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UDACA 50 anos Entrevista a Barros de Figueiredo Director: José Luís Araújo | N.º 269 | 1 de Maio de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com Ciclismo nas estradas das Beiras

Gazeta Rural nº 269

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A ALICAÇA, em Alijó, os 50 anos da UDACA e o Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela estão em destaque na Gazeta Rural de 30 de Abril. Na edição nº 269 antecipamos a FICOR, em Coruche; o Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa, em Aveiro; o lançamento de novos vinhos; a reportagem do Capítulo da Confraria dos Vinhos Transmontanos e o aniversário da Confraria Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’; o Festival de Street Art, em Viseu, bem como outras notícias do mundo rural que marcam a actualidade. Boa leitura

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UDACA 50 anosEntrevista a Barros de Figueiredo

Director : José Luís Araújo | N.º 269 | 1 de Maio de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

Ciclismo nas estradasdas Beiras

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Sumário04 Festa do Caçador de Alijó promove o

território e os produtos locais

07 FICOR mostra importância da cortiça

e os sabores do montado

08 Semana Gastronómica do Bacalhau

em Miranda do Douro

09 Dia Nacional da Gastronomia

Portuguesa comemora-se em Aveiro

10 Feira Nacional de Agricultura com

fruta nacional em destaque

11 Ponte da Barca recebe décima

edição da Festa das Tradições

12 Aldeia vinhateira é palco da festa dos

vinhos do concelho de Palmela

13 Vinícola de Nelas lançou novos

vinhos da gama ‘Estrémuas’

14 Carvalhão Torto lançou Encruzado

2015 e prepara Jaen/Alfrocheiro 2007

16 UDACA “está avançar para aquilo

para que foi criada”, diz Carlos Barros

Figueiredo

18 Quinta Mendes Pereira lançou novo

Tinto DOC Dão 2012

19 Adega de Sendim vai apostar mais

nos vinhos engarrafados

20 Confraria dos Vinhos Transmontanos

entronizou novos confrades

22 “A união dos produtores é a auto-

estrada para a esperança”, diz Telmo

Moreira

23 Tanoaria e produção de cortiça “têm

grande importância” em Miranda do Douro

26 Qualidade de ovinos da Raça

Churra “apresentou melhorias muito

significativas”

27 Câmara apostada em dinamizar a

promoção turística de Estarreja

30 Açores tem de exportar mais as suas

produções

32 Governo quer criar 80 cooperativas

agrícolas por ano

34 Grande Prémio Internacional de

ciclismo percorre as Beiras e Serra da

Estrela

35 Confraria Saberes e Sabores da Beira

elegeu novos corpos sociais

37 Festival de Street Art renovar

paisagens e mostra sabores da região

38 Vinhos e Sabores ‘à solta’ em

Albufeira

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FESTA

DO CA

ÇADO

R

ALIJÓ2016

ALIC

AÇA

MUNICÍPIO DE ALIJÓ

14|15maio

Prova de trabalho com cão coelheiro (Prova a contar para o campeonato nacional)

Tiro ao Voo – Pombos

Demonstraçao de Equitaçao de trabalho - aulas de volteio

Cavalos puro-sangue lusitano

Largada de perdiz vermelha

Exposição e concurso de beleza de cães de caça

Desfile de moda com roupa de caça

&

CONSTRUÇÕESMAP

Padaria Alto do Pópulo

CABELEIREIRAAna Campos

FUMEIROS NUNES

Alijó

Organização:

Apoio:

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Gazeta Rural (GR): O que se pre-tende com a Alicaça?

José Rodrigues Paredes (JRP): É um evento que se iniciou em 2015 e que tem como objectivo principal promo-ver o território. Pese o facto de o nome poder ser visto como um evento virado para a caça, fazemos questão que não o seja. Pretendemos que a Alicaça seja um vector essencial para a promoção do território de Alijó, com momentos de confraternização e competição positiva e saudável entre os caçadores do con-celho, com a realização de diferentes provas, para que consigam competir em diversas áreas de tiro.

Associada a este evento, haverá uma mostra de produtos locais, nomeada-mente o que de melhor se produz no concelho, como o vinho, o azeite, os en-chidos, entre outros, numa tenda mon-tada para o efeito.

GR: O que representa a caça para o concelho?

JRP: A caça traz anualmente muitos milhares de caçadores a Alijó. Na altura

Alicaça decorre no fim-de-semana de 14 e 15 de Maio

Festa do Caçador de Alijó promove o território e os produtos locais

Alijó recebe no fim-de-semana de 14 e 15 de Maio a “Alicaça – Festa do Caçador”, um evento do Municí-pio de Alijó que pretende promover

o território de uma forma geral. A Alicaça tem um conjunto de ini-ciativas viradas para os amantes

da caça, mas terá também uma exposição de produtos locais, ou não estivéssemos a falar de um

concelho onde o vinho é rei.Em conversa com a Gazeta Ru-ral, o vice-presidente da Câmara

de Alijó diz que o evento é “um vector essencial para a promoção

do território do concelho”, com “momentos de confraternização

e competição positiva e saudável entre os caçadores”. Para José Rodrigues Paredes o sector do

vinho é “o motor da economia” de Alijó, onde se pode apreciar, para

além do vinho, uma excelente gas-tronomia.

da caça ao tordo, por exemplo, temos em cada fim-de-semana mais de um milhar de caçadores por dia, oriundos de todo o país, com tudo o que isso representa para a nossa economia. É um número muito significativo para um concelho do interior como o nosso.

Alijó está dividido orograficamente, mesmo em termos culturais, em duas partes muito demarcadas. O Sul, mais virado para a cultura da vinha, e o Norte, onde predomina a pastorícia e a flores-ta, que acolhe uma grande densidade de algumas espécies cinegéticas, nome-adamente o coelho, fértil nesta zona, a perdiz e, sobretudo, a caça grossa, re-flectida nos altos índices de javali exis-tentes. Tal como o ano passado, vamos realizar duas montarias ao javali, nor-malmente muito participadas por caça-dores de todo o país, com números de abate significativos.

Com a Alicaça pretendemos que haja momentos de confraternização com os caçadores do concelho, e todos os que nos visitam, pois levam longe o nome de Alijó.

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GR: A floresta representa uma área significativa do concelho, a rondar os 70%?

JRP: Esse número não será tão ex-pressivo, pois os incêndios dizimaram uma parte significativa da área florestal, mas mais de metade do concelho, espe-cialmente o Norte, tem uma grande ap-tidão para a floresta e tudo o que a ela está associado, nomeadamente a pas-torícia e a caça.

GR: Falou da pastorícia. Que im-portância tem no concelho?

JRP: Temos um número significativo de rebanhos, alguns com muitas cabeças de gado, o que representa uma grande fonte de rendimento para as famílias que vivem no meio rural, produzindo aquilo que nalgumas épocas do ano, como a Páscoa, nas festas de verão e no Natal, é muito apreciado, como são o cabrito e o cordeiro. Diria que temos cerca de duas dezenas de rebanhos com um nú-mero significativo de cabeças de gado, essencialmente virados para a produção de carne.

Temos tentado promover a produção de queijo tradicional, com uma ajuda e apoio por parte do Município a pequenos empreendedores, mas ainda não conse-guimos totalmente os nossos intentos. Temos um gabinete de apoio ao desen-volvimento local, que integra a Divisão de Estratégia e Empreendedorismo, composto por técnicos credenciados para o efeito, para tentar dinamizar esta área.

GR: Virando-nos para Sul. O que representa o sector do vinho?

JRP: Alijó não é só o concelho com maior área de vinha, como também em número de pipas de vinho do Porto produzido. Diria que é o motor da eco-nomia do concelho. As grandes quintas do Douro estão aqui instaladas ou repre-sentadas. Aliás, algumas já transferiram para cá a sua sede e empregam muita mão-de-obra, o que para um concelho de baixa densidade populacional como o nosso é importantíssimo.

GR: Favaios é a marca mais im-portante?

JRP: O famoso Favaios, produzido a partir da casta moscatel, está em fran-ca expansão e já compete com grandes marcas internacionais. A Martini, há não muitos anos, quis adquirir toda a produ-ção e mesmo a marca. Não conseguiu, felizmente, porque devemos percorrer esse caminho pelo nosso pé e, se assim não fosse, as mais-valias resultantes não ficariam cá.

GR: Há mais gente a voltar à ter-ra?

JRP: Sim. É para nós confortável per-correr o concelho, nomeadamente a parte Sul onde predomina a viticultura, e verificar que há empenho e investimen-to no sector agrícola, nomeadamente na reconversão de vinhas antigas. Pen-so que o sector está no bom caminho e consolidado.

A área de produção de vinho está em

franca expansão, através de novas vi-nhas e a plantação de castas nobres do Douro, o que perspectiva um futuro riso-nho para este sector.

GR: E o azeite?JRP: É um produto nobre das nossas

terras viradas ao Douro, mas não é um sector tão organizado como o do vinho. Temos algumas unidades de transfor-mação, que já embalam e comerciali-zam. É um azeite quase todo produzido em modo biológico.

GR: Com o Favaios para aperitivo, os enchidos, a caça, o cabrito, o cor-deiro e o vinho temos uma gastro-nomia apetecível no concelho?

JRP: Somos um concelho com uma boa gastronomia. Temos o cabrito no forno, o cordeiro de leite, a carne de porco bísaro, com algumas unidades de produção e transformação, os bons vinhos e uma doçaria rica, com alguma especificidade e tradição.

Alijó não é só a paisagem do Douro Vinhateiro, a caça ou degustar os nos-sos vinhos, mas pode-se apreciar uma excelente gastronomia, com um nível de restauração aceitável.

Temos, por isso, inúmeros atractivos e o desafio é que nos visitem, apreciem as nossas paisagens deslumbrantes, o pa-trimónio edificado, mas também os nos-sos sabores. Alijó é o coração do Douro Património Mundial. A vila do Pinhão re-cebe cerca de 400 mil turistas por ano, um número que por si diz tudo.

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Gazeta Rural (GR): Que terá a FI-COR de diferente este ano?

Francisco Silvestre de Oliveira (FSO): Vamos para a oitava edição e procuramos sempre algo de novo que motive a vinda das pessoas e, funda-mentalmente, daqueles que têm inte-resses económicos no sector florestal associado à cortiça. Queremos sempre inovar, recriar situações, que possam atrair visitantes.

A Feira, em termos daquilo que é o seu layout, assentará nos modelos anterio-res, sendo que tem uma vertente mais comercial e de demonstração de pro-dutos de inovação relacionados com o sector da cortiça no espaço expositivo da Central de Camionagem, nomeada-mente expositores vestuário, acessórios e moda, mas também a Associação de Produtores Florestais, a Filcork, a AP-COR, o ICNF, a Entidade de Turismo, e outras. São convidadas a estar pres-sente no certame entidades que repre-sentam o sector florestal associado à cortiça, mas também muito daquilo que a floresta tem enquanto património tu-rístico e de valorização do ecossistema.

O ano passado criamos um espaço novo dedicado à inovação, um sho-

De 25 a 29 de Maio, em Coruche

FICOR mostra “importância da cortiça e os sabores

do montado”

Coruche prepara-se para receber, de 25 a 29 de

Maio, a VIII edição da FICOR – Feira Internacional da

Cortiça, certame promovido pela autarquia local e que

concentra todo o sector as-sociado ao montado.

No lançamento do cer-tame, à Gazeta Rural, o

presidente da Câmara de Coruche realça a importân-cia da FICOR para o sector

e para o concelho. Francisco Silvestre de Oliveira salien-ta o conjunto de iniciativas constantes do programa de

um certame de cariz “em-presarial e temático”, onde a gastronomia associada ao

montado estará também em destaque.

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wroom, onde são apresentados novos produtos e aplicações para a cortiça nas várias vertentes, cada vez mais alarga-das. Esse espaço tenta apresentar sem-pre algo de novo, que seja apelativo, mesmo em áreas de negócios e empre-endedorismo, porque neste sector, ape-sar de termos um Cluster relacionado com a actividade industrial, procuramos sempre que novas empresas e empreen-dedores venham para esta actividade, até porque, paralelamente, estamos a desenvolver uma área de 47 hectares para um parque industrial relacionado para os sectores agroalimentar, agroin-dustrial e agro-florestal.

É que o concelho de Coruche tem uma dimensão territorial significativa, onde a primeira actividade é o sector primário, muito associado à área florestal e ao re-gadio. Contudo, entendemos que deve-mos valorizar os nossos produtos, espe-cialmente aqueles em que somos bons, como é a riqueza natural do nosso ter-ritório associada à floresta e ao regadio.

GR: O Observatório é o segundo polo da FICOR?

FSO: Sim. Para além das iniciativas expositivas na Central de Camionagem, temos actividades que vão decorrer no Observatório do Sobreiros e da Cortiça, localizado no Parque Industrial. O Ob-servatório congrega todos os workshops científicos, seminários relacionados com o sector, promovidos na sua maior par-te entidades que connosco colaboram na FICOR, e onde o mesmo é discutido, nomeadamente em questões funda-mentais para a sobrevivência do monta-do, que tem alguns problemas de ordem sanitária, mas também de mortandade. É importante que estas questões sejam debatidas e encontrados caminhos para salvaguardar este importante património que é emblemático para o país, para além de que o sobreiro é a árvore nacional.

GR: O Observatório do Sobreiro e da Cortiça tem sido o local de dis-cussão e estudo desses problemas?

FSO: É verdade. O Observatório ape-la ao território e à cortiça, de que é re-vestido. Para além do auditório, tem um laboratório e salas de formação, onde promovemos iniciativas viradas para a floresta. Estamos associados a várias universidades para desenvolver áreas de investigação direccionadas para os produtores florestais. É que a indústria tem as ferramentas necessárias para fazer investigação sobre o produto final, que é a rolha de cortiça, que represen-ta cerca de 70% do valor económico do sector. A cortiça, enquanto material

para outras aplicações, na construção civil ou na inovação, como acessórios, tem uma cota de mercado muito baixa. A rolha ainda é o maior valor económico. O Observatório tem tido a virtualidade de conseguir congregar todos os parceiros para desenvolver áreas de investigação muito direccionadas para a produção e, também, para a indústria.

O problema muitas vezes da investi-gação é que não é direccionada para a identificação dos problemas. Aquilo que temos procurado, neste centro de com-petências, é que a investigação que seja produzida e direccionada para os ver-dadeiros problemas dos produtores flo-restais. O Observatório com consegui-do produzir muitos estudos sobre estes problemas, associando-os à biblioteca digital, que estamos a compilar para depois ficarem disponíveis para que os produtores, ou simples curiosos, possam aceder a este espaço e retirar daí a infor-mação necessária.

GR: A FICOR tem, também, uma vertente gastronómica importante?

FSO: Sim. O montado é um ecossis-tema perfeito para congregar a questão dos sobreiros com os nossos produtos autóctones, como os cogumelos, os es-pargos ou a silvicultura, que permite a pastorícia e criação de gado. A gastro-nomia, neste período da FICOR, é muito

direccionada para os sabores do mon-tado. Teremos três restaurantes na Feira para oferecer aos visitantes o ‘conforto’ do estômago com a nossa gastronomia mais tradicional, mas também provas de vinhos.

A nossa indústria produz mais de cinco milhões de rolhas por dia, o que revela a sua importância para o sector do vinho, não só para o mercado nacional, mas também para exportação. Haverá tam-bém vários workshops culinários e de-gustações de outros produtos oriundos do montado.

GR: Há também a competente cul-tural?

FSO: A FICOR é um certame empre-sarial e temático, mas a componente cultural é, também, muito importante. Este ano, com quatro dias de feira, é ne-cessário ter animação cultural e musical. Uma das grandes atracções é o desfile de moda que tem lugar na noite de sex-ta-feira. Para além do comércio local, com acessórios feitos de cortiça, alguns criadores de moda portugueses produ-zem algumas peças que desfilarão no nosso anfiteatro do Parque do Sorraia, num dos momentos altos do certame, e onde se poderão ver as novas aplicações da cortiça e as novas tendências do de-sign, num desfile que, normalmente, atrai sempre muita gente.

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As cerejas da Penajóia são as primeiras em toda a Europa a aparecer no mercado e, por esta razão, têm conquistado uma crescente notoriedade. A Associação AMIJÓIA - Amigos e Pro-dutores da Cereja da Penajóia e a Câmara de Lamego, com o apoio de outras entidades, vão promover no fim-de-semana de 21 e 22 de Maio, a VI Montra da Cereja da Penajóia, na Av. Dr. Alfredo de Sousa.

A iniciativa pretende divulgar e oferecer, a quem visita a ci-dade de Lamego e a região, momentos de prazer e degusta-ção deste fruto carnudo e doce. Está prevista a participação de mais de 20 produtores que vão vender a cereja ao mesmo preço.

A grande novidade na edição deste ano do certame será a apresentação da “Cherry Sparkle”, uma bebida de cereja com gás, produzida pela OPEDOURO - Organização de Produtores do Douro. Com o objectivo de incrementar a atractividade da VI Montra da Cereja será oferecido, em paralelo, um programa de animação cultural, com a exibição de ranchos folclóricos, grupos de dança e declamações de poesia.

Recorde-se que na última edição foram vendidas cerca de 10 toneladas deste fruto, um enorme sucesso comercial, supe-rando as expectativas iniciais da própria organização. A cereja da Penajóia tem um grande potencial gastronómico, podendo ser utilizada na confecção de diversos produtos, diferenciado-res e inovadores, como é o caso de compotas e licores.

Já este ano, a AMIJÓIA marcou presença na XVII edição da XANTAR – Salão Internacional de Gastronomia e Turismo de Ourense, no stand oficial da Entidade do Turismo Porto e Nor-te, para promover a Cereja da Penajóia, bem como o seu prin-cipal evento.

De 7 a 15 de Maio, Miranda do Douro recebe mais uma Se-mana Gastronómica do Bacalhau, naquele que é já um evento de referência na região transmontana que anualmente atrai milhares de visitantes ao concelho mirandês.

Tal como aconteceu em edições anteriores são vários os restaurantes que aderem a esta iniciativa, e oferecem os me-lhores pratos de bacalhau aos apreciadores do “fiel amigo” dos portugueses.

De referir que este é um certame organizado pela Associa-ção Comercial e Industrial de Miranda do Douro.

De 7 a 15 de Maio, nos restaurantes aderentes

Semana Gastronómica do Bacalhau

em Miranda do Douro No fim-de-semana

de 21 e 22 de Maio

Montra da Cereja em Lamego apresenta

bebida com gás inovadora

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Numa iniciativa da Federação Portu-guesa das Confrarias Gastronómicas e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal assinala-se a 29 de Maio, em Aveiro, o primeiro Dia Na-cional da Gastronomia Portuguesa.

O projecto, aprovado no ano passado pela Assembleia da República, que insti-tuiu a celebração deste dia nacional no último domingo de Maio, pretende mos-trar que “a gastronomia é transversal na forma como se cruza com áreas como a agricultura, a economia e a história”, afirmou a presidente da Federação Por-tuguesa das Confrarias Gastronómicas, Olga Cavaleiro.

Neste primeiro ano, Aveiro foi a cidade escolhida como capital da gastronomia de Portugal, albergando no Mercado Manuel Firmino produtores de todo o país para divulgarem os seus produtos, como queijos, enchidos, vinhos, pães, frutas, legumes e doces. No mesmo es-paço vai ser possível assistir a “show-cookings” (demonstrações culinárias) dirigidas pelos chefs Hélio Loureiro e Luís Lavrador.

Como forma de mostrar que a “gas-tronomia também pode ser arte”, vai realizar-se na cidade a ‘Exposição onde se come e se bebe’, na qual vão estar ex-postos produtos trabalhados de forma

A 29 de Maio, com muitas actividades

Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa comemora-se em Aveiro

criativa e que no final do dia poderão ser degustados.

Como forma de integrar os mais novos no evento, as crianças vão ser convida-das a semear chícharos, para conhece-rem melhor a leguminosa e terem con-tacto com a terra e com a agricultura.

Segundo a organização, a gastrono-mia vai ainda servir de inspiração para quatro escritores comporem, em con-junto e ao longo do dia, um conto. Serão criados um selo e um carimbo oficial do Dia da Gastronomia, a lançar pelos CTT – Correios de Portugal, um dos parceiros da iniciativa.

O evento conta também com a parce-ria da TAP – Portugal, que vai disponibi-lizar uma refeição alusiva à efeméride a 29 de Maio, desenvolvida pelo chef Vítor Sobral, e da CP – Comboios de Portugal, que vai promover uma ‘viagem especial’.

Durante a semana que antecede o evento, vários restaurantes de Avei-ro vão inserir no seu menu um prato de gastronomia portuguesa com um des-conto de 50 por cento, vão ser expostas em candeeiros e árvores bandeirolas alusivas ao tema e as lojas da cidade vão ser desafiadas a decorar as suas mon-tras com pormenores relacionados com a gastronomia.

Olga Cavaleiro acredita que a realiza-

ção deste dia funcionará como um “ve-ículo de agregação entre os portugue-ses”, na medida em que une diferentes áreas e mostra a variedade gastronómi-ca de Portugal.

“Queremos mostrar que a gastrono-mia pode ser bandeira deste país e ser factor de agregação”, celebrando a ideia de que “à mesa somos todos iguais e es-tamos todos juntos”, acrescentou a pre-sidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas.

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A 53.ª edição da Feira Nacional da Agricultura (FNA) vai decorrer, de 4 a 12 de Junho, no Centro Nacional de Exposi-ções, em Santarém, tendo este ano por tema a “Fruta Portuguesa”.

Ao longo de nove dias, o certame vai mostrar “o melhor da produção nacio-nal”, aliando aos eventos de promoção dos produtos agroalimentares a exposi-ção de equipamentos e máquinas agrí-colas, com destaque para as inovações tecnológicas no sector, informa o Cen-tro Nacional de Expositores e Merca-dos Agrícolas (CNEMA), que organiza o evento.

O certame, que integra também a 63.ª Feira do Ribatejo, conta ainda com a presença de associações e cooperativas agrícolas e com espaços dedicados ao artesanato, às vendas e à gastronomia.

De 4 a 12 de Junho, em Santarém

Fruta nacional em destaque na Feira Nacional da Agricultura

Um dos pavilhões acolhe o salão “Pra-zer de Provar”, com a mostra e degus-tação do que de melhor se produz em Portugal e com acções dirigidas a pro-dutores, consumidores e profissionais, com destaque para a área dedicada aos vencedores dos Concursos Nacionais de produtos portugueses, que têm vindo a decorrer no CNEMA ao longo dos últimos meses.

A feira inclui, ainda, um programa de seminários e colóquios para “debate e discussão dos principais temas agríco-las”, adianta a nota.

Aproveitando os milhares de visitantes que anualmente visitam a Feira Nacional da Agricultura, o espaço do CNEMA aco-lhe os certames Fersant, Feira Empresa-rial da Região de Santarém, promovido pela Associação Empresarial da Região

de Santarém, e Lusoflora de Verão — Exposição e Venda de Flores e Plantas de Portugal, organizada pela Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais (APPPFN).

Do programa de animação constam vários concertos, com destaque para os D.A.M.A (10 de Junho), David Fonseca e Agir (11 de Junho) ou a banda de David Antunes com os convidados Pedro Fer-nandes, Jorge Palma, Rui Unas e João Paulo Rodrigues (9 de Junho).

Tradições ribatejanas, como largadas de toiros, desfiles e provas de campi-nos, actividades equestres, demons-trações de escolas de toureio, treino de forcados, provas de velocidade, perícia e condução de cabrestos, exibições de folclore e música tradicional e popular, marcarão também presença.

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A Festa das Tradições está de regresso a Ponte da Barca no fim--de-semana de 6 a 8 de Maio. O certame, que vai já na sua décima edição, é promovido pela Câmara Municipal em colaboração com Associações, Artesãos e Ranchos Folclóricos locais e pretende, à semelhança das edições anteriores, promover os usos e costumes minhotos e estimular a sua preservação.

O programa da edição 2016 da Festa das Tradições conta com um conjunto de iniciativas que caracterizam o concelho de Ponte da Barca, como o artesanato, as danças e cantares regionais com Ranchos Folclóricos, Rusgas, Grupos de Bombos e Encontro de Concertinas, o Feirão de produtos locais e a gastronomia onde não vão faltar os tradicionais petiscos, tais como o caldo verde, o caldo de farinha, o bacalhau frito, o chouriço assado, a massa à lavrador ou o arroz de feijão, regados pelo distinto vinho verde da região. Este ano como novidade decorre também o Concurso Pecuário de gado barrosão, que tem no município de Ponte da Barca o maior número de exemplares.

“Elevar os saberes e os sabores do concelho” são, para a vere-adora da Cultura, Sílvia Torres, o objectivo deste certame, salien-tando ainda que “a dinâmica e o crescimento registado ano após ano têm levado a que esta iniciativa seja procurada, cada vez mais, não só pela população local mas por muitas pessoas de outras re-giões”.

De 6 a 8 de Maio, no Centro de Exposição e Venda de Produtos Regionais

Ponte da Barca recebe décima edição da Festa das Tradições

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A aldeia de Fernando Pó é palco da XXI edição da Mostra de Vinhos, que decor-re de 6 a 8 de Maio, numa organização da Comissão da Mostra e da Associação Cultural e Recreativa de Fernando Pó, com o patrocínio da Câmara de Palmela. Tal como no ano passado, a mostra e o concurso ultrapassam as fronteiras das freguesias rurais de Poceirão e Marateca e acolhem adegas de todo o concelho, constituindo-se como montra privile-giada da produção vitivinícola de Pal-mela.

Os 10 Melhores Vinhos do Ano serão revelados no último dia da Mostra, de-pois de seleccionados em prova cega pela Câmara de Provadores da Comis-são Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, a partir de um conjunto de 29 tintos, em representação de 29 adegas do concelho. Todos os tintos, a par de 18 brancos, estarão disponíveis para prova pelo público durante o fim-de-semana.

De 6 a 8 de Maio, em Fernando Pó

“Aldeia vinhateira” é palco da festa dos vinhos do concelho de Palmela

Ponto de encontro para pro-dutores e apreciadores

Um dos grandes atractivos desta Mos-tra passa pela oportunidade de contac-tar directamente com os produtores e de conhecer os territórios de produção, entre os extensos “jardins de vinhas” que marcam a paisagem.

Tradição e família são dois conceitos fortemente associados à produção vi-tivinícola desta região, assente numa aposta forte e consciente nos produtos endógenos e na promoção de valores genuínos. Gastronomia e vinhos andam sempre lado a lado e o evento contem-pla, também, outros produtos locais de qualidade, como queijos, enchidos e do-çaria, bem como várias tasquinhas gas-tronómicas.

As actividades enoturísticas voltam a estar em destaque, com visitas a adegas, passeios pelas vinhas, de bicicleta ou a pé, bem como a degustação de produtos locais. Um colóquio técnico, a exposição de alfaias agrícolas e o programa de ani-

mação musical completam três dias de festa e tradição no coração vitivinícola da Península de Setúbal.

Parceria com CP viabiliza comboio turístico

O comboio Intercidades, que liga Lis-boa (Oriente) e Évora, efectuará para-gens em Pinhal Novo e em Fernando Pó, frente ao recinto da Mostra. Esta será, certamente, a forma mais cómoda e segura de visitar o certame e as adegas da aldeia. O Município estabeleceu uma parceria com a CP, que além deste ser-viço, dará origem, já a partir de Julho, a uma ligação, de carácter turístico, entre Lisboa e Fernando Pó, parte integran-te da estratégia delineada no projecto “Centro Rural Vinum”.

As entradas na Mostra têm o valor simbólico de dois euros na sexta-feira, e um euro ao sábado e ao domingo. A aquisição do copo oficial da Mostra, que custa três euros, dá acesso à prova de todos os vinhos disponíveis.

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Gazeta Rural (GR): Colocaram no mercado um novo vinho branco e estão para breve novos lançamen-tos?Rui Henriques (RH): Sim, o ‘Quinta das Estrémuas’ branco, com Encruza-do e Malvasia Fina, já está no mercado e lançamos na ProWein o ‘Estrémuas’, com Alfrocheiro e Tinta Roriz. Temos mais dois ou três lançamentos, dentro da gama ‘Estrémuas’, ainda este ano. Um Jaen, um ‘Vinhas Velhas’ e um colheita tardia.

Tinto Alfrocheiro e Tinta Roriz lançado na ProWein

Vinícola de Nelas lançou novos vinhos

da gama “Estrémuas”

Um ‘Quinta das Estrému-as’ branco, com Encruzado e Malvasia Fina, e o ‘Estrému-as’, Alfrocheiro e Tinta Roriz, lançado na ProWein, são os

mais recentes vinhos da Viní-cola de Nelas a chegarem em

mercado.Para além destes, haverá

mais dois ou três lançamen-tos, ainda “um Jaen, um ‘Vi-

nhas Velhas’ e um Colheita Tardia”, adiantou Rui Henri-

ques à Gazeta Rural.Numa altura em que vários mercados tradicionais mos-

tram alguma queda na impor-tação de vinhos portugueses, a Vinícola de Nelas, sem es-quecer o mercado nacional, tem “estado a estabelecer

contactos nalguns mercados europeus e americanos, que

esperamos sejam produtivos”, referiu o administrador da

empresa.

GR: E a gama Status?RH: Na gama Status vamos fazer um ‘restyling’ da rotulagem. É uma marca que tem uma imagem que estamos a utilizar há cerca de uma dúzia de anos e estamos a estudar um rótulo novo, com uma imagem diferente, que não sendo totalmente radical será mais moderna e apelativa.

GR: Alfrocheiro e Tinta Roriz não é um lote muito comum?RH: São duas das castas que mais se plantam na região, embora haja pou-co Alfrocheiro, mas como temos vinhas próprias e uma quantidade desta casta assinalável, lembramo-nos de fazer este lote. Um monovarietal Alfrocheiro nem sempre é um vinho muito apreciado, pois é mais difícil que um Jaen ou Touriga Na-cional. Deste modo, optámos por este lote com Jaen.

GR: O que destaca neste vinho?RH: É um vinho diferente do Quinta da Estrémuas e por isso é que ficou apenas Estrémuas. Não é um vinho tão encor-pado e poderoso, mas é mais elegante. É

um vinho que acompanha uma refeição, mas pode também ser degustado como apetitivo numa boa conversa antes de um repasto.

GR: Este vinho foi lançado na Pro-Wein, o que quer dizer que a aposta no mercado externo é para refor-çar?RH: Sim, claramente. Temos estado a estabelecer contactos nalguns merca-dos europeus e americanos, que espe-ramos sejam produtivos. Os mercados tradicionais estão em recessão, como Brasil e Angola que atravessam momen-tos difíceis. Aliás, há quebras significa-tivas nalguns mercados de exportação de vinhos portugueses. O mercado chi-nês tem estado a decair, mas por outras questões.

GR: E o mercado nacional?RH: O mercado nacional está difícil, pois o poder de compra não é muito e o nú-mero de marcas é cada vez maior. As di-ficuldades em vender são grandes, mas é uma aposta que não podemos deixar de fazer.

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Gazeta Rural (GR): O Carvalhão Torto lançou um novo Encruzado 2015?

João Oliveira (LO): À semelhança do que lançamos em 2014, é um vinho 100% Encruzado, sem madeira. Pretendemos, tal nos tintos, um vinho onde a tipicidade da casta associada ao terroir esteja ex-pressa. Diria que são vinhos únicos.

Um produtor de vinhos do concelho de Nelas

Carvalhão Torto lançou Encruzado 2015 e prepara um Jaen e Alfrocheiro de 2007

Já está no mercado o Car-valhão Torto Encruzado de

2015, do produtor de Nelas, que prevê lançar ainda este ano um Jaen e Alfrocheiro, colheita de 2007, que vai

substituir o icónico de 2005, um vinho que inda hoje é

bastante procurado.A Quinta do Carvalhão Tor-to, sedeada em Nelas, pro-duz, em média, cerca de 25

mil litros de vinho por ano e aposta em lançar os tintos no mínimo com cinco anos

de Adega. João Oliveira, que com os filhos gere a empre-sa, afirma que o Carvalhão

Torto aposta em vinhos que expressem “a tipicidade da

casta associada ao terroir” da região.

GR: O Encruzado permite várias opções, com ou sem madeira ou mais ou menos estágio, mas no vosso caso pretendem que o vinho expresse o que de melhor vem da vinha?

JO: No Carvalhão Torto fazemos isso com todos os nossos vinhos. A única diferença dos tintos para os brancos é que os primeiros só vão para o merca-do quando achamos que estão aptos para serem consumidos. Aliás, é raro colocarmos no mercado um vinho tinto com menos de cinco anos de estágio em inox/garrafa.

No caso do Encruzado, o que sentimos no mercado é que há pessoas que gos-tam dele ainda jovem, mas há também quem o prefira guardar e beber mais tar-de. Foi nesse sentido, que optámos por lançá-lo agora.

GR: Nos tintos o ex-libris continua a ser o Carvalhão Torto, Jaen e Al-frocheiro, de 2005?

JO: É um vinho marcante, mas po-demos nomear outros, como o Touriga Nacional e Tinta Roriz de 2007, um dos Reservas que rapidamente se vendeu e ainda há muita gente que o procura.

Aliás, há pouco tempo um artigo de uma revista da especialidade fazias boas referências ao nosso Touriga Nacional/Jaen 2005, que já não há para venda, e a quem deu uma pontuação excelente.

GR: Entretanto, em breve vão lan-çar um tinto?

JO: Sim. Ainda este ano vamos lançar um Carvalhão Torto - Jaen e Alfrocheiro de 2007.

GR: Manter os vinhos na adega durante alguns anos exige alguma estrutura?

JO: Naturalmente que sim. Uma das coisas que consideramos fundamental é as condições de laboração e de higiene da adega, para além dos cuidados a ter com os vinhos, o que é crucial.

GR: O facto de terem apostado em manter e recuperar vinhas anti-gas foi fundamental?

JO: Essa é uma das nossas riquezas, porque todas as nossas vinhas, exceptu-ando a de Encruzado, têm muitos anos. Algumas já vêm do tempo do meu pai, e não sabemos ao certo que idade têm, outras foram reconvertidas nos anos 70 e 80, o que quer dizer que já têm uma bela idade e, nalgumas regiões, já são consideradas vinhas muito velhas.

GR: Quem anda no mercado o que ouve do consumidor que prova os vossos vinhos?

JO: Acima de tudo diferenciação. São vinhos diferentes, sem madeira, que ex-pressam a natureza das castas e o terroir desta região.

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Gazeta Rural (GR): Como era o sector cooperativo do Dão, quando foi dirigente pela primeira vez?

Carlos Barros de Figueiredo (CBF): O sector cooperativo nessa al-tura estava pujante. Havia também o sector da fruta, mas que representava pouco. Foi também por isso que houve dificuldades de congregar o sector, por-que cada um queria ser autónomo.

Entretanto, na altura do 25 de Abril, havia várias empresas, nomeadamente da zona da Bairrada, que compravam vinho a granel das Adegas. Na altura, na Adega de Silgueiros, tínhamos 8 a 9 milhões de litros de vinho, às vezes 10, e eu tinha um acordo, renovado todos os anos, com duas empresas (José Maria da Fonseca Sucessores Internacional Vi-nhos e a Sogrape) que nos compravam 50%, ou mais, da nossa produção, para fazer vinhos rosés. Era o auge dos rosés na exportação.

Para além destas, tínhamos também acordos com outras empresas que nos compravam mais umas centenas de mi-lhares de litros e o resto do vinho, branco

Diz Carlos Figueiredo, um dos mais antigos dirigentes do sector cooperativo

“UDACA está a avançar para aquilo para que foi criada”

Carlos Barros de Figueire-do é viticultor e um dos mais antigos dirigentes do sector cooperativo. Foi dirigente da

antiga Federação dos Viticul-tores do Dão, presidente da Adega de Silgueiros ‘à força’ e também fez parte da direc-

ção da UDACA nos anos 70 e 80, do século passado.Para comemorar os 50

anos da UDACA, fomos à procura de um dirigente de

outros tempos. Carlos Barros de Figueiredo é a memória

viva de um tempo difícil, mas de ‘homens de palavra’.

Foi presidente da Adega de Silgueiros no período contur-bado da Revolução dos Cra-

vos. À Gazeta Rural diz que o Dão está a “renascer” e que

a UDACA “tem acompanhado a região nesse renascimento e a caminhar para atingir o

objectivo para que foi criada”, para além de ser “uma entida-

de que tem mantido um sta-tus coerente e que prestigia

o Dão”.

e tinto, vendíamos a algumas empresas para engarrafar, o que, nessa altura, pra-ticamente ninguém fazia na região.

GR: A UDACA aparece com essa intenção?

CBF: Sim, mas nessa altura havia mui-ta dificuldade na comercialização dos vinhos engarrafados. Vendia-se, sim, milhares de garrafões, por exemplo para as colónias. A UDACA, que estava insta-lada nas instalações da Federação, ven-dia milhares de garrafões no mercado interno e também para exportação.

Com o 25 de Abril, o Vasco Gonçalves determinou, por decreto, que todos os dirigentes das Cooperativas eram ‘fas-cistas’ e era preciso substituí-los. Se não houvesse substituição, o COPCON tomava conta das Cooperativas que não encontrassem novos dirigentes.

Nessa altura, o Dr. Emiliano de Car-valho, que era o presidente da Adega de Nelas, que pertencia à direcção da UDA-CA e tinha sido presidente da Câmara de Nelas, foi exonerado e foi substituí-do, curiosamente tendo regressado uns

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anos mais tarde à direcção da Adega.O Dr. Correia Teles, que era presidente

da Adega de Tondela, foi também ‘bal-deado’ porque tinha sido presidente da Câmara e era ‘fascista’. Também o Fer-nando Moreira, que era presidente da Adega de Silgueiros, bem como o Eng.º Figueiredo e Castro, da Adega de Vila Nova de Tazem, que faziam parte da direcção da UDACA, juntamente com o Eng.º Madeira Lobo e o Dr. Correia Teles foram todos exonerados por decreto.

Na altura, o Fernando Moreira, com outros dirigentes da Adega de Silgueiros, vieram ter comigo para assumir a direc-ção da Adega, porque ‘não era fascista’, o que veio a acontecer, pois eles esta-vam de saída ‘obrigatória’. Na altura, o presidente da Federação dos Viticulto-res do Dão, Fernando Novais, também teve que sair, tendo sido substituído por um membro da confiança do Governo, que veio de Lisboa.

Na direcção da Adega de Silgueiros fi-quei eu, o Armandinho Ferreira e o José Inácio, tudo para que o COPCON não tomasse conta da Cooperativa. Em Ne-las, mandaram embora o Dr. Emiliano de Carvalho e levaram os livros da contabi-lidade e todos os outros documentos.

Quando assumi a direcção da Adega de Silgueiros já a representava na UDA-CA, tendo depois feito parte da direcção. Entrei também para a Federação dos Viticultores do Dão pelas mesmas cir-cunstâncias em que assumi a direcção de Silgueiros.

No início dos anos 80, o ministro da Agricultura do Governo do Professor Mota Pinto resolveu mudar a situação que se vivia na Federação, cujo presi-dente estava destacado em Viseu e, ao mesmo tempo, funcionário dos Organis-mos de Coordenação Económica, que fazia a fiscalização destes organismos. Ou seja, o presidente da Federação era fiscal dele próprio. Assim, foi convidado para presidir à Federação o Eng.º Mes-sias de Fuschini, com uma equipa de que fiz parte, com o Dr. Luis Canto Moniz.

Nessa altura, a UDACA estava insta-lada no edifício da Federação, onde en-garrafava os vinhos, mas era difícil a co-mercialização. Os vinhos do Dão eram, na sua maioria, engarrafados por ope-radores da região de Anadia. Ao tempo, a UDACA era dirigida pelo Dr. Correia Teles, com o meu apoio e do Fernando Moreira, quando se começou a pensar nas novas instalações, pois onde esta-va eram precárias. O Dr. Correia Teles chamou um grupo de pessoas ligadas às direcções das Cooperativas e disse-nos que tinha tido uma reunião com o Eng. António Campos, na altura deputado,

onde este lhe disse que poderia avançar com o projecto do edifício, pois haveria dinheiro para tal. O Dr. Correia Teles na altura mostrou-se receoso e, apesar de terem sido feitos alguns estudos, não se avançou com o projecto.

Com as mudanças politicas, e já nos anos 80, com o Fernando Moreira na presidência da UDACA, avançou-se com o projecto que resultou no actual edifí-cio da UDACA. Visitámos algumas coo-perativas na Europa e dimensionou-se o edifício com a intenção de ser armazém para vinho a granel, linha de engarrafa-mento e intervenções quando algumas cooperativas não tinham capacidade para receber os vinhos dos associados. A UDACA foi construída com dinheiro das Cooperativas e apoios comunitários da pré-adesão, no tempo do ministro Ál-varo Barreto.

Entretanto, os ministros foram mu-dando, a política foi tomando conta disto e, a certa altura, houve abertura para as cooperativas comprarem equipamen-tos, nomeadamente linhas de engar-rafamento, e a UDACA começou a viver sozinha, comprando os vinhos às ade-gas e a marca UDACA foi avançando. A ideia peregrina de que haveria concen-tração, para não haver ‘barulho’, acerca dos preços praticados, acabou por não resultar, porque com as Adegas come-çaram a engarrafar e a comercializar as suas marcas.

GR: Quer dizer que o objecto para que a UDACA foi criada não resul-tou?

CBF: Não foi cumprido. Só agora é que me parece que se está a conseguir avançar por esse caminho.

GR: Porquê?CBF: Porque as adegas hoje têm os

equipamentos e vendem pouco, para além de que a UDACA está avançar para aquilo para que foi criada.

GR: Está ligado ao sector há mais de 50 anos. Como era nessa altu-ra?

CBF: O sector cooperativo nasceu com carolas, homens de barba rija, como o Tomás Tavares Segurão, que veio do Congo, e que prestigiou a Adega de Vila Nova de Tazem e o sector. Em Tondela, não me recordo do nome, era um homem conhecedor do sector e do comércio, que vendia o vinho todo para a zona de Anadia, como fazíamos em Silgueiros e noutras.

GR: E pagava-se aos sócios a tempo e horas?

CBF: Sim. Lembro-me uma histó-ria que traduz o momento que se vivia. Numa reunião da UDACA, ainda na Fe-deração, falava-se do estado do sector, das vendas do vinho e dos preços pra-ticados. A certa altura o presidente da Adega de Tondela disse que tinha o vi-nho praticamente todo vendido. O mes-mo se passava comigo em Silgueiros.

O Tavares Segurão não acreditou e disse: “Eu, que sou da melhor Adega Co-operativa do Dão, ainda não vendi um litro, nem me vão lá perguntar se que-ro vender”. O presidente da Adega de Tondela respondeu: “Saiba Vª Ex.ª, - era assim que se tratavam pessoas como o Tavares Segurão -, que não duvido que seja da melhor região do Dão, que tem o melhor vinho do Dão e que ainda não vendeu um único litro, mas também lhe quero dizer que se eu fosse director da melhor Adega Cooperativa do Dão, com os melhores vinhos do Dão, nesta altu-ra já tinha o vinho vendido até ao ano 2000!”.

Na altura vendia-se o vinho pelo trato e pela palavra das pessoas. A primeira geração de dirigentes foi envelhecen-do e vieram outros. Muitas adegas, pelo país, foram ‘tomadas de assalto’, por interesses políticos e económicos de al-guns. O sector cooperativo, que naquela altura estava no auge, começou a cair por causa de tudo isso.

GR: Como vê hoje para o Dão?CBF: Acho que o Dão está a renascer

com muita gente nova que chegou ao sector. A UDACA está acima das Coope-rativas, tem acompanhado o renascer da região, e é uma entidade que tem man-tido um status coerente e que prestigia a o Dão.

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Os jardins e o Palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras, recebem o evento “Há Prova em Oeiras - Gastro-nomia e Vinhos” que este ano traz novidades. A quarta edição deste evento enogastronómico terá lugar de 6 a 8 de Maio.

A par das áreas de prova e venda de vinhos e de degustação, este ano haverá animação histórica, nos três dias entre as 15 e as 20 horas, com personagens vestidas à época e jogos tradicionais especialmente dedi-cados a crianças e famílias. Também foi alargado o espaço de esplanada, com mais cerca de 100 lugares sentados.

Esta iniciativa, organizada pela da Câmara de Oeiras, tem como objectivo não apenas promover o Palácio do Marquês de Pombal, um monumento nacional que detém uma riqueza histórica e patrimonial única, mas também divulgar a restauração do concelho e os vinhos da região vitivinícola de Lisboa, particularmente os que pertencem à Rota de Bucelas, Carcavelos e Colares.

Alguns dos produtores presentes no evento são a Quinta do Alcube, de Setúbal; António Saramago, de Se-túbal; Magnum - Carlos Lucas Vinhos, do Dão; Casa da Passarela, do Dão; Adega Mãe, de Lisboa; Quinta das Carrafouchas, de Lisboa; Herdade da Malhadinha, do Alentejo; e Quinta dos Vales, do Algarve.

No espaço de restauração do “Há Prova” estarão nove restaurantes, enquanto nos espaços em tenda já confir-maram presença o Chá da Barra, a Maria Cacau, o Don Giovanni, a Confraria dos Enófilos do Vinho de Carcavelos, com o “Villa Oeiras” e o D’ Alentejo com Amor.

O evento estará organizado numa lógica tripartida, com uma área indoor de exposição, prova e venda de vinhos com produtores e distribuidores de Lisboa e outras regiões de Portugal; uma área de degustação gastronómica com restau-rantes seleccionados de Oeiras, como venda de comidas e bebidas; e um conjunto de workshops e outras actividades na área dos vinhos e gastronomia.

Em Oeiras, de 6 a 8 de Maio

“Há Prova em Oeiras” no Palácio do Marquês de Pombal

A Quinta Mendes Pereira, empresa familiar localizada na histórica aldeia de Oliveira do Conde, no conce-lho de Carregal do Sal, tem um novo membro na família. Recém-lançado no mercado, o ‘Quinta Mendes Pereira’ Tinto DOC Dão 2012 é um retrato fiel da filosofia da casa, para quem vinho e arte são paixões que devem andar lado a lado, sendo também uma verdadeira homenagem à robustez da região.

É assim que Raquel Mendes Pereira, à frente do projecto há mais de 12 anos, vê as suas criações. A ins-piração chega-lhe da ousadia da região, que desafia a mão humana a acompanhar as suas vontades, pedindo paciência, astúcia e sabedoria.

O novo Quinta Mendes Pereira Tinto DOC Dão 2012 é produzido à base de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro-preto, um clássico da região, e Jaen. Esta última, uma casta muito comum no Dão, é originária do norte de Espanha tendo sido trazida para a região pelos peregrinos de Santiago de Compostela.

Juntas, estas castas dão vida a um vinho rústico e equilibrado. A Jaen confere-lhe uma cor intensa e notas florais, a Tinta Roriz frescura e aromas profundos a frutos vermelhos, a Alfrocheiro-preto delicadeza e alguma maturidade e a Touriga Nacional um perfil elegante.

À receita base seguiu-se um estágio de um ano com 30% em barricas de carvalho francês, res-ponsável pelos aromas doces e tostados. O resultado é um vinho robusto, com personalidade e com uma enorme aptidão gastronómica. Acompanha na perfeição pratos de carne e enchidos ou, como final de refeição, um queijo da Serra.

Pode ser consumido, desde já, para apreciadores de vinhos bem estruturados ou ser guardado na garrafeira, já que se prevê uma boa evolução em garrafa. Já está disponível nas prateleiras, com distribuição exclusiva da OnWine Distribuição Nacional.

O novo tinto já está no mercado

Quinta Mendes Pereira lançou novo Tinto DOC Dão 2012

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Gazeta Rural (GR): Como está a Adega de Ribadouro?

Óscar Afonso (OA): O ponto de situ-ação nesta altura é que temos uma boa quantidade de vinho na adega, que até agora era quase todo vendido a granel. Nós queremos acrescentar valor e isso significa vender em garrafa, com marcas próprias, mas para isso temos que mudar rótulos e imagem das marcas mais rele-vantes da Adega, vendendo o vinho pelo justo valor.

Produzimos cerca de três milhões de litros, dos quais 100 mil de vinho muito bom, 600 mil de vinho bom, tipo regio-nal, e o restante de vinho corrente que poderá ser vendido a granel ou em bag--in-box.

Do total de vinho da adega, gostaría-mos de engarrafar aqueles 700 mil litros,

Nova equipa directiva tomou posse recentemente

Adega de Sendim vai apostar nos vinhos engarrafados

e em nova imagem

A Cooperativa Agrícola Ribadouro (CAR), em Sen-

dim, no concelho de Miranda do Douro vai aparecer em breve com novos vinhos e

uma imagem renovada. Essa é a perspectiva da nova di-recção da cooperativa, que tomou posse recentemente, liderada por Óscar Afonso. A adega conta com cerca

de 2.300 associados, mas na última vindima recebeu uvas de apenas 600, num total de cerca de três mi-

lhões de litros de vinho, fac-to que o novo presidente da

Adega pretende ver alterado. À Gazeta Rural, Óscar Afon-

so adiantou que o futuro passa por apostar em três marcas, com uma imagem renovada, e engarrafar os cerca de 700 mil litros de

vinho que considera de “boa qualidade”.

apostando em três marcas: o Ribeiro do Corso, para o vinho de topo, o Lhéngua Mirandesa, como marca intermédia, mas que pode ser alterada, e Pauliteiros, para o vinho corrente.

Dados os custos da Adega, como o pagamento das uvas, despesas com pessoal e juros de alguns financiamen-tos, vendendo a granel não se conse-guem mudar as coisas. A ideia é apos-tar no vinho engarrafado, de qualidade, vendido pelo seu real valor, e com isso libertar recursos que paguem os custos fixos e para valorizar o património.

GR: A venda de vinho Pauliteiros para o Nepal foi apenas um acto simbólico ou abriu outras portas? A aposta em tratar as vinhas pró-prias e de alguns associados resul-tou?

OA: A Adega tem cerca de 12 hectares de vinhas próprias e a ideia, que é para continuar, é apostar em castas brancas seleccionadas. Contudo, vamos ver os resultados dessa aposta, embora nos pareça que há boas expectativas de pro-dução de vinhos de qualidade.

No que toca à aposta na internacio-nalização, houve efectivamente uma venda para o Nepal, que foi mais sim-

bólica, pois não redundou em volume de vendas, mas estamos a tentar outros mercados, como o europeu, mas tam-bém o chinês, russo e sul-africano. Ire-mos também tentar noutros mercados, mas estes têm merecido a nossa aposta.

GR: Como está a viticultura na re-gião?

OA: Penso que tem muito potencial, mas neste momento não se pode dizer que esteja bem, pois o vinho ou ainda está na adega ou tem sido vendido a granel, muito engarrafado com a marca de outros, não ficando nos associados as mais-valias.

GR: Vai haver uma grande trans-formação na Adega?

OA: Vamos ver. Tenho o meu tempo muito limitado, mas gostava que hou-vesse uma mudança, que espero poder concretizar. É que mudar a imagem e conceber novos rótulos não se faz de um dia para o outro.

Estamos todos de acordo quando às reais necessidades da Adega e das apos-tas que é necessário fazer, mas tudo isso não depende só de nós, mas também de terceiros. Acredito que, aos poucos, va-mos proceder a essa mudança.

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Miranda do Douro foi o palco da reali-zação do Capítulo da Primavera da Con-fraria dos Vinhos Transmontanos, em que foram entronizados novos Confra-des Noviços. As cerimónias começaram na Câmara de Miranda do Douro, com o presidente da Artur Nunes a saudar os representantes das diversas confrarias báquicas e gastronómicas presentes, a que se seguiu um desfile pelas ruas da cidade até à Casa da Música, onde teve lugar uma mostra de vinhos e produtos regionais, bem como a cerimónia de en-tronização.

Realizado em Miranda do Douro

Confraria dos Vinhos Transmontanos entronizou novos confrades

Na ocasião, depois de receberam as insígnias e o traje, juraram defender e promover os vinhos transmontados Anabela Torrão, vereadora da Câma-ra de Miranda do Douro; António José Rodrigues Vaz, empresário em Trás-os--Montes; António Ramos Preto, advo-gado; José Preto, produtor de vinho, e Óscar Afonso, presidente da Adega de Ribadouro, em Sendim.

O próximo evento promovido pela Confraria dos Vinhos Transmontanos está marcado para 25 Junho, no Hotel Vidago Palace.

> Direcção da Adega de Valpaços

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> Anabela Torrão

> José Preto

> José Rodrigues Vaz

> Óscar Afonso

> António Ramos Preto

> Telmo Moreira e Artur Nunes

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Gazeta Rural (GR): O que repre-sentou a realização deste capítulo em Miranda do Douro?

Telmo Moreira (TM): Significa o re-nascer da esperança nos vinhos trans-montanos e na mais-valia que os mes-mos representam para a região e de um modo geral para a nossa agricultura, que é a nossa principal fonte de subsistência. Somos uma região vocacionada para o sector agrícola, que dele sempre viveu, e não vemos maneira de ultrapassar esta questão, porque dependemos da agri-cultura, complementada com o turismo rural, o enoturismo e o turismo em geral.

Quando digo que é o renascer da es-perança é no sentido amplo, pois o vinho é um dos sectores da nossa agricultura, mas temos também outros produtos de elevada qualidade, como o azeite e a castanha, dois produtos dos melhores do mundo. Nos vinhos não ficamos atrás das grandes regiões, com um terroir úni-co e diferenciador. Os nossos néctares são muito apreciados em países pro-dutores há muitos anos, pelos críticos e consumidores mais exigentes, que dizem que os nossos vinhos têm caracterís-ticas ímpares, o que nos dá um enorme conforto e uma expectativa incomensu-rável para continuar apostar no sector, assim as entidades responsáveis nos ajudem a ultrapassar algumas questões,

Defende Telmo Moreira, da Confraria dos Vinhos Transmontanos

“A união dos produtores é a auto-estrada para a esperança”

Durante o Capítulo da Con-fraria dos Vinhos Transmon-tanos foram lançados alguns desafios aos produtores da região, nomeadamente uma aposta na união, para que

melhor cheguem aos diferen-tes mercados. Telmo Moreira,

produtor e Grão-Mestre da Confraria, diz que essa “é a única via e a auto-estrada

para a tal esperança”. O pa-pel da Confraria, acrescenta,

“é promover, divulgar e va-lorizar os nossos produtos”

e para isso “não pedimos dinheiro a ninguém, mas sim

ideias e projectos”.

que não são fáceis, mas com trabalho o povo transmontano, nas alturas difíceis, sempre soube ultrapassar os momentos menos bons.

GR: Foram lançados vários desa-fios, nomeadamente a concentração da oferta, com a união dos produ-tores, já que Trás-os-Montes é uma região pequena. Esse é o caminho?

TM: Acho que é a única via e a auto--estrada para a tal esperança. Penso que a unidade dos agricultores, dos agentes económicos e dos produtores é o caminho a seguir e é absolutamente necessária. Temos que nos unir em torno de um projecto comum, não dando ouvi-dos a quem fala com interesses pessoais. Temos a certeza que o interesse comum tem que prevalecer sobre todos os ou-tros e isso passa por manter viva a nossa agricultura e a região. Essa associação da esperança e de unidade que temos que traçar, é garantia para o outro lado, que é a comercialização dos nossos vi-nhos e dos nossos produtos. Assim, con-seguiremos ultrapassar uma fase menos boa e dar uma nova esperança às gentes desta região.

GR: Qual é o valor de Trás-os--Montes em termos vitícolas?

TM: É um valor incomensurável. Não

faço a mínima ideia de quanto vale, mas tem um potencial enorme. Temos um terroir único e diferenciador, com três sub-regiões diferentes. Chaves e o Pla-nalto Mirandês são regiões óptimas para vinhos brancos, enquanto a zona do Ra-baçal tem características únicas para produção de vinhos mais encorpados.

Os vinhos de Trás-os-Montes têm uma variedade que nos caracteriza, mas temos que preservar as nossas castas autóctones. Não devemos olhar para outros projectos, porque temos o nosso para afirmar.

GR: Os produtores e os agentes económicos estão conscientes e mentalizados para o que acabou de afirmar?

TM: Tenho que certeza que sim. Nes-se sentido estamos a constituir uma as-sociação que está empenhadíssima na comercialização, por exemplo envian-do vinhos para a China, com a ajuda da Câmara de Valpaços, e de outras autar-quias, como Miranda do Douro, que nos estão a ajudar de forma indirecta. Repi-to, não é preciso dar dinheiro, mas sim em termos logísticos.

Se aproveitarmos todos os recursos, com o mínimo de custos de produção, con-seguiremos chegar mais longe em termos da comercialização dos nossos vinhos.

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Gazeta Rural (GR): O que repre-senta para Miranda receber pela segunda vez um Capítulo da Con-fraria dos Vinhos Transmontanos?

Artur Nunes (NA): É efectivamente a segunda vez, no décimo segundo Ca-pítulo, o que nos apraz registar. O vinho é um dos ex-libris do nosso concelho, pelo que valorizamos a presença da Confra-ria, já que é também uma forma de pro-moção dos nossos produtos da terra as-sociados à produção e vinho.

O vinho transmontano está na moda e devemos valorizá-lo não só interna-mente, mas também no mercado exter-no. Compete-nos a todos, autarquias, confraria, produtores e cooperativas, uma dinâmica de comunhão de esforços para que seja valorizado a vários níveis e em patamares elevados, como outros vinhos nacionais. Penso que este é um

Lembra o presidente Artur Nunes

A tanoaria e a produção de cortiça “têm grande importância”

em Miranda do DouroMiranda do Douro recebeu

o Capítulo da Confraria dos Vinhos Transmontanos, facto

aproveitado para promover os produtos locais, nomea-

damente o vinhos, mas tudo o que a ele está associado. O autarca local destacou a

presença e a importância da Confraria no concelho, mas

lembrou também as indústrias complementares ligadas ao

sector. Artur Nunes lembrou que o vinho “é um dos ex-libris do concelho” e que Miranda do

Douro é um grande produtor de cortiça, mas também a ta-noaria de Palaçoulo, reconhe-cida mundialmente nos vinhos

e nos whiskies.

trabalho que se vai fazendo, com união de esforços, que acredito dará frutos no futuro. A Confraria é uma das formas de promover o nosso vinho, mas só a união de todos pode criar dinâmicas locais e regionais que possam valorizar os pro-dutos endógenos e a região de uma for-ma geral.

Os novos confrades fizeram o jura-mento de promover o vinho transmon-tano. Essa responsabilidade dever ser assumida por todos os que gostamos de Trás-os-Montes. A dinâmica encontra-da nas Confrarias também deve emanar para fora, valorizando o que é nosso, nomeadamente o vinho, pois só assim é que conseguiremos valorizar quem se esforça todos os dias em produzir e a encontrar soluções para vender os seus produtos.

Essa deve ser uma responsabilidade partilhada e unificadora, porque quando provamos um vinho devemos pensar que há um conjunto de pessoas que todo o ano trabalha para que ele nos chegue ao copo.

GR: O concelho é também um grande produtor de cortiça, mas também de tanoaria?

AN: No concelho de Miranda do Dou-ro temos encontrado industrias comple-mentares, nomeadamente a tanoaria em Palaçoulo, não só para o vinho mas também para os whiskies, com gran-de projecção nacional e internacional, destacando as empresas que têm feito este trabalho e valorizando o vinho e as barricas lá fora. Os Estados Unidos, Chi-le, Nova Zelândia e China são países que estão em crescimento na produção de vinho e que vêm a Portugal e ao nosso concelho procurar as barricas para en-velhecer o vinho.

Para além disso, no Planalto Mirandês, e noutras regiões de Trás-os-Montes, a

produção de cortiça é um sector dinâmi-co e com grande procura para a produ-ção de rolhas, bem como para produtos derivados. Queria destacar esta indús-tria que está um pouco esquecida, pois o concelho de Miranda é um grande pro-dutor de cortiça e este é um sector em que devemos apostar.

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Decorreu no Cartaxo mais uma Festa do Vinho, que contou com o maior nú-mero de expositores do sector vitiviní-cola dos últimos 10 anos, mas também em número de visitantes. O certame contou, na inauguração, com a presença do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, bem como Pedro Ma-galhães Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo; Frederico Falcão, presidente do Instituto da Vinha e do Vinho; Maria Elisete Jardim, directora regional da Di-recção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, e Ceia da Silva, presidente da Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo.

Na ocasião Luis Vieira aponta o “per-curso notável do sector vitivinícola nos últimos 15 anos”, que considera dever ser atribuído ao esforço dos agriculto-res, mas também às opções das políticas públicas para o sector. Lembrando que em 2015, as exportações de vinho “atin-giram os 736 milhões de euros, com pre-sença em 176 mercados”, o governante destacou o “profissionalismo, inovação e orientação para o mercado, por parte

Secretário de Estado da Agricultura inaugurou o certame

Festa do Vinho do Cartaxo teve mais produtores e casas agrícolas

dos produtores”, como as principais ra-zões para “se ter conseguido atingir este resultado”.

A reestruturação da vinha “quase um terço do património vitivinícola nacio-nal, a ser reestruturado neste 15 anos”, foi “certamente factor determinante”, afirmou Luis Vieira. Na região Tejo foram concedidos 31 milhões de euros para a reestruturação de 4 mil ha, de um total de 13 mil e 500 ha existentes.

Para além da reestruturação da vinha, o Governo vai continuar o investimen-to na promoção dos vinhos no exterior, num valor que ronda os 10 milhões de euros por ano, a par do incentivo a uma “agricultura cada vez mais moderna e competitiva”, mas sem descurar a pro-moção e a valorização do mundo rural, com apoios direccionados para peque-nos e médios agricultores.

Por seu lado, Pedro Magalhães Ribei-ro, o anfitrião da Festa, destacou a im-portância do certame que revelou ser “o testemunho de um casamento de suces-so, que já dura há 28 anos, entre o vinho e a gastronomia”, lembrando o papel de

Renato Campos e de Maria José Campos, na “promoção e dinamização da Festa do Vinho, que é ainda hoje, um dos maio-res eventos do Cartaxo”.

Para o autarca, o certame deve às as-sociações e às colectividades do conce-lho, muito do seu sucesso, afirmando que “são as associações e as freguesias, as responsáveis pelas tasquinhas, trazendo à Festa, o que de melhor a nossa região tem para oferecer na área da gastrono-mia, com pratos típicos diferenciadores de cada freguesia”. Aos produtores e ca-sas agrícolas agradeceu a “presença, em especial quando temos presente o maior número de expositores do sector vitivi-nícola, dos últimos 10 anos, mostrando a dinâmica crescente e a qualidade do vi-nho produzido no concelho e na região”.

Em destaque no certame o Seminário “Cortiça e Vinho – Uma União Natural”, tema debatido por profissionais do sec-tor, que antecedeu a cerimónia de entre-ga dos prémios do Concurso de Vinhos da Campanha 2015/2016 – melhor Vi-nho na Produção do Concelho do Carta-xo e da Região Tejo.

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Considerado um dos mais importantes e maiores concursos mundiais de vinhos, o ‘Wine Trophy’ regressa este ano a Portugal e vai “montar palco” na Bairrada, mais pro-priamente no Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, de 5 a 8 de Maio. O certame, orga-nizado pela Deutsche Wein Marketing (DWM), é habitualmente realizado em Berlim, na Alemanha, tendo a edição de 2015 decorrido em Daejeon, na Coreia do Sul.

Agindo sob o “guião” da OIV - Organização Internacional da Vinha e do Vinho, o ‘Portugal Wine Trophy 2016’ será uma repercussão do sucesso da primeira edição em território nacional: no Porto em 2014.

O painel internacional de jurados conta com cerca de setenta provadores que pre-miarão os melhores vinhos de entre os cerca de 1750 submetidos a concurso por pro-dutores de todo o mundo. Os 117 produtores associados na Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) têm a vantagem de poder registar cinco vinhos sem qualquer encargo, enquanto os concorrentes de outras zonas do país pagam uma taxa de 135 euros por amostra submetida.

De 5 a 8 de Maio, no Museu do Vinho Bairrada em Anadia

Bairrada recebe o gigante dos concursos do vinho

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O concurso decorreu no Mercado de Gado de Malhadas, em Miranda do Douro, e contou este ano com 18 expositores, que apresentaram 123 animais a concurso, num total de 59 lotes.

Os prémios foram divididos em diferentes categorias, nomeadamente carneiros, ma-latos, ovelhas e malatas.

No ano transato inseriu-se uma nova ca-tegoria, prémios funcionais (Prolificidade e Jovens de substituição), que pretende pre-miar os criadores que se destaquem quer na forma de criação, quer nos registos da produção e na renovação do efectivo. “É com extremo orgulho que conseguimos, neste momento, premiar criadores que possuem quase na sua totalidade das fê-meas dois partos ao ano, o que é de realçar devido à rusticidade da raça, contrariando alguns dizeres que a raça Churra é pouco produtiva”, refere a directora técnica da ACOM.

Os prémios de prolificidade foram atribu-ídos a três criadores segundo os tamanhos dos rebanhos, destacando-se o primeiro escalão, rebanho com 16 fêmeas, que ti-

O XXI Concurso Nacional decorreu em Malhadas, Miranda do Douro

Qualidade de Ovinos da Raça Churra Galega Mirandesa “apresenta melhorias significativas”

veram 41 cordeiros, comprovando assim a capacidade das fêmeas churras mirande-sas terem dois partos ao ano e uma elevada taxa de partos duplos.

No leilão estiveram inscritos seis carnei-ros, tendo sido combinados para a transac-ção cinco, a um preço um pouco abaixo do espectável, mas com um ambiente anima-dor e satisfatório.

“O feedback auscultado no final do dia e as novidades introduzidas este ano, ao nível da apresentação do espaço e a cola-boração de casas comerciais, permitiu uma pequena mostra de produtos agrícolas, exposição de máquinas agrícolas e pro-dutos regionais o que agradou ao público em geral”, afirmou a Secretária Técnica da Associação Nacional Criadores de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM). Andrea Cortinhas salientou que “o leilão de animais reprodutores animou ainda mais esta festa anual”, para além de que, “se-gundo o painel de jurados, a qualidade dos animais a concurso apresentou melhorias muito significativas”.

A Churra Mirandesa, “tal como tantas ou-

tras raças autóctones existentes no nosso país, encontram-se a passar tempos difí-ceis, devido às políticas nacionais assumi-das nestes últimos tempos, pois decidiram suspender os apoios a novos criadores que pretendam explorar a raça Churra Galega Mirandesa e impedir o apoio a aumentos de efectivo”, explicou Andrea Cortinhas.

Com o Concurso Nacional “pretende--se valorizar e premiar os criadores que ainda exploram os animais em linha pura, fazendo-se uma avaliação morfológica dos mesmo a concurso por técnicos expe-rientes da pecuária”.

A ACOM, como entidade gestora dos Li-vros Genealógicos, “está insistentemente a tentar contrariar a tendência regressiva do número de fêmeas exploradas em linha pura, para que a manutenção do efectivo da raça se mantenha num patamar consi-derado confortável, não deixando mesmo assim de ser uma raça, classificada como grau B, em risco de extinção”, adianta. Ac-tualmente o efectivo desta raça tem regis-tado no Livro de Adultos 7024 fêmeas e 186 machos.

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A Câmara de Estarreja tem vindo a consolidar uma relação de parceria com a entidade do Turismo do Centro de Por-tugal e com a Agência Regional de Pro-moção Turística do Centro de Portugal (ARPT Centro de Portugal), tendo em vista a promoção turística dos recursos do seu território e apostando, particu-larmente, nos produtos “turísticos de nicho”, como o birdwatching.

Procurando trabalhar em rede, a au-tarquia envolveu igualmente os agen-tes turísticos locais, recolhendo os seus contributos e opiniões, de forma a estar “preparada para receber quem nos visi-ta”, sublinha o presidente da Câmara de Estarreja, Diamantino Sabina, que tem liderado directamente todo este proces-so.

O autarca acredita que “o trabalho de-senvolvido em conjunto, de forma con-sistente, consciente e partilhada, trará resultados muito positivos que perdu-rarão no tempo e no espaço. Contribuirá para a projecção de Estarreja fora das nossas fronteiras, promovendo e valori-zando o nosso território, e para dinami-zação da economia local”.

Parceria pretende alcançar nichos de mercado internacionais

Câmara apostada em dinamizar a promoção turística de Estarreja

Acções direccionadas para os agentes locais

Após uma primeira reunião nos Paços do Concelho, à qual foram chamados os alo-jamentos locais, empresas de animação turística e de actividades de lazer (passeios de charrete) e espaços de restauração mais emblemáticos e de preservação do patri-mónio local (Casa do Tear ou tecelagem), para além de técnicos da Câmara Munici-pal, os agentes turísticos foram convida-dos a participar num workshop na Casa da Cisterna, que decorreu numa das mais be-las aldeias históricas de Portugal, Castelo Rodrigo.

Promovida em parceria com a ARPT Centro de Portugal, esta acção teve como objectivo a compreensão por parte dos empresários convidados de como um pro-jecto de qualidade e com propostas de criação de valor com base no ecossistema da Região pode ser comercializado com sucesso.

Estando inserida numa área que abran-ge mais de uma centena de municípios do Centro de Portugal, a directora executiva da ARPT, Marli Monteiro, elogiou a postu-ra do Município de Estarreja de estabele-

cer uma rede de contactos e parcerias e de criar oportunidades, que classificou de “atitude extraordinariamente única e rara”. Por seu lado, os empresários do concelho agradeceram “a oportunidade de partici-par nesta bela jornada de aprendizagem, que decorreu de forma simultaneamente intensiva e descontraída”, comentou Teresa Beirão, proprietária do Pátio de Canelas.

A autarquia tem já em preparação uma outra acção, desta vez sobre o BioRia, diri-gida prioritariamente a este grupo de aloja-mentos locais e promotores de actividades de animação turística e valorização do pa-trimónio local.

Especialistas de renome já confirmados

A feira dedicada ao turismo de natureza e observação de aves passa a ter uma perio-dicidade bienal, permitindo um reforço na promoção do evento e a concentração dos recursos municipais, de forma a aumentar a sua dimensão e qualidade. A edição de 2017 da ObservaRia reúne expositores, pa-lestras, workshops, ateliers, exposições, ac-tividades de campo e passeios (pedestres, de barco, veículo elétrico e kayak) e tem já alguns especialistas confirmados, como a editora da revista Wildlife da BBC, Sheena Harvey, o autor sueco Erik Hirschfeld e Dale Forbes, da Swarovski Optik.

ObservaRia 2017 será palco de promoção internacional

Um dos objectivos específicos em cima da mesa diz respeito à preparação da ter-ceira edição da ObservaRia – Estarreja Birdwatching Fair, que se realizará no pró-ximo ano, em 2017, de 6 a 9 de Abril. Num trabalho em estreita parceira com a ARPT Centro de Portugal, entidade que tem por objectivo a promoção externa de Portugal, pretende-se organizar uma “Pre Conven-tion Tour” trazendo a Estarreja operadores turísticos e jornalistas dedicados ao turis-mo de natureza e mais especificamente ao birdwatching, provenientes de diversos paí-ses europeus, com especial incidência para o Reino Unido, Escandinávia e Alemanha.

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O azeite biológico OLMAIS acaba de receber a Medalha de Ouro no prestigiado concurso internacional New York International Olive Oil Competition. A edição deste ano concurso recebeu 827 amostras, sen-do o maior concurso de azeites do mundo. O galardão americano volta a colocar o azeite OLMAIS entre os melhores do mundo depois do recente êxito alcançado entre os azeites biológicos.

A Medalha de Ouro recebida em Nova Iorque junta-se às duas distin-ções já obtidas este ano, melhores azeites do mundo biológicos, Premio BIOL e primeiro concurso de Londres, London IOOC. “Estávamos certos da qualidade do nosso azeite mas receber três prémios em três meses de marca é formidável. Ainda faltam outros concursos mas esta Medalha de Ouro em Nova Iorque, pelo prestígio e visibilidade é sem dúvida das melhores notícias que poderíamos receber”, diz Júlio Alves.

O Azeite Biológico Virgem Extra OLMAIS é extraído a frio e proveniente de uma colheita realizada muito cedo de oliveiras cultivadas em modo biológico nas encostas de Vila Flor, sendo um azeite frutado e óptimo para grelhados, sopas e molhos de salada.

Este azeite pode ser adquirido na loja online em olmais.com. Para sa-ber mais sobre a marca, o azeite e a quinta pode visitar a página oficial do Facebook.

14 e 15 | maio | 2016FORNOS DE ALGODRES

XI JORNADAS DE ETNOBOTÂNICAVIII Fim de Semana da Urtiga

‘‘Capital da Urtiga’’

ORGANIZAÇÃO: APOIO:

Um fim-de-semana diferente para fruir, conhecer e valorizar o património rural e as paisagens culturais desta região.

FORNOS DE

ALGODRESMUNICÍPIO

No New York International Olive Oil Competition

Azeite português OLMAIS triunfa nos Estados Unidos

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O Governo vai excluir a componente dos subsídios ao investimento dos agri-cultores do cálculo de rendimento para efeitos de contribuições à Segurança Social e promete bater-se em Bruxelas por um envelope adicional para o sector leiteiro.

As medidas foram anunciadas pelo presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, tendo ao seu lado o primeiro-ministro, António Cos-ta, após os executivos da República e da região autónoma terem assinado uma declaração conjunta, em Ponta Delgada.

Por este documento, o executivo li-derado por António Costa assume como sua “a pretensão do Governo Regional dos Açores de defender junto das ins-tituições europeias a criação de uma envelope financeiro adicional, no âm-bito do POSEI (programa destinado às regiões europeias ultraperiféricas), que permita ajudar a fazer face à situação existente”.

O sector leiteiro atravessa uma crise comercial ao nível europeu e a produ-ção açoriana representa cerca de 30% do total nacional. António Costa e Vasco Cordeiro acordaram ainda a “exclusão dos subsídios ao investimento como rendimento resultante de prestação de serviços, para efeitos de rendimento

Anunciadas em Ponta Delgada

Governo toma novas medidas para minimizar impacto da crise no sector leiteiro

relevante e apuramento da base de in-cidência contributiva dos trabalhadores independentes (produtores agrícolas)”.

Antes do anúncio destas medidas, António Costa e Vasco Cordeiro rece-beram em audiências os representantes das federações patronais açorianas. Na reunião considerada mais importante, com a do sector agrícola, o presidente desta federação, Jorge Rita, advertiu o primeiro-ministro que a falência da pro-dução leiteira “será também a falência da economia açoriana”. “Ao contrário do continente e da Europa, aqui não há al-ternativas para o sector leiteiro”, susten-tou o presidente da Federação Agrícola dos Açores, antes de exigir que sejam suspensos os pagamentos por conta, já que a maioria das empresas está “des-capitalizada”.

De acordo com Jorge Rita, o primeiro--ministro ter-se-á comprometido em empenhar-se neste problema que afecta o sector leiteiro açoriano, “mas, até ago-ra, o Governo da República ainda não adoptou qualquer medida específica a favor da agricultura dos Açores”.

Jorge Rita defendeu ainda “um novo comportamento” por parte do sector da distribuição e da indústria em relação à agricultura, assim como uma atitude di-plomática activa para um maior acesso

aos mercados de Angola e dos Estados Unidos. “Angola carece de produtos que a agricultura tem em excesso e as negocia-ções da base das Lajes podem ter entre as contrapartidas nacionais uma abertu-ra às exportações açorianas”, declarou.

No mesmo sentido, o presidente da Câmara do Comércio e Indústria de An-gra do Heroísmo, Sandro Paim, advertiu para as consequências transversais da crise no sector leiteiro para toda a eco-nomia da região.

O presidente da Federação das Pescas dos Açores, Gualberto Rita, advertiu que será inaceitável se no próximo biénio se verificar algum corte imposto pela União Europeia. Para já, Gualberto Rita disse que recebeu a garantia da parte do pri-meiro-ministro de que o Governo, em Ju-nho, com dados completos, fará a defesa dos interesses da pesca açoriana. “Qual-quer corte será uma afronta, porque, ao contrário de outras zonas, fazemos aqui uma gestão rigorosa dos nossos recur-sos pesqueiros, com uma elevada pre-ocupação com a sustentabilidade dos recursos”, justificou o responsável.

Em volume, a pesca açoriana do atum está em primeiro lugar, mas a do goraz é a que atinge maior valor comercial, sendo a que está mais pressionada por Bruxelas em termos de quotas.

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O presidente do Governo Regional dos Açores defendeu uma união de esforços entre as entidades públicas e a iniciativa privada, para que a região consiga criar condições para aumentar as exportações dos seus produtos re-gionais e reduzir as importações.

Vasco Cordeiro falava, na ilha Ter-ceira, na inauguração das novas insta-lações da Cooperativa Frutercoop, um investimento superior a três milhões de euros. O presidente do Governo Regio-nal sublinhou a necessidade de serem criadas condições “não apenas para, com os recursos próprios, reduzir im-portações, mas também incentivar as produções regionais para transformá--las num sector de exportação”, lem-brando que o Governo dos Açores dis-ponibiliza um conjunto de mecanismos, caso do POSEI e o sistema de incenti-

Defende o presidente do Governo Regional

Açores tem de exportar mais as suas produções

vos de apoio aos transportes. “É nesta união que se estabelece, a cada mo-mento, entre as entidades públicas e a iniciativa privada, disponível para aderir aos incentivos e aos apoios existentes, que reside a razão deste progresso e desta evolução que, nos mais variados sectores, temos verificado no sector agrícola”, acrescentou.

Vasco Cordeiro lembrou que a agri-cultura nos Açores se debate com gran-des desafios, em particular o sector lei-teiro, mas reiterou que o seu executivo está a “mobilizar” todos “os recursos” para que os produtores ultrapassem este “momento de maior dificuldade”.

“O facto de mobilizarmos todas estas competências e todos estes recursos não quer dizer que as dificuldades de-sapareçam, quer dizer, isso sim, que o Governo está ao lado de todos os pro-

dutores agrícolas e do sector leiteiro para ultrapassar este momento de maior dificuldade que se vive na Região e que, na ilha Terceira, assume particularidades e contornos muito especiais”, sustentou.

Vasco Cordeiro recordou as medidas específicas implementadas pelo execu-tivo que lidera, como a antecipação do pagamento de prémios comunitários, aproveitando as possibilidades abertas pela Comissão Europeia, o que, segun-do refere, permitiu injectar cerca de 54 milhões de euros na economia, assim como o aumento do prémio à vaca lei-teira em ilhas que estão a ser particu-larmente atingidas por esta situação.

O reforço do abastecimento de água e energia às explorações e o melho-ramento nos caminhos agrícolas no arquipélago foram outros dos investi-mentos que destacou.

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O Governo quer criar 80 cooperativas agrícolas por ano para promover o em-prego, prevendo abranger 2.750 jovens, segundo o Plano Nacional de Reformas aprovado no Conselho de Ministros. O objectivo da medida é apoiar os jovens “a criar 80 cooperativas agrícolas ou a pro-mover a criação de emprego líquido em cooperativas já existentes”.

O programa, com um custo estimado de 13,9 milhões de euros e financiado através do Portugal 2020, será avaliado pela Comissão Permanente da Concerta-ção Social 18 meses após entrar em vigor.

Programas para que jovens desempre-gados criem produtos artesanais ou que promovam cooperativas agrícolas são algumas das medidas previstas no Pro-grama Nacional de Reformas, aprovado em Conselho de Ministros.

O Programa Nacional de Reformas (PNR) apresenta quinze medidas para a requalificação dos portugueses, avalia-das em cerca de seis mil milhões de eu-ros. A pensar nos jovens que não estão a trabalhar nem a estudar, os NEET (“Not in Education, Employment, or Training”), o

Uma medida inserida no Plano Nacional de Reformas

Governo quer criar 80 cooperativas agrícolas por ano

PNR apresenta várias medidas, entre as quais conseguir fazer uma “identificação precoce de 55 mil NEET”, até 2020.

Além da sinalização destes jovens, o PNR prevê ainda o desenvolvimento de estágios profissionais, o apoio à sua contratação e o incentivo para que vol-tem a estudar. No total, estas iniciativas destinadas a 625 mil jovens NEET terão um custo de 995 milhões de euros. Sem custos previstos, uma vez que a ideia é potenciar os recursos já existentes, cerca de três mil desempregados poderão par-ticipar em um programa relacionado com a produção de produtos artesanais.

Desenvolver a criação de 80 coopera-tivas agrícolas por jovens desemprega-dos/NEET, em projectos que pretendem envolver 2.780 jovens, são outras das medidas avaliadas em quase 14 milhões de euros, segundo o documento. Com o apoio do Instituto de Emprego e Forma-ção Profissional (IEFP) será ainda dada formação a 75 mil pessoas, que vai custar ao Estado cerca de seis milhões de euros, e destina-se a desempregados mas tam-bém a pessoas em actividade.

Programa Nacional de Regadios O Governo pretende lançar um Pro-

grama Nacional de Regadios com cerca de 90 mil hectares, metade dos quais para a expansão do Alqueva, que poderá ser financiada pelo Plano Juncker, reve-lou o ministro da Agricultura.

O Programa Nacional de Regadios, “que corresponde a cerca de 90 mil hec-tares em todo o país, metade dos quais no Alqueva”, está integrado no Progra-ma Nacional de Reformas, aprovado em Conselho de Ministros, explicou Luís Capoulas Santos. Segundo o ministro, uma das fontes de financiamento pre-vistas para o programa é o Plano Jun-cker, o Fundo Europeu para Investimen-tos Estratégicos, com o qual o Governo está, actualmente, “a negociar o finan-ciamento de cerca de 200 milhões de euros” necessário para expandir a área de regadio do Alqueva em mais 45 mil hectares, além dos 120 mil inicialmente previstos no projecto e que deverão ficar concluídos na actual campanha de rega.

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José Ernesto Silva foi reeleito para mais um mandato à frente da Confraria Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. As eleições decorreram nas comemora-ções do XIV aniversário, no Hotel Prín-cipe Perfeito, em Viseu, que contou com a presença do Embaixador Murade Isaac Migulgy Murargy, Secretário-geral da Comunidade dos Países de Língua Por-tuguesa, a quem foi atribuído o Título de Comendador da Confraria.

Estiveram também presentes o presi-dente da Casa de Viseu no Rio de Janei-ro, Flávio Martins, recentemente eleito presidente dos Conselheiros da Diáspo-ra; o presidente da Assembleia Geral do Arouca Barra Clube, do Rio de Janeiro, César Soares; o jornalista Igor, do Rio de Janeiro, e o representante da Confraria, na Alemanha, José Loureiro. Em repre-sentação da Câmara de Viseu passaram o vereador João Paulo Gouveia e o vice-

José Ernesto Silva reeleito para mais um mandato

Confraria Saberes e Sabores da Beira comemorou aniversário e elegeu novos corpos sociais

-presidente Joaquim Seixas, bem como outras entidades, como o deputado Hel-der Amaral, também Confrade e amigo do Embaixador Murade Isaac Migulgy Murargy, e Agostinho Ribeiro, director do Museu Grão Vasco.

Na eleição para os novos órgãos sociais da Confraria, para o triénio 2016/2018, foi eleita a única lista que se apresentou a sufrágio, encabeçada por José Ernesto Silva, com António Vidal a presidir à Assembleia Geral, José Coelho, ao Conselho Fiscal e Garcia Mendes ao novo Conselho Consultivo. Foi manda-tário da lista Fernando Almeida Ruas, médico em Viseu e um dos fundadores da Confraria.

Entre outras actividades, a Confraria vai levar a efeito os habituais capítu-los trimestrais, a comemoração do Dia Nacional do Vinho e um Capítulo de En-tronização de novos confrades a levar a

cabo no último trimestre do ano.Nos vários discursos foi salientada a

dinâmica que a Confraria tem imprimido às diversas actividades que leva a cabo, não só a nível nacional como internacio-nal, nomeadamente junto da diáspora portuguesa, como destaque para a Su-íça, Canadá e Brasil.

Aos convidados foram ofertadas lem-branças da Confraria, com motivos de Viseu, bem como uma garrafa de vinho Quinta de Lemos, a quem a Confraria aproveita publicamente para agradecer.

A ocasião foi aproveitada para a apre-sentação do livro “As Artes e Tradições Portuguesas”, uma edição da Confraria, que prevê o lançamento de outras ainda este ano.

A Tuna Sabores da Música encerrou as cerimónias com cantigas da nossa músi-ca popular e Fados cantados por alguns dos seus membros.

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Pela primeira vez a região das Beiras e Serra da Estrela irá ter uma prova Inter-nacional de ciclismo disputada em todo o seu território, que se denomina I Gran-de Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela, e que estará na estrada de 13 a 15 de Maio.

A prova, com três etapas, inicia-se em Pinhel e termina nas Penhas da Saúde e contará com um pelotão de mais de uma centena de ciclistas em representa-ção de 13 equipas, sete nacionais e seis oriundas de Espanha, República Domi-nicana, Inglaterra, Dubai, Rússia e Itália.

A prova visa utilizar o ciclismo como um importante veículo de promoção e divulgação da região das Beiras e Serra da Estrela, tendo como alvo principal a promoção regional e a projecção desta região, com enormes potencialidades naturais e diversificado património na-tural, cultural e gastronómico, enquan-to destino turístico sustentável, durante todo o ano.

Os três dias de prova, 13, 14 e 15 de Maio, estão estrategicamente coloca-dos no calendário

Na estrada de 13 a 15 de Maio, de Pinhel às Penhas da Saúde

Grande Prémio Internacional de ciclismo percorre as Beiras e Serra da Estrela

Internacional de Ciclismo, dado ser iní-cio de época e esta prova poder captar o máximo de Equipas de nível internacio-nal. As três etapas deste Grande Prémio foram estrategicamente desenhadas para que a prova percorra todo o territó-rio abrangente dos 16 municípios envol-vidos no evento.

Ao captar para o seu território uma prova internacional, que junta os me-lhores ciclistas do pelotão internacional, a Associação de Municípios da Cova da Beira, em parceria com a

Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e o Turismo do Centro de Portugal, vislumbra uma oportunida-de soberana de aprofundar e divulgar no contexto europeu a região que conta com uma grande envolvência na relação transfronteiriça com uma comunidade autónoma espanhola, geograficamente contígua, com mais de 2,5 milhões de habitantes, não só no plano desportivo, como também no cultural, social e eco-nómico, estando já em análise a propos-ta de, na próxima edição do evento, ser realizada uma etapa na província espa-

nhola de Salamanca.A Associação de Municípios de Cova

da Beira, como entidade promotora, propõe-se assumir a realização futura do evento, como uma prova de referên-cia internacional de realização anual com o objectivo estratégico de promo-ver a região sendo para isso fundamen-tal os apoios regionais e nacionais bem como as parcerias entretanto já assu-midas com a TVI, o Jornal de Noticias, o Jornal do Fundão, o Turismo do Centro, a CIM Beiras e Serra da Estrela e todos os municípios e demais instituições regio-nais/nacionais envolvidos.

A apresentação da Prova, que de-correu no H2otel, em Unhais da Serra, contou com a presença de José Manuel Biscaia, presidente da Associação de Municípios de Cova da Beira; Paulo Fer-nandes, CIM Beiras e Serra da Estrela, Delmino Pereira, presidente da Federa-ção Portuguesa de Ciclismo, bem como de Carlos Pereira, responsável da FullS-ports, que organiza a prova, e Adriana Rodrigues, Chefe de Núcleo Administra-ção Geral da Turismo do Centro.

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Breves

F I C H A T É C N I C A

Ano XII | N.º 269 | Periodicidade: QuinzenalDirector: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | [email protected] | 968044320Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel GalanteDepartamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: [email protected] | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

Aguiar da Beira recebe II Encontro Nacional de Formado-res e Técnicos de Micologia

O Município de Aguiar da Beira promove o II Encontro Nacio-nal de Formadores e Técnicos de Micologia no dia 7 de Maio, evento que este ano conta com a presença do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, estando no programa a realização de uma mesa redon-da para debater a regulamentação dos recursos micológicos nacionais.

Pela primeira vez vão ser apresentados em Portugal os re-sultados de um estudo inédito a nível mundial realizado numa Universidade Portuguesa, relacionados com a descoberta de um antídoto para cogumelos venenosos. Está também prevista a apresentação de nova regulamentação da formação secto-rial na área da micologia.

Vão estar presentas os representantes das principais orga-nizações e instituições ligadas aos recursos micológicos, como a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Nature-za; Xixorra – Associação Micológica da Terra Fria; EcoFungos – Associação Micológica; A Pantorra – Associação Micológi-ca; ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e Florestas; Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; Universidade de Évora; Universidade do Porto e a Escola Superior Agraria de Viseu.

Maio Pedestre em Castro Daire

O Município de Castro Daire encontra-se a organizar, pelo sétimo ano consecutivo, o “Maio Pedestre”. Durante um mês serão realizados alguns dos percursos pedestres que o Muni-cípio implementou no território, incluindo também um troço da “Última Rota da Transumância.

Esta actividade tem como objectivo dar a conhecer, a todos os participantes, experiências únicas e privilegiadas, conci-liando o património natural, cultural, histórico, paisagístico, a gastronomia e a aventura envolvidos num plano de dinamiza-ção e de animação. Percorrem-se velhos carreiros de moleiros, carteiros, pastores e rebanhos transumantes, convive-se com as pessoas locais, descobrem-se recantos naturais ímpares, cascatas deslumbrantes, aldeias típicas, costumes e tradições que ainda resistem à evolução dos tempos, deixando-se inva-dir pelo encanto de contos e lendas imemoriais.

Técnica espanhola debate a fertilização nos pequenos frutos

A Agim – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial vai organizar uma palestra sobre o tema “Fertili-zação nos Pequenos Frutos”, no próximo dia 6 de Maio, pelas 15 horas, no VougaPark, em Sever do Vouga.

O evento terá como oradora convidada a técnica espanhola Alejandra González, engenheira agrónoma na empresa Kimitec e especialista na área de fertilização. A segunda parte desta palestra estará a cargo dos técnicos da Agim.

Alejandra González virá falar sobre a sua experiência nesta importante área e, em conjunto com os técnicos da Agim, irá abordar temas como as bases de fertilização para os pequenos frutos, exigências nutricionais dos pequenos frutos, a fertiliza-ção em vaso e a fertilização em solo e propostas de fertiliza-ção. A sessão termina com um período destinado a esclareci-mento de dúvidas.

O valor de participação nesta palestra é de 25€ para asso-ciados da Agim e de 30€ para o público em geral. As inscrições podem ser feitas através do e-mail [email protected], número 912010596.

ESAV promove I Workshop de Inovação & Desenvolvi-mento no Sector Agroalimentar

A Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV) acolhe no próximo dia 5 de Maio nas suas instalações o “I Workshop de Inovação & Desenvolvimento no Sector Agroalimentar”.

A inovação e o desenvolvimento assumem-se como funda-mentais, em particular para as empresas, no sentido de se en-contrarem novos produtos capazes de conquistar o mercado, contribuindo para o seu sucesso ao mesmo tempo que vão ao encontro das necessidades dos consumidores. Por outro lado, é importante perceber como esta inovação e desenvolvimento nascem muitas vezes no seio das instituições de investigação e ensino, ou através de iniciativas próprias ou, mais comum-mente, como forma de dar resposta a solicitações de empresas com problemas específicos.

Este workshop é o primeiro realizado na ESAV que aborda a inovação e o desenvolvimento no sector dos produtos agro-alimentares, que na região conta com inúmeras empresas de pequena e média dimensão.

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Viseu recebe, de 19 a 22 de Maio, o Festival de Street Art de Viseu, evento que cresce para reinterpretar as marcas da cidade e renovar paisagens. Partici-pam 12 artistas nacionais e internacio-nais que fazem de Viseu o coração da arte urbana em Portugal, com a promes-sa de renovar as paisagens da “cidade--jardim”, da “cidade-vinhateira do Dão” e da “cidade de Grão Vasco”.

As marcas identitárias, antigas e con-temporâneas, de Viseu serão assim a motivação das intervenções artísticas previstas na cidade, tornando o festival único e irrepetível noutro destino. AKA Corleone e Kruella D’Enfer são os cura-dores artísticos convidados.

Pelo menos quatro artistas locais juntar--se-ão ao movimento, interpretando em pinturas murais as identidades de Viseu.

O II Festival de Street Art de Viseu in-tegra e é o principal evento do “Tons da Primavera”, iniciativa promovida pelo Município e a Viseu Marca, que dá o pontapé de saída na agenda enoturís-tica anual do concelho, com um mix de programação artística, vinhateira e de animação.

Dos 12 artistas confirmados para o Festival de Street Art de Viseu, a repre-sentação internacional fica entregue aos italianos Agostino Iacurci e BASIK, “seniores” da arte urbana cujas criações e trabalhos figuram nos cinco continen-tes do globo. Kruella D’Enfer, Gonçalo MAR, Lord Mantraste, Mário Belém e ALMA são alguns dos artistas nacionais participantes, aos quais se juntam AKA Corleone, DRAW e Martinho Costa, artis-tas que marcaram a estreia do Festival, em 2015.

Para Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, “o Festival cresce e dá um passo no sentido da internacio-nalização, atraindo já grandes nomes. Consolidamos a aposta na criatividade

Em Viseu, de 19 a 22 de Maio

Festival de Street Art renova paisagens e mostra sabores da região

urbana e na renovação da imagem da cidade aos olhos de quem a vive e visita, mas reforçamos também a evidência das grandes marcas da nossa identidade.”

Uma das surpresas mais aguardadas no festival respeita à pintura mural alu-siva a Grão Vasco e à sua obra, no ano do centenário do “seu” Museu Nacional. O italiano BASIK assumirá a assinatura dessa criação, numa parede junto ao Orfeão de Viseu e ao rio Pavia.

Uma das intervenções mais especta-culares está a ser estudada para uma das fachadas do “Prédio da Caixa”, edifício “mal-amado” na cidade, sede distrital da Segurança Social. Agostino Iacurci de-verá ser o autor do projecto, confirman-do-se a sua viabilidade técnica.

Confirmadas estão intervenções em equipamentos municipais como o Mer-cado Municipal (que terá em Gonçalo MAR o seu intérprete), o Centro Muni-cipal de Transportes (a cargo de Lord Mantraste) e os Bairros Municipais da Balsa e da “Cadeia” (com as assinaturas de Kruella D’Enfer e DRAW, respectiva-mente).

Será ainda prioridade do Festival aju-dar à renovação da imagem urbana de edificados no Centro Histórico, nome-adamente devolutos e/ou degradados. “Requalificar o ambiente destes vazios ou chamar a atenção para eles é tam-bém um propósito programático”, jus-tificou o presidente da Câmara. Neste âmbito estão previstas intervenções nas ruas Silva Gaio (ALMA), Serpa Pinto (BA-SIK) e dos Loureiros (Mário Belém).

A intervenção mais simbólica no do-mínio da identidade vinhateira ligará Viseu e Nelas. Numa oferta “de amiza-de” de Viseu ao concelho vizinho, será criada uma imagem comunicante entre duas cubas de vinho do Dão. Separadas por 24 Km, duas velhas cubas vínicas – uma em Viseu, outra em Nelas – farão

“um elo” na região vinhateira, marcando uma identidade comum. “Esta criação testemunha um diálogo regional positivo e valoriza um percurso enoturístico que une Viseu à sua vizinhança, na paisagem vinhateira. Será um marco deste festi-val”, destacou Almeida Henriques.

O Mercado 2 de Maio será o ‘meeting point’ do evento, onde se concentra-rá a instalação das provas de vinhos do Dão na “Entre Aduelas”, com dezenas de produtores representados, música e um restaurante residente. Este ano os sabo-res apresentam-se com a instalação de uma zona dedicada ao “street food”, no piso superior do Mercado, o que é uma novidade. O conceito “ready-to-eat”, a condizer com o street art, irá oferecer aos visitantes novos produtos, sem es-quecer as iguarias da região.

Destaque ainda para o grande concer-to da banda portuguesa BEST YOUTH, a 21 de Maio. O palco será imperdível, no Largo Pintor Gata, com a parede pintada por “Mariana, a Miserável” na edição do Festival de Street Art de 2015 a servir de pano de fundo. Fernando Alvim fecha a noite, ainda no Largo Pintor Gata.

O acompanhamento in loco das in-tervenções artísticas está também à disposição de todos os visitantes in-teressados, com bicicletas e “trikkes” disponíveis no Mercado 2 de Maio per-mitirão acompanhar as novas criações artísticas e os seus autores.

O BiG é o patrocinador principal do evento, dando continuidade à sua apos-ta em associar-se à agenda de even-tos enoturísticos de Viseu. O “Tons da Primavera” tem ainda como parceiros institucionais a Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão) e o Museu Nacional Grão Vasco. Dão também o seu apoio à programação a EDP Distribuição (com o concerto dos BEST YOUTH), a Galp Energia e a Litocar.

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Decorre até 8 de Maio, Albufeira vai ser percorrida por vinhos e sabores, numa Semana Enogastronómica que inclui a VIII Mostra de Vinhos de Por-tugal, que decorrerá de 6 a 9 de Maio. A iniciativa é promovida pela Con-fraria Bacchus de Albufeira, em parceria com a Makro da Guia, e conta com alguns dos restaurantes mais carismáticos da cidade algarvia, que ofere-cerão uma ementa especial em que a gastronomia casa com o vinho, a um preço apetecível.

Na abertura do evento, que teve início a 30 de Abril, marcaram presença o presidente e vice presidente da Bacchus, respectivamente Carlos Oliveira e Helena Dias, do presidente da Câmara de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, bem como a directora geral da Makro, Tânya Kopps, e o director da loja da Guia, Mário Campos, que brindaram ao sucesso de uma semana dedicada ao vinho e aos sabores.

Os mais carismáticos restaurantes de Albufeira aceitaram o desafio, que serve também de aperitivo à VIII Mostra de Vinhos de Portugal, que decor-rerá de 6 a 9 de Maio no Espaço Multiusos de Albufeira. Assim, e durante uma semana, os restaurantes seleccionados apresentam ementas espe-ciais, que propõem uma fusão de sabores em harmonia com vinhos das várias regiões vitivinícolas patentes no certame.

Os menus da semana Vinho & Sabores têm um custo único de 16 euros por pessoa, onde são servidos uma entrada, um prato principal e degusta-ção de dois vinhos a copo, sendo a sobremesa facultativa.

Semana Enogastronómica decorre até 8 de Maio

Vinhos e Sabores ‘à solta’ em Albufeira

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