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O CALOR E O FRIO COMO AGENTES TERAPÊUTICOS I) INTRODUÇÃO A utilização de agentes físicos é antiga. A história referencia a utilização (pelos gregos e romanos) da luz solar, da água, do calor, das massagens... na cura e alívio das doenças. II) DEFINIÇÃO * Aplicação do calor - compreende o uso de um agente mais quente que a pele. * Aplicação do frio - compreende o uso de um agente mais frio que a pele. Ambos podem ser feitos sob a forma úmida ou seca. III) TIPOS a.1) Calor úmido: a exposição excesiva pode causar maceração, porém reduz o ressecamento da pele - Banhos (cirurgia retal, hemorróidas, episiotomia no parto, inflamação vaginal): implica em colocar o corpo todo ou em parte, na água. - Embebições: imersão de parte do corpo (pés, mãos) ou envolvimento de partes em gaze saturada com líquido. - Cataplasma: massa quente e úmida, de substância leve capaz de conservar o calor. Ex: farinha. - Empanamentos, saturações, fomentações e compressas - aplicações de panos úmidos (ou gaze) a uma parte do corpo. a.2) Calor seco: - Bolsa de água quente - Almofada, cobertor elétrico

o Calor e o Frio Como Agentes Terapeuticos

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Aplicação de calor e frio

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O CALOR E O FRIO COMO AGENTES TERAPUTICOS

O CALOR E O FRIO COMO AGENTES TERAPUTICOS

I) INTRODUO

A utilizao de agentes fsicos antiga. A histria referencia a utilizao (pelos gregos e romanos) da luz solar, da gua, do calor, das massagens... na cura e alvio das doenas.II) DEFINIO* Aplicao do calor - compreende o uso de um agente mais quente que a pele.* Aplicao do frio - compreende o uso de um agente mais frio que a pele.

Ambos podem ser feitos sob a forma mida ou seca.III) TIPOS

a.1) Calor mido: a exposio excesiva pode causar macerao, porm reduz o ressecamento da pele

- Banhos (cirurgia retal, hemorridas, episiotomia no parto, inflamao vaginal): implica em colocar o corpo todo ou em parte, na gua.

- Embebies: imerso de parte do corpo (ps, mos) ou

envolvimento de partes em gaze saturada com lquido.

- Cataplasma: massa quente e mida, de substncia leve capaz de

conservar o calor. Ex: farinha.

- Empanamentos, saturaes, fomentaes e compressas -

aplicaes de panos midos (ou gaze) a uma parte do corpo.

a.2) Calor seco:

- Bolsa de gua quente

- Almofada, cobertor eltrico

- empanamento (envoltrios quentes industrializados que aplicam calor a seco numa rea lesionada)

b.1) Frio mido:

- Compressas frias

- Banhos de esponja

- Empanamento

b.2) Frio seco:

- Bolsa de geloOBS: As aplicaes midas (frias ou quentes) so mais penetrantes que as secas.O calor seco por sua vez retm a temperatura por um maior tempo pois no influenciado pela evaporao

IV) Efeitos

* Do calor:

# Promove vasodilatao (absorve edema)

# Aumenta a circulao local

# Acelera a cicatrizao

# Aumenta a supurao

# Torna o exsudato mais fluido

# Aquece as partes frias, aumenta a temperatura

# Alivia a dor

# Relaxa os tecidosExemplo de Indicaes

Exemplo de Contra-indicaes

A utilizao de agentes fsicos antiga. A histria referencia a utilizao (pelos gregos e romanos) da luz solar, gua, calor, massagens... na cura e alvio das doenas.

* Do frio:

# Promove vasoconstrico - evita ou reduz a formao de edema

# Diminui a temperatura

# Estanca a hemorragia

# Diminui o metabolismo

# Lentifica processos inflamatrios como por ex. dos olhos

# Diminui a dor (porque diminui a circulao do sangue e dos

lquidos tissulares)

# Embota os receptores da dor e serve como anestsico local

# Diminui a inflamao local

# Detm processos supurantes e a absoro de lquidos tissularesExemplo de Indicaes

Exemplo de Contra-indicaes

OBS: Pode-se utilizar o calor e o frio de forma intermitente com o objetivo de estimular a circulao.

O efeito procurado nas aplicaes rpidas dos extremos de temperatura a contrao seguida do relaxamento quando se suspenda a aplicao. Este efeito tnico estimula os tecidos.V) Princpios Cientficos

Anatomia e fisiologia - a aplicao do calor e do frio pode influenciar todas as partes do corpo, atravs das conexes entre os vasos e nervos da pele com os vasos e nervos do resto do corpo.

A pele consiste de duas camadas: epiderme - composta de clulas crneas em constante descamao; crio - contm nervos, vasos sanguneos, glndulas sebceas e folculos pilosos.

Os rgos terminais dos nervos sensitivos transmitem as sensaes de frio, calor, dor e presso que so interpretadas no crebro. Em casos de danos aos nervos ou ao crebro, a transmisso dos impulsos pode ser interrompida, possibilitando a ocorrncia de leses cutneas pelas aplicaes do calor ou do frio.

A pele dotada de abundante irrigao sangunea e linftica. O calor aplicado a uma rea levado pelo sangue a outras reas. A intensidade dos efeitos do calor ou do frio depende da diferena entre as temperaturas da aplicao e da pele.

O calor moderado quando aplicado pele, produz um aquecimento geral; dilata os vasos superficiais provocando maior afluxo de sangue para a rea, estimulando a neoformao de tecido e proporcionando melhor nutrio s clulas. O maior suprimento sanguneo aumenta o nmero de leuccitos, contribuindo para a cicatrizao. O calor promove a supurao, levando maior quantidade de sangue a rea inflamada ou removendo-o de uma rea congestionada. O calor relaxa os msculos, aliviando a rigidez e a fadiga. Amolece o tecido fibroso, aumenta a troca de oxignio e acelera a absoro dos exsudatos. A ao do calor sobre os tecidos pode ser anti-espasmdica, analgsica, descongestionante ou sedativa. A rea, devido ao aumento do suprimento sanguneo, torna-se vermelha. O calor moderado aumenta a perspirao.

O calor produz vasodilatao perifrica, aumenta a presso sangnea capilar e, pelo relaxamento dos capilares, aumenta a rea disponvel para as trocas lquidas.

O frio reduz a formao e a absoro dos venenos bacterianos. A aplicao de frio pode baixar a temperatura dos tecidos a ponto de permitir o controle dos microorganismos causadores da infeco.

O frio um depressor vital direto. Diminui as atividades de todas as coisas vivas e, s vezes, modera em parte as atividades das clulas. O frio detm o crescimento e, s vezes a atividade das bactrias, pois estas como as clulas do corpo, so feitas de protoplasma. Como o frio diminui a circulao local, um processo inflamatrio ser diminudo, se aquele for aplicado, todos os sintomas desaparecero. O mesmo acontecer com os processos de supurao, pois o frio impede a ao das bactrias.

O frio atua nas terminaes nervosas deprimindo suas atividades, logo, h diminuio da sensibilidade e da dor. Se os nervos estiverem completamente entorpecidos, no podero transmitir sensaes ao centro vasomotor e este centro perder contato com os vasos sangneos da pele. A circulao ser retardada. A membrana delgada dos vasos primeiro se torna esgotada, congesta-relaxada; isto permite uma estase do sangue venoso e impede a entrada do sangue arterial. O local torna-se azulado ou purpreo. Se h continuao desta ao interferindo no suprimento de oxignio para as clulas, h diminuio da resistncia das clulas, o que prejudica o tratamento e, s vezes causa a morte do tecido no local.ATENO# Temperatura acima de 48.8oC provoca contrao dos msculos involuntrios e dos vasos sangneos superficiais produzindo dor.# Os extremos de calor e de frio podem destruir os tecidos quando aplicado por tempo prolongado.# Ao fazer aplicao do calor no se deve exercer presso porque a reduo das camadas de ar aumenta o risco de queimaduras.# A temperatura da gua da bolsa deve ser de 48.8oC a 57.2oC.# A frico produz calor, por isso no deve ser usada nos banhos cuja finalidade reduzir a temperatura corporal.# Contra-indicaes para a aplicao de calor: quando a vasodilatao aumenta a dor ou quando a expanso de lquidos e gazes traz maiores incmodos ao cliente. A vasodilatao cerebral aumenta a presso e consequentemente a dor. contra-indicada quando necessrio evitar a supurao como em apendicites. Neste caso, aplica-se gelo.CUIDADOS ESPECFICOS* Na aplicao de calor:

# No ultrapassar 20 minutos;

# Proteger a pele para evitar queimaduras;

# Lubrificar a pele (com leo de amndoa, cremes).

# No expor demasiadamente o local para evitar penetrao de ar frio;

# Quando usar material eltrico certificar-se de que est em perfeito estado e com isolamento para evitar choques.

# Observar vermelhido, formao de bolhas* Na aplicao do frio:

# Aplicar durante 20 minutos;

# Trocar sempre que necessrio;

# Proteger o local evitando molhar a roupa do cliente (e roupas de cama se for o caso);

# Enxugar a rea aps terminar a aplicao.

# Observar dormncia ou queimao, formigamento, vermelhido, descolorao azuladaTCNICABOLSA DE GUA QUENTE

Material: Bandeja com - bolsa de borracha, envoltrio de pano, jarro com gua, toalha, termmetro de gua.

Mtodo: verificar se a bolsa est integra e as condies da rolha; verificar a temperatura da gua; encher a bolsa at a tera parte; retirar o ar com a bolsa deitada sobre a mesa deixando a gua aparecer na sua abertura; arrolhar e enxugar; colocar o envoltrio de pano e aplicar no cliente.

Cuidados aps o uso: lavar a bolsa com gua e sabo, escorrer bem e enxugar, colocar talco, guardar com um pouco de ar, em lugar fresco e pendurada se possvel.COMPRESSAS QUENTES

Material: Bandeja com - jarro com gua quente, bacia, torcedor de pano, compressas, impermevel, toalha.

Mtodo: colocar a rea do corpo que receber a compressa sobre o impermevel; colocar a gua na bacia; envolver a compressa no torcedor de pano; mergulhar a compressa dentro da gua quente segurando o torcedor pelas pontas; retirar a compressa da gua e torcer com o auxlio do torcedor; aplicar a compressa no cliente tendo o cuidado de no queim-lo.BOLSA DE GELO

Material: Bandeja com bolsa de gelo, envoltrio de pano, impermevel, toalha.

Mtodo: Verificar as condies da bolsa e da rolha; quebrar o gelo se necessrio; colocar o gelo na bolsa at a tera parte, expelir o ar e fechar a bolsa; enxugar e colocar o envoltrio de pano; aplicar no cliente. Forrar o local com impermevel e toalha.COMPRESSAS GELADAS NOS OLHOS

Cuidados: a compressa deve ser maior que os olhos; usar uma para cada olho e no repeti-las (usar uma s vez); cuidado para no coloc-las em cima do nariz para no causar congesto nasal.BIBLIOGRAFIAALVIM, N A. T.; FERREIRA, M. A.; FARIA, P. G.; AYRES, A. V. Tecnologias na enfermagem: o resgate nas prticas naturais no cuidado. In: IGUEIREDO, N. M. A. (Org.). Tecnologias e tcnicas em sade: como e porque utiliza-las no cuidado de enfermagem. So Paulo: Difuso Editora, 2004. p. 338-355.CASTRO, I. B.; BAPTISTA, S. S. & FIGUEIREDO, N. M. A. de. Manual de procedimentos de enfermagem. Rio de Janeiro: UFRJ, 1985.FIGUEIREDO, N. M. A. (Org.). Tecnologias e tcnicas em sade: como e porque utiliza-las no cuidado de enfermagem. So Paulo: Difuso Editora, 2004KEMP, B. & PILLITTERI, Adele. Fundamentals of nursing. Boston, Toronto: Little, Brown and Company, 1984.MC CLAIN, E. & GRAGG, S. H. Princpios Cientficos da enfermagem. Editora Cientfica, 1970.SOUZA, E. de F. Novo manual de enfermagem. Rio de janeiro: Cultura Mdica, 1988.