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    Rev Rev Rev Revi ii ista Eletrônica do Curso desta Eletrônica do Curso desta Eletrônica do Curso desta Eletrônica do Curso deTecnologia em Laticínios Tecnologia em Laticínios Tecnologia em Laticínios Tecnologia em Laticínios

    Publicação da Universidade Estadual de Goiás – UnU São Luís de Montes Belos

    Editorial

    Prof. Esp. Talita Andrade da Silva

    Prof. Ms Joice Vinhal CostaProf. Ms Aracele Pinheiro Pales

     Artigos originais

    Avaliação sensorial de leite condensado adicionado com proteína de soja

    A importância da análise físico-química do leite para a qualidade do produto final

    Análises físico-químicas no leite produzido em Palimnópolis – GO para identificação de fraudes

    Aproveitamento de soro lácteo para elaboração de pudim de soro de leite

    Avaliação da temperatura das gôndolas de derivados lácteos dos três principais supermercados na cidade de

    São Luís de Montes Belos – GO

    Avaliação da temperatura de estocagem de lácteos nas gôndolas dos supermercados da cidade de São Luís de

    Montes Belos/GO

    Avaliação do índice crioscópico do leite cru produzido na região de São Luís de Montes Belos em diferentes

    stações do ano

    Avaliação sensorial e intenção de compra de doce de leite com 2% e 4% de amido de milho

    Determinação da qualidade do efluente na ETE de um laticínio da região de São Luís de Montes Belos – GO

    Discernimento dos consumidores sobre os benefícios do leite e derivados à saúde humana

    Efeito da temperatura sobre a microcristalização do soro de leite

    Elaboração de Petit Suisse enriquecido com soja

    Importância dos parâmetros de qualidade da água no abastecimento de indústria laticinista

    Verificação da eficiência de microrganismos no tratamento de efluentes de uma indústria de couros  

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    AVALIAÇÃO SENSORIAL DE LEITE CONDENSADO ADICIONADO COM

    PROTEÍNA DE SOJA

    Benedita Rodrigues de Oliveira1; Silvanília Maria da Silva Sousa2 

    1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Laticínios. UEG – UnU São Luís de Montes Belos – GO.2 Professora do curso de Tecnologia em Laticínios. UEG – Unu São Luis de Montes Belos – GO.

    RESUMO: A soja é uma fonte importante de proteínas e possui um alto valornutritivo. A proteína desta leguminosa pode minimizar os riscos da incidência dedoenças coronarianas aliada a dietas com baixos níveis de gordura saturada. Diante

    desta funcionalidade, o objetivo deste trabalho foi a avaliação sensorial do produtoadicionado de proteína de soja na sua aceitação ou rejeição. A avaliação sensorialdeste produto foi realizada em três repetições por provadores não treinados deambos os sexos, selecionados de forma aleatória. Este teste de aceitação foirealizado utilizando o método da Escala Hedônica. A classificação dos provadores foitransformada em valores numéricos (1 a 9) com base em atributos desgosta e gosta.A maioria dos julgadores foram do sexo masculino com idades variando entre 19 e65 anos de idade, totalizando 36 pessoas. A média ponderal dos valores fornecidospara cada repetição foi obtida e, a partir dela, obteve-se a média das três repetições.Foi possível concluir que esse produto foi bem aceito pelos provadores, com atributoentre gostei e gostei muito. A avaliação da intenção de compra concluiu que o

    produto leite condensado adicionado com proteína de soja obteve resultadospositivos e otimistas, favorecendo a sua comercialização.

    Palavras-chave: Alimento funcional. Nutrição. Provadores.

    1.0 INTRODUÇÃO

    A mudança nos hábitos alimentares da população fez com que a indústria se

    preocupasse em desenvolver alimentos com maior apelo nutricional para satisfazer

    as necessidades do organismo humano, além de oferecer praticidade aos alimentos.

    Assim, o número de produtos com esta finalidade vem aumentando a cada ano nas

    gôndolas dos supermercados, o que mostra que os consumidores estão se tornando

    mais conscientes sobre possíveis efeitos que uma boa dieta pode proporcionar ao

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    auxiliar no controle de doenças, bem como em sua prevenção. Entre as principais

    tendências que incentivaram esse crescimento, está o tempo insuficiente para

    práticas adequadas de exercícios físicos, aumento do nível de informação dos

    consumidores em relação à nutrição e saúde e maior expectativa de vida da

    população do planeta, gerando demanda por produtos que retardem o aparecimento

    das conseqüências do envelhecimento.

    Com o aumento na expectativa de vida da população, aliado ao crescimento

    exponencial dos custos médico-hospitalares, a sociedade necessita vencer novos

    desafios, através do desenvolvimento de conhecimentos científicos inovadores e de

    novas tecnologias que resultem em modificações importantes no estilo de vida das

    pessoas. A nutrição otimizada é um desses novos conceitos, dirigida no sentido demaximizar as funções fisiológicas de cada indivíduo, de maneira a assegurar tanto o

    bem-estar quanto a saúde, bem como o risco mínimo de desenvolvimento de

    doenças ao longo da vida.

    Nesse contexto, os produtos à base de soja multiplicam e conquistam cada

    vez mais consumidores atraídos pelas características saudáveis e nutricionais deste

    alimento.

    Sendo assim, este artigo tem como objetivo apresentar os resultadosprovenientes da análise sensorial de leite condensado adicionado de proteína de

    soja quanto à aceitabilidade dos consumidores.

    2.0 REVISÃO DE LITERATURA

    2.1 Leite Condensado

    2.1.1 Definição

    Segundo o Regulamento Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de

    Origem Animal - RIISPOA (1952) entende-se por leite condensado ou “leitecondensado com açúcar”, o produto obtido resultante da desidratação em condições

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    próprias do leite adicionado de açúcar.

    De acordo com o mesmo regulamento, o leite condensado deve satisfazer às

    seguintes especificações: apresentar características sensoriais próprias e também

    acidez em ácido lático entre 0,08 e 0,16%, quando na diluição de uma parte do

    produtos para 2,5 (duas e meia) partes de água; apresentar na reconstituição, em

    volume, uma parte do leite para 2,25 (duas e vinte e cinco) partes de água, teor de

    gordura que atinja o limite padrão de leite de consumo correspondente, tendo 28%

    (vinte e oito por cento) no mínimo, de extrato seco total do leite e, no máximo, 45%

    (quarenta e cinco por cento) de açúcar, excluída a lactose.

    São fases de fabricação do leite condensado tradicional: seleção do leite

    (integral), padronização (teores de gordura e de sólidos totais), tratamento térmico,evaporação, adição de sacarose, resfriamento, envase, conforme a Figura 1.

    Figura 1. Fluxograma da fabricação do leite condensado tradicional.

    2.1.2 História

    O Leite Condensado surgiu através de um experimento realizado pelo norte-

    americano Gail Borden, após uma viagem de navio. Gail Borden estudou uma

    solução que, de alguma forma, pudesse conservar o leite por mais tempo. Entre assuas experiências, Borden acrescentou açúcar ao leite e o desidratou. Tentando

    Padronização

    Tratamento Térmico

    Evaporação

    Resfriamento

    Envase

    Sacarose

    Leite Integral

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    desidratar o leite comum, descobriu que, antes de transformar-se em leite em pó, o

    produto se transformava em leite condensado (CUNHA, 2005).

    A invenção de Borden, patenteada em 1856, só foi valorizada quando houve a

    deflagração da Guerra Civil Americana (1861 – 1865) cinco anos depois. O produto

    foi usado na alimentação dos combatentes, já que continha bastante açúcar, era um

    produto energético, além do fato de poder ser conservado por mais tempo.

    Só mais tarde surge a primeira indústria criada especialmente para a

    produção comercial do leite condensado, a ”Anglo-Swiss Condensed Milk” (1866),

    que acabou gerando o nome do gênero do produto. Sete anos mais tarde, em 1873,

    a Nestlé (Suíça) adquire a ”Anglo-Swiss” e passa a produzir e comercializar o Leite

    Condensado em todo o mundo (MARCHIORI, 2006).No Brasil, o surgimento do leite condensado ocorreu com os primeiros

    carregamentos ainda no final do século XIX (HISTÓRIA, 2008).

    Importado diretamente da Suíça, inicialmente o leite condensado era usado

    como bebida reconstituída em água e sua grande vantagem era de que podia ser

    armazenado por um longo tempo, característica fundamental em períodos de

    escassez de leite (WIKIPÉDIA, 2008)

    Tempos depois, o produto leite condensado chegou à cozinha, comoingrediente para o preparo de doces. O alimento ganhou força junto às donas de

    casa e se transformou em presença indispensável na preparação de diversas

    receitas tipicamente brasileiras (MARCHIORI, 2007).

    Em 1921, é construída a primeira fábrica da Nestlé no Brasil, na cidade de

    Araras, interior de São Paulo, quando então começa a produção nacional. O

    sucesso do produto foi tão grande que, em pouco tempo, o país passou a ser o

    maior mercado consumidor em todo mundo (CUNHA, 2005).

    2.2 Alimentos Funcionais

    Stringheta et al. (2007) relata que o termo alimentos funcionais foi inicialmente

    introduzido pelo governo do Japão em meados dos anos 80, como resultado de

    esforços para desenvolver alimentos que possibilitassem a redução dos gastos coma saúde pública, considerando a alta expectativa de vida naquele país.

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    De acordo com a portaria nº. 398 de abril de 1999 da Legislação Brasileira

    (ANVISA, 1999), são considerados alimentos funcionais aqueles que, além de

    fornecerem a nutrição básica, promovem a saúde ao produzirem efeitos metabólicos

    ou fisiológicos através da atuação de um nutriente no crescimento, desenvolvimento,

    manutenção e em outras funções normais do organismo humano. Não são

    permitidas alegações que façam referências à cura ou à prevenção de doenças.

    Marchiori (2007) define alimentos funcionais como sendo aquele alimento que

    não apenas nutre o indivíduo, mas contém algum componente específico que

    beneficie a saúde, ou seja, no aumento da resistência a doenças, fortalecimento de

    uma parte específica do corpo, retardamento do envelhecimento, entre outros

    benefícios.Os alimentos funcionais abriram novas perspectivas às indústrias alimentícias

    no desenvolvimento dos mais diversos tipos de alimentos que suprissem tal

    necessidade como é o caso do leite condensado adicionado com proteína de soja. A

    indústria de laticínios está entre as que apresentam maior crescimento na

    disponibilização de produtos com alegações de propriedades funcionais.

    (STRINGHETA et al., 2007).

    2.3 Soja

    Originária do Extremo Oriente, a história da soja começa e se desenvolve na

    costa leste da Ásia, principalmente ao longo do Rio Amarelo, na China. Sua

    evolução começou com o aparecimento de plantas oriundas de cruzamentos

    naturais, entre duas espécies de soja selvagem, que foram domesticadas e

    melhoradas por cientistas da antiga China. Sua importância na dieta alimentar da

    antiga civilização chinesa era tal, que a soja, juntamente com o trigo, o arroz, o

    centeio e o milheto, era considerada um grão sagrado, com direito a cerimoniais

    ritualísticos na época da semeadura e da colheita. Não se sabe ao certo em que

    país foi cultivado primeiro: se na China, Japão, Indonésia ou na Manchúria. Ela é

    cultivada nestes países desde o século XV, quando então começou a ser difundida

    por diversas regiões do mundo (MATTOS, 1987).

    Os chineses já conhecem os benefícios da soja para alimentação e para a

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    saúde há milênios, mas somente nos últimos anos, os ocidentais passaram a

    considerar a soja como alimento funcional, aquele que, além das funções

    nutricionais básicas, produz efeitos benéficos à saúde, sendo seguro para o

    consumo sem supervisão médica (MARTINEZ, 2007).

    Apesar de conhecida e explorada no Oriente há mais de cinco mil anos, o

    Ocidente ignorou o seu cultivo até a segunda década do século vinte, quando os

    Estados Unidos (EUA) iniciaram sua exploração comercial, primeiro como forrageira

    e, posteriormente, como grão até 1941 (MATTOS, 1987).

    A partir de 1941, a área cultivada para grãos superou a cultivada para

    forragem, cujo cultivo declinou rapidamente, até desaparecer em meados dos anos

    60, enquanto a área cultivada para a produção de grãos crescia de formaexponencial (EMBRAPA, 2005).

    No Brasil, a soja encontrou ótimas condições agro climáticas para seu

    desenvolvimento e começou a ser plantada em 1882 no estado da Bahia, em São

    Paulo por imigrantes japoneses no ano de 1908 e, oficialmente no Rio Grande do

    Sul, em 1914 (MATTOS, 1987).

    2.3.1 O valor nutricional da proteína de soja

    Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2000), a proteína de soja é

    a única proteína de origem vegetal considerada com ótimo valor biológico, com

    qualidade protéica igual a da proteína de carne, leite e ovos, devido à sua

    composição de aminoácidos. Além de comprovada qualidade protéica, a proteína de

    soja promove muitos benefícios na prevenção e tratamento de diversas doenças:

    age na redução de enfermidades do coração, tem papel importante na diminuição de

    colesterol, auxilia na diminuição da pressão sanguínea, tem efeito protetor na saúde

    óssea, prevenindo a osteoporose, é menos agressiva aos rins, auxilia diabéticos no

    controle da glicemia e é uma ótima opção para pessoas que possuem alergias à

    determinadas proteínas de origem animal e intolerância ao leite de vaca.(BUNGE,

    2008).

    A aplicabilidade da soja como matéria-prima nas indústrias de alimentos tem

    como objetivo principal, o enriquecimento nutricional e melhorias de textura e

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    redução de custos em alimentos. A soja como subproduto é aplicada em alimentos

    para bebidas sem colesterol, sem lactose, baixas gorduras, congelados, iogurte,

    alimentos para bebês e fórmulas infantis, na indústria de panificação, carnes e ração

    para animais (MARTINEZ, 2007).

    3.0 MATERIAIS E MÉTODOS

    No intuito de testar a aceitabilidade do leite condensado adicionado de

    proteína de soja, foram analisadas quatro amostras do produto com adição dediferentes porcentagens desta proteína.

    Para a avaliação, foram feitas três partidas do experimento. Em cada partida

    houve a participação de 12 pessoas de ambos os sexos, funcionários de um laticínio

    da cidade de São Luís de Montes Belos – GO, cujas idades variavam entre 19 a 65

    anos, totalizando 36 opiniões a respeito do experimento.

    Foram avaliadas as características sensoriais das quatro amostras estudadas,

    sendo elas aroma, sabor, cor e textura. Neste caso, a tarefa do julgador era indicar a

    preferência ou aceitação por meio da pontuação na escala hedônica. As amostras

    foram apresentadas simultaneamente, acompanhadas da ficha de avaliação.

    Solicitou-se que, após a prova de cada uma, fosse indicada o nível de aceitação

    através da ficha de análise sensorial disponibilizada para cada provador.

    As amostras foram dispostas em beckers de vidro transparentes

    acompanhados com água mineral para uso antes e entre a prova das amostras

    visando limpar o palato. Foram disponibilizados copos e colheres de plástico

    descartáveis acompanhados de espátula. Os testes foram conduzidos nasdependências do refeitório do laticínio, individualmente, e os dados relativos às

    escalas utilizadas foram submetidos à análise de variância.

    Os testes realizados foram conduzidos indagando aos participantes (assim

    que os mesmos tivessem experimentado as formulações) a respeito de qual

    formulação mais o agradou, para que fossem comparados os números encontrados

    na escala hedônica com as opiniões subjetivas.

    Nas formulações foram adicionadas quatro diferentes porcentagens deproteína isolada de soja da mesma marca, obtida no mercado varejista da cidade de

    Goiânia. A Tabela 1 mostra as porcentagens utilizadas.

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    Tabela 1. Porcentagens de adição de proteína de soja ao leite condensado para

    análise sensorial.

    Formulação % Proteína de soja

    1 1

    2 2

    3 2,5

    4 3

    O leite condensado utilizado foi oriundo da produção do próprio laticínio e asanálises foram realizadas em dias alternados no período de 28 de setembro a 14 de

    outubro do corrente ano, sendo que cada avaliação foi feita no dia seguinte à data

    de fabricação sempre no horário das oito horas da manhã.

    O Isolado protéico de soja usado nos testes possui em sua composição:

    proteína de soja isolada, óleo de palma, açúcar, xarope de milho, vitamina C,

    vitamina B5 (Ácido Pantotênico), B2 (Riboflavina), vitamina A (Retinol), zinco, ferro,

    vitamina D (Calciferol), iodo, ácido fólico e vitamina B12 (Cianocobalamina), semlactose e sem colesterol.

    A proteína foi pesada antes de cada fabricação e armazenada em recipientes

    plásticos apropriados e fechados, a fim de resguardar suas propriedades

    nutricionais.

    Durante a fase final de evaporação do leite condensado tradicional, retirou-se

    um volume de 250g para cada uma das amostras. Por meio de agitação constante e

    sob uma temperatura de 70ºC, adicionou-se a proteína de soja ao leite condensado

    nas porcentagens mencionadas. A temperatura de 70ºC foi adotada com a finalidade

    de melhorar a dissolução da proteína de soja, tornando a dissolução mais

    homogênea evitando-se assim, que surgissem aglomerados de proteína de soja, ou

    seja, formação de grumos que pudesse interferir na análise de textura e

    consistência.

    O fluxograma de fabricação do leite condensado adicionado de proteína de

    soja é apresentado na Figura 2.

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    A etapa seguinte consistiu em identificar as amostras do experimento para

    serem apreciadas mediante teste de análise sensorial, tendo sido identificadas com

    códigos numéricos de 1 a 4, conforme mostra a Figura 3.

    Fonte: OLIVEIRA, 2008.

    Figura 3. Identificação das amostras e disposição na bancada para análise sensorial.

    Fonte: OLIVEIRA, 2008.

    Figura 2 Fluxograma da tecnologia de adição de proteína de soja ao leite

    condensado.

    Pesagem da proteína de soja

    Armazenagem em recipientesplásticos fechados

    Leite condensado tradicional

    Retirou-se 250g

    Adicionou-se proteína de soja

    isolada a 70ºC

    Identificação das amostras

    Disposição nas bancadasanálise sensorial

    2º Passo1º Passo

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    Conduziu-se assim, o experimento a fim de determinar a aceitabilidade dos

    produtos. As amostras foram dispostas uma ao lado da outra e em série, de maneira

    que os provadores não pudessem identificar as porcentagens adicionadas em cada

    experimento.

    Os dados obtidos foram transformados em valores numéricos (1 a 9), sendo

    “1” desgostei muitíssimo e “9” gostei muitíssimo, sendo estes dados utilizados como

    base de dados para análise de variância.

    As análises estatísticas foram realizadas de acordo com o recomendado por

    Sampaio (1998), utilizando-se o programa "R" (Software de estatística). Foi aplicado

    a análise de variância e a homogeneidade dos resíduos foram avaliados por meio do

    teste Student, a 5% de probabilidade, para comparação entre médias (SAMPAIO,1998).

    4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Os resultados médios obtidos no teste de aceitabilidade de aroma, sabor, cor

    e textura das amostras de leite condensado adicionado de proteína de soja são

    apresentados na Tabela 2.

    Tabela 2. Resultados obtidos no teste sensorial para a avaliação da aceitabilidade do

    aroma, sabor, cor e textura, das amostras de leite condensado formulados

    com proteína de soja.

    Tratamentos AromaMédia ±±±± DP*

    SaborMédia±±±± DP

    CorMédia±±±± DP

    TexturaMédia ±±±± DP

    Formulação 1 7,36 ± 1,17A 6,88 ± 1,58A 7,50 ± 1,08A 7,19 ± 1,41A

    Formulação 2 7,47 ±  0,94A 7,28 ± 1,16B 7,42 ± 1,15A 7,28 ± 0,94A

    Formulação 3 7,39 ± 1,15A 7,25 ± 1,29B 7,50 ± 0,91A 7,69 ± 0,92A

    Formulação 4 7,50 ± 1,11A 7,83 ± 1,21C 7,60 ± 0,87A 7,64 ± 0,10A

    Médias seguidas por letras iguais, na mesma coluna, não diferem entre si pelo Teste Student

    (p>0,05).•  DP: Desvio padrão

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    Na Figura 4 são apresentados os resultados com as distribuições em

    freqüência expressos em porcentagem dos valores de cada atributo indicado pelos

     julgadores.

    Verifica-se que as amostras não diferiram estatisticamente entre si. O único

    atributo que apresentou diferença quanto a aceitação do consumidor foi o sabor,

    para p

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    Figura 4. Médias dos pontos obtidos em cada atributo para as formulações avaliadas

    Os resultados obtidos no teste de aceitabilidade quanto à indicação da

    intenção de compra são apresentados nos gráficos da Figura 5.

    Figura 5. Avaliação de intenção de compra do leite condensado adicionado de

    proteína de soja.

    Cor

    Sabor

    Aroma

    Textura e Consistência

    6,40

    6,60

    6,80

    7,00

    7,20

    7,40

    7,60

    7,80

    8,00

    Médias dos Tratamentos

    Formulaç ão 1 Formulaç ão 2 Formulaç ão 3 Formulaç ão 4

    CertamenteCompraria

    Provavelmentecompraria

    Talvez sim,talvez nãocompraria

    Provavelmentenão compraria

    Certamente nãocompraria

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    Intenção de Compra

    F orm ulaç ão 1 F orm ulaç ão 2 F orm ulaç ão 3 Form ulaç ão 4

       F  r  e  q  u   ê  n  c   i  a   (   %   )

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    Conforme a Figura 5 percebe-se que a Formulação 2 obteve melhores

    percentuais de aceitação quanto à intenção de compra, nos quesitos certamente

    compraria e provavelmente compraria, sendo aceito pela grande maioria dos

    provadores. Em contrapartida, o pior desempenho ficou por parte da Formulação 1

    que reúne elevadas porcentagens de rejeição quando indagado aos provadores.

    5.0 CONCLUSÃO

    O desenvolvimento de alimentos com alegação de propriedades funcionais éum assunto complexo que deve considerar todos os aspectos sensoriais,

    tecnológicos e normativos, de forma que garanta os benefícios alegados e mantenha

    a confiança do consumidor.

    O estudo dos benefícios da adição da proteína de soja ao leite condensado

    ainda estão em fase de pesquisas.

    A adição de proteína de soja à tecnologia de fabricação de leite condensado

    se mostrou eficiente no que se refere aos aspectos estudados, à aceitabilidade e atendência de compra do produto pelos consumidores, assim sugerem-se novos

    estudos.

    6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    AMIS, Associação Mineira de Supermercados. As estrelas da mercearia. Disponívelem: .Acesso em 17 outubro, 2008.

    BELLINI, José Luiz Leite. Comércio Internacional de Lácteos. 1. ed. Juiz de Fora.Ed. Templo, p. 281. Rev. Indústria de Laticinios,  Leite Condensado: LiderançaInternacional, julho/agosto, 2008.

    BRASIL. ANVISA. Resolução Diretora Colegiada - portaria nº 31, de 30 de abril de

    1999.  DOU,  Brasília, 1998. Disponível em acesso em : 17 de outubro, 2008.

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    BRASIL. ANVISA. Resolução Diretora Colegiada – portaria n 27, de 13 de janeiro de1998. DOU,  Brasília, 1998. Disponível em Acesso em 01 outubro, 2008.

    BRASIL. ANVISA. Resolução Diretora Colegiada – portaria nº 398, de 13 de janeirode 1998. DOU,  Brasília, 1998. Disponível em acesso em: 17 deoutubro, 2008.

    BUNGE. Proteínas Concentradas de soja. Disponível em:http://www.bunge.com.br/. Acesso em: 06 de setembro de 2008.

    CLEMENTE, Paulo Roberto. Avaliação sensorial no controle de qualidade dealimentos. Ed.Gráfica Universitária. Lavras 2001.

    CUNHA, Paulo. Leite que conquistou o Brasil. Rev. Onde Comer. Maio, 2005.

    EMBRAPA - Empresa Brasileira de Abastecimento e Agricultura.  Sistema deProdução, N° 1. A soja no Brasil  Disponível em: Acesso em 01 nov.2008.

    HISTÓRIA do leite condensado. Disponível em: Publicado em 01/07/08. Acesso em 07 novembro, 2008.

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    ELABORAÇÃO DE PETIT SUISSE  ENRIQUECIDO COM SOJA

    Cristina Magalhães de Souza Rebouças

    1

    ; Bruna Santos Lima

    1

    ; Cássia Santos Lima

    1

    ;Joice Vinhal Costa2

    1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Laticínios. UEG – UnU São Luís de Montes Belos – GO.2 Professora do curso de Tecnologia em Laticínios. UEG – Unu São Luis de Montes Belos – GO.

    RESUMO

    Nos últimos anos, devido à preocupação da população com a saúde, tem-se

    verificado um grande aumento da demanda por produtos saudáveis, inclusivequeijos. Os consumidores estão cada vez melhor informados sobre a importância deuma dieta saudável, com a ingestão de alimentos funcionais. Tendo em vista quedietas contendo soja trazem benefícios como o auxílio na prevenção de câncer demama, controle de hormônios e redução dos níveis de colesterol, o objetivo dotrabalho foi desenvolver um queijo Petit Suisse  enriquecido com soja, e realizar suaanálise sensorial. O produto teve uma boa aceitação entre os provadores e prometeser uma alternativa de alimentos saudáveis. Sugere-se portanto que sejam feitosnovos estudos para avaliação da composição química do produto, de suascaracterísticas reológicas, assim como a determinação de sua vida de prateleira.

    Palavras-chave: Alimentos saudáveis; Análise sensorial; Novo produto.

    1.0 INTRODUÇÃO

    O queijo Petit Suisse  é um pequeno queijo, feito com leite de vaca coagulado

    por acidificação e adicionado da nata necessária, de modo que o queijo contenhapelo menos 60% de gordura no extrato seco. Sua textura é cremosa e sua massa é

    obtida pelo processo de coagulação mista, podendo ser adicionado de condimentos

    doces ou salgados. Suas principais características são o gosto acidulado, levemente

    salgado, textura muito branda (ALBUQUERQUE, 2002), sendo consumido como

    sobremesa e dirigido principalmente ao público infantil.

    Atualmente têm-se verificado o grande aumento da demanda por produtos

    mais saudáveis, incluindo os derivados lácteos. A partir daí surgiu a idéia de

    realização do presente trabalho, cujo objetivo foi elaborar um queijo Petit Suisse  

    enriquecido com soja, e realizar a análise sensorial do produto obtido.

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    2.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    O segmento da área de laticínios vem sendo marcado nos últimos anos porum aumento na variedade de produtos. O leite e seus derivados, fontes de cálcio,

    são produtos conceituados como de alto valor nutricional. Os consumidores estão

    cada vez mais exigentes na seleção de produtos alimentícios, por isso é importante

    que a inovação tecnológica atenda às expectativas destes consumidores, no intuito

    de oferecer produtos diferenciados, saudáveis e com qualidade (PRUDENCIO,

    2006).

    O Petit Suisse  é um queijo fresco, não maturado, obtido por coagulação doleite com coalho e/ou enzimas específicas e/ou de bactérias específicas,

    adicionados ou não de outras substâncias alimentícias (BRASIL, 2000).

    De acordo com Albuquerque (1986), o Petit Suisse  é um queijo magro feito

    com leite desnatado, adicionado de creme. Possui consistência cremosa e sua

    massa é obtida pelo processo de coagulação mista. É adicionado fermento até que

    a acidez desejável seja atingida. Após a drenagem do soro, é realizado o

    resfriamento da massa concentrada, quando o extrato seco total apresenta-se em

    torno de 16%. A adição de açúcar deve ser feita nas mesmas proporções da

    quantidade de gordura do creme a ser padronizado, podendo ainda ser

    adicionados condimentos doces ou salgados.

    Como ingredientes obrigatórios para a fabricação do Petit Suisse   estão as

    bactérias lácteas específicas e/ou coalho e/ou outras enzimas coagulantes

    apropriadas. Como ingredientes opcionais, podem ser empregados leite

    concentrado, creme, manteiga, gordura anidra de leite, caseinatos alimentícios,

    proteínas lácteas, outros ingredientes sólidos de origem láctea, soros lácteos,

    concentrados de soros lácteos (BRASIL, 2000).

    Para a fabricação de Petit Suisse   é utilizada centrífuga para efetuar o

    processo de separação da massa, produzindo o queijo quark, que é a base

    utilizada, juntamente com açúcar, creme e frutas, para produzir o Petit Suisse

    (VEIGA & VIOTTO, 2001).

    O queijo Petit Suisse pode ser fabricado, utilizando-se como base o

    fluxograma apresentado na Figura 1.

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    Fonte: Morais & Dragone (2007).

    Figura 1. Fluxograma de processamento do queijo Petit Suisse.

    Ao perceber a exigência por alimentos com composição nutricional

    balanceada e que possam oferecer benefícios adicionais à saúde, pelos

    consumidores atuais, Maruyama et al. (2006) desenvolveram de um queijo Petit

    Suisse  probiótico através da adição de bactérias láticas capazes de exercer efeitos

    benéficos ao hospedeiro, além de o produto ainda apresentar uma textura

    apropriada e boas perspectivas de aceitação pelos consumidores.Observando a tendência de mercado para produtos com menor teor de

    gordura, Morais & Dragone estudaram a substituição, no processamento do queijo

    Petit Suisse , da gordura (creme de leite) por hidrocolóides (gomas xantana e goma

    guar) para melhorar a consistência e a textura do produto, uma vez que a gordura é

    essencial para estas características do produto final.

    A soja é rica em proteína de boa qualidade, possui ácidos graxos

    poliinsaturados e compostos fitoquímicos como isoflavonas, saponinas, fitatos,dentre outros. Também é uma fonte de minerais, como o cobre, ferro, fósforo,

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    potássio, magnésio, manganês e vitaminas do complexo B. É considerada um

    alimento funcional porque produz efeitos benéficos à saúde, reduzindo os riscos de

    algumas doenças crônicas e degenerativas (EMBRAPA, 2006).

    A partir do interesse em elaborar um queijo Petit Suisse   que também

    atendesse à demanda dos consumidores por derivados lácteos mais saudáveis,

    objetivou-se adicionar à formulação do Petit Suisse  a soja.

    3.0 MATERIAIS E MÉTODOS

    A pesquisa foi desenvolvida no laboratório do curso de Tecnologia em Laticínicios da

    Universidade Estadual de Goiás, na cidade de São Luís de Montes Belos – GO, durante o

    mês de setembro 2009.

    Para elaboração do Petit Suisse  utilizou-se leite integral padronizado, soja, sacarose e

    iogurte natural como única cultura láctica. Todo o material utilizado no presente trabalho

    foi adquirido no mercado da cidade.

    Seguiu-se o fluxograma de processamento do queijo Petit Suisse apresentado por

    Morais & Dragone, com algumas modificações quanto à matéria-prima utilizada (leite

    integral e farinha de soja). Para a obtenção do Petit Suisse  foi utilizado 79,3% de leite

    integral, 15,9% de iogurte natural, 3,2% de farinha de soja e 1,6% de açúcar.

    Foi realizada análise sensorial do produto elaborado, sendo entrevistadas 40

    provadores não treinados, dentre esses, acadêmicos e funcionários da UEG – UnU São

    Luís de Montes Belos – GO. Foi utilizada uma ficha, com escala hedônica de nove pontos,

    sendo questionados os atributos sabor, textura, cor, consistência e aroma das amostras.

    Foram calculadas as médias das amostras, de acordo com os dados obtidos nas

    fichas de aceitação.

    4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Foram calculadas as médias dos quesitos sabor, cor, consistência e aroma

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    durante a avaliação sensorial do produto. Os resultados obtidos estão apresentados

    na Figura 2.

    Média das amostras

    9

    7

    6  6,5

    8

    01

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    1 2 3 4 5

    Série1

     Legenda: (Horizontal) 1- Sabor; 2- Cor; 3- Consistência; 4- Textura 5- Aroma 

    Para o atributo sabor, os provadores deram nota

    média de 9,0 o que equivale, na escala hedônica de nove pontos,

    ”gostei extremamente”. Esta nota mostra que é possível produzir produtos

    utilizando-se a soja nas formulações, sem que esta leve ao produto seu saboradstringente. Este apresenta uma série de reclamações dos consumidores para

    outros tipos de produtos com soja.

    Para o atributo cor, a nota obtida foi de 7,0 que equivale a “gostei

    moderadamente” na escala hedônica de nove pontos, apresentando nível

    satisfatório.

    Para o atributo consistência, a nota obtida foi 6,0 apresentando nível abaixo

    do esperado, representado na escala hedônica por “gostei ligeiramente”.

    Provavelmente a farinha de soja alterou a consistência do Petit Suisse , devido à

    presença de pequenos grãos no queijo.

    Para o atributo textura a nota obtida foi 6,5, apresentando nível abaixo do

    esperado, representando na escala hedônica “gostei ligeiramente”, acredita também

    que seja influenciado pela farinha de soja.

    O atributo aroma recebeu nota 8,0, representada na escala hedônica como

    “gostei muito” ficando assim acima da média esperada.

    Em pesquisa realizada por BRACH et al. (2008), foi observado pelos autores

    que 77% dos entrevistados consomem o Petit Suisse existente no mercado, fato

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    considerado importante para avaliar o comportamento destes consumidores a

    respeito da aceitação do Petit Suisse de soja, indicando em sua pesquisa a

    preocupação dos consumidores não só com a qualidade do produto, como também

    com a saúde.

    Em trabalho realizado por VEIGA et al. (2000), foram avaliadas seis marcas

    de Petit Suisse comercializadas no Brasil, quanto aos aspectos físico-químicos e

    reológicos. Os autores citam que, apesar de que este produto seja destinado para o

    público infantil, a boa aceitação de algumas marcas analisados indica um potencial

    de consumidores em idade adulta a ser explorado pelos fabricantes de queijo Petit

    Suisse nacional. Neste trabalho, apesar de ter sido adicionada a soja ao Petit

    Suisse, os provadores, todos adultos, deram boas notas ao produto, o que corroboracom os resultados de Veiga et al. (2000). Os resultados positivos para o Petit Suisse

    enriquecido com soja podem ter sido influenciados ainda pela questão dos efeitos

    benéficos que a soja apresenta. Assim, a soja poderia ser introduzida aos hábitos

    alimentares dos consumidores durante a ingestão de derivados lácteos.

    Com a finalidade de desenvolver um Petit Suisse   com efeitos benéficos ao

    organismo, Marayuma et al. (2006) adicionaram as culturas probióticas de

    Lactobacillus acidophilus  e Bifidobacterium longum ao produto, e estas mantiveram-se viáveis em concentrações apropriadas para todas as formulações estudadas até

    o último dia de armazenamento (superiores a 6 log UFC/g), sendo que os melhores

    resultados foram obtidos por B. longum   (superiores a 7 log UFC/g). Foi ainda

    observado pelos autores que a diminuição do pH das diferentes formulações

    estudadas durante o armazenamento não influiu na viabilidade das culturas

    probióticas. Com a finalidade de obterem bons resultados sensoriais para o produto,

    os autores adicionaram uma combinação de gomas, que garantiu a estabilidade datextura do queijo petit-suisse  probiótico, que resultou na maior qualidade do produto,

    permitindo ao consumidor adquirir um produto que apresentará as mesmas

    características durante todo o armazenamento.

    Em trabalho realizado por Morais & Dragone (2007), foram desenvolvidas três

    formulações para a produção de um queijo Petit Suisse   light , sendo a primeira o

    controle (sem adição de hidrocoloide), a segunda com adição de goma xantana e a

    terceira com adição de goma guar. As gomas estão sendo adicionadas ao Petit

    Suisse  devido à grande dificuldade de realizar a remoção da gordura, que afeta a

    textura e o sabor dos alimentos.

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    Ainda relacionando a busca por alimentos saudáveis, com menos aditivos

    artificiais, como corantes, Prudencio (2006) desenvolveu formulação de queijo Petit

    Suisse   a partir da utilização de extratos liofilizados de uvas Cabernet Sauvignon

    (Vitis vinifera L.) e betalaínas (Beta vulgaris L.), sendo estes adicionados na função

    de pigmentos naturais. Os resultados apresentados pelo autor mostraram que estes

    pigmentos são estáveis neste produto durante a vida de prateleira dos mesmos,

    indicando viabilidade de utilização.

    Quando avaliada a adição de soro de leite, ainda considerado como resíduo

    industrial por algumas empresas, ao Petit Suisse , Prudêncio (2006) observou que

    este não influenciou na composição físico-química, propriedades físicas do queijo e

    na estabilidade dos pigmentos naturais utilizados. O autor concluiu ainda que o usosoro de queijo, de alto valor nutricional e de pigmentos naturais agrega valor ao

    queijo Petit Suisse .

    CARDARELLI (2006), objetivando o desenvolvimento de um queijo Petit

    Suisse   simbiótico, suplementado com os probióticos Lactobacillus acidophilus   e

    Bifidobacterium lactis   e os prebióticos inulina, oligofrutose e mel, avaliou a

    viabilidade dos probióticos e do starter , a concentração de frutanos, a aceitabilidade

    sensorial e parâmetros físico-químicos durante o armazenamento do produto a4±1°C por até 28 dias. O autor observou em seus res ultados que as populações dos

    probióticos estiveram sempre superiores ao recomendado para a promoção dos

    efeitos benéficos, tendo variado de 7,20 a 7,69 log ufc g-1 (B. lactis ) e de 6,08 a 6,99

    log ufc g-1 (L. acidophilus ). Após estudo com diferentes formulações, a Metodologia

    da Superfície de Resposta aplicada para otimizar a viabilidade dos probióticos, a

    firmeza instrumental, o teor de frutanos e o custo, resultou na mistura ótima

    contendo 25% de oligofrutose, 70% de inulina e 5% de mel e desejabilidade globalde 99,55%. 

    5.0 CONCLUSÃO

    Conclui-se que é possível fazer a introdução da soja na dieta, através da inserção

    deste ingrediente em alimentos, como o Petit Suisse, tornando-o ainda mais saudável. De

    uma forma geral, o produto elaborado foi bem aceito, prometendo ser uma alternativa na

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      24

    elaboração de alimentos saudáveis. Porém sugere-se que se façam novos estudos com a

    elaboração do queijo Petit Suisse enriquecido com soja, de forma a melhorar a consistência

    do produto.

    Sugere-se ainda que sejam realizados novos estudos com o Petit Suisse enriquecido

    com soja, trocando-se o leite integral por leite desnatado, além de análises físico-químicas

    para quantificação dos componentes existentes no mesmo, e determinação da vida de

    prateleira do produto.

    6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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