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"M.10<A1. oo JoR:<"L O Seculo 1 1 Ol. KO\.'h)tBRO OJ;; lf.)07 . Rf.ÇTOR: e:arlos malbtiro DIU - Propric<lado de '· '· da Slloa 6ra1a - l>IRECTOR ARTISTIÇQ: 'Jranclsco ttlxclra \ ll.EDAt:ÇÃO, A.D)lt:o;1sTa.u;lo t> 01'.l'ICl!"AS oi:; COM1>os1çlo E Ru• Fo,.mo••, 411 ·i CJ.ipa 1 DAR DS BEBER A TEM (drrhtt dtt Be1,q/1rfl TOJttO; O SR. JULIO OE \'ILHENA, 4 ll mmar lo Hlustr.@ ESTAÇÕES De VERÃO: A PRAIA CASCAES. 16 illustr.@ VIDA MILITAR' 12 illustr. ®LÁ POR FÓRA. illustr. @ PORTUGAL NOS SER1'ô&S DA J.LiA ZAM8EZIA. 15 llustr. @ rt.10RTE DO PROFESSOR BOCAGE. 2 illu.i:.tr. @ LUCTUOSA, 4 illustr. (j) Pl?EMIOS DO RAIO, q illustr.@ $POR:TS : O AOS POM· 005, 4 illustr. @ os VENCEDORES DO 1 illUSll'. ® GENrrE 'oe FCCO. 10 @ ® $

h)tBRO OJ;; lf.)07 ru~tracáoPorfu(jueza

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"M.10<A1. oo JoR:<"L O Seculo ~."'()O LIS~M. 1 1 Ol. KO\.'h)tBRO OJ;; lf.)07

ru~tracáoPorfu(jueza . Rf.ÇTOR: e:arlos malbtiro DIU - Propric<lado de '· '· da Slloa 6ra1a - l>IRECTOR ARTISTIÇQ: 'Jranclsco ttlxclra

;~:0'::~=~··~10

~:0:~:~··E \ ;;~~;;~:~:7:;?.:;;?~:~~~ªT~;.~;~::s=?..~~:~~u:; ll.EDAt:ÇÃO, A.D)lt:o;1sTa.u;lo t> 01'.l'ICl!"AS oi:; COM1>os1çlo E ,,.Pa&~SÃO- Ru• Fo,.mo••, 411

• ·i CJ.ipa 1 DAR DS BEBER A QU~M TEM S~OE (drrhtt dtt Be1,q/1rfl ~ TOJttO; O SR. JULIO OE \'ILHENA, 4

llmmarlo Hlustr.@ ESTAÇÕES De VERÃO: A PRAIA DÊ CASCAES. 16 illustr.@ VIDA MILITAR' 12 illustr. ®LÁ POR FÓRA. ~ illustr. @ PORTUGAL NOS SER1'ô&S DA J.LiA ZAM8EZIA. 15 llustr. @ rt.10RTE DO PROFESSOR BOCAGE. 2 illu.i:.tr. @ LUCTUOSA, 4 illustr. (j) Pl?EMIOS DO RAIO, q illustr.@ $POR:TS : O Tl~O AOS POM· 005, 4 illustr. @ os VENCEDORES DO ~AJO' 1 illUSll'. ® GENrrE 'oe FCCO. 10 t1lu1~n. @ ® ~ $

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1 l.LU!i rnA<'\t l POR1TGUE7A

F a rln.ha 1act:ea •••• PREÇO 400 RÉIS •••• Nestlé 3 6 medalhas de o U R o incluindo a conferida na Exposição Agrl·

_ cola de Lisboa

o•bel lo •• oahloe • b•r6• Só não tem cabello nem Fazemos nascer

barba quem quer!!! ~=::::.~.:=;:.-.. ~:::: • RorT'!et.t:•·•e oom toda a dl•orec;.Bo • Moita 1~n~. ve-lha e- nova, e• um.a para a berba e outra para todo o •anJo. dtve--no' a barba o caoelk·. C•• o ~ Hpecul bon ta e o cabcllo abun4.ante.. de 4 $420 """•·

Teaos levado com o nosso Co• c.a4& po~Ju "ae um ett-b•la.aaM M .. to,y • f•lk:I· tific.al.lo de caranti•. pelo qual d•d• • mlllt•,... • ml/11.•,... noi. obngamo1 a dar outra vez d• _..•o••· Um .,..nd• Im- o dinheiro reu\'otóo, se o rem~ IHW•dor "900,.,..., • n6• ,,.. dlo nto dt'r tt..uUsdo atrum. dlntlo o,.. ... auxilio• n•o Se Isto nllo f4'r v~rdado re-oor,..., debalde/ pagam o• •o comnrador

Jlomcns notav&ll lh 300$000 .'''.º' e nso notãvcl,., -zcntoa m i 1 r$. ). todo 5 "'>"' toem ' ~ p., .. prevenc<to

;~n~~~~~: n:~ ~ *' ::!': ::i~~i~: ~.sE~~ i~1!~ ~ • :!~ri::e!~::: nc.a, t• •U11m-'°" ~ J.'ICOtes tttm ~ caru da Af!'1CA • mpta a raJavra da Au~1u :t t o . Mootcy. nosso Mooley 1J1,·1.a·s.e ô.tan.a· coohecld? e apc-fdado. ~-se menle para tv-4.s u: panes, por t~'º dtzer. com '·er- m~mo r•r• as maisafa.stad.as, dadt, qut cuo;a de tuna uni· com a exphc1ç.t.o cl•ra d• ena· ve:rsal. ne1ra de ser uuoo e com o

2~sf6~ç~6l:r~~ :~ç~~ºruêr:! ~~~~~~~:gn~r~ ~:;:~~~loe:àr.~: porção ohog• portei tamen° t•do ou r:1c::·11t1to1n pelo cor· te). o i10:0J1Ju de :i J-'Orções. reio no aClo d;1. t'lllrt..:11.

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S!~.~~ 111uhJos.

4º:10,:~~~!: cto ... fortitiudos com

. ........ ª"' .... Pllulas Orientaes

: t'fll dolt .,.l!t'S <J ~~~=n~: e ,.11Mnto t a tirmtu do -ptito sem • uuo;,:ir dHmo a1c:um á saude. Apro­o "a.® r"fl.U nota1'1hdades medicas.

: ~~:u;'~~R~:: f;.:C:•i:r!Tns~: • coes. 1•1JOO ,... franco para vale e do .:orrelo, enviado a J. P. B••to. • .. o.•, ao, R . Au11u•t•, UllBOA

• • •••••••••••••••••••••••• Agente?em Paris: - Camille Llpman, Rue Vlgnon, 26

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n na, e entre tant~

.. inn apagadas a su il PfH>nali1l.ute destaca•&C 1Juplatnt•t\lc pela excc· p·-i.rnal irradiaç!lo do bCU

·e-\llgio moral, res.all\ln· d:> 00 atlmiravcl cspcct~·

Jodc uma nobre a~ten· çlO, e do seu valor intc:I· b:tual, cp1c se affirma nH maniíesta­~i"ics de om c!Jpirito notavcl pelo seu ~===~~ mixto ele cultura e de penetraçno. ) E.!ln:ti\';amentc, pode dizer·sc d'este h mcm ºº"'º contemporaneo. mas t!\o parecido a ::i reuo~ do tempo de Pericles pela arguda da in­

l:' gen<ioa e pela finura da dialectica, que clle ~ um ~ int1go pelo stoici~mo, um gr~o da rcna§Cen­p pda erudição e um grego moderno pela subuleza.

.4. elci(;!\o do illu~trc estadista para '"' chetia do partido regcoeradot 1 re1>resentando a c:onsagraçao b seu11 meritos e aptid1'\es raras e uma homenagem

sua unidade de caractl'r, bastaria, desde l<J#O, para a , , '("U nome á ac&ualidade da Jlll1slrar1tq PiW­~. ~o v. julio de Vilhena, assumindo a franca

aberta anitude combativa, que consubstancia n'dle nh·men1e as respunsabihdades mais graves do

aomenh> historico deveras singular, nno se tornass~. por e:\.'IC íacto, o homem que é hoje, naturalmente, mis 1füt·ulido, e cujos factos e J>illavras mai~ tstào deipert;1ndo a curiosidade do publico. Jo: n:.o deixa de ser intctt$Santc acccntua.r a circumJtancia con· uad1ctona da accu.saç~o de indolencia e de "Ctpti­as::io. que geralmente se: faria ao novo chefe, com 1 i ·'.i., .. ele energia e de actividade. con.1 a tcnacl­cbde dr vontade e de convic:c;~o. que n'ci.tn occa· lilo o \•cmo~ ,exhibir. Occcrre, a propositn, até, a w. doita de Xisto V, que após ter sido eleito papa, sr •1 f',ra a muleta a que :indava abordoadd quando m-dta1, e. endireitanJo-• com fumeu., iniriou o Rl'e'll i ntlficado cm que Roma expiou algumas *' suas )(•ucuras da Renuccnça.

O "· Julio de Vilhe!1 nasceu em Ferreira do Alcmt•J" ern 1846. Apesar da sua já larga carreira flbh· i. tem, portanto, apenas L 1 aonos de edade,

11r quer dizer que catA na plena virilidade do e.s-, ~ue alcançou a maturidade e a completa pon­~ da exl)e.riencia. E tão íorm010 e vivaz é eme esp1rilo, tanto tem sido constante o sru coi:.ta­ao, ('(lm o pensamento moderno, que a a:cnte o está am rclJorccer, brilhaotc e íorte, no amor fresco e

iuveníl da liberdade e de todas as !:tua~ just•~" rcvin­dicações . .t;m todas as e~ C'3'.'!. e t:m toda a parte. ~o 1tmpre bem extrac•rdina­: tos semelhantca per~·~ma­:.;ens, que .!-te esqui,·am. por um poder superior da sua organis.aç.a.o. p!\ychica, .á lei brutal do 1mprugrc~stsmo da animalidade humana depois do seu phí•íologico limite e\"olutivo.

Em 1h;~. o sr. Julio de Vilhena tomou o capcllo de doutor em direi10 na Univenud;.1de. No seu curso, um dos mais celebre"> de que ficou memoria e1n Coimbra, dbtin­

guiu-se como uma das intelligencia:. mai cultas. ptDpitaz.6 e facilmente a'.'l.Similadc)ru da sua ge­raçao.

D'eue periodo univer..:itario ficaram dois Ji\'T0$

$0bcjamcnte revcladutcs de talento e de <:,,tudo: As ra(a.t l11ilorieas da /N'Ntnsula i/Jeriar e d sun i11jluen· âa m> direilb Pbrl11,i;11tz. cuja thcse ethnographica provocou as mais acerbas discuss~es entre os erudi· tos, e o ouLro versaodô uma questao de direito com· mercial, salvo erro.

Entrou, pois, na camara dos deputados, conside­rado jà como sendo uma das mais J>romtttcdoras e &egurnit esperanças do partido regenerador, em que o sr. Julio de Vilhena l\C 6liou e cornCf;<>U a militar, com dedicação e brilho, logo desde o lnicio da sua carreira politica. O orador primoroso, correcto e aca· demico na fórma, conceituoso na duutrina, incisl,·o oo ataque, extremado em t«>dos O!:t requinte. da mais fina ironia, que é huje uma das glorias da n01.<1:a tribuna parlamentar, revelou, desde a sua estreia, a posse d'csqs qualidades, que tmbora não li\"tl>~tm decerto allin1tido ainda o grau de perfeiç-:io que com o tempo alcançararn , se acccntuarain já de um feitio brilhan­ti.ssimo .

.Em março de t8.b1. com 3.5 annos. i moço de­putado entrou como ministro da marinha no gabi­nete formado pelo gl0<ioso /·omalísta Rodríques Sam­paio, em que tiveram egua mente pa"tª" Hinu.e Ri­beiro, que n 'um paii de reglmen rcpresenta1ivo á ingleia teria sido o esual de um C\tnning, e Lopo Vaz. tun do! espiritos P.Oliticos mais subli!l d3: actual epoca constitucional. Chamou-se a essa comb1naÇão, quando ella se organi!foOu, p<>r occasiAo da agita(ao levantada pelo íamt>M> tra1ado de Lourenço Marqu ., o ·miniMerio dos no\'°"'• , apesar de f.azcr~m paue d'elle, os faJlecid~ Barros e Sá e gcnteral ~ancbes e Castro e o illu~tre diplomata sr. Mi,gut'l Dantas. Aquclles novos, porém, é que imprimia.iro, já n'essa

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610- ILLUSTRAÇÃO PORTUCUEZA

occasi~o, em que pela primeira vei entravam nos cotl~elho> da cor&, caracter ao gabinete, e o futuro de todos tres nlo dc<imenliu, na realidade, as pre­,·i~õe.s <1ue tao cedo \e. formulavam.

A adminittraç:lo çolonial do sr. Julio de Vilhena deixou dr: ,.i li.5ongeira memoria. e póde di:icr-~c que pela primeira vez ~ cuidou de substituir a al­legaça.o rethorica e improficua dos nossos direitut tradicionaes. !i. )Ombra da qual viviamos iocertamente, pelo estabelecimento do dominio e8ectivo nas no~U!> possessões afrh:anas. Obedecendo a esse pensa::ncnto previdente, o novo ministro crcou as estações civi­lisadoraA, cujo intuito bas-illar era o de oppor um diq\lt ti. invasho C!!trungeira, e occupou·se em pro­mover n exploraçnn do Mllo e em derivar para a Afric.a nacional a corrente emigratoria. Preparou tambcm uma organisaç~o administrath•a para asco·

lonia.s, u1cncialmcntc Jibcral, mas que nã.o chegou a ser po!!.rn em pratica.

No mesmo mrnistcrio o sr. Julio de ViJhena teve a seu cargo por algum tempo. interinamente, a pasta da Íaienda, e CJD 11'~ J lran1itou da da marinha para a da ju~tiça. onde su5tcntou, com a mais intransi­gente dirnidade e energia, uma lucta acirrada com • S..n~ Sé por cau..a da nomeaÇão dos bispos. Pre­parou tambt-m variot projcct0$ lei sobre o registo civil, a dot.açl1> do clero, a re,·i~o d3.5 sentenças cm materia cri manai , a ª"istencia judiciaria, e ore­gulamento das pri!!o•'>c"+ "Cm culpa formada, que nao chegou a ter tempo de p.t'.r cm cxecuç3.o, mh que transformou depoit cm propostas que apres~ntou ã. camara.

Em 18<10, no ministerio presidido por Antonio dc­Serpa Pimentel, o illu.stre estadista voltou a tomar conta da gcrcncin da pasta da marinha. Estava-se

iv VOLU11&-11 de novembro de 1907

cm~o n'um pcriodo de agitaç.ào intensa, provocado pelo uhimatum e pr0$Cglliam as negociaçt»es do tr ... tado com a Inglatcna. Er~ um posto de honra, c-m um momcnt'> bem difficil, que era auribuido ~o u Julio de Vilhena, mas deceno nào seria fadl enwn­trar outro mais competente para o desempenhar, por• que ninguem conhecia melhor todas as no)s.l'i qutJoo tõts coloniacs, de cujo estudo o ,.mincntc hnmcm publico fi.icra o lt1/>1Jr á1111Jris do seu espirito.

ínfclizmcntc. uoucos mczes durou a estada 1111 po­der d'es~e govêrno, e o sr. Julio de Vilhe1Ht, que decerto passou ent!lo alguns dos dias mais laburin­aos da sua vid;_', e a qutm na.o teriam faltado tm scmclhnnte ensejo prc0<:cupaçõe~ bem am:i.rgurndt111, n!\o tt:vc d1e.ua vez, nem a podia ter, tl\o sm1cepti· vt"I e delicada era a situaç:.o. pos~ibilidadc de d1 · mon11.Lrur quanto cabia na sua cumpetcocia fazer ele

utilidade e beneficio para o nosso progrcs"u e des­envolvimento ultramarino.

Data de pouc;o depois a abstenç~o da pulit. a activa cm que o illu$tre estadista se rnante,·c quas1 alÍi à ~u• recente e1evaçào á chefia do pallido re· gcncrador. pela morte inesperada de H intzc R · beiro.

o bcllo ge1t0 que constituiu o !lieu primeno a~ de chdc é uma prova ftagrante da nobre iwnç3o de caractcr do ~r. J ulio de Vilhena e do escrupulo com que timbra cm manter uma absoluta cohercnaa er>­trc °' ~u' ac.tos e as suas palavras. X'um pcri~ de t:to baixo e mesquinho egoísmo corno o ai.;tual pouco .. , tri8tC é dizei-o-seriam capaie~ de uro­ceder com egual desprendimento e de dar s.cmclhante exemplo civ1co. Para libenar a sua acç!'W de qual· quer entrave e de qualquer sombra Je suspciç!lo, o novo chefe rcgcncradot renunciou promptamcntc- ao

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w v0Lu1u-1 e de novembro de 1907

;meloso cargo, que exercia, de governador do Banco Portugal.

T vmando cm SC'$::t1Ída o com mando do "elho par­. tradicional, o ~r. Julio de Vilhena annunciou ~ logo rc!>OIUÇt~ICS, que reprc:,cntam, por cgual, -, exemplo de coragem ch"ica, seguramente ba.s·

te raro na cpoc-a de indiHerença e de commodis­' tm que tinha entrado a J>Olitica nacional, vi­dQ quas.i cxclusivarnente de transigenclas e trans-

~ ·, $.

~~o é aqui, porém, na~ paginas de uma revista .;'lera.ria que os netos s>oliticos do eminente homem

ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA- 611

de _E.,tado podem •er julg;idos, e por isso e apenao coruidcrando-~ sob o ponto de vista moral que ~ entendem~ cit.ar.

~ Pusoalmente o i:.r. conselheiro Julio de ,-ilhcna é

um tomem encantador, distiucto e aprimorado no

trato, dr uma impecravel correcça.o de maneiras, de uma lina e amu·el convivencia.

Comi• conversador é um ckarmeur, nao $Ó pt·la clcgancia da phrasc e pela delicadeza da ironia, que euenci::tlmentc caracterisa o seu c:spirito, como pela largue:.m da erudiç:'to, que a cadat pa!>so !>C re·

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t>u-lLLUSTRAÇÀO J'ORTUGU!i.lA

vela. naturalmente. ~em algum e ... forço ou f lan­ti$mO.

E cm codas al!l circumst;:111c.'.ias 1 por detraz do po­htico, denuncia·se sempre, invaria"elmentc, o ho­mem de lettta ... po~$uindn uma lr..'"ldOde e larp: cul­tura humani~t..t. (._lue admira' -"- maior panlo da vida dn .. r. Julio de Yilhtna tem sido a du!I livros. E• ulh biblior>hilo con"ic:to, reconhecido comu tal na confraria escassa que temos. e ruja biblinthera adquiriu de ha muil•"' rama ,·aJio:;.a_ Rtuniu e a ·rc-.. cent.a cC1n~tantc11'lcnte, com ,·erdadci10 amor, ;.t .. ua collccç:to, e íoi a clla que cc.insagrou ab ... orventt"mtnte o largo parentht!-e da sua absterH,:3opart idatia. Ainda nos lembra de vH .. o, no leilão e:m que se di~perM>u a opul~nt.a finaria du bibliomano Mer~llo, di!>pu­tando tcna.imente em pc~t;oa, a prarreir:t cdiç:lc•. de Gôa. do!\ Colo~uios flqs sn11p!rs. e 1/rogas !te roisas medit i11ars da /11din de G.arda da Ort.i, cujo c-xtm­plar ... 1:.i" inccimpleto, foi por fim ~djudicado ao livreirc ~lanoel Gomes por cento e t:rntos mil r'is, indo- de ~eguida parar, ~e nos nho ralha a mcmoria 1

á Hõll;mda. E b.il'ltas .. ·czc~ o enconttámoa i~ual­mentc tm demc r;,adas pc:11.tiuitas pelas loja5 d• al­íarraba .. tas, reliu!'icando ahucadamcntc ~bre ª' me­sas e uatt estantes rndo quirnto -pudesse servir l}i'lra enriqueC'er as ~un1 r-ollecçlW!!;.

A parte mais (._opiosa da bibliothet·a do sr. Julio de Vilhena é a formada pela ºº'"'' bibliogTllphia colonial. Diz-se que é a mai!ll com1l1cta sér-ie de pu­bHcaçl\es sobre o assumpto que exi•te no pait, e é, por~nto. íaciJ de a•,aJiar .ºvalor que ella rcpre,ema. ?'\a epoca cm que Sebas11~0 Xa,;.,. Jlc>telho cocre­''ia a ""ª ,ffC#f<~t'in rslalfJltú1 sol!,.~ ()s domi11io.i por· lug11e:t.f na Ajrkn qnC11lttl e):punha maguadamente esta la!!.tima: •No tempo de agora e•lamos tào atra·

tV ,.OJ.Ut.rn - 11 t1c novembro de llJ07

zados a rt..ipeito d(•' nosso.i- d1 ·minio~ afric;.m ' m na cpoc-a cm que os descobrimos: o que ~ab,·rn de mais i· de poura ou oenhu1na irnport;mcfa p;11;1

uliHdade ele Portugab Mudon porém a situ 1\

A bibJiC'lthtca colonial portu11ueza é hojt- lM. " . :.ta já. e mais lido~ do que eram cntl'lo c.:i. h(

~ntigo,.. cM;:riptorc-s que se haviam oct up1do dai- cl · toas do ult1amar. al~uns com tal sinu.·ridade e pro­fkienda que ~o ainda prc"enttmtntc c<.>n:-..ider:i.d aucloridadth na m;1ttria, e por i~ ... o traduzld. .... 1

2'Uhado~ e t:-.tudado1 por toda :l parle. IJa Iudia.cb China, da Aírica, da propria Amcrico. da 01cMnói

Oceania, n:to pôde e.snever l'ie a hi!'tc.. •• ... em r · rtr h primordiae' Í• •ntes p• 1rtuguez...... quer i:raphicaa, •{UCT bihliographit'.otti, imprtt-~as ou 1rit •

las. E c~~e grande thesouro de saber ~cug:raphifV 1

historico air.da o uno accumulou ninj2'U(Jl\ tào t"~ri· pletamtntt ci. mo o ~ . comelheiro julio de \'11 e­na.

Eis alguns traçoit do feitio publit o e da f{ ·.~o particulitr do homc+m illustrc e sopNiN, que ~e cn· contra utualmtntC' 6 frente dt. um dos gromdes p;ir. tido~ politicos de l'ortugal. e que no 111 •mcnt< e c<•rrt, pleno de du .. ·idai, e inccrtcz.a!i, !riC' cons.til1 1

pela forma decid1<ln e encrgicn da su:1 in1erve111;!\o, um dlh arbitros da autuç!\o, 'tllt, sem pu.,:-,jb.lid clr- u:tcn.ioa adiamtn1os já, tem de pr 1<luzir·~1.. t<11meotc

Resta saber i;;Q ~~ elle salr(1 \/Cncedor uu \'encicl•• d"l prova diflicil. l;ma ou outrn coisa, porém. a!! urá por rtrto ú inl'iignific-ante acaso do ~uetts.., <G do insucrc:;.oto que podcrã modificar a a1)rec:iaç du qualidades imellcc:tuacs e moracs, que exornam r cngranclecerr. a individualidade notabih)>,~ima de _IJf de Vilhena.

~Cl.ICHts 1)S a&l'\OLJSL

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ESTAÇÕES oi;.VERAO J.\ PR_.11111 DE ~SC'.ljBS

çarn, com o m~mo bulido ale 1 rc e ruido­so, em Ca&caes.

E' o dktnrnc da moda, que se consti­tub mesmo já em habito consagrado Cu­caes merece, de resto, a prcícrencia que a favorece. Das praiu viúnhas <la capi· tal, ultima da scne magnifica que ae ini .. eia em Algés, é ella. por c-erto, n mai" importante. a ma11 rica de en ·anto pitto· tt$CO, e, sobretudo, a que é uma verda·

Ar.•1.:1uha-u o /ç»Jft4't·o/ - (./~ 'n'f>'' d1 s1Nb<~ra1 Htl pr•ia

- À O•tl• r~•I••• Ctnlfh• o r«IUdo -Jox11doros d1 /~mos

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614- II.LUSTRAÇÃO PORTUGUEZA

portugueza, pelo nosso : grande poeta moderno. ! i AH se reune. por i~.:io,

todos os anoos. de ago$tõ aos começos de novembro, a maior parte da 1ocleda· de aristocratica e munda· na de l.hboa. que, auim. W nas entradas d1> in\·er­no recupera a ~'e das

1v VOLUM&- 1 T de novembro de HJ07

suas ma.is di~tinct.u e mulheres.

Durante os mCI.e<> da esU balnear a vida de C'.âSCa~ t na-se por ~ intere~$tlll animadis!Sima, e .... tabclecen contr .J!)te 1nai~ fta~nntc :;orumbatica pacatez do rcst anoo. A villa parece 1.•utra, agit.aça.o elegante prumo' idi pt· Jos seus hospedes e ni a IJ, .• ç'ade de!laC()(\lumada ela p ; popu1açào. A praia pov'M·K' íormosos rost01i e de t l

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IV \1)LUMI- 11 de nO\'Cmbro de 1907

claras. Ha fcs1a,, touradas. jogos, di­'<'rtimentos sporli\.'o.S, pas~io~. pic­nic., um granJe enthusiasmo expa.n· tvo e uma alegria communirantc.

No oosso numero ~nterior reprodu· iimos a lgumas 1>hotographias cio jogo Jo Diabolo, que constilUiu ctae anno a ~rande novidade da es.taçlo cm C~· a.ca dam()) hoje uma collecç'o de outru, que aprc ... cntam varioa a.spe­rt1)"í da m:'lgnifka praia, e que esta· mo$ certos nào dcixar:io de despertar t'gualn1ente a curl<;>sidade dos leitores da 11/us/ra(tfo J>q1·/11_pe:a.

ILLUSTRAÇÃO PORTUCliEZA-ú15

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<) 16 - ILLUSTRAÇÃO PORTUGUUA 1v VOLUl.l.B 11 de novembro de H)07

Póde por ellas apprehender-sc uma idéa da animação que este aimo reinou em Cas­caesJ do ruovimcnto quotidiano da praia, que é o natural ponto de rcuni'ào quoti­diano da. coloma balnear, e onde se n:fo­re, portanto, a chronica dos acontecim('n­tos e se conversa sobre as pequenas fuli ­lidadcs que constituem os grandes assum­plos da vida elegante e mundana.

Estamos em que os nossos leitores sen­tiriam um vivo desejo de escutar as pa­lestras entaboJadas em alguns dos inter~·

St>6 1on fo/d<J - A ltuta elen1a e11/1'C a rocha e o mar- Na prt1.la

(CLICIH1S 00 A.>IAt>CR Af.flf;RTO CANACUO g Dlt BKSOLIF.L)

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R ,., 1 ol'·"'E uo dia :;o 1fe NHolJro a

111 : t~•r;ii dn anoo l~ti\'O r W07-ISH18. ~ua ma­

,. ..... lilil.- f:I l\••i fui aguar-11.ufo no ~lrn> d:i escola 111·lu!\ ~r:;. nnui!itro da ~ll(lrtà, j,:l'llrral CNOlll<l D•

+b111i~ . ~ •nunmandantr, 1 ·1114"~, c1Hiria1•;:.d~ C''fOla, · ftic1.11•f d1t cur...o dr f.!''I · ~' ..,,..,, .\ ~u•rd• d•

lii•url\ 1·1·:l (111t:i 1l('la COOl· 11a11l1m 111 ~ :ilu111no .. tom .• r··~ 111 ·• ln•a IJ:u1d.,ir.i e t111i:1 t.;111111' dr mu:0iu. az.ri1+lu :1 ronlinrntia do f'!ltlo :a 1ua maF'"'"'tade <" a,, .. r, m1111 .. 1rudJguerTa.

\ .. :.1 •• 1b ......... ..uit~ of~ r "':i. 11111 t.i>flu hpeeio. ·111" 111111 El-l\ei o thro-

1M

I).; alun1n<>s premiados f11r:1111 • 111• ~·11tw11tiada­R. .. ,,a110 r. ~trcia. Clrieh, ra111. t:an1a1ioo, Aojo.:i, iort1n' rt"1:u>1ra e Cu· t<:lo llm1co; J.. at1dha· ,-.a- P1·rr1ra. VaJdt.>z e

Brito: t.11 ' 111fo:1t:iria-F>oru d1·iro. B:lrr1•ira, C.11u;3clo, Sa­qut' t' r1·rr0•irA d.~ t11,g1•ulia· r·a e ar1ilh.u1a 1 • aunoc.Y1Cn­mum>-Unnco, l:ampo .. H~­rique•. IY.tlo. 1:ar•>ll1al. Tha­·lt·U. M.-llu ~ llt•\ n1io; de ~n­b"'nharia ci,·il- H1u.i;, f;rau­Jltll', Carmo ..... 1 ~ l't.•n·tira da Siha.

A oratào dfl 1.11pitutit• íoi 1irouuoc1ad .. 1• lo IPIJI"' .\1-

""'""ª'"ro d4 ~,,,..,.,,,.,4 dr "'""'"°s f•Ut>,,do • i'""t/4 tk Aott1·0 • l•l•R li J1crl• d• '""J.-C1u·r•d• do ". ,,..,,1s1r-o d• pn·,-o.

•r .. rútlo f>t'k> '°"'.,.""''"d' ' ""'''' fia n.rola-Gt>"'n•I to•""1•lÚl•Ü 114 1uo"1, •i11islro tia 1•nra " ojfid•'l da ''""ª /•:t>rulo '""'""'"'· .. o El·R~ ti. saJudo 4''11•

-our•d• d, s. ,11. l.'l·k"

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fn-do Y1·i1"a, m3jor d1' PD­rot1aria, qu~ di!4 .. d em re­~umo.

A nrola ,.., pro·r::uir na sua UlJOno .. :. mwio de prt'parar .omctah " rne~­ohe1rot Ct\'1~, cnn .. t'f'\·audo dos trahalhu~ pa..:otados a:, recordn~fws mais 111wridas, ' l\1U :ie 01h111m 1>uuco a pou· co ua pP11 111111!rn dn. 1rat.l1· .;ão. e alt•ut;111Jo ontre fa­gueira .. f':o111~1r;1111;a.... mati­iada< p•lo• lul~nre, da ~deuc1~. a <.1.111,·1ci;ão tirme de 1111('1 ha. de a·uhnnar a bem Rrvrr a Pa1na e FJ­rei.

Hderm·-se u cla .. ~ifir.a­i;âo .;.c>('iolugic.a db ~Jades da~ prutlucttw:") t°"fMlllta· m·a~. da~ 111~dtinal'> e da

hulha llU (u v:111or t•. elcctrici­llad1•), lfUO li>dth ll't'rD O& àCIU3• lidad~ 1·01H,\H•t1 t:\11CPs ua torra, Oll Pº''º-'I tlt' diwrsos grau:, de ci,-1l1sàçào.

~i.l etla1l~ da l1utha º"meios de ~u .. rra ·'IJe~foiçoam· .. ~. o que é t.:1)ntraJ1ct11no 11nl{~~""'º' pois a ~uerra i. R•F•llo.

lleh·r~ ., , pn•1 .. ••nd1 raci-1) .. b, ao WnJrn· .. :wJ ~mcrirano da paz, :l o:•nftn·11c:1a 11~ lhu, am e>íor~c» do• F.dn~rdo YII e de l\00!!-L''·~·lt, parPc:t·nJu rHlmente ter ·!'lt*i '"t:ibch·c.:ido um cquilibrio de eu11r~ias 1loli1ícai. e ct-0ooml­c.a~.

l ia ... l'i$1• e11uilihrio é neces. '\\ria1H1·ute 11utuel, como o~ o ~·1uililuio Ji natur.•u, ccmot-.ão mula, ... ,) b thooria.....sdPbhGc-.as. kmt.ra u surprfu .... dtt Porto Artl1uréd·~Tdwmulro.ua~a.­çu dtt D1~marl '}Ut> soam ainda ao.s ouvidos da F'rauta.

A fo:Uerra é inslrumento de pe­netra\'~10, tcndo .. se dtto que a l ao~a do gt1errciro e na. sotie-

.VI• das 1rur~1: S . Jt. Ei·Rei 114' ""'º"°• U•4 ô dirtllo '" to11:·1d11dtu e A rsqtterda. o t••t fl<J """"'"'" ' oj/iâau da escola

-(l111po de afto1t1ms/O.:endo a l"'""d" tia /to11dl'fr• na/qrmalma ó pu1ta da rJt(}/4 - .Vojor Al/1 edo Yeita, </"* fu a ortt(ii-o de sap;t'nâa

-Gr upo dt' al1w1nos d ft1J1/a do nfdtodo

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41des seh·ageus 001110 o arado uas kf'ras incultas abre sulco para ~rtilisar. Mas a. guerr~ deve íor· mar a guarda a\•ançadJ\ da. via for· m. e da cil'ilisaçiio. Depois lá es· ~o sil vo da locomoti\'à e o re­çd,·er do dvnamo para enícitiçar ~ ~cnlio. ·

füifore-sc i situaçãoaugustlosa de Louron\'<> )!arque; em 1805, r a campanha tl'esse anuo, dando i no1a car~ctcriblica dos comba­li'!, á vish.a do Priucipc Heal ás c~onias, •cndo saudado em l.ou· \

~

""~ Marques por \!2:0011 gucrroi­r<.•~. orgulhosos de reconhecerem a ,arerauia de El- Hei de Por&ugal.

Fala das \'ic1orias oos Cuamalos • nos Dembo>. descrevendo lambem a campaoba do Molondo e faz um• siudaçlo aos vcncodores. oonfiaudo 1 l"'º nome de O. Luit do6ragauça

vnt}.:J dt u11htn aJ 4ue a.uistiram ti snsflo solnmie da a/Jerluni e visi'/tu'(lNI a euqla - El·Rl't' f'nlT'ondo para o taT'ruag-em, o miu4tr() da. e-w:r-ra.,

i> t.:nL,·(1/ C<W""""dante da escola ç o co1·oru-l 2,• co111mandonü - .. Y11horas ~ ~s1oas d< /a,,,ilfr~ dos alumnos - Grupo de alt1t1t1101 j>l'Lnd(ldos

1lado ao nCi\'O forte .seja o prenuu­cio de paz e prosperidade.

Tra1a da mstruc~ão militar e de ,dncatão militar. A fort• moral do exercito derh•3 da f" pa1rio1ica.

O exercito portuguez Yihra com a nação_, aneiosa de affirmar a uacio­nalidade. llcfere-sc a trabalhos lille· rarios e arti:;ticos e dá 3 significa~ão historica dos monumentos :.rehitt •

c1onicos. Compara a mis.-;ão do (lm­c1al com a do engenheiro, fala do• devcre.s wciats d'e:;le, do ensino da engenharia, dos lal.ioratorios de me· canica. Felicita os almnnos pela sua applicaçào e disciplina.

RI-Rei, em voz vibrante, parccen· do 1·espondcr á pairiolica 01'atão de upientin, louvou o conselho eseo· IM e rez um voto aos a.lumoos para que um dia :;e Vossa dizer <1ue «bem. mtt·eceram. da patria• como se dii agora do punhado de bravos <1ue se cobtem de gloria cm Africa., aos quaes envia d'ali uma enternecida saudação. As p:llavras d'El-llci produziram o maior entl1usiasmo no auditorio. A fes ta imprecionou agra­da"elmente loda a assistencia.

(CLICHP.S 11)8 BP.SQUKL)

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LÁ POR FÓRA ~~· O BANQUETE OFFEREC/00 AO OIRECTOR 00 " SECULO .. EM PARIS

===========----==-:::,o>c,.(~o ? r.. t; ~ '* i; w o.~D Q Ci (4) <ó)

rt nu.,.s.a PtM>tngraphia reproduz um ll$peel0 do baDC1uc· te <1ue ;\ A:ssoi·iaçào dos Public.isttis Fraucezes offoreceu em Paris, 1>or occasiào da sua aetual estada ali, ao sr. S1h·a Graç.a, o illu;;1re diretlôr do Secu/<J, e a que assis· tirsm os mais dhniuc1os homens de lettra~ rraoecze.s que mais ou mrnos directame1Jte ~e .,interessam pelas coisas

portuguezas e os reprcseutàntes dos prinei1;a.e:-; jorua~~ 1>arisienses e corrc.:;poudl'n&cs das rolhas estrangeira:'! mm~ impor1au1es.

E' com o:u.ur:.I prawr que 1·egis1amos esta sigo1fic~ti''"' homeMgem pmtadn ao inc•n~avel trabalhador, modelo• de energia e de coragem, que é Silva Grà(3.

01 t'lt:l~K4dOJ f>C1'lt1g'tuzes que /01·am <r$lf.s#r d úu111_t:1tra(ifo da. Co11sara do Gwwurcic Pvrlu.1[11e:a ' m Par is t~isitand() a Es"''ª ri~ A rlr:s ,, Offecfos

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uRAM os dominicano., e os je::.ui-. ,, tas os primeiro" padrt'I que ~­

l, tabeleceram roi ...... 1"1c~ religiosas e 1 praticns na \ha 7.amb~zin, dei­

xnndo·oos m~l,°OS Ulf'Í!J da sua paMmgem. O seu martyr~lo~io, duruntc os do s i,ecu lns que se seguiram, foi coni;.idcra· vel: a m:tinr parte, no prindpio, foram ai,­"'ª'r.inados pelos pretos. Rrn~inaram ªº" i n-

(cn;t!t ,·aria1 indu .. tria~. destacando-,.., <l "cmre cllas • ..,urivc~ria, cujo!!> tTabalhos ainda hoj<" ~lO(IC"mo~ uaminar e que constitue um dos ramQ\ de ncgodo

Za.mbezia. A p1ant.ou.,·!\o de arvore.s. fructiíera .. tambtm é otira

d'clles, C'lpedalmcntc a das manRl•<'Íra<t, que .. :\o um ~metido Jl<"~' o '·iajante. Foi assim que t:llt$ mar-

ram i\ ~ua pa11~agc-m. e (!!.:.ando u vh1.1omte de hoje, :.ifa.1do de tudo, come n'estes ji.;ii1.es percl1clo!i. i•lgun.s íructosde­luio~os, dev(' il'l!SO ao~ cuidados e dedu·:1Ç10 d \·stc~ pobres re· 1 z.c.~""• morto\ a maior parte

rlle:. àntCS. ele l<'ftm podido IJC't o fruc l•) do "'eu tta~· . .,l~m d'i!i.lo ~ mbsir)na­

. ~ deiurarn á po ... tc-ridade do­:ntnl°' h1!1-loricx., ,·aliosi ..... imos.

.1 m.ti1,r partf! d1 ,, quaes ex.is.tem ~,a T•.orrt· do Tombo, e que, afa.;.­t.1d ,~ l"omo t·,t.irnos, temos o :n.1ior c1t''iJtn'ito tm nào poder • · n~ultnr.

o .. primriro:-i mis'linnnrios que St e ~lal>det <·rouu oa àlt;.1 Za.r..be· ll (,iram doi1' tfominkanos, que

1 qo, t<"nd•> 'uLido o Zam­!!lt a.t~ ~na 1 t apitai do reino

cc fohami.,r. ali bt.abeleceram ~ me1ra miWo. Sena O.ta\"a proxm amentc a .iOO uiomi:tros do m;n e a ;oo ao~- fo •• de M~amhi-

e. ª" rtla\"t'>t·!'o do htt<>ral com e:.ta 1x1\'0.ou;ao eram cntl1J Lo.1\t:tnte frequente.~. e os pt1rh1ftut·ie, eram ai 1~1:-.tante numerMo~. cstabelecencl<->-~c Oi don~ini-

canos <Wlídamtnte. ,\Riança Fontan.a e ~ou­sa que ah se \:oMtruiu um con"<'ntu em IS.JS, e ~ei~ mi"i"Jinnario5 d·esta ordem (o­ram residir n'clle. Enl:to a miss:to tC\.C consideravcl dCMCnvolvimento e numero­sos caíres fornm baptis.aclot; o principl• herdeiro d'este reino, chamado Miguel, entrou na ordem do' dominicanos e íez·-.t.· apostolo dos 1'euit subditos. Em O de ft· nc-iro 11) de 1 _svo. um navio portuguez iltJ,:(IU de Gi\a e foz~ de '·el• para Moçambique. A 1<11 bot· do iam trc:. mi ~iooari(. .. da Companhia de J«ut o .. padre'lt Gonc;oi.lo cfa s,-h·cira, .André Fernandes e o trm~o l·t..adjuoor /\ ndré da Co~t~, todos n.1tura~ de Portui.;"I. A tr~"·c~ia durou um mcz. < • na\·io chegou a Mu\·~mbiquc no dia 5 de feH:rdw. De-­pois dç :dgun .. mcic~ passados entre 11s in<hp;enas,

o intrcpido padre G11u\alo do~ S\'lvcira baptisou no m~·wmo dia tl rei de Otangut· t· ·'ºº r afre .. 1'<ujcitos a este rei.

Gonçalo ficou -.t:te M;manai na ci""•rte de Ota.ngué. d'ondc ' lt<1U para )J oo;ambique e dº11li ""llll•U r.ara vi .. itar o imperador do ~lo· n1 •motapa.. onde cln-gou n11S pri· n1dn 1:; diru do m~z de sctçm· bro, e Chingana e Sena OU\ uam a ... ua ardente palawa, h;in,:ndo nurnt'."rosas c:onver .. 4.,1e~ a ( 11r11ar o "''li ztlo. Em Tete <i c.·m ~la· hclc fvi recebido e-m u iumpho pelos portoguezt:s. A ~ua vi:-.it~t ;iq imperador, no Zimh:111:· t•U it•rtr, re:lli!õ()\l•)o.•· 11<) th.1 t dt.: Janeiro dr 1 ;.,6 J \ capatal rlo reino era Z1mbaoê, uu t1o1turaJ-mcntc ~inibabye-, que t("ID na

carta d~ Stanforcl .)t•,4~ longitude onent.11 e 10",10 de latitulle muidlO~I. Alguns auctort-s pretendem que 3!> rui11;1' do Ziml>aoé s!lo aqudlÃS que se

'1) t'ottts chron.

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622 - lLLUSTRAÇli.O PORTUGUEZA rv VOLUJ.rn - 1 e de novembro de 1907

G1 "'" da miislo de BotONUl

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IV VOLUM..1- 11 de 00\'Cmbro de lcy:Y'J

encontram n0$ Muz.ezuns ouc fica na B. C. A. e outros dizem que nào ~o oUtra~ que as mesmab da antiga Ophir da. Bíblia. O dr. Livingstone na aua obra tobrc o Z'*m .. heze exp()e esta op i nifio. O im· pcrndor do Mono· mo1apa vh·ia no meio do ouro e da opult"ncia e rece· beu o padre \,on­ç.alo rom grandC$ prova~ de íra11quc­.1a, rcspcllo e ve­l\eraç3o. En 25 dt"j;)nCiro<le 1561, J>e<liu t" re-cebeu o hapti~mo. tendo iomado parte na cerimonia a impe­ratriz m!\c e bas­tante! tliR;nitarios du irn1lCrio. O im· pt'rJdor tornou o uomc de Seh:1 ... Liao, em nwinoria ôe El·Rci D. ~bas· tião, que reina\'3 ent.'o t·m Portug'al.

1-:Ste magnifico triumpho <la reli­gi.io devia ter um triste tpilogn. E:m lO do mc.t de mar· çu ~eguilllc, o rei, por iD~tiga~·1~ics dos 11rg1K:i;_111tcs a111l>es, cntrcgl>U o padre e;. •OC,'1l1o ao ferro dos ll''J,;''"'inos, e em seguicl.• ata.ram­no a uma harra de (erro e l;mçaram a cadavcr no l:iitio onde O!\ rios l\lus­~1;11~11c'·sc e Ma~éle tum;1.m o "'eu cur-~>.

<'".arn~. 003 L11.:iadas, n t""!il;t eloquente estanda:

canta a morte do padre

Vê d<" Benemotap;_1 o F,rantle imperio <k !\Clvatica gente negra 1· núa, uodc Gonçalo morte e vituperiu paclcccrá pela ré !'-;11\to.l ... u;• •. .

rr= /i

ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA -023

Foi bta a primeira victima. e qunta~ outras de­pnis houve, que a po~teTidade esqueceu •.•

Em E.)80, o Jh"ldre missionado Irei jo.'\o tlns San-1os, que hoje é ronsiderado como rl:t.!il"it.·o pcJrtuguez, c!H're,·eu a sua F..tltiafia Orunlal, lc-g~ndo.nos. um precioso re~LO­rio <.lc documen­tos prcoosos, o•-1 h Hln \ por elle 1ne,ino durante 01vc annc.>s de apostolado no m<"iO di •'\ cafrc!\ da Zõtmb-tl!ia. No an­no d~ 1oi.+ parti­r.un de Tete ,·a­rlas mi~ cita d:u na carta do padre Marianno, onde existe uma dc'i< ripçno mui tn tlrx:umf"ntada so­bre o lago .llara­'''· o:\'a'sadeho· je. e sol•re o rio Cherme, a que eh.amam presente­mente: rio Chire.

X'aquclla carta se prova que o p;rande lago N yas .. Ili\ e o C..:hire, de q u e I .jvinj::stone pc:nsou Kr o pri­meiro europeu que ' 1Ta as a~1as em ll>'\lt, _1á e'"ram c<·­nhrt 1dPS dos por­t ugu e 1.e s e por el lt!( \'isitados ha­\'ia •75 anoo-.!. . .

l-.ni cxccuç10 de ordt'1t.1 \"inda~ de l.hboa, no dia

Q de o;,etcmbrn de 1;-(i.9 os- padres mllll<>nanos ~:<>'t.\· belccid~ em Tete. Ma.ran~é e C'hivurl foram prt­Stl-5 e e....:pubo:-t d;L J>fo\'incia de M,.çamb1quc, conforme conta o padre Thoioann por um:t f1'•nna 1un~ela e c<.nnmO\'ente.

P(lucos annos depois eram re-.;tabt-IC':dd<ts as mis­sões na %ilmbeii;L, sendo a actual miu:lo de Buroma,

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(»4 -11.LlJSTR.\Ç.i..O PORTt;GlJKZA

de que no~ v.1mos occupar. a digna '"r<e!õisora de tanto:t hetoe~ ponuguezes1 que, pela patria e pela íé, verteram o :.cu 'ittngue n'e"tas lunginquas paragens, as mais da~ \'(':f ., a sós C(1m o alenlo ~~uc lhes dava • "Vtrdadeira '' ·11

.\ 15 milha o~O de Tc;""te acha·se a bt-nemeriu

----~

IV VOLUME - 11 de novembro de 11 17

miss!lo catholica do Rtal Padroado Portuguez tlr S. Joré de Boroma, rode,Mlfl de coll inas frondosn<t e cfo um par<1ue natural e de plantaç!\o. A sua ..:aprlLL, ou antel'I egreja, é muito bella e ampla e n'cl; ., se admir.un algumas pintur.t-'i d•um \,,. llissimo dfo1to. Foi creada cm tbbq .

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IV \'OLUMK- L J de nCJ\'fmbrn de 1(}07

.\ mb~ô é um oasb n'aqudlc dt'i.trtu e rc1lrc­nta uma grande serie de tt;tbc.lhu' <" ti.na vui\l;1de,

,, e!>scnd;tlmente uma rni .. -.c!\o ri\'ifo.tut1ir.a •. \h diariamente ali-t:tdas mais de

ueanças de bü-. os sexos, e r--1..-olas, tanto de ra como de ar-r~orglt.am de

-::lOs. D'clla ~rande nu­dc indigenas

.. (f'\iÇO do E.s­e de pantcu·

• ld~ et•mo: -:riphistas, pe­

:-c ... , carpintei­~apateir~. en­

~oadures, etc. P~la ruiss.'lo tcem '.) publicados \·a­

. • trabalhos phi· ~ío.1s, c·omo: tres

~matlca":l de dialectos d;ii hng\la,. caírca<"1 de Tn· Sena e Qut'limane, um dicdonndo da lingun de

rr 1 ,,

"e:e, um Jiwo de dcn>e.!lo, o No,·o Tea.t .• lm~·ntu. um · tt:i...mo. Bíblia, M<"i de-: Maria e S. JoJé, n>ll~· ~ de fabu1b cafrea4!$, lino de leitura P,.r.a ini.tru·

primaria, ;!J3. zrammati-

comparati\·a :.~ dialecto'

.. o, .1 unin> no enor da pro­

l<t. temor­~: .. ado varios

l:-..1.b.ilh ,s sobre t~peclalida­

dt,qucna Aus· tti:l, onde s.."l.o

:.1l)li:·ados, em 1.. 1:dre:;1 Vien-

e Berlim despertam gra n· de interesse. Subdh,ide·se a

ll LUSTRAÇÃO PORTUGUEZA - ü;j

n1i,.!o!lo em -1 cstaçôt'~: Quc1imane, Chupang-on<lC" ju>: :t-epultadtl a mulher de Living:stcme, - 1 kirt"•m,. e Zumbo.

E' superior ef1e .. <:tivo da mi .. ~o o padre Jc.ào Hiller e para ~e poder apreciar o ... eu cara· cter vamc... C(1ntar um epb.·x!io da n@· ~ hi~toria colcinial, que é absolut.ame-me incdito. A' ~bida da l.upata rochas gnnitica:-. apparcet-m em todo o percur~» do rio. ~ahindo da garganta da Lupa1a, passava·st: defronte do forte militar etc T sungo. á dirt-ita e um pouco m-ai ... lon· ge do forte de :\(êl,. .. saDgano, OU, CC',!l.O

o~ prtlll~ tamlx:m dizem, Bom pena. EMcs (4 1garcs leem uma historia sangrenta e dolo-

ro!kt, recordando uma Jucta desesperada entre a!to 001!"35 tropl!i e as do poderoso chefe B<:111gá, Gatb Urat'O. o qual, quando lhe aprazia, cort._w-a ali as cum-

municaçôes . Por m••tte do &nza 'iucu:deu-lhc ~u filho ~l'T >nto· ra, que toi ba· tido t"ID I''~ pelo cr.t."'t.O tner· gico e zclo:-.O governador ge-­:-al Aucu~to l.a'­t ilho. e qual restituiu á ban­tleir<t pultUZtlC· z a o pre!>tic:i•> perdirlo •• \ m1 ... -!".31, rcltc;l.1·~;1 de que era chefe u padre 11 il'u OCfU!loU I • ogu um:t pane (!'~,.

q1.1e1les tetrt1lhS para c..~iviH~ar os imdigt·t)~s e afiei· ç<.oal-os ao gu·

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1>26 - IilUSTRAÇAO PORTUGUEZA 1v VOLtJME- 11 de novembro de 1rp;

Os ;, "'~<'1 rk S. jus; d~ ChmJ

'·e-mo. }ta~ no anno ~1tUin1('l um irm:to de '.\l'Ton­tora tent•_ u nr,,arnente lf",':\n1ar o-; povo,, chf!;an­do a entrar em fogo <:om :h. nossas trnJla-., que sedam dt:'ilf(1çatfa.,. se n:lo ft,sse o ;lp<'IÍO do pa­dre Hilft.r. qur !t íreme unicamente de 1~0 homeu ... e• 1n .. e~uiu rõtabelecer pela .. ua c11ragem n animo dos. ... o-,.~s ~ Jldados. profundarnC"nte abalado, e que euld.o

int1i..,1ram ao :inimigo perda, irrepara,·ei.. Xa do combate t~tt\'e o padre li illt1 para "'f rndo peto!-> im.ligenas do irmno de M·1·011t11r.1, J>HlldO por l('I' ti.ido a\·isado por ptCl0$ de \1 f ' tora. O gon·rnn cm reconhel·inwnto d'e!'>tc f~1t roico deu á m '"'\o o pra.•"> de! k om

Tal i; a hi,t\'llna gloriosa das mj,..,.'\t._ po:t

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1v VOLUMJll- 1 1 de novembro de r907 l LLUSTRAÇÃO P0RTUGUEZA - h1;

no .\lto Zambeze, o poema de bencine· r:tos esíorços e de dedicado~ sacrificios que representa cs~ br.lhantc capitulo da t • .,;;a obra mi,siona· :u em Africa. E ~ó i fe, DãO custa COO•

~~1~ diante de t2o 11Mncs e excepcio-­...,excmplos, póde

:ur a taes ícitos, !utalcccr cm t!lo ru­&... provas os ho­aen-. que tão t>ella tuefa tttm cumpri­éo. bolados e per· ~ de começo no ~io do se.rt...'\o. de~­umados contra a l'.!tso.."On6ança e o odio •Tud do gentio, ain­da hl)je com a1' vi­d-d" con~tantementc ..\.rri .. cadas e em lu-1a com as indocili­dades do clima e a~ 1 riv;ições de todo o gcnero.

E o servl<;o que i:s~e$ padre~ henc· meritos pn.:stam é

, 1

1

A '' / "'" da nuss1M dr HorotHa

dos mais relevantes. Ainda ha pciu('o, um dos escriptorti; mais coinpeten tes para tratar 35 cvii,a~ co­loniaes dizia com verdade: c..\b:;train­do de a1$tumas re­giôe:. conquistadas pelo b.lami-.mo, e de algun:!o r..1r• ~ nupc..s i~lado~ de pretos o ... 1en,i,·amente con. venido:t A doutrina chrht.à, cathohca ou protestante. a gran· de maioria de:!> nos­sos indigenu africa· nosconsen·a-~e n'um completo CMado de fetichi~mei, miis ou menos puro e ele­mentar. l'>Ob um c'­boço de auctoridadc sacerdotal repre:;en· tado por íeitic«"'iros e adivinhos.-. Ei;,se estado s~'.i o mi.,~io­nario o p~\de modi­ficar, com proveito para o paiz. C.\Rto~ SHJIU.~Y

th.J\'F.ll{.\,

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e Q).f a morle do conselhêiro Barbosa du Bocage desap­

pareccu a figura mai$ ercs1ig1osa do nosso nwio s.cicntihco e um;i das mab ~ympathicas e veueran­das (}uó ainda eon1;l\1a a nossa politica.

O ernineu1e proíc.ssor :Oi, efft:· c'lvameote, o mais ootavel zoolo­gista portuguei, coo.siderado no estrangei1'0 como um dos mais illus­tres. o e..>mpetente:; pelo excepeio­oal rigor e vaha dos seus traba­lho.;. system~uicos e geraes, e deu .. tro do paii o mestre incontesta­do de quantos se tecm cOn$agrado ao seu estudo faunistico. Como estadisl.3. mini~tro da m~rinha e dos estrangeiros com ~""ootcs, e de·

11ois d'es ta ultima pa .. ta n'um::. occa:-ião bem dillifd para as nossas relaçí•c .. in­ternacionacs. deu ~empN '" mais el .. v3das pro,·a~ J~ 1)-0odernção de esr11·i10 ~ raru disvello patrío,ico.

.t-\ssirn , à morte d'c,:;,lí' ho· mem, tão illu$tre e tirita\, 1 na scien.;ia tomo ua p<tli1ica verdadeira o pura glol'i::t d.1 nossa terra, 6 b(·m d'ar1Ut'I· las do •1ue se di' "'!'"'""',. rem- uma. perda naei(l~al, e lauto mais p$r.n ~11111 r essa perda quanto os l1om111~ da sua es1a1urn são s.t<rn1•1\' raros.

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\llllK Ct,\N. UE Lu.cA E o '.\l.\l'tlc.u Riu u•. \_ tto. - \o 1nr .. nt0 dia. por uma tri;,.le toincidtn­

ptrd•·u o 1111 .... 0 tlt...atro doi~ do'.'\ '"""' h·Jl1qs arti .. 1.:a~ ·:n,, •Iº"• 1·111h11ra r.an(adv> pt-la eJad" e arrtdado:o. um do palo:1 ~ o outro d~ ~e-u l~ar d1• ch"ít• d,. ortht .. ·

Il, !o@ 1 nll .. l'í\'l\'3tn COtn<J doi~ bcllos C"xtmjllU, 1 iOC"tlar a.~ 1mn1 .. \01•:1t1.1f'5.

r, .;1r dtio t.i111:a. o nctor, foi o mai~ rcleLrl~ f.!3l:in tC1miro ·-!li t1•m110, t1•1ulo alc.ançado vcrd:ulpir·:u noiw:( du ;i.lo­

r1.1 com o.-i 11:io<•h d ' 1'l'i~O gen~ro quíl t.•reou; o foi d1•1)ois 111a11J11 a 1·datl1' o tr:rn'iíon:nou n'um c<•nu~. ~té :-1l rrurur J tioiu,·am1•11141 J~ &cena. um arti.~ta aprt•ciatlo 1• 11ut•rido

1.1 .. Ji .. 111tur:i .. pela #(raça innegavtl com •1111• d1• .. r111pd· :t.YJ i;l'm11r1• ~'1 -lllll"I f)f't$0nagen~. Morr,•u C"•'lll ;:1 anuo.;. lli:'SIDO holwm10 imrt·oittnlt que r.·ira '4'·mpr,o, Nlian<lo a

llCC1e rom o rn~mo "' rri~ galhoítiro rom •1u~ atn' ~· ... ~u 1114a inliPira.

R; 1l<1 t:ar,allM', o mu .. tro, foi nio 'ú um do' mai,, ha­ru e co,111,•11lN1lr" n·gt'nlt'S de orcLe .. 1n~. ma, liirnfwm o 1.1• f1•fUUJU, l:tl\•ei., d~ DOSSO.S OOU1po,Hc111·'· Ui~\P·-.1'­

mlh!C3 de l(1do o genero; para tn:ig1cas, 1•arA r4'' b1att, pw-a opt>n!la~, p3r~1 01leras eomicas, parn onuori11,, para

'."'pira~fo t: lar· ~·ei• d. r•ru· duci;ão uio abundam. •m ,·erdadt'.

o .. ç,,,., de l...ima. como de B10 d4' Cana .. lho, J}Oclt·1·ia re· unii .. ~e umn ~o· ric do l"t'corda· \"t~,~~$ i lllf'f0:<1!':l.ll ..

Si:.$ e d,~ aurcdo ... la.$. alf'l?f~.c.. fJIU' ficam d'ell•> ua chroo1ca du... ba>lldo.-.,. llo pr1mt>1ro. , .. p1·­cic.lmt>11le, uio faltam e •l~u· ma..; são, atf,t>u· g 1·açadis~1m:u.

'·> 'e111Herio Jos Praurf'~· A c''"ª"'~,.,.rao ti.,., t•n,ro

"'° "'• {Ú .-.. d

drama'.'I, para ludo ··1.otim •111211to 110 1hra1ro pode etimjl••rl:n 11111 .. 1· c:a. ~lorrNa mai ... vdlio, ~·urn i'; anuo:-., mal; craLalhuu cuu .. t:u1lt1•

meu"' aré :\0$ ultimos 11wrn11nto!'> 11:\ vula.

l·\u.-.m amb4h, )''""" Juii artj .... (:\ .. 1lt• iunej!AVd llH'nlo, 11111• l1on· raram o no::-.. o 1lw:ur~1. e 11ut•1

uoci> nm ron10 outro. ulo <n .. on­lram Carillbt'uW qutm o~ ~11b~U· tua l.io di:prr~ .. a. !--:io dun n,g" rlT.-<:ll\'IMt'Ote, 11ue !-e ton1a.-i dillic:il preenche.-. 'IUf'f • d.i f.C'l'· na. onde d~deha.1111111i~1iorar:i· monte :-.urgem YN'dt:itl1·iro"' \HCa· çiit•s o reac-s manifo~•~~i11• .. ,IP t:l· lc·nlo, fJUer a da rnu;.:i<.'1'- ua iluat ''~ compositores d4' loto fat'il 111·

Ric d~ ( Of"f·ttllw

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~PR.EMIO~Do RAID~ DHVB reali:.ar-se ámanhtl, no parque do sr. con­

de Fontalva, na PaJhavàJ a festa solenme da distribuiçào dos premios aos conconeotes do rtud

hippico, tendo sido a f1>rma de atnbuil-os definitivamente assente pela commissão central na sua ultima sess:n.o.

Se ainda fosse necessaria mais alguina prova de interesse qc.e o raid promovido pela /lluslrn(bO P<>rlug'llr:a de..<tpertou, po-

deria constituil-a a lista dos premios oOerecid...is por tantas corpoiac;ões offidaes e part:culares, a t'xc:wpl1· dos soberêioos, pi:!ra ga1:.lrdu:.ir os esforços du:; dil·er-

sos cavttlleirosque re;1·

lisararu a marcha. Em numeras ~11te­

ce de o te s publkúmos já as reproduções pho­tographicas da magni­fica cujl oflerecida por S. M. El-Rei e de .. 1. gumas outrai; obra~ de arte que l'Olram n<.1 ou· inero dos prcmivs. lr.­seri mos hoje uma noJ· ... a serie de photogra· phias que representam a çup de S. M. a R;i. nha e outros pn·m1 ') de varias corpora</>es.

A <UP d' S. >t: A R1;u',,1t11-J1rt 1mo da C<11m1ra J)frmicrpal tk Avdn-Pren•io ao Cllib dos Fe1tü1.ws do Porto' -Fremfo dQ. Camara J1ftodcipal de Penojid- Pruuio da commissclo /oro/ civil de //~#das N0tta.J

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p,.,,,,,o di ,,.,,,., .. .,.110 d, UNbO-rOI d< 1·11/tf 1-r."O~·

-.Pr~"'"° da aupc1tit(llft dos sarçnrlos .tú 01/tll•otla .r - ''""'"º da Wltl/INIUIO de ogt•frullNl'O do Pot-l(l

- Pnmio do Rttttl A1JotiOflfO Cn~traJ d, A~1ir:ultu1a J-V,.luguaa.

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$-=E'! ~ ~ ...,.. ~~~~~~ ""'-'

O TIRO AOS POMBOS Na r·qnwtln - A <:up

-:S. Jf. El-Rt'i

(C:LICHi~ OK BRNOLl&L}

... ~.

Uma caçada na Madei~a

A caço.da tealls<1d3 no di3 12 de outubro de J9()7, no Pico do Arieiro: Os co(adon.s sn . A/6erlo Sd da. handri,.a, rfr, A ~ e j<Jif() Cutt/()~110 d~ F'tl1ÜJ $L9u~ir'a • .Manuel F. GiJm~s Vi/1111, B iaNchi, JJlamul Ah,es d ' Araufe>

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OS VENCEDORES ~oRAIJ) COMO EU FIZ o PERCUR_SO

O º"a11o cm que fiz o pcrcuno do rai<l, perten-rente ao sr. Jo!lo ~facedo de Olive ira, fo i com­

i·!·' o anoo pas!\aclo em Sevilha e é proveniente .t' 1mada couddaria Guerrcro. E' um bello uni­; · 1n'iular, ca,loanho, ligeiramente interpollado, .. :!'l metr0 e ~c:~nta de altura. Chama·JC A'~·

, t 1e1n seis annO$ de edadc. Fui eu que o edu-t'. l': pur i~so conhecia-lhe bem os qualidades, que m:ird1a que fo:tmos agora fie:arnm bem provadas.

cu fiz o percurso do raid é uma coi'a íacil tar

ol.m tie Lisboa h ! horas da tarde do dia l.\ de ihro e cheguei :is 9 horas e .;o a Torrei. Ve.

~. primeira etapa. 1..(lgo maiR a<liaote do Campo Jr toi surprchcndido pelo tcmporaJ que fez. essa , .. • chuva nào dbpegou m:ai.s at~ á nuite De , <ilc Lisboa alé i Guarda tive­ieO pre chuva, C depoi~ da

~fa ªJ>Cn?s doí~ dias de bom po. Na5 serras do i\I arao e da

a o ~anizo era. tàô forte que tt~ recuar os C'a,·allos.

Oes.d( começo do raid tratei de bt\·n·r uma certa rt",gularidade dcsl'aru;o para o cnvallo e dt nno ar e .anto po!-~h't•I o seu regimtn

t • .\ 's ~te ou ouo hor.u da. p ·,n·a e á~ qu .. tro hora.1 da J 1 ''ª'"ª invari;welmente appa·

ntl• 1 de llOVO C J'HlOhamO·t1U~ 3 nh+ Ao meio dia o 1\ 'egmlor

··mpre uma raÇão. .\ 1a !l~ ":0 foi, ddrante todo o pe1 -

,.,·as. ttndo consegu1cJo ' 01ug:c da nnucha clJc cu­c1uarcnta kilos por di:i CtH :a\·•'•t':s. Era cu quem tratava

<"aval/h. e quando dtf• lualquer etap1., molh:t·

!'lm·a1 alnda antes de ir ro· , (''!r1·gava0 0 bem com palha.

nu1tcs de dormir apenas trcs ,. ·~que ficava, cm regra, jun· ~· imaJ, para vigiar se o ~eu

tn normal .

Ourante todo o percurw ~ trote _ andei a pauo, embora outros galopassem. U uotc dá um andamento regular de trC!'I lcguas a tres ltguas e um qtmrto por hora e caoça menos o animal. O cavallo que trota íaJ. um duplo movirncato alternado do .. doi\ quartos, ao passo que o que galopa o faz s-:> com o~ membros de um 1.ldo, t-endo, J>t-'i Js .. o, ne· cessa rio passa 1-o de m:l.o <le certo a teno espaço para o nào e!Ulfar. Quando estavamoA proximo das etapns, uma uu duas hor:1s 31\tes da chegada, mo. dera\•a o trote, obrigando o ca,·allo a cntru ~mprc a puso, o que elle Cazi~ relinchando r-.atiifeito.

Realisei toda a marcha sem quaJquer accidentc c:ii:traordinario, e nem é exacto oue o .\~Kador se rhapasse tambcm na me~ma occasiào ein que is.so aconteceu ao cavallo do sargento Feno. 1-'oi-se sim· plcsmeote abaixo detraz.

Encontrimos •~ estradas até ao none razoa,·eio;,; as do Alcmtejo ~ que s!lo detestaveis, tendo-se º" cavnllos resentido mais a li. De Villa Viçosa para l•:stremoz a estrada é uma das peorc$; mas a de fo:,·ora para \'endas Xo,·as ainda a cxce le cm má5 condições.

E11 em seguida a nota du horas da minha chc· gada ãs divcna.s etapas do percurso, cunforme as iHdícaçõcs laoçadns oa minha cadernclt\ pelas respc­ctiva$ comminões de cq11/rJ/~

Turres Vedru primeira etapa. 9 hora e ~o mi­l1Utos da tarde de ZJ de &etcmbro.

Caldas da Rainha, ó horas e 45 minutos da ma· nhn de 24.

Leiria. j horn~ e .ii 1ninutos da manhà de 2;. Figueira da Foz, 5 horas e :! minuto 1 da tarde

du m~mo dia.

O to:"tlllo N'egadur

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ó3~-lLLUST1lAÇÃO PORTUGUEZA

A crdoJe ü CDt""iJU

Coimbra. 11 hora$ e .:6 mínut0$ da manh~ de :16.

,\veiro. 1' hoi;.as e 30 minuto) da manhà de .:8.

Porto, ~ horas e 2 minutos da tarde do mesrno dia.

Penafiel, 11 horas e 3.5 da rnanh:. de 29. Villa Real 1 z horas e 30 minutos da tarde de

30. Lamego, ~ horas e 31 minutos da noite do mes·

mo día. Vizeu, o horas e 30 minutos d.a tarde de r de

outubro. Guarda. 10 horas e 4.S minutos da noite de 2.

Covilhl, 3 horas e 55 minutos da wde de 3. Ca...,tello Branco, .; horM e 2 minutos da tarde

de ·1· Pt)rtalegre, 3 horas e

25 minutos da tarde de 5. l~lvas, 7 horas e 45 mi·

mno~ da rnanha de o. Villa Viçosa, .s horas e

r 5 minutos da tarde do mesmo dia.

&itrcmoz. :-... horas e 4.1\ da tarde do mesmo dia.

E.vora. 10 horas e 30 mínutos da manha. de ';.

Vendas Xm·as. -1 hor•~ e .-,i-; mi11utos da tarde do mtl'lmo dia.

Coruche, 9 horns e 5 minuUJ5 da manhà de ~­

Chamusca, meia·l'loite e meia hora do mesmo dia.

Abrantc!I, io hordS e 1q minutos d.a manhà de 9 .

Gollegà. :;. horas da ta1-Je do mesmo dia.

S.;mtarcm. meia-n1>ite do mcl!.mO dia.

Ca!ttanhcira, ultima eta .. p;.l, ; hora~ e 1 quarto dn

IV VOLUl.t.&- 1 J de n0\'4.'lttbro de II));

manhl do dia 10 outubt'o •

.:-::10 i-w de:xr de ac. eotuar a í :m amab11i!!~ima C\. m fomut recebidos tm tod:l! a~ etap ... ~ e fncilidncle" que oot prôpon·ionaram cm lOda a pane 11or de pa~~.';mo ... ~ \!ncontrá:mos.['Qr mota\·o. qual e· 1aculo que~ des>e •• , pr 10 ente rcsoln n:'\o ~r quand cidla chc11arrr. qualquer locali no di,l c~n1lh1d par.t o de~caoçn fito

manai, Por !'cmell:.a te c;.rnq rhn'11mos ter de esperar pi no\·c hora~ da uma ,.cz e pe • noue outra pua dennos aln: ;,ça:

l\lan:tualde apenas conse-guimo:; coe tm ~ milho e vinho. Por fim, já me prcvcma de com um lx>m naco de presunto ou um peda queijo ou chou:'iço, coníorme o 'lue h;H l<+ á para ac\1dir a afHicções semelhante~ e obmr natm·.d íalta de recurso:; na~ pequc11.1~ lota d1-de•.

Em 8 de outubro, poucos minuto~ depois no1,1e horas da manha, cheguei (t cl<&JJJ. da Qtima Gtandc, cm Coruche, e á mcict nuitt- em do mes.mo dia estava na Chamu!Ka. :\o d~ alcancei, successi\"3.mente. a~ etapas de \bn. .. ks. IC> ho!Tul e 5~ da manhã, da Golleg3, !s ~ tarde, e de Santarem !a meia noite. üur. doi'I Pª"~º~ de Lisboa. Dentro de pou~ a~ raid estarla con(luido para miin, e tmha a confltnÇ3 no N'egad<Jr para o ganh.irmo5.

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tv VOLUME - 11 de'.)>oveuibro de •C)Oi

A's 7 horas e um qua.rto da manhà se· guinte cheg-uei á Cas· iaoheira e depois de satisfeitas as formali­dad cs do respectivo umlr6/e parti para Lis· boa. O Negadcr fmos· trara-se forte e animoso como sempre e t!lo bem disposto, que, apezar de trazer já 16o kilo­metros de andamento, r, c;wal1o do sr. Palha vinha a correr para o acompanhar. A's 10 ho­ra~ e 23 minutos esta­•l(tmos no Campo Gran­de, lC1\dO o percurso da segunda secção do raid sido vencido por mim e pelo energico e

... -alente t.avallo que sem de~fallencia a lguma cum­prira torla a marcha.

Os 1300 kilometros que andámos custaram 3.Q A'e.faâor a perda de ;h lalos e meio, visto que pesava ao partir 455 e ao regressar só Jí8 e meio. Quem assistiu á sua chegada ao ~f erCà· do de Gados viu como o esplcndido animal vi-11ha fresco e s<1tisfcito1

ri"um bello trote largo, de orelhas atrebítadas e relinrhando alegremen­te. ~ >s peofessores do !ostituto de Veterinaria que o examinaram acha­ram· no simplesmente optimo.

lLLUSTHAÇÀO PORTUGUEZA-635

Aqui está como, pela minha parte, fiz o percurso do raid, quasi todo com o sargento José Ferro, que foi um excel­lente c~mpanheiro, na.o me restando agora mais s<:nào agradecer a quantos, em todas as etapas. e nas outras terras por onde passámos, de tanta maneira me obsequiaram e penhoraram. Xo podia, real­mente, ser mais e amavel a recepçào que tiv~mos em toda a parte, e especialmente por parte das diversas commissões locacs.

JosF. Ez•Qu1EL D.t CAR\1"ALtlO .

{~LICH.f!!i DE •1$l"'OLIBL)

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V .\RJ,\S ve1.es se tem pinto.do, com as upropria· das côres <'arregadas, e até na fórma ímprcssiva

do romance, a labuta violenta do operario na indus­tria. E' sabido de sobejo 4ue cada uma das com­modidades a que a vida moderna se habituou, que &e tornaram já lndispensavcis mesmo á exiatencia contemporanea, custa um .ucrificio de esíorço vio­lento. muitas vezes produiiao em condições anti­hygienicas, depressivas do espírito e do corpo, a milhões de trabalhadores. ;>;~o raro, até, cugge-

ram-ie essas pinturas. por um impulso do cor.11;:lo compadecido perante a sorte maij dura dos g;iJc­riano• do trabalho industrial, ou en&!lo, odiosa.mentt por um calculo de e'peculaçllo repugnante.

Entre os quadros, que todos conhecemos, :.::.dos que mais tem sido reproduzido, e que maior sul!'gc'· tno commovedora ofTerece, é o ela gente ele foi.;n, que trabalha junto dos fornos e das caldeira'. •' pé do calor. sob a pressão de uma exces.....1va ttJD. pcratura, depauperante de toda.a as forças e cb('J'·

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'V VOLUMB - r 1 do novernbro de i907

gias tio organimio. Tae1 t.ão. por exemplo, para citar apenas um dM mais vu1gares. 05.

machinistas e fogueiros, que no vcntte de um navio, ás \•ezes, s<'> podem supportar d urante um pequeno espaço de tempo a an-

li.LUSTRAÇÃO FORTUCUE7.A - b3;

gustiosa e asphixiante tonura da sua tarefa n•aquelle meio ardente. As~im, o movi­mento, n luz, u fundiç:lo e a amoldnç!\o dos metaes, e tantos outros serviços, que á indwtria moderna incumbe fornecer, eus.

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638 - ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA

tam, cm regra, uni pavoroso desbarato da vida humana, que se gasta rapidamente, ardendo, ao corttacto de fogo, como um verdadeiro incen· dio.

A gente do fogo da Companhia do Gaz, de cujo trabalho insano damos hoje dlffercntes aspectos, reproduzidos em expressivos instanta· neos photographlcos, nào tem bem uma sorte

1v VOLUME- 11 de novembro de irp7

tào Jamtotavel. Sa.o os de-.carregadores de car· vao, que, ennegrecidos pela sua poeira, o des· carregam dos vapores e o transport:un directa· mente para os depositos da fabrica, ou, n'outros. casos, ás carroças que ah devem conduzil·o. Uns, com pãs, enchem, a bordo, os cestos que outros carregam á cabeça, seguindo n'um vae· vem continuo . em uma fila que pãrte e outra

Vista da /alwica - A' wlla do:J /o-n10:1

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\'Ot.tJ?o.tF. - 11 de novembro de 190i

que volta, pela prancha que liga o navio can·ocir.:. ao cacs. Com as mangas da ca .. n1i!ià e as pernas das calças arregaçadas, o rosto e os braços musculosos negros CO· mo o proprio carv:to, a sua apparenda é curiosa e interessante.

Parecem, com o torso puja.nte, ajudantes de Vulcano, o deus ferreiro. que a mhho .. logia nos mostrava, cercado de comparsas gigantescos, batendo na sua bigorna mons..

JLLUSTRAÇÀO PORTUCUEZA-ó39

truosos vagalhÕes de ferro 1 que saíam rubros da forja monumental.

O carvào vae ser queimado nos fornos pa­ra produzir o gaz illuminante. Ao passo que arde, a. c-upula do tanque do gai.omeLrO sobe gradualmente, como depois se esvasia e desce, do mesmo modo gradual, quando se escapa pela rêde da canalisaçào immen· sa da cidade.

Sào depois outros carregadores, que, apa-

A d~sca,,.ga dfl C()k~

- lntet'V41/o d4 /aino.

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640 ILLUSTR.\Ç.\o roRTüGt;EZA

...

gados os fornos, removern o carvão queimado, para monte~. que !-e accumulam. erguem-ie em pyramidc." elc,·ada.s, alastram em e1pcdt5

Etl~tk>I dos for-1141 - P//luu d~ cote e o ro:11•ut1 o

I\ \'uLUltE - 11 de noamb,. de I "'"

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