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8/19/2019 Curso de metafísica http://slidepdf.com/reader/full/curso-de-metafisica 1/38 Instituto de Filosofia e Teologia Santa Cruz METAFÍSICA Professor: Rafael Carneiro Rocha 2016/1

Curso de metafísica

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Instituto de Filosofia e Teologia Santa Cruz

METAFÍSICA

Professor: Rafael Carneiro Rocha

2016/1

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“É   ilusório pensar que, tendo pela frente umarazão débil, a fé goze de maior incidência; pelocontrário, cai no grave perigo de ser reduzida aum mito ou superstição. Da mesma maneira,uma razão que não tenha pela frente uma féadulta não é estimulada a fixar o olhar sobre anovidade e radicalidade do ser (São JoãoPaulo II,  Fides et ratio, IV – 48”).

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Parte IA questão sobre o sentido do serem Platão e Aristóteles

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E n a v er dad e, o q u e d es d e o s t em p o s an tig o s,as s im c o m o ag o ra e s em p r e, c o n s ti tu i o et er n o  ob jeto de pesqu isa e o eterno pro blem a:  

“ q u e éo s er o u o q u e éaq u ilo q u e é? ”,

equiv ale a este:  

“ q u e é οὐσία (ousia)? ” 

(Aristóteles, METAFÍSICA, 1028b)

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O que é aquilo que é (Οὐσία )?

O que é(x)?

O que é   ?

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O que é aquilo que é (Οὐσία )?

 A pergunta sobre o que é aquilo que é(ousia) pode se referir a:

1. Essência (Intemporal, Imutável, “mental”)2. Substância (Temporal, Mutável, “real”)

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O que é ?

Por conseguinte, a resposta pode se referir:

1. A uma definição universal, ou a umaessência (Homem; Papa).2. A um indivíduo real, ou a uma substância(Papa Francisco; Jorge Mario Bergoglio)

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Essência x Substância

 Podemos dizer, de maneira geral, que umafilosofia sobre o ser que reporta para o sentidoessencial de Οὐσί α    é uma filosofia da

essência,   enquanto uma filosofia sobre o ser que se detém no sentido real de Οὐσί α   é umafilosofia da substância.   Isso pode ser umaprimeira chave de compreensão para lidarmos

com as diferenças entre a filosofia platônica (daessência) e a filosofia aristotélica (dasubstância).

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Filosofia da essência em Platão

 Para compreendermos o sentido da pergunta “o queé x?”,   de maneira que   Οὐσία   seja consideradaenquanto essência, precisamos refletir sobre o

sentido da linguagem.   Para Platão, a essência é o que impede que tudo na

linguagem seja definição arbitrária.

 A linguagem não deve ser apenas convenção entre

homens. No diálogo   Crátilo, Platão refuta a tese deProtágoras, segundo a qual o homem é a medida detodas as coisas.

  A  Οὐσία  é a medida da linguagem (RICOEUR, 2014,

p.12-15).

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Filosofia da essência em Platão

 Aquilo que é significado por uma palavra, istoé, a sua essência, se identifica com o ser.

 A essência é anterior, prioritária epreeminente em relação às coisas que estãona realidade, significadas por palavras.

 Dessa maneira, a essência preside as coisas

e preside as palavras. Palavras e coisas são“sombras na caverna”. É preciso apreender asessências ou ideias, para conhecer verdadeiramente .

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 A crítica de Aristóteles a Platão

  Muitos estudiosos defendem que a crítica de Aristóteles à doutrina das Ideias envolve umadistorção do pensamento de Platão.

 A seguir, apresentaremos algumas dessas críticasde Aristóteles, presentes em sua  Metafísica:“Entre os muitos absurdos dessa doutrina, o maior consiste em afirmar, por um lado,

que existem outras realidades além das existentes neste mundo e afirmar, por outro lado, que são iguais às sensíveis, com a única diferença de que umas são

eternas e as outras corruptíveis. Eles afirmam, de fato, que existe um “homem emsi”,   um “cavalo   em si”,   uma “saúde   em si”,   sem acrescentar nada além,comportando-se, aproximadamente, como os que afirmam a existência de deuses,mas que eles têm forma humana. Com efeito, os deuses que eles admitem nãosão mais que homens eternos, enquanto as Formas que eles postulam não sãomais que sensíveis eternos (Metafísica, B 2, 997b 5-12)”.

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 A crítica de Aristóteles a Platão

“De fato, os pitagóricos dizem que os seres subsistem por “imitação” dos números;Platão, ao invés, diz por “participação”, mudando apenas o nome. De todo modo,tanto uns como o outro descuidaram igualmente de indicar o que significa“participação” e “imitação” das Formas (Metafísica A 6, 987b 11-14)”.

“E, certamente, as coisas sensíveis não podem derivar das Formas em nenhum

daqueles modos que de costume são indicados. Dizer que as Formas são“modelos” e que as coisas sensíveis “participam” delas significa falar sem dizernada e recorrer a meras imagens poéticas (Metafísica A 9, 991 a 19-23)”.

“E mais, parece impossível que a substância exista separadamente daquilo de que ésubstância; consequentemente, se são substâncias das coisas, como podem asIdeias existirem separadamente das coisas? Mas no Fédon é afirmado justamente

isso: que as Formas são causa do ser e do devir das coisas. Contudo, mesmoconcedendo que as Formas existam, as coisas que delas participam não seproduziriam se não existisse a causa motora (Metafísica A 9, 991 b 1-5)”.

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 A crítica de Aristóteles a Platão

  Segundo Reale, Aristóteles substitui o mundo dasIdeias transcendentes ao sensível de Platão pelomundo das formas concebido como estruturainteligível do próprio sensível (Reale, 2001, p. 215).Contudo, isso parece significar que a doutrinaaristotélica das formas seria impensável sem quehouvesse a doutrina platônica a lhe anteceder.Vejamos como Aristóteles defende o seguinte

princípio da prioridade da forma: “Se   a forma éanterior e mais ser do que a matéria, pela mesmarazão ela também será anterior ao composto(Metafísica, Z 3, 1029 a 5-7)”.

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 A Escola de Atenas (Scuola di Atene nooriginal) é uma das mais famosas pinturas dorenascentista italiano Rafael e representa a

 Academia de Atenas. Foi pintada entre 1509 e1511 na Stanza della Segnatura sobencomenda do Vaticano.

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Platão e Aristóteles

 Aristóteles tem a “realidade no mundo” como ponto departida, e não as “ideias que transcendem o mundo”.

 O conhecimento, para Aristóteles, origina-se a partir 

da percepção sensível que temos das coisas, demaneira que a partir desse primeiro grau de saber,referente à multiplicidade das coisas que estão àdisposição dos nossos sentidos, somosgradativamente conduzidos aos graus mais elevadosde conhecimento, que irão se referir cada vez maisnão a uma multiplicidade, mas a uma universalidade.Os graus de conhecimento em Aristóteles são:Percepção, Recordação, Experiência, Técnica,

Ciência e Sabedoria (Sophia).

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Platão e Aristóteles

  Platão identifica a filosofia com a dialética. Duasoperações constituem a dialética: a “recondução”dos muitos ao uno (universalização) e a “divisão” douno em muitos. A operação de “recondução”   é oprocesso segundo o qual das muitas realidadesindividuais sobe-se ao único universal (a ideia), e demuitas realidades universais sobe-se a um princípiouniversalíssimo, compreensivo de todos (a ideia

suprema); enquanto a operação de “divisão”   é oprocesso segundo o qual no interior de uma ideiamais universal se distinguem uma multiplicidade deideias particulares (BERTI, 2012, p. 35).

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Platão e Aristóteles

 A “recondução” em Platão reporta a uma ideiade contemplação intelectual, em que afilosofia parece depender do mito da

Reminiscência. A “recondução” em Aristótelestem como ponto de partida a realidadesensível, contingente, plural e mutável domundo.

 De qualquer maneira, em ambos a “divisão”reporta a uma doutrina da multivocidade dosentido do ser.

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

 Na obra   O sofista, a operação dialética da divisãoserá importante para Platão demonstrar que numcerto sentido o não-ser é e que também, por sua

vez, o ser de certa forma não é.  O próprio Aristóteles, em sua   Metafísica, de alguma

maneira herda de Platão a tese da multivocidade dosentido do ser: "o ser se diz em vários sentidos"

(Metafísica Z 1, 1028 a).

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

  O sofista, assim como   Político, são diálogos tardiosde Platão que pretendem nos ensinar como fazer melhor as investigações filosóficas.

  O sofista   é uma obra relacionada ao diálogoParmênides (em que a doutrina das ideias do jovemSócrates é confrontada por um velho Parmênides).Muitos estudiosos defendem que o diálogoParmênides  é uma tentativa de Platão defender adoutrina das ideias das acusações mais típicas quesão feitas contra ela.

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

  Em   Parmênides, após criticar a doutrina das ideiasdefendidas inadequadamente por um jovemSócrates, Parmênides lhe recomenda que antes que

uma tese seja defendida, deve-se passar por umrigoroso treino filosófico. Em seguida, Parmênidesdemonstra como esse exercício deveria ser feito,focando-se em sua tese de que só há um ente(Parmênides 128 a-b, 137b), ou seja: "O que é, é; oque não é; não é".

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

  O Sofista é um diálogo que tem como protagonista oEstrangeiro de Eleia (não por acaso, a terra natal deParmênides). Ao utilizar a figura do visitante deEleia, Platão parece remeter os seus leitores aoestilo de performance filosófica defendida noParmênides para, curiosamente, criticar a tese deParmênides sobre a univocidade de sentido do ser.

  O diálogo   Sofista   pretende criticar a tese deParmênides de que não podemos sequer falar oupensar aquilo que não é (237a). Os sofistasfundamentam-se nessa tese de Parmênides paranegar a hipótese do discurso falso.

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

 Os sofistas são acusados duramente por Platão de aparentarem uma sabedoria sobretodas as coisas.

  Os jovens são atraídos pelos sofistas, quevendem o ensino sobre todas as coisas.

 Porém, se acusarmos os sofistas de

produzirem discursos falsos, eles nosrefutariam com o seguinte argumento: “não hádiscursos falsos”.

A lti id d d tid d

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

  O sofista se esconde astuciosamente naobscuridade do não-ser. Se o discurso verdadeiroenuncia aquilo que é, o discurso falso enunciariaaquilo que não é. Ora, se algo é um discurso e seuma determinada combinação de palavras diz algo,expressa-se “algo” ou o ser e, portanto, diz-se sobreaquilo que “é”.

 Além do mais, de acordo com Parmênides, não sepoderia, legitimamente, nem pronunciar, nem dizer,nem pensar o não-ser: O estrangeiro de Eleia o cita:“Jamais  obrigarás os não-seres a ser; antes afastateu pensamento desse caminho de investigação”

(237b).

A lti id d d tid d

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

 Dessa maneira, o Estrangeiro admite que deve-se“discutir    a tese de nosso pai Parmênides edemonstrar, pela força de nossos argumentos que,em certo sentido, o não-ser é; e que, por sua vez, oser, de certa forma, não é” (241 d-e).

 Para o Estrangeiro, Parmênides e os demais pré-socráticos discerniram e determinaram o número e anatureza dos seres como se estivessem contandofábulas. A investigação filosófica se dava de umamaneira que era difícil ou impossível ao ouvinteacompanhar o desencadeamento das etapas.

A lti id d d tid d

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

 Segundo o Estrangeiro, houve quemadmitisse o ser como móvel ou ainda comocorporal e, de maneira oposta, o ser como

imutável ou como puramente formal.  Para conceber, então, com mais clareza o ser 

e o não-ser, o Estrangeiro segue ainvestigação tratando dos gêneros supremos:o ser, o movimento e o repouso.

A lti id d d tid d

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

 Algo pode ser e não-ser a partir da diversidade derelações entre gêneros.

  Há relação entre gêneros, mas não de maneira

indiscriminada. É absurdo dizer que nada combinacom nada (repouso ou movimento não combinariamcom ser; o que é impossível, porque tais formasparticipam da existência); mas também não se podedizer que tudo combina com tudo (movimento nãopode combinar com repouso, porque ele deixaria deser aquilo que é).

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

  O movimento e o repouso também não podem ser “omesmo”,   porque se fossem “o mesmo”,   repousoseria movimento e vice-versa.

  O ser também não pode ser confundido com “omesmo”, porque se assim fosse, tudo aquilo que é,como o movimento e o repouso, seriam o mesmo.Por fim, o ser também não é “o outro”, porque assim já não haveria um “outro”  que não fosse relativo aoutra coisa. O “outro” só é por causa de sua relaçãonecessária com outra coisa.

A m lti ocidade do sentido do ser

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 A multivocidade do sentido do serem Platão

  Ser e não-se se entrelaçam, porque há váriasmaneiras de afirmar e de negar, conformedemonstram as relações entre os cinco gênerossupremos.

 Se houvesse apenas uma maneira de afirmar, ou dedizer que algo “é”, cairíamos em absurdos do tipo:

- Sócrates é homem

- Sócrates é branco- Branco é cor - Cor é homem

A multivocidade do sentido do ser

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 A multivocidade do sentido do serem Aristóteles

 A doutrina das categorias ou dospredicamentos de Aristóteles também é umaresposta, possivelmente influenciada por 

Platão, à tese de Parmênides sobre aunivocidade do sentido do ser.

 Os diversos modos de predicação sãoindicativos dos diversos modos de ser.

A multivocidade do sentido do ser

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 A multivocidade do sentido do serem Aristóteles

óteles afirma na  Metafísica:

por si são ditas todas as acepções de ser segundo as figurass categorias: tantas são as figuras das categorias quantoso os significados do ser. Porque algumas das categoriasnificam a essência   (ti esti   - o que algo é  –   expressa a

esma ideia do to ti en einai  –  aquilo que era ser), outras aalidade  (ser constituído de tal e tal maneira ou ter tal e talalidade), outras a quantidade  (ser de tal e tal tamanho ou

mero), outras a relação   (ser relacionado a algo), outras oir  e o padecer , outras o onde e o quando. Segue-se que or tem significados correspondentes a cada uma destas017a 25-30).”

A multivocidade do sentido do ser

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 A multivocidade do sentido do serem Aristóteles

 A doutrina de Aristóteles sobre a multivocidade dosentido do ser, ou acerca do entrelaçamento entreser e não-ser, se fundamenta pela sua tese de ato epotência enquanto modos de ser.

 Ato e potência são conceitos que não podem ser definidos facilmente, por serem generalíssimos.Porém, eles podem ser facilmente compreendidos apartir de suas instanciações em matéria e forma.Matéria e forma são realidades. A composição dematéria e forma é sempre real. Ao contrário, ato epotência são noções abstratas, ou simples entes derazão.

Conceitos básicos de Aristóteles:

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Conceitos básicos de Aristóteles: Ato e Potência/ Forma e Matéria

Conceitos básicos de Aristóteles:

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Conceitos básicos de Aristóteles: Ato e Potência/ Forma e Matéria

Conceitos básicos de Aristóteles:

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Conceitos básicos de Aristóteles: Ato e Potência/ Forma e Matéria

Conceitos básicos de Aristóteles:

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Conceitos básicos de Aristóteles: Ato e Potência/ Forma e Matéria

Conceitos básicos de Aristóteles:

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Conceitos básicos de Aristóteles: Ato e Potência/ Forma e Matéria

Em cada extremo dos conceitos de ato epotência enquanto modos de ser temos:

 Matéria-prima: matéria sem forma,maximamente potência, “nada”.

 Deus: maximamente ato, ser por excelência.(Em Aristóteles: Primeiro motor imóvel)