17
NUEVAS CONSIDERACIONES SOBRE EL EPISODIO DE ANDRÉS EN EL QUIJOTE (I, 4 y I, 31) El episodio de Andrés ha ocasionado unos cuantos comentarios que, generalmente, ponen de relieve su Carácter lastimoso. Don Quijote, empujado por su visión anacrónica de la caballería, fra- casa en su intento de librar al joven pastor, atado a una encina y "desnudo de medio cuerpo arriba", del vapuleamiento que le inflige el amo, el cruel Juan Haldudo el Rico. Al querer restable- cer la justicia por medios inadecuados, el hidalgo provoca un ver- dadero desastre ya que su generosa intromisión es causa de que Andrés sea víctima de un castigo más duro todavía 1 . No obstante, cabe preguntarse si el episodio no es más com- plejo de lo que supone tal visión unilateral y si no es dable inver- tir en parte las perspectivas y la tonalidad de la aventura, al enfo- carla de otra manera 2 . Es lo que deseamos hacer en este traba- jo, apoyándonos en diversas tradiciones (folklóricas en particular) conocidas por Cervantes, en el sistema de representaciones con- temporáneas, ilustrado por la obra cervantina, y en el contexto histórico. Algunos estudiosos han buscado la fuente del episodio en el Amadís de Grecia, en el Ciarían de Landanís o en el Orlando furioso 3 1 Sólo mencionaré dos trabajos ya clásicos: AMÉRICO CASTRO, El pensa- miento de Cervantes (1925), 2 a ed., ampliada y con notas del autor y de Julio Rodríguez-Puértolas, Noguer, Barcelona-Madrid, 1972, pp. 124-125; JOA- QUÍN CASALDUERO, Sentido y forma del "Quijote", ínsula, Madrid, 1970, pp. 60-61. 2 Es lo que han empezado a hacer, aunque con un planteamiento dife- rente del nuestro, CATHERINE E. BOURQUE y ROLAND J. QUIRK. Cf. su traba- jo ''Andrés mDon Quixote: aCervantine Picaro", Cervantes, 1985, núm. 5, 19-25. 3 Véanse los comentarios respectivos de DIEGO CLEMENCÍN en su ed. del Quijote (sigo la ed. del I V Centenario, Alfredo Ortells, Valencia, s. a.; cf. I , 4, nota 8, p. 1044a); de FRANCISCO RODRÍGUEZ MARÍN a su ed. del Quijote (ed. del IV Centenario, Atlas, Madrid, 1947, 10 ts.; cf. I, 4, t. 1, nota 15, p. 150),

NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

  • Upload
    others

  • View
    12

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

N U E V A S C O N S I D E R A C I O N E S SOBRE E L EPISODIO D E ANDRÉS

E N E L QUIJOTE ( I , 4 y I , 31)

E l episodio de Andrés h a ocasionado unos cuantos comentar ios q u e , genera lmente , p o n e n de rel ieve su Carácter last imoso . D o n Q u i j o t e , e m p u j a d o p o r su visión anacrónica de l a caballería, f r a ­casa en su i n t e n t o de l i b r a r a l j o v e n pastor , atado a u n a enc ina y " d e s n u d o de m e d i o cuerpo a r r i b a " , del v a p u l e a m i e n t o que le i n f l i g e el a m o , el c rue l J u a n H a l d u d o el R i c o . A l querer restable­cer l a j u s t i c i a p o r medios inadecuados, el h ida lgo provoca u n ver ­dadero desastre y a que su generosa intromisión es causa de que Andrés sea víctima de u n castigo más d u r o todavía 1 .

N o obstante, cabe preguntarse si el episodio n o es más c o m ­p le j o de l o que supone t a l visión u n i l a t e r a l y si no es dable i n v e r ­t i r en parte las perspectivas y l a t o n a l i d a d de la a v e n t u r a , al enfo­car la de o t r a m a n e r a 2 . Es lo que deseamos hacer en este t r a b a ­j o , apoyándonos en diversas tradic iones (folklóricas en p a r t i c u l a r ) conocidas p o r Cervantes , en el sistema de representaciones con ­temporáneas, i lus t rado por l a o b r a c e r v a n t i n a , y en el contexto histórico.

A l g u n o s estudiosos h a n buscado l a fuente del episodio en el Amadís de Grecia, en el Ciarían de Landanís o en el Orlando furioso3

1 Sólo mencionaré dos trabajos y a clásicos: A M É R I C O C A S T R O , El pensa­miento de Cervantes ( 1 9 2 5 ) , 2 a e d . , a m p l i a d a y c o n notas del autor y de J u l i o Rodríguez-Puértolas, N o g u e r , B a r c e l o n a - M a d r i d , 1972, p p . 124-125; J O A ­Q U Í N C A S A L D U E R O , Sentido y forma del "Quijote", ínsula, M a d r i d , 1970, p p . 60 -61 .

2 E s lo que h a n e m p e z a d o a h a c e r , a u n q u e c o n u n planteamiento dife­rente del nuestro , C A T H E R I N E E . B O U R Q U E y R O L A N D J . Q U I R K . C f . su t r a b a ­

j o ' 'Andrés mDon Quixote: a C e r v a n t i n e P i c a r o " , Cervantes, 1985, núm. 5, 19-25. 3 Véanse los comentar ios respectivos de D I E G O C L E M E N C Í N e n su ed . del

Quijote (sigo l a e d . del I V C e n t e n a r i o , A l fredo O r t e l l s , V a l e n c i a , s. a . ; cf. I , 4, n o t a 8, p . 1044a) ; de F R A N C I S C O R O D R Í G U E Z M A R Í N a su ed . del Quijote ( ed . del I V C e n t e n a r i o , A t l a s , M a d r i d , 1947, 10 t s . ; cf. I , 4, t. 1, nota 15, p. 150) ,

Page 2: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

858 A U G U S T I N R E D O N D O NRFH, X X X V I I I

y es m u y posible que la a v e n t u r a tenga algo que ver con algún t r o z o de estos textos. Pero los críticos no se h a n fijado en el n o m ­b r e que l l eva el j ovenzue lo y , s in embargo , no puede pasar i n a d ­v e r t i d a l a i m p o r t a n c i a que la onomástica cobra en el Quijote, so­b r e todo cuando se t iene presente lo que signif ica p a r a los h o m ­bres del Siglo de O r o 4 .

E l j o v e n pastor sólo l leva u n apelativo: Andrés. Es éste u n n o m ­b r e de o r igen griego y quiere dec ir " v i r i l " , lo que t iene c ierto a l ­cance, como veremos. Así se l l a m a b a u n o de los apóstoles, el her ­m a n o m a y o r de San Pedro . Su leyenda no se conoce más que por los Evangel ios apócrifos y v a u n i d a sobre todo al cu l to de l a I g l e ­sia o r i e n t a l . E n Occ idente ese cu l to t u v o m e n o r desarrol lo a u n ­que se veneró al santo en var ias partes — c o m o lo atestigua por e j emplo el n o m b r e de l a c i u d a d de Santander , así como la pre ­sencia de la cabeza que se le atribuía entre las re l iquias conserva­das en San Pedro de R o m a 5 . Su m a r t i r i o fue ordenado por el p ro ­cónsul Egeas en Patras. C o m o lo i n d i c a el Flos sanctorum,

Egeas mandó que le agotassen treynta e u n hombres, uno en pos de otro y después que fuesse bien agotado, que le pusiessen en la cruz y lo atassen los pies y las manos porque fuesse atormentado para más largo espacio. Y como lo llevassen a crucificar y va con él gran m u l t i t u d de gente y davan grandes vozes y dezían: " I n n o -

y M A R C O A . G A R R O N E , " L ' O r l a n d o furioso considerato c o m e fonte del Quijo­te", Rivista dTtalia, 14 (1911) , 95 -124 .

4 Recuérdese que según las teorías platónicas m u y di fundidas en el Siglo de O r o y según l a tradición j u d e o - c r i s t i a n a , ' ' el n o m b r e es c o m o i m a g e n de l a c o s a de q u i e n se d i c e " , F R A Y L U I S D E L E Ó N , LOS nombres de Cristo, BAC, M a ­d r i d , 1959, p. 398. A c e r c a de l a onomástica e n el Quijote, e n relación con l a creación c e r v a n t i n a , véanse los trabajos siguientes : A U G U S T I N R E D O N D O , " T r a d i c i ó n c a r n a v a l e s c a y creación l i t e r a r i a . D e l personaje de S a n c h o P a n z a al episodio de l a ínsula Barataría en el Quijote", BHi, 80 (1978) , 39 -70 ; " E l p e r s o n a j e de D o n Q u i j o t e : tradiciones folklórico-literarias* contexto histórico y elaboración c e r v a n t i n a ' ' , NRFH, 29 (1980) , 36-59 ; " D e l personaje de A l -d o n z a L o r e n z o al de D u l c i n e a del T o b o s o : algunos aspectos de l a invención c e r v a n t i n a ' ' , ACer, 21 (1983) , 9 -22 ; " D e d o n C l a v i j o a Clavileño: unos c u a n ­tos aspectos de l a tradición c a r n a v a l e s c a y c a z u r r a en el Quijote", Edad de Oro, 1984, núm. 3, 181-199; " D e Ginés de P a s a m o n t e a m a e s e P e d r o . A l g u n o s datos nuevos sobre este personaje c e r v a n t i n o y su actuación" , e n Texte. Kon­texte. Strukturen, Homenaje a Karl AlfredBülher-, G. N a r , Tübingen, 1987, p p . 221-229 . Véase a s i m i s m o D O M I N I Q U E R E Y R E , Dictionnaire des noms des personnages du

(<Don Quichotte" de Cervantes, E d s . H i s p a n i q u e s , P a r i s , 1980. 5 Véase L o u i s R É A U , Iconographie de l'art chrétien. Iconographie des saints, P U F ,

P a r i s , 1958, t. 1, pp. 76 ss.

Page 3: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

NRFHy X X X V I I I E L E P I S O D I O D E A N D R É S E N E L QUIJOTE 859

cente es este hombre y sin razón es dada contra él sentencia tan i n ­justa ' ' [ . . . ] . Y estuvo dos días vivo en la cruz y no cessó de predi­car a veynte m i l i hombres que ay estavan. E movidas las compa­ñas, con gran yra fueron a Egeas y amenazaron que lo matarían si no les diesse al santo apóstol [. . . ] 6 .

H a y que saber además que en la iconografía o r i en ta l —cono ­c ida en I t a l i a , donde estuvo Cervantes— San Andrés se hal la atado n o a u n a cruz sino a u n árbol a h o r q u i l l a d o 7 .

Por o t ro l ado , es necesario añadir que t a l vez a causa del o r i ­gen de su n o m b r e , las mozas p o r casar lo invocaban en diversos sitios, pidiéndole que les proporc ionara u n m a r i d o 8 . Precisamen­te , en el Flos sanctorum que hemos u t i l i z a d o ya , las actuaciones de l santo v a n tiiiidas al universo erótico pues ayuda a una m u j e r ' 4 que n o podía p a r i r " , a u n v ie jo l u j u r i o s o y a u n mozo perseguido p o r la p r o p i a m a d r e , la cual quería cometer incesto con é l 9 . V a r i o s refranes , recogidos por Correas a pr inc ip i os del siglo xvn, ates­t i g u a n que el apelat ivo Andrés está re lac ionado , en el sistema de representaciones del Siglo de O r o , con la v i r i l i d a d y la lascivia. E l paremiólogo a p u n t a en efecto dos signif icativos refranes: " E r -m a n o Andrés [o H i x o Andrés ] , embúdamelo o tra v e z " 1 0 , y ' ' A n ­drés Baldrés, de u n a aguxa haze tres, y agixón para los m á s " 1 1 .

6 C i t o p o r l a ed . de Flos sanctorum. / La vida de nuestro señor Jesu Christo y de / su santissima madre: y de los otros santos según la orden de sus /fiestas. Aora de nuevo corregido y emedado. Y añadidas algunas vidas de santos, J u a n de B r o c a r , A l c a ­lá de H e n a r e s , 20 -10 -1558 ; B N M : R . 8029. H u b o por lo m e n o s ediciones de 1511, 1558, 1566, 1568, 1569, 1572, probablemente con a lgunas modif icacio ­n e s . E l texto citado (f. C X L v ° a-b) v a acompañado de u n grabado en que se ve al santo atado a u n a c r u z a s p a d a , l a famosa c r u z de S a n Andrés. Así lo r e p r e s e n t a el p intor sevil lano J u a n de las R o e l a s , a principios del siglo x v n : m e d i o desnudo y sujeto a u n a c r u z en f o r m a de X (el c u a d r o está en el M u s e o de B e l l a s A r t e s de S e v i l l a ) .

7 Véase L . R É A U , op. cit., t. 1, p. 82 . Q Ibid., t. 1, p. 78. 9 C f . f. C X X X I X v ° a-b . 1 0 C f . Vocabulario de refranes y frases proverbiales, e d . L o u i s C o m b e t , Inst i tut

d ' E t u d e s Ibériques et Ibéro-Américaines de l'Université, B o r d e a u x , 1967, p p . 82b y 590b. E l comentar io que hace C O R R E A S de este refrán no tiene n a d a q u e v e r con lo que s ignif ica . N o h a y que perder de vista que embudo equivale a penis (cf. C A M I L O J O S É C E L A , Vocabulario secreto, A l f a g u a r a , B a r c e l o n a -M a d r i d , 1971, t. 2, p p . 365-366) y embudarlo a " m e t e r l o " , con el " l o " m u y explícito; cf. P I E R R E A L Z I E U , R O B E R T J A M M E S e Y V A N L I S S O R G U E S , Poesía eróti­

ca del Siglo de Oro (en adelante PESO), Crítica, B a r c e l o n a , 1984 — n u m e r o s a s r e f e r e n c i a s , véase el índice.

1 1 Andrés es " B a l d r é s " porque " v a l e t r e s " , es decir que su aguja (el sen-

Page 4: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

860 A U G U S T I N R E D O N D O NRFH, X X X V I I I

P o r algo será Andrés h e r m a n o de Pedro el m u j e r i e g o 1 2 y el t a i m a d o 1 3 con q u i e n se le asocia y de q u i e n refiere u n d icho lo s iguiente : " ¿ K e hazes, Pedro? — E s c k r i b o l o ke m e deven , i bo ­r r o lo ke d e v o " 1 4 . N o es extraño que Andrés se porte de u n a m a ­n e r a parec ida y venga a ser u n ladrón, según lo ind i cado p o r o tro refrán, " K i e n de ve a Pedro i paga a Andrés, ke page o t ra v e z " 1 5 .

E fec t ivamente , es éste el n o m b r e que se les a t r i b u y e a dos per­sonajes v inculados con el un iverso del r obo en dos obras c o n t e m ­poráneas de l Quijote: en u n a de las cervant inas Novelas ejemplares,

t ido es clarísimo) es c a p a z de coser c o m o tres , a u n q u e más que a g u j a es u n ver ­d a d e r o aguijón (véanse C . J . C E L A , op. cit.9 pp . 257 -258 y PESO, núm. 30 , p . 4 6 y núm. 76 , p p . 131-132) . Par© además el baldrés n o sólo es u n a clase de " c u e r o m u y floxo de q u e se h a z e n los pliegues de los f u e l l e s " (SEBASTIÁN D E C O V A R R U B I A S , Tesoro de la lengua castellana, e d . Martín de R i q u e r , H o r t a , B a r ­c e l o n a , 1943, p. 187b) s ino también cierto artificio hecho de cuero (de baldrés) c u y a finalidad aparece de m a n e r a evidente e n u n trozo de l a Relación de la cárcel de Sevilla de C R I S T Ó B A L D E C H A V E S , José de E s t e b a n , M a d r i d , 1983, p p . 25-26 : " Y h a b i e n d o m u c h a s m u j e r e s q u e q u e r i e n d o más ser h o m b r e s q u e lo que n a t u r a l e z a les d io , se h a n castigado m u c h a s que e n l a cárcel se h a n hecho ga­llos c o n u n valdrés, hecho e n f o r m a de n a t u r a de h o m b r e , que atado con sus c i n t a s se lo ponían; y h a n l levado por esto doscientos a z o t e s " . S o b r e el p a r t i ­c u l a r , véase el v i l l a n c i c o : " ¿ S i habrá en este baldrés / mangas para todas tres?" (PE­SO, núm. 67, p. 110) .

1 2 H u b o u n a v e r d a d e r a c o m p e t e n c i a entre S a n P e d r o y S a n Andrés: si b i e n el p r i m e r o fue a c a p a r a d o por l a I g l e s i a de R o m a , lo m i s m o le pasó al segundo c o n l a I g l e s i a griega. P e r o l a I g l e s i a l a t i n a no quiso que los griegos cismáticos se q u e d a r a n c o n u n apóstol importante y se esforzó por recuperar - ' lo . S e di jo q u e estaban sus presuntas re l iquias e n E s c o c i a y luego su c a b e z a e n R o m a , m a n e r a ésta de fomentar su culto (véase L . R É A U , op. cit., t. 1, p. 7 7 ) . E l S a n P e d r o p o p u l a r no tiene b u e n a reputación y e n p a r t i c u l a r se le p r e s e n t a c o m o lu jur ioso (véase m i trabajo " F o l k l o r e , referencias histórico-sociales y t rayector ia n a r r a t i v a e n l a p r o s a caste l lana del R e n a c i m i e n t o . D e P e d r o de U r d e m a l a s al Viaje de Turquía y al Lazarillo de Tormes1', que aparecerá e n las Actas del IX Congreso Internacional de Hispanistas, Berlín, agosto de 1986) . H e aquí además, unos cuantos refranes explícitos recogidos por C O R R E A S acer­c a de P e d r o el m u j e r i e g o : " p o r zierto , P e d r o , n u n c a venís sino k u a n d o m e o , i halláisme s iempre a r r e m a n g a d a " , " P o r a i , P e d r o , ke a i me duelo ; o m e o " , " P í k a m e , P e d r o , i io ke lo k i e r o " , etc . (Vocabulario de refranes. . ., p p . 480b, 4 7 0 b , 470a) .

1 3 P e d r o es el que " l a s urde m a l a s " y por ello dice C O R R E A S : " E S de a d ­v e r t i r ke a lgunos n o n b r e s los tiene rrezibidos i kal i f ikados el vulgo e n b u e n a o m a l a parte i sinifikazión [. . . ] . P e d r o , por t a i m a d o , ve l lako i m a t r e r o . . . " , ibid., p . 4 1 a - b .

1 4 Ibid., p. 387a . 1 5 Ibid., p . 399 ( f igura e n las colecciones de P e d r o V a l l e s y Hernán N ú -

ñez, de m e d i a d o s del siglo x v i ) .

Page 5: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

NRFH, X X X V I I I E L E P I S O D I O D E A N D R É S E N E L QUIJOTE 861

La gitanilla, y en La desordenada codicia de los bienes ajenos de Car los Garc ía .

La gitanilla se abre con u n a d i a t r i b a c o n t r a los g i tanos , l a d r o ­nes p o r a n t o n o m a s i a 1 6 . U n j o v e n noble , enamorado de Preciosa —sabremos poster iormente que se t r a t a de d o n j u á n de Cárca­m o — , se hace g i tano p a r a acompañarla; dice el n a r r a d o r : " S e había de l l a m a r cuando fuese gitano Andrés Cabal lero , porque t a m ­bién había gitanos entre ellos deste a p e l l i d o " ( p . 122). Caballero v iene a i n v e r t i r el s igni f icado de Andrés; es u n a m a n e r a de recor­d a r l e de vez en cuando al lector l a a l c u r n i a de Andrés el g i tano a q u i e n se le insta a aprender rápidamente el arte de h u r t a r p a r a t rans formarse en b u e n ladrón. Y si b i e n c o m p r a él con su d i n e r o l o que dice que h a robado , no deja de a d q u i r i r f a m a de "despe ja ­d o l a d r ó n " ( p . 141). Además se le acusará falsamente del h u r t o de unas j oyas y se le tratará de bellaco y se dirá de él: " ¡ M i r a d con qué b u e n a cara se encubre u n ladrón tangrandel" ( p . 160). D e l a m i s m a m a n e r a , u n mozo poeta , " e n t r e paje y c a b a l l e r o " , per ­seguido p o r l a J u s t i c i a p o r haber par t i c ipado en u n duelo m o r t a l , l lega al aduar de los gitanos, u n a noche con l u n a , vestido de blanco, a m o d o de m o l i n e r o , y le p r e g u n t a Andrés si viene a r o b a r 1 7 . E n u n p r i n c i p i o a f i r m a el recién l legado que se l l a m a A l o n s o Hurtado ( p . 140), lo que equivale a l lamarse Andrés .

E n La desordenada codicia de los bienes ajenos, el au t o r inserta el re lato de u n " famos íss imo l a d r ó n " , Andrés, h i j o de u n ta l Pedro y de u n a t a l Esperanza, que m u r i e r o n ajusticiados p o r ser t a m ­bién insignes l a d r o n e s 1 8 . Andrés cuenta sus robos y exalta el

1 6 S a b i d o es que las Novelas ejemplares se p u b l i c a r o n en 1613. H e aquí el p r i n c i p i o del texto de La gitanilla: " P a r e c e que los gitanos y gitanas n a c i e r o n e n el m u n d o p a r a ser ladrones : n a c e n de padres l a d r o n e s , críanse con l a d r o ­n e s , e s tudian p a r a ladrones y , finalmente, salen c o n ser ladrones corrientes y mol ientes a todo r u e d o , y l a g a n a de h u r t a r y el h u r t a r son e n ellos c o m o accidentes inseparables , que no se q u i t a n sino c o n l a m u e r t e , , (cito por l a e d . de M A R I A N O B A Q U E R O G O Y A N E S de las Novelas ejemplares, E d i t o r a N a c i o n a l , M a d r i d , 1976, t. 1, p. 95 ) . A l g o parec ido dice B e r g a n z a e n El coloquio de los perros: " L a que tuve con los gitanos fue c o n s i d e r a r en a q u e l t iempo sus m u ­c h a s m a l i c i a s , sus e m b a i m i e n t o s y embustes , los hurtos e n que se e j e r c i t a b a n así gitanas c o m o gitanos, desde el p u n t o casi que salen de las mant i l las y saben a n d a r " , ibid., t. 2, p. 334.

1 7 A c e r c a de las relaciones entre el m o l i n e r o y el h u r t a r , véase A U G U S T I N R E D O N D O , " D e m o l i n o s , mol ineros y m o l i n e r a s . T r a d i c i o n e s folklóricas y l i ­t e r a t u r a e n l a España del Siglo de O r o " , e n Literatura y folklore: problemas de intertextualidad, U n i v e r s i t y of G r o n i n g e r - U n i v e r s i d a d de S a l a m a n c a , S a l a m a n ­c a , 1983, p p . 103-105 .

1 8 L a p r i m e r a edición de La desordenada codicia. . . es de 1619. U t i l i z o l a

Page 6: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

862 A U G U S T I N R E D O N D O NRFH, X X X V I I I

" h u r t a d o r o f i c i o " (p . 119). C o m o era de suponer, a raíz de u n a de sus fechorías, la jus t i c ia lo condena a rec ib ir los consabidos " d o -cientos acotes por las calles acostumbradas" (p . 195), amén de otras penas.

Andrés v iene pues a ser, en el sistema de representaciones del Siglo de O r o , u n o de esos nombres que se cuelgan a u n personaje i n f a m e . Por el lo, en la comedia lopesca, sólo lo l l evan los v i l lanos ( l a b r a d o r , j a r d i n e r o , c r iado , etc.) y n u n c a los aristócratas (el úni­co caso es el de u n ex t ran je ro , u n noble húngaro ; pero se t r a t a de u n t r a i d o r ) 1 9 . Y p o r las connotaciones negativas que i m p l i c a , n i s iquiera aparece en el teatro de T i r s o de M o l i n a 2 0 .

Este carácter peyorat ivo lo i l u s t r a u n a fórmula de sant igua­d o r a , de hac ia 1550, en que u n t a l Andrés (¿el santo?) aparece c o m o u n ser m a l v a d o 2 1 .

N o hay que o l v i d a r , p o r o t r a par te , que el sambenito impues ­to p o r l a Inquisición a los condenados, cuando salían al auto de fe, l l evaba la cruz aspada, de m a n e r a que se aludía al hábito de San Andrés que tenían o, as imismo , a l a encomienda de San A n ­drés que habían conseguido 2 2 . D e añadidura, u n a de las penas básicas más frecuentes que , desde la época de Felipe I I , tenían que su f r i r esos reos consistía en los afrentosos azotes aplicados pú­b l i camente p o r el verdugo .

e d . de G I U L I O M E S S A N O , J . Porrúa T u r a n z a s , M a d r i d , 1977; véase el p r i n c i ­pio del c a p . 4 (p . 125).

1 9 Véase S . G R I S W O L D M O R L E Y y R I C H A R D W . T Y L E R , LOS nombres de per­

sonajes en las comedias de Lope de Vega (estudio de onomatologia), C a s t a l i a , M a d r i d , t. 1, p . 43 .

2 0 Véase L E O N A R D O F E R N Á N D E Z - M A R C A N É , El teatro de Tirso de Molina. Es­tudio de onomatología, P l a y o r , M a d r i d , 1973.

2 1 C a t a l i n a de Mondéjar, procesada por l a Inquisición de T o l e d o , preten­día que c u r a b a las secas del ganado , allá por los años 1550, santiguándolas c o n estas p a l a b r a s : " L a g r a c i a del P a d r e , / l a g r a c i a del H i j o , / l a g r a c i a del Espíritu S a n t o . / Estábase S a n P e d r o / en las puertas de G a l i l e a . / P o r allí p a ­só N u e s t r o Señor J e s u c r i s t o . / — ¿ Q u é h a c e s , P e d r o ? / —Señor, Secas y el An­drés I m e q u i e r e n m a t a r . / — P o n tus dedos ginco / y tu m a n o p l a n a : / l a seca será seca / y tú serás sano. / D i x o D i o s . A m é n " ; cf. S E B A S T I Á N C I R A C E S T O -P A Ñ Á N , Los procesos de hechicerías en la Inquisición de Castilla la Nueva, C S I C , M a ­d r i d , 1942, p. 97 .

2 2 H e aquí, por e jemplo , lo que se e n c u e n t r a e n u n a letri l la anterior a 1604, a t r i b u i d a a Góngora: " Q u e u n hidalgo , a u n q u e sea pobre / se precie de ser h idalgo , /[...]/ \oh qué buenol I P e r o que el que ayer llevaba I de San An­drés la encomienda I hoy en pretender ent ienda / otra C r u z de C a l a t r a v a , / [. . . ] \oh qué maloV\ L u i s D E G Ó N G O R A , Letrillas, ed . R o b e r t J a m m e s , C a s t a l i a , M a ­d r i d , 1980, p. 211.

Page 7: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

NRFH, X X X V I I I E L E P I S O D I O D E A N D R É S E N E L QUIJOTE 863

A h o r a se comprenderán m e j o r todas las resonancias que p o ­día suscitar el apelat ivo del cual ven imos ocupándonos y con qué características podía aparecer de antemano el personaje que así se n o m b r a r a . N o es n i n g u n a casual idad el que u n o de los b a n d o ­leros castellanos más célebres del siglo x v n , que cometía sus de­safueros por los años de 1640 y fue a just ic iado " e n el árbol de l a j u s t i c i a " , c omo i n d i c a u n a relación madrileña de 1647, se l l a ­m a r a s igni f i cat ivamente Pedro Andrés13.

Y a podemos vo lver al episodio del Quijote que es objeto de este t r a b a j o 2 4 .

L a p r i m e r a visión que se t iene de Andrés es la que correspon­de a l a leyenda del santo: atado a u n árbol, como en la i conogra­fía o r i e n t a l — a q u í se t r a t a de u n a enc ina , ya que estamos en l a M a n c h a , n o lejos del Q u i n t a n a r 2 5 — , el j o v e n recibe m u y recios azotes. Y D o n Q u i j o t e va a reaccionar como la gente que decía, según el Flos sanctorum: " I n o c e n t e es y sin razón es dada cont ra él sentencia t a n i n j u s t a " . C o m o esa gente también, con gran i r a le p ide al v e r d u g o que le entregue el cuerpo del a just ic iado , o sea que l ibere a l a víctima.

2 3 Véase p o r ejemplo M A R Í A C R U Z G A R C Í A D E E N T E R R Í A , Sociedad y poesía de cordel en el Barroco, T a u r u s , M a d r i d , 1 9 7 3 , p p . 3 3 0 - 3 3 1 .

2 4 C o m o e n nuestros trabajos precedentes , u t i l i zamos l a e d . de F . Rodrí­guez Marín descr i ta en l a n o t a 3 . H a y que notar y a que en el Quijote otro p e r ­sonaje l l eva el n o m b r e de Andrés. E s el que se l l a m a Andrés P e r l e r i n o , el futu­ro consuegro del l a b r a d o r socarrón que se presenta ante S a n c h o P a n z a , c u a n ­do está de gobernador de l a ínsula Barataría. E l c a m p e s i n o dice que u n hi jo s u y o —está estudiando p a r a b a c h i l l e r — " e s e n d e m o n i a d o " y " d e h a b e r caí­do u n a vez e n el fuego tiene el rostro a r r u g a d o c o m o p e r g a m i n o y los ojos algo l lorosos y m a n a n t i a l e s ; pero tiene u n a condición de u n ángel, y si no es que se a p o r r e a y se d a de puñadas él m e s m o a sí m e s m o , fuera u n b e n d i t o " . E s t e , p u e s , " s e enamoró e n el m e s m o pueblo de u n a doncel la l l a m a d a C l a r a P e r l e -r i n a , h i j a de Andrés P e r l e r i n o , l a b r a d o r riquísimo; y este n o m b r e de P e r l e r i n e s n o les v iene de abolengo n i otra a l c u r n i a , sino porque todos los deste l inaje s o n perlásticos, y , por m e j o r a r el n o m b r e , los l l a m a n P e r l e r i n e s " ( I I , 4 8 ) . L a socarronería del l a b r a d o r h a j u n t a d o los dos extremos al n o m b r a r al padre de C l a r a . Se l l a m a b a Andrés, o sea el viril, el que es paralítico por linaje ( ! ) , de m a ­n e r a que se p r e g u n t a el lector cómo h a podido ese imposibi l i tado e n g e n d r a r a u n a h i j a . E l n o m b r e que se le a t r i b u y e , Andrés Perlerino, es pues u n a bufones­c a creación.

2 5 Según las Relaciones topográficas, en 1 5 7 5 , E l Q u i n t a n a r de la O r d e n [de S a n t i a g o ] e r a " l u g a r falto de l e ñ a " , Relaciones de los pueblos de España ordenadas por Felipe I I - Ciudad Real, eds . C a r m e l o Viñas y Ramón P a z , C S I C , M a d r i d , 1 9 7 1 , p. 4 2 4 . P e r o los informantes i n d i c a n también que " a n t i g u a m e n t e se l l a ­m ó el Q u i n t a n a r de la Encina", ibid., p. 4 2 3 .

Page 8: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

864 A U G U S T I N R E D O N D O NRFH, X X X V I I I

Pero esta i m a g e n de leyenda áurea se ha l la puesta en tela de j u i c i o y viene a ser paródica cuando se considera que l a m a n e r a de o b r a r de l caballero i m p l i c a l a negación m i s m a de la j u s t i c i a . E n efecto, D o n Q u i j o t e no t o m a en cuenta lo que le dice u n a de las dos partes ( J u a n H a l d u d o ) , o m e j o r d i cho sólo t iene presente lo secundario y no lo i m p o r t a n t e , y tampoco presta atención al n o m b r e s igni f i cat ivo que l leva el m u c h a c h o , revelado cuando ya está desatado, de m a n e r a que el "desfacedor de e n t u e r t o s " agra­v i a al l a b r a d o r y se encamina hac ia u n e r r o r l l a m a t i v o que ha de r e d u n d a r en per ju i c i o de aquel a q u i e n quería ayudar .

H a y que volver pues a examinar las circunstancias del episodio. L a verdadera causa de la desavenencia entre amo y cr iado — l a

pasa p o r a l t o D o n Q u i j o t e — es l a pérdida cotidiana de u n a de las ovejas que f o r m a n parte de la m a n a d a conf iada p o r J u a n H a l d u ­d o al j o v e n pastor ( I , 4, 1 5 2 ) 2 6 . Este no niega la acusación del a m o sino que al c o n t r a r i o la a d m i t e , ya que , al p r i n c i p i o del ep i ­sodio , cuando J u a n H a l d u d o le está vapu leando , Andrés excla­m a : " [ . . . ] yo p r o m e t o de tener de aquí en adelante más cu idado con el h a t o " {ibid., 151).

N o sabemos, c laro está, desde cuándo desaparecen las ovejas. Pero el daño causado es de c ierta i m p o r t a n c i a : entre l a leche, la l a n a , el pel le jo , l a carne , cabeza y manos , l a pérdida por oveja debe de representar por lo menos 20 rea les 2 7 , lo que equivale a

2 6 H e aquí lo que se e n c u e n t r a e n las Relaciones topográficas a c e r c a del Q u i n t a n a r : " E n esta v i l la se v ive de l a l a b r a n z a de trigo e c e b a d a , centeno e a v e n a e de v i n o , o l ivares e azafrán e de criar ganado lanar y poco cabrío [. . . ] . E de crias de ganado, habrá cada año, uno con otro, dos mil e setecientas crias [. . . ] " , ibid., p. 425 . E s d e c i r que las m a n a d a s de ovejas del Q u i n t a n a r e r a n i m p o r ­tantes . J u a n H a l d u d o e r a pues u n o de los vecinos del l u g a r propietarios de " g a n a d o l a n a r " .

2 7 G r a c i a s a las listas de precios establecidas por E . J . H a m i l t o n (y h a ­c i e n d o todas las salvedades posibles — s o b r e el p a r t i c u l a r , cf. F I E R R E V I L A R , " H i s t o r i a de los precios , historia general . U n n u e v o l ibro de E . J . H a m i l t o n " , e n Crecimiento y desarrollo. Economía e historia. Reflexiones sobre el caso español, A r i e l , B a r c e l o n a , 1964, pp . 221 ss.), podemos intentar d a r u n a i d e a del precio de u n a oveja e n C a s t i l l a l a N u e v a a finales del siglo x v i y principios del siglo x v n . S o b r e l a l a n a no f igura n i n g u n a indicación y es difícil ut i l i zar las que se d a n a c e r c a de l a leche (y el queso) . E l costo del pellejo sólo está m e n c i o n a d o en C a s t i l l a l a V i e j a : u n o s 60 maravedíes. L a s m a n o s de c a r n e r o se v e n d e n entre 60 y 70 maravedíes. E l precio de l a c a r n e de c a r n e r o es de unos 20 maravedíes l a l i b r a , o sea los 460 gramos (sobre todo esto, véase E A R L J . H A M I L T O N , El tesoro americano y la revolución de los precios en España, 1501-1650, A r i e l , B a r c e l o ­n a , 1975, p p . 189, 365 , 388 , 395, e t c . ) . Según parece , u n a o v e j a p r o p o r c i o n a ­b a u n o s 25 kilos de c a r n e . S i adoptamos u n precio bajo p a r a l a v e n t a de ésta

Page 9: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

NRFH, X X X V I I I E L E P I S O D I O D E A N D R É S E N E L QUIJOTE 865

tres meses del sueldo del j ovenzue lo , pues él m i s m o confiesa que gana 7 reales cada mes (ibid., 154). Es dec ir que basta con que h a y a n desaparecido tres ovejas p a r a que el per ju i c i o sufr ido p o r el a m o corresponda a la ganancia del pastor d u r a n t e los nueve meses a los cuales se refiere (id.). Y a se entiende m e j o r l a reac­c ión del a m o .

Pero es necesario no quedarse a m i t a d del c a m i n o . Esas pér­d idas evocadas por J u a n H a l d u d o , ¿se deberán a descuidos de l m o z o — l o que éste desea a c r e d i t a r — o más b i en a verdaderos ro­bos cometidos p o r el zagal? Es el p r o b l e m a planteado p o r el a m o , a l dec ir : " cas t igo su descuido o bellaquería" (ibid., 152), a u n q u e H a l d u d o parece haber escogido ya la segunda solución.

T o d o conduce efect ivamente a esta interpretación. Y a hemos v i s to que en l a tradición folklórica — y en el sistema de represen­tación l i t e r a r i o — Andrés no es ningún bobo , víctima de su s i m ­p l i c i d a d p r i m i t i v a , generadora de descuidos, sino todo lo c o n t r a ­r i o : es u n verdadero bellaco que fácilmente se t r a n s f o r m a en la­drón28. D o n Q u i j o t e , a pesar de hacerse el desentendido en el capítulo 4, b i e n h a captado de qué se t ra taba ya que en el capítu­lo 3 1 , cuando da su p r o p i a visión del acontec imiento , i n d i c a a las claras:

[. . . ] respondió el zafio que le azotaba porque era su criado, y que ciertos descuidos que tenía nacían más de ladrón que de simple; a lo cual este niño di jo : "Señor, no me azota sino porque le pido m i salario" . El amo replicó no sé qué arengas y disculpas, las cuales, aunque de mi fueron oídas, no fueron admitidas ( I , 3 1 , 431).

A d e m á s , l a situación evocada, con los hur tos del pastor o sea de aquel a q u i e n i n c u m b e no el menoscabo sino la prosper idad de l rebaño, no es la única en la obra ce rvant ina , pues aparece de u n a m a n e r a semejante en E l coloquio de los perros.

E n esta nove la , el señor del ganado posee características pare ­cidas a las de J u a n H a l d u d o y a que as imismo tiene u n a yegua

(se t r a t a de l a producción), por e jemplo 25 maravedíes por ki lo , o sea u n poco más de l a m i t a d del que i n d i c a H a m i l t o n , y escogemos u n peso de 20 ki los , l a v e n t a de l a carne asciende a 500 maravedíes. I n c l u y e n d o todo lo demás se l l ega por lo menos a 680 maravedíes, o sea 20 reales (680 : 34) , lo que será u n a estimación probablemente insuficiente .

2 8 S o b r e los diversos sentidos de bellaquería y bellaco y sus relaciones con el m u n d o del robo , véase M O N I Q U E J O L Y , La bourle et son interprétation, A t e l i e r N a t i o n a l de R e p r o d u c t i o n des T e s e s , L i l l e , 1982, p p . 110 ss.

Page 10: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

866 A U G U S T I N R E D O N D O NRFH, X X X V I I I

y u n a lanza y se desplaza p a r a v i s i tar sus rebaños 2 9 . T a m b i é n cuenta Berganza c ó m o , con m u c h a frecuencia, por las noches, los pastores g r i t a b a n " ¡ A l l o b o ! " , azuzando a los perros p a r a que le p e r s i g u i e r a n , m i e n t r a s que eran ellos los que asían u n carnero o u n a oveja y los m a t a b a n . A v i s a b a n luego al amo de la presa de l l obo , entregábanle el pel le jo y parte de la carne y comíanse ellos los mejores bocados 3 0 . Es de suponer que Andrés invocaría i g u a l m e n t e los estragos del lobo . N o obstante, él no se l i b r a de l v a p u l e o , a l a inversa de los pastores del Coloquio: si b i e n a éstos les cu lpa el señor del ganado " p o r negligentes" —los famosos des­cuidos del z a g a l — , m a n d a sin embargo castigar a los perros " p o r perezosos" pues no consiguen d a r con el a n i m a l que destruye al g a n a d o 3 1 .

E n ese m u n d o a l revés descrito en la nove la c e r v a n t i n a , los culpables salen airosos, y es l o que ocurre en u n p r i m e r t i e m p o en el episodio del Quijote, cuando el caballero le o rdena a J u a n H a l d u d o que suelte al j ovenzue lo .

Pero ¿ c ó m o es posible que el h ida lgo no se dé cuenta —o m e ­j o r d i cho , no q u i e r a darse c u e n t a — de que Andrés no es más que u n bribón que ha intentado engañar a su amo y se aprovecha ahora de l a benevolencia del recién llegado?

N o hay que o lv idar los antecedentes del episodio. A D o n Q u i ­j o t e le ha a r m a d o caballero paródicamente ese a n t i g u o p i caro , el socarrón ventero de los capítulos 1 y 3 de l a P r i m e r a par te . N o es pues extraño que la p a r o d i a se prosiga en el capítulo 4 y que la p r i m e r a de las hazañas del héroe consista en ayudar nada m e ­nos que a u n bellaco.

P o r o t r a p a r t e , cuando oye salir de u n bosque " u n a s voces del icadas, como de persona que se q u e j a b a " ( I , 4, 150), deter­m i n a en el acto que se t r a t a de algún menesteroso o menesterosa que necesita su ayuda . L o que le e m p u j a es el anhelo de fama ( " co ­ger el f r u t o de mis buenos deseos") , ese anhelo que le ha c o n d u ­c ido a abandonar su casa. D e , a n t e m a n o pues h a constru ido u n esquema de actuación en su imaginación y la escena que ve al e n t r a r en el bosque no puede sino af ianzar la construcción que h a ideado, con referencia a las situaciones tópicas que le p r o p o r ­c i o n a b a n los l ibros de caballerías. T o d o h a de func i onar pues se­gún el esquema prev io i m a g i n a d o p o r él y no puede a d m i t i r que

2 9 Véase El coloquio de los perros, e n Novelas ejemplares, e d . c i t . , t. 2, p. 286. 3 0 Ibid., p p . 290-291 . 3 1 Ibid., p. 291.

Page 11: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

NRFH, X X X V I I I E L E P I S O D I O D E A N D R É S E N E L QUIJOTE 867

el choque con u n a rea l idad di ferente eche abajo el edi f ic io l e v a n ­t a d o . D e ahí que si u n caballo y u n a lanza están cerca del v e r d u ­go, éste no pueda ser p a r a él sino u n cabal lero , pero u n caballero m a l v a d o ( ' ' d e s c o r t é s " , le dice , ibid., 1 5 1 ) 3 2 . D e ahí que se obs­t i n e en t r a t a r a H a l d u d o como si fuera caballero a pesar de h a ­ber le d i cho éste que era l a b r a d o r (152) y habérselo c o n f i r m a d o el zagal (157) , y ello a u n después de haber insu l tado al campesi ­n o , llamándole " r u i n v i l l a n o " , a raíz del consabido " m e n t í s " (153) y de haberle amenazado (154). D e ahí as imismo que exi ja de H a l ­d u d o que j u r e , " p o r la ley de caballería que ha r e c i b i d o " (156-157) , hacer lo que le ha m a n d a d o con relación al muchacho . D e ahí p o r fin que D o n Q u i j o t e se niegue a a d m i t i r que la víctima p u e d a serlo m u c h o menos de lo que había i m a g i n a d o y que l a res­tauración de la j u s t i c i a no corresponda verdaderamente a su m a ­n e r a de actuar .

Si b ien en el relato que hace posteriormente del episodio admite ya que H a l d u d o no es más que u n " v i l l a n o " , sigue aferrándose a la visión exaltadora para él de su p r i m e r a hazaña ( I , 3 1 , 430-431), visión que le p e r m i t e t ransformarse en " e l desfacedor de agra­vios y s inrazones" ( I , 4, 159), hacer alarde ante sus acompañan­tes y la princesa M i c o m i c o n a de su " i m p e r i o " y de sus proezas ( I , 3 1 , 4 3 1 ) 3 3 , l e g i t i m a n d o de t a l m o d o su empresa por " s e r de l provecho que digo haber caballeros andantes por los caminos" (id.).

C l a r o está que el desconcierto entre las anacrónicas leyes de l a caballería defendidas p o r el h ida lgo y las normas de v i d a que r i g e n el c o m p o r t a m i e n t o del l a b r a d o r no pueden provocar más que u n desastre. Pero es que además D o n Q u i j o t e no sólo se h a " e n t r o m e t i d o en negocios a j e n o s " como h a de decir más ade lan­te e l j ovenzue lo (id.) sino que h a subvert ido el o rden social al ata ­car l a potestad del a m o , es decir u n a de las bases de la o rgan iza ­c ión jerárquica de la sociedad.

L a ideología de la C o n t r a r r e f o r m a ha conducido a a f i r m a r con m u c h a fuerza el p r i n c i p i o de a u t o r i d a d . C o m o lo a f i r m a n los t r a ­tadistas pol í t i cos 3 4 y lo r ep i t en los autores de Manuales de confeso-

3 2 C O V A R R U B I A S , Tesoro. . . , p. 364, i n d i c a s ignif icativamente: 4 'Cortés, el c o m e d i d o , a p a z i b l e , oficioso. Descortés, el c o n t r a r i o " .

3 3 Sobre este punto , véase S E R G E M A U R E L , " P o u r une «microlecture» de l'épisode d'Andrés dans le Don Quichotte", en Hommage a Louise Bertrand, A n n a -les de l a Faculté des L e t t r e s et Sc iences H u m a i n e s , N i c e , 1982, p. 205.

3 4 Véase J O S É A N T O N I O M A R A V A L L , Teoría del Estado en España en el siglo xvn, Inst i tuto de E s t u d i o s Políticos, M a d r i d , 1944; Estado moderno y mentalidad social (siglos xv a xvn), R e v i s t a de O c c i d e n t e , M a d r i d , 1972, pp . 278 ss.

Page 12: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

868 A U G U S T I N R E D O N D O NRFH, X X X V I I I

res, t a n i m p o r t a n t e s en los siglos x v i y x v n 3 5 , D ios es " e l rey , el p a d r e , el señor y el g o b e r n a d o r " 3 6 . Es la fuente de la o rgan iza ­c ión del U n i v e r s o y t oda a u t o r i d a d tiene su or igen en él. H a y que obedecer, pues, y obedecer a todos aquellos que , en la es t ruc tura jerárquica de la sociedad, son sus representantes porque son de­positar ios de u n a parte del poder que le pertenece. Por el lo , hacer lo c o n t r a r i o es cometer u n pecado m o r t a l : " q u i e n resiste a la po ­testad resiste a l a ordenación de D i o s " , podría ser l a sentencia más d i f u n d i d a en la España de Fel ipe I I y Felipe I I I 3 7 . Así que respetar el o r d e n establecido y h o n r a r a los superiores es u n a ver ­dadera obligación. Por esta razón los subditos h a n de someterse comple tamente al r ey , a l señor y a los jueces, los fieles a los sacer­dotes, las mujeres a los mar idos y los cr iados a los a m o s 3 8 A és­tos les i n c u m b e el v i g i l a r que mozos y mozas se p o r t e n como es d e b i d o . C u a n d o o b r a n m a l , en p a r t i c u l a r si son ladrones o desho­nestos, los amos h a n de cast igar los 3 9 .

Es lo que está haciendo, reciamente, J u a n H a l d u d o , asumiendo de t a l m o d o el papel que le corresponde, cuando i r r u m p e D o n Q u i j o t e . Es lo que hacía también, con la m i s m a fuerza, el ciego de l Lazarillo, después de cada robo del destrón 4 0 . Esa m a n e r a de castigar físicamente a los mozos debía de ser frecuente según lo que i n d i c a u n a frase p r o v e r b i a l recogida p o r Correas y comenta­d a p o r él de m a n e r a s igni f i cat iva : " D a r del p a n y del palo. Por : sustento i /castigo; k i e n t iene a k u e n t a hixos i feriados9 H 1 .

T a m p o c o hay que perder de vista que en la España de esta

3 5 Véase A U G U S T I N R E D O N D O , 4 4 L ' e m p r i s e idéologique de l ' E g l i s e d a n s l ' E s p a g n e d u x v i e siècle, à travers les Manuels de confesseurs", en Les groupes do­minants et leur(s) discours, P u b l i c a t i o n s de l'Université de l a S o r b o n n e N o u v e l l e , P a r i s , 1984, pp . 75-90.

3 6 Ibid., p. 77. 3 7 E s lo que había escrito P e d r o C i r u e l o , autor de u n o de esos Manuales

de confesores del siglo x v i (ibid.). 3 8 E s lo que i n d i c a , por e jemplo , Martín de A z p i l c u e t a , autor de u n o de

los Manuales de confesores más difundidos en l a segunda m i t a d del siglo x v i , con n u m e r o s a s ediciones (véanse e n l a ed . de 1568, Manual de con /fessores y peniten­tes. . . , en C a s a de luán Steelsio , A n v e r s ; B i b . M a z a r i n e , P a r i s : A 11321 (1 ) , las p p . 39 , 81 , 280) . L o m i s m o a p u n t a F R A Y M A N U E L R O D R Í G U E Z , Summa de

casos / de consciencia con / advertencias muy provechosas para confeso / res. . . , J u a n Fernández, S a l a m a n c a , 1595, B N M : R . 30421, p p . 482a , 512b.

3 9 Ibid., p. 512b. 4 0 S o b r e el p a r t i c u l a r , véase C E . B O U R Q U E y R . J . Q U I R K , art . c i t . ,

p. 21 . 4 1 Vocabulario de refranes. . . , p. 679b .

Page 13: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

NRFH, X X X V I I I E L E P I S O D I O D E A N D R É S E N E L QUIJOTE 869

época la v io lenc ia es c o t i d i a n a 4 2 y que la pena i n f l i g i d a con más frecuencia t a n t o p o r la j u s t i c i a c i v i l como p o r la Inquisición es l a pena de azotes 4 3 — y a lo hemos subrayado .

Esto no quiere dec ir que diversos autores, inspirados por u n auténtico h u m a n i t a r i s m o crist iano — f r a y L u i s de León , por e j em­p l o , en La perfecta casada de 1 5 8 3 — no aboguen p o r u n a razonable moderac ión en la m a n e r a de correg i r a los cr iados, desechando los v io lentos castigos f ís icos 4 4 .

Desde este p u n t o de vista , el amo de Andrés es censurable por ­que se ensaña d u r a m e n t e cont ra el mozo . N o es t a l vez n i n g u n a casualidad si ese labrador rico, engreído probablemente de su poder e c o n ó m i c o y social en el marco del Q u i n t a n a r 4 5 , se l l a m a Haldu-do. N o m b r e ridículo que fonéticamente evoca las faldas abultadas de l a m u j e r 4 6 o sea el ahuecamiento del personaje y l a altivez que será la suya (¿altudo?), a l m i s m o t i e m p o que el sufi jo -udo re fuerza el carácter despectivo del personaje, el cua l , por su c rue ldad , no se l leva la simpatía del lector .

N o obstante, y con relación a la organización jerárquica de l a sociedad y a la ideología de la C o n t r a r r e f o r m a , H a l d u d o está ac tuando según sus prerrogat ivas , al castigar al c r iado . L o " cas ­t i g a " física y m o r a l m e n t e ya que acompaña cada azote " c o n u n a reprensión y consejo" ( I , 4, 150). Por e jemplo , le dice: " L a l engua , q u e d a ; y los ojos, l i s t o s " (151) . Esta sentencia, que habrá que re ­lac i onar con u n refrán apuntado por Correas : " P a s t o r karavero [ = amigo de fiestas y parloteos] haze al lobo k a r n i z e r o " 4 7 es u n a b u r l o n a respuesta, p o r parte del a m o , a los famosos " d e s c u i d o s "

4 2 Véase por ejemplo B A R T O L O M É B E N N A S S A R , Valladolid au Siècle d'Or. Une ville de Castille et sa campagne au Siècle d'Or, M o u t o n , P a r i s - T h e H a g u e , 1967, p p . 539-540 .

4 3 L a p e n a e r a generalmente de c ien azotes ; pero podía l legar a dos­c ientos .

4 4 Véase J E A N - M A R C P E L O R S O N , " L e thème de l a just ice d a n s le Quichot­te: utopie et c o n t r e - u t o p i e " , e n Le juste et l'injuste à la Renaissance et à l'Age classi­que, P u b l i c a t i o n s de l'Université, S a i n t - E t i e n n e , 1986, p. 214.

4 5 Sobre las p a r t i c u l a r i d a d e s del l a b r a d o r r i c o , véase N O E L S A L O M O N , " S o b r e el tipo del «labrador rico» en el Quijote", CSo, 105-113. C f . a s i m i s m o a h o r a , J A V I E R S A L A Z A R R I N C Ó N , El mundo social del "Quijote", G r e d o s , M a d r i d , 1986 , pp. 210 ss.

4 6 U n a m u j e r h a l d u d a es u n a m u j e r que l leva faldas m u y a m p l i a s . H e aquí lo que se e n c u e n t r a e n Rinconetey Cortadillo: " T r a s ellos [los viejos] entró u n a v i e j a halduda y, s in d e c i r n a d a , se fue a l a sala [. . . ] " , Novelas ejemplares, e d . c i t . , t. 1, p. 247.

4 7 Vocabulario de refranes. . . , p. 461b .

Page 14: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

870 A U G U S T I N R E D O N D O NRFH, X X X V I I I

d e l j ovenzue lo . Es posible también que la fórmula, asociada a la t u n d a , tenga algo que ver con o t r o p r o v e r b i o recogido p o r el m i s ­m o paremiólogo : " A m o z o rrespostón [ = respondón] , p a n i v a ­r a d a ; o p a n i b a s t ó n ' ' 4 8 , alusión acaso a las disculpas invocadas p o r el j ovenzue lo , a no ser que se trate de u n a referencia irónica a esas prédicas que soltaba el a t o r m e n t a d o San A n d r é s 4 9 . D e t o ­das formas , la sentencia c i tada enlaza el t rozo con la tradición de los Castigos y documentos para bien vivir ordenados por el rey d o n San­cho , con los Castigos y ejemplos de Catón, es dec ir con esas adver ten ­cias del seudo-Catón, que el sabio l a t i n o h u b i e r a dest inado a su h i j o 5 0 , o i gua lmente con las colecciones de exempla que enc ier ran numerosos sententiae, o sea con u n a l i t e r a t u r a cuya finalidad con­siste en aleccionar a los " m o z o s " . Por ello el socarrón l a b r a d o r j u e g a con los dos sentidos de l verbo castigar (152) .

E l muchacho h a de reconocer poster iormente que , s in la i n ­tempest iva m a n e r a de portarse de D o n Q u i j o t e , el a m o "se con­t e n t a r a con d a r [le] u n a o dos docenas de azotes y luego [le] soltara y pagara cuanto [le] d e b í a " ( I , 3 1 , 432) . E n resumidas cuentas, H a l d u d o no h u b i e r a sido t a n c rue l como la p r i m e r a escena lo da ­ba a entender .

L o que provoca el f u r o r del l a b r a d o r es l a insolente i n t e r v e n ­ción del h ida lgo , qu ien trastorna las relaciones normales entre amo y c r iado . E l que se ha l la a frentado y aleccionado, el que ahora está a p u n t o de rec ib i r u n recio castigo es el amo y el que t r i u n f a es e l c r iado , es Andrés el bellaco. Se asiste a u n espectacular t ras ­t r u e q u e del o r d e n social, a la creación de u n mundo al revés, cuya e s t r u c t u r a evoca la de las Saturnales y de u n a m a n e r a general la de las fiestas carnavalescas 5 1 . Pero en cuanto cesa ese m o m e n t o de m a r g e n , cuando se vuelve al fluir n o r m a l del t i e m p o , es nece­sario restablecer de modo ejemplar y aparatoso el o r d e n social p r i m i ­t i v o . Para ello t i enen que rec ib i r u n a pena l l a m a t i v a e i n o l v i d a ­ble los que se h a n alzado con u n a a u t o r i d a d que no les pertene­cía, p o r haber t ransgred ido el o r d e n .

E l castigo de Andrés va a ser t r e m e n d o . H a de su f r i r en sus carnes y en lo más íntimo de su ser la f u r i a y los sarcasmos del

4 8 Jbid., p. 27b. T a l vez h a y a que evocar a s i m i s m o otro explícito refrán: " L a d r ó n y boz m a y o r " , ibid., p. 213b.

4 9 Véase supra el texto que corresponde a l a nota 6. 5 0 L o s Castigos y ejemplos de Catón t u v i e r o n g r a n difusión en pliegos sue l ­

tos d u r a n t e el siglo x v i ; véase A N T O N I O R O D R Í G U E Z - M O Ñ I N O , Diccionario biblio­gráfico de pliegos sueltos poéticos (siglo xvi), C a s t a l i a , M a d r i d , 1970.

5 1 S o b r e el p a r t i c u l a r véase por e jemplo J U L I O C A R O B A R O J A , El carnaval

Page 15: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

NRFH, X X X V I I I E L E P I S O D I O D E A N D R É S E N E L QUIJOTE 871

l a b r a d o r . Y a antes de que se m a r c h a r a el caballero recelaba que su a m o , al quedar solo en casa con él, p u d i e r a desol larlo c omo a u n San Bartolomé ( I , 4, 156). Es efect ivamente lo que ha de o c u r r i r l e . B i e n se l o dice H a l d u d o : " m e viene gana de desollaros v i v o , como vos t e m i a d e s " (ibid., 160) y es lo que el muchacho h a de contar le poster iormente a D o n Q u i j o t e : " m e d i o de nuevo tantos azotes que quedé hecho u n San Bartolomé deso l lado " ( I , 31 ,431) .

S i n e m b a r g o , l a referencia a San Bartolomé el desollado no se debe únicamente a l a evocación de su m a r t i r i o . Es que existen relaciones pr iv i l eg iadas entre San Andrés y este santo. Según la l eyenda que re lata elFlos sanctorum, se le habría azotado crudelísi-m a m e n t e antes de desol larlo v i v o . Y luego se le habría vue l to a a z o t a r 5 2 . P o r o t r a p a r t e , desde el siglo x v se le representa en v a ­r ios sitios atado a u n a cruz aspada 5 3 . Además , como San Andrés, habría predicado desde lo alto de dicha cruz, tema que se encuentra en el arte español 5 4 . H a s t a c ierto p u n t o , San Bartolomé es el sus­t i t u t o de San Andrés .

Y a se comprenderá que Andrés el razonador — q u e i n c i t a al a m o a c u m p l i r lo que h a ordenado el h ida lgo ( 1 , 4 , 160)— pueda transformarse en Bartolomé a p a r t i r del m omento en que recibe u n v a p u l e a m i e n t o m u c h o más d u r o que el a n t e r i o r , de resultas del cua l t iene que ingresar en el hosp i ta l ( I , 3 1 , 431) . C o n todo , esta transformación es todavía más p r o f u n d a , pues Andrés " e l v i r i l " se ha l la desposeído de su v i r i l i d a d , como consecuencia de la pal iza que h a su fr ido . Es lo que le dice a las claras a D o n Q u i j o t e : " m e parece que no seré más hombre en toda m i v i d a " (ibid., 432) .

Andrés h a pagado p o r bellaco, pero el escarmiento no puede ser más c r u e l . E l o r d e n social se ha l la restablecido con r i g o r : el a m o se queda r i endo y el c r iado se m a r c h a l l o r a n d o . Y ¿adonde podrá i r éste a l salir del hosp i ta l , cuando haya recuperado parte de sus fuerzas y de su bellaquería, sino a Sevi l la (ibid., 433) —co­m o Pablos, el Buscón— a ese mare magnum adonde v a n a p a r a r todos los pobretes y los picaros?

D o n Q u i j o t e tampoco se librará del merec ido castigo. H a de pagar porque h a provocado u n desastre. E m p u j a d o por su afán

(análisis histérico-cultural), T a u r u s , M a d r i d , 1965. Véase a s i m i s m o el p r i m e r t r a ­b a j o citado supra, n o t a 4.

5 2 Véase f. C C C L X X V v°a . 5 3 Véase L . R É A U , op. cit, t. 3, p. 180. 5 4 Ibid., p. 183.

Page 16: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

872 A U G U S T I N R E D O N D O NRFH, X X X V I I I

de g l o r ia (o sea por su ego ísmo) h a ven ido a ser u n u s u r p a d o r de potestad y u n p e r t u r b a d o r del o rden social.

H a l d u d o y a se m o f a de él m i e n t r a s está vapuleando al zagal , p o r segunda vez ( I , 4, 160; I , 3 1 , 431) . Es decir que lo está des­pres t ig iando y p o r lo t a n t o Andrés no tendrá n i n g u n a considera­c ión p o r el cabal lero. E l mozue lo puede ser, de t a l m o d o , el ins ­t r u m e n t o del castigo del presuntuoso h ida lgo .

D o n Q u i j o t e , después de todos los fracasos que h a conocido a p a r t i r de su p r i m e r a salida, está ahora más u fano que n u n c a . L a princesa M i c o m i c o n a ha v e n i d o a buscarle p a r a reconquis tar su re ino y le h a ofrecido su m a n o . Ah í t iene el héroe la j u s t i f i c a ­c ión de su gesta. A d e m á s , Andrés aparece repent inamente en es­cena poco t i e m p o después como p a r a atest iguar l a ayuda que le h a prestado el h ida lgo y el provecho que se saca de la existencia de los caballeros andantes ( I , 3 1 , 431) .

E l muchacho se enternece p r i m e r o al recordar las angustias pasadas y su breve t r i u n f o . Pero este enternec imiento desaparece rápidamente y se hal la sust ituido por u n rencor y u n deseo de ven ­ganza que a u m e n t a n conforme va contando el j ovenzue lo c ó m o h a salido todo al revés de lo evocado por D o n Q u i j o t e . E l i m p l a ­cable Andrés no deja de lado ningún detalle y le echa en cara t o ­das las desgracias que h a sufr ido a causa de la intromisión de su 6 ' p r o t e c t o r ' \ Y no vac i la en r e m a t a r su relato con u n rechazo de la ayuda del h idalgo y de todos los caballeros andantes (ibid., 434). E l héroe sale par t i cu larmente m a l parado de la a v e n t u r a , se t rans ­f o r m a en anti-héroe y el m u n d o exaltador que ha constru ido se d e r r u m b a p o r completo al chocar con la fría rea l idad .

E l castigo es m u y crue l en este caso también: D o n Q u i j o t e , p r o f u n d a m e n t e h u m i l l a d o y desi lusionado, queda c o r r i d o tanto más cuanto que están presentes sus acompañantes, los cuales se esfuerzan p o r no reírse " p o r no acaballe de c o r r e r " (id.).

E l episodio de Andrés , l l eno de resonancias que lo e m p a l m a n con diversas tradiciones —onomásticas, en especial— y con el con­tex to histórico contemporáneo , es m u c h o más comple jo (y a m b i ­guo , a trechos) de lo que podía pensarse. U n a serie de prob le ­mas , que atañen tanto a los personajes como a l a s situaciones y a las relaciones sociales, se h a l l a n planteados en el marco de u n espacio de m a r g e n — e l del bosque— y de u n t i e m p o de i n v e r ­sión. U n o de estos problemas es el de la j u s t i c i a . ¿Será u n a ca­sua l idad si dos de los episodios clave de la P r i m e r a parte de la o b r a en que evoca este t ema (el de Andrés y el de los galeotes, cap. 22) corresponden a la momentánea instauración de u n m u n d o

Page 17: NUEVAS CONSIDERACIONES EN EL QUIJOTE (I 4 y, I, 31)aleph.academica.mx/jspui/bitstream/56789/26751/1/38-002... · 2019-03-08 · de refranes y frases proverbiales, ed Loui. s Combet

NRFH, X X X V I I I E L E P I S O D I O D E A N D R É S E N E L QUIJOTE 873

al revés en que t r i u n f a n dos bellacos que t i enen a f i n i d a d entre sí, Andrés y Ginés de Pasamonte 5 5 ?

AUGUSTIN REDONDO Université de l a S o r b o n n e N o u v e l l e - P a r i s

5 5 Ginés y Andrés a p a r e c e n c o m o echadores de pullas en u n a c o m e d i a de L o p e , Peribáñezy el Comendador de Ocaña; cf. N O Ë L S A L O M O N , Recherches sur le thème paysan dans la "comedia" au temps de Lope de Vega, Inst i tut d ' E t u d e s Ibéri­q u e s et Ibéro-Américaines de l'Université, B o r d e a u x , 1965, p p . 579-580 . E n La serrana de la Vera, de L u i s V Ê L E Z D E G U E V A R A , Andrés es u n soldado p i c a r o q u e v iene a ser m o z o de muías y c o n d u c e las del capitán (y sabido es que los m o z o s de muías tenían m u y m a l a reputación). Se pierde Andrés e n l a s i e r r a , b u s c a sus muías y d a con G i l a , l a s e r r a n a de l a V e r a . A s i s t i m o s entonces a este diálogo: "Andrés: ¿A quién digo? A h tía! A h tía! / Gila: ¿Qué es lo que mandáis, sobrino? / Andrés: ¿Habéis visto por aquí / dos muías? Gila: C a d a m o m e n t o / encuentro bestias. Andrés: C o n t e n t o / p a r a pullas vengo. Gila: A mí / m e pesa q u e n o vengáis / de m u y b u e n gusto. ¿Sois m o z o / de muías? Andrés: L i n d o escorrozo . / S o y el d i a b l o " , acto 3 o , v v . 2784-2793 ; cito por l a e d . de E N R I Q U E R O D R Í G U E Z C E P E D A , Cátedra, M a d r i d , 1982. E s t e trozo bien pone de rel ieve que Andrés es u n bel laco , re lac ionado c o n el e c h a r pul las . S o b r e l a s características de Ginés, véase nuestro trabajo citado supra, nota 4. Nótese q u e si b i e n Andrés es h e r m a n o de Pedro, Ginés de P a s a m o n t e se t r a n s f o r m a en m a e s e Pedro, en l a S e g u n d a parte del Quijote.