aula 3 - concordancia verbal e nominal=

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    PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI

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    AULA 3: CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

    Nosso assunto é CONCORDÂNCIA, que consiste no mecanismo que leva as palavrasa adequarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal.

     “Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal

    quanto verbal, os elementos que compõem a frase devem estar em consonânciauns com os outros.

    Essa concordância poderá ser feita de duas formas:

    - gramatical ou lógica – segue os padrões gramaticais vigentes;

    - atrativa ou ideológica – dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valorestilístico.

    CONCORDÂNCIA VERBAL – variação do verbo, conformando-se ao número e àpessoa do sujeito.

    CONCORDÂNCIA NOMINAL – adequação entre o substantivo e os elementos quea ele se referem (artigo, pronome, adjetivo).

    À medida que comentarmos as questões de prova da FCC, iremos abordar cada umdos casos de concordância, indistintamente (verbal e nominal).

    Procuramos selecionar o maior número possível de situações em que esse tópico doprograma costuma ser exigido.

    Bons estudos.

    QUESTÕES DE PROVA DA FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS

    1 - ( TRT 2 4ª Reg ião – An a l i s t a J u d i c iár i o / Ou t u b r o 2 0 0 4 )

    Quando se desmoraliza, pela ação de uma pequena parcela de delinqüentes, aimagem de uma instituição pública saudável e necessária, propaga-se a crença deque a sociedade deva ser controlada pelo poder da força.

    Considerando-se a frase, analise a afirmação:

    (A) A forma verbal se desmoraliza não sofreria alteração caso se substituísse deuma instituição pública por das instituições públicas.

    Item CORRETO

    Comentário.

    A concordância verbal se faz com o núcleo do sujeito.Neste caso, o sujeito está representado por “a imagem de uma instituição públicasaudável e necessária, ...”. Note que, junto ao verbo desmoralizar, há o pronome

     “se”. Quando um verbo de transitividade direta  ou direta e indireta  estiveracompanhado do pronome se, podemos estar diante de uma construção de vozpassiva.

    Na aula passada, vimos que, na voz passiva, o objeto direto da voz ativa iráexercer a função de sujeito. Assim, para confirmação dessa passividade, temos defazer duas perguntas:

    1 – O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)?

    2 – Existe uma idéia passiva na construção?

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    Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construção de vozpassiva e, então, o verbo deverá se flexionar de acordo com o sujeito paciente(mais precisamente com o seu núcleo).

    Assim, na questão de prova ora comentada, “Quando se desmoraliza (...) a imagemde uma instituição pública saudável e necessária”, temos de fazer as duas

    perguntas:1ª pergunta: O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)?

    Resposta: O verbo desmoralizar é transitivo direto (alguém desmoraliza alguémou alguma coisa).

    2ª pergunta: Existe uma idéia passiva na construção?

    Resposta: Sim, existe idéia passiva – a imagem é desmoralizada.

    Conclusão: SIM, temos uma construção de voz passiva.

    O segundo passo, agora, é verificar qual elemento é o núcleo do sujeito: em   “aimagem de uma instituição pública saudável e necessária” , o núcleo é i m a g e m  ,

    estando os demais elementos complementando o seu sentido. Desse modo, o verbodeverá ficar no singular, como, aliás, se apresentou.

    A questão sugere a alteração de “de u m a in s t i t u ição p úb l i ca ” por “d a si n s t i t u ições p úb l i cas ” e afirma que isso não alteraria a flexão verbal.

    Essa assertiva está correta, uma vez que, com a substituição proposta, nãohaveria alteração no núcleo do sujeito, que continuaria sendo “i m a g e m  ”.

    2 - ( TRE AP – An a l i s t a J u d i c iár i o / J a n e i r o 2 0 0 6 )

    Quanto às normas de concordância verbal, está inteiramente correta a frase:

    (A) As "operações" a que se aludem nessa crônica referem-se à redução de umacabeça humana a proporções mínimas.

    (B) A violência contra os homens, a quem perseguia como se persegue animais,pareciam ao czar mais natural do que a dirigida contra borboletas e andorinhas.

    (C) Subentendem-se, nas palavras do índio jivaro, que a morte e a redução dacabeça de alguém se dá como represália contra um inimigo.

    (D) Quem informou ao czar que também se caçam borboletas e andorinhas talveznão suspeitasse que isso causaria reações de espanto.

    (E) Não costumam os chamados homens civilizados considerarem que a caça deborboletas e de andorinhas representem um ato de selvageria.

    Gabarito: D

    Comentário.

    Vamos analisar cada uma das opções, a começar pela primeira:

    (A)  Temos de verificar se o pronome “se” que acompanha o verbo “aludir” é umpronome apassivador (construção de voz passiva) ou é um índice oupartícula de indeterminação do sujeito (caso de sujeito indeterminado).

    Vimos na questão anterior a forma de analisar esse tipo de passividade – paraformar voz passiva:

    1 – o verbo deve ser transitivo direto ou direto e indireto;2 – deve ser apresentada uma idéia passiva.

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    Os demais verbos (transitivo indireto, intransitivo, verbo de ligação), seestiverem acompanhados do pronome “se”, estarão formando o sujeitoindeterminado e o pronome correspondente chama-se índice ou partícula deindeterminação do sujeito.

    Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer

    dizer – quem é o agente da ação verbal. Também é usado em orações de sentidogenérico, vago. São duas as formas de construção do sujeito indeterminado:

    Forma 1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto) permanece na 3ªpessoa do singular acompanhado do pronome se  (índice / partícula deindeterminação):

    Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças. (verbo transitivo indireto) 

    Estava-se muito feliz com o resultado das provas. (verbo de ligação) 

    Morria-se de tédio nas noites de inverno.(verbo intransitivo)

    Forma 2 – o verbo (qualquer que seja sua transitividade na construção), sem opronome, fica na 3ª pessoa do plural:

    Desviaram dinheiro dos cofres públicos.

    Bateram na porta.

    Falaram mal de você.

    Já na primeira análise, podemos constatar que o verbo “aludir” não poderia sesubmeter a esse tipo de construção passiva, pois é transitivo indireto  (Alguémalude a alguma coisa).

    Diante dessa impossibilidade, concluímos que se trata de uma construção comsujeito indeterminado, devendo o verbo ficar na 3ª pessoa do singular (Forma 1):

     “ As "operações" a que s e a l u d e   nessa crônica ...”.

    (B)  Novamente, devemos verificar qual elemento está na posição de núcleo dosujeito. Você notará que esse tipo de erro de concordância é muito comumnas provas da FCC, por isso denominamos de “caso clássico”. Assim, sugiroque você sublinhe (ou grife de qualquer forma) e o compare com a formaverbal apresentada.

    Em “ A v io lên c ia  contra os homens (...) p a r e c i am   ao czar mais natural do que adirigida contra borboletas e andorinhas.” , o núcleo do sujeito está representadopelo vocábulo “v i o l ên c i a ” . Assim, o verbo deveria estar no singular – “ p a r e c i a ”  .

    No segmento isolado por vírgulas (omitido na transcrição acima), percebemostambém um deslize de sintaxe de concordância: “a quem perseguia como se

     persegue animais”  – o verbo perseguir é transitivo direto (Alguém persegue algo)

    e apresenta uma idéia passiva (animais são perseguidos). Assim, por estaracompanhado do pronome se (apassivador), o verbo deve com o sujeito paciente(animais) concordar – “ c o m o s e p e r se g u em a n i m a i s”  .

    (C)  Mais uma vez, nos deparamos com o pronome “se” junto de um verbo, oque nos leva à análise de verificação da voz passiva:

    1 – o verbo é transitivo direto (Alguém subentende alguma coisa);

    2 – há idéia passiva.

    Note, porém, que o sujeito paciente (ou seja, aquilo que é subentendido) estárepresentado por uma oração (“que a morte e a redução da cabeça de alguém sedá como represália contra um inimigo.”). O sujeito paciente é oracional, o que

    leva o verbo para a 3ª pessoa do singular – “S u b e n t e n d e  -se (...) que a morte...”;

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    Já na oração subordinada subjetiva (a que exerce a função de sujeito paciente),temos mais uma vez o pronome “se” acompanhando um verbo transitivo direto –

     “dar”. Nesta acepção, tem o sentido de “se realiza” – “é realizado”. Deste modo,podemos considerar que este verbo apresenta uma idéia passiva. Como são dois osnúcleos do sujeito (sujeito composto) e este sujeito vem antes do verbo

    correspondente (“que a m o r t e    e a r e d u ção   da cabeça de alguém ...” ), o verbodeverá ser flexionado no plural – (“...se dão como represália...”), sendoequivalente a dizer que “a m o r t e   e a r e d u ção  da cabeça de alguém se realizamcomo represália”.

    (E) Para percebermos um dos deslizes dessa construção, vamos colocar os termosda oração na ordem direta (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS): “Os chamadoshomens civilizados não c o st u m am c o n s i d e r ar e m   que ...” – Opa!

    Em uma locução verbal (vimos na aula passada), o verbo principal não se flexiona(considerar), somente o faz o verbo auxiliar (costumam). Assim, a forma corretaseria “não c o s t um am c o n s i d e r a r q u e . ..” . Na seqüência, vimos que, mais umavez, o verbo não concorda com o núcleo do sujeito – “que a c aça  de borboletas eandorinhas r e p r e s en t e um ato de selvageria.” – caso clássico.

    3 - ( TRT 1 3ª Reg ião – An a l i s t a J u d i c iár i o / De z em b r o 2 0 0 5 )

    O verbo entre parênteses deverá ser flexionado, obrigatoriamente, numa forma doplural para preencher corretamente a lacuna da frase:

    (A) Mesmo que não ...... (caber) a vocês tomar a decisão final, gostaria quediscutissem bem esse assunto.

    (B) Eles sabiam que ...... (urgir) chegarem à pousada, mas não conseguiram evitaro atraso.

    (C) A nenhum de vocês ...... (competir) decidir quem será o novo líder do grupo.

    (D) Tais decisões não ....... (valer) a pena tomar assim, de afogadilho.

    (E) A apenas um dos candidatos ...... (restar) ainda alguns minutos para rever aprova.

    Gabarito: E

    Comentário.

    Esse é um tipo muito comum de questão da Fundação Carlos Chagas. A flexãoexigida ora é no plural, ora é no singular.

    Relembramos que, como vimos na questão anterior, os sujeitos apresentados sob aforma oracional levam o verbo correspondente para a 3ª pessoa do singular.

    Então, vamos às opções:

    (A)  Alguma coisa cabe a alguém. Na construção, “tomar a decisão final” cabea vocês. Assim, o verbo se conjuga no singular: “Mesmo que não c a i b a   avocês t om a r a d e c i são f i n a l   , ...” .

    (B)  Algo urge (é urgente). O que urge? “Chegarem à pousada”. O verbochegar foi flexionado por estar em correspondência com o pronome pessoalreto já apresentado na oração principal “Eles sabiam” (ao desenvolver aoração reduzida do infinitivo, teríamos: “...  urge que chegassem à

     pousada”). Assim, fica mais evidente, em relação ao verbo urgir, a função

    de sujeito exercida pela oração “chegarem à pousada / que chegassem àpousada”. Novamente, por apresentar sujeito oracional, o verbo da lacunafica no singular: “Eles sabiam que u r g e   chegarem à pousada...” .

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    (C)  O que não compete a nenhum de vocês? “Decidir quem será o novo líderdo grupo”. O sujeito oracional exige o verbo competir  na 3ª pessoa dosingular:“ A nenhum de vocês c o m p e t e   decidir...” .

    (D)  Note que, muitas vezes, devemos “ajeitar” a oração, colocando-a na ordemdireta, para realizar a análise. Para isso, devemos partir do verbo. Há dois:

    valer  e tomar. Vamos ao primeiro: o que não vale a pena? Tomar taisdecisões. Assim, essa oração reduzida de infinitivo é o sujeito do verbovaler:  “Tomar tais decisões não v a l e   a pena.” . O verbo, portanto, fica nosingular.

    (E)  Esse é o gabarito da questão. O que resta? Alguns minutos. Mais uma vez,o sujeito vem posposto ao verbo, o que poderia levar o candidato a pensarque, em vez de sujeito, seria esse elemento um objeto direto. Não. Partindodo verbo “restar”, colocamos a oração na ordem direta: “A l g u n s m i n u t o s( . . . ) r e s t a m a a p e n a s um d o s c a n d i d at o s .”.

    4 - ( TRE AP – An a l i s t a J u d i c iár i o / J a n e i r o 2 0 0 6 )

    Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção gramatical.

    (E) O fato de haverem diferenças de forma entre os dois textos não eliminam assemelhanças de fundo que eles sugerem, numa leitura bem comparada.

    Item INCORRETO

    Comentário.

    Há dois erros na construção. O primeiro já está “manjado” – o verbo não concordacom o núcleo do sujeito: “O f a t o    (...) não e l i m i n a m    as semelhanças...” – adistância entre o núcleo do sujeito e o verbo e a proximidade do complemento

    verbal no plural (as semelhanças) podem iludir o candidato em relação à correçãodessa passagem. Como o núcleo é “fato”, o verbo deve ficar no singular – “O fato(...) não e l i m i n a  ...” .

    O segundo erro foi em relação à flexão do verbo haver. Quando este verboapresenta o significado de existir, permanece no singular por ser impessoal (nãotem sujeito – o que se lhe segue é objeto direto).

    Apesar de apresentarem significados iguais, as relações sintáticas entre os verboshaver  e existir  são completamente diferentes. Enquanto o verbo existir  possuisujeito, com o qual deve concordar (Em “e x i s t em    diferenças”, o substantivodiferenças é o sujeito ), o verbo haver não possui sujeito, não se flexiona e o quese segue exerce a função de complemento verbal, ou seja, é o seu objeto direto

    (Em “há  diferenças” , o substantivo é o objeto direto).Assim, o período já corrigido seria: “O fato de h a v e r   diferenças de forma entre osdois textos não e l i m i n a   as semelhanças de fundo que eles sugerem, numa leiturabem comparada.” .

    5 - ( TRE AP - Técn i c o Jud i c iár i o / J a ne i r o 2 00 6 )

    As normas de concordância verbal estão inteiramente respeitadas na frase:

    (A) Sempre houve quem esbanjassem os recursos naturais.

    (B) Se não houverem trabalho nem produção, não haverá atividade econômica.

    (C) Alimentava-se muitas ilusões quanto ao custo e à disponibilidade da água.(D) Nenhuma saída a curto prazo se avistam em nossos horizontes.

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    (E) Poderão vir a faltar outros recursos naturais, se não os pouparmos.

    Gabarito: E

    Comentário.

    Analisemos cada uma das opções.

    (A)  A flexão do verbo haver  está correta (“Sempre houve quem...” ). Oproblema está na flexão do verbo esbanjar. Seu sujeito é o pronomeindefinido “quem”, que leva o verbo à 3ª pessoa do singular: “Semprehouve quem e s b a n j a s s e   os recursos naturais.” .

    (B) 

    Agora, a flexão do haver está incorreta. Como tem o sentido de existência,é impessoal e fica na 3ª pessoa do singular: “Se não h o u v e r   trabalho nem

     produção, não haverá atividade econômica.” .

    (C)  Olha o pronome “se” junto de um verbo transitivo direto (Alguémalimentava alguma coisa) com idéia passiva (“muitas ilusões eram

    alimentadas”). Desse modo, o verbo concorda com o sujeito, que está naforma plural de “muitas ilusões”: “A l i m e n t a v a m - s e   muitas ilusões...” .

    (D)  Pergunta-se: o que se avista (é avistado/a)? “Ne nh um a saída ”. “Avistar” étransitivo direto e apresenta uma idéia passiva. Se o sujeito paciente estáno singular, o verbo também deverá estar: “Nenhuma saída a curto prazos e a v i s t a   em nossos horizontes.” .

    (E)  Agora, há uma locução verbal com três verbos – dois auxiliares e umprincipal: “Poderão vir a faltar”. O principal é “faltar” e é a partir dele quefaremos a seguinte análise: o que falta? “Outros recursos naturais”. Esse é osujeito de “faltar”. Vimos na aula sobre verbos que quem “manda” é oprincipal e quem “obedece” (segue a flexão) é o auxiliar. No caso de mais de

    um, o “obediente” é o primeiro, enquanto que o segundo permanece emuma das formas nominais (particípio, gerúndio ou infinitivo). Se usássemossomente o verbo principal, ele iria para o plural, em concordância com osujeito (recursos faltam). Assim, o verbo auxiliar (poder) irá seguir essa

     “ordem” e se flexionará no plural, mantendo o segundo verbo auxiliar emuma forma nominal (infinitivo – “vir”). Está correta, portanto, a construção

     “Poderão vir a faltar outros recursos naturais.”.

    6 - ( TRT 8ª Reg ião – An a l i s t a J ud i c iár i o / Deze m b r o 2 00 4 )

    Para preencher corretamente as lacunas, deverão flexionar-se no singular osverbos indicados entre parênteses na frase:

    (A) Não nos ...... (constar) que ...... (poder) haver muitas coisas em comumentre crianças e agentes do FMI.

    (B) Além da fisiologia do corpo, ...... (existir), como traço comum entre nós todos,as condições de vida concreta que ...... (marcar) nosso cotidiano.

    (C) A quem ...... (servir) o terrorismo, senão a quem não ...... (interessar)quaisquer aspectos da vida concreta?

    (D) Quando se ...... (bombardear) alvos civis, ...... (atingir-se) o último degrauda barbárie.

    (E) Com que tipo de argumento ...... (poder) justificar-se as atrocidades que ......(perpetrar-se) contra as populações indefesas?

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    Gabarito: A

    Comentário.

    Agora o que a banca quer é saber em qual a opção os verbos ficarão no singular.

    (A) Vamos começar pela segunda lacuna. O verbo haver é o principal da locução.

    Como apresenta idéia de existência, é impessoal e obriga o verbo auxiliar a ficar nosingular – “p o d e h a v e r muitas coisas” .

    Na primeira lacuna, temos o verbo constar, que, no sentido de “ser evidente oucom aparência de verdade”, pode ser intransitivo (normalmente com sujeitooracional – “Consta que ele se aposentou.” ) ou transitivo indireto (Algo consta aalguém). O que consta a nós, ou seja, o sujeito do verbo “constar” estárepresentado pela oração já analisada (“... que pode haver muitas coisas...”).

    O sujeito oracional leva o verbo correspondente à 3ª pessoa do singular: “Não nosc o n s t a   que p o d e   haver muitas coisas em comum...”. Ambos os verbos ficam nosingular, sendo essa a resposta correta.

    (B) Agora, em vez do verbo haver, foi empregado o verbo existir, que possuisujeito e com ele deve concordar (Alguma coisa existe). O que existe? O núcleo dosujeito é “condições”. Assim, a construção seria “ Além da fisiologia do corpo,e x i s t em   , como traço comum entre nós todos, as co n d ições   de vida concretaque...” .

    Agora, encontramos um pronome relativo “que”. O que é um pronome relativo ecomo funciona a concordância em construções como essa?

    Pronome relativo  é assim chamado por fazer referência a algum outro termo(substantivo, pronome substantivo, oração substantiva) já mencionadoanteriormente (ANTECEDENTE).

    O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a esse antecedente

    característica, estado ou condição. Por esse motivo, a oração iniciada pelo pronomerelativo é uma oração subordinada adjetiva. Assim, concluímos que SEMPRE UMPRONOME RELATIVO DÁ INÍCIO A UMA ORAÇÃO ADJETIVA.

    Para respeitar as regras de concordância, deve-se observar a qual termo opronome relativo está se referindo, e com ele será feita a concordância verbal.

    No caso, o pronome faz referência à palavra condições e com esse vocábulo deveo verbo concordar: “... as condições da vida concreta que m a r c a m    nossocotidiano.” .

    (C) Colocando a oração na ordem direta, temos que “o terrorismo serve  a[alguém]”. O verbo fica no singular para concordar com o núcleo do sujeito –terrorismo. Na seqüência, o sujeito do verbo “interessar” (algo interessa a alguém)

    é “quaisquer aspectos  da vida concreta” (núcleo: aspectos). Assim, “senão aquem não i n t e r e s s a m quaisquer aspectos da vida concreta” .

    (D) O pronome “se” junto do verbo transitivo direto de idéia passiva “bombardear”apresenta uma construção de voz passiva (alvos civis são bombardeados), devendoo verbo se flexionar no plural – “Quando se b o m b a r d e i a m    alvos civis...” (pararecordar a conjugação dos verbos terminados em –EAR, releia a Aula 1 – Verbo).Em seguida, vimos outra construção passiva, em que o verbo atingir  (transitivodireto com idéia passiva: “algo é atingido”) deve concordar com o núcleo dosujeito, degrau – “...a t i n g e - s e o último d e g r a u   da barbárie.” .

    (E) Note que o pronome “se” está junto do verbo principal de uma locução verbal(poder + justificar), sendo este um verbo transitivo direto (alguém justifica alguma

    coisa) com idéia passiva (as atrocidades são justificadas). Como o núcleo do sujeitopaciente está no plural, deve o verbo auxiliar se flexionar do mesmo modo – “Com

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    que tipo de argumento p o d em j u s t i f i ca r - s e as atrocidades...” , equivalente a “comque tipo de argumento podem ser justificadas as atrocidades...”.

    O pronome relativo que vem em seguida se refere a atrocidades e leva o verbopara o plural – “... as atrocidades que s e p e r p e t r a m    contra as populaçõesindefesas.” . 

    7 - ( F CC / A FT E P B / 2 0 0 6 )

    De acordo com a norma culta, a concordância verbal está correta APENAS na frase:

    (A) O autor disse que existe comissões parlamentares válidas e competentes.

    (B) Haviam perguntas que não foram respondidas durante o interrogatório.

    (C) Em toda a parte do mundo podem haver políticos corruptos.

    (D) É necessário reconhecer que algumas atitudes que fere os princípios éticosprecisam serem punidas.

    (E) Já faz cinco sessões que os deputados não votam nenhuma proposta dogoverno.

    Gab. E

    Comentário.

    Na estrutura da opção E, temos novamente o verbo FAZER indicando tempodecorrido. Está correta: “Já FAZ cinco sessões que os deputados não votamnenhuma proposta do governo” .

    Vamos à análise das opções incorretas.

    A) A banca mais uma vez procura confundir o candidato em relação aos verbos

    HAVER e EXISTIR, que, apesar de figurarem no mesmo campo semântico,apresentam estruturas sintáticas diferentes – o primeiro é IMPESSOAL e não seflexiona – o que se lhe segue é OBJETO DIRETO, enquanto que o segundo éPESSOAL e o que vem em seguida é o seu SUJEITO, devendo com ele o verboconcordar.

    O que o autor disse que existe?

    Resposta: “comissões parlamentares válidas e competentes”. O núcleo do sujeitotem um substantivo no plural. Então o verbo EXISTIR também vai para o plural –

     “O autor disse que e x i s t e m comissões parlamentares válidas e competentes.” .

    B) Olhe, agora, o verbo HAVER. Este é impessoal e não se flexiona. Então, a formacorreta seria: “Ha v i a    perguntas que não foram respondidas durante o

    interrogatório.” .C) Agora, o verbo HAVER, ainda no sentido de existir, forma uma locução verbal.

    Já sabemos que, numa locução, o verbo AUXILIAR se flexiona da forma como fariao verbo PRINCIPAL.

    No papel de principal, temos o verbo HAVER. Então, como ele não iria se flexionarse estivesse sozinho, dá essa ordem ao auxiliar: “Em toda a parte do mundo( há  ) p o d e h a v e r   políticos corruptos.” .

    D) Nesse período, começamos bem, com o verbo no singular por ter um sujeitooracional: o que é necessário? Resposta: “r e c o n h e c e r    que...” – SUJEITOORACIONAL LEVA O VERBO PARA O SINGULAR: “É n e ce ss ár io  reconhecer...”.

    Só que, na seqüência, falhou-se na concordância.

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    Primeiramente, em relação à flexão do verbo FERIR. Seu sujeito é o pronomerelativo, que tem como referente o vocábulo “atitudes” – “algumas atitudes quef e r . . .”. Se o referente do pronome relativo é um substantivo no plural, é com eleque o verbo deve concordar – “algumas atitudes que f e r em os p r in cíp io s ét ico s ” .

    Por fim, o autor errou também na concordância de uma locução verbal. Será que eu

    preciso repetir a regra? Está bem, vamos repetir quantas vezes forem necessárias(rs...): em uma locução verbal, o verbo AUXILIAR se flexiona da forma como o fariao verbo PRINCIPAL. E quando há mais de um auxiliar? Nesse caso, só o primeiroauxiliar varia, devendo o outro ficar em uma forma nominal (normalmente, oinfinitivo).

    Por isso, após a correção, teríamos: “algumas atitudes (...) precisam s e r  punidas” .

    8 - ( F CC / I CM S SP / 2 0 0 6 )

    A frase em que a concordância está em conformidade com o padrão culto é:

    (A) Os advogados reclamaram da indecisão do depoente, sem perceber que asperguntas que a ele eram dirigidas lhes parecia obscura, difíceis de seremcompreendidas.

    (B) Era intrincada a associação de idéias do promotor e o apelo que fazia aos jurados, o que, consideradas as circunstâncias, os conduziram a uma decisãoquestionável.

    (C) É sempre falível, a meu ver, os juízos que se fundamentam mais na verve doorador que no conteúdo de seu discurso, mesmo quando os ouvintes lhe neguemaquele predicado.

    (D) Suponho que devem existir sérias razões para ele ter-se comportado assim:todas as questões que lhe eram postas ele julgava irrelevantes.

    (E) O relatório, de cujo dados discordou-se, foi rejeitado imediatamente, tendo sidosugerido, em caráter de urgência, a sua plena revisão ou até mesmo suasubstituição.

    Gab. D

    Comentários.

    Mais uma vez, a banca exige conhecimentos acerca da concordância com o verboEXISTIR. Dessa vez, acertou. Em uma locução verbal, a flexão deve ser feita peloverbo auxiliar. Então, “d e v em e x i s t i r ( = EX I S TEM ) sér i a s r a zõe s  ” .

    Em seguida, também está correta a construção: “todas as questões que lhe eram postas (= questões que eram postas a ele) ele julgava irrelevantes” . O predicativodo objeto “irrelevantes” sempre realiza a concordância gramatical com o objetodireto, ou seja, mantém-se no mesmo número e gênero que aquele elemento. Oobjeto direto (subentendido) é, no caso, “questões” (ele julgava as questõesirrelevantes). Por isso, o adjetivo, que não varia em gênero, se flexionou emnúmero corretamente.

    Vamos às opções incorretas.

    A) Para perceber o erro de concordância verbal e nominal da estrutura, precisamosanalisá-la.

     “Os advogados reclamaram da indecisão do depoente sem perceber que...”[Agora vem o que nos interessa:]

  • 8/20/2019 aula 3 - concordancia verbal e nominal=

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     “... as perguntas que a ele (ao depoente) eram dirigidas LHE (no singular, pois estáno lugar de “ao depoente”) PARECIAM (as PERGUNTAS PAREC I AM  ) OBSCURAS(AS PERGUNTAS PARECIAM OBSCURAS – tudo no plural para concordar com osubstantivo “PERGUNTAS”), difíceis (dessa vez, acertou na concordância) de serem

    compreendidas (essa última passagem será objeto de comentário quando falarmossobre CONCORDÂNCIA COM INFINITIVO – a flexão é facultativa, preferindo-se aforma no plural).”

    B) Em “Era intrincada a associação de idéias do promotor e o apelo que fazia aos jurados”, temos um caso de predicado nominal com sujeito posposto.

    Quando isso acontece, ou seja, quando o sujeito composto vem DEPOIS dopredicado, podemos fazer dois tipos de concordância:

    - GRAMATICAL – o verbo e o predicativo do sujeito irão concordar com todos oselementos. No caso da questão, temos dois núcleos – associação (feminino) e apelo(masculino) -, sendo um deles masculino (apelo), o que leva o adjetivo para omasculino plural [Nesse caso, ao contrário do que acontece na prática em nossasvidas, o masculino dá a última palavra (rs...)]:

    “E r am i n t r i n c a do s a a s so c i a ção ( núc l e o 1 ) de i d éia s do p r om o t o r e oa p e l o ( n úc l eo 2 ) q u e f a z i a a o s j u r a d o s ” . 

    - ATRATIVA – foi a escolhida pelo examinador – o verbo e o predicativo do sujeitoconcordam com o termo mais próximo que, no caso, é “ASSOCIAÇÃO”:

    “É i n t r i n c a da a a s so c i ação ( núc l e o 1 ) de i déia s d o p r o m o t o r e o ape l oq u e f a z i a a o s j u r a d o s ” .

    O erro não está nessa passagem, mas na seguinte: “... o q u e ( . . .) o s c o n d u z i r a ma u m a d e c i são q ue s t i o náve l . ” .  

    A proximidade do pronome oblíquo plural “os” acaba por “contaminar” aconcordância, levando o verbo indevidamente para o plural.

    Em casos como esse, a concordância se faz com a expressão “o que” (pronomedemonstrativo + pronome relativo), como vimos em outras questões. Assim, aforma correta seria: “o q u e o s c o n d u z i u   ( = o q u e co n d u z iu   o s j u r a d os ) a u m ade c i são qu es t i on áve l ” .

    C) O que é falível? Resposta: os juízos.

    O sujeito é simples e está no plural. Por isso, o verbo e o predicativo do sujeitodevem ficar também no plural: “São sempre falíveis, a meu ver, os juízos...”.

    E) Não iremos nos aprofundar na análise do pronome relativo CUJO. Isso seráestudado na aula sobre PRONOMES. Por ora, basta-nos saber que o pronomerelativo “cujo” varia em gênero e número com o termo subseqüente. A formacorreta seria: “de cujos dados...”.

    Outro erro na estrutura: o que foi sugerido? Resposta: a sua plena revisão (revisãodo relatório). Então: “tendo sido s u g e r i d a   (...) a sua plena r e v isão ...”  – houve umerro de concordância nominal – o adjetivo “sugerida” deve concordar com o

    substantivo a que se refere: “revisão”.

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    9 - ( TCE SP – Ag e n t e d e F i s ca l i z ação F i n a n c e i r a / De z em b r o 2 0 0 5 )

    As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

    (A) Mesmo que não se incendeie mais carros, os recados dos jovens pobres dos

    países ricos já estão dados a quem os queiram ver e ouvir.(B) Incendiar tantos automóveis nas ruas não abrem novos caminhos, mas não hámais como ignorar a multidão dos deserdados.

    (C) Ao se exporem em sua fraqueza e em sua subserviência, ou nas medidaspuramente repressivas, vê-se quão reduzido se encontra o Estado.

    (D) Se coubessem a todos os cidadãos promover em conjunto o planejamento desuas vidas, exerceria o Mercado o papel que o Estado lhe delegou?

    (E) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes, nãohá sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos vitima.

    Gabarito: E

    Comentário.

    (A) O verbo incendiar, na construção, é transitivo direto e foi apresentado naforma passiva, sendo o sujeito representado por “mais carros”. Por isso, deve seflexionar o verbo no plural: “Mesmo que não se i n c e n d e i em   mais carros...” .

    Outro deslize de concordância foi na flexão do verbo “querer” em “...  já estãodados a quem os queiram ver e ouvir ”. O sujeito do verbo é o pronome indefinido

     “quem”, que leva o verbo para a 3ª pessoa do singular. O que pode influenciarnessa indevida flexão é a proximidade do pronome oblíquo “os” (referente a

     “recados”). Vamos, então, substituir o pronome oblíquo pelo substantivo

    correspondente e confirmar a concordância verbal: “...os recados (...) já estãodados a q u e m q u e i r a   ver e ouvir os recados.”.

    (B) O que não abre novos caminhos? Resposta: ‘Incendiar tantos automóveisnas ruas’ – sujeito oracional exige o verbo na 3ª pessoa do singular – “Incendiartantos automóveis nas ruas não a b r e   novos caminhos.”.

    (C) Essa opção exigia bastante atenção. Quem se expôs em sua fraqueza e em suasubserviência? Resposta: “O Estado”. Assim, a forma nominal de infinitivo deve serempregada no singular – “ Ao se e x p o r   em sua fraqueza (...), vê-se quão reduzidose encontra o Estado.”.

    (D) Verbo “caber” novamente, e com sujeito oracional (“p r o m o v e r e m c o n j u n t oo p l a n e j a m e n t o d e s u a s v id a s  ”). O verbo fica no singular – “Se c o u b e s s e atodos os cidadãos p r o m o v e r  ...”.

    (E) Estamos diante de uma construção perfeita em voz passiva pronominal –fogueiras são vistas e gritos são ouvidos. Assim, “ Ainda que s e v e j a m asf o g u e i r a s   e se o u çam  os g r i t o s   dos manifestantes,...” . Na seqüência, o empregoadequado do verbo haver – “... não há sinais de medidas...” . E, para terminar, aflexão do verbo em decorrência da concordância com o termo antecedente dopronome relativo “que” – “... sinais de m e d i d a s    que l e v em    à solução da crisesocial que a tantos (a crise) vitima.” . Dá até gosto ler uma coisinha tão bem feitacomo essa, você não acha?

    1 0 - ( P r oc u r ad o r A M / Fe v e r ei r o 2 0 0 6 )Julgue a assertiva abaixo

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    (C) Quanto aos três grandes desafios que se deve enfrentar, o economista éticodeverá de compor algumas das contradições atuais, entre elas garantir amanutenção do emprego ao par do avanço tecnológico.

    Item INCORRETOComentário.

    Eu sei que você já leu essa questão. Foi lá na Aula 1 – parte 2 (Ortografia), maisprecisamente na questão 4. Naquela oportunidade, comentamos os erros deortografia e demos uma “palhinha” sobre a locução verbal com uma preposiçãoinadequada (deverá “de” compor).

    Agora, aproveitamos para apresentar uma forma CORRETA de construção de vozpassiva, presente nesse parágrafo.

    Em “Quanto aos três grandes desafios que se deve enfrentar...” , temos umaconstrução interessante: DEVER + SE + INFINITIVO + SUBSTANTIVO NO PLURAL.

    Vamos substituir o pronome relativo “que” por seu antecedente para fins deanálise.

    Há duas possibilidades de construção e, conseqüentemente, de análise:

    1) “Três grandes desafios se deve enfrentar.” (conforme apresentado naquestão)

    Neste caso, o sujeito da forma verbal “deve-se” é a oração reduzida de infinitivo “enfrentar três grandes desafios.”. Não há possibilidade de transposição para a vozpassiva analítica. Como o sujeito está sob a forma oracional, o verbo fica na 3ªpessoa do singular – deve-se.

    Já na oração que exerce a função de sujeito (“Enfrentar três grandes desafios” -

    classificada como oração subordinada subjetiva reduzida do infinitivo), o sintagmasublinhado exerce a função sintática de objeto direto do verbo “enfrentar”.

    2) “Três grandes desafios se devem enfrentar.”  (flexionando-se no plural overbo “dever”)

    Agora, há uma locução verbal – “deve enfrentar” – acompanhada do pronomeapassivador “se”. O sujeito, nessa construção, é “três grandes desafios” . Comotodo e qualquer verbo auxiliar, no caso da voz passiva, o verbo “dever” se flexionano plural para concordar com o núcleo (desafios). Essa construção equivale a:

     “Três grandes desafios devem ser enfrentados.”

    As duas formas estão corretas, mudando somente a análise que se faz doselementos frasais.

    Esse tipo de construção é possível com os verbos PODER e DEVER. Um outroexemplo:

    1 - Deve-se manter os animais nas jaulas – Deve-se [manter os animais nas jaulas] - sujeito oracional = verbo na 3ª pessoa do singular.

    2 – Devem-se manter os animais nas jaulas. – Os animais devem ser mantidosnas jaulas. – construção de voz passiva = verbo auxiliar concorda com o núcleodo sujeito: animais.

    São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise sintática diferente.

    1 1 - ( TRT 1 5ª Reg ião – An a l i s t a J u d i c iár i o / S e t em b r o 2 0 0 4 _________ as aparências enganosas de exatidão.

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    Preenche-se corretamente a lacuna por:

    (A) Deve ser evitado

    (B) Deve serem evitadas

    (C) Deve ser evitadas

    (D) Devem ser evitado

    (E) Devem ser evitadas

    Gabarito: E

    Comentário.

    Mencionamos anteriormente que uma das possibilidades de análise da construção “DEVER + SE + INFINITIVO” seria como locução verbal de voz passiva pronominal(sintética). Se o sujeito paciente estiver no plural, o verbo auxiliar deverá serflexionado.

    Nessa questão, o que a banca propõe é a forma de voz passiva analítica em umaconstrução idêntica.

    O sujeito, no caso, é “as aparências enganosas de exatidão”.

    O verbo auxiliar é “dever”. Assim, na voz passiva analítica, a construção adequadaseria: “Devem ser evitadas as aparências enganosas de exatidão.”.

    1 2 - ( F CC / I CM S SP / 2 0 0 6 )

    Considere a seguinte frase:

     A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz consigo um

    dilema (...).O verbo trazer deverá flexionar-se numa forma do plural caso se substitua oelemento sublinhado por

    (A) O fato de quase todas as pessoas oscilarem entre o bem e o mal (...).

    (B) A dificuldade de eles distinguirem entre as boas e as más ações (...).

    (C) Muitas pessoas sabem que tal alternativa, nas diferentes situações, (...).

    (D) Essa divisão entre o bem e o mal, à medida que se acentua nos indivíduos,(...).

    (E) As oscilações que todo indivíduo experimenta entre o bem e o mal (...).

    Gab. E

    Comentários.

    Vamos analisar a construção:

    A busca (...) traz consigo um dilema.

    O núcleo do sujeito do verbo TRAZER é BUSCA. Por isso o verbo está no singular.

    O examinador exige que se aponte a estrutura que, substituindo o sujeito, levaria overbo para o plural.

    O que temos de procurar, então? A estrutura que possui, como núcleo, umsubstantivo no plural. Vamos lá.

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    A) “O fato de quase todas as pessoas oscilarem entre o bem e o mal”  núcleo:FATO (singular). Não é essa a resposta. 

    B) “ A dificuldade de eles distinguirem entre as boas e as más ações”   núcleo:DIFICULDADE. Também não é essa a resposta.

    C) “Muitas pessoas sabem que tal alternativa, nas diferentes situações”

     Cuidadocom essa opção, pois a banca certamente esperava que você fizesse a concordânciacom “pessoas”. Só que não é essa palavra o núcleo do sujeito do verbo TRAZER,mas do verbo SABER (“Muitas pessoas s a b em  ...”) O núcleo do verbo TRAZER éALTERNATIVA (“... que tal alternativa traz consigo...”). Novamente, ficamos adesejar. Vamos continuar nossa busca. 

    D) “Essa divisão entre o bem e o mal, à medida que se acentua nos indivíduos”   núcleo: DIVISÃO. Espero que a próxima seja a resposta... (rs....)

    E) “ As oscilações que todo indivíduo experimenta entre o bem e o mal”   núcleo:OSCILAÇÕES. Ufa! Até que enfim! Nessa oração, o verbo TRAZER deveria estar noplural, para concordar com o núcleo do sujeito = OSCILAÇÕES.

    1 3 - ( TCE SP – Ag e n t e d e F i sc a l i z ação F i n a n c e i r a / De z em b r o 2 0 0 5 )

    Deverá flexionar-se obrigatoriamente numa forma do plural o verbo indicado entreparênteses na frase:

    (A) O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e daexclusão social são as manifestações violentas dos maiores prejudicados.

    (B) Mesmo que não ...... (TER) havido outras razões, bastaria a do desempregogeneralizado para motivar esses duros protestos.

    (C) Ainda ...... (DEVER) ocorrer nas periferias das grandes cidades, a despeito dasmedidas repressivas, muita contestação violenta por parte dos desempregados.

    (D) A toda e qualquer medida violenta que se ...... (VIR) a tomar contra os jovens,reagirão estes com força proporcional.

    (E) Uma política séria de distribuição de renda é uma providência com a qual ......(PRECISAR) preocupar-se os responsáveis pelo Estado e pelo mercado.

    Gabarito: E

    Comentário.

    (A) A concordância do verbo da lacuna deve ser feita com “o que” (expressãocomposta pelo pronome demonstrativo “o” e pronome relativo “que”, equivalente a

     “aquilo que”). Assim, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do singular,independentemente do número (singular ou plural) do elemento que vem após overbo “ser” – “O que se s e g u e   (...) são as m an i f e s t ações v i o l e n t a s ...”. O verboque preenche a lacuna fica no singular, pois.

    Além da concordância com a expressão “o que”, um dos casos de concordânciamais especiais, e que merece o nosso comentário, é com o verbo ser (“... são a sm an i f e s t ações ...”).

    Por estabelecer uma relação entre o sujeito e o seu predicativo, a concordânciapode se dar tanto com o primeiro (Tudo é flores.) quanto com o segundo elemento(Tudo são flores.).

    Há, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa faculdade.

    Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou predicativo), prevalece aconcordância com o elemento que estiver representado por:

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    1ª – um pronome pessoal reto: “Todo eu  era  olhos e coração. (Machado deAssis)”;

    2ª – uma pessoa, em detrimento de outro que seja uma “coisa” (substantivo,pronome substantivo, oração substantiva): “Ovídio é  muitos poetas ao mesmotempo, e todos excelentes.” (A.F.Castilho).

    Havendo elementos personativos (representam pessoas) em ambas as funções, aconcordância é facultativa com o sujeito ou com o predicado, a não ser que em umdeles haja um pronome pessoal, caso em que prevalece a concordância com esteelemento (cai na 1ª regra de prevalência).

    Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo) forem “coisas”(substantivos, pronomes substantivos, orações substantivas), a concordância éfacultativa, dando-se preferência à concordância com o elemento no plural:

     “Na vida, nem tudo são flores.”, “O resto são atributos sem importância.”

    Essa última regra apresenta a justificativa para a flexão no plural do verbo “ser” naquestão. Ele concorda com o predicativo do sujeito por estar no plural –

    concordância preferencial.(B) Assim como no item (C) da questão 7, o verbo haver forma uma locução verbalcom um verbo auxiliar, desta vez o verbo ter (tem havido) e, por ser impessoal,mantém o verbo auxiliar no singular – “Mesmo que não t e n h a h a v i d o outrasrazões...”.

    (C) A locução verbal formada pelos verbos dever  (auxiliar) e ocorrer  (principal)deve concordar com o sujeito “muita contestação”, mantendo-se no singular –“Ainda d e v e o c o r r e r nas periferias das grandes cidades, a despeito das medidasrepressivas, m u i t a co n t es t ação   v i o l e n t a    por parte dos desempregados.” . Essatécnica de manter distantes verbo e sujeito é comumente empregada em questõesde concordância. Por isso, preste bastante atenção.

    (D) Novamente, vemos uma locução verbal – VIR + A + TOMAR . Aindaobservamos um pronome “se” que leva toda a construção para a voz passiva(tomar, na acepção empregada – adotar - é transitivo direto e apresenta idéiapassiva: uma medida é tomada). O sujeito sintático da locução, porém, é opronome relativo “que”, cujo antecedente, ou seja, o elemento com quem o verboirá realizar a concordância, é medida. Como o verbo principal iria se manter nosingular, o mesmo, então, deve ocorrer com o verbo auxiliar: “ A toda e qualquerm e d i d a   violenta q u e  se v e n h a a tomar contra os jovens...”.

    (E) Parece que o assunto dessa questão foi mesmo locuções verbais. Dessa vez, overbo “precisar” é o auxiliar modal do verbo “preocupar-se” – pronominal ereflexivo. Na ordem direta, feita a devida substituição, a construção seria: “Osresponsáveis pelo Estado e pelo mercado precis... preocupar-se com a política dedistribuição de renda.”. Note que o núcleo do sujeito é responsáveis. Assim, overbo auxiliar irá também para o plural – precisam preocupar-se. Essa foi aresposta correta.

    A respeito da colocação pronominal, não trataremos desse assunto nessa aula.Teremos uma aula todinha dedicada ao valor, uso e colocação dos pronomes.

    1 4 - ( CEA L – A d v o g a d o / Ju n h o 2 0 0 5 )

    Justifica-se inteiramente o emprego na forma plural de ambos os elementossublinhados na seguinte frase:

    (A) Já que se desprezam os atores, por que não se corrigem as mentiras da vida decada um?

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    (B) A esses eleitores impõem-se admitir os preconceitos de que se nutrem seu julgamento na hora de importantes decisões.

    (C) Nenhum dos votos, nas democracias, deixam de ter conseqüências, já que atodos se darão a mesma acolhida, com o mesmo peso.

    (D) O que nessas frases se sugerem, quanto ao ator e seus filmes, é que, porserem medíocres, a eles não se devem reagir senão com desprezo.

    (E) Teriam havido momentos, na História, em que se viessem a retribuir aos atoresapenas com aplausos e homenagens?

    Gabarito: A

    Comentário.

    O examinador deseja saber em qual das opções ambos os verbos são empregadosno plural. Vamos à análise de cada uma delas.

    (A) Verbo desprezar  é transitivo direto, apresenta idéia passiva e estáacompanhado do pronome “se” (apassivador). Resultado? Verbo no mesmo númerodo sujeito paciente – os atores. “ Já que s e d e s p r e z am    os atores...” . Naseqüência, o verbo corrigir, transitivo direto, com idéia passiva e pronomeapassivador. Qual é o sujeito paciente? “as mentiras da vida de cada um”, cujonúcleo é mentiras. Resultado? Verbo no plural também – “não s e c o r r i g em    asmentiras ...” . É essa a resposta correta!

    (B) O que se impõe a esses eleitores? Resposta: “A dm i t i r o s p r e c o n ce i t o s    ...” .Sujeito oracional leva o verbo para a 3ª pessoa do singular – “A esses eleitoresi m põe - s e admitir os preconceitos...” . Em seguida, o pronome relativo “que” serefere ao substantivo “preconceitos”. Contudo, devemos analisar qual o elementoque exerce a função de sujeito do verbo “nutrir”: “... os preconceitos de que se

    nutr... seu julgamento”. O sujeito é julgamento – ele (o julgamento) é nutrido dos(alimentado pelos) preconceitos. Assim, o verbo, que faz parte da construçãopassiva, deve com “julgamento” concordar – “...de que se n u t r e   seu julgamento.”. Os dois verbos, portanto, devem ser empregados no singular.

    (C) Quando o pronome indefinido “nenhum” estiver acompanhado de substantivono plural, o verbo deverá permanecer na 3ª pessoa do singular. Assim, o verboauxiliar da locução formada por “deixar de ter” ficará no singular – “Nenhum dosvotos, nas democracias, d e i x a   de ter conseqüências...” .

    Em casos de concordância como locuções pronominais (algum de nós/vós, algunsde nós/vós, qual de nós/vós, quais de nós/vós, quem de nós/vós, muitos denós/vós), aplicam-se as seguintes regras:

    - o verbo fica no singular quando o primeiro pronome (algum, qual, nenhum,quem) estiver no singular – essa regra também se aplica à expressão cada umde nós/vós;

    - se o primeiro pronome estiver no plural (quais, alguns) o verbo podeconcordar com esse (3ª pessoa do plural) ou como pronome pessoal (1ª ou 2ªpessoa do plural).

    Essa segunda concordância tem um valor que transcende a questão gramatical. Éuma questão de concordância ideológica, ou seja, uma escolha reveladora daposição do falante. Ao colocar o verbo na 1ª pessoa do plural, ele se inclui entre oselementos que praticam a ação. Por exemplo, em “muitos de nós sabem a verdadedos fatos.” , não se tem certeza se o falante se inclui ou não no rol de pessoas que

    sabem a verdade. Contudo, na construção “muitos de nós sabemos a verdade dosfatos.” , temos a certeza de que ele sabe, e, além dele, outros tantos.

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    Ainda nessa questão, o verbo “dar”, que é transitivo direto e está sendo empregadona voz passiva pronominal, deve concordar com o sujeito paciente, representadopor “a mesma acolhida”, permanecendo, também, no singular – “... já que a todoss e d a rá   a mesma acolhida, com o mesmo peso.” .

    (D) O verbo “sugerir”, acompanhado do apassivador “se”, deve concordar com a

    expressão “o que”, mantendo-se no singular – “O que nessas frases s e su g e r e  ” .Como forma de confirmação, substitua a forma apresentada pela passiva analíticacorrespondente: “O que nessas frases ésu ge r i do ” . Ficou no singular, viu?

    Na seqüência, temos uma das construções apresentadas na questão 11. Como nocaso 1, o verbo “dever”, acompanhado do pronome apassivador, apresenta umsujeito oracional – reagir. Por isso, se mantém no singular – “... a eles não sed e v e   reagir senão com desprezo”.

    (E) O verbo haver no sentido de existir é impessoal e obriga o verbo auxiliar, comque constrói a locução verbal de tempo composto, a se manter no singular – “T e r i a   havido momentos...” . Por sua vez, o verbo “retribuir” tem, na construção,transitividade indireta, não admitindo, por conseguinte, voz passiva. Com isso, o

    verbo auxiliar deve permanecer na 3ª pessoa do singular – “... em que se v i e s s e ar e t r i b u i r aos atores apenas com aplausos e homenagens” .

    1 5 - ( TCE SP – Ag e n t e d e F i sc a l i z ação F i n a n c e i r a / De z em b r o 2 0 0 5 )

    Uma das contribuições desse tratado foi o deslocamento do conceito de virtude,que Maquiavel passa a compreender não mais em seu sentido moral, mas comodiscernimento político.

    No contexto da frase acima, julgue a seguinte proposição.

    (D) seria preferível a utilização da forma plural foram, em atendimento à expressãoUma das contribuições.

    Item INCORRETO

    Comentário.

    Em construções como “um dos (...) que”, a concordância pode ser feita com onumeral “um”, permanecendo o verbo no singular, ou com o complemento, casoem que vai para o plural. Essa faculdade permite que se dê ênfase ao elementoindividual (singular) ou aos elementos que compõem o grupo (plural). Assim, nãoestá correta a afirmação de que a forma plural do verbo é preferível, já que asduas estariam igualmente corretas.

    Observe como a FCC abordou mais uma vez esse assunto.

    1 6 - ( TRT 2 4 ª Reg ião – Técn ico Ju d ic iár io / M ar ço 2 0 0 6 )

    Em relação ao fragmento, reproduzido abaixo, de um informe publicitário daPrefeitura Municipal de Campo Grande, julgue a assertiva abaixo.

      QUALIDADE DE VIDA

    Campo Grande é uma das capitais brasileiras que oferece melhor índice dequalidade de vida. Urbanizada, arborizada, sem favelas e com avenidaslargas, a Capital do Mato Grosso do Sul registra alto índice de satisfação deseus moradores e empreendedores.

    (B) ... uma das capitais que oferece − estaria correta também a forma de pluraloferecem.

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    Item CORRETO

    Comentário.

    Conforme mencionamos na questão anterior, as duas formas verbais – no singular

    ou no plural – estariam igualmente corretas.Essa questão nos lembra de outra, que trata, dentre outras coisas, de concordânciacom termos partitivos.

    1 7 - ( TRT 2 4 ª Reg ião – Técn ico Ju d ic iár io / M ar ço 2 0 0 6 )

    A concordância está correta na frase:

    (A) Alguns proprietários, que perceberam o potencial turístico da região, investiramem projetos voltados para atividades que não prejudiquem o meio ambiente.

    (B) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representa um

    paraíso que não foram feitas para o turismo de massas de visitantes.(C) As visitas a algum santuário ecológico deve ser agendado com antecedência efeito em pequenos grupos de turistas, monitorados por guias treinados.

    (D) Romarias religiosas e festas folclóricas serve como atração a grande parte deturistas, que deseja visitar a região Centro-Oeste do Brasil.

    (E) O potencial turístico da região central do país abrangem atividades variadas,que justifica os novos e múltiplos investimentos no setor.

    Gabarito: A

    Comentário.Não há muito o que comentar em relação à opção A (correta). Vamos analisar asincorreções das demais.

    (B) O núcleo do sujeito é maravilhas. Deve, pois, o verbo concordar com ele –representam (caso clássico). Em seguida, o pronome relativo “que” tem porantecedente o substantivo “paraíso”, com o qual o verbo e o adjetivo (foram feitas)da oração adjetiva devem estar em harmonia – “ As maravilhas da geologia, dafauna e da flora do Brasil Central r e p r e s e n t a m   um paraíso que não f o i f e i t o   parao turismo de massa de visitantes”.

    (C) Novamente, há deslize de concordância, tanto verbal quanto nominal, noperíodo. “ As v i s i t a s   [núcleo] a algum santuário ecológico d e v em s e r a g e n d a d a s   

    com antecedência e f e i t a s    em pequenos grupos de turistas, monitorados [osgrupos – correta construção] por guias treinados.” .

    (D) Vimos inúmeras vezes nessa aula que a concordância se faz com o núcleo dosujeito.

    No caso de sujeito simples, há apenas um núcleo.

    No caso de sujeito composto, há mais de um núcleo.

    Quando a oração está na ordem DIRETA, ou seja, na forma de SUJEITO + VERBO +COMPLEMENTO, o verbo deverá OBRIGATORIAMENTE fazer a concordânciagramatical, isto é, concordar com o(s) núcleo(s), uma vez que eles já foramapresentados.

    Se a oração estiver em ordem INVERSA, com o sujeito composto após o verbo(VERBO + NÚCLEO DO SUJEITO 1 + NÚCLEO DO SUJEITO 2), a concordância

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    poderá ser, FACULTATIVAMENTE, gramatical (com todos os elementos) ou atrativa,concordando, nesse caso, com o núcleo mais próximo.

    Exemplo:

    Nas estações de trem,  f ic a d i f íc i l   a e n t r a d a    e a saída das composições nos

    horários de maior movimento. (concordância atrativa)Nas estações de trem, f i c a m d i fíce i s  a e n t r a d a   e a s aíd a  das composições noshorários de maior movimento. (concordância gramatical).

    Neste item, temos um sujeito composto anteposto ao verbo. Por isso, a única formapossível de concordância é a gramatical  – o verbo irá para o plural: “Romariasreligiosas (NÚCLEO 1) e festas folclóricas (NÚCLEO 2) SERVEM  como atração (...)”.

    Este item também nos serve para tratarmos da concordância com termospartitivos, empregada corretamente aqui.

    Em “... a grande parte de turistas, que deseja visitar a região...” , a concordânciapode se dar com o núcleo do conjunto, parte, ou com o complemento, turistas. Overbo, portanto, poderia, facultativamente, ficar no singular ou no plural – “grande

     parte de turistas, que d e se j a / d e se j a m   visitar a região...” .

    Vejamos o que consta do texto original do Manual de Redação da Presidência daRepública:

     “Expressões de sentido quantitativo (grande número de, grande quantidade de,parte de, grande parte de, a maioria de, a maior parte de, etc), também chamadasde termos partitivos, por indicar parte de um todo, acompanhadas decomplemento no plural, admitem concordância verbal no singular, estabelecendo aconcordância com o núcleo do conjunto – concordância gramatical ou lógica, ou noplural, concordando com o complemento – concordância atrativa ou ideológica:

     ‘A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por confessar sua culpa.’

     ‘Um grande número de Estados aprovaram  (ou aprovou) a Resolução daONU.’

     ‘Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as medidas.’.”

    (E) Finalmente, temos um deslize “padrão” – “O p o t e n c i a l    turístico da regiãocentral do país a b r a n g e atividades variadas que ...” – e o antecedente do pronomerelativo (atividades) leva o verbo ao plural – “... atividades variadas que

     j u s t i f i c am  os novos e múltiplos investimentos no setor” .

    1 8 – ( F CC / I CM S SP / 2 0 0 6 )

    Ambos os verbos indicados entre parênteses deverão flexionar-se numa forma doplural para preencherem corretamente as lacunas da frase:

    (A) ...... (ser) de se lamentar que aos jovens de hoje ...... (restar) viver o tempocomo uma espécie de presente contínuo, sem qualquer conexão com o passado.

    (B) Ao historiador ...... (dever) sensibilizar as omissões de toda e qualquerexperiência que ...... (sofrer) nossos antepassados.

    (C) ...... (aprazer) aos governantes fazer esquecer o que não lhes ...... (interessar)lembrar, para melhor se valerem da falta de memória histórica.

    (D) ...... (avultar), aos olhos dos próprios historiadores contemporâneos, a figurade Eric Hobsbawm como um dos intérpretes que melhor ...... (compreender) oséculo XIX.

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    (E) Não ...... (competir) aos historiadores exercer a mera função de arquivistaspúblicos; mais que isso, .....-se (esperar) deles uma compreensão participativa dahistória.

    Gab. BTemos mais uma vez uma locução verbal: DEVER + SENSIBILIZAR.

    Como é a transitividade do verbo SENSIBILIZAR (verbo principal da locução): “ Algosensibiliza alguém” . É um verbo TRANSITIVO DIRETO. Houve o emprego depreposição (objeto direto preposicionado) para evitar uma possível ambigüidade(“O historiador sensibiliza algo” ou “Algo sensibiliza o historiador”?)

    O que “deve sensibilizar” ao historiador? Resposta: “a s om i s sõe s    de toda equalquer experiência...” . O núcleo do sujeito está representado por um substantivono plural: om i s sõe s  . Então, o verbo auxiliar também deve ser empregado noplural: “De v em s e n s i b i l i z a r   ao historiador a s om i s sõe s  ...” .

    E o verbo SOFRER – tanto na acepção de “suportar” como na de “passar por /experimentar”, é transitivo direto (Alguém sofre = suporta / experimenta = algo).

    O objeto direto está representado pelo pronome relativo, que tem comoantecedente “omissões de toda e qualquer experiência”, presente na oraçãoanterior. O sujeito, por sua vez, é “nossos antepassados”. Então, o verbo devecom esse termo concordar: “...omissões de toda e qualquer experiência ques o f r e r am n o s s o s a n t e p a s sa d o s  ” .

    Os dois verbos estão no plural, e essa é a resposta certa!

    Vamos às demais.

    A) Devemos ter em mente que SUJEITO ORACIONAL LEVA O VERBO PARA A 3ªPESSOA DO SINGULAR. Com isso na cachola, vamos à análise:

     “... (ser) de se lamentar” – temos uma locução verbal, constituída pelo verboauxiliar SER e o principal LAMENTAR (equivalente a “lamentar-se”). Esse último éTRANSITIVO DIRETO (Alguém lamenta alguma coisa – uma oportunidade perdida,um amor fracassado, etc.). Como está acompanhado do pronome SE, constrói vozpassiva (algo é lamentado).

    O que é lamentado (é de ser lamentado)?

    Resposta: “... que aos jovens de hoje...” – SUJEITO ORACIONAL.

    Então, como fica o verbo auxiliar da locução verbal? Na 3ª pessoa do singular: “Éd e s e la m e n t a r   que aos jovens de hoje...” .

    Já furou o esquema de “ambos os verbos no plural”. Mas, mesmo assim, vamosanalisar a próxima lacuna.

    O que resta aos jovens de hoje?

    Resposta: “v i v e r   o tempo...”  – SUJEITO ORACIONAL NOVAMENTE!

     “Isso” (viver o tempo...) resta aos jovens de hoje. O verbo RESTAR, por ter umSUJEITO ORACIONAL, fica na 3ª pessoa do singular.

    C) Você não vai acreditar, mas compare essa questão do ICMS/SP com a de

    Analista Judiciário do TRT 24ª Região (questão 24 - opção d). Mais uma vez, overbo APRAZER vem com um SUJEITO ORACIONAL – “ISSO (fazer esquecer o ...”) APRAZ aos governantes”  = verbo no SINGULAR.

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    Em seguida, o que não interessa aos governantes? Resposta: “lembrar”.Novamente, SUJEITO ORACIONAL = verbo na 3ª pessoa do singular.

    D) O que avulta aos olhos dos próprios historiadores contemporâneos? Resposta: “afigura de Eric Hobsbawm. O núcleo do sujeito é “FIGURA”, o que leva o verbo para

    o singular: “ Avulta (...) a figura de Eric Hobsbawm...” . VERBO NO SINGULAR – essanão é a resposta certa.

    Em relação à expressão “um dos ... que”, já vimos que podemos realizar aconcordância com o termo “um”, especialmente quando quisermos destacar essecomponente, ou com o termo no plural, para englobar a todos.

    Na passagem, o verbo COMPREENDER tanto poderia ser colocado no singular “...umdos intérpretes que melhor COMPREENDEU o século XIX” , destacando-se EricHobsbawm, ou no plural “... como um dos intérpretes que melhorCOMPREENDERAM o século XIX” , juntando-o aos demais.

    E) O que “não compete aos historiadores”? Resposta: “e x e r c e r   a mera função dearquivistas públicos”   – SUJEITO ORACIONAL REQUER VERBO NA 3ª PESSOA DOSINGULAR – “Não c o m p e t e    aos historiadores e x e r c e r a mera função dearquivistas públicos...” .

    Em seguida, o que se espera deles? Resposta: “um a c om p r e e n são p a r t i c i p a t i v ad a h i s t ór i a ”   – núcleo no singular (COMPREENSÃO)  verbo no singular: “... maisque isso, espera-se deles uma compreensão participativa da história.” .

    19 - ( TRE MG – Técn i c o / J u l h o 2 00 5 )

    O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular

    para preencher corretamente a frase:(A) Tanto a liberdade de imprensa quanto o direito à informação ...... (estar) sob aproteção da nossa lei maior.

    (B) Ainda que ...... (ocorrer), vez por outra, alguns sobressaltos, a tendência é ade um fortalecimento da liberdade de imprensa.

    (C) Nunca se ...... (sanar) os males acarretados pela falta de liberdade.

    (D) Somente ...... (haver) de merecer a confiança do leitor os jornalistas que semantiverem independentes.

    (E) Também aos leitores ...... (caber) vigiar o cumprimento da liberdade deimprensa.

    Gabarito: E

    Comentário.

    Essa questão trata de um assunto bastante polêmico, mas nos serve para verificaro posicionamento da banca sobre o tema. O examinador pede que seja indicada aconstrução que deveria [obrigatoriedade] apresentar o verbo no singular parapreencher corretamente a frase.

    Sobre a construção apresentada no item (A), há o seguinte ensinamento:

     “Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática (...),

    o verbo concorda com o mais próximo ou vai ao plural (o que é mais comumquando o verbo vem antes do sujeito)”.(Evanildo Bechara)

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    Por série aditiva enfática entendemos todas as expressões que enumeremelementos de mesma função sintática, no caso, sujeito, com o mesmo sentido daconjunção aditiva ‘e’: não só... mas também; não só... como, tanto...como/quanto(EM CONSTRUÇÕES COMO A APRESENTADA).

    Sobre esse ponto do assunto, contudo, há divergência doutrinária.

    Enquanto o mestre Evanildo Bechara, como vimos, faculta a flexão verbal, CelsoCunha e Lindley Cintra (obra citada) destacam que, se não houver pausa entre ossujeitos (e, portanto, não houver vírgula), o verbo irá para o plural:

     “Qualquer se persuadirá de que não só a n ação m as t am bém o p r ín ci p ee s t a r i a m  pobres.”

    Na construção apresentada, há dois elementos que estão ligados pelo conectivo “Tanto... quanto” e não há pausa (vírgula) entre eles.

    A partir dessa questão, temos que a banca examinadora da Fundação CarlosChagas segue a lição de Celso Cunha e Lindley Cintra e considera que a flexãoverbal no plural é obrigatória nesse caso (essa opção não foi a resposta da

    questão): “Tanto a liberdade de imprensa quanto o direito à informação e st ão soba proteção da nossa lei maior.” .

    (B) O verbo “ocorrer" deve concordar com o sujeito “alguns sobressaltos” ,flexionando-se no plural – “Ainda que o c o r r am   (...) alguns sobressaltos...”.

    (C) O verbo “sanar”, transitivo direto e em construção passiva pronominal, deve irpara o plural, em concordância com o sujeito paciente males: “Nunca se s a n am   osmales acarretados pela falta de liberdade.” .

    (D) Dessa vez, o verbo “haver” não é principal. Ele é o verbo auxiliar de umalocução verbal. Então, analisaremos o verbo “merecer” , que irá “ditar as regras”da concordância. O que “merece” a confiança do leitor? Resposta: os jornalistasque se mantiverem independentes. Então, o verbo auxiliar “haver” será

    flexionado no plural – “Somente hão d e m e r e ce r    a confiança do leitor os jornalistas que se mantiverem independentes” .

    (E) Ah... essa construção você já deve estar careca de conhecer – o verbo “caber”(de novo!!!). Com o sujeito oracional, ele fica no singular – “ Também aos leitoresc a b e   vigiar o cumprimento da liberdade de imprensa.” .

    2 0 - ( TRT 2 2ª Reg ião – Au x i l i a r J u d i c iár i o / No v em b r o 2 0 0 4 )

    A concordância está inteiramente correta na frase:

    (A) Grandes áreas de floresta foi desmatada para permitir o desenvolvimento daagricultura e da criação de gado, na região amazônica.

    (B) Restam apenas 25% da vegetação original da Mata Atlântica e as áreas dealguns parques nacionais estão totalmente abandonadas.

    (C) A construção de hidrelétricas também são uma ameaça aos rios, porque abarragem e as obras complementares pode inundar áreas de mata nativa.

    (D) O acelerado ritmo de desmatamento da Amazônia pode torná-la um deserto,porque é as árvores que mantém o solo úmido e fértil.

    (E) É apontado, como as principais razões para o desmatamento na região central,a mineração, a necessária abertura de estradas e a agropecuária.

    Gabarito: BComentário.

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    Nesta opção, temos um caso de concordância com número percentual. Observemosque há dois elementos com os quais o verbo poderá se harmonizar – o numeral(25%) e o complemento (cujo núcleo é vegetação). Assim, as duas possibilidadesde flexão verbal são:

    – “2 5 % da vegetação original da Mata Atlântica r e s t a m ...”(numeral maior do que

    1 – verbo no plural); ou- “25% da v e g e t ação   original da Mata Atlântica r e s t a ...” (complemento nosingular).

    Caso o número percentual venha acompanhado de determinante (pronomes,artigos, adjetivos), a flexão passa a ser com o numeral – “Os 25% da vegetação seencontram devastados...”.

    Recebem esse mesmo tratamento construções com:

    -  números fracionários ou percentuais: concordância com onumerador/número inteiro [primeiro elemento] ou com o complemento[segundo elemento] – “Do i s   quintos da t u r m a    saír am -s e   / s a i u - s e    bem

    na prova” ; “1 0 % da t u r m a s aír am - s e / s a i u - s e bem na prova”; -  com expressões partitivas (concordância com o núcleo [primeiro elemento] -

    maioria de, grande parte de, etc. - ou com o complemento [segundoelemento] – “A ma i o r i a   dos a l u n o s   s a i u - s e / s aír am - s e   bem na prova); e

    -  com a expressão “um dos ... que”, objeto de comentário na questão 18 (“Elefoi u m dos a l u n o s   que s e sa i u / s e saír am  bem na prova).

    Cuidado, pois para que seja possível essa faculdade, é necessário que haja, de umlado, uma expressão no singular e, de outro, outra no plural. Se em ambos os ladoshouver o mesmo número (singular ou plural), deixa de ser facultativa aconcordância: “ A ma i o r i a   da t u r m a   SA I U - SE bem na prova” [os dois elementosestão no singular = verbo no singular]; “1 0 % dos a l u n o s    s aír am -se bem na

     prova” [os dois elementos estão no plural = verbo no plural].Estão incorretas as demais opções pelos motivos a seguir expostos:

    (A) Caso clássico – o verbo não segue o número do núcleo do sujeito – “Grandes ár e a s  de floresta f o r a m d e sm a t a d as  ...”.

    (C) “ A co n st r u ção  de hidrelétricas também é uma ameaça aos rios [caso clássico]  porque a b a r r a g em   e a s o b r a s com p l e m e n t a r e s   [sujeito composto anteposto aoverbo obriga a concordância gramatical] p o d e m i n u n d a r    áreas da mata nativa.”

    (D) Nesse ponto, falaremos sobre a concordância com a expressão “é que”.

    Vamos à lição de Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática do PortuguêsContemporâneo:

    “A locução éq u e  é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e overbo a que ele se refere. Assim: ‘J o sééqu e t r a b a l h o u , m as o s i r m ãos équ es e a p r o v e i t a r am d o s e u e s f o rço  .’.”

    Perceba que a locução poderia ser retirada sem prejuízo para o período: “Josétrabalhou, mas os irmãos se aproveitaram do seu esforço.”.

    Por isso, é classificada como uma expressão denotativa de realce, que tem aúnica função de destacar os termos que acompanha (no caso, os substantivos José e irmãos, respectivamente).

    E continuam os professores:

     “É uma construção fixa, que não deve ser confundida com outrasemelhante, mas móvel, em que o verbo s e r  antecede o sujeito e passa,

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    naturalmente, a concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dosoutros verbos.

    Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

    ‘José équ e  trabalhou, mas f o r a m os irmãos q u e se aproveitaram do seu

    esforço.’Ou este:

    ‘Fo i   José q u e trabalhou, mas os irmãos éque se aproveitaram do seuesforço.’.”

    Nesse último caso se enquadra a construção presente na opção (D) – “ ... porquesão  as árvores que m an t êm o solo úmido e fértil” . O pronome relativo “que” serefere a “árvores”, levando o verbo “manter” para o plural.

    (E) Agora, veremos as possibilidades de concordância em predicado nominal (verbode ligação + predicativo do sujeito), em que predicado está anteposto ao sujeito(inversão da ordem direta).

    Como vimos, o verbo e, conseqüentemente, o predicativo do sujeito poderiamconcordar com o núcleo do sujeito mais próximo (concordância atrativa) ou fazer aconcordância gramatical (com todos os núcleos).

    Na construção “É apontado (...) a mineração, a necessária abertura de estradas e aagropecuária”, o sujeito composto é formado por três núcleos, todos os três dogênero feminino – mineração, abertura e agropecuária, sendo o mais próximo osubstantivo mineração. Assim, o adjetivo apontado  está em desacordo com osubstantivo correlato, devendo figurar no masculino singular – apontada.

    As duas possibilidades de concordância são: “São a p o n t a d a s    (concordânciagramatical)  / É a p o n t a d a    (concordância atrativa) a m in er ação  , a necessáriaabertura de estradas e a agropecuária” .

    21 - ( TRT 3ª Reg ião – An a l i s t a J ud i c iár i o / J ane i r o 2 00 5 )

    Levando-se em conta as normas de concordância verbal e nominal, a única fraseinteiramente correta é:

    (A) Se se acrescentar à tribo dos micreiros as tribos dos celuleiros, dos devedeirosetc., haverá de se incorporar à língua portuguesa muitos outros neologismos.

    (B) Como se não bastassem as dificuldades que muita gente vêm demonstrando nouso do vocabulário tradicional, eis que novas aquisições se fazem necessárias acada momento, proveniente da tecnologia.

    (C) A velocidade com que surgem palavras relacionadas aos novos campostecnológicos fazem com que muitos desanimem, confessando-se inábeis para suautilização.

    (D) Estão entre as características do texto a citação de alguns neologismos e odivertido registro de algumas situações em que ocorreu ambivalência de sentido,testemunhadas pelo autor.

    (E) É costume que se dissemine, sobretudo entre os mais velhos, algunspreconceitos contra o universo dos mais jovens, contra o vocabulário que entreestes se propagam com mais facilidade.

    Gabarito: D

    Comentário.

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    Nessa opção (D), vemos um caso de sujeito posposto ao predicado nominal. Sãodois os núcleos do sujeito: citação  e registro. Realizando a concordânciagramatical, o verbo “estar” foi flexionado no plural – “Es tão  entre as característicasdo texto a c i t ação   de alguns neologismos e o divertido r e g i s t r o de algumassituações ...” . Uma outra possibilidade seria em concordância com o elemento mais

    próximo: “Es tá  entre as características do texto a c i t ação  de alguns neologismos eo divertido registro de algumas situações”.

    As demais opções apresentam deslizes de concordância, quais sejam:

    (A) O verbo “acrescentar” (transitivo direto e indireto), em construção passiva,deve concordar com o sujeito – “as tribos dos celuleiros, dos devedeiros etc.”  – emoutras palavras, “essas tribos serão acrescentadas à tribo dos micreiros”. Assim, overbo deve estar no plural – “Se se a c r e s c e n t a r em   à tribo dos micreiros a s t r i b o sd o s c e l u l e i r o s , d o s d e v e d e i r o s ...” .

    (B) O sujeito da locução verbal “vêm demonstrando” é “muita gente”. Assim, overbo auxiliar deve ficar no singular – “Como se não bastassem as dificuldades quemuita gente v e m d e m o n s t r a n d o  ...”. Mais adiante, houve deslize de concordância

    nominal – o adjetivo “proveniente” se refere a “novas aquisições”, devendo comesse substantivo concordar – “...eis que n ov as aq u i s ições  se fazem necessárias acada momento, p r o v e n i e n t e s   da tecnologia.” .

    (C) Caso clássico – “ A v e l o c i d a d e    com que surgem palavras relacionadas aosnovos campos tecnológicos f a z   com que muitos desanimem...” – olha só aquantidade de elementos no plural que separam “velocidade” do verbo “fazer” !!!Coitadinho do candidato que não sublinhou o substantivo “velocidade”, núcleo dosujeito e elemento com o qual o verbo deveria concordar.

    (E) Verbo “disseminar” (transitivo direto) com o pronome “se” – qual o sujeitopaciente, ou seja, o que é disseminado? “Alguns preconceitos”. Então, aconstrução correta seria “É costume que s e d i ss em i n em   , sobretudo entre os mais

    velhos, a l g u n s p r e c o n c e i t o s   contra...” .

    2 2 - ( TRE MG – An a l i s t a J u d i c iár i o / J u l h o 2 0 0 5 )

    O verbo indicado entre parênteses deve, obrigatoriamente, ser flexionado no pluralpara preencher de modo correto a lacuna da seguinte frase:

    (A) ...... (SER) com episódios como esse que se pode dar aos jovens alunos umexemplo de atitude científica.

    (B) Nenhuma, entre as formas de fundamentalismo, ...... (MERECER) a admiraçãoou o respeito de Umberto Eco.

    (C) Para Umberto Eco, neste texto, ...... (IMPORTAR) menos as correções teóricasde Hawking que sua atitude mesma.

    (D) Sendo muitos os princípios em que se ...... (BASEAR) a ciência moderna, o dafalibilidade tem para Eco um peso decisivo.

    (E) Quando ...... (URGIR) desmentir hipóteses de fato injustificáveis, não devehesitar o cientista responsável.

    Gabarito: C

    Comentário.

    O que, para Umberto Eco, importa menos que a atitude de Hawking? Resposta:

    Suas correções teóricas. Assim, o núcleo do sujeito exige que o verbo se flexione

  • 8/20/2019 aula 3 - concordancia verbal e nominal=

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    no plural: “...i m p o r t a m   menos as correções teóricas de Hawking que sua atitudemesma”.

    Os demais verbos são empregados no singular:

    (A) Agora, temos clara a função da expressão “é que”. Note que ela não deverá se

    flexionar e pode ser retirada do texto sem prejuízo gramatical – “É com episódioscomo esse q u e  se pode dar aos jovens alunos um exemplo de atitude científica.”

    A expressão só serve para destacar “com episódios como esse”, o que nãoaconteceria se fosse excluída a série denotativa de realce.

    (B) “N e n h u m a   , entre as formas de fundamentalismo, me r e c e a admiração e orespeito de Umberto Eco.”   – sobre essa concordância, já falamos – questão 14,opção (C).

    (D) O pronome relativo “que” refere-se a “princípios”, mas não exerce a função desujeito, mas de complemento verbal e, por este motivo, não leva o verbo para oplural. A construção passiva “basear-se” (= é baseada) tem como sujeito paciente

     “a ciência moderna” , mantendo o verbo no singular – “... os princípios em que se

    b a s e i a   a ciência moderna...” .(E) Inúmeras vezes vimos que o sujeito oracional leva o verbo para a 3ª pessoa dosingular. Essa opção é idêntica à questão 3, item (B). “Quando u r g e    desmentirhipóteses de fato injustificáveis , não deve hesitar o cientista responsável.” . Viu porque é importante fazer provas anteriores? As questões muitas vezes se repetem!

    2 3 - ( A u d i t o r Fi sc a l B A / Ju l h o 2 0 0 4 )

    A frase totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita é:

    (A) A medição e a avaliação das reais diferenças entre as telas só seria factível seobservado novos parâmetros de análise, mas o pesquisador não o dominava

    completamente.(B) Talvez muitas das distintas facetas que o autor descreveu não possa serreconhecido neste único trabalho, mas deve haver outras obras em que sejam maisperceptíveis.

    (C) O estudioso considerou que certas manifestações da cultura brasileira já nãodevia ser tida como exemplar do momento estético a que ele se dedicava.

    (D) Devem existir fortes razões que o façam defender essa concepção, mas, não asconhecendo, tenho de aceitar-lhe os argumentos, ou, então, devo tentardesqualificá-los.

    (E) Qualquer que fossem os exemplos dos quais ele se utilizasse, poderiam,

    certamente, serem refutados, pois sempre haverá múltiplas perspectivas deenfoque de um objeto.

    Gabarito: D

    Comentário.

    Já comentamos a diferença entre os verbos existir e haver (questão 4). Como osujeito da locução verbal “dever + existir” tem como núcleo o substantivo

     “razões”, o verbo auxiliar será empregado no plural (“devem existir razões” ). Essemesmo substantivo é o referente do pronome relativo da oração “que o façamdefender ”, justificando, assim, a flexão verbal do verbo “fazer”. Em seguida, houve

    o adequado emprego do pronome oblíquo “as” em referência ao mesmosubstantivo. Por fim, cabe-nos comentar o emprego do pronome oblíquo “lhe” em “... tenho de aceitar-lhe os argumentos”.

  • 8/20/2019 aula 3 - concordancia verbal e nominal=

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    Perceba que a construção poderia ser “tenho de aceitar os s e u s    argumentos” .Contudo, o autor optou por substituir o pronome possessivo s e u s   pelo oblíquo l h e .

    Compare essa estrutura com as seguintes:

    - “Beijou-l h e  o rosto” – o seu rosto;

    - “Roubou-m e  a bolsa”  – a minha bolsa.Nessas orações, o pronome oblíquo está sendo usado com valor de possessivo.Assim, esse pronome oblíquo, apesar de ligado ao verbo (beijou-lhe / roubou-me /aceitar-lhe), tem valor possessivo  e sua função é a de adjunto adnominal (amesma função que seria exercida por um pronome possessivo – seu rosto / minhabolsa / seus argumentos).

    As demais opções estão incorretas pelos seguintes motivos.

    (A) Desta vez, o sujeito composto antecede o predicado nominal. A únicapossibilidade de concordância, nesse caso, é a gramatical (concorda com todos os

    núcleos), uma vez que o sujeito já foi apresentado. Assim, “ A m e d ição   e aa v a l i ação  das reais diferenças entre as telas só se r i am fac t ív e i s  se...” . O adjetivo “observado” está se referindo a “parâmetros” e, por isso, deverá ser empregado nogênero masculino e número plural – “...se o b s e r v a d o s n o v o s p a r âm e t r o s d ean ál i se ...”. Por fim, houve uma impropriedade no emprego do pronome oblíquoem “...  mas o pesquisador não o   dominava completamente”. Podemos perceberque esse pronome faz referência a “novos parâmetros de análise”. Assim, o corretoseria o uso do pronome “os” – “... mas o pesquisador não o s  dominava...”.

    (B) Caso clássico – “Talvez m u i t a s    das distintas f a c e t a s    que o autor descreveunão p o s s am s e r r e c o n h e c i d a s   ...” .

    (C) Novamente caso clássico de concordância – “O estudioso considerou que certas 

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