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AlgoritmosAdaptativosparaoM´ etododosElementosFinitos UtilizandoaBiblioteca Jos´ eJerˆ onimoCamata Dissertac ¸˜ aodeMestrado ProgramadeP´ os-Graduac ¸˜ aoemInform´ atica UniversidadeFederaldoEspiritoSanto Vit´ oria,Outubrode2006

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Algoritmos Adaptativos para o Metodo dos Elementos FinitosUtilizando a Biblioteca

Jose Jeronimo Camata

Dissertacao de Mestrado

Programa de Pos-Graduacao em Informatica

Universidade Federal do Espirito Santo

Vitoria, Outubro de 2006

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Aos meus pais, Gecelina e Jose, e ao meu irmao Felipe

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Agradecimentos

Expresso aqui meus sinceros agradecimentos aos responsaveis pela realizacao deste trabalho.

A minha orientadora, Prof.a Andrea M. P. Valli que transmitiu seus conhecimentos e ex-

periencias, dedicacao e compreensao, e que, com certeza, contribuiu enormemente na minha

formacao academica e profissional.

A Prof.a Lucia Catabriga pelo apoio dado ao longo deste trabalho, alem de estar disponıvel

para a revisao do mesmo, meus sinceros agradecimentos.

Agradeco a minha famılia por ter me apoiado e me incentivado durante todo perıodo desta

tarefa.

Agradeco aos amigos que fiz ao longo desses ultimos dois anos dentro do departamento de

informatica. Pela trocas de conhecimentos, experiencias e afeto.

Agradeco ao departamento de informatica, que por meio do laboratorio de computacao

de alto desempenho (LCAD), viabilizou a infraestrutura adequada para a completa realizacao

desse trabalho.

Ao Prof. Graham F. Carey pela disponibilidade em ceder os recursos do laboratorio de

dinamicas de fluidos computacionais (CFDLab).

A CAPES, uma vez que esse trabalho faz parte do projeto de colaboracao da Capes com a

Universidade do Texas em Austin, CAPES/UT N . 11/04.

Enfim, eu gostaria de agradecer a todos que direta ou indiretamente contribuiram para

realizacao desse trabalho.

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Sumario

Lista de Figuras p. vii

Lista de Tabelas p. x

Resumo p. xi

Abstract p. xii

1 Introducao p. 1

1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 6

1.2 Organizacao do texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 7

1.3 Recursos computacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 8

2 Formulacao e Aproximacao p. 9

2.1 Formulacao SUPG para a equacao de transporte . . . . . . . . . . . . . . . . p. 9

2.2 Formulacao de Galerkin para as equacoes de Navier-Stokes . . . . . . . . . . p. 14

2.3 : biblioteca para simulacoes paralelas com refinamento adaptativo

da malha de elementos finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 18

3 Metodos Iterativos Lineares p. 24

3.1 Biblioteca PETSc . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 24

3.2 Metodos de solucao de sistemas baseados nos sub-espacos de Krylov . . . . . p. 26

3.2.1 Metodo dos resıduos mınimos generalizados (GMRES) . . . . . . . . p. 26

3.2.2 Metodo do gradientes bi-conjugados estabilizados (Bi-CGSTAB) . . p. 31

3.3 Metodo das direcoes conjugadas a esquerda (LCD) . . . . . . . . . . . . . . p. 33

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3.3.1 Implementacao no . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 36

4 Adaptatividade na Biblioteca p. 38

4.1 Refinamento adaptativo da malha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 38

4.2 Selecao adaptativa do passo no tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 45

4.3 Adaptatividade no espaco e no tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 51

5 Experimentos Numericos usando a Biblioteca p. 54

5.1 Eficiencia computacional dos metodos iterativos . . . . . . . . . . . . . . . . p. 54

5.1.1 Problema de conveccao-difusao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 54

5.1.2 Problema de conveccao dominante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 59

5.1.3 Principais conclusoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 65

5.2 Adaptatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 66

5.2.1 Problema da cavidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 67

5.2.2 Problema do escoamento com alargamento do canal . . . . . . . . . p. 74

5.2.3 Principais conclusoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 85

6 Conclusao e Trabalhos Futuros p. 87

Referencias Bibliograficas p. 90

Apendices p. 97

Apendice A - SubMatrizes e Subvetores da Matriz Jacobiana . . . . . . . . . . . . p. 97

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Lista de Figuras

2.1 Hierarquia da classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22

3.1 Organizacao hierarquica entre as bibliotecas PETSc e . . . . . . . . p. 25

4.1 Exemplo de refinamento adaptativo da malha para um problema de conveccao-

difusao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 41

4.2 Fluxo sobre as faces dos elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 42

4.3 Fluxograma do refinamento adaptativo da malha AMR . . . . . . . . . . . . p. 43

4.4 Nıveis de Refinamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 44

4.5 Controlador PID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 46

4.6 Selecao adaptativa do passo do tempo visto como um problema de controle

retroalimentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 48

4.7 Algoritmo PID para a escolha do tamanho do passo no tempo . . . . . . . . . p. 50

4.8 Algoritmo do refinamento adaptativo no tempo e no espaco . . . . . . . . . . p. 53

5.1 Solucao do problema de conveccao-difusao . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 55

5.2 Problema de conveccao-difusao - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r )para elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita), malha 64 64 celulas . . . p. 60

5.3 Problema de conveccao-difusao - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r )para elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita), malha 128 128 celulas . . p. 60

5.4 Problema de conveccao-difusao - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r )para elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita), malha 256 256 celulas . . p. 60

5.5 Problema conveccao dominante - Condicoes de Contorno . . . . . . . . . . . p. 61

5.6 Problema conveccao-dominante - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r )para elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita) - Malha 64 64 celulas . . p. 64

5.7 Problema conveccao-dominante - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r )para elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita) - Malha 128 128 celulas . p. 64

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5.8 Problema conveccao-dominante - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r )para elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita) - Malha 256 256 celulas . p. 64

5.9 Problema da cavidade - Condicoes de fronteira . . . . . . . . . . . . . . . . p. 67

5.10 Distribuicao da velocidade u no topo da cavidade . . . . . . . . . . . . . . . p. 68

5.11 Problema da cavidade - Reynolds 200 - Perfil das velocidades u (esquerda) e v

(direita) no centro geometrico da cavidade - malha Fixa (40 40) e AMR(20

20,1,0.3,0.01,1) - com e sem PID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 70

5.12 Problema da cavidade - Reynolds 1000 - Perfil das velocidades u (esquerda)

e v (direita) no centro geometrico da cavidade - malha Fixa (80 80) e

AMR(20 20,2,0.3,0.01,2) - com e sem PID . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 70

5.13 Problema da cavidade - Escolha do tamanho do passo ao longo do tempo para

as malhas fixa e AMR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 72

5.14 Problema da cavidade - Reynolds 200 - Configuracao final da malha . . . . . p. 73

5.15 Problema da cavidade - Reynolds 1000 - Configuracao final da malha . . . . p. 73

5.16 Problema da cavidade - Reynolds 200 - Linhas de corrente - Malha fixa e AMR p. 74

5.17 Problema da cavidade - Reynolds 1000 - Linhas de corrente - Malha fixa e

AMR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 75

5.18 Problema da cavidade - Reynolds 200 - Verificacao do regime permanente -

tempo vs. energia cinetica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 76

5.19 Problema da cavidade - Reynolds 1000 - Verificacao do regime permanente -

tempo vs. energia cinetica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 77

5.20 Problema do escoamento com alargamento do canal - Condicoes de fronteira p. 78

5.21 Problema do escoamento com alargamento do canal - Escolha do tamanho do

passo ao longo do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 80

5.22 Problema do escoamento com alargamento do canal - Numero de nos . . . . p. 81

5.23 Problema do escoamento com alargamento do canal - Configuracao final da

malha - AMR(64 8,1,0.3,0.01,1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 81

5.24 Problema do escoamento com alargamento do canal - Perfil da velocidade -

Malha fixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 82

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5.25 Problema do escoamento com alargamento do canal - Perfil da velocidade -

AMR(64 8,1,0.3,0.01,1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 83

5.26 Problema do escoamento com alargamento do canal - Linhas de corrente -

Malha fixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 84

5.27 Problema do escoamento com alargamento do canal- Linhas de corrente -

AMR(64 8,1,0.3,0.01,1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 84

5.28 Problema do escoamento com alargamento do canal - Energia Cinetica . . . . p. 85

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Lista de Tabelas

5.1 Problema de conveccao-difusao - Desempenho dos metodos GMRES, LCD

and Bi-CGSTAB - Malha 64 64 celulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 56

5.2 Problema de conveccao-difusao - Desempenho dos metodos GMRES, LCD

and Bi-CGSTAB - Malha 128 128 celulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 57

5.3 Problema de conveccao-difusao - Desempenho dos metodos GMRES, LCD

and Bi-CGSTAB - Malha 256 256 celulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 58

5.4 Problema de conveccao-difusao - Custo das operacoes - Malha 256 256

celulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 59

5.5 Problema conveccao-dominante - Desempenho computacional dos metodos

GMRES, LCD e Bi-CGSTAB - Malha 64 64 celulas . . . . . . . . . . . . p. 62

5.6 Problema conveccao-dominante - Desempenho dos metodos GMRES, LCD

e Bi-CGSTAB - Malha 128 128 celulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 63

5.7 Problema conveccao-dominante - Desempenho dos metodos GMRES, LCD

e Bi-CGSTAB - Malha 256 256 celulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 65

5.8 Problema conveccao-dominante - Custo computacional - Malha 128 128

celulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 66

5.9 Problema da cavidade - Desempenho do PID para a malha fixa . . . . . . . . p. 71

5.10 Problema da cavidade - Desempenho do PID para a malha adaptativa . . . . . p. 71

5.11 Problema do escoamento com alargamento do canal - Desempenho do PID -

Malha Fixa - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 79

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Resumo

Tecnicas adaptativas de refinamento da malha de elementos finitos sao importantes ferra-

mentas na reducao do tempo de processamento da solucao, paralela ou sequencial, de problemas

em engenharia que utilizam o metodo de elementos finitos. Alem do mais, solucoes aproxima-

das que utilizam malhas adaptativas sao capazes de representar com uma maior precisao os

fenomenos fısicos envolvidos. No entanto, a construcao de uma plataforma em elementos fi-

nitos com essas caracterısticas demanda um enorme esforco e tempo de programacao. Sendo

assim, foi adotada a biblioteca ibMesh em C++ para o estudo e implementacao de tecnicas

que podem melhorar a eficiencia computacional de codigos em elementos finitos. Neste tra-

balho foi implementada uma estrategia de selecao do passo do tempo, baseada na teoria de

controle, e a sua aplicabilidade testada quando utilizada em conjunto com a adaptividade espa-

cial presente na ibMesh. Alem do mais, metodo das direcoes conjugados a esquerda (LCD)

foi incluido na biblioteca via uma interface com a biblioteca PETSc, a fim de tambem

fazer parte da biblioteca . Resultados comparativos com os metodos GMRES e Bi-

CGSTAB mostraram a viabilidade da utilizacao desse metodo. Experimentos numericos con-

firmaram a eficiencia da estrategia do passo no tempo, para a obtencao de solucoes em regime

permanente, quando sao utilizadas malhas fixas e malhas adaptativas no espaco. Alem disso,

os custos computacionais para os processos de selecao do passo sao desprezıveis, uma vez que

involvem apenas o armazenamento de alguns vetores e o calculo de normas.

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Abstract

Adaptive mesh refinement (AMR) is an important technique in the reduction of the compu-

tational cost in numerical solution which uses finite element method. Moreover, approximate

solutions that use adaptive mesh represents the physical phenomena with better precision. The

implementation of an application with these characteristic to require a formidable software de-

velopment effort. Thus, we adopted the library library as a tool to support in our

studies. In this work, we implemented a timestep selection technique based on feedback con-

trol theory and your applicability was tested when used with spatial adaptivity in . In

addition, we introduced the left conjugated directions method (LCD) for the solution of non-

symmetric systems of linear equations in the library. Comparative results with GM-

RES and Bi-CGSTAB methods showed the viability the LCD method. Numerical experiments

confirmed the efficiency of the timestep selection strategy when used with fixed and adaptive

mesh.

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1 Introducao

Diferencas finitas, volumes finitos e elementos finitos sao as principais tecnicas numericas uti-

lizadas para resolver equacoes diferenciais parciais que modelam problemas reais das mais

variadas areas do conhecimento humano. A vantagem do metodo dos elementos finitos relati-

vamente a outros metodos existentes reside na sua versatilidade e generalidade, alem da sua fle-

xibilidade em resolver problemas envolvendo domınios com geometrias complexas e condicoes

de contorno diversas. Desta forma, o metodo de elementos finitos e adotado neste trabalho e

a sua utilizacao na biblioteca [5] e analisada, em conjunto com diversos metodos de

resolucao de sistemas lineares e tecnicas adaptativas da malha. Os modelos matematicos para

os problemas tratados nesse trabalho, e utilizados para testar as tecnicas numericas e computa-

cionais estudadas, sao baseados nas equacoes bidimensionais do transporte convectivo-difusivo

e nas equacoes bidimensionais de Navier-Stokes.

Dentre as principais formulacoes em elementos finitos para escoamentos incompressıveis

estao as formulacoes mistas [24, 69] e penalizadas [94, 69, 22, 23, 24], as formulacoes esta-

bilizadas, como, por exemplo, a formulacao SUPG (Steamline-Upwind/Petrov-Galerkin) [54,

19, 33, 85], a formulacao Galerkin/Least-Squares (GSL) [55, 25, 40], a formulacao Pressure-

Stabilizing/Petrov-Galerkin (PSPG) [84, 31] e as formulacoes baseadas em passos fracionados

[16, 32]. Tambem podemos encontrar formulacoes baseadas nas funcoes de corrente e vor-

ticidade [24, 14]. Neste trabalho e utilizado uma formulacao estabilizada SUPG (Streamline-

Upwind/Petrov-Galerkin) [19] para o problema de transporte com o objetivo de contornar possıveis

instabilidades numericas gerada pela formulacao padrao de Galerkin. Para a equacao de Navier-

Stokes, escritas em variaveis primitivas, e utilizada a formulacao tradicional de Galerkin, com

o metodo de Newton e uma discretizacao no tempo pelo tradicional metodo θ [24].

O metodo dos elementos finitos necessita da geracao da malha correspondente a discretizacao

do domınio do problema, no qual a solucao aproximada e estimada. O espacamento entre os

pontos da malha esta relacionado com a precisao com que a solucao numerica e obtida e com

o tamanho do sistema que e preciso resolver. Quanto maior o numero de pontos ou nos da

malha, maior e o sistema linear resultante. Quanto maior for o sistema linear, mais elevado

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e o tempo de computacao ou processamento. Mais ainda, em geral os problemas de interesse

em engenharia sao transientes, nao lineares, definidos em 2 ou 3 dimensoes e envolvem malhas

com centenas de milhares de pontos. Isso significa que sistemas lineares de grande porte espar-

sos precisam ser resolvidos varias vezes dentro de um passo no tempo, o que acarreta em um

volume enorme de operacoes para a obtencao da solucao aproximada final. Neste trabalho e

discutido formas de implementacoes numericas capazes de reduzir o tempo de processamento

da solucao em uma plataforma em C++ para a resolucao, paralela ou sequencial, de problemas

em engenharia, utilizando o metodo de elementos finitos e tecnicas adaptativas da malha.

Um dos fatores importante para a melhoria do tempo de processamento e a escolha do

metodo de solucao de sistemas lineares a ser empregado. Esses metodos podem ser diretos,

como eliminacao de Gauss e decomposicao LU, ou iterativos, tais como, Jacobi e Gauss-Seidel.

Os metodos diretos possuem um inconveniente quando resolvemos sistemas de grande porte

pois acarretam em erros de arredondamento e em um tempo de processamento muito alto. Por

estas razoes, este tipo de metodo nao e muito utilizado na solucao de sistemas oriundos da

discretizacao por elementos finitos. Assim, os metodos iterativos constituem numa opcao mais

interessante, principalmente, os metodos nao-estacionarios baseados nos subespacos de Kry-

lov [77, 89, 93]. Esses metodos, quando comparados com outros metodos iterativos, possuem

uma taxa de convergencia bem mais alta, principalmente quando algum precondicionamento e

aplicado ao sistema.

O metodo dos resıduos mınimos generalizados, tambem conhecido como GMRES [77],

e o metodo usualmente utilizado na resolucao de sistemas lineares nao-simetricos. Para con-

tornar certos problemas com requerimentos de memoria, a sua variacao mais bem sucedida e

sugerida por Saad e Schultz [77] utiliza a tecnica de reinıcio (”restart”) do processo a cada

ciclo de m iteracoes. Outro metodo, tambem muito empregado, e o metodo dos gradientes

bi-conjugados estabilizados (Bi-CGSTAB) [89]. Esse metodo foi desenvolvido para resolver

a frequente irregularidade de convergencia do metodos dos gradientes conjugados quadrados

(CGS). Alem desses dois ja citados, ha varios outros metodos baseados nos subespacos de Kry-

lov, tais como, o metodo do resıduo quasi-mınimo (QMR), metodo do resıduo quasi-minino

livre de transposicao (TFQMR) e gradientes conjugados (GC).

Em 1994, Yuan et al. [93] introduziram um novo algoritmo para resolver sistemas lineares

nao-singulares e nao-simetricos, o metodo das direcoes conjudadas a esquerda (LCD) base-

ado no conceito de vetores conjugados a esquerda e a direita. Algumas vantagens teoricas

foram verificadas para este metodo, tais como, a propriedade de terminacao finita e a reducao

de falhas (breakdown) para matrizes gerais. Alem disso, existe uma conexao entre LCD e a

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decomposicao LU, o que facilita a sua compreensao. Catabriga et al [28, 29] aperfeicoaram

esse metodo introduzindo a tecnica do restart e executaram testes comparativos com o GM-

RES. Foi observado que, em algumas casos, o LCD apresentou um desempenho melhor que o

GMRES. No entanto, estudos comparativos com outros metodos continua sendo uma area de

interesse para uma melhor compreensao das capacidades computacionais deste metodo.

Um outro importante fator que afeta consideravelmente o desempenho computacional e o

tamanho da malha oriunda da discretizacao por elementos finitos. Em diversos problemas e

possıvel utilizar uma malha uniforme, ou seja, uma malha que utiliza um mesmo espacamento

entre os diversos nos existentes. Entretanto, existem classes de problemas onde um fenomeno

fısico de interesse acontece em uma determinada regiao do domınio que pode, alem disso,

mudar com o decorrer do tempo. Em geral, para que um fenomeno fısico possa ser estimado

com precisao e definida uma malha suficientemente refinada nas regioes onde a solucao e mais

difıcil de ser estimada ou onde a solucao muda mais rapidamente com o tempo. A utilizacao

de uma malha uniforme nestes casos acarreta em um numero elevado de pontos nodais, ou seja,

em um alto custo computacional.

Para reduzir o tamanho do sistema linear resultante ou o numero de pontos nodais envol-

vidos no problema, e possıvel utilizar uma malha nao uniforme que considere um refinamento

maior nas regioes que necessitam de alta precisao, deixando outras parte do domınio com um

numero reduzido de pontos. Sendo assim, e possıvel obter a precisao necessaria para a solucao

aproximada sem aumentar muito o tamanho do sistema resultante, como no caso da malha uni-

forme. No entanto, para a utilizacao de uma malha nao uniforme e preciso definir estrategias

automaticas de geracao que levem em consideracao a precisao desejada ou o fenomeno fısico

que se deseja capturar [65, 26, 86, 92].

Umas das ferramentas utilizadas para a implementacoes de algoritmos adaptativos e a bi-

blioteca [5]. Seu desenvolvimento iniciou em marco de 2002 pelas Universidade do

Texas em Austin e a Universidade de Hamburg na Alemanha, com o objetivo de dar suporte

ao refinamento adaptativo de malhas. Implementada em C++, essa biblioteca e um framework

para simulacao numerica de equacoes diferenciais parciais usando o metodo de elementos fi-

nitos. Permite o desenvolvimento de codigos tanto para maquinas seriais quanto paralelas de

modo facil e rapido. Ou seja, a biblioteca foi criada para facilitar simulacoes em ele-

mento finitos de problemas multifısicos, multi-escala, e utilizando processos adaptativos e em

paralelo, de modo confiavel e que possa ser reutilizavel.

Um dos principais objetivos da biblioteca e fornecer uma plataforma de pesquisa

para algoritmos adaptativos e paralelos. Grande parte do esforco adotado no desenvolvimento

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4

de um software, que suporta simulacoes baseadas em malhas nao estruturadas e em paralelo,

pode ser evitado quando e utilizado, sempre que possıvel, tecnologias independentes da fısica

e outras bibliotecas existentes. Desta forma, usuarios podem concentrar-se na aplicacao fısica

de interesse sem precisar se preocupar com a complexidade adicional envolvida pela adap-

tatividade e pelo processo paralelo. Na biblioteca , o conceito de separar algumas

caracterısticas fısicas da infraestrutura de paralelismo do processo de refinamento da malha

foi influenciado pelo projeto NASA HPC, sobre qual foi desenvolvido um codigo multifısico

paralelo para uma grande faixa de aplicacoes [90].

Alguns projetos de bibliotecas de alto desempenho que influenciaram o desenvolvimento

do sao [10, 20, 15, 41, 66]. Como deal.II 1 [10, 11], foi projetada, desde

o inıcio, para o uso das caracterısticas avancadas da linguagem de programacao C++. Dentre

elas, a possibilidade de implementacoes de sobreposicao de operadores, herancas e polimor-

fismos, facilitando a estruturacao dos objetos e a extensibilidade da biblioteca. Na biblioteca

nao existe nenhum recurso que utilize linguagens procedurais, tais como, C e FOR-

TRAN. Isso e diferente do que acontece em outras bibliotecas como, por exemplo, Cactus 2[2]

ou ParFUM 3 [68]. foi desenhada de forma a deixar disponıvel as classes e os templa-

tes aos usuarios, o que pode, segundo os desenvolvedores [5], facilitar a extensibilidade. Essas

caracterısticas no desenvolvimento da biblioteca foram consideradas mais importantes do que a

inter-operabilidade entre varias linguagens.

A metodologia de simulacao na biblioteca emprega a discretizacao padrao ba-

seada em celulas, discutida em muitos textos introdutorios de elementos finitos [43]. Dife-

rentes formulacoes de elementos finitos podem ser aplicadas, incluindo os metodos de Ga-

lerkin, Petrov-Galerkin e Galerkin descontınuo. Para o processo de refinamento, a biblioteca

utiliza a tecnica de subdivisao de elementos. Em problemas evolutivos, em parti-

cular, o processo de desrefinamento e desejavel e as vezes essencial para obter solucoes efi-

cientes. implementa um processo simultaneo de refinamento e desrefinamento para

aplicacoes dependentes no tempo. O foco na biblioteca esta na subdivisao local do

elemento (h-refinamento) com desrefinamento local por h restituicoes de subelementos. Alem

disso, tambem permite refinamento h com elementos de graus elevados. A versao

do que esta em desenvolvimento suporta refinamento p e hp para alguns tipos de

elementos.

Um fator importante ao processo de refinamento e desrefinamento sao os indicadores de

1http://www.dealii.org/2www.cactuscode.org3http://charm.cs.uiuc.edu/research/ParFUM/

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5

erro a posteriori responsaveis em guiar o processo adaptativo. O indicador do erro utilizado

pelo esta focado nos indicadores locais que sao essencialmentes independentes da

fısica. Isto torna a biblioteca mais flexıvel permitindo seu uso em diversas aplicacoes. De uma

maneira geral, um estimador para o erro deveria ser capaz de colher apenas informacoes sobre

o elemento finito e uma funcao definida na malha e retornar nıveis de aproximacoes para o

erro em cada elemento. Sendo assim, a implementacao escolhida para o indicador do erro na

biblioteca baseia-se na discontinuidade do fluxo que atravessa a face entre dois elementos [65].

Apesar de nao ser um indicador rigoroso para uma grande classe de problemas, na pratica eles

provaram ser largamente aplicaveis.

Existe na literatura um extenso numero de trabalhos dedicados a obtencao de estimativas

a posteriori e indicadores de erros mais confiaveis e precisos que sao estreitamente ligados

aos operadores e equacoes que governam a aplicacao do problema. Atualmente, indicadores de

refinamento baseados nas contribuicoes residuais no elemento local sao a forma mais comum de

indicadores encontrado na literatura [12, 36, 35, 61, 37]. Apesar de serem indicadores de erros

bastante precisos, requerem o trabalho adicional de resolver um problema dual relacionado

que e difıcil de incluir em uma biblioteca flexıvel, sem comprometer a independencia fısica.

Como o indicador do erro utilizado pela esta focado nos indicadores locais, eles sao

essencialmentes independentes da fısica.

A biblioteca disponibiliza para o usuario uma grande variedades de metodos de

solucao de equacoes lineares atraves da utilizacao da biblioteca de alto desempenho PETSc.

A biblioteca PETSc e formada por um conjunto de rotinas que permitem a implementacao

de codigos seriais e paralelos para a solucao de sistemas algebricos. Dentre essas rotinas,

encontram-se os metodos de solucao de sistema lineares baseados nos subespacos de Krylov.

Os metodos GMRES, CG, e Bi-CGSTAB sao alguns exemplos dessas rotinas disponıveis nesta

biblioteca. Desta forma, uma variedade de sistemas lineares implıcitos em paralelo podem ser

utilizados na biblioteca via uma interface com a biblioteca PETSc.

O paralelismo na biblioteca e realizado usando tecnicas de decomposicao de

domınio [26] atraves do particionamento da malha, na qual cada processo contem uma copia

da malha global, mas em geral somente um subconjunto particular e computado. Para pro-

cessos de refinamento e desrefinamento, onde a solucao em regime permanente e de interesse,

e comum considerar incialmente uma malha grossa que vai sendo progressivamente refinada

ate obter uma malha proxima da otima. E obvio que uma particao inicialmente balanceada

pode rapidamente torna-se muito desbalanceada causando ineficiencias computacionais. Con-

sequentemente, a malha tipicamente requer frequentes reparticionamentos durante o processo

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de refinamento. O desenvolvimento de esquemas otimos de reparticionamento, que consigam

tirar vantagens de uma particao a priori, em processos de refinamentos paralelos ainda e um

campo aberto para pesquisa [59]. Na ibMesh a decomposicao de domınio e realizada atraves

de uma interface com duas bibliotecas externas: a METIS e a ParMETIS. Mais detalhes acerca

das questoes de paralelismo podem ser vistos em [5].

Finalmente, um outro importante fator que afeta consideravelmente o desempenho compu-

tacional de problemas transientes e a escolha adaptativa do passo no tempo. Existem classes

de problemas de interesse que sao dependentes do tempo, e que demandam um grande perıodo

de processamento. Uma forma de melhorar seu desempenho e empregar estrategias de selecao

adaptativa do passo no tempo. Esse processo de selecao geralmente utiliza parametros carac-

terısticos da solucao, como, por exemplo, uma estimativa do erro de truncamento local, para

identificar em qual momento o passo no tempo deve ser aumentado ou diminuido. Como exem-

plo, algoritmos padroes de selecao do passo de tempo que usam estimativas para o erro de

truncamento local sao mostrado nos esquemas sugeridos em [62, 73, 17, 38, 21]. Gresho et al.

[74] usam um esquema preditor-corretor com estimativas para o erro de truncamento local na

selecao do passo.

Gustafsson et al. [50] mostraram que o problema de selecao automatica do passo no tempo

pode ser visto como um problema de controle retroalimentado, o que motivou o desenvolvi-

mento de um algoritmo usando o conceito de controle proporcional-integral-derivativo (PID)

[52]. Mais tarde, Coutinho e Alves [34] usaram essas ideias no trabalho de simulacao numerica

pelo metodo dos elementos finitos em meios porosos. Valli et al. [88, 3] desenvolveram dois

algoritmos adaptativos na selecao do passo no tempo, um baseado em controlar uma estimativa

para o erro de truncamento local e outro baseado em controlar as mudancas na energia cinetica

e a taxa de convergencia das iteracoes sucessivas. Recentemente, Sordelind [82] desenvolveu

uma completa estrutura de controle para selecao adaptativa do passo, usando teoria de filtros

digitais. Neste trabalho, sera considerado estrategias de controle do passo no tempo baseadas

na teoria de controle conforme desenvolvido em [88, 3]. A ideia e implementar uma dessas

estrategias de controle do passo no tempo na biblioteca e analisar a sua eficiencia em

conjunto com os processos de refinamento de malha AMR.

1.1 Objetivos

Primeiro, realizar uma analise comparativa dos principais metodos de solucao de sistemas

lineares e implementar, na biblioteca via PETSc, um metodo recente e nao usual

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7

como o LCD. Segundo, analisar as principais tecnicas adaptativas para o metodo dos elementos

finitos, aplicado a problemas de Mecanica dos Fluidos Computacional. Analisar, em particu-

lar, a estrategia adaptativa no espaco utilizada na biblioteca . Introduzir na biblioteca

uma estrategia de selecao do passo do tempo baseada na teoria de controle e avaliar a

sua aplicabilidade e seus efeitos quando conjugada com a adaptividade espacial.

1.2 Organizacao do texto

A organizacao do texto segue a descricao dada a seguir. No Capıtulo 2 sao descritas duas

formulacoes de elementos finitos. Primeiro, e apresenta a formulacao estabilizada de elementos

finitos, conhecida como SUPG, para a equacao de transporte convectivo-difusivo. Segundo, e

descrito a equacao governante da equacao transiente de Navier-Stokes bem com sua formulacao

numerica por elementos finitos. Alem disso, e apresentado nesse capıtulo as principais caracte-

risticas da biblioteca .

O Capıtulo 3 apresenta as principais caracterısticas da biblioteca PETSc e sua utilizacao

dentro da biblioteca , alem de descrever alguns dos metodos numericos de solucao

de sistemas lineares presentes na biblioteca. Alem disso, e descrito o metodo das direcoes

conjugadas a esquerda (LCD), nao presente ao conjunto de rotinas do PETSc, e detalhes da sua

inclusao na biblioteca.

O Capıtulo 4 trata do estudo e implementacao de tecnicas adaptativas para o metodo dos ele-

mentos finitos. Na primeira secao e discutido o esquema adaptativo implementado na biblioteca

, seguido pela estudo de uma tecnica de selecao adaptativa do passo no tempo usando

conceitos de controle automatico. Finalmente, na ultima secao e discutida a implementacao

conjunta das adaptatividades espaciais e temporais na biblioteca .

O Capıtulo 5 esta dividido em duas partes. Na primeira e realizado um estudo de desempe-

nho e esforco computacional dos metodos GMRES, Bi-CGSTAB e LCD para a solucao de sis-

temas de equacoes nao simetricos obtidos na discretizacao por elementos finitos de problemas

de conveccao-difusao. Na segunda parte e analisado o desempenho computacional do algoritmo

de selecao do passo no tempo, na obtencao de solucoes em regime permanente, quando aplica-

dos em discretizacoes por malhas fixas uniformes e, principalmente, seu desempenho quando

aplicado ao processo de refinamento uniforme de malhas.

Finalmente, no Capıtulo 6 sao apresentadas as conclusoes, consideracoes finais e propostas

de trabalhos futuros.

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1.3 Recursos computacionais

Todos os codigos implementados foram compilados usando os compiladores gnu gcc e

g++ (versao 3.4) em ambiente linux. Os testes realizados para a analise de desempenho dos

metodos iterativos foram realizados em uma maquina Intel Pentium 4 de 2.26GHZ, 512k de

cache L2 e 512 MB de memoria RAM. No avaliacao da implementacao do algoritmo de selecao

do passo no tempo foi utilizada uma maquina Intel Pentium 4 de 3GHz, 1M de cache L2 e 1GB

de memoria RAM. Os recursos computacionais utilizados neste trabalho estao disponıveis no

Laboratorio de Computacao de Alto Desempenho - LCAD4, da universidade federal do Espirito

Santo, e no Laboratorio de Dinamicas de Fluıdos Computacionais - CFDlab5 da universiade do

Texas em Austin, EUA.

4http://www.lcad.inf.ufes.br5http://www.cfdlab.ae.utexas.edu/

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2 Formulacao e Aproximacao

Nesse capıtulo sao apresentadas as formulacoes de elementos finitos implementadas na biblio-

teca para as equacoes adveccao-difusao e Navier-Stokes. Alem disso, na ultima secao

e apresentada uma descricao das principais caracterısticas da biblioteca . Serao apre-

sentadas duas formulacoes de elementos finitos. A primeira delas e a formulacao para a equacao

do transporte convectivo-difusivo. Nesse caso, devido a possıveis instabilidades numericas ge-

radas pelo termo convectivo, sera usada a formulacao estabilizada de elementos finitos conhe-

cida como formulacao streamline-upwind/Petrov-Galerkin (SUPG). A segunda formulacao que

sera apresentada e a tradicional formulacao de Galerkin para as equacoes de Navier-Stokes.

Neste caso, foi utilizado o metodo de Newton-Raphson para a resolucao dos sistemas nao line-

ares e o metodo θ de integracao no tempo.

2.1 Formulacao SUPG para a equacao de transporte

A equacao de conveccao-difusao bidimensional em regime permanente pode ser definida

pela equacao

β ∇u ∇ κ∇u f em Ω (2.1)

onde Ω e uma regiao de IR2, u e a variavel a ser transportada (temperatura, concentracao, etc),

β βx βy T e o campo de velocidade do fluido, f e o termo fonte e κ e a difusividade

volumetrica dada por

κ

kx 0

0 ky

(2.2)

Na equacao, β ∇u e o termo convectivo, no qual afeta a distribuicao da quantidade transportada

na direcao do escoamento, e ∇ κ∇u e o termo difusivo, no qual afeta a distribuicao da quan-

tidade transportada em todas as direcoes. Nos experimentos o campo de velocidade do fluido e

considerado com divergencia nula, ou seja, ∇ β 0. E necessario ainda definir as condicoes

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de fronteira para o problema. Neste trabalho serao consideradas as seguintes condicoes

u g em Γg (2.3)

κ∇u n 0 em Γh (2.4)

onde g e uma funcao conhecida de x x y T , Γ Γg Γh e o contorno do domınio e n

nx ny T o vetor normal externo de Γ.

O metodo de Galerkin e a formulacao geralmente utilizada na discretizacao espacial dos

problemas predominantemente difusivos. Entretanto, na presenca de escoamentos predomi-

nantemente convectivos, esta formulacao nao gera bons resultados, apresentando oscilacoes

espurias, que nao pertencem ao problema fısico, mas que sao devidas as instabilidades da

formulacao utilizada. Como forma de diminuir essas oscilacoes, Brooks e Hughes [19] apre-

sentaram uma formulacao estabilizada de elementos finitos denominada Streamline/Upwind

Petrov-Galerkin, SUPG. A ideia basica do metodo e introduzir difusao (ou viscosidade) so-

mente na direcao do escoamento. O metodo de Galerkin, extendido com a formulacao Petrov-

Galerkin, e modificado adicionando uma pertubacao na direcao das linhas de corrente.

A equacao (2.1) se encontra na sua forma forte. Para definir a formulacao fraca ou varia-

cional do problema define-se dois conjuntos de funcoes. O primeiro conjunto, denominado de

, corresponde ao conjunto das funcoes de teste u, que satisfazem as condicoes de contorno e

sao quadrado integraveis. A segundo conjunto sao as funcoes peso w, denominado , que sao

similares a funcoes de teste, porem, satisfazem condicoes nulas no contorno. De modo geral,

essas funcoes sao aproximadas por funcoes de dimensao finita definidas por:

h φh φh Hh

φh g em Γg (2.5)

e

h wh wh Hh

wh 0 em Γg (2.6)

onde Hh e o conjunto de funcoes quadrado integraveis admissıveis para o problema (2.1) no

espaco de dimensao finita. No metodo de Galerkin usual, as funcoes peso sao consideradas

contınuas ao longo das fronteiras entre os elementos. A formulacao SUPG, entretanto, requer

funcoes pesos descontınuas da forma

w w p (2.7)

onde, w e uma funcao peso contınua e p e a contribuicao descontınua SUPG. Ambos, w e p sao

assumidos suaveis no interior dos elementos.

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Considerando uma discretizacao por elemento finitos do domınio Ω em nel elementos, Ωe,

e 1 2 nel, tal que, Ω

nele1

Ωe e Ωi Ω j /0, a formulacao estabilizada SUPG para o

problema (2.1) e dada por

∑e

Ωe

whβ h ∇uh ∇ κ∇uh dΩe ∑

e

Ωe

wh f dΩe (2.8)

Substituindo (2.7) em (2.8) e tomando p τβ

β ∇w, por exemplo, segundo estudos de Tez-

duyar, Liou e Behr [83], tem-se,

Ωe

whβ h ∇uh ∇ κ∇uh dΩe

Galerkin

∑e

Ωe

τβ h

β h ∇whβ h ∇uh ∇ κ∇uh dΩe

PetrovGalerkin

Ωe

wh τ

β h

β h ∇wh f dΩe

Fonte

(2.9)

Integrando por partes o termo de Galerkin, obtem-se

Ωe

whβ h ∇uhdΩe

Ωe

∇whκ∇uhdΩe Galerkin

∑e

τ

β h

Ωe

β h ∇whβ h ∇uhdΩe

Ωe

β h ∇wh∇ κ∇uh dΩe PetrovGalerkin

Ωe

wh τ

β h

β h ∇wh

f dΩe Fonte

(2.10)

O parametro de estabilizacao SUPG τ presente na equacao (2.10) possui varias definicoes.

Neste trabalho e utilizada a definicao dada em [83]:

τ

α h

2 (2.11)

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12

com

h

2A (2.12)

α minPe

3 1 (2.13)

Pe

β hk

(2.14)

k

βT

β κβT

β (2.15)

onde A e area do elemento, h e o tamanho caracterıstico do elemento, β e o vetor velocidade e

Pe e o numero de Peclet do elemento local.

Considerando uma base φ j, j 1 2 N, para o espaco das aproximacoes

h, φh pode

ser representada da seguinte forma:

uh x N

∑j1

u jφ j x (2.16)

onde N e o numero de nos na malha de elementos finitos e u j, j 1 2 N, sao os valores da

solucao aproximada nos nos da malha. Substituindo a equacao (2.16) em (2.10) e considerando

wh φi para i 1 2 N, obtem-se um sistema de equacoes lineares da forma:

Ku F (2.17)

sendo,K uma matriz de ordem N N conhecida como matriz de rigidez, u e o vetor da solucao

aproximada e F e o termo fonte.

A principal caracterıstica do metodo de elementos finitos e que tanto K quanto F podem

ser calculados por uma soma inteligente das contribuicoes de cada elemento num processo

chamado de assembling. Esse processo e indicado abaixo:

K

nel

Ae1Ke

(2.18)

F

nel

Ae1Fe

(2.19)

onde A indica o assembling das contribuicoes de cada elemento.

No nıvel do elemento, Ke e Fe sao formados pelas contribuicoes do metodo de Galerkin

e Petrov-Galerkin. Alem disso, na matriz de rigidez Ke essas contribuicao sao divididas pelos

termos convectivo e difusivo. Dessa forma, a obtencao de Ke e Fe pode ser representada pelos

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seguintes somatorios:

Ke Ke

DG KeCG K

eDPG Ke

CPG (2.20)

e

Fe FeG FePG (2.21)

onde os sub-ındices D e C indicam os termos difusivos e convectivos, respectivamente. Ja

os sub-ındices G e PG correspondem, respectivamente, as contribuicoes de Galerkin e Petrov-

Galerkin. Cada termo do somatorio esta apresentado em detalhe abaixo:

Termo difusivo de Galerkin

KeDG Ke

DG i j

Ωe

∇φTi κ∇φ jdΩ (2.22)

Termo convectivo de Galerkin

KeCG Ke

CG i j

Ωe

φiβT ∇φ jdΩe (2.23)

Termo difusivo de Petrov-Galerkin

KeDPG Ke

DPG i j τ

β

Ωe

∇φTi β∇ κ∇φ j dΩe (2.24)

Termo conveccao de Petrov-Galerkin

KeDPG Ke

CPG i j τ

β

Ωe

∇φTi βTβ∇φ jdΩe (2.25)

Termo fonte de Galerkin

FeG FeG i

Ωe

φi f dΩe (2.26)

Termo fonte de Petrov-Galerkin

FePG PeCPG i τ

β

Ωe

βT ∇φi f dΩe (2.27)

Uma vez gerado o sistema de equacoes (2.17), este deve ser resolvido por um metodo eficiente

de resolucao de sistema linear de grande porte. Tais metodos serao discutidos no Capıtulo 3. A

seguir sera apresentada a formulacao de elementos finitos para as equacoes de Navier-Stokes.

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2.2 Formulacao de Galerkin para as equacoes de Navier-Stokes

Considerando um fluido viscoso e incompressıvel ocupando uma regiao Ω IR2, com contorno

∂Ω, as equacoes de Navier-Stokes transientes podem ser expressas por

du

dt u ∇u ν∇2u

1

ρ∇p f em Ω (2.28)

∇ u 0 em Ω (2.29)

onde u u v e campo de velocidades, p e a pressao, f e o termo fonte, ρ e a densidade do

fluido e ν e a viscosidade. A equacao (2.28) representa a equacao de momento e a equacao

(2.29) representa a equacao de conservacao da massa, que e muito frequentemente chamada

de equacao da continuidade. Estas equacoes estao sujeitas a condicao de contorno de Dirichlet

imposta, dado por

u g em ∂Ω (2.30)

e a condicao inicial u x 0 u0 x . Realizando as seguintes substituicoes

u u

U v

v

U x

x

L y

y

L p

p

ρU2 t t

U

L

ondeU e L sao, respectivamente, a velocidade e o tamanho de referencia, chega-se na formulacao

adimensional das equacoes de Navier-Stokes, conforme apresentada abaixo,

du

dt u ∇u 1

Re∇2u ∇p f em Ω (2.31)

∇ u 0 em Ω (2.32)

sendo Re LUν o numero de Reynolds.

A formulacao fraca ou variacional do problema pode ser descrita como [24]: encontrar

u satisfazendo as condicoes essenciais de contorno e p tal queΩ

du

dt w u ∇u w

1

Re∇u : ∇w ∇p w dΩ

Ωf w dΩ (2.33)

Ω∇ u q dΩ 0 (2.34)

w admissıvel, com w 0 em ∂Ω, e q admissıvel, onde e sao as classes de

funcoes testes para a velocidade e pressao, respectivamente.

Seja

h e

h aproximacoes para os espacos de funcoes e , respectivamente. A

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formulacao de Galerkin para as equacoes (2.33) e (2.34) pode ser escrita como: encontrar uh

h satisfazendo as condicoes de fronteira e ph

h, tal que

Ω

duh

dt wh

uh ∇uh wh

1

Re∇uh : ∇wh ∇p wh

Ωf wh dΩ (2.35)

Ω∇ uh qhdΩ 0 (2.36)

wh

h admissıvel, com wh 0 em ∂Ω, e qh

h. Introduzindo uma discretizacao por

elementos finitos e escolhendo funcoes bases apropriadas que satisfaz a condicao de estabili-

dade de Ladyzhenskaya, Babuska e Brezzi (LBB) [67, 6, 18], as funcoes uh e ph podem ser

aproximadas por:

uh x

N

∑j1

u jφ j x (2.37)

ph x

M

∑l1

plψl x (2.38)

Considerando a funcao de pesowh φr 0 , r 1 N, e substituindo as expressoes (2.37)

e (2.38) nas equacoes (2.35) e (2.36), obtem-se um sistema de equacoes diferenciais ordinarias

nao-linear da forma

dU

dt U

1

ReU P (2.39)

TU 0 (2.40)

onde U uTvT , com uT u1 u2 uN , vT v1 v2 vN e PT

p1 p2 pMT e

M 0

0 M

A 0

0 A

Bx

By

e

Fx

Fy

(2.41)

com

M mi j mi j

Ωh

φiφ jdΩ i j 1 N (2.42)

A ai j ai j

Ωh

∇φi∇φ jdΩ (2.43)

Bx bx il bx il

Ωh

φi xψldΩ l 1 M (2.44)

By by il by il

Ωh

φi yψldΩ (2.45)

Fx Fx i Fx i

Ωh

fxφidΩ (2.46)

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Fy Fy i Fy i

Ωh

fyφidΩ (2.47)

e

uh

Ωh

uh ∇uh whdΩ (2.48)

e o termo nao linear da equacao (2.39).

Integrando implicitamente no tempo usando o metodo tradicional θ , a cada passo no tempo

tn e preciso resolver

Un Un 1

∆t

θ

Un

1

ReUn Pn

1 θ

Un 1

1

ReUn 1 Pn 1

θn

1 θ n 1 0 (2.49)

TUn 0 (2.50)

Uma vez que U e uma funcao nao linear de U, e preciso resolver a cada passo no tempo, tn,

um sistema nao linear da forma

g rn 0 (2.51)

com rT UT PT . Linearizando (2.51) pelo metodo de Newton, obtem-se um sistema linear

da forma

J rnk rnk 1 g rnk 1 (2.52)

a ser resolvido a cada passo k 1 2 do proceso iterativo, sendo J, a matriz jacobiana dada

por

J

M ∆tθ 1

ReA 0 ∆tθBx

0 M ∆tθ 1ReA ∆tθBy

BxT

ByT 0

∂i

∂ r j(2.53)

e

g rnk 1 M ∆tθUnk 1 ∆tθBPn

k 1 ∆tθDUnk 1 I (2.54)

com

I M 1 θ ∆t1

ReA Un 1

k 1 (2.55)

1 θ ∆tB Pn 1k 1 1 θ ∆t DUn 1

k 1

θ∆tFn 1 θ ∆tFn 1 (2.56)

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17

Sabendo que o termo nao linear U pode ser escrito como

iU

Ωh

uh∂uh∂x

φi vh∂uh∂y

φi dΩ e (2.57)

N iU

Ωh

uh∂vh∂x

φi vh∂vh∂y

φi dΩ (2.58)

o calculo da sua derivada ∂i

∂ r je dado a seguir

∂i

∂u j

Ωh

uh ∇φ jφi∂uh∂x

φiφ j dΩ (2.59)

∂i

∂v j

Ωh

φiφ j∂uh∂y

dΩ (2.60)

∂i

∂ pl 0 (2.61)

∂N i

∂u j

Ωh

φiφ j∂vh∂x

dΩ (2.62)

∂N i

∂v j

Ωh

uh ∇φ jφi∂vh∂y

φiφ j dΩ (2.63)

∂N i

∂ pl 0 (2.64)

Desta forma, o jacobiano final pode ser representado pela seguinte matriz

J

M ∆tθ 1

ReA

∂i

∂u1j

∆tθ ∂i

∂u2j

∆tθBx

∆tθ ∂N i

∂u1j

M ∆tθ 1ReA

∂N i

∂u2j

∆tθBy

BxT

ByT 0

(2.65)

Na implementacao padrao utilizada pela biblioteca , a cada passo no tempo e preciso

resolver uma sequencia de sistemas lineares, ate uma precisao fornecida, da seguinte forma

K rnk F (2.66)

onde K J rnk 1 e F J rnk 1 rnk 1 g rnk 1 . Avaliando o lado direito do sistema, obtem-se

F JUk 1 ∆tθ Unk 1

∆tθ Pnk 1 ∆tθ Un

k 1 I (2.67)

Simplificando, chega-se em

F ∆tθ f I (2.68)

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18

onde f fx fy 0T com

fx i

Ωh

uh ∇uhφidΩ (2.69)

fy i

Ωh

uh ∇vhφidΩ (2.70)

A sobreposicao das contribuicoes nodais de cada elemento conduz na formacao da matriz

K global assim como os vetor F , sendo entao

K

nel

Ae1Ke

(2.71)

F

nel

Ae1Fe

(2.72)

A matrizKe e o vetor Fe, por sua vez, sao formados por submatrizes e subvetores, relacionados

com o sistema jacobiando inicial e com as seguinte estrutura:

Ke

Kuu Kuv Kup

Kvu Kvv Kvp

Kpu Kpv Kpp

e Fe

Fu

Fv

Fp

(2.73)

O calculo de cada uma dessas submatrizes e subvetores e apresentado no Apendice A. Os siste-

mas sao resolvidos utilizando os metodos de resolucao linear apresentados no Capıtulo 3. Nos

testes numericos apresentados na Secao 5.2 e utilizado o metodo de Euler implıcito (θ 1)

para a integracao no tempo. A razao dessa decisao e que o metodo de segunda ordem Crank-

Nicolson e notoriamente oscilatorio para problemas com dados iniciais descontınuos, tais como,

o problema da cavidade e alargamento de canal. Na proxima secao serao apresentadas as carac-

terısticas principais da biblioteca ibMesh utilizada para a implementacao das formulacoes de

elementos finitos apresentadas aqui.

2.3 : biblioteca para simulacoes paralelas com refi-

namento adaptativo da malha de elementos finitos

Um dos principais objetivos da biblioteca e oferecer uma plataforma de pesquisa

para algoritmos adaptativos e paralelos, fornecendo um ambiente para simulacoes em elemen-

tos finitos de problemas com multifısicas e multiescala de modo confiavel e reutilizavel [5]. A

sua criacao foi possıvel por dois fatores principais. O primeiro e a existencia de uma infraestru-

tura paralela robusta tanto de software quanto de hardware, que inclui cluster de PC’s rodando

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linux e implementacoes de alto desempenho usando o padrao MPI. O segundo e a evolucao da

metodologia de malhas adaptativas, de algoritmos de decomposicao de domınio e tecnicas de

reparticionamento eficientes.

A biblioteca foi originalmente projetada para fornecer uma estrutura de dados poderosa que

apoiasse o refinamento adaptativo de malhas nao estruturadas surgidas nas simulacoes de ele-

mentos finitos. Esforcos subsequentes foram realizados no desenvolvimento da biblioteca com

intuito de promever melhorias no desempenho, suporte a um numeros maior de elementos fini-

tos e na implementacao de algoritmos para problemas transientes e nao-lineares. Dentro desses

esforcos, sem duvida nenhuma, o mais importante foi a implementacao de tecnicas paralelas no

processo de refinamento adaptativo. Os recursos disponıveis na biblioteca permite ao

usuario final da biblioteca focar, na maior parte do tempo, na modelagem do problema ao inves

da codificacao da aplicacao.

O objetivo de combinar adaptatividade e paralelismo e claramente agrupar os benefıcios

de ambas tecnicas em resolver os problemas de forma mais eficiente. No paralelismo, pela

reducao do custo computacional quando comparado ao tempo de processamento em plataformas

seriais. No refinemento, por permitir obter solucao em malhas mais grossas porem mais bem

projetadas com grau de exatidao comparavel a uma malha padrao nao-adaptativa. E claro que,

quando utilizados refinamento adaptativo e paralelismo, camadas adicionais de complexidade

sao adicionadas na analise do problema, na metodologia, nos algoritmos e nas estruturas de

dados utilizados. Alem disso, ha um custo adicional associado com a implementacao de ambos e

esses fatores devem ser levados em conta. Entretanto, fica claro que cada uma dessas estrategias

oferecem uma capacidade computacional a mais aos usuarios finais.

Experiencias com outras bibliotecas paralelas de alto desempenho usando a linguagem de

programacao C++, influenciaram no projeto da biblioteca . O suporte a orientacao

a objetos em C++ permite que os desenvolvedores escrevam seus codigos usando interfaces

com classes abstratas as quais definem, por exemplo, em tempo de compilacao ou em tempo

de execucao, o tipo de elemento finito a ser usado e/ou a regra de quadratura a ser usada no

processo de integracao numerica. Para reduzir o custo das chamadas das funcoes virtuais das

classes abstratas, os desenvolvedores do decidiram usar poucas chamadas de funcoes

que desempenham grandes operacoes, ao inves, de chamar muitas funcoes que executam poucas

operacoes.

Embora a escrita de codigos eficientes em C++ possa ser difıcil, a linguagem suporta di-

ferentes estilos de programacao, facilitando a escrita de codigos de diferentes complexidades e

na manutencao dos mesmos, uma vantagem quando comparados com as linguagens de nıveis

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mais baixo, tal como, C e Fortran. As linguagens C e Fortran sao rapidas e mais populares para

a analise numerica, mas nao possui a metodologia adequada de orientacao objetos requeridas

pelos desenvolvedores da biblioteca . Alem disso, o C++ prove um mecanismo natural

de encapsulamento para as interface com as bibliotecas de terceiros atraves de uma interface

comum, e a orientacao objeto permite um ajuste adequado nas camadas de complexidades in-

troduzidas pela combinacao entre o paralelismo e a adaptatividade. A facilidade de ligacao

dos codigos C, Fortran e Assembler dentro de aplicacoes C++ tambem permitem a biblioteca

fazer o uso de bibliotecas existentes escritas na linguagens de nıveis mais baixo.

A existencia de compiladores de alta qualidades com suporte a diferentes hardwares mantem

a biblioteca portavel em diferentes plataformas. A maior parte do desenvolvimento da

biblioteca foi realizado em maquinas rodando Linux usando a colecao de compilado-

res GNU, mas outras platafomas tambem sao suportadas. A biblioteca faz um uso extensivo das

bibliotecas padroes do C++, essenciais para a utilizacao em multiplos compiladores, evitando

a construcao de codigos especıficos para determinados compiladores. O suporte aos compila-

dores nativos no e voltado principalmente para a geracao de codigos otimizados. Em

arquiteturas, tal como o IBM Power 5 e Intel Itanium II, ha um grande numero de instrucoes

complexas especıficas para elas. Os compiladores desenvolvidos para essas plataformas tratam

essas instrucoes de modo mais otimizado. Para essas razoes, a biblioteca tem sempre sido tes-

tada com uma variedade de compiladores, antes dos lancamentos oficiais das novas plataformas.

Um efeito dessa tecnica e que a biblioteca foi posteriormente transportada para arquiteturas adi-

cionais tal como OSX e Windows com pouca dificuldade.

Outra caracterıstica presente no e o investimento, sempre que possıvel, em biblio-

tecas existentes que possam agregar funcionalidades a mesma, evitando que tarefas necessarias

na simulacao que ja foram implementadas, sejam codificadas novamente. Dentre essas biblio-

tecas ha aquelas responsaveis pela geracao de malhas, tais como, Triangle [79], responsavel

pela triangularizacao de Delaunay e o TetGen [80], um gerador de malhas 3D com tetrae-

dros. A biblioteca usa as bibliotecas METIS [63] e ParMETIS [64] para a decomposicao de

domınio. Esquemas de particionamento adicionais podem ser inseridos na biblioteca com bas-

tante facilidade atraves de subclasses em C++. A biblioteca providencia uma classe base abs-

trata que define a interface de particionamento e classes derivadas podem servir

como empactadores de bibliotecas externas de particionamento. O paradigma de classes abs-

tratas/derivadas tambem e usado para criar uma interface com pacotes de algebra linear. Neste

caso, a biblioteca ibMesh disponibiliza as classes abstratas , ,

e . Classes derivadas sao entao implementadas de acordo com

o pacote linear utilizado. Dentre esse pacotes, tem o LasPack[81] para maquinas seriais e a

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biblioteca PETSc [7] para plataformas seriais e paralelas.

Considerando o paradigma de orientacao a objetos, as principais estruturas de dados usados

na biblioteca sao implementados atraves de classes. As principais delas sao apresenta-

das a seguir e o foco da discussao baseia-se nas funcionalidades basicas e nas razoes sustentadas

em diretrizes do projeto.

Malha

A classe e a principal estrutura da biblioteca . Ela prove uma representacao

discreta de um domınio no espaco d-dimensional, onde d e 1,2 ou 3. Essa discretizacao e

composta por dois tipos de dados armazenados na malha: os elementos e os nos. Esses dados,

por sua vez, sao encapsulados em objetos abstratos que permitem a implementacao de malhas

nao estruturadas e com elementos de diferentes formas sem grande impacto na implementacao.

Nos

Cada objeto da classe armazena a localizacao x y z no espaco, bem como, informacoes

adicionais, tais como, o numero de identificacao unica global (ID) e os ındices do grau de liber-

dade. Varias operacoes triviais sobre a malha, tal como, escalonamento, translacao e rotacao

sao executadas diretamente sobre os nos. Durante o processo de refinamento, novos nos po-

dem ser adicionados a malha. Quando dois elementos adjacentes sao refinados, nos comuns

passam a existir na interface entre esses elementos. Para resolver essa situacao e utilizada

uma discretizacao valida que nao gere nenhum no duplicado. Um novo no e criado como uma

combinacao linear dos nos existentes e uma chave hash e criada baseada nas informacoes dos

nos pais. Se essa chave ja existe no mapeamento de chaves hash, o novo no e duplicado e

deve ser rejeitado. Similarmente, no processo de desrefinamento pode ocorrer a criacao de nos

orfaos, ou nos que nao estao conectados em nenhum elemento. Depois de desrefinamento, a

biblioteca simplesmente conta o numero de elementos conectados em cada no e remove aqueles

nos que nao estao conectados em nenhum elemento.

Elementos

define a classe abstrata que implementa a interface para um elemento geometrico.

Diversos tipos de elementos estao presentes na biblioteca atraves de classes derivadas da classe

. Nesse contexto, tem-se como exemplo as classes Tri3 e Tet10, correspondente as implementacoes

para o elemento triangular linear com 3 nos e o tetraedro com 10 nos, respectivamente. A

colecao de todos os tipos geometricos de elementos finitos implementados na biblioteca

inclui quadrilateros, triangulos, hexaedros, tetraedos, prismas e piramides, bem como, um

colecao de elementos infinitos. A lista completa de todos os tipos de elementos esta apresentada

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22

na Figura 2.1.

Figura 2.1: Hierarquia da classe

Conectividade Nodal

A conectividade dos elementos e armazenada atraves de um ponteiro para os nos. Essa tecnica

e uma variacao da estrutura de dados classica de elementos finitos, na qual a conectividade e

definida em termos de ındices nodais [43]. Por armazenar os ponteiros dos nos, os elementos

podem determinar sua conectividade geometrica diretamente. Isto simplifica muitas funcoes no

codigo por requerer, do usuario, apenas o elemento ao inves do elemento e a localizacao nodal.

Sistema

A classe na biblioteca corresponde a um sistema de equacoes diferenciais

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parciais de uma ou mais equacoes, que e resolvida em uma dada malha. Ha suporte a sistemas

explıcitos, implıcitos, dependente do tempo, linear e nao linear. Um objeto armazena

os valores da solucao para os graus de liberdade em uma simulacao, que podem ser tantos reais

ou complexos. Alem disso, o sistema pode conter informacoes adicionais tal como a matriz

esparsa necessaria para a estrategia implıcita de solucao. A classe prove uma interface

generica e customizada que permite ao usuario especificar as partes dependentes da fısica do

problema. Por exemplo, no caso de um sistema implıcito, o usuario pode definir uma funcao que

realiza o assembler da matriz ou derivar sua propria classe e sobrepor o operador do assembler

original. Similarmente, para problemas transientes o usuario pode definir suas proprias funcoes

de inicializacao ou sobrepor o operador de inicializacao da biblioteca.

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3 Metodos Iterativos Lineares

Nesse capıtulo e discutido o papel da biblioteca PETSc [7, 8, 9] dentro da biblioteca

juntamente com a descricao de alguns dos metodos numericos de solucoes de sistemas line-

ares presentes na biblioteca. Dois desses metodos numericos serao comentados com maior

detalhe, metodo dos resıduos mınimos generalizados (GMRES) [77] e metodo dos gradientes

bi-conjugados estabilizados (Bi-CGSTAB) [89]. Por fim, sera descrito o metodo das direcoes

conjugadas a esquerda (LCD) [93], nao presente ao conjunto de rotinas do PETSc, e sua in-

clusao na biblioteca.

3.1 Biblioteca PETSc

A biblioteca PETSc e uma ferramenta, constituıda de rotinas que permitem a implementacao

de codigos paralelos ou seriais para a solucao de sistemas algebricos. Ela foi desenvolvido pelo

Laboratorio Nacional de Argonne 1, com o intuito de prover algoritmos eficientes para a solucao

numerica de equacoes diferenciais. Embora seja escrito nas linguagens C e Fortran, a biblioteca

foi construıda usando o paradigma de orientacao a objetos. Pode ser facilmente utilizada em

codigos de aplicacoes cientıficas de grande escala. PETSc prove para a biblioteca

todas as estruturas necessarias para o armazenamento, manipulacao de vetores e matrizes e

metodos de solucao de sistemas lineares e nao lineares. A Figura 3.1 mostra a organizacao

hierarquica entre as bibliotecas e PETSc com os principais componentes da biblioteca

PETSc utilizados pela biblioteca .

Na base da hierarquia apresentada pela Figura 3.1 encontra-se o conjunto de rotinas da bibli-

oteca MPI (do ingles, Message Passing Interface) [45]. Essa biblioteca da o suporte necessario

para o desenvolvimento de aplicacoes paralelas atraves do protocolo de troca de mensagens

entre processos. A utilizacao do paradigma de troca de mensagens e atrativa porque permite

o desenvolvimento de codigos mais portaveis e escalaveis, alem de ser compatıvel tanto em

multicomputadores com memoria distribuıda, quanto em multiprocessos com memoria com-

1http://www.anl.com

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Figura 3.1: Organizacao hierarquica entre as bibliotecas PETSc e

partilhada. Dessa forma, o conjunto de rotinas da biblioteca PETSc foi construıdo levando em

consideracao a computacao paralela utilizando o protocolo MPI, permitindo retirar do usuario

final a responsabilidade pela comunicacao entre os processos.

No segundo nıvel da hierarquia encontram-se os principais objetos responsaveis pelo ar-

mazenamento das informacoes, sendo vetores e matrizes os principais deles. Ambas estrutu-

ras foram construıdas com suporte ao paralelismo, ou seja, as informacoes armazenadas por

esses objetos sao distribuıdos entre os processos, alem de existirem diversas rotinas para ma-

nipula-las. No caso de vetores, destacam-se as operacoes: multiplicacao por escalar e soma

de vetores (VecAXPY()), produto interno (VecDot()) e normas vetoriais (VecNorm()). Ja para

matrizes, destacam-se: multiplicacao matriz-vetor (MatMult()) e multiplicacao matricial (Mat-

MatMult()). Alem disso, a estrutura das matrizes permite tanto o armazenamento de matrizes

densas quanto para matrizes esparsas. No caso de matrizes esparsas, utiliza-se esquemas efici-

entes de armazenamento somente dos coeficientes nao nulos. Os esquemas de armazenamento

por linha comprimida (CSR)[76] , linha comprimida por bloco (BCSR) e diagonal por blocos

(BDiag) estao implementados na biblioteca PETSc, sendo que, no , e utilizado apenas

o esquema CSR.

No terceiro nıvel, encontra-se o conjunto de metodos de solucao de sistemas lineares. O

PETSc dispoe de implementacoes paralelas dos principais metodos de solucao de sistemas li-

neares iterativos baseados nos sub-espacos de Krylov, dentre eles, encontram-se o GMRES, Bi-

CGSTAB, Gradiente Conjugado e TFQMR (Transpose-Free Quasi-Minimum Residual). Ainda

nesse nıvel, diversas tecnicas de precondicionamento estao presentes como forma de acelerar a

taxa de convergencia desses metodos, incluindo fatoracao incompleta LU (ILU(k)), fatoracao

incompleta de Choleski (ICC) e Jacobi.

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Uma atencao especial e dada ao precondionador ILU(k) neste trabalho. A fatoracao incom-

pleta LU e, dentre as tecnicas de precondicionamento, a mais recorrentemente utilizada. Essa

tecnica consiste na decomposicao LU aproximada (A LU ), onde os fatores das matrizes L e

U mantem a estrutura de esparsidade proxima da estrutura da matriz original. Como a ideia e

conservar o padrao esparso durante a fatoracao, descarta-se parte dos elementos diferentes de

zero nas posicoes da matriz A, onde originalmente existiam coeficientes nulos. Tais posicoes

sao chamadas de elementos de preenchimento (fill-in element). Quando todos os elementos

de preenchimento sao descartados o processo e chamado de fatoracao incompleta LU de nıvel

zero, ou apenas, ILU(0). Em alguns casos, a acuracia do fatoracao ILU(0) pode ser insuficiente

na melhoria do rendimento da taxa de convergencia. Dessa forma, nıveis de elementos de pre-

enchimentos mais elevados sao usados por serem mais confiaveis e eficientes, e o parametro k

indica o nıvel de elementos de preenchimento na decomposicao ILU [76].

Finalmente, no ultimo nıvel, encontra-se a biblioteca . Nesse nıvel, ocorre o inter-

faceamento entre os objetos encontrados na com as estruturas de dados da biblioteca

PETSc, alem da interface entre as rotinas que manipulam tais estruturas.

3.2 Metodos de solucao de sistemas baseados nos sub-espacos

de Krylov

Nesta secao serao discutidos dois metodos de solucao de sistemas lineares baseados nos

sub-espacos de Krylov que integram os metodos implementados no PETSc e que sao utilizados

pela biblioteca . O primeiro metodo apresentado e o metodo dos resıduos mınimos

generalizados, tambem conhecido como GMRES. Ja o segundo metodo e o metodo dos gradi-

entes bi-conjugados estabilizado, tambem chamado de Bi-CGSTAB. Nos experimentos com-

putacionais apresentados no Capıtulo 5, sera feito um estudo comparativo entre o desempenho

computacional destes dois metodos com o metodo LCD.

3.2.1 Metodo dos resıduos mınimos generalizados (GMRES)

O metodo dos resıduos mınimos generalizados (GMRES) foi proposto por Saad e Schultz

[77] como uma extensao do metodo do resıduo mınimo (MINRES) [71] para a solucao de

sistemas lineares nao simetricos. Como MINRES, o GMRES gera um sequencia de vetores

ortogonais na formacao das direcoes de busca da solucao do sistema, entretanto, por trabalhar

com sistemas nao simetricos, toda a sequencia de vetores obtidos ao longo do processo devem

ser armazenados.

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A implementacao sugerida por Saad e Schultz [77] usa a ortogonalizacao de Gram-Schmidt

modificado para a construcao dos vetores dos sub-espacos de Krylov. Walker [91] propos outra

implementacao interessante usando transformacoes de Householder para a construcao da base

ortogonal. Embora essa implementacao tenha apresentado melhores taxas de convergencia,

principalmente em sistemas mal condicionados, ela acarretou numa consideravel perda de de-

sempenho computacional. Levando em conta essa consideracao, em muitas situacoes praticas,

o processo de ortogonalizacao de Gram-Schmidt modificado apresenta desempenhos satis-

fatorios. O custo dessa ortogonalizacao dos sub-espacos de Krylov torna-se proibitivo quando

o numero de vetores armazenado na base cresce consideravelmente. Por essa razao, frequente-

mente usa-se variacoes do metodo GMRES. A variacao mais bem sucedida, tambem sugerida

por Saad e Schultz [77] e reiniciar (”restart”) o processo a cada ciclo de m iteracoes. Um

desvantagem dessa tecnica e que o comportamento da convergencia dependera do valor m. Ex-

perimentos com a escolha de m sao relatadas e discutidas em [53].

Para determinar uma solucao aproximada xk para o sistema linear Ax b, onde A e uma ma-

triz de ordem n e b e o vetor dos termos independentes, o metodo GMRES calcula uma solucao

que minimiza a norma residual sobre uma base dos sub-espacos de Krylov. A ideia inicial e

construir uma base ortogonal para cada sub-espaco de Krylov,Kk = span r0 Ar0 A2r0 A

k 1r0 ,

onde r0 b Ax0 e x0 e uma solucao inicial. A base e construıda explicitamente usando o pro-

cesso de ortogonalizacao de Gram-Schmidt modificado, resumido no algoritmo a seguir.

Algoritmo: Gram-Schmidt Modificado

1. Escolher o vetor inicial u1 r0 r0 .

2. Para i 1 k faca

3. ui1 Aui

4. Para j 1 i faca

5. βi1 j uTi1 u j6. ui1 ui1 βi1 jui

7. hi j βi1 j

10. Fim Para

10. hi1 j ui111. Fim Para

Fim do Algoritmo

Considerando k iteracoes do metodo de Gram-Schimdt, tem-se o sistema de base ortogonal

Uk1 e a matriz de Hessenberg Hk. Com a base ortogonal e possıvel encontrar uma solucao

aproximada xk usando a forma xk x0 z. O termo z e um membro do sub-espaco de Krylov

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28

obtido por z Uky e y Rk. Para calcular os valores do vetor y, considere a seguinte relacao

entre os vetores ui e a matriz Hk

AUk Uk1Hk (3.1)

Como dito anteriormente, o GMRES tem como objetivo minimizar a norma residual, ou seja,

minzKk

b A x0 z minzKk

r0 Az (3.2)

Se y Uky, a norma pode ser minimizada com a seguinte funcao em relacao a y:

F y ro AUky (3.3)

Usando a equacao (3.1) e considerando que r0 Uk1e, tem-se

F y Uk1 e Hky (3.4)

onde e 1 0 0 0 0 T . ComoUk1 e ortonormal, a equacao (3.4) pode ser reescrita da forma

F y e Hkyk (3.5)

Assim, a solucao aproximada e dada por

xk x0 Ukyk (3.6)

onde yk minimiza a funcao F y , definido por (3.5), com y Rk. Encontrar y, de modo a

minimizar a funcao F y , significa resolver o sistema Hkyk e. Como Hk e um sistema de

ordem k 1 k, ha a necessidade de aplicar rotacoes no plano, denominado de algoritmo QR

[77], para transforma-lo em um sistema triangular superior de ordem k k. Feito isso, basta

aplicar substituicoes retroativas ao sistema Hkyk e para determinar y.

Assumindo aritmetica exata, se nenhum ”restart”for usado, GMRES convergira em no

maximo n iteracoes, sendo n a ordem do sistema. Entretanto, o algoritmo GMRES pode apre-

sentar algumas dificuldades computacionais para sistemas de grande porte, pois quando k cresce

o numero de vetores armazenados cresce na mesma proporcao criando assim problemas de

memoria. Uma alternativa para contornar esse problema e introduzir a ideia do restart a cada m

passos do algoritmo [77, 76, 77] onde m e um parametro inteiro fixado que representa o numero

maximo de vetores do sub-espaco de Krylov. Depois de escolhido o numero de iteracoes m, os

vetores da base acumulados sao liberados e os resultados intermediarios sao usados como os da-

dos iniciais para as proximas m iteracoes. Esse procedimento e repetido ate que a convergencia

seja alcancada.

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29

A dificuldade do processo de ”restart”esta na escolha apropriada de m. Se m e muito

pequeno, o metodo pode ter uma convergencia muito lenta, ou ate mesmo, nao convergir. Por

outro lado, se o valor de m for muito maior que o necessario, o metodo necessitara de um esforco

excessivo na solucao e maior capacidade de armazenamento. Infelizmente, nao ha uma regra

que norteia a decisao de qual valor de m a ser usado, sendo a experiencia no uso do metodo um

dos meios de determinacao de m.

Outra forma utilizada para melhorar o desempenho do metodo e aplicar tecnicas de pre-

condicionamento no sistema. Na biblioteca PETSc, a implementacao permite o precondiciona-

mento tanto a direita quanto a esquerda, sendo que, na execucao do metodo, uma dessas tecnicas

deve ser escolhida pelo usuario. Se o precondicionamento a direita for escolhido, entao o sis-

tema a ser resolvido pelo GMRES(m) e na verdade

AM 1y b (3.7)

onde M e o precondicionador considerado. Note que M 1y x ou y Mx e o resıduo inicial e

dado por r b Ax. Apos a execucao do metodo, a solucao final e dada por x M 1y. Se o

precondicionamento a esquerda e escolhido entao o problema a ser resolvido e

M 1Ax M 1b (3.8)

sendo o resıduo inicial dado por r M 1 b Ax .

A versao do GMRES precondicionado a esquerda com restart sera denotada por GMRES(m)

e esta apresentada no algoritmo abaixo.

Algoritmo GMRES(m)

1. Dados x, A, b, x0, M, lMax, m e η

2. ε η b3. x x0

4. Para l 1 lmax faca

5. Resolver u1 em Mu1 b Ax

6. e u17. u1 u1 u111. Para i 1 m faca

12. Resolver ui1 em Mui1 Aui

13. (Realizar a ortogonalizacao de Gram-Schimdt)

14. Para j 1 i faca

15. βi1 j ui1 u j

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30

16. ui1 ui1 βi1 ju j

17. Fim Para

18. ui1 ui1

ui1 j 19. h i β11 1 β11 2 β11 i ui1 j T20. (Aplicar o algoritmo QR)

21. Para j 1 i 1 faca

22.

hij

hij1

c j s j

s j c j

hij

hij1

23.

24. Fim Para

25. r

hii

2 hii1

2

26. ci hiir

27. si hii1

r

28. hii r

29. hii1 0

30. ei1 siei

31. ei ciei

32. Se ei1 ε entao

33. Finaliza laco i

34. Fim Se

35. Fim Para

36. Encontrar y por substituicoes retroativas:

37.

h 11 h

i 11 h

i1

0. . .

......

... h i 1i 1 h

ii 1

0 0 h ii

y1

...

yi 1

yi

e1

...

ei 1

ei

38. Encontrar a solucao x

39. x x ∑ij1 y ju j

40. Se ei1 ε entao

41. Finaliza laco l

42. Fim Se

43. Fim Para

Fim do Algoritmo

No algoritmo GMRES(m), η e a tolerancia relativa, lmax e o numero maximo de iteracoes

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31

lineares e M e o precondicionador. Dentres as operacoes realizados pelo GMRES(m), o produto

matriz-vetor, produto interno e precondicionamento sao as operacoes que demandam maior

esforco computacional, sendo que, no laco i mais interno, entre as linhas 11-35, sao realizados

uma operacao produto matriz-vetor, uma operacao de precondicionamento e i execucoes de

atualizacoes de vetores e produto interno. A acao do precondicionador em cada iteracao possui

um esforco computacional que pode ser comparavel a um produto matriz-vetor. Com relacao

ao armazenamento em memoria, sao necessarios m 3 vetores de tamanho n e as matrizes A e

H de ordem n n e m 1 m, respectivamente.

3.2.2 Metodo do gradientes bi-conjugados estabilizados (Bi-CGSTAB)

O metodo do gradientes bi-conjugados estabilizados (Bi-CGSTAB) foi desenvolvido para

resolver sistemas lineares nao-simetricos resolvendo a frequente irregularidade de convergencia

do metodos do Gradientes Conjugados Quadrados (CGS) [89]. Ao inves de computar a sequencia

i P2i A r

0 como no CGS, o Bi-CGSTAB computa i QiAPiA r0, onde Qi e um polinomio

de grau i na forma

Qi t 1 w1t 1 w2t 1 wit (3.9)

que descreve a atualizacao das direcao de busca da solucao. No metodo Bi-CGSTAB, w j na

j-esima iteracao e escolhido de forma a minimizar o resıduo r j, entretanto, se w j for um va-

lor proximo ou igual a zero, podera ocorrer estagnacao ou ate mesmo causar uma interrupcao

na busca da solucao. O algorimo Bi-CGSTAB para resolver o sistema linear Ax b usando

precondicionamento a esquerda e apresentado abaixo.

Algoritmo: Bi-CGSTAB

1. Dados x 0 , A, b, ε e imax

2. Encontrar r 0 em Mr 0 b Ax 0

3. r 0 r 0

4. Para i 1 imax faca

5. ρi 1 r 0 r i 1 6. Se ρi 1 0 entao

7. o metodo falha

8. Fim Se

9. Se i 0 entao

10. p i r i 1

11. Senao

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32

12. βi 1 ρi 1ρi 2 αi 1ωi 1

13. p i r i 1 βi 1 p

i 1 ωi 1vi 1

14. Fim Se

15. Encontrar p de Mp p i

16. v i Ap

17. αi ρi 1 r 0 v i 18. s r i 1 αiv

1

19. Se s ε entao

20. x i x i 1 αi p

21. Interrompe o loop i

22. Fim Se

23. Resolver z de Mz s

24. t Az

25. ωi s t t t 26. x i x i 1

αi p ωiz

27. r i s ωit

28. Se ωi 0 entao

29. o metodo falha

30. Fim Se

31. Fim Para

Fim do Algoritmo

onde x 0 e a solucao inicial, ε a tolerancia relativa, imax o numero maximo de iteracoes e M e

matriz de precondicionamento do sistema.

Comparado com CGS, dois produtos internos extras devem ser calculados, mas frequente-

mente o Bi-CGSTAB apresenta taxas de convergencia tao rapido quando o CGS. Com aritmetica

exata, α j e β j tem os mesmos valores com aqueles gerados pelo Bi-CG e CGS. Bi-CGSTAB

pode ser visto como o produto do Bi-CG e GMRES(1). Pelo menos localmente, o resıduo e

minimizado, conduzindo a um comportamento consideravelmente mais suave da convergencia.

Por outro lado, se houver estagnacao no GMRES(1), o sub-espaco de Krylov nao e expandido

fazendo com que o Bi-CGTAB falhe. Essa situacao de falha pode ser evitada com a combinacao

do Bi-CG com outros metodos. Gutknecht [51] propos o Bi-CGSTAB2 que e a combinacao do

Bi-CG com o GMRES(2).

Com relacao ao custo computacional e requerimentos de memoria, o Bi-CGSTAB apre-

senta algumas vantagens quando relacionado com o GMRES. Considerando um ciclo do Bi-

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33

CGSTAB, sao realizados 6 operacoes de atualizacao de vetores, 8 operacoes de produto interno

e 2 operacoes de precondicionamento. Nesse caso, oito vetores de tamanho n e uma matriz de

ordem n n sao necessarios no armazenamento.

3.3 Metodo das direcoes conjugadas a esquerda (LCD)

O metodo das direcoes conjugadas a esquerda (LCD) foi introduzido por Yuan et al. [93]

para encontrar a solucao de sistemas nao simetricos e nao-singulares. Esse metodo baseia-se

no conceito de vetores conjugados a esquerda e a direita para matrizes nao-simetricas e nao-

singulares e possui algumas vantagens teoricas: i o LCD tem a propriedade de terminacao

finita, ii falhas (breakdown) para matrizes gerais pode ser evitada e iii existem uma conexao

entre LCD e a decomposicao LU. Experimentos iniciais em uma implementacao no MatLab

mostraram que o LCD possui taxas de convergencias atrativas quando comparados com outros

metodos nao-estacionarios, tais como, QMR, Bi-CGSTAB e GMRES [93].

Recentemente, Dai e Yuan [39] propuseram uma nova tecnica ao algoritmo anterior re-

duzindo em uma unica operacao de produto matriz-vetor em cada iteracao. Catabriga et al.

[28, 29] consideraram o algoritmo dado por [39] e introduziram a estrategia do restart similar

ao do metodo GMRES implementado por Shakib et al. [78], resultando no LCD(k) com restart.

O metodo LCD utiliza um conjunto ortogonal de direcoes de busca cujos vetores tem a

caracterıstica de serem conjugadas a esquerda da matriz A e linearmente independentes. Os

vetores p1 p2 p3 pN RN sao chamados de vetores conjugados a esquerda, de uma matriz

real A nao singular de ordem N N, se

pTi Ap j 0 para i j

pTi Ap j 0 para i j (3.10)

Supondo que a solucao do sistema Ax b e x e que p1 p2 p3 pN sao os vetores conjugados

a esquerda de A, tem-se

x x0

n

∑i1

αipi (3.11)

para cada vetor inicial x0 considerado. Calculando o vetor resıduo por r b Ax obtem-se

r r0

n

∑i1

αiApi (3.12)

onde r0 e o vetor resıduo inicial. Uma vez que p1 p2 p3 pN sao linearmente independentes,

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34

para determinar os αi considere r ortogonal em relacao a todos os pis,

pTi r 0 i 1 2 N (3.13)

Substituindo (3.12) em (3.13), temos

αi pTi ri 1

pTi Api(3.14)

Pode-se, agora, rescrever as equacoes (3.11) e (3.12), na forma

xi xi 1 αipi (3.15)

ri ri 1 αiApi (3.16)

Com as equacoes (3.14), (3.15) e (3.16), basta conhecer os vetores linearmente independentes

p1 p2 p3 pN conjugados a esquerda em relacao a A, para determinar o algoritmo para o

metodo LCD. Em [93] e descrito uma relacao recursiva sobre p1 p2 p3 pk e rk para deter-

minar o vetor conjugado pk1:

q0 rk

βi pTi Aqi 1

pTi Api

qi qi 1 βipi para i 1 2 k

pk1 qk (3.17)

Nesse caso e necessario calcular p1 tal que pT1Ap1 0. A seguir e descrito a algoritmo do

metodo das direcoes conjugadas a esquerda elaborado por Yuan et al. [93]:

Algoritmo: LCD

1. Dado x0, A, b, p1 tal que pT1Ap1 0.

2. r0 b Ax

3. Para k 1 kmax faca

4. qk AT pk

5. αk pTk r

k 1

qTk pk

6. xk xk 1 αkpk

7. rk rk 1 αkApk

8. pk1 rk

9. Para i 1 k faca

10. βi qTi pk1

qipi

11. pk1 pk1 βipi

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35

12. Fim Para

13. Fim Para

Fim Algoritmo

O algoritmo acima apresenta 2n2 2k 4 n 1 operacoes em ponto flutuante em cada passo

iterativo. A principal razao e devido a necessidade de calcular dois produtos matriz vetor em

cada iteracao, um com a matriz dos coeficientes e outro com sua transposta. Alem disso, ha

a necessidade de armazenar N vetores p e N vetores q para obter a solucao xN . Para reduzir

as operacoes de produto matriz-vetor, Dai e Yuan [39] acrescentaram mais uma operacao de

atualizacao de vetor para a retirada de uma operacoa matriz-vetor. Para tanto, eles multiplicaram

a recorrencia pk1 pk1 βipi por A obtendo

Apk1 Apk1 βiApi (3.18)

Fazendo qk1 Apk1, a seguinte nova recorrencia foi criada

qk1 qk1 βiqi (3.19)

A seguir e dado a versao desse algoritmo, acrescido pela tecnica do restart apresentado em

Catabriga et al. [29], com precondicionamento a esquerda:

Algoritimo: LCD(m)

1. Dado x, A, b, lmax, m e η

2. r0 b Ax

3. Encontrar r em Mr r0

4. ε η r5. Escolha p1 tal que pT1 Ap1 0

6. Para l 1 lmax faca

7. Encontrar q1 em Mq1 Ap1

8. Para k 1 m faca

9. αk pTk r

pTkqk

10. x x αkpk

11. r r αkqk

12. Se r ε entao

13. Saia dos lacos k e l, x e a solucao.

14. Fim Se

15. pk1 r

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36

16. Encontrar qk1 em Mqk1 Apk1

17. Para i 1 k faca

18. βi pTi qk1

pTi qi

19. pk1 pk1 βipi

20. qk1 qk1 βiqi

21. Fim Para

22. Escolha o novo p1 tal que pT1 Ap1 0

23. Fim Para

Fim Algoritmo

onde lmax e o numero maximo de iteracoes do metodo, kmax e o numero de vetores conjugados

a esquerda considerados no restart, η e a tolerancia relativa e M e o precondicionador utilizado.

Esse ultimo algoritmo, alem de possuir uma unica operacao produto matriz-vetor, reduziu o

requerimento de memoria ja que agora sao necessarios armazenar 2k vetores de dimensao N.

Para iniciar o LCD(k), alem do vetor p1, um novo vetor pl1 deve ser escolhido, para cada iteracao

l, de modo que pT1Ap1 0. Catabriga et al. [28] realizaram experimentos acerca da escolha de

p1. O melhor resultado foi p1 r1 e pl1 plk1 e nesse trabalho foi adotado essa escolha.

Em [29], foi realizado um estudo comparativo do desempenho dos algoritmos LCD(m) e

GMRES(m) para a solucao do sistemas de equacoes nao lineares oriundos da discretizacao por

elementos finitos e diferencas finitas da equacao de difusao-conveccao. Os estudos apontaram

vantagem para o LCD na maioria dos casos. Na Secao 5.1, e realizado testes numericos com-

parando os metodos LCD, GMRES e Bi-CGSTAB na solucao de sistemas de equacoes lineares

vindas das discretizacao das equacoes conveccao-difusao por elementos finitos de ordem linear

e quadratico.

3.3.1 Implementacao no

A implementacao de qualquer novo metodo numerico de resolucao de sistemas lineares

na biblioteca corresponde, na verdade, a implementacao no PETSc e deve obedecer

alguns padroes de implementacoes tais como a padronizacao dos nomes de variaveis e funcoes

e principalmente manter um forte encapsulamento dos dados. As seguintes rotinas basicas sao

requeridas para cada metodo baseado nos sub-espacos de Krylov.

KSPSetUp XXX(): Faz a alocacao de toda a memoria utilizada pelo metodo.

KSPCreate XXX(): Responsavel pela inicializacao da variavel de contexto utilizada no

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37

metodo de Krylov implementado. A variavel de contexto contem o estado completo do

metodo, incluindo os parametros usados (tolerancia relativa, por exemplo), funcoes que

sao executadas no algoritmo (tal como, rotinas de monitoramento de convergencia) e

informacoes sobre o estado atual do metodo (numeros de iteracoes e resıduo).

KSPSetFromOptions XXX(): Modifica algumas opcoes referentes ao metodo, tais como,

tolerancia relativa e, dependendo do metodo, o numero de vetores na base para o restart.

Outro detalhe interessante e o fato do usuario poder alterar certos parametros em tempo

de execucao, atraves da passagem de argumentos por linhas de comando.

KSPSolve XXX(): Contem a implementacao do metodo linear propriamente dito e uti-

liza as rotinas disponıveis no PETSc.

KSPDestroy XXX(): Responsavel pela liberacao de toda memoria utilizada e da variavel

de contexto.

Aqui, XXX denota uma implementacao particular, entretanto, nesse trabalho foi proposto a

implementacao do metodo LCD, cujo algoritmo foi apresentado na secao anterior. Sendo assim,

foram incluıdas as funcoes KSPCreate LCD(), KSPSetFromOptions LCD(), KSPSolve LCD()

e KSPDestroy LCD(). Em todas as funcoes foram utilizadas exclusivamente rotinas da biblio-

teca PETSc, incluindo desde procedimentos de alocacao e desalocacao de memoria ate rotinas

que manipulam matrizes e vetores. Uma vez que a estrutura geral nao foi alterada e o metodo

foi construıdo utilizando as rotinas padroes do PETSc, o novo metodo ja esta pronto para a

execucao em arquiteturas paralelas.

Atualmente, o metodo ja esta disponıvel para downloads na versao 2.3.2 no site http://www-

unix.mcs.anl.gov/petsc/petsc-as/. Testes comparativos entre o metodo LCD e os metodos GM-

RES e Bi-CGSTAB serao apresentados no Capıtulo 5.

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38

4 Adaptatividade na Biblioteca

Esse capıtulo trata do estudo e implementacao de tecnicas adaptativas para o metodo dos

elementos finitos, voltadas para diversos problemas da area da engenharia, utilizando a biblio-

teca . O uso dessas tecnicas adaptativas permite ajustar a discretizacao de acordo com

as necessidades da analise. Na Secao 4.1, e discutida a tecnica de refinamento adaptativo da ma-

lha implementada na biblioteca . Em seguida, e realizado um estudo de uma tecnica de

selecao adaptativa do passo no tempo usando conceitos de controles automaticos. Finalmente,

na ultima secao e discutida a implementacao conjunta das adaptatividades espaciais e temporais

na biblioteca .

4.1 Refinamento adaptativo da malha

A modelagem matematica de diversos problemas da ciencias e engenharias, tais como,

turbulencia, fluidos incompressıveis, fluidos reativos e nao reativos, tipicamente envolvem a

solucao de equacoes diferencias parciais nao lineares (PDEs). A solucao numerica requer a

geracao de malhas que discretizam o domınio desses problemas. Malhas bem finas sao frequen-

temente utilizadas para obter solucoes aproximadas com boa acuracia. Entretanto, em muitas

situacoes, existem regioes do domınio onde a alta resolucao da malha nao e necessaria; usar ma-

lhas bem refinadas nessas regioes representaria desperdıcio de recursos computacionais, con-

sequentemente nao resolveria o problema eficientemente. Por outro lado, ha regioes do domınio

que requer uma maior precisao necessitando ser representada por uma malha mais refinada.

Para contornar essa questao, surgiram diversos esquemas de refinamento de malhas de modo a

melhorar a solucao numerica bem como diminuir as limitacoes dos recursos computacionais.

A ideia essencial destes esquemas e refinar regioes do domınio computacional na qual uma

alta precisao e necessaria, deixando outras partes nao interessantes com baixa precisao [26]. Em

cada um desses esquemas, o processo de refinamento define uma sequencia de malhas sendo que

em cada passo haja uma solucao aproximada adequada. A cada passo discreto dessa sequencia,

a solucao associada com a malha e avaliada no mecanismo adaptativo para a geracao da malha

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39

do passo seguinte. Existem essencialmente tres metodos empregados para a adaptatividade

espacial em elementos finitos:

h-adaptatividade: adiciona novos nos e elementos na malha original em regioes do domınio

onde ha um grande erro local e remove em regioes com pequeno erro [30, 60].

p-adaptatividade: consiste em aumentar ou diminuir a ordem de aproximacao dos elementos

em uma determinada parte do domınio [47, 75].

r-adaptatividade: adapta a malha de tal modo que o numero de nos e de elementos permanece

inalterado. Isto e tipicamente realizado atraves do uso do movimento de nos, onde a

malha e continuamente deformada com o aumento de densidade de pontos nas regioes do

domınio com o maior erro local [1, 58].

Em algumas aplicacoes avancadas utilizam-se tambem versoes hıbridas desses metodos, tais

como: hp-adaptatividade, hr-adaptatividade ou rp-adaptatividade. Basicamente, o processo

de refinamento adaptativo da malha, em qualquer um dos metodos adotados, pode ser resumido

nas seguintes etapas:

1. Geracao da malha inicial;

2. Montagem do sistema linear Ku F oriundo da discretizacao por elementos finitos;

3. Solucao do sistema Ku F por algum metodo numerico;

4. Calculo da estimativa do erro local;

5. Aplicacao do esquema adaptativo;

6. Interpolacao da solucao nos novos nos adicionados a malha;

7. Retorna para o passo 2 e repete os calculos ate que a solucao final seja obtida.

A tecnica utilizada na biblioteca e a h-adaptatividade, tambem conhecida como

refinamento adaptativo de malha - AMR (Adaptative Mesh Refinement). Na tecnica de refi-

namento adaptativo, a simulacao numerica comeca em uma malha inicial e com o processo

do calculo da solucao sao identificadas as regioes que requerem maior precisao por algum

parametro caracterıstico da solucao, por exemplo, a estimativa do erro de truncamento local. A

malha e refinada somente nessas regioes ate que seja atingido um numero maximo de nıveis de

refinamento, ou o erro local for menor que uma tolerancia fornecida pelo usuario da aplicacao.

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40

Por outro lado, regioes do domınio onde a solucao nao se altera significamente com o proces-

samento podem ser desrefinadas.

Como exemplo do esquema h-adaptativo, a Figura 4.1 mostra a configuracao da malha

para um conhecido problema de conveccao-difusao, o cone em movimento diagonal. Em um

domınio quadrado e considerada uma elevacao no canto inferior esquerdo, Figura 4.1(a). A

velocidade de escoamento esta na direcao da diagonal, sendo que, a medida que o tempo passa,

a elevacao diminui e caminha na direcao do escoamento. No tempo t 0, a malha inicial

encontra-se bem refinada. Com o inicio do processamento, t 0 25, o processo AMR identi-

fica as regioes onde a solucao altera mais rapidamente e refina essa regiao. Nesse instante, o

primeiro quadrante e refinado e os os outros quadrantes sao desrefinado pois as alteracoes sofri-

das nessas regicoes sao insignificantes. Como ha conveccao na direcao ao quarto quadrante, a

malha vai se ajustando, a medida que as solucoes sao calculadas, como mostrado nos instantes

t 0 5 e t 0 75.

Como mencionado anteriormente, a construcao da malha ao longo do processo adaptativo

depende da analise da estimativa de erro local adotada. Com a determinacao da dependencia

local do erro na malha, esquemas podem ser construıdos para geracao de malhas otimizadas

que respeitem o comportamento do erro local. Dessa forma, as malhas podem ser geradas e

refinadas ou redistribuıdas de acordo com a estimativa do erro local a fim de que o erro se torne

uniformemente pequeno ate atingir uma tolerancia especificada.

As tecnicas classicas de calculo de erros analisam uma sequencia de malhas, atraves de

tecnicas como a extrapolacao de Richardson, para determinar a taxa de convergencia dos metodos,

tornando essas tecnicas computacionalmente caras. Metodos mais eficientes de analise as-

sintotica do erro vem sendo desenvolvidas ao longo dos ultimos anos. Destacam-se as contribuicoes

dadas por Babuska [56, 57] no desenvolvimento de estimativas de erro em processo h-adaptativos.

A ideia apresentada em seus trabalhos esta baseado no calculo a posteriori do erro em elementos

bilineares usando as informacoes obtidas durante o processo de solucao. Diversos trabalhos pos-

teriores seguiram e adaptaram essas ideias inicialmente apresentadas por Babuska [12, 35, 36].

Na biblioteca , a estimativa do erro implementada baseia-se no esquema apre-

sentado por Kelly et al. [65] por oferecer estimativas, nao somente para elementos lineares e

processos h-adaptativos, como tambem por incluir uma extensao para elementos de ordem mais

elevadas e versoes p-adaptativas do metodo de elementos finitos. Basicamente, o esquema faz

o calculo da norma da energia 2E do salto do fluxo que atravessa a face entre os elementos,

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41

(a) t 0 (b) t 0 25

(c) t 0 5 (d) t 0 75

Figura 4.1: Exemplo de refinamento adaptativo da malha para um problema de conveccao-

difusao

ou seja,

2E h

Ωe

∇e1 ∇e2 η dΩe

12

(4.1)

onde, ∇e1 e ∇e2 sao o gradiente da solucao nos elementos vizinhos e1 e e2, respectivamente,

η e o vetor normal a face que une esses elementos e h o comprimento da face. A seguir, sera

descrito o processo utilizado na estimativa do erro e como este erro e utilizado no refinamento

adaptativo de malha na biblioteca .

A Figura 4.2 mostra dois possıveis casos para o calculo das contribuicoes do erro em ele-

mentos da malha. Na Figura 4.2(a), os elementos e1 e e2 pertencem a um mesmo nıvel de

refinamento, assim calcula-se o erro em qualquer uma das face que une esses dois elementos

e adiciona a contribuicao do erro para ambos elementos. Ja na Figura 4.2(b), o elemento e1

esta num nıvel superior de refinamento, entao calcula-se o erro sobre a face do elemento e1,

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42

adicionando a contribuicao nos dois elementos.

(a) (b)

Figura 4.2: Fluxo sobre as faces dos elementos

Percebe-se entao que, no final do processo, cada elemento tera um erro local associado.

Entretanto, para que o refinamento realmente aconteca e necessario fornecer algum parametro

extra indicando qual elemento deve ser refinado ou desrefinado. Umas das tecnicas que vem

sendo estudada e a utilizacao de analises estatisticas no processo de refinamento e desrefina-

mento de malha [26]. Este esquema apresenta vantagens em problemas evolutivos, onde, nas

primeiras iteracoes, o erro e pequeno e igualmente distribuido em todos os elementos nao ha-

vendo a necessidade de refinamento. A medida que a solucao se desenvolve, a distribuicao

estatıstica se expande iniciando o processo de refinamento e desrefinamento. Com a solucao

em regime permanente sendo alcancada, a distribuicao do erro tambem alcanca um estado per-

manente efetivando a finalizacao do processo de refinamento.

Como base nessa estrategia, o utiliza duas fracoes, Pr e Pc, que estipulam to-

lerancias como criterios para o refinamento e desrefinamento. A fracao Pr indica que qualquer

elemento com ate 1 Pr% do erro maximo sera refinado. Ja a fracao Pc indica que qualquer

elemento com ate Pc% do erro mınimo sera desrefinado. A tolerancia que indica a necessidade

de refinamento e dada por

εr 1 PrEmax (4.2)

onde Emax e o maior erro entre todos os elementos. Se o erro local de um determinado elemento

for maior ou iqual a εr, este elemento deve ser refinado. Por outro lado, a tolerancia que indica

se um refinamento em um elemento pode ser desfeito e fornecido pelo calculo a seguir

εc Pc∆E Emin (4.3)

onde Emin e o menor erro entre todos os elementos e ∆E e a diferenca entre Emax e Emin. Nesse

caso, o elemento e desrefinado se o erro local for menor ou igual a εc.

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43

Figura 4.3: Fluxograma do refinamento adaptativo da malha AMR

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44

A Figura 4.3 apresenta o fluxograma que mostra as principais etapas do refinamento adap-

tativo implementado na biblioteca . O algoritmo para o refinamento pode ser dividido

em tres partes: a geracao da malha inicial, o refinamento uniforme na malha inicial e o laco

adaptativo AMR. Na primeira etapa do algoritmo, existem basicamente duas formas de realizar

a geracao da malha inicial. A primeira forma e atraves do gerador automatico de malhas imple-

mentado no , que permite criar malhas estruturadas com diversos tipos de elementos.

A segunda forma e atraves de leituras de malhas, estruturadas ou nao, geradas em outros pro-

gramas desde que esses arquivos estejam em algum formato aceito pelo , como por

exemplo, os formatos .ucd (AVS’s ASCII UCD format), .mat (Matlab triangular ASCII file) e

.unv (I-deas Universal format), alem do seu formato proprio, o .xda. A construcao da malha ini-

cial deve ter um numero suficiente de elementos para representar a complexidade da geometria

e as condicoes de contorno do problema.

Na segunda etapa do algoritmo e necessario indicar quantos nıveis de refinamento uniforme

deverao ser realizados sobre a malha atraves do parametro l, antes do laco adaptativo AMR

se iniciar. Para exemplificar essa operacao, a Figura 4.4 mostra dois nıveis de refinamento

sendo aplicados em um elemento triangular linear. Cada nıvel subdivide o elemento em quatro

novos elementos triangulares, ou seja, 22k, onde k e o nıvel de refinamento. O mesmo e valido

para elementos triangulares quadraticos. A utilizacao do refinamento uniforme logo no inıcio

do processo e necessario sempre que houver desrefinamento, ou seja, Pc 0, isso porque, o

processo adaptativo necessita saber para qual malha uma determinada regiao deve migrar. Se

apenas refinamento for aplicado, o refinamento uniforme da malha inicial e opcional.

(a) Nıvel 0 (b) Nıvel 1 (c) Nıvel 2

Figura 4.4: Nıveis de Refinamento

O algoritmo necessita como dados de entrada, a malha inicial e o numero de refinamentos

iniciais uniformes (l). Alem disso, sera mostrado a seguir que o algoritmo tambem necessita que

sejam definidos pelo usuario os seguintes parametros de entrada: o numero maximo de iteracoes

do processo de refinamento adaptativo (maxrstep), as fracoes Pr e Pc e o nıvel maximo de refi-

namentos (lmax). Por simplicidade sera adotada a notacao AMR (malha inicial,l,Pr,Pc,lmax) nas

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45

futuras indicacoes do algoritmo nesse trabalho. Com a malha inicial determinada, comeca a

geracao das malhas adaptativas atraves de um processo iterativo de busca da malha final que

melhor represente o comportamento da solucao, ou seja, a terceira etapa do algoritmo. Para

cada passo no tempo, temos um laco adaptativo onde as seguintes tarefas sao executadas:

(1) Montagem do sistema de equacoes nao-lineares oriundo da discretizacao pelo metodo de

elementos finitos;

(2) Solucao do sistema de equacoes nao-lineares por algum metodo numerico. Em geral, o

sistema de equacoes nao-lineares e resolvido por iteracoes sucessivas ou pelo metodo de

Newton;

(3) Calculo da estimativa do erro;

(4) Refinar e desrefinar os elementos de acordo com o erro, usando as tolerancias εr e εr. Esse

refinamento nao pode ultrapassar o nıvel maximo de refinamento permitido, no qual e

fornecido pelo parametro lmax;

(5) Interpolacao da solucao nos novos nos adicionados a malha.

O processo se repete enquanto as iteracoes nao atingem um numero maximo de refinamentos,

maxrstep, definido pelo usuario da aplicacao. Quando a iteracao for igual a maxrstep, apenas as

tarefas (1), (2) sao realizadas. Com o fim do laco adaptativo, o tempo e acrescido e uma nova

malha adaptativa e construıda com a execucao de mais um laco adaptativo. A solucao final e

obtida interrompendo esse processo usando algum criterio de parada no tempo. Estes criterios

podem ser atraves da indicacao de um tempo final ou da verificacao do regime permanente da

solucao. Em todos os experimentos realizados nesse trabalho sera adotado maxrstep 2. Para

problemas transientes, isso indica que apenas um processo de refinamento sera aplicada em

cada laco no tempo.

4.2 Selecao adaptativa do passo no tempo

Nessa secao e discutida a utilizacao no de um algoritmo de controle retroalimen-

tado para a selecao do tamanho do passo no tempo, para melhorar a eficiencia computacional de

codigos que resolvem problemas numericos dependentes do tempo, em particular, problemas

em regime permanente. A tecnica apresentada nesse trabalho baseia-se no algoritmo desenvol-

vido por Valli et al. [88, 3], que utiliza um controlador retroalimentado do tipo proporcional, in-

tegral e derivativo (PID) para ajustar as escolhas dos passos do tempo. Dois controladores para a

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escolha do passo no tempo foram desenvolvidos nestes trabalhos, um baseado em controlar uma

estimativa para o erro de truncamento local e outro baseado em controlar as mudancas na ener-

gia cinetica e na taxa de convergencia das iteracoes sucessivas. Varios experimentos numericos

comprovaram a eficiencia dos controladores na obtencao de solucoes em regime permanente de

escoamentos viscosos e incompressıveis acoplados a processos de reacao, difusao e conveccao

combinados com efeitos na tensao superficial. Neste trabalho, um dos controladores vai ser

implementado no e o seu desenvolvimento e apresentado a seguir, dentro do contexto

de controle.

Controle pode ser definido como o processo que faz um sistema de variaveis seguir uma va-

lor particular, denominado de valor de referencia. Os sistemas de controle automaticos sao en-

contrados em abundancia em setores da industria, tais como controle de qualidade e fabricacao

de produtos, linhas de montagem automatica, controles de ferramentas, tecnologia espacial e de

armamento, sistemas de transporte, robos e muitos outros [4, 42]. Em um sistema fechado, um

algoritmo de controle retroalimentado simples e constituıdo pelo processo ou planta, o contro-

lador, o atuador e um sensor, como mostrado na Figura 4.5. O componente central do controle

retroalimentado e o processo, cuja saıda deve ser controlada. A diferenca entre o valor desejado

e o valor calculado no processo e medido por um sensor e igual ao erro cometido, no qual deve

ser ajustado pelo controlador. A saıda do controlador aciona o atuador para que este module o

processo de forma que o erro diminua.

Figura 4.5: Controlador PID

O controlador PID e certamente a estrategia de controle mais largamente utilizada, por

oferecer simplicidade e solucoes eficientes para problemas que envolvem controle. A equacao

fundamental que geralmente descreve o PID tem a seguinte forma:

S τ k

θ τ

1

TI

τ

0θ τ dτ TD

dθ τ

(4.4)

ou

S τ kPθ τ kIθ τ kDθ τ (4.5)

onde S τ e o sinal de saıda do controlador, S τ e a taxa de variacao de S no tempo, θ τ

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e o erro atuante, k e o ganho proporcional, TI e o tempo integral e TD e o tempo derivativo.

Os parametros kP, kI e kD sao ajustaveis e relacionados com os controladores proporcional,

integral e derivativo, respectivamente. Para adaptar o modelo contınuo ao modelo discreto, e

preciso trocar as derivadas por diferencas, resultando em

Sn1 Sn kP θn θn 1 kI θn kD θn 2θn 1 θn 2 (4.6)

Cada um dos tres termos PID desempenham um papel no controlador. O termo proporcional

atua como um amplificador com ganho ajustavel. Ja o termo integral e usado para eliminar o

erro estacionario. O modo derivativo atua com um efeito estabilizador permitindo um aumento

do ganho e reduzindo a tendencia de oscilacoes, o que conduz a uma velocidade de resposta

maior. O desenvolvimento de um controlador PID particular corresponde ajustar esses tres

termos, atraves dos parametros KP, KI e KD, para um rendimento satisfatorio do controlador.

Na integracao numerica de equacoes diferencias ordinarias, controle adaptativo de escolha

do tamanho do passo sao provavelmente um dos mais importantes mecanismos responsaveis

para melhorar a eficiencia de um metodo de integracao. Usualmente, o proposito desses con-

troles adaptativos de passos no tempo e minimizar o esforco computacional para construir

uma aproximacao de um determinado problema, dentro de uma precisao desejada. Em geral

utilizam-se estimativas de erro de truncamento local para determinar qual o tamanho do passo

a ser dado [70, 74]. Nesse contexto, um algoritmo tıpico para o controle do tamanho do passo

para um metodo de Runge-Kutta de ordem p 1, pode ser expresso como

∆tn1

tol

en

1 p

∆tn (4.7)

onde tol e uma tolerancia dada e en e uma estimativa do erro de truncamento local no passo ∆tn.

Se o erro e maior que a tolerancia, o controlador diminui o tamanho do passo, caso contrario,

o passo pode ser aumentado. Se o erro for muito grande em um passo, ou seja, maior que um

valor estipulado, entao o passo e rejeitado e a solucao recalculada com um novo tamanho para o

passo. Este tipo de algoritmo funciona razoavelmente bem. Entretanto, para algumas equacoes

diferenciais e metodos de integracao ha grandes oscilacoes na escolha do passo e um grande

numeros de passos serao rejeitados.

Gustafsson et al. [50, 48, 49] mostraram que a selecao do tamanho do passo, Equacao

(4.7), pode ser interpretada como um problema padrao de controle automatico do tipo PI, rees-

crevendo a equacao como

log tn1 log tn 1

p logen log tol (4.8)

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48

ou

Sn1 Sn kI θn (4.9)

onde

Sn log tn (4.10)

θn logen logtol (4.11)

Considerando kP 0, kI 1 p and kD 0, a Equacao (4.9) fica equivalente a Equacao (4.6).

Sendo assim, esquemas de escolha do passo no tempo baseados em controlar a mudanca maxima

nas variaveis de interesse sao, na verdade, versoes do conhecido controlador integral PI. Aqui

log tn e a variavel de controle, logen log tol e o erro, logen e o sinal de saıda, e log tol e a

entrada de referencia. A Figura 4.6 mostra um diagrama que representa o problema de selecao

do tempo como uma problema de controle. O processo toma um ∆t como entrada, calcula a

solucao do problema e produz uma estimativa do erro que sera usado pelo controlador para a

escolha do novo passo no tempo.

Figura 4.6: Selecao adaptativa do passo do tempo visto como um problema de controle retroa-

limentado.

Motivados por estas ideias, um novo algoritmo de controle do passo no tempo foi proposto

usando um controlador do tipo PID. Substituindo as definicoes (4.10) e (4.11) em (4.6), obtem-

se

log tn1 log tn kI logen log tol

kP logen log tol logen 1 log tol

kD logen log tol 2 logen 1 log tol

logen 2 log tol (4.12)

no qual pode ser reorganizada como,

tn1

en 1

enkP

tol

enkI

en 12

enen 2

kD tn (4.13)

A Equacao (4.13) pode ser reescrita usando mudancas normalizadas das variaveis de interesse,

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e n en tol, e n 1 en 1 tol e e n 2 en 2 tol,

tn1

en 1

enkP

1

enkI

en 12

enen 2kD tn (4.14)

onde o o sımbolo * foi retirado para simplificacao da notacao. Note que tres solucoes consecu-

tivas sao necessarias para calcular os erros de truncamento local en, en 1 e en 2. Neste trabalho,

a estimativa do erro e dada por

eu e ntol

e n Un Un 1

Un (4.15)

onde tol e usado para a normalizacao do erro e U e a variavel de interesse.

O algoritmo de controle do passo no tempo pode ser dividido em duas partes principais,

como mostrado na Figura 4.7. A primeira corresponde ao calculo do erro de truncamento local

atraves de tres solucoes consecutivas. Ja a segunda parte, usa o erro calculado para aceitar ou

rejeitar a solucao, modificando, apropriadamente, o tamanho do passo. Se o erro e aceitavel,

a solucao e mantida e um novo passo e calculado atraves da Equacao (4.14). Se o erro e

inaceitavel, a nova solucao e descartada e o processo e reiniciado no passo anterior com um

∆t reduzido.

Os dados iniciais para o algoritmo sao: tres solucoes consecutivas: Un 2, Un 1 e Un, o

tempo corrente t, o tamanho do passo ∆t e o numero de iteracoes no tempo n. Alem disso,

sao definidos os parametros internos do controlador: o tamanho mınimo para o passo do tempo

∆tmim, o tamanho maximo para o passo do tempo ∆tmax, os parametros KP, KI e KD do PID e

a tolerancia tol. No algoritmo, os seguintes parametros necessitam ser inicializados: en 2

en 1 1 0, o tamanho do passo do tempo da iteracao anterior ∆tprev ∆tmin e o numero de

passos rejeitados nre j 0.

Para a implementacao na biblioteca foi utilizado o paradigma de orientacao a obje-

tos com a definicao da classe . Nessa classe encontra-se o metodo

para o calculo do novo passo do tempo. Tal metodo recebe como parametro o erro truncamento

local dada pela equacao 4.15 e verifica se um determinado passo deve ser rejeitado ou aceito.

Em qualquer decisao tomada, o metodo calcula o novo passo atualizando a solucao e as variaveis

do sistema. Na proxima secao sera apresentada uma versao do algoritmo PID para a escolha do

passo no tempo implemantada na biblioteca ibMesh, quando e utilizado em conjunto com o

refinamento adaptativo da malha no espaco.

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Figura 4.7: Algoritmo PID para a escolha do tamanho do passo no tempo

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51

4.3 Adaptatividade no espaco e no tempo

O algoritmo proposto nessa secao, busca inserir os mecanismo da selecao adaptativa do

passo do tempo dentro do processo de refinamento adaptativo de malha. Pequenas adaptacoes

foram realizadas no processo AMR apresentado na Secao 4.1, para se obter o processo adapta-

tivo no tempo. Essas adaptacoes estao apresentadas na Figura 4.8. No fluxograma, as operacoes

necessarias a adaptividade no tempo estao definidas dentro das caixas tracejadas. Note que, essa

adaptacao nao altera de forma significativa o processo de refinamento AMR e que o algoritmo

de escolha do passo no tempo esta dividido em tres partes principais: o calculo do erro, o teste

de rejeicao e o calculo do novo passo no tempo.

A primeira parte do algoritmo esta relacionada com o calculo do erro de truncamento utili-

zado pelo PID. Nesse caso, o procedimento foi colocado dentro do laco AMR, antes do proce-

dimento de refinamento, uma vez que e necessario calcular o erro considerando as solucoes em

uma mesma malha. Na forma como o erro foi implementado, e preciso comparar a solucao pon-

tualmente em dois instantes de tempos consecutivos. Ao longo das iteracoes AMR, os calculos

do erro sao sobrepostos em e, de forma que, ao final do laco, o ultimo valor do e calculado seja

utilizado para a determinacao do novo ∆t.

A segunda parte corresponde ao teste de rejeicao do passo. Como dito anteriormente, o laco

adaptativo realiza, nessas implementacoes, duas iteracoes em todos os experimentos realizados

nesse trabalho. Alem disso, observe que o processo AMR e aplicado somente na primeira

iteracao do laco AMR. Assim, caso o passo seja rejeitado, o laco AMR e abortado antes do

ınicio calculo da nova malha e o controle de execucao volta para o laco no tempo. Seguindo, a

solucao e descartada e o processo e reiniciado no passo anterior com um ∆t reduzido.

Finalmente, tem-se o terceira parte do algoritmo que corresponde ao calculo do novo passo

do tempo, realizado apos o laco AMR. Se o passo nao foi rejeitado, o novo ∆t e obtido seguindo

o esquema apresentado na Figura 4.7 correspondente aos passos aceitos. Caso contrario, executa

se a parte do algoritmo correspondente aos passos rejeitados, no qual reduz o tamanho do passo

e nao atualiza a solucao. Ou seja, os calculos feitos no algoritmo PID sao os mesmos feitos no

novo algoritmo.

Considerando os parametros necessarios ao algoritmo, e facil perceber que eles corres-

pondem aos mesmos parametros utilizados no AMR e no algoritmo de selecao adaptativa do

tempo. Alem das tolerancias para processo nao linear, do metodo linear de solucao de sistema

e da verificacao do regime permanente.

Observe que nao foi preciso fazer nenhuma modificacao significativa no algoritmo de es-

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colha do passo no tempo, quando este foi inserido no processo AMR. E facil perceber tambem

que os parametros necessarios a este novo algoritmo sao os mesmos utilizados no AMR e no

algoritmo de selecao adaptativa do tempo. Em termos de implementacao computacional, o algo-

ritmo do passo do tempo e bem simples e nao acrescenta esforco computacional significativo ao

algoritmo AMR. No entanto, e preciso analisar o comportamento das solucoes obtidas quando

os dois processos de adaptatividade sao utilizados em conjunto. Isso sera feito nos experimentos

numericos executados no proximo capıtulo.

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Figura 4.8: Algoritmo do refinamento adaptativo no tempo e no espaco

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5 Experimentos Numericos usando a

Biblioteca

Este capıtulo tem como objetivo validar e comparar os metodos descritos nos capıtulos anterio-

res atraves de dois grupos diferentes de resultados, e esta dividido em duas secoes. Na primeira

secao e realizado um estudo entre os metodos lineares LCD, GMRES e Bi-CGSTAB atraves da

solucao de dois problemas convectivo-difusivo. Na segunda secao, por sua vez, e analisado o

desempenho do metodo de selecao do passo no tempo quando conjugado a um esquema de re-

finamento adaptativo de malhas. Para isso, dois problemas modelo sao resolvidos, escoamento

sobre uma cavidade quadrada (lid driven cavity flow) e o escoamento com alargamento de canal

(backward facing step flow).

5.1 Eficiencia computacional dos metodos iterativos

Nessa secao, e discutido o desempenho computacional dos metodos GMRES, Bi-CGSTAB

e LCD para a solucao de sistemas de equacoes nao simetricos obtidos na discretizacao por

elementos finitos de problemas de conveccao-difusao. Para isso, foram implementados dois

problemas para o estudo da eficiencia desses metodos. O primeiro problema estudado inclui

um exemplo construıdo com solucao conhecida. O segundo problema considera o transporte,

conveccao dominante, de um escalar em um domınio quadrado e com velocidade constante. Em

todos os exemplos e considerado o precondicionador ILU(0).

5.1.1 Problema de conveccao-difusao

Considere a equacao de conveccao e difusao (2.1) definida em um domınio quadrado Ω

0 1 0 1 com fronteira Γ. Os coeficientes de difusividade em cada direcao sao kx 1 e

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55

ky 1, e o vetor velocidade β e dado por:

βx x2 1 x 2

2y 6y2 4y3

(5.1)

βy y2 1 y 2

2x 6x2 4x3 (5.2)

A velocidade nodal maxima e aproximadamente 1.2 unidades, resultando em um numero de

Peclet global igual a Pe 1 2. O termo fonte f e tal que a solucao exata seja dada por u x y

100xy x 1 y 1 para x y Ω, ou seja,

f x y 200 x x 1 y y 1 100βx 2x 1 y y 1

100βy 2y 1 x x 1 ; (5.3)

No contorno Γ, a solucao e nula, u x y 0.

A equacao de conveccao-difusao e resolvida utilizando dois tipos de elementos triangulares,

com tres (TRI3) e seis (TRI6) nos. O domınio e dividido em 64 64, 128 128 e 256 256 celulas, sendo cada celula subdividida em dois elementos triangulares. Para os metodos

iterativos a convergencia e considerada atingida quando o resıduo relativo for inferior a 10 10.

solucao aproximada, calculada usando uma malha de elementos finitos com 128 128 celulas

subdivididas em elementos triangulares lineares, esta apresentada na Figura 5.1

Figura 5.1: Solucao do problema de conveccao-difusao

Inicialmente, para observar o numero de iteracoes e o tempo de processamento (em segun-

dos) necessarios a convergencia nos metodos LCD e GMRES, o problema foi resolvido usando

diferentes numeros de vetores para o restart. Foram considerados 5, 10, 20, 30 e 40 vetores em

ambos algoritmos. As Tabelas 5.1, 5.2 e 5.3 mostram o numero de iteracoes e o tempo de pro-

cessamento para resolver o problema utilizando as malhas com 64 64, 128 128 e 256 256

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celulas, respectivamente.

Na Tabela 5.1, e possivel observar que o melhor desempenho do metodo GMRES ocorreu

quando 40 vetores sao utilizados para o restart. Para o metodo LCD, o melhor desempenho

ocorreu quando 10 vetores sao utilizados, tanto para elementos TRI3 quanto para elementos

TRI6. Observa-se tambem que o tempo de processamento do metodo LCD aumentou com o

aumento do numero de vetores na base, embora houvesse diminuicao no numero de iteracoes.

Comparando os tres metodos observamos, em termos de tempo de processamento e numeros

de iteracoes lineares, o metodo Bi-CGSTAB apresenta os melhores resultados. Alem disso,

quando comparado ao melhor desempenho do metodo GMRES, o Bi-CGSTAB chega a ser 1.2

vezes mais rapido para elemento do tipo TRI3 e 1.9 vezes mais rapido para elemento do tipo

TRI6. Considerando o metodo LCD, o Bi-CGSTAB e aproximadamente 1.4 vezes mais rapido

para elementos TRI3 e 2.4 vezes mais rapido para elementos do tipo TRI6. Comparando os

metodos GMRES e LCD, e possıvel notar que o metodo LCD apresentou, geralmente, melhores

resultados, principalmente com elementos TRI6.

Tabela 5.1: Problema de conveccao-difusao - Desempenho dos metodos GMRES, LCD and

Bi-CGSTAB - Malha 64 64 celulas

GMRES

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 0.369 346 13.681 2028

10 0.164 151 4.948 730

20 0.117 92 4.001 526

30 0.116 75 4.206 493

40 0.111 67 2.437 255

LCD

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 0.144 90 3.436 400

10 0.134 74 3.130 326

20 0.172 73 3.266 267

30 0.211 73 3.735 243

40 0.247 69 4.062 229

Bi-CGSTAB

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

0.092 48 1.270 113

De acordo com a Tabela 5.2, o melhor desempenho do metodo GMRES ocorreu, para ele-

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57

mentos TRI3, quando 40 vetores sao utilizados para o restart. Para elementos do tipo TRI6, o

metodo GMRES apresenta melhor desempenho com 30 vetores para o restart. Considerando

5 vetores para o restart, GMRES atingiu o numero maximo de iteracoes sem atingir a con-

vergencia. Para o metodo LCD, o melhor desempenho ocorreu quando 5 vetores sao utilizados

para o restart, considerando elementos do tipo TRI3. Quando elementos TRI6 sao utilizados,

o LCD apresenta melhor desempenho com 10 vetores no restart. Observa-se tambem para esta

malha que o tempo de processamento do metodo LCD aumenta quando o numero de vetores

na base cresce, embora haja uma diminuicao no numero de iteracoes lineares. Comparando os

tres metodos e possıvel observar, em termos de tempo de processamento e numero de iteracoes

lineares, que o metodo Bi-CGSTAB apresenta os melhores resultados. Alem disso, quando

comparado ao melhor desempenho do metodo GMRES, o Bi-CGSTAB chega a ser 3.5 vezes

mais rapido para elementos do tipo TRI6. Considerando o metodo LCD, o Bi-CGSTAB e apro-

ximadamente 3.2 vezes mais rapido para elementos TRI6. Comparando os metodos GMRES e

LCD, o LCD apresenta melhores resultados na maioria dos casos.

Tabela 5.2: Problema de conveccao-difusao - Desempenho dos metodos GMRES, LCD and

Bi-CGSTAB - Malha 128 128 celulas

GMRES

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 6.389 1282 285.350 10000

10 3.928 700 46.947 1654

20 1.874 303 38.098 1206

30 1.401 198 37.073 1038

40 1.253 153 40.227 1003

LCD

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 1.201 172 36.634 973

10 1.260 156 33.907 770

20 1.447 134 42.410 712

30 1.797 134 41.373 546

40 2.134 133 48.659 535

Bi-CGSTAB

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

0.722 86 10.391 218

Para a malha com 256 256 celulas, Tabela 5.3, o melhor desempenho do metodo GM-

RES para os dois tipos de elemento ocorreu quando 40 vetores sao utilizados para o restart.

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58

Para o metodo LCD, o menor tempo de processamento ocorre quando 5 vetores sao utiliza-

dos, para elementos do tipo TRI6, e quando 10 vetores sao utilizados, para elementos do tipo

TRI6. Tambem neste caso, e possıvel observar que no metodo LCD o numero de iteracoes

diminui quando aumentamos o numero de vetores na base, no entanto, o tempo de processa-

mento aumenta. Comparando os tres metodos em termos do tempo de processamento e numero

de iteracoes lineares, o metodo Bi-CGSTAB apresenta os melhores resultados. Alem disso, o

metodo Bi-CGSTAB chega a ser 5 vezes mais rapido que o GMRES para elementos do tipo

TRI6. No caso do metodo LCD e elementos do tipo TRI3, o metodo Bi-CGSTAB e 4 quatro

vezes mais rapido. Comparando os metodos LCD e GMRES, e possivel perceber que o metodo

LCD apresentou melhores resultados para os dois tipos de elementos triangulares.

Tabela 5.3: Problema de conveccao-difusao - Desempenho dos metodos GMRES, LCD and

Bi-CGSTAB - Malha 256 256 celulas

GMRES

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 109.170 5037 1146.500 10000

10 57.673 2604 981.270 8657

20 36.202 1403 486.670 3843

30 24.504 812 464.290 3243

40 20.994 612 402.010 2506

LCD

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 10.124 328 321.540 2107

10 11.200 296 302.580 1718

20 13.349 251 362.570 1525

30 17.280 251 411.720 1368

40 21.277 251 506.690 1381

Bi-CGSTAB

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5.387 150 77.983 407

A seguir, e apresentado nas Figuras 5.2, 5.3 e 5.4 o comportamento dos resıduos relati-

vos dos metodos iterativos considerando malhas com 64 64, 128 128 e 256 256 celulas,

respectivamente. Para os metodos GMRES e LCD foram utilizados 40 vetores para o restart.

Observe que o comportamento do resıduo em todos os casos e similar. Os resıduos relativos nos

metodos LCD e GMRES decrescem mais lentamente que o resıduo no metodo Bi-CGSTAB. O

numero de iteracoes e menor no metodo Bi-CGSTAB, e o metodo LCD converge com menos

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59

iteracoes que o metodo GMRES. Como o numero de iteracoes do metodo LCD e bem menor

que no metodo GMRES, foi possıvel obter a convergencia do metodo LCD em um tempo menor

de processamento. Esse comportamento ja havia sido comprovado na Tabela 5.3.

Para finalizar a analise nesse exemplo, foi calculado o custo computacional dominante nos

metodos iterativos considerando 40 vetores para o restart. Para isso, foi medido o tempo de pro-

cessamento na malha com 256 256 celulas, considerando elementos TRI3 e TRI6, conforme

mostrado na Tabela 5.4. Como pode ser observado, o precondicionamento e a tarefa que requer

o maior esforco computacional nos metodos Bi-CGSTAB e GMRES. No metodo Bi-CGSTAB

esse custo chega proximo a 50%, e no metodo GMRES essa operacao e apenas um pouco mais

cara que o produto interno. Em relacao a operacao produto matriz-vetor, o custo computacional

nesses dois metodos tambem e significativo. No metodo LCD, o produto interno e a operacao

de maior custo, sendo o produto matriz-vetor a operacao que consome o menor tempo de CPU

quando comparada com as outras operacoes.

Tabela 5.4: Problema de conveccao-difusao - Custo das operacoes - Malha 256 256 celulas

GMRES(40) TRI3 TRI6

Operacoes Temp. CPU custo(%) temp. CPU custo (%)

Produto Interno 5.017 23.9 81.199 20.2

Matriz-Vetor 2.944 14.0 65.166 16.2

Precondicionador 5.228 24.9 125.060 31.1

LCD(40) TRI3 TRI6

Operacoes Temp CPU custo(%) Temp. CPU custo(%)

Produto Interno 7.291 34.26 145.710 28.75

Matriz-Vetor 1.159 5.40 35.588 7.00

Precondicionador 2.193 10.30 69.130 13.60

Bi-CGSTAB TRI3 TRI6

Operacoes Temp. CPU custo(%) Temp. CPU custo(%)

Produto Interno 0.319 5.9 3.561 4.5

Matriz-Vetor 1.379 25.6 20.375 26.1

Precondicionador 2.480 46.0 39.686 50.9

5.1.2 Problema de conveccao dominante

Considere o problema de transporte de um escalar em um domınio quadrado unitario, usado

em Brooks e Hughes [19] para demostrar a eficiencia da formulacao SUPG na resolucao de

problemas de conveccao dominante. O velocidade e constante ( β 1) e sua direcao forma

um angulo de 45o com o eixo x, com condicoes de fronteira descontınuas na entrada e naturais

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60

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

0 10 20 30 40 50 60 70

LCD(40)GMRES(40)BICGSTAB

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

0 50 100 150 200 250 300

LCD(40)GMRES(40)BICGSTAB

Figura 5.2: Problema de conveccao-difusao - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r ) para

elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita), malha 64 64 celulas

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

0 20 40 60 80 100 120 140 160

LCD(40)GMRES(40)BICGSTAB

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

0 200 400 600 800 1000 1200

LCD(40)GMRES(40)BICGSTAB

Figura 5.3: Problema de conveccao-difusao - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r ) para

elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita), malha 128 128 celulas

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

0 100 200 300 400 500 600 700

LCD(40)GMRES(40)BICGSTAB

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

0 500 1000 1500 2000 2500 3000

LCD(40)GMRES(40)BICGSTAB

Figura 5.4: Problema de conveccao-difusao - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r ) para

elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita), malha 256 256 celulas

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61

e homogeneas na saıda do domınio. A configuracao do problema com as condicoes de fronteira

esta apresentada na Figura 5.5.

Figura 5.5: Problema conveccao dominante - Condicoes de Contorno

Os coeficintes de difusividade na direcao x e y sao kx 10 7 e ky 10 7, respectiva-

mente, o que representa um numero de Peclet igual a Pe 10 7. O problema e predominan-

temente convectivo e a solucao e essencialmente uma adveccao pura. A solucao ”exata”e a

adveccao das condicoes de fronteira na entrada do domınio na direcao do fluxo. Os parametros

de estabilizacao para a formulacao SUPG foram determinados como em [19]. O objetivo nesse

exemplo e verificar o comportamento e a eficiencia computacional dos metodos GMRES, LCD

e Bi-CGSTAB em resolver um problema com conveccao dominante.

Como no problema de conveccao-difusao anterior, o domınio foi discretizado em elemen-

tos triangulares lineares (TRI3) e elementos triangulares quadraticos (TRI6), em malhas com

64 64, 128 128 e 256 256 celulas, e estas, por sua vez, subdivididas em dois triangulos.

Novamente, em todos os testes realizados foi considerado uma tolerancia residual relativa de

10 10 para os metodos iterativos. As Tabelas 5.5, 5.6 e 5.7 apresentam o tempo de proces-

samento (em segundos) e o numeros de iteracoes para resolver o problema em cada uma das

malhas consideradas.

Na Tabela 5.5, e possıvel observar que, para a malha com 64 64 celulas e para os dois

tipos de elementos triangulares, o melhor desempenho dos metodos GMRES e LCD ocorre

quando 5 vetores no restart foram usados. O metodo Bi-CGSTAB apresentou o menor tempo

de processamento para os dois tipos de elementos, embora a diferenca com os outros metodos

nao tenha sido tao significativa. Alem disso, em termos de numeros de iteracoes para a con-

vergencia, o metodo Bi-CGSTAB convergiu mais rapidamente.

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62

Tabela 5.5: Problema conveccao-dominante - Desempenho computacional dos metodos GM-

RES, LCD e Bi-CGSTAB - Malha 64 64 celulas

GMRES

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 0.0133 9 1.2346 191

10 0.0136 9 1.5545 245

20 0.0136 9 2.2368 318

30 0.0138 9 2.9626 357

40 0.0137 9 3.9747 448

LCD

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 0.0170 9 1.6385 201

10 0.0192 9 2.2120 241

20 0.0210 9 3.5356 306

30 0.0227 9 5.2376 368

40 0.0243 9 6.0189 354

Bi-CGSTAB

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

0.0130 5 1.0069 97

Para a malha 128 128 celulas e para os dois tipos de elementos, Tabela 5.6, o melhor de-

sempenho dos metodos GMRES e LCD ocorreu, mais uma vez, quando 5 vetores foram usados

para o restart. O metodo GMRES produziu o menor custo computacional para todos os casos.

O metodo Bi-CGSTAB apresentou convergencia mais rapida e obteve melhores resultados que

o metodo LCD para os dois elementos usados.

Para a malha 256 256 celulas e para os dois tipos de elementos, Tabela 5.7, o melhor

desempenho dos metodos GMRES e LCD tambem ocorreu quando foram utilizados 5 vetores

para o restart. O melhor desempenho para elementos triangulares lineares pertence ao metodo

GMRES. Entretanto, para elementos triangulares quadraticos, o Bi-CGSTAB nao convergiu.

Com relacao os numero de iteracoes para a convergencia, o metodo Bi-CGSTAB convergiu

mais rapidamente somente para elementos do tipo TRI3. O metodo LCD apresentou o menor

numero de iteracoes para a convergencia quando elementos TRI6 foram usados.

As Figuras 5.6, 5.7 e 5.8 apresentam o comportamento dos resıduos relativos para os ele-

mentos dos tipos TRI3 e TRI6, usando 5 vetores para o restart e malhas com 64 64, 128 128

e 256 256 celulas, respectivamente. Como pode ser observado nas Figuras 5.6 e 5.7, o com-

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63

Tabela 5.6: Problema conveccao-dominante - Desempenho dos metodos GMRES, LCD e Bi-

CGSTAB - Malha 128 128 celulas

GMRES

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 0.0589 9 8.3921 325

10 0.0613 9 10.4350 374

20 0.0654 9 14.8560 480

30 0.0662 9 19.7290 564

40 0.0661 9 25.5620 657

LCD

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 0.0727 9 10.8750 327

10 0.0867 9 18.1330 430

20 0.0919 9 27.9690 481

30 0.1004 9 41.0070 569

40 0.1037 9 58.1420 664

Bi-CGSTAB

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

0.0617 5 9.8254 217

portamento dos resıduos para as diferentes malhas e similar. Para elementos do tipo TRI3, o

decaimento do resıduo relativo nos metodos GMRES e LCD e praticamente o mesmo. Ja no

metodo Bi-CGSTAB, o resıduo decai mais rapidamente e o metodo converge com um numero

menor de iteracoes. Apesar do menor numero de iteracoes para a convergencia do metodo Bi-

CGSTAB, foi observado anteriormente que o metodo GMRES converge em um tempo de pro-

cessamento menor. Para elementos do tipo TRI6, o metodo Bi-CGSTAB apresenta oscilacoes

no comportamento do resıduo. No inıcio do processo, o resıduo chega a crescer, entretanto,

apos algum tempo, o resıduo cai abruptamente. Para a malha com 256 256 celulas, o metodo

Bi-CGSTAB divergiu. O resıduo do metodo LCD decai mais rapidamente que o resıduo do

metodo GMRES, apesar do tempo de processamento do LCD ser maior.

Finalmente, a Tabela 5.8 mostra o custo das operacoes que demandam maior tempo com-

putacional na resolucao dos sistemas lineares, o produto interno, o produto matriz-vetor e o

precondicionamento. A analise e feita para a malha com 128 128 celulas. Para este exemplo,

o precondicionamento foi a tarefa de maior custo para todos os metodos, seguido pelo pro-

duto matriz-vetor e pelo produto interno. Esse comportamento e principalmente afetado pelo

pequeno numero de vetores do restart usados. O precondicionamento representa em torno de

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64

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

LCD(5)GMRES(5)BICGSTAB

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

0 50 100 150 200 250

LCD(5)GMRES(5)BICGSTAB

Figura 5.6: Problema conveccao-dominante - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r ) para

elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita) - Malha 64 64 celulas

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

LCD(5)GMRES(5)BICGSTAB

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

0 50 100 150 200 250 300 350

LCD(5)GMRES(5)BICGSTAB

Figura 5.7: Problema conveccao-dominante - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r ) para

elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita) - Malha 128 128 celulas

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

LCD(5)GMRES(5)BICGSTAB

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

0 100 200 300 400 500 600 700

LCD(5)GMRES(5)BICGSTAB

Figura 5.8: Problema conveccao-dominante - Evolucao do resıduo (Iteracoes log r ) para

elementos TRI3 (esquerda) e TRI6 (direita) - Malha 256 256 celulas

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65

Tabela 5.7: Problema conveccao-dominante - Desempenho dos metodos GMRES, LCD e Bi-

CGSTAB - Malha 256 256 celulas

GMRES

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 0.2583 9 73.0730 669

10 0.2910 9 74.6930 630

20 0.2911 9 96.4150 736

30 0.2924 9 124.7100 852

40 0.2929 9 147.6500 900

LCD

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

5 0.3237 9 77.6930 545

10 0.4038 9 110.2200 610

20 0.4240 9 178.4600 737

30 0.4467 9 247.9700 813

40 0.4703 9 311.5000 844

Bi-CGSTAB

TRI3 TRI6

Vetor Temp. CPU Iter. Temp. CPU Iter.

0.2795 5 div div

40% do custo total em todos os metodos, ja o produto interno tem um custo menor nos metodos

GMRES e Bi-CGSTAB, quando comparado com o metodo LCD.

5.1.3 Principais conclusoes

Nessa secao foi discutido o desempenho dos metodos GMRES, Bi-CGSTAB e LCD in-

cluıdo na biblioteca . Para todos os metodos, foi usado o precondicionador ILU(0).

Foram resolvidos um problema de conveccao-difusao e um problema de conveccao dominante

implementados na biblioteca ibMesh.

No primeiro problema, o melhor desempenho dos metodos GMRES e LCD ocorrem quando

40 e 10 vetores foram usados para o restart, respectivamente. Bi-CGSTAB apresentou os me-

lhores resultados em termos de tempo de processamento. Dependo do tipo de elemento usado,

o metodo Bi-CGSTAB chega a ser ate 5 vezes mais rapido que o GMRES e LCD. Comparando

os metodos LCD e GMRES, o LCD apresentou melhores resultados na maioria dos casos. Para

o caso com 40 vetores no restart, o precondicionamento e a tarefa de maior custo computa-

cional nos metodos GMRES e Bi-CGSTAB. Ja no metodo LCD, o produto interno e a tarefa

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66

Tabela 5.8: Problema conveccao-dominante - Custo computacional - Malha 128 128 celulas

GMRES(5) TRI3 TRI6

Operacoes Temp. CPU custo(%) Temp. CPU custo(%)

Produto Interno 0.00233 3.5 0.3780 4.27

Matriz-Vetor 0.01138 17.3 2.3727 26.80

Precondicionador 0.02700 41.0 4.2993 48.60

LCD(5) TRI3 TRI6

Operacoes Temp. CPU custo(%) Temp. CPU custo(%)

Produto Interno 0.00704 9.6 1.6585 14.30

Matriz-Vetor 0.01266 17.3 2.2829 19.70

Precondicionador 0.02146 41.0 4.3327 37.45

Bi-CGSTAB TRI3 TRI6

Operacoes Temp. CPU custo(%) Temp. CPU custo(%)

Produto Interno 0.00213 3.4 0.4367 4.6

Matriz-Vetor 0.01708 27.1 2.5359 26.8

Precondicionador 0.02648 35.9 4.7840 50.6

de maior custo. O resıduo relativo nos metodos LCD e GMRES decai mais devagar que no

metodo Bi-CGSTAB e o metodo LCD converge com um numero menor de iteracoes que o

metodo GMRES.

O segundo teste numerico e um problema de conveccao dominante. Neste caso, tanto o

GMRES quanto o LCD apresentaram melhores desempenhos quando 5 vetores foram usados

para o restart. O GMRES apresentou os melhores resultados para todos os casos. Para 5 vetores

no restart, o precondicionador foi a terefa de maior custo em todos os casos, seguido pelo

produto-matriz-vetor e pelo produto interno. A causa desse comportamento e principalmente

devido ao numero de vetores no restart usados. Os resıduos relativos nos metodos GMRES e

LCD sao similares e o metodo Bi-CGSTAB converge com um numeros menor de iteracoes,

exceto para a malha 256 256 e elementos triangulares quadraticos no qual houve divergencia.

5.2 Adaptatividade

O objetivo dessa secao e analisar o desempenho computacional do algoritmo de selecao do

passo no tempo quando aplicado a problemas que utilizam o processo de refinamento adaptativo

de malhas AMR. Dois problemas bastante conhecidos foram implementados e analisados. O

primeiro problema trata do escoamento sobre uma cavidade quadrada (lid driven cavity flow)

e o segundo problema consiste no escoamento com alargamento de canal (backward facing

step flow). Ambos constituem excelentes testes de validacao e sao amplamente utilizados na

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67

literatura.

5.2.1 Problema da cavidade

O problema da cavidade e provavelmente um dos problemas mais estudados na dinamica

dos fluidos computacional. E possivel encontrar diversos trabalhos da literatura que utilizam

o problema em testes de novas formulacoes numericas, validacao quanto a precisao, eficiencia

numerica, condicoes de contorno, etc [87, 13, 44]. O escoamento e induzido pelo movimento

de deslizamento da parede do topo da cavidade, gerando recirculacoes no seu interior. A Figura

5.9 apresenta o problema definido no domınio quadrado Ω 0 1 0 1 e suas condicoes de

fronteiras. No topo da cavidade (y 1 0), a condicao de fronteira e dado por u u x e v 0.

Figura 5.9: Problema da cavidade - Condicoes de fronteira

Nos outros lados, u e v sao nulos. Para evitar singularidades nas condicoes de contorno, foi

utilizado uma distribuicao para a velocidade u presente em Prabhakar e Reddy [72], dada por

u x

tanhαx para 0 x 0 5

tanhα x 1 para 0 5 x 1 0(5.4)

com α 0. Nesse estudo e adotado α 100 por dar uma transicao suave entre u 0 e u 1 0,

proximo das paredes laterais da cavidade. Essa transicao pode ser visualizada na Figura 5.10.

Em todos os testes realizados, o metodo de solucao de sistema linear utilizado foi o GMRES

com 30 vetores para o restart e tolerancia relativa de 10 6, aplicado com o precondicionador

ILU(1). A tolerancia para o processo nao linear e de 10 4. Para a verificacao do regime per-

manente foi utilizado o erro relativo da energia cinetica com tolerancia 10 4, ou seja, dada por,

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68

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

u

x

Figura 5.10: Distribuicao da velocidade u no topo da cavidade

ke n ke n 1 10 4 ken , onde ke e a energia cinetica dada por

ke

Ω

u2 v2

2dΩ (5.5)

com u e v sendo as componentes horizontal e vertical da velocidade. Os testes foram realizados

com dois numeros de Reynolds, 200 e 1000. Na discretizacao por elementos finitos, as veloci-

dades sao aproximadas por elementos triangulares quadraticos (TRI6), e a pressao e aproximada

por elementos triangulares lineares (TRI3).

Sao considerandos dois tipos de procedimentos, um com malha fixa e outro com malha

adaptativa. Para Reynolds 200, e utilizada uma malha fixa com 40 40 celulas com dois

elementos triangulares por celulas, totalizando 6561 nos e 3200 elementos. Para o esquema

adaptativo, e considerada malha inicial dividida em 20 20 celulas com dois elementos trian-

gulares por celula, aplicada a um nıvel de refinamento uniforme, gerando assim, uma malha

com 6561 nos e 3200 elementos. As fracoes Pr e Pc do AMR sao 0.3 e 0.01, respectivamente. O

limite maximo de refinamento considerado e de um nıvel. Por simplicidade e usada a notacao

AMR(20 20,1,0.3,0.01,1), indicada na Secao 4.1, para representar esses parametros.

Para Reynolds 1000, e utilizada uma malha fixa com 80 80 celulas com dois elementos

triangulares por celulas, totalizando 25921 nos e 12800 elementos. Com AMR, a malha inicial

e dividida em 20 20 celulas com dois elementos triangulares por celula considerando dois

nıveis de refinamentos uniformes, resultando numa malha com 80 80 celulas. Para o refina-

mento, as fracoes Pr e Pc sao mantidas com os mesmos valores anteriores, alterando apenas o

numero maximo de refinamentos de um para dois nıveis. Para esse caso, e utilizada a notacao

AMR(20 20,2,0.3,0.01,2) para referencias posteriores.

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69

Para validacao da implementacao desenvolvida nesse trabalho, foi utilizado os resultados

apresentados por Erturk et al. em [44] para Reynolds 1000. A Figura 5.11 apresenta os perfis

das velocidades horizontal e vertical no centro geometrico da cavidade para Reynolds 200. Em

cada figura, quatro casos foram analisados: malha fixa sem PID, malha fixa com PID, AMR sem

PID e AMR com PID. Percebe-se que as curvas de u e v, nos quatro casos, sao praticamentes

coincidentes. Analisando a Figura 5.12, referente a solucao para Reynolds 1000, os resultados

obtidos aqui apresentam uma perfeita conformidades com os resultados obtidos em [44]. Isso

tanto vale para as solucoes obtidas usando malha fixa e AMR sem utilizar o controlador PID,

como tambem as solucoes obtidas com o PID.

O comportamento do controlador PID e analizado considerando o passo inicial no tempo

∆tini 1. Para isso, foram utilizados os seguintes parametros: ∆tmin ∆tini, ∆tmax 5, ∆tprev

1, KP 0 075, KI 0 175, KD 0 01 e tolerancia 0.1. Para os testes com passo fixo e adotado

∆t 1. As Tabelas 5.9 e 5.10 apresentam um comparativo de desempenho do metodo de selecao

adaptativa do passo no tempo para numeros de Reynolds 200 e 1000, usando malha fixa e AMR,

respectivamente. Nas tabelas estao apresentados: o numero de iteracoes nao lineares (NLI), o

numero de iteracoes lineares (LI), o tempo de processamento do metodo linear (CPUgmres) me-

dido em segundos, o tempo de processamento do refinamento (CPUre f ) medido em segundos,

o esforco computacional (CPUe f f ort) e o valor maximo das linhas de corrente (ψ). O esforco

computacional e definido pela razao entre o tempo de processamento (CPUgmres) para o obter a

solucao com passo fixo e o tempo de processamento (CPUgmres) usando o PID.

Na Tabela 5.9, e possivel perceber que, para os dois numeros de Reynolds considerados, o

metodo de selecao adaptativa no tempo usando PID apresentou desempenho superior ao metodo

com passo fixo. Para Reynolds 200, houve uma reducao de 20% no esforco computacional,

como tambem, uma reducao no numero de iteracoes nao-lineares e lineares. Observe que os

valores maximos das linhas de correntes obtidos com passo fixo e PID sao identicos neste

caso. Para Reynolds 1000, nao houve diferenca no comportamento das solucoes. O metodo

usando PID reduziu o esforco computacional em quase 30%, como tambem, reduziu o numero

de iteracoes nao-lineares e lineares. Nesse caso, as linhas de corrente, tambem foram compa-

radas com os resultados obtidos por Erturk et al. [44]. Para Reynolds 1000, o valor maximo

obtido pelas linhas de corrente para uma malha com 401 401 celulas e ordem de aproximacao

espacial quadratica e 0.118585, comprovando a boa aproximacao obtida pelo PID.

Na Tabela 5.10 e apresentado o desempenho do PID para o procedimento com malha adap-

tativa e os dois numeros de Reynolds estudados. O procedimento adaptativo, por si so, ja

constribuiu na melhoria do desempenho. Comparando os resultados da malha fixa com AMR

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70

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

-0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

x

u

Malha Fixa (40x40)-Sem PIDMalha Fixa (40x40)-Com PID

AMR(20x20,1,0.3,0.01,1)-Sem PIDAMR(20x20,1,0.3,0.01,1)-Com PID

-0.4

-0.3

-0.2

-0.1

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1v

y

Malha Fixa (40x40)-Sem PIDMalha Fixa (40x40)-Com PID

AMR(20x20,1,0.3,0.01,1)-Sem PIDAMR(20x20,1,0.3,0.01,1)-Com PID

Figura 5.11: Problema da cavidade - Reynolds 200 - Perfil das velocidades u (esquerda) e v

(direita) no centro geometrico da cavidade - malha Fixa (40 40) e AMR(20 20,1,0.3,0.01,1)

- com e sem PID

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

-0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

y

u

Malha Fixa(80x80)-Sem PIDMalha Fixa(80x80)-Com PID

AMR(20x20,2,0.3,0.01,2)-Sem PIDAMR(20x20,2,0.3,0.01,2)-Com PID

Erturk

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

v

x

Malha Fixa(80x80)-Sem PIDMalha Fixa(80x80)-Com PID

AMR(20x20,2,0.3,0.01,2)-Sem PIDAMR(20x20,2,0.3,0.01,2)-Com PID

Erturk

Figura 5.12: Problema da cavidade - Reynolds 1000 - Perfil das velocidades u (esquerda) e v

(direita) no centro geometrico da cavidade - malha Fixa (80 80) e AMR(20 20,2,0.3,0.01,2)

- com e sem PID

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71

Tabela 5.9: Problema da cavidade - Desempenho do PID para a malha fixa

Reynolds 200 - Malha Fixa 40 40

NLI LI CPUgmres CPUe f f ort ψ

Passo Fixo 95 1587 77.694 1.0 0.10872

Com PID 55 1395 62.907 0.81 0.10872

Reynolds 1000 - Malha Fixa 80 80

NLI LI CPUgmres CPUe f f ort ψ

Passo Fixo 218 6627 964.115 1.0 0.11877

Com PID 102 6280 664.085 0.69 0.11869

usando passo fixo, houve uma reducao de 55% do custo computacional para Reynolds 200 e ate

85% para Reynolds 1000. Na implementacao conjugada dos metodos AMR e PID, mais uma

vez, o metodo implementado com PID demostrou um melhor desempenho quando comparado

com o metodo com passo fixo. Nos testes realizados o custo computacional foi reduzido em

quase 25% para Reynolds 200 e 32% para Reynolds 1000. Alem disso, o numero das iteracoes

nao-lineares e lineares tambem foram reduzidos. Para Reynolds 200, o valor maximo das li-

nhas de correntes foram identicos, mas quando comparadas com os valores com malhas fixas,

houve uma pequena diferenca. Ja o valor maximo das linhas de corrente para Reynolds 1000

demonstrou estar de acordo com os valores encontrados em [44].

Tabela 5.10: Problema da cavidade - Desempenho do PID para a malha adaptativa

Reynolds 200 - AMR(20 20,1,0.3,0.01,1)

NLI LI CPUgmres CPUre f CPUe f f ort ψ

Passo Fixo 107 787 24.874 10.299 1.0 0.10868

Com PID 73 697 19.180 6.671 0.73 0.10868

Reynolds 1000 - AMR(20 20,2,0.3,0.01,2)

NLI LI CPUgmres CPUre f CPUe f f ort ψ

Passo Fixo 292 2531 110.279 37.9210 1.0 0.11877

Com PID 152 2408 80.789 20.046 0.68 0.11879

Figuras 5.13(a) e 5.13(b) mostram o comportamento da escolha do passo no tempo pelo

PID para Reynolds 200 e 1000, respectivamente. No inıcio do processo, o PID escolhe o valor

mınimo para o tamanho do passo, crescendo de acordo com o andamento da solucao em direcao

ao valor maximo permitido. Essa taxa de crescimento depende da tolerancia utilizada no contro-

lador PID. Tolerancias menores apresentam taxa de crescimento menores e tolerancias maiores

permitem escolhas de passos maiores, elevando a taxa de crescimento. A tolerancia utilizada

nesse exemplo para o controlador PID foi de 0.1 pois apresentou otimos resultados quando

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72

comparados com tolerancias menores, sem que houvesse passos rejeitados.

1

2

3

4

5

6

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Malha Fixa(40x40)AMR(20x20,1,0.3,0.01,1)

(a) Re=200

1

2

3

4

5

6

0 20 40 60 80 100 120 140

Malha Fixa(80x80)AMR(20x20,2,0.3,0.01,2)

(b) Re=1000

Figura 5.13: Problema da cavidade - Escolha do tamanho do passo ao longo do tempo para as

malhas fixa e AMR

As Figuras 5.14 e 5.15 mostram as malhas finais obtidas no processo de refinamento usando

passo fixo e PID, para os numeros de Reynolds 200 e 1000, respectivamente. Percebe-se que as

malhas obtidas pelo passo fixo sao praticamente identicas as malhas obtidas pelo PID. Consi-

derando o processo de refinamento, ve-se que as regioes mais refinadas corresponde aos cantos

superiores da cavidade, justamente devido a forte singularidade presente nessas regioes.

As Figuras 5.16 e 5.17 mostram as linhas de corrente para o problema da cavidade. Percebe-

se que, para Reynolds 200, ocorre a formacao do vortice nos cantos inferiores direito e o surgi-

mento de um vortice no canto superior esquerdo. Com o aumento do numero de Reynolds para

1000, esses vortices nos cantos inferiores estao presentes e o vortice principal se desloca para o

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73

(a) Passo fixo (b) Com PID

Figura 5.14: Problema da cavidade - Reynolds 200 - Configuracao final da malha

(a) Passo fixo (b) Com PID

Figura 5.15: Problema da cavidade - Reynolds 1000 - Configuracao final da malha

centro da cavidade.

Finalmente, as Figuras 5.18(a) e 5.18(b) apresentam o comportamento da energia cinetica

ao longo do tempo para Reynolds 200 e 1000 considerando passo fixo e PID e tolerancia 10 4.

Para o passo fixo, tanto a implementacao com malha fixa quanto a implementacao com malha

adaptativa alcancaram o regime permanente por volta de 30 segundos. Com o PID, esse tempo

foi elevado para 45 segundos, aproximadamente. Para Reynolds 1000, o regime permanente foi

alcancado num tempo pouco acima de 80 segundos quando foi usado passo fixo, como mostra a

Figura 5.19(a). Ja para o PID, mostrado na Figura 5.19(b), esse tempo atingiu valores proximos

a 120 segundos.

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74

(a) Malha fixa com passo fixo (b) Malha fixa com PID

(c) AMR com passo fixo (d) AMR com PID

Figura 5.16: Problema da cavidade - Reynolds 200 - Linhas de corrente - Malha fixa e AMR

5.2.2 Problema do escoamento com alargamento do canal

Outro problema amplamente empregado nos testes de validacao e o problema do escoa-

mento com alargamento de canal (backward facing step) [46]. O problema caracteriza-se pelo

escoamento do fluido em um canal reto que abruptamente se alarga. A Figura 5.20 apresenta as

dimensoes geometricas e as condicoes de contorno para o problema do escoamento no domınio

retangular Ω 0 30 0 5 0 5 . O alargamento do canal, para esse problema, foi simulado

pelas condicao de contorno presentes na parede lateral esquerda, dado pela equacao abaixo.

u x

0 0 para 0 5 x 0 0

24y 1 y para 0 0 x 0 5(5.6)

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75

(a) Malha fixa com passo fixo (b) Malha fixa com PID

(c) AMR com passo fixo (d) AMR com PID

Figura 5.17: Problema da cavidade - Reynolds 1000 - Linhas de corrente - Malha fixa e AMR

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76

0.01

0.015

0.02

0.025

0.03

0.035

0.04

0.045

0 5 10 15 20 25 30

Malha Fixa 40x40AMR(20x20,1,0.3,0.01,1)

(a) Passo fixo

0.01

0.015

0.02

0.025

0.03

0.035

0.04

0.045

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Malha Fixa 40x40AMR(20x20,1,0.3,0.01,1)

(b) Com PID

Figura 5.18: Problema da cavidade - Reynolds 200 - Verificacao do regime permanente - tempo

vs. energia cinetica

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77

0

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Malha Fixa 80x80AMR(20x20,2,0.3,0.01,2)

(a) Passo fixo

0

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

0 20 40 60 80 100 120 140

Malha Fixa 80x80AMR(20x20,2,0.3,0.01,2)

(b) Com PID

Figura 5.19: Problema da cavidade - Reynolds 1000 - Verificacao do regime permanente - tempo

vs. energia cinetica

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78

Com essa condicao, a velocidade maxima do fluido que entra no canal e umax 1 5. Para esse

estudo, o numero de Reynolds considerado e 800.

Figura 5.20: Problema do escoamento com alargamento do canal - Condicoes de fronteira

Como no experimento anterior, o metodo de solucao do sistema linear e GMRES(30) com

tolerancia relativa de 10 6 e precondicionador ILU(1). A tolerancia para o processo nao li-

near e de 10 4. Da mesma forma, as velocidades sao aproximadas por elementos triangulares

quadraticos (TRI6) e a pressao por elementos triangulares lineares (TRI3). A malha fixa uti-

lizada e dividida uniformemente em 128 16 celulas com dois elementos por celula, gerando

8481 celulas e 2048 elementos. Para o esquema adaptativo, a malha inicial e de 64 8 celulas

aplicado a um nıvel de refinamento uniforme, gerando uma malha de 128 16 celulas e com

numeros de nos e elementos identicos a malha fixa. As fracoes Pr e Pc do AMR sao 0.3 e 0.01,

respectivamente. O limite maximo de refinamento considerado no processo de refinamento e

de um nıvel. A implementacao com PID neste teste considera como passo inicial no tempo

∆tini 0 025 e nos testes com passo fixo ∆t 0 025. Os outros parametros estao configura-

dos da seguinte forma: ∆tmin ∆tini, ∆tmax 0 5, ∆tprev 0 025, KP 0 075, KI 0 175,

KD 0 01 e tolerancia 0 25 10 3.

Tabela 5.11 compara o desempenho computacional do PID com o esquema de passo fixo,

nas implementacoes com malhas fixa e adaptativa AMR. Analisando os resultados com malha

fixa, percebe-se uma reducao no numero de iteracoes nao-lineares e um aumento nas iteracoes

lineares. Entretanto, isso nao refletiu na deterioracao do tempo de processamento. A implementacao

com PID conseguiu reduzir o custo em cerca de 50%, quando comparado com a implementacao

com passo fixo. No desempenho computacional do PID com o esquema adaptivo, e possivel

perceber uma reducao de aproximadamente de 70% com relacao ao esquema com passo fixo,

alem de uma consideravel reducao do numero de iteracoes nao-lineares e lineares.

As escolhas do passo do tempo feitas pelo PID, para as malhas fixas e adaptativas, estao

apresentadas nas Figuras 5.21(a) e 5.21(b). Para a malha fixa, a curva apresenta um compor-

tamento mais suave. No inıcio do processo, o PID nao permite um aumento no passo, porem,

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79

Tabela 5.11: Problema do escoamento com alargamento do canal - Desempenho do PID - Malha

Fixa -

Malha fixa 128 16

NLI LI CPUgmres CPUre f CPUe f f ort

Passo fixo 9660 30332 9616.00 - 1.0

Com PID 5692 30650 4408.06 - 0.46

AMR(64 8,1,0.3,0.01,1)

NLI LI CPUgmres CPUre f CPUe f f ort

Passo Fixo 13208 53608 7576.38 2803.11 1.0

Com PID 3390 34649 2097.15 593.48 0.26

conforme a solucao vai se estabilizando, passos maiores sao dados ate atingir o valor maximo

de 0.5. Para o esquema com AMR, as escolhas apresentaram grandes oscilacoes pois o ta-

manho maximo do passo no tempo foi limitado em 0.5 para um melhor desenvolvimento da

malha adaptativa AMR. Apesar da oscilacoes presentes, o esquema PID nao rejeitou nenhum

dos passos no tempo.

Para analisar o processo de refinamento e seus efeitos com a utilizacao do PID, a Figura

5.22 mostra a quantidades de nos na malha ao longo do tempo considerando passo fixo e PID.

Durante as primeiras iteracoes, quando a solucao ainda nao se encontra no regime permanente,

o numero de nos da malha adaptativa com passo fixo e PID oscila bastante. Com o passar do

tempo, a quantidade de nos diminuiu lentamente. Isso devido ao processo de desrefinamento

que atua nas regioes onde a solucao nao altera consideravelmente, mantendo a malha refinada

apenas na regiao proxima ao alargamento do canal. Observar-se tambem que a medida que a

solucao caminha em direcao ao regime permanente, a quantidade de nos vai se estabilizando. Na

implementacao do AMR com passo fixo, inicialmente tem-se 8481 nos na malha. No final do

processo, esse numero fica um pouco abaixo da metade, com 3745 nos. Ja para a implementacao

com AMR e PID, a malha inicial com 8481 nos fica reduzida a 3639 nos, uma diferenca de 106

nos em relacao a malha obtida sem o PID. As Figuras 5.23(a) e 5.23(b) mostram a configuracao

final da malha para os casos AMR com passo fixo e AMR e PID.

Embora haja uma diferenca entre as malhas adaptativas finais obtidas com e sem o PID,

a analise das solucoes apresentadas a seguir demostram que o esquema PID implementado

com o AMR apresentou excelentes resultados com boa acuracia. As Figuras 5.24(a) e 5.24(b)

apresentam o perfil da componente horizontal da velocidade nos pontos x 7 5 e x 15 0,

respectivamente, considerando a implementacao com malha fixa. Em ambas figuras, as curvas

obtidas com e sem o PID sao coincidentes. O mesmo e valido para as implementacoes com

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80

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0 20 40 60 80 100 120

dt

Tempo

Malha Fixa

(a) Malha fixa

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0 20 40 60 80 100 120

dt

Tempo

AMR(64x8,1,0.3,0.01,1)

(b) AMR

Figura 5.21: Problema do escoamento com alargamento do canal - Escolha do tamanho do

passo ao longo do tempo

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81

3500

4000

4500

5000

5500

6000

0 20 40 60 80 100 120

Numero de nos

Tempo

AMR(64x8,1,0.3,0.01,1) - PIDAMR(64x8,1,0.3,0.01,1) - Passo fixo

Figura 5.22: Problema do escoamento com alargamento do canal - Numero de nos

(a) Passo fixo

(b) Com PID

Figura 5.23: Problema do escoamento com alargamento do canal - Configuracao final da malha

- AMR(64 8,1,0.3,0.01,1)

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82

a malha adaptativa e os esquemas com passo fixo e PID, apresentadas nas Figuras 5.25(a) e

5.25(b), respectivamente.

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

-0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2

y

u

Malha Fixa(128x16)-Sem PIDMalha Fixa(128x16)-Com PID

(a) Velocidade u em x=7.5

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9

y

u

Malha Fixa(128x16)-Sem PIDMalha Fixa(128x16)-Com PID

(b) Velocidade u em x=15

Figura 5.24: Problema do escoamento com alargamento do canal - Perfil da velocidade - Malha

fixa

As linhas de corrente para esse problema estao apresentas nas Figuras 5.26 e 5.27. As

linhas de corrente mostram que, para Reynolds 800, ocorre a formacao de um vortice na parede

inferior logo apos o enlargamento do canal. O fluxo principal de escoamento e deslocado para

baixo criando outro vortice na regiao superior do canal. Em todas as figuras, foi considerado

apenas a subregiao 0 x 15 0 do domınio, por ser a regiao onde os fenomenos essenciais do

problema acontecem. Para malha fixa, Figuras 5.26(a) e 5.26(b) mostram que o esquema com

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83

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

-0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2

y

u

AMR(64x8,1,0.3,0.01,1)-Passo fixoAMR(64x8,1,0.3,0.01,1)-Com PID

(a) Velocidade u em x=7.5

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9

y

u

AMR(64x8,1,0.3,0.01,1)-Passo fixoAMR(64x8,1,0.3,0.01,1)-Com PID

(b) Velocidade u em x=15

Figura 5.25: Problema do escoamento com alargamento do canal - Perfil da velocidade -

AMR(64 8,1,0.3,0.01,1)

PID apresenta excelentes resultados com relacao as linhas de corrente obtidas com passo no

tempo fixo. Comparando o valor maximo das linhas de corrente, a implementacao com malha

fixa e passo fixo fornece o valor 0.24654 enquanto que com PID o valor maximo e 0.24665. No

esquema com malha adaptativa, Figuras 5.27(a) e 5.27(b), o valor maximo das linhas de corrente

para passo fixo e 0.24668 e, para o caso com PID o valor obtido e de 0.24667, confirmando,

assim, um otimo desempenho dos esquemas AMR e PID.

O regime permanente nesse problema foi atingido proximo a 100 segundos, como mostrado

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(a) Passo fixo

(b) Com PID

Figura 5.26: Problema do escoamento com alargamento do canal - Linhas de corrente - Malha

fixa

(a) Passo fixo

(b) Com PID

Figura 5.27: Problema do escoamento com alargamento do canal- Linhas de corrente -

AMR(64 8,1,0.3,0.01,1)

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4

4.5

5

5.5

6

0 20 40 60 80 100 120

Energia Cinetica

Tempo

Malha Fixa - Passo FixoMalha Fixa - PID

(a) Passo fixo

4

4.5

5

5.5

6

0 20 40 60 80 100 120

Energia Cinˆ'tica

Tempo

AMR(64x8,1,0.3,0.01,1) - Passo fixoAMR(64x8,1,0.3,0.01,1) - PID

(b) Com PID

Figura 5.28: Problema do escoamento com alargamento do canal - Energia Cinetica

na Figura 5.28. Note que a curva se estabiliza quando a energia cinetica atinge o valor proximo

de 5.6 em todos os casos.

5.2.3 Principais conclusoes

Nessa secao foi analisado o desempenho computacional do algoritmo conjunto de selecao

do passo no tempo, que utiliza um controlador automatico PID, com o processo de refinamento

adaptativo de malhas AMR implementado na biblioteca ibMesh. Para isso, foram utilizados

dois problemas classicos encontrados na literatura, o problema da cavidade e o problema do

escoamento com alargamento de canal.

No primeiro problema, foram realizados testes para Reynolds 200 e 1000. Para Reynolds

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200, as implementacoes utilizando malha fixa e PID conseguiram uma reducao de 20% nos

custos de processamento quando comparados com os custos obtidos com malha fixa e passo

fixo. Para Reynolds 1000, essa reducao alcancou 30%. Quando AMR e PID foram implemen-

tados simultaneamente, o metodo com PID demonstrou um melhor desempenho quando com-

parado com o metodo com passo fixo. Nos testes realizados o custo computacional foi reduzido

em quase 25% para um numero de Reynolds igual a 200 e 32% para Reynolds 1000. Para a

validacao da implementacao desenvolvida nesse trabalho, foi utilizado os resultados apresenta-

dos por Erturk et al. [44] para Reynolds 1000. Em todos os caso, a solucao obtida demostrou

estar de acordo com os valores encontrados em [44].

O segundo teste foi o problema do escoamento com alargamento de canal considerando um

numero de Reynolds igual a 800. Novamente, o PID foi testado tanto em malhas fixas quanto

em malhas adaptativas. No caso de malhas fixas, o custo computacional foi reduzido em 50%

quando comparado com a solucao com malha fixa e passo fixo. Considerando AMR e PID

esse custo foi reduzido em cerca de 70%. As solucoes foram comparadas entre si e todas elas

estao de acordo com os resultados encontrados na literatura. No caso do AMR, foi comparado

o numero de nos entre as malhas finais obtidas com passo fixo e PID. A malha com passo fixo

apresentou 106 nos a mais do que a malha obtida com PID, mas a solucao obtida com PID nao

apresentou perda de acuracia significativa.

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6 Conclusao e Trabalhos Futuros

Neste trabalho foi realizado o estudo e a implementacao de tecnicas adaptativas, no espaco e

no tempo, para o metodo de elementos finitos tendo como suporte as ferramentas disponıveis

na biblioteca . As tecnicas adaptativas produziram bons resultados tanto nos aspectos

relacionados ao esforco computacional quanto na precisao das solucoes obtidas. Alem disso, o

metodo das direcoes conjugados a esquerda (LCD) foi incluıdo na biblioteca via uma

interface com a biblioteca PETSc. Para a adaptatividade no espaco, foi utilizado o processo

de refinamento encontrado na biblioteca ibMesh e, para a adaptatividade no tempo, foi imple-

mentado um algoritmo de selecao do passo no tempo baseado na teoria de controle PID. Para

testar a eficiencia das tecnicas adaptativas e o metodo LCD, foram implementados na biblioteca

ibMesh aplicacoes em regime permanente e transientes de problemas modelos encontrados na

literatura.

A utilizacao da biblioteca neste trabalho significou uma consideravel reducao no

esforco necessario ao desenvolvimento de uma plataforma em elementos finitos de algoritmos

adaptativos e em paralelo. Mais ainda, proporcionou um codigo menos susceptıvel a falhas de

codificacao, uma vez que a biblioteca foi extensamente testada. O desenvolvimento de algo-

ritmos de refinamento de malhas e uma tarefa bastante complexa pois envolve diversas etapas,

como por exemplo, o desenvolvimento de indicadores de erros e esquemas de projecoes, alem de

detalhes de projetos como a definicao de estruturas de dados adequadas. Com uso da biblioteca,

este trabalho focou principalmente na formulacao dos problemas e na analise dos resultados.

Alem disso, o paralelismo disponıvel na biblioteca permite extrair resultados de problemas de

grande porte com custo computacional reduzido. Entretanto, neste trabalho, o esforco ficou

concentrado nas aplicacoes voltadas para plataformas seriais.

O metodo LCD apresentou bons resultados para os dois problemas implementados na bi-

blioteca , um problema de conveccao-difusao e um problema de conveccao dominante.

Parte deste trabalho constituiu na implementacao do metodo LCD na biblioteca via

a biblioteca PETSc. O algoritmo implementado considera esquema de precondicionamento a

esqueda e suporta todos os precondicionadores existentes na biblioteca PETSc. Atualmente, o

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metodo esta disponıvel para toda comunidade academica como parte da ultima versao da bibli-

oteca PETSc. Para verificar seu desempenho, o metodo LCD foi comparado com os metodos

GMRES e Bi-CGSTAB, ja presentes na biblioteca PETSc.

Para o problema conveccao-difusao apresentado na Secao 5.1, o metodo Bi-CGSTAB apre-

sentou o melhor desempenho entre os metodos estudados, tanto no tempo de processamento

quanto no numero de iteracoes realizadas, sendo seguido pelo LCD e GMRES. Entretanto, para

o problema de conveccao dominate, o Bi-CGSTAB nao apresentou um resultado tao bom, sendo

superado pelo GMRES. Foi visto que o desempenho dos metodos GMRES e LCD variam de

acordo com o numero de vetores utilizados no restart, e que, o melhor desempenho do LCD

ocorreu quando e usado um numero pequeno de vetores na base para o restart. Isso esta re-

lacionado, ao numero de operacoes do tipo produto-interno necessarias no metodo. Alem da

analise apresentada neste texto para os metodos de solucao de sistemas lineares baseados nos

subespacos de Krylov, foi estudado o efeito do reordenamento das variaveis na convergencia na

presenca de precondicionadores tipo ILU [27].

Os resultados obtidos na Secao 5.2 utilizaram o processo de refinamento adaptativo imple-

mentado na e puderam comprovar as vantagens da utilizacao de malhas adaptativas,

como a obtencao de solucoes mais precisas e com custo computacional mais baixo. O processo

de refinamento abordado utiliza a tecnica de subdivisao dos elementos, para o refinamento, e

restituicoes dos mesmos, para o processo de desrefinamento. A determinacao das regioes que

devem ser refinadas ou desrefinadas e realizada pelo indicador do erro baseado na norma da

energia do salto do fluxo que atravessa as faces dos elementos. Dois problemas foram imple-

mentados para testar as tecnicas adaptativas, o problema da cavidade e o problema de alar-

gamento de canal. Para isso, foi utilizada a formulacao padrao de Galerkin para as equacoes

transientes de Navier-Stokes para fluidos viscosos e incompressıveis, escolhendo-se espacos de

aproximacoes compatıveis com a LBB. O problema foi resolvido usando malhas fixas e adap-

tativas tanto no espaco quanto no tempo.

A algoritmo de selecao adaptativa do passo no tempo demonstrou eficiencia e robustez na

solucao dos dois problemas modelos. No problema da cavidade foram realizados testes para

Reynolds 200 e 1000, e o esforco computacional foi reduzido consideravelmente usando tanto

malha fixa e PID quanto refinamento adaptativo e PID. Por exemplo, para Reynolds 1000, as

implementacoes utilizando malha fixa e PID conseguiram uma reducao de 30% nos custos de

processamento quando comparadas com malha fixa e passo fixo. Quando AMR e PID foram

implementados simultaneamente, essa reducao alcancou 32% quando comparado com AMR e

passo fixo. Ale disso, a solucao obtida em todos os casos estavam de acordo com os valores

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encontrados na literatura.

No problema de alargamento de canal para Reynolds 800 o mesmo comportamento foi

observado. No caso de malhas fixas, o custo computacional foi reduzido em 50% quando

comparado com a solucao com malha fixa e passo fixo. Considerando AMR e PID esse custo

foi reduzido em cerca de 70%. As solucoes foram comparadas entre si e todas estao de acordo

com os resultados encontrados na literatura. No caso do AMR, foi comparado o numero de nos

entre as malhas finais obtidas com passo fixo e PID. A malha com passo fixo apresentou 106

nos a mais do que a malha obtida com PID, mas a solucao obtida com PID nao apresentou perda

de acuracia significativa.

A implementacao do algoritmo do passo no tempo e bastante simples e os custos computa-

cionais do processo sao desprezıveis, uma vez que involvem apenas o armazenamento de alguns

vetores e o calculo de normas. No entanto, a sua utilizacao no processo adaptativo resultou em

algumas restricoes em relacao ao numero de refinamentos da malha em cada iteracao no tempo.

No algoritmo de refinamento com o PID, apenas um refinamento e permitido a cada passo no

tempo, pois dessa forma e possivel recuperar tanto a malha quanto a solucao no instante an-

terior, caso o passo seja rejeitado. Para um numero maior de refinamentos da malha em um

mesmo passo no tempo, um outro processo de rejeicao do passo necessita ser construıdo.

Como trabalhos futuros, podem ser listadas as seguintes sugestoes: (i) aprofundamento do

estudo do processo de selecao adaptativa do passo do tempo em conjunto com o processo de

refinamento de malha e sua utilizacao em outros problemas de interesse pratico, (ii) estudar e

implementar outros indicadores de erro mais adequados aos problemas de interesse, (iii) explo-

rar o paralelismo da biblioteca na resolucao de problemas tridimensionais envolvendo

multi-fısicas e multi-escalas, (iv) implementar na biblioteca problemas de interesse pratico,

como os problemas da industria do petroleo e meio ambiente; (v) estudar e aplicar tecnicas de

reordenamento para problemas 3D, (vi) comparar a versao do LCD implementada na biblio-

teca com a versao anterior proposta por Dai e Yuan [39], para verificar o custo das operacoes

de produto-interno em plataformas paralelas; (vii) implementar outros precondicionadores na

biblioteca .

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Apendices

Apendice A - SubMatrizes e Subvetores da Matriz Jacobiana

Como visto na secao 2.2, a matriz Ke e o vetor Fe do elemento, sao formados por subma-

trizes e subvetores com a seguinte estrutura:

Ke

Kuu Kuv Kup

Kvu Kvv Kvp

Kpu Kpv Kpp

e Fe

Fu

Fv

Fp

Para simplificar a notacao, sera adotado uh uhnk 1, vh vh

nk 1 e o vetor uh uh vh

nas equacoes seguintes:

Kuu i j

Ωh

φiφ jdΩ θ∆t1

Re

Ωh

∇φi ∇φ jdΩ

θ∆t

Ωh

uh ∇φ jφidΩ θ∆t

Ωh

∂ uh∂x

φiφ jdΩ

Kuv i j θ∆t

Ωh

∂ uh∂y

φiφ jdΩ

Kup il θ∆t

Ωh

φi xψldΩ

Kvu i j θ∆t

Ωh

∂ vh∂x

φiφ jdΩ

Kvv i j

Ωh

φiφ jdΩ θ∆t1

Re

Ωh

∇φi ∇φ jdΩ

θ∆t

Ωh

uh ∇φ jφidΩ θ∆t

Ωh

∂ vh∂y

φiφ jdΩ

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Kvp il θ∆t

Ωh

φi yψldΩ

Kpu l j

Ωh

φ j xψldΩ

Kpv l j

Ωh

φ j yψldΩ

Kpp l j 0

Fu i

Ωh

u1h

n 1φidΩ 1 θ ∆t

Ωh

un 1h ∇ u1

hn 1φidΩ

1 θ ∆t

Ωh

pn 1 φi xdΩ 1 θ ∆t

1

Re

Ωh

∇ u1h

n 1 ∇φidΩ

θ∆t

Ωh

un 1h ∇uh φidΩ 1 θ ∆t

Ωh

fxn 1φidΩ

θ∆t

Ωh

fxnφidΩ

Fv i

Ωh

u2h

n 1φidΩ 1 θ ∆t

Ωh

un 1h ∇ u2

hn 1φidΩ

1 θ ∆t

Ωh

pn 1 φi ydΩ 1 θ ∆t

1

Re

Ωh

∇ u2h

n 1 ∇φidΩ

θ∆t

Ωh

un 1h ∇vh φidΩ 1 θ ∆t

Ωh

fyn 1φidΩ

θ∆t

Ωh

fynφidΩ

Fp l 0

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