4. Antnio Fonseca - Destaques - Time Out - Lisboa Page 1 of 2
Antnio Fonseca uma epopeia: a partir de quinta-feira, o actor
Antnio Fonseca interpreta os primeiros cinco cantos dOs Lusadas no
Teatro Meridional. De quarta a sexta, s 21.45, faz uma antologia
com uma seleco dos principais episdios; ao sbado, a partir das
17.00, a vez da maratona com todos os versos da primeira metade do
grande livro de Cames. Como que se decoram cinco cantos dos
Lusadas? Com muito trabalho, no h outros segredos. H fases, e no se
pode salt-las. H uma primeira fase que perceber tudo muito bem e
esgravatar a gramtica, sobretudo Os Lusadas, que exigem uma
competncia tcnica muito grande para serem lidos, e uma srie de
referncias. Depois, h uma segunda fase em que se comea a meter tudo
dentro da cabea, a pensar aquele pensamento com aquelas palavras. E
depois como riscar ou fazer um veio numa pedra de mrmore: risca-se,
risca-se, risca-se, e aquilo vai ficando, com um ritmo e uma
subjectividade que necessariamente a minha. A maratona dos cinco
cantos que se vai poder ver aos sbados, quantas horas ter? Cinco.
Cada canto ser dito na totalidade com um intervalo de dez minutos e
o pblico pode comprar bilhete para um canto ou dois, ou para os
cinco. O pblico escolhe e vai ver quando quiser. Pode ver um num
sbado e no sbado seguinte ver outros dois. O terceiro canto o
maior. No total tem uma hora, uma hora e cinco com os comentrios.
Que comentrios? Alguns comentrios que vou introduzir em
determinados versos e que podem ser espontneos e depender do
pblico. Porque eu no quero fazer uma coisa arqueolgica, quero fazer
uma actualizao dos Lusadas, falar com o pensamento e a imaginao
portuguesa de hoje. A ltima coisa que eu queria era que as pessoas
fossem ao Meridional para ficar a conhecer Os Lusadas. Isso a funo
da escola, uma chatice. O que eu quero que haja fruio, sonora e
mental. Como actor, quero que as pessoas se riam, se emocionem e,
eventualmente, que se inquietem. Mais nada. E porqu Os Lusadas? Por
muitas razes. Primeiro porque uma grande obra nossa e do nosso
imaginrio colectivo. Depois porque eu j fiz um texto do Padre
Antniohttp://timeout.sapo.pt/printn.asp?id_news=6271
5. Antnio Fonseca - Destaques - Time Out - Lisboa Page 2 of 2
Vieira, que o grande imperador da lngua portuguesa segundo o Cames,
e acho que os outros dois grandes pilares so de facto o prprio
Cames e o Pessoa, que tambm gostava de dizer um dia. Outra razo
ainda o facto de termos quase um trauma com este livro: toda a
gente acha que sabe Os Lusadas, mas ningum sabe. Sabe da escola,
mas no sabe. E muito interessante voltar l, a esta grande histria
do ser humano. Porque isso que Os Lusadas contam: a histria da
vida, no sentido em que a vida uma viagem por um desconhecido, e
aquela viagem ndia foi a viagem por um desconhecido enorme. E os
outros cinco cantos que ficam a faltar? O sexto j trabalhei, estou
neste momento a fazer a anlise do stimo. Gostava de fazer todos no
dia 10 de Junho de 2012. Por ser Dia de Portugal? E porque faz 440
anos da edio dOs Lusadas. 2007 Time Out Group Ltd. Todos os
direitos reservados. Ficha Tcnica | Estatuto Editorial Av. da
Liberdade, n13 - 3Esq. 1250-139 Lisboa Telefone: 21.359.31.00 Fax:
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6. Os Lusadas la carte25.11.2010 - Ana Dias CordeiroUm dia
Antnio Fonseca vai contar "Os Lusadas" do princpio ao fim. Porque
ouvir no a mesma coisa que ler. Ameio caminho, o actor diz os
primeiros cinco cantos de cor(ao)"Aqui vai haver dois espectculos.
Pode dizer-se que um espectculo la carte. Na verdade, isto no um
espectculo".Pausa, sem reaces. H que ouvir. Quem fala o actor
Antnio Fonseca, recuperando o flego. Acaba de representarexcertos
dos primeiros cantos de "Os Lusadas" no palco do Teatro Meridional,
em Lisboa. Como preparao para aperformance que estreou ontem (at 18
de Dezembro).Preparao, ensaio - mas nunca sem emoes. "O que no est
no corao, no est na cabea" e este no de certeza"um espectculo de
memria". " uma contao. No uma leitura", explica Antnio Fonseca. ele
o responsvel pelaconcepo e interpretao desta performance. "De cor"
para ele faz sentido apenas no sentido "de corao." O que
lheinteressa contar. "O texto est a ser inventado no momento em que
est a ser dito. como contar uma histria."Sobre o ser ou no
espectculo e " la carte" significa que ter duas verses. Aos dias de
semana - de quarta a sexta - estarepresentao de um homem s comea s
21h45 com uma antologia resumida dos cinco primeiros cantos de "Os
Lusadas"e dura cerca de 1h30. Aos sbados, apresentada a integral
dos cinco primeiros cantos. Neste caso, o espectador escolhe:ver
apenas um canto (e pagar 5 euros), dois ou vrios; ver uma parte num
sbado e outra no seguinte; ver todos. Nessecaso, comea s 17h -
entre os trs primeiros cantos, h um intervalo de dez minutos - e
pra s 20h30 para o jantar. s22h00 recomea, com o Canto IV e s 23h00
o Canto V, os preferidos, no conjunto, de Antnio Fonseca. "Como um
todo, oIV e o V so muito narrativos e penso que os mais
equilibrados." Mas o actor rende-se a momentos e estrofes de
outroscantos.No episdio Ins de Castro, no Canto III, acontece por
vezes ceder emoo do texto, "uma coisa de vibrao fsica". Novibrante
discurso de Nuno lvares Pereira, em defesa de Portugal, antes da
batalha de Aljubarrota, pe fora e determinaona voz.O actor-narrador
partilha o palco com trs grandes velas - so as trs naus da armada
de Vasco da Gama, de "OsLusadas". Em cada uma esto estampados os
mapas de frica, Europa e Portugal e neles escritos os nomes dos
locais deento. Ilha de Moambique era Ilha de Moambique; mas as
ilhas de Cabo Verde eram as Hespridas; Madagscar era SoLoureno; e
as ilhas Bijags eram as Drcadas.No momento da partida da nau,
ouve-se o som do mar, por entre as trs velas. Uma luz fosca alterna
com a penumbra. "Agrande coisa dos Descobrimentos o espao. Antes
[dos Descobrimentos], para um europeu comum, o mundo era
oMediterrneo e pouco mais. Em 20, 30 anos, isso explode. E essa
exploso espacial muito clara n Os Lusadas. O mundofsico explodiu. E
Cames tem conscincia disso, uma conscincia de poca."Antnio Fonseca,
que j fez "O Sermo da Sexagsima" do Padre Antnio Vieira, quer
"ainda ter tempo" para fazer FernandoPessoa. Com Cames, "so os trs
grandes pilares da lngua portuguesa", considera. Por agora, o
objectivo ser representaros dez cantos de "Os Lusadas", entre as
dez da manh e as dez da noite do dia 10 de Junho de 2012. Porque a
obra,"histria exemplar", "uma epopeia", " universal", "toca no
essencial do ser
humano".http://ipsilon.publico.pt/teatro/texto.aspx?id=270253
7. Epopeia: Ator Antnio Fonseca diz Os Lusadasde corO ator
Antnio Fonseca anda h dois anos e meio a decorar Os Lusadas, ecomea
hoje no Teatro Meridional a apresentar os primeiros cinco cantos
daobra prima de Lus Vaz de Cames. Uma epopeia que s dever acabar a
10 deJunho de 2012, data em que espera dizer de uma s vez os dez
cantos.Anabela Campos18:24 Quinta feira, 25 de novembro de
2010Antnio Fonseca ir por agora e durante um ms - de quarta s
sextas s 21:45 e aossbados a partir das 17:00 - apresentar os
primeiros cinco cantos de Os Lusadas, numaverso mais reduzida
semana e a integral ao sbadoNo dia 10 de Junho de 2012, Dia de
Portugal e data em que se comemora os 440 anosda primeira edio de
Os Lusadas, espera dizer os 10 cantos durante todo o dia, umatarefa
herclea, a que se tem dedicado desde Junho 2008 e que obriga o ator
a estar emgrande forma fsica."H mais de dois anos sonhei dizer os
Lusadas de cor. A ideia foi-se-me impondo. (...)Comecei verso por
verso, estrofe por estrofe, episdio por episdio, canto por
canto.Foi-se-me revelando uma grande estria da vida, uma grande
estria da condio de serhumano, uma metfora enorme da nossa condio
de seres histricos, em qualquer stio,em qualquer contexto cultural,
em qualquer tempo", diz no seu blogue, onde explica porque se
decidiu pegar na obra prima de Lus Vaz de Cames."Foi uma ousadia",
como o prprio reconhece em declaraes ao Expresso. E que lhetem
ocupado todas os momentos livres desde que comeou a pensar na
ideia. Atporque, sublinha Antnio Fonseca, desde 2008 j fez 7 peas
de teatro, deu aulas, feznovelas e sries televisivas."Para j fica
uma antologia dos cinco cantos, com os episdios mais
significativos: oConslio dos Deuses, a passagem na Ilha de
Moambique, a traio dos Mouros emMombaa, a visita de Vnus a Jpiter e
as queixas que lhe faz, a chegada a Melinde, abatalha de Ourique, o
episdio da Ins de Castro, os preparativos e a batalha
deAljubarrota, a despedida da Armada em Belm (e no s o velho do
Restelo), osfenmenos martimos, o Ferno Veloso, o Adamastor e o
escorbuto", avana AntniooFonseca.A MEMRIA DE ADOLESCNCIA"Os Lusadas
evocavam uma memria recorrente da adolescncia: um livro truncado
com muitasreticncias, uma misturada de sentidos que no acabavam,
muitos sublinhados a lpis e,sinceramente, uma total ausncia de noo
da obra. Entre esta memria, que no posso dizer quefosse grata, e
tudo o que fui acrescentando ao longo do tempo sobre o lugar e
importncia daliteratura na vida e o papel dos Lusadas no nosso
imaginrio coletivo, foi crescendo umacuriosidade e uma vontade de
conhecer verdadeiramente a partitura potica da
Epopeia",confessa."Sentia-me algo culpado por desconhecer uma obra
que matriz da nossa memria, tantas vezese de tantas maneiras
utilizada para fins patriticos e patrioteiros, que na intimidade de
quempassou pela experincia da sua abordagem obrigatria causa um
misto de fascnio e dio, queningum pode verdadeiramente dizer que no
conhece mas que quase ningum conheceverdadeiramente",
acrescenta.
8. Alm de interpretar Os Lusadas, Antnio Fonseca ir tambm fazer
comentrios em determinadosversos, porque na realidade o ator tambm
quer fazer uma atualizao da obra e no fazer umacoisa arqueolgica.
Cada canto demora a dizer cerca de uma hora e haver intervalos
entre eles eos espetadores podem ver os cantos em dias diferentes,
no precisam de ver tudo de uma vez.Depois de apresentar a obra em
Lisboa, a inteno de Antnio Fonseca faz-lo pelo pas e emescolas, se
surgirem convites nesse sentido. O ator j est a preparar o sexto
canto e esperacomear no final de 2011 o dcimo.
9. Os Lusadas (I a V Canto)Teatro MeridionalTeatroQua-SbO cone
de luz sobre o corpo dobrado parece realar a voz, elevar as
palavras que, uma a uma e por aquela exacta ordem,anunciam angstia,
viso do fim, pelo menos certeza da dor que a doena garante. um
relato beira do desespero, cortadoabruptamente pelo silncio e pela
escurido, deixando o narrador, os marinheiros com o seu escorbuto e
os espectadoressuspensos da leitura da obra ou, com igual desfrute,
da sua interpretao integral o que s aos sbados, pois s noitesde
semana Antnio Fonseca s dispensa Os Lusadas em modo antologia.Comea
por As armas e os bares assinalados, como toda a gente sabe, e
acaba, como quase ningum faz ideia, em Sem dita de Aquiles ter
enveja dez cantos depois. Isto no original, que a viso do pico de
Lus Vaz de Cames (1524-1580)criada por Antnio Fonseca ainda vai no
meio, no Canto V. No fim deste canto, Vasco da Gama agradecer s
musas e lvai, mareando procura da ndia. Para j, ou melhor, s
quartas, quintas e sextas, quando as luzes se fecham sobre o actore
encerram esta sesso do best of, a armada portuguesa est em muito
maus lenis por evidente falta de vitamina C.H muito que os
portugueses, a no ser quando vo de frias a crdito, no passam alm da
Taprobana. Felizmente, hmuito tambm que o escorbuto no afecta a
nao. A no ser, claro, nesse territrio ardiloso da simbologia da
ptriainventada por Herculano, no essencial ainda em vigor,
ignorados como costumam ser os crticos da obra, sejam eles
DomFrancisco Lobo (que acusou o poeta de desconhecer o amor),
Cesrio Verde (que no gostou do desejo absurdo de sofrer),Hegel (a
quem deu para embirrar com a dependncia estilstica de modelos
clssicos), ou Antnio Jos Saraiva (para quemo peito ilustre lusitano
no passa de uma abstraco incapaz de conjuntivar carnalmente as
proezas sucessivas dosguerreiros.) Considerando ou no estes e
outros crticos, aceitando, mesmo que de soslaio, a verso
mtico-nacionalista,certo Os Lusadas serem, com Menina e Moa, de
Bernardim Ribeiro, e os Sermes de Antnio Vieira, obra fundadora
dacultura literria e pea fundamental na afirmao da lngua
portuguesa.Foi isso que interessou a Antnio Fonseca, pois, seja
como for diz o programa , o texto uma grande estria de vida,uma
grande estria da condio de ser humano, uma metfora enorme da nossa
condio histrica, em qualquer tempo elugar. E isso que o actor d a
ver, entre apartes, comparaes e lamentaes irnicas, assim combatendo
o traumainfligido por sucessivos ministros da Educao em vrias
geraes de alunos constrangidos a enfrentar Os Lusadas umaorao de
cada vez.Rui Monteiro14.12.2010 2007 Time Out Group Ltd. Todos os
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10. NS259_lusiadas ER.qxd 12/21/10 1:28 PM Page 42 42 NS TEATRO
CAMES Antnio Fonsecaconta OsLusadas Em 1572 foi publicado pela
primeira vez o poema Os Lusadas, de Cames. Mais de quatrocentos
anos depois, o actor Antnio Fonseca diz de cor os primeiros cinco
cantos da obra e prepara j os restantes. O espectculo chega ao
Teatro Meridional, em Lisboa, em 2011. TEXTO RITA PENEDOS DUARTE
FOTOGRAFIA NUNO PINTO FERNANDES/GLOBAL IMAGENS Proposio o do Bispo,
em Lisboa, saiba que Antnio todo o lado se diz que o pas no presta,
que [Chama-se proposio ao momento em que, Fonseca regressar quele
espao em Ou- isto est uma chatice, o que se deve fazer? Se num
texto pico, se procede apresentao tubro do prximo ano. Parte,
depois, em di- calhar dar cabo da cabea numa coisa intil. do tema e
dos heris envolvidos.] Porque se gresso pelo pas. Coimbra, Aveiro e
Gui- Nem tudo tem de servir para alguma coisa. props o actor Antnio
Fonseca, de 52 anos, mares so locais j confirmados. Nessa al- O
azul do cu intil e o pr do Sol tambm a dizer de cor Os Lusadas, de
Lus Vaz de tura estar em cena uma nova verso com no serve para
nada, mas existem e quando Cames? Foram muitos motivos mistura- os
dez cantos. um trabalho que pelo me- os vemos uau! dos. Alguns
anedticos, outros mais srios, nos at Junho de 2012 estar sempre em
Se de razes que se trata, o actor tem mais fundamentados, em termos
de refle- progresso, confirma o actor. uma mo-cheia delas. A certa
altura senti xo sobre o que o papel do actor. Ou qual H trs anos,
Antnio Fonseca arregaou necessidade de estudar e inscrevi-me num o
meu papel cvico. No sou padeiro, sou as mangas e decidiu
empenhar-se em qual- mestrado. Mas no gostei nada da experin-
actor. Um padeiro faz po e um actor conta quer coisa que teria
tanto de brutal como cia e pensei que, em vez de fazer um mestra-
histrias. Eu no sei fazer po. Sabe, po- de intil. Quando disse a um
colega de do ou doutoramento que no me serviriam rm, como tornar um
texto com quatro s- profisso que estava a decorar Os Lusadas, para
nada, preferia decorar Os Lusadas. culos num espectculo
contemporneo. ele achou que era brutal e isso mexeu comi- E
continua a enumer-las. Outra coisa que A pea esteve em cena no
Teatro Meridio- go. Parece que tudo o que se faz tem de ser as- me
levou a iniciar este projecto foi o comple- nal, entre 25 de
Novembro e 18 de Dezem- sim. No sei se o , mas implica muito traba-
xo de culpa a que o texto est associado. Por bro, e surpreendeu as
centenas de especta- lho e ns no estamos habituados a trabalhar um
lado, a maioria das pessoas reconhece a dores que por l passaram.
Para quem no muito, diz. Por outro lado, assume que sua existncia e
importncia mas, por outro teve oportunidade de se deslocar at ao
Po- uma provocao quase vital. Quando por lado, poucos o leram.
11. NS259_lusiadas ER.qxd 12/21/10 1:29 PM Page 43 43 NS De
qualquer forma, afirma que no um de pegar no Sermo da Sexagsima do
padre no pediu auxlio s ninfas, mas procurou o texto fcil. Para ler
Os Lusadas, mais do que Antnio Vieira e, desde essa altura, no
parou conselho de profissionais para se preparar Os Maias, de Ea de
Queirs ou qualquer tex- de o apresentar em escolas secundrias, uni-
para esta maratona. Falei com o professor to de Gil Vicente,
preciso ter uma compe- versidades e em eventos variados. um dos Joo
Lobo Antunes [director do Servio de tncia tcnica, gramatical,
sintctica, que as textos mais incrveis sobre a comu- Neurocirurgia
do Hospital de pessoas no tm, nem tm de ter. Mas ouvir nicao.
Demora uma hora, mas ESTE TRABA- Santa Maria, em Lisboa] para Os
Lusadas todos podem ouvir. como nu- prende a ateno dos midos com
LHO EXIGE tentar perceber se um esforo to ma sinfonia: no sabes ler
a partitura, mas uma facilidade incrvel. Em algu- MUITO DE NS
grande e continuado de memria ouves e podes curtir a msica. Essa a
minha mas escolas, os professores vinham FISICAMENTE, podia ter
quaisquer implicaes funo: contar esta histria, para que as pes- ter
comigo a dizer que davam mdicas conhecidas ou prov- soas possam
conhec-la, ouvindo. aquele texto h vinte anos mas que CAUSA UMA
veis. Mas a conversa foi pouco Antnio Fonseca no um marinheiro de
nunca o tinham ouvido assim. A ANSIEDADE conclusiva, diz. Aconteceu
nu- primeira viagem. Licenciado em Filosofia, fez o passagem para a
oralidade muda GLOBAL, ma altura em que, depois de duas Curso de
Formao de Actores e seguiu a carrei- e simplifica o entendimento.
es- DIZ ANTNIO a trs horas de trabalho contnuo, ra de actor. A sua
experincia no teatro vasta se o exerccio que pretende fazer
FONSECA. ficava com dores. Parecia que as e reconhecida. Em 1996, a
Cmara Municipal agora com o texto de Cames. paredes da cabea eram
de corti- de Oeiras atribuiu-lhe a Medalha de Mrito a e que no
respirava. Vim a perceber de- Municipal grau Ouro e, em 2006, foi
nomeado Invocao pois que o trabalho que estava a fazer exige para
melhor actor de teatro na Gala Globos de [Em que Cames invoca as
ninfas do Tejo, a muito de ns fisicamente, causando uma an- Ouro,
da SIC. H cerca de dez anos lembrou-se quem pede inspirao para
escrever.] Antnio siedade global.
12. NS259_lusiadas ER.qxd 12/21/10 4:09 PM Page 44 44 NS TEATRO
CAMES Em conjunto com o seu mdico, Antnio Fonseca adoptou uma
profilaxia que deu re- sultado: Em alturas crticas tomava um an-
sioltico que me relaxava e repunha os nveis de energia nos stios
certos. Por outro lado, tal como um atleta que se prepara para uma
prova, tambm o actor assumiu a mxima mente s em corpo so e mudou os
seus h- bitos alimentares. A carne passou a ser uma excepo na sua
mesa, dando primazia ao peixe, legumes, fruta e cereais integrais.
Di- minuiu consideravelmente o nmero de ci- garros e de caf que
consumia e comeou a fazer natao, ioga e marcha. O meu mdi- co
incentivou e aprovou este regime e refor- ou com selnio, um
complexo vitamnico e magnsio. Agora que o espectculo comeou e no
pode parar, os cuidados foram revistos e me- lhorados. Ao sbado,
quando digo os cinco cantos, tento dormir nove a dez horas. O pe-
queno-almoo o habitual: uma tigela de flo- cos de aveia integrais,
cozidos em ch ou gua, a que acrescento farelo de trigo, quinoa e
sementes de linhaa modas. Depois mistu- ro mel e fruta. Segue-se um
passeio pela ma- ta do Estdio Nacional. Pelas duas, sirvo-me de um
bom bife com esparguete, uma salada verde (com agrio, alface e
rcula, que tem- pero com gomsio ou sal de ssamo, e um fio de bom
azeite do Douro), acompanhados de um copo de vinho tinto, receitado
pelo meu mdico. Nem mesmo durante o espectculo so aceites deslizes
neste campo: Nos intervalos como barras de cereais com chocolate e,
du- rante o espectculo, bebo ch de perptuas roxas com mel, indicado
para a voz. Ao jan- tar, no intervalo do terceiro para o quarto
canto, o menu inclui massa com salmo e brcolos e bebo outro copo de
vinho. No fim do espectculo vou para casa, que j dei para noitadas
em bares. Dedicatria [Dedicao do poema a D. Sebastio, incitan- do-o
a fazer grandes coisas.] Na plateia h uma cadeira reservada para D.
Sebastio, no v dar-se o caso de o rei-menino apa- recer para
agradecer a obra que lhe foi de- dicada. S falta o nevoeiro porque,
como diz o actor em palco, ficaria muito caro comprar uma mquina
para os efeitos de fumo. Mas se no for el-rei a iluminar a sa- la,
que seja o presidente da Repblica, o pri- meiro-ministro ou a
ministra da Cultura. Recados poca contempornea, que sal- picam o
espectculo e o trazem para os dias de hoje. Eu quero fazer uma
actualizao dOs Lu- sadas, no a sua arqueologia, afirma Ant- nio
Fonseca. Quero cont-la neste tempo, porque as grandes histrias
fazem sentido, inquietam, fazem rir e chorar, no s na altu- ra em
que so escritas como mil anos depois.
13. NS259_lusiadas ER.qxd 12/21/10 4:09 PM Page 45 45 NS s isso
que Antnio quer fazer da sua vida na plateia e escreveu um texto
que chamou a Eplogo e da sua arte: fazer rir, chorar e inquietar.
ateno do encenador Miguel Seabra, que [Momento em que o poeta
lamenta as injustias Entra em cena a discusso sobre qual deve
telefonou a Antnio e disse: Quero entrar contra si e d conselhos ao
rei.] Antnio Fonseca ser a funo do teatro e do actor. O fen- nisso
contigo. no se lamenta. A sua viagem tem sido bem en- meno
performativo existe no momento em A frmula de apresentao escolhida
era caminhada, talvez por ter ganho as boas graas que est a
acontecer. Eu no estou a dizer o nova. Isto no um espectculo, so
vrios. de deuses pagos que tudo ouvem e tudo vem. texto de Cames,
estou a invent-lo no mo- Cada canto uma unidade e os cinco cantos
Ou porque o poder das ninfas vai muito alm da mento em que estou a
diz-lo. E fao um jo- so outra unidade. Cada um de- simples
inspirao. Ou porque esta go duplo: por um lado traduzo algumas les
tambm faz sentido indivi- COM A a hora de se contar de novo a his-
referncias culturais da poca, de onde vem dualmente. Por isso, foi
possvel tria de homens que se lanaram o texto, e depois fao as
referncias actuais, comprar um bilhete nico e ver os LEITURA DE por
mares nunca dantes navega- para onde vai o texto. Um exemplo o dis-
cinco cantos em dias diferentes OS LUSADAS dos, enfrentando perigos
e guer- curso de Nunlvares de incitao s tropas. sempre com o mesmo
bilhete. As- ANTNIO ras esforados,/ Mais do que pro- muito actual,
apetece perguntar o que sim como se pde ouvir uma se- FONSECA FAZ
metia a fora humana, mas que andam a fazer esses grandes patriotas,
que leco de episdios espalhados A APOLOGIA ainda assim entre gente
remota somos, no fundo, todos ns. O que andamos pelos cinco cantos,
como o Con- DA CORAGEM edificaram/ Novo Reino, que tanto ns a
fazer? clio dos Deuses, a passagem pela sublimaram. Hoje, com este
texto, ilha de Moambique ou a batalha DE AVANAR Antnio no faz a
apologia de colo- Narrao de Ourique. APESAR nialismos desajustados,
mas antes [Narrativa da viagem de Vasco da Gama n- Esta antologia
foi dita de quar- DO MEDO. da coragem de avanar, apesar do dia.] A
histria deste espectculo comeou ta a sexta-feira s 21h45, com a
medo. Por isso garante que, se no h cerca de trs anos e fez-se de
acasos, ou durao de hora e meia. Ao sbado ouvia- conseguisse
apresentar o espectculo numa sa- intenes, conforme a crena de cada
um. -se os cinco cantos: a maratona comeava la de teatro, diria o
texto no metro ou em qual- Por razes j anunciadas, o veterano actor
s 17h00 e terminava meia-noite. Cada quer outro lado. Para j so
cinco cantos, meta- Antnio Fonseca disps-se a decorar Os Lu- canto
tinha a durao aproximada de uma de do poema 110 estrofes por cada
canto, oi- sadas e apresentou em Fevereiro de 2009 o hora e
separava-se do seguinte por um cur- to versos por cada estrofe, dez
slabas mtricas Primeiro Canto na Sala de Espera da Oficina to
intervalo. Entre o canto terceiro e o quar- em cada verso. Faa-se
contas vida e so cin- Municipal do Teatro, em Coimbra. Por um to
fazia-se uma pausa para jantar e retomar co horas de aventuras:
cada hora, um canto, ca- acaso, ou talvez no, uma jornalista estava
o flego. da canto, uma viagem. NS PUBLICIDADE
14. 2011
15. Antnio Fonseca declama Os Lusadas em AmaresNo passado dia
20 de Janeiro, o actor Antnio Fonseca esteve na nossa Escola, numa
actuaocom um reconto performativo dos cinco primeiros Cantos de Os
Lusadas. A iniciativa, daresponsabilidade da Biblioteca,
proporcionou um momento nico a mais de 200 alunos de 9 e 12anos,
que tm vindo a estudar a obra de Cames. Durante duas horas, Antnio
Fonseca declamou,de memria, extractos dos cinco primeiros cantos de
Os Lusadas, interpretando os seuspersonagens, relatando momentos,
explicando passagens, explicitando partes para os
alunos,mantendo-os presos a um texto, tantas vezes de difcil
compreenso para os mais jovens.A performance do actor maravilhou os
alunos que ouviram em silncio atento a declamao,apenas interrompida
pelos risos provocados por Fonseca, culminando num longo, espontneo
eentusiasmado aplauso final.Numa interpretao reveladora da obra
cuja leitura no fcil, muitos alunos declararam, no final,o seu
profundo agrado e uma renovada curiosidade pelo texto de Cames.A
actuao de Antnio Fonseca magistral e este constituiu, sem dvida um
momento nico que,por certo, perdurar, por muito tempo, na memria
daqueles que tiveram o privilgio de a elaassistir.Jorge
Brando25.01.2011http://poramaresoslivros.blogspot.pt/2011/01/antonio-fonseca-declama-os-lusiadas-em.html
16. sexta-feira 10 de junho de 2011 pargrafo CAMES DE CORAO H
um actor portugus que est a decorar Os Lusadas e a dizer o poema
pico nos palcos. Antnio Fonseca quer levar Cames s pessoas e s
vidas que precisam de histrias. pginas VI e VII suplemento ponto
final | n 48Conto no pontoUm homem s com vista para Nam Van. Uma
mulher que vai revelando os seussegredos fotogrficos. Publicamos
Fogo Lento, conto de Hlder Beja que venceu averso portuguesa do
concurso promovido pelo Macau Daily Times. pginas II a V
17. pargrafo sexta-feira 10 de junho de 2011
pargrafoPrecisarmos todos de fico nas nossas vidasDe fico e de
pensamento. Foi isto, entre muitos outros impulsos, que levou o
actor Antnio Fonseca a decorar Os Lusadas para dizer a obra em
palco. Leu bem: decorar e dizer de corao todo o grande poema pico
portugus. Est quase. Hlder Beja [email protected]
uma ideia maluca, assume o decidiu avanar e de certeza que mui- No
preciso saber msica para curtir a msica.actor Antnio Fonseca, homem
do cinema, tos nos revemos nisto: conhecemosda televiso e, sempre e
principalmente, do Os Lusadas dos tempos da escola, Como no preciso
entender o sentido das palavras,teatro. A ideia maluca s a de
decorar e mas no temos uma noo plena do a letra de todo o sentido
das palavras e das metfo-dizer em palco os dez cantos de Os
Lusadas. texto da obra. Tambm no tinha?Fonseca, que j fez o mesmo
com o Sermo A.F. No tinha, no. Tinha estudado ras, para curtir
ouvir Os Lusadas.da Sexagsima, do Padre Antnio Vieira, co- Os
Lusadas no secundrio, tinha uma vagameou em 2008 e hoje j sobe a
palco de ideia. H toda aquela informao que anda teatros a escolas
com os cinco primeiros volta de Os Lusadas, da cultura e da hist-
memria comigo. Um momento de fruio comigo o X. Isto era o que
gostava de fazercantos e uma verso zipada, como o prprio ria
portuguesa, que entretanto fui assimilan- cultural e artstica neste
stio muito interes- durante os anos de 2012 e 2013. Vamos ver.lhe
chama, da obra de Lus Vaz de Cames. do, mas a letra do texto no a
conhecia. Devo sante. Ao trabalhar estes textos, trabalho uma -
Cames tambm est no nome do Daqui por um ano, para assinalar o 10 de
dizer que a 1 de Junho de 2008 comecei a fa- memria colectiva
nossa, lusitana. Dia de Portugal e das Comunidades,Junho na ento
capital europeia da cultura zer este trabalho e no sabia a primeira
estrofe - Como tm sido as apresentaes que se assinala amanh [hoje].
Gos-que ser Guimares, o actor formado em de cor, as armas e os
bares assinalados, que do espectculo zipadas e com os cin- tava de
levar esse espectculo s co-vora e ligado Cornucpia durante mais
quase toda a gente sabe. Portanto, j se pode co primeiros cantos?
munidades espalhadas pelo mundo?de dez anos quer apresentar a verso
inte- ver o meu conhecimento da letra do texto. A.F. H um
preconceito enorme contra A.F. Evidentemente. Mas penso que nogral
de Os Lusadas. Penso que o que acontece com quase toda Os Lusadas e
as pessoas pensam logo nem faria muito sentido levar o espectculo
glo- Em entrevista, Fonseca que tem um a gente. Se fosse aqui h 20
anos, se calhar pensar. H essa resistncia. O que acontece bal,
levar os dez cantos. Mas gostaria imensovasto trabalho na rea da
educao e par- tinha o mesmo preconceito da maior parte que as
pessoas que vo ver, mesmo os mi- de fazer Os Lusadas Zipados, at
porque ticipaes em filmes como Os Mutantes das pessoas: Os Lusadas?
p, isso muito dos, tm gostado muito. Ainda no sbado uma coisa que
se pode fazer sem nada, comoou Porto da Minha Infncia explica as
chato. No tinha maturidade, porque uma passado estive num festival
de teatro em Si- tenho feito em escolas. Tenho uma versomotivaes
desta empreitada, acompanha- obra muitssimo difcil de entender e de
ler. nes, estavam 120 ou 130 pessoas. Eu estava teatral, com cenrio
e no sei qu, mas noda online em http://lusiadasdecoracao.blo-
Curiosamente muito fcil de ouvir. Se eu a dizer a antologia, Os
Lusadas Zipados, acrescenta muito. Claro que gostava de
fazergspot.com, que lhe ocupa os dias. Fala da conseguir levar isto
a algum lado, por isso, como lhe chamo. As pessoas que ficaram, no
isso mas estou um bocadinho espera demisso de contar histrias e da
vontade de por ser fcil de ouvir. Claro que no fcil fim, estavam
fascinadas, encantadas com a ver o que que isto vai dar. No posso
fazerquebrar o preconceito que existe em relao para algum que no
tenha alguma informa- coisa. Acho que um duplo fascnio pela obra
tudo. No posso estar a decorar Os Lusa-ao poema pico de Cames. o e
alguma curiosidade, porque se vai com e tambm pela musicalidade. No
tenho tido das e depois ainda ir falar com o Instituto - A ideia de
decorar todo Os Lusa- preconceito no vai gostar. A maior parte das
muita gente. Fiz no Teatro Meridional trs Cames. O Instituto Cames
que tem dedas surge em 2008, verdade? Como? pessoas diz-me que no
se devia estudar isto semanas seguidas e tive pouca gente. Mas vir
ter comigo. J fiz o meu trabalho, algum Antnio Fonseca Comeou a mas
a no secundrio, que a gente s pode entender as pessoas que vo ficam
fascinadas. Estou que faa o seu. Estou disposto a ir a todo oideia
inerente minha prpria condio quando mais crescida. Isso verdade,
tam- convencido que isto uma questo de bater stio e a fazer isto at
na casa das pessoas,de actor. Quando se tem como funo, entre bm. No
digo que tecnicamente, e na histria no preconceito. No estou
preocupado. Isto se elas quiserem. De resto, no me importooutras
coisas, contar histrias, h sempre bsica da cultura, no possa ser
abordada, uma ideia maluca e se houver cinco mil pes- de passar
dois ou trs anos da minha vida acoisas que vo aparecendo. A histria
de Os mas uma obra para maiores de 18 anos, no soas que nem vo ver
mas vo dizer como fazer isto. Claro que tenho de viver e tm
deLusadas antiga e tem que ver como outras tenho dvida. Os Lusadas
no podem ficar possvel um gajo meter-se nisto, talvez se me pagar.
Daqui por um ano, se as pessoasligaes, como quando fiz em Braga
vrios como uma obra para convertidos, para pesso- Devo dizer que a
1 de Junho de 2008 comecei a fazer a surfar. Isso demora pelo menos
mais um deu mais pistas para as pessoas sentirem e metam noutras
coisas. Para mim j fants- curtirem e acharem que vale a pena
expandirprojectos com o Sindicato de Poesia; e onde as que j sabem,
para os tipos da Faculdade este trabalho e no sabia a primeira
estrofe de cor, ms, mas o tempo que faz. Tenho de dizer para
estarem mais vivas. Pode ser que este tico. Imagine que tenho cinco
mil pessoas isto tudo, estou disponvel. Posso estar can-fiz tambm
no fim da dcada de 1990 um de Letras e duvido que a maior parte das
todos os dias aquele canto, todos os dias, ir trabalho, que nesse
aspecto ainda no come- que vo ver isto e outras cinco mil que no
sado mas este o meu trabalho e no tenhoespectculo com o Sermo da
Sexagsima, pessoas que por l passaram a tenham lido as armas e os
bares assinalados, que quase toda a sempre l. O tempo faz o resto.
ou, seja a coisa mais importante que faa na vo ver mas que ficam a
matutar naquilo, nada que me queixar.de Padre Antnio Vieira. Outras
coisas foram do princpio ao fim. Estou a falar de alunos, gente
sabe. Portanto, j se pode ver o meu conheci- - E nunca como uma
rezinha. Como minha vida, mas isso no sou eu que digo. s tantas at
vo fazer alguma coisa na vida - A fechar: nessa tambm sua
desco-aparecendo como possibilidades, sobretudo no de professores.
tambm diz no texto que tem no site, - Este interesse por adaptar
textos deles que tenha que ver com isto ou outra berta pessoal de
Os Lusadas, quegrandes textos da literatura portuguesa, de - Dizia
que uma obra fcil de ouvir. mento da letra do texto. Penso que o
que acontece no h entendimento sem corao. como o Sermo da Sexagsima
e coisa qualquer. Isto para mim to ou mais texto e que autor
encontrou?que a maior parte da populao tem infor- E de oralizar?
Houve dificuldade em com quase toda a gente. A.F. Isso sim. Mesmo
quando digo e j Os Lusadas, textos que no so de importante do que
as pessoas que vo ver. A.F. Encontrei um grande artista, ummao, j
ouviu falar, mas depois realmente actualizar um texto que tem
sculos? sei bem, tenho de dizer implicado. Chego ao palco, tambm
tem que ver com a li- - A ideia chegar a 2012 e poder di- grande
poeta, um grande cidado e issono conhece ou at tem preconceito,
por- A.F. A dificuldade maior a questo fim de hora e meia de dizer,
em casa, cansa- gao educao que de que falava zer Os Lusadas todos?
muito engraado. Era uma pessoa comque muito difcil, porque muito
estra- das referncias culturais. Os Lusadas so mais interessantes.
Por um lado, a possibi- Esse trabalho, por um lado, no fcil, mas
dssimo. Tem de ser muito implicado fisica- h pouco? A.F. A 9 de
Junho do prximo ano, em um humor refinadssimo e muito mimalha,nho.
Em 2008, por vrias circunstncias, feitos em cima dos paradigmas
clssicos, lidade de actualizao do texto, no sentido para mim
fascinante. Conseguir surfar no mente, se no, no serve para nada.
Tanto que A.F. Tem que ver com uma ideia muito Guimares, ento
capital europeia da cultu- que se est sempre a queixar, muito
frgil.a coisa amadureceu na cabea. Tinha um dos deuses, do
vocabulrio. A maior dificul- de a gente ver que o texto tem
ressonncias texto, isso sim genial. s isso que quero preciso de
estar numa forma fsica muito boa, mais vasta, que ns precisarmos
todos mui- ra, vou fazer os dez cantos. Vou fazer nove Isso
sente-se em muitas partes da obra. Adilema: estava a pensar fazer
um mestrado dade perceber a que que correspondem humanas, de vida,
de pensamento, que nos passar s pessoas, esse planar nesta msica.
porque j no sou propriamente novo. to de fico nas nossas vidas,
precisarmos de seguidos: s 10h o primeiro, s 11h o II, ao gente
sente a fragilidade mas percebe que em questes de teatro, mas
depois pensei algumas referncias, muitas vezes at actu- so
familiares e que so as nossas; e por - Diz no site do projecto que
este - Diria que este o seu maior desa- histrias, de pensamento.
Esses textos tm meio-dia o III, com um intervalo de duas mimalhice
tambm, e isso muito bonito.que o mestrado no tinha graa, ia andar
alizando. Se no sculo XVI havia uma elite outro lado jogar com
outra coisa, que a no um espectculo circense de fio enquanto actor?
muita fico e muito pensamento. Do meu horas e por a fora, at s 23h.
A essa hora Depois, uma obra musical absolutamentedois ou trs anos
a aprender uma coisa que que tinha essas referncias da cultura cls-
musicalidade do texto. a mesma coisa que memria. Ainda assim
preciso uma A.F. Enquanto actor perfomer sem ponto de vista, uma
das minhas funes entram 40 ou 50 pessoas da populao, com
fascinante. Tem pedaos melhores e peda-depois no servia para nada.
Ento decidi sicas, hoje no sei se assim. Penso muitas ouvir uma
sinfonia de Beethoven. Se soube- capacidade grande. Como o mtodo
dvida o meu maior desafio. Ainda no con- contar histrias. Costumo
dizer que s me quem trabalhei nos meses anteriores, uma os piores.
Ainda no trabalhei em porme-decorar Os Lusadas. Parece caricato,
mas vezes nisso, sobretudo no canto VI, quando res msica, s capaz
de curtir mais. Mas, se de trabalho? segui faz-lo, s daqui a um
ano. Como actor interessam trs coisas como actor: fazer rir,
orquestra e juntos dizemos o X canto. O que nor os VIII, IX e X
cantos, mas d-me im-foi assim que amadureci a ideia, que tirei a o
conslio dos deuses martimos, porque gostares de msica e no
souberes, sentas- A.F. trabalho, trabalho, trabalho. O cidado, acho
que no . Distingo o perfor- fazer chorar e inquietar. No me
interessa queria a seguir era, em todas as capitais de presso que
ele est muitssimo inspiradoma da rvore. Claro que h tambm a li-
aquilo parece uma reunio na Quinta da te e apanhas ali um banho que
no sabes de mtodo tem fases. Primeiro leio tudo, uma, mer do actor
que cidado, e a penso que mais nada. Trabalho com estas trs e
ideias. distrito, onde h teatros, fazer a antologia at ao fim do
canto VII. Os cantos restantesgao que sempre mantive com a educao,
Marinha. tal e qual. Vem um com a espo- qu. No preciso saber msica
para curtir duas, trs vezes. Depois comeo a desmon- no de certeza a
coisa mais importante e Ora, se a gente vai procura de textos de
que dos dez durante a semana, e depois no s- j so um bocadinho a
arrastar. Para mim,que me leva a pensar que, como actor, devo sa,
aquela levava do marido... Parece uma a msica. Como no preciso
entender o tar, vendo as notas todas e o que as refern-
interessante que fiz na vida. As coisas que fiz as pessoas j tm
alguma memria, mais bado fazer tudo, sendo o X canto sempre
globalmente, os grandes cantos so o III, IV,ter imensa
responsabilidade de fazer passar reportagem da revista Caras, com
umas sentido das palavras, a letra de todo o senti- cias querem
dizer. Depois comeo estrofe em Braga, ou mesmo as coisas que fiz
numa possvel viajarmos em conjunto. Proponho a com a populao do
stio. Iria um ms antes, V e VI. Se calhar um especialista de
Camespara as pessoas mais novas as grandes obras fotografias e uns
comentrios do ex-Carlos do das palavras e das metforas, para curtir
a estrofe, ou por blocos. Essa a fase mais escola secundria em
Carnaxide, foram mui- coisa com uma profundidade, com um co-
trabalharia com as pessoas e elas diriam no dir isto, mas o que
sinto.da literatura e do passado. Deveramos ter Castro. Estou
convencido que, na altura, ouvir Os Lusadas. nesse stio que estou
violenta, que fazer isto e ao mesmo tempo to importantes enquanto
actor cidado. No nhecimento de corao, que as pessoas nuncaessa
competncia de ler a poesia e os roman- como as pessoas sabiam
aquelas coisas dos a trabalhar, fundamentalmente. tentar dizer, mas
tentar dizer no pensamento propriamente enquanto artista que visto,
tiveram. Esta viagem comum torna-se mais A questo esta: qual vai
ser a importncia distoces de uma forma muito mais fascinante do
deuses, fazia sentido e divertiam-se imenso. - E como foi para si
ler verdadeira- e no nas palavras. Decorar flegos de pensa- mas
como cidado dentro da minha funo fcil se as pessoas tiverem as
mesmas refern-que a maior parte dos professores de Por- Hoje, a
Quinta da Marinha muito mais mente Os Lusadas? mento, bocados de
narrativa. Ao ritmo a que social. No penso que isto venha a ser a
coisa cias. Por exemplo, uma das coisas que queria para as pessoas
do meu pas? E a posso vir a dizertugus faz e claro que h
professores de popular. H coisas que so desse ncleo e A.F. muito
difcil desmontar aquilo trabalho nisto em mdia duas horas por mais
importante, mas pode ser, porque no fazer e que j no vou fazer,
porque estou que foi a coisa mais importante, porque foi a que
maisPortugus que fazem muitssimo bem. Mas hoje perderam-se. Mesmo a
classe culta tudo. Tenho de ir procura das referncias dia h trs
anos e tal 100 estrofes, uma m- sei que dimenso vai ganhar. A
questo velho e no vou ter tempo era pegar no Pes-os actores deviam
ter essa competncia de tem outras referncias e o pblico em geral
todas, que tambm no as sei. Depois de ter dia de um canto, no
princpio demoravam- esta: qual vai ser a importncia disto para as
soa e fazer duas horas nos heternimos, um tocou e ajudou as
pessoas, que deu mais pistas parafalar um texto escrito. Essa tambm
uma no tem. Portanto, no pode ser por a que este trabalho todo
mastigado, quase como me trs meses. Umas 150 a 200 horas. Agora
pessoas do meu pas? E a posso vir a dizer bocado como Os Lusadas.
Porque a gerao as pessoas sentirem e para estarem mais vivas.das
razes por que estou a fazer isto. a gente l Os Lusadas. Essas
coisas tm preparar um concerto, ver os pormeno- demoro menos.
Depois, h outra fase que que foi a coisa mais importante, porque
foi mais nova de uma forma geral tem muita in- - Li o texto em que
explica por que de desvalorizar e valorizar outras que so res todos
da escrita e depois deixar surfar. mecanizar isto. Dizer e dizer at
comear a que mais tocou e ajudou as pessoas, que formao sobre o
Pessoa e podem jogar essaVI VII
18. 2012
19. Antnio Fonseca trouxe-nos "Os Lusadas" ... Entrevistado na
BibliotecaNo passado dia 26 de abril, o ator Antnio Fonseca esteve
naEscola EB 2,3 de Celeirs, numa atuao com um recontoextraordinrio
da antologia dos cinco primeiros Cantos de OsLusadas. A iniciativa,
da responsabilidade do grupo de LnguaPortuguesa, proporcionou um
momento inesquecvel a todosos alunos do 9ano, que numa perspetiva
nica tiveram oprivilgio de assistir a uma anlise da obra diferente
da quej tinham feito, nas aulas de Lngua Portuguesa. No seu modo
teatral, criou entusiasmo em toda a plateia
20. Durante duas horas, Antnio Fonseca disse, de memria,algumas
estncias de Os Lusadas, interpretando os seuspersonagens, relatando
momentos e explicando passagens,sensibilizando os alunos para uma
obra grandiosa que fazparte do imaginrio coletivo e que revela o
fascnio de umaviagem pelo desconhecido. A atuao de Antnio
Fonsecaprendeu os alunos a um texto, de difcil leitura einterpretao
, apenas interrompida pelas explicaes doator que provocaram um
misto de sensibilizao e conscinciado valor de to grandiosa obra e
os seus apartes eloquentes edivertidos. Foram momentos nicos de
extasiado silncio quelevaram os alunos a repensar Os Lusadas de uma
outra formae a quererem ouvir mais ,mas como disse Antnio FonsecaS
no dia 9 de junho , em Guimares. Numa performancemagnfica, Antnio
Fonseca deixou na memria de todos osque tiveram o privilgio de o
ouvir, um espetculo magistral.Prof Aurora Oliveiraat Quarta-feira,
Maio 02,
2012http://becreceleiros.blogspot.pt/2012/05/antonio-fonseca-trouxe-nos-os-lusiadas.html
21. Encontro com Ator Antnio FonsecaPor Lgia Fernandes
(Professora), em 2012/05/28 37 leram | 0 comentrios | 3
gostamEncontro com o ator Antnio Fonseca sobre "Os Lusadas" Ao
longo das manhs de 16 e 17 de maio, todos os alunos do 9 ano da
nossa escola tiveram o privilgio de participar num encontro com o
ator Antnio Fonseca. O pretexto para este encontro foi a leitura de
Os Lusadas, de Lus de Cames, cuja apresentao integral est a ser
preparada pelo ator. Foi uma partilha diferente,inovadora, que
possibilitou uma abordagem nova e nos permitiu, a todos, ver esta
obra numaperspetiva distinta da habitual, sob o olhar atento e
perspicaz de algum que diz o texto de cor,ou seja, com o corao. A
conversa repetiu-se no dia 27, desta vez com os professores, no s
os de LnguaPortuguesa, mas com todos aqueles que puderam no ficar
indiferentes genialidade de Camese ao arrojo de algum que prope uma
leitura muito especial de uma das maiores obras da nossaliteratura.
O agrado foi geral e fica, pois, marcado um novo encontro para o
dia 9 de junho, no CCVF,onde ter lugar a apresentao integral da
obra, com incio s 10h da manh.Lgia
Fernandeshttp://meira.wikijornal.com/Artigo.asp?id=1261&d=encontro_com_ator_antonio_fonseca
22. Tiragem: 10500 Pg: 2 Pas: Portugal Cores: Cor Period.:
Quinzenal rea: 3,79 x 10,00 cmID: 42047928 30-05-2012 mbito: Lazer
Corte: 1 de 1
23. Tiragem: 153674 Pg: 4 Pas: Portugal Cores: Cor Period.:
Semanal rea: 14,52 x 13,64 cmID: 42087301 01-06-2012 | TV mbito:
Informao Geral Corte: 1 de 1
24. Tiragem: 135000 Pg: 9 Destak Porto Pas: Portugal Cores: Cor
Period.: Diria rea: 13,54 x 14,42 cmID: 42126119 04-06-2012 mbito:
Informao Geral Corte: 1 de 1 CAPITAL DA CULTURA Os Lusadas com 100
vimaranenses em palco SUSANA PAIVA RAQUEL MADUREIRA
[email protected] A Capital Europeia da Cultura estreia, no pr-
ximo sbado, no Centro Cul- tural Vila Flor, em Guimares, uma
interpretao de Antnio Fonseca sobre os 10 cantos da obra de Cames,
Os Lusadas, que estar em palco ao longo de oito horas, entre as 10h
e as 23h. Numa co-produo do Teatro Meridional e da Ca- pital
Europeia da Cultura, a pea junta em palco cerca de 100 vimaranenses
que esto, desde Abril, a trabalhar com o actor. A criao, que est a
ser de- senvolvida pelo actor h cerca Maratona de oito horas no
Centro Cultural Vila Flor de quatro anos, centra-se nu- ma
apresentao de excertos tam-se a Antnio Fonseca pa- Cames e das
Comunida- da epopeia clssica, interrom- ra interpretarem o 10 e
lti- des, um apelo alma e his- pida por comentrios e inte- mo
canto. No dia que antecipa tria nacionais, numa via- races com o
pblico. No fi- as comemoraes de 10 de gem que tambm profun- nal, os
100 vimaranenses jun- Junho Dia de Portugal, damente
autobiogrfica.
25. Tiragem: 4000 Pg: 3 Pas: Portugal Cores: Cor Period.:
Bimensal rea: 22,91 x 24,34 cm ID: 42260162 06-06-2012 mbito:
Regional Corte: 1 de 1Uma maratona de com especial nfase para o
Canto X. Obra de referncia da nossa his- tria e da nossa memria
coletiva, construda sob o signo da viagem, ator a partir do corao,
que a for- ma mais intensa do entendimento, refere a organizao dos
Festivais Gil Vicente. E, segundo a mesma fonte,falao para de
Lisboa a Calecut na descoberta do caminho Martimo para a ndia, Os
Lusadas so tambm a sntese e o prolongamento de todas as via- num
perodo do mundo em que a todos ns Lusadas, afinal a todos os
portugueses, nos exigido um es- foro quase sobre-humano ao
nvelcelebrar Cames, gens, numa memorvel metfora da prpria vida,
emoldurando a nossa alma lusitana e a nossa identidade da nossa
sobrevivncia individual e coletiva, o Teatro Meridional quer con-
tinuar a ver no Mar o horizonte dePortugal e a vida enquanto povo.
Esta a grande his- todas as Viagens, e exaltar, espalhar tria do
ser humano, porque isso e cantar por toda a parte se a tanto que Os
Lusadas contam: a histria nos ajudar o engenho e a arte Mais da
vida, no sentido em que a vida do que prometia a fora Humana uma
viagem por um desconhecido, e Licenciado em Filosofia, AntnioNO
MBITO DOS FESTIVAIS GIL VICENTE, O ATOR ANTNIO aquela viagem ndia
foi a viagem Fonseca, natural de Burges (SantoFONSECA D VOZ A OS
LUSADAS. LEITURA INTEGRAL DA por um desconhecido enorme, refe-
Tirso) ator desde 1977. Foi nomea- re o ator que em abril deste ano
es- do para os Globos de Ouro para me-OBRA DE CAMES A PARTIR DAS 10
HORAS DO teve em Vila das Aves no mbito das lhor ator de teatro por
Wating for Go-PRXIMO SBADO, DIA 9 DE JUNHO, EM GUIMARES sesses da
Comunidade de Leitores dot, encenado por Miguel Seabra, do Centro
Cultural, onde leu algu- do Teatro Meridional (2006) e a mes-Desde
h uns anos a esta parte que mas das passagens mais marcantes ma
nomeao este ano pelo traba-o ator Antnio Fonseca por inter- da obra
de Cames. lho na pea Vermelho, encenada pormdio do Teatro
Meridional - anda Neste espetculo, esta grande Joo Loureno.
Colabora regularmen- TEATRO: OS LUSADASs voltas com o pico de
Cames. J Guimares, Centro Cultural Vila Flor. Dia 9 de junho.
estria com Histria, vai ser contada te em projetos de formao nas
re-fez maratonas de cinco horas com a Apresentaes: Canto I - 10h00;
Canto II - 11h00; Canto atravs de episdios e factos referi- as do
Teatro, com destaque para a III - 12h00; Canto IV - 15h00; Canto V
- 16h00; Canto VIleitura e interpretao da primeira - 17h00; Canto
VII - 18h00; Canto VIII - 19h00; Canto IX dos numa viagem
profundamente au- colaborao mantida com o Curso de - 22h00; Canto X
- 23h00. Bilhetes a 5 euros.metade d Os Lusadas mas ficou sem-
Morada: avenida D. Afonso Henriques, 701. 4810-431 tobiogrfica como
as mais ingnuas Teatro e Educao da ESECoimbra. ||||||pre o desejo
de apresentar, num 10 Guimares. Telefone: 253 424 700. www.ccvf.pt
FOTO: SUSANA PAIVA estrias infantis e comunicada pelo SUSANA AIVAde
Junho, a obra por inteiro. Quatroanos depois, mais coisa menos
coi-sa, Antnio Fonseca, concretiza-o. Integrado nos Festivais Gil
Vicente,e em estreia absoluta, o ator sobe, noprximo sbado, ao
palco do CentroCultural Vila Flor, em Guimares, paraa apresentao
integral do pico deCames numa maratona de falaoque comea no dia 9
(10h00) e ter-mina a 10 de junho, data em que seassinalam 440 anos
da edio d OsLusadas. Ser uma momento nicoe uma forma diferente de
festejar oDia de Portugal, sublinhou o progra-mador de artes
performativas de Gui-mares Capital da Cultura, no mbi-to da
apresentao dos Festivais GilVicente (ver pgina 9). Antnio Fon-seca
no estar sozinho em palco, jque para este espetculo foram
convo-cadas muitas famlias de Guimares,
26. Famlias de Caldas das Taipas juntam-se naoralizao de Os
Lusadas06.JUN.2012 | Guimares - CEC 2012 A iniciativa inovadora.
Antnio Fonseca, actor, apresentar no dia 9 de Junho, no Centro
Cultural Vila Flor, Os Lusadas de Lus Vaz de Cames.No canto dcimo,
ceder a voz a vrias famlias de Guimares, para aconcluso da
apresentao da obra que canta, como refere, a vida depessoas com
coragem.O actor, natural de Santo Tirso, nomeado pela segunda vez
para os Globos deOuro para melhor ator de teatro (j o tinha sido em
2007), trabalha nesteprojecto j h quatro anos.Quando comeou a
pensar nesta apresentao, ainda estava longe de pensarque viria a
integrar a programao da Capital Europeia da Cultura. Aintegrao na
CEC 2012 no veio alterar substancialmente a ideia original deAntnio
Fonseca, J tinha feito a apresentao dos primeiros cinco cantosem
vrios locais do pas e as mudanas, para o dia nove de
Junho,prendem-se mais com alguns aspectos ligados aos cenrios e aos
aspectos
27. Quando comeou a pensar nesta apresentao, ainda estava longe
de pensarque viria a integrar a programao da Capital Europeia da
Cultura. Aintegrao na CEC 2012 no veio alterar substancialmente a
ideia original deAntnio Fonseca, J tinha feito a apresentao dos
primeiros cinco cantosem vrios locais do pas e as mudanas, para o
dia nove de Junho,prendem-se mais com alguns aspectos ligados aos
cenrios e aos aspectosvisuais.A inovao principal do projecto
original foi o de chamar ao palco vriasfamlias que vo oralizar o
canto dcimo. Para Antnio Fonseca estaparticipao aconteceu de uma
forma natural, Os Lusadas uma coisanossa, um patrimnio colectivo e
seria mais interessante juntar maispessoas num projecto que comeou
mais individual. Quando ficou decididoque a apresentao seria em
Guimares, pensei logo nas famlias. Se fosseem Coimbra, talvez
pensasse nos estudantes das diferentes faculdades; nonorte, a
famlia algo ainda muito forte, muito emocional, muito afectivo eos
tempos que vivemos so mais incertos do que h vinte anos atrs.
Nosabemos o que nos reserva o futuro e o que nos espera no ser fcil
deenfrentar e tudo o que seja cimentar os laos colectivos
ajudar-nos- a viver.A cultura entrar nestas relaes familiares
importante e o facto de umafamlia se juntar no para um baptizado
mas para tratar Os Lusadas fantstico.Ao todo, no palco principal do
Centro Cultural Vila Flor, ao lado de AntnioFonseca, passaro 97
pessoas, dividas por vrias famlias, das quais quatroso de Caldas
das Taipas e de freguesias circunvizinhas. Antnio Fonsecacomear s
dez horas com a oralizao, de hora a hora, dos nove primeiroscantos.
Sero realizados dois intervalos, o primeiro entre as 13 e as 15
horase o segundo ser das 20 s 22 horas para jantar, coincidindo com
a realizaodo primeiro jogo de Portugal no Europeu de futebol. s
vinte e duas horas,canto nono ser ainda oralizado por Antnio
Fonseca e pelas onze horascomeam a entrar as famlias que concluiro
o canto dcimo da obra de
28. so de Caldas das Taipas e de freguesias circunvizinhas.
Antnio Fonsecacomear s dez horas com a oralizao, de hora a hora,
dos nove primeiroscantos. Sero realizados dois intervalos, o
primeiro entre as 13 e as 15 horase o segundo ser das 20 s 22 horas
para jantar, coincidindo com a realizaodo primeiro jogo de Portugal
no Europeu de futebol. s vinte e duas horas,canto nono ser ainda
oralizado por Antnio Fonseca e pelas onze horascomeam a entrar as
famlias que concluiro o canto dcimo da obra deCames.No dia que
antecipa as comemoraes de 10 de Junho Dia de Portugal, deCames e
das Comunidades Portuguesas , o actor apela alma e
histrianacionais, numa viagem que tambm profundamente
autobiogrfica. Osbilhetes para o espectculo Os Lusadas j esto
disponveis e podem seradquiridos, por cinco euros, no CCVF, FNAC e
Bilheteira Online.
29. Todos os Cantos de "Os Lusadas"Alexandra Madeira, RTP08
Jun, 2012, 18:00 / ltima atualizao 08 Jun, 2012, 18:00De fio a
pavio, a obra maior de Lus Vaz de Cames foi dita, hora a hora, no
palco do grande auditrio doCentro Cultural Vila Flor.Um projeto do
ator Antnio Fonseca, que h alguns anos se embrenha pelas estrofes
de "Os Lusadas". dito um canto por hora. O ltimo,o Canto X, junto
com vrias famlias entusiastas de Guimares. Em palco quase cem
pessoas numa produo que foi apresentada a 9 dejunho.A antena 1
assistiu a um dos ensaios.Ouvir em
http://www.rtp.pt/guimaraes2012/artigo/?t=Todos-os-Cantos-de-Os-Lusiadas&artigo=121
30. Tiragem: 8000 Pg: 12 Pas: Portugal Cores: Cor Period.:
Diria rea: 15,31 x 4,83 cmID: 42215241 09-06-2012 mbito: Regional
Corte: 1 de 1 GUIMARES: ACTOR NARRA prolongamento at amanh, a
primeira poltica, a histria pica narrada por LUSADAS EM 10 HORAS
interpretao integral da obra maior Cames no a de reis e nobres, A
histria dOs Lusadas, de Lus Vaz de da literatura portuguesa. do
povo, como, apontou, afirma, o Cames, vai ser contada na ntegra ao
Trezentos gajos fizeram-se vida prprio Cames no texto ao dizer: E
longo de dez horas, numa pea levada em naus, enfrentaram doenas,
tambm as memrias gloriosas/ Daque- ao palco pelo actor Antnio
Fonseca e tempestades. No eram nobres, eram les Reis, que foram
dilatando/ A F, o por mais de 100 vimaranenses dos pobres,
condenados, marinheiros. Imprio, disse. Esta uma histria sete aos
80 anos. Passaram as tormentas, chegaram ao fechada nos eruditos.
Quis conta-la, Nenhum canto ser esquecido, desconhecido. - Esta a
verdadeira fala-la, analisa-la sem perceber nada. garantiu Antnio
Fonseca, que estreia na histria dOs Lusadas, explicou o actor.
Capital Europeia da Cultura, hoje com Ao contrrio do defendido
pela
31. Tiragem: 46102 Pg: 44 Pblico - Porto Pas: Portugal Cores:
Preto e Branco Period.: Diria rea: 10,41 x 16,36 cmID: 42212105
09-06-2012 mbito: Informao Geral Corte: 1 de 1 Poesia PAULO PIMENTA
O homem que meteu 8816 hora, com uma interrupo para versos na cabea
almoo a seguir ao canto III, e Os Lusadas. Espectculo de outra para
jantar depois do VIII, Antnio Fonseca. Guimares a maratona comea s
10h00 e 2012. Centro Cultural Vila Flor, prev-se que acabe j no dia
10, a partir das 10h00. quando se comemoram os 444 De cor, par
coeur, by heart: so anos decorridos desde a primeira muitas as
lnguas em que o acto edio do poema. No ltimo de dizer algo que
previamente canto, o actor ser secundado por se memorizou
relacionado, um coro de cem vimaranenses. no com o crebro, mas com
No se trata de um espectculo o corao. Como se o que se mais ou
menos circense, nem sabe de cor passasse a fazer de uma tentativa
de gurar parte de ns, do nosso corpo. no Guiness. Trata-se de dizer
E talvez seja justamente isso o um poema de cor, a partir do que
acontece. H quatro anos, corao, como os poemas devem Antnio Fonseca
comeou a ser ditos. Os Lusadas merecem decorar Os Lusadas. Hoje, em
ser ditos assim. Felizmente Guimares, vai fal-los ( ele surgiu
algum suciente louco prprio quem recorre a este para se propor
faz-lo, alojando verbo, em detrimento de dizer na cabea e no corao
as 1102 ou recitar) de uma ponta a estrofes, num total de 8816
outra. Ao ritmo de um canto por versos, que Cames nos deixou.
32. ATOR ANTNIO FONSECARECITA "OS LUSADAS"DURANTE 12
HORASEspetculo emGuimares assinalaos 440 anos dapublicao da obrade
Lus de CamesDelfim [email protected] MAIOR epopeia portugue-sa
jamais publicada, "Os Lu-sadas", o tema de um espe-tculo de teatro
de 12 horas Antnio Fonseca levou quatro anos a preparar rcitaque
vai decorrer hoje no Cen-tro Cultural de Vila Flor, em deste
trabalho. "No uma ca, ao JN. Como profissionalGuimares. Foi h 440
anos coisa extraordinria andar de histrias, encontra moti-que a
obra de Lus Vaz de Ca- quatro anos a trabalhar no vao delineando
bem os ob-mes foi publicada pela pri- mesmo projeto, h pessoas
jetivosdasuavida, "o porqumeira vez, e a Capital Euro- que
trabalham no mesmo a de ser ator".peia da Cultura no quis dei- vida
inteira", afirma Fonse- As 12 horas de "Os Lusa-xar passar a
efemride. das" passam pelos dez cantos Assim, convidou o ator An-
da obra no caminho at n-tnio Fonseca, que interpre- NO LTIMO dia.
No final de cada um, hta Ambrsio Conde na tele- CANTO intervalos de
dez minutos.novela "Rosa fogo", para re- O ATOR CONTA No ltimo
canto, Antniocitar a obra na ntegra. Dos 3 5 COMA Fonseca conta com
a ajuda deanos de carreira do ator por- COLABORAO cerca de 80
pessoas. A rcitatugus, os ltimos quatro fo- DE 80 PESSOAS comea s
10 horas e terminaram passados na preparao meia-noite.
33. Famlias de Guimares juntaram-se na oralizao de Os Lusadas
(FOTOS)12.JUN.2012 | SociedadeA estreia aconteceu no dia 9 de
Junho, no mbito da Capital Europeia da CulturaAo longo de mais de
oito horas, entre as 10h00 e as 24h00, Antnio Fonseca apresentou no
Centro Cultural Vila Flor(CCVF) os mais de mil versos decorados ao
longo de quatro anos. No dcimo e ltimo canto, a maratona juntou
empalco cerca de 100 vimaranenses que, desde Abril, t