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5/27/2018 Monografia A Lei de Mois s com Instrumento da Alian a.pdf
SEM INRIO PRESBI TERIANO BRASIL CENTRAL
MONOGRAFIA
A LEI DE MOISS COMO INSTRUMENTO DA
AL IANA:
Numa Perspectiva Paulina em Glatas.
5/27/2018 Monografia A Lei de Mois s com Instrumento da Alian a.pdf
Francisco de Assis Arajo Ribeiro
Goinia / novembro de 1998
SEM INRIO PRESBI TERIANO BRASIL CENTRAL
MONOGRAFIA
A LEI DE MOISS COMO INSTRUMENTO DA
AL IANA:
Numa Perspectiva Paulina em Glatas
Monografia com o tema: A Lei de Moiss como
Instrumento da Aliana, em cumprimento da exigncia do
Seminrio Presbiteriano Brasil Central, com vistas Colao
de Grau, do curso de Bacharel em Teologia.
5/27/2018 Monografia A Lei de Mois s com Instrumento da Alian a.pdf
Francisco de Assis Arajo Ribeiro
Goinia / novembro de 1998
SEM INRIO PRESBI TERIANO BRASIL CENTRAL
FOLHA DE APROVAO
Or ientador: Reverendo Jer Corra Batista
Aval iao:
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Rev. Jer Corra Batista
AGRADECIMENTO
Agradeo a Deus pelo milagre da salvao, do chamado ministerial
e concluso do curso. Agradeo ao meu irmo Antnio pelo amor e
a proteo de um pai, e aos demais familiares pelos constantes
incentivos. Quero agradecer de uma forma especial Igreja
Presbiteriana do Areo que sempre esteve comigo, sustentando-me
financeira e espiritualmente em orao; ao Presbitrio Centro
Amrica sustento financeiro; ao meu pastor e tutor, o Rev. Jeferson
Novaes da Silva, que de uma maneira especial olhou para meu
ministrio e me aconselhou no momento certo; ainda, ao Rev. Jer
Corra Batista, que no somente foi um mestre exemplar, como
tambm foi um grande amigo; e a todos aqueles que de maneira
direta e indiretamente contriburam para que eu chegasse at aqui.
Que Deus abenoe a todos. Amm!
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DEDICATRIA
Dedico esta monografia Junta Diaconal da
Igreja Presbiteriana do Areo, da qual eu fiz
parte por algum tempo. Lembrando que foi na
J.D.I.P.A., que eu aprendi as primeiras lies
de liderana. Que Deus abenoe a todos vs.
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SUMRIO
Pginas.
INTRODUO..................................................................................................................08
1. DEFINIO DE TERMOS........................................................................................111.1Lei em Paulo............................................................................................................11
1.1.1 Lei e Judasmo.............................................................................................131.2Aliana em Paulo.....................................................................................................19
1.2.1 A Aliana Pertence ao Povo de Israel..........................................................221.2.2 A Aliana como a Incontestvel Vontade de Deus......................................241.2.3 A Unidade da Aliana..................................................................................27
1.2.3.1A Unidade do Deus da Aliana com o Seu Povo...................................281.2.3.2A Aliana Torna Possvel a Unidade entre os Povos.............................30
2. DOUTRINA NA HISTRIA......................................................................................332.1Patrstica...................................................................................................................33
2.1.1 Irineu............................................................................................................342.1.2 Tertuliano.....................................................................................................352.1.3 Clemente de Alexandria...............................................................................352.1.4 Joo Crisstomo...........................................................................................36
2.1.5 Santo Agostinho...........................................................................................372.2Escolstica................................................................................................................382.3Reforma e Ps-Reforma...........................................................................................39
2.3.1 Marinho Lutero.............................................................................................392.3.2 Joo Calvino.................................................................................................402.3.3 Luteranismo Ortodoxo.................................................................................412.3.4 Rudolf Bultmann..........................................................................................422.3.5 Nova Perspectiva......................................................................................43
3. ANLISE TEOLGICA............................................................................................463.1Observaes Preliminares........................................................................................46
3.1.1 Os Oponentes...............................................................................................463.1.1.1Judaizantes Judeus/Cristos.............................................................47
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3.1.2 Propsito.......................................................................................................483.1.3 Estrutura.......................................................................................................50
3.2. Alternativas de Interpretaes................................................................................543.2.1 Abordagem Antropolgica..............................................................................54
3.2.2 Abordagem Sociolgica..................................................................................553.2.3 Abordagem Histrica das Funes da Lei.......................................................563.2A Lei como Instrumento da Aliana........................................................................59
3.3.1 A Lei foi Acrescentada por causa das Transgresses, v. 19 (tw=nparabasewn
xa\rin).................................................................................................59
3.3.2 A Lei foi Acrescentada com a Funo Condenatria, vv. 22-23(sune/kleisen).............................................................................................................64
3.3.3 A Lei foi Acrescentada com a Funo Supervisria, vv. 24-25(paidagwgo\j)..............................................................................................................69
CONCLUSO....................................................................................................................73
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................76
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INTRODUO
Paulo tem sido o telogo mais pesquisado em todos os tempos. Principalmente no
perodo da Reforma Protestante e depois dela. Em especial quando se refere Lei, Paulo
tem sido centro de muitas interpretaes. Temos a viso tradicional, que mostra Paulo
combatendo os judeus que tentavam justificar-se pelas obras da Lei. Nesse ponto de
vista, o apstolo visto tendo conflitos entre Lei e justificao pela f. Tambm temos a
interpretao dos telogos da Nova Perspectiva, afirmando que Paulo ao combater o
judasmo no o fazia por causa de uma busca judaica da justificao pela f, mas por causa
de uma viso sociolgica entre judeus e gentios.
Desta forma, torna-se interessante saber qual a melhor interpretao deste assunto
na perspectiva paulina. Qual ser o conflito de Paulo com os judeus cristo? sociolgica,
psicolgica ou histrica? Se Paulo realmente combatia os judeus que buscava a justia
pelas obras da Lei, ento devemos entender o motivo pelo qual Paulo o fazia.
Sendo assim, qual a relevncia para o atual estudo? Qual o significado para a igreja
do sc. XX? Cremos que esse assunto de extrema relevncia, no que tange a teologia de
Paulo. E a igreja atual pode ser grandemente edificada tendo uma compreenso da graa de
Deus, que no leva em considerao os mrito humanos para lhes dar a salvao. Portanto,
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o que se prope uma reavaliao da Lei e seu papel dentro da histria da redeno. Para
isso, tentaremos compreender melhor esse tema to importante para a teologia bblica.
Diante desta realidade de discusso, interpretaes diferenciadas, faz-se necessrio
entender qual a verdadeira funo da Lei dentro do processo pactual de Deus. Sabemos
que a Lei tem origem divina, e portanto, tem um propsito bem definido. Qual ento o
propsito da Lei? Por que foi a Lei adicionada por causa da transgresso?, Gl. 3:19; Por
que todos foram encerrados no pecado e sob Lei at que viesse a f?, Gl. 3:23; Como a
Lei serviu como pedagogo (aio) para conduzir at Cristo?, Gl. 3:24; E dentro destas
indagaes, o que a Lei representa para a igreja hoje? Diante destes questionamentos,
buscaremos entender o verdadeiro significado da Lei, e qual o seu significado depois da
vinda do Descendente prometido da Aliana.
Sabendo que a Lei assunto desenvolvido em toda a narrativa bblica, tendo em
vista que, ela operou significativamente no perodo que precedeu a Moiss e opera
significativamente no perodo posterior a Moiss. Esses aspectos da Lei, podem ser
notados em cada uma das Alianas. Por exemplo, Ado recebeu a ordem que devia
trabalhar para comer do suor do seu rosto o po at que se cumprisse a promessa do
Salvador vindouro- Gn. 3:19; No, recebe o decreto da vontade de Deus com respeito
disposio sobre os assassinos- Gn. 9:6; na disposio da Aliana com Abrao, ele deve
deixar a casa de seus pais e obedecer a Deus e andar adiante em obedincia integral-
Gn.12:1; 17:1.
Contudo, essa Lei quando referida por Paulo, quase sempre com referncia Lei
de Moiss. Em quase todas as ocorrncias onde Paulo se refere Lei, basicamente com
referncia a Moiss, i., um sumrio externo da vontade de Deus. Na carta escrita aos
Glatas, Paulo usa o termo Lei num aspecto negativo, exceto 6:2, para designar a Lei de
Moiss. Ele tem como propsito, combater as propostas legalistas dos judaizantes, que
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tinha como inteno buscar justia provinda desta Lei. Conhecendo o propsito de Paulo,
quando ele se referia Lei, que quase sempre era combater as intenes do Judasmo, que
buscavam justia pelas obras da Lei, nos limitaremos ao tema: A Lei de Moiss como
Instrumento da Aliana:Numa Perspectiva Paulina na Carta aos Glatas.A Aliana
servir como uma base de compreenso das funes da Lei dentro do seu escopo.
O propsito desta proposta temtica, trabalhar o aspecto negativo da Lei,
mostrando o papel transitrio da Lei de Moiss, tendo em vista que, a Lei cumpriu o seu
papel em Cristo dentro do escopo da Aliana. Portanto, temos como propsito tratar deste
aspecto, e chegarmos a concluso bem definida quanto a este assunto.
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1. DEFINIO DE TERMOS.
1.1 Lei em Paulo.
No fcil falar da Lei de Moiss numa perspectiva paulina. Afirma-se isso devido
as aparentes contradies que Paulo emprega quando usa o termo Lei. Ele fala que os
praticantes da Lei ho de ser justificados- Rm 2:13 e afirma que, o homem que praticar a
justia decorrente da Lei, viver por ela Rm- 10:5 cf. Lv 18:5; Gl 3:12. Todavia, Paulo
afirma que nenhum homem ser justificado pelas obras da Lei, pois atravs da Lei ( dia
gar no\mou) que vem o pleno conhecimento do pecado- Rm 3:20; que o homem
levado morte pelo o legalismo, pois a letra mata (gramma apoktenei). A Lei exige
perfeita obedincia e pronuncia a sentena de morte para os desobedientes: a letra mata.
Essa Lei, de modo algum pode dar vida, pois a justia no procede dela- Gl 3:21.
Sendo assim, fica evidente que Paulo tem uma interpretao dupla da Lei: uma
legal (= uma demanda ou corpo de demandas), e o uso no-legal1. O uso de Lei como
demanda ou corpo de demandas subdividida em geral e divina, e o uso no-legal em
1Douglas J. Moo. Law, Works of the Law, and Legalism in Paul.(Westminster Theological Journal.Vl 45 n 01, 1983,) p 76
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referncia ao Cnon em princpio, fora e autoridade. Douglas Moo 2faz a relao dos
diferentes usos que Paulo faz de no\moje os textos em que ocorrem respectivamente.
Essa tabela abaixo mostra os significados de no\mojnas suas respectivas ocorrncias:
SIGNIFICADO TEXTO SINNIMO
Referncia ao Cnon Rm.3:19,21b,31ab;
ICo.14:21,34; Gl 4:21
graf$, moushj,
egrapta legei
Princpio, Fora, Autoridade. Rm. 3:27a,b; 7:21-23 a,b, 25b;
8:2a, 6; 9:31a,b
Geralmente com Genitivo
Geral (Uso Genrico) Rm. 2:14d; Gl. 5:23
Uma demanda bsica (Geral) Rm. 2:14b,15, 26-27; 7:22-
23b, 25a; 8:7; Gl. 3:21b
Em sua forma Neo-Testament. Gl. 6:2
Legalismo Rm. 3:21; 4:13-15a; 6;14-15;
7:4-6; 10:4; Gl. 3:11,12, 17-
19, 21abc; 4:4-5
Gramma
Um Mandamento especfico Rm. 7:2b,3 Entolh
Corpo de Mandamentos Rm. 2:13ab, 25ab, 26-27ab;
Gl. 5:3; 6:3
Cumprida, Guardada,
Transgredida
Um Sistema ou uma
Economia
Gl. 2:19b, 3:23,24; 4:4-5, 21a;
5:4,18; Ef. 2:5
Diaqhkh, en, u(po,
dia, xwrij
Baseado em todos estes exemplos acima relacionados, vemos que o uso do termo no\moj
pode ter vrios significados, dependendo de cada contexto.
No obstante, a Lei possuir ambos aspectos, positivo e negativo, h uma
predominncia maior do aspecto negativo do uso paulinos da Lei. Mesmo tendo a Lei
numa caracterstica negativa quanto oposio ao judasmo, Paulo v a Lei como a
2Ibid.
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revelada vontade de Deus.3 Isto torna a Lei uma expresso divina que se origina nEle
mesmo- Rm. 7:22, fazendo dEle o possuidor da mesma. Isso torna-a santa, justa, boa e
tambm espiritual- Rm. 7:12,14. Todavia, a Lei tambm como vontade de Deus, dita as
normas do prprio Deus num aspecto extremamente negativo: A Lei fala contra o homem,
tornando-o culpado perante Deus- Rm. 3:19; ela suscita a ira de Deus contra a transgresso
do homem4- Rm. 4:15; ela regulamenta a vida do homem- Rm. 7:1; etc...
Considerando o contexto em que, quase sempre Paulo empregava o termo Lei, no
caso, quase sempre em anttese ao judasmo, nos limitaremos funo da Lei como
vontade de Deus, no seu aspecto negativo. Isso, certamente, revelar uma compreenso
correta do uso paulino da Lei.
O problema em interpretar Paulo e o uso que ele faz da Lei, est na no-avaliao
correta dos princpios teolgicos do Judasmo (= justificao pelas obras da Lei, ou seja,
conceito meritrio da prtica da Lei), contexto que sempre servia como background dos
escritos de Paulo quando ele se referia Lei.
1.1.1 Lei e Judasmo.
Havia uma anttese entre Paulo e o Judasmo, no exatamente no contraste Lei e
Evangelho, pois Paulo nunca faz esse contraste diretamente, mas freqentemente ele pe
Lei em oposio graa, f, e promessa5. Qual o motivo ento dessa anttese? Os judeus
3W. Gutbrod. TheologicalDi tionary of the New Testament. Edi ted by Gerhard Kittel.(Grand Rapids,Michigan. Wm. B. Eerdimans Publishing Co., 1971), p.1070.4Para ver uma avaliao mais profunda sobre Lei e pecado, consultar: Rousas John Rushdoony. SystematicTheology Vol. I . (Vallecito, Califrnia. Ross House Book, 1994), pp.484-489. Ele faz uma relao entre aLei, o pecado e o homem, defendendo a origem divina da Lei.5Douglas J. Moo. op. cit., p. 74
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compreendia que a Lei (Torah) servia como meio de justificao. Quanto anttese entre
Paulo e o judasmo, temos a seguinte afirmao:
A Lei o meio sem igual para adquirir para si mesmo mrito,recompensa, justia diante de Deus. instrumento dado por Deus
para dominar o impulso mau e conduzir ao bem e vitria. Podeser dito com certeza, que para os judeus a Lei era o meio
preeminente de salvao, a real substncia de vida6
Identifica-se que no Judasmo a doutrina da Lei era vista num sentido altamente
quantitativa, ou seja, o judeu via na Lei a capacidade, i. e., o contedo da meritoriedade das
obras da Lei que eventualmente capacita o homem a obter a vida eterna. Assim, a Torah
era vista como um recurso protetor e salvador contra o poder do impulso do mau7.
Tal avaliao do Judasmo como uma religio legalista, tambm demonstrada por
G. E. Ladd. Para ele, o legalismo nasceu no perodo intertestametrio, onde ocorreu uma
mudana significativa e fundamental no papel da Lei. O material apcrifo-judaico,
demonstra claramente a maneira como os judeus criam na Lei.
A ressurreio ser a recompensa daqueles que se dedicaram Lei(II Mac. 7:9). A Lei base da esperana do fiel (Tes. Jud. 26:1), da
justificao (Apoc. Bar. 51:3), da salvao (Apoc. Bar. 51:7), dajustia (Apoc. Bar. 57:6), da vida (IV Ez. 7:21; 9:31). A obedincia Lei trar at o Reino de Deus e transformar todo o mundoamaldioado pelo pecado (Jub. 23). Assim, a Lei alcana a posiointermediria entre Deus e o homem.8
Na verdade, Paulo via no Judasmo uma prtica legalista da Lei. Os judeus viviam
essas prticas, e buscavam por elas alcanar justificao. certo que na linguagem grega
no havia nenhuma palavra especfica para legalismo. No obstante, claro que o grego
prover suficiente recurso para a expresso do conceito.9E Paulo utiliza-se deste recurso
6W. Bousset. Di e Religi on des Judentums (3rd ed. 1926), p. 119, citado por: Herman N. Ridderbos. PaulAn Outl ine of H is Theology. (Grand Rapids, Michigan. Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1982) p. 132,7Schoeps, Paul,p. 119, citado por: Ibid, p. 133.8George Eldon Ladd. Teologia do Novo Testamento. (Rio de Janeiro, RJ. Ed. Juerp, 1993) p. 463.9Dougla J. Moo. op. cit. p. 86.
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para mostrar a prtica meritria judaica. Tais recursos so claramente evidenciados nos
seguintes textos: Rm. 4:13, Paulo argumenta dizendo, que no foi por intermdio da Lei
- dia nomouque Abrao se tornou herdeiro da promessa; Rm. 10:5, ele fala que o
homem que praticar a justia decorrente da Lei ek tou nomou viver por ela; Gl.
3:11, onde apareceek nom% - ningum justificado pela Lei; Gl. 3:18, 21; Rm. 4:14
respectivamente, apareceek nomou, da Lei, provm da Lei, procedente da Lei.
Todos estes textos mostram recursos de linguagem para definir um conceito legalista do
judasmo.
No entanto, todas esta frmulas demonstradas por Paulo, so aplicadas de forma
negativa. Essa a viso de Paulo quanto a tentativa judaica de justificao pelas obras da
Lei. Augustus Nicodemus10, mostra a viso negativa que Paulo tem da erga nomou
obras da Lei. Ele relaciona as ocorrncias nas epstolas aos Glatas e aos Romanos, as
quais do um total de oito, duas em Romanos (Rm. 3:20, 28) e seis em Glatas (Gl. 2:16, 3
vezes; 3:2, 5, 10). Todas estas ocorrncia contm aspectos negativos quanto ao prprio uso
de nomoj, pois so usadas por Paulo para mostrar o uso inadequado da parte dos judeus.
Em todas essas ocorrncias, a expresso ocupa posio central no contexto, usada com a
conotao negativa.11 visivelmente notvel que Paulo usa essas passagens para mostrar
todas as intenes frustradas dos judeus, que buscavam justificao pelas obras da Lei. Em
cinco destas ocorrncias, Paulo emprega o termo erga no\moupara negar a justificao
por intermdio da Lei (Rm. 3:20, 28; Gl. 2:16). Em outra ocorrncia, Paulo emprega o
termo no aspecto negativo referindo-se ao que esto debaixo da Lei (Gl. 3:10). Portanto, o
uso paulino de erga no\mou aplicado dentro do aspecto negativo, combatendo assim,
10Augustus Nicodemus Lopes. Paulo e a Lei de Moiss: As obras da Lei em Glatas. Em, Chamadopara Servir: Ensaios em Homenagem a Russel P. Shedd. Ed. por Alan B. Pierat. (So Paulo, SP. Vida Nova,1994) p.65.11Ibid.
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toda pretenso judaica de justificao por intermdio da Lei. Vrias outras ocorrncias
aparecem num aspecto negativo:12
a) Rm. 3:19; 8:2; Gl. 3:19Torna todos culpveis diante de Deus;b) Rm. 3:20; 7:7Traz pleno conhecimento do pecado;
c) Rm. 4:13; Gl. 3:17-18No foi a causa da promessa a Abrao;
d) Rm. 4:14; Gl. 3:11-12; Fp. 3:9 contrria a f;
e) Rm. 4:15; Gl. 3:10, 13Suscita a ira [de Deus] (maldio);
f) Rm. 4:15; 5:13, 20; 7:5, 13Incita a carne e caracteriza a transgresso;
g) Rm. 6:14; 7:1-6O crente no est mais debaixo da Lei;
h) Rm. 7:14-24No oferece libertao dopecado;i) Rm. 8:3No pode salvar pois est enferma pela carne;
j) Rm. 10:4Tem o seu fim em Cristo (depende da interpretao de telos);
k) Rm. 13:8-10; Gl. 5:14, cf. Mt. 22:34,40Se resume no amor;
l) Gl. 3:19, cf. Jo. 1:17 Foi dada por meio de anjos (Isso torna-a inferior por causa do
mediador);
m)Gl. 3:23-25Era instituio provisria e temporria;
n) Gl. 4:3,8,10Rudimentos do mundo, fracos e pobres?;
o) Ef. 2:14-15Inimizade entre Judeus e Gentios.
Essa viso negativa da Lei, no entanto, no propriamente a totalidade da
expresso empregada por Paulo. Ele usa o termo no\moj positivamente13quando refere-
se sua origem. Rm. 7:22, ele diz que Lei tem origem divina. Em Rm. 2:13,25-29; 10:5,
Paulo diz que o cumprimento perfeito da Lei traz salvao; em Rm. 3:31, ele diz tambm
que a Lei confirmada pelo evangelho; ainda em Rm. 7:7, embora ele saliente que a Lei
conduza ao pecado, ele diz que ela no pecado em si; diz ainda em Rm. 7:12, que a Lei
santa, o mandamento, santo e justo e bom; ela tambm espiritual, Rm. 7:14 e por fim; se
cumpre naqueles que andam pelo Esprito Rm. 8:4, cf. Gl. 5:18.
12Jer Corra Batista. Monografia - Paulo e a Lei. (Goinia, GO. Material no publicado) p. 09. CitandoAugustus Nicodemus, Paulo e a Lei.13Ibid.
5/27/2018 Monografia A Lei de Mois s com Instrumento da Alian a.pdf
Essa avaliao da Lei na perspectiva de Paulo pode possivelmente, deixar
transparecer uma possvel e aparente incoerncia nos seus escritos quanto a esse assunto.
Contudo, sabemos que para Paulo, a Lei era a o( Mwusewj no\moj - Lei de
Moiss (1 Co. 9:9) e, conseqentemente, a o( no\moj tou Qeou - Lei de Deus
(Rm. 7:22,25; 8:7).
Talvez, essa seja a mais precisa definio que Paulo pode d da Lei. Paulo, na verdade, tem
uma viso diferente da do judasmo quanto a Lei. Enquanto ele afirmava que Lei era santa;
o mandamento, santo e justo e bom (Rm. 7:12), ele tambm asseverava que a Lei no era
base para a justificao (Gl. 2:16). Para Paulo, a negao da Lei uma conseqncia da
cruz de Cristo14Gl. 2:21, cf. Rm. 7:1-6; 8:1-2. Esse era o entendimento de Paulo quanto a
Lei, diferia conforme o contexto em que era empregado o termo, e tambm na funo que a
Lei exercia. Qualquer anlise sria com respeito a este assunto reconhecer essa verdade.
Paulo, na verdade, usou o termo no\moj em vrias ocasies com significados diferentes,
sem nenhuma contradio.
Como j foi dito anteriormente, o confronto de Paulo com o judasmo, fez com que
ele tivesse uma viso extremamente negativa da Lei como base para a justificao. E isso
visivelmente demonstrado, particularmente, nas cartas aos Romanos e aos Glatas. Nesta
ltima carta a luta acirrada contra os judaizantes que buscavam justificao pelas obras
da Lei Gl. 2:16, aos quais Paulo diz: ...sabemos, contudo, que o homem no justificado
pelas obras da lei, e, sim, mediante a f em Cristo Jesus; e, evidente que pela lei
ningum justificado diante de Deus, porque o justo viver pela f3:11. Esse ponto
central da argumentao de Paulo contra os judaizantes: No h como encontrar justia
praticando as obras da Lei. Tudo que a Lei pode fazer exigir julgar, condenar. Assim o
14W. Gutbrod. op cit. p. 1071.
5/27/2018 Monografia A Lei de Mois s com Instrumento da Alian a.pdf
homem estampado pela Lei, ele vencido pela morte e, por isso, entra em julgamento de
Deus.15
Paulo ento apela para a sua prpria experincia de ex-judaizante e agora cristo.
Ele diz: Porque eu, mediante a prpria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus
Gl. 2:19. partir de ento, Paulo um homem que no vive para si mesmo, mas para Deus
v.20. Morrer para a Lei no contexto de Paulo em Gl. 2:19, deixar de viver no mundo
onde a Lei predomina, i.., no judasmo, cf. Rm. 7, e passar a viver para Deus. Paulo
jamais poderia deixar qualquer descrio da sua experincia num plano negativo. Morrer
para a Lei imediatamente sugere viver para Deus.16 Morrer para a Lei renunci-la e
libertar-se do seu domnio17, de modo que no haja mais confiana nela e no se vive sob a
escravido que ela prescreve. Em Glatas, Paulo pe imediatamente o contraste entre a Lei
mediante a Lei (dia no\mou), e fpela f (ek pistewj). Essa uma anttese
constante em Paulo. A procura de justificao pela lei, sugere que Cristo morreu em vo.
Em Gl. 3:10, Paulo considera os que so das obras da Lei, numa posio antittica.
Estar sob da Lei estar debaixo da maldio. Isso d a idia de separao de Deus, e a
prpria anttese da bno.18 Paulo faz uso de Dt. 27: 26, onde encerra a lista de
maldies do Monte Ebal. Ele usa o termo est escrito (gregaptai), dando a idia de
autoridade das Escrituras, mostrando que a prpria Escritura far julgamento daqueles que
buscam a prtica da Lei (por ex. circunciso) e falhas nos demais preceitos. A sentena da
Lei que todos quantos tm transgredido qualquer parte dela so malditos19. Paulo mostra
15Herman N. Ridderbos. The Epistle of Paul to the Galatia, NICNT. (Grand Rapids, Michigan. Wm. B.Eerdmans Publishing. Co. 1984), p. 104.16Donald Guthrie. GlatasI ntr oduo e Comentrio. (So Paulo, SP. Vida NovaMundo Cristo, 1988),
p. 11117Joo Calvino. Glatas,p. 74.18Donald Guthrie. op. cit. p. 12019Joo Calvino. Glatas,p. 91
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aos judaizantes que nas Escrituras no h abordagem legalista. O fato que a Lei como
meio de salvao s podia trazer maldio, cf. Rm. 8:3, sendo pois ineficaz20
Paulo assevera que a Lei no procede da f, 3:12, pois a Lei em si mesma no leva
em conta a atitude religiosa desses que esto debaixo de sua autoridade, e f e observncia
da Lei so incompatvel como base para a justificao.21E Paulo argumenta, mostrando
que aqueles que querem observar os preceito da Lei, por eles viver. Considerando que o
homem incapaz de ser justificado pelas obras da Lei, porque no consegue pratic-la
perfeitamente, e de tal perfeio todos esto longe demais22, visto que, a Lei tornou-se
enferma por causa da carne cf., Rm 8:3. Ento, Paulo mostra abruptamente que Cristo o
resgate (lutron) dessa maldio (condenao)m 3:13, cf. Rm. 8:1-3. Esse resgate a
libertao mediante a obra de Cristo, cf. Mc. 10:45. Todo este contexto aponta para o
contraste que Paulo faz entre Lei e Aliana (= promessa feita a Abrao) 3:14. O ponto
central do argumento de Paulo quanto Lei e Aliana desenvolvido a partir desta anttese
existente entre eles.
1.2. Aliana em Paulo.
O conceito de Paulo sobre Aliana, baseia-se na sua compreenso do plano de Deus
para a redeno do homem Ef. 2:12, fato este desenvolvido no decorrer da histria, sendo
evidenciado em toda a narrativa das Escrituras, como veremos adiante. Em particular, ele
20Donald Guthrie. op cit.21George S. Duncan. GalatiansThe Moffatt Comentary. (New York. Harper and Brothers Publishers1934), p. 95.22Joo Calvino. Glatas,p. 94
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tambm v a Aliana num sentido estrito ao povo de Israel, como aquele povo a quem
Deus revelou-se de uma maneira especial. Ele diz que ao povo de Israel pertence as
Alianas Rm. 9:4. evidente que o pensamento de Paulo acerca deste assunto muito
mais profundo e abrangente. A qual povo foi feita a Aliana? A Aliana para Paulo
contestvel, ou revogvel? Existe alguma unidade na Aliana? Como Paulo entendia a
relao da Aliana com o evento de Cristo? Certamente, Paulo tinha um conceito
profundo sobre Aliana. Veremos ento, que todas estas perguntas tm a ver com aquilo
que Paulo entendia como Aliana. Portanto, analisaremos os textos onde Paulo utiliza o
termo Aliana (diaqh/kh), para compreendemos o pensamento do apstolo acerca deste
assunto.
A base para o entendimento do conceito de Aliana em Paulo depende dos textos
onde ocorre o termo (diaqh/kh). Ao todo, as passagens ocorrem nove vezes (2Co.
3:6,14; Gl. 3:15,17; 4:24; 1Co. 11:25; Rm. 9:4; 11:27; Ef. 2:12). Todos estes textos
mostram uma unidade de pensamento lgico, de maneira que o processo da
progressividade e desenvolvimento do conceito, mostra o cumprimento do propsito
redentivo de Deus para a vida do homem.
No entanto, devemos considerar que toda a base conceitual de Paulo quanto
Aliana, no provm de uma viso limitada a um conceito neotestamntrio apenas, mas de
uma viso provinda do entendimento global das Escrituras.
Todos os texto listados das ocorrncias de Aliana em Paulo, esto dentro deste
entendimento bblico abrangente. Em 1Co. 11:25; 2Co. 3:6; Rm. 11:27, refere-se Nova
Aliana; em Gl. 3:15,17; 4:24, Aliana Abramica; e em Ef. 2:12; Rm. 9:4, o termo
ocorre no plural, denotando um sentido mais geral. Todavia, o uso do plural, pode est
relacionado com as Alianas Abramica e ps-Abramica, considerando que o povo de
Israel j visto como um povo formado, a quem pertence as Alianas.
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Tendo em vista esta avaliao da origem do pensamento paulino a respeito da
Aliana, vemos que o fundamento da sua argumentao acerca deste assunto, procedente
da Aliana Abramica e seus significados e smbolos. Paulo amplia a sua viso de Aliana
dentro da progressividade rednetiva. A Promessa/Aliana feita com Abrao selada com o
sinal da circunciso Gn. 17:9-14. Este selo da Aliana relaciona-se to intimamente com a
prpria Aliana, que a Aliana pode identificar-se com o selo.23 A circunciso no seu
significado teolgico, marca a incluso do indivduo na comunidade da Aliana
estabelecida pela iniciativa da graa divina. Da mesma forma, indica a necessidade de
purificao, que tambm tem significao teolgica em relao a Aliana entre um Deus
santo e um povo profano.24Isso salienta a necessidade de uma raa com purificao real,
pois, a circunciso sendo um selo simblico, pertencente a antiga Aliana, apontando para
o seu cumprimento real e definitivo em Cristo.
com base nesse entendimento de selo da Aliana que Paulo desenvolve seu
pensamento nesse assunto numa compreenso do Novo Testamento. Portanto, Paulo tem
uma viso ampla dentro de um conceito bblico como um todo.
Sendo a circunciso na Aliana Abramica um selo externo de incluso e
purificao do povo na comunidade da Aliana, no conceito paulino, este selo toma sua
forma real e espiritual em Jesus Cristo,- Rm. 2:25-29; Cl. 2:11-12. Para Paulo, a
circunciso continua tendo significao no contexto da Nova Aliana, no como um rito
externo, mas representao simblica da realidade da justia25,- vv. 28-29; Rm. 4:11; cf.
Fp. 3:3; Cl. 2:11-12. Assim sendo, o conceito de Aliana na viso paulina, no
meramente uma teologia desconexa do restante das Escrituras, mas uma viso ampliada
de uma realidade existente num contexto escriturstico geral. Partindo desta compreenso
23O. Palmer Robertson. O Cr isto dos Pactos. (Campinas, SP. LPC. 1997), p.134.24Ibid. p. 136.25Ibid. p. 145.
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paulina em termos gerais, passaremos a observar em particular, alguns elementos
referentes Aliana dentro de uma abordagem neotestamentria.
1.2.1. A Aliana pertence ao povo de Israel.
Paulo escrevendo aos Romanos, deixa claro que as Alianas pertencem
historicamente ao povo de Israel. Este povo tinha a prerrogativa de ter recebido a revelao
especial de Deus e, juntamente com ela, as Alianas feitas no decorrer da Histria. Diz
Paulo: So israelitas... Pertence-lhes a adoo, as Alianas, a legislao..., as
promessas-Rm. 9:4. evidente que Paulo use o plural26porque ele tinha em mente as
Alianas feita com Abrao- Gn. 15:18, Israel nos tempos de Moiss- x. 24:8; 34:10; Dt.
29:1ss, e com Josu- Dt. 27:2ss.; Js. 8:30ss., 24:25, e com Davi,- 2 Sm. 7:1-17; 23:5; Sl.
89:28; e certamente, Paulo tinha em mente a Nova Aliana, feita em primeira instncia
com a casa de Israel e com a casa de Jud- Jr. 31:31. Essa viso de que a Israel pertence as
Aliana reforada pela referncia em Ef. 2:12, onde Paulo mostra aos irmos de
comunidade gentia que, quando eles eram estranhos s Alianas, estavam separados da
comunidade tanto poltica como religiosa de Israel (politeiaj tou I)srahl).27
Os gentios como um povo que no possua uma identidade religiosa testa, entra em
contraste com o povo de Israel que eram reconhecidos soteriologicamente como o povo a
26 F.F. Bruce. Romanos I ntr oduo e Comentrio. (So Paulo, SP. Ed. Vida Nova Mundo Cristo,1991). pp. 150-151. Segundo Bruce, h evidncia de muito peso (P46, B, D, etc.) em favor do singular - aaliana caso em que a referncia aliana do Sinai (x. 24:8). Contudo, em Ef. 2:12, h referncia salianas, que devem referir-se s alianas feitas no desenrolar da Histria.27 Arthur G. Patzia. Efsios, Col ossenses, F ilemom. NCBC. (So Paulo, SP. Ed. Vida, 1995) p.186. vertambm: Fritz Rienecker & Cleon Roger. Chave L ingstica do Novo Testamento.(So Paulo, SP. Ed. Vida
Nova, 1995) p.390.
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quem Deus havia escolhido. O povo de Israel era o povo a quem Deus escolheu para a Sua
prpria possesso e Seu servio. Os gentios, em contraste a isso, esto fora deste
relacionamento. Assim sendo, judeus e gentios na antiga Aliana, possuem papeis
distintos, pois enquanto que um est includo, pelo menos, externamente na Aliana, o
outro mantido afastado.
Contudo, pelo ato do prprio Deus, essa diferena foi superada. A vinda do Messias
marca definitivamente a trmino desta separao, pois at mesmo aquele que nasceram
gentios participam da Aliana e da salvao divina.28O prprio Pedro descobre que Deus
no fazia acepo de pessoas quando ele mesmo viu que sobre os gentios acontecia o
mesmo que acontecera aos judeus,- At. 10:35; 11:1, 18; cf. Ef. 2:11-12, 17-22. Esse
relacionamento entre judeus e gentios, recebe tratamento fundamental em Paulo,- Rm. 9-
11, cf. Ef.2-3, onde Paulo mostra a incluso dos gentios na comunidade da Aliana,
participando das mesmas prerrogativas, pois o gentios que vieram a ter f em Jesus foram
enxertados na boa oliveira, e por ela so sustentados- Rm. 11:17. Assim sendo, as igrejas
paulinas consistem tanto daqueles que nasceram judeus quanto daqueles que nasceram
gentios, os dois grupos so filhos de Deus mediante a f em Jesus Cristo. So filhos de
Abrao em virtude de sua f- Rm. 4:16-17; cf. Gn. 17:5; Gl. 3:7; cf. Gn. 12:3; Gl. 3:13-14,
26-29.
Portanto, os gentios a partir de ento, passam ter papel igual dentro da Aliana,
considerando que esta sempre foi relacionada ao que crer, i., daquele que justificado por
f- Rm 4:3, 9. Assim sendo, tanto judeus quanto gentios devem caracterizar-se com essa
exigncia da Aliana: a f que justifica. E isso depende de quem crer em Cristo, visto que
ele o descendente da Aliana a quem foram as promessas.
28H. Bietenhard. e)/qnoj Dicionri o I nternacional de Teologia do Antigo Testamento, Vol. I I I , L -Q.Editor geral: Collin Brown. (So Paulo, SP. Vida Nova, 1989), p.619.
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Isso tem um significado profundo no pensamento de Paulo, visto que, o povo de
Israel rejeitou o descendente da Aliana- Jo. 1:11 cf. 8:34-59, no qual se consumaria todas
as promessas destas Alianas. Por isso, Paulo diz que: nem todos os deIsrael so de fato
israelitas... nem por serem descendentes de Abrao so todos seus filhos... mas devem ser
considerados como descendentes os filhos da promessa- Rm. 9:6-8; cf. Jo. 8:34-39. Aos
judeus pertencia as Alianas, mas procuraram justificar-se no pelo Descendente da mesma
Aliana, e sim, pelas suas prprias obras, i.e., cerimoniais e obras da Lei- Gl. 5:2-4. Paulo,
porm, diz que evidente que pela Lei ningum justificado diante de Deus- Gl. 3:11. Da
Paulo conceitua a totalidade da Aliana como sendo a vontade de Deus no verdadeiro
sentido redentivo.
1.2.2. A Aliana como a incontestvel vontade de Deus.
inegvel que Paulo tem em mente a Aliana como a soberana vontade de Deus.
Paulo combatendo um pensamento errneo acerca da Aliana, mostra, por meio de
comparao, que uma aliana feita e uma vez ratificada ningum a revoga ou lhe
acrescenta coisa alguma- Gl 3:15. O que Paulo tem em mente aqui, no trazer uma
explicao acerca de um contrato ou um testamento humano, , no entanto, mostrar que se
uma vontade humana decretada por meio de testamento assim indestrutvel, quanto mais
uma Aliana feito pelo Soberano Senhor do universo. A isso, diz Calvino:
Se barganhas humanas so to slidas que a elas nada seacrescenta, quanto mais este Pacto deve permanecer inviolvel!29
29Joo Calvino. Glatas,p. 97.
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O argumento de Paulo se baseia na inviolabilidade da vontade de Deus. Ele diz aos
judaizantes Glatas que eles no podem nem acrescentar algo Aliana nem ab-rog-la, de
forma que venha desfazer a promessa, pois eles podiam ver isso no seu prprio proceder
contextual quanto as suas leis de heranas de pais para filhos30. Certamente, a Aliana a
vontade absoluta de Deus, algo incontestvel e inaltervel como bem definiu Behm:
A Aliana a vontade de Deus, e como tal, no pode sercontestada ou alterada por qualquer que seja a adio, assim a
promessa (epaggelia) o seu testamento (diaqh/kh)original, por isso no pode ser invalidado pela Lei (no\moj) queveio depois- Gl. 3:15.31
Paulo tinha conscincia da vontade de Deus operante nas Alianas. Existia duas
Alianas ( a antiga e nova), mas a vontade divina era uma s, e era esta que governava a
Histria da Salvao manifestada definitivamente em Cristo, que era ambos, o (teloj
nomou Rm. 10:4), e o cumprimento da promessa- 2 Co. 1:20.32 A manifestao do
cumprimento redentivo de Deus na Aliana, entendido por Paulo como sendo o evento de
Cristo, i.e., a vinda do Descendente trazendo consigo o regaste e fazendo os homens
unirem-se a Deus, a quem podem chamar Aba, Pai- Gl. 4:6. Portanto, a perfeita vontade
redentiva de Deus expressada em Sua Aliana, que tambm expressa uma convergente
unidade na pessoa de Cristo- Ef. 1:10 que a reconciliao de todas as coisas com Deus- 2
Co. 5:19.
A Aliana consumada na totalidade do evento de Cristo, como demonstrada por
Paulo na sua segunda carta aos Corntios 3:1-18. Paulo aqui, coloca a Aliana (diaqhkh)
30Richard N. Longenecker. Galatians, On Words Biblical Comentary (Dallas, Texas. Word BooksPublishers, 1990) pp. 128-29. H uma larga discusso acerca do pensamento de Paulo quanto ao paraleloentre diaqh/kh humano no contexto Greco-Romano e Judaico, e diaqh/kh como a Aliana feita comAbrao e seus descendentes. A isso (tipo de linguagem empregada por Paulo), conclui Longenecker:Todavia, apesar de tal impreciso de linguagem ou talvez, apesar da inabilidade empregada da erudio
para descobrir o verdadeiro paralelo o ponto de exemplo de Paulo nesta aplicao clara: que Deusestabeleceu sua Aliana com Abrao numa irrevogvel maneira, assim ela nunca pode ser anulada ou algo a
ela adicionadopp. 130-31.31Johannes Behm. Theological Di tionary of the New Testament.Vol. I I D-H.Edited by Gerhard Kittel.(Grand Rapids, Michigan. WM. B. Eerdmans Publishing Co., 1971) p. 129.32Ibid.
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e a Lei (gramma), neste caso, a Lei de Moiss, em dois polos contrastantes. Paulo,
fundamentado na citao de Jr. 31:31-34, mostra os dois lados desta Aliana: a antiga
(Lei = gramma)que operava pela ministrao de Moiss a Lei que mata, e a Nova
Aliana (kainh diaqhkh), que vivifica por meio da graacf. Jo. 1:17.
Calvino33chama a Nova Aliana de Evangelho, i. e., a totalidade da obra de Cristo
e aplicao pelo Esprito. Ele tem razo, considerando que a progresso da Velha para a
Nova Aliana, se cumpre no evento de Cristo e do Esprito respectivamente.
Cristo por meio do Esprito, liberta os homens do poder da morte, ou seja, da
Antiga Aliana. Paulo diz que quando os judeus faziam a leitura da Antiga Aliana = Lei
(gramma), eles permaneciam com os seus coraes cobertos pelo vu 2 Co 3:15, pois no
sabiam que em Cristo o vu lhes era removido v.14, e acrescenta: Quando, porm, algum
deles se converte ao Senhor, o vu retirado v. 16. A glria da Aliana da Lei se
desvaneceu assim como o rosto de Moiss, mas a glria da Aliana do Esprito
sobreexcelente e permanente, porque a Aliana da liberdade, em contraste com Aliana
da condenao e morte.Portanto, a Nova Aliana a totalidade do evento de Cristo e do
Esprito, pois o Senhor o Esprito, e, conseqentemente, onde o Senhor opera, os
homens so libertados do poder da morte. Porque onde est o Esprito de Deus a h
liberdade v.17.
Paulo aqui, d entender que a consumao da Aliana, ou seja, a Nova Aliana,
realizada por meio do Esprito. Ele chama a Nova Aliana de a Aliana do Esprito vv.
3,6,8,18. Todavia, devemos considerar que para Paulo no h um diferena considerada
grande quanto obra de Cristo com a obra do Esprito. Essa verdade pode encontrada em 1
Co. 15:45, cf. v.22. Cristo visto como aquele que vivifica no v.22, a quem Paulo chama
de o Esprito vivificante no v.45, dando a entender que a era de Cristo e a era do Esprito
33Joo Calvino. 2 Cornti os. (So Paulo, SP. Ed. Paracleto, 1995) pp. 67-69.
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pode ser considerada a mesma. Na verdade, a obra de Cristo aplicada pelo Esprito no
corao do homem. Portanto, quando Paulo fala de Deus, de Cristo e do Esprito em 1Co.
3, ele no est fazendo uma diferena ontolgica entre as trs pessoa Divinas, mas
mostrando as funes de operosidade de cada um, pois a era de Cristo na histria da
redeno tambm a era do Esprito.
Esse intercmbio das funes de Cristo e do Esprito aplicado por Paulo uma
constante em seus escritos. Em Fp. 3:3, Paulo fala da validade do selo (i., a circunciso do
corao) da Aliana sendo testemunhada por Deus, Esprito e Cristo. A obra do Esprito
continuao da operosidade da obra de Cristo. O Esprito o selo (sfragi/j) da
redeno nas vidas dos crentes. A obra do Esprito o ato de selar (sfragi/zesqai)
aqueles que so inclusos na Aliana,- Ef. 1:13; 4:30; 2 Co. 1:22, que so aqueles que em
Cristo (e)n au)tw?=) foram circuncidados,- Cl. 2:11-12. Assim sendo a Aliana como
a incontestvel vontade de Deus, tem o seu efeito de operosidade nas pessoas de Cristo e
do Esprito.
1.2.3. A Unidade da Aliana.
Como foi salientado acima, a Aliana possui uma unidade, e Paulo expressa isso
com bastante nfase. Podemos compreender a unidade da Aliana em dois aspectos. O
primeiro est relacionado na unidade de Deus com o seu povo, ou seja, Deus atravs da
Aliana uniu-se com um povo peculiarmente Seu; o segundo aspecto tem relao com a
obra redentiva de Cristo, que tornou possvel a aproximao das naes, pois no pode
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haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos
sois um em Cristo Jesus- Gl. 3:28. Este texto retrata uma verdade contundente, que em
Cristo o Deus da Aliana nos une a si mesmo.
1.2.3.1 A Unidade do Deus da Aliana com o Seu povo.
O propsito de Deus em fazer uma Aliana, foi o de ligar-se a si mesmo
humanidade. A idia fundamental de Aliana ligao. Deus ligou-se a si mesmo ao
homem, assim como ligou a humanidade a si mesmo. Foi um lao de vida e amor34. Essa
uma realidade incontestvel, que expressa a mais profunda verdade acerca do propsito
de Deus em criar o homem sua imagem segundo sua semelhana.
Todavia, o homem cado perdeu esta unidade com o Seu Criador. Ento, Deus
estabelece a Aliana da redeno com o propsito de trazer a humanidade de volta
comunho consigo. As palavras de Paulo aos Corntios ecoam esta verdade, Habitarei e
andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles sero o meu povo- 2 Co. 6:16 cf. Lv. 26:12;
Ez. 37:27. Paulo expressa aqui neste texto a idia de comunho de Deus com o seu povo,
realidade que j se concretizara por meio de Cristo- 2 Co. 5:17. Isso funciona como o
tema central unificador da Aliana, e salienta da unidade com a essncia do alvo da
Aliana.35Essencialmente, a Aliana tem a funo de ligar o homem a Deus. Traz-lo
comunho.
O conceito definitivo que Paulo apresenta na execuo deste retorno unidade de
Deus como o homem, o fato do prprio Deus mediar a Aliana. Diz Paulo aos Glatas:
34Gerard Van Groningen. Revelao Messini ca no Ant igo Testamento. (Campinas, SP. LPC, 1995) p.96.35O. Palmer Robertson. O Cr isto dos Pactos. (Campinas, SP. LPC., 1997) p. 263.
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Ora, o mediador no de um, mas Deus um- Gl. 3:20. Calvino36 parece acertar
quando interpreta a frase: Ora, o mediador no de um...,dizendo que Paulo referia-se
ao fato de que Deus tinha em mente, quanto unidade da Aliana, atingir no s o povo
judeu, mas tambm levar ao conhecimento do gentio a graa salvadora. Mas no
completou a interpretao com profundidade quanto frase: ...mas Deus um.Pode-se
pensar que Paulo aqui referia-se ao fato de que a Aliana que Deus havia feito com Abrao
no fora um contrato entre duas partes, ou seja, a Aliana de Deus com Abrao foi uma ato
unilateral, soberanamente estabelecido, sem que Abrao participasse da ordenao desta
Aliana, a no ser, responder em obedincia. Ou mesmo pelo fato de Deus no precisar de
um mediador, por ter Ele falado diretamente com Abrao.37Contudo, parece que aqui h
uma relao mais profunda no que diz respeito prpria essncia de Deus como sendo o
mediador desta Aliana. Deus na sua unidade essencial reveste-se de total humanidade
para mediar a Aliana e tornar trazer o seu povo comunho. A Aliana faz parte da
essncia de Deus, pois ela expressa a mais perfeita vontade de Deus. E a vontade de Deus
que haja unidade entre Ele e o seu povo. Palmer Robertson ressalta essa verdade com
grande nfase:
Ou a Aliana atinge a unidade essencial de Deus imediatamentecom o seu povo, ou a Aliana fracassa em seu propsito. A unidade
deve ser alcanada com Deus na sua inteireza e com nada menos.Deus um, e unidade com alguma figura mediadora nosubstituiria a unidade com Deus.38
Neste texto esboado acima salienta-se uma verdade incontestvel, pois tudo que
dito cumpriu-se em Jesus. Paulo mostra isso. A unidade da Aliana atingida em Cristo.
36Joo Calvino. Glatas,pp. 106-7.37Marvin R. Vicent. Word Study in the New Testament Vol. I V. - The Epistle to the Galatians. (New York.Charles Scribners Sons. 1900.) p.125.38O. Palmer Robetson. Op. cit. p. 264.
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Jesus Cristo o prprio Deus mediando a sua prpria Aliana. Deus um,
mediando a Aliana no de um (povo) somente, mas trazendo em si a reconciliao de todo
o mundo. Porque todos vs sois um em Cristo Jesus (pantej gar u(meij eij
e)ste e)n Xrist% I)hsou) (Gl. 3:28).Portanto, a unidade da Aliana, que torna
possvel ao homem ter comunho com Deus, tornou-se possvel por causa da mediao do
prprio Deus, Jesus Cristo.
1.2.3.2. A Aliana torna possvel a unidade entre os povos.
Deus no somente une o Seu povo a si mesmo, mas torna possvel a unidade dos
povos mediante a Aliana. Paulo escrevendo aos gentios de feso, mostras que no tempo
que eles estavam sem Cristo, eles tambm estavam separados da comunidade de Israel, e
estranhos s alianas da promessa- 2:12. A ateno aqui deve est voltada para os
termos usados pelo Apstolo, demostrando assim, que medida que o homem est sem
Cristo, ele no tem comunho nem com Deus e, consequentemente, no tem relao com
corpo de Cristo, no qual outros homens esto unidos. Portanto, a Aliana o centro
unificador entre os homens, que se tornam um em Cristo, sois um em Cristo Jesus.
A expresso sem Cristo,- Ef. 2:12 usada por Paulo, denota uma realidade um
tanto trgica39, considerando que j havia apresentado grandes bnos espirituais em
Cristo anteriormente- Ef. 1:3 e, posteriormente, mostra que em Cristo,assentaram-se
nos lugares celestiais- 2:6. No entanto, Paulo mostra que no tempo em que eles estavam
sem Cristo, eles estavam sem Deus e alienados s alianas- 2:12. Paulo contudo, salienta a
39John R. W. Stott. A mensagem de Efsios. (So Paulo, SP. ABU Ed., 1991) p.63.
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realidade dos efsios, e diz: (nuni de en Xrist% I)hsou u(meij... en t%
ai(mati tou
Xristou) Mas agora em Cristo Jesus, vs que antes estveis longe, fostes
aproximados pelo sangue (da Nova Aliana) de Cristo. Paulo enfatiza o fato que tonou
possvel a aproximao dos homens. Para os judeus (chamados circunciso), os gentios no
tinham participao nas bnos da Aliana, pois, segundo eles, Israel era uma
comunidade debaixo da teocracia divina, e um povo da Aliana, povo este que o Senhor se
obrigara por juramento (diaqh/kh) solene. Assim os judeus criam. Criam tambm que
os gentios eram excludos40dessa Aliana que a eles (judeus) pertencia- Ef. 2:11, cf. Rm.
9:4.
Todavia, deve-se notar que, para Paulo, participar da Nova Aliana, estar includo
nela, no bastava apenas ter o sinal da circunciso na carne. Para ele, o sinal da Aliana
(circunciso) no tinham valor meramente externo, mas era algo aplicado no corao pelo
Esprito. Paulo certamente, via a circunciso como sendo um elemento transitrio, abolida
em Cristo- Ef. 2:11-15; Cl. 3:11. A circunciso era intil sem f interior41- Rm. 3:30; Gl.
5:6); sem obedincia- Rm. 2:25; 1 Co. 7:19; confiar nela mesmo que negar a Cristo- Gl.
3:3-4; 5:3-4 e, por isso, a sua necessidade negada por Paulo- Gl. 2:3-5. Portanto, ser
includo na Nova Aliana ser circuncidado no corao. O seu valor interno. Paulo
reconhece os santos como a verdadeira circunciso- Fp. 3:3; Cl. 2:11. Sendo assim, a
unidade dos homens, quer judeus quer gentios, circunciso ou incircunciso, depende do
sangue da Nova Aliana, o sangue de Cristo.
Portanto, Paulo v essa unidade na Aliana. Uma unidade que liga Deus aos
homens atravs de Cristo- 1 Tm. 2:5; Gl. 3:20; Ef; 2:13-18, cf. Hb. 9:15; 12:24; 8:6, e uma
unidade que torna possvel comunho dos povos num s corpo:
40Ibid.41Francis Foulkes. EfsiosI ntr oduo e Comentrio. (So Paulo, SP. Ed. Vida Nova-Mundo Cristo,1993) p. 67.
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...nem judeu, nem grego; nem liberto, nem escravo; nem homem,nem mulher; porque todos vs sois UM em Cristo Jesus (Gl.
3:28); ... ele a nossa paz, o qual de ambos42 fez UM; e, tendoderrubado a parede da separao que estava no meio, a inimizade,...e reconciliasse ambos em um s corpo com Deus, por intermdioda cruz, destruindo por ela a inimizade... porque, por ele, ambostemos acesso ao Pai em um Esprito (Ef. 2:13-18).
Essa a unidade da Aliana expressada por Paulo. Ele mostra que no somente Deus liga-
nos a Ele pela Sua Aliana, mas faz dos povos UM por mediao da Sua prpria Aliana,
segundo a intermediao de Cristo. Portanto, o mediador no de um, (um povo somente)
mas Deus um (Deus mediando a Sua prpria Aliana), nos fazendo um com Ele.
2. A DOUTRINA NA HISTRIA.
42AmbosReferindo-se a judeus e gentios.
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2.1. Patrstica.
Assim como em toda a histria, os Pais Apostlicos deram nfase ao tema Lei.
Isso fez-se necessrio porque os novos membros da jovem igreja crist haviam abandonado
recentemente o paganismo. Era necessrio ento, substituir os antigos costumes pelas
novas prticas crists. Por isso, a proclamao da Lei ocupa lugar de destaque nos escrito
dos Pais Apostlicos.
43
Contudo, esta Lei de que os Pais Apostlicos falavam, no erapropriamente a Lei de Moiss. Ela era marcada pela oposio aos costumes judaico, ou
seja, a Lei cerimonial. Era, no entanto, conhecida como a Nova Lei, aquela que Cristo
ensinara mostrando o caminho da salvao. Quanto Lei de Moiss, diziam que esta era
obsoleta e, por isso, havia sido abolida. A nfase ento, era o evangelho, o qual era
denominado de a Nova Lei. V-se portanto, que havia um contraste entre a Lei Lei de
Moiss = legalismo judaico, e evangelhoensinamentos de Cristo = Nova Lei.
2.1.1 Irineu.
Irineu, bispo de Lio, concebia a Lei em dois ngulos diferentes. Ele fazia distino
entre Lei original e Lei mosaica. A Lei original, segundo ele, foi entregue ao homem na
criao. Escrita por Deus no corao do homem, possibilitava-o a cumprir com esta Lei.
Da ento, o destino do homem viver condignamente com esta Lei original. Assim
fazendo, o homem recebe vida de Deus. Todavia, o homem livre para obedec-la ou
43Bengt Hgglund. H istri a da Teologia. (Porto Alegre, RS. Ed. Concrdia, 1995), p. 14.
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transgredi-la. Em decorrncia da desobedincia, a morte entrou na vida do homem. Em
vista disso, Deus deu a Lei mosaica atravs do povo de Israel. A funo desta Lei era
disciplinar aos homens, revelar o pecado e conserv-lo em seu lugar e o de manter a ordem
at a vinda de Cristo. Irineu diz o seguinte acerca da Lei mosaica:
As leis de escravido, ento, foram uma por uma promulgada aopovo por Moiss, serviu para sua instruo ou para seu castigo,como o prprio Moiss declarou: O Senhor me ordenou, aomesmo tempo, que vos ensinasse estatutos e juzos,... Estas coisas,
porm, que foram dadas para a escravido, e para um sinal servir-lhes de sinal, Ele cancelou pela Nova Aliana da Liberdade.44
Com a vinda de Cristo, a Lei mosaica, que fora ofuscada pelos regulamentos do farisasmo,
ser ab-rogada, e a Lei original, que fora entregue na criao, restaurada. Cristo liberta da
escravido da Lei por meio do seu Esprito que regenera o homem e cumpre a lei dentro
dele45.
2.1.2 Tertuliano.
Enquanto Irineu argumentava que Lei de Moiss fora abolida por Cristo e que a Lei
original fora restaurada, Tertuliano pregava que Cristo o proclamador da Nova Lei (Nova
Lex), para fortalecer a vontade livre do homem, a fim de que este possa cumprir os
mandamentos de Deus. Viver de maneira compatvel com os mandamentos de Deus ,
segundo Tertuliano, o alvo da lei .46
44St. Ireneus. Against Heresies. The Anti-Nicene Fathers,Vol. I. Translations of The Writings of theFathers down to A. D.325. Editors: Alexander Roberts, James Donaldson. (Grand Rapids, Michigan, Wm.B. Eerdmans Publishing Co., 1954), p.482.45Bengt Hgglund, op, cit. p. 39.46Ibid, p. 46
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A viso de Tertuliano , ento, legalista, passadas em termos sacramentais. Ele
concebe a salvao como recompensa
pelo mrito humano, de forma que o conceito de mrito dominante. A relao entre Deus
e o homem concebida em termos judicial. Esse ponto de vista de Tertuliano, mais tarde,
vai dominar a teologia medieval, principalmente a teologia catlica romana.
2.1.3 Clemente de Alexandria.
A viso de Clemente quanto Lei (Lei de Moiss), que ela no capaz de
proporcionar salvao. Isso ele expressou bem em um de seus escritos. Escrevendo sobre
a salvao dos ricos, Clemente toma como exemplo o jovem rico de Mt. 10:17-31, e
salienta a sua posio quanto a no haver possibilidade de salvao por meio da Lei.
Clemente ressalta sua posio :
Realmente, se a lei de Moiss fosse capaz de proporcionar a vida,teria sido intil a descida do Salvador, sua paixo por nossa causa,seu itinerrio percorrido do princpio ao fim. E intil teria sido que
o jovem rico, aps ter observado desde cedo todos osmandamentos, se viesse a prostrar ante outra instncia para solicitaro prmio da vida imortal.47
Desta forma, Clemente via a salvao somente mediante a obra redentora de Cristo,
e que a Lei havia servido com o seu propsito, mas que no podia justificar, pois dizia bem
isso falando de Jo. 1:17: A Lei nos foi dada por Moiss, mas a graa e a verdade por obra
de Jesus Cristo.
47Cirilo Folch Gomes.Antologia dos Santo Padres. Pginas seletas dos antigos escritores eclesisticos.(So Paulo, SP. Ed. Paulinas, 1979), p. 143.
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2.1.4 Joo Crisstomo.
Joo Crisstomo escreveu um comentrio em Glatas48 e nesse comentrio ele
expressa a sua viso acerca da Lei, que completamente negativa. Ele mostra que a Lei
fraca para conduzir o homem justia. Um remdio eficaz ento, foi provido em f que o
meio para fazer que se torne possvel o que era impossvel pela lei. Para ele, a Lei no
requer a f, mas principalmente, obras, todavia, a graa salva e justifica pela f.
2.1.5 Santo Agostinho
Para Santo Agostinho a Lei tem a funo recursiva, i.., serve como recurso da
graa para convencer os homens da necessidade que eles tm dela (graa). Calvino49
descreve pequenos trechos de cartas e sermes de Santo Agostinho que expressa essa
verdade:
48Saint Chrysostom. GalatiansNicene and Post-Nicene Fathers of the Christian Church. Edited byPhilip Schaff. (Grand Rapids, Michigan. Wm. B. Eerdmans Publishing Co. 1983), pp. 26-35
49Joo Calvino. As Insti tutas da Religio Crist, Vol I I . (So Paulo, SP. CEP, 1985), p.118.
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...a Hilrio: A Lei ordena que tentando ns cumprir-lhe asinjunes e fatigados em nossas fraqueza debaixo da Lei, saibamos
pedir ajuda da graa. De igual modo escreve a Aslio: A utilidadeda Lei que convena o homem acerca da sua enfermidade e o
compila a implorar o remdio da graa que est em Cristo.Tambm a Inocncio de Roma: A Lei ordena; a graa ministra opoder para cumprir. Ainda a Valentino: Deus ordena as cousasque no podemos, para que saibamos qu lhe devamos pedir.Ento: a Lei foi dada para que vos fizesse culpados; feitosculpados temsseis; temendo buscsseis perdo e no vos ficsseisem vossa prprias foras. Ademais: A Lei foi dada para isto: quede grande pequeno te fizesse; que te mostrasse que, de teu, no tens
poder para a justia, e, assim, pobre, necessitado e carente, recorras graa.
Como podemos ver, Santo Agostinho via a Lei como um instrumento da graa de
Deus. Segundo ele, a Lei coage o homem at que este reconhea que necessita da graa de
Deus e recorra a Ele suplicando-a.
2.2. Escolstica.
Na verdade, na Idade Mdia onde a Escolstica dominou a teologia, no houve
muita discusso acerca da Lei. Isso deu-se pelo fato da teologia nesta poca fazer parte da
dominao da Igreja Catlica Romana. Ao que parece, na teologia escolstica no h
distino entre Lei num sentido geral e Lei num sentido especfico, no caso, Lei de Moiss.
A abordagem mais genrica.
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Levando em considerao que a teologia catlica romana foi fortemente
influenciada pelas doutrinas pelagiana, devemos observar que ela se caracterizava em
termos de capacidade humana na cooperao da salvao. Por isso, a Lei de Moiss no
tinha lugar primrio em suas discusso, pois para os escolsticos agora havia uma nova
Lei, i., o evangelho, que no somente ordena, mas tambm confere ao homem o poder de
cumprir com todos os mandamentos, poderes este no provindo da nova Lei em si, mas
sim, atravs dos sacramentos. Sendo assim, a nova Lei assume um carter legalista.
Toms de Aquino, em particular, um dos maiores expoentes da Idade Mdia,
distinguia a Lei antiga da Lei nova, que dizia ele, veio por meio de Cristo. A Lei antiga,
segundo ele, tem um funo externas de ordenanas, a quem ele compara com uma criana
que precisa de mestre, enquanto que a Lei nova comparada ao homem perfeito que no
precisa de mestre. Uma outra funo da Lei dirigir os atos humanos conforme ordem da
justia, donde ele distinguia tambm a antiga da nova, mostrando que a antiga tinha seu
efeito externo, enquanto que a nova interna, na alma. E uma terceira funo levar os
homens observncia dos mandamentos. Esses mandamentos na Lei antiga, era
obedecidos pelo temor das penas, contudo, na nova, era obedecida pelo efeito do amor
infundidos nos coraes dos homens pela graa de Cristo. Sendo assim, a Lei antiga era
caracterizada pelo temor, enquanto que a nova, pelo amor. Eis a diferena entre Lei e
evangelho.
Portanto, Toms de Aquino dizia que a salvao dos homens no podia vir seno de
Cristo, conforme as Escrituras. O evangelho ento, que ele chama de a nova Lei, pode
conduzir todos salvao, foi dado depois do advento de Cristo. Contudo, antes dela, era
necessrio que fosse dada ao povo, do qual Cristo havia de nascer, uma Lei preparatria
para receb-lo, em que j se encontravam contidos certos rudimentos da justia salvfica.50
50Toms de Aquino. Suma Teolgica1 Par te da 2 Par te, Questes 71-114. (Porto Alegre, RS. SulinaEditora, 1980), pp. 1742-43.
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2.3. Reforma e Ps-Reforma.
O debate sobre Paulo e Lei certamente no comeou na Reforma e nem terminou
l. Contudo, certo que o assunto encontrou um destaque especial, principalmente na
teologia de Lutero e Calvino, os quais concordaram e descordaram acerca do uso e funo
da Lei.
2.3.1 Martinho Lutero.
Lutero fala de dois usos da Leio uso civil, que leva os homens a agir, fazer o bem
e evitar o mal; e o uso teolgico, que simplesmente o de revelar o pecado do homem e
tornar real a ameaa da ira51, ira sob a qual o homem se encontra por causa da sua natureza
pecaminosa. A primria e absoluta funo da Lei ento, funcionar como um poderoso
martelo para demolir toda justia prpria e assim preparar o pecador para receber a graa
divina.52Lutero concebe uma dicotomia entre a Lei e o evangelho. Para ele, a Lei acusa e
julga, enquanto o evangelho suscita a f para que o homem possa amar a Deus e ao
prximo.
51Bengt Hgglund. Op. cit. p. 190.52Adrew J. Bandstra. Paul and the Law: Some Recent Developments and an Extraordinary Book. CalvinTheological Journal. Vl. 25, N 02, Nov.1990. p. 249.
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2.3.2 Joo Calvino.
Para Calvino, existem trs usos ou funes da Lei: A Lei que evidencia a
deplorvel condio de pecado do homem e faz com que este recorra graa nesse
sentido a Lei funciona como um espelho53, em que o homem contempla a sua
incapacidade e as sua manchas; a segunda funo da Lei a funo inibidora, que serve
para restringir a prtica do mal; o terceiro uso, o qual Calvino chama de o principal uso, o
da funo iluminadora na vida dos prprios regenerados. Neste caso, os crentes tm a Lei
gravada em sue coraes e, por isso, so levados pelo Esprito Santo a obedecer os
mandamentos de Deus. Isso necessrio, diz Calvino, porque os crentes precisam de
ensinamentos e exortao. A isso, diz Calvino:
A esta carne a Lei um chicote merc do qual, como no caso deum asno atacado e lerdo, sejam estimulados ao. At mesmo ohomem espiritual, porquanto ainda no foi desvencilhado do fardoda carne, ser-lhe- a Lei um acicate constante que no permitefique ele inerte.54
Nesse ponto, h uma discordncia entre Calvino e Lutero, pois Luero jamais
admitiu que exista um uso positivo da Lei de Moiss, embora ele reconhea que ela contm
exemplos de excelentes Leis e preceitos morais55. nesse ponto tambm que Calvino
rejeita a dicotomia Lei/evangelho de Lutero, pois evangelho e Lei podem servir como
propsito permanente, segundo Calvino.
53Ibid, ver tambm: Joo Calvino. I nsti tu tas da Reli gio Cr ist,p. 11654Joo Calvino. I nsti tutas da Religio Cr ist,op. cit., p. 121.55Andrew J. Bandstra, op. cit., p. 250.
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2.3.3 Luteranismo Ortodoxo.
A pergunta feita Ortodoxia Luterana o que a Lei?: recebeu a seguinte
resposta:
A Lei eterna e imutvel sabedoria e regra de justia vlidaperante Deus. Esta lex aeterna se reflete na justia do primeirohomem, e subseqente no declogo dado no Sinai. No apenasexige aes externas mas tambm que o homem concorde em todasas coisas com a vontade de Deus (les spiritualis). Esta a Lei queCristo cumpriu de modo perfeito mediante a sua obedincia e quefornece o padro para a vida santa e piedosa dos cristos nestemundo, bem como para a perfeio que antecipamos e que setornar realidade na vida futura.56
No obstante essa afirmao, o Luteranismo Ortodoxo faz a dicotomia entre
Lei/evangelho, mostrando que por ser o homem incapaz de cumprir com as exigncias da
Lei, ela no serve como regra para a conduta de vida. Em vez disso, afirma:
...a Lei serve para revelar pecado, para acusar o homem, e paracondenar todos que no foram libertados da maldio da Lei pelagraa, tornada acessvel pela expiao de Cristo. O perdo
pronunciado mediante o evangelho, que em contraste com a Lei,no conhecido pela razo humana... Nesse sentido restrito do
termo, a Lei a palavra que ameaa, acusa e condena, enquantoque o evangelho consola, edifica e salva.57
Sendo assim, a Lei no justifica, mas aponta para a necessidade de justificao,
onde o homem convencido a buscar a graa divina. Desta forma, a Lei vista do ponto
de vista psicolgico/antropolgico, tendo a funo de induzir os homens a recorrer graa.
56Bengt Hgglund, op. cit., p. 274.57Ibid.
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2.3.4 Rudolf Bultmann.
Rudolf Bultmann segue a interpretao tradicional do luteranismo alemo.
Ele argumenta que Paulo fala de forma negativa sobre as obras da Lei, porque elas levam
autoconfiana e justia prpria.58Para Bultmann, o simples fato de tentar guardar a Lei
pecaminoso. Diz ele com respeito a este caso:
Porque o esforo do homem para alcanar a sua salvaomantendo a Lei somente o conduz ao pecado, realmente o esforoem si no fim j pecado.59
2.3.5 Nova Perspectiva.
A Lei, como j foi visto acima, sempre foi entendida de forma negativa, por no
proporcionar justia para a justificao. Paulo rejeitava as obras da Lei exatamente por
isso, pois jamais o homem poder satisfazer o que a Lei prescreve. Essa interpretao
tradicional da Lei foi fortemente contestada pelos telogos da Nova Perspectiva, que do
uma nova interpretao deste assunto em Paulo. Dentro desta Nova Perspectiva, temos
Werner Kmell (que analisa Rm 7 como retrica e no autobiogrfico), diz que o
58Augustus Nicodemus Lopes. op. cit., p. 71, nota 02.59Rudolf Bultmann. Theology of the New Testament. (New York. Charles Scribners Sons, 1955), p. 264.
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propsito da passagem mostrar o relacionamento entre Lei e pecado e, por isso, Paulo
no tem a inteno de fazer uma auto-anlise de sua vida; e Krister Stendhal, que lanou
uma tese dizendo que Paulo tradicionalmente interpretado pelos culos de Lutero,60no
que tange a uma ao conflito humano com a Lei. Todavia, com Standhal esta viso de que
Paulo tinha um conflito com a Lei quebrada.
Foi ento, com E. P. Sanders, que a viso tradicional foi completamente
questionada. Sanders, partindo da pesquisa do material rabnico prope o seguinte
argumento: Os judeus nos dia de Paulo no defendiam que mantendo a Lei era o meio para
a salvao, como se pensa freqentemente. Mas eles consistentemente afirmavam que a
entrada para a Aliana era pela eletiva graa de Deus, e a prtica das obras da Lei no era
para justificar-se, mas para manter-se dentro da Aliana61. Portanto, para Sanders, longe de
ser legalista, o fariseu do tempo de Jesus e Paulo. Para Sanders, o padro religioso do
judasmo palestino no era legalsmo, mas nomismo pactual.62Os judeus eram salvos
por fazerem parte do povo com quem deus estabelecera uma Aliana, e a Lei existia
simplesmente para regulamentar a vida deles na comunidade. A obedincia Lei era vista
como importante para permanecer na comunidade pactual.63
Desta forma, a Nova Perspectiva proporcionou uma mudana de abordagem em
direo menos crtica do judasmo e de uma viso negativa de Paulo. Isso leva a cr que
Paulo entendeu mal o judasmo do seu prprio contexto. Todavia, necessrio fazer uma
crtica a Sanders. Pois, o que encontramos nele a manipulao de informaesomisso
de evidncias de uma religio farisaica meritria64. Alm do mais, Sanders nega o ensino
do judasmo pregava. O ensino do judasmo, refere-se ao dia do juzo com a de pesar em
60Augutus Nicodemus Lopes, op. cit., nota 0361Andrew J. Bandstra. op. cit., p. 25262Augustus Nicodemus Lopes. op. cit. p. 66.63D. A. Carson, Douglas J. Moo, L. Morris. I nt roduo ao Novo Testamento. (So Paulo, SP. Vida Nova,1997), p. 331.64Jer C. Batista. Op. cit., p. 11
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balanas os mritos e demritos das pessoas. Esse era o ensino de Beth Hillel, que
enfatizava a misericrdia de Deus em afirmar: Aquele que abunda na graa inclina a
balana para o lado da graa.65
Uma outra abordagem dentro da Nova Perspectiva a de James Dunn. Ele passa
da abordagem soteriolgica para a sociolgica. Segundo Dunn, o ataque de Paulo s obras
da Lei, no porque elas expressam legalismo, mas Paulo simplesmente se ope ao
exclusivismo judaico que colocava limites entre os judeus e os gentios. Esses limites,
referem-se aos emblemas caractersticos do prprio judasmo (particularmente leis
dietrias, observncia do Sbado, circunciso). De acordo com a abordagem de Dunn,
Paulo combatias estas obras da Lei, porque elas faziam separao entre os judeus e os
gentios, separao esta que Cristo j havia abolida.66
A mesma abordagem feita por Francis Watson, mostrando que a crtica de Paulo
ao judasmo est mais no mbito sociolgico (i., relacionado misso gentlica no nvel
pragmtico), que no teolgico (que est relacionado essncia do evangelho). No h
dvida que nessa abordagem detectado as impresses digitais da abordagem de E. P.
Sanders.67
Aps a viso da Nova Perspectiva, aparece uma nova abordagem que apresenta
Paulo como incoerente no seu pensamento quanto Lei. Essa abordagem defendida
principalmente por Hans Hbner e Heikki Risnen.
O principal argumento de Hbner que h um desenvolvimento no pensamento de
Paulo sobre a Lei, o qual est concentrado em Glatas e Romanos. Hbner argumenta que
nestas duas cartas, o pensamento de Paulo quanto Lei, no s demonstra
65D. A. Carson, Douglas J. Moo, L. Morris, op. cit., nota 34.66Paulo Srgio. Fim da Lei em Romanos 10:4. Fides Reformata 2/1 (1997) 123-136. Ver tambm:Augustus Nicodemus op. cit. Andrew J. Bandstra, op. cit., p. 256, nota 05.67 Daniel B. Wallace. Galatians 3:19-20 A Crux Interpretum For Pauls View of the Law .Westminster Theological Seminary and Galaxie Software, 1997 , p. 02.
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desenvolvimento, mas tambm discordncia68. Isso expressa uma mudana no pensamento
de Paulo, que segundo Hbner, aconteceu entre a escrita de Glatas e Romanos. Segundo
ele, o que Paulo afirmou em Glatas sobre a Lei, ele muda na carta aos Romanos.
Risnen avana sua viso em Paulo e a Lei. Para ele, a discusso de Paulo e Lei
completamente inconsistente e auto-contraditrio. A diferena entre Hbner e Risnen,
que o primeiro v a contradio Paulina (por desenvolvimento) entre Glatas e Romanos
enquanto que o ltimo v a contradio Paulina dentro de cada uma destas duas Principais-
cartas.69
3. ANLISE TEOLGICA.
3.1 Observaes Preliminares.
68Ibid.69Ibid.
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3.1.1 Os Oponentes.
A questo circunstancial em que Paulo enviou esta carta aos Glatas importante
para o sue atual estudo. Mais importante ainda definir quem realmente eram os oponentes
de Paulo, que estavam pervertendo o seu evangelho, oferecendo outro evangelho:
Admira-me que estejais passando to depressa daquele que vos chamou na graa de
Cristo para outro evangelho (e(tero eu)aggelion) 1:6. Esse oponentes,
chamados tradicionalmente de judaizantes, sem dvida nenhuma, estavam perturbando
os cristos da Galcia, induzindo-os a praticar as obras da Lei- 5:10,12; 6:12-13.
Considerando que a nossa abordagem temtica tem a ver com o uso ou funo da
Lei, devemos entender que detectar os oponentes de Paulo em Glatas to relevante
quanto saber que para Paulo a Lei no justifica. Isso logo determinado pelo propsito de
Paulo ao escrever esta epstola, tendo em vista que ele combate veementemente os seus
oponentes que procuravam justificar-se pelas obras da Lei. Fica ento a pergunta: quem
realmente so os oponentes de Paulo? Alguma propostas so dadas.
3.1.1.1 Judaizantes Judeus-Cristos.
Apesar de existirem vrias teorias70acerca de quem eram os oponentes de Paulo, a
proposta a tradicional e mais aceita pela maioria dos eruditos protestante, tendo em vista
que as evidncias internas reforam esse argumento. Esse opositores que tentavam
sublevar os cristos da Galcia, so distinguidos cuidadosamente por Paulo dos membros
70 Giuseppe Barbaglio. As Cartas de Paulo (I I ). (So Paulo , SP. Ed. Loyola, 1991), p. 17, oferece umquadro das hipteses sugeridas por alguns eruditos: a) Eram cristos gnsticos de origem pag posiosustentada por De Wette; b) Dois grupos distintos: Judaizantes e Libertrios entusiastas W. Luetgert; c)Sincretista Judeus/Cristos/Gnsticos, W. Marxsen.
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da comunidade (= vs), enquanto que os opositores, Paulo os denomina de (alguns-
1:7; 2:12, os que- 4:17; 5:13, aqueles- 5:10; 6:13, todos os que- 6:12, etc.). Esse
testemunho interno mostra que os opositores tinham prticas judaicas e, por isso,
identifica-se com judeus-cristo, que possivelmente teriam vindos de outra regio
(Jerusalm)71 com a inteno de melhorar o evangelho pregado por Paulo, impondo
sobre a igreja Glata, principalmente, a prtica da circunciso- 5:2-3.
Apesar desta posio ter sido contestada72, no h dvida de que, os oponentes de
Paulo pertenciam ao judasmo tradicional, de onde haviam se originado. Portanto,
assumimos a posio de que Paulo tem realmente judeus/cristo como seus oponentes, que
reivindicavam a prtica das obras da Lei como aditivo justia da f para a salvao. O
centro da discusso de Paulo em Glatas , sem dvida, combater o legalismo e mostrar
que a justia provm da f. Nesse sentido, a Lei no serve para a justificao, mas tem a
sua funo especfica, cumprida no descendente (sperma) da promessa.
Isso torna-se relevante para nossa discusso pelo fato do assunto Lei envolver
toda a proposta de Paulo nessa epstola. Digno de nota saber que os judeus/cristo
entendiam a Lei de Moiss de uma forma completamente legalista e meritria. Paulo ento,
se ope a esse entendimento, mostrando que dentro do processo redentivo de Deus, i., no
escopo da Aliana da Redeno, a Lei desempenha um papel especfico que no justificar
71 James D. G. Dunn. The Epistle to the Galatians. Blacks New Testament Comentary (Peabory,Massachusets, 1993), p. 10. Ele diz: A concluso bem forte que estes cristo judeus tinham vindo Galcia algum tempo depois da ltima visita de Paulo e que eles tinham vindo como apstolos oumissionrio pregando o evangelho. Ver tambm: E.P. Sanders. Paulo, a Lei e o Povo Judeu. (So Paulo,SP. Ed. Paulinas, 1990), p. 27. Ele diz: Certos missionrios estavam tentando, ao que parece com algumsucesso, convencer os gentios convertidos por Paulo.... Jer C. Batista. op. cit., p. 06, diz que: a) eram
judeus provindos de Jerusalm 1:7; 5:10,12; b) parecem ser cristos, pois oferecem e(teroeu)aggelion1:6, etc...72Johannes Munck. Paul, And The Salvation of M anking. (Richmond, Virginia. John Knox Press, 1959),
pp. 87-90. Munck advoga que os oponentes de Glatas so judaizantes, mas de origem gentia. Segundo ele, opresente particpio com o artigo de Gl. 6:13 (oi( peritemnomenoi) d a idia de terem sidocircuncidados num passado recente e, portanto, tratava daqueles que tinham recebido a circunciso e nodaqueles que pertenciam circunciso.
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o homem, pelo contrrio, ela serve para revelar e avultar o pecado do homem,- 3:19, cf.
Rm. 5:20, condenar tudo sob o pecado- 3:22-23, e cumprir um propsito especial na
histria do povo judeu, ou seja, exercer uma funo supervisria e disciplinadora sobre
ele,- 3:24-25. nesse sentido que devemos entender o propsito de Paulo ao escrever esta
epstola.
3.1.2 Propsito.
Assumindo a posio que os oponentes de Paulo eram realmente judeus/cristo,
definimos tambm qual era o propsito de Paulo ao escrever esta carta igreja da Galcia.
Esses judeus/cristos queriam combinar o evangelho de Cristo com a observao das
cerimnias judaicas,73 e ensinam principalmente que a circunciso era necessria para a
salvao- 5:2; 6:12uma posio que j havia sido tratada no assim chamado Conclio de
Jerusalm. O propsito do apstolo Paulo ento, combater essa heresia judaica que vai
contra todo conceito de liberdade crist.
Uma maneira de identificar o propsito de Paulo nesta carta, atravs do prprio
vocabulrio74 que Paulo emprega na carta. O termo no\moj aparece em termos
percentuais em maior nmero na carta de Glatas mais que em todas as outras cartas,
somente Romanos75 pode ser comparada a Glatas76. As ocorrncias dadas pela relao
feita por Douglas Moo reafirmam essa realidade. Como j foi mostrado anteriormente, o
73Herman N. Ridderbos. Galatia,p. 1674Jer C. Batista. op. cit., p. 08.75Ibid: nomoj ocorre 32 vezes em Glatas, com percentual de 14,3 3m cada 1,000 palavras, enquanto queRomanos apresenta 10,4 no mesmo grupo de 1,000 palavras Apostila: Nicodemus, no publicado.76Ibid.
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termo no\mojpode ser classificado de duas formas diferentes: o uso legal e o no legal.
A tabela77dada a seguir ilustra bem essa verdade:
Significado Captulo 01 Captulo 02 Captulo 03 Captulo 04 Captulo 05 Captulo 06 Sentido
Uso genrico Vs. 23 Neutro
Lei de Deus
em geral
Vs. 21b. Neutro
Cnon Vs. 21b. Neutro
Sig, do Novo
Testamento
Vs. 2- Lei de
Cristo
Positivo
Legalismo Vs. 11,12,17,
19,21,23
Vs.4,5 Negativo
Corpo de
Mandamen
-tos
Vs. 3 Vs. 13 Neutro
Base da Jus-
Tificao
Vs. 16,21 Vs2,5,10,18 Vs. 4 Negativo
Sistema ou
Economia
Vs. 19 Vs.23,24 Vs.4,5,21 Vs.4,18 Neutro
Como vimos, essa tabela mostra que a inteno de Paulo, na verdade, combater as
intenes dos judaizantes de buscar salvao mediante as obras da Lei. O termo
no\moj aqui demonstrado, aparece no sentido quase totalmente negativo, levando o
centro da discusso de Paulo para o confronto com os judeus legalistas. Vemos ainda, que
a discusso de Paulo com estes judeus, se concentra nos captulos 3 e 4, evidenciando
assim, que a estrutura da carta tambm determina o seu propsito.
Fica ento, claro e coerente afirmar que a estrutura da carta determina o seu
propsito. Cabe-nos conhecer algumas propostas de estruturas concernente a essa carta.
77Ibid., Douglas J. Moo, op. cit.
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3.1.3 Estrutura.
Como j dissemos acima, a estrutura da carta determina o propsito do apstolo.
Como tambm j mostramos, o centro do argumento de Paulo localiza-se no assunto
referente a Lei e o seu papel dentro da histria salvfica. Sendo assim, fica evidenciado
que, o centro do argumento de Paulo nesta carta fica nos captulos 3 e 4, onde concentram-
se os assuntos Lei, Promessa (= Aliana) e justificao pela f. Contudo, h algumas
proposta de estrutura que mostraremos a seguir.
Uma das estruturas fornecida pela anlise retrica diacrnica de Hans Dieter Betz,
que fez a sua anlise partir do ponto de vista da retrica Greco-Romano. A sua anlise
estrutural fica desta forma, como segue78:
I. Pre-escrito Epistolar1:1-5;
II. Exordium - 1:6-11;
III. Narratio - 1:12-2:14;
IV. Propositio -2:15-21;V. Probatio -3:1-4:31;
VI. Exhortatio -5:1-6:10;
VII. Pos-escrito EpistolarConclusio6:11-18.
Essa anlise apresenta a epstola aos Glatas como uma auto-apologtica carta da
tradio Literrio Helenista, em vez de uma obra judaico-crist. Isso torna-se problemtico,
78William David Davies. Jewish and Paul ine Studies. (Philadelphia. Fortress Press, 1984), p. 172. Vertambm: Richard N. Longenecker. Galatians,p. cx (of Introduction).
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pois Paulo seria considerado um homem totalmente influenciado pelo mundo Greco-
Romano, e sua carta se tornaria mais uma obra forense79que crist. Todavia, a quinta parte
desta estrutura (Probatio - 3:1-4:31), mostra o desenvolvimento central do argumento de
Paulo80, levando o assunto referido para o centro da discusso de Paulo. Isso certo.
Uma outra proposta de estrutura dada por John Bligh, que advoga que toda a carta
de Glatas deve ser entendida em termos de quiasmo.81A estrutura compreendida como
segue:
A. Prlogo. 1:1-1:12;
B. Seo Autobiogrfica. 1:13-2:10;C.Justificao pela F. 2:11-3:4;
D.Argumento da Escritura. 3:5-3:29;E. Quiasmo Central. 4:1-4:10;D. Argumento da Escritura. 4:11-4:31;
C. Justificao pela F. 5:1-5:10;
B. Seo Moral. 5:11-6:11;
A. Eplogo. 6:12-6:18.
certo que no podemos negar que exista quiasmo em Glatas, e que deve ser
tratado seriamente na exegese pelo menos em algumas pores da carta- ex: 1:1; 4:4-5; 25-
26. Mas devemos entender que a carta como um todo no pode ser entendida como um
quiasmo, pois no refletiria o pensamento de Paulo. O quiasmo era uma das muitas
ferramentas usadas por Paulo. No podemos admitir que- 4:1-10 seja o ponto central do
argumento de Paulo, pelo simples fato de ser um quiasmo apenas. Existem outras
ferramentas retricas que possivelmente eram usadas pelas mos de Paulo, e, portanto,
devemos consider-las.
79Jer C. Batista. op. cit. p. 09.80Richard N. Longenecker. Galatians,p. cx.81 Ibid. p. cxiii. - (Observao: Quiasmo uma figura de linguagem na qual os termos paralelos, emsentenas ou oraes adjacentes, so colocadas em ordem invertidas).
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Uma terceira proposta mais simples e mais coerente demonstrada baseada em seu
propsito, que aponta para a centralidade do argumento de Paulo.82Considerando Glatas
uma carta grega a estrutura pode ser definida como segue:
Estrutura Epistolar. Glatas.
Abertura. Aes de Graa/Bno Saudao (1:1-5)
Corpo (Abertura Formal) Seo de repreenso: Argumento Histrico
(1:6-2:15).
- Argumento Teolgico (2:16-4:11).
Parneses Seo de Requerimentos: Requerimentos(4:12-?)
[Inicia entre 4:28 e 5:13] Parneses (?-6:10)
Encerramento (Aes de Graa/Bno/Daxologia) Subscrio (6:11-18).
Esta estrutura demonstra claramente a inteno de Paulo no que concerne o seu
argumento. O corpo ( abertura formal ), nas duas subdivises argumento histrico e
Teolgico- 1:6-2:15 e 2:16-4:11, respectivamente), leva tanto a defesa da sua
apostolicidade, como a anttese entre Lei e Aliana para o centro da discusso. Devemos
considerar ento, que Paulo tem em mente combater expressamente os judeus que buscam
justificao pelas obras da Lei, das quais Paulo afirma no haver justia para tal
justificao. Portanto, o centro do argumento de Paulo localiza-se no argumento teolgico-
escriturstico- 2:16-4:11, pois este revela o seu propsito j evidenciado anteriormente.
Neste caso, devemos abordar o tema central do argumento de Paulo, i. ., Lei e Aliana.
Paulo inicia o seu argumento teolgico mostrando a insuficincia das obras Lei
como justia para a salvao, e a suficincia da f em Jesus Cristo que torna possvel a
salvao. Paulo diz: sabemos... queo homem no justificado pelas obras da Lei (ou)
82Jer C. Batista. op. cit. p. 10
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e)c e)/rgwn no/mou), e sim, mediante a f em Jesus Cristo (dia\ pi/stewj
)Ihsou= Xristou)- 2:16.
Isso significativo para o restante do argum