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ANO XI • n° 79 da Catedral do Mediador Diocese Sul-Ocidental • Igreja Episcopal Anglicana do Brasil OUTUBRO • 2007 EXPEDIENTE Textos: Deão Fábio e André Fortes Diagramação: André Machado Fortes Informações: Av. Rio Branco, 890 Santa Maria - RS Fone (55)3223.5677 (esc) 3221.3051 (res) e-mail: [email protected] Site: www.swbrazil.anglican.org/catedral Distribuição gratuita 4 Palavra do Diocesano T oda oração exige renovação e descanso, e nela podemos chegar a conclusão de que realmente habitamos em nosso interior e exterior. Oração também é poesia... Reli- giosidade nem sempre. Muitos mercadejam a religião como busca de consolo espiritual, ou uma forma agradável de viver. A religiosi- dade – que é o que Karl Marx quis dizer quan- do comparou a religião ao ópio -, anuncia um conforto ao estilo de vida que torna-se muitas vezes uma forma conveniente de jus- tificar nosso afastamento dos desafios, da desordem e dos sofrimentos que estão den- tro e fora de nós, nos isolando do mundo. Por isso, nosso hábito de abertura para com Como o Ferro com o Ferro se afia... o Pai Celestial não deve ser apenas uma ati- tude poética, nem uma “maquininha” alimentadora de bons pensamentos que nos satisfaçam emocionalmente, melhore nossa auto-estima e nos faça sentir completos em nós mesmos. Não, abertura para com Deus não é isso... Um dos caminhos que nos leva a oração sadia, essa que é a ponte de nossa relação com o hálito de Deus, é que podemos saber que estamos no caminho certo quando ela é para nós um caminho de crescente insatisfa- ção com o que a humanidade fez no mundo e para o mundo, e de uma insatisfação com o que ainda não melhorou e sarou em nós, e através de nós. É uma atitude que precede transformação. Diz em um provérbio bíblico: “Assim como ferro afia ferro, assim também o ho- mem ao seu amigo”. Em outras palavras, a nossa relação com outras pessoas nos modi- fica, mesmo quando não queremos ou não percebemos isso. É o afiar dos ferros... Ora se Deus é nosso amigo – se não é, deveria ser – não podemos evitar tomar for- ma nova sob a Sua influencia ao longo do tempo. Para tanto, a amizade com Deus não nos isenta de sermos amigos do “deus Ego”. Ele também nos afia e nos transforma em pessoas limitadas e centristas. Ante a uma abertura, que a relação intima com o hálito de Deus promove, a relação de intimidade com o “deus Ego” enquadra e encaixota a nós mesmos. Isola o agente da oração... Nossa oração egoísta é voltada para nós mesmos, e assim nos tornamos mais religi- osos que espirituais (que é diferente de espiritualista...). E é nessa relação “orante” de vida que devemos perceber se nela estamos nos “janelando” ou “engavetando”... Imagine a Gaveta. A Gaveta é um lugar que por ter a preocupação de reter, na mai- oria das vezes está cerrada em si; na exigên- cia da sua conduta conserva-se sempre “qua- drada”; só doa para o exterior aquilo que é velho e não serve mais... Fechada, a Gaveta Igreja Episcopal Anglicana do Brasil Província da Comunhão Anglicana Diocese Sul-Ocidental CATEDRAL do MEDIADOR Bispo Diocesano: Dom Jubal Pereira Neves Deão: Rev. Fábio de Sousa Vasconcelos Coadjutor: Rev. Luiz Ferreira de Almeida Cônegos: Rev. João Victorino Fernandes Fortes Rev. José de Deus Luongo da Silveira Rev. Francisco de Assis da Silva Ministros Leigos: Sr. André Medeiros Sra. Neiza Leite Veleda Atividades Paroquiais Terças-feiras 15h - Reunião da ISC Quartas-feiras 19h - Culto de Oração Terças a quintas-feiras 14 às 17h, aconselhamento pastoral (em ga- binete). Agende atendimento. Fone 3223.5677 Domingos 9h20min - Escola Bíblica Dominical para Adultos 10h - Culto Eucarístico 10h30min - Escola Dominical para crianças Rev. Deão Fábio de Sousa Vasconcelos (55) 3221.3051(res) 3223.5677 (esc) e-m@il: [email protected] Site: www.swbrazil.anglican.org/catedral Em São Lucas 16.1-13, a primeira impressão é a de que parece vermos Jesus reforçar o administrador por sua canalhice. Em verdade, Ele compa- ra o caminho esperto pelo qual um homem desonesto prepara para si mesmo um futuro garantido, mais ou menos parecido pela forma desaten- ta como também nós nos preparamos espiritualmente para a eternidade. Lendo esta parábola, lembrei-me de um texto que recebi pela internet, de um amigo meu, uma espécie de parábola moderna que tem nexo com esse texto: chama-se “a rifa de um burro”... Era uma vez quatro garotinhos, que foram ao campo e compraram de um velho camponês um burro por R$ 100. O senhor combinou e entregar-lhes o animal no dia seguinte. Porém, no dia da entrega o camponês lhes disse: - Sinto muito amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu. - Então devolva-nos o dinheiro! - Não posso, já o gastei todo. - Então, de qualquer forma, queremos o burro. - E para que o querem? O que vão fazer com ele? - Nós vamos rifá-lo. - Estão loucos? Como vão rifar a um burro morto? - Obviamente não vamos dizer a ninguém que ele está morto. Um mês depois, o camponês se encontrou novamente com os quatro garotos e lhes perguntou: - E então, o que aconteceu com o burro? - Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 500 números a R$ 2,00 cada um; e arrecadamos R$ 1.000,00. - E ninguém se queixou? - Só o ganhador, porém lhe devolvemos os R$ 2,00 e pronto. Os quatro garotinhos cresceram e, quando adultos, fundaram no Brasil um tal de Banco Rural, uma empresa de publicidade (SMP&B) , uma igreja universal, e o restante chegou ao Senado da República... “Não podemos servir a dois senhores”! São palavras de Jesus que signi- ficam que não podemos servir ao mesmo tempo a Deus e ao dinheiro. Também diz que existe a possibilidade de colocarmos Deus de lado e adotarmos o dinheiro como senhor, como deus de nossas vidas. A este processo chamamos “idolatria”, a “idolatria do mercado” que está presente entre nós e que pode inclusive esconder-se atrás da religião (Amós 8.4-7). Não pretendemos discutir a necessidade do dinheiro na sociedade. Reco- nhecemos essa necessidade para se viver dignamente. A questão é o jeito de usar o dinheiro, ou então o uso que fazemos desse dinheiro (para quê e como o empregamos). Podemos facilmente identificar vícios e desonestidades ao nosso redor, com as quais nos indignamos, e que prejudicam nossa vida e de maneira mais forte ainda aos mais empobrecidos. O que está acontecendo? Não vemos saúde, nem força, nem união! Vemos uma sociedade que está se esquecendo de Deus. Se reforça o pro- cesso de secularização, isto é, o entendimento de que homem e mulher possuem autonomia em tudo, a ponto de não mais precisar de Deus para nada. Não se precisa mais de Deus por que a ciência pode tudo... Ela nos diz inclusive a previsão do tempo para a semana que vem... É claro que não queremos em abso- luto questionar a ciência, que é, aliás, admirável no seu desenvolvimento, e é um dom de Deus. A questão é outra: a sociedade sem Deus torna-se indivi- dualista. Quando uma sociedade esquece Deus, a religião e fé desaparecem da vida das pessoas, que se tornam presas fáceis de paixões e do individualismo. Ficam menos atentas com o que se pas- sa com os outros, trocam Deus pela ri- queza, e a fraternidade e a solidariedade são substituídos pelo individualismo e pelo culto da prosperidade. A pessoa individualista centraliza tudo nela. Coloca-se como o centro de tudo, e por isso não precisa mais de Deus. O outro não tem valor, pois a pessoa passa a pensar somente em si mesmo, na sua família apenas. O outro se torna concorrente, deixando de ser irmão/ irmã... ou então apenas parceiro/a de interesses comerciais. Vive-se alimen- tando a idolatria da auto suficiência em livros de auto-ajuda (vejam o título: “você é capaz de ajudar-se a si mesmo!”), em programas de televisão e rádio incentivando o individualismo e provocando a incapacidade de conviver com o outro fraternalmente. “Cada um que se vire... eu preciso cuidar de mim e da minha família...”; e só busco uma igreja que me ajude nisso, me proporcione a prosperidade e o sucesso... ”Por que se eu não cuidar de mim, quem vai se importar comigo?” Com essa mentalidade estamos a um passo da agressividade, da violên- cia, do desrespeito, da malandragem... Nossa liturgia toda nos convida, fortalece e anima para uma resposta a tudo isso. O que podemos, como discípulos de Cristo, ser-falar-e-agir? A que somos enviados? A quem servimos? Que diferença fazemos? Onde podemos mudar? Lembro uma frase do revd Juan Olivier (Seminário Geral de New York), em palestra ao nosso clero diocesano, em Santa Maria, mês de agosto p. passado, em nosso Centro Diocesano de Conferências: • Em primeiro lugar temos que querer. • Em segundo lugar, lembramos que o processo de evangelização (a missão da Igreja) envolve necessariamente quatro fases inseparáveis: 1. Atrair | 2. Acolher | 3. Formar | 4. Amadurecer Que saibamos reconhecer nosso objetivo e estabelecer nossas priorida- des. Só assim saberemos o caminho. +Jubal Neves, bispo anglicano de Santa Maria “Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro.” (São Lucas 16.13) não apresenta nada para ninguém, nem promove relação com o que tem de mais valioso dentro de si, isolando todo com o que esta fora de si... Tem muita gente que não quer afiar o ferro com Deus e continua sendo gaveta. No entanto, existe a esperança, po- demos ser Janela! A Janela é lugar de abertura, é lugar de descoberta de vida, imagens, cores, cheiros, sensações que nos levam aos ferros de outros amigos. A Janela é quadrada só de longe, mas de perto assume a forma de moldura das paisagens, como quem completa a obra; apresenta o que há de especial por dentro, porque foi idealizada para estar aberta e não fechada. Na janela vê-se a banda passar e joga-se as tranças ao outro... A esperança que o afiar do nosso ferro com o amigo Deus nos trás, é que, nos transformamos nessa relação em “janelas” e deixamos de ser “gavetas”. Na espiritualidade sadia percebemos que a abertura nos faz mais maduros, na religiosidade percebemos que o fe- chamento nos faz mais medíocres. Por isso devemos escolher entre ja- nelas e gavetas. Entre espiritualidade madura ou religiosidade medíocre, en- tre permanecer as relações que nos trans- formam em pessoas egoístas ou partir para relações que nos transformam em pessoas amigas de verdade. Certamente hoje você estará se per- cebendo janelando ou engavetando em sua vida. Minha oração é que você continue ou comece a afiar seu ferro com o ferro do seu amigo, principalmente se um deles for o nosso Pai celeste, Criador, e Salvador em Cristo. Qualquer coisa venha afiar seu fer- ro conosco, você sabe como nos encon- trar... Oremos! Fábio Vasconcelos, Deão da Catedral, Teólogo e Arquiteto Diocese Sul-Ocidental - Igreja Episcopal Anglicana do Brasil da Catedral do Mediador

da Catedral do Mediador - Amazon S3s3.amazonaws.com/dfc_attachments/public/documents/... · a religião como busca de consolo espiritual, ou uma forma agradável de viver. A religiosi-dade

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ANO XI • n° 79

da Catedral do MediadorDiocese Sul-Ocidental • Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

OUTUBRO • 2007

E X P E D I E N T ETextos: Deão Fábio e André FortesDiagramação: André Machado FortesInformações: Av. Rio Branco, 890

Santa Maria - RSFone (55)3223.5677 (esc)

3221.3051 (res)e-mail: [email protected]: www.swbrazil.anglican.org/catedral

Distribuição gratuita

4 Palavra do Diocesano

Toda oração exige renovação e descanso,e nela podemos chegar a conclusão de

que realmente habitamos em nosso interiore exterior. Oração também é poesia... Reli-giosidade nem sempre. Muitos mercadejama religião como busca de consolo espiritual,ou uma forma agradável de viver. A religiosi-dade – que é o que Karl Marx quis dizer quan-do comparou a religião ao ópio -, anunciaum conforto ao estilo de vida que torna-semuitas vezes uma forma conveniente de jus-tificar nosso afastamento dos desafios, dadesordem e dos sofrimentos que estão den-tro e fora de nós, nos isolando do mundo.Por isso, nosso hábito de abertura para com

Como o Ferro com o Ferro se afia...o Pai Celestial não deve ser apenas uma ati-tude poética, nem uma “maquininha”alimentadora de bons pensamentos que nossatisfaçam emocionalmente, melhore nossaauto-estima e nos faça sentir completos emnós mesmos. Não, abertura para com Deusnão é isso...

Um dos caminhos que nos leva a oraçãosadia, essa que é a ponte de nossa relaçãocom o hálito de Deus, é que podemos saberque estamos no caminho certo quando ela épara nós um caminho de crescente insatisfa-ção com o que a humanidade fez no mundoe para o mundo, e de uma insatisfação como que ainda não melhorou e sarou em nós, eatravés de nós. É uma atitude que precedetransformação.

Diz em um provérbio bíblico: “Assimcomo ferro afia ferro, assim também o ho-mem ao seu amigo”. Em outras palavras, anossa relação com outras pessoas nos modi-fica, mesmo quando não queremos ou nãopercebemos isso. É o afiar dos ferros...

Ora se Deus é nosso amigo – se não é,deveria ser – não podemos evitar tomar for-ma nova sob a Sua influencia ao longo dotempo. Para tanto, a amizade com Deus nãonos isenta de sermos amigos do “deus Ego”.Ele também nos afia e nos transforma empessoas limitadas e centristas. Ante a umaabertura, que a relação intima com o hálitode Deus promove, a relação de intimidadecom o “deus Ego” enquadra e encaixota anós mesmos. Isola o agente da oração...

Nossa oração egoísta é voltada para nósmesmos, e assim nos tornamos mais religi-osos que espirituais (que é diferente deespiritualista...). E é nessa relação “orante”de vida que devemos perceber se nelaestamos nos “janelando” ou “engavetando”...

Imagine a Gaveta. A Gaveta é um lugarque por ter a preocupação de reter, na mai-oria das vezes está cerrada em si; na exigên-cia da sua conduta conserva-se sempre “qua-drada”; só doa para o exterior aquilo que évelho e não serve mais... Fechada, a Gaveta

Igreja Episcopal Anglicana do Brasil Província da Comunhão Anglicana Diocese Sul-Ocidental

CATEDRAL do MEDIADORBispo Diocesano:Dom Jubal Pereira NevesDeão:Rev. Fábio de Sousa VasconcelosCoadjutor:Rev. Luiz Ferreira de AlmeidaCônegos:Rev. João Victorino Fernandes FortesRev. José de Deus Luongo da SilveiraRev. Francisco de Assis da SilvaMinistros Leigos:Sr. André MedeirosSra. Neiza Leite VeledaAtividades ParoquiaisTerças-feiras15h - Reunião da ISCQuartas-feiras19h - Culto de OraçãoTerças a quintas-feiras14 às 17h, aconselhamento pastoral (em ga-binete). Agende atendimento. Fone3223.5677Domingos9h20min - Escola Bíblica Dominical para Adultos10h - Culto Eucarístico10h30min - Escola Dominical para criançasRev. Deão Fábio de Sousa Vasconcelos

(55) 3221.3051(res) 3223.5677 (esc)

e-m@il: [email protected]

Site: www.swbrazil.anglican.org/catedral

Em São Lucas 16.1-13, a primeira impressão é a de que parece vermosJesus reforçar o administrador por sua canalhice. Em verdade, Ele compa-ra o caminho esperto pelo qual um homem desonesto prepara para simesmo um futuro garantido, mais ou menos parecido pela forma desaten-ta como também nós nos preparamos espiritualmente para a eternidade.

Lendo esta parábola, lembrei-me de um texto que recebi pela internet,de um amigo meu, uma espécie de parábola moderna que tem nexo comesse texto: chama-se “a rifa de um burro”...

Era uma vez quatro garotinhos, que foram ao campo e compraram de umvelho camponês um burro por R$ 100. O senhor combinou e entregar-lhes oanimal no dia seguinte. Porém, no dia da entrega o camponês lhes disse:

- Sinto muito amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu.- Então devolva-nos o dinheiro!- Não posso, já o gastei todo.- Então, de qualquer forma, queremos o burro.- E para que o querem? O que vão fazer com ele?- Nós vamos rifá-lo.- Estão loucos? Como vão rifar a um burro morto?- Obviamente não vamos dizer a ninguém que ele está morto.Um mês depois, o camponês se encontrou novamente com os quatro garotos

e lhes perguntou:- E então, o que aconteceu com o burro?- Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 500 números a R$ 2,00 cada

um; e arrecadamos R$ 1.000,00.- E ninguém se queixou?- Só o ganhador, porém lhe devolvemos os R$ 2,00 e pronto.Os quatro garotinhos cresceram e, quando adultos, fundaram no Brasil um

tal de Banco Rural, uma empresa de publicidade (SMP&B) , uma igrejauniversal, e o restante chegou ao Senado da República...

“Não podemos servir a dois senhores”! São palavras de Jesus que signi-ficam que não podemos servir ao mesmo tempo a Deus e ao dinheiro.Também diz que existe a possibilidade de colocarmos Deus de lado eadotarmos o dinheiro como senhor, como deus de nossas vidas. A esteprocesso chamamos “idolatria”, a “idolatria do mercado” que está presenteentre nós e que pode inclusive esconder-se atrás da religião (Amós 8.4-7).Não pretendemos discutir a necessidade do dinheiro na sociedade. Reco-nhecemos essa necessidade para se viver dignamente. A questão é o jeitode usar o dinheiro, ou então o uso que fazemos desse dinheiro (para quêe como o empregamos).

Podemos facilmente identificar vícios e desonestidades ao nosso redor,com as quais nos indignamos, e que prejudicam nossa vida e de maneiramais forte ainda aos mais empobrecidos.

O que está acontecendo? Não vemos saúde, nem força, nem união!Vemos uma sociedade que está se esquecendo de Deus. Se reforça o pro-cesso de secularização, isto é, o entendimento de que homem e mulherpossuem autonomia em tudo, a ponto de não mais precisar de Deus paranada. Não se precisa mais de Deus por que a ciência pode tudo... Ela nos

diz inclusive a previsão do tempo para asemana que vem...

É claro que não queremos em abso-luto questionar a ciência, que é, aliás,admirável no seu desenvolvimento, eé um dom de Deus. A questão é outra:a sociedade sem Deus torna-se indivi-dualista.

Quando uma sociedade esqueceDeus, a religião e fé desaparecem davida das pessoas, que se tornam presasfáceis de paixões e do individualismo.Ficam menos atentas com o que se pas-sa com os outros, trocam Deus pela ri-queza, e a fraternidade e a solidariedadesão substituídos pelo individualismo epelo culto da prosperidade.

A pessoa individualista centraliza tudonela. Coloca-se como o centro de tudo, epor isso não precisa mais de Deus. O outronão tem valor, pois a pessoa passa a pensar somente em si mesmo, na suafamília apenas. O outro se torna concorrente, deixando de ser irmão/irmã... ou então apenas parceiro/a de interesses comerciais. Vive-se alimen-tando a idolatria da auto suficiência em livros de auto-ajuda (vejam otítulo: “você é capaz de ajudar-se a si mesmo!”), em programas de televisãoe rádio incentivando o individualismo e provocando a incapacidade deconviver com o outro fraternalmente. “Cada um que se vire... eu precisocuidar de mim e da minha família...”; e só busco uma igreja que me ajudenisso, me proporcione a prosperidade e o sucesso... ”Por que se eu nãocuidar de mim, quem vai se importar comigo?”

Com essa mentalidade estamos a um passo da agressividade, da violên-cia, do desrespeito, da malandragem...Nossa liturgia toda nos convida, fortalece e anima para uma resposta atudo isso. O que podemos, como discípulos de Cristo, ser-falar-e-agir? Aque somos enviados? A quem servimos? Que diferença fazemos? Ondepodemos mudar?

Lembro uma frase do revd Juan Olivier (Seminário Geral de NewYork), em palestra ao nosso clero diocesano, em Santa Maria, mês de agostop. passado, em nosso Centro Diocesano de Conferências:

• Em primeiro lugar temos que querer.• Em segundo lugar, lembramos que o processo de evangelização (a

missão da Igreja) envolve necessariamente quatro fases inseparáveis:1. Atrair | 2. Acolher | 3. Formar | 4. Amadurecer

Que saibamos reconhecer nosso objetivo e estabelecer nossas priorida-des. Só assim saberemos o caminho.

+Jubal Neves,bispo anglicano de Santa Maria

“Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro.” (São Lucas 16.13)

não apresenta nada para ninguém, nempromove relação com o que tem de maisvalioso dentro de si, isolando todo como que esta fora de si... Tem muita genteque não quer afiar o ferro com Deus econtinua sendo gaveta.

No entanto, existe a esperança, po-demos ser Janela! A Janela é lugar deabertura, é lugar de descoberta de vida,imagens, cores, cheiros, sensações quenos levam aos ferros de outros amigos.A Janela é quadrada só de longe, masde perto assume a forma de molduradas paisagens, como quem completa aobra; apresenta o que há de especial pordentro, porque foi idealizada para estaraberta e não fechada. Na janela vê-se abanda passar e joga-se as tranças aooutro...

A esperança que o afiar do nossoferro com o amigo Deus nos trás, é que,nos transformamos nessa relação em“janelas” e deixamos de ser “gavetas”.Na espiritualidade sadia percebemosque a abertura nos faz mais maduros,na religiosidade percebemos que o fe-chamento nos faz mais medíocres.

Por isso devemos escolher entre ja-nelas e gavetas. Entre espiritualidademadura ou religiosidade medíocre, en-tre permanecer as relações que nos trans-formam em pessoas egoístas ou partirpara relações que nos transformam empessoas amigas de verdade.

Certamente hoje você estará se per-cebendo janelando ou engavetando emsua vida.

Minha oração é que você continueou comece a afiar seu ferro com o ferrodo seu amigo, principalmente se umdeles for o nosso Pai celeste, Criador, eSalvador em Cristo.

Qualquer coisa venha afiar seu fer-ro conosco, você sabe como nos encon-trar... Oremos!

Fábio Vasconcelos, Deão da Catedral, Teólogo e Arquiteto

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Diocese Sul-Ocidental - Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

da Catedral do Mediador

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○2 Lecionário "Aqui nós entramos para adorar e saímos para servir!" Notícias 3O fruto da justiça será

a Paz. Is 32:17

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Catedral do MediadorOutubro - Ano C

07 - 19° Domingo depois de PentecostesHabacuque 1:1-6(7-11), 12-13; 2:1-4Salmo 37:1-18 ou 37:3-10II Timóteo 2:(3-7)8-15Lucas 17:5-10

14 - 20º Domingo depois de PentecostesRute 1:(1-7)8-19aSalmo 113II timóteo 2:(3-7)8-15Lucas 17:11-19

21 - 21° Domingo depois de PentecostesGênesis 32:3-9, 22-30Salmo 121II Timóteo 3:14-4:5Lucas 18:1-8a

28 - 22° Domingo depois de PentecostesJeremias 14:(1-6)7-10,19-22Salmo 84 ou 84:1-6II Timóteo 4:6-8,16-18Lucas 18:9-14

Amanhecendo com DeusEstamos todas as Quartas e Quintas-feiras às

6h30min da manhã, partilhando com umabreve reflexão de nosso Deão no pro-grama “Amanhecendo com Deus”, naRádio Imembuí.

CONVITE

Encontros deComunhão entreCasais na CatedralAnglicana doMediador. Estamos trazendo para nossos encontros umasérie de temáticas que se dirigem aos Casais quepretendem compartilhar dos fundamentos de um LARverdadeiro, que se diferencia de uma “CASA”.Estaremos examinando, num ambiente fraterno efamiliar, as características que evidenciam uma famíliaque vive e reflete a Imagem de Deus.

Temporada inicial“Estabelecendo Alicerces” é

uma etapa inicial da constru-ção de um crescimento espi-ritual no contexto do casal eda família. Venham! Vocêsnão podem perder!

Formato das ReuniõesChegada, quebra-gelo, música, reflexão, acabamento,

oração e comunhão (lanche).

Vamos de uma maneira prática partilhar de nossasexperiências a Luz da Palavra de Deus!

Local: Salão Paroquial da Catedral do Mediador

Horário: 19h30min

Datas: Terças-feiras intercaladas

Atenção: Cada Casal deverá trazer um prato doce(ou salgado) para o momento final.

Rev. Deão Fábio e Valeska Vasconcelos

Lembre-se:Todo 1° domingo do mês temos o

nosso ofertório especial dealimentos, destinados às pessoasnecessitadas, que diariamenteprocuram em nossa Catedral um

auxílio.

Nossa querida "Dona Neiza" lançou seulivro de poemas "Sob o Céu de SantaMaria", e a renda arrecadada será desti-nada às reformas do nosso Templo.

Adquira o seu livro na Secretaria daCatedral, ao preço de R$ 20,00.

Ciclo Anglicano de Orações - Outubro

07 - Igreja Anglicana no País de GalesMissão São Francisco de Assis - Capão do Leão - RSPonto de Evangelização São Francisco de Assis -Criciumal - RSPonto de Evangelização São Timóteo - Santiago - RSAssoc. Benef. e Educ. da Diocese Meridional (ABEDEM)- Porto Alegre - RS14 - Igreja da Província de UgandaParóquia SãoLucas - Canoas - RSParóquia de São Lucas - Erechim - RSParóquia de São Lucas - São Paulo - SPParóquia São Lucas - Rio de Janeiro - RJParóquia de São Lucas - Londrina - PR21 - Igreja Episcopal dos Estados Unidos da América(ECUSA)Paróquia de São Lucas - Cascavel - PRParóquia São Lucas -Belém - PAMissão São Lucas - Concórdia - SCParóquia São Lucas - Bagé - RSPonto de Evangelização São Lucas - Jaguarão - RS28 - Igreja da Província do Sudeste AsiáticoMissão São João Crisóstomo - Colombo - PRMissão Cristo Salvador - Marechal Rondon - PRPonto de Evangelização Calvário - Quevedos - RSPonto de Evangelização Salvador - Livramento - RS

Mês de OutubroAniversariantes

Felizes e abençoadosaniversários!

02 Michaela Luiz Madeira06 Rafael Prestes Rodrigues07 Gustavo Adolfo Eggers08 Clecy Neves Poerschke Alfredo Ricordi09 Helena H. Marquezini Luciano Pezzi Schimidt10 Leone Vargas11 Isabella Trindade Oliveira Natali Desordi Fortes12 João Weber Neto

NOTAS• Dia 10 de outubro o Rev Deão Fábio estará celebrando a

semana da criança no Lar Vila das Flores juntamente como projeto da Catedral “Educação lúdica para vida”, ondealém do momento devocional as crianças do projeto esta-rão se apresentando com a orientação musical do regenteJossimar Manoel dos Santos.

• O revmo Bispo D. Jubal Pereira Neves no 14º ano de suasagração, conferirá a ordem de diácono aos Cadidatos àsSagradas Ordens Antônio Ryscak, Lucia Gelcy FortesKovaleski e Vandriana Duarte Garcia Pöttker, bem comoa Ordem de Presbítero ao Diácono Rodrigo Espiúca dosSantos, no 21º Domingo de pentecostes, dia 28 de ou-tubro de 2007 A.D., às 10h, na nossa Catedral do Medi-ador. Logo após a cerimônia será oferecido um almoçopelos ordinandos aos convidados. Eles contam vossa pre-sença e orações!

• Estamos desde o final do mês de setembro adotando umserviço de segurança noturna para o melhor bem estar esegurança das pessoas e do patrimônio de nossa igreja.Este serviço funciona no horário das 19h às 7h com umsegurança por turno.

14 Thaise Poerschke Freitas Isabela Barbosa Ricordi15 Camila Teixeira Kurtz19 Leda Nonnenmacker Duarte22 Paula Naomi de S Nakashima24 Ana Paula Carvalho Martins28 Alexandre Carvalho Martins30 Etiéle Camargo da CostaLiciane Camargo de Breem31 Felipe Camargo

30 anos da IgrejaAnglicana do UruguaiConvidamos a todos para uma momento

festivo em comemoração dos 30 anos daIgreja Anglicana do Uruguai. Sairá uma ex-cursão de Santa Maria para Montevidéu dia16 de novembro às 6h da manhã. Este ôni-bus passará por São Gabriel, Rosário do Sule Livramento. O custo da passagem será deR$ 60,00 por pessoa, estando incluído esta-dia e alimentação. São 48 lugares disponí-veis, para a eficiência deste empreendimen-to necessitamos de uma resposta até o dia25 de outubro das pessoas interessadas.Este ônibus ficará em Montevidéu até o dia18, quando retornaremos, logo após ao al-moço, para o Brasil. Será um momento ines-quecível para o companheirismo entre nos-sa diocese Sul-Ocidental e a diocese do Uru-guai. Pedimos que enviem uma resposta atéo dia 25 de outubro. Junto ao encontro tere-mos também um encontro de mulheres e jo-vens anglicanos.

Culto de OraçãoTodas as quartas-feiras às 19h.Louvor, oração e

intercessão.Participe desse momen-to importante na vida

do cristão!Esperamos por você!

Joel Franz no 1° Fórum da ICARNo dia 21de setembro Joel Franz e sua banda estiveram

apresentando um show musical no 1° Fórum da da Igreja Ca-tólica Romana realizado em Porto Alegre, RS. No auditóriodo prédio 40, da PUCRS, os presentes escutaram e cantaramas músicas do novo CD "Nascer de novo a cada manhã", eoutras músicas compostas anteriormente na trajetória de suacarreira de compositor.

Adquira o CD Devocionais MatinaisAmanhecendo com Deus”, para ajudarna campanha de reforma do Temploda Catedral. COM 10 REAIS VOCÊCOM 10 REAIS VOCÊCOM 10 REAIS VOCÊCOM 10 REAIS VOCÊCOM 10 REAIS VOCÊAJUDA NA CAMPANHA E AINDAAJUDA NA CAMPANHA E AINDAAJUDA NA CAMPANHA E AINDAAJUDA NA CAMPANHA E AINDAAJUDA NA CAMPANHA E AINDALEVA UM CD INESQUECÍVEL.LEVA UM CD INESQUECÍVEL.LEVA UM CD INESQUECÍVEL.LEVA UM CD INESQUECÍVEL.LEVA UM CD INESQUECÍVEL.