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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E EDUCACIONAL 8,5 A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES LÚDICAS PARA OS EDUCANDOS DA PRÉ- ESCOLA Adriana Fogliatto [email protected] Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo. COLÍDER/2013

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E EDUCACIONAL

8,5

A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES LÚDICAS PARA OS EDUCANDOS DA

PRÉ- ESCOLA

Adriana Fogliatto

[email protected]

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo.

COLÍDER/2013

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E EDUCACIONAL

A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES LÚDICAS PARA OS EDUCANDOS DA

PRÉ- ESCOLA

Adriana Fogliatto

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo.

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia Clínica e Educacional.”

COLÍDER/2013

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida e também por iluminar

o meu caminho e minha mente durante esta caminhada.

Aos meus familiares, que me suportaram com paciência e compreensão, em

especial a minha mãe por sua preocupação comigo e sempre estar disposta a me

ajudar.

Aos professores do curso, pelo incentivo e força para chegar até o fim.

A meus amigos, em particular a minha amiga Cleide, que me apoiou, e

vibrou comigo nesta nova conquista.

A todos aqueles que direta e indiretamente contribuíram para a construção

deste Trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao amado esposo, Marco

Aurélio que de forma especial e carinhosa me deu

força e coragem, me apoiando nos momentos de

dificuldades. Quero oferecer também a minha filha,

Mariana, que embora não tivessem conhecimento

disto, mas iluminou de maneira especial os meus

pensamentos me levando a buscar mais

conhecimentos. E não deixando de agradecer de

forma grata e grandiosa a meus pais Otacílio (in

memória) e Maria, a quem eu rogo todas as noites a

minha existência. Obrigada por tudo!

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“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganha-los; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

(Carlos Drummond de Andrade).

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RESUMO

Sistematizar o brincar significa uma reorganização da prática pedagógica

desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar os moldes da

educação tradicional e absorver o lúdico através dos jogos como o instrumento

principal para o desenvolvimento da criança. Assim esse trabalho tem o objetivo de

mostrar a importância das atividades lúdicas para as crianças da Pré-escola e como

os jogos podem beneficiá-las para uma boa socialização e alfabetização. Para isso

foi feita uma pesquisa bibliográfica para que os conceitos sobre Educação Infantil e

Pré-escola fossem de conhecimento e de embasamento teórico do trabalho, como

também a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento dos

educandos na pré-escola. Assim conclui-se com essa pesquisa que o brincar da

criança, visto do prisma aqui apresentado, não pode ser considerado uma atividade

complementar a outras de natureza dita pedagógica, mas sim como atividade

fundamental para a formação de conceitos de crianças da pré-escola. Pois o brincar

faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor e se socializam com

facilidade, apreendem o espírito de grupo, aprendem a tomar decisões e percebem

melhor o mundo dos adultos.

Palavras- chave: Lúdico. Pré- Escola. Aprendizado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07 1 EDUCAÇÃO INFANTIL 09 2 PRÉ - ESCOLA 13

2.1 As Atividades Lúdicas na Pré–escola 17

2.2 Sugestões de Jogos 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS 27 REFERÊNCIAS 29

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INTRODUÇÃO

A Escola não é um local como outro qualquer, ela é uma instituição que tem

como objetivo possibilitar ao educando a aquisição do conhecimento formal e o

desenvolvimento dos processos do pensamento. É nela que a criança aprende a

forma de se relacionar com o próprio conhecimento.

Como para as crianças brincar é um prazer, as brincadeiras na escola

entretanto, também é fonte de conhecimento, pois além de possibilitar o exercício

daquilo que é próprio no processo de desenvolvimento e aprendizagem, brincar é

uma situação em que a criança constitui significados, sendo forma tanto para a

assimilação dos papéis sociais e compreensão das relações afetivas que ocorrem

em seu meio, como para a construção do conhecimento.

Como vivemos, num mundo globalizado onde a socialização, o conviver,

torna-se cada dia mais importante, a escola precisa preparar o educando para viver

e atuar nessa sociedade. Nesse sentido as atividades lúdicas são sempre situações

em que a criança realiza, constrói e se apropria de conhecimentos das mais diversas

ordens. Elas possibilitam, igualmente, a construção de categorias e a ampliação dos

conceitos das várias áreas do conhecimento.

Por isso esse tema surgiu da vontade de mostrar a importância que as

atividades lúdica têm, hoje, na vida das crianças na fase Pré escolar. Pois A

utilização do lúdico como recurso pedagógico tem de ser vista, primeiramente, com

cautela e clareza. Brincar é uma atividade essencialmente lúdica.

Assim para que houvesse um maior entendimento do tema e para que o

objetivo proposto fosse alcançado, foi feita, num primeiro momento, uma pesquisa

bibliográfica para que os conceitos sobre Educação Infantil e pré-escola fossem de

conhecimento e embasamento teórico desse trabalho, como também a importância

das atividades lúdicas para o desenvolvimento dos educandos na pré-escola.

Contudo, sistematizar o brincar significa uma reorganização da prática

pedagógica desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar os

moldes da educação tradicional e absorver o lúdico através dos jogos como o

instrumento principal para o desenvolvimento da criança.

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Portanto a pesquisa realizada foi de grande importância, tendo como tema:

A contribuição das atividades lúdicas para os educandos da Pré-escola, pois

percebe-se que é através do uso dos jogos que se pode introduzir as crianças a

alfabetização e estimular o seu desenvolvimento lógico e cognitivo. Uma vez que

aquelas que não tiveram a oportunidade de vivenciar essa experiência perdem nos

dias de hoje, com a falta de conhecimento.

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1 EDUCAÇÃO INFANTIL

A educação infantil, educação pré-escolar ou educação pré-primária consiste

na educação das crianças antes da sua entrada no ensino obrigatório. É ministrada

normalmente no período compreendido entre os zero e os seis anos de idade de

uma criança.

Neste tipo de educação, as crianças são estimuladas através de atividades

lúdicas e jogos a exercitar as suas capacidades motoras e cognitivas, a fazer

descobertas e a iniciar o processo de alfabetização.

A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica que

tem como objetivo o desenvolvimento da criança até os seis anos de idade. É

através da Educação Infantil que as crianças têm a oportunidade de vivenciar novas

experiências, que poderão contribuir para o seu desenvolvimento posterior,

proporcionando também a convivência com outras crianças da mesma idade, com

os mesmos desejos e anseios, aumentando assim, sua capacidade de se relacionar

e de se socializar.

De acordo com KRAMER et al (1999), a ênfase da Educação Infantil é

estimular as diferentes áreas de desenvolvimento da criança, aguçar sua

curiosidade. Sendo assim, o ideal é que a criança conviva em um meio em que

possa proporcionar a ela motivação para o desenvolvimento de suas capacidades,

podendo dessa forma contribuir de forma positiva no seu desenvolvimento cognitivo.

Entretanto segundo FREIRE (1996), nem sempre foi assim, o modo de lidar

com as crianças na idade média era baseado em alguns costumes herdados da

antiguidade. O papel das crianças era definido pelo pai. Os direitos do pai no mundo

grego incluíam total controle sobre o filho, incluía também de tirar-lhe a vida, caso o

rejeitasse.

Nas sociedades antigas, o status da criança era nulo. Sua existência no

meio social dependia totalmente da vontade do pai, podendo, no caso das

deficientes e das meninas, ser mandadas para prostíbulos em lugar de serem

mortas, em outros casos, (as pobres) eram abandonadas ou vendidas. Com a

ascensão do cristianismo, o modo de lidar com as crianças mudou, apesar da

mudança ter sido um processo lento. (ROSSINI, 2003).

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No mundo germânico, além do poder do pai exercido no seio da família,

existia o poder patriarcal, exercido pela dominação política e social.

As modificações do sentimento devotado à infância, ocorrem conforme as

mudanças na sociedade, o que favorece para uma melhor compreensão do que é

ser criança na atualidade, não mais estudada como um problema, mas

compreendida em um contexto histórico em que está inserida.

Assim segundo MATA e VASCONCELOS (2001), a necessidade de

instituições Pré Escolares aparece decorrente do sentimento de infância gerado

pelas transformações sociais, especificamente a Revolução Industrial que fez com

que as mães ingressassem no mercado de trabalho e, não tendo onde deixar seus

filhos os colocassem em locais denominados creches, que tinham por objetivo

guardar e proteger as crianças da exploração do sistema capitalista em expansão.

Influenciado pelo discurso de que a educação compensatória resolveria os

problemas sociais pela educação, esta, segundo KRAMER et al (1999), chega ao

Brasil na década de 70 (setenta) como aquela que iria solucionar os problemas da

educação brasileira, pois, segundo a educação compensatória, a criança ao chegar

na escola, não possuía vocabulário, lateralidade, coordenação motora, sociabilidade,

entre outras habilidades, devido as carências nutricionais e afetivas, cabendo a

escola à responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento de todas as

potencialidades da criança, para que no futuro não viesse a ter dificuldades de

aprendizagem.

A partir de então foram muitos os acontecimentos envolvendo a educação

infantil no Brasil, muitos movimentos surgiram tanto da parte da sociedade civil

quanto de órgãos governamentais para a conquista de mais espaço para a criança,

no campo das idéias, na consciência social, educacional e nos sistemas de ensino.

O espaço que a Educação Infantil ocupa hoje na legislação e na política

educacional brasileira não é resultado de uma evolução natural dos sistemas de

ensino. É conquista de uma ação persistente, de sólida argumentação, com intensa

mobilização e pressão social. Seu avanço tem dependido, também, de hábil

negociação com a área econômica e com setores educacionais.

Nesse contexto de acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional) (1996), no Brasil considera-se como educação infantil o período

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de vida escolar em que se atende, pedagogicamente, crianças com idade entre 0 e 5

anos e 11 meses.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional chama o equipamento

educacional que atende crianças de 0 a 3 anos de creche. O equipamento

educacional que atende crianças de 4 a 6 anos se chama Pré-escola. Recentes

medidas legais modificaram o atendimento das crianças pré-escola, pois alunos com

seis anos de idade devem obrigatoriamente estar matriculados no primeiro ano do

Ensino Fundamental.

E como o trabalho realizado na educação Infantil tem caráter educativo e

visa garantir assistência, alimentação, saúde e segurança com condições materiais

e humanas que tragam benefícios sociais e culturais para as crianças. Também é

importante que esse trabalho possa proporcionar à criança trocas de

conhecimentos, pois “as interações sociais que acontecem por meio de relações do

tipo cooperativo mostram-se como aquelas que vão promover o desenvolvimento da

criança” (MUNIZ, 1999, p.244).

Segundo LIMA (1992), a educação infantil divide-se em várias etapas, de

acordo com a faixa etária da criança. Temos o Jardim I, onde o lúdico é nosso

companheiro diário, já que desse modo as crianças se conhecem e se expressam

melhor, adquirindo conhecimentos, conhecendo limites de maneira agradável e

saudável.

As atividades realizadas no Jardim II são proporcionadas de forma lúdica:

jogos, brincadeiras, expressão corporal, que promovem o desenvolvimento motor e

sócio-afetivo das crianças. Enfatizamos os jogos na área do conhecimento lógico-

matemático, e preservação na área de ciências.

No Jardim III, que corresponde à faixa etária de cinco anos, procuramos dar

maior ênfase ao desenvolvimento motor, através das técnicas de recorte, colagem,

dobradura, movimento de pinça e modelagem, por meio de jogos de equilíbrio e

direção. Desta forma, procuramos converter a maior parte das atividades diárias da

criança em jogos motores e lúdicos.

Já na Pré-escola, o objetivo é acompanhar a evolução emocional de cada

criança através da criatividade individual e integração com as demais, oferecendo

ambientes para que ela possa descobrir e realizar tarefas com prazer e alegria.

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Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível e que contribuirá

significativamente para formação de cidadãos que atendam as demandas do século

XXI. De acordo com FREIRE (1996, p 02), “Saber que deve respeito à autonomia e

identidade do educando exige de mim uma prática em tudo coerente.”

Palavras que levam a refletir sobre a importância de uma prática pedagógica

voltada a valorização e respeito da individualidade do aluno. Pois o espaço que a

Educação Infantil ocupa hoje na legislação e na política educacional brasileira não

resulta e uma evolução natural dos sistemas de ensino. É conquista de uma ação

persistente, de sólida argumentação, com intensa mobilização e pressão social.

Passando assim, a ser ainda mais voltada para os interesses e as

necessidades desses pequenos seres. Pois hoje a sociedade está mais consciente

da importância das experiências das crianças na Educação Infantil, o que motiva

demandas por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos com

mais qualidade.

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2 PRÉ - ESCOLA

De acordo com LIMA (1992), alfabetização a princípio significa o domínio da

leitura e da escrita, mas esse domínio é na verdade a conclusão de um longo

processo. Para que uma criança seja alfabetizada, é preciso que ela passe antes por

uma série de etapas em seu desenvolvimento, tornando-se então preparada para a

aquisição da leitura e da escrita. Essas etapas compõem a chamada fase pré-

escolar ou período preparatório.

Por isso a pré-escola tem um papel muito importante no preparo da criança

para alfabetização, é a partir dela que a criança irá construir uma base escolar sólida

para os próximos desafios de sua vida escolar. Ela visa à criação de condições para

satisfazer as necessidades básicas da criança, oferecendo-lhe um clima de bem-

estar físico, afetivo, social e intelectual, mediante a proposição de atividades lúdicas,

que levam a criança a agir com espontaneidade, estimulando novas descobertas e o

estabelecimento de novas relações, a partir do que já se conhece.

Segundo KRAMER (1999), nessa fase o processo de alfabetização, é

bastante complexo para a criança, por isso a importância de se respeitar o período

preparatório, que dará a criança o suporte necessário para que ela prossiga sem

apresentar grandes problemas.

Uma criança sem o preparo necessário, pode apresentar durante a

alfabetização, dificuldades relacionadas à coordenação motora fina e à orientação

espacial, não sabendo por exemplo, segurar o lápis com firmeza, unir as letras

enquanto escreve, ou como posicionar a escrita no papel. Pode ainda ter problemas

para identificar os fonemas e associá-los aos grafemas.

Também é possível encontrar crianças que só sabem copiar textos, e

durante um ditado, não conseguem escrever. Podemos falar também sobre as

dificuldades de interpretação de texto, de compreensão, de raciocínio lógico e ainda

nas dificuldades emocionais. Complexos de inferioridade, insegurança, medo de

situações novas, medo de ser repreendida, medo de errar, de não corresponder às

expectativas dos pais, apatia, indiferença ou indisciplina e revolta, problemas de

socialização, baixa auto-estima, e outros.

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O período propício para a alfabetização é entre os 6 ou 7 anos. Segundo

BRASIL (1996), é a chamada fase latente, quando a criança já não tem mais

interesses relacionados à descoberta do próprio corpo e do sexo oposto, bem como

suas relações, e pode ter toda a sua atenção voltada para a aprendizagem por que

esses interesses só voltam a se manifestar na puberdade. Sendo assim:

A pré-escola é um espaço onde as crianças constroem a sua aprendizagem de forma a favorecer a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança. Pois através dela a criança cria condições para o sucesso da aprendizagem, na medida em que promove a sua auto-estima e autoconfiança, desenvolvendo competências que permitem que cada criança conheça as suas possibilidades e progressos (BRASIL, 1996).

Assim o processo de alfabetização, pode chegar à 2 anos dependendo da

maturidade, do preparo, do ritmo da criança e do quanto foi estimulada. Este é o

período adequado para que a criança tenha completo domínio da leitura e da escrita,

havendo a necessidade daí por diante do aperfeiçoamento da ortografia, da

gramática e a estimulação constante da compreensão, interpretação e produção de

textos (BRASIL, 1996).

Segundo KRAMER et al (1999), as atividades para crianças nessa fase

devem ter o objetivo de fixar melhor o conteúdo, permitindo que a ela interaja com a

atividade e possa tomar decisões, dando um maior significado na atividade, assim

melhorando a compreensão do conteúdo. Além de tudo isso, uma boa alimentação,

boa saúde, tempo de sono respeitado com horários regulares e um ambiente de

tranquilidade, segurança e amor entre a família, integração entre a família e a

escola, facilitam muito a superação do período de alfabetização com bastante êxito.

Falando agora do período preparatório, precisamos levar em consideração

que para ser alfabetizada, uma criança precisa antes de tudo ter uma auto-estima

elevada, precisa estar bem emocionalmente, ter segurança e auto-confiança, para

poder enfrentar as dificuldades que o processo de alfabetização irão lhe impor.

Pois a criança é um ser passivo de aprendizagem onde podemos enfatizá-la

como o próprio agente do seu desenvolvimento cognitivo. A fonte do conhecimento

da criança está não só na variedade de situações concretas e sociais que ela tem

oportunidade de vivenciar, mas, também, na organização lógica que essas

interações vão assumindo no seu pensamento. (MATA e VASCONCELOS, 2001).

Além disso, a criança precisa apresentar características de socialização.

Seja qual for o seu temperamento, segundo KRAMER et al (1999), ela deve saber

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se portar em grupo, respeitar as pessoas, saber quais são seus limites, ter disciplina,

estabelecer boa comunicação, ir aos poucos adquirindo independência e

responsabilidade, saber ganhar e saber perder, ter boas maneiras.

Depois disso, de acordo com MATA e VASCONCELOS (2001), a criança

deve apresentar um bom desenvolvimento motor e dominância lateral definida. Isso

significa que ela deve brincar muito, exercitar-se através de jogos e brincadeiras que

estimulem as percepções sensoriais (gustativa, olfativa, visual, tátil e auditiva). Deve

dominar seus movimentos corporais com habilidade e segurança, deve conhecer

seu corpo, seus limites, ter postura, equilíbrio, reflexos e raciocínio lógico bem

desenvolvidos.

Na fase Pré Escolar, KRAMER et al (1999), os educadores devem buscar

metodologias de trabalho que favoreçam a formação da criança, facilitando sua

aprendizagem, beneficiando, portanto o processo ensino aprendizagem e,

permitindo atingir o objetivo principal dessa fase de ensino que é o desenvolvimento

harmônico e integral da criança.

Para KRAMER et al (1999), é muito importante a brincadeira nessa fase,

pois a criança usa a motricidade por meio das brincadeiras para relacionar-se com

as pessoas e com o ambiente, seja em casa ou na escola. Através das brincadeiras

a criança descobre suas emoções e a existência de outras crianças, suas

possibilidades e limitações. Por isso a importância das, brincadeiras de rua, de jogar

bola, andar de bicicleta, rolar na grama, brincar com areia, nadar, correr, pular, etc.

Isso é o que chamamos de coordenação motora global.

Segundo ROSSINI (2003), para desenvolver o desenvolvimento da

coordenação motora fina a criança pode desenhar ou pinta com todos os tipos de

lápis, pincéis, quando usa tesouras ou quando pinta com os próprios dedos. Quando

rasga, amassa ou pica papéis, quando brinca com jogos de encaixar e montar,

enfim, são atividades que limitam-se mais ao uso das mãos, associadas ao

raciocínio, à percepção sensorial e à concentração.

Também são pré-requisitos importantes, conforme ROSSINI (2003), o

desenvolvimento da capacidade de concentração, o desenvolvimento da memória e

do raciocínio lógico e abstrato. Estes podem ser aprimorados com brinquedos e

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programas educativos, músicas, histórias, filmes infantis, livros, conversas informais,

e tantas outros recursos.

Toda e qualquer atividade estimula o cérebro, e quanto mais estimulado,

segundo KRAMER et al (1999), melhor é o desempenho da criança em todo o

processo de aprendizagem. Além de tudo isso a criança precisa sem dúvida

apresentar bom desenvolvimento físico e boa saúde.

Por causa de todo esse aprendizado é importante que as crianças

frequentem a pré-escola. Os pais devem estar atentos quanto a escolha de uma, por

que muitas não tem a aprovação da secretaria de educação do município. São as

conhecidas escolas de fundo de quintal, onde não existem os recursos necessários

para todo o desenvolvimento do período preparatório.

Muitas pré-escolas se preocupam somente com a alfabetização da criança,

mas é muito importante que a pré-escola se preocupe primeiramente com o

desenvolvimento do período preparatório, com a estimulação de todos os pré-

requisitos que já descrevemos.

Segundo RAPPAPORT (1981), as atividades para crianças nessa fase

devem ter o objetivo de fixar melhor o conteúdo, permitindo que a criança interaja

com a atividade e possa tomar decisões, dando um maior significado na atividade a

assim melhorando a compreensão do conteúdo.

Nessa fase a criança estará desenvolvendo ativamente a linguagem o que lhe dará possibilidades de, além de se utilizar da inteligência prática decorrente dos esquemas sensoriais- motores formados na fase anterior, iniciar a capacidade de representar uma coisa por outra, ou seja, formar esquemas simbólicos. Isto será conseguido tanto a partir do uso de um objeto como se fosse outro (quando por exemplo, uma caixa de fósforo pode se transformar num carrinho para brincar), de uma situação por outra (na brincadeira de casinha a criança estará representando situações da vida diária) ou ainda de um objeto, pessoa ou situação por uma palavra (RAPPAPORT,1981,p. 26).

E de acordo com KRAMER et al (1999), a escola não deve pular as etapas

do desenvolvimento, isso é extremamente prejudicial e trará consequências futuras

para a criança, nas áreas pedagógica, emocional ou social. Para ser alfabetizada,

uma criança precisa estar madura em todos os sentidos, pois o processo de

alfabetização apresenta novas etapas, e a criança deve estar preparada para vencê-

las.

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Para MATTA e VASCONCELOS (2001), é importante ressaltar que pré-

escola não é um depósito de crianças, onde as crianças ficam para que os pais

possam trabalhar. A pré-escola tem um papel importantíssimo no preparo da criança

para a alfabetização e deve cumprir este papel com competência. É o início da

formação da criança, é onde ela vai ter o primeiro contato com o processo de

aprendizagem, que será a base para todos os anos de escola que ela terá no futuro.

Esse contato deverá ser agradável e prazeroso, para que não gere traumas

futuros. No período preparatório, a família e a escola devem caminhar juntas,

auxiliando uma à outra mutuamente. A família deve estimular a criança, ajudá-la

com as tarefas, participar das reuniões, estar em contato com os professores,

interessar-se pela vida escolar da criança.

A busca pela qualidade da Educação Infantil e a preservação da infância

como uma época de pleno desenvolvimento cognitivo da criança é que fez com que

educadores, pais e estudiosos, buscassem modificar a concepção de educação

assistencialista e buscar concepções sobre a infância, e as relações sociais e

culturais da criança. (COSTATO e SPONDA, 2009).

Portanto é importante lembrar que a pré-escola é o começo da longa

caminhada escolar, por isso, deve ser um bom começo, que proporcione alegria e

satisfação para a criança, afinal a primeira professora a gente nunca esquece. É

importante promover a aprendizagem do aluno para que este possa construir o

conhecimento dentro de um ambiente que o desafie e o motive para a exploração, a

reflexão, a depuração de idéias e a descoberta.

2.1 AS ATIVIDADES LÚDICAS NA PRÉ–ESCOLA

A maneira como se ensina leva a vários resultados diferentes e não significa

que ocorra aprendizagem. No presente, ensinar não é sinônimo de transmitir

informações, e aprender não é apenas aceitar o que se diz. Aprender é construir

significados, e ensinar é oportunizar essa construção. De acordo com MACHADO

(2009), a criança aprende através da atividade lúdica a encontrar na própria vida,

nas pessoas reais, a complementação para suas necessidades. Conceber o lúdico

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como atividade apenas de prazer e diversão, negando seu caráter educativo é uma

concepção ingênua e sem fundamento.

Na escola é possível planejar os espaços de jogo. Na sala de aula, o espaço

de trabalho pode ser transformado em espaço de jogo, podem ser desenvolvidas

atividades aproveitando mesas, cadeiras, divisórias etc. como recursos. Fora da

sala, sobretudo no pátio, a brincadeira corre solta e a atividade física predomina.

KISHIMOTO (1997), relata que a atividade infantil e lúdica favorece as

necessidades do desenvolvimento, mesmo que de um olhar imediato pode-se

parecer inútil, uma perda de tempo, porém ela tem uma enorme importância ao

longo prazo. Nesse aspecto observa-se a importância de todo um trabalho lúdico

com as crianças das séries iniciais.

Segundo MARQUES (2013), como vivemos uma época em que a tecnologia

avança aceleradamente inclusive na educação, as atividades lúdicas não podem

serem esquecidas no cotidiano escolar, porque a alternativa de trabalhar de maneira

lúdica em sala de aula é muito atraente e educativa. Assim as aulas muitas vezes,

tornam-se meras repetições de exercícios educativos, ficando monótona e como

consequência vazia, procura-se a solução com a utilização dos jogos para despertar

na criança o interesse pela descoberta de maneira prazerosa e com

responsabilidade.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil:

As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica (BRASIL, l998, p. 28).

Para LIMA (1992), a pré-escola precisa ser mais do que um lugar agradável,

onde se brinca. Deve ser um espaço estimulante, educativo, seguro, afetivo, com

professores realmente preparados para acompanhar a criança nesse processo

intenso e cotidiano de descobertas e de crescimento. Precisa propiciar a

possibilidade de uma base sólida que influenciará o desenvolvimento futuro dessa

criança.

Assim, se as atividades realizadas na pré-escola enriquecem as

experiências infantis e possuem um significado para a vida das crianças, elas podem

favorecer o processo de desenvolvimento e aprendizagem, quer no nível do

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reconhecimento e da representação dos objetos e das suas vivências, quer no nível

da expressão de seus pensamentos e afetos.

Nesse sentido, todas as atividades trabalhadas na pré-escola devem partir

do jogo como desafio à participação ativa da criança na construção do seu

conhecimento. Os jogos tornam-se recursos didáticos de grande valor no processo

ensino aprendizagem, pois a criança aprende melhor brincando e todos os

conteúdos podem ser ensinados através das brincadeiras e jogos.

E sobre esse ponto de vista ROSSINI (2003), nos fala que o lúdico se torna

de vital importância para a educação. O lúdico torna-se válido para todas as séries,

porque é comum pensar na brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades

relacionadas apenas na infância. Na realidade, embora predominante neste período,

não se restringe somente ao mundo infantil.

De acordo com RAMOS (2013), o lúdico hoje, torna-se um grande aliado do

professor, pois o jogo faz parte da vida da criança, e ao introduzir as brincadeiras

nas atividades escolares, ele torna as atividades mais atrativas e significativas para

a criança, possibilitando à criança desenvolver suas habilidades de um jeito

prazeroso. A criança aprende efetivamente quando relaciona o que aprende com

seus próprios interesses.

Para LIMA (1992), o brincar é uma atividade culturalmente definida e

representa uma necessidade para o desenvolvimento infantil. Historicamente, o

homem sempre brincou, por meio dos diversos povos e culturas e no decorrer da

história, mas ao longo do tempo, as formas de brincar, os espaços e os tempos de

brincar, os objetos foram se transformando.

O movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de

conhecimento, pois nele a criança constrói classificações, elabora sequências

lógicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas

da ciência. (RONCA, 1989).

Percebemos desse modo que brincando a criança aprende com muito mais

prazer, destacando que o brinquedo, é o caminho pelo quais as crianças

compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a mudar. É a oportunidade

de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa,

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exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e a

capacidade de se tornar um ser humano criativo.

O brincar deve ter lugar prioritário na vida da criança. Por ser uma das

linguagens expressivas do ser humano, proporciona a comunicação, a descoberta

do mundo, a socialização e o desenvolvimento integral. Para VIGOTSKY (1989, p.

84): "As crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A

brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da tensão do individuo e a

sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade."

Pois o lúdico é um instrumento que permite a inserção da criança na cultura,

por meio do qual se pode permear suas vivências internas com a realidade externa.

É um facilitador para a interação com o meio, embora seja muito pouco explorado.

Verificamos, portanto que as atividades lúdicas propiciam à criança a

possibilidade de conviver com diferentes sentimentos os quais fazem parte de seu

interior, elas demonstram através das brincadeiras como vê e constrói o mundo,

como gostaria que ele fosse quais as suas preocupações e que problemas a estão

atormentando, ou seja, expressa-se na brincadeira o que tem dificuldade de

expressar com palavras.

Destacando ainda mais a importância do lúdico, lembramos as palavras de

RONCA (1989, p:27):

O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo.

A brincadeira faz parte da vida da criança, seja na escola ou fora dela. Esta

atividade é tanto fonte de lazer como de conhecimento. Contudo, brincar na escola,

segundo RODRIGUES (2009), é diferente de brincar em casa, na rua ou em outros

lugares. Pois as crianças já vivenciam muitas cobranças na rotina de suas vidas: são

cobradas na escola pelos professores; em casa, por seus pais; na expectativa social

de gerarem uma sociedade mais justa.

Sendo assim os jogos acabam sendo uma importante válvula no exercício

da liberdade e autodescoberta infantil. Pois nas brincadeiras, se aprende e são

incorporados conceitos, preconceitos e valores. Nas brincadeiras, se materializam as

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trajetórias singulares de vida das crianças, seus valores e suas experiências. O

brincar faz parte integral da formação da criança e os pais e as escolas devem

encarar isso de maneira a estar seriamente comprometido com o brincar de forma a

desenvolver e educar a criança.

2.2 SUGESTÕES DE JOGOS

As sugestões abaixo foram retiradas do Site da Revista Nova Escola (2013)

JOGO DE ALVO

Objetivo

Construir jogos de alvo para dar de presente na brincadeira de amigo-oculto.

Conteúdo

- Jogos e brincadeiras.

Anos

Pré-escola.

Tempo estimado

Quatro meses.

Material necessário

Jogos de alvo, placas de madeira, caixas de sapato, pregadores de roupa,

botões, cola, tintas guache, pincéis, rolos de pintura, tesouras, elásticos e objetos

que podem servir de obstáculos.

Desenvolvimento

1ª etapa

Leve à turma diversos jogos de alvo para que conheçam como são

(boliches, dardo ou bilhar, por exemplo). Apresente suas regras e deixe que

brinquem.

2ª etapa

Disponibilize para as crianças os materiais e diga que façam seus jogos.

Proponha que, em duplas, planejem, construam um brinquedo que tenham as

características dos conhecidos na etapa anterior e testem sua criação. Fique atento

às necessidades e intervenha, ajudando na manipulação de cola ou sugerindo que

utilizem tinta para pintar grandes superfícies.

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3ª etapa

Organize a turma em roda e peça que cada dupla apresente sua criação aos

colegas. A intenção é que aprimorem seus jogos, sugerindo novos elementos ou

regras às outras crianças. Nos dias seguintes, deixe que façam os ajustes e

brinquem.

4ª etapa

Chame um convidado (como outro professor, alguém da comunidade ou

uma criança mais velha) para levar um jogo de alvo à escola e ensinar seu

funcionamento. É importante que ele leia as regras para a turma se habituar com o

texto instrucional.

5ª etapa

Divida a turma em grupos de quatro. Disponha caixas com materiais e

proponha que criem outros jogos, inspirando-se no que aprenderam até então.

Organize nova roda: da mesma maneira em que trabalharam na 2ª etapa, a intenção

é que possam conversar sobre as melhorias de seus jogos com os colegas e, em

seguida, façam as alterações.

6ª etapa

Convide um adulto para observar os jogos elaborados e dar dicas de como

melhorá-los ainda mais (como no acabamento ou nas regras). Dê tempo para que

possam fazer as alterações.

7ª etapa

Com base na leitura atenta de textos instrucionais, peça que as crianças

ditem as regras de seus jogos e seja o escriba. Organize os dados no quadro e

depois registre-os em papel (esse material vai acompanhar os jogos dados de

presente).

8ª etapa

Proponha a entrega dos presentes aos amigos ocultos.

Produto final

Jogos de alvo.

Avaliação

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Analise o desempenho das crianças no decorrer do projeto, observando se

participam das propostas, se têm ideias para a confecção dos jogos, se socializam

as regras e se interagem e cooperam com os companheiros. Note se relacionam a

direção e a força para acertar o alvo.

MORTO-VIVO

IDADE = A partir dos 4 anos.

MATERIAL = Nenhum

ATIVIDADE O condutor irá dispor as crianças enfileiradas na horizontal,

cada vez que o condutor falar MORTO, as crianças devem se agachar e quando ele

falar VIVO eles devem se levantar, o condutor deverá ir falando cada vez mais

rápido para que as crianças se confundam, quem errar sairá da brincadeira até que

fique apenas o vencedor, depois a brincadeira recomeça novamente.

OBJETIVOS:

Integrar a sala;

- Observação;

- Atenção;

- Agilidade;

- Percepção auditiva;

- Reflexos rápidos.

BRINCADEIRAS COM CORDAS

Objetivo

- Experimentar diferentes brincadeiras com corda.

Material necessário

Cordas de tamanhos variados.

Desenvolvimento

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Proponha que a turma vivencie várias maneiras de pular corda: uma criança

por vez, em dupla e em trios. Também é possível brincar diversificando as regras,

como pular ao ritmo de uma parlenda ou pular tocando a mão no chão. Converse

com o grupo sobre outras brincadeiras que podem ser realizadas com o objeto:

chicote queimado (uma criança gira a corda rente ao chão e as demais pulam),

aumenta-aumenta (duas seguram as pontas da corda e vão levantando

gradativamente para que as outras saltem) e cabo de guerra.

Avaliação

Observe se a turma aprimora e diversifica o brincar com autonomia a partir

de então. Observe se a adaptação das regras se dá em função das dificuldades que

surgem ou porque o grupo não compreendeu a brincadeira nova. Nesse caso,

converse com as crianças novamente.

BRINQUEDOS QUE VOAM

Objetivos

- Elaborar hipóteses sobre os fenômenos da natureza.

- Explorar problemas de ordem física com brinquedos voadores.

- Construir pensamentos para observar o mundo científico.

Anos

Pré-escola.

Tempo estimado

Uma semana.

Material necessário

Cata-ventos de tamanhos diferentes, papel cartão, de seda, vegetal, sulfite e

cartolina. Folhas de jornal cortadas em quadrados, com 32 centímetros de lado e em

tiras finas. Giz, palitos de dente, pedaços de linha com 30 e de 70 centímetros de

comprimento e carretel de linha própria para pipas.

Desenvolvimento

1ª etapa

Deixe os cata-ventos à disposição das crianças e leve-as para o parque.

Estimule a observação do movimento deles. Por que o cata-vento gira? Por que às

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vezes ele roda rápido? De onde vem a força que faz com que ele se mova? Como é

possível fazê-lo girar mais rápido?

2ª etapa

Convide a turma a construir aviões de papel e participar de uma competição.

Ofereça papel cartão, vegetal, sulfite e de seda e cartolina, cortados em diferentes

tamanhos, e ajude-os a fazer as dobras, passo a passo. É interessante levá-los a

pensar sobre a diversidade de papéis. Quais julgam ser mais adequados? Por quê?

3ª etapa

De volta ao parque, as crianças vão competir em duplas: uma arremessa o

avião e o colega marca com um giz o ponto onde ele caiu. Depois que todos tiverem

jogado, o grupo deve observar os resultados e retomar as ideias sobre o tipo de

papel mais adequado para fazer os aviões. Pergunte também se os grandes voaram

para mais longe que os pequenos. Por fim, as crianças devem montar mais aviões,

dessa vez do tamanho e com o papel que julgam mais pertinentes, e brincar com

eles.

4ª etapa

Os pequenos vão montar capuchetas, uma variação simples da pipa (ou

papagaio, como se diz em algumas regiões). Distribua o jornal e explique que o

primeiro passo é dobrá-lo ao meio, formando um triângulo. Depois, é preciso abrir a

folha, deixando a marca em posição vertical, e virar para trás a ponta de cima. Com

um palito, ajude-os a fazer um furo em cada uma das outras pontas. Depois,

distribua as linhas de 30 centímetros para que ela seja passada pelos furos das

pontas da direita e da esquerda, e amarre. Para fazer a rabiola, amarre as tirinhas

de jornal em uma linha de 70 centímetros lado a lado e prenda-as na ponta de baixo.

Por fim, amarre a linha do carretel no centro do fio preso às laterais.

5ª etapa

Ao ar livre, ensine a turma a empinar as capuchetas. É importante que nesse

momento o grupo perceba que o vento tem uma direção e que é de acordo com ela

que a capucheta voa.

6ª etapa

Pergunte aos pequenos se venta todo dia e se a capucheta voaria sem ele.

E se ela fosse feita com um papel mais pesado que o jornal? Por que ela voa ao ser

puxada durante a corrida? A turma deve fazer associações a respeito do que o ar

em movimento provoca.

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Avaliação

Avalie se as crianças, durante todo o processo, passaram a conhecer o

impacto do vento no movimento dos objetos com que brincaram e se perceberam a

influência do material usado na confecção deles.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O brincar faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor e se

socializam com facilidade, apreendem o espírito de grupo, aprendem a tomar

decisões e percebem melhor o mundo dos adultos. Assim conclui-se com essa

pesquisa que o brincar da criança, visto do prisma aqui apresentado, não pode ser

considerada uma atividade complementar a outras de natureza dita pedagógica,

mas sim como atividade fundamental para a formação de conceitos de crianças da

pré-escola.

Através dos jogos lúdicos, do brinquedo e da brincadeira, desenvolve-se a

criatividade, a capacidade de tomar decisões e ajuda no desenvolvimento motor da

criança, além destas razões, tornam as aulas mais atraentes para os alunos, são a

partir de situações de descontração que o professor poderá desenvolver diversos

conteúdos, gerando uma integração entre as matérias curriculares.

Contudo, acredita-se, que a atividade lúdica na pré-escola deve ser

encarada com muita seriedade, uma vez que é através do brincar que a criança

adquire experiências e desenvolve seus conceitos sobre o mundo que a cerca. Pois

a criança tem a característica de entrar no mundo dos sonhos das fábulas e

normalmente utiliza como ponte às brincadeiras. Quando esta brincando se

expressa mostrando seu intimo, seus sentimentos e sua afetividade.

Convém relembrar que o caráter lúdico nas brincadeiras, jogos e atividades

infantis são essenciais para o desenvolvimento da personalidade das crianças. Cabe

ao educador por meio da intervenção pedagógica propiciar atividades significativas

que levem a uma aprendizagem de sucesso. Para que isso aconteça é necessário

que o professor reflita sua prática pedagógica percebendo o aluno mais que um

mero executor de tarefa, mas alguém que sente prazer em aprender.

Portanto com esse estudo verificou-se que o jogo pode ser uma metodologia

muito eficiente, porém deve ser estudada e planejada pelos professores, para que

realmente ela possa contribuir para o processo de desenvolvimento da criança. Pois

cabe ao professor selecionar atividades significativas para atender às reais

necessidades de seus alunos, já que mesmo estudando em uma mesma sala e com

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a mesma idade cada criança apresenta atitudes e interesses diferenciados, cabendo

o professor descobrir a real necessidade de cada aluno.

Sendo assim observou-se que os espaços lúdicos são ambientes férteis

também para a aprendizagem e o desenvolvimento, principalmente da socialização.

Contudo, as brincadeiras são importantes por fazerem parte do mundo das crianças

e por proporcionarem momentos agradáveis dando espaço à criatividade. Todos

devemos buscar o bem–estar dos pequenos durante o processo de ensino e

aprendizagem, resgatando assim o lúdico como instrumento de construção do

conhecimento.

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RAMOS, M.C.A.L. Jogar e brincar: representando papéis, a criança constrói o próprio conhecimento e conseqüentemente, sua própria personalidade. Disponível em:<http://www.icpg.com.br/artigos/rev01-07.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2013. RAPPAPORT, C. R. et al. Psicologia do desenvolvimento: a idade pré-escolar. v. 3. São Paulo: EPU,1981. RODRIGUES, Luzia Maria. A criança e o brincar. Universidade Federal rural do Rio de Janeiro - UFRRJ decanato de pesquisa e pós-graduação – DPPG. Mesquita, 2009. RONCA, P.A.C. A aula operatória e a construção do conhecimento. São Paulo: Edisplan, 1989. ROSSINI, M.A.S. Aprender tem que ser gostoso. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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