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Gestão inteligente da operação rodoviária Manuel Arnaut 1 , Américo Terrinha 2 , Paulo Ferreira 3 1 Brisa O&M, S.A. Quinta da Torre da Aguilha - Edifício Brisa, 2785-599 São Domingos de Rana, Portugal, email: [email protected] http://www.brisa.pt 2 Brisa O&M, S.A. Quinta da Torre da Aguilha - Edifício Brisa, 2785-599 São Domingos de Rana Sumário A Brisa O&M, S.A. respondendo aos desafios da gestão da operação rodoviária, com enfoque no nível de serviço aos utentes e no aumento da eficiência e eficácia da operação, criou um novo paradigma na operação das vias manuais de portagem e na gestão dos meios dedicados ao patrulhamento, vigilância das infra estruturas rodoviárias e assistência aos utentes. Este novo paradigma de operação desenvolvida no Grupo Brisa, permitiu consideráveis ganhos em termos de eficiência operacional, quer ao nível de disponibilização de vias manuais contribuindo assim para aumentar a capacidade de escoamento do tráfego, e consequentemente aumentar o nível de serviço, quer na melhor e mais rápida afectação dos recursos da Assistência Rodoviária, contribuindo assim para aumentar a capacidade de resposta às necessidades desta actividade. Palavras-chave: Brisa, operação, eficiência, portagem, assistência 1 INTRODUÇÃO Em Portugal registou-se ao longo dos últimos trinta anos um forte investimento na construção de infra estruturas rodoviárias e em particular no aumento da rede de auto-estradas. Este crescimento associado ao desenvolvimento tecnológico, implicou alterações substanciais na forma de gestão destas infra estruturas, quer ao nível da manutenção, quer ao nível da operação, bem como no enfoque do nível de serviço prestado aos utentes. 2 ARTIGO A Brisa O&M, SA, respondendo às necessidades de aumento da eficiência e da eficácia, desenvolveu diversos modelos de operação, dos quais se destacam a operação remota das vias manuais de portagem e a gestão dos meios afectos à Assistência Rodoviária, os quais serão de seguida apresentados.

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Gestão inteligente da operação rodoviária

Manuel Arnaut1, Américo Terrinha2, Paulo Ferreira3

1 Brisa O&M, S.A. Quinta da Torre da Aguilha - Edifício Brisa, 2785-599 São Domingos de Rana, Portugal, email:

[email protected] http://www.brisa.pt 2 Brisa O&M, S.A.

Quinta da Torre da Aguilha - Edifício Brisa, 2785-599 São Domingos de Rana

Sumário

A Brisa O&M, S.A. respondendo aos desafios da gestão da operação rodoviária, com enfoque no nível de serviço aos utentes e no aumento da eficiência e eficácia da operação, criou um novo paradigma na operação das vias manuais de portagem e na gestão dos meios dedicados ao patrulhamento, vigilância das infra estruturas rodoviárias e assistência aos utentes. Este novo paradigma de operação desenvolvida no Grupo Brisa, permitiu consideráveis ganhos em termos de eficiência operacional, quer ao nível de disponibilização de vias manuais contribuindo assim para aumentar a capacidade de escoamento do tráfego, e consequentemente aumentar o nível de serviço, quer na melhor e mais rápida afectação dos recursos da Assistência Rodoviária, contribuindo assim para aumentar a capacidade de resposta às necessidades desta actividade.

Palavras-chave: Brisa, operação, eficiência, portagem, assistência

1 INTRODUÇÃO

Em Portugal registou-se ao longo dos últimos trinta anos um forte investimento na construção de infra estruturas rodoviárias e em particular no aumento da rede de auto-estradas.

Este crescimento associado ao desenvolvimento tecnológico, implicou alterações substanciais na forma de gestão destas infra estruturas, quer ao nível da manutenção, quer ao nível da operação, bem como no enfoque do nível de serviço prestado aos utentes.

2 ARTIGO

A Brisa O&M, SA, respondendo às necessidades de aumento da eficiência e da eficácia, desenvolveu diversos modelos de operação, dos quais se destacam a operação remota das vias manuais de portagem e a gestão dos meios afectos à Assistência Rodoviária, os quais serão de seguida apresentados.

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2.1 Operação remota de vias manuais de portagem

A Brisa O&M, SA, desenvolveu um modelo de operação remota das vias manuais de portagem, disponibilizado aos Utentes todos os meios de pagamento existentes nas vias manuais tradicionais, acrescido da possibilidade de pagamento utilizando o identificador da Via Verde. Para este efeito, foi desenvolvido pela Brisa um equipamento de pagamento automático “E-Toll” apoiado por um Centro de Operações de Portagens “COP” que assegura remotamente todo o apoio que o Utente venha eventualmente a necessitar para efectuar o pagamento da respectiva taxa de portagem.

Fig. 1 – Equipamento “E-toll”

Este modelo de operação permitiu a optimização dos recursos humanos afectos à operação, mantendo o nível de serviço ao Utente, tendo mesmo sido incrementado em algumas barreiras de portagem, atendendo ao aumento de vias colocadas á disposição do Utente.

Aos Utentes passa a ser possível o pagamento de taxas de portagens de forma autónoma, e no caso de necessitarem de algum apoio, os Portageiros localizados nos COP, com recurso a equipamentos de comunicações de voz e imagem, comunicam com o Utente apoiando-o no processo de pagamento.

Na presente data operam-se 305 equipamentos em 112 portagens em três Concessionárias, sendo apoiadas por 2 COP’s que asseguram a operação 24h x 365 dias/ano.

Fig. 2 – COP

Esta nova forma de operação, introduziu flexibilidade na gestão das barreiras de portagem, suportada na partilha dos recursos locais e remotos das portagens, tornando-a assim mais eficiente. Reconhecido pelas partes, Utentes, Concessionárias e Brisa O&M, SA, a utilização destes equipamentos veio trazer uma nova dinâmica e desafios nas portagens, pois se por um lado o Utente passa a ter mais corredores de passagem disponíveis para utilização, a exigência de monitorização e acompanhamento da actividade nas portagens torna-se também ela mais exigente.

Nas barreiras de portagem foi possível ainda aumentar, em alguns casos, a área/agrupamentos de barreiras de portagem à responsabilidade das equipas de supervisão, diminuindo a dependência da presença permanente destes colaboradores, possibilitando uma supervisão mais alargada e flexível, assente em ferramentas de acesso e operação remota a equipamentos.

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Em resumo, tirando partido da evolução tecnológica, a Brisa O&M, SA. alterou a sua forma de operar baseando-se numa nova abordagem de operação de barreiras de portagem, assente principalmente em ferramentas tecnológicas inovadores, mas também na reorganização de métodos de trabalho, tornando-se mais eficiente e simultaneamente melhorando o serviço ao Utente. Não estando concluído todo o trabalho de gestão, é neste sentido que caminhamos e continuamos a procurar novas oportunidades de eficiência.

Fig. 3 – Aplicação de operação remota

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2.2 Gestão inteligente da assistência rodoviária

A Brisa O&M, SA. desenvolveu um modelo de Gestão Inteligente da Assistência Rodoviária “GIAR”, apoiado num equipamento instalado em cada viatura e ligado remotamente à plataforma informática desenvolvida pela Brisa “iBrisa”, operado a partir do Centro de Coordenação Operacional ”CCO”, instalado no Campus Brisa, em Carcavelos, que assegura de forma optimizada a coordenação dos meios de patrulhamento e assistência ao longo de uma rede, com aproximadamente 1.500 km, que se estende ao longo de todo o País.

Para este efeito, a interface de operação do GIAR (fig. 1), permite coordenar de forma eficiente e eficaz o conjunto dos meios afectos a estas actividades.

Figura 1-Interface Geral de Operação

Este interface é composto por três áreas de trabalho, respectivamente distribuídas:

Área 1 – Situada do lado esquerdo, é composta por uma barra, com o resumo dos meios operados, identificando a actividade efectuada por cada um e em cada momento, agrupados pelas respectivas áreas geográficas da sua zona de operação; Área 2 – Ocupa a zona central e praticamente todo o restante espaço, representando geograficamente as áreas operadas. Mostra ainda a movimentação e o posicionamento de cada meio;

Área 3 – Situada no canto inferior direito, disponibiliza uma ligação à página resumo dos “planos de patrulhamento”, que identifica os movimentos previstos para cada meio na respectiva zona de operação.

Toda a informação representada é actualizada permanentemente, de forma sincronizada, garantindo a actualidade e a consistência dos dados apresentados, que poderão ser circunscritos a áreas de trabalho específicas, revelando maior detalhe, conforme se pode ver na figura seguinte (Fig. 2).

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Figura 2 – Detalhe da area de trabalho

Área 1 - Resumo de meios

Na barra de resumo de meios é possível ver e definir as áreas geográficas operadas, distribuídas por postos de trabalho, tendo um único operador afectado, bem como o” tipo” (viatura de patrulhamento, viatura manutenção, etc.) de cada meio e ainda seleccionar apenas os meios disponíveis (que no momento estão em operação) ou todos os meios existentes (que estão a operar ou não), utilizando as janelas existentes na barra superior desta área.

Realça-se que as áreas em operação requerem que o operador respectivo esteja dado como “activo” no sistema “iBrisa”, garantindo desta forma que apenas opera a área para a qual se autenticou.

Nesta área os meios surgem apresentados ao longo de linhas (Fig. 3), contendo cada uma:

1. Código da viatura e o nome, contacto e imagem do condutor;

2. Ícone identificando a qualidade do estado da recepção dos posicionamentos, permitindo efectuar posicionamentos manuais do meio caso ocorram interrupções da sua recepção;

- Meio sem posicionamentos automáticos ou manuais recentes;

- Meio sem posicionamentos automáticos, mas com posicionamentos manuais recentes;

- Meio com posicionamentos automáticos.

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3. ícone para iniciar um percurso de um meio (quando está na base);

4. ícone para terminar um percurso de um meio (quando está em actividade);

5. ícone de incidente (no caso de o meio estar efectuar um serviço específico a um evento em registo);

6. ícone para ligar telefonicamente ao meio;

7. ícone para obter mais detalhes sobre o meio, como por exemplo associar o meio a um evento ou visualizar o detalhe dos posicionamentos do percurso;

Ao seleccionar a linha de um meio, é ainda possível, fora dos ícones de interacção, ver a sua localização em detalhe no próprio mapa (obtém-se desta forma um efeito imediato de zoom sobre o meio, situado no mapa da “Área 2”)

Área 2 - Mapa

Nesta área dedicada à representação geográfica são apresentados os meios (conforme o seu estado de actividade e o seu posicionamento) e as infra-estruturas rodoviárias.

A partir de um simples “click-to-dial” sobre um meio, obtém-se maior detalhe, permitindo interagir com o mesmo:

Figura 3 – Dados dos meios

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Fig.4 – Detalhe do meio

As opções disponíveis são as também existentes na folha do Resumo de Meios (Área 1).

É ainda possível seleccionando os diversos “layers” disponíveis, aumentar ou diminuir a quantidade de informação visível no mapa e deste modo dar resposta às diversas necessidades do operador, como se mostra nos seguintes exemplos:

Fig.6 - AEs + AE’s Operadas

Fig. 5 -“Layers” disponíveis

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Esta funcionalidade permite também visualizar o “rasto” das viaturas seleccionando a “layer” do Serviço de Gestão de Meios de Assistência “SGMA ViaturasRasto”. Este é apresentado de forma animada para um período de horas parametrizável. Seleccionando qualquer destes pontos de posicionamentos obtêm-se os detalhes do posicionamento representado, conforme imagens seguintes.

Fig. 8 – Detalhe do Posicionamento

Fig. 7 – “Rasto da viatura”

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Área 3 – Planos de Patrulhamento

Como anteriormente mencionado, os planos de patrulhamento identificam e registam os movimentos (“voltas”) previstos e realizados por cada meio ao longo do tempo.

Esta página permite ainda realizar a monitorização dos percursos e o cumprimento dos horários programados para cada meio, ao longo da área operada, como se pode ver na figura seguinte (Fig. 9).

Nesta, surge ainda evidenciado o estado de execução dos planos de patrulhamento, mostrando os seguintes alertas de cor, conforme foi visto, parcialmente, na figura anterior (Fig. 4):

- Se todas as “voltas” previstas até ao momento estão a ser efectuadas no horário definido;

- Se existem “voltas” para iniciar dentro de momentos ou que deveriam ter iniciado há momentos;

- Se existem “voltas” já em incumprimento

Fig.9 – Planos de Patrulhamento

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Conclusões Este sistema (GIAR) alimenta a plataforma informática “iBrisa”, permitindo de forma muito optimizada efectuar a coordenação dos meios e melhorar os tempos de resposta aos diversos eventos/incidentes, mostrando ao operador os meios disponíveis para cada ocorrência, consoante a sua localização geográfica, evidenciando a actividade que cada meio está a efectuar nesse momento e a distância que terá de percorrer para chegar ao evento/incidente que se encontra em espera.

Acrescenta ainda os contactos telefónicos automatizados e executáveis a partir de um simples “click-to-dial” um quadro resumo dos melhores trajectos para cada meio, conforme figura seguinte:

Em resumo, esta gestão inteligente de meios, permite um aumento da eficiência e da eficácia, tornando possível optimizar os serviços, utilizando menos recursos e melhorar os tempos de resposta. Esta solução permite ainda alimentar uma base de dados em tempo-real, fundamental para o apuramento de indicadores de desempenho e gestão com vista à melhoria contínua da operação.

Fig. 10 - Trajectos