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ISBN: 978-85-7282-778-2 Página 1 FLORESTA NACIONAL DE CHAPECÓ (SC): APROXIMAÇÕES ENTRE O TRABALHO DE CAMPO E O ENSINO DE BIOGEOGRAFIA Ademar Graeff (a) , Gerson Junior Naibo (b) , Gisele Leite de Lima (c) Cristina Otsuchi (d) (a) Campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, [email protected] (b) Campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, [email protected] (c) Campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, [email protected] (d) Campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, [email protected] Eixo: Metodologias para o ensino da geografia física no ambiente escolar Resumo Este trabalho apresenta o relato de experiência de trabalho de campo realizado na Unidade de Conservação Floresta Nacional de Chapecó, em Guatambu, oeste de Santa Catarina no contexto da disciplina de Biogeografia do Curso de Graduação em Geografia - Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira Sul UFFS, Campus Chapecó, buscando compreender a importância destes espaços para a formação acadêmica do geógrafo e do trabalho de campo enquanto metodologia de ensino-aprendizagem de conhecimentos da ciência biogeográfica. O trabalho de campo foi organizado em três etapas: a) pré-campo: aula teórica sobre as formações vegetais de Santa Catarina; b) campo in loco: atividades junto a FLONA de Chapecó e c) pós-campo: elaboração de um relatório direcionado. Com o trabalho de campo, percebemos sua importância como metodologia de ensino de Biogeografia, possibilitando maior participação dos estudantes nas discussões teóricas e práticas, solidificando o conhecimento científico de uma forma mais dinâmica. Palavras chave: Floresta Nacional de Chapecó, Trabalho de Campo, Ensino de Biogeografia.

FLORESTA NACIONAL DE CHAPECÓ (SC ......e pela professora da disciplina de Biogeografia, ofertada no Curso de Graduação em Geografia - Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira

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FLORESTA NACIONAL DE CHAPECÓ (SC): APROXIMAÇÕES

ENTRE O TRABALHO DE CAMPO E O ENSINO DE BIOGEOGRAFIA

Ademar Graeff(a), Gerson Junior Naibo(b), Gisele Leite de Lima(c) Cristina Otsuchi(d)

(a) Campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, [email protected]

(b) Campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, [email protected]

(c) Campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, [email protected]

(d) Campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, [email protected]

Eixo: Metodologias para o ensino da geografia física no ambiente escolar

Resumo

Este trabalho apresenta o relato de experiência de trabalho de campo realizado na Unidade

de Conservação Floresta Nacional de Chapecó, em Guatambu, oeste de Santa Catarina no contexto

da disciplina de Biogeografia do Curso de Graduação em Geografia - Licenciatura da Universidade

Federal da Fronteira Sul – UFFS, Campus Chapecó, buscando compreender a importância destes

espaços para a formação acadêmica do geógrafo e do trabalho de campo enquanto metodologia de

ensino-aprendizagem de conhecimentos da ciência biogeográfica. O trabalho de campo foi

organizado em três etapas: a) pré-campo: aula teórica sobre as formações vegetais de Santa

Catarina; b) campo in loco: atividades junto a FLONA de Chapecó e c) pós-campo: elaboração de

um relatório direcionado. Com o trabalho de campo, percebemos sua importância como

metodologia de ensino de Biogeografia, possibilitando maior participação dos estudantes nas

discussões teóricas e práticas, solidificando o conhecimento científico de uma forma mais dinâmica.

Palavras chave: Floresta Nacional de Chapecó, Trabalho de Campo, Ensino de

Biogeografia.

ISBN: 978-85-7282-778-2 Página 2

1. Introdução

Como ciência que estuda a origem, expansão, distribuição, associação e evolução dos

seres vivos na superfície da Terra (ROMARIZ, 2012, p. 24) ao longo do tempo, a Biogeografia

e seus estudos por muitas vezes são confundidos com a Biologia ou a Ecologia. O elemento

tempo tem um papel importante para a Biogeografia, pois processos ecológicos como

especiação, dispersão, vicariância e extinção que aconteceram e ainda acontecem foram e são

responsáveis pela distribuição espaço-territorial das espécies atualmente.

Desde muito tempo, a ação do homem sobre o espaço geográfico tem se tornado uma

dificuldade para estudos da Biogeografia, pois o ambiente natural como seu objeto de estudo,

foi sendo limitado a poucas áreas que foram transformadas em Unidades de Conservação, sob

regime especial de acesso, uso e preservação, destacando assim a grande importância que estes

espaços possuem para pesquisas em Biogeografia.

No Brasil, as Unidades de Conservação - UCs são definidas como

[...] espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais,

com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com

objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração,

ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. (BRASIL, 2011, p. 5).

Com este objetivo, e após mais de dez anos de discussão, foi instituído o Sistema

Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, que divide as Unidades de Conservação em

dois grandes grupos, sendo elas Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável,

cada um destes possuindo categorias internas. A Floresta Nacional de Chapecó – FLONA de

Chapecó, segundo esta legislação, configura-se como uma Unidade de Uso Sustentável, de

categoria Floresta Nacional - FLONA, sendo “uma área com cobertura florestal de espécies

predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos

florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de

florestas nativas”. (BRASIL, 2011, p. 12).

Localizada na região Oeste do estado de Santa Catarina, nos municípios de Chapecó e

Guatambu, a FLONA de Chapecó totaliza uma área de 1.590,60 ha. (ICMBioa, 2013, p. 6). A

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área total da UC é dividida em três glebas: Gleba I com uma área de 1.287,54 ha, localizada no

município de Guatambu; Gleba II, localizada no município de Chapecó, possuindo uma área de

302,62 ha; e Gleba III com uma área de 0,43 ha, situada às margens da Rodovia SC - 283,

próxima à Gleba I em Guatambu (ICMBioa, 2013, p. 6), compondo uma das poucas áreas da

região oeste do estado com a finalidade de proteção da fauna e flora local (Imagem 1).

Imagem 1 - Localização da Floresta Nacional de Chapecó

Elaboração: Ademar Graeff, 2019.

Além da FLONA de Chapecó, outras três UCs federais e duas UCs estaduais são

encontradas na região Oeste de Santa Catarina: o Parque Nacional das Araucárias – PARNA

das Araucárias, a Estação Ecológica da Mata Preta – ESEC da Mata Preta, a Floresta Nacional

de Caçador – FLONA de Caçador, o Parque Estadual Fritz Plaumann e o Parque Estadual das

Araucárias.

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Segundo a classificação fitogeográfica de Klein (1978), a FLONA de Chapecó está

localizada em uma área de transição entre duas formações vegetais distintas, caracterizando-se

como um ecótono, sendo elas a Floresta Estacional Decidual da Bacia do Rio Uruguai e a

Floresta Ombrófila Mista, sendo um importante fragmento para a conservação das espécies da

região, atribuindo à UC caráter importante no que se refere a preservação do patrimônio

ambiental.

Historicamente a área destinada à FLONA de Chapecó, desde o início dos anos 1900

até meados da década de 1960, esteve ligada ao ciclo econômico da madeira na região. Em

1965, a área da atual FLONA de Chapecó foi instituída em Parque Florestal pelo então Instituto

Nacional do Pinho (INP), “destinada ao plantio de Araucaria angustifolia com o objetivo de

estudar seu crescimento e comportamento, sob diferentes condições silviculturais, mas, também

à implantação de espécies exóticas como o Pinus elliottii e o Pinus taeda”. (ICMBioa, 2013,

p.10). Esta ligação com o ciclo madeireiro da região é observável na UC, pois grande parte da

FLONA de Chapecó é composta por remanescentes das áreas de plantio de Pinus, Araucária e

Eucalyptus desse período, totalizando uma área de 451,01 ha (ICMBiob, 2013, p. 15).

Atualmente, espaços como a FLONA de Chapecó tem importância significativa no

que diz respeito às pesquisas científicas e educação ambiental. Estes espaços quando

possibilitam a realização de atividades de pesquisa e ensino, acabam por cumprir sua função

social que é contribuir para a preservação ambiental sempre na busca pela valorização dos

elementos sociais.

Em uma perspectiva educacional, o trabalho de campo é entendido como toda

atividade de ensino que é realizada em um ambiente que não seja a sala de aula, buscando o

estímulo à investigação através das informações observáveis em tal espaço. O contato em

primeira mão com o espaço geográfico, feito através do trabalho de campo “permite aos

participantes uma visão integrada dos diversos elementos geográficos daquele meio, sendo

possível contextualizar no tempo histórico que é o tempo do homem, ou no tempo geológico”

(ANDREIS et al., 2014, p. 37). Nesta concepção, a observação atenta e minuciosa é um

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elemento importante para que a função pedagógica do trabalho de campo seja cumprida. Deste

modo, é através da observação que a interação entre o estudante e o meio, na busca da

compreensão da dinâmica do espaço geográfico, acontece. Da mesma forma que na Geografia,

na Biogeografia o trabalho de campo é de fundamental importância, pois como nos apresenta

Furlan (2011, p. 148):

Cada local possui características particulares e aponta problemas de ocorrência e de

distribuição biogeográfica que podem ser interpretados mediante observação,

registro, experimentação empírica etc. A observação de campo mostra também

como as unidades de paisagem distribuem-se de forma desigual no espaço.

Assim, este trabalho tem o objetivo de relatar o desenvolvimento do trabalho de campo

realizado junto à FLONA de Chapecó, pelos acadêmicos da disciplina de Biogeografia do Curso

de Graduação em Geografia - Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS,

Campus Chapecó, buscando compreender a importância deste espaço para a formação enquanto

geógrafo e do trabalho de campo como metodologia de ensino-aprendizagem de conhecimentos

da ciência biogeográfica.

2. Materiais e Métodos

As atividades para o trabalho de campo da disciplina de Biogeografia, do Curso de

Graduação em Geografia - Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS,

Campus Chapecó foram organizadas em três etapas: a) pré-campo: uma aula dedicada às

formações vegetais do Estado de Santa Catarina, com um olhar atento para a região Oeste, local

onde a FLONA de Chapecó está localizada e também para encaminhamento de orientações para

a atividade em campo; b) campo in loco: atividade de observação e registros junto à FLONA

de Chapecó, e c) pós-campo: elaboração de um relatório através de questões norteadoras para

compor a avaliação do trabalho de campo e da disciplina.

As atividades de campo in loco foram realizadas na área da FLONA de Chapecó

correspondente à Gleba 1, localizada no município de Guatambu. As atividades junto à UC

ocorreram no dia 09 de dezembro de 2018 nos períodos matutino e vespertino e foram

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coordenadas e supervisionadas pela chefe da UC, a Engenheira Agrônoma Fabiana Bertoncini

e pela professora da disciplina de Biogeografia, ofertada no Curso de Graduação em Geografia

- Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, no semestre

2018/02, professora Dra. Gisele Leite de Lima.

Junto à FLONA de Chapecó realizou-se uma trilha de observação percorrendo

diferentes zonas de uso com destaque para quatro pontos (Imagem 2), locais com características

marcantes no interior na FLONA de Chapecó, assim sendo: Ponto 1 - Zona de Manejo Florestal

(áreas de plantio de Pínus), Ponto 2 - Zona de Manejo Florestal (área de plantio de Araucaria

angustifolia), Ponto 3 - Zona de Manejo Florestal (área em regeneração), e Ponto 4 - Zona

Primitiva (área de floresta nativa).

Durante o percurso os acadêmicos realizaram anotações e registros fotográficos para

posterior atividade pós-campo. Assim, a observação atenta das diferentes formas de vegetação

e seus diferentes estágios possibilitou uma melhor compreensão dos conteúdos estudados em

sala de aula anteriormente, como corrobora Furlan (2011, p. 148):

A observação não deve recair sobre o objeto individualizado, mas deve vê-lo como

parte de um todo estruturado historicamente. Trata-se de considerar que o tempo da

natureza aparece combinado com o tempo social, com escalas e ritmos distintos.”

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Imagem 2 - Trabalho de Campo - Caminho percorrido e pontos de observação.

Elaboração: Ademar Graeff, 2019.

Após as atividades na UC, em duplas e baseados em questões direcionadas, os

estudantes produziram um relatório das atividades desenvolvidas, analisando os estratos

herbáceo, arbustivo, arbóreo, dossel e emergente da vegetação buscando identificar se a

fisionomia da formação vegetal corresponde à Floresta Estacional Decidual da Bacia do Rio

Uruguai ou à Floresta Ombrófila Mista, ou se neste local existem elementos de ambas as

formações.

3. Resultados e Discussões

A seguir, descrevemos os principais elementos identificados para cada um dos quatro

pontos demarcados (Imagem 2), destacando os elementos que contribuíram para o processo de

ensino-aprendizagem dos conceitos e conteúdos da ciência biogeográfica, dando ênfase para os

pontos 2 e 4, locais no interior da UC que possuem características fitogeográficas em estado

primitivo (natural) ou em avançado estado de regeneração.

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O primeiro ponto de observação, Ponto 1 caracteriza-se legalmente como uma Zona

de Manejo Florestal sendo uma das áreas de silvicultura com povoamento de Pinus (Imagem

3). Essa área é a maior da UC e tem por objetivo o uso múltiplo sustentável dos recursos

florestais, a geração e difusão de tecnologia e de modelos de manejo florestal e, além disso,

oportunizar atividades de pesquisa e educação ambiental. Foi identificado neste local a presença

de um sub-bosque bem desenvolvido, povoado principalmente por espécies do gênero Ilex.

Imagem 3 - Acadêmicos no Ponto de Observação 1.

Fonte: Gerson Junior Naibo, 2019.

O Ponto de Observação 2 também é caracterizado como uma Zona de Manejo

Florestal, porém povoado por Araucárias. Através da observação percebeu-se que neste ponto

as Araucárias constituíam o extrato emergente, seguidos por um estrato arbóreo denso de alto

grau de regeneração, marcado pela presença de espécies de canelas e outras, características da

Floresta Ombrófila Mista do oeste catarinense. O denso sub-bosque (estrato arbóreo) que se

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encontra abaixo do estrato emergente se regenerou de forma natural após o plantio de

Araucárias, caracterizando uma área importante dentro da UC. Ainda, abaixo do sub-bosque,

tem-se um estrato arbustivo e um estrato herbáceo em franco desenvolvimento regenerativo.

Em relação ao povoamento de Araucárias, segundo a gestora da UC, é considerado elevado

para esta área (devido ao local ser um dos remanescentes de plantio) onde futuramente serão

realizados estudos para retirada de alguns exemplares para devolver a este local as

características originais da Floresta Ombrófila Mista.

Em relação ao Ponto de Observação 3 podemos destacar que se trata de uma área

destinada ao Manejo Florestal. Nesta área foram removidos todos os indivíduos do gênero Pinus

(gênero exótico), estando o local em processo de regeneração. É notável que o estrato arbóreo

se encontre em estágio inicial de desenvolvimento, porém, os estratos arbustivos e herbáceos

são extremamente densos. Além disso, a área é destinada à criação de bancos genéticos de

espécies do gênero Ilex e de pesquisas sobre manejo florestal mantido pela Empresa de Pesquisa

Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - EPAGRI.

Um dos locais mais importantes da FLONA de Chapecó para estudos biogeográficos

e para o trabalho de campo desenvolvido junto à UC é o Ponto de Observação 4. Este espaço

caracteriza-se como uma Zona Primitiva, ou seja, uma área de floresta nativa. Neste local tem-

se a presença marcante de espécies como o angico-vermelho (Parapiptadenia rigida), louro-

pardo (Cordia trichotoma), cedro (Cedrela fissilis) etc, compondo o dossel desta formação

vegetal e, além disso, cabendo destaque para a ausência total de exemplares de Araucaria

angustifolia, no estrato emergente. Abaixo deste, a presença é preponderante de espécies que

durante o inverno perdem suas folhas, principalmente algumas espécies da família Lauraceae.

Essas características, como destacadas pela chefe da UC e pela professora da disciplina em aula

pré-campo, compõem vegetação característica da Floresta Estacional Decidual, também

conhecida como Floresta Subtropical do Rio Uruguai. Ainda, os estratos herbáceo, arbóreo e

arbustivo se encontram por vezes mais densos em alguns locais e menos densos em outros,

porém ambos bem desenvolvidos.

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4. Considerações Finais

Falando em trabalho de campo, sabe-se que, o Curso de Graduação em Geografia -

Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, em seu Projeto

Pedagógico Curricular - PPC possui o trabalho de campo como um processo/método de ensino-

aprendizagem obrigatório sendo que, parte da carga horária de algumas disciplinas de domínio

específico devem ser dedicadas à prática de ensino e/ou pesquisa. Não obstante, a realização de

trabalhos de campo tem se mostrado como uma tarefa complexa e desafiadora atualmente

devido a restrições orçamentárias pelas quais as universidades estão submetidas.

No entanto, consideramos viável a realização do trabalho de campo no componente

curricular de Biogeografia, junto à FLONA de Chapecó, como afirma um dos acadêmicos

participante do trabalho de campo, “a FLONA tem um papel importante no que diz respeito à

preservação e proteção do patrimônio ambiental e nós, enquanto futuros professores de

Geografia precisamos expandir nossa visão e de nossos alunos para a importância que espaços

como este, que estão próximos de nós, tem perante esse objetivo” (Acadêmico NB). Ainda,

para outro participante, “o trabalho de campo aqui na FLONA veio ao encontro das discussões

teóricas que tivemos na aula pré-campo e em todas as outras aulas de Biogeografia. Esse contato

com o espaço geográfico, aqui para o estudo da Biogeografia foi de fundamental importância,

ampliando a bagagem que nossa formação acadêmica proporciona, além do mais, a Unidade de

Conservação pode ser acessada pelos acadêmicos para a realização de futuras pesquisas, além

das que já estão em desenvolvimento. Essa parceria precisa continuar e a universidade e o curso

de Geografia têm papel fundamental nesse processo” (Acadêmica VV).

Com o trabalho de campo desenvolvido, foi possível perceber e constatar a

importância da prática do trabalho de campo como metodologia fundamental no processo de

ensino-aprendizagem de Biogeografia. Observou-se também, como a mudança de ambientes

possibilitou a articulação de inúmeras abordagens acerca da temática abordada em sala de aula,

fato este, que possibilitou a maior participação dos estudantes nas discussões e reflexões

realizadas durante a realização do trabalho de campo. Desta forma, foi possível avançar em

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inúmeros aspectos discutidos anteriormente, solidificando o conhecimento científico de uma

forma mais dinâmica, por meio da observação em campo.

5. Agradecimentos

Os autores deste trabalho agradecem à FLONA de Chapecó, por meio da chefe da UC

Fabiana Bertoncini, pela recepção e pela possibilidade de realização do trabalho de campo junto

a Unidade de Conservação.

6. Referências Bibliográficas

ANDREIS, Adriana Maria et al. Possibilidade de ensino na perspectiva da educação integral:

o exemplo do trabalho de campo. In: MAIER, Lidiane Ronsoni; GOMES, Aurélia Lopes.

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