18
LA SÁTIRA POPULAR DE LA ILUSTRACIÓN* Pablo GONZÁLEZ CASANOVA La noción de Pueblo.— Abusaríamos del término popular^, si antes de pasar adelante en estas considera- ciones sobre la literatura vernácula y satírica, anterior a la independencia de México, no dijéramos algo que lo precisara. Porque si en todos los países y en toda ocasión se ha abusado del término, en México el abuso puede ser mayor, sobre todo si se piensa en los muchos niveles de cultura que nuestro pueblo alcanza en un mismo momento histórico. Hay aquí, más que en España, pueblos y no pue- blo, y esos pueblos tienen los más diversos idiomas poéticos, religiosos, políticos y, por ende, históricos. Las variedades no son sólo de matiz —que las hay—, sino de figura, color y sentido. Reducir estos pueblos y sus variedades a una sola forma ha sido oficio de mu- chas filosofías. El fracaso y sucesión de unas y otras se ha debido, en buena medida, a esa variedad esencial- mente problemática. Podemos reparar, sin embargo, en un pueblo. Lo vemos distinguirse entre todos los de México por la elaboración de una literatura —de vario vuelo— acom- pasada con el tiempo de la nación. Es un pueblo que se hace cargo del tiempo nacional, de la variación polí- tica y moral, social y filosófica, que caracteriza a los distintos períodos de la historia patria. Ese pueblo, consciente de novedades, y que reac- * D e l p r ó l o g o a la Antología de la literatura satírica anterior a la Independencia, formada por el Dr. José Miranda y el autor de este ensayo.

LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

L A SÁTIRA POPULAR DE L A ILUSTRACIÓN*

Pablo GONZÁLEZ CASANOVA

La noción de Pueblo.— A b u s a r í a m o s d e l término

popular^, si antes de pasar adelante e n estas considera­

ciones sobre l a l i t e r a t u r a vernácula y satírica, anter ior

a l a i n d e p e n d e n c i a de M é x i c o , n o dijéramos algo que

l o precisara. P o r q u e si en todos los países y en toda

ocasión se h a abusado d e l término, en M é x i c o e l abuso

p u e d e ser mayor , sobre todo s i se p iensa en los muchos

nive les de c u l t u r a que nuestro p u e b l o alcanza en u n

m i s m o m o m e n t o histórico.

H a y a q u í , más que en España, pueblos y n o pue­

b l o , y esos pueblos t i e n e n los más diversos id iomas

poéticos, rel igiosos, políticos y, p o r ende, históricos.

L a s variedades n o son sólo de m a t i z —que las hay—,

s i n o de f i g u r a , c o l o r y sentido. R e d u c i r estos pueblos y

sus variedades a u n a sola f o r m a h a s ido of ic io de m u ­

chas filosofías. E l fracaso y sucesión de unas y otras se

h a d e b i d o , en b u e n a m e d i d a , a esa v a r i e d a d esencial­

m e n t e problemática .

P o d e m o s reparar , s in e m b a r g o , e n u n p u e b l o . L o

vemos d i s t i n g u i r s e entre todos los de M é x i c o p o r l a

e laborac ión de u n a l i t e r a t u r a —de v a r i o v u e l o — acom­

pasada c o n e l t i e m p o de l a nación. Es u n p u e b l o que

se hace cargo d e l t i e m p o n a c i o n a l , de l a variación polí­

t i c a y m o r a l , social y filosófica, q u e caracteriza a los

dis t intos períodos de l a h i s t o r i a p a t r i a .

Ese p u e b l o , consciente de novedades, y que reac-

* D e l p r ó l o g o a l a Antología de la literatura satírica anterior a la

Independencia, f o r m a d a p o r e l D r . José M i r a n d a y e l a u t o r d e este ensayo .

Page 2: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 7 9

c i o n a favorable o desfavorablemente frente a ellas, pa­

see — c o n las notables excepciones q u e le hacen con­

trapeso a l v i v i r en f o r m a e x i g u a los cambios d e l

p e n s a m i e n t o n a c i o n a l — cierto derecho de representa­

c i ó n . Dir íase que está a l a v a n g u a r d i a de los pueblos

de M é x i c o . P e r o p o r e l l o n o deja de ser —precisamen­

t e — u n p u e b l o .

Pues b i e n , l a estructura de ese p u e b l o es, en los

p r i m e r o s años d e l s iglo x i x , todavía de d i b u j o medie­

v a l . C o r r e s p o n d e en c ierta f o r m a a los fondos de l a

poesía de V i l l o n y de l a p i n t u r a de B r u e g h e l . Está i n ­

tegrada p o r los mejores héroes de las novelas picarescas

de España, p o r los sastres, los frailes, los bachi l leres , los

c u r a n d e r o s , los alguaciles, los cocineros y médicos anó­

n i m o s , los picaros y poetas de b a r a t i l l o . . . , es decir ,

p o r i n d i v i d u o s de distintas clases sociales, hombres de

l a clase m e d i a , criados y plebeyos, q u e t i e n e n relacio­

nes poéticas permanentes y u n lazo de u n i d a d espir i ­

t u a l q u e nos i n v i t a a dejarlos escapar de las categorías

c o n q u e , r e g u l a r m e n t e , se estudia a las sociedades: ese

lazo es l a l i t e r a t u r a picaresca y l a poesía satírica.

A l parecer l a relación poética es v igorosa y l a l ite­

r a t u r a picaresca y satírica p o p u l a r de larga v i d a , allí

d o n d e l a sociedad h a conservado c o n más tesón algo

d e l status de l a E d a d M e d i a , es dec ir , en los países de

h a b l a hispánica. E n ellos l a l i t e r a t u r a p o p u l a r sigue

s iendo, hasta poco antes d e l r o m a n t i c i s m o , u n a encru­

c i jada —afín y c o n t r a d i c t o r i a — de las clases sociales,

c o m o en los t iempos d e l Cantar de Mío Cid y d e l Libro

de Buen Amor en que , dice H e n r í q u e z U r e ñ a , " e l

p o e m a épico, e l r o m a n c e , las canciones, suben hasta los

palacios, o descendien hasta las plazas y los ejidos de

las aldeas", en q u e "las crónicas históricas, los cuen­

tos, las disertaciones morales , c o r r e n de m a n o e n m a n o ,

Page 3: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

8o PABLO GONZÁLEZ CASANOVA

y su c o n t e n i d o i r r a d i a desde las gentes que saben leer

hasta las masas pobres e n letras pero fuertes e n c u r i o ­

s i d a d " .

E n l a A m é r i c a Hispánica de las últimas décadas d e l

X V I I I , l a poesía p o p u l a r v ive en e l a n o n i m a t o c o m e n ­

tando l a sátira d e l m u n d o . E n esos t iempos de crisis ,

todavía se u n e n —estética y c o n c e p t u a l m e n t e — las cla­

ses medias y bajas p a r a hacer b u r l a de l a v i d a . L a b u r l a

se hace c o n fórmulas l i terar ias comunes y c o n ideas

semejantes. L a fusión de lenguajes —de cantes y can­

tos, c o m o dir ía A l b e r t i — todavía parece pertenecer a

u n r e i n o n a t u r a l , e n q u e se c r u z a n l i b r e m e n t e los a n i ­

males d e l h a b l a c u l t a y los de l a plebeya. P e r o además

l a poesía p o p u l a r hace u n d e s c u b r i m i e n t o s e n t i m e n t a l

— n o románt ico—. R e f l e j a resentimientos, dudas, des­

trucciones. E n ese S i g l o de O r o nuestro, c u a n d o l a A c a ­

d e m i a l o g r a sus más p u r o s frutos lat inos y sus más

vacías formas españolas, alejadas p o r abstracciones y

elusiones d e l espír i tu p o p u l a r , los pobres poetas de i r o ­

nía lanzan a u n m e r c a d o ávido sus diálogos, romances,

décimas, etc. Pasan éstos de boca en boca deformándo­

se, afeándose, o l o g r a n d o u n a m a y o r perfección, pero

d i c i e n d o l o q u e otros p i e n s a n y n o d i c e n , o l o q u e n i

s i q u i e r a p iensan. Es fácil escuchar e l b u l l i c i o de los

poetas y autores satíricos. P u l u l a n e n toda N u e v a Es­

paña ensordec iendo a l Santo O f i c i o c o n sus alegres p r o ­

nósticos de m u e r t e . C a s i todos son poetas "güeros , c h i r ­

les y hebenes" . c o m o los l lamaría O u e v e d o . Se diría

q u e l a Inquis ic ión, a l perseguir los y recoger sus versos,

castigaba p o r i g u a l los atentados c o n t r a l a re l ig ión y l a

lengua. P e r o s i carecen p o r l o c o m ú n de substancia

poética re f le jan todas las i n q u i e t u d e s d e l s iglo más i n ­

q u i e t o de l a c u l t u r a hispánica. S u substancia es r e l i g i o ­

sa, filosófica, m o r a l y polít ica. E n e l la están los índices

Page 4: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 8 1

q u e señalan l a c o n t i n u i d a d y p e r m a n e n c i a de l a c u l t u ­

r a hispánica, las novedades de l a c u l t u r a europea, las

re lac iones c u l t u r a l e s de los mexicanos con e l m u n d o

e x t r a n j e r o y c o n e l p r o p i o . N a d a le falta de l o que fué

p r e o c u p a c i ó n h u m a n a y c o s t u m b r e d e l t iempo. L a so­

c i e d a d c r i o l l a y mestiza, y las generaciones que habr ían

de hacer l a i n d e p e n d e n c i a , se a p u n t a n vigorosamente.

Los movimientos en el espacio.—Y\ ambiente e n

q u e c i r c u l a n los papeles es, e n l a c i u d a d de M é x i c o , e l

de conventos, plazas, albergues, escuelas y —-en 1802,

a l d e s p u n t a r e l s iglo de l a v i d a n a c i o n a l — el de las ca­

torce l ibrerías que había e n e l v i r r e i n a t o , las de Santo

D o m i n g o , Escaler i l las , P o r t a l de Mercaderes , las de l a

C a l l e d e l Espír i tu Santo y e l Parián. P e r o l a l i t e r a t u r a

d e l p u e b l o —tal y c o m o l o hemos e n t e n d i d o — n o surge

sólo e n l a c i u d a d de M é x i c o , n i sólo all í c i r c u l a e n su

v e l a d o a n o n i m a t o . Sale d e l Baj ío, de l a Huasteca, de

T i e r r a adentro , v iene y v a p o r Q u e r é t a r o , Guadala ja­

r a , G u a n a j u a t o , l a a n t i g u a V e r a c r u z , A c a p u l c o , Y u ­

catán. Surge de los lugares más insignif icantes, de los

curatos más pobres, de d o n d e h a b r á n de surgir , aban­

d o n a n d o e l a n ó n i m o , los d ir igentes de l a Independen­

c i a . Y esto n o es u n d e c i r : s i n q u e podamos a f i r m a r l o

c o n e l r i g o r estadístico, cabe asegurar que e l S u r y,

sobre todo, e l C e n t r o de l a R e p ú b l i c a , son sus p r i n c i ­

pales focos de creación y difusión.

L a l i t e r a t u r a satírica reve la además los bajos fondos

d e l c o m e r c i o e s p i r i t u a l entre España e Indias. L a s

poesías y los diálogos de protesta y herej ía hacen viajes

de m i l leguas. L o s i t i n e r a r i o s y p u n t o s de p a r t i d a siem­

p r e varían. V i e n e n de España, c i r c u l a n en M é x i c o , pa­

san de M é x i c o a C e n t r o A m é r i c a , de A c a p u l c o — p o r

l a n a o — a l O r i e n t e . A l g u n o s t i e n e n al to l inaje ; u n a

Page 5: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

82 PABLO GONZÁLEZ CASAN OVA

t radic ión estilística y crítica n a c i d a d e l r i c o escepticis­

m o de Q u e v e d o y de a q u e l l a signif icación sensual de

s u o b r a q u e es u n aspecto esencialísimo de l a c u l t u r a

hispánica.

R e d e s c u b r i r las huel las de los viajes inter iores es

u n e m p e ñ o difícil y que nos es necesario a b a n d o n a r p o r

a h o r a . P o r eso vamos a r e p a r a r e n algunos viajes de

l a r g o alcance, buscando l a pista de esta l i t e r a t u r a antes

de buscar su tronco genealógico.

E n 1763 e l d e l Santo O f i c i o recogió unas décimas

piarum aurium ofensivas. U n padre c a r m e l i t a declaró

q u e h a b í a n l legado de España. Sus autores, part idar ios

de los jesuítas, hacen allá u n a crít ica ant irregal is ta que

n o fué menos v i v a en nuestras t ierras. D i c e n así:

¿Qué es el Papa? Un fiero hereje. ¿Qué el rey Carlos? Frammasón, pues aquesta es la razón que a Palafox le protege. Quéjese pues quien se queje, que en todo se da lugar al gusto del paladar, porque así van los gobiernos, Palafox en los infiernos y adorado en el altar.

E l d iá logo p a l a f o x i a n o y jesuít ico l lega de España

y las décimas v i e n e n c o n respuesta:

Esta infeliz compañía, que persigue a los beatos, es la de Pondo Pilaios no de Jesús y María, pues con minutas hoy día a los papistas protege y del uno al otro eje su gran sisma introduciendo blasfemando va y diciendo que el Papa es un fiero hereje.

Page 6: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 8 3

Pero si e l d iá logo v iene de allá, las pasiones q u e

a q u í p r o v o c a n e l caso p a r t i c u l a r de P a l a f o x y las per­

secuciones de los jesuítas n o son menos vivas.

O t r o e j e m p l o —apasionante— de este c o m e r c i o es­

p i r i t u a l entre España e Indias es e l de El siglo Ilustra­

do. Vida de don Guindo Cerezo, nacido, educado, ins­

truido, sublimado y muerto, según las luces del presente

siglo, que para seguro modelo de las costumbres dio

a luz don Justo Vera de la Ventosa. Se trata de u n a

incógnita perfecta, c o n c u y a solución n o hemos dado

a pesar de todos los esfuerzos realizados a q u í y allá.

¿ Q u i é n es este J u s t o V e r a de l a V e n t o s a , a u t o r de u n a

n o v e l a picaresca de l a I lustración, q u e sólo conocemos

manuscr i ta? N o s i n c l i n a m o s a creer q u e es u n español,

p e r o pensar q u e fuera m e x i c a n o es algo q u e nos h a

o c u r r i d o a m e n u d o . ¿ U n predecesor de L i z a r d i ? E s p i -

r i t u a l m e n t e desde luego. L a novela , c o n c e b i d a c o m o

todas las de l a picaresca española, a p a r t i r d e l m o m e n t o

e n q u e se e m b a r a z a l a m a d r e d e l héroe, t iene e l peso

de las ideas i lustradas, de las abstracciones 4 ' eruditas

a l a v i o l e t a " y de las ternuras rousseaunianas e n m a ­

t e r i a de educac ión, así e l o d i o a las " p i l m a m a s " y a las

madres q u e las u t i l i z a n , de quienes h a b l a t a m b i é n nues­

tro L i z a r d i . Es l a h i s t o r i a de u n chico , G u i n d o , n a c i d o

de amores malos y tontos, educado e n l a escuela de u n

maestro i l u s t r a d o , e n l a u n i v e r s i d a d d e l l a t i n i s t a d o n

L í q u i d o y d e l filósofo d o n E s t u p e n d o . . . T o d a e l l a

d a l u g a r a h a b l a r de filosofía, de gramática, de teología

y de I lustración: " V o s o t r o s vais a entrar en u n País

a m e n o y delei toso —dice a los a l u m n o s e l maestro i lus­

t r a d o — : n o l o penséis l l e n o de escollos, espinas y d i f i ­

cultades. Este p e n s a m i e n t o t u v o v e r d a d en a q u é l de­

p l o r a b l e t i e m p o e n q u e r e i n a b a n los aristóteles. . . " . Y

h a b l a d e l arte m o d e r n o , de las costumbres marcia les ,

Page 7: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

84 PABLO GONZÁLEZ CASANOVA

c o n m e z c l a de cul t ismos y gal ic ismos, pero c o n har ta

v iveza . ¿Vino de España l a o b r a o de q u é pueblo? Sa­

b e m o s q u e en T o l u c a q u e m a r o n u n ejemplar , p o r

o r d e n de l a Inquisic ión, h a c i a e l año de 1788; sabemos

q u e e l a u t o r h a b l a de " a l o t r o l a d o de los montes" , re­

f i r iéndose a F r a n c i a ; sabemos q u e n o i n c u r r e en m e x i -

canismos , pero todavía hemos q u e r i d o d u d a r , p o r q u e

se trata de u n l i b r o s e m i c u l t o y e n ese terreno es posi­

b l e c o b r a r u n aire i n t e r n a c i o n a l q u e , para e l caso, n o

d e j a de ser hispánico. Sea l o q u e fuere, éste, c o m o e l

a n t e r i o r e jemplo , da u n a i d e a d e l m o v i m i e n t o espir i ­

t u a l q u e hay entre España y M é x i c o , y que se l l e v a a

c a b o p o r m e d i o de papeles anónimos e n verso y prosa,

escritos allá o concebidos y redactados a q u í a l a es­

pañola .

E n c u a n t o a l m o v i m i e n t o de las poesías y pasqui­

nes, e n e l terreno a m e r i c a n o , querr íamos c i t a r u n caso

de a l g ú n interés. E l año antepasado p u b l i c ó d o n R a f a e l

H e l i o d o r o V a l l e e n l a Revista del Archivo y Biblioteca

Nacionales (Nos. 9 y 10, T a l l e r e s T ipográf icos N a c i o ­

nales, T e g u c i g a l p a , H o n d u r a s ) , u n art ículo i n t i t u l a d o

" U n R o m a n c e e n N i c a r a g u a y e n l a Inquis ic ión" . A t r i ­

b u y e e n él a u n ta l G r e g o r i o M a r e n c o , n a t u r a l de ese

país, l a p a t e r n i d a d de l a p r i m e r a poesía nicaragüense,

u n r o m a n c e l l a m a d o Cartilla moderna para entrar a la

moda. P e r o en v e r d a d R i c a r d o M a r e n c o n o puede ser

a u t o r de u n a poesía q u e c i r c u l a b a e n M é x i c o 38 años

antes. E r a u n s i m p l e d i v u l g a d o r de u n texto apenas

a l terado, y v ie jo de m u c h o s años. E l hecho sirve p a r a

darnos i d e a de c ó m o c i r c u l a b a n estos papeles satíricos

p o r e l m u n d o español, pasando p o r aduanas y b u r l a n ­

d o comisar ios , escondidos — m u y p r o b a b l e m e n t e — en

l a m e m o r i a de los viajeros q u e i b a a l terando e l texto

c o n e l a n d a r d e l t i e m p o . N o q u i e r o hacer u n recuento

Page 8: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 8 5

d e todas las alteraciones, pues resultaría enojoso, p e r o

sí señalar a lgunas de las más notables, a d v i r t i e n d o q u e

h a y m u c h o s versos enteramente iguales. E n e l ro­

m a n c e se i n v i t a a l lector a p e r d e r l a vergüenza.

D i c e e l texto m e x i c a n o de 1762;

Para vivir con desahogo,

la primera diligencia

que has de guardar con cuidado,

es tener poca vergüenza.

Porque al que su buena crianza

o sangre le da esta prenda,

vive honrado, ¿mas qué importa,

si la honra no es conveniencia?

Con no tenerla, tendrás

comodidad y llaneza,

y cualquiera casa es tuya,

con que por tuya la tengas.

Pues aunque t a el dueño no cuadre, en su disgusto, ¿qué arriesgas? Come, duerme, grita y manda, y él que rabie en hora buena.

Hay algunos (que son pocos)

mártires de su vergüenza,

que sufren dos mil pesares

por un qué dirán, ¡qué mengua!. . . etc.

E l texto nicaragüense, de 1800, presenta las si­

g u i e n t e var iantes: en e l tercer verso de l a p r i m e r a estro­

fa, e n vez de " c o n c u i d a d o " , d ice " c u i d a d o s a " , y entre

l a segunda y l a tercera estrofa hay u n a más que n o

está e n e l texto m e x i c a n o , y q u e d ice :

Y no sería poca dicha

Que teniendo poca puedas

Vivir contento. Más vale

Que ni aun esta poca tengas.

Page 9: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

86 PABLO GONZÁLEZ CASANOVA

E n la segunda estrofa d e l m a n u s c r i t o m e x i c a n o , ter­

cer verso, dice " i m p o r t a " , y e n su e q u i v a l e n t e n icara­

güense " v a l e " . L a p a l a b r a " l l a n e z a " (tercera estrofa,

segundo verso) es c a m b i a d a p o r " r i q u e z a " , y c a m b i a n

e n su t o t a l i d a d los versos tercero y cuarto , q u e d i c e n e n

e l m a n u s c r i t o nicaragüense:

Que uno y otro será tuyo como por tuyo lo tengas.

L a cuarta estrofa c a m b i a en todos sus versos:

Porque aunque ajeno y no cuadre a su dueño, te arriesgas. Como dueño gasta y manda, y él que rabie norabuena.

E n t r e l a c u a r t a y l a q u i n t a hay u n a estrofa más e n e l

m a n u s c r i t o nicaragüense:

Y si hiciera mala cara No contestes ni le entiendas Que él callará si no es hombre Que sigue esta misma escuela.

L a úl t ima estrofa, de las citadas, n o presenta d i feren­

c i a a l g u n a e n los dos manuscr i tos .

Obsérvese e n todo caso q u e las variantes d e l ma­

n u s c r i t o de 1 8 0 0 p i e r d e n a m e n u d o e n f o r m a y en

sent ido, o b r a ésta m u y p r o p i a de u n a m e m o r i a que

recoge los versos, s i n preocuparse p o r entenderlos ínte­

gramente . ¡Cuántos casos más se podr ían c i t a r de

poesías y papeles en prosa q u e se echan a andar p o r

A m é r i c a y v a n i n c l u s o hasta M a n i l a ! A f i r m a r , p o r me­

ras suposiciones, q u e pertenecen a u n país o a u n a u t o r

determinados , es u n e m p e ñ o vano, y sólo si l a c e r t i d u m ­

b r e es c o m p l e t a cabe hacer tales a f i rmaciones . Q u i z á

u n o de los encantos de esta l i t e r a t u r a — c o m o reciente­

m e n t e h a d i c h o B a t a i l l o n — sea su a n o n i m a t o ; u n o de

Page 10: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 8 7

sus encantos también es q u i t a r l e los velos que l a c u b r e n

y saber c o n certeza de dónde p r o v i e n e . . .

Los movimientos en el tiempo y Quevedo.—Y aho­

r a , hablemos de l a cuest ión p r i n c i p a l de este m o v i ­

m i e n t o de l a l i t e r a t u r a p o p u l a r , en e l espacio y e l t i e m ­

p o de A m é r i c a Española. Q u e r e m o s refer irnos a l a

e n o r m e i n f l u e n c i a q u e Q u e v e d o y su o b r a satírica tie­

n e n en nuestros autores dieciochescos.

E n t r e los señores bor lados es G ó n g o r a e l p r e f e r i d o

c u a n d o n o se h a n a f i l i a d o ya a l a rebel ión neoclásica.

D i c e A l f o n s o Reyes refiriéndose a esta época, " e l c u l ­

teranismo p r o d u c í a u n a q u e o t r a f lor fugaz y d e l i c a d a " .

E n c a m b i o , e n l a l i t e r a t u r a p o p u l a r es Q u e v e d o rey,

d i r e c t o o i n d i r e c t o , de epígonos, y de autores q u e

r e s p i r a n e l a m b i e n t e de formas plásticas q u e l l e v a r a

él a la perfección e n l a l e n g u a castellana. Sus m o d o ­

r r o s , c h i r r i o n e r o s , gariteros, ruf ianes de embeleco, co­

torreras, jornaleras de cópulas y T r á p a l a s son l a re­

presentación más p r o f u n d a d e l sensualismo c r i s t i a n o

español , de esa r e a l i d a d bifacética q u e R a i m u n d o L i d a

h a expresado tan b i e n c o m o " a n h e l o realista d e l m u n ­

d o y fuga ascética d e l m u n d o " , y q u e A z o r í n s i m b o l i z a

c o n u n h o m b r e q u e t iene l a cabeza e n e l c i e l o y los

pies m u y h u n d i d o s e n l a t i e r r a .

L a s f iguraciones sensuales de l o abstracto, q u e son

de Q u e v e d o y de España, tenían q u e pasar a M é x i c o

c o n e l espír i tu de l a Península , c o m o i n f l u e n c i a , pero ,

sobre todo, c o m o a m b i e n t e . A s í pasaron Sábelo T o d o ,

D o m i n g o Siete, J u a n So ldado, J u l i o T o r t i l l a , P e r o

G r u l l o , Chisgarabís , M e r o l i c o , e l O t r o , m u c h o s de ellos

de o r i g e n m e d i e v a l c o m o Chisgarabís , otros, persona­

jes de novelas de cabal lerías, c o m o Agrages, y otros

griegos c o m o Cala ínos (vid. Fernández-Guerra y O r b e .

Page 11: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

88 PABLO GONZÁLEZ CASANOVA

R i v a d e n e y r a , T . 33). H o y todavía nos son fami l iares

a lgunos , c o m o l o eran e n l a época de que nos ocupa­

m o s , y hay relación de p u e b l o a p u e b l o y de a u t o r a

a u t o r . D o n José M a r i a n o A c o s t a Enríquez , n a t u r a l

d e Querétaro , escribe en l a segunda m i t a d de l siglo x v m

u n " S u e ñ o de Sueños" , a imitación de l a " V i s i t a de los

C h i s t e s " de d o n F r a n c i s c o de Q u e v e d o y V i l l e g a s . E n

s u " S u e ñ o de S u e ñ o s " aparecen m u c h o s de los perso­

najes de Q u e v e d o y otros más de o r i g e n m e x i c a n o ,

c o m o San C u i l m a s d o n Petate (hoy Petatero) y Santa

P i p i l a D o n c e l l a . E l " S u e ñ o de S u e ñ o s " d e l m e x i c a n o

A c o s t a es u n a o b r a de g r a n interés p a r a ver hasta dónde

se permit ía e l ingreso, e n l a l i t e r a t u r a , a las creaciones

indígenas y populares , pero también, para conocer los

amores d e l S ig lo p o r las novelas y obras fantásticas,

tales c o m o e l R o b i n s ó n , e l T e l é m a c o , etc. Y si n o se en­

c u e n t r a n en e l l a referencias a los gustos baratos d e l

t i e m p o , sí aparecen refranes m u y nuestros y m u y espa­

ñoles ( " N o hay loco q u e c o m a l u m b r e " ) , y juegos i n ­

fanti les c o m o e l d e l P i s p i s y Gañas —hoy P i p i s y G a ­

ñas—, c o n su " A l z a l a m a n o q u e te p i c a el g a l l o " , o e l

de l a m a n o cortada. Es , c o m o e l de Q u e v e d o , u n a cor­

te de l a m u e r t e de los símbolos más populares de l a

l i t e r a t u r a española y, además, de nuestra c u l t u r a de

juegos y decires . . .

P e r o n o es esa l a única i n f l u e n c i a de Q u e v e d o —sigo

pensando e n España—, pues podr ía también hacerse

u n a general comparac ión entre l a "Premát ica de las

C o t o r r e r a s y re lac ión de leyes y c o n t r i b u c i o n e s c o n t r a

las damas cortesanas fechas p o r e l h e r m a n o m a y o r d e l

regodeo y cofrades de l a carcajada", o b r a de d o n F r a n ­

cisco de Q u e v e d o , y las " O r d e n a n z a s de V e n u s a las

C h i n a s y M a j a s de V o l a t e r í a " , o b r a anónima d e l si­

g l o x v m m e x i c a n o . Se parecen tanto u n a a otra —y se

Page 12: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 8 9

d i r í a que es p o r e l tema y p o r tratarse de cortesanas—,

q u e b i e n p u d i e r a hablarse de imitac ión o p a r o d i a , pues

hasta los iteras — q u e e m p l e a n los cofrades de l a carca­

j a d a , c o m o si se tratara de u n a r e a l o r d e n a n z a — e m p l e a

V e n u s para d i r i g i r s e a sus protegidas. P e r o l a p a r o d i a

p u e d e ser d i r e c t a o i n d i r e c t a ; sabemos q u e hay m u c h a s

otras ordenanzas de ment i ras e n l a l i t e r a t u r a española,

y algunas más e n l a m e x i c a n a . *

E n todo caso l a d i f e r e n c i a entre l a o b r a de Q u e v e -

d o y l a de nuestro a n ó n i m o consiste e n que ésas son

sentencias de e n v i l e c i m i e n t o , escritas e n prosa, y éstas

d e e n a l t e c i m i e n t o , y r i m a d a s . M i e n t r a s en aquéllas se

p i d e a las mujeres q u e n o vayan a los teatros despe­

chugadas, n i usen cosa de seda, n i ca lcen medias n a r a n ­

jadas, n i t ra igan apresador, n i gasten pastil las de boca,

alcorzas n i azúcar p a r a p e r f u m a r su a l iento — c o n l o

q u e Q u e v e d o da muestras renovadas de más o d i o a las

mujeres q u e a los sastres—, e n éstas se les p i d e q u e

a n d e n c o n a ire p o m p o s o , q u e le d e n v u e l o a l abanico ,

u s e n cofias, c intas y telas suaves de cambray, lentejue­

las y demás.

Y q u i e r o seguir e n e l terreno de las comparaciones

c o n e l pasado y c o n Q u e v e d o . Es e l más i m p o r t a n t e

p a r a d e t e r m i n a r e l espír i tu f o r m a l de u n a l i t e r a t u r a

q u e está ya a d o p t a n d o e n su seno las ideas propias d e l

s ig lo de las luces, a q u e pertenece. E n El Sueño de las

Calaveras los cent inelas d e l d o m i n i o de Júpi ter ad­

v i e r t e n a u n avar iento algo deseoso de entrar q u e los

preceptos g u a r d a b a n l a p u e r t a d e l O l i m p o de q u i e n

n o los había g u a r d a d o : «y él d i j o q u e en cosas de guar­

d a r era i m p o s i b l e q u e hubiese pecado. L e y ó e l p r i m e ­

r o : A m a r a D i o s sobre todas las cosas; y d i jo q u e él sólo

* D e l m i s m o Q u e v e d o h a y u n a q u e e m p i e z a : " M a n d o y o v i e n d o q u e

e l m u n d o . . . " .

Page 13: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

9 0 PABLO GONZÁLEZ CASANOVA

aguardaba a tenerlas todas p a r a a m a r a D i o s sobre ellas.

N o j u r a r : d i j o q u e a u n j u r a n d o falsamente, s i e m p r e

h a b í a sido p o r m u y grande interés; y que a q u í n o ha­

b í a sido en vano. G u a r d a r las fiestas: éstas, y a u n los

días de trabajo, g u a r d a b a y escondía. H o n r a r padre y

m a d r e : s iempre les q u i t é e l s o m b r e r o . N o matar : p o r

g u a r d a r esto n o comía, p o r ser m a t a r l a h a m b r e co­

m e r . D e mujeres: e n cosas q u e cuestan dineros ya está

d i c h o . N o levantar falso t e s t i m o n i o : " A q u í , d i j o u n

v e r d u g o , es e l negocio, avar iento; q u e si confiesas ha­

b e r l e levantado te condenas, y si no , delante d e l juez

te le levantarás a t i m i s m o " . Enfadóse e l avar iento , y

d i j o : " S i n o he de e n t r a r n o gastemos t i e m p o " » . . . Este

t e m a de los m a n d a m i e n t o s es también frecuente e n l a

l i t e r a t u r a española e h i s p a n o a m e r i c a n a y, e n M é x i c o ,

h a c i a 1789, aparece u n a poesía amorosa que dice así:

Escucha, dueño querido, de mi discurso el intento, cómo por ti he quebrantado todos los diez mandamientos.

El primero, amar a Dios. Yo le tengo ofendido, pues no le amo por amarte, bien lo sabes dueño mío.

El segundo, no jurar. Yo he jurado, atrevido, no volver a tu amistad, y jamás cumplo lo dicho.

El tercero. . . Yo, señora, las fiestas no santifico, porque todas las ocupo en gozar de tus cariños.

El cuarto, honrar padre y madre, y yo con tal desatino,

Page 14: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 9 1

por estar en tu amistad,

nunca les he obedecido.

El quinto, no matarás.

Ya he quebrantado el quinto

porque a celos matar quiero

a cuantos hablan contigo-.

El sexto, ya tú lo sabes,

la causa de andar perdido,

que es fuerza que en ocasiones

haga la carne su oficio.

El sétimo, no hurtarás.

Si me fuera permitido

hurtara cetro y corona

para ti, dueño querido.

Mil testimonios levanto,

alevoso y fementido,

pues pienso que cuantos te hablan

solicitan tus cariños.

El noveno, no desear

la mujer de otro marido.

Y en este punto, señora,

es donde más ciego vivo.

Q u e v e d o escribió dos " P a d r e s N u e s t r o s " , u n o serio

y re l ig ioso , q u e empieza c o n u n verso algo triste: " P a ­

d r e nuestro te l l a m o , n o de todos" , y otro c o n t r a e l

C o n d e - D u q u e , q u e le va l ió l a prisión, según se dice, y

q u e es u n a crítica v i o l e n t a a l a pol í t ica española de l a

época. (Es e l q u e e m p i e z a d i c i e n d o : " F i l i p o que e l

m u n d o ac lama.") E n u n o y o t r o las estrofas t e r m i n a n

c o n las palabras d e l P a d r e N u e s t r o , a d q u i r i e n d o u n

sent ido concreto d i s t i n t o , p o r l o piadoso o p o r l o p r o ­

fano. Esta f ó r m u l a poética aparece e n M é x i c o e n e l

s ig lo x v n i , e n dos ejemplares, u n o v e n i d o s i n d u d a de

España y escrito c o n t r a los franceses, e l otro típica-

Page 15: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

9 2 PABLO GONZÁLEZ CASANOVA

m e n t e m e x i c a n o , c r i o l l o , s i se q u i e r e , escrito c o n t r a los

españoles. M e ref iero a l " P a d r e N u e s t r o de los gachu­

p i n e s , p o r u n c r i o l l o a m e r i c a n o " , escrito en décimas y

u n o de los más valiosos ejemplares poéticos de esta

l i t e r a t u r a .

E n f i n , podrían señalarse más relaciones entre l a

l i t e r a t u r a satírica española, l a o b r a de Q u e v e d o , y, p o r

e n d e , l a más a n t i g u a c u l t u r a p o p u l a r europea; pero es

necesario, u n a vez examinados —así sea someramente—

los m o v i m i e n t o s de l a sátira e n e l espacio y en e l t i e m p o

pasado, q u e m i r e m o s sus relaciones c o n e l presente y

c o n l a v i d a c u l t u r a l m e x i c a n a d e l s iglo x v m , p a r a re­

m a t a r c o n e l f u t u r o de l a v i d a c o l o n i a l , que es su a n i ­

q u i l a m i e n t o y l a i n d e p e n d e n c i a de M é x i c o .

La sátira y la renovación.—Se puede advert i r c o n

f a c i l i d a d . . . A l a renovac ión filosófica que ocurre en

e l siglo x v i u m e x i c a n o corresponde u n a renovación

l i t e r a r i a m u y semejante p o r su l u c h a c o n t r a e l forma­

l i s m o , l a o s c u r i d a d y las sutilezas. A q u e l l a frase, famo­

sa e n ese siglo, de q u e e l " B e l l o Espír i tu es e l fondo d e l

b u e n gusto" , es m o n e d a c o r r i e n t e e n todos los terrenos

espir i tua les . E l b u e n gusto, q u e es u n a especie de b u e n

j u i c i o y de d i s c e r n i m i e n t o c laro y de l icado, es u n a fra­

se que, a l u d i e n d o a u n p r o b l e m a estético, t iene u n

f o n d o filosófico y f o r m a l m u y preciso. D e F r a n c i a v iene

a q u e l l o de B e l l o Espír i tu. U n B e l l o Espíritu es e n

F r a n c i a u n espíritu c l a r o , y c l a r i d a d es l o q u e se exige

e n filosofía, o r a t o r i a y poesía. Ser c laro es de B u e n

G u s t o , c o n l a p a r t i c u l a r i d a d de q u e l a c l a r i d a d deter­

m i n a e l b u e n gusto, y de q u e éste s i n c l a r i d a d n o es

n a d a .

L a l u c h a p o r l a c l a r i d a d y c o n t r a las palabras hue­

ras es, e n e l o r d e n filosófico, u n a de las cuestiones estu-

Page 16: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 9 3

diadas c o n más esmero p o r algunos investigadores de

M é x i c o . P o r eso sólo voy a r e f e r i r m e — c o n brevedad—

a esta l u c h a e n p r o de l a c l a r i d a d a l i m e n t a d a p o r i m a ­

g inat ivos y crít icos. D e ellos s in d u d a e l más agresivo

—caso l e g e n d a r i o — es e l padre Isla. E l padre Isla — u n

Q u e v e d o estéticamente m i o p e — tiene derecho a s imbo­

l i z a r los esfuerzos y di f icul tades d e l r o m p i m i e n t o : es

u n r e t o r c i d o e n e m i g o de re torc imientos . S u o b r a , e l

f ray G e r u n d i o de Campazas, tan leída, perseguida y

q u e m a d a e n l a N u e v a España, representa u n a l u c h a for­

m a l m e n t e b a r r o c a c o n t r a e l barroco teológico, filosó­

f i c o , l i t e r a r i o y forense. A n t e s y después de q u e e l

G e r u n d i o haga u n " a p a r t e " , e n t r a n en escena persona­

jes de gusto l i t e r a r i o más re f inado, despojados de todo

disfraz y joyer ía barrocos. Son los renovadores neo­

clásicos.

E n e l terreno poético l a l u c h a es p o r L u z á n y

c o n t r a las métricas estrafalarias, c o n t r a los sonetos do­

blados, terciados, c o n c o l a o c o n ecos, retrógrados,

acrósticos y c o n r i t o r n e l o s , c o n t r a los prangamatones,

metronte leones , etc., y c o n t r a poetas d e l t i p o de a q u e l

f r a i l e de l a M e r c e d , de q u i e n nos h a b l a d o n A g u s t í n

R i v e r a c i t a n d o a Beristáin, y que se v o l v i ó loco p o r

c o m p o n e r l a T e r e s i a d a , o p o e m a en e logio de Santa

T e r e s a , escrita e n versos lat inos sotádicos. " L l á m a s e

verso sotádico —dice R i v e r a — e l q u e se lee l o m i s m o a l

derecho q u e a l r e v é s . . . " . E n e l terreno de l a o r a t o r i a

— r e l i g i o s a p o r supuesto—, p e r o t a m b i é n e n e l de las

prosas profanas, l a l u c h a es c o n t r a e l lenguaje f i n g i d o

y v i o l e n t o , y c o n t r a e l abuso de las transposiciones de

construcc iones lat inas a las castellanas. " E l esti lo h i n ­

c h a d o —dice Velasco e n su Arte de Predicadores-

quiere parecerse a l M a g n i l o q u i o , c o m o l a r a n a a l hiso­

po, a l a grandeza d e l B u y , q u e r e v i e n t a de h i n c h a d o , y

Page 17: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

94 PABLO GONZÁLEZ CASAN OVA

a u n q u e gasta m u c h o boato, s iempre es aire, y b r a m i d o s

s i n sentencias n i razones. Es estilo de hecho campa­

n u d o , poét ico, metafórico, y se f o r m a e n h u e c a n d o l a

voz, con vocablos ruidosos, términos arrogantes, pala­

bras pomposas, y todas s in p r o p i e d a d , s i n j u g o , s in

substancia/ ' Esta l u c h a contra e l b a r r o c o decadente

—de u n a t o n a l i d a d herética que descubre e l neoclásico,

y a u n antes u n b a r r o c o algo rebelde, c o m o e l de V e -

lasco y tantos m á s — es, sobre todo, u n a l u c h a p o r l a

v e r d a d , p o r l o substancial , y l lega a ser aquí , en V e -

lasco, u n a teoría antipoética (obsérvese c ó m o dice c o n

desprecio: "es esti lo c a m p a n u d o , poét ico") , teoría que

a b u n d a e n e l prosaísmo en que incurr irá fáci lmente e l

rebelde . P e r o esta neoconci l iación c o n D i o s y l a c l a r i ­

d a d , q u e es l a m o d e r n i d a d cr is t iana, y q u e se presenta

e n todos los órdenes d e l espíritu, n o se presenta p o r

i g u a l en l a poesía satírica, que conserva y a l i m e n t a a l

d i a b l o y ciertas formas barrocas de expresión. Y esto

p o r dos razones, p o r q u e l a poesía satírica mani f ies ta

u n descontento i n d i v i d u a l m e n t e a n ó n i m o y l i b e r t i n o ,

y p o r q u e l a poesía p o p u l a r no h a p e r d i d o sent ido n i

substancia p o r n o p e r d e r eficacia, y n o sólo n o ios h a

p e r d i d o , s ino q u e se h a mostrado capaz de conservar

sus viejos hábitos, c o n c u e r p o r e v o l u c i o n a r i o .

Así vemos q u e l a l i t e r a t u r a p o p u l a r , sensible a las

var iac iones d e l t i e m p o y a las modas, g u a r d a c o n celo

las formas más antiguas de expresión. L a m a y o r parte

de l a l i t e r a t u r a p o p u l a r conserva l a c r u d a obscenidad,

e l a m o r de los contrastes de u n c u l t e r a n i s m o y u n con­

cept ismo a m e n u d o entremezclados. S u renovación es,

sobre todo, u n a renovación de las ideas sobre las

costumbres, l a m o r a l , e l estado y l a d i v i n i d a d . E l c i c l o

q u e v a de l a M o d e r n i d a d C r i s t i a n a a l o q u e podría

l lamarse e l L i b e r a l i s m o I lus trado, es decir , más o me-

Page 18: LA SÁTIR POPULAA DRE LA ILUSTRACIÓN*aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/29778/1/01-001-1951-0078.pdf · de Buen Amor en que, dice Henríquez Ureña, "el poema épico, el romance,

LA SÁTIRA POPULAR 9 5

nos, de los años de 1750 a 1820, es e l c i c lo de l a l i t e r a ­

t u r a satírica p o p u l a r r e v o l u c i o n a r i a .

E n t r e las " D é c i m a s q u e en p u n t o de curatos" reco­

ge l a Inquis ic ión en 1753, las décimas sobre " L a s ar­

mas torenses", y otras composic iones , c o m o e l " S o l e m n e

f u n e r a l d e l d i f u n t o M e d e l l í n " , los " E l e m e n t o s d e l cor­

tejo de las naciones generales", las décimas " A l v e r d u g o

de los c lér igos", e l d iá logo de l a " D o c t r i n a I m p e r i a l " ,

l a " P i t i p i e z a de los locos" , los versos de " E l D u e n d e de

M é x i c o " , los versos c o n t r a d o n José M a r i a n o Beristáin,

de 1796, p o r u n a parte, y p o r otra l a l i t e r a t u r a polít ico-

bur lesca de l a i n d e p e n d e n c i a , n o hay solución de con­

t i n u i d a d n i e n e l espír i tu n i en l a f o r m a , y all í están

p a r a c o m p r o b a r l o esos folletos q u e l l e v a n p o r t í tu lo:

" A l obispo de S o n o r a es menester a h o r c a r l o a h o r a " ,

" O se destruye a l congreso o se l l e v a e l d i a b l o a l r e i n o " ,

" O r a c i ó n f ú n e b r e a l a señora de l a v e l a v e r d e " , " E l

chasco de l c u r r u t a c o " , " D o n A n t o n i o s iempre e l mis­

m o " , etc.

H a y más, sería empresa v a n a negar q u e esta poesía

y l i t e r a t u r a p o p u l a r creó e l a m b i e n t e e s p i r i t u a l , m e x i ­

canísimo y l i b e r a l , en q u e h u b i e r o n de s u r g i r El Pe­

riquillo, La Quijo tita y Don Catrín, obras de Fernán­

dez de L i z a r d i , e l ú l t i m o a u t o r de este esti lo poét ico

sensual, p o p u l a r y picaresco.

L a función q u e c u m p l i ó en l a I n d e p e n d e n c i a nues­

tra l i t e r a t u r a p o p u l a r fué e n o r m e . Representa , e n poe­

sía, l o que h o y es l a prensa de oposición e n prosa. R e ­

presenta, t a m b i é n , u n aspecto m u y i m p o r t a n t e de

nuestra psicología polít ica, q u e es de u n escepticismo

satírico p e r m a n e n t e o, p o r l o menos, cícl ico.