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5/27/2018 AEscolaComuna-Pistrak-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/a-escola-comuna-pistrak 1/11 Debate Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Londrina, v. 2, n. 2, p. 79-89; ago. 2010 79 PESQUISA, PRÁTICA PEDAGÓGICA E PROJETO HISTÓRICO PESQUISA, PRÁCTICA PEDAGÓGICA Y PROYECTO HISTÓRICO RESEARCH, PEDAGOGICAL PRACTICE AND HISTORICAL PROJECT Celi Nelza Zulke Taffarel 1  Resumo: Apresenta-se elementos para a articulação entre pesquisa, prática pedagógica e projeto histórico, buscando nexos entre o trabalho pedagógico e a luta mais geral de superação do modo do capital organizar a vida. O ponto de partida é a conjuntura, real, concreta que demonstra a profunda crise estrutural do capital, que é permanente e que se aprofunda cada vez mais e, o emba de projetos para a formação dos trabalhadores. O ponto de chegada é a formação de professores no Curso de Licenciatura em Educação do Campo, para responder aos desafios da escola pública, em especial nas classes de 6º a 9º série e no Ensino Médio, a partir de um plano de estudo estruturado na perspectiva do sistema de complexo proposto por Pistrak. Palavras–chave: Projeto histórico. Projeto Político Pedagógico. Revolução. Educação do Campo. Resumo: Presentase elementos para la articulación entre pesquisa, practica pedagógica y proyecto histórico, buscando nexos entre trabajo pedagógico y la lucha más general de superación del modo del capital organizar la vida. El punto de partida es la coyuntura, real, concreta que demostra la intensa crisis estructural del capital, que es permanente y que profundase cada vez más y, el choque de proyectos para la formación de los obreros. El punto de llegada es la formación de profesores en el Grado de Licenciado en Educación de Campo, para contestar los desafíos de la escuela pública, especialmente en las clases de 6° a 9° serie y en la Enseñanza Media, a partir de un plano de estudio estructurado en la perspectiva del sistema del complexo propuesto por Pistrak. Palabras–clave: Proyecto histórico. Proyecto político pedagógico. Revolución. Educación del campo.   Abstract:  We present elements for the articulation among research, pedagogical practice and historical project, seeking links between the pedagogical work and the wider struggle of overcoming the way that the capital organizes the life. The starting point is the real and consistent conjunction that shows the deep structural crisis of the capital, that is permanent and deepens itself more and more, and the opposition to projects for worker’s formation. The arrival point is the teacher’s graduation in Rural Education, in order to solve the public school challenges, especially in the Middle and High school, based in a plan of study made in the complex system proposed by Pistrak. Key words: Historical project. Political and Pedagogical Project. Revolution. Rural Education. Um projeto histórico aponta para a especificação de um determinado tipo de sociedade que se quer construir, evidencia formas para chegar a esse tipo de sociedade e, ao mesmo tempo, faz uma análise critica do momento histórico presente. Os partidos políticos (embrionários ou não) são os articuladores dos projetos históricos.  A explicitação de como articulamos essas três instâncias parece ser essencial à própria pesquisa pedagógica. A necessidade de um projeto histórico claro não é um capricho. É que os projetos históricos afetam nossa prática política e de pesquisa, afetam a geração dos próprios problemas a serem pesquisados. (Luiz Carlos de Freitas, 1995. 142) O presente texto apresenta elementos sobre a articulação entre, pesquisa, prática pedagógica e projeto histórico, buscando nexos entre o trabalho pedagógico e a luta mais geral de superação do modo do capital organizar a vida (MEZSAROS, 2005). O ponto de partida é a conjuntura, real, concreta que

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    Germinal: Marxismo e Educao em Debate, Londrina, v. 2, n. 2, p. 79-89; ago. 2010 79

    PESQUISA, PRTICA PEDAGGICA E PROJETO HISTRICO

    PESQUISA, PRCTICA PEDAGGICA Y PROYECTO HISTRICO

    RESEARCH, PEDAGOGICAL PRACTICE AND HISTORICAL PROJECT

    Celi Nelza Zulke Taffarel1

    Resumo: Apresenta-se elementos para a articulao entre pesquisa, prtica pedaggica e projeto histrico, buscando nexos entre o trabalho pedaggico e a luta mais geral de superao do modo do capital organizar a vida. O ponto de partida a conjuntura, real, concreta que demonstra a profunda crise estrutural do capital, que permanente e que se aprofunda cada vez mais e, o emba de projetos para a formao dos trabalhadores. O ponto de chegada a formao de professores no Curso de Licenciatura em Educao do Campo, para responder aos desafios da escola pblica, em especial nas classes de 6 a 9 srie e no Ensino Mdio, a partir de um plano de estudo estruturado na perspectiva do sistema de complexo proposto por Pistrak. Palavraschave: Projeto histrico. Projeto Poltico Pedaggico. Revoluo. Educao do Campo. Resumo: Presentase elementos para la articulacin entre pesquisa, practica pedaggica y proyecto histrico, buscando nexos entre trabajo pedaggico y la lucha ms general de superacin del modo del capital organizar la vida. El punto de partida es la coyuntura, real, concreta que demostra la intensa crisis estructural del capital, que es permanente y que profundase cada vez ms y, el choque de proyectos para la formacin de los obreros. El punto de llegada es la formacin de profesores en el Grado de Licenciado en Educacin de Campo, para contestar los desafos de la escuela pblica, especialmente en las clases de 6 a 9 serie y en la Enseanza Media, a partir de un plano de estudio estructurado en la perspectiva del sistema del complexo propuesto por Pistrak. Palabrasclave: Proyecto histrico. Proyecto poltico pedaggico. Revolucin. Educacin del campo. Abstract: We present elements for the articulation among research, pedagogical practice and historical project, seeking links between the pedagogical work and the wider struggle of overcoming the way that the capital organizes the life. The starting point is the real and consistent conjunction that shows the deep structural crisis of the capital, that is permanent and deepens itself more and more, and the opposition to projects for workers formation. The arrival point is the teachers graduation in Rural Education, in order to solve the public school challenges, especially in the Middle and High school, based in a plan of study made in the complex system proposed by Pistrak. Key words: Historical project. Political and Pedagogical Project. Revolution. Rural Education.

    Um projeto histrico aponta para a especificao de um determinado tipo de sociedade que se quer construir, evidencia formas para chegar a esse tipo de sociedade e, ao mesmo tempo, faz uma anlise critica do momento histrico presente. Os partidos polticos (embrionrios ou no) so os articuladores dos projetos histricos. A explicitao de como articulamos essas trs instncias parece ser essencial prpria pesquisa pedaggica. A necessidade de um projeto histrico claro no um capricho. que os projetos histricos afetam nossa prtica poltica e de pesquisa, afetam a gerao dos prprios problemas a serem pesquisados. (Luiz Carlos de Freitas, 1995. 142)

    O presente texto apresenta elementos sobre a articulao entre, pesquisa, prtica pedaggica e

    projeto histrico, buscando nexos entre o trabalho pedaggico e a luta mais geral de superao do modo

    do capital organizar a vida (MEZSAROS, 2005). O ponto de partida a conjuntura, real, concreta que

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    Germinal: Marxismo e Educao em Debate, Londrina, v. 2, n. 2, p. 79-89; ago. 2010 80

    demonstra a profunda crise estrutural do capital, que permanente e que se aprofunda cada vez mais e, o

    embate de projetos para a formao dos trabalhadores. O ponto de chegada a formao de professores

    para a Educao do Campo, no Curso de Licenciatura em Educao do Campo, para responder aos

    desafios da escola pblica, em especial nas classes de 6 a 9 srie e no Ensino Mdio. O desafio do

    trabalho pedaggico do professor nas escolas na formao dos trabalhadores. Apresentaremos,

    especificamente, um plano de estudo estruturado na proposta do sistema de complexo (Pistrak, 2000).

    Para introduzir a disciplina que aqui tratamos Pesquisa e Prtica Pedaggica, com carga horria 60% no

    tempo escola, presencial e, 40% de horas no tempo comunidade, realizado trabalho socialmente til

    partimos da anlise de conjuntura.

    A anlise de conjuntura nos permite: relacionar historicamente, os fatos e os acontecimentos,

    com a crise estrutural e conjuntural do capital; identificar o grau de desenvolvimento da luta de classes

    luta esta que econmica, ideolgica e poltica; definir estratgia e ttica no processo de formao de

    professores para a educao do campo; definir estratgias e tticas, em especial, para o Curso de

    Licenciatura em Educao do Campo; e, em particular; para a disciplina Pesquisa e Prtica

    Pedaggica. Vamos nos valer do livro do professor Luiz Carlos e Freitas, Critica da Organizao do

    Trabalho pedaggico e da Didtica, para argumentar teoricamente a respeito do rumo dos estudos nos

    Planos de estudos.

    A conjuntura

    Os fatos demonstram que. ao contrrio do que alguns arautos do capitalismo apregoam, a luta

    de classes no acabou. Estamos vivendo um momento de acirramento da luta de classes, com a iniciativa e

    a ofensiva nas mos das foras imperialistas, nas mos da direita internacional. Evidencias disto, na

    Amrica Latina, so governos de direita assumindo o Estado, a exemplo do Chile e, os rumos

    conservadores da economia, a exemplo da Argentina e, a exemplo do Brasil com sua nfase nos consensos

    e nas polticas compensatrias de alivio pobreza. Na Europa, os exemplos esto em todos os pases, da

    Inglaterra a Grcia, com a aplicao dos ajustes na economia poltica, ajustando a estrutura capitalista para

    manter-se hegemnica, manter as taxas de lucro do capital, a custa da perda de direitos dos trabalhadores.

    O Estado de Bem Estar Social est em franca degenerao e decomposio. Exemplos so os ajustes

    violentos contra os trabalhadores e os servios pblicos sade, educao, assistncia, previdncia -,

    aplicados na Grcia e, a reduo de salrios (Espanha e Portugal), pagamento de taxas nas universidades

    (Alemanha) aumento dos anos para aposentadoria (Portugal, Espanha).

    nos perodos de crise que o capitalismo introduz modificaes tendentes a garantir taxas de

    explorao mais adequadas aos seus objetivos. Nesses perodos muda-se o papel do Estado, o papel da

    produo de tecnologia, o papel da educao e a composio da classe trabalhadora, com impactos

    significativos na luta poltica e ideolgica (FREITAS; 1995, p. 114).

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    No plano das idias, a ofensiva no menor. Procura-se colocar como referncia a prpria

    ausncia de referncia, caracterizando-se a incerteza como nica verdade e fazendo-se uma assepsia das

    relaes sociais presentes na prtica social (FREITAS; p. 116).

    A ofensiva da nova direita visa desmobilizar vrias esferas. Destacamos aqui duas: quebrar a

    resistncia dos trabalhadores no seio da produo e introduzir um novo padro de explorao;

    desmobilizar o debate poltico e ideolgico no plano das idias em especial no seio da intelectualidade.

    Os intelectuais silenciam e os organismos da classe paralisam suas foras (FREITAS; p. 117).

    A ofensiva, por um lado produto das lutas entre os prprios capitalistas, por outro e,

    fundamentalmente, uma resposta do capital presso exercida pelas lutas dos trabalhadores. (FREITAS;

    1995, p. 121). A luta pelo atendimento de suas reivindicaes. O exemplo da luta dos aposentados e o

    reajuste so emblemticos, vez que, ao conceder um pfio reajuste de 7%, por um lado, por outro no se

    retira o fator previdencirio que vem prejudicando enormemente a classe trabalhadora porque reduz o

    piso do valor da aposentadoria.

    O denominado ps-moderno ou a contemporaneidade, que significa a decomposio e

    degenerao acelerada do capitalismo, no uma forma de superao do moderno, mas o

    aprofundamento, sob outras bases, das formas de explorao do homem. (FREITAS; 1995, p. 123)

    No h nada de novo na contemporaneidade ou na ps-modernidade, exceto a forma de

    explorao e suas conseqncias culturais. A essncia a mesma.

    Retirando as referncias e criando um clima de incerteza, o capital tenta passar a

    contemporaneidade, ou a ps-modernidade, como se representasse uma ruptura com o passado,

    quando o que temos o velho capitalismo de antes, agora na verso da terceira revoluo industrial em

    curso (FREITAS, 1995, p.124).

    No quadro de permanente crise do capitalismo, assediado pelos trabalhadores ao longo da

    histria, as contradies afloram em outros nveis e preparam novas crises (FREITAS, 1995, p. 124).

    O padro predominante de explorao da classe trabalhadora brasileira est baseado na

    fragmentao do trabalho, associada rotatividade do trabalhador. Nesse modelo de explorao, a

    educao do trabalhador no tem papel central. Trata-se de trein-lo rapidamente, dentro da empresa, para

    executar tarefas repetitivas durante algum tempo (um ano ou dois) aps o qual ele mandado embora

    para que se contrate outro por um salrio menor. Esse padro predatrio da fora de trabalho no requer

    maior preparao do trabalhador (FREITAS, 1995, p. 125).

    O Brasil sofre hoje as conseqncias desta poltica mais geral do capital de subsumir o trabalho

    e que se expressa em polticas educacionais de baixo investimento pblico. Isto se expressas na mo de

    obra desqualificada, e, ou, na falta de mo de obra. Os trabalhadores do campo e da cidade

    permanecem respectivamente 3,5 e 7,6 anos na escola, aproximadamente, segundo dados do MEC.

    Estudos recentes evidenciam, ainda, que a mdia dos estudantes das escolas do campo so 18% menor em

    matemtica e 6% menor em lngua portuguesa do que estudantes de escolas da cidade.

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    Germinal: Marxismo e Educao em Debate, Londrina, v. 2, n. 2, p. 79-89; ago. 2010 82

    O capital procurar equacionar a contradio educar/explorar tentando controlar mais

    diretamente o aparelho educacional e impondo seu projeto poltico (FREITAS, 1995, p. 128). Este projeto

    poltico do capital de desqualificar a classe trabalhadora em seu processo de escolarizao, no processo de

    formao acadmica visvel, por exemplo, na falta dos 350 mil professores do Brasil, e em especial na

    Bahia, na falta dos 80 mil professores para atender a Rede de Ensino. visvel tambm na diviso j na

    formao entre os professores que atuaro no sistema formal e no sistema no formal da educao, ou

    seja, dentro e fora da escola.

    Estes movimentos, ainda se fazem sentir fortemente no Brasil. O professor Luiz Carlos de

    Freitas menciona em seu livro, um relatrio, preparado por um grupo de educadores que examinou as

    relaes entre a educao fundamental e as novas exigncias de competitividade industrial. A proposta

    desses educadores sugere que para que o Brasil se viabilize como nao qualificada para participar da

    competio internacional preciso que estabelea metas a serem atingidas nos prximos 20 anos e que

    pelo menos 90% da populao estudantil concluam o ensino de primeiro grau ensino fundamental e,

    pelo menos 60 % concluam o segundo grau ensino mdio. Segundo os autores, nenhum pas do

    mundo conseguiu resolver de maneira cabal, permanentemente e definitiva os problemas da educao. E

    concluem os estudiosos A educao algo que s se resolve no cotidiano, atravs do esforo dos alunos,

    da participao das famlias, da competncia e dedicao dos professores, e da liderana da direo da

    escola. (FREITAS, 1995, p. 131). As iniciativas adotadas em termos da poltica educacional do pas

    deixam bem evidentes a adoo destas solues, por exemplo, na nfase dada aos estudos e pesquisas

    com base no cotidiano, responsabilizando-se o aluno pelo seu fracasso ou sucesso, permanncia ou

    excluso do sistema; na responsabilizao da famlia pelo sucesso ou fracasso escolar; na formao do

    professor voltada para as competncias e no exame nacional para ingresso no magistrio com base nestas

    competncias, a serem compensadas no desempenho com incentivos salariais diferenciados que

    aumentam a competitividade intra-classe de professores; na nfase na gesto, administrao e liderana da

    direo da escola, e a, a nfase nos gestores, na Escola de Gestores. A tese que Freitas (1995) encampa,

    com a qual temos acordo que:

    ...o capitalismo dever voltar seus interesses para a questo da preparao de um novo trabalhador mais adequado aos novos padres de explorao, acirrando a contradio educar/explorar. conhecido o medo que o capital tem de instruir demais o trabalhador. Ao mesmo tempo, a nova base tecnolgica, para ser eficaz nos nveis esperados de competitividade internacional, necessita de um maior envolvimento do trabalhador nas tarefas de gesto e uma preparao mais adequada, via educao regular. (FREITAS, 1995, p. 126).

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    A TESEA TESE

    Interesse da Interesse da burguesia pela burguesia pela educao do educao do trabalhadortrabalhador

    Preparar um Preparar um novo novo

    trabalhador trabalhador

    Proposta de Proposta de educao das educao das

    foras foras progressistasprogressistas

    Formar um Formar um novo homem novo homem

    Figura elaborada a partir do livro do professor Dr. Luiz Carlos de Freitas (1995)

    Ainda segundo Freitas (1995), com o interesse do capital pela educao algumas conseqncias

    podem ser hipotetizadas:

    a) o ensino bsico e tcnico vai estar na mira do capital pela sua importncia na preparao do novo trabalhador;

    b) a didtica e as metodologias de ensino especficas (em especial alfabetizao e matemtica) vo ser objeto de avaliao sistemtica com base nos seus resultados (aprovao que geram); (Freitas, p. 1995, 127)

    c) a nova escola que necessitar de uma nova didtica ser cobrada tambm por um novo trabalhador;

    d) tanto na didtica como na formao do professor haver uma nfase muito grande no operacional, nos resultados, nas competncias a didtica restringir-se-, cada vez mais, ao estudo de mtodos especficos para ensinar determinados contedos considerados prioritrios e, a formao do professor poder ser aligeirada do ponto de vista terico, cedendo lugar formao de um prtico (Freitas, p. 1995, p. 127). Evidencias esto postas nas propostas curriculares e nos cursos distncia

    e) os determinantes sociais da educao e o debate ideolgico podero vir a ser considerados secundrios uma perda de tempo motivada por um excesso de politizao da rea educacional (LCF, p.124).

    O contraponto a anttese para construo de uma nova sntese

    Para dar o contraponto a tais concepes, dentro da conjuntura que vivemos atualmente,

    estamos atuando por anttese, planejando coletivamente, ou seja, prevendo PLANOS DE ESTUDO,

    segundo a experincia da Escola Comuna (Pistrak, 2010) o Plano de Estudo do Coletivo Escolar com

    os procedimentos que, sugerimos sejam experimentados, enquanto hiptese de trabalho, para

    implementao do sistema de complexos, pelos cursos pilotos que mantm a Licenciatura em Educao

    do Campo, contribuindo, assim, para a consolidao de outras bases para a formao de professores do

    Sistema Nacional de Formao de Professores do Brasil, relacionadas construo do projeto histrico

    socialista rumo ao comunismo.

    Com est concepo educativa, com a delimitao dos objetivos formativos, assim

    referenciados, com o detalhamento dos xitos educativos previstos, delimita-se o plano de estudo,

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    Germinal: Marxismo e Educao em Debate, Londrina, v. 2, n. 2, p. 79-89; ago. 2010 84

    considerando a auto-organizao individual e coletiva, tendo o trabalho como princpio, as cincias e as

    artes como base e, considerando os mtodos de ensino especficos. O contexto da luta de classes na

    atualidade nos indica os rumos que a educao em geral e em especial a educao escolarizada podem vir a

    ter.

    COMPLEXO DE ESTUDO

    TRABALHO(Mtodo Geral)

    BASES DASCINCIAS E ARTES

    AUTODIREO EORGANIZAODA VIDA INDIVI-DUAL E COLE-TIVA

    MTODOSDE ENSINOESPECFICOS

    PLANO DEESTUDO

    MEIO EDUCATIVO: atualidade, contradies, rede de agncias formadoras

    OBJETIVOSE XITOS

    CONCEPODE EDUCAO

    2

    O que pretendemos dar conseqncia prtica e demonstrar a aderncia ao real de tal

    proposio, nas condies pr-revolucionrias em que estamos vivendo. Esta tese das condies pr-

    revolucionrias advm das formulaes de Trotsky (2010) e esto assim expressas no Programa de

    Transio.

    Sem vitria da revoluo socialista no prximo perodo histrico, toda a civilizao humana est ameaada de ser conduzida a uma catstrofe. Tudo depende do proletariado, ou seja, antes de mais nada, de sua vanguarda revolucionria. A crise histrica da humanidade reduz-se crise da direo revolucionria... A tarefa estratgica do prximo perodo perodo pr-revolucionrio de agitao, propaganda e organizao consiste em superar a contradio entre a maturidade das condies objetivas da revoluo e a imaturidade do proletariado e de sua vanguarda (confuso e desencorajamento da velha gerao, falta de experincia da nova). necessrio ajudar as massas, no processo de suas lutas cotidianas a encontrar a ponte entre suas reivindicaes atuais e o programa da revoluo socialista. Esta ponte deve consistir em um sistema de reivindicaes transitrias que parta das atuais condies e conscincia de largas camadas da classe operria e conduza, invariavelmente, a uma s e mesma concluso: a conquista do poder pelo proletariado (TROTSKY. O Programa de Transio, 1938).

    O que se segue, portanto, o Plano de Estudo mais geral que estamos formulando, dia-a-dia, a

    partir dos estudos e da experincia concreta na implementao do Curso de Licenciatura em Educao do

    Campo.

    Roteiro Plano de Estudo: Nvel de implementao - Sistema:

    Compe a implementao do Plano de Estudo ao nvel do Sistema, segundo Freitas (2010), o

    seguinte:

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    Germinal: Marxismo e Educao em Debate, Londrina, v. 2, n. 2, p. 79-89; ago. 2010 85

    Especificao da concepo de educao e matriz formativa. Especificao do educando, suas caractersticas e necessidades em geral Definies iniciais quanto unidade de tempo disponvel e as disciplinas envolvidas. Formulao dos objetivos instrucionais e formativos e especificao dos xitos esperados. Definio dos aspectos tericos (contedos) a serem ensinados nas disciplinas e os aspectos

    formativos necessrios ao educando. Adequar estes objetivos e seus aspectos tericos correspondentes unidade de tempo disponvel

    e sua diviso. Articulao dos elementos dos inventrios do meio mais os relatrios do trabalho pedaggico

    desenvolvido pelas reas de: Linguagem e Cdigos; Cincias da Natureza e Matemtica; Cincias Sociais, Humanas e Agrrias; Tecnologias Educacionais -, com os aspectos tericos das disciplinas e/ou objetivos formativos, agrupando-os de forma a propor complexos gerais (partes da realidade que permitem a integrao de conceitos explicativos e procedimentos de anlise oriundos das vrias disciplinas em questo) comuns a todas as disciplinas e sugerir metodologias para sua implementao pelo coletivo escolar.

    Indicao de como conduzir os inventrios do meio educativo local o trabalho pedaggico posteriormente sistematizado em relatrios das reas - Linguagem e Cdigos; Cincias da Natureza e Matemtica; Cincias Sociais, Humanas e Agrrias; Tecnologias Educacionais -, tendo em vista as disciplinas envolvidas e os educandos de forma a levar em conta o entorno concreto da escola no interior dos complexos indicados.

    Definio do aproveitamento particular (em termos de objetivos e xitos) que uma dada disciplina far de cada complexo, bem como, os eventuais mtodos especficos necessrios para o estudo destas disciplinas especficas.

    Distribuio inicial dos complexos na unidade de tempo disponvel o complexo geral reconhecido pelo coletivo das reas foi Homem Terra Trabalho - Educao e a nfase a ser dada , no desenvolvimento das funes psquicas superiores que permitem a leitura, a escrita, a matematizao da natureza e da sociedade. Sem ler, escrever, matematizar, no se desenvolvem funes psquicas superiores para ler a realidade e agir transformando-a, ou seja, alterando o modo de produo e reproduo da vida, para alm do marco do capital.

    Indicao de como examinar cada complexo, de forma a agregar contribuies das reas, de forma a elencar as atividades de preparao necessrias e outras providncias para sua abordagem fixando responsabilidades na equipe de educadores Os exemplos esto nas disciplinas que o Modulo V vai desenvolver, a saber: Pesquisa e Prtica Pedaggica que exps na reunio seu Plano; Metodologia da Pesquisa; Introduo Filosofia; Fsica; Educao Scio Ambiental; Ecologia Geral; Educao Fsica (Cultura Corporal), Estgio Supervisionado.

    Definio dos momentos de balanos coletivos quanto aos xitos planejados e obtidos pelos educandos e seu redirecionamento se necessrio. Preparao da equipe de educadores para trabalharem unificados. Reunio de estudos da Equipe dia 16 de julho de 2010.

    Este Plano mais geral, por sua vez, implica na implementao, em definio do ROTEIRO DO

    PLANO DE ESTUDOS do Coletivo Escolar, ou seja, o que estudar?

    Roteiro do plano de estudo: Nvel de implantao - Coletivo Escolar.

    Neste sentido destacam-se, ainda segundo Freitas (2010), o seguinte:

    Estudar a concepo de educao e matriz formativa

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    Especificar ao educando local, suas caractersticas e necessidades especficas quem so nossos educandos professores do campo que atuaro em escolas do campo, que por sua vez atendem crianas e jovens das 5 a 9 srie e, jovens do ensino mdio.

    Examinar com os professores as definies iniciais quanto unidade de tempo disponvel e as disciplinas envolvidas.

    Estudar com os professores os objetivos instrucionais e formativos e os xitos esperados. Estudar com os professores os aspectos tericos destas disciplinas e os aspectos formativos

    necessrios ao educando Examinar com os professores a distribuio inicial dos complexos na unidade de tempo

    disponvel e defini-la. Conduzir com professores e estudantes os inventrios do meio educativo local, tendo em vista as

    disciplinas envolvidas e os educandos de forma a levar em conta o meio educativo concreto da escola.

    Por em prtica metodologias para articular os inventrios sobre o meio educativo da escola, em particular com os aspectos tericos das disciplinas, considerando os objetivos e contedos destas disciplinas no interior dos complexos gerais indicados (partes da realidade que permitem a integrao de conceitos explicativos e procedimentos de anlise oriundos das vrias disciplinas em questo), comuns a todas as disciplinas. Definimos leitura e produo dos textos inicialmente como comum, sem o que no se desenvolvem outras funes psquicas superiores como analise, sntese, avaliao, teorizao.

    Por em prtica metodologias para articular os aspectos do meio educativo da escola em particular com os objetivos formativos definidos, incluindo suas ligaes com o processo de gesto escolar.

    Levar cada professor a compreender o aproveitamento (em termos de objetivos e xitos) que cada disciplina far de cada complexo, bem como, os eventuais mtodos especficos necessrios para o estudo destas disciplinas especficas, agregando outras aes que forem convenientes.

    Examinar com os professores e estudantes cada complexo de forma a elencar as atividades de preparao necessrias e outras providncias para sua implementao, fixando responsabilidades na equipe de educadores e de educandos.

    Implementar momentos de balanos coletivos quanto aos xitos planejados e obtidos pelos educandos e seu redirecionamento se necessrio.

    Este roteiro por sua vez, em sua implementao, implicou em um plano de estudo especfico da

    disciplina pesquisa e prtica pedaggica.

    Plano de estudo especfico da disciplina pesquisa e prtica pedaggica.

    Partindo, portanto, do acirramento da luta de classes, da necessidade de alterao dos rumos da

    formao humana no campo e, em especial, da concepo de projeto histrico, de educao e de matriz

    formativa que tem o trabalho como principio educativo, vamos apresentar o ROTEIRO DO PLANO

    DE ESTUDO: Nvel de Implementao: Professores, monitores e estudantes da Disciplina Pesquisa e

    Pratica Pedaggica.

    O xito planejado diz respeito ao domnio de conceitos e domnio de ferramentas de

    pensamento para investigar: reconhecer rea problemtica no trabalho pedaggico, delimitar problemas de

    investigao, trabalhar com hipteses, definir objetivos da pesquisa. Identificar dados, suas fontes,

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    construir instrumentos, sistematizar dados e expor resultados, sintticos, em forma verbal e escrita.

    Estamos focando as sries finais do ensino fundamental (6 a 9 sries) e o Ensino Mdio.

    Para garantir o xito ser necessrio implementar o seguinte Plano de Estudo Especifico da

    Disciplina Pesquisa e Prtica Pedaggica que componente curricular do Curso de Licenciatura em

    Educao do Campo da UFBA, com distribuio no tempo pedaggico disponvel e com indicao dos

    responsveis. Sero realizadas sucessivas aproximaes aos contedos, atravs da metodologia do ensino

    crtico superadora (Coletivo de Autores; 1992), atravs de exposies, acesso a dados na internet e em

    revistas, dissertaes e teses, leituras dirigidas e orientaes para elaborao de texto escrito, em forma de

    snteses:

    Roteiro do plano de estudo: Nvel de Implementao - Professores, monitores e estudantes da

    Disciplina Pesquisa e Pratica Pedaggica.

    Especificar o educando, suas caractersticas e necessidades Quem so nossos educandos com os quais vamos trabalhar pedagogicamente - crianas e jovens das 6 a 9 srie e, jovens do ensino mdio. Trabalho a ser realizado: Observao e descrio densa de dados sobre os estudantes da escola, com complementao de informaes da literatura, sistematizada em resumos analticos, sobre o tema aprendizagem e desenvolvimento. Participao das atividades de lanamento do POLO de Referencia sobre Educao do Campo da UFBA e da capacitao dos professores tcnicos que orientaro professores para as classes multi-seriadas da Bahia. Assistir palestra e sistematizar contedos, com Afonso Mancuso de Mesquita. Princpios para a organizao do ensino: alunos-contedo-recursos-condies, com o objetivo de Apresentar um modelo de anlise da prtica pedaggica que orienta a organizao do ensino com base na teoria histrico-cultural norteando o planejamento e a realizao da atividade docente nas situaes concretas. s 14 horas Palestra - Relaes entre desenvolvimento infantil e planejamento de ensino. Professora: Ana Carolina Galvo Marsiglia. Objetivo. Retomar conceitos acerca do desenvolvimento infantil e da juventude, reiterar a importncia do planejamento de ensino e orientar sua elaborao segundo os pressupostos da pedagogia histrico-crtica e da metodologia critico superadora. Leitura complementar sugerida: ABRANTES; ngelo e MARTINS; Ligia. Relao entre contedos de ensino e processo de pensamento. V. 1, N 1, p.. 62-74. e ainda, MOLINA: Mnica. Educao do Campo e Pesquisa: questes para reflexo. Braslia, MEC, 2005. http://www.nead.org.br/index.php?acao=biblioteca&publicacaoID=322. Dia 12 e 13 de julho de 2010. Das 08 as 12 e das 14 s 18 horas. Responsvel. Celi Taffarel.

    Realizar inventrio do meio escola pblica de 6 a 9 srie e Escola de Ensino Mdio. Conduzir, valendo-se de instrumentos para observao, um inventrio do meio educativo escola de 6 a 9 e Escola de Ensino Mdio, tendo em vista a infra-estrutura, a gesto, administrao, projetos e programas; o currculo proposto, os objetivos formativos as avaliaes, as disciplinas ou reas envolvidas, os docentes, tcnico-administrativos, os educandos, expondo os resultados em um texto sinttico.Trabalho a ser realizado: Observao em escola de ensino fundamental 6 a 9 e ensino mdio. Dia 21 de julho de 2010. Das 08 s 12 horas e das 14 s 18 horas.

    Estudar a concepo de educao e matriz formativa expressa nos projetos em disputa para a educao nas sries finais do ensino fundamental (6 a 9 srie) e no Ensino Mdio a partir das teorias explicativas de autores que investigam o ensino fundamental e mdio. Trabalho a ser realizado pelo coletivo: Leitura, anlise e interpretao, a ser exposta verbalmente e na forma de sntese escrita, do livro de KUENZER; Accia. O Ensino Mdio. Construindo Uma proposta

  • Debate

    Germinal: Marxismo e Educao em Debate, Londrina, v. 2, n. 2, p. 79-89; ago. 2010 88

    para os que vivem do trabalho. So Paulo: Cortez 2000. Dia 26 de julho. Das 08 as 12 e das 14 s 18 horas.

    Estudar o que prev a legislao no Brasil como Diretrizes curriculares Nacionais da Educao Bsica. Parmetros Curriculares Nacionais de 6 a 9 sries e para o Ensino Mdio. Diretrizes Operacionais para a Educao do Campo. Sistematizar e ordenar as informaes e dados obtidos nos textos dos seguintes stios: http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12937.pdf. http://www.cedes.unicamp.br/ . http://www.scielo.br/pdf/cp/n109/n109a04.pdf . http://www.diaadia.pr.gov.br/dedi/cec/arquivos/File/diretrizescurricularesestaduaisdaeducacaodocampo.pdf . Dia 28 de julho. Das 08 s 12 horas.

    Estudar os objetivos instrucionais e formativos, os xitos esperados e, os aspectos tericos das disciplinas, ou reas de conhecimento, trabalhadas nos currculos escolares do ensino fundamental, sries finais (6 a 9) e, no currculo do ensino mdio. Trabalho a ser realizado. Leitura, anlise e interpretao critica a ser expressa verbalmente e por escrito, em forma de sntese, dos seguintes textos contidos no livro de FRIGOTTO, G. CIAVATTA; M. RAMOS, Marise. Ensino Mdio Integrado: Concepes e contradies, So Paulo, Cortez, 2005. Texto 1. FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS. Apresentao. (P. 7-20). Texto 2. FRIGOTTO; G. Concepes e mudanas no mundo do trabalho e no ensino mdio (p. 57 a 82). Texto 3. RAMOS, M. Possibilidades e desafio na organizao do currculo integrado. (p. 106-127).

    Examinar, coletivamente e expressar verbalmente a compreenso sobre o sistema de complexo, em especial, o complexo Homem Terra e Trabalho Educao de forma a elencar os conceitos e as atividades necessrias para sua compreenso, desenvolvidas na disciplina e, estabelecer responsabilidades e novos compromissos com os estudos e o trabalho pedaggico dos educadores e dos educandos, para ampliar as referencias e avanar no pensamento terico sobre o sistema de complexo. Texto: FREITAS, Luiz Carlos. A Luta por uma pedagogia do meio: Revisitando Conceitos. In: PISTRAK ; M. (Org.) A escola-Comuna. So Paulo, Expresso popular. 2010. PISTRAK; M. Fundamentos da escola do Trabalho. So Paulo, Expresso Popular, 2000. Dia 24 de julho de 2010, das 14 s 16 horas.

    Elencar e articular, verbalmente, na avaliao final, conceitos explicativos e procedimentos investigativos de coleta e anlise dos dados, sobre trabalho pedaggico, estabelecendo as relaes entre: a) o inventrio sobre o meio educativo da escola; b) o que prev a legislao e; c) as proposies tericas superadoras para o ensino fundamental (6 a 9 sries) e ensino mdio. Dia 24 de julho de 2010 das 08 s 12 horas.

    Realizar o balano coletivo para verificar os xitos planejados e obtidos pelos estudantes participantes do Projeto Pesquisa e prtica pedaggica e seu redirecionamento se necessrio. Dia 24 de Julho de 2010, das 16 s 18 horas.

    Consideraes finais

    A discusso sobre educao aqui proposta, em especial, a formao de professores que atuaro

    nas sries finais do ensino fundamental (6 a 9 srie) e ensino mdio no campo, parte das relaes atuais

    entre trabalho-educao determinadas historicamente. Reconhece os interesses do capital na formao de

    um dado tipo de trabalhador e contrape a isto a tese da formao de um novo ser humano a partir do

    projeto histrico socialista, rumo ao comunista.

    Com est concepo educativa, com a delimitao dos objetivos formativos, assim

    referenciados, com o detalhamento dos xitos educativos previstos, delimita-se o plano de estudo,

  • Debate

    Germinal: Marxismo e Educao em Debate, Londrina, v. 2, n. 2, p. 79-89; ago. 2010 89

    considerando a auto-organizao individual e coletiva, tendo o trabalho como princpio, as cincias e as

    artes como base e, considerando os mtodos de ensino especficos.

    As dificuldades de criao e de implantao de um projeto educacional com fundamentao

    marxista na atual sociedade, marcada pelo consumo potencializado pelo desenvolvimento da chamada

    economia flexvel, acentua-se frente s diferenas de comportamento do ser social sob a nova regulao

    do trabalho. Tal desafio nos coloca no contexto da luta de classes e indica os rumos que a educao em

    geral, em particular a educao do campo e, em especial a formao de professores para a escola

    fundamental e mdia podem vir a ter no campo brasileiro. Por fim, conforme destaca Freitas (1995), a

    necessidade de um projeto histrico claro no um capricho. que os projetos histricos afetam nossa prtica poltica. Isto

    nos coloca outro grande desafio, reconhecer nos partidos polticos e participar efetivamente, como

    professores, militantes culturais, na construo e na defesa intransigente do projeto histrico socialista,

    rumo ao comunismo.

    Referncias bibliogrficas do coletivo escolar.

    ABRANTES; ngelo e MARTINS; Ligia. Relao entre contedos de ensino e processo de pensamento. V. 1, N 1, p.. 62-74.

    COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educao fsica. So Paulo, Cortez, 1992.

    FREITAS, Luiz Carlos. A Luta por uma pedagogia do meio: Revisitando Conceitos. In: PISTRAK ; M. (Org.) A escola-Comuna. So Paulo, Expresso popular. 2010.

    FREITAS; Luiz Carlos. Critica da Organizao do Trabalho pedaggico e da Didtica. So Paulo, Papirus, 1995

    FRIGOTTO, G. CIAVATTA; M. RAMOS, Marise. Ensino Mdio Integrado: Concepes e contradies, So Paulo, Cortez, 2005.

    http://www.nead.org.br/index.php?acao=biblioteca&publicacaoID=322

    KUENZER; Accia. O Ensino Mdio. Construindo Uma proposta para os que vivem do trabalho. So Paulo: Cortez 2000.

    MESZAROS. I. A Educao para Alm do Capital. So Paulo, Boitempo, 2005.

    MOLINA: Mnica. Educao do Campo e Pesquisa: questes para reflexo. Braslia, MEC, 2005.

    PISTRAK ; M. (Org.) A escola-Comuna. So Paulo, Expresso popular. 2010.

    PISTRAK; M. Fundamentos da escola do Trabalho. So Paulo, Expresso Popular, 2000.

    TROTSKY, L. O Programa de Transio. In: MARX, K; ENGELS; F. LENINE; I. ; TROTSKY, L. O Programa da revoluo. Braslia, Nova palavra, 2009.

    Notas

    1 Professora Da Universidade Federal da Bahia. Diretora da Faculdade de Educao FACD/UFBA.

    2 As figuras do presente texto foram apresentadas pelo professor Dr. Luiz Carlos de Freitas em exposio realizada na UEFS, em maio de 2010.