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14 maio 2020 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCII – N.º 4513 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Páginas 4 e 5 Celebração do Culto Público Católico no contexto da Pandemia COVID – 19 Medidas para antes, durante e depois da missa e outras dis- posições da Conferência Epis- copal Portuguesa Após o anúncio do plano de desconfinamento apresentado pelo Governo, que incluía as igrejas e os cultos públicos na fase pós-estado de emergência, agora denominada de “cala- midade”, a Conferência Episcopal Portuguesa apresentou as me- didas de prevenção para a cele- bração das Missas comunitárias, a partir dos dias 30 e 31 de Maio, Solenidade do Pentecostes. Para este processo, incluem-se me- didas para antes de entrar na Igreja, durante as celebrações e à saída da igreja. São também prescritas medidas para os de- mais sacramentos, tais como o Baptismo, a Confirmação ou Crisma, a Reconciliação (Con- fissão), a Unção dos Doentes, a Ordem (Padres e Diáconos) e o Matrimónio, bem como a cele- bração das Exéquias e outros actos pastorais. As normas ou regras começam agora a ser conhecidas por parte do clero e do povo de Deus em geral para que, nas celebrações a partir de 30 de Maio, inclusive, principalmente nas missas de Sábado à tarde (Vespertinas) e Domingo, onde se preveja uma maior afluência dos fiéis, as pessoas tenham conhecimento e experiência suficientes adqui- ridas nos dias anteriores. Além disso, indica-se, de um modo geral, a obrigatoriedade do uso da máscara no interior das Igrejas. Recomenda-se ainda a dispensa do preceito dominical às pessoas mais idosas ou pertencentes a grupos de risco. Os bispos portugueses, cons- cientes de que “o novo coro- navírus continua a propagar-se”, manifestam que cabe à Igreja “a grave responsabilidade de pre- venir o contágio da enfermidade, em coordenação com as legítimas autoridades governamentais e de saúde”. Ao mesmo tempo, ex- pressam a sua esperança na retoma das celebrações litúrgicas comunitárias com a garantia de protecção contra a infecção que deverá ser concretizada em cada Diocese, de acordo com a sua natureza e o grau de afetação que o coronavírus teve nelas, sem esquecer que “o bem comum convida todas as Dioceses a caminharem juntas”. Nesta fase transitória, a Conferência Epis- copal recomenda a dispensa do preceito de participação na missa de domingo às pessoas mais velhas e doentes, consideradas em situação de risco. Estas devem ficar em casa e acom- panhar as celebrações pelos meios de comunicação, podendo também participar presencial- mente na Eucaristia durante a semana. Neste âmbito, os bispos pedem aos “fiéis que estão ou se sentem doentes que não vão à Missa. No respeito pelas dire- tivas das autoridades de saúde, poderão receber a comunhão em suas casas recorrendo ao serviço dos ministros extraordinários da comunhão, logo que possível, devendo observar as mesmas regras de higienização da rece- ção da comunhão na Missa dominical”. Seguindo as instruções dadas pelas autoridades, insistem em que o número de participantes seja limitado nas assembleias, como modo de assegurar o distanciamento e respeitar sem- pre as medidas de segurança. Página 7 Bênção Papal com a Indulgência Plenária

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140 de maio de 2020

14maio2020

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 • c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCII – N.º 4513

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Páginas 4 e 5

Celebração do Culto PúblicoCatólico no contexto

da Pandemia COVID – 19

Medidas para antes, durante edepois da missa e outras dis-posições da Conferência Epis-copal Portuguesa

Após o anúncio do plano dedesconfinamento apresentadopelo Governo, que incluía asigrejas e os cultos públicos nafase pós-estado de emergência,agora denominada de “cala-midade”, a Conferência EpiscopalPortuguesa apresentou as me-didas de prevenção para a cele-bração das Missas comunitárias,a partir dos dias 30 e 31 de Maio,Solenidade do Pentecostes. Paraeste processo, incluem-se me-didas para antes de entrar naIgreja, durante as celebrações eà saída da igreja. São tambémprescritas medidas para os de-mais sacramentos, tais como oBaptismo, a Confirmação ouCrisma, a Reconciliação (Con-fissão), a Unção dos Doentes, aOrdem (Padres e Diáconos) e oMatrimónio, bem como a cele-bração das Exéquias e outrosactos pastorais.As normas ou regras começamagora a ser conhecidas por partedo clero e do povo de Deus emgeral para que, nas celebrações a

partir de 30 de Maio, inclusive,principalmente nas missas deSábado à tarde (Vespertinas) eDomingo, onde se preveja umamaior afluência dos fiéis, aspessoas tenham conhecimento eexperiência suficientes adqui-ridas nos dias anteriores. Alémdisso, indica-se, de um modogeral, a obrigatoriedade do usoda máscara no interior das Igrejas.Recomenda-se ainda a dispensado preceito dominical às pessoasmais idosas ou pertencentes agrupos de risco.Os bispos portugueses, cons-cientes de que “o novo coro-navírus continua a propagar-se”,manifestam que cabe à Igreja “agrave responsabilidade de pre-venir o contágio da enfermidade,em coordenação com as legítimasautoridades governamentais e desaúde”. Ao mesmo tempo, ex-pressam a sua esperança naretoma das celebrações litúrgicascomunitárias com a garantia deprotecção contra a infecção quedeverá ser concretizada em cadaDiocese, de acordo com a suanatureza e o grau de afetação queo coronavírus teve nelas, semesquecer que “o bem comumconvida todas as Dioceses a

caminharem juntas”. Nesta fasetransitória, a Conferência Epis-copal recomenda a dispensa dopreceito de participação na missade domingo às pessoas maisvelhas e doentes, consideradasem situação de risco. Estasdevem ficar em casa e acom-panhar as celebrações pelosmeios de comunicação, podendotambém participar presencial-mente na Eucaristia durante asemana. Neste âmbito, os bispospedem aos “fiéis que estão ouse sentem doentes que não vãoà Missa. No respeito pelas dire-tivas das autoridades de saúde,poderão receber a comunhão emsuas casas recorrendo ao serviçodos ministros extraordinários dacomunhão, logo que possível,devendo observar as mesmasregras de higienização da rece-ção da comunhão na Missadominical”.Seguindo as instruções dadaspelas autoridades, insistem emque o número de participantesseja limitado nas assembleias,como modo de assegurar odistanciamento e respeitar sem-pre as medidas de segurança.

Página 7

Bênção Papal coma Indulgência Plenária

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14 de maio de 2020SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

Regressar àComunidade

Muitos perguntam sobre adata do retomar das Missascomunitárias. Neste âmbito,enquanto alguns manifestama sua insatisfação pela lentidãoda Igreja, outros falam dorisco que corremos na pressade ver novamente as nossasIgrejas repletas de fiéis e,quem sabe, com mais fiéis,comparativamente à faseanterior da manifestação daforça do COVID-19. Poroutro lado, podendo apre-sentar os números das visua-lizações das transmissões dacelebração da fé, recorrendoàs novas tecnologias, interro-gamo-nos quanto ao modo deretomarmos as celebraçõescomunitárias, cumprindoaquilo que nos é superior-mente pedido, como modo deevitarmos a propagação dovírus e, simultaneamente dar-mos resposta à vontade detodos quantos anseiam porvoltar a celebrar comunita-riamente a sua fé ou, aindamelhor, a fé da Igreja quereceberam. O uso obrigatóriode máscara, a desinfeção dasmãos e o assegurar do distan-ciamento social, são algumasdas novidades e condicio-nantes nas nossas celebraçõesque esperam muita com-preensão e vontade de ascumprir.Nestas, como em outrassituações, há o risco de sepensar que se pode regressaràs situações anteriores, pre-sos que estamos às “tradiçõesdos antigos”, onde encon-tramos as nossas segurançase falsos confortos. Pelocontrário, mais de cinquentaanos depois do ConcílioVaticano II, é preciso con-

Editorial

António Novais Pereira, Diretor

tinuar a perguntar pelo quedeve morrer na Igreja paradeixar germinar e crescernovas vivências segundo oevangelho. Certamente vãomorrendo modos de celebrara fé bem como exercícios daautoridade, e ainda bem, paradar lugar a comunidades maisfraternas, serviçais e próxi-mas de todos, onde os maispobres têm preferência.Para além da pandemia, aIgreja continuará a sua mis-são, “doa a quem doer” e,apesar de autónomos, nãosomos independentes porquenão somos nós a determinaros caminhos que a Igrejadeve percorrer mas “o Pará-clito, o Espírito Santo, que… ensinará todas as coisas e(nos) recordará tudo” quantofoi referido pelo SenhorJesus (Jo. 14,26).Em tempos de isolamento,não vivemos privados de tudoporque, afinal, até nos foiconcedido o tempo quenecessitávamos para pôr emordem as nossas vidas e,inclusivamente, deixarmosque se realize em nós oprocesso da purificação da fé.No vazio e silêncio dasnossas vidas, Deus torna-sepresente com a iniciativa derestabelecer o diálogo, “pro-vocando-nos”, para que nósdesabafemos diante d’ Ele, àsemelhança de Adão e Eva edos Discípulos de Emaús.Sendo louváveis as expe-riências vividas, com omultiplicar das transmissõespelo Facebook (e não só),não nos podemos fazer es-quecer de que o anúncio doEvangelho implicará sempreo diálogo e a comunhãointerpessoais, necessitadasda presença amistosa, im-buída de gestos de afeti-vidade, como encontramosno Evangelho: olhar comafeição, tomar pela mão,silêncios respeitosos e como-vedores, lágrimas, etc.

COVID-19, PARÁBOLA DA VIDAO Covid-19 que se abateu sobrea humanidade é causa de es-panto, surpresa e apreensão. Estamesma humanidade que se ufanae se gloria com as suas con-quistas, com as grandes des-cobertas da ciência, como oconforto que lhe oferece a tec-nologia e os bens da civilização,está ferida de morte. Este vírusmete medo e mata. E com quefacilidade e clandestinidade, seinsinua e transmite. Diante desteperigo, deste inimigo, destaameaça, desta força de morte, ospolíticos foram obrigados a aban-donar a linguagem do lucro, daprodução, da economia e fi-nanças, para se situarem noessencial, na única que se devedefender a tempo e a contratempo: a vida, o dom da vida. Ospolíticos e as autoridades desaúde, não se cansam de mostrara cada cidadão, o seu papel cívicona contenção, no isolamentosocial, no seu contributo essen-cial, para travar e fazer recuar esteinimigo comum. Se os políticos eas autoridades de saúde avalia-rem a situação de forma errada,pagarão alta fatura em perda devidas humanas. Por exemplo, oNEW IORK TIMES, de sensi-bilidade democrática, num tra-balho de investigação, provouque o Presidente Trump teve

conhecimento da perigosidadedo vírus, no dia 16 de Fevereiro,e só três semanas depois tomouprovidências, privilegiando avida em vez da economia. Se-gundo o mesmo jornal, a naçãoestá a pagar caro em número demortes, este equívoco do seuPresidente. Mesmo entre nós,numa antevisão da recessão epobreza que estamos a criar, pelaparagem da maior parte do apa-relho produtivo, pela total para-gem do fluxo turístico e da perdade rendimentos, o Senhor Pri-meiro Ministro vai dizendo,quando questionado pelos jor-nalistas, que Portugal não pre-cisa de austeridade, para que hajauma retoma económica e finan-ceira. Sim, mas não só. Diantedesta imensa contenção social,diante da perda brutal de rendi-mentos, da perda de emprego, detrabalho e de meios de sustento,é uma feliz e oportuna ocasião degritar que é desejável e possíveluma vida mais austera, maissimples, menos consumista, maisamiga do ambiente, deixando deagredir e explorar selvaticamenteos recursos da terra. Para levar-mos a vida que levamos, paraaguentarmos o nível de vida quetemos, já é necessária terra e meia.E que terra deixamos aos vin-douros? Contou-me uma pessoa

amiga que, por esta pandemia, anatureza está a fazer ao homem,o que o homem faz à natureza. Ohomem asfixia a terra, o vírusasfixia o ser humano; pelo seudesejo desenfreado de comodi-dade e bem-estar, pela falta dequalidade ecológica da sua in-dústria, pela emanação de gazesem forma de estufa, o homem estáa aumentar desmedidamente atemperatura da terra; um dossintomas do covid-19, é a altatemperatura do paciente.O Covid-19 vem ensinar aoshumanos a equacionar a vidacomo o valor primeiro das socie-dades. Não é o homem para aeconomia, mas a economia aoserviço do homem, especialmenteos mais vulneráveis da socie-dade, que não têm o indispen-sável para viver com dignidade.A propósito da pandemia, o PapaFrancisco afirma que o vírus doegoísmo e da indiferença é maiscruel e mortífero que o Covid-19.Estamos no tempo pascal, em queJesus venceu a morte. É tempode dizer e viver a vida humanacomo a grande riqueza da huma-nidade e a vida que não acaba,como a vida em plenitude, a quetodos somos chamados.

António Aparício

Escolas Médicas e Ordem pedem alteração urgentede Legislação que recomenda Máscaras ou Viseiras

O Conselho de Escolas MédicasPortuguesas e a Ordem dosMédicos alertam para os riscosem termos de saúde pública quea utilização de viseiras, em alter-nativa direta às máscaras, re-presenta e pede ao Governo quealtere com urgência a legislaçãoque publicou sobre este tema eque pode comprometer os re-sultados obtidos até agora nocombate à pandemia da COVID-19.O Decreto-Lei n.º 20/2020, pu-blicado no dia 1 de maio em Diárioda República, alterou as medidasexcecionais e temporárias rela-tivas à situação de emergência desaúde pública que estamos aviver. No Artigo 13.º, dedicado aouso de máscaras e viseiras,estipula-se que “é obrigatório ouso de máscaras ou viseiraspara o acesso ou permanêncianos espaços e estabelecimentoscomerciais e de prestação deserviços, nos serviços e edifíciosde atendimento ao público e nosestabelecimentos de ensino e

creches (…)”. Determina-se tam-bém que “é obrigatório o uso demáscaras ou viseiras na uti-lização de transportes coletivosde passageiros”.A evidência científica de queatualmente dispomos sobre o usode máscaras (comunitárias, ci-rúrgicas ou hospitalares) é su-ficientemente robusto, mas é desalientar que não existem es-tudos sólidos sobre o impacto dautilização da viseira, como alter-nativa à máscara, na redução dorisco de contágio pelo novocoronavírus em termos de infeçãoatravés das vias aéreas. A viseiraé um bom elemento de proteção anível ocular, confere algumaproteção das vias áreas a quem ausa, mas não confere proteção àsoutras pessoas. Contrariamente,a utilização correta de máscarascertificadas por todas as pes-soas, conferem uma elevadaproteção interpessoal. Quandoutiliza uma máscara, para além dese proteger, a pessoa está aproteger o outro. E vice-versa. Por

isso, a utilização de viseira nãodeve dispensar o uso em simul-tâneo de outros equipamentos deproteção individual adequados,como a máscara.Desta forma, recomendamos queno artigo 13º seja considerado ouso obrigatório de máscaras,reservando as viseiras paraproteção adicional ou, em cir-cunstâncias excecionais, a suautilização por impossibilidade deutilizar máscara.Assim, e numa altura em quevários estabelecimentos estão acontactar os seus clientes par-tilhando a informação tecni-camente incorreta, o Conselho deEscolas Médicas Portuguesas ea Ordem dos Médicos pedem queGoverno reveja o diploma comcaráter de urgência para nãocomprometer o regresso progres-sivo das várias atividades.

Lisboa, 04 de maio de 2020

A Ordem dos Médicos

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140 de maio de 2020 RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

O nosso DomingoUma admirável nova criação

Fr. Pedro Bravo, oc

1– Pelo espírito podemos viajarem todos os tempos, ir a todosos lugares; prever o inexistente,perceber o invisível, abarcar ouniverso, sonhar o infinito,abraçar o próprio Deus. Porqueo espírito humano contém em sitodas as coisas, enquanto elemesmo não é contido por nada.Pelo menos em desejo, pelaintenção. Graças a ele somoscapazes de refletir, de entender,de comunicar, de descobrir, deimaginar e de amar.Apesar da sua capacidade infi-nita, o nosso espírito precisa deestímulo para atuar, o qual lhe éfornecido pelos sentidos, o rela-cionamento, a experiência e oconhecimento, de modo queaquilo que, de alguma forma, nãoesteja já dentro dele através dumdestes canais, não pode por eleser conhecido.Aquilo, que no espírito humanoé limitado e existe apenas comopossibilidade, em Deus, no SeuEspírito, é realidade plena e atual.Ele, o Espírito Santo, é o Tesou-reiro de Deus, que contém em Sitodas as coisas, divinas, hu-manas e criadas, as passadas, aspresentes e as futuras.2– É do Espírito Santo que nosfala toda a liturgia desde do-mingo, o sexto de Páscoa. Emparticular, Jesus, no Evangelho.Ele promete o Espírito Santo.Chama-lhe “Paráclito”, palavragrega que significa: “o que échamado para estar ao lado” dealguém que comparece na qua-lidade de acusado num processo,para chamar, falar, em nomedessa pessoa. É o Advogado, oDefensor, o Amigo, o Conso-lador, a companhia que Jesus nosdá, não só para estar ao nossolado, para ficar junto de nós, mastambém para estar em nós, morardentro de nós, não só por ummomento, mas para sempre.

ENTRADACantarei a bondade do Senhor, F. Santos- CNL, 283

RITO PENITÊNCIALSenhor tende piedade – P. Marvão – CânticosAlentejanos, 16

SALMO RESPONSORIALA terra inteira aclame – M. Luis, SR, 90

Sugestões de Cânticos

COMUNHÃOSe cumprirdes os meus mandamentos, M. Luis,CNL, 899

FINALCristo ressuscitou, Aleluia - M. Luis – CNL, 324

Siglas - CNL – Cantoral Nacional para a Liturgia, livro de bolso; SR – Salmos Responsoriais.

VI Domingoda Páscoa

Ano A17 de maio de 2020

I Leitura

«Impunham-lhes as mãos e eles recebiam o Espírito Santo»

Actos 8, 5-8.14-17

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São JoãoNaquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:«Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei aoPai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco:Ele é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porquehabita convosco e está em vós.Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco omundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vósvivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vósestais em Mim e Eu em vós.Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmenteMe ama.E quem Me ama será amado por meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

Evangelho Jo 14, 15-21«Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor»

Sendo o que de mais simples eíntimo há em Deus, fruto do amoreterno que o Pai tem no Filho eexpressão dessa sua união, oEspírito Santo é-nos dado porJesus para habitar no mais íntimode nós mesmos, como dom pes-soal que Se une ao nosso espírito,para nos comunicar o amor deDeus e nos tornar participantesda Sua vida e comunhão trinitária.É Ele, o Espírito da Verdade, quenos revela o Pai e nos faz expe-rimentar, no nosso íntimo e nanossa vida, no seio dos acon-tecimentos e das realidades maisdíspares e inaudita, o amor e apresença de Jesus, morto eressuscitado por nós. É Ele quenos une aos irmãos em Cristo enele nos faz ser Igreja, enri-quecendo todo o Corpo de Cristocom os dons que distribui a cadaum deles, fazendo-os participardo todo que é Ele mesmo: «Nessedia, conhecereis que Eu estou nomeu Pai e vós em Mim e Eu emvós» (Jo 14,20).É Ele que derrama nos nossoscorações o amor de Deus e,assim, o infunde e ateia em nós,capacitando-nos, incitando-nose ajudando-nos a viver segundoo mandamento novo de Jesus,amando o Pai, amando Jesus eamando-nos uns aos outroscomo irmãos, como Jesus nosamou.Porque é Ele que deposita a vidae o amor de Jesus Cristo, morto eressuscitado nos nossos cora-ções, nos ensina a venerá-lo comfé e amor e, ao mesmo tempo, nosconcede o desejo de O comu-nicar aos outros, dando a todos«razão da nossa esperança»,mesmo no meio das dificuldades,adversidades e sofrimentos davida, como diz S. Pedro na se-gunda leitura.3– Daí a importância de facultaraos outros este dom, velandopara que todos O possam receberem abundância. Como? LevandoJesus Cristo a todos e anun-

ciando-lhes a Boa nova, para quese abram ao dom da fé. E assim,conhecido Jesus, orando con-fiadamente com eles e invocandoo Espírito Santo em todas asocasiões em que necessitamos,para que, todos, sempre e emtoda a parte, O possam receber,como fizeram os apóstolos aosbatizados da Samaria: «Descen-do até lá, rezaram pelos sama-ritanos, a fim de que recebessemo Espírito Santo; pois ainda nãotinha caído sobre eles, mas sóestavam batizados em nome doSenhor Jesus. Impunham-lhesentão as mãos e eles recebiam oEspírito Santo» (At 8,15ss).Como é doloroso verificar queainda há tantos cristãos, emtodas as formas de vida, quecontinuam “samaritanos”: jáforam batizados em nome deJesus, até há muitos anos, masainda não receberam o EspíritoSanto, como vida, força, luz e amordas suas vidas. Pensemos naobra que ele realizou em S. JoãoPaulo II, cujo centenário donascimento celebramos na pró-xima segunda-feira, dia 18 demaio.A Igreja inteira e cada um de nósprecisa de um novo Pentecostes.Muito mais na época e no mo-mento em que estamos a viver.Porque depois desta pandemiamuitas coisas não vão ficar comoestavam. Vamos ter de encontrarnovos caminhos, descobrir no-vas formas, trabalhar com novaenergia, empenhar-nos com novoardor, para que possa surgir ummundo novo, uma esperançanova. Peçamos ao Espírito Santoque desça sobre nós, nos renovee renove a face da terra, que nosleve guie e em toda a verdade.Para que não sonhemos apenas,mas possa irromper, por obra Suae com a nossa cooperação, nãotanto um mundo novo, massobretudo uma admirável novacriação, onde habitem a justiça ea paz para sempre.

Leitura dos Actos dos ApóstolosNaqueles dias, Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou apregar o Messias àquela gente.As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia. De muitos possessos saíam espíritosimpuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxosforam curados.E houve muita alegria naquela cidade. Quando os Apóstolos queestavam em Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a palavrade Deus, enviaram-lhes Pedro e João. Quando chegaram lá, rezarampelos samaritanos, para que recebessem o Espírito Santo, que aindanão tinha descido sobre eles: só estavam baptizados em nome doSenhor Jesus. Então impunham-lhes as mãos e eles recebiam oEspírito Santo.

«Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito»1 Pedro 3, 15-18II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 65 (66)

A terra inteira aclame o Senhor.

Leitura da Primeira Epístola de São PedroCaríssimos:Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre aresponder, a quem quer que seja, sobre a razão da vossa esperança.Mas seja com brandura e respeito, conservando uma boaconsciência, para que, naquilo mesmo em que fordes caluniados,sejam confundidos os que dizem mal do vosso bom procedimentoem Cristo.Mais vale padecer por fazer o bem, se for essa a vontade de Deus, doque por fazer o mal.Na verdade, Cristo morreu uma só vez pelos nossos pecados – oJusto pelos injustos – para nos conduzir a Deus.Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito.

Se alguém Me ama, guardará a minha palavra.Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.

Jo 14, 23Aleluia

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14 de maio de 2020IGREJA4 – Notícias de Beja

Outras disposições gerais- Nas Eucaristias dominicais,onde for necessário e possível,

procurar aumentar o númerode celebrações quando hajamaior afluência de fieis, a fimde descongestionar os tem-plos, podendo mesmo re-correr-se a celebrações naausência de Presbítero e coma distribuição da comunhão.- É obrigatório o uso demáscara.- As pias de água benta conti-nuarão vazias.- As portas das Igrejas man-ter-se-ão abertas à entradae saída das celebrações paraque os fiéis não tenham detocar nos puxadores oumaçanetas.

Antes e à entradadas celebrações- Organizar, com pessoas res-ponsáveis, a abertura e oencerramento das portas deentrada das Igrejas, a distri-buição dos fiéis, o acesso àIgreja, o acesso na hora de

Celebração do Culto Público Católico nocomungar e a saída da igrejano final, respeitando a dis-tância de segurança.

- Afixar, em sítios bem visíveis,cartazes a lembrar as regrasde higiene e de distancia-mento (anexos da DireçãoGeral de Saúde).- Oferecer a higienização dasmãos, à entrada, com umproduto desinfectante.

Durante a liturgia- Respeitar a distância mínimade segurança entre os parti-cipantes, de modo que cadafiel disponha para si, no mí-nimo, de 4m2, com excepçãodas pessoas da mesma famíliaou que vivam na mesma casa(agregado familiar), as quaisnão devem ser separadas.- Evitar os coros paroquiais:recomenda-se “um númeroadequado de cantores e alguminstrumento, cumprindo-se as“regras do distanciamento”.- Não haverá folha de cânticose não serão distribuídos desdo-bráveis com leituras ou qual-

quer outro objeto ou papel.- O cesto da colecta nãoserá passado durante o ofer-tório, mas o serviço próprioirá apresentá-lo à saída damissa, seguindo os critériosde segurança.- O cálice e a patena serãocobertos com a respectiva“pala” durante a oração euca-rística. apenas se destapandoquando o sacerdote celebranteos toma nas suas mãos para aconsagração; as píxides de-vem manter-se fechadas coma respetiva tampa.- O sacerdote celebrantedesinfectará as mãos no iníciodo cânon da missa, e os outrosministros da comunhão antesde distribuí-la.- O gesto da saudação dapaz, que é facultativo, con-tinua suspenso.- O diálogo individual dacomunhão (“O Corpo deCristo”. “Ámen”), será pro-nunciado colectivamente apósa resposta “Senhor não soudigno...”, distribuindo-se aEucaristia em silêncio.- Na procissão para a comu-nhão, respeitar o distancia-mento aconselhado.- Continua a não se ministrara comunhão na boca.- O sacerdote celebrante mais

idoso ou que pertença a algumgrupo de risco, deve ser subs-tituído, na distribuição da Co-munhão, por algum diácono ouministro extraordinário.

À saída das missas- Estabelecer a saída ordenadada igreja, começando pelasque estão mais próximas dasaída e evitando-se agrupa-mentos de pessoas à porta.- Arejamento e desinfecçãocontínua da Igreja, bancos,objectos litúrgicos e insta-lações sanitárias.

OUTRASCELEBRAÇÕESE ATIVIDADES

PASTORAIS

1. Batismo de crianças:- Signação no acolhimento– O ministro traça uma cruz,diante da fronte, sem contactofísico; os pais farão uma cruzna fronte do filho; os pa-drinhos, somente se coabita-rem na mesma casa com acriança.- Unção pré-baptismal –Fórmula prevista no nº 51 doRCBC, seguida da imposiçãodas mãos, sem contacto físico.- Administração da água –

A água derramada no ato doBatismo será escoada pelosumidouro.- Unção pós-batismal – au-toriza-se a excepção previstana rubrica nº 125 do Ritual.

No caso do Baptismo demais que uma criança, res-peitem-se os “condiciona-mentos em relação à ocu-pação do espaço e às normasde higiene e distanciamentoiguais às previstas para a cele-bração da Missa dominical”.

2. Iniciação cristã dosadultos:- Ritos do catecumenado(exorcismos, bênção e im-posição das mãos) – semcontacto físico. O gesto dosopro, será substituído peloestender da mão direita emdirecção aos candidatos ecatecúmenos (RICA 79)- Signação da fronte e dossentidos – Evitar o contactodireto (RICA nn. 83 e 84).- Distribuição do Livro dosEvangelhos – Os livros de-vem estar previamente higie-nizados e o celebrante pro-cederá à higienização dasmãos, devendo também evitar-se qualquer contacto físico.

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140 de maio de 2020 Notícias de Beja – 5IGREJA

- Eventuais ritos auxiliares(RICA 89) - Omitem-se.- Unções previstas – Exclu-sivamente nas mãos dos cate-cúmenos, recorrendo-se aalgodão, para evitar o contactofísico.- Rito da eleição – Não há ainscrição do nome por partede cada candidato, sendosubstituída por uma lista(RICA 146). Os Padrinhosnão tocam no ombro doseleitos, salvo se forem fami-liares dos afilhados e vivam namesma casa.- Celebração dos escrutí-nios – Os Padrinhos abstêm-se de tocar no ombro dosafilhados..- Rito do Éffatha – O mi-nistro estenderá a mão direitana direção dos eleitos e pro-nunciará a fórmula prevista(RICA 202).- Administração da águabaptismal – a água derramadanão seja reutilizada, sendoescoada pelo sumidouro.- Não havendo a Confir-mação, a Unção pós batismalserá substituída e realizar-se-

o no contexto da Pandemia COVID – 19

á tudo como esta indicadopara o batismo das crianças.- Imposição da veste branca– os padrinhos e madrinhasque ajudam os afilhados arevestir a veste higienizam asmãos antes de o fazer, a nãoser que sejam familiares dosafilhados e vivam na mesmacasa.- Rito da Confirmação - Ospadrinhos aproximam-se dosafilhados e, com máscara,dizem o nome do afilhado aoBispo abstendo-se, porém, detocar no seu ombro a não serque vivam no mesmo agre-gado familiar.

3. Confirmação: As mesmasrestrições e condicionamentosda Missa dominical- Ministro e crismandos -usarão máscara de protecçãono momento da crismação.- Crismação – Algodão dife-rente para cada crismação ecom o cuidado de não tocardiretamente na fronte docrismando.- Saudação da paz – limitadaao diálogo, sem contacto

físico.- Padrinhos – Aproximam-sedos afilhados, com máscara,dizem o nome dos afilhados enão tocam no seu ombro.

4. Primeiras Comunhões:As festas estão sujeitas àsmesmas restrições e con-dicionamentos da Missadominical.- De acordo com os pais e opároco, pode ser feita parti-cularmente ou em pequeno nú-mero, numa Missa dominical.

5. Reconciliação: Para alémdas medidas gerais…- Espaço - Escolher umespaço amplo que permita odistanciamento entre con-fessor e penitente e garanta aconfidencialidade.- Máscara – Usada pelo con-fessor e penitente.- Higienização – Ao ter-minar, higienização das mãose das superfícies utilizadas.

6. Unção dos Enfermos:- Cuidados de higiene e uso

de máscaras de proteção,evitando-se o contacto físicona imposição das mãos.- Administração do óleo dosenfermos - use-se um poucode algodão embebido no óleodos enfermos, de modo a evitarcontacto físico.- Sacerdotes mais idosos ouenfermos - não devem minis-trar este Sacramento a pessoasque estejam infetadas porcoronavírus. 7. Ordenações:- Número de participantes -sujeito às mesmas restriçõese condicionamentos da Missadominical.- No caso de mais de um can-didato - procedimentos dehigienização entre a realizaçãodos gestos que impliquemcontacto com cada ordinando.- Imposição das mãos - emsilêncio, do Bispo ordenantesobre a cabeça dos ordi-nandos, requerida para avalidade da ordenação, nãoterá contacto físico.- Ordenação de novos pres-bíteros – redução da repre-sentação do presbitério (mem-bros do Cabido, formadoresdo Seminário, párocos denaturalidade, de residência ede estágio…); só esses farãoo gesto da imposição dasmãos, mas sem estabelecercontacto físico com os ordi-nandos; na saudação de aco-lhimento na Ordem, o abraçoda paz será substituído poruma vénia recíproca coletiva.- Ordenação dos diáconos– redução da presença dosdemais diáconos ao mínimoindispensável para a liturgiaestacional. Na saudação deacolhimento na Ordem, oabraço da paz será substituídopor uma vénia recíprocacoletiva.- Gesto de obediência (mãosnas mãos) e unção das mãos– Antes e depois da união eunção das mãos, ordinandos eBispo higienizarão as mãos.- Revestimento dos para-mentos da ordem - os pres-bíteros e diáconos que au-xiliarem os recém-ordenadosa revestir-se com os pa-ramentos da sua ordem tam-

bém higienizarão as mãos.

8. Matrimónio:- Celebrações matrimoniais- sujeitas às mesmas res-trições e condicionamentos daMissa dominical.- Anéis (alianças) - man-ipulados exclusivamente pelosnoivos.

9. Exéquias:- Lugar - Celebradas naigreja (com celebração daPalavra ou da Eucaristia) e/ou no cemitério com a pre-sença dos familiares, tendoem conta as normas desegurança.- Gestos de afecto – Apesarda dificuldade, insistam noevitar de gestos de afeto queimplicam contacto pessoal ea importância de manter adistância de segurança.

10. Visitas da Igreja paraoração ou adoração doSantíssimo:- Observem-se os requisitosdeterminados pelas auto-ridades de saúde – Nãotocar em qualquer imagem ouobjeto expostos.- Visitas turísticas - condicio-nadas, segundo as orientaçõesdas autoridades competentes.- Evitar a concentração e assi-nalar os locais de oração eadoração.

11. Acções formativas eatividades pastorais:- Utilização dos espaços –seguir as regras previstas pelasautoridades competentes.- Catequese e ações for-mativas – apenas por meiostelemáticos até ao final desteano.- Os Bispos ponderarão apossibilidade de adiar outrasatividades, incluindo as visi-tas pastorais.

12. Peregrinações, Pere-grinações, procissões, fes-tas, romarias, concentra-ções religiosas, acampa-mentos e outras atividadessimilares em grandes gru-pos: continuam suspensas aténovas orientações.

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14 de maio de 2020OPINIÃO6 – Notícias de Beja

Sílvio Couto

À semelhança do que vem acon-tecendo com a efeméride do ’25de abril’, assim, por ocasião dodia um de maio, uns tantos jul-gam-se donos e senhores do ‘diado trabalhador’… O pior é quesão os mesmos que se consi-deram proprietários de algo quefaz parte do património comumda humanidade e não se vendeàs fatias em regime de feira…Além de indecente, esta apro-priação é desonesta, abusiva emesmo antidemocrática.

= O dia um de maio como ‘dia dotrabalhador’ remonta ao dia 1 demaio de 1886, quando uma grevefoi iniciada na cidade norte-americana de Chicago, com oobjetivo de conquistar condiçõesmelhores de trabalho, principal-

pela confederação dos sindicatosmais à esquerda – onde ponti-ficam nos seus quadros diri-gentes de partidos desse espec-tro ideológico – deu a impressãode ter orquestrado a questão demodo a ludibriar as autoridades:o espaçamento entre as pessoas,a forma como se mascararam ouaté o jeito como foi mais oumenos organizado…deixou a talimpressão de cumprir o ‘estadode emergência’ e o confinamentoao concelho de residência…Noentanto, deixou escapar – com aconivência das autoridadespoliciais e politicas – a categoriade excecionalidade que outrossetores não usufruem nem têm acobertura por idêntica negli-gência. Mais uma vez se notouque há cidadãos com categoriasdiferentes, dependendo da cordo cartão partidário ou sindical…

= Olhemos, então, brevementepara o corpo de doutrina da Igrejacatólica sobre este campo con-creto do trabalho. A designada‘doutrina social da Igreja’ (DSI)comporta dezanove encíclicas,desde a ‘Rerum novarum’ doPapa Leão XIII (1891) até à«Laudato sí’ do Papa Francisco(2015).«A doutrina social da Igreja

desenvolveu-se no século XIXpor ocasião do encontro doEvangelho com a sociedadeindustrial moderna, suas novasestruturas para a produção debens de consumo, sua novaconcepção da sociedade, doEstado e da autoridade, suasnovas formas de trabalho e depropriedade» – refere o Cate-cismo da Igreja Católica, 2421.Os temas são muito diversifi-cados: pessoa humana – digni-dade, direitos e liberdades;família e paz; sistema económico– trabalho, iniciativa privada ebem comum; princípios da subsi-diariedade e da solidariedade;bens da natureza – cuidado,preservação e defesa do meioambiente; desenvolvimento inte-gral dos povos e justiça social,etc.Centramos a nossa atenção notema do trabalho e podemoselencar alguns dos grandes esignificativos documentos daDSI e a sua contextualização. Opapa Leão XIII (1891), sentindoa urgência dos novos tempos edas “coisas novas” promulgou aencíclica ‘Rerum Novarum’. A elaseguiu-se a encíclica ‘Quadra-gesimo anno’, de Pio XI em 1931.O papa João XXIII publicou, em1961, ‘Mater et Magistra’ e Paulo

mente a redução da jornada detrabalho diária, que chegava a 17horas, para oito horas. Por seuturno, a ligação a São José, foirealizada pelo Papa Pio XII, em1955, quando instituiu a festa de‘São José, operário’, comemoradatambém no 1.º de maio, diainternacional dos trabalhadores.

= Embora seja inadequadamentevisto e vivido sobretudo comoum dia de luta de alguns setoresmais radicais, temos visto que asforças (ditas) de esquerda se têmassoberbado da data como sefosse um privilégio do seu campoideológico, enquanto não hárazões para que se afunile estavisão e tão pouco a sua vivência.Como dia que pretende unir todaa população não é, minimamente,aceitável que uns tantos reduzamo ‘dia do trabalhador’ a umaespécie de fetiche setorial…commarca e patente!

= Ora, este ano, em maré depandemia, o assunto da vivênciado ‘dia do trabalhador’ revestiuoutras proporções ainda maisridículas, pois para ser levado àrua seria necessário criar con-dições excecionais ou entrar emtransgressão. Aparentemente omodo como foi tratado o assunto

VI a encíclica ‘Populorum Pro-gressio’, em 1967, e a cartaapostólica ‘Octagesima Adve-niens’, em 1971... sem esquecero que o Concílio Vaticano II, naConstituição pastoral ‘Gaudiumet spes’ (1965) tratou este temado trabalho de modo longo eprofundo. Da sua parte, JoãoPaulo II sobre o tema da “ques-tão social” e do trabalho emparticular, publicou três encí-clicas: ‘Laborens exercens’ (1981), ‘Sollicitudo rei socialis’ (1987)e ‘Centesimus Annus’, em 1991,pouco tempo depois da quedado Muro de Berlim e do colapsodo regime comunista na Europade Leste.A Doutrina Social da Igreja foiapresentada de modo sistema-tizado e orgânico, em 2004, no‘Compêndio da Doutrina Socialda Igreja’, fruto de trabalho doPontifício Conselho Justiça ePaz.Efetivamente talvez nos falte anós, católicos, um estudo sufi-ciente sobre este tema do traba-lho naquilo que a Igreja nosensina e não andaríamos a man-quejar, por entre soluções que jáfaliram e que de futuro só apre-sentam conceitos, recursos ecom armas do passado, que nãovolta mais…

Todos somos “trabalhadores”

A missão da Igreja é anunciarJesus, o Cristo, único Salvadorda Humanidade, e este anúnciopode revestir muitas formas,tantas quantos os carismas queo Espírito Santo suscita naIgreja, embora se possa fazer,essencialmente, de duas ma-neiras: pelo anúncio explícito daPalavra e pelo testemunho devida.Como estamos no TempoPascal, faz-nos bem mergulharno Livro dos Atos dos Após-tolos, que a Liturgia da Palavra,na Eucaristia, nos propõe todosos dias como alimento. NesteLivro encontramos bem docu-mentada a vida das primeirasComunidades Cristãs, sentindo-se o palpitar do seu coração,com as suas lutas, alegrias,oportunidades, milagres, e o seuextraordinário crescimento,fruto das adesões em massa, demultidões maravilhadas, com astransformações verificadas na

Vede como eles se amam!vida dos que se iam tornandocristãos.Creio que hoje nos faz faltaaquecer o nosso coração nestaspáginas inolvidáveis e reno-varmos o nosso entusiasmo daadesão a Cristo, para que aEvangelização seja, não apenasuma prioridade dos PlanosPastorais, mas uma exigênciaessencial das nossas vidas, davida de cada cristão, quedeveria, como o próprio nomeindica, ser e viver como um“outro Cristo”.As especificidades do Mundoem que vivemos, pedem umaIgreja, Corpo de Cristo, reno-vada na riqueza e diversidadedos seus membros, e desafiamcada cristão a recuperar aalegria da fé, o dinamismo daesperança e a verdade dacaridade. Cada cristão tem umamissão por direito próprio, queradica na sua dignidade bap-tismal e se alimenta na vida da

fé, nos sacramentos, na oração,na formação, e num sem nú-mero de meios que o Espíritovai suscitando no seio do Povode Deus.Entre os membros deste Povo,o Evangelho do IV Domingo daPáscoa, Domingo do BomPastor, chamava a atenção parao papel fundamental dos pas-tores, os quais deverão serefectivamente bons pastores àimagem do Bom Pastor, nãomercenários, nem funcio-nários, pois, a Igreja não é, nemuma multinacional, nem umasociedade filantrópica. Jesus éo verdadeiro modelo que ospastores devem imitar, confi-gurando-se com Ele e pro-curando, como Ele, servir ecolocar a vida ao serviço dosirmãos, sem a preocupação dashonras, do prestígio, doscargos, sem o objectivo da“carreira”, nem a ostentação deriquezas e de um estilo de vida

que seja motivo de escândalopara os fiéis e para a co-munidade em geral.O tempo que estamos a viver,fruto da pandemia, e o conse-quente confinamento a quetivemos de nos adaptar, fezdespertar o recurso às redessociais em muitas Comu-nidades Cristãs, tendo-se multi-plicado as propostas criativase inovadoras de viver e celebrara fé, mas abriu também a portaa intervenções menos felizes egeradoras de turbulência,conflitualidade e crítica estérile anti-evangélica. Faz-nos bem,por isso, escutar com osouvidos e o coração estaPalavra de S. Paulo: “Nenhumapalavra desagradável saia davossa boca, mas apenas a quefor boa, que edifique, sempreque necessário, para que sejauma graça para aqueles que aescutam. (…) Toda a espécie deazedume, raiva, ira, gritaria e

injúria se elimine do meio devós, bem como toda a espéciede maldade. Sede, antes, bon-dosos, compassivos uns com osoutros, e perdoai-vos mutua-mente, como também Deus vosperdoou em Cristo. Sede, pois,imitadores de Deus, como filhosbem-amados.” (Ef 4,29 - 5,1)S. Tiago também tem algo paranos dizer: “Se alguém se julgareligioso, mas não refreia a sualíngua, ilude o seu coração e asua religião é vã. A religiãopura e sem mácula diante deDeus nosso Pai é esta: visitaros órfãos e as viúvas nas suastribulações e conservar-seisento da corrupção destemundo.” (Tg 1, 26-27)Continuação de um santoTempo Pascal, vivido no anún-

cio e no testemunho.

Pe. Manuel AntónioGuerreiro do Rosário

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140 de maio de 2020

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

14MAIO2020

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

SOCIEDADE Notícias de Beja – 7

O que é a indulgência?Vem do latim indulgentia, queprovém de indulgeo, “para sergentil”, e é a remissão, total ouparcial, da pena temporal devida,para a justiça de Deus, pelospecados que foram perdoados,ou seja, do mal causado comoconsequência do pecado já per-doado através da confissãosacramental, a remissão é con-cedida pela Igreja Católica noexercício do poder das chaves,por meio da aplicação dos supe-rabundantes méritos de Cristo edos santos, por algum motivojusto e razoável.”São Paulo VI, Const. Apost.Indulgentiarum doctrina, n.º 2,afirma que a “Indulgência é aremissão, diante de Deus, dapena temporal devida aos peca-dos já perdoados quanto à culpa,que o fiel, devidamente dispostoe em certas e determinadas con-dições, alcança por meio daIgreja, a qual, como dispensadorada redenção, distribui e aplica,com autoridade, o tesouro dassatisfações de Cristo e dos San-tos” […] “A indulgência é parcialou plenária, conforme libertaparcial ou totalmente da penadevida pelos pecados (Ibid.).Todos os fiéis podem adquiririndulgências (…) para si mesmosou para aplicá-las aos defuntos”(CDC, cân 994).

2) As penas do pecado (cf. Cate-cismo da Igreja Católica, n.º1472)Para compreender esta doutrinae esta prática da Igreja, é precisoadmitir que o pecado tem duplaconsequência. O pecado gravepriva-nos da comunhão comDeus e, consequentemente, nostorna incapazes da vida eterna;esta privação chama-se penaeterna do pecado. Por outro lado,mesmo o pecado venial, acarretaum apego prejudicial às criaturasque exige purificação, quer aquina terra quer depois da morte, noestado chamado purgatório. Esta“purificação” liberta da chamada“pena temporal” do pecado.3) Os dois decretos da Peni-tenciaria Apostólica estabelecemas condições em que se podereceber a indulgência plenária porparte dos fiéis neste ano jubilar:1.º) No primeiro decreto (Prot. N.os

281/19/I) «nas condições habi-tuais (Confissão sacramental,Comunhão eucarística e oraçãosegundo as intenções do SumoPontífice) aos fiéis verdadeira-mente arrependidos e animadospela caridade, até ao dia 22 deNovembro de 2020 [data doencerramento do ano jubilar],podendo também aplicá-la, emmodo de sufrágio, às almas dosfiéis retidas no Purgatório, se

visitarem em peregrinação a SéCatedral e aí participarem nal-guma celebração do Jubileu, oupelo menos dedicarem à medi-tação por um tempo conveniente,concluindo com a Oração doSenhor, o Símbolo da Fé e invo-cações à Santíssima VirgemMaria»2.º) No segundo Decreto (N.º282/19/I) estabelece que noJubileu da diocese, em dia esco-lhido pelo Bispo Diocesano, deacordo com a utilidade dos fiéis,depois da celebração do divinoSacrifício, dê a BÊNÇÃO PAPALcom a Indulgência plenáriaanexa, nas condições habituais(Confissão sacramental, Comu-nhão eucarística e Oração segun-do as intenções do Sumo Pon-tífice) a todos os fiéis presentesque, verdadeiramente arrepen-didos e animados pela caridade,participarem na celebração sagra-da. Estabelece seguidamente que«Os fiéis que receberem comdevoção a BÊNÇÃO PAPAL,mas por razoável circunstâncianão estiverem presentes nosritos sagrados, desde que osacompanhem por meios tele-visivos ou radiofónicos comânimo piedoso, podem ganhar,conforme o direito, a Indulgênciaplenária».

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Beja,para além da sua atividade diária,levou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 4 a 10 de maio, quevisaram a prevenção e o combateà criminalidade violenta, fisca-lização rodoviária, entre outras,registando-se os seguintes da-dos operacionais: - Detenções: Quatro detidos emflagrante delito: Dois por con-dução sob o efeito do álcool edois por furto. - Apreensões: Sete doses dehaxixe e quatro doses de cocaína. - Trânsito:Fiscalização: 57 infrações dete-

tadas, destacando-se: 35 porexcesso de velocidade; oito porfalta de inspeção periódica obri-gatória; quatro por falta ou in-correta utilização do cinto desegurança e/ou sistema de re-tenção para crianças; três porfalta de seguro de responsa-bilidade civil obrigatório; doispor uso indevido do telemóvelno exercício da condução.Sinistralidade: 24 acidentes regis-tados destacando-se: seis feridosleves. Fiscalização Geral: Quatro autosde contraordenação no âmbito dalegislação da proteção da na-tureza e do ambiente.

L

O Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito dassuas competências de pre-venção e combate permanenteà prática de ilícitos criminais econtraordenacionais, no perío-do de 01 MAI a 07MAI2020, nasua área de jurisdição, registoue destaca os seguintes resul-tados operacionais:Operações de Fiscalização:- 2 Operações de FiscalizaçãoRodoviária, em Beja, com re-curso a Radar, que contabi-lizaram 1704 veículos contro-lados, com a deteção de 9infrações;- 15 Operações de FiscalizaçãoRodoviária, enquadradas naAtividade Operacional de CDBeja e no Plano Nacional deFiscalização, que contabilizam:- 2241 Veículos fiscalizados;- 33 infrações detetadas.Acidentes rodoviários:- Em Beja e Moura, registo de 3acidentes rodoviários, do qualresultaram só danos materiais.NÚCLEO DE ARMAS E EX-PLOSIVOS DO CD BEJA (NAE):O CD Beja informa toda a popu-lação do Distrito de Beja que járetomou o atendimento ao públ-

ico, nas suas instalações, me-diante marcação prévia.Para agendamento de atendi-mentos no próprio NAE (emBeja), contactar: 284 313 163Para agendamento de atendi-mentos na Esquadra da PSP deMoura, contactar: 284 251 203

COVID-19No âmbito da atual atividadeoperacional do CD Beja, ajustadaà situação Pandémica COVID-19que o nosso País atravessa, e deacordo com as novas medidas deContenção Pandémica | Estado decalamidade, decretadas para operíodo de 04 a 17MAI2020, oCD Beja alerta a população queserve e destaca:- Suspensões/Proibições (paratodos os cidadãos):- Uso de viseira ou máscara, emtransportes coletivos de passa-geiros, escolas e creches (excetocrianças até aos 6 anos), serviçospúblicos, estabelecimentos co-merciais, e serviços abertos aopúblico;- Confinamento obrigatório paradoentes e pessoas em vigilânciamédica ativa;- Proibição de realização de

SUMULA SEMANALeventos ou ajuntamentos commais de 10 pessoas (salvo sepertencerem ao mesmo agregadofamiliar);- Proibição de usar nos táxis eoutros transportes, o lugar juntoao condutor; - Restrições (para todos oscidadãos):- Dever cívico de recolhimentodomiciliário;- Evitar contacto social alargado;- Manter distanciamento social(de, pelo menos, 2 metros);- Frequente higienização dasmãos;- Respeitar a lotação máximafixada para o transporte público(reduzida em 1/3);- Permissões/Recomendações:- Realização de funerais compresença exclusiva de familiares;- Prestação profissional em tele-trabalho (sempre que possível);- Atividade física ao ar livre até 5participantes (se acompanhadospor um técnico);- Atividade física recreativaconjunta até 2 participantes;- Validade de documentos oficiais,mesmo que caducados, até 30 dejunho. Após, manter-se-ão válidoscom prova de agendamento darenovação.

ADIADO O ENCONTRO DEPASTORAL LITÚRGICA PARA 2021

Devido à atual situação pandemia provocada pelo novocoronavírus Covid-19, a Comissão Episcopal da Liturgia eEspiritualidade entendeu por bem proceder ao adiamento do46º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica (ENPL) para 2021.Desta forma, em 2020 não haverá Encontro de PastoralLitúrgica.A temática do próximo ENPL terá como tema “Celebrar comos jovens. Rumo à JMJ” e realizar-se-á de 26 a 29 Julho de2021.

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14 de maio de 2020ÚLTIMA PÁGINA

Pergunte. Nós respondemos.Pergunta um leitor se Jesus teveirmãos, ou melhor, se Maria tevemais filhos. Irmãos biológicos,indubitavelmente não. Então, aquem se referem os evangelistasquando utilizam a expressão ‘’aMãe de Jesus e seus irmãos’’?Deixemos claro à partida que,para Jesus, o parentesco bio-lógico não tem nenhuma rele-vância no Reino de Deus, semqualquer menosprezo para estemundo presente. O relaciona-mento mais íntimo de Jesus é como seu Pai, que está nos céus. Oúnico “parentesco” permanenteque Ele deseja ter é de ordemespiritual – e é com aqueles quefazem a vontade de Deus. A estes,Ele chama ‘’meus irmãos’’.Quem são, então, os ‘irmãos’ deJesus da pergunta do nossoleitor? Os irmãos de Jesus, comofica claro pelos textos evan-gélicos, eram filhos de Alfeu/Cléofas e sua esposa, e não deJosé e Maria. Em diversos lu-gares, o Evangelho fala desses“irmãos”: Mt. 12,46-47; Mc. 3,31-32; Lc. 8,19-20; Jo. 7,1-10. Efe-tivamente, as línguas hebraica earamaica não possuem palavrasque traduzam o nosso ‘‘primo’’ou ‘‘prima’’, e servem-se dapalavra ‘‘irmão’’ ou ‘‘irmã’’ parauma grande variedade de fa-miliares. De facto, no AntigoTestamento encontramos, so-bretudo em Gn. 37,16; 42,15; 43,5;12,8-14; 39,15), sobrinhos, primosirmãos e primos segundos (Lv.10,4) – e até ‘parentes’ em geral(Jb. 19,13-14; 42,11), mencio-nados com esse sentido gené-rico. Lê-se, por exemplo, no livrodo Génesis que ‘‘Taré era pai de

Abraão e de Harão, e que Harãogerou a Lot’’ (Gn. 11,27) que, porconseguinte, seria sobrinho deAbraão. Contudo, o mesmo Gé-nesis, mais adiante, chama a Lot‘’irmão de Abraão’’ (Gn 13,3).Também Jacob se declara irmãode Labão, quando, na verdade,era filho de Rebeca, irmã deLabão (Gn. 29,12-15), logo seusobrinho.No Novo Testamento, fica cla-ríssimo que os ‘irmãos’’ de Jesusnão eram filhos de Maria. Tiagoe Judas, conforme afirma Lucas,eram filhos de Alfeu ou Cléofas:Lc 6,15-16. Quanto a ‘’José’’,Mateus diz que é irmão de Tiago:Mt 27,56. Em Mateus lê-se:“Estavam ali (no calvário), aobservar de longe…, Maria Mag-dala, Maria, mãe de Tiago e deJosé, e a mãe dos filhos deZebedeu”. Essa Maria, mãe deTiago e José, não é a esposa deJosé, mas de Cléofas, conformeJoão 19,25. O qual, segundo atradição exposta por Eusébio deCesareia, era irmão de São José.‘‘Tiago, José e Judas’’ são verda-deiramente irmãos entre si, filhosdo mesmo pai e da mesma mãe:

Alfeu ou Cléofas é o pai deles eMaria de Cléofas, sua mãe.Da mesma forma, se Maria tivesseoutros filhos, ela não teria ficadoaos cuidados de João, que nãoera da família, mas seria entregueao seu filho mais velho, segundoordenava a Lei de Moisés.Outra pergunta se impõe: Por quemotivo os evangelhos nuncadesignam os ‘irmãos de Jesus’’por ‘filhos de Maria’’ ou de‘‘José’’, como fazem em relação aJesus? E por que motivo, durantetoda a vida da Sagrada Família,os evangelistas apenas referemtrês membros: Jesus, Maria eJosé? Portanto, a própria SagradaEscritura demonstra que os su-postos ‘irmãos’’ de Jesus sãoseus primos e não seus irmãoscarnais.Exposta a via da Escritura, diztambém a Tradição, nomea-damente, o já citado Eusébio deCesareia, referindo um outroescritor mais antigo, bem como oProto evangelho de Tiago (es-crito apócrifo), que José eraviúvo e tinha filhos jovens desseseu casamento. Por conseguinte,ao casar com Maria, também elapassaria a ser mãe dos filhos deJosé.Em suma, por via das Escriturasou por via da Tradição, a Virgemfoi virgem antes do parto, du-rante o parto e depois do parto,por um mistério que escapa àmente humana. Por isso, diz opovo, com razão, que ‘’Jesusentrou e saiu por ela como o solpela vidraça’’.Até para a semana, se [email protected]

TESTES COVID-19NO CENTRO

PAROQUIAL E SOCIALDO SALVADOR (POLO I)

E NA MANSÃODE SÃO JOSÉ

Testes COVID-19 efetuados peloAlgarve Biomedical Center (ABC),numa iniciativa do Ministério doTrabalho e da Segurança Social ecoordenação territorial com as autarquias da responsabilidade daCIMBAL, resultados acabados deserem conhecidos das duas insti-tuições do concelho de Beja atéagora testadas:- Centro Paroquial e Social doSalvador Pólo I (140 testes) TodosNegativos;- Mansão de São José (130 testes)Todos Negativos;

Face à evolução da situação epidemiológica do país, a Direção-Geral da Saúdeinforma que as visitas a Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) e Unidadesde Cuidados Continuados Integrados (UCCI) da Rede Nacional de CuidadosContinuados Integrados (RNCCI) podem ser retomadas, a partir do dia 18 demaio, com respeito pelos seguintes requisitos gerais e específicos:Aspetos gerais:1. A instituição deve ter um plano para operacionalização das visitas e teridentificado um profissional responsável pelo processo.2. A instituição deve comunicar aos familiares e outros visitantes as condiçõesnas quais as visitas decorrem.3. A instituição deve garantir o agendamento prévio das visitas, de formaa garantir a utilização adequada do espaço que lhe está alocado, a respetivahigienização entre visitas e a manutenção do distanciamento físico apropriado.4. A instituição deve ter organizado um registo de visitantes, por data,hora, nome, contacto e residente visitado.5. As pessoas que participam na visita devem manter o cumprimento detodas as medidas de distanciamento físico, etiqueta respiratória e higienizaçãodas mãos (desinfeção com solução à base de álcool ou lavagem com água esabão).6. As pessoas com sinais ou sintomas sugestivos de COVID-19 ou com contactocom um caso suspeito ou confirmado de COVID-19 nos últimos 14 dias, nãodevem realizar ou receber visitas.Aspetos relacionados com a instituição:1. A instituição deve disponibilizar, nos pontos de entrada dos visitantes,materiais informativos sobre a correta utilização das máscaras, higienizaçãodas mãos e conduta adequada ao período de visitas (material disponível em:https://covid19.min-saude.pt/materiais-de-divulgacao/).2. A instituição deve acautelar que, no momento da primeira visita, os seusprofissionais informam os familiares e outros visitantes sobre comportamentosa adotar de forma a reduzir os riscos inerentes à situação.3. A instituição deve garantir que a visita decorre em espaço próprio, amplo ecom condições de arejamento (idealmente, espaço exterior), não devendo serrealizadas visitas na sala de convívio dos utentes ou no próprio quarto, excetonos casos em que o utente se encontra acamado (nos casos de quartospartilhados terão de ser criadas condições de separação física).4. A instituição deve assegurar o distanciamento físico entre os participantesna visita, mantendo, pelo menos, 2 metros entre as pessoas, e identificando,visivelmente, as distâncias.5. A instituição deve disponibilizar aos visitantes produtos para higienizaçãodas mãos, antes e após o período de visitas.6. A instituição deve, sempre que possível, definir corredores e portas decirculação apenas para as visitas, diferentes dos de utentes e profissionais.7. A instituição deve certificar-se do cumprimento das regras definidas pelaDireção-Geral da Saúde para a contenção da transmissão da COVID-19,nomeadamente a correta utilização de máscaras pelos utentes.Aspetos relacionados com os visitantes:1. As visitas devem ser realizadas com hora previamente marcada e com tempolimitado (não devendo exceder 90 minutos).2. As visitas devem respeitar um número máximo por dia e por utente, sendo,numa primeira fase, de um visitante por utente, uma vez por semana (estelimite pode ser ajustado mediante as condições da instituição e a situaçãoepidemiológica local, em articulação com a autoridade de Saúde local e segundoa avaliação de risco).3. Os visitantes devem respeitar o distanciamento físico face aos utentes, aetiqueta respiratória e a higienização das mãos.4. Os visitantes devem utilizar máscara, preferencialmente cirúrgica, durantetodo o período de permanência na instituição.5. Os visitantes não devem levar objetos pessoais, géneros alimentares ououtros produtos.6. Os visitantes não devem circular pela instituição nem utilizar as instalaçõessanitárias dos utentes (se não for possível, deve ser definida uma instalaçãosanitária de utilização exclusiva pelos visitantes durante o período de visitasque deve ser higienizada, entre visitas e antes de voltar a ser utilizada pelosutentes).7. Os visitantes que testem positivo a COVID-19 devem informar a autoridadede saúde local, caso tenham visitado a instituição até 48 horas antes do iníciodos sintomas.

Sem prejuízo do disposto nos pontos anteriores, as ERPI e UCCI da RNCCIdevem incentivar e garantir os meios para que os utentes possam comunicarcom os familiares e amigos através de vídeo chamada ou telefone.

LARES DE IDOSOSRegresso das Vísitas

a 18 de Maio