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JOHN RUSKINLondres, 8 de fev. 1819 – 20 de jan. 1900
• Contemporâneo a Viollet-le-Duc, mas com ideiastotalmente antagônicas, encontramos o inglêsJohn Ruskin (1819-1900) – escritor, poeta ecrítico – representante da teoria romântica, ou darestauração romântica, que defende aintocabilidade do monumento degradado.
• Viveu em uma época de dicotomia entre osantigos costumes sociais e os emergentesdecorrentes da Revolução Industrial, que devidoao seu acelerado desenvolvimento substituía deforma gradativa o sistema de produção dasmanufaturas.
• Sua luta contra os efeitos nocivos daindustrialização revelou sua forte ligação com acultura tradicional.
• John Ruskin foi o principal teórico da preservação naInglaterra do século XIX, foi um dos maiores e maisperspicazes críticos das profundas transformações porque passava então o país.
• Excêntrico, reacionário, intransigente inimigo daindustrialização, Ruskin foi de fato um dos maioresexpoentes da crítica romântica, de cunho socialista, àsociedade capitalista industrial e suas evidentesmazelas - miséria generalizada, injustiça social, inchaçourbano, destruição da natureza, entre outras.
• Sua contribuição foi essencialpara as reformas sociais,urbanísticas e de proteção aomeio ambiente, pouco apouco conquistadas.
• Não menos importante doque a dimensão política dopensamento de John Ruskin ésua reflexão sobre o papel daarquitetura e sua preservaçãopara a sociedade moderna;aspecto por vezes obscurecidopela aversão contemporâneaao exacerbado romantismooitocentista, do qual constituium dos pilares.
Desenho em nanquin de John
Ruskin. Estudo de Gneiss Rock,
Glenfinlas, 1853. Ashmolean
Museum, Oxford, Inglaterra
• Ruskin acreditava que a conservação daarquitetura do passado, como expressão de artee cultura, nos permitiria entender a relaçãoexistente entre os estilos arquitetônicos e astécnicas construtivas como a resultante do frutodo trabalho de determinada cultura.
• A história dessas construções seria o veículo decomunicação dos processos de desenvolvimentocultural.
• Manter vivo o testemunho cultural do passado nocotidiano da cidade possibilita que os indivíduosidentifiquem nos espaços urbanos e nosmonumentos históricos, marcos referenciais deidentidade e memória.
Palazzo Agostini, Pisa"
PENSAMENTO SOBRE PRESERVÃÇÃO
• "Podemos viver sem a arquitetura de uma época, mas não podemos recordá-la sem a sua presença. Podemos saber mais da Grécia e de sua cultura pelos seus destroços do que pela poesia e pela história".
PENSAMENTO SOBRE PRESERVÃÇÃO• “Os monumentos de hoje,
conforme Ruskin, devem possuirum valor histórico e os de épocaspassadas devem ser conservadoscomo nossa maior herança.”
• Uma expressão não se reproduz,pois as ideias são inúmeras ediferentes os homens; segundoos objetos de diferentes estudos,chegar-se-ia a inúmerasconclusões.
• “A restauração é a destruição doedifício, é como tentarressuscitar os mortos. É melhormanter uma ruína do querestaurá-la."
• John Ruskin aborda a Arquitetura Doméstica quesegundo ele "dá origem a todas as outras".
• A casa, para ele teria um caráter quase desantidade, pois permeava dentro dela a essência, avida e a história do homem que nela viveu.
• Considerava um mau presságio quando casas eramconstruídas para durarem apenas uma geração. Odesprezo do homem a sua casa, conforme o autor,é um fenômeno precursor de outros males edesgraças.
• Já nos prédios públicos deveria sempre haver umpropósito histórico em sua construção.
• Para Ruskin essas edificações oficiais deveriam"expressar de modo simbólico ou literal, tudoquanto é digno de ser conhecido sobre ossentimentos e realizações de uma nação.”
Fondaco dei Turchi, Venecia"
El Palacio Ducal
• "quando construirmos, pensemos que estamos construindo para sempre. E não façamos para a nossa satisfação de hoje (...) Que nossa obra seja tal que os nossos descendentes nos agradeçam (...)", e que em algum momento, aquela edificação se tornará sagrada.
O Restauro - Para John Ruskin:
• "(...) significa a mais total destruição que umedifício possa sofrer: uma destruição no fim daqual não resta nem ao menos um resto autênticoa ser recolhido, uma destruição acompanhada dafalsa descrição da coisa que destruímos.”
• Deste modo, Ruskin considerava impossívelrestabelecer um monumento que foi grandioso ecarregado de beleza, pois sua alma jamaispoderia ser devolvida.
• É sustentado que outra época daria à edificaçãooutro espírito, transformando-a em outra obra.
• O autor considera o restauro uma "necessidade destrutiva" e acreditava que se preservássemos nossos edifícios não seria necessário essa restauração.
• Esse processo de restauração resultaria em uma imitação da arquitetura passada, carregando em si uma réplica e um falso histórico, já que essa nova faceta pertenceria a uma nova época o tudo isso afetava sua autenticidade, seus valores evocativos e poéticos.
Torre de la catedral de Sens c. (1845)"
• Para Ruskin algumas intervenções até eram permitidas, porém, apenas para conservar a edificação.
• O autor aceitava pequenas obras de consolidação ("muletas").
• Quando as edificações perdiam sua utilidade, ele conformava-se frente à morte certa e natural que toda edificação teria um dia. Assim, o autor defende então a "morte" dos monumentos.