Mia Marta Cunha Dissertacao

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    U N I V E R S I D A D E L U S A D A D E L I S B O A

    F acu l dade de A r qu i t ec t u r a e A r t es

    Mestrado Integrado em Arquitectura

    Edifcios hbridos como geradores de uma novalgica urbana

    Marta Saraiva Resina da Cunha

    Lisboa

    Dezembro 2012

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    U N I V E R S I D A D E L U S A D A D E L I S B O A

    F acu l dade de A r qu i t ec t u r a e A r t es

    Mestrado Integrado em Arquitectura

    Edifcios hbridos como geradores de uma novalgica urbana

    Marta Saraiva Resina da Cunha

    LisboaDezembro 2012

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    Marta Saraiva Resina da Cunha

    Edifcios hbridos como geradores de uma novalgica urbana

    Dissertao apresentada Faculdade de Arquitectura eArtes da Universidade Lusada de Lisboa para aobteno do grau de Mestre em Arquitectura.

    Orientador: Prof. Doutor Arqt. Rui Manuel Reis Alves

    Assistente de orientao: Mestre Arqt. Jos Maria deBrito Tavares Assis e Santos

    Lisboa

    Dezembro 2012

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    Ficha Tcnica

    Autora Marta Saraiva Resina da Cunha

    Orientador Prof. Doutor Arqt. Rui Manuel Reis Alves

    Assistente de orientao Mestre Arqt. Jos Maria de Brito Tavares Assis e Santos

    Ttulo Edifcios hbridos como geradores de uma nova lgica urbana

    Local Lisboa

    Ano 2012

    Mediateca da Universidade Lusada de Lisboa - Catalogao na Publicao

    CUNHA, Marta Saraiva Resina da, 1988-

    Edifcios hbridos como geradores de uma nova lgica urbana / Marta Saraiva Resina da Cunha ;

    orientado por Rui Manuel Reis Alves, Jos Maria de Brito Tavares Assis e Santos. - Lisboa : [s.n.],2012. - Dissertao de Mestrado Integrado em Arquitectura, Faculdade de Arquitectura e Artes daUniversidade Lusada de Lisboa.

    I - ALVES, Rui Manuel Reis, 1964-II - SANTOS, Jos Maria de Brito Tavares Assis e, 1962-

    LCSH1. Edifcios multiusos2. Espaos pblicos3. Barbican Estate (Londres, Inglaterra)4. Linked Hybrid (Pequim, China)5. St. Jakob Turm (Basileia, Sua)

    6. Universidade Lusada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Teses7. Teses Portugal - Lisboa

    1. Multipurpose buildings2. Public spaces3. Barbican Estate (London, England)4. Linked Hybrid (Beijing, China)5. St. Jakob Turm (Basel, Switzerland)6. Universidade Lusada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Dissertations7. Dissertations, Academic Portugal - Lisbon

    LCC1. NA4177.C86 2012

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo em primeiro lugar, aos meus pais, pelo carinho e apoio incondicional e por

    terem acreditado em mim. minha irm e restante famlia pelo apoio e aos meusamigos que esto sempre ao meu lado, em todas as situaes. Aos meus colegas de

    curso que me acompanharam nesta jornada. Ao prof. Rui Alves, pela disponibilidade,

    conduta e orientao incansveis. Ao prof. Jos Maria Assis pela orientao na fase

    inicial do trabalho.

    Aos escritrios, Steven Holl Architects e Herzog & de Meuron, pelos esclarecimentos e

    informaes facultadas ao longo do trabalho. Sofia David, pela ajuda na recolha de

    informao.

    De um modo geral, a todos aqueles que fizeram parte da minha jornada acadmica e

    que, de certa maneira contriburam para o meu conhecimento e formao pessoal.

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    APRESENTAO

    Edifcios Hbridos como geradores de uma nova lgica urbana

    Marta Saraiva Resina da Cunha

    Na gentica, o hbrido um resultado que provm do cruzamento de espcies

    distintas. Mas enquanto conceito aplicado arquitetura, reflete-se em edifcios de

    carter multifuncional, resultantes da presso urbana e da escassez de espao.

    Programas diferentes so conjugados numa nica estrutura, onde o espao pblico e

    o espao privado se confrontam de maneira complexa e, por vezes, inesperada.

    O edifcio hbrido ultrapassa o limite entre o arquitetnico e o urbano, tendo

    consequncias, no apenas a nvel interno, com tambm na sua envolvente. Em

    contextos urbanos densos ou pouco desenvolvidos, o hbrido um potencial

    revitalizador do espao pelo modo como transforma o sentido morfolgico e social da

    cidade. Atua com a finalidade de revitalizar o tecido urbano, como elemento ativo e

    dinmico.

    O foco principal desta dissertao incide na anlise do hbrido enquanto edifcio e

    elemento revitalizador, e respetiva relao e conexo com o sistema urbano.

    Palavras-chave:hbrido, programa, espao pblico, revitalizao urbana

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    PRESENTATION

    Hybrid Buildings as generators of a new urban logic

    Marta Saraiva Resina da Cunha

    In genetics, a hybrid is the result of crossing distinct species. But as a concept applied

    to architecture, it is reflected in buildings of a multifunctional nature, resulting from

    urban pressure and a scarcity of space. Different programs are brought together in a

    single structure, where public space and private space face each other in complex, and

    at times, unexpected ways.

    The hybrid building crosses the line between the architectural and the urban, with

    consequences not only internally, but also in the surrounding areas. In dense or

    undeveloped urban settings, the hybrid has the potential to revitalise the space,

    through the way in which it transforms the morphological features and social role of the

    city. It acts with the purpose of revitalising the urban fabric, as an active and dynamic

    element.

    The main focus of this dissertation is on the analysis of the hybrid as a building and a

    revitalizing element, and its relationship and connection to the urban system.

    Key-words:hybrid, program, public space, urban revitalization

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    LISTA DE ILUSTRAES:

    Ilustrao 1Zonkeyno Colchester Zoo, Inglaterra, Dcgi (A-Z Animals, 2012) ......................................................................................................................... 26

    Ilustrao 2Seaside Hybrid, Steven Holl (Steven Holl Architects, 2012) ..... 30

    Ilustrao 3- Seaside Hybrid, Steven Holl (Steven Holl Architects, 2012) ..... 30

    Ilustrao 4- National Fame, vista interior do hall ([adaptado a partir de] Pion,1984, p. 45) ...................................................................................................... 31

    Ilustrao 5- National Collegiate Football Hall of Fame 1967, Maqueta (Pion,1984, p.46) ....................................................................................................... 31

    Ilustrao 6 - Gravura de um cenrio urbano de uma cidade inglesa no sc.XIV (Zeidler, 1985, p. 97) ................................................................................. 35

    Ilustrao 7- Ponte Vecchio, Florena, 1345 (Fenton, 1985, p. 5) ................. 35

    Ilustrao 8- Falanstrio de Charles Fourier, sc.XIX (Curtis, 1987, p. 121) . 37

    Ilustrao 9Edifcio de habitao social Karl Marx Hof ([adaptado a partir de]French, 2009, p. 42) ......................................................................................... 40

    Ilustrao 10Rockfeller Centre (Frampton, 2007, p. 221) ........................... 43

    Ilustrao 11 Edifcio Narkomfin, Moscovo, Rssia, 1928-32 (Bonfati, 1979,p. 48) ................................................................................................................ 46

    Ilustrao 12- Edifcio Narkomfin, Moscovo, Rssia, 1928-32 (Bonfati, 1979, p.49) .................................................................................................................... 46

    Ilustrao 13 - Unit dHabitacin, Marselha, 1947-52, corte transversal efachada (Giedion, 2004, p. 575) ....................................................................... 47

    Ilustrao 14 - Unit dHabitacin, Le Corbusier 1945 (Giedion, 2004, p. 575) ......................................................................................................................... 48

    Ilustrao 15Downtown Athletic Club, Corte e Planta ([adaptado a partir de]Koolhaas, 2008, p. 182) ................................................................................... 50

    Ilustrao 16Downtown Athletic Club ([adaptado a partir de] Koolhaas, 2008,p. 181) .............................................................................................................. 50

    Ilustrao 17 Torre Velasca, Milo ([adaptado a partir de] Fernndez Per,2011, p. 65) ...................................................................................................... 51

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    Ilustrao 18 Ville Radieuse, Le Corbusier (Projets urbains et realisationsarchitecturales, 2010) ....................................................................................... 53

    Ilustrao 19Plano Voisin, Le Corbusier (Koolhaas, 2008, p. 266) ............. 53

    Ilustrao 20Esquema da cidade vertical de Ludwig Hilberseimer, rua norte-sul (Hilberseimer, 1999, p. 18) ......................................................................... 55

    Ilustrao 21 Esquisso da Cidade Espacial, de Yona Friedman, 1960(Mozas, 2011, p. 23) ........................................................................................ 57

    Ilustrao 22- Centro de Arte Britnica de Yale 1977, Richard Caspole (YaleCenter for British Art, 2012) .............................................................................. 61

    Ilustrao 23- Biblioteca Braddock Carnegie, 1888 (Fenton, 1985, p. 30) ..... 62

    Ilustrao 24 - John Hancock Center 1969, Skidmore, Owings and Merrill(John Hancock Center, 2012)........................................................................... 63

    Ilustrao 25The Mound de Peter Cook (Mozas, 2011, p. 35) .................... 64

    Ilustrao 26Scala Tower, BIG (BIG: Bjarke Ingels Group, 2012) .............. 65

    Ilustrao 27Escala do Vanke Center em esquema (Mozas, 2011, p. 184) 66

    Ilustrao 28Vanke Center (Steven Holl Architects, 2012) ......................... 66

    Ilustrao 29Hyperbuilding, OMA (Office for Metropolitan Architecture, 2012) ......................................................................................................................... 69

    Ilustrao 30 - Edifcio De Rotterdam, Roterdo, 1997-2013, OMA (Office forMetropolitan Architecture, 2012) ...................................................................... 69

    Ilustrao 31 - Esquema programtico do Museum Plaza, REX, 2005-2013(REX, 2012) ...................................................................................................... 71

    Ilustrao 32 - Esquema programtico do Museum Plaza, REX, 2005-2013(REX, 2012) ...................................................................................................... 71

    Ilustrao 33Museum Plaza, REX (REX, 2012) .......................................... 71

    Ilustrao 34Praa central do Brunswick Centre (Ilustrao nossa) ........... 76

    Ilustrao 35Brunswick Centre, Londres (Ilustrao nossa) ....................... 76

    Ilustrao 36Entrada para o Brunswick Centre (Ilustrao nossa) ............. 76

    http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892463http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892463http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892463http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892463http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892463http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892475http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892475http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892475http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892475http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892476http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892476http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892476http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892476http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892477http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892477http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892477http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892477http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892477http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892476http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892476http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892475http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892475http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892463
  • 7/25/2019 Mia Marta Cunha Dissertacao

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    Ilustrao 37Auditorium Building, 1887, Chicago Illinois (Fenton, 1985, p.12) .................................................................................................................... 77

    Ilustrao 38 Auditorium Building, 1887, corte longitudinal (archIN Form,

    2012) ................................................................................................................ 77

    Ilustrao 39- Schiller Building, Chicago (Hilberseimer, 1999 p. 66) ............. 78

    Ilustrao 40 - Schiller Building, Chicago, corte longitudinal (Fenton, 1985, p.15) .................................................................................................................... 78

    Ilustrao 41 Bryghusprojektet, OMA, Copenhaga (Office for MetropolitanArchitecture, 2012) ........................................................................................... 79

    Ilustrao 42 Corte Bryghusprojektet, OMA, Copenhaga (Office for

    Metropolitan Architecture, 2012) ...................................................................... 79

    Ilustrao 43 - New York Hospital, Charles Manley, 2007 (The New YorkTimes, 2012) .................................................................................................... 80

    Ilustrao 44- Projeto dos Hamonic + Masson (Fernndez Per, 2009, p.49) . 80

    Ilustrao 45Esquema tridimensional do edifcio (Fernndez Per, 2009, p.72) .................................................................................................................... 81

    Ilustrao 46Sail Hybrid (Steven Holl Architects, 2012) .............................. 83

    Ilustrao 47- Sail Hybrid (Mrquez Ceclia, Levene, 2008b, p. 167) ............ 83

    Ilustrao 48Estudo de porosidade (Steven Holl Architects, 2012) ............ 86

    Ilustrao 49Esquissos do projeto Sliced Porosity Block ([adaptado a partirde] Fernndez Per, 2009, p. 260) ..................................................................... 87

    Ilustrao 50- Vista superior do Barbican Estate, 2009 (Fernndez Per, 2011,p. 68) ................................................................................................................ 94

    Ilustrao 51Plano de Kadleigh, Whitfield e Horshburg, proposta de 1954(Heathcote, 2009, p. 32) ................................................................................... 96

    Ilustrao 52- Barbican, plano de 1956 (Mozas, 2011, p. 29) ........................ 99

    Ilustrao 53Plano de 1959 de Chamberlin, Powell & Bon ([adaptado a partirde] Mozas, 2011, p. 29) .................................................................................. 100

    Ilustrao 54Plano de localizao do Barbican (Ilustrao nossa) ........... 102

    http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892481http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892481http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892481http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892481http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892481http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892481http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892482http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892482http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892482http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892482http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892482http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892482http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892485http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892485http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892485http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892485http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892485http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892485http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892486http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892486http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892486http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892486http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892486http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892486http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892487http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892487http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892487http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892487http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892488http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892488http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892488http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892488http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892487http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892487http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892486http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892486http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892485http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892485http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892482http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892482http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892481http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892481
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    Ilustrao 55 - Corte longitudinal desde a estao de metro Barbican aMoorgate (Cement and Concrete Association, 1971, p. 9) ............................. 103

    Ilustrao 56 - Corte de um bloco residencial com o pdio e a linha de metro

    (Cement and Concrete Association, 1971, p. 7) ............................................. 104

    Ilustrao 57Entrada pela Fann Street (Ilustrao nossa, 2012) .............. 105

    Ilustrao 58Entrada superior para o Barbican Exhibition Halls (Ilustraonossa, 2012) ................................................................................................... 105

    Ilustrao 59 - Entrada para o Barbican Arts Centre (Ilustrao nossa, 2012) ....................................................................................................................... 106

    Ilustrao 60 Corte Tridimensional do Barbican Arts Centre (Cement and

    Concrete Association, 1971, p. 25) ................................................................ 107

    Ilustrao 61 - Espaos pblicos do Barbican, a 21m e cota da estrada(Ilustrao nossa) ........................................................................................... 109

    Ilustrao 62- Cruzamento entre Aldersgate Street e a Fann Street (Ilustraonossa, 2012) ................................................................................................... 110

    Ilustrao 63 - Cruzamento entre a Beech Street e a Silk Street (Ilustraonossa, 2012) ................................................................................................... 110

    Ilustrao 64 Conexo da cobertura com o edifcio da estao de metroBarbican, 2012 (Ilustrao nossa) .................................................................. 111

    Ilustrao 65Linked Hybrid (Steven Holl Architects, 2012) ....................... 114

    Ilustrao 66Localizao do Linked Hybrid, Marta Cunha, 2012 ([adaptado apartir de] Google Maps, 2012) ........................................................................ 115

    Ilustrao 67Esquema conceptual do Linked Hybrid (Steven Holl Architects,2012) .............................................................................................................. 116

    Ilustrao 68Esquema conceptual do Linked Hybrid ([adaptado a partir de]Mcgetrick, 2009, p. 25 ) ................................................................................. 116

    Ilustrao 69Programa hbrido (Mrquez Ceclia, Levene, 2008b, p. 232) 117

    Ilustrao 70Planta e esquema da ponte de conexo das torres (Archdaily,2012) .............................................................................................................. 120

    Ilustrao 71Corte longitudinal (Pearson, 2010, p. 53) ............................. 120

    Ilustrao 72Espao pblico do Linked Hybrid (Ilustrao nossa, 2011) .. 121

    http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892501http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892501http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892501http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892501http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892501http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892502http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892502http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892502http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892502http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892502http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892502http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892505http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892505http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892505http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892505http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892506http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892506http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892506http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892506http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892507http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892507http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892507http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892507http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892507http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892507http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892506http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892506http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892505http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892505http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892502http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892502http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892501
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    Ilustrao 73 Corte esquemtico do projeto Sliced Porosity Block(Arthitectural, 2009) ........................................................................................ 123

    Ilustrao 74 Maquete do projeto Sliced Porosity Block (Steven Holl

    Architects, 2012) ............................................................................................ 123

    Ilustrao 75Muro e entrada, construdos no lado sul do Linked Hybrid, TatLam, 14 de Setembro de 2009 (Lam, 2011, p. 82) ......................................... 125

    Ilustrao 76 Vista do lado sudeste da torre St. Jakobs e showroom daMercedes (Ilustrao nossa, 2012) ................................................................ 127

    Ilustrao 77Vista superior do conjunto composto pelo estdio, pela torre eshowroom, Sven Scharr, 2008 (archIN Form, 2012) ...................................... 128

    Ilustrao 78Planta superior do edifcio e do estdio de futebol (MrquezCecilia, Levene, 2008a, p. 178) ...................................................................... 128

    Ilustrao 79 Plantas do terceiro e quinto piso da St. Jakob Turm (A+T :revista independente de arquitectura + tecnologia, 2009, p. 120) .................. 130

    Ilustrao 80 - Corte horizontal da torre com o estacionamento, centrocomercial e showroom (Neuschwander + Morf AG, 2012) ............................. 130

    Ilustrao 81- Torre St. Jakob (Ilustrao nossa, 2012) .............................. 131

    Ilustrao 82Mapa de localizao do estdio e da torre (Ilustrao nossa) ....................................................................................................................... 132

    Ilustrao 83 Localizao do projeto Lwenbru (Fernndez Per, 2009, p.146) ................................................................................................................ 133

    Ilustrao 84 Maqueta de estudo sobre as transformaes do projetoLwenbru ([adaptado a partir de] Fernndez Per, 2009, p. 147) .................. 134

    Ilustrao 85Localizao do projeto ([adaptado a partir de] Google Maps,

    2010) .............................................................................................................. 136Ilustrao 86 Localizao e elementos prximos ao projeto ([adaptado apartir de] Google Maps, 2010) ........................................................................ 136

    Ilustrao 87Localizao e envolvente (Ilustrao nossa) ........................ 136

    Ilustrao 88- Localizao do projeto (Ilustrao nossa) ............................. 137

    Ilustrao 89Esquisso esquemtico (Desenho nosso) ............................. 137

    Ilustrao 90Modelo tridimensional do projeto (Desenho nosso) .............. 138

    http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892517http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892517http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892517http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892517http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892517http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892518http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892518http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892518http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892518http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892518http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892518http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892518http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892517http://h/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado/DISSERTA%C3%87%C3%83O/FORMATO/FORMATO%20FINAL/4%20-%20Cap%C3%ADtulos%20-%20FINAL1.docx%23_Toc344892517
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    Ilustrao 91- Modelo tridimensional do projeto (Desenho nosso) .............. 138

    Ilustrao 92Esquema tridimensional do programa (Desenho nosso) ...... 140

    Ilustrao 93Esquema: pblico versusprivado (Desenho nosso) ............. 141

    Ilustrao 94Corte transversal AA (Ilustrao nossa) ............................... 142

    Ilustrao 95- Planta do piso trreo (Ilustrao nossa) ................................ 143

    Ilustrao 96Planta do piso 1 (Ilustrao nossa) ...................................... 144

    Ilustrao 97- Planta do primeiro piso de habitao (Ilustrao nossa) ....... 145

    Ilustrao 98- Corte longitudinal CC (Ilustrao nossa) ............................... 145

    Ilustrao 99Alado poente (Ilustrao nossa) ......................................... 146

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    SUMRIO:

    1.

    Introduo .................................................................................................... 21

    2. Conceito e caratersticas do hbrido ............................................................. 25

    2.1.O hbrido na arquitetura ......................................................................... 27

    2.1.1.O que no um hbrido ................................................................... 33

    2.2.Histria e influncias .............................................................................. 34

    2.2.1.Cidade americana versuscidade europeia ..................................... 36

    2.2.1.1.Condensador social versusedifcio hbrido ............................... 43

    2.2.2.A queda e o regresso do hbrido ..................................................... 52

    2.3.

    Morfologia .............................................................................................. 59

    2.3.1.Forma .............................................................................................. 60

    2.3.2.Escala .............................................................................................. 67

    2.3.3.Programa ......................................................................................... 70

    2.3.3.1.Comrcio ................................................................................... 73

    2.3.3.2.Habitao .................................................................................. 75

    2.3.3.3.Escritrios ................................................................................. 76

    2.3.3.4.Cultural ...................................................................................... 77

    2.3.3.5.

    Lazer e reas de recreio ........................................................... 79

    2.3.3.6.Sade ........................................................................................ 80

    2.3.3.7.Ensino ....................................................................................... 81

    2.3.4.Manuteno, rentabilidade e sistemas sustentveis no hbrido ...... 82

    2.4.O hbrido no contexto urbano ................................................................ 84

    2.4.1.Porosidade urbana .......................................................................... 86

    2.4.2.Espao pblico VS espao privado ................................................. 89

    2.4.3.Contributo programtico .................................................................. 90

    3. Casos de Estudo .......................................................................................... 93

    3.1.Barbican Estate ..................................................................................... 93

    3.1.1.Contexto histrico e fases de planeamento ..................................... 95

    3.1.2.Programa ....................................................................................... 102

    3.1.3.Interao com o sistema urbano ................................................... 109

    3.2.Linked Hybrid ....................................................................................... 112

    3.2.1.Estratgia urbana e morfologia ..................................................... 114

    3.2.2.Programa e critrios sustentveis ................................................. 117

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    3.3.St.Jakob Turm ..................................................................................... 126

    3.3.1.Enquadramento urbano ................................................................. 127

    3.3.2.Morfologia, programa e interao com o sistema urbano .............. 129

    3.3.3.

    Interao com o estdio do Basel F.C. .......................................... 132

    4. Projeto desenvolvido na disciplina Projecto III ........................................... 135

    4.1.O edifcio hbrido no sistema urbano, estratgia formal ....................... 137

    4.2.Programa ............................................................................................. 139

    4.3.Pblico versusprivado ......................................................................... 141

    5. Concluso .................................................................................................. 147

    Referncias .................................................................................................... 149

    Bibliografia ..................................................................................................... 153

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    Edifcios hbridos como geradores de uma nova lgica urbana

    Marta Saraiva Resina da Cunha 21

    1. INTRODUO1

    Em resposta a problemticas da cidade moderna e respetiva presso urbana, surge

    a combinao de diferentes programas num nico elemento arquitetnico. Referimo-nos ao edifcio hbrido.

    Hbrido, enquanto conceito associado gentica, entende-se como o resultado de o

    cruzamento de espcies distintas. Em arquitetura, reflete-se no resultado da

    conjugao de programas distintos na mesma estrutura, resultando num edifcio ou

    complexo. A hibridez e complexidade do edifcio reside na interao de espaos com

    diferentes programas, de naturezas distintas e, consequentemente, no confronto entre

    o universo pblico com o universo privado. Apesar de, ao longo da histria, tomarmos

    conhecimento da combinao de funes, como a casa sobre a loja, o edifcio

    hbrido, enquanto elemento mais complexo, originrio da cidade moderna, dos finais

    do sc. XIX, estendendo-se at aos dias de hoje, embora com algumas interrupes.

    Foi a elevada densidade e outras problemticas urbanas, juntamente com a evoluo

    da tecnologia, que expandiu o edifcio hbrido, possibilitando a sobreposio de

    diferentes usos numa mesma estrutura. Essencialmente as principais funes da vida

    urbanahabitao, trabalho e lazer2. A dinmica do edifcio, vista em corte, regida

    por essa sobreposio dos programas com diferentes morfologias, originando formasimprevisveis e distorcendo a forma pura do edifcio de uso nico.

    Mas no hbrido no se altera somente a forma do edifcio tradicional, mas tambm a

    forma do espao pblico. These new hybrid types can shape public space.3 (Holl,

    2011, p. 7) em que, a interao do espao pblico do edifcio com o espao pblico da

    envolvente, pode ser contnua. Como tal, El hbrido supera los domnios da la

    arquitectura y se introduce en el campo del urbanismo.4(Mozas, 2011, p. 44).

    A dissertao est dividida em trs captulos, em que o primeiro esclarece o conceito,

    a histria e as caractersticas dos edifcios hbridos, e como transio para os casos

    de estudo, analisamos o impacto dos hbridos, no sistema urbano. No segundo

    captulo, so analisados trs casos de estudo, e no terceiro e ltimo captulo,

    1A presente dissertao est escrita segundo o novo acordo ortogrfico da lngua portuguesa.2Embora nem todos os hbridos contenham as todas estas funes juntas.3Estes novos hbridos tm a capacidade de formar espao pblico. (Traduo nossa)4

    O hbrido supera os domnios da arquitetura, introduzindo-se no campo do urbanismo. (Traduonossa)

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    Edifcios hbridos como geradores de uma nova lgica urbana

    Marta Saraiva Resina da Cunha 22

    justificamos a escolha do tema da dissertao atravs do projeto prtico desenvolvido

    ao longo do ltimo ano do curso.

    No primeiro captulo, alm do conceito, histria e relao com o contexto urbano,

    enquadrmos um estudo no sub-captulo da morfologia, estudmos vrios tipos de

    programas, cuidadosamente selecionados, por serem os mais utilizados em edifcios

    hbridos, referindo pelo menos um exemplo prtico de cada um.

    No segundo captulo, optmos por casos de estudo que contribuem significativamente

    para a respetiva cidade, e para o seu desenvolvimento urbano, a nvel social,

    morfolgico e tecnolgico. So exemplos de hbridos que possuem espao pblico e o

    transportam para a cidade, assim como os prprios espaos pblicos da cidade se

    prolongam para o edifcio e/ou complexo. Visto isto, organizmo-los segundo uma

    lgica que corresponde ao perodo de construo, escala, forma e programa, tendo

    em considerao o respetivo contexto urbano.

    O primeiro caso de estudo o Barbican Estate, um quarteiro, onde se percebe a

    transio da escala urbana para a escala do edifcio. Surge da destruio de uma

    zona que, mais tarde, necessitou de realojamento, o que consequentemente conduziu

    ao desenho de um grande conjunto residencial, que inclui programas culturais,

    educativos, servios, comrcio, entre outros.O segundo caso, baseia-se no estudo de

    Steven Holl, em continuidade com o de Joseph Fenton, sobre edifcios hbridos do sc.

    XXI, juntamente com a criao do seu conceito de porosidade urbana. Escolhemos um

    projeto seu, de 2009, situado em Pequim. um complexo que veio a influenciar

    profundamente o local, tanto a nvel morfolgico como social. Assim como o primeiro

    caso, so ambos projetos de grandes dimenses e com grande influncia nas

    respetivas cidades. Em comparao, no terceiro caso de estudo, estudmos um

    projeto de Herzog & de Meuron, de 2007. A sua construo relativamente anterior ao

    projeto de Holl, e a sua escala de menor dimenso. Mas, com esta anlise, o que

    pretendemos evidenciar o contraste entre a torre hbrida abordada no primeiro

    captulo, com a criao de espao pblico, assim como a sua adaptao a um

    programa pr-existente totalmente distinto, um estdio de futebol.

    No terceiro captulo apresentamos o projeto do 5 ano do curso, segundo o tema

    desenvolvido na dissertao. Trata-se de um conjunto hbrido localizado em Valncia,

    composto por habitao intergeracional, um centro multiusos de bairro e espao

    pblico. A habitao o elemento predominante, mas a hibridez est no centro

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    multiusos de bairro e na sua relao com o espao pblico. este que disponibiliza

    inmeras atividades aos moradores e pessoas externas ao edifcio e que revitaliza a

    envolvente.

    O edifcio hbrido, de um modo geral, de carter urbano, pelo que procura solucionar

    questes no apenas a nvel interno, como tambm questes da envolvente. O seu

    contributo, no valoriza apenas o interior, mas sim, pelo menos, a envolvente mais

    prxima, em diversos aspetos. Deste modo, em todas os casos procuramos

    compreender, primeiro,como se desenvolve o edifcio hbrido? - enquanto elemento

    independente; segundo - como que o edifcio hbrido transforma o espao urbano?

    enquanto elemento pertencente cidade. Partindo do trabalho desenvolvido na

    disciplina Projeto III, ao longo do ltimo ano do curso, a presente dissertaodesenvolve uma pesquisa sobre edifcios hbridos e o seu impacto no sistema urbano.

    O estudo visa compreender primeiramente, o modo como funciona um edifcio

    multifuncional hbrido, e como este pode contribuir para a dinamizao e revitalizao

    do sistema urbano, atravs da juno de programas distintos numa mesma estrutura.

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    2. CONCEITO E CARATERSTICAS DO HBRIDO

    Im interested in the moment when two objects collide and generate a third. The third

    object is where the interesting work is.5

    (Mau apud Monteiro, 2006, p. 20).

    A interceo de elementos opostos, diferentes ou divergentes, gera um resultado que

    no se assemelha a nada que j existe. algo inesperado que, por vezes, perturba

    mas, tambm surpreende.

    A palavra Hbrido6, no seu significado mais simples, traduz-se como sendo um

    resultado da interceo de antecedentes distintos. De um ponto de vista cientfico,

    surge do cruzamento entre espcies de naturezas diferentes. considerado um

    adjetivo, uma caraterstica, ao invs de um ato. A ao que gera o procedente hbrido

    designa-se por hibridizao (Fenton, 1985, p. 4).

    Enquanto conceito gentico, remete-nos para os estudos de Aristteles7 (384-322

    a.C.) sobre a origem e cruzamento de espcies animais e vegetais (Fenton, 1985, p.

    4). um confronto entre caratersticas diversas que gera uma soluo hbrida, distinta

    dos seus antecedentes. Nos seus estudos de biologia e zoologia, identificou a girafa

    como sendo uma espcie hbrida, proveniente do camelo com o leopardo. Este

    sistema de gentica tambm pode ser aplicado em plantas. Contudo, as primeirasexperincias de hibridizao foram apenas aprofundadas nos finais do sc. XVIII,

    incios do sc. XIX. Klreuter8, um botnico alemo, desenvolveu diversos testes

    relacionados com a reproduo de plantas de espcies diferentes. Atravs de vrios

    estudos, concluiu uma teoria designada por Heterosis, em que o cruzamento de

    espcies animais ou de plantas deveria ser realizado no intuito de criar novas espcies

    mais fortes e que contribuam para o crescimento e desenvolvimento da humanidade,

    ainda mais que os seus antecedentes. Mas foi Gregor Mendel9, um dos grandes

    5Eu estou interessado no momento em que dois objetos colidem e geram um terceiro. No terceiro objeto onde est o trabalho mais interessante. (Traduo nossa)6Hbrido, adj. Proveniente do cruzamento de espcies diferentes; composto de elementos diferentes.(Francisco Torrinha com atualizao de F. Patrcio Lemos, Dicionrio Escolar da Lngua Portuguesa,pg.326).7Aristteles foi um filsofo grego discpulo de Plato, nascido em 384 a.c. Desenvolveu diversos estudossobre Fsica, Metafsica, Zoologia, Biologia, Lgica, Retrica, Poesia, entre outros.8Klreuter foi um botnico famoso do sc. XVIII, natural de Karlsruhe, Alemanha. Conhecido como umpioneiro da hibridizao na espcie vegetal, flora.9Gregor Mendel foi um monge, botnico e meteorologista nascido a 22 de Julho de 1822, na ustria. um dos nomes mais importantes e influentes do mundo da gentica. Desenvolveu algumas leis da

    hereditariedade entre elas a Lei da Segregao, Lei da Uniformidade e Lei da Recombinao de Genes.No conjunto, so conhecidas como as Leis de Mendel.

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    pioneiros da gentica do sc. XIX, que atravs de experimentaes em plantas,

    desenvolveu a teoria da hereditariedade. Cruzou espcies naturais com caratersticas

    diferentes, em tamanho e cor, e constatou a ocorrncia de traos alternativos no

    produto hbrido final. Concluiu assim, que o produto final foi originado pela parceria deunidades hereditrias, aquilo a que designamos de genes, as caratersticas dos

    antecedentes (Fenton, 1984, p. 4). E portanto, em termos genticos, hbrido o termo

    utilizado para a descendncia do cruzamento de plantas e animais de espcies ou

    sub-espcies distintas. O Zonkey10, o Liger11e a Cama12, por exemplo, so casos de

    resultados hbridos no cruzamento de animais de espcies distintas (Monteiro, 2006,

    p. 20).

    Ilustrao 1Zonkeyno Colchester Zoo, Inglaterra, Dcgi (A-Z Animals, 2012)

    Assim como o hbrido se reflete na espcie animal, tambm se traduz noutras reas.

    Os automveis hbridos divergem dos normais, por possurem um motor de combusto

    e um motor eltrico, combinados num terceiro tipo de automvel. Resulta num carro

    eltrico que se alimenta da energia produzida na queima de combustvel, com o

    objetivo de reduzir a poluio.

    Por exemplo, o canivete pode considerar-se um objeto simples enquanto faca

    desdobrvel. No entanto, o canivete suo, para alm da faca desdobrvel, inclui

    tesoura, saca-rolhas, lima, entre outros elementos que o tornam multifuncional. Aquilo

    que seria um simples objeto, com outras funes agregadas, tornou-se mais

    10Zonkey o resultado do cruzamento da zebra com cavalos, burros ou pneis Shetland. 11Liger o resultado do cruzamento do leo com o tigre fmea. 12

    Cama resultado do cruzamento do camelo com a lama. Foi uma experincia produzida porinseminao artificial, num laboratrio do Dubai em 1998.

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    interessante e til (Monteiro, 2006, p. 20). Em arquitetura, podemos referir que a

    juno de funes pode ser til, mas em contrapartida, complexa.

    2.1. OHBRIDO NA ARQUITETURA

    Certamente o edifcio hbrido no foi concebido a partir dos conceitos de Klreuter ou

    Mendel, mas a sua essncia pode, de certa maneira, ser justificada segundo esses

    estudos genticos, mas numa atuao arquitetnica. Isto , aquilo que designamos

    por antecedentes ou genes diferentes, associamos s funes, os programas,

    diferentes que, quando cruzados e confrontados numa nica estrutura, geram um

    edifcio ou complexo hbrido (Fenton, 1985, p. 6). Resulta num elemento arquitetnico

    diferente de qualquer edifcio singular13

    . Segundo Pedro Corteso Monteiro Apossibilidade do objeto hbrido pressupe a existncia do seu contrrio (o objeto

    puro?). E o objecto puro ser o qu? Admitamos que aquele que desempenha

    estritamente a sua funo original. (Monteiro, 2006, p. 20). O objeto puro aquele

    que no remete a outro, que se esgota em si prprio. O que no quer dizer que no

    seja complexo. Um edifcio de programa nico, singular, no se desenvolve para alm

    daquilo que , pois desempenha apenas a sua funo original (Monteiro, 2006, p. 20).

    J o hbrido, ao cruzar os distintos programas, gera um terceiro conceito de edifcio,

    distinto de qualquer outro tipo. As suas dinmicas espaciais so diferentes dossingulares, principalmente na vivncia do espao.

    Em arquitetura, podemos designar de hbrida aquela que se traduz em edifcios que

    comportam diversos programas distintos. Possui uma multiplicidade de programas

    coletivos e privados e essencialmente de carter urbano, pois procura resolver

    questes no apenas escala do edifcio mas tambm escala da cidade (Mozas,

    2011, p. 44). Sujeita-se assim, a novas relaes com o sistema urbano onde se insere,

    funcionando como um elemento de transio, em que a prpria arquitetura atua comoferramenta do urbanismo e o urbanismo intervm na arquitetura, permitindo aos

    usurios, uma nova utilizao do espao pblico. Relaciona os vrios programas tanto

    no interior, como do interior para o exterior, isto , interliga-os no contexto de um

    edifcio e, por outro lado, pretende adapt-los e configur-los ao sistema urbano. E,

    portanto, o hbrido traduz-se em edifcios, complexos e at mesmo em quarteires,

    grandes estruturas (Mozas, 2011, p. 28).

    13Edifcio singular aquele que est predestinado a um nico uso.

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    O edifcio para se tornar hbrido, assim como na gentica, resulta de um processo de

    hibridizao. Isto num sentido totalmente conceptual, pois no um processo fsico.

    Hibridization would be a general consequence in seeking a new unity of dissociated

    elements in architecture. 14

    (Steven Holl Architects, 2003, p. 2). Resulta na busca deuma nova unidade de elementos dissociados na arquitetura, rompendo com as

    barreiras do zonamento racionale proporcionando um novo dinamismo e vitalidade s

    cidades. Os elementos dissociados correspondem aos diversos usos e programas

    arquitetnicos e, portanto, a hibridizao o processo de cruzamento e interao

    desses distintos programas arquitetnicos, originando um edifcio ou complexo,

    distinto de qualquer edifcio singular.

    Os diferentes programas, conjugados no mesmo edifcio, geram assim um confrontoentre espaos de carter pblico e privado, umas das principais caratersticas do

    hbrido. isto que confere dinmica espacial e vivncia do espao durante muito mais

    tempo. O contraste entre o espao pblico e privado, numa mesma estrutura, faz com

    que o hbrido seja um edifcio permevel, no sentido em que o espao privado quase

    invadido pelo espao pblico, visto que os dois se cruzam. Essa permeabilidade faz

    com que o hbrido se torne uma espcie de edifcio full-time15, em que o uso dos seus

    servios / programas frequentado 24 horas por dia (Mozas, 2011, p. 42).

    um edifcio que estimula as relaes sociais, mais do que qualquer outro tipo de

    edifcio no permite. La importancia que se otorgaba a la vida pblica ser un

    ciudadano se simboliza fsica y espiritualmente en los plurifuncionales. 16(Zeidler,

    1985, p. 11).

    Apesar de, ao longo da histria, tomarmos conhecimento de combinaes de funes,

    como por exemplo, a casa sobre a loja ou oficina, o edifcio hbrido apenas ganhou

    destaque a partir dos finais do sc. XIX, incios do sc. XX (Fenton, 1985, p. 5). A

    estratgia mais frequente era a do edifcio de uso misto, ou seja, da dualidade de

    funes num nico edifcio. No entanto, o hbrido exige uma complexidade superior,

    algo que vai para alm da simplicidade de um edifcio, tanto a nvel funcional como

    14 A hibridizao seria uma consequncia geral na busca de uma nova unidade de elementos

    dissociados na arquitetura.(Traduo nossa)15Full-time, em portugus significa a tempo inteiro (Traduo nossa).16

    A importncia que se dava vida pblica ser um cidado caraterizada fsica e espiritualmentenos edifcios multifuncionais. (Traduo nossa)

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    formal. Possui mais de dois programas, distinguindo-se do edifcio misto17. Em ambos

    se presencia um confronto direto programtico na mesma estrutura, que por sua vez,

    visivelmente mais complexo no edifcio hbrido. No entanto, o edifcio misto

    caraterizado por aquele que possui habitao e comrcio, gnero que segundo Fentonj vem desde o perodo medieval (Fenton, 1985, p. 5) e que se mantm at aos dias

    de hoje, sendo muito comum nos centros urbanos.

    Desde sempre, o termo hbridotem sido utilizado de um modo banalizado, apenas

    como adjetivo. S nos anos 80 que se tornou efetivo como conceito na arquitetura.

    At ao estudo de 1985, feito por Joseph Fenton em Hybrid Buildings18o termo ainda

    no tinha sido catalogado (Fenton, 1985, p. 5), e este tipo de edifcio era apenas

    referido como edifcio de mistura de usos19

    ou multifuncional. Esta estratgia aplica-se aos edifcios que agregam diferentes programas, funes, usos, no mesmo edifcio.

    E por isso, entender o hbrido, como um organismo multifuncional que est preparado

    para comportar [] tanto las actividades previstas, como las imprevistas de una

    ciudad.20(Mozas, 2011, p. 44). Estimula as atividades urbanas e relaciona-as entre si.

    Mas para esclarecer de antemo, o edifcio hbrido um edifcio multifuncional, mas

    nem sempre o edifcio multifuncional hbrido. Isto, porque Fenton distingue os

    edifcios hbridos dos outros edifcios multifuncionais comuns, pela forma e escala. A

    escala est relacionada com a dimenso do terreno e limitada pela malha urbana,enquanto a forma, definida pelas capacidades das inovaes tecnolgicas

    estruturais do sc. XIX (Fenton, 1985, p. 5).

    J Steven Holl21 refere na mesma publicao22, que o hbrido distinto das mega-

    estruturas que no se enquadram na malha urbana, pois o hbrido desenvolve-se

    numa adaptao ao tecido urbano (Holl, 1984, p. 3). Mas tambm podem existir mega-

    estrutura hbridas (Mozas, 2011, p. 44), desde que se enquadrem e contribuam para o

    sistema urbano. O hbrido pode ir desde o edifcio ao complexo, mega-estrutura. tanto

    17Edifcios mistos so aqueles que possuem habitao e comrcio. uma expresso maioritariamenteutilizada em Portugal.18Hybrid Buildings um captulo da coletnea Pamphlet Architecture 11-20. Trata-se de um estudo feito,por Joseph Fenton, nos anos 80, sobre edifcios hbridos. J a coletnea da autoria de Steven Holl eWilliam Stout.19Mixed-Use building uma expresso inglesa frequentemente utilizada para edifcios multifuncionais.20[] tanto as necessidades previstas, como as imprevistas de uma cidade. (Traduo nossa) 21Steven Holl um arquiteto americano nascido em Bremerton, Washington em 1947. Formou-se pelaUniversidade de Washington, e em 1970 prosseguiu com os seus estudos em Roma. Em 1976 abriu asua prpria firma em Nova Iorque. Atualmente, para alm de arquiteto, tambm leciona em Universidades

    de renome e autor de diversos estudos e obras literrias.22Hybrid Buildings.

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    el edifcio relativamente pequeo como el complejo que alcanza casi las dimensiones

    de un barrio pueden considerar-se construcciones plurifuncionales. (Zeidler, 1985, p.

    9).

    Em contrapartida, o edifcio Seaside Hybrid23 de Steven Holl, funciona com algumas

    contradies em relao ao hbrido, na perspetiva de Fenton. Ao contrrio dos hbridos

    descritos por Fenton, este edifcio no se enquadra no meio urbano, mas sim numa

    zona costeira, o que no deixa de ser contraditrio. Contudo, comporta diversos

    programas, desde a habitao, ao comrcio e escritrios.

    Ilustrao 2 Seaside Hybrid, Steven Holl (Steven HollArchitects, 2012)

    Ilustrao 3 - Seaside Hybrid, Steven Holl (Steven Holl Architects,2012)

    Por sua vez, Eberhard Zeidler24 possui uma perspetiva sobre os edifcios

    multifuncionais em geral, no apenas o hbrido. Defende, ao contrrio dos

    Modernistas, que a cidade carece de edifcios que conjuguem diferentes funes, para

    que o espao no perca o dinamismo. Nuestra labor consiste en volver a reagrupar

    estos fragmentos dispersos para que sus formas y funciones se complementen

    mutuamente e devuelvan el plpito vital a las ciudades.25(Zeidler, 1985, p. 97).

    Portanto, os princpios do edifcio multifuncional comum e o Hbrido, so semelhantes.

    Contudo, a definio de edifcio hbrido ainda no uma ideia cem por cento estvel,

    pois ainda existem diferentes opinies sobre a sua definio, embora algumas delas

    tenham concluses em comum.

    23 Edifcio construdo entre 1984 e 1988, na Flrida. Comeou um ano antes da publicao HybridBuildings, de Joseph Fenton.24 Eberhard Zeidler um arquiteto nascido em 1926 no Canad. Formou-se na Universidade deBaushaus em Weimar, Alemanha, e posteriormente, na Universidade Tcnica de Karlsruhe. A maioria dosseus projetos localizam-se no Canad.25

    O nosso trabalho consiste em voltar a agrupar estes fragmentos dispersos para que as suas formas efunes se complementem mutuamente e devolvam o palpito vital s cidades. (Traduo nossa)

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    Robert Venturi26tem uma verso mais singela do modo de entender o edifcio hbrido.

    Ele encara grande parte dos seus projetos como sendo hbridos, pela capacidade que

    tm de comportar diferentes funes, como por exemplo, o projeto da fonte da

    Fairmount Park Commision27

    , em Philadelphia, que se revela como arquitetura eescultura. Ou a National Football Hall of Fame28, que contrata arquitetura e publicidade

    numa mesma estrutura. So duas funes para um nico elemento (Brown, Venturi,

    1971, p. 87). Embora este ltimo inclua na sua estrutura uma biblioteca, servios

    administrativos e de investigao, restaurantes, bares e espaos para exposies e

    outros eventos.

    Ilustrao 4 - National Fame, vista interior dohall ([adaptado a partir de] Pion, 1984, p. 45)

    Ilustrao 5 - National Collegiate Football Hall of Fame 1967, Maqueta (Pion,

    1984, p.46)

    Mas Venturi define-o como hbrido apenas pelas suas duas funes principais:

    arquitetura e publicidade (Brown, Venturi, 1971, p. 87). Ele carateriza a expresso

    hbrido como um adjetivo. E no fundo um adjetivo, um conceito, ao invs de uma

    tipologia.

    A avaliao de Fenton fundamentada com base nas estratgias das cidades

    americanas. Steven Holl29, em continuao ao estudo de Fenton, aplica algumas

    ideias nos seus projetos hbridos do sc. XXI, em cidades de grande densidadeurbana. Por outro lado, Javier Mozas e Aurora Fernndez Per, analisam algumas

    26 Robert Venturi um arquiteto norte-americano, nascido em 1925. Formou-se na Universidade dePrinceton e em 1991 venceu o prestigiado prmio de arquitetura, Pritzker Prize. Em 1967 fundou aempresa Venturi, Scott Brown and Associates, juntamente com a sua esposa Denise Scott Brown e JohnRauch.27Projeto para um concurso de 1964.28Projeto para um concurso de 1967.29Steven Holl um arquiteto norte-americano nascido em Bremerton, Washington em 1947. Formou-sepela Universidade de Washington, embora tenha realizado diversos estudos posteriormente. Em 1976abriu a sua prpria firma em Nova Iorque, Steven Holl Architects. Para alm da funo de arquiteto,

    tambm leciona em Universidades de renome e autor de diversos estudos e obras literrias. vencedorde prestigiados prmios incluindo o AIA Gold Medal em 2012, e o Alvar Aalto Medal em 1998.

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    ideias de Fenton, aplicando-as em exemplos de cidades no apenas americanas, mas

    tambm europeias e asiticas. Mozas avalia o hbrido da perspetiva de Fenton, como

    um hbrido metropolitano(Mozas, 2011, p. 13).

    As ideias dos autores, em parte, so divergentes e contraditrias, mas as causas do

    surgimento do hbrido e a razo pelo qual ele aderido, so similares. As principais

    causas e problemas urbanos, que se pretendem solucionar com um hbrido so, a falta

    de espao (Fenton, 1985, p. 5), a falta de alojamento, zonas inutilizadas ou destrudas,

    escassez de equipamentos na zona e especulao de solo. O hbrido uma soluo

    possvel para resolver grande parte destes casos. No entanto, dependendo do perodo

    da histria, as necessidades so diferentes. As cidades com falta de alojamento, ao

    longo do sc. XX eram aquelas que foram destrudas pela guerra, ou ento atingidaspor um forte xodo rural e deslocao para os centros urbanos. Este ltimo exemplo

    o mais frequente nos dias de hoje, nomeadamente nas grandes metrpoles asiticas.

    Em parte, sobre as grandes cidades do sc. XXI, que Steven Holl desenvolve uma

    teoria sobre edifcios hbridos. Mais propriamente nas grandes metrpoles, que

    atualmente se localizam na China, entre outros pases economicamente emergentes.

    Perante um desenvolvimento urbano muito denso, com escassez de espao, como

    frequente nestas grandes metrpoles, os hbridos passam a desempenhar um papel

    importante na cidade. Propondo algumas solues, Holl refere que o hbrido do sc.

    XXI um potencial gerador de espao pblico, um elemento fulcral para o meio

    urbano, para alm da justaposio programtica e dinmicas de seco, a utilizao

    de sistemas sustentveis e a capacidade de juno as trs atividades essenciais

    living/working/recreating and cultural30(Holl, 2011, p. 8).

    Uma das principais vantagens a gesto e economia de recursos. Atravs do seu

    principal conceito, a relao de diversos programas no mesmo edifcio, consegue

    reduzir deslocao, tempo e em alguns casos, custos, para alm de recrutar recursos

    de partes do projeto, com a finalidade de apoiar outras partes.

    Consideramos que, partindo de uma mesma origem, existem diferentes verses para

    os hbridos, compreendidas entre finais do sc. XIX, os do sc. XX e sc. XXI, sendo

    que a arquitetura hbrida adapte-se ao longo dos tempos consoante as necessidades e

    evoluo da sociedade (Fenton, 1985, p. 41). A sua insero no meio urbano surgiu

    30habitao/trabalho/recreao e cultural (Traduo nossa)

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    pela escassez de espao e pela falta de alojamento e/ou equipamentos na zona.

    Posteriormente, com a alterao dos sistemas urbanos, geraram-se outras

    preocupaes, entre elas, a criao de espao pblico qualificado.

    2.1.1. OQUE NO UM HBRIDO

    Tendo em conta os aspetos mencionados anteriormente sobre o hbrido, camos em

    tentao de atribuir este conceito a inmeros tipos de edifcios. No entanto, existem

    contradies que estabelecem a diferena entre o que , ou no, um hbrido.

    Segundo Javier Mozas, os centros comerciais no so considerados hbridos. certo

    que, cada vez mais, se tende a adicionar outras atividades s grandes superfcies

    comerciais. Essencialmente, so atividades de lazer e escritrios, que servem de

    apoio atividade comercial (Mozas, 2011, p. 38). Podem ser considerados multi-usos

    mas esto fora dos centros urbanos e no se inserem na malha urbana.

    Fenton refere que os hbridos so uma resposta presso urbana, da especulao e

    do elevado preo do solo (Fenton, 1985, p. 5). Logo, a primeira razo para os centros

    comerciais se distanciarem dos centros urbanos, fugir a essa tenso. Mesmo

    permitindo economizar espao e tempo populao, fazem-no por uma questo

    econmica e no pela valorizao do espao pblico urbano. Atualmente, e desde a

    sua existncia, as grandes superfcies comerciais, tm vindo a prejudicar os pequenos

    comrcios de rua, estabelecidos nos centros urbanos. Aqui, a atividade comercial,

    quando conjugada com outros usos, serve de apoio, e d dinamismo cidade e gera

    valor econmico. Quando se distancia de outros usos, o contributo passa a ser para

    ele31prprio, que o que acontece nos centros comerciais isolados.

    [] all32la ausncia de este sistema de transporte va en perjuicio de los comrcios delcentro en contraposicin a los centros comerciales, hecho muy de lamentar, puesambos estn en la misma ciudad, aun cuando los ltimos no colaboran en absoluto amantenerla saludable.33(Zeidler, 1985, p. 113)

    31Ele refere-se ao centro comercial.32all, em portugus al, o autor refere-se s pequenas cidades americanas com falta de sistemas detransporte pblico.33 al, a ausncia de este transporte, prejudica os comrcios do centro em contraposio aos centros

    comerciais, o que lamentvel, j que ambos esto na mesma cidade, e os ltimos no contribuem emnada para mant-la saudvel. (Traduo nossa)

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    Marta Saraiva Resina da Cunha 34

    O arquiteto John Portman34, de John Portman e Associates, atua essencialmente em

    projetos multifuncionais, com intuito especulativo, em que a empresa de arquitetura

    desempenha um papel de promotora imobiliria (Mozas, 2011, p. 40).Geralmente os

    seus projetos possuem como base programas de hotis, centros comerciais, comapoio de equipamentos culturais, entre outros. Os edifcios funcionam, principalmente

    com fins especulativos, ao invs de pretenderem criar relaes com o sistema urbano,

    gerar dinmica espacial, entre outros contributos do hbrido.

    2.2. HISTRIA E INFLUNCIAS

    A origem do hbrido remonta a finais do sc. XIX, por volta de 1880. No entanto, o

    confronto entre mltiplas funes num nico edifcio, tem sido uma estratgiarecorrente ao longo da histria, desde as termas romanas, casa sobre a loja, a

    conjugao de diferentes atividades sempre esteve patente (Fenton, 1985, p. 5). As

    termas, para alm de serem espaos de lazer, com fins mdicos e teraputicos,

    tambm eram local de reunies e debates. As suas plantas geralmente eram

    simtricas e, por vezes, incluam bibliotecas, auditrios, ginsios, teatros e

    restaurantes. Numa nica estrutura, distribuem-se diversas atividades, tornando-se

    num local dinmico (Zeidler, 1985, p. 10).

    Remetemos tambm cidade medieval, um exemplo de densidade e desorganizao

    urbana, onde todos os edifcios se concentravam sob o limite de uma muralha que,

    para alm de ser um elemento de defesa, comportava funes destinadas aos

    respetivos habitantes. Entre a muralha desenvolvia-se toda a cidade e, com a

    escassez de espao, o ambiente tornava-se demasiado denso, pois tudo acontecia ali.

    As ruas eram locais de comrcio, tanto no meio das mesmas como includos nos

    edifcios, que consequentemente concentravam reas de trabalho e habitao, exceto

    as funes de carter religioso ou civil, que estavam destinadas a edifciosespecficos. O comrcio distribua-se no piso trreo, enquanto a habitao se geria

    nos pisos superiores (Zeidler, 1985, p. 11).

    Por outro lado, com a escassez de espao, alguns habitantes viram-se obrigados a

    transferir a habitao para fora da muralha. As principais funes quotidianas

    (habitao, trabalho e lazer) comearam a se segregar, originaram-se zonas

    34John Portman um arquiteto e promotor imobilirio americano.

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    Marta Saraiva Resina da Cunha 35

    suburbanas, onde havia atividade para alm dos centros das cidades (Zeidler, 1985, p.

    11).

    Inclusive na Idade Mdia, manteve-se esta estratgia de casa sobre a loja35, apesar

    de nem sempre o trabalhador habitar na casa sobreposta sua loja. A falta de espao

    e, a sua adaptao, feita de forma ocasional, originou casos de certa maneira

    caricatos, como a casa sobre a ponte36. A ponte Vecchio em Florena, Itlia,

    organiza habitaes sobre comrcio que por sua vez, se apoiam numa ponte

    estruturante da cidade. Esta obra de Taddeo Gaddi, foi reconstruda em 1345, aps as

    cheias de 1333. Cr-se que j existia desde a poca romana, numa verso construda

    em madeira. Em 1442, as autoridades ordenaram a transferncia dos aougueiros

    para os espaos comerciais sobre a ponte, com vista em preservar a imagem dacidade. Para alm de evitarem condensar demasiado comrcio cerca de palcios e de

    zonas residenciais do centro. Deste modo, a ponte tornou-se um local para mercado

    de carne, entre outros negcios. No seu interior, para alm de se realizarem trocas

    comerciais, tambm existiam habitaes, e, para alm do mais, a ponte, por si s,

    servia de acesso cidade. S por isto, podemos destacar a multifuncionalidade da

    construo.

    A hibridez j estava, de certo modo, patente na vivncia do edifcio. A concentrao de

    diferentes funes na mesma estrutura, no entanto, no gera edifcios que

    35

    The house over the store [] (Fenton, 1985, p. 5)36[] the apartment above the bridge [] (Fenton, 1985, p. 5)

    Ilustrao 6 - Gravura de um cenriourbano de uma cidade inglesa no sc. XIV(Zeidler, 1985, p. 97)

    Ilustrao 7- Ponte Vecchio, Florena, 1345 (Fenton, 1985, p. 5)

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    correspondam exatamente aos parmetros anteriormente estipulados37. Trata-se de

    edifcios multifuncionais, no hbridos. Os edifcios hbridos, da anlise de Fenton,

    ainda no estavam ao alcance das cidades medievais tanto a nvel morfolgico, como

    tecnolgico. A influncia est na capacidade de misturar as funes no mesmoedifcio, em funo das necessidades da poca. Nas cidades medievais, a estratgia

    mais utilizada, era o uso misto.

    2.2.1. CIDADE AMERICANA38VERSUSCIDADE EUROPEIA

    Em meados do sc. XIX, com a Revoluo Industrial, a sociedade sofreu uma

    mudana drstica do ponto de vista social, econmico e tecnolgico.

    Consequentemente, as cidades obtiveram transformaes significativas, devido deslocao de populao rural para o meio urbano, um fator importantssimo no

    desenvolvimento da cidade europeia e que, posteriormente se traduziu na cidade

    americana.

    O avano tecnolgico, a melhoria dos meios de transporte, propositaram um sbito

    aumento de ncleos industriais, onde foram atribudos novos postos de trabalho, o que

    levou a um repentino aumento demogrfico nos ncleos urbanos (Zeidler, 1985, p. 12).

    Nos finais do sc. XIX, a Amrica do Norte e a Europa deparavam-se com os mesmos

    problemas consequentes da Revoluo Industrial, pobreza, delinquncia, falta de

    higiene e salubridade. O tecido urbano crescia sob resposta aos problemas da

    Revoluo Industrial e, por isso, as condies das cidades tornavam-se cada vez mais

    degradantes.

    As primeiras tentativas para corrigir os males da cidade industrial polarizaram-se emdois casos extremos: ou se defendia a necessidade de recomear do principio,contrapondo cidade existente novas formas de convivncia ditada exclusivamente

    pela teoria, ou se procurava resolver os problemas singulares e remediar osinconvenientes isoladamente, sem ter em conta as suas conexes e sem uma visoglobal do novo organismo citadino. (Benevolo, 1987b, p.9)

    A revoluo industrial promoveu alteraes na configurao da cidade, nos problemas

    de mobilidade, escassez de habitao e problemas de colocao de equipamentos.

    Por outro lado, procuravam aproximar as zonas residenciais das laborais, e qualquer

    37P.27.38

    Sempre que mencionamos a cidade americana, referimo-nos s cidades dos Estados Unidos daAmrica.

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    Marta Saraiva Resina da Cunha 37

    uma delas perdia qualidade, quando tudo se encontrava condensado (Zeidler, 1985, p.

    12).

    Como tal, era necessrio criar um novo modelo de cidade ideal. Foi ento que atuaram

    algumas ideias por parte de utopistas, no intuito de criar uma comunidade, fora dos

    parmetros urbanos, do caos. Aquela que se isolasse no meio do espao natural e

    que se distanciasse de uma cidade industrializada dominada por conflitos sociais. Era

    necessrio mais alojamento, e atravs de ideologias socialistas, comeou-se a

    idealizar pequenos ncleos fora dos centros urbanos, afastados do caos da cidade.

    Charles Fourier39 encarava este sistema como um caminho dirigido a uma teoria de

    coletividade entre a vida e a propriedade - existiria uma maior proximidade entre a

    casa e o trabalho. Os trabalhadores deslocar-se-iam para a periferia, para habitar em

    phalanges40de 1620 pessoas, situadas perto das fbricas. De modo a tentar resolver

    os supostos problemas da sociedade, Fourier projetou o edifcio designado de

    Falanstrio. Aquilo que seria um ncleo habitacional destinado a operrios, e

    respetiva famlia, situado perto da zona industrial, das fbricas onde os mesmos

    trabalhavam. O prprio edifcio em si tinha um carter auto-suficiente sendo que

    dispunha de espaos comuns partilhados e reas de apoio residencial, introduzidas

    nesse mesmo edifcio. Por outro lado, as reas de servios geravam empregos aos

    moradores, visto que eram os mesmos que se ocupavam dessas funes. Este facto,

    conferia assim uma auto-suficincia e gerava uma pequena comunidade,

    independente da sociedade exterior, dentro de um nico edifcio.

    Ilustrao 8- Falanstrio de Charles Fourier, sc.XIX (Curtis, 1987, p. 121)

    39Charles Fourier nasceu em 1772 em Besanon, Frana. Foi um filsofo e economista que obteve umpapel importante nas teorias do socialismo utpico do sc. XIX. Tais pensamentos levaram-no a

    desenvolver o Falanstrio.40Local residido por um nmero de indivduos unidos em comunidade.

    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6d/Phalanst%C3%A8re.jpg
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    Para Fourier, o Falanstrio deveria ser sustentado por ao voluntria dos seus

    habitantes e no deveria suportar mais de mil e seiscentas pessoas. Cada habitante

    deveria escolher um trabalho associado ao falanstrio, e em troca do trabalho

    efetuado recebia comida, alojamento e vesturio (Benevolo, 1987b, p. 68). Oshabitantes prestavam favores mutuamente, como um servio comunidade

    Do ponto de vista da auto-suficincia e independncia do edifcio, esta obra seria o

    incio de uma transformao social. A filosofia do Falanstrio foi uma grande influncia

    para o Movimento Moderno do sc. XX, nomeadamente em projetos de habitao

    social. Assim como, para o CIAM41na perspetiva da criao de cidades funcionais,

    cuja estratgia urbana, contrariava a juno de funes e edifcios multifuncionais

    (Zeidler, 1985, p. 13). No entanto, este sistema no teve grande sucesso na Europa,sendo mais utilizado na Amrica, salvo a exceo do Familistrio42 de Godin43, que

    ainda se manteve at aos anos 60.

    Perante a revolta social em reao s consequncias da cidade industrial, Inglaterra e

    Frana puseram em prtica uma reforma geral em algumas cidades, ao contrapondo

    as teorias utpicas e dos ideais socialistas.As funes comearam a segregar-se por

    zonas especficas para cada funo, como o caso da cidade jardim de Ebenezer

    Howard44, onde as zonas comerciais e administrativas localizavam-se no centro da

    cidade, a zona industrial ao redor desta e, em redor, a cidade agrcola. No centro, a

    superfcie residencial deveria ser equivalente aos espaos livres, na zona industrial, o

    dobro, e na agrcola, o triplo(Zeidler, 1985, p. 14).

    No plano de renovao de Paris, realizado por Haussmann45, entre 1853 e 1870,

    foram criadas novas condies de higiene e de trabalho (Benevolo, 1987b, p. 103).

    Mas o mais importante a focar o seu sistema morfolgico e o respetivo modo como

    se estruturavam os quarteires e se cruzavam os diversos usos da cidade,

    consequncias da escassez de espao. Foram projetados quarteires em que o piso

    trreo se destinava a comrcio, teatros, restaurantes, cafs entre outros. Sobre este,

    41O CIAM I (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) foi um evento de arquitetura, iniciado em1928 na Sua, onde foram debatidos aspetos de nvel esttico, social, econmico e artstico, desde aescala da cidade escala do edifcio. Foi fundamental para o desenvolvimento da arquitetura da primeirametade do sc. XX. No total foram realizados dez congressos, at 1956.42O Familistrio um edifcio baseado na mesma estratgia do Falanstrio. Foi construdo em Guise,Frana.43Jean- Baptiste Andr Godin foi um utpico do sc. XIX, discpulo de Fourier.44Ebenezer Howard foi um urbanista ingls nascido em Londres em 1850.45

    Georges Eugne Haussmann foi um urbanista francs nascido em 1908, e o autor da restruturao ereconstruo da cidade de Paris.

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    Marta Saraiva Resina da Cunha 39

    criou quatro a cinco pisos de ha