22
DULCINEA, NOMBRE PASTORIL Dulcinea e s e l t e r c e r n o m b r e i n v e n t a d o p o r e l i n g e n i o s o hidalgo en e l p r i m e r c a p í t u l o del Quijote, Tras d e d i c a r c u a t r o (!) d í a s a la invención del nombre Rocinante 1 , y luego ocho (!) a la del suyo propio, t e r m i n a f a b r i c a n d o el de su dama, cuando en su imagina- ción piensa matar a un gigante Caraculiambro y ve que necesita "tener a quien enviármelo] presentado". El capítulo primero es, pues, en parte un capítulo "onomástico"; dedicado principalmente a retratar al héroe y a d e s c r i b i r s u pasión, también configura en términos generales ese m u n d o h e r o i c o q u e será tema del libro, re- p r e s e n t á n d o l o d e s d e e l principio c o n s u s r e s p e c t i v o s n o m b r e s p r o p i o s (sin o l v i d a r e n t r e e l l o s e l del "jayán", q u i n t a e s e n c i a d e lo caballe- resco, con su lugar jayanesco, Malindrania; recuérdense las palabras del Cura e n I, 5: "¡Ta, t a ! . . . ¿ J a y a n e s h a y e n l a d a n z a ? " ) 2 . 1 El dar nombre al caballo antes que al amo no es pura parodia. Sabida es la importancia del caballo en el mundo medieval y caballeresco. El mismo Ramón Llull, en su Libro de la orden de caballería (1275), discurre largamente sobre el caballo antes de describir los deberes del caballero: "Se buscó también entre las bestias la más bella, que corre más, que puede aguantar mayor trabajo y que conviene más al servicio del hombre. Y porque el caballo es el bruto más noble y más apto para servirle, por esto fue escogido y dado a aquel hom- bre que entre mil fue escogido, y éste es el motivo por que aquel hombre se llama caballero" (Obras literarias, ed. M. Batllori, Madrid, 1947, p. 109). También Llull q u i e r e fijar a l principio el "carácter" del caballero a base de su nombre, es decir, la "etimología" del personaje principal (véase la nota 2). 2 Es complicada la historia de los nombres propios en la literatura. La técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad, y se relacionan con un anti- guo canon de la retórica estudiado por Platón en el Crátilo. "¿Es posible deducir del nombre de una cosa su esencia? La antigua retórica afirma que es posible" (E. R. CURTIUS, Literatura europea y Edad Media latina, trad. M. Frenk Alatorre y A. Alatorre, México, 1955, p. 692). El proceso puede decirse que va del "nombre a la cosa, del uerbum a la res" (ibid., p. 694); ésa es la base de las Etymologiae de San Isidoro. Véase el excursus de Curtius, "La etimología como forma de pensamiento", y mis estudios "Spanish baroque parody in mock titles and fictional ñames", RPh, 15 (1961), 29-39, y "Moral- allegorical ñames in Gracián's Criticón", Ñames, 9 (1961), 215-233. E l proceso aparece en toda la literatura medieval, autorizado por los dos Testamentos. En su artículo "Perspectivismo lingüístico en el Quijote" (Lingüística e historia literaria, Madrid, 1955, p. 173) observa L E O SPITZER que el cambio de nombre,

DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

  • Upload
    vananh

  • View
    218

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

D U L C I N E A , N O M B R E P A S T O R I L

Dulcinea es e l t e r c e r n o m b r e i n v e n t a d o p o r e l i n g e n i o s o h i d a l g o

e n e l p r i m e r c a p í t u l o d e l Quijote, T r a s d e d i c a r c u a t r o (!) d í a s a l a

i n v e n c i ó n d e l n o m b r e Rocinante1, y l u e g o o c h o (!) a l a d e l s u y o

p r o p i o , t e r m i n a f a b r i c a n d o e l d e s u d a m a , c u a n d o e n s u i m a g i n a ­

c i ó n p i e n s a m a t a r a u n g i g a n t e Caraculiambro y v e q u e n e c e s i t a

" t e n e r a q u i e n enviármelo] p r e s e n t a d o " . E l c a p í t u l o p r i m e r o es,

p u e s , e n p a r t e u n c a p í t u l o " o n o m á s t i c o " ; d e d i c a d o p r i n c i p a l m e n t e

a r e t r a t a r a l h é r o e y a d e s c r i b i r s u p a s i ó n , t a m b i é n c o n f i g u r a e n

t é r m i n o s g e n e r a l e s ese m u n d o h e r o i c o q u e s e r á t e m a d e l l i b r o , r e ­

p r e s e n t á n d o l o d e s d e e l p r i n c i p i o c o n s u s r e s p e c t i v o s n o m b r e s p r o p i o s

( s i n o l v i d a r e n t r e e l l o s e l d e l " j a y á n " , q u i n t a e s e n c i a d e l o c a b a l l e ­

r e s c o , c o n s u l u g a r j a y a n e s c o , Malindrania; r e c u é r d e n s e l a s p a l a b r a s

del C u r a e n I, 5: " ¡ T a , t a ! . . . ¿ J a y a n e s h a y e n l a d a n z a ? " ) 2 .

1 E l d a r n o m b r e a l c a b a l l o antes q u e a l a m o n o es p u r a p a r o d i a . Sabida

es l a i m p o r t a n c i a d e l cabal lo en e l m u n d o m e d i e v a l y caballeresco. E l m i s m o

R a m ó n L l u l l , e n su Libro de la orden de caballería (1275), d iscurre largamente

sobre e l c a b a l l o antes de d e s c r i b i r los deberes d e l c a b a l l e r o : "Se buscó también

entre las bestias l a más b e l l a , q u e corre más, q u e p u e d e a g u a n t a r m a y o r trabajo

y q u e c o n v i e n e más a l servicio d e l h o m b r e . Y p o r q u e e l c a b a l l o es el b r u t o

más n o b l e y más apto p a r a servir le , p o r esto fue escogido y d a d o a a q u e l h o m ­

b r e q u e entre m i l fue escogido, y éste es e l m o t i v o p o r que a q u e l h o m b r e se

l l a m a c a b a l l e r o " (Obras literarias, ed . M . B a t l l o r i , M a d r i d , 1947, p . 109).

T a m b i é n L l u l l q u i e r e fijar a l p r i n c i p i o e l "carácter" d e l caba l lero a base de su

n o m b r e , es dec ir , l a " e t i m o l o g í a " d e l personaje p r i n c i p a l (véase l a n o t a 2).

2 E s c o m p l i c a d a l a h i s t o r i a de los n o m b r e s p r o p i o s e n l a l i t e r a t u r a . L a

técnica de jugar c o n sus et imologías y l a de crear n o m b r e s alusivos se r e m o n t a n

a l p e n s a m i e n t o y a l a l i t e r a t u r a de l a A n t i g ü e d a d , y se r e l a c i o n a n c o n u n a n t i ­

g u o c a n o n de l a retórica estudiado p o r P l a t ó n e n e l Crátilo. "¿Es posible

d e d u c i r d e l n o m b r e de u n a cosa su esencia? L a a n t i g u a retórica a f i rma que sí

es p o s i b l e " ( E . R. C U R T I U S , Literatura europea y Edad Media latina, t rad. M .

F r e n k A l a t o r r e y A . A l a t o r r e , M é x i c o , 1955, p . 692). E l proceso p u e d e decirse

q u e v a d e l " n o m b r e a l a cosa, d e l uerbum a l a res" (ibid., p . 694); ésa es l a

base d e las Etymologiae de San I s i d o r o . Véase e l excursus de C u r t i u s , " L a

et imología c o m o f o r m a de p e n s a m i e n t o " , y m i s estudios " S p a n i s h baroque

p a r o d y i n m o c k t i t les a n d fictional ñ a m e s " , RPh, 15 (1961), 29-39, y " M o r a l -

a l l e g o r i c a l ñames i n Grac ián 's Criticón", Ñames, 9 (1961), 215-233. E l proceso

aparece en t o d a l a l i t e r a t u r a m e d i e v a l , a u t o r i z a d o p o r los dos Testamentos .

E n su art ículo " P e r s p e c t i v i s m o l ingüíst ico e n e l Quijote" (Lingüística e historia

literaria, M a d r i d , 1955, p . 173) observa L E O S P I T Z E R q u e e l c a m b i o de n o m b r e ,

Page 2: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , iXVII D U L C I N E A / N O M B R E PASTORIL 6 l

M e n é n d e z P e l a y o 3 s u g i r i ó p o r p r i m e r a v e z q u e C e r v a n t e s t o m ó

e l n o m b r e Dulcinea d e l d e u n p a s t o r q u e a p a r e c e e n l a o b r a d e

A n t o n i o d e L o f r a s s o , Los diez libros de fortuna de amor (1573). S e r á

n e c e s a r i o c o m e n t a r b r e v e m e n t e l a t r a d i c i ó n d e l a o n o m á s t i c a p a s ­

t o r i l p a r a l l e g a r a l a d e b i d a c o m p r e n s i ó n d e l n o m b r e q u e e s c o g i ó

C e r v a n t e s . U n p a s t o r Dulcineo i l u s t r a c o n s u n o m b r e e l c a r á c t e r

" d u l c e " a t r i b u i d o a l h o m b r e q u e v i v e e n e l a m b i e n t e i d e a l d e l a

E d a d d e O r o .

Q u i z á f u e V i r g i l i o q u i e n e n s e ñ ó a l R e n a c i m i e n t o u n a f a c e t a d e

l a o n o m á s t i c a p a s t o r i l : s u Melibeo s i m b o l i z a b a t a m b i é n l o " d u l c e "

d e l c a r á c t e r h u m a n o e n l a E d a d D o r a d a , a l m e n o s p a r a l o s s e g u i ­

d o r e s d e V i r g i l i o e n l a n u e v a é p o c a 4 . P r o b a b l e m e n t e es v i r g i l i a n o

e l Meliseo d e S a n n a z a r o , q u e e x i s t í a y a (Melisseus o Melissus) e n l a

A n t i g ü e d a d , p e r o q u e f u e a s i m i l a d o a l o p a s t o r i l p o r e l a u t o r d e

l a Arcadia. L o s n o m b r e s p r o t o t í p i c o s e n niel- se f u n d a n , s i n d u d a ,

t a n constante e n los l i b r o s de caballerías y p a r o d i a d o p o r Cervantes (Don Quijote, Caballero de la Triste Figura), procede de l a costumbre de tomar

u n n o m b r e n u e v o después d e l b a u t i s m o . L a c o r r i e n t e está todavía m u y v i v a

e n e l R e n a c i m i e n t o , y fray L u i s de L e ó n dice en e l p r ó l o g o de Los nombres de Cristo: " . . . e l n o m b r e es c o m o i m a g e n de l a cosa de q u i e n se dice , o l a

m i s m a cosa d is frazada de o t r a m a n e r a " (Obras completas, ed . F. Garc ía , M a ­

d r i d , 1 9 4 4 , p . 3 9 4 ) . G r a c i á n d e d i c a u n capí tu lo de su Agudeza y arte de ingenio ( 1 6 4 2 , 1 6 4 8 ) a l a " A g u d e z a n o m i n a l " , o sea a l a técnica de m a n e j a r nombres

p r o p i o s de m o d o q u e expresen sus más escondidos signif icados, y n o vac i la

e n d a r a l n o m b r e de D i o s u n a interpretac ión p r o p i a : " . . . d i v i d i d o está d i -

c i e n d o : D i os, D i os l a v i d a , D i os l a h a c i e n d a , D i os l a t i e r r a , D i os e l cielo,

D i os e l ser, D i os m i grac ia , D i os a mí m i s m o , D i os l o todo, . . .de m o d o que

d e l dar , d e l hacernos t o d o b i e n , tomó e l Señor su santísimo y augustísimo

r e n o m b r e de D i o s e n nuestra l e n g u a española" (Obras completas, ed. E . C o r r e a

C a l d e r ó n , M a d r i d , 1 9 4 4 , p . 1 8 9 ) . Cervantes y Q u e v e d o (véase m i " O n o m a s t i c

i n v e n t i o n i n the Buscón", HR, 2 9 , 1 9 6 1 , 1 5 - 3 2 ) son expertos en el m a n e j o de

n o m b r e s , y u n casi-contemporáneo de ellos, j u g a n d o c o n l a creación de unos

n o m b r e s absurdos, y c o m o r e c o r d a n d o las pa labras de P l a t ó n transferidas ya

a l a l i t e r a t u r a , a l m i s m o t i e m p o q u e fija y define l a n a t u r a l e z a d e l capítulo

" p r i m e r o " d e l Quijote, c o m e n t a : " . . . q u e p a r a c u a l e s q u i e r progresos de l a

definición es casi preciso empezar p o r e l n o m b r e , q u e c o n eso se d i s t i n g u e n

las personas" ( B . R E M I R O DE N A V A R R A , Los peligros de Madrid [ 1 6 4 6 ] , ed.

M a d r i d , 1 9 5 6 , p . 1 0 4 ) . C f . Quijote, ed. F. R o d r í g u e z M a r í n , M a d r i d , 1 9 4 7 - 4 9 ,

t, 1, p . 9 8 . ( C i t o s iempre p o r esta edición).

¿Orígenes de la novela, ed. B u e n o s A i r e s , 1 9 4 5 , t. 2, p . 3 0 8 . 4 E l s igni f icado d e l n o m b r e v i r g i l i a n o 110 debe de ser m u y di ferente d e l

a t r i b u i d o a Meliboia: q u e n u t r e c o n d u l c e a l i m e n t o ( 'die m i t süsser N a h r u n g

N ä h r e n d e ' : P A U L Y - W I S S O W A , Real-Enzyklopädie; cf. b ib l iograf ía e n e l artículo

respectivo). P e r o e n r o m a n c e e l n o m b r e y a sólo a l u d e a l 'carácter d u l c e ' . H a y ,

es c ier to , var ias Meliboea, diosas menores, n infas , etc., e n l a A n t i g ü e d a d , ade­

más de l a c i u d a d d e l m i s m o n o m b r e en T e s a l i a , m e n c i o n a d a e n l a Eneida, pero

d u d o q u e R o j a s pensara en ellas: e v i d e n t e m e n t e par t ió d e l Melibeo de las

églogas, v i r g i l i a n a s . H a c e de l a n i n f a Callisto u n v a r ó n , y d e l pastor Meliboeus u n a m u j e r ; a l t rocar así los géneros, rep i te u n ejercic io grato a los humanistas

d e l R e n a c i m i e n t o , R e m i r o de N a v a r r a (supra, n o t a 2 ) hasta crea — c o n evidente

Page 3: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

62 H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , XVII

en e l antiguo concepto de la m i e l como esencia sagrada de los dioses

regalada a los mortales en la E d a d de O r o ; así la trata V i r g i l i o en su

conocida Geórgica IV, dedicada simbólicamente, como se sabe, a des­

c r i b i r la cría de las abejas y l a producción de l a m i e l . L a m i e l es

"aérea" y " d o n celestial" en esta Geórgica, que empieza así: " P r o -

tinus aérii mell is caelestia dona / e x s e q u a r . . . " P o r su afán de cui­

dar l a "glor ia mel l is" , puede creerse que las abejas han recibido una

porción de la inteligencia d i v i n a : " H i s quídam signis atque haec

exempla secuti / esse apibus partem divinae mentís et haustus /

aetherios dixere" (vs. 219-221)5. S i l o "dulce" de esta d i v i n a esencia

reaparece, según creo, en el pastor Melibeo, y después en el Meiiseo

de Sannazaro, para señalar ahora el carácter "dulce" del hombre

ironía— una Bitrubia a base del famoso arquitecto romano Vitruvius (p. 35) y una Polivia a base de Polibius (p. 114). E l sentido de Meliboeus en la Anti­güedad tardía ya no era claro: en la "Appendix" de Servio, un comentador no vacila en interpretarlo de este modo: "Meliboeus id est qui bovum curam gerat...", basándose en ^¿Xeiv fiovs (ed. Thilo, Lipsiae, 1902, 000. fase. II, 16),

explicación que repite un lexicógrafo moderno ( G U T I E R R E T I B Ó N , Diccionario

de nombres propios, México, 1956) y que, aplicada al Melibeo de Virgilio, resulta bastante inverosímil, puesto que él es decidida y casi exclusivamente un "pastor de cabras" (cf. Ecl. I, 12, 74; VII, 9); sólo una vez, de manera accidental, se le asocia con animales como "bueyes" (Ecl. VII, 11: "huc ipsi potum venient per prata iuvenci"). Tanto Calpurnio (I, 94; IV, 6 al.) como Nemesiano (I, 6 al.) tomaron de Virgilio el nombre de Melibeo. C A R O L U S W E N D E L , "De nominibus bucolicis", Jahrbücher für classische Philologie (Flec-keisens Jahrbücher), 26, Suppl. (1901), 1-90, afirma que Virgilio debió tomar su nombre de un pastor Meliboios en la leyenda de Edipo: "Quis hoc nomen fabulae adiecerit ignoramus; dubitari autem non potest, quin Vergilium in litteris omnino non inveniuntur" (p. 49). Véase también C A R L R O B E R T , Oidipus,

Geschichte eines poetischen Stoffs im griechischen Altertum, Berlín, 1915, t. 1,

p. 75 y t. 2, p. 31. Pero si el sentido del nombre fue problemático en la tardía Antigüedad, no lo fue tanto para la edad moderna, la cual —desde Rojas— lo asoció con mel- 'dulce*. Así C O V A R R U B I A S : Melibea 'dulzura de la vida', basán­dose en y en / ? ¿ W Hay otros Melibeos en Gil Polo (ed. Madrid, 1953, p. 73), en la Arcadia de Lope (¡Obras escogidas, Madrid, 1953, p. 1133a) y en Bernardo de Balbuena (Siglo de oro. .., Madrid, 1821, p. 72), y, finalmente, un burlesco Don Melibeo, "caballero y ridículo amante", en Salas Barbadillo, La estafeta del dios Momo (ed. Madrid, 1627), fol. i 3 9 r (en el siglo barroco, los motivos clásicos se tornan paródicos; cf. infra, nota 26).

5 Así, Cervantes, jugando con el nombre de la dama, puede llamarla "dul­císima Dulcinea" en la carta que le dirige Don Quijote (I, 25; t. 2, p. 277), a la vez que aplica el mismo superlativo a la actividad de las abejas —"dulcí­simo trabajo"— en el discurso sobre la Edad de Oro (I, 11; t. 1, 317), que sin duda es lejana reminiscencia de Virgilio; el socarrón de Sancho, hablando de aquella carta y aludiendo al mismo matiz del nombre, sabrá decir: " . . . con cuya respuesta dulce y melificada volveré por los aires como un brujo"; Don Quijote repite la fórmula al final de la Primera parte: "dulcísima Dulcinea" (I, 52; t. 3, p. 419). Ya veremos más adelante que el superlativo de dulce es epíteto que se aplica muy a menudo a la Virgen María, la cual entra también en la elaboración de la dama de Don Quijote.

Page 4: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII DULCINEA,, N O M B R E PASTORIL 63

de la E d a d de O r o , es muy natural que otros pastores renacentistas

reciban nombres análogos, dotados del mismo mensaje, como el

Meliseo de la Calatea de Cervantes, u n a Melisea en la Diana ena­

morada de Gaspar G i l Polo (ed. M a d r i d , 1953, p . 219) y tal vez

el Melando del Siglo de oro en las selvas de Erifile de Bernardo de

Balbuena 6 . T a m b i é n es natural que el concepto se extendiera a

otros nombres afines: Nectalvo en Los pastores de Belén de Lope

de Vega y Delicio en Balbuena (p. x i i i ) , a la vez que se aplicaba a

personajes no pastoriles, como el Dulcido del Patrañuelo de J u a n

T i m o n e d a (ed. M a d r i d , 1949, p. 186). L a transferencia del Dulcineo

"pastor i l " a la Dulcinea "dramática" o "novelística" equivale a la

transferencia del Melibeo "pastor i l " a la Melibea "dramática" de

Fernando de Rojas (lo "dulce" ideológico del hombre de la Edad

de O r o extendido a lo "dulce" tradicional de la mujer) 7 .

6 Ed. cit., p. 8. Debe de ser el mismo Melando, pastor de Odiseo (XXII, 475) mencionado por Teócrito (Idilio V, 150). Su nombre deriva sin duda de la flor melanthium, la cual tal vez sugiriera al Renacimiento una asociación con mel- 'dulce'.

7 La onomástica pastoril tiene cuatro grandes categorías (dejando aparte, claro, muchas excepciones): í) nombres "vegetales" (los más numerosos): Flo-rianos, Rosindas, Laureanos, etc.; 2) nombres de ninfas: Dóridas, Cláridas,

Amarilis, etc.; 3) nombres con raíces que sugieren la belleza humana: Clarin-das, Belisardas, Claremos, etc.; y 4) nombres alusivos a la bondad del carácter humano en la Edad de Oro, categoría a la cual pertenece nuestro Dulcineo. He aquí una breve historia de esta última clase: Pacifico en L'Ameto de Boc­caccio; el ya mencionado Meliseo de Sannazaro y el Meliso de Cervantes; los nombres en dulce arriba indicados; el Sincero de Sannazaro y también el Ca­rino; Lealdo en la Arcadia de Lope de Vega; los muchos en Fid-, como Fidessa y Fidelia en la Faerie Queene de Spencer y el célebre Pastor Fido de Guarini (Fidelio muchas veces en el teatro de Lope, tal vez por inspiración italiana, y su último avatar, el Fidelio de Beethoven, que alude a la fidelidad conyugal); Fineldo en Los pastores de Belén; Finardo en La Cintia de Aranjuez de Gabriel de Corral (ed. Madrid, 1945, p. 58). Más significativos, y como síntesis de todos los demás, son los muchos en Cris- 'oro', que expresan el verdadero "carácter de oro" del hombre de la Edad Dorada: Crisaldo en Sannazaro (el cual introduce en la Europa del Renacimiento muchos de los nombres citados aquí); Crisalvo y Crisio en la Galatea, y ahí mismo Grisaldo, en su forma italiana, como el Grisóstomo del Quijote; Criseo, Crisalo y Crisalda en la Arca­

dia de Lope. Y en otros géneros (que toman su onomástica de la novela pastoril, nodriza de toda literatura), tenemos la Crisolora de Timoneda (ed. cit., p. 149); Criselio y Criselia en Tirso de Molina (Ventura te dé Dios, hijo, y La mujer que manda en casa). El concepto desciende sin duda del chryseon

genos de Hesíodo, a través de la áurea proles de Ovidio y de la gens áurea

de Virgilio; cf. I N E Z S. R Y B E R G , "Vergü's Golden Age", Amer. Philol. Assoc.

Trans. and Proceed., 89 (1958), 112-131. Luciano nos aclara el concepto con típica ironía en sus Saturnalia: "Todo en aquella edad brotaba sin siembra y sin arado; la tierra no daba espigas, sino panes y carnes adobadas; corría el vino en arroyos y las fuentes manaban miel y leche; todos eran buenos y áureos". Y más abajo: "aquellos hombres de oro macizo. .." (Obras completas

de Luciano, trad. F. Baráibar y Zumárraga, Madrid, 1890, t. 4, pp. 238, 239).

Page 5: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

6 4 H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , XVII

F i j á n d o s e e n e l c é l e b r e p a s a j e d e l p r i m e r c a p í t u l o d e l Quijote,

R a f a e l L a p e s a o b s e r v a , e n u n p e n e t r a n t e a r t í c u l o , c i e r t o " n e x o "

e n t r e l o s d o s n o m b r e s d e l a d a m a : e l g r a n d i l o c u e n t e i n v e n t a d o y e l

p r o p i o h u m i l d e . H e a q u í e l p a s a j e :

L l a m á b a s e A l d o n z a L o r e n z o , y a é s t a l e p a r e c i ó ser b u e n t í t u l o

d e s e ñ o r a d e sus p e n s a m i e n t o s ; y b u s c á n d o l e n o m b r e q u e no des­

dijese mucho del suyo y q u e t i r a s e y e n c a m i n a s e a l d e p r i n c e s a y

g r a n s e ñ o r a , v i n o a l l a m a r l a Dulcinea del Toboso, p o r q u e e r a

n a t u r a l d e T o b o s o : n o m b r e , a s u p a r e c e r , m ú s i c o y p e r e g r i n o ,

y s i g n i f i c a t i v o , c o m o t o d o s l o s d e m á s q u e a é l y a sus cosas h a b í a

p u e s t o 8 .

A s í t e r m i n a e l p r i m e r c a p í t u l o . E l d i s t i n g u i d o e r u d i t o e s p a ñ o l c r e e

q u e suyo, e n l a f r a s e " n o d e s d i j e s e m u c h o d e l s u y o " , se r e f i e r e a l

n o m b r e Aldonza. A m í m e p a r e c e n o s ó l o m á s p r o b a b l e , s i n o c a s i

s e g u r o , q u e a l u d a a l n o m b r e d e Don Quijote m i s m o , y a q u e é s t e

h a b í a p a s a d o l o s o c h o d í a s p r e c e d e n t e s c r e a n d o t a n p e r e g r i n o y s i g n i f i ­

c a t i v o n o m b r e . Y a u n q u e C e r v a n t e s h a y a q u e r i d o s u g e r i r l a c o n e x i ó n

entre Dulcinea y Aldonza^ e l p a s a j e s e r í a e n g e n e r a l i r ó n i c o , y Dulci­nea s í d e s d i c e , y m u c h o , d e s u r ú s t i c a c o n t r a p a r t e . M á s i m p o r t a n t e ,

p u e s , q u e e l " n e x o " e n t r e l o " d u l c e " d e Aldonza y Dulcinea? es l a

a b i e r t a o p o s i c i ó n e n t r e l o s d o s n o m b r e s . C o n l a m u y r ú s t i c a A Idon-za c o n t r a p u e s t a a l a m u y p o é t i c a Dulcinea, C e r v a n t e s e s t a b l e c e

8 " E l a u t o r d e l Quijote — d i c e L a p e s a — i d e n t i f i c a b a Aldonza c o n Dulce.

Dulcinea n o está f o r m a d o d i r e c t a m e n t e sobre Aldonza, s ino sobre e l e q u i v a l e n t e

Dulce" ("Aldonza-Dulce-Dulcinea", BBMP, 2 3 , 1 9 4 7 / p . 5 2 ) . A ñ a d e L a p e s a :

" M i e n t r a s Casildea sólo m o d i f i c a e l final de Casilda, en Dulcinea se i n t e r p o n e u n

i n c r e m e n t o -in- entre e l n o m b r e p r i m i t i v o y l a terminación. E s q u e Dulcea era

i n a d m i s i b l e p o r excesivamente apegado a l adjet ivo dulce, y t a l vez p o r e l riesgo

de evocar l a serie jalea, gragea, oblea; n o se e n c a m i n a b a a n o m b r e de «princesa y

g r a n señora»; n o resul taba t a m p o c o «músico» n i «peregrino», c o n t r a l o q u e de­

seaba D o n Q u i j o t e . . . E l n o m b r e de Dulcinea, sugerido p o r l a r e m i n i s c e n c i a ele

u n a o b r a r i d i c u l a [la de Lofrasso] , d e b i ó conservar e n l a m e n t e de Cervantes u n

m a t i z est imativo de ese o r i g e n " ( p p . 5 2 - 5 3 ) . C o m o observa L a p e s a (p. 4 8 ) , fue

C l e m e n c í n e l p r i m e r o q u e h i z o n o t a r l a c o n e x i ó n entre los dos n o m b r e s . A u n ­

q u e h u b o u n n o m b r e p r o p i o Dulce — a l a d o c u m e n t a c i ó n de L a p e s a añádase

e l art ículo de E . G A R C Í A G Ó M E Z , " D u l c e , márt i r mozárabe de comienzos d e l

s ig lo x " , AlAn, 1 9 ( 1 9 5 4 ) , 4 5 1 - 4 5 4 — , n o creo q u e sea necesario s u p o n e r l a

presenc ia d e l a n t r o p ó n i m o Dulce e n l a f o r m a c i ó n de Dulcinea (basado, a m i

ver, en lat ín dulc- -j- -ineus, -inea). Sí es, e n c a m b i o , evidente q u e aqué l

se asociaba c o n Aldonza en l a E d a d M e d i a y a u n d u r a n t e los siglos x v i y x v n :

Dulce aparece j u n t o di Aldonza e n var ios textos, a p l i c a d o a l a m i s m a persona

(cf. n o t a siguiente). 9 N e x o q u e sí parece e x i s t i r e n l a m e n t e de Cervantes. C f . I I , 1 4 : " u n a

t a l D u l c i n e a d e l T o b o s o , l l a m a d a u n t i e m p o A l d o n z a L o r e n z o ; como l a mía,

que , p o r l lamarse C a s i l d a y ser de l a A n d a l u c í a , yo l a l l a m o C a s i l d e a de V a n ­

d a l i a " ( t . " 4 , p . 2 9 9 ) . L a falsa e t imolog ía q u e C o v a r r u b i a s d a de Aldonza (ár. al + dulce) era c o m ú n e n l a época.

Page 6: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , X V I I D U L C I N E A , N O M B R E PASTORIL 65

d e s d e e l p r i n c i p i o s u d i c o t o m í a " h i s t o r i a - p o e s í a " , p u e s n o h a y n i n ­

g ú n n o m b r e t a n " h i s t ó r i c o " c o m o Aldonza10. L a p e s a s e ñ a l a l a v e r ­

d a d e r a a l c u r n i a v i s i g ó t i c a (Aldegundia) d e l n o m b r e , y a ese l a r g o

e n t r o n q u e t r a d i c i o n a l y m e d i e v a l (c f . n o t a 10) se d e b e r á q u e e l

v i e j o n o m b r e a f l o r a r a e n t i e m p o s d e C e r v a n t e s c o m o e l p r o t o t i p o

d e n o m b r e í n f i m o y r ú s t i c o . T a m b i é n l a m a d r e d e D u l c i n e a es

Aldonza ( d e a p e l l i d o Nogales: I , 25; t . 2, p . 269), y e l n o m b r e se

a s o c i a a m e n u d o c o n o t r o s n o m b r e s r ú s t i c o s . S a n c h o , a l e n t e r a r s e

p o r p r i m e r a v e z d e l a i d e n t i d a d " h i s t ó r i c a " d e l a d a m a , j u e g a c o n

e l c o n t r a s t e e n t r e l o s n o m b r e s : " T a , t a . . . ¿ q u e l a h i j a d e L o r e n z o

C o r c h u e l o es l a s e ñ o r a D u l c i n e a d e l T o b o s o , l l a m a d a p o r o t r o

n o m b r e A l d o n z a L o r e n z o " ? (loe. cit.), e i n m e r s o e n s u v i s i ó n " h i s t ó ­

r i c a " , c a s i se o l v i d a d e l a i n v e n c i ó n p o é t i c a : " . . . a l a s e ñ o r a A l d o n z a

L o r e n z o , d i g o a l a s e ñ o r a D u l c i n e a d e l T o b o s o " (ibid.). C o m o s a b e ­

m o s , A l d o n z a es " m o z a d e c h a p a , h e c h a y d e r e c h a , y d e p e l o e n

p e c h o " . T a n h o n d o es e l c a r á c t e r r ú s t i c o d e l n o m b r e , q u e Q u e v e d o ,

s i g u i e n d o l a t é c n i c a d e l Lazarillo e n s u a g r e s i ó n t o t a l c o n t r a l o s

l i n a j e s c a b a l l e r e s c o s y a r i s t o c r á t i c o s , c o m b i n a p r e c i s a m e n t e e l n o m ­

b r e d e Aldonza c o n l o s o t r o s n o m b r e s " s u p e r - c r i s t i a n o s " (es d e c i r ,

" í n f i m o s y f a l s o s " ) d e c r i s t i a n o s n u e v o s e n e l Buscón. S i e l a u t o r

d e l Lazarillo l l a m a a l o s p a d r e s d e l p r o t a g o n i s t a , v a l i é n d o s e c a l c u l a ­

d a m e n t e d e l a i n m e m o r i a l o n o m á s t i c a r ú s t i c a , " T h o m é G o n ^ a l e s "

y " A n t o n a P é r e z " , Q u e v e d o , p o r s u p a r t e , r e f u e r z a y , p o r d e c i r l o

a s í , " m a x i m i z a " e l p r o c e s o : l o s p a d r e s d e P a b l o s s o n C l e m e n t e P a ­

b l o y Aldonza d e S a n P e d r o , l a c u a l es h i j a d e D i e g o d e S a n J u a n

y n i e t a d e A n d r é s d e S a n C r i s t ó b a l 1 1 . L a a l c u r n i a d e l a d a m a d e

1 0 " D u l c i n e a es l a i d e a p u r a ; a esta i d e a se l l e g a p a r t i e n d o de l a r e a l i d a d ;

pero n o es l a r e a l i d a d observable, es l a r e a l i d a d d e l r e f r a n e r o . A l d o n z a L o r e n z o

es l a h e r o í n a d e l f o l k l o r e , q u e tanto h a c o n t r i b u i d o t a m b i é n a f o r m a r a San­

cho: «Aldonza, c o n p e r d ó n » , «Aldonza sois, s i n vergüenza», «Moza p o r moza,

b u e n a es A l d o n z a » . D u l c i n e a n o existe, p e r o Aldonza es u n a abstracción. E n e l

siglo x v n , esta re lac ión Didcinea-Aldonza deb ió ser u n o de los rasgos burlescos

q u e más exci tar ían a r i s a . . . " ( J O A Q U Í N C A S A L D U E R O , Sentido y forma del "Qui­

jote", M a d r i d , 1 9 4 7 , p . 4 8 ) . 1 1 U n a m u n o se sorprendió de l a ausencia de l i n a j e d e l héroe a l p r i n c i p i o

d e l r e l a t o c e r v a n t i n o : " N a d a sabemos d e l n a c i m i e n t o de D o n Q u i j o t e . . . Se

h a p e r d i d o t o d a m e m o r i a de su l ina je , n a c i m i e n t o , n i ñ e z y m o c e d a d . . . " (Vida

de Don Quijote y Sancho, M a d r i d , 1 9 1 4 , p . 3 1 ) . J . C A S A L D U E R O h a d i c h o que

" e l a u t o r q u i e r e presentarnos a u n ser l o más a n t i h e r o i c o p o s i b l e y l o más

opuesto a los cabal leros a n d a n t e s . . . L o q u e a Cervantes n o i m p o r t a es l o que

h a n t e n i d o s u m o interés e n dec irnos todos los autores de cabal ler ías" ( " E x p l i ­

cando l a p r i m e r a frase d e l Quijote", BHi, 3 6 , 1 9 3 4 , p p . 1 4 6 , 1 4 7 ; cf. M A R Í A

R O S A L I D A , " D e cuyo n o m b r e n o q u i e r o a c o r d a r m e " , RFH, 1, 1 9 3 9 , p . 1 7 0 ) .

P e r o e l "ser l o más a n t i h e r o i c o p o s i b l e " y e l "más opuesto a los caballeros

a n d a n t e s " n o es D o n Q u i j o t e , s i n o e l p i c a r o , c o m o a r r i b a a p u n t a m o s . L a " f a l ­

t a " de g e n e a l o g í a es c ier tamente más p i a d o s a q u e l a a b i e r t a agresión a n t i - 9

genealóg ica de l a picaresca. D o n Q u i j o t e , p o r l o demás, ofrece u n a pseudo-

genea log ía bur lesca e n I , 2 1 : " . . .yo soy h i j o d a l g o de solar c o n o c i d o , de pose-

Page 7: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

66 H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , XVII

C e r v a n t e s es c l a r a : Dulcinea es l a " p o e s í a " y Aldonza l a " h i s t o r i a "

d e l c a s o .

Q u i z á a e s t o se d e b a e n p a r t e e l q u e m u y r a r a m e n t e v a y a a c o m ­

p a ñ a d o e l n o m b r e d e Dulcinea d e Doña, a p e s a r d e l a s i n n u m e r a ­

b l e s " d o ñ a s " d e l m u n d o m e d i e v a l , y a p e s a r d e l p e r m a n e n t e Don

d e s u s e ñ o r 1 2 . S i S a n c h o c r i t i c a a S a n s ó n C a r r a s c o p o r d e c i r " D o ñ a

D u l c i n e a " — " N u n c a . . . h e o í d o l l a m a r c o n Don a m i s e ñ o r a D u l c i -

sión y propiedad, y de devengar quinientos sueldos; y podría ser que el sabio que escribiese mi historia deslindase de tal manera mi parentela y des­cendencia, que me hallase quinto o sexto nieto de rey" (t. 2, pp. 149-150).

1 2 Por supuesto, el Don de Don Quijote no es título de hidalgo de aldea, sino Don "caballeresco", y el héroe lo abandona en cuanto recobra la cordura, al final de la obra: " . . .ya yo no soy Don Quijote de la Mancha, sino Alonso Quijano" (II, 74; t. 8, p. 253). Y sin embargo, es posible que en ese Don influ­yera —aunque oblicuamente— el uso ilegítimo del título en muchos hidalgos empobrecidos, tema que fue a menudo objeto de parodia en los siglos xvi y xvii; se trataría de un elemento más de parodia "no caballeresca" en el Quijote. Cf. J O H N C. D O W L I N G , "A title of distinction", 41 (1958), 449-456 (el mejor estudio sobre el tema). Según Rodríguez Marín (t. 4, p. 84), el Doña aparece dos veces en la Primera parte (capítulos 8 y 9); la primera vez se usa para equiparar la "nobleza caballeresca" de Dulcinea con la de su señor, paralelismo onomástico en general eludido por Cervantes: " . . . sabed que yo me llamo Don Quijote de la Mancha, caballero andante y aventurero, y cautivo de la sin par y hermosa Doña Dulcinea del Toboso". Aunque el índice de Bowle sólo regis­tra tres apariciones de "Doña Dulcinea" en la Segunda parte, de hecho hay más: una en boca de Don Quijote (II, 9; t. 4, p. 202), otra, irónicamente, en la del Duque (II, 30; t. 5, p. 314), otra también irónica en boca de Sansón (II, 3; t. 4, p. 84). Y varias otras veces es Sancho quien usa el Doña, relacionándolo curiosamente con el tema de los azotes y con el del desencanto de Dulcinea: "lo del encanto de mi señora Doña Dulcinea" (II, 33; t. 6, p. 71); "Pero que­rría yo saber de la señora mi señora Doña Dulcinea del Toboso adonde apren­dió el modo de rogar que tiene" (II, 35; t. 6, p. 121); " . . .porque venía a dar orden [Montesinos] de que la señora Doña Dulcinea del Toboso se desencan­tase" (t. 6, p. 124); "yo procuraré salir de la deuda.. . por que goce el mundo de la hermosura de la señora Doña Dulcinea del Toboso" (t. 6, p. 125). Y luego, en el capítulo último del libro, estando Don Quijote en el lecho de la muerte: "quizá tras de alguna mata hallaremos a la señora Doña Dulcinea desencantada..." (II, 74; t. 8, p. 257). No es del todo claro por qué Sancho usa el Doña así; tal vez sólo por simpleza, o a causa del respeto que siente el rústico por una dama de alto rango; es decir, del respeto que le tendría a "Dulcinea" si existiera. O bien, porque no comparte la visión caballeresca de su amo, quien casi siempre dice: "señora". Obsérvese que, salvo unas cuan­tas reinas, como "Doña Beta" en el Guillermo de Inglaterra o "Doña Ginebra" en Peregrino y Ginebra, las heroínas de las novelas caballerescas no llevan nunca el Doña. Quizá sea porque, como dijo Clemencín (t. 4, p. 53), "el tratamiento de Don lleva siempre consigo cierto sello o idea de gravedad que no asienta bien en un sujeto que todo es ternura, suavidad y gracias"; o quizá se deba a la juventud y al estado de soltera de la dama caballeresca: Doña pudo haberse identificado con dueña, designación de la mujer casada y ma-

• dura (en contraste con doncella 'mujer joven y soltera'). He ahí un problema por resolver. Notemos de paso que en una parodia rigurosa de las novelas caballerescas, la "Doña Tolosa" y la "Doña Molinera" del capítulo 3 de la

Page 8: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII D U L C I N E A , N O M B R E PASTORIL 67

nea, sino solamente la señora Dulcinea del Toboso, y ya en

esto anda errada la h i s t o r i a " 1 3 — , es simplemente para c u m p l i r

su función de esclarecer la verdad "histórica" de las cosas, y al

mismo tiempo para decir que el título no cuadra con u n nombre

tan altamente renacentista y pastor i l 1 4 . Es verdad que también la

atmósfera caballeresca —sin duda con mucha mayor eficacia— con­

tribuye a que l lamen generalmente a D u l c i n e a "señora", como dice

Sancho; pero en lo referente al nombre en sí, la parodia ha llegado

lejos. Ese m u n d o caballeresco, tan burlesca pero evidentemente pre­

sentado en el nombre Don Quijote, s in olvidar u n a posible reminis­

cencia de Lanzar o te, como dice Spitzer 1 5 , está del todo ausente del

nombre Dulcinea, "persona", por lo demás, tan pasiva y desnatura-

Primera parte deberían haberse llamado "infanta" o algo así: nuevamente vemos que Cervantes piensa más en la realidad contemporánea que en el mo­delo caballeresco.

1 3 Es el capítulo 3 de la Segunda parte, donde está el famoso debate sobre "historia y poesía", estudiado tan genialmente por Toffanin y Américo Castro. Sansón Carrasco comenta que "no es objeción de importancia ésa", y Don Quijote replica: "No, por cierto" (t. 4, p. 84). Y es verdad, desde el punto de vista "poético". Pero Sancho no aguanta casi nunca la "poetización" de la realidad, y por eso tiene que enmendarle la plana a Sansón y defender la ver­dad "histórica" de las cosas.

1 4 Los editores del reciente estudio Los nombres de personajes en las co­medias de Lope de Vega (Berkeley y Los Angeles, California, 1961), S. G. M O R L E Y y R. W. T Y L E R , observan: "Es de notar que ciertos nombres de pila no llevan, según el uso de Lope, el «Don» o «Doña» calificativo, aunque deno­tan claramente caballeros y damas" (Introducción, t. 1, p. 24). Enumeran unos 50 nombres que aparecen en Lope sin Don ni Doña, los más de ellos pastoriles y casi todos "clasicistas": Albano, Andronio, Aurelio, Belardo, Camilo, Celio,

Ergasto (en Sannazaro y otros muchos), Feliciano, Felicio, Fineo, Fulgencio,

Laurencio, Leonelo, Lisandro, Liseno, Liseo, Lucindo, Marcelo, Octavio, Ri-

selo, Belisa, Camila, Celia, Clarinda, Clávela, Diana, Elisa, Fabia, Feliciana,

Felisarda, Finea, Flora, Florela, Isabela (la forma "italiana", claro), Leonarda,

Lucinda, Octavia, Rósela, Silvia, etc. Y los editores añaden: "Algún motivo debe de haber para semejante discrepancia entre estos nombres y otros como Diego, Enrique, Juan, Rodrigo; Juana, Isabel, Sol, y muchos más; pero hasta ahora se nos escapa el secreto". Pero el motivo es claro. El Don tiene demasia­das asociaciones medievales y castizas para juntarse con los nombres de la nueva aristocracia literaria. Montemayor no da nunca el título a Diana, y el único que lo lleva en el libro es don Felis, porque Felis es el castizo Félix, a pesar del antietimológico cambio consonantico, cuya finalidad parece ser la adapta­ción al uso pastoril, tal vez sobre el modelo de Filis o Amarilis. Doña Dulcinea no suena, ni tampoco Doña Diana, u otros nombres semejantes.

1 5 Debemos recordar aquí el penetrante estudio de D Á M A S O A L O N S O , "El hidalgo Camilote y el hidalgo don Quijote", RFE, 20 (1933), 391'S97> sobre la posible influencia del carácter y el nombre de Camilote (personaje del Pri< malean y de su imitación, el Don Duardos de Gil Vicente) sobre la persona y el nombre de Don Quijote. Todo puede ser. Cabe observar también que el nombre del ridículo hidalgo Camilote tiene una curiosa semejanza con un importante topónimo de las leyendas artúricas, escrito en español Camaloc, Camalot, topónimo que, sin embargo, aparece mencionado en muy pocos libros

Page 9: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

68 H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , X V I I

l i z a d a ( p a s t o r i l y p l a t ó n i c a m e n t e ) c o m o e r a n a c t i v a s y s e n s u a l e s s u s

p r e d e c e s o r a s O r i a n a y C a r m e s i n a 1 6 .

E v i d e n t e m e n t e t u v o r a z ó n L a p e s a a l a s o c i a r e l p r o c e s o d e l a f o r ­

m a c i ó n d e Dulcinea c o n e l d e Casildea: ''Dulcinea s e r á r e s p e c t o

a Dulce l o q u e l a Casildea d e l C a b a l l e r o d e l o s E s p e j o s es r e s p e c ­

t o a Casilda. . ( a r t . c i t . , p . 48). A m b a s s o n f o r m a s p a s t o r i l e s , y es

p o s i b l e q u e p r o v i n i e r a n c o n j u n t a m e n t e d e r e m i n i s c e n c i a s d e l g e n i a l

s a r d o , c r e a d o r d e Dulcineo. V i e n e p o c o a l c a s o e l q u e C e r v a n t e s e n

e l Quijote y e n e l Viaje del Parnaso h a g a d e L o f r a s s o o b j e t o e s p e c i a l

d e b u r l a , y a q u e é l , c o m o e l a u t o r d e l Lazarillo e n s u p r ó l o g o , y

c o m o t o d o s l o s p o e t a s d e l R e n a c i m i e n t o , se a d h i e r e firmemente a l a

f a m o s a m á x i m a a t r i b u i d a a P l i n i o : " d i c e r e e t i a m s o l e b a t n u l l u m

esse l i b r u m t a m m a l u m , u t n o n a l i q u a p a r t e p r o d e s s e t " . Y r e s u l t a

q u e e l s a r d o es e l m a e s t r o d e t o d o s e n m a t e r i a o n o m á s t i c a . Dulcineo

es s u y o , y t a m b i é n Dulcino, Dulcina y Dulçanio, t o d o s c o n u n

s e n t i d o d e l " c a r á c t e r d u l c e " d e l h o m b r e p a s t o r i l . C r e ó a d e m á s u n a

l a r g a s e r i e d e n o m b r e s e n -dea, t o d o s e l l o s , s o s p e c h o , c o n u n a s u g e ­

r e n c i a d e diosa ( a b a s e d e l l a t í n o d e l i t a l i a n o dea), a d e m á s d e q u e

l u c e n e l p r e s t i g i o s o s u f i j o -ea. S e v a l e d e l o s p r i n c i p a l e s m o l d e s

p a s t o r i l e s : Clori- ( d e Chloris, d i o s a d e l a s flores) y Dori- ( d e Doris)

p a r a s u Cloridea ( t . 1, p . 167) 1 7 y s u Doridea ( t . 1, p . 44), y l u e g o ,

e n t u s i a s m a d o a l p a r e c e r c o n s u i n v e n c i ó n , se l a n z ó t a m b i é n a c r e a r

u n a Claridea ( t . 2, p . 47) 1 8 , u n a Belidea ( t . 1, p . 168), u n a Hidea

de caballerías españoles. De los enumerados infra, en el Apéndice, sólo figura en el Baladro del sabio Merlin (Camaloc: NBAE, t. 6, p. 69^), en La demanda

del Santo Grial (Camaloc: ibid., p. 163a), en el Tristan de Leonís (Camalot:

ibid., p. 363a), y en el Ciarían de Landanís, I I I (Toledo, 1524, fol. xciir), todos ellos, salvo el Ciarían (?), de puro abolengo "bretón". Lo escaso de su apari­ción es tal vez indicio del poco conocimiento directo que Cervantes (y, añado yo, los demás autores españoles) tenían de la leyenda artúrica, según afirmó W I L L I A M J . E N T W I S T L E , The Arthurian legend in the literature of the Spanish

Península, London, 1925, pp. 213-214 y 250. Ese sitio, residencia principal del rey Artús, se menciona muy a menudo en los libros caballerescos franceses, bajo las formas Camaelot, Camaeioc, Camelot, etc. (Véase L O U I S - F E R N A N D F L U -

T R E , Table des noms propres... dans les romans du moyen âge, Poitiers, 1962). 1 6 Las damas caballerescas no son "dulces", al menos en una serie repre­

sentativa de libros de caballerías: Amadís de Gaula, Palmerín de Inglaterra,

Lepolemo y Amadís de Grecia; ni apenas lo son más sus hermanas, las damas de los poetas de los cancioneros del xv, como veremos en el Apéndice. La dama "dulce" por excelencia de la tradición medieval española es la Virgen.

1 7 Cito a Lofrasso por la edición en dos tomos de Londres, 1740. 1 8 Los nombres en ciar-, por su capacidad de sugerir la belleza plástica del

hombre renacentista, son frecuentísimos en la novela pastoril, como en toda la literatura del Renacimiento. Es de notar que la misma Cariclea de Helio-doro se convirtió en Clariquea, probablemente no por mera "metátesis", como dice F. López Estrada (ed. de Los amores de Teágenes y Clariquea, Madrid, 1954, p. xxxii), sino para adaptarse al modelo de los popularísimos nombres en Ciar-. Estos nombres, por cierto, no eran del todo desconocidos en la Edad

Page 10: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII D U L C I N E A , N O M B R E PASTORIL 69

( t . 2, p . 57) y , c a m i n o y a a l a b s u r d o , l l e g ó a f o r j a r i n c l u s o u n a Ar-

chidea ( t 1, p . 51) 1 9 . P e r o l o m á s i m p o r t a n t e n o es, c l a r o e s t á , e l h e c h o d e h a l l a r a l

g r a n a u t o r i m i t a n d o a o t r o e s c r i t o r , s i n o e l d e v e r l e s e g u i r a u n

a u t o r p a s t o r i l y c o n o c i d o . E n r e a l i d a d , l a e s p e c i a l m o f a q u e h a c e

C e r v a n t e s d e L o f r a s s o es i n d i c i o s e g u r o d e l a i m p r e s i ó n q u e l e c a u s ó .

( C r e o d i s c e r n i r e n C e r v a n t e s u n g e s t o d e c a r i ñ o p a r a e l e x t r a v a g a n t e

s a r d o , " c o l e g a " s u y o , c u y o l i b r o " p u s o a p a r t e " e l C u r a " c o n g r a n d í s i ­

m o g u s t o " e n e l e s c r u t i n i o ) . R e c o r d e m o s d e n u e v o l a v i e j a p r e o c u ­

p a c i ó n b u c ó l i c a d e C e r v a n t e s y l a m a r c a d a h u e l l a q u e e s t a p r e o ­

c u p a c i ó n d e j ó e n s u o b r a m á x i m a . E n C e r v a n t e s , l a t r a n s f e r e n c i a

d e Dulcineo a Dulcinea n o es t a n c o m p l e t a c o m o l a d e l Melibeo v i r g i l i a n o a l a Melibea d e R o j a s , y l a d a m a , n o m b r a d a p a s t o r i l m e n t e

a l p r i n c i p i o , s i e m p r e g u a r d a a l g o d e e s a p r i m i t i v a c o n f i g u r a c i ó n .

V e m o s e n e l m i s m o c a p í t u l o 25 d e l a P r i m e r a p a r t e ( c a p í t u l o c l a v e

p a r a l a c o m p r e n s i ó n d e l a e l a b o r a c i ó n l i t e r a r i a d e D u l c i n e a ) c ó m o

D o n Q u i j o t e e x p l i c a c l a r a m e n t e e l m a t i z " i d e a p u r a " d e l a d a m a ,

l o n c e p t o q u e r e c i e n t e m e n t e h a h e c h o r e s a l t a r J o a q u í n C a s a l d u e r o :

. . . as í q u e , S a n c h o , p o r l o q u e y o q u i e r o a D u l c i n e a d e l T o b o ­

so , t a n t o v a l e c o m o l a m á s a l t a p r i n c e s a d e l a t i e r r a . S í , q u e n o

t o d o s l o s p o e t a s q u e a l a b a n d a m a s debajo de un nombre que ellos a su albedrío les ponen es v e r d a d q u e l a s t i e n e n . ¿ P i e n s a s t ú q u e

l a s A m a r i l i s , l a s F i l i s , l as S i l v i a s , las D i a n a s , las G a l a t e a s y o t r a s

t a l e s d e q u e l o s l i b r o s [ " p a s t o r i l e s " , a g r e g u e m o s ] , l o s r o m a n c e s , l a s

t i e n d a s d e l o s b a r b e r o s , l o s t e a t r o s d e l a s c o m e d i a s e s t á n l l e n o s ,

f u e r o n v e r d a d e r a m e n t e d a m a s d e c a r n e y h u e s o , y d e a q u e l l o s q u e

l a s c e l e b r a n y c e l e b r a r o n ? N o p o r c i e r t o , s i n o q u e l a s m á s se las

fingen p o r d a r s u j e t o a sus v e r s o s , y p o r q u e l o s t e n g a n p o r e n a m o ­

r a d o s y p o r h o m b r e s q u e t i e n e n v a l o r p a r a s e r l o ; y as í b á s t a m e a

Media, como lo demuestran los célebres Conde Claros y Claraniña del Ro­mancero.

1 9 Si Cervantes se llama a sí mismo "raro inventor", quién sabe si no con­sideraba también "raro" al sardo en la invención de nombres, pues éste tiene la más "rara" inventiva de todos en materia onomástica; no imitaba a sus predecesores, como los demás autores pastoriles, sino que se esforzaba siempre en ser original, hasta llegar a veces a lo estrambótico. El sufijo -eo, -ea es más frecuente en él que en ningún otro autor (¿debido a su lengua materna?): además de ios nombres en -dea, tiene Solineo (t. 1, p. 305), Seliceo (t. 2, p. 47),

Montineo (t. 2, p. 63; Sannazaro creó el famoso Montano, frecuente después de él), Florineo (t. 1, p. 9), Cormineo (t. 2, p. 285), Beliseo (t. 1, p. 229),

Beiinea (t. 2, p. 63), Claudinea (t. 1, p. 273) y Arbórea (t. 2, p. 71). Al parecer, se introduce a sí mismo tres veces con los nombres de Fraxineo (t. 2, p. 277),

Frexineo (t. 2, p. 52) y Frexano (t. 1, p. 1), hechos a base del nombre de uno de los árboles más mencionados en los poemas pastoriles de Virgilio. Algunos nombres lofrassianos debieron de hacerle gracia a Cervantes, como por ejemplo un pastor Sierradoro (t. 1, p. 90), o una ninfa Timidona (t. 2, p. 9). Tiene Lofrasso en total 84 nombres de pastores, los más invenciones suyas.

Page 11: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

7o H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , XVÍI

mí pensar y creer que la buena de Aldonza Lorenzo es hermosa y honesta; y lo del linaje importa poco . . . (t. 2, pp. 273-275).

T íp ica mezcla muítifacética cervantina: negación de la existencia física de las damas, atribución de l nombre y carácter de éstas a sim­ples necesidades literarias, todo ello unido, quizá, a una ligera mofa erasmiana de ios linajes. A h o r a bien, dentro de toda la complicada serie de atributos concedidos a la dama figura en lugar prominente el poético-pastoril, y Cervantes ut i l iza la misma onomástica pastoril que ha ofrecido a todos los poetas del Renacimiento, bucólicos o no, nombres bellos y de corte clásico para sus damas. Sumergido tal vez en recuerdos de sus propios orígenes pastoriles, así como en la corriente general de su tiempo, y quizá con una pirandeliana remi­niscencia de su propia Galatea (como durante el escrutinio de la biblioteca), llega a insinuar que D o n Quijote nombra a su señora como los otros autores pastoriles a las suyas, y que la hace irreal ("pintóla en m i imaginación como l a deseo", ibid.), según hace cualquier poeta con su F i l i s o su A m a r i l i ("pastoras", naturalmente). Casi lo mismo dirá en su " A d j u n t a a l Parnaso": " e l más pobre poeta del m u n d o . . . puede decir que es enamorado, aunque no lo esté, y poner el nombre a su dama como más le viniere a cuento, ora llamándola A m a r i l i , ora C l o r i , ora Fi l i s , ora F í l i d a . . . "

Pero Cervantes es aún más explícito al hablar sobre la natura­leza del nombre Dulcinea en l a Segunda parte, donde D o n Quijote, desengañado y desalentado después de su derrota a manos del Ca­ballero de l a Blanca L u n a , decide volverse hacia otro m u n d o ideal, el pastoril. Todos necesitarán nombres pastoriles 2 0 , menos Dulc inea , y así es como el concepto " D u l c i n e a " se reconcentra al fin y recobra su prístina y total realidad. E l caballero se expresa así: " L a s pasto­ras de quien hemos de ser amantes, como entre peras podremos escoger sus nombres; y pues el de mi señora cuadra así al de pastora como al de princesa, no hay para qué cansarme en buscar otro que

2 0 "El nombre propio siempre ha sido considerado índice de orientación vital, y un cambio en ésta repercutirá en aquél... Así lo entiende nuestro héroe, cuyas distintas vivencias se han ido cristalizando en una verdadera revolución onomástica: Alonso Quejana-Don Quijote de la Mancha-Caballero de la Triste Figura-Caballero de los Leones, etc. Ahora llega el momento de reorientar su vida, abandonar su vieja personalidad, dejar un mundo y entrar en otro. Todo esto se refleja en el acto de auto-bautismo: Don Quijote volun­tariamente se convierte en el pastor Quijotiz. Con rigor y método se prosigue esta creación ab initio: Sancho será ahora el pastor Pancino, Sansón Carrasco el pastor Carrascón, el barbero Miculoso, el cura Curiambro, etc. El mundo pastoril recién creado rápidamente se torna hermético, como denotan no sólo estas personalidades desprendidas de sus encarnaciones previas, sino también la propia naturaleza, desasida de su realidad por el continuo uso de superlativos. En suma, Don Quijote ha efectuado una pastorilización uniforme y absoluta" ( J U A N B A U T I S T A A V A L L E - A R C E , La novela pastoril española, Madrid, 1959, pp. 228-229).

Page 12: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII D U L C I N E A , N O M B R E PASTORIL 71

mejor le venga" ( I I , 67; t. 8, p. 159). Y en el capítulo 73, replicando a Sansón Carrasco cuando éste vuelve a afirmar l a necesidad de esco­ger nombres para sus pastoras: "Eso está de molde —respondió D o n Quijote—, puesto que yo estoy l ibre de buscar nombre fingido, pues está ahí la sin par D u l c i n e a del Toboso, gloria de estas riberas, ador­no de estos prados, sustento de la hermosura, nata de los donaires" (t. 8, p. 244).

Fijémonos b ien: al entrar en otro m u n d o ideal —exhausta ya la vía caballeresca después de su rendición al Caballero de la Blanca L u n a — , hay que orientar primero la acción hacia l a creación de nombres propios, igual que en el capítulo pr imero de la P r i m e r a parte. Resta ahora fijar la total identidad onomástica de la dama. L a expresión "s in par" es caballeresca (del Amadís, I , 4: Oriana, " l a más hermosa criatura que nunca se vio; tanto, que ésta fue la que Sin-par se llamó, porque en su tiempo n inguna hubo que igual le fuese"), y refleja el concepto idolátrico cortesano de l a m u j e r 2 1 ; el "de l T o b o s o " (caballeresco burlesco) es concesión al "de la M a n ­cha" de su señor 2 2 ; en cambio, "g lor ia de estas riberas" y "adorno de estos prados" son epítetos de pura cepa pastor i l 2 3 .

2 1 Lo de "sin par" es, sin embargo, lo más asimilable al carácter pastoril* a pesar del claro origen caballeresco que en ese epíteto hallaría Cervantes. La misma mezcla aparece en el pseudónimo pastoril de la poetisa inglesa Catherine Fowler Philips, de mediados del siglo xvn, que adopta el nombre "The Match-less ['Sin-par'] Orinda", y da otros nombres pastoriles a una serie de amigos suyos: Cratander, Palaemon (de Virgilio), Poliarchus, Valeria, Ceiimena, Poly-

crite, Ardelia, Philoclea, Regina, Rosania, Philaster, Phillis, y hasta una Pastora

a secas (cf. P H I L I P W E B S T E R SOUERS, The Matchless Orinda, Cambridge, Mass., 1931, pp. 44-45). La Sra. Philips debió de tomar su apodo de Tasso, su autor predilecto (pp. 142-143), pues éste tiene un Orindo ("pagano") en su Gerusa-lemme liberata (1581); el nombre pasó también a la novela pastoril española: lo utiliza Luis Gálvez de Montalvo en El pastor de Fílida (1582; ed. Valencia, 1792, p. 181) asociándolo, sin duda, con ese "carácter de oro" de que hablamos en la nota 7. Orinda reaparece como nombre de un pueblo en California, cerca de San Francisco.

2 2 A Tirso se le olvida, al parecer, la designación "del Toboso": "¿Sois la Infanta... / a lo nuevo quijotil / Dulcinea de la Mancha}" (Amor por señas, II; cit. por J . E . H A R T Z E N B U S C H , Las 1633 notas..., Barcelona, 1874,

p. 1786). Aunque esporádicamente aparece con designación de lugar el nombre de la dama caballeresca —Pandricia de Lacedemonia, Polinarda de Grecia (muy raro así), Fidelia de Lacedemonia, en el Palmerín; Elisena de Gaula, reina, en el Arnadís—, el topónimo es en general prerrogativa de los varones (reyes, príncipes o simples caballeros): Brian de Monjaste, Ismosil de Borgonña,

Angriote de Estravaus, etc., en el Amadís. No hay, por ejemplo, ninguna Oriana de la Gran Bretaña, a pesar de ser ella princesa. Cervantes querrá dar a la dama un disparate geográfico semejante al que ha dado al caballero.

2 3 Dice Rodríguez Marín (ed. cit., t. 8, p. 244): "...es muy propio del género pastoril nombrar las riberas en lugar de las tierras o comarcas. Casi todos los fingidos pastores son ribereños. Facilísimo sería citar ejemplos de ellos: sin salir de El Pastor de Fílida, de Gálvez de Montalvo, hailos a docenas".

Page 13: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

72 H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , X V I I

Dulcinea e n s í , c o m o n o m b r e , se r e s i s t e a t o d a a t r i b u c i ó n c a b a ­

l l e r e s c a 2 4 , a m e n o s q u e c o n s i d e r e m o s c o m o t a l e s l o s i d e a l e s t r o v a ­

d o r e s c o s i n t r o d u c i d o s p o r l o s p o e t a s d e l s i g l o x v i , e l l o s m i s m o s

s a t u r a d o s y a d e b u c o l i s m o r e n a c e n t i s t a . P e r o t o d o es c u e s t i ó n d e

c r o n o l o g í a . U n i d o Dulcinea a l " d e l T o b o s o " , y f u n d i d o e l n o m b r e

c o n l a m u j e r - d i o s a d e l p e t r a r q u i s m o s e i s c e n t i s t a — o s e a c o n l a t r a d i ­

c i ó n d e l a s " d u l c e s e n e m i g a s " , a u s e n t e o m u y e s c a s a e n l o s c a n c i o n e r o s

d e l s i g l o x v , y t o m a d a p r o b a b l e m e n t e d e P e t r a r c a e n e l s i g l o x v i 2 5 — ,

ese n o m b r e s i r v e p a r a i d e n t i f i c a r a l a e n g r a n d e c i d a d a m a c a b a l l e r e s c a

q u e e x i g e e l r e l a t o . S i a ñ a d i m o s , finalmente, l a a c t i t u d t r a d i c i o n a l

h a c i a l a V i r g e n M a r í a , t a n t a s v e c e s n o m b r a d a " d u l c e " y " d u l c í s i ­

m a " , l o m i s m o e n l a E d a d M e d i a q u e e n e l R e n a c i m i e n t o , t e n d r e -

2 4 H e e x a m i n a d o unos t r e i n t a y c i n c o l i b r o s de caballerías y n o encuentro

u n solo n o m b r e f o r m a d o a base ele dulce, n i p a r a v a r ó n n i p a r a mujer ; es de

creer q u e pocos o n i n g u n o se encontrarán e n los demás. E n u m e r o los s iguien­

tes que he p o d i d o ver (omito las edic iones, p o r n o a largar l a l ista): Amadis de Gaula; Baladra del sabio Merlin; Belianís de Grecia; Lepolemo. . . Libro

primero del Cavallero de la Cruz; Libro segundo del Cauallero de la Cruz; E l

Cavallerò del Sol; Hystoria del Rey Canamor y del Infante Turián; La leyenda

del Cavallero del Cisne; La hy storia del muy valiente... Clamades; El segundo

libro del cavallero Clarián de Landanís; Libro tercero de Don Clarián; La de­

manda del Santo Gridi; Enrique, Emperador de Constantinopla; Espejo de

príncipes y cavalleros [Caballero del Febo], Primera parte; Las sergas. . . de Es-

plandián; Flores y Blancaflor; Felixmagno; . . .Felixmarte de Yrcania; La coró-

nica de... Don Florisel de Niquea; La destrucción de Jerusalern; . . . l a linda

Magalona; Cuento del Enperador Carlos Maynes. . . ; La linda Melosina; Oli­

vante de Laura; Palmerín de Inglaterra, libro primero; Id., libro segundo;

Palmerín de Oliva; . . .Conde Partinuples; . . .cauallero Piatir; . . .Oliueros de

Castilla y Artús Dalgarbe; . . .Roberto el Diablo; Tablante de Ricamante;

Silues de la Selua; . . . Tristán de Leonís. 2 5 D o n Q u i j o t e m i s m o dice u n a vez a l a i t a l i a n a " l a d u l c e m i e n e m i g a "

(I, 13), t o m a n d o l a expres ión de u n a traducc ión española ( "De l a dulce m i

e n e m i g a / hace u n m a l que e l a l m a h i e r e " ) de c ierto p o e m a de Serafino A q u i ­

l a n o ( " D a l a dolce m i a n i m i c a " ) , c u y a p r i m e r a estrofa aparece i n t a c t a e n b o c a

de l a d u e ñ a D o l o r i d a en l a S e g u n d a p a r t e (cap. 38). R o d r í g u e z M a r í n estudia

l a t radic ión d e l p o e m a de A q u i l a n o e n E s p a ñ a (t. 6, p p . 164-165). " D u l c e

e n e m i g a " se e n c u e n t r a t a m b i é n tres veces e n los versos de l a Galatea {Obras completas, M a d r i d , 1946, p p . 6 9 i b , 713& y 766*2), c o m o aparece asimismo l a

expres ión c o n c o m i t a n t e " l a b e l l a i n g r a t a m i e n e m i g a " (p. 766o), r e p e t i d a luego

e n l a carta de D o n Q u i j o t e (I, 25): " ¡ O h b e l l a i n g r a t a , a m a d a enemiga m i a i "

Y a veremos en e l A p é n d i c e que " d o l c e n e m i c a " , expres ión p r e d i l e c t a de Pe­

trarca, pasaría a l siglo x v i español j u n t o c o n otros muchís imos usos suyos de

dulce. N o será acc identa l , e n v e r d a d , q u e C o v a r r u b i a s , a l comentar e l uso

p o é t i c o d e l adjet ivo, recuerde prec isamente u n verso de P e t r a r c a , " M i l l e fiate,

o d o l c e m i a g u e r r e r a " , y e l famoso de G a r c i l a s o : " F l é r i d a p a r a mí d u l c e y

sabrosa", d a n d o a e n t e n d e r que , c o m o hemos expuesto aquí , e l concepto d e l a

" d u l c e m u j e r " resu l ta de u n a c o n f l u e n c i a de las dos corrientes, l a petrarquesca

y l a p a s t o r i l . Caso r a r o es e l s u p e r l a t i v o "dulc íss ima e n e m i g a " de L ó p e z M a l -

d o n a d o e n su Cancionero (1586), fol. 78V. M e n é n d e z P i d a l señala u n a r e m o t a

a p a r i c i ó n de l a fórmula " m a douce e n n e m i e " e n e l Tristán francés (Poesía ju­glaresca y juglares, M a d r i d , 1924, p . 179, nota) .

Page 14: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII D U L C I N E A , N O M B R E PASTORIL 73

m o s u n n o m b r e f u n d a d o s o b r e t r e s b a s e s : s u f o r m a y g r a n p a r t e

d e s u e s p í r i t u es p u r a m e n t e p a s t o r i l , p e r o a t r a e h a c i a s í e s e n c i a s d e l

" d u l c e " d e l a s " d u l c e s e n e m i g a s " y o t r o s u s o s s e m e j a n t e s d e P e t r a r ­

c a , a s í c o m o d e l a " d u l z u r a " i n m e m o r i a l d e l a V i r g e n ( v é a s e e l

A p é n d i c e ) , t a n v i v a m e n t e r e p r e s e n t a d a e n l a d a m a d e D o n Q u i j o t e :

" g u í a " y " n o r t e " d e s u v i d a y c o n d u c t a , " ú n i c o r e f u g i o d e [sus]

e s p e r a n z a s " 2 6 .

A P É N D I C E : L A " D U L C E " M U J E R E N L A H I S T O R I A

E l e m p l e o del epí te to dulce en l a Edad Media ha sido estudiado, e n t r e otros, por W E R N E R A R M K N E C H T , Geschichte des Worles "silss"\ I. Teil: Bis zum Ausgang des Mittelalters, Ber l ín , 1936 (Germanische Studien, Heft 171), y, m á s recientemente, por S. H E I N I M A N N , "Dulcís: ein Beitrag zur lateinisch-romanischen Stilgeschichte des Mitteialters", HDA, t. 2, p p . 215-232. Como reconoce Heinimann, e l uso de dulce en España

2 6 Al mismo tiempo, tiene razón Lapesa (aunque no creo que se deba al influjo de una "obra ridicula", sino a la tensión producida por una parte entre Dulcinea y Toboso, y por otra entre Dulcinea y Aldonza, que son en e l fondo dos pares de igual disparidad) al decir que "en el complicado juego de pro­yecciones que se entrecruzaron en la creación del Quijote, el mismo Dulcinea hablaba, sí, de evasión elevadora hacia el reino de lo soñado; pero a la vez debía tener resonancias de comicidad" (art. cit., p. 53). Es cierto: la mera presencia de una aristocrática "pastora" (por el nombre, digo) al lado ele Aldon­za y, por otra parte, de "Emperatriz de la Mancha" (y otros atributos análogos), produce una tensión de absurdo, que se extiende a todos los otros absurdos relativos a la dama ("platónicos" o "caballerescos") que salen de la fantasía del caballero. Pero también eran tiempos en que se empezaba a ridiculizar lo pastoril, género cansado y que había llegado al punto de saturación, como antes el caballeresco (la última novela pastoril, Los. pastores del Betis, de

Gonzalo de Saavedra, es de 1633). Y los nombres pastoriles sirven de perfecto blanco de burla, como se ve a menudo en Cervantes mismo; repito: "ítem, que el más pobre poeta del mundo... pueda decir que es enamorado, aunque no lo esté, y poner el nombre a su dama como más le viniere a cuento, ora lla­mándola Amarili, ora Anarda, ora Clori, ora Filis, ora Fílida" ("Adjunta al Parnaso", Viaje del Parnaso). La comicidad implícita en el Dulcinea cervantino se debe, no a Lofrasso, sino a la burla misma de todo el género pastoril. Nó­tese también el tono festivo e irónico del capítulo 73 (t. 8, p. 245), donde Sansón Carrasco comenta los nombres pastoriles citando casi los mismos que vimos en el capítulo 25 de la Primera parte: "Y cuando faltaren, darémosles los nombres de las estampadas e impresas, de quien está lleno el mundo: Filí­elas, Amarilis, Dianas, Fléridas, Galateas y Belisardas; que pues las venden en las plazas, bien las podemos comprar nosotros y tenerlas por nuestras. Si mi dama, o, por mejor decir, mi pastora, por ventura se llamare Ana, la cele­braré debajo del nombre de Anarda; y si Francisca, la llamaré Francenia; y si Lucía, Lucinda, que todo se sale allá; y Sancho Panza, si es que ha de entrar en esta cofradía, podrá celebrar a su mujer Teresa Panza con nombre de Te-resaina". Y todo, en el fondo, encierra una burla ("barroca") de los temas clá­sicos.

Page 15: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

74 HERMANN IVENTOSCH N R F H , XVII

e s t á p o r e s t u d i a r 2 7 . L a s s i g u i e n t e s p á g i n a s s ó l o q u i e r e n ser a p u n t e s p a r a

u n e s t u d i o a f o n d o s o b r e e l t e m a .

D u r a n t e l a E d a d M e d i a e l a d j e t i v o dulce se u s ó e n E u r o p a f u n d a ­

m e n t a l m e n t e a p l i c a d o a C r i s t o y a l a V i r g e n 2 8 . D e m a n e r a s e c u n d a r i a , l a

i d e a d e ' d u l z u r a ' se a s o c i ó t a m b i é n c o n o t r a s figuras y a s p e c t o s d e l a re­

l i g i ó n . P a r a c o m p r o b a r l o , b a s t a h o j e a r u n a c o l e c c i ó n r e p r e s e n t a t i v a d e

l a p o e s í a m e d i e v a l , The Oxford book of medieval Latin verse ( O x f o r d ,

1959): " S a l v e , r e g i n a m i s e r i c o r d i a e , / v i t a , d u l c e d o et spes n o s t r a , s a l v e !

/ . . . o c l e m e n s , o p i a , / o d u l c i s M a r i a " ( p . 196); " D u l c í s l e s u m e m o ­

r i a " (p . 347); " l e s u s d u l c e d o c o r d i u m " ( p . 348); " m u n d u m r e p l e n s d u l -

c e d i n e " ( p . 349); " H i c a m o r a r d e t d u l c i t e r , / d u l c e s c i t m i r a b i l i t e r " ( p . 349);

" l e s u s o l é s e r e n i o r , et b a l s a m o s u a v i o r , o m n i d u l c o r e d u l c i o r " (p . 352);

" o d u l c i s ! o p i e ! / o fili M a r i a e " (p . 440); l a C r u z d i c e : " d u l c e p o n d u s

s u s t i n e o , / d u l c e m f r u c t u m p o s s i d e o " ( p . 387), e t c . 2 9

A r m k n e c h t ( p p . 117 ss.) a d u c e o t r o s m u c h o s e j e m p l o s : " s p i r i t u s d u l ­

c i s " , " c o r d u l c i s s i m u m " , " d e h u m a n i t a t i s C h r i s t i d u l c i s s i m a m e m o r i a " ,

" M a r í a p l e n a d u l c e d i n e , p l e n a o m n i s u a v i t a t e " , " s u m m a d u l c e d o " , " o

d u l c i s d i v i n i t a s " , e tc . , etc . , y o b s e r v a : " D i e A n w e n d u n g i n d i e s e r m y s t i ­

s c h e n L i t e r a t u r is u n g e m e i n r e i c h h a l t i g " . L a l i t e r a t u r a r e l i g i o s a e n

l e n g u a v u l g a r a d o p t a e l c o n c e p t o d e ' d u l z u r a ' . E n A l e m a n i a : " d e r G e ­

b r a u c h v o n süeze i n d e r r e l i g i ö s e n S p h ä r e i s t d a m a l s so h ä u f i g u n d

v i e l f a c h so f o r m e l h a f t g e w e s e n w i e e t w a d i e h e u t i g e n V e r b i n d u n g e n m i t

lieb, z . B . lieber Gott, lieber Freund" ( p . 29). E n F r a n c i a : "'dulce g e h ö r t e

a u c h n e b e n benigne, debonnaire u n d amiable z u d e n g e b r ä u c h l i s c h t e n

M a r i e n e p i t h e t e n " ( p . 115).

D e l á m b i t o r e l i g i o s o e l c o n c e p t o p a s a a l p r o f a n o , y dulce se c o n v i e r t e

e n e p í t e t o d e l a m u j e r a m a d a (cf. ARMKNECHT, passim, y HEINIMANN, p p . 221-222). E l a b r u m a d o r n ú m e r o d e s u p e r l a t i v o s d e dulce e n l o s

Carmina Burana (cf. n o t a 40) h a c e p e n s a r q u e se t r a t a d e p a r o d i a s d e l i ­

b e r a d a s y b l a s f e m a t o r i a s d e l l e n g u a j e d e v o c i o n a l : V e n u s es " d u l c i s s i m a "

o t a m b i é n " d u l c i s p r e p o t e n s a m o r i s r e g i n a " ( e d . H i l k a u n d S c h u m a n n ,

H e i d e l b e r g , 1930-1941, t. 1, p t e . 2, p p . 54, 50); u n a m u c h a c h a es " p u e l l u -

l a d u l c i s e t s u a v i s s i m a " ( p . 301), " d u l c i s s i m a " ( p p . 293, 311; cf . 277); u n

a m a n t e , " d u l c i s s i m e " ( p . 37). D i d o l l a m a a s u h e r m a n a " s ó r o r d u l c i s s i ­

m a " ( p . 131), d o n d e V i r g i l i o p o n e " c a r a " , y u n e n a m o r a d o d i c e : " D u l c i s

a p p a r e s ó m n i b u s , / s e d es m i c h i d u l c i s s i m a " ( p . 187). E n l o s p o e m a s

e n a l e m á n : " v i l s ü z i z w i p " ( p . 300), " s ü z e v r o w e " ( p . 189). L e o e n e l

2 7 " W e l c h e s s e i n S c h i c k s a l i n S p a n i e n w a r , m ü s s t e i n e i n e r b e s o n d e r e n S t u d i e

d a r g e s t e l l t w e r d e n " (p . 232). E n e l a r t í c u l o d e este a u t o r p u e d e verse u n a b i b l i o g r a f í a

d e los p r i n c i p a l e s e s t u d i o s s o b r e e l t e m a . C f . t a m b i é n CURTIUS, op. ext., p p . 412-413,

s o b r e e l u s o d e dulce e n e l e s t i l o c e r e m o n i a l y e p i s t o l a r . 2 8 Y a S a n A g u s t í n h a b í a c o n t r a s t a d o l a " a m a r i n a d o m u n d i " c o n l a " d u l c e d o D e i " .

S e g ú n A r m k n e c h t , l a a s o c i a c i ó n c o n l a V i r g e n se c o n s u m a e n l a s e g u n d a m i t a d d e l

s i g l o x i i i , a l m e n o s e n A l e m a n i a : "süeziu maget w i r d i n d e r z w e i t e n H ä l f t e des 13.

u n d i m 14. J h d . d i e l i t e r a r i s c h g e b r ä u c h l i c h s t e F o r m e l f ü r M a r i a " (p . 130). 2 9 E s e v i d e n t e l a i n f l u e n c i a d e l a e s c u e l a m í s t i c a d e S a n A n s e l m o , S a n B e r n a r d o ,

R i c a r d o d e S a n V i c t o r , etc. C f . A R M K N E C H T , p p . 116-117, y SISTER L U C Y TINSLEY,

S . N . D . , The French expressions for spirituality and devotion, W a s h i n g t o n , D . C . , 1953, p p . 28-30, 48-51. E n c u a n t o a l " b a l s a m o s u a v i o r " d e l a n t e p e n ú l t i m o e j e m p l o , suave es

p r á c t i c a m e n t e s i n ó n i m o d e dulce; cf. ARMKNECHT, p . 117, s o b r e l a d i s t i n c i ó n q u e

h a c e S a n I s i d o r o e n t r e a m b o s t é r m i n o s .

Page 16: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII DULCINEA,, N O M B R E PASTORIL 75

Aliscans (ca . 1165) " d a m e G u i b o r c , d o u s c u e r et d o u c e a m i e " ( p . 453), y

pasajes a n á l o g o s e n l o s t r o v a d o r e s p r o v e n z a l e s — " d o u s s a d o n a " , " m a

d u s e t ' a m i a " — y e n l o s p o e t a s l í r i c o s f r a n c e s e s (cf. C A R L A P P E L , Proven-zalische Chrestomathie, L e i p z i g , 1912, y H E I N I M A N N , p p . 221-222).

E l dulce r e f e r i d o a l a m u j e r es t a m b i é n f r e c u e n t e e n D a n t e y se h a c e

a b u n d a n t í s i m o e n P e t r a r c a . N o s i n t e r e s a n p a r t i c u l a r m e n t e l a s c a r a c t e ­

r í s t i c a s a n t í t e s i s : " d o l c e m i a g u e r r e r a " , y s o b r e t o d o e l t a n r e p e t i d o

" d o l c e n e m i c a " , q u e a p a r e c e s iete veces e n P e t r a r c a m i s m o 3 0 .

A l a i n f l u e n c i a d e P e t r a r c a p a r e c e d e b e r s e l a t a r d í a a p a r i c i ó n d e l a

" d u l c e m u j e r " e n l a E s p a ñ a d e l s i g l o x v i . D u r a n t e l a E d a d M e d i a es

r a r o v e r e n l a P e n í n s u l a e l a d j e t i v o dulce a p l i c a d o a u n a m u j e r t e r r e n a l :

se l e e n c u e n t r a c a s i e x c l u s i v a m e n t e a s o c i a d o a C r i s t o y a l a V i r g e n .

B e r c e o , s e g ú n e l d e c i r d e L a n c h e t a s (Gramática y vocabulario de las obras de Gonzalo de Berceo, M a d r i d , 1900), " p r o d i g a e l a d j e t i v o dulce y sus d e r i v a d o s h a s t a h a c e r l o a m a r g o e i n s o p o r t a b l e " ( l o e x t r a ñ o es q u e

n o l o u s a m u c h o p a r a l a V i r g e n e n l o s n u m e r o s o s c a n t o s d e d i c a d o s a

e l l a ) . E n B e r c e o (Milagros, 27) e n c o n t r a m o s l a f ó r m u l a " m u c h o m á s

d u l c e s q u e l a a z ú c a r s a b r o s a " (se r e f i e r e a l o s m i l a g r o s m i s m o s ) , v a r i a n t e

d e o t r a m á s c o m ú n m e n t e u s a d a e n l a E d a d M e d i a e s p a ñ o l a e n c o n t e x t o

r e l i g i o s o : " m á s d u l c e q u e l a m i e l " ; as í , A l f o n s o e l S a b i o q u e u s a p o c o

e l dulce, d i c e e n u n a d e sus Cantigas q u e S a n t a M a r í a " d e u - l l e t a l

c o m u y o n / q u e f o i m a i s d o c e c a n i e l " (Alfonso el Sabio, e d . A. S o l a l i n d e ,

M a d r i d , 1922, t. 1, p . 38). Y J u a n R u i z , h a b l a n d o d e l a P a s i ó n , d i c e

q u e " l a s l l a g a s q u e Y l l a g a r o n / s o n m á s d u l c e s q u e m i e l . . . " (1065) (cf.

n o t a 39). E l A r c i p r e s t e h a b l a a d e m á s d e C r i s t o c o m o " d e l m u n d o d u l ­

c o r " (1056) y " t u F i j o d u z " (1055, 1639), y se d i r i g e a l a V i r g e n d i c i e n d o

" E n d u l c o r m a r a v i l l o s a , / ¡ O M a r í a ! " (1667).

A u n q u e h a y e p í t e t o s m á s u s a d o s (glorioso, sagrado, precioso. ..), dul­ce a p a r e c e c o n c i e r t a f r e c u e n c i a e n l a p o e s í a d e v o t a d e l s i g l o x v . C r i s t o

es " m u y d u l c e y b e n i g n o S e ñ o r " ( R . F O U L C H É - D E L B O S C , Cancionero del siglo xv, n ú m . 167), " m i d u l c e d u l z o r " (ibid., t . 1, p . 441 b), y a u n

" d u l c í s i m a d o t r i n a " (ibid., n ú m . 11); l a V i r g e n es " p r e c i o s a d e m u y

d u l c e a s p e c t o " (ibid., n ú m . 307) y " d u l c o r d e l o s d u l c o r e s " (ibid., n ú m .

2), f r a s e q u e r e c u e r d a l a f ó r m u l a b e r n a r d i n a " o m n i d u l c o r e d u l c i o r " .

P o r e x t e n s i ó n se h a b l a d e " d u l c e p i e d a d " , " d u l c e c a r i d a d " , " á r u o l d u l c e

d e v e r d a d " ( l a c r u z , ibid., n ú m . 108), y J u a n d e P a d i l l a e v o c a l o s " d u l c e s

d u l z o r e s " d e l a b i e n a v e n t u r a n z a (ibid., t. 1, p . 447a). U n a e s t r o f a t í p i c a

es: " O d u l c e d u m b r e d e m i c o r a z ó n , / y ¿ c ó m o n o l l o r o c o n e s t a p i n t u r a ,

/ v i e n d o l l o r o s a t u d u l c e figura, / s i e n d o l a f u e n t e d e c o n s o l a c i ó n ? "

(ibid., t . 1, p . 437«). E l e p í t e t o a b u n d a e n l a b r e v e s e c c i ó n d e " O b r a s

d e d e v o c i ó n " d e l Cancionero general d e H e r n a n d o d e l C a s t i l l o (1511); l o e n c o n t r a m o s r e f e r i d o a l a V i r g e n , a J e s ú s y a u n a l o s s a n t o s 3 1 .

8 0 Cf. K E N N E T H M C K E N Z I E , Concordanza delle "Rime" di Francesco Petrarca, Oxford, 1912. Con acierto decía un español, dirigiéndose al Amor: "Petrarca te define por contrarios, que eres un fuego escondido, una agradable llaga, un sabroso veneno, una dulce amargura, una deleitable dolencia, un alegre tormento, una dulce y fiera herida, una blanda muerte" (SANCHO DE M U Ñ Ó N , Lisandro y Roselia, [1542], Madrid, 1872,

p. 278). 3 1 Cito por la edición facsimilar de A. Rodríguez-Moñino, Madrid, 1958. De la

Page 17: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

7 6 H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , XVII

E l s i g l o x v i c o n t i n ú a p o r l a m i s m a s e n d a . E n e l Cancionero espiri­tual d e m e d i a d o s d e s i g l o , p o r e j e m p l o , dulce, dulcíssimo, dulgor, dulzu­ra a p a r e c e n a c a d a p a s o , e n r e l a c i ó n c o n D i o s , c o n e l N i ñ o , c o n las l l a g a s

d e C r i s t o , c o n e l " p a n d e a l e g r í a " , y s o b r e t o d o c o n l a V i r g e n , q u e s i g u e

s i e n d o l a " d u l c e " d a m a p o r e x c e l e n c i a 3 2 . E n c a m b i o , y a a fines d e s i g l o ,

e n e l Cancionero de Nuestra Señora (1591; e d . A . P é r e z G ó m e z , V a l e n ­

c i a , 1952) e l e p í t e t o s ó l o a p a r e c e tres veces, r e f e r i d o a C r i s t o 3 3 . S i n

d u d a , e l g u s t o p e r s o n a l d e l p o e t a i n t e r v e n d r í a e n e l e m p l e o d e l a d j e ­

t i v o p a r a los seres s a g r a d o s .

D o n d e E s p a ñ a se a p a r t a d e c i d i d a m e n t e d e l o s d e m á s p a í s e s e u r o p e o s

es e n e l u s o p r o f a n o d e l c o n c e p t o . D u r a n t e l a E d a d M e d i a , y h a s t a e l

s i g l o x v i , se n o t a u n a c l a r a r e s i s t e n c i a a e m p l e a r dulce r e f e r i d o a l a

m u j e r 3 4 . L a l í r i c a m e d i e v a l e s p a ñ o l a a p e n a s c o n o c e e l c o n c e p t o d e l a d u l ­

z u r a d e l c a r á c t e r f e m e n i n o . E n e l c o r p u s d e las " c a n t i g a s d ' a m i g o " g a ­

l l e g o - p o r t u g u e s a s e l e p í t e t o n o a p a r e c e u n a s o l a vez . E s v e r d a d q u e l o s

p o e t a s h i s p a n o s m e d i e v a l e s s o n e n g e n e r a l m á s p a r c o s e n e l e m p l e o d e

e p í t e t o s q u e l o s d e m á s e u r o p e o s . M e n é n d e z P i d a l , s e ñ a l a n d o p r e c i s a ­

m e n t e u n c a s o d e dulce e n l a s chansons de femme f r a n c e s a s ( " a m i s

d o u z " ) , o b s e r v a q u e l o s p e n i n s u l a r e s s o n " m á s l a c ó n i c o s " ( " L a p r i m i t i v a

l í r i c a e u r o p e a " , R F E , 43, 1960, p . 313). E n J u a n R u i z a s o m a , j u n t o a l

u s o r e l i g i o s o , e l p r o f a n o : " a q u e l b u e n m a n c e b o d u l c e a m o r s y n f a l l y r "

(850); l a d u e ñ a c h i c a " c o n d o ñ e o es m á s d u l c e q u e a c u c a r n i n flor"

(1614)35. P e r o e l caso es e x c e p c i o n a l d e n t r o d e E s p a ñ a .

T o d a v í a e n t r e l o s p o e t a s c o r t e s a n o s d e l s i g l o x v e l u s o d e l a d j e t i v o

dulce a p l i c a d o a l a m u j e r es i n f i n i t a m e n t e m á s m o d e r a d o q u e e l q u e se

o b s e r v a e n l o s t r o v a d o r e s p r o v e n z a l e s , e n l o s p o e t a s f r a n c e s e s y e n P e ­

t r a r c a . A n s i a s M a r c h , a l p a r e c e r t a n h o n d a m e n t e i n f l u i d o p o r P e t r a r c a ,

n o l o u s a u n a s o l a v e z e n sus m u c h a s p o e s í a s a m o r o s a s , a u n q u e h a b l a

r e p e t i d a s veces d e l o " a g r i d u l c e " d e l a m o r , c o n c e p t o t a n g r a t o a l o s

t r o v a d o r e s y a P e t r a r c a (Les obres, e d . A . P a g é s , B a r c e l o n a , 1912, t . 1,

Virgen se dice "dulce madre" (fol. 8v) , "dulcís siempre María" (fol. 20v) , "dulcedo esperanza" (sor), y se habla de sus "dulces redes" (3r) y del "dulce parto de Jesús" (iv); Cristo es "dulce flama sin ardor" ( i 7 r ) , "Señor dulce gracioso" (19V), dotado de "dulce memoria" (ibid.; cf. el himno de San Bernardo, "Iesu dulcís memoria"). En otra sección se habla del "dulce San Juan" (76r), y Juan de Padilla, en sus Doce triunfos, llama "dulce Maestro", "dulce Guía", etc. a los apóstoles.

8 2 Cancionero espiritual (1549), ed. B. W . Wardropper, Valencia, 1954. La Virgen es "muy dulcíssima esposa / virginal" (p. 28) , es "ramo de vida y dulzura" (p. 37), es "un dulcor / muy más dulce que la miel" (p. 4 2 ; cf. nota 39), "dulcor sin amar­gura" (p. 46) , pero también "sabrosa sal y dulzura" (ibid.), etc. (cf. pp. 49 , 5 3 , 55 ,

5 8 , 59). Dos veces se habla del "dulce Niño" (pp. 72, 73), muchas del "dulcor" o la "dulcura" de Dios (pp. 125, 127, 173, 174, 177, 192, 193). En la p. 201 , la "dulcura" de San Juan; p. 119, los "dulcores" de las llagas de Cristo.

8 3 "Tu dulce y amado hijo Iesu Christo" (p. 112), "dulce hijo" (p. 12,1), "dulce fruto / del vientre sagrado" (p. 143).

8 4 No me ocuparé aquí del concepto abstracto 'dulzura de amor' ni de otros parecidos, pues aunque se relacionan hasta cierto punto con la dulzura de la amada o del amado, se refieren más a la sensación que experimenta el ser que ama que al carácter de la mujer, que es el que aquí nos interesa. Alguna vez se llama al ser amado "dulce amor", pero esto es poco frecuente.

3 5 Además dice Trotaconventos de Doña Endrina: "óyeme dulcemente" (808), pero el adverbio se refiere aquí a lo vencida que está Endrina.

Page 18: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII D U L C I N E A , N O M B R E PASTORIL 77

p . 247; t. 2, p p . 88, 97, 107, 171, 175). L o s p o e t a s d e c a n c i o n e r o c a s t e l l a ­

n o s se c o n t e n t a n e n g e n e r a l c o n l o s a d j e t i v o s linda, fermosa, graciosa, gentil, garrida, lozana, galana, discreta, e tc . (cf. " u n a s e ñ o r a . . . / flor

d e t o d a s las m u g e r e s , / m á s h e r m o s a q u e n i n g u n a , / m á s d i s c r e t a , m á s

g a l a n a / y m á s g r a c i o s a , / a q u i e n h i z o l a f o r t u n a / m á s p o m p o s a y m á s

u f a n a / y m á s p r e c i o s a " , Cancionero general, e d . c i t . , f o l . 1741). E n e l Cancionero de Stúñiga s ó l o e n c o n t r a m o s u n " m i d o l c e a m i g a "

( e d . M a d r i d , 1872, p . 51), y u n " d e l a s q u e h a n g r a n d o l c u r a , / g a l a n e s ,

n o n v o s fies" ( p . 249). E n e l d e Baena: " v u e s t r a d u l c o r " ( e d . M a d r i d ,

1851, p . 17), y "es m á s d u l c e q u e l a m i e l / e l r r o c í o q u e del [ d e l v e r g e l ]

m a n a " (p . 537), d o n d e t r a s l a d u l z u r a d e l r o c í o p a r e c e e s c o n d e r s e l a

d u l z u r a s e n s u a l d e l a d a m a . E n e l Cancionero de Palacio v u e l v e a a p a r e ­

c e r l a n o t a n e g a t i v a q u e v i m o s e n e l d e Stúñiga: " E n l a s u m u y g r a n t

d u l c u r a , / a m i g o , n o v o s fiedes" ( e d . B a r c e l o n a , 1945, p . 212); a d e m á s

" m i d u l c e s e n y o r a " ( p . 287) y , a p r o p ó s i t o d e E v a , " d u l c e flor d e p a ­

r a í s o " ( p . 306). E s m u y i n s t r u c t i v o e l g r a n Cancionero general d e 1511: h e m o s v i s t o l a a b u n d a n c i a d e l e p í t e t o e n l a b r e v e s e c c i ó n d e " O b r a s

d e d e v o c i ó n " ; p u e s b i e n , e n t r e e l e n o r m e n ú m e r o d e p o e s í a s a m o r o s a s

s ó l o u n a vez se e n c u e n t r a dulce r e f e r i d o a u n a m u j e r , e n l a f ó r m u l a

" m i b i e n y m i d u l c e a m i g a " , q u e S a n t i l l a n a ( f o l . 27V) p u e d e h a b e r

t o m a d o d e l a p o e s í a p r o v e n z a l 3 6 .

E s i n t e r e s a n t e u n p o e m a d e F r a n c i s c o V a c a e n e l m i s m o Cancionero general ( fo ls . 75V ss). I n c r e p a a A n t ó n d e M o n t o r o p o r h a b e r l o a d o a

l a r e i n a I s a b e l c o n t é r m i n o s r e s e r v a d o s p a r a l a V i r g e n , e n vez d e e m p l e a r

" l a f o r m a q u e f u e r a r a z ó n t e n e r p a r a l o a r a l a r e y n a " ; a e l l a l e c o n ­

v i e n e n e x p r e s i o n e s c o r n o " g r a c i o s a " , " g e n e r o s a " , " s u p e r i o r a " , " v i r t u o s a " ,

d e " h e r m o s a f a c i ó n " , " c o n s o b r a d e d i s c r e c i ó n " , " c o n u n v a l o r t a n p r o ­

f u n d o " , etc. ( f o l . 77r); l a V i r g e n , e n c a m b i o , es " d u l c e m á s q u e m i e l " 3 7 .

E s e v i d e n t e q u e p a r a e l p o e t a m e d i e v a l e s p a ñ o l l a d u l z u r a e s t a b a

d e m a s i a d o a s o c i a d a c o n e l c a r á c t e r d e l a V i r g e n y c o n e l d e s u H i j o .

D e c i r d e u n a d a m a q u e e r a d u l c e d e b í a t e n e r u n s a b o r u n t a n t o i r r e ­

v e r e n t e ; a u n l o s p o e t a s a m a t o r i o s d e l s i g l o x v , t a n c o n o c i d o s p o r sus

i r r e v e r e n c i a s , l o e v i t a r í a n p o r ese m o t i v o , c o m o l o e v i t a r í a f r a y L u i s

e n e l x v i (cf. n o t a 39). R e c u é r d e s e q u e L o p e d e V e g a e l u d i ó , p o r r a z o ­

n e s a n á l o g a s , e l n o m b r e d e María p a r a sus d a m a s 3 8 . A c a s o sea a l g o m á s

q u e u n a z a r e l q u e , a l r e m e d a r l a f ó r m u l a p e t r a r q u e s c a (o t r o v a d o r e s c a )

" d o l c e m i a g u e r r e r a " , e l p o e t a S u á r e z d i g a , d i r i g i é n d o s e a las m u j e r e s :

" s o y s u n a t a n d u l c e guerra" (ibid., f o l . 82r): d e s p e r s o n a l i z a l a e x p r e -

3 6 En los sonetos de Santillana hay varios dulce de clara ascendencia petrarques­ca; por ejemplo, "O dulce esguarde...", FOULCHÉ , núm. 181 (cf. PETRARCA, Rime, núms. 1 8 3 , 2 5 3 , 2 7 3 , etc.). La influencia de Petrarca es también patente en el famoso Diálogo

de Rodrigo Cota, que desarrolla el tema de lo "agridulce" del amor; en una esparsa del propio Cota el amor es "hiél salerosa, dulce agrura" (Cancionero general, fol. 70V).

3 7 Nunca he visto que se llame dulce a la reina. Villasandino, al pedir "vistuario y muía" al rey, lo llama irónicamente "O muy dul̂ e egualador", equiparándolo con Dios (FOULCHÉ, núm. 7 5 8 ) .

8 8 Creo que para explicar los no muy numerosos Dulces históricos (y los cultis­mos Dulcidius, Dulcina, relacionados con lat. Dulcís y Dulcius) que cita Lapesa ("Aldonza-Dulce-Dulcinea", art. cit., pp. 4 9 - 5 2 ) , basta tener en cuenta que en la vida cotidiana es posible usar una cualidad o un nombre comúnmente asociados con la

Page 19: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

7 8 H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , XVII

s i ó n . P o d r í a m o s d e c i r q u e , a d e m á s d e l t a b ú r e l i g i o s o , l o q u e se o p o n e

a l e m p l e o d e dulce r e f e r i d o a l a a m a d a es e l m i s m o t o n o a b s t r a c t o y

c o n c e p t u a l d e l a p o e s í a d e c a n c i o n e r o , a j e n a a l t r a t o p e r s o n a l e í n t i m o ,

y q u i z á t a m b i é n e n p a r t e l a " r e c l u s i ó n e n e l p r o p i o e s p í r i t u " d e q u e

h a b l a L a p e s a (Trayectoria poética de Garcilaso, M a d r i d , 1948, p p . 21-23, 29).

P e r o a u n a h í d o n d e e l t o n o n o es a b s t r a c t o n i c o n c e p t u a l , e n l a

p o e s í a d e t i p o p o p u l a r , es r a r o e l dulce. E n n i n g ú n r o m a n c e v i e j o l o

e n c o n t r a m o s a p l i c a d o a u n a m u j e r ; i n c l u s o e l " d u l c e a m i g o " s ó l o a p a r e ­

ce e n l a r e f u n d i c i ó n t a r d í a d e l r o m a n c e d e G e r i n e l d o ( W O L F y H O F -

M A N N , Primavera, n ú m . 161a); a h í m i s m o se h a b l a d e l o s " d u l c e s h a l a ­

g o s " a m o r o s o s , q u e h a c e n p a r e j a c o n l o s " d u l c e s b e s o s " d e a l g u n o s

r o m a n c e s ( p o r e j e m p l o , e l d e l C o n d e C l a r o s , Primavera, n ú m . 190) y c o n e l " d u l c o r " d e q u e g o z a n O r i a n a y A m a d í s e n o t r o r o m a n c e

t a r d í o (Cancionero de romances s.a., f o l . 264^. E l p a n o r a m a n o c a m b i a e n las o b r a s e n p r o s a . E n e l Amadís, c u y a

a d j e t i v a c i ó n es t a n p o b r e y c u y a s d a m a s s o n t o d a s ' lermosas", n o h a y

n i n g u n a m u j e r dulce ( e l a d j e t i v o se d e d i c a , e n c a m b i o , a d e s c r i b i r l o s

p l a c e r e s d e l a c o m i d a , p o r e j e m p l o : BAE, t. 40, p . 84a). T a m p o c o

D i e g o d e S a n P e d r o l l a m a dulce a l a m u j e r e n s u Cárcel de amor. N i

s i q u i e r a M e l i b e a r e c i b i r á d i r e c t a m e n t e e l c a l i f i c a t i v o , a u n q u e y a e n l a

Celestina e n c o n t r a m o s v a r i a s veces e l dulce a s o c i a d o a l a m u j e r y c o n

u n f r a n c o m a t i z s e n s u a l : C a l i s t o h a b l a d e l a " d u l c e c a r n e " d e las m a n o s

d e M e l i b e a ( e d . C e j a d o r , M a d r i d , 1954, t. 1, p . 56), d e " p a l a b r a s d e

a q u e l l a d u l c e b o c a " (t. 1, p . 226), d e l " d u l c e p u e r t o " d e s u a m o r (t. 2,

p . 117); a d e m á s : e l " d u l c e v e r g e l " y " a q u e l p a r a y s o d u l c e " (t. 2, p . 127).

Se v a p r e p a r a n d o u n c a m b i o . C r e o v i s l u m b r a r e n l o s p o e t a s l í r i c o s

d e l a t a r d í a E d a d M e d i a u n a c o m o l u c h a p o r d e s a s i r s e d e l a i m a g e n d e

l a V i r g e n c o m o o b j e t o p r i n c i p a l d e s u a f e c t o p a s i o n a l , l u c h a n o ter­

m i n a d a h a s t a e l a u g e d e l R e n a c i m i e n t o , y a u n e n t o n c e s n o e n t o d o s

(cf. n o t a 39). H e a q u í u n o s pasajes q u e j u z g o c a r a c t e r í s t i c o s e n este s e n ­

t i d o : J u a n d e M e n a d i c e " d e s p u é s d e l a V i r g e n M a r í a , / n i n g u n a t a l

c o m o v o s " ( F O U L C H É , n ú m . 18); L o p e d e S t ú ñ i g a , " q u e , p a r D i o s , des­

p u é s d e a q u e l l a / d e v o t a V i r g e n M a r í a , / d é l a s o t r a s so is e s t r e l l a : / n u n ­

c a n a s c i ó t a l donzella / c o m o v o s , s e ñ o r a m í a " (ibid., n ú m . 969).

E l c a m b i o se p r o d u c e e n e l s i g l o x v i . P o r l a p o d e r o s a i n f l u e n c i a d e

P e t r a r c a , s e g ú n a p u n t á b a m o s , c o m i e n z a a c u n d i r e n t r e l o s p o e t a s e l

dulce r e f e r i d o a l a m u j e r a m a d a . L a h u e l l a d e P e t r a r c a se ve, e n t r e o t r a s

cosas, e n l a a b u n d a n c i a d e f ó r m u l a s a n t i t é t i c a s d e l t i p o " d u l c e e n e m i ­

g a " . Y a l a i n f l u e n c i a d e P e t r a r c a se a ñ a d e l a d e V i r g i l i o , s o b r e t o d o l a

d e l " d u l c e s e x u v i a e " d e l a Eneida, I V , 652 y l a d e l " N e r i n e G a l a t h e a ,

t h y m o m i h i d u l c i o r H y b l a e " (Égl. VII, 37) 3 9.

Virgen, mientras que no siempre es lícito ni conveniente hacerlo en la literatura. Cf. el caso de Lope y también el de Quevedo: "María de la Guía" queda reducido a "Tal de la Guía" en la edición censurada del Buscón de 1626.

8 9 Un estudio reciente destaca la influencia de este último pasaje de Virgilio en la poesía renacentista española: M A R C I A L JOSÉ B A Y O , Virgilio y la pastoral española

del Renacimiento. 1480-1530, Madrid, 1959, pp. 53 , 6 0 , 216. El verso fue traducido por varios poetas e imitado por muchísimos. Recordemos dos traducciones: la de

Page 20: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII D U L C I N E A , N O M B R E PASTORIL 79

G a r c i l a s o h a b l a y a d e " d u l c e s y g r a c i o s í s i m a s d o n c e l l a s " (Égloga II, v .

624), c o s a q u e h a b r í a s i d o i m p o s i b l e e n l a E d a d M e d i a e s p a ñ o l a , p a r a

l a c u a l l a ú n i c a d o n c e l l a " d u l c e " e r a l a V i r g e n . H a b l a t a m b i é n d e

" d u l c e e s p o s a " (ibid., vs. 1417-1418), d e " d u l c e a m i g o " (Soneto XIX; Égloga II, v . 414; Elegía I, v . 62), d e " d u l c e h e r m a n o " (Elegía I, v . 49), d e " d u l c e ( s ) p r e n d a ( s ) " (Égloga I, 342; Soneto X), " d u l c e f r u t o " (Elegía II, 107); finalmente, l a f a m o s a f ó r m u l a v i r g i l i a n a , " F l é r i d a , p a r a m í

d u l c e y s a b r o s a . . . " , e n l a Égloga III, vs . 305-306 (cf. n o t a 39). E n c u a n t o

a F e r n a n d o d e H e r r e r a , p r o b a b l e m e n t e m á s p e t r a r q u e s c o q u e v i r g i -

l i a n o , v é a n s e e n l a e d i c i ó n d e M a d r i d , 1914, l a s p á g i n a s 69, 72, 74, 78,

105, 108, 133, 190, 219, 225 235, etc . , d o n d e se d e s t a c a n l o s u s o s a n t i ­

t é t i c o s a l a m a n e r a d e P e t r a r c a ( " d u l c e s e n g a ñ o s " , etc . ) .

E l e p í t e t o a b u n d a e n m u c h o s s e g u i d o r e s d e G a r c i l a s o ; l o v e m o s a

m e n u d o e n G u t i e r r e d e C e t i n a , s i b i e n c o n u n u s o a l g o i n d i r e c t o ( e d .

M a d r i d , 1 8 9 5 , c - 1> P P - 69, 73, 78, 90, 179, 2 1 8 , 2 8 4 ) ; s u e x p r e s i ó n p r e ­

d i l e c t a es p r e c i s a m e n t e e l " d u l c e m i r a r " d e s u f a m o s o m a d r i g a l (cf. t. 1,

P P - 3> 1°> 1 2 $ , 132, 208, 276; t. 2, p p . 1 5 0 , 1 5 8 ) , e l c u a l c o m o e l " d u l c e

e s g u a r d e " d e S a n t i l l a n a , d e b e d e p r o c e d e r d e l " d o l c e s g u a r d o " d e P e ­

t r a r c a (cf. n o t a 36). E n e l Cancionero llamado Flor de enamorados, d e

1 5 6 2 ( e d . A . R o d r í g u e z - M o ñ i n o , V a l e n c i a , 1 9 5 4 ) e n c o n t r a m o s a t i s b o s

d e P e t r a r c a , a u n q u e n o m u c h o s , y d e G a r c i l a s o : " d u l c e a m i g o " e n u n

s o n e t o s o b r e l a " h e r m o s a H e r o " , d e i n f l u e n c i a g a r c i l a s i a n a ( f o l . 6 5 r ) ; e l

s o n e t o d e G a r c i l a s o " P a s s a n d o e l m a r L e a n d r o e l a n i m o s o " ( f o l . 6 4 V ) ;

" t a n d u l c e s v u e s t r o s t i r o s " ( los d e l a d a m a , f o l . 8ov); " d u l c e b r í o " (de

u n h o m b r e , f o l . 13ir) ; " d u l c e l o a b l e figura" ( f o l . 13ív s.; cf. P e t r a r c a :

" . . . d o l c e , u m i l e , a n g é l i c a figura", Rime, 265); y u n a t r a d u c c i ó n d e l

f a m o s o p o e m a " D e l a d u l c e m i e n e m i g a " d e S e r a f i n o A q u i l a n o ( f o l .

37V) c o m e n t a d o supra, n o t a 25. T a m b i é n a b u n d a dulce e n e l Cancio­nero ( 1 5 8 6 ) d e L ó p e z M a l d o n a d o : f o l s . 9 8 V , 103V, 1 3 6 V , i6or ( " m i d u l c e

A m a r i l i " ) , i62r ( " d u l c e p a s t o r a " ) , 1 6 9 V , 1 8 5 V ( p a r a s u " d u l c í s s i m a e n e m i ­

g a " , 78V, cf. n o t a 25).

P o r l o d e m á s , e l e p í t e t o h a i d o p e n e t r a n d o e l á m b i t o d e l o p a s t o r i l ,

c o n e l c u a l , c o m o h e m o s v i s t o , c u a d r a t a n a d m i r a b l e m e n t e . E s s i g n i f i c a ­

t i v o e l t r u e q u e q u e d a e l p a s t o r i l J o r g e d e M o n t e m a y o r a u n a s p a l a b r a s

d e l a b s t r a c t o A u s i a s M a r c h ; d o n d e éste d e c í a " P l e n a d e s e n y , n o p o t

D e u a m i d a r / f o r a d e v o s q u e d e s c o n t e n t n o c a m p " (op. cit., t. 1, p .

196), M o n t e m a y o r t r a d u c e : " D u l c e s e ñ o r a m í a : y o n o v e o / p l a z e r s i n

v o s q u e p u e d a d a r c o n t e n t o " (Traducciones castellanas de Ausias March en la Edad de Oro, e d . M . d e R i q u e r , B a r c e l o n a , 1946, p . 137), s u p r i ­

m i e n d o e l Dios e i n t r o d u c i e n d o u n dulce. E l m i s m o M o n t e m a y o r i n c l u -

E n c i n a , " D u l c e m e eres, G a l a t e a / m á s q u e m i e l d e t o m i l l a r " , y l a d e f r a y L u i s

d e L e ó n , " N e r i n e G a l a t e a m á s s a b r o s a / q u e e l t o m i l l o h i b l e o " . N ó t e s e q u e fray

L u i s , c o m o b u e n c l é r i g o , s u p r i m e e l dulce, t a l vez r e c o r d a n d o l a c o s t u m b r e m e d i e v a l

d e a d j u d i c a r l o p r i n c i p a l m e n t e a l a V i r g e n . P o r o t r a p a r t e , v é a s e e l e s t u d i o d e M A R Í A

ROSA L I D A , " T r a n s m i s i ó n y r e c r e a c i ó n d e t e m a s g r e c o l a t i n o s . I I , E l e s q u e m a « F l é r i d a ,

p a r a m í d u l c e y s a b r o s a / m á s q u e l a f r u t a d e l c e r c a d o a j e n o . . . » " , RFH, 1 (1939),

p p . 52-63, d o n d e s a l t a a l a v i s t a l a f r e c u e n c i a — u n n o v e n t a p o r c i e n t o d e los casos—.

c o n q u e l o s p o e t a s i m i t a d o r e s d e l e s q u e m a c i t a d o e l u d e n e l dulce o r i g i n a l d e V i r g i l i o ,

s u s t i t u y é n d o l o p o r " h e r m o s a " , " r e s p l a n d e c i e n t e " , " g r a c i o s a " , " l o z a n a " , etc. , etc., a

p e s a r d e l i n m e n s o e i n d u d a b l e p r e s t i g i o d e l v e r s o d e G a r c i l a s o .

Page 21: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

8o H E R M A N N IVENTOSCH N R F H , XVII

y e e n l o s v e r s o s d e l a Diana u n " m u y d u l c e s e ñ o r a m í a " y u n " v e n , m i

p a s t o r a d u l c e " ( M a d r i d , 1946, p p . 8 6 , 251) , y e n s u Cancionero, u n

" d u l c e N i n p h a m í a " y u n " m i p a s t o r a d u l c e " ( e d . M a d r i d , 1932, p . 436;

n o h e e x a m i n a d o t o d a l a o b r a ) . E n e l p r ó l o g o a Los pastores del Betis d e G o n z a l o d e S a a v e d r a u n p o e t a l l a m a a l a u t o r " d u l c í s s i m o p a s t o r " ,

y e n o t r o p o e m a d e d i c a t o r i o d e u n l i b r o p a s t o r i l , La enamorada Elísea (1594) d e G e r ó n i m o d e C o v a r r u b i a s , e n c o n t r a m o s l a f rase " d u l c i s s i m a

E l í s e a " ( c i t a d o p o r A . G . R E I C H E N B E R G E R , " C o m p e t i t i v e i m a g e r y i n S p a n -

i s h p o e t r y " , AION-R, 4, 1962, p . 91). C o n s t a n t e m e n t e v e m o s e l e p í t e t o

a c o m p a ñ a n d o a n o m b r e s p a s t o r i l e s c o m o T ir seo, Alisa, e tc . y a t é r m i n o s

c o m o pastora y ninfa. P o r s u p u e s t o , l o e n c o n t r a m o s m e n o s a m e n u d o

e n l a p r o s a ; q u i z á es C e r v a n t e s e l q u e m á s e m p l e a dulce — c o n a c e n t o

p a r ó d i c o — e n l a l i t e r a t u r a p r o s í s t i c a n o r e l i g i o s a . Y e l n o m b r e m i s m o

d e Dulcinea d e b e e n c u a d r a r s e e n t o d o este m o v i m i e n t o e s p a ñ o l , e n c u y o

o r i g e n e s t á P e t r a r c a y m á s d i r e c t a m e n t e G a r c i l a s o .

E s i n t e r e s a n t e e l caso d e l Romancero general d e 1600: h a y a b u n d a n ­

c i a d e m u j e r e s " d u l c e s " , y n o s ó l o e n l o s r o m a n c e s p a s t o r i l e s . E l m á s

f r e c u e n t e es " d u l c e e s p o s a " ( e d . A . G o n z á l e z P a l e n c i a , M a d r i d , 1947,

n ú m s . 3 0 , 179, 4 1 4 ) ; a d e m á s , e l a d j e t i v o a c o m p a ñ a a " h e r m a n a " (685), " p i c a r ü l a " (91), " m a d r e m í a " (84) , " p a s t o r a m í a " (445), " e n e m i g a m í a "

( 3 1 0 ) , " A l i s a m í a " (364) , " L e o n i d a " (517), " a m i g a d e m i s o j o s " (169); o t r o s casos: " m o r a s a b r o s a y d u l c e " (182), m o r a " n o m e n o s d u l c e q u e

b e l l a " (430) , d a m a " d u l c e e n e s t r e m o " , d a m a " m á s d u l c e q u e l a m i e l "

( 3 0 9 ) , " m o z u e l a s a g r i d u l c e s " ( 3 4 5 ) ; y j u n t o a e l l o s , e l s u p e r l a t i v o , " d u l c í ­

s i m a V a l e n c i a n a " 4 0 . V a r i a s veces a p a r e c e r e f e r i d o a u n h o m b r e : " d u l c e

a m i g o " (493) , " a m a d o d u l c e " (345) , " m i d u l c e T i r s e o ( P o l i d o r o ) " (448,

5 9 3 ) 4 1 . Y s ie te veces n o s e n c o n t r a m o s c o n e l g a r c i l a s i a n o dulce(s) pren­das): n ú m s . 33 ( = 177), 2 1 3 , 2 8 3 , 649, 671, 707, 772.

1 0 El superlativo de dulce merecería un estudio aparte. En la poesía latina medie­val de tema religioso es sumamente frecuente. En el Oxford book of medieval Latín

verse, por ejemplo, encontramos "amor Iesu dulcissimus" (p. 3 4 9 ) y "dulcissima" refe­rido a un alma (p. 158). Armknecht recoge, además de los citados arriba, otros ejem­plos, como "O dulcissima atque amantissima mater", "O dulcissime amator, com-plexator". Según Lanchetas, el primer dulcísimo español se aplica a Cristo ("Del mió fiio dulcíssimo") y deriva probablemente de San Bernardo ("Fili dulcissime"; véanse en Lanchetas las observaciones sobre el superlativo en Berceo). Ya hemos comentado la abundancia de la forma en los Carmina Burana. En España, en cambio, dulcísima

no parece usarse nunca durante la Edad Media referido a una mujer (es verdad que los superlativos sintéticos son en general escasos en el romance de la Edad Media). Todavía en el Renacimiento se usa sólo por excepción. Lope de Vega emplea bastan­te el superlativo para referirse a Cristo y a la Virgen en los Pastores de Belén, novela pastoril a lo divino, mientras que en la Arcadia casi no aparece la forma. Evidente­mente hay, pues, un eco de la dulzura de la Virgen en el "dulcísima Dulcinea" de Cervantes. —En cuanto a la fórmula "más dulce que la miel (que el tomillo, etc.)", la hemos visto aplicada a Cristo y a María en la Edad Media —Berceo, Alfonso X, Juan Ruiz— y durante el Renacimiento — C a n c i o n e r o espiritual de 1 5 4 9 — ; también la hemos visto usada en contexto no religioso: en el Arcipreste de Hita (a propósito de la dueña chica), en el Cancionero de Baena (el rocío del vergel) y después —por influencia de Virgilio— en Juan del Encina ("Dulce me eres Galatea...") y en Gar­cilaso (Tlérida, para mí. . .") . La comparación llega a ser bastante frecuente en la poesía amatoria del Renacimiento. No está en Petrarca, como tampoco el superlativo.

4 1 En un romancillo (núm. 5 4 3 ) se jacta Martigüelo de ser "en gusto y talle / tan d u l c e . . . S i ya en la Edad Media se podía hablar de "amis doux", el ideario

Page 22: DULCINEA, NOMBR PASTORIE L - aleph.org.mx · técnica de jugar con sus etimologías y la de crear nombres alusivos se remontan al pensamiento y a la literatura de la Antigüedad,

N R F H , XVII D U L C I N E A , N O M B R E PASTORIL 8 l

P o r o t r a parte. , l a m o d a d e l e p í t e t o dulce n o se e x t e n d i ó p o r t o d o e l

á m b i t o d e l a p o e s í a r e n a c e n t i s t a e s p a ñ o l a . P u e d e n o e x t r a ñ a r s u a u s e n ­

c i a e n C a s t i l l e j o , p e r o sí e n p o e t a s i t a l i a n i z a n t e s c o m o B o s c á n o D i e g o

H u r t a d o d e M e n d o z a , q u e l o e m p l e a n m u y p o c o ; F r a n c i s c o d e A l d a n a

l o a p l i c a s o b r e t o d o a l h o m b r e ; H e r n a n d o d e A c u ñ a n o l o u s a n i u n a

s o l a v e z e n sus Varias poesías ( M a d r i d , 1954); es r a r o e n P e d r o d e P a ­

d i l l a y m á s r a r o e n F r a n c i s c o d e R i o j a . ¿ C ó m o se e x p l i c a esa d e s i g u a l d a d

e n e l u s o d e dulce} ¿ M e r a c a s u a l i d a d o i d i o s i n c r a s i a p e r s o n a l ? N u e s t r a

l i s t a es, d e s d e l u e g o , m u y i n c o m p l e t a . T a l v e z u n e s t u d i o d e t a l l a d o d e l

f e n ó m e n o e n e l S i g l o d e O r o v i e r t a a l g u n a l u z s o b r e u n p r o b l e m a d e l

R e n a c i m i e n t o e s p a ñ o l : s o b r e l a f a m o s a " e s c i s i ó n " e s p i r i t u a l q u e e m p i e ­

z a e n e l s i g l o x v i .

HERMANN IVENTOSCH State University of New York.

de la Edad de Oro y del Renacimiento favorecía aún más la aplicación de ese atri­buto a los hombres. Recuérdense el "dulce amigo" de Garcilaso (y del romance de Gerineldo) y su "dulce hermano", lo mismo que el "dulcíssimo pastor" de Gonzalo de Saavedra. Es claro que ciertos nombres de pastores, así como el creciente uso del adjetivo dulce reflejan esa fe en los hombres, ese "humanismo" tan grato ai Renacimiento y tan arraigado en Cervantes,