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Artigos científicos 23

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    B S m f f i T i f i M i

    H n B f l l B H H H H 1 3 B B M

    p H B I M H H B f t t

    H f f l H B I B I H B B H B I

    E M f f l W f l W f f l M B W I l B ^

    E P B H M B f f l f f l B W B B B I

    Captulo 15 | Complementao do Art igo,

    209

    Captulo 16

    | Submisso do Art igo para

    Publicao,

    223

    Captulo 17

    | Avaliao de Artigo Cientfico,

    235

    Captulo 18| E statstica,

    255

    Captulo 19

    | Preparao de Tabelas,

    275

    Captulo 20| Preparao de Figuras,

    299

    Captulo 21

    | tica,

    327

    Captulo 22 | Vale a Pena Publicar Artigo

    Cientfico?,

    343

    Captulo 23 | Como Ter Art igo Aprovado para

    Publicao,

    351

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    orno Redigir Publicar e Avaliar

    ( l t l

    1

    Respeite o direito autora

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    Naciona l

    O G E N | G r u p o E d i t o r i a l N a c i o n a l r ene a s ed i to r a s G u a n a b a r a K o o g a n ,

    S an t os , R oc a , A C F a r m ac u t i c a , F o r ens e , M t odo , LT C , E . P . U . e F o r e n s e

    U n i v e r s i t r i a ,qu e pub l i ca m n as r eas c ien t f i ca , t cn ica e p r of i s s iona l .

    E s s as em pr es as , r e s pe i t adas no m er cado ed i to r i a l , cons t r u r am ca t -

    logos in igua lve i s , com obr as que t m s ido dec i s ivas na f o r m ao

    acadm ica e no ape r f e ioam ento de v r ia s ge r aes de p r of i s s iona i s

    e de e s tudan te s de Adm in i s t r ao , Di r e i to , E nf e r m agem , E ngenha r ia ,

    F i s io te r ap ia , Medic ina , Odonto log ia , E ducao F s i ca e m ui ta s ou t r a s

    c inc ia s , t endo s e to r na do s in n im o de s e r i edade e r e s pe i to .

    Nos s a m is s o p r ove r o m e lhor con tedo c ien t f i co e d i s t r ibu - lo de

    m ane i r a f l ex ve l e conven ien te , a p r eos jus tos , ge r ando bene f c ios e

    s e r v indo a au to r e s , docen te s , l iv r e i r os , f unc ion r ios , co labor ador es e

    acionis tas .

    Nos s o com po r tam e nto t i co incond ic iona l e nos s a r e s pons a b i l idade

    s oc ia l e am bien ta l s o r e f o r ados pe la na tu r eza educac iona l de nos s a

    a t iv idade , s em com pr om ete r o c r e s c im ento con t nuo e a r en tab i l idade

    do gr upo .

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    GUANABARA

    KOOGAN

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    Os autores deste livro e a

    EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA .

    empenharam

    seus melhoresesforospara assegurar que as informaes e os procedimentos

    apresentados no texto estejam em acordo com os padres aceitos poca da

    publicao , e todos os dados foram atualizados pelas autoras at a data da

    entrega dos originais editora.

    Entretanto, tendo em conta a evoluo das

    cincias da sade, as mudanas regulamentares governamentais e o constante

    fluxo de novas informaes sobre teraputica medicamentosa e reaes ad-

    versas a frmacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem

    sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as infor-

    maes contidas neste livro esto corretas e de que no houve alteraes

    nas dosagens recomendadas ou na legislao regulamentadora.

    Adicional-

    mente, os leitores podem buscar por possveis atualizaes da obra em http:ll

    gen-io.grupogen.com.br.

    18

    Os autores e

    a

    editora se empenharam para citar adequadamente e dar

    o

    devido

    crdito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer m aterial utiliza-

    do neste livro, dispondo-se a possveis acertos posteriores caso, inadvertida

    e involuntariamente, a identificao de algum deles tenha s ido omitida.

    h

    Direitos exclusivos para a lngua portuguesa

    Copyright 2012 by

    EDITORA GUANABARA KOOGA N LTDA.

    Uma editora integrante do GENI Grupo Editorial Nacional

    Travessa do Ouvidor, 11

    Rio de Janeiro - RJ - CEP 20040-040

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    Fax: (21) 3543-0896

    www.editoraguanabara.com.br

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    www.grupogen.com.br

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    grupogen.com.br

    Reservados todos os direitos. proibida a duplicao ou reproduo deste

    volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios

    (eletrnico, mecnico, gravao, fotocpia, distribuio pela Internet ou

    outros), sem permisso, por escrito, da

    EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA.

    H

    Capa: Bruno Sales

    Editorao eletrnica: I l e r a

    Projeto grfico: Editora Guanabara Koogan

    b

    Ficha catalogrfica

    P493a

    Pereira, Mauricio Gomes

    Artigos cientficos:com o redigir, publicar e avaliar / Mauricio Gomes Pereira.

    - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2013.

    Inclui bibliografia

    ISBN 978-85-277-1928-5

    1.Redao tcnica. 2. Relatrios tcnicos. 3. Publicaes cientficas - Normas.

    4. Pesquisa - M etodologia. 5. Leitura. I. Ttulo.

    11-5595. CDD: 808.066

    CDU: 808.1:6

    http://www.editoraguanabara.com.br/http://www.editoraguanabara.com.br/http://www.grupogen.com.br/http://www.grupogen.com.br/http://www.grupogen.com.br/http://www.editoraguanabara.com.br/
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    T odo l iv r o do t ipo que o l e i to r t em em m os um pr o je to co labor a -

    t ivo . Num er os as pes s oas m e a juda r am dur an te o t em po em que o e s c r ev i .

    P r opo r c iona r am r e f e r nc ia s , a rt igos e l iv r os pa r a cons u l t a , l e r am or ig ina i s -

    m e s m o to dos os cap tu los - , apon ta r am e r r os , s uge r i r am d i r ees e o f ize ram

    com boa von tade , de m ane i r a des in te r e s s ada . I m pos s ve l iden t i f i ca r todas ,

    especif icar o que f izeram e agradec- las . Delas guardo lembranas agradveis e

    pr o f und o r econhec im ento . As pes s oas que m e a juda r a m s abem o que f ize ram

    e, sem elas , ter ia s ido muito dif ci l escrever es te l ivro. O mnimo que posso

    f aze r m enc iona r a lgum as , em or de m a l f ab t i ca .

    Ant n io A genor Br ique t de L em os , b ib l io tec r io e ed i to r , p r o f e s s or da

    Unive r s idade de Br as l i a

    Beatr iz Meireles For taleza, dentis ta , Univers idade de Bras l ia*

    Eduardo Freitas da Silva, es tat s t ico, professor da Univers idade de Bras l ia*

    r ika F az i to , ep idem io log i s ta , Min i s t r io da S ade*

    Leopoldo Luiz dos Santos Neto, mdico, professor da Univers idade de Bras l ia

    Luciana Balduno Sollaci , bibliotecr ia , Hospital Sarah Kubitschek, Bras l ia*

    Mn ica Rebouas , m dica , Unive r s idade Ca t l i ca de Br as l ia*

    Or lan do R ibe i r o G ona lves , m dico e b ib li f i lo , Min i s t r io da S ade

    Paulo Srgio Sier ra Beraldo, mdico, Hospital Sarah Kubitschek, Bras l ia

    Pedro Luiz Tauil , mdico, professor da Univers idade de Bras l ia

    Ros ana C am po s Coe lho , enf e r m e i r a , S ec r e ta r i a da S ade do Dis t r i to F ede r a l*

    Simnides Bacelar , mdico e biblif i lo, professor da Univers idade de Bras l ia

    T a s Ga lvo , f a r m acu t i ca , Unive r s idade F ede r a l do A m azonas *

    *Or ien tados ( a s ) pe lo au to r em pr ogr am as de ps - gr aduao s ens o e s t r i to ,

    m e s t r a d o o u d o u t o r a d o

    Quer o expr es s a r m eu r econhec im ento ao com pe ten te t r aba lho execu-

    tado na E di to r a Guanaba r a Koogan , em es pec ia l , a Alu i s io Af f ons o , a J u l i ana

    Af f ons o e a Glauce L eandr es .

    Sou grato, em especial , Univers idade de Bras l ia , que me acolheu nas lt i-

    m as dcadas e m e pr opor c ion ou a in f r ae s t r u tu r a e a s opor tun idades , e s s encia i s

    para que eu produzisse o presente l ivro.

    Maurcio Gomes Pereira

    Braslia, julho de 2011

    i

    Balllil

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    "No pequeno servio ajuntar o disperso, abreviar o largo, apartar o seleto, e

    fazer que facilmente se ache no captulo de cada matria oprincipal que a ela

    pertence..."

    Antn io de Sousa Macedo, 1606-1682, escritor e diplomata portug us. Em: Eva, e ave, ou

    Maria tr iunfante. 5. ed. Lisboa: Off. de Antonio Pedrozo Galram, 1734, p. x.

    Estamos na era da comunicao. natural que o pbl ico consumidor de

    l i teratura c ient f ica espere encontrar somente boas comunicaes c ient f icas.

    Esse pbl ico ser cada vez mais r igoroso no que seleciona para ler . Por isso,

    os resul tados das pesquisas precisam ser cuidadosamente preparados e comu-

    nicados de maneira competente e a t raente . Esse o caminho para conquis-

    tar o le i tor . Em meados do sculo 20, havia pouca compet io para publ icar .

    Sobrava espao nas revistas c ient f icas. Parte da tarefa dos edi tores daquela

    poca estava vol tada para cat ivar autores e conseguir textos originais. Hoje

    no mais assim. A disputa por um lugar nas pginas de peridicos c ient f i -

    cos tornou-se acirrada. A oferta supera em muito a capacidade de absoro.

    Em numerosas revistas de prest gio, a taxa de recusa a l ta , superior a 90%.

    Aprender a escrever bons art igos c ient f icos, saber apresentar as evidncias

    cient f icas e l idar efet ivamente com edi tores e revisores passou a ser funda-

    mental para o objet ivo de publ icao. Esses assuntos so minuciosamente

    abordados neste l ivro.

    Alguns postulados est iveram sempre presentes durante a preparao do

    l ivro. Dois deles so aqui mencionado s. O prim eiro refere-se necessidade de

    apresentar um enfoque sistemt ico, organizado, para a redao e para a inter-

    pretao dos resul tados de uma pesquisa . Esse conjunto de informaes con-

    tm os ingredientes p ara entend er a lgica da comu nicao cient fica . A nfase

    reside na descrio do raciocnio usad o em estu dos c l nicos e em invest igaes

    epidemiolgicas. O domnio dessa lgica tende a tornar as pessoas mais aptas

    em questes de planejamento e conduo de pesquisas, de anl ise cr t ica das

    inform aes e do que incluir no re la to de um a invest igao.

    O segundo postulado relaciona-se deciso de incluir um nmero consi-

    dervel de concei tos e apl icaes de epidemiologia e esta t st ica . Esse conhe-

    cimento auxi l ia as pessoas a usarem cri teriosamente as evidncias c ient f icas,

    evidncias essas que const i tuem a base de sustentao para as concluses de

    uma pesquisa . O bom uso da epidemiologia e da esta t st ica confere credibi l i -

    dade ao re la to de um a invest igao.

    O l ivro dest ina-se , inic ia lmente , queles que precisam escrever textos c ien-

    t f icos. Incluo nesse g rupo os a lunos d e inic iao cient f ica , de discipl inas em

    que so exigidos t rabalhos de concluso de curso e os frequenta dores de c lubes

    de revista . Ser t i l como matria de reflexo para quem atua nas reas de

    edi torao cient fica , reviso de textos, ensino de nvel superior e invest igao

    de maneira geral .

    Uma das caracterst icas de

    Artigos Cientficos: Como Redigir, Publicar e

    Avaliar

    a nfase na redao com o propsi to de publ icar em peridico de

    prest gio. Quem escreve texto c ient f ico no deseja simplesmente redigi- lo,

    pretende publ ic-lo. Escrever somente no basta ; publ icar certo essencial , o

    objet ivo maior, a meta a a lcanar. Somente quando divulgamos corretamente

    o nosso t rabalho que damos a conhecer o que f izemos. As providncias para

    subm eter o texto ao edi tor de um perid ico cient f ico, com mais probabi l id ade

    de v-lo aprovado para publ icao, so realadas, assim como a organizao

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    VS | ] A r t i g o s Ci e n t i c o s | ComoRedigir, P u b l i c a r e Av a l i a r

    do s is tema de comunicao cientf ica. Esse mater ial auxil ia em

    decises quanto ao envio de ar t igos para publicao e a l idar

    com editores e revisores .

    Um trao adicional a ser des tacado diz respeito forma de

    abor dagem dos t em as , o que to r na a obr a apr opr iada pa r a a

    interpretao de textos cientf icos . Quem escreve deve revisar

    o seu texto. Redao e reviso so os dois lados de um a m esm a

    m oeda e , por todo o l iv r o , encon t r am - s e o r i en taes que s e r -

    vem, s imultaneamente, para a redao e a avaliao de textos .

    Muitas or ientaes es to em tabelas , o que facil i ta o seu uso.

    As s i tuaes retratadas - de aplicao das tcnicas da epide-

    miologia, da es tats t ica e da metodologia cientf ica - fazem do

    l iv r o um e lem en to f ac i l i t ador pa r a o apr end izado des s as m a t -

    r ias e para a compreenso de conceitos complexos .

    A am pla gam a de tp icos abor dados , hab i tua lm ente d i s -

    pe r s a em v r ia s f on te s , encon t r a - s e r eun ida em um n ico

    com pndio . Os t em as e s to d i s pos tos de m odo a s e r em u t i -

    l i zados em es tudo ind iv idua l , pa r a que cada um conduza o

    pr pr io r i tm o, e com o tex to pa r a apr end izagem em gr upo .

    P or anos , m in i s t r e i cur s os e pa le s t r a s - e con t in uo a f az - lo -

    sobre tpicos relacionados ao tema desta obfa; dentre os quais ,

    m e todo log ia c ien t f i ca , ep idem io log ia , e s t a t s t i ca , com o le r

    r ev i s t a s m dicas , ava l i ao c r t i ca da in f or m ao , m edic ina

    bas eada em ev idnc ia s , r edao c ien t f i ca e m e todo log ia de

    ens ino . E nvolv i - m e em ed i to r ao de pe r id ico c ien t f i co e

    f o r m ule i cen tenas de pa r ece r e s pa r a p r o je tos e a r t igos , r e s u-

    m os em congr es s os , t r aba lhos de conc lus o de cur s o e p r o to -

    co los s ubm e t idos a com i t s de t i ca . Alm d i s s o , s ou l e i to r e

    co lec ionador inve te r ado de l iv r os . P or e s s e s cam inhos , acu-

    m ule i cons ide r ve l quan t idade de r e la tos bem e labor ados e

    f o r m as e legan te s de apr e s en tao de r e s u l t ados de pes qu i s a s .

    I gua lm en te , r eun i exem p los de e r ros , de s li ze s e ou t r a s im p er -

    f e ies de com unicao c ien t f i ca . O m dico f r ancs , Albe r t

    S chwe i tze r , 1875- 1965 , P r m io Nobe l da P az em 1952 , a f i r -

    m ou: " Dar o exem plo no a m e lhor m ane i r a de in f luenc ia r

    os outros . a nica." Resolvi divulgar os relatos e os exem-

    p los que co lh i ou adap te i de m odo a a lcana r am pla aud in-

    cia - maior do que a res tr i ta s minhas salas de aula ou aos

    leitores de meus ar t igos .

    P r ocur e i expor o m a ior nm er o de pa r t i cu la r idades s obr e

    cada seo de um ar t igo cientf ico, sobretudo seus aspectos

    r edac iona i s , com v i s t a ao ape r f e ioam ento da com unicab i l i -

    dade . A inc lus o de m a te r i a l s obr e como no fazer, a ant tese

    da boa r edao , pa r eceu- m e to im por tan te quan to r eve la r o

    que pode ser fei to. Forneci as referncias para as fontes pass -

    ve i s de s e r em us adas com o m a te r i a l ad ic iona l de l e i tu r a ou que

    dessem supor te s af irmaes feitas . Com relao aos relatos

    de e r r o ou m ane i r a s des e legan te s de com unicao , bus que i

    no em i t i r op in io depr ec ia t iva s obr e os s eus au to r e s nem

    identif ic- los - e espero ter conseguido.

    Acredito que Artigos Cientficos: Como Redigir, Publicar e

    Avaliar preencha uma lacuna. Os lei tores iro dispor de mater ial

    e de con tedo ter ico e prtico, que os auxil iar a redigir , apresen-

    tar e interpretar cr i t icamente tex tos cientf icos. Espero, ainda, que

    seja de leitura agradvel, pois dediquei meus esforos a isso.

    Ao te r m ina r , t r ans c r evo duas f r a s e s . Um a , de au to r des co-

    nhecido, com o intuito de es timular a escr i ta cientf ica: "S

    quando d ivu lgam os nos s o t r aba lho que t em os r econhec i -

    m ento" . A ou t r a f r a s e t em r e lao com a m inha pos io de

    ex-aluno da Univers idade Livre de Bruxelas , na Blgica, e o

    m eu f a s c n io por ce r tos pe r s onagens da His t r i a da Medic ina ,

    den t r e os qua i s, o ana tom is ta nas c ido naqu e la c idade , Andr e as

    Ves a l ius , 1514- 1564 . No f im do p r e f c io de s ua m onum enta l

    obr a A estrutura do corpo humano, escreveu: "Adeus , e faa

    bom us o de nos s os bem - in tenc ionad os e s f o ros ".

    Maurcio Gomes Pereira

    Braslia, julho de 2011

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    O livro Artigos C ientficos: Como R edigir; Publicar e Avaliar composto por

    24 cap tulos, todos e laborados pelo mesmo autor, o que confere unidade con-

    cei tuai ao con tedo.

    Os t rs cap tulos inic ia is const i tuem introd uo aos tpicos Publ icao cien-

    t f ica e Redao de textos. O de nmero 4 descreve a est rutura de um trabalho

    cient f ico original , como ela hoje habi tualmente encontrad a em peridicos c ien-

    tficos na rea das cincias da sade. Essa estrutura detalhada nos Captulos 5 a

    8. As demais partes do artigo - Referncias, Ttulo, Autoria, Resumo e Palavras-

    chave - so analisadas nos Captulos 9 a 13.

    Tpicos re lacionados complementao do texto, com o propsi to de sub-

    meter o art igo para publ icao, const i tuem ass unto dos C ap tulos 14 a 16. Nos

    de nmero 17 a 21, so abordados temas complementares, tambm teis para

    auxi l iar a preparao do texto e aumentar a probabi l idade de sua aprovao

    pelos edi tores e revisores, as pessoas que opinam ou decidem se um trabalho

    deve ou no ser publ icado. Esses temas so a maneira como um texto ava-

    l iado, a esta t st ica que os t rabalhos devem conter , a preparao de tabelas e

    figuras e os aspectos ticos das investigaes.

    Na parte f inal da obra , h come ntrios sob re se vale a pena p ubl icar art igo

    cient f ico, na qual so mencionados recursos que auxi l iam o escri tor em sua

    tarefa de redigir o texto (Cap tulo 22) e so t raados cam inhos p ara ter o mate-

    ria l aprovado para publ icao (Cap tulo 23). No l t imo cap tulo, foram reuni-

    das as

    dicas

    dispostas ao longo do l ivro.

    E x e m p l o s

    Os exemplos esto organizados em pargrafos prprios, ident i f icados pela

    palavra

    Exemplo

    (o u

    Exemplos

    ) , seguida do nme ro da seo em que esto

    local izados. Dessa maneira , f icam separados da parte terica , o que pode faci-

    litar a leitura e a reviso do assunto.

    Os textos em idioma est rangeiro, com algumas excees, foram traduzidos

    ou adaptados para o portugus. As referncias que acompanham o materia l

    permitem local izar o documento no idioma original .

    T a b e l a s e f i g u r a s

    Tabelas e f iguras esto ident i f icadas em ordem n um rica no interior d e cada

    cap tulo, como se faz em um art igo cient f ico. O nme ro da tabela ou f igura

    antecedido p elo do cap tulo: por exemplo, a Tabela 1.1 pertence ao Cap tulo 1,

    enqu anto a Figura 4.1, ao Cap tulo 4.

    As tabelas ocup am posio de destaque na com unicao cient fica , pois tm

    poder de sntese e faci l i tam a le i tura e a compreenso do texto. Empreguei-as

    profusamente . A maioria do materia l nelas includo refere-se a orientaes

    para o relato de investigaes e para a avaliao crtica de artigos cientfi-

    cos. Provm de fontes prest igiadas, como a Associao Brasi le i ra de Normas

    Tcnicas (ABNT) e o Comit Internacio nal de Edi tores de Revistas Mdicas (o

    Grupo de Vancouver) . Esto tambm dispostas em tabelas muitas inst rues

    disponveis em

    sites

    de peridicos c ient f icos e

    checklists

    ut i l izados para aval iar

    a abrangncia e a qual idade dos re la tos.

    I n s t r u e s p a r a l e i t u r a d o l i v ro

    Se o le i tor decidir ler o l ivro do com eo ao f im, ser apresentado orden ada-

    mente aos temas e inst rues de como melhorar sua comunicao cient f ica .

    Acom panh ar o processo desde as e tapas inic ia is de redao at a publ icao.

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    VS | ]

    Artigos Cientfico s | Como Red igir, Publicar

    e

    Avaliar

    Em caso de ut i l izar o l ivro como referncia , em procedi-

    mento no l inear de le i tura - como se faz com dicionrio,

    enciclopdia ou jornal - , o le i tor ter orientao no sumrio

    que aparece no inc io de cada cap tulo e no ndice remissivo

    ao f im do l ivro. Encontrar tambm diret r izes no interior

    dos cap tulos. Algo como

    Orientao de leitura sobre amostra

    para apesquisa (ver seo 6.6).

    Optando por le i tura sequencial

    ou temt ica , vale a pena, de inc io, inspecionar todo o l ivro,

    superfic ia lmente , para ter viso panormica do seu contedo

    - ou para ident i f icar passagens candidatas a re le i tura .

    O le i tor mais interessado em aspectos prt icos e imedia-

    tos da redao cientfica deve dirigir-se ao Captulo 4, espe-

    cialmente s sees 4.3 e 4.4, nas quais consta a est rutura

    do art igo cient f ico, depois detalhada nos Cap tulos 5 a 8.

    Posteriormente , procuraria as orientaes sobre referncias,

    t tulo, autoria , resumo e palavras-chave, que constam dos

    Captulos 9 a 13. O Captulo 24 ser de leitura proveitosa pelas

    dicas nele agrupadas. Na fase de reviso final e envio do artigo

    para publ icao, os Cap tulos 14 a 17 merece m inspe o pelas

    orientaes que contm sobre a matria .

    Cada cap tulo contm sees e subsees, de modo que a

    maioria dos tpicos abrange um ou poucos pargrafos, o que

    pode faci l itar a le itura e a pesquisa p or assunto.

    As referncias cruzadas (por exemplo, ver 5.12) auxi l iam

    no direcionamento dos le i tores para informaes adicionais

    sobre o mesmo assunto.

    Sugestes em c a d a cap tu lo

    H uma seo de sugestes ao final de cada captulo, na

    qual constam

    dicas

    para l idar com os problemas re lacionados

    matria abordada. N o se t ra ta de receita nica, mas de indi-

    caes que podem ser te is, no implicando reduzir a redao

    apl icao de simples regras. As indicaes raramente fu ncio-

    nam isoladamente; e las auxi l iam as pessoas, principalme nte as

    que j esto em processo de redao, a esclarecer pontos obs-

    curos, a encontrar caminho s, a local izar di ferente perspect iva

    e a melhor organizar os fa tos e argumentos na est rutura do

    art igo. Essas sugestes esto reunidas n o Cap tulo 24.

    Muitas regras para a real izao de invest igaes c ient -

    f icas e para a preparao de art igos so intui t ivas. Outras,

    como assinalou o mdico espanhol Sant iago Ramn y Cajal ,

    1852-1934, Prmio Nobel de Medicina em 1906, const i tuem

    "est mulos a lentadores e admoestaes paternais que quis-

    ramos ter recebido nos princpios da nossa ( . . . ) carrei ra aca-

    dmica." A l inha divisria entre uma e outra categoria no

    n t ida , mas o propsi to consist iu em incluir , nas sugestes, as

    que se encontram no grupo dos est mulos a lentadores.

    Diretr izes para redao cientf ica

    Numerosas dire t r izes para re la to de invest igaes esto

    ci tadas, t ranscri tas ou interpretadas . A maioria su rgiu nas l t i -

    mas dcadas, e o propsi to foi a judar os autores a no come-

    terem falhas e omisses na comunicao cient f ica . Passou-se

    a exigir nmero crescente de requisi tos metodolgicos nos

    rela tos e , dessa maneira , a lcanar uniformidade de apresen-

    tao e melhor qual idade da publ icao. Meno s normas

    de Vancouver, ao CONSORT e a tantas outras tornaram-se

    comuns em inst rues para autores de textos c ient f icos.

    natural que os requisi tos exigidos na publ icao sejam ado-

    tados na e laborao de futuras pesquisas. Trata-se da maneira

    pela qual as di re t r izes para a divulgao das invest igaes

    influenciam o modo como a c incia conduzida. Seguir di re-

    t r iz e s pode se r um cami nho adequado p a ra me l hora r a comu-

    nicabi l idade. Em consequncia , a l imento a pretenso de que

    as pessoas expostas ao contedo desta obra estaro mais aptas

    a conduzir , re la tar e interpretar invest igaes.

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

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    Sumrio

    C a p t u l o 1 1 P e s q u i s a e C o m u n i c a o C i e n t f i c a , 7

    C a p t u b 2 1 C a n a i s d e C o m u n i c a o C i e n t f i c a , 7

    C a p t u l o 3 1 P l a n e j a m e n t o , R e d a o e R e v i s o d o T e x t o ,

    17

    C a p t u l o 4 1 E s t r u t u r a d o A r t i g o C i e n t f i c o ,

    27

    C a p t u l o 5 1 I n t r o d u o d o A r t i g o , 41

    C a p t u l o 61 M t o d o , 5 7

    C a p t u l o 7 1 R e s u l t a d o s , 81

    C a p t u l o 8 1 D i s c u s s o , 103

    C a p t u l o 9 1 R e f e r n c i a s B i b l i o g r f i c a s ,

    131

    C a p t u l o 1 0 1 T t u l o ,

    147

    C a p t u l o 1 1 1 A u t o r i a ,

    157

    C a p t u l o 1 2 1 R e s u m o , 167

    C a p t u l o 1 3 1 P a l a v r a s - c h a v e , 179

    C a p t u l o 1 4 1 E s c o l h a d o P e r i d i c o , 193

    C a p t u l o 1 5 1 C o m p l e m e n t a o d o A r t i g o ,

    209

    C a p t u l o 1 6 1 S u b m i s s o d o A r t i g o p a r a P u b l i c a o ,

    223

    C a p t u l o 1 7 1 A v a l i a o d e A r t i g o C i e n t f i c o , 235

    C a p t u l o 1 8 1 E s t a t s t i c a , 255

    C a p t u l o 1 9 1 P r e p a r a o d e T a b e l a s , 275

    C a p t u l o 2 0 1 P r e p a r a o d e F i g u r a s , 299

    C a p t u l o 2 1 1 t i c a ,

    327

    C a p t u l o 2 2 1 V a l e a P e n a P u b l i c a r A r t i g o C i e n t f i c o ? ,

    343

    C a p t u l o 2 3 1 C o m o T e r A r t i g o A p r o v a d o p a r a P u b l i c a o ,

    351

    C a p t u l o 2 4 1 S n t e s e d a s S u g e s t e s s o b r e R e d a o C i e n t f i c a , 357

    n d i c e R e m i s s i v o , 369

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    Captulo 1 | Pesquisa e Comunicao Cientfica

    T a b e l a 1 . 2 E t a p a s n a e l a b o r a o d o a r t i g o c i e n t f i c o e a l o c a l i z a o d o s t e m a s n o s c a p t u l o s d o p r e s e n t e l i v r o

    Etapas

    Captulos

    1. Redao da estrutura do texto: introduo, mtodo, resultados e discusso

    4 a 8

    2. Preparao das demais partes: referncias bibliogrficas, t tulo, autoria, resumo e palavras-chave

    9 a 13

    3. Reviso, com pleme nta o e subm isso do material para publica o em peri dico cientfico 14 a 16

    i

    1

    -3- Publicao de artigo cientfico

    Quando o autor julga que o ar t igo es t pronto, ele o envia

    para um entre os milhares de per idicos cientf icos exis tentes

    na atualidade. Ao chegar redao, o mater ial examinado

    pelo editor , o qual no pode publicar qualquer coisa que lhe

    chega s mos. Dev e zelar para qu e somente textos de qualida de

    e condizentes com a pol t ica editor ial do per idico sejam nele

    divulgados . Por isso, fei ta a separao entre os que so logo

    rejeitados , por serem de imediato julgados inapropr iados , e os

    demais , potenciais candidatos divulgao. Para auxil i- lo na

    avaliao dos ar t igos que ultrapassam a tr iagem inicial , o editor

    conta com um s is tema de apoio, a reviso por pares - d i t a t am -

    bm reviso por especialis tas , arbitragem por pares ;peer review,

    em ingls . O procedimento d credibil idade ao per idico que o

    uti l iza. delineado para recusar textos inadequados e melhorar

    a clareza e a preciso dos selecionad os para pub licao. A s is te-

    mtica empregada consis te em examinar cada ar t igo e ver if icar

    s e im por tan te , o r ig ina l , bem apr es en tado e adequado pa r a

    apa r ece r em f u tu r o nm e r o do pe r id ico .

    Na even tua l idad e de r ecebe r pa r ece r e s f avor ve i s dos e s pe -

    cialis tas que o examinem, o ar t igo aceito aps as cor rees

    pe r t inen te s e p r ogr am a do pa r a pub l i cao . O exem pla r da

    r ev i s ta , quan do pr on to , c i r cu la en t r e ind iv duos e ins t i tu ies

    que , de a lgum a f o r m a , concor r em pa r a m ant - l a , com o as s i -

    nan te s e a s s oc iados de en t idade c ien t f i ca . Mui tos s o t am -

    bm adqui r idos ou env iados a b ib l io tecas , e um gr upo s e le to

    d i s pos to em bas es e le t r n icas de p r e st g io . Com os p r oced i -

    m entos m oder nos de indexao dos pe r id icos c ien t f i cos em

    bases de dados eletrnicos , os ar t igos nelas includos so pas-

    s ve i s de s e r em r ecupe r ados , no im por ta onde f o r am publ i -

    cados . Assim, a indexao da revis ta nas pr incipais bases de

    dados to r no u- s e pa r m e t r o pa r a ava l i a r a qua l idade dos t ex tos

    cientf icos .

    ' - E v o l u o d a c o m u n i c a o

    cientifica nas cincias da sade

    Com par ao en t r e os a r t igos c ien t f i cos de a lgum as dca -

    das pas s adas com os de ho je m os t r am gr andes m udanas .

    4

    O s

    a tua i s s o de m enor ex tens o e em f or m a to padr on izado . A

    s ua e s t r u tu r a com pos ta por qua t r o s ees que e s pe lham as

    etapas do processo de pesquisa e do raciocnio cientf ico apli-

    cado aos achados : a in t r oduo , o m todo , os r e s u l t ados e a

    d i s cus s o .

    O pes qu i s ador t em tem po l im i tado pa r a l e r e o t ex to con-

    c i s o e a un i f o r m idade na d i s pos io dos a s s un tos f ac i l i t am a

    le i tu r a . Os t tu los dos a r t igos , ao con t r r io do s eu t am anho ,

    to r na r am - s e m a is ex tens os pa r a ve icu la r m a ior quan t idade

    de in f or m ao . Des s e m odo , a s e leo do que deva s e r l ido

    s e ja fe i t a m a is f ac i lm ente pe la ins peo dos t tu los . O nm er o

    de au tor e s t am bm aum entou . A com plex idade das pes qu i s a s

    r eque r que m a is pes s oas co labor em na s ua r ea l i zao . Out r o

    im por tan te m ot ivo pa r a o c r e s c im ento do nm er o de au to -

    res po r ar t igo a valor iza o da prod u o cientf ica. Os pes-

    qu i s ador es s o p r e s s ionados a pub l i ca r , v i s to s e r em ava l i ados

    pe lo que apa r ece com s eus nom e s na l i t e r a tu r a e s pec ia l izada .

    Os r e s um os , s egu indo o que acon tece com o p r pr io t ex to do

    a r t igo , to r na r am - s e m a is bem es t r u tu r ados . F or am des envol -

    vidos s is temas de palavras-chave, para que se recupere ef icien-

    tem ente a r t igos por bus ca em bas es de dados com putador i -

    zados .

    As r egr a s pa r a a s ubm is s o de a r t igos c ien t f i cos f o r am

    ape r f e ioadas , com a incor por ao do que pas s ou a s e r con-

    s ide r ado boa r edao c ien t f i ca . No s om ente ques to de '

    f o r m a de apr e s en tao dos a s s un tos , m as t am bm de s e leo

    e o r gan iza o dos a r gum en tos pa r a s us ten ta r a va l idade d a

    inves t igao e da conc lus o do au tor . Concom i tan tem ente ,

    s u r g i r am ou t r a s ex ignc ia s que r e f l e t i r am as novas dem an-

    das da s oc iedade . Ques tes com o conf l i to de in te r e s s e s e

    p u b l i c a o d u p l i c a d a,pas s a r am a t e r luga r nas ins t r u es

    pa r a au to r e s de pe r id icos c ien t f i cos . Os a s pec tos t i cos das

    pes qu i s a s to r na r am - s e f oco de in tens o deba te , o que s e r e f l e -

    t i u n a s n o r m a s p a r a p e s q u i s a s e m s e r es h u m a n o s . A m e n o

    e a des c r i o das t cn icas e s ta t s t i ca s no r e la to das inves -

    t igaes f o r am incen t ivadas , m es m o ex ig idas , no im por -

    t ando o g r au de com plex idade . Ree labor a r am - s e os c r i t r ios

    de r ev i s o e apr ovao , de m odo que os t ex tos s e lec ionados

    pa r a pub l i cao , em m dia , s o de m e lhor qua l idade que no

    pas s ado . -

    E s to aqu i r e la tadas apenas a lgum as m udanas na com u-

    n icao c ien t f i ca . Num er os as ou t r a s ocor r e r am e p r oduz i r am

    r eaes , adap taes e novas s o lues , r epe r cu t indo n a m ane i r a

    com o os r e s u l t ados das pes qu i s a s s o ho je apr e s en tados . As

    m odi f i caes in f lu r am pos i t ivam ente no p lane jam ento e na

    condu o das inves t igaes .

    v

    ^ R e v o l u o d i g i t a l e

    c o m u n i c a o a o t o r - e d i t o r

    Ar t igo pub l i cado , em te r m os idea i s , aque le co locado

    d i s pos io da com unidade c ien t f i ca em f or m a apr opr iada .

    Acontec im entos r ecen te s , e s pec ia lm ente na in f or m t ica e nas

    te lecom unicaes , r evo luc iona r am o s e to r . Os com putador es ,

    a expresso mais vis vel da revoluo digital , es to conectados

    em r ede m un dia l pe la in te r ne t , o que m ud ou a s ca r ac te r s t i ca s

    do t r aba lho em qua lque r cam po. No que conce r ne ao t em a

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    16/401

    V S | ]

    Artigos

    C ie n t ic o s

    |

    C o

    m

    o Re d i g i r ,

    Publicar

    e A v a l i a r

    deste l ivro, a via e le t rnica faci l i tou a comunicao entre autor

    e edi tor , assim como todo o processo edi toria l e a divulgao

    dos art igos c ient f icos. Nas normas de Vancouver constam as

    seguintes observaes.

    5

    "A publicao em formatos e le trn icos c riou oportun idades para

    acrescenta r de ta lhes ou sees in te iras apenas na verso e le tr n i-

    ca , o rganizando informaes ad ic iona is , e s tabe lecendo links o u

    extra indo partes de a rt igos e as s im por d ian te . Os au tores prec i-

    sam traba lhar com os ed ito res no desenvolv imento ou uso desses

    novos form atos de publicao e devem submete r rev iso de es -

    pec ia l istas mate ria is p a ra poss ve l u t i l izao em publicaes e le -

    trn icas sup lementa res ."

    Um autor pode submeter , por meio ele t rnico, seu texto

    para publ icao em peridico cient f ico, assim como acompa-

    nhar, da mesma maneira , a avaliao de seu art igo. Em alguns

    peridicos, o texto acei to para publ icao e em condies de

    divulgao logo exposto na pgina e le t rnica da revista .

    No presente , pelo menos cinco t ipos de materia l c ient f ico

    so encontrados na internet :

    o O contedo da prp ria verso impressa do art igo

    o As inform aes que comp lemen tam a verso impressa ,

    sob a forma de texto, figura, tabela, detalhes da anlise

    esta t st ica e resul tados secundrios; tam bm m ateria l su-

    plementar como udio, vdeo e

    slides

    Um a verso ampliada do texto

    Os art igos que, embo ra julgados adequados para publ i -

    cao, no so includos no peridico im presso, simp les-

    mente por questes de espao

    Os peridicos exclusivamente e le t rnicos.

    A internet no est l imitada apenas aos aspectos reala-

    dos. Oferece mais. Pela l iberdade de espao, o meio ele t r-

    nico permite outras composies, como divulgao de mate-

    ria l dest inado pr-publ icao impressa , pareceres sobre

    art igos, cartas dos le i tores e comentrios induzidos sobre o

    texto. No entanto, a simples disposio de mais espao no

    just i f icat iva para fa l tar com as vir tudes de um bom texto.

    A aval iao de art igo a ser divulgado em meio ele t rnico, de

    modo que const i tua evidncia c ient f ica de boa qual idade,

    deve seguir os mesmos cri trios de qual idade apl icados aos

    a r t i gos i mpre ssos . E l e s t ambm podem se r t r a t ados como

    semelhantes publ icao impressa e aparecerem em bases

    de referncias bibl iogrficas, passveis de serem ci tados na

    l i teratura c ient f ica .

    I n f o r m a r e s

    cientficas

    m

    i n t e r n e t

    A internet t rouxe enormes faci l idades ao usurio de publ i -

    caes cientficas, dentre as quais, conexo com bases de

    dados, faci l idade de acesso a um imenso volume de infor-

    maes em texto integral , rapidez de pesquisa e interao do

    usurio com todo o sistema. Uma das mais re levantes expres-

    ses do emprego da internet na medicina o acesso imediato

    s bases de dado s de materia l c ient f ico. Nos exemplos adiante ,

    so re lacionadas t rs delas de uso gratui to e amplam ente ut i l i -

    zadas no Brasi l. Os Cap tulos 13 e 14 t razem mais inform aes

    sobre o assunto.

    Ao lado de abundantes aspectos a l tamente posi t ivos, a

    internet tambm tem fragi l idades. As informaes que com-

    porta nem sempre tm o mesmo nvel de qual idade. Parte do

    materia l no p assou pelo f i l t ro da reviso p or pares, caracters-

    t ica dos peridicos de boa qual idade .

    Exemplos 1.7 Bancos de dados de art igos

    cient f icos na internet

    Exempl o 1 M EDLINE

    Pela abrangncia, facilidade de acesso e gratuidade, o

    MEDLINE se f i rmou como a base de dados mais ut i l izada

    para a recuperao de informaes c ient f icas sobre sade no

    Brasi l e em todo o mundo. Existem numerosos outros bancos,

    embora nenh um se j a t o usado como o M ED LINE.

    Exemplo 2 LILACS

    A LILACS (Li teratura Lat ino-Americana e do Caribe em

    Cincias da Sade) apareceu em 1982 e tornou-se o mais

    abrangente ndice bibl iogrfico da produo cient f ica e tc-

    nica da regio.

    Exemplo 3 SciELO

    Em 1997, foi implantada a SciELO (

    Scientific Electronic

    Library Online),

    que no um a base de dados como a LILACS,

    mas bibl ioteca de revistas c ient f icas em formato ele t rnico.

    Ambas r epre sen t am con t r i bu i o re l evan t e pa ra a d i vu l ga -

    o e uso de resul tados de pesquisa da Amrica Lat ina.

    Em decorrncia das faci l idades e le t rnicas crescentes, o

    modelo t radicional de comunicao cient f ica centrado na

    verso impressa est sendo al terado para outro, focado na

    publ icao ele t rnica e no acesso l ivre e i rrest r i to ao m ateria l

    publ icado.

    6

    Os peridicos c ient f icos e le t rnicos de acesso

    intei ramente l ivre emergiram.

    Acesso livre

    ou

    acesso aberto

    signif ica ausncia de custos para o le i tor e para a inst i tuio

    pelo uso da informao.

    A pesquisa f inanciada co m recursos pb l icos deve ser dis-

    ponibi l izada gratui tam ente para o pbl ico. Essa a opinio de

    parte considervel da com unidad e cient f ica . Equivale a devol-

    ver sociedade o que foi invest ido na pesquisa . Nos Estados

    Unidos, os art igos,publ icados provenientes de pesquisas com

    recursos pbl icos devem estar disponveis em texto integral

    no PubMed, que gratui to, no mximo 12 meses depois de

    publ icados. O acesso l ivre a art igos c ient f icos est mudan do a

    estratgia das editoras.

    7

    Em algumas revistas, o acesso fica res-

    t r i to a assinantes apenas durante curto perodo, que pode ser

    seis meses, como no 1AMA (

    Journal of the American Medicai

    Association

    ) , ou um pouco mais em outros peridicos. Aps o

    prazo est ipulado pelos edi tores, o acesso ao texto completo

    l ivre . As vezes, requer-se regist ro ou assinatura indiv idual s em

    custos.

    Exemplos 1.8 Revistas c ient f icas em formato ele t rnico

    de l ivre acesso na in ternet

    Exempl o 1

    Directory ofOpen Access Journals

    (DOAJ)

    8

    Em 1992, foi publ icada a primeira revista e le t rnica na rea

    da sade, a

    Online Journal of Clinicai Trials,

    com textos com-

    pletos. Em julho de 2010, estavam regist radas n o

    Directory of

    Open Access Journals

    5.160 revistas e le t rnicas em regime de

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    17/401

    . o r n u i i i

    Somos aprendizes de uma arte na qual ningum se torna mestre.

    E r n e s t H e m i n g w a y , 1 8 9 8 - 19 6 1 , e sc r i t o r n o r t e - a m e r i c a n o , a p r o p s i t o d a a r t e

    d e e s c re v e r .

    I n t r o d u o , 2

    N e c e s s i d a d e d a d i v u l g a o d a s p e s q u i s a s , 2

    Pr e p ar a o d e ar t i g o c i e n t fi c o , 2

    Pu b l i c a o d e ar t i g o c i e n t fi c o ,

    3

    Evo l u o d a c o m u n i c a o c i e n t fi c a n as c i n c i as d a sa d e ,

    3

    R e v o l u o d i g i t a l e c o m u n i c a o a u t o r - e d i t o r , 3

    " - In fo r m a e s c i e n t fi c as n a i n t e r n e t , 4

    Pe r i d i c o s d e ac e sso l i vr e , 4

    C o m p e t i o p a r a p u b l i c a r , 5

    Rac i o c n i o c i e n t fi c o , 5

    S u g e s t e s , 5

    C o m e n t r i o fi n al , 6

    R e f e r n c i a s , 6

    1

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    18/401

    VS | ] r t i g o s C i e n t i c o s | C om o R e d i g i r , P u b l i c a r e A v a l i a r

    mensagem subjacente neste l ivro de que uma pesquisa

    j s termina quando Os seus resultados so divulgados de

    form a adequada. O art igo cientfico a mane ira mais eficien-

    te de faz-lo . Este captu lo in trodutrio contm general idades

    sobre esses temas, e os assuntos nele tratados so retomados

    nos demais captu los .

    T a b e l a 1 . 1 P r o c e s s o s e n v o l v i d o s n a p u b l i c a o d e

    ar t ig o c i en t f i co

    Real izao da inves t igao

    Comunicao dos resu l tados : a e laborao do a r t igo c ien t f ico*

    * O tema do presente livro.

    I

    ;

    I n t r o d u o

    Professores univers i trios , profiss ionais liberais e es tu dan-

    tes de n vel superior dedicam p arte considervel de seu tem po

    para a real izao de pesquisas . de toda convenincia que o

    produto desse esforo alcance as pessoas que dele possam se

    beneficiar. Por meio da publicao em peridico cientfico ,

    os resultados da invest igao chegam s pessoas certas . Um

    texto bem preparado valoriza a pesquisa, porm nem todos se

    sentem vontade para redigir um bom relato de invest igao.

    Acreditam que no foram suficientemente--. t reinados para tal

    empreendimento . Em consequncia, possvel que uma exce-

    lente pesquisa no seja devidamente apreciada s implesmente

    por no haver relato adequado sobre ela.

    H dois processos na publicao cientfica que nos in te-

    ressa realar (ver Tabela 1.1). Um a realizao da pesquisa,

    cujo objet ivo maior consis te na produ o de conhecim ento . O

    outro versa sobre a t ransmisso dos resultados dessa pesquisa

    para a comunidade cientfica. Embora ambos estejam relacio-

    nados, sendo um a sequncia do outro , exigem habil idades

    distintas.

    Os temas enfocados neste l ivro se referem ao segundo

    tpico mencionado, qual seja, a elaborao do relato da pes-

    quisa com vis tas sua publicao. O tema est l imitado a tra-

    balhos escri tos sob a forma de art igos orig inais . No engloba

    apresentaes orais e outras modalidades de d ivulgao cien-

    tfica, que tm especificidades prprias. O autor deste livro, ao

    escrev-lo , teve em m ente a pesquisa aplicada em seres hu ma -

    nos - e no a investigao bsica ou de outra natureza, com o

    a que envolve animais ou plantas . Os exemplos so da rea da

    sade e enfocam , principalmente, a pesquisa cl n ica e a epide-

    miolgica.

    O domnio dos meandros da comunicao cientfica tem

    o efei to salu tar de influenciar posi t ivamente o modo como

    um a pesquisa real izada. Quem sabe como relatar u t i l iza esse

    mesmo conhecimento para p lanejar e executar uma invest iga-

    o. O inverso pode no ser verdadeiro . Quem pesquisa nem

    sempre es t preparado para comunicar os resultados de uma

    investigao.

    N e c e s s i d a d e d a

    divulgao das pesquisas

    Os cientis tas precisam escrever.

    1

    O mesmo se aplica a

    p ro fes so res u n iv ers i t r io s , p ro f i s s io n a i s l i b e ra is e es tu d an -

    tes de n vel superior. Para que os resultados de uma inves-

    t igao alcancem aqueles com interesse no assunto , exis tem

    canais apropriados de d ivulgao. O fato cientfico d ivul-

    gado pela publicao, que ates ta a exis tncia da pesquisa

    e p o d e co n fe r i r - lh e u ma esp c ie d e s e lo d e q u a l id ad e , a

    d ep en d er d e o n d e p u b l i cad a . Para s e r ace i to em p er i -

    dico cientfico de prest g io , um texto necessi ta es tar em

    fo rma ap ro p r i ad a . A p u b l i cao ad eq u ad a fa r co m q u e o

    resu l t ad o d a in v es t ig ao s e to rn e d i sp o n v e l n o s i s t ema d e

    co mu n icao c i en t f i ca . Co m a o rg an izao q u e h o je ex i s t e ,

    o re l a to d a p esq u i sa p o d e s e r fac i lmen te en co n t rad o , l i d o ,

    ju lg ad o e , a d ep en d er d a imp o r tn c ia o u p ecu l i a r id ad e d a

    o b ra , s e rv i r d e ap o io e re fe rn c ia a t rab a lh o s p o s te r io res

    so b re o as su n to . Ou t ra imp o r tan te co n seq u n c ia d a d iv u l -

    g ao co r re t a a l can ar aq u e les q u e p ro m o v em a ap l i cao

    p r t i ca d o s co n h ec imen to s .

    Pesquisa no publicada, logicamente, no alcana a comu-

    nidade cientfica, o que s ignifica contribuio nula para o

    acervo de conhecimentos . Por sua vez, pesquisa indevida-

    mente publicada pode jamais chegar ao conhecimento dos

    cientis tas ou isso ser fei to tardiamente. Acontece, por exem-

    plo , com as teses de doutorado que nunca so divulgadas sob

    form a de artigo ou de l ivro . Outra i lus trao o trabalho pio-

    neiro de Mendel .

    Exemplo 1 .2 A publicao dos resultados das pesquisas

    de Gregor Mendel , 1822-1884

    O rel ig ioso e botnico austraco publicou, em 1865, suas

    experincias p ioneiras sobre hereditariedade em peridico de

    circulao res tri ta pertencente sociedade regional de h is tria

    natural d a Bomia, regio da Europa Central , po.ca perte n-

    cente ao Imprio Austro-Hngaro. Suas ideias permaneceram

    desconhecidas da comunidade cientfica at serem descober-

    tas em 1901. Acredita-se que a obra no teria s ido ignorada

    por tanto tempo se t ivesse s ido publicada em peridico cien-

    t fico de maior p rest g io . A viso de que o trabalho de M endel

    foi ignorado no perodo 1866-1901 contestada.

    2,3

    1

    P r e p a r a o d e a r t i g o c i e n t fi c o

    Pensar, planejar, escrever e rever so os passos a percorrer

    por quem se d ispe a redigir e comunicar, de maneira efet iva,

    o que tem a d izer ao seu pblico .

    1

    raro produzir-se texto

    que, logo na primeira verso, adquira a forma ideal e sat is-

    faa o prprio autor, os editores e os leitores exigentes. Muitas

    revises so necessrias para chegar a tal ponto . Embora haja

    comumente esse fazer e refazer do que fo i produzido com

    vistas ao seu aperfeioamento , t rs etapas podem ser identi-

    ficadas no processo de preparo de uma publicao cientfica

    (ver Tabela 1.2). Conta-se a histria da investigao (etapa 1),

    acrescentando-se as partes que lhe fal tam, como o t tu lo , o

    resum o e as referncias b ibl iogrficas (etapa 2). A com plemen -

    tao desse material , para cu mprir as exigncias dos editores ,

    resulta no art igo pronto para sua submisso a um peridico

    cientfico (etapa 3).

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    19/401

    Ca p i t u l o I

    |Pesquisa e Comunicao Cientfica

    acesso aberto, em todas as reas, das quais 2.137 permit iam

    consul ta por art igo. Estavam disponveis cerca de 420 mil art i -

    gos de texto completo gratui tos para uso. O nmero de peri -

    dicos de c incias da sade em texto com pleto era o segu inte:

    50 de odontologia , 29 de enfermagem, 377 de medicina geral

    e 140 de sade pbl ica . Somente so includas nessa base de

    peridicos as que ut i l izam um sistema de controle de qual i -

    dade para a seleo de artigos.

    Exempl o 2 Public Library of Science (PL oS)

    9

    A

    Public Library of Science

    uma bibl ioteca pbl ica de

    cincias, dos Estados Unidos, que adota o sistema de acesso

    l ivre. Edi ta vrios peri dicos c ient ficos, entre os quais,

    PLoS

    Medicine.

    Esse peridico si tua-se entre os dez de maior pres-

    t gio em medicina interna, com fator de impacto de 13,05 no

    ano de 2009. Fator de impacto um indicador que expressa o

    nm ero de vezes que um peridico c i tado (ver 14.6) . Outros

    peridicos dessa organizao, com os respect ivos fa tores

    de impacto, so:

    PLoS Biology

    (12,91);

    PLoS Genetics

    (9,53),

    PLoS Pathology

    (8,97),

    PLoS Computational Biology

    (5,75),

    PLoS Neglected Tropical Diseases

    (4,69) e

    PLoS One

    (4,35). O

    mod elo de f inanciamento adotado nessa bibl ioteca requer que

    seja efetuado pagamento dos custos de publ icao pelos auto-

    res do artigo.

    Exempl o 3

    Open Access Central

    10

    Essa ent idade tem o prop si to de a lbergar revistas de acesso

    aberto de medicina, biologia e mesmo de outras reas. Tem

    como l ema

    "maximizar a comun icao de pesquisa cientfica

    por meio do acesso livre".

    A SciELO, j menc ionad a no cap tulo, i lust rao de bibl io-

    teca virtual de acesso aberto.

    : C o m p e t i o p a r a p u b l i c a r

    Dois temas centrais abordad os no cap tulo so a redao de

    um art igo e a sua publ icao. Esses dois temas so mais bem

    apresentados como um apenas: a preparao de art igo com

    mais possibi l idades de ser acei to em peridico cient f ico de

    prest gio. O objet ivo do autor de um art igo t-lo publ icado

    e no simplesmente escrev-lo. Existe forte compet io para

    publ icar uma vez que o nmero de art igos c ient f icos subme-

    t idos aos edi tores excede em muito o nmero possvel de ser

    acei to. Nos p eridicos de prest gio, a taxa de acei tao de art i -

    gos inferior a 10%.

    Um caminho para ter razoveis possibi l idades de publ i -

    car em peridico cient f ico de prest gio produzir texto de

    qual idade superior . Embora necessrio, no sufic iente .

    Torna-se conveniente entender o processo de aval iao de

    textos c ient f icos e os meandros da publ icao, o que evi tar

    mal-entendidos e frust raes. Isso envolve, de um lado, ques-

    tes re lacionadas boa est ruturao do art igo, a local izao

    correta da argumentao cient f ica nessa est rutura e um tom

    de l i nguagem adequado pa ra uma rev i s t a a cadmi ca . O ob j e -

    t ivo fazer com que os revisores sejam capazes de entender

    o re la to, apreci-lo e bem aval iar o manuscri to. H tambm

    outros ngulos a l idar como a autoria , a t ica , a escolha do

    pe r i d i co adequado , a fo rma de submi sso do ma t e r i a l aos

    edi tores, a resposta s sol ic i taes do edi tor e mui tos mais,

    como detalhado nos prximos cap tulos deste l ivro. Existem

    as convenes, bem estabelecidas, para serem seguidas e as

    regras no escri tas. Desenvolver habi l idades para l idar com

    esses temas pode resul tar em benefc ios de publ icao, a lm

    de ser um apaixonante desafio inte lectual . Entre as habi l i -

    dades para a lcanar a meta da publ icao do art igo est a

    capacidade de antecipar o que ser provavelmente acei to ou

    rejei tado pelos edi tores. Para termos de comparao, vale

    lembrar as palavras de Nicolau Maquiavel , 1469-1527, o pen-

    sador e escri tor i ta l iano, quando se referiu ao que acontecia

    na esfera pol t ica .

    "Qu ando os problemas so prev istos de longe , o que s home ns de

    ta len to podem fazer, os males que de les poderiam advir so logo

    curados ; mas qua ndo, por fa l ta de prev idnc ia , e les so padec idos

    a t um ponto em que se to rnam percep tve is pa ra todos , j no

    exis te mais remdio ."

    Como se desenvolve a habi l idade de antever qual idades

    e problemas no texto c ient f ico? De um lado, aprende-se a

    maneira dos bons autores apresentarem os resul tados das suas

    pesquisas. tambm conveniente saber como outros fa lharam

    e t iveram seus art igos recusados para publ icao, de modo a

    evi tar os mesm os erros. O prese nte l ivro est repleto de exem-

    plos de ambos os casos, de form as adequadas de apresentar os

    resul tados de uma invest igao e erros frequentemente come-

    t idos.

    Em sntese , o autor far constar do re la to o que const i tui

    uma b oa comu nicao cient f ica , ou seja , aqui lo que os conhe-

    cedores do assunto buscam e esperam encontrar no texto.

    i i ' - Raciocnio cientfico

    Para bem alcanar o objet ivo de publ icao em peridico

    de prest gio, a compreenso da lgica do raciocnio c ien-

    t f ico essencial , visto a sua importncia na concatenao

    das ideias, fa tos e argumentos para sustentar as concluses.

    O rac i oc n i o que fundament a a comuni cao c i en t f i c a mo-

    derna e os modos de l idar com as evidncias so abordados

    por todo o l ivro. Em muitas si tuaes, o certo e o errado

    esto bem estabelecidos; exemplos so mostrados. Em outras

    ocasies, no existe certo nem errado, mas diferentes formas

    de abordagem. Nesses casos, so sugeridos caminhos para a

    redao e apre sen t adas fo rmas pa ra aprofun da r o e s t udo da

    matria .

    A lgica, ou sua fa l ta , estar estampada no re la to de uma

    invest igao. Tendo o art igo cient f ico em m os, o le i tor veri f i -

    car se o autor reuniu matria adequada e sufic iente para que

    se possa formar opinio sobre a invest igao e sua concluso.

    Os detalhes para sustentar a concluso do autor e para a com-

    preenso do que foi fe i to devero constar do re la to. De outra

    maneira , no se poder concordar ou discordar do autor. Em

    invest igao defic iente ou texto incompleto, as fa lhas se torn a-

    ro aparentes pela leitura do relato. So esses os textos candi-

    datos a re je io quando submetidos para publ icao.

    :

    S u g e s t e s

    A redao cient f ica const i tui complexa apresentao de

    fatos e argumentos, guiada por processo elaborado de racioc-

    nio, que desafia os invest igadores e empolga os mais exigentes.

    Escrever mome nto de reflexo, que favorece a compre enso e

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    20/401

    V S | ]

    Artigos Cien tficos | Como Redigir, Publicar e Avaliar

    o aperfeioam ento pessoal . No entanto, t ra ta-se de tarefa para

    ser aprendida e exerci tada com empenho e perseverana. O

    hbi to da le i tura contribui para o melhoramento da redao.

    Exerci tar-se cont inuadamente na arte de escrever tambm.

    O artigo publicado reflete as caractersticas do autor e

    mesmo da inst i tuio que ele representa . conveniente ter

    esse aspecto em considerao ao prepar-lo. Fazer o melhor

    para si mesmo e sua inst i tuio submeter para publ icao

    somente b ons textos c ient ficos.

    O autor deste l ivro espera que muitos le i tores tenh am a sorte

    de, se j no o so, virem a ser includos na categoria dos apai-

    xonados pela le i tura c ient f ica . O mdico e escri tor mineiro

    Pedro Nava, 1903-1984, em seu l ivro

    Cho de Ferro

    , assinalou:

    "Felizes os que se deixam arrastar pelo amor da cincia." Esse

    direcionam ento tend e a facil i tar o domnio dos princpios e da

    prt ica da argum entao cient f ica , o que se refle te na redao

    dos resul tados de um a invest igao.

    - V R e fe r n c i a s

    1. BarrassR.Os cientistas precisam escrever: guia de redao para cientistas,

    engenheiros e estudantes. 2

    a

    ed. So Paulo: T.A. Queiroz; 1986.

    2. Kessel

    R.

    Mendel-forgotten or ignored? J R Soe Med. 2002;95(9):474.

    3. Keynes M. M endel-both ignored and forg otten. J R Soe Med.

    2002;95(11):576-7.

    4. Sollaci LB, Pereira MG. The introduction, methods, results, and dis-

    cussion (IMRAD) structure: a fifty-year survey. J Med Libr Assoc.

    2004;92(3):364-7.

    5. ICMJE. International Committee of Medical Journal Editors. Uniform

    requirements for manuscripts submitted to biomedical journals: writing

    and editing for biomedical publication. 2008 [acesso em 18 mai 2009];

    Disponvel em: http://www.icmje.org/.

    6. Castro R. Impacto da internet no fluxo da comunicao cientfica em

    sade. Rev Sade Pblica. 2006;40:57-63.

    7. Marques E Ao alcance de todos: acesso livre a artigos cientficos ganha

    fora e muda estratgia de editoras. P esquisa FAPESP. 2006;129:24-7.

    8. DOAJ. Directory of Open Access Journals. Sweden: Lund University Libra-

    ries; 2011 [acesso em 8 fev201 1]; Disponvel em: http://www.doaj.org/.

    9. PLoS Medicine, [acesso em 8 fev 2011]; Disponvel em: http://www.plos-

    medicine.org/.

    10. Open Access Central, [acesso em8fev 2011]; Disponvel em: http://www.

    openaccesscentral.com/.

    http://www.icmje.org/http://www.doaj.org/http://www/http://www/http://www.doaj.org/http://www.icmje.org/
  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    21/401

    n a i s a e L o s n u s i i

    P (7

    a

    o

    n t

    Se lemos algo com dificuldade, o autor fracassou.

    Jo rge L u s B orges , 1899-1986 , e sc r i to r a rgen t ino .

    I n t r o d u o , 5

    O que pe r i dico cie ntf ico ,

    8

    Tipo s de pe r i dico cie ntf ico e s ua s ca r a cte r s tica s , 9

    O que a r tigo cie ntf ico , 10

    Tipo s de a r tigo cie ntf ico e s ua s ca r a cte r s tica s , 10

    O que a r tigo cie ntf ico o r igina l , 1 0

    P blico - a lv o do a r tigo cie ntf ico , 1 1

    I ns tr u e s a o s a uto r e s , 12

    A s s o cia o Br a s ile ir a de N o r m a s T cnica s (A BN T), 12

    N o r m a s d e V a n c o u v e r , 12

    Q u e n o r m a s a d o t a r ? , 15

    ' S u g e s t e s ,

    15

    Co m e nt r io f ina l ,

    15

    R e f e r ncia s , 7 5

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    22/401

    / [ ( ( ) r t i g o s C ie n t ic o s | Como Redigir, Pub l i c a r

    e

    A v a l i a r

    ma sbia deciso do autor de texto c ient f ico selecionar

    atentamente o veculo de comunicao que ut i l izar para

    a divulgao dos resul tados de sua pesquisa . A escolha certa

    promove o art igo e o autor na comunidade cient f ica . Escolha

    errada tem o efei to oposto. Esconde o texto das pessoas que

    seriam os seus le i tores preferenciais, aquelas que o c i tariam e

    fariam os resul tados da invest igao serem conhecidos da co-

    mun idade cient f ica . A seleo do peridico depende de m uitos

    fatores, dentre os quais, o teor da mensagem e a audincia a

    alcanar. Diversos tpicos re lacionados comunicao entre

    o autor e seu pbl ico so t ra tados no cap tulo, dentre os quais,

    os t ipos de peridico e de art igo, a c lientela-alvo e as norm as

    de publ icao.

    O invest igador tem sua disposio muitas formas para

    difundir os resul tados de suas pesquisas. Cinco modal idades

    de comunicao cientfica escrita esto listadas na Tabela 2.1.

    Cada qual representa uma forma de divulgao dos resul tados

    da mesma pesquisa em diferentes momentos ou a audincias

    distintas.

    Maneira usual de comunicao consiste na apresentao

    dos resul tados da pesquisa em reunies ou congressos, sob a

    forma de re la to oral , pster , resumo, aula ou texto mais e la-

    borado , even t ua l ment e d i s t r i bu do e pub li cado nos r e spec t i -

    vos anais. Se a pes quis a recebe financiamento, de pra xe qu e,

    ao termin-la , se ja prep arad o rela trio para o rgo f inancia-

    dor. Nele constaro os detalhes de planejamento e execuo,

    os resul tados a lcanados e suas respect ivas interpretaes e

    concluses. A pesquisa pode representar t rabalho de conclu-

    so de curso, um requisi to para a obteno de grau univer-

    sitrio.

    A apresentao em congresso, o re la trio para rgo

    financiador e os t rabalhos de concluso de curso dev em

    ser levados adiante . A t ransformao em art igo recomen-

    dada, pois essa a forma preferencialmente c i tada, pelos

    cient istas, em revises da l i teratura e em trabalhos de pes-

    quisa . Considera-se que uma invest igao s estar completa

    quando seus resul tados a lcanarem a comunidade cient f ica

    de mane i ra adequada .

    Nas c incias da sade e em numerosas outras reas, o

    a r t i go pub l i cado em pe r i d i cos o me i o ma i s adequado de

    comuni cao . Tende -se a cons i de ra r

    conhecimen to cientfico

    novo

    aqu i l o que apa rece pub l i cado em pe r i d i co i ndexado

    em base de dados de prest gio.

    1

    T a b e l a 2 . 1 P r i n c i p a i s c a n a i s d e c o m u n i c a o

    c i en t f i c a e sc r i t a

    Anais de eventos

    Relatrios

    Teses e dissertaes

    Livros

    Perid icos

    0 cjjue perid ico cien tfico

    A Associao Brasi le i ra de Normas Tcnicas (ABNT) assi -

    nala que publ icao peri dica c ient f ica impressa :

    "Um dos t ipos de publicaes se riadas , que se apresen ta sob for-

    ma de rev is ta , bo le t im, anurio e tc . , ed i tada em fasc cu los com

    des ignao numrica ou c ronolgica , em in te rva los pre fixados

    (period ic idade), por tempo inde te rminado , com a co laborao ,

    em gera l , de d iversas pessoas , t ra tand o de as suntos d iversos , den-

    tro de uma pol t ica ed ito ria l de fin ida , e que ob je to de Nmero

    In te rnac iona l Normatizado (ISSN)".

    2

    Para os significados de ISSN

    e ISBN, ver Tabela 2.2.

    Durante o processo de c lassi f icao dos peridicos no

    QUALIS, o sistema brasileiro para avaliao da produo cien-

    tfica nacional (ver seo 14.12), foi considerado que somente

    os veculos com corpo editorial reconhecido, que utilizam a

    reviso por pares e dotados de ISSN fossem considerados peri-

    dicos cientficos.

    Os peridicos c ient f icos tm funes a preencher (ver

    Tabela 2.3) e precisam da sustentao da sociedade para

    exercer efic ientemente o papel que lhes dest inado.

    3

    '

    4

    Den t re

    as a t r ibuies t radicionais dos peridicos c ient f icos esto

    a de divulgar a c incia e const i tui r-se em memria do que

    publ icado. Outra f inal idade, essencial em pases menos

    desenvolvidos, consiste em tre inar revisores e autores em

    metodologia c ient f ica , com vista a melhorar a qual idade da

    Tab e l a 2 . 2 Si gn i f i c ado s da s s i g l a s ISSN e ISBN

    ISSN (Interna tional Standard Serial Number) : nmero in te rnac iona l

    normatizado para publicaes se riadas . Iden tif icador in te rnac iona l

    para o t tu lo de um a publicao perid ica . N o Bras i l , o Ins t i tu to

    Bras i leiro de Informao em Cinc ia e Tecnologia (IBICT) a tua

    como o cen tro nac iona l da rede in te rnac iona l , h t tp : / /www.ib ic t .b r/

    Exemplo: ISSN 0104-4230 identifica aRevista da Associao Mdica

    Brasileira.

    ISBN (Interna tional Standard Book Number) : s is tema in te rnac iona l

    padronizad o u t i l izado para iden tif ica r obras b ib l iogr ficas e

    softwares. No Bras i l , a Fundao Bib lio teca Nac iona l a tua como o

    centro nac iona l da rede in te rnac iona l , h t t p : / /w w w .b n .b r /p o r t a l /

    Exemplo : ISBN 85-85637-15-3 iden tif ica o l iv roA comunicao

    cientfica.

    1

    T a b e l a 2 . 3 F u n e s d o p e r i d i c o c i e n t f i c o

    Divulgar os resu ltados das pesquisas pa ra a comu nidade c ien tf ica e

    a sociedade.

    Cons ti tu ir-se em memria da c inc ia .

    Fornecer dados para a avaliao da produo de cientistas e

    instituies.

    Favorecer a implementao de c ri t rios de qua lidade para rea l izao

    e divulgao da pesquisa.

    Consolidar reas de pesquisa.

    Cons ti tu ir-se em cenrio para tre in a r rev isores e au tores em an lise

    crtica de artigos cientficos e, assim, concorrer para melhorar a

    qualidade da cincia.

    http://www.ibict.br/http://www.bn.br/portal/http://www.bn.br/portal/http://www.ibict.br/
  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    23/401

    cincia . Muitas pessoas com pretenso de publ icar art igo dis-

    pem de bons temas ou informaes val iosas sobre e les, mas

    tm pouca habi l idade em comunicao. Os edi tores de peri -

    d i cos podem desempenha r r e l evan t e funo , aux i l i ando-os

    sob diversas formas, dentre as quais, minist rar cursos, dist r i -

    buir materia l didt ico e prover assessoria para a preparao

    dos textos.

    Tipos cie peridico cientfico

    e suas caractersticas

    Os peridicos c ient f icos so classi f icados de diversas

    maneiras.

    5,6

    C lassific a o t e m t ic a d os p e r i d ic o s

    Existem peridicos que abrigam textos de todas as reas,

    como as revistas

    Science

    e

    Nature

    , e os vol tados para um dado

    campo do conhec i ment o :

    Annals o f Internal Medicine, Annual

    Review of Medicine, British Medical Journal

    e

    Revista da

    Associao Mdica Brasileira.

    M esmo em de t e rmi nado campo,

    tm-se revistas gerais e especial izadas. Exemplos de revistas

    gerais em medicina so

    Annals of Internal M edicine

    e

    British

    Medical Journal

    e , dentre as especial izadas,

    Endocrinology

    e Jornal de Pediatria.

    Algumas se caracterizam por publ icar

    art igos de cunho metodolgico, como o

    Journal of Clinical

    Epidemiology

    e

    Statistics in Medicine.

    Para mais sobre c lassi -

    f icao temt ica ver a adotada no

    Journal of Citation Reports

    (JCR). Alguns exemplos re t i rados do JCR so mostrados no

    Captulo 13.

    Captulo 2 | Canais de Comunicao Cientfica

    Peridicos c ient f icos propr iamen te di tos e peridicos c ien-

    t f icos prt icos representam outra forma de classi f icao.

    7

    O s

    primeiro s t razem o re la to de pesquisas originais, ao passo qu e

    os de cunho prt ico tm o objet ivo principal da educao con-

    t inuada. Esses fazem chegar aos profissionais da rea extensa

    gama de informaes, de pesquisas originais ou no. Muitos

    peridico s sobre sade tm dupla f inal idade, ao mesm o tem po

    cientfica e prtica, caso da

    Revista da Associao Mdica

    Brasileira

    e do JAMA. Como i lust rao, os amplos objet ivos

    do peridico norte-americano esto t ranscri tos na Tabela 2.4.

    Class ificao cie per idi cos cia

    B ib lio t e c a Nac io nal c ie M e d ic ina,

    n o r t e - a m e r i c a n a

    Em publ icao da

    National Library o f Medicine, os

    pe r i -

    dicos da rea biom dica esto classificados , pela finalidade

    declarada de cada um , em quatro categorias: os de pesquisa , os

    clnicos, os de reviso e os gerais (ver Tabela 2.5).

    Tradicionalmente , as revistas so classi f icadas em nvel

    internacional , nacional e local . As de c i rcui to internacional

    tm ma ior prest gio, so mais procura das pelos autores e , con-

    sequentemente , torna-se mais di f c i l publ icar um art igo nelas.

    A classi f icao de uma revista como inter nacional fe ita com

    base na indexao do peridico em bases de dados de pres-

    t gio, t ipo MEDLINE/PubMed e ISI (

    Institut e for Scientific

    Tabela 2.4 Objetivos da Revista da Associao Mdica Americana

    Objetivo geral

    Promover a c inc ia e a a r te da medic ina , ass im como a melhora da sade pbl ica .

    Objetivos especficos

    Publ icar a r t igos or ig ina is impor tan tes , documentados e rev isados por pares , nas reas c l n ica e labora tor ia l , em amplo

    espec t ro de tp icos mdic os . ,

    Fornecer aos mdicos educao cont inuada em c inc ia , bs ica ou ap l icada , com o obje t ivo de subs id ia r dec ises c l n icas

    baseadas em evidnc ias .

    Poss ib i l i t a r aos mdicos a tua l izao em ml t ip las reas da medic ina , a lm do prpr io campo de a tuao .

    M e l h o r a r a s a d e p b l i c a i n t e r n a c i o n a l m e n t e p e l o i n c r e m e n t o d a q u a l i d a d e d a a s s i s t n c ia m d i c a , d a p r e v e n o d e

    doenas e de pesquisas , e manter os le i tores bem informados .

    Fomentar deba tes equi l ibrados e responsve is sobre assuntos cont rover t idos re lac ionados m edic ina e ass i s tncia sade .

    Predizer impo r tan te s aspec tos e tend ncias da medi c ina e da ass i s tnc ia sade .

    Info rma r os le i tores sobre aspec tos n o c l n icos da medic ina e da sade pbl ica , t a i s com o pol t i cos , f i losficos , t icos ,

    lega is , ambienta i s , econmicos , h i s tr icos e cu l tura i s .

    Reconhecer que , a lm de a lcanar esses obje t ivos espec f icos , o per idico tem responsabi l idade soc ia l de melhorar as

    condies de v ida da populao e promover a in tegr idade da c inc ia .

    Divulgar a po l t i ca da Assoc iao Mdica Amer icana , quando apropr iado , mas sem pre ju zo da independncia ed i tor ia l ,

    ob je t iv idade e responsabi l idade .

    Alcanar o n ve l mais e levado de qua l idade t ica jorna l s t ica e produzi r publ icao que se ja opor tuna , conf ive l e

    agradvel de ler.

    Fonte: adaptado deJournal of American Medicai Association (JAMA) 2008.

    8

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    24/401

    / [ ( ) r t i g o s C i e n t i c o s

    |Como Redigir, Publicar e Avaliar

    Tip o s d e p er i d ico c i en t f i co n a rea b io md ica e su as ca rac te r s t i cas

    Tipos

    de peridico

    Caracter s t icas

    Pesquisa Dedica- se prefere nc ia lm ente a re la tos de inves t igaes or ig ina is na rea das c inc ias b iom dicas , inc lu ind o-se as

    c inc ias bs icas ; ensa ios c l n icos de agentes te raput icos , e fe t iv idade de tcnicas e mtodos te raput icos e de

    tes tes d iagns t icos ; es tudos ep idemiolgicos , compor tamenta i s e educac iona is de in te resse para a rea da sade .

    Cl n ico ou pr t ico Tem por obje t ivo pr inc ipa l doc ume ntar o es tado a tua l da pr t ica em sade , d i sponib i l izar in form ae s te i s para

    o t re inamento ou a educao cont inuada de tcnicos . I s so ocor re por meio da publ icao de re la to de casos ,

    d i scusso e apresentao de novas tcnicas , ava l iao de pr t icas a tua is e comentr ios .

    Reviso Con tm o es tado a tua l de conh ec im entos ou pr t icas , in tegra recentes avanos com pr inc p io s e pr t icas ace i tas

    ou resume e ana l i sa pontos de v i s ta de consenso em re lao a cont rovrs ias . O per idico de rev iso proporc iona

    i n f o r m a e s b s i c a s p a r a t c n ic o s , p e s q u i s a d o r e s , e s t u d a n t e s, r e s i d e n te s e o u t r o s q u e d e s e j a m u m p a n o r a m a

    gera l de um campo temt ico ; por vezes , contm his tr ico .

    Gera l Con tm e lemen tos dos t ipos ac ima descr i tos e , f requ entem ente , t raz come ntr ios e an l i ses sobre temas soc ia i s ,

    po l t i cos ou econmicos . , normalmente , des t inado a um pbl ico mais amplo e no es t l imi tado a uma

    espec ia l idade .

    Fonte: BIREME 1997.

    9

    Para o original em ingls, verNational Library of Medicine 2008.

    1

    Information).

    O uso da indexao do peridico como cri trio

    de qualidade objeto de in tenso debate, t ratado nos captu los

    13 e 14. A classificao brasileira est baseada no tipo de inde-

    xao dos peridicos (ver 14.12, Classificao QUALIS).

    L J'* L 0 CjjUC? 8 f I C JQ cientifico

    O art igo cientfico a unidade de informao do peri-

    dico cientfico. Segundo a ABNT, artigo cientfico

    "parte de

    uma publicao com autoria declarada, que apresenta e discute

    ideias, mtodos, tcnicas, processos e resultados nas diversas

    reas do conhecimento".

    11

    O conjunto de art igos compe o nmero do peridico (ou

    fascculo). Esses , reunidos, form am u m volum e. Tanto os fas-

    cculos como os volumes so numerados.

    Exemplos 2 .4 Periodicidade de algumas

    revis tas cientficas

    Ex emp lo 1

    Revista da Associao Mdica Brasileira

    No ano de 2009, foram divulgados seis fascculos , de n mero

    1 a 6 , que formam o volume 55. A publicao b imestral .

    Ex emp lo 2

    New Erigi and Journal of Medicine

    Em 2009, os nmeros de 1 a 26, do prime iro semestre, forma-

    ram o volume 360; os nmeros

    1

    a 27, do segundo semestre, cons-

    tituram o volume 361. Trata-se de publicao semanal da Asso-

    ciao Mdica de Massachusetts(Massachusetts

    Medicai

    Society).

    O limite mximo de palavras , de referncias e de i lus traes

    usualmente adotado est ass inalado na mesma tabela. Embora

    haja l imites , a preferncia dos editores por art igos curtos .

    Preferem publicar dois art igos curtos em lugar de um extenso

    (ver 23.8A, Tamanho do art igo).

    Exemplos 2 .5 Tipos de art igo cientfico

    Ex emp lo I Termin o lo g ia emp reg ad a p ara id en t i f i ca r as

    mo d a l id ad es d e a r t ig o c i en t f i co "

    Os t ipos de art igo mencionados nas instrues para auto-

    res de 19 peridicos cientficos brasi leiros na rea de cirur-

    gia, publicados em 1993, foram os seguintes: art igo orig inal ,

    reviso, relato de caso, cartas ao editor, sesses anatomocl-

    n icas , comunicao, atual izao, invest igao experimental ,

    editorial , resum o com entado, tcnica cirrgica, es tado da arte,

    art igo especial , nota prvia, progressos em cirurgia, ensino e

    educao cirrgica, normas e ro t inas , novos mtodos.

    Exemplo 2 Art igos acei tos na Revis ta da Associao

    Mdica Brasi leira

    15

    As respectivas instrues para autores indicam que

    a

    Revista da Associao Mdica Brasileira

    t em p o r o b je -

    t iv o p u b l i ca r a r t ig o s q u e co n t r ib u am p ara o co n h ec imen to

    md ico e q u e n o t en h am s id o p u b l i cad o s em o u t ro s p e r i -

    dicos . Aceita-se para pub licao textos nas categorias art igos

    orig inais , revises , correspondncias , ponto de v is ta, pano-

    rama in ternacional , beira do lei to e imagem em medicina.

    In fo rma-se t amb m q u e t rab a lh o s d e o u t ra n a tu reza p o d e-

    ro ser acei tos para publicao, dependendo da avaliao do

    Conselho Editorial .

    T i p o s d e a r t i g o c i e n t f i c o

    e suas caractersticas

    H diversas modalidades de art igo cientfico , maneiras de

    classific-los e terminologias para design-los .

    12 ,13

    A d ep en d er

    do material de que disponha, o autor escolher a modalidade

    mais adequada para d ivulgar o seu trabalho, dentre as acei tas

    no peridico ao qual submeter o seu texto (ver Tabela 2 .6).

    Entende-se p or art igo cientfico orig inal , o texto pu blicado

    como relato , em primeira mo, dos resultados de uma pes-

    quisa. Significa o relato de dados originais. Em ingls,

    original

    article, research article, scientific article

    e por vezes s imples-

    men te

    paper.

    Conforme a ABNT,

    "parte de uma publicao

    que apresenta temas ou abordagens

    originais .

    11

    ,

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    25/401

    Ca p u l o 2 | C a n a i s de Com un ic ao Cientfica 3 'il

    T a b e l a 2 . 6 T i p o s d e a r t i g o s c i e n t f i c o s e s u a s c a r a c t e r s t i c a s *

    T i p o s d e a r t i g o

    S i g n i f i c a d o

    Palavras*

    (n)

    I l u s t r a e s*

    (n)

    Refernc ias

    (n)

    Orig ina l

    Rela to , em pr imei ra mo, dos resu l tados de pesquisa .

    3.000 5 40

    C o m u n i c a o b r e v e

    Descr io concisa de novos achados .

    1.000

    1

    10

    Rela to de casos

    Ar t igo or ig ina l , com pequeno nmero de casos (a t dez) .

    1.000 1

    10

    Reviso

    Aval iao c r t i ca de mater ia l publ icado; s n tese da par te mais

    re levante das pesquisas sobre um tema; a op in io qua l i f icada

    sobre um assunto ; t ipos de rev iso : nar ra t iva e s i s temt ica .

    4.000 5

    100

    C o r r e s p o n d n c i a

    (car ta ao ed i tor )

    Comentr ios no so l ic i tados , em gera l b reves , sobre tema de

    in te resse dos le i tores , v inculados usua lmente a a r t igo publ icado

    em fasc cu lo an te r ior do per idico .

    500

    1

    10

    Edi tor ia l

    Opin io de espec ia l i s ta ; a v i so do ed i tor , dos me mb ros do

    Conse lho Edi tor ia l ou de convidado.

    1.000 1 10

    R e s e n h a Reviso c r t i ca de uma obra ( l iv ro , software, v deo) ; descreve-se o

    que contm e emi te -se opin io .

    1.000 1 10

    C o n s e n s o

    R e c o m e n d a e s s o b r e u m t e m a , p o r e x e m p l o , s o b r e d i a g n s t i c o ,

    t r a t a m e n t o e p r e v e n o d e d e t e r m i n a d o a g r a v o s a d e ,

    formuladas por grupo de espec ia l i s tas .

    3.000

    5

    30

    O u t r o s t i p o s

    Mater ia l que no se enquadra nas ca tegor ias mencionadas , caso

    de re la to de confernc ias , monograf ias e es tudos ter icos .

    Varivel

    Var ive l Var ive l

    * Os nmeros situados nas trs ltimas colunas so aproximaes. Representam limites mximos aceitos em revistas biomdicas. A tendncia a reduo des-

    ses nmeros, visto a presso por artigos curtos.

    1

    0 nmero de palavras refere-se apenas ao texto, excludos ttulo, resumo, tabelas, figuras e referncias.

    Em termos m dios, uma pgina con tm 250 palavras se em papel A4, espao duplo, fonte Times New Roman, tamanho 12.

    * Ilustraes compreendem tabelas e figuras (ver 19.1, Terminologia).

    N a s c i n c i a s d a s a d e , a s s i m c o m o e m m u i t a s o u t r a s r e a s , o

    a r t i g o c i e n t f i c o o r i g i n a l a f o r m a d e p u b l i c a o r e c o m e n d a d a

    p a r a d i v u l g a r o s r e s u l t a d o s d e u m a i n v e s t i g a o . C o n s t i t u i a

    m a i o r p a r t e d o m a t e r i a l e n c o n t r a d o n o s p e r i d i c o s d e p e s -

    q u i s a . T a m b m a p a r e c e , e m m a i o r o u m e n o r p r o p o r o , n a s

    d e m a i s m o d a l i d a d e s d e p e r i d i c o .

    O p r e s e n t e l i v r o a b o r d a a r e d a o d e a r t i g o s c i e n t f i c o s o r i -

    g i n a i s p r o v e n i e n t e s d e i n v e s t i g a e s e m p r i c a s ; v e r a c la s s i f i c a-

    o d a T a b e l a 2 .7 . N o e n t a n t o , m u i t o s d o s e n s i n a m e n t o s n e l e

    c o n t i d o s s o a p l i c v e i s a o u t r o s t i p o s d e a r t i g o .

    y . J P b l i c o - a l v o d o a r t i g o c i e n t if i c o

    c o n v e n i e n t e o a u t o r c o n h e c e r a c l i e n t e l a p a r a a q u a l o

    t e x t o e s t a r e n d e r e a d o ; v e r o E x e m p l o 2 . 7 e a T a b e l a 2. 8 . P e l o

    n o m e e t i p o d e p e r i d i c o , t e m - s e i n d i c a o d a s c a r a c t e r s t i c a s

    d o p b l i c o q u e a l c a n a . A i n s p e o d e a l g u n s f a s c c u l o s f o r -

    n e c e i n f o r m a e s a d i c i o n a i s .

    A d e l i m i t a o d o p b l i c o - a l v o t e m , p e l o m e n o s , d u a s j u s -

    t i f i c a ti v a s : n o s e p o d e e s c r e v e r u m n i c o t e x t o p a r a t o d o s o s

    t i p o s d e l e i t o r; e, u m a v e z d e l i m i t a d a a a u d i n c i a , t m - s e d e l i -

    n e a d o s , g r o s s o m o d o , o s c r i t r i o s p a r a c o m p o r o c o n t e d o ,

    a f o r m a d o a r t i g o a s e r p r e p a r a d o , a s d e f i n i e s a c o n s t a r , o s

    t e r m o s a u t i li z a r e a l i n g u a g e m a a d o t a r .

    A l i n g u a g e m u s a d a e m p e r i d i c o s d e p e s q u i s a p o d e s e r d i f e -

    r e n t e d a e m p r e g a d a e m r e v i s t a s d e d i v u l g a o c i e n t f i c a e n d e r e -

    T a b e l a 2 . 7 C l a s s i f i c a o d o s p r i n c i p a i s t i p o s d e e s t u d o

    a c e i t o s e m p e r i d i c o s c i e n t f i c o s d a r e a d e b i o l o g i a e

    s a d e

    Tipo s de es tudo Caracter s t icas

    Estud o empr ico Descr io de pesquisas or ig ina is .

    Class i f icadas em:

    Pesquisa experimental: o f e n m e n o

    i n v e s t i g a d o s o b c o n d i e s

    i c o n t r o l a d a s , d i t a d a s p e l o

    i n v e s t i g a d o r ; e m c i n c i a s d a

    s a d e , c o n h e c i d o c o m o estudo

    ranomizao (ver seo 4 .6B) .

    Pesquisa observacional, e s t u d o

    de s i tuaes que ocor rem

    n a t u r a l m e n t e s e m i n t e r v e n o d o

    inves t igador ; representadas pe los

    es tudos ep idemiolgicos , c l n icos e

    d e s c r i e s d e f e n m e n o s n a t u r a i s ,

    novas espc ies , es t ru turas , funes ,

    mutaes e var iaes .

    Reviso da l i t e ra tura Aval iao c r t i ca de mater ia l publ ic ado

    (ver seo 5 .10 e seguin tes ) .

    Es tud o ter ico Rela to em que o au tor u t i l i za a

    l i t e ra tura para desenvolver teor ia ou

    r e f o r m u l a e s q u e l e v a m p r o d u o

    de conce i tos novos e apresentao de

    h i p t e s e s e m o d e l o s d e r e p r e s e n t a o

    da rea l idade .

  • 7/21/2019 Artigos cientficos 23

    26/401

    / [ ( ( ) r t i g o s Cie n t ic o s | Como Redigir , P u b l i c a r e Av a l i a r

    Tabe l a 2 . 8 T i pos de l e i t o r de pe r i d i co c i en t f i co da

    rea da s c i nc i a s da sade

    Pesquisador: p rocura in forma es re lac ionadas s suas pesquisas

    Profissional, especialista (clnico, sanitarista): busca atualizao para

    aplicao prtica dos resultados

    Es tudante : acumula conhec imentos como parte da formao

    cientfica

    adas a pblico mais amplo, como a

    Cincia Hoje,

    da Sociedade

    Brasileira para o Progre sso da Cincia (SBPC). Uma coisa escre-

    ver para o especialista; outra, para o no especialista, o universi-

    trio ou o grande pblico, havendo ainda uma infinidade de seg-

    mentos da sociedade, aos quais o texto poderia ser endereado.

    Ao refle t i r sobre os tpicos mencionados neste cap tulo,

    pode-se comb inar tema, peridico, t ipo de art igo e de pbl ico,

    com o propsi to de preparar o texto mais adequado para a

    ocasio, dentro das nor mas ado tadas no peridico ao qual ser

    submetido.

    Exemplo 2.7 Lei tores de peridicos selecionados

    Um a revista de biologia molecular tem seu pbl ico rest r