo Ministrio da Cincia,

    Tecnologia e Ensino Superior, no valor de 8 000 .

    - Prmio ACIC, no valor de 4 000 (80h em

    consultoria), para a elaborao do plano de negcios.

    - Promoo da criao de equipas multidisciplinares

    para a conceo de ideias de negcio, o que propicia a

    atenuao do diferencial de gnero uma vez que os

    vrios cursos tm composies diferentes. Por

    exemplo, uma das equipas vencedoras constituda

    por trs raparigas e dois rapazes, de reas diversas,

    transversal a toda a UC (engenharia, jornalismo,

    economia e antropologia).

    - Atenuao do diferencial entre

    mulheres e homens ao nvel da

    criao de ideias de negcio;

    - Reconhecimento da existncia de

    um enorme potencial feminino ainda

    por explorar;

    - A perceo de que h alunas com

    boas ideias e potencial para criar a

    sua prpria empresa sai reforada

    com estratgias proativas de

    motivao destas pessoas. Passou a

    haver maior conscincia de que

    quanto maior o incentivo a esta

    iniciativa, mais e melhores empresas

    so criadas;

    - Aposta no empreendedorismo

    feminino aumenta o potencial de

    criao de empreendimentos, o que

    fundamental para quem trabalha

    nestas reas;

    - Diversidade das equipas torna-as

    mais aptas para responder a

    desafios.

    O prmio dedicado a

    ideias de negcio

    promovidas por

    mulheres sobreviveu

    ao final do projeto. O

    concurso mobiliza

    recursos financeiros

    que podem ser

    mobilizados atravs de

    patrocnios de

    natureza diversa. O

    facto de a iniciativa

    perdurar ilustrativa

    da sua

    sustentabilidade.

    facilmente transfervel, no s

    para instituies vocacionadas

    para o desenvolvimento em

    cincia e tecnologia, mas para

    outros agentes empenhados no

    incentivo ao

    empreendedorismo feminino,

    como autarquias ou outro tipo

    de associaes.

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    IV. Sinopses dos estudos de caso

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    1.BERO DE EMPREGO

    Programa: PRO-EMPREGO - Programa Operacional FSE da RA dos Aores

    Eixo: 1 Qualificao do Capital Humano, do Emprego e da Iniciativa para a Competitividade

    Regional

    Ao-tipo 1.2.2.2Job Rotationpara apoio maternidade

    Designao da prtica: Programa Bero de Emprego

    Identificao da Entidade: Fundo Regional do Emprego (FRE)

    1. Sinopse inicial: Breve apresentao da organizao

    - Natureza jurdica: Entidade Pblica Local

    - Ramo de atividade: Administrao Pblica

    - mbito geogrfico de atuao: Regional

    - Misso, objetivos e valores organizacionais

    A Direo Regional do Trabalho, Qualificao Profissional e Defesa do Consumidor (DRTQPDC) o

    servio da SRTSS que tem por misso propor, executar e avaliar as polticas em matria de

    empregabilidade, formao e qualificao profissional, trabalho e defesa do consumidor.

    Integrado nesta Direo em 2011, o Fundo Regional do Emprego um organismo beneficirio do

    Programa, a quem cabe a candidatura ao Pro-Emprego e a gesto financeira do projeto.

    - Prticas existentes no domnio da igualdade de gnero

    Para alm do estabelecido nas regras da administrao pblica, no existem medidas formalizadas

    de promoo da igualdade de gnero e de conciliao da vida profissional, pessoal e familiar na

    DRTQPCD. De uma forma geral procura favorecer-se a igualdade entre homens e mulheres e

    conciliao daquelas esferas da vida, no se criando obstculos a esse nvel.

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    - Projetos anteriores no domnio da igualdade

    J havia experincia de medidas que contemplavam a discriminao positiva a favor de mulheres,

    nomeadamente em programas de apoio criao de postos de trabalho que previam majoraespara a contratao de mulheres.

    2. Identificao do projeto/da (s) prtica (s)

    - Designao e descrio

    Designao: Programa Bero de Emprego

    A medida consiste na possibilidade de substituir as trabalhadoras que se ausentam do servio por

    motivo de gozo da licena de maternidade, por desempregadas beneficirias de subsdio de

    desemprego, durante todo o perodo da licena acrescido de dois meses, sem custos para a

    entidade empregadora.

    - Objetivos

    - Aumentar taxas de participao e de atividade femininas atravs da reduo (temporria)

    da taxa de desemprego.

    - Atenuar os efeitos econmicos e funcionais sobre as empresas e organismos resultantes da

    licena de maternidade das suas trabalhadoras.

    - Promover condies de igualdade de gnero no acesso e na manuteno do emprego,

    atenuando os fatores que constituem uma desvantagem contratao de mulheres.

    - Potenciar melhores condies de (re)insero em meio laboral de mulheres.

    - Contribuir para a produtividade social.

    - Fomentar a aquisio de novas competncias por parte das trabalhadoras beneficirias.

    - Fomentar a natalidade.

    - Promover o mercado social de emprego.

    - Data da criao

    O Programa Bero de Emprego, regulamentado pelo Decreto Regulamentar Regional

    n8/2008/A, de 7 de Maio de 2008 vem substituir o anterior programa de apoio substituio

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    temporria de trabalhadoras beneficirias de subsdio de desemprego, regulado pelo Decreto

    Regulamentar Regional n2/99/A, de 4 de Fevereiro.

    - Destinatrias/os- Trabalhadoras em licena de maternidade.

    - Desempregadas beneficirias de prestaes de desemprego.

    - Entidades empregadoras:

    - Empresas regularmente constitudas;- Servios e organismos dependentes da administrao pblica regional;- Servios e organismos localizados na Regio Autnoma dos Aores dependentes da

    administrao pblica central;

    - Servios e organismos dependentes da administrao local;- Instituies particulares de solidariedade social ou equiparados;- Associaes e cooperativas sem fins lucrativos.

    - Parceiros envolvidos

    Fundo Regional do Emprego um organismo beneficirio do Programa, a quem cabe a

    candidatura ao Pro-Emprego e a gesto financeira do projeto. A responsabilidade da

    implementao e acompanhamento do programa partilhada com mais trs organismos

    pertencentes ou na dependncia da DRTQPDC: a Diviso de Programas para o Emprego (DPE), aAgncia para a Qualificao e Emprego (AQE) e a Inspeo Regional do Trabalho (IRT). Enquanto

    ao primeiro compete a implementao do programa e a gesto das candidaturas das entidades

    empregadoras, ao segundo cabe a colocao das trabalhadoras desempregadas e acompanhar o

    desenvolvimento das suas atividades, e ao terceiro cabe o acompanhamento do programa, quer

    informando as colocadas em matria de legislao laboral, quer fiscalizado a atividade. As

    entidades empregadoras so importantes atores externos envolvidos na implementao da

    prtica, sendo destinatrios e promotores da prtica.

    - Indicadores para monitorizao/avaliao

    Os indicadores fsicos, designadamente os de realizao e de resultados, esto contemplados no

    texto da deciso do PRO-EMPREGO, e so os seguintes:

    Indicadores de realizao do programa:

    - N. de trabalhadoras beneficirias;

    - N. de entidades empregadoras.

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    Indicadores de resultado do programa:

    - Nmero de trabalhadoras substitutas integradas no mercado de trabalho.

    3. Conceo e implementao da (s) prtica (s)

    A medida da substituio de trabalhadoras em situao de licena por maternidade por

    trabalhadoras beneficirias de prestaes de desemprego precedeu a existncia do Pro-Emprego,

    passando a ser autonomizada com o advento deste programa. A autonomizao de um programa

    destinado substituio de trabalhadoras em situao de licena por maternidade por

    trabalhadoras beneficirias de prestaes de desemprego surge na sequncia do Decreto

    Regulamentar Regional n. 2/99/A, de 4 de Fevereiro, que estabeleceu o regime de ocupao de

    trabalhadoras beneficirias de prestaes de desemprego. A vertente daquele diploma, relativa

    substituio de trabalhadoras em situao de licena por maternidade, acabou por se destacar,

    tendo ultrapassado todas as expectativas e tendo sido apontado vrias vezes a nvel comunitrio

    como exemplo europeu de boas prticas. Trata-se, pois de uma interveno j testada na Regio e

    com resultados positivos.

    A medida bero de emprego coerente com a ao do fundo regional de emprego e dos outros

    organismos implicados na implementao do programa, considerando que uma das atribuies doorganismo que os tutela a Direo Regional do Trabalho, Qualificao Profissional e Defesa do

    Consumidor exatamente trabalhar na concretizao das polticas de emprego, trabalho,

    formao e qualificao profissional, acompanhando a execuo das medidas delas decorrentes.

    - Ideia subjacente

    Trs ideias base:

    1. Potenciar melhores condies de (re)insero em meio laboral de mulheres, integrandotemporariamente no mercado de trabalho trabalhadoras beneficirias de prestaes de

    desemprego.

    2. Contrariar o estigma na contratao de mulheres.

    3. Minorar os efeitos negativos para as entidades empregadoras das ausncias por

    maternidade, enquanto fator limitador do acesso ao emprego.

    - Problema (s) a que d resposta

    1. Desemprego feminino e efeitos sociais negativos que esto associados.

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    2. Discriminao no acesso das mulheres ao emprego.

    3. Efeitos econmicos e funcionais sobre entidades empregadoras resultantes das ausncias

    por maternidade das trabalhadoras.

    A prtica assume um carter permanente e continuado, no visando resolver problemas pontuais

    ou conjunturais.

    - Solues testadas e implementadas

    1. Candidatura das entidades empregadoras ao programa, com indicao dos perfis de

    competncias requeridos para as trabalhadoras substitutas.

    2. Pr-Seleo pela Agncia para a Qualificao e Emprego (AQE) das trabalhadoras

    beneficirias de prestaes de desemprego com perfis de competncias adequados s

    funes a desempenhar.

    3. Apresentao s entidades empregadoras de trabalhadoras com perfil pretendido,

    cabendo-lhe a seleo final da candidata.

    4. Colocao das trabalhadoras substitutas nos postos de trabalho ocupados pelas

    trabalhadoras em situao de licena por maternidade durante o perodo de licenaacrescido de 2 meses.

    - Recursos envolvidos

    Despesa total aprovada: 142.071,56 (2009 e 2011).

    Cinco trabalhadores/as a tempo parcial distribudas pelos diversos organismos implicados na

    implementao do programa.

    - Dificuldades e obstculos sentidas na implementao

    - Ao nvel da gesto do programa por parte da entidade responsvel, sobressai a dificuldade

    em submeter a execuo em tempo til, que permitisse a sua validao a tempo de ser

    considerada nos relatrios anuais de execuo do Programa, atendendo a vrios

    constrangimentos. Isto conduziu a discrepncias entre os valores de execuo reais e os

    valores de execuo reportados, particularmente os financeiros.

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    ESTUDO DE AVALIAO DA INTEGRAO DA PERSPETIVA DO GNERO NOS FUNDOS ESTRUTURAIS,NO PERODO DE PROGRAMAO 2007-2013

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    - Dificuldades na gesto criteriosa da compatibilizao e ajustamento entre as competncias

    da trabalhadora em licena e o perfil de competncias da trabalhadora temporria. Em

    algumas situaes, residuais, no existem desempregadas inscritas com o perfil exigido

    em reas mais tcnicas ou cientficas mais difcil encontrar pessoas com o perfil

    requerido.

    - Algumas beneficirias apontam como desvantagem o facto de o tempo de trabalho no

    mbito deste programa ser contabilizado no prazo da prestao do subsdio de

    desemprego, nos casos em que no se verifica a integrao posterior na organizao

    acolhedora. Isto porque durante o perodo de substituio as possibilidades de procura

    ativa de trabalho so limitadas.

    4. Resultados e valor acrescentado da (s) prtica (s)

    - Resultados

    Relativamente aos indicadores de realizao e resultado do Programa, e para o perodo de 2008 a

    2011, verifica-se que foram abrangidas pelo programa 803 trabalhadoras beneficirias de subsdio

    de desemprego e 113 entidades empregadoras. Enquanto em relao ao primeiro indicadorencontramos uma execuo de cerca de 67% face meta prevista para aquele perodo, em

    relao ao segundo o nvel de execuo de 63%.

    Quadro 1. Indicadores de realizao e resultado do Programa Bero de Emprego

    Indicadores de realizao Meta anualmdia

    Realizao2008-2011

    Taxa de concretizao

    - N. de trabalhadoras beneficirias 300 803 67%

    - N. de entidades empregadoras 45 113 63%

    Indicadores de resultado Meta 2010 Meta 2013 Realizao 2008-2011

    - Nmero de trabalhadoras substitutas integradasno mercado de trabalho

    150 200 223

    Neste domnio, importante ressalvar os custos com as trabalhadoras colocadas, no mbito deste

    programa, em organismos da administrao pblica regional, so assegurados pelo Oramento da

    Regio, pelo que no so contempladas neste indicador. Se considerarmos as mulheres colocadas

    nestes organismos o nmero de beneficirias sobre para 1249.

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    Se em relao execuo fsica os nveis de realizao so relativamente robustos, os nveis de

    execuo financeira, considerando a despesa total aprovada at 2011 face ao custo total aprovado

    at quele ano, muito baixa cerca de 11%. No entanto, estes nmeros no tm em

    considerao as mulheres colocadas nos servios da administrao regional e local, cuja despesa

    suportada pelos respetivos servios de acolhimento.

    Em termos de objetivo ltimo do Programa Bero de Emprego, o da integrao das

    trabalhadoras substitutas no mercado de trabalho, conforme consta no Relatrio Estratgico 2012

    do Observatrio do QREN, salienta-se o facto de, at ao final de 2011, terem sido integradas no

    mercado de trabalho 223 mulheres, tendo j sido ultrapassada a meta prevista para 2013. No

    relatrio de execuo de 2010 pode ler-se que os resultados so muito interessantes, pois

    levantouse um bloqueio contratao de mulheres e metade das desempregadas substitutas

    acabam por ser contratados.

    - Descrio do valor acrescentado (organizao/empresa, parceiros e beneficirias/os)

    - Contributo considerado relevante para a promoo da (re)integrao das mulheres no

    mercado de trabalho. Esta perceo partilhada por um conjunto significativo de entidade

    empregadoras que dele beneficiam (segundo resultados de inqurito promovido pelaDRTQPDC), e pelas beneficirias auscultadas no mbito deste estudo.

    - Melhoria de conhecimentos, competncias profissionais nomeadamente em reas ou

    setores novos e consequente empregabilidade das beneficirias, reforada pelos/as

    diversos/as intervenientes auscultados/as e pela maioria das entidades empregadoras

    promotoras inquiridas pela entidade responsvel do pelo Programa.

    - Conferido s trabalhadoras um acrscimo de retribuio durante o perodo de substituio,

    pela receo de complemento das prestaes de desemprego que perfaz a retribuio

    legal ou convencionalmente estabelecida para as funes exercidas.

    - Integrao no mercado de trabalho de aproximadamente um tero das trabalhadoras

    desempregadas que substituem trabalhadoras em licena por maternidade.

    - Diminuio dos custos associados ao gozo da licena por maternidade para as empesas e

    para as mulheres em licena. O recurso ao programa vem dispensar a burocracia e os

    custos inerentes contratao de pessoa para substituir trabalhadoras em licena. Por

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    outro lado, as presses sentidas pela trabalhadora grvida/em licena associadas ao

    impacto da sua ausncia so atenuadas.

    - Contributo para o acrscimo da produtividade das organizaes.

    - Acompanhamento da concretizao (plano de avaliao)

    - Registo de trabalhadoras e entidades empregadoras beneficirias;

    - Inqurito de satisfao e impacto a entidades empregadoras beneficirias.

    - Principais vantagens atribudas

    - Prtica de implementao simples, pouco burocrtica e clere, nomeadamente o processo

    de candidatura ao programa por parte das entidades empregadoras.

    - A adequao do perfil de competncia das trabalhadoras substitutas s funes

    desempenhadas , em geral, avaliado positivamente.

    - Relevncia da participao das entidades empregadoras na seleo das trabalhadoras

    substitutas.

    - Sustentabilidade das atividades

    - As perspetivas para o futuro deste programa so de continuidade, atendendo aos seus

    resultados positivos. O facto de o programa preexistir ao financiamento do Pro-Emprego

    revelador do potencial de sustentabilidade da prtica.

    - A prtica transfervel para todo o tipo de entidades empregadoras (pblicas e privadas

    lucrativas e no-lucrativas). O enquadramento e regulamentao do programa constam no

    Decreto Regulamentar Regional n. 8/2008/A de 7 de Maio de 2008, e estabelecem

    claramente os pressupostos desta interveno.

    - Com procedimentos claros e sistematizados, esta prtica independe de pessoas e equipas

    envolvidas neste Programa, podendo facilmente ser replicada mediante o envolvimento

    dos organismos competentes.

    - Esta prtica mobiliza recursos financeiros relativamente avultados, por envolver o

    pagamento aos promotores dos custos associados integrao da trabalhadora

    beneficiria do subsdio de desemprego (complemento das prestaes de desemprego a

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    o Sandra Leonardes (Grupo Investacor)

    o Nlia Viveiros (Associao de Juventude de Candelria)

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    2.HOSPITAL DE CUIDADOS CONTINUADOS DE LHAVO

    Programa: Programa Operacional Regional do Centro Mais Centro (FEDER)

    Designao do Projeto: Hospital de Cuidados Continuados de lhavo

    Designao da prtica:Respostas sociais integradas facilitadoras da conciliao entre esferas da

    vida

    Identificao da Entidade: Santa Casa da Misericrdia de lhavo

    1. Sinopse inicial: Breve apresentao da organizao

    - Natureza jurdica: Instituio Particular de Solidariedade Social (IPSS)

    - Ramo de atividade: Sade e Solidariedade Social.

    - mbito geogrfico de atuao: Concelho de lhavo e limtrofes.

    - Misso, objetivos e valores organizacionais

    A ao institucional da Santa Casa da Misericrdia de lhavo, por fora da prpria missoorganizacional, diversificada e visa, de acordo com as suas unidades funcionais, os seguintes

    objetivos:

    - Objetivos Educativos: Promover o desenvolvimento pessoal e social da criana com base em

    experincias de vida democrtica numa perspetiva de educao para a cidadania; Fomentar a

    insero da criana em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas,

    favorecendo uma progressiva conscincia do seu papel como membro da sociedade; Contribuir

    para a igualdade de oportunidades no acesso escola e para o sucesso da aprendizagem;

    Estimular o desenvolvimento global da criana, no respeito pelas suas caractersticas individuais,

    incutindo comportamentos que favoream aprendizagens significativas e diversificadas;

    Desenvolver a expresso e a comunicao atravs da utilizao de linguagens mltiplas como

    meios de relao, de informao, de sensibilizao esttica e de compreenso do mundo;

    Despertar a curiosidade e o pensamento crtico; Proporcionar a cada criana condies de bem-

    estar e segurana, designadamente no mbito da sade individual e coletiva; Proceder

    despistagem de inadaptaes, deficincias e precocidades, promovendo a melhor orientao e

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    encaminhamento da criana; Incentivar a participao das famlias no processo educativo e

    estabelecer relaes de efetiva colaborao com a comunidade;

    - Objetivos Sociais: Desenvolvimento de interveno Social na comunidade local, pela prossecuo

    de atividades de ao social; Detetar e encaminhar situaes de risco; Delinear estratgias que

    permitam prevenir situaes de risco, atuando no meio familiar;

    - Objetivos Formativos: Apoio populao ativa, atuando atravs de programas de promoo de

    desenvolvimento profissional, social e cultural.

    - Breve retrospetiva histrica

    A Instituio foi fundada, em 1919, com a construo de um edifcio onde passou a funcionar um

    Hospital, sem quaisquer apoios oficiais. Com as nacionalizaes decorrentes da Revoluo de 25

    de Abril de 1974, o Hospital passou a ser administrado pelo Estado, que entretanto abandonou o

    edifcio. Sem o seu imvel principal a Santa Casa Da Misericrdia de lhavo implementou, desde

    1979/80, outras valncias de apoio populao, em espaos adjacentes ao Hospital. Oferece,

    atualmente, resposta a 387 pessoas de forma direta, distribuindo-se as suas valncias por Creches;

    Jardins de Infncia; Apoio Domicilirio; Imagiologia; Medicina Fsica e de Reabilitao; Rendimento

    Social de Insero; Espao Snior; Unidade de Cuidados Continuados Integrados. Desde Novembro

    de 2010 a Instituio conta com mais uma valncia de grande importncia, a Unidade de Cuidados

    Continuados Integrados, construda no local onde funcionou o antigo Hospital (edifcio que estava

    em estado de degradao), e que se destina, essencialmente, ao internamento de pessoas com

    necessidades de cuidados de sade durante um determinado perodo de tempo.

    - Prticas existentes/ Projetos anteriores no domnio da igualdade de gnero

    A Instituio dispe de vrias valncias e atividades no mbito dos equipamentos para a promoo

    da conciliao, nomeadamente Creches; Jardins de Infncia; Apoio Domicilirio; Imagiologia;

    Medicina Fsica e de Reabilitao; Rendimento Social de Insero; Espao Snior; Unidade de

    Cuidados Continuados Integrados. Um dos objetivos expressos em sede de candidatura para este

    ltimo equipamento foi precisamente o de apoiar famlias e pessoas dependentes que necessitem

    de medidas que facilitem a conciliao da vida profissional com a familiar, numa tica de

    desenvolvimento social local. Ao nvel da gesto interna das pessoas a Santa Casa disponibiliza ao

    pessoal ao servio (maioritariamente mulheres) servios de creche e infantrio. A IPSS possui um

    contrato coletivo de trabalho no prosseguimento de uma estratgia de dilogo social.

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    2. Identificao do projeto/prtica (s)

    - Designao e descrio

    Hospital de Cuidados Continuados de lhavo; projeto de remodelao do antigo edifcio do

    hospital, para instalao de uma Unidade de Cuidados Continuados (UCC) para 55 utentes,

    procurando assim alargar o mbito da atividade da Santa Casa da Misericrdia de lhavo na rea,

    de modo a criar maior capacidade de resposta s carncias manifestadas por parte da populao

    residente no concelho e limtrofes.

    A UCC uma unidade hospitalar que acolhe e trata doentes com patologias que necessitam de

    tratamento e internamento prolongado, por vezes com necessidades de apoio em matria de

    reabilitao, doentes com patologia no maligna de evoluo prolongada, doentes em fase

    terminal ou paliativa e doentes crnicos de dor oncolgica. Visa tambm racionalizar o

    funcionamento hospitalar de modo a obter ganhos significativos em termos de meios tcnicos,

    pessoal e infraestruturas. A presena mdica assegurada por especialistas de Medicina Interna,

    de Gerontologia, de Clnicos Gerais, de Medicina Fsica e de Reabilitao.

    - Data da criao

    O projeto arrancou em 2002, com uma requalificao arquitetnica. Foi inaugurada a UCC em

    novembro de 2010.

    - Destinatrias/os

    Populao em geral do concelho e limtrofes, destinando-se a auxiliar diretamente pessoas em

    condio ps-operatria ou pessoas com necessidade de uma recuperao mais prolongada, de

    reabilitao procurando reduzir os transtornos para a famlia. Os e as utentes so referenciados/as

    para a UCC pelas Equipas de Gesto de Altas do Hospital de Agudos ou pelas EquipasReferenciadoras dos Cuidados de Sade Primrios, que realizam o diagnstico da situao de

    dependncia, mediante avaliao mdica, de enfermagem e social. Isto significa que a UCC d

    resposta a utentes que podem vir de outras regies que no apenas a imediatamente anexa ao

    concelho.

    - Parceiros envolvidos

    Cmara Municipal de lhavo.

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    - Indicadores para monitorizao/avaliao

    - Nmero de vagas preenchidas;

    - Feedback e resposta dos utentes;

    - Atividades paralelas desenvolvidas com os utentes.

    3. Conceo e implementao da (s) prtica (s)

    - Ideia subjacente

    Ampliar a capacidade de resposta da IPSS no domnio dos cuidados a pessoas dependentes (curta

    e mdia durao), apoiando assim as famlias. Criar um equipamento que reforasse a capacidade

    da organizao, integrando vrias valncias j existentes numa mesma unidade com maior

    funcionalidade e eficincia.

    - Problema (s) a que d resposta

    O desenvolvimento deste projeto de recuperao do edifcio e criao de uma UCC permitiu

    ampliar a resposta da Sta. Casa da Misericrdia de lhavo aos problemas da populao, no domnio

    da prestao de cuidados de sade, reabilitao, tratamento de doena crnica e internamento

    temporrio de pessoas dependentes e suas famlias. Nessa medida, concorre para a resoluo de

    problemas de conciliao das vrias esferas de vida das famlias com pessoas dependentes de

    cuidados de sade e das prprias. Concorre tambm para o minorar da carncia de servios de

    acolhimento de pessoas acamadas no concelho e na regio. Fazem parte do equipamento

    estruturas que suportam outras valncias da IPSS como o caso dos servios de apoio

    domicilirio.

    - Solues testadas e implementadas

    - Unidade de Cuidados Continuados com 50 camas; acolhimento de mdia (26 camas) e longa

    durao (29 camas).

    - Servios de imagiologia, com radiologia, ecografia e mamografia.

    - Servios de medicina fsica e de reabilitao (dando resposta a utentes internos/as, e

    externos/as.

    - Recursos envolvidos (ex: humanos, financeiros, equipamentos)

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    - Equipa da Santa Casa da Misericrdia de lhavo

    - Cmara Municipal de lhavo (elaborao do projeto, candidatura, acompanhamento)

    - UCC - Emprega mais de 50 pessoas e mobiliza tambm uma equipa de voluntariado de cerca de

    40 pessoas.

    - O montante final obtido para a construo do Hospital de Cuidados Continuados foi de

    2.171.617,68.

    - Dificuldades e obstculos sentidos na conceo e na implementao

    - Dificuldades da SCMI em termos de meios (tcnicos e materiais) para elaborar a candidatura, que

    foram supridas com a parceria com a Cmara Municipal de lhavo.

    - Dificuldades na definio do prprio conceito de Unidades de Cuidados Continuados de Sade,

    que foram supridas com o apoio da Administrao Regional de Sade e com uma visita aos EUA

    onde visitaram equipamentos semelhantes ao que se pretendia conceber.

    - Dificuldade, que se prolongava desde 2002, de obter financiamento para a criao do

    equipamento com vrias candidaturas recusadas (por exemplo, ao Programa Sade XXI).

    Dificuldade suprida com o apoio da Cmara Municipal de lhavo em procurar fontes definanciamento complementares. Acordo com Caixa Geral de Depsitos.

    4. Resultados e valor acrescentado da (s) prtica (s)

    - Descrio do valor acrescentado/ Principais vantagens atribudas

    Reforo de um servio de proximidade de grande importncia para a populao no domnio dos

    cuidados a pessoas dependentes, quer por motivos de sade (Unidade de Cuidados Continuados,

    servios de medicina fsica e de reabilitao, de imagiologia e outro tipo de exames), quer a idosos

    (servios de apoio domicilirio,). Taxa de ocupao de 100% desde a sua inaugurao atesta o

    valor acrescentado do investimento. O carcter integrado do equipamento o seu grande fator

    diferenciador, a par da capacidade de resposta