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PUBLICAÇÃO QUINZENA.L mMÈ Bi FIBIHJIÇM' SB1IT1 MkMh -:0&y>.#\jX--'y .. *j/m0t Anuo BV BBrazil BBio de Janeiro fl.88© Junho ML 8G EXPBSBBBEtf TE ¦' Pedimos aos nossos assignan- tes a bondade de mandarem satisfazer as suas assigna- turas para nfio soílrerem in- terrupçfio na remessa da Io- lha. tVl-i parte os poderosos se têm dores os mensageiros do Altíssimo, Abençoadas lagrimas Cumpre-se a prophecia do Christo ! Chegaram os tempos, e a revolução campeia pujante, abalando desde seus alicerces os mundos physico, moral e intellectual. Sobre os destroços accu- mulados pelos formidáveis cataclys- mos que, nestes últimos annos, tèm por toda parte ferido o nosso planeta, ~ü~ gênio sombrio da discórdia sacode seu facho pavoroso, provocando essa lueta titanica em que os desprotegidos da fortuna, na partilha feita pelos homens dos dous que o Pai celeste concedeu a todos os seus filhos, para amenisar-lhes a vida neste mundo de dores e expiações, levantam-se re- clamando uma reparação aos seus amargos dissabores de tantos séculos* São os pobres, os pequenos que surgem no grande palco onde se representa o drama da vida terrena, protestando contra a tirannia daquelles quo usur- param todos os seus direitos, sup- pondo-os apenas simples degraus, meios para galgar uma posição, donde melhor podessem calcal-os aos pés. Com os progressos da civilisação dissipou-se o nevoeiro, que envolvia os grandes e poderosos, e fel-os co- nhecer em suas verdadeiras proporções por aquelles que, até então illudidos, os criam de uma estatura, de uma na- tureza superiores ás delles. E' uma lueta feroz, envenenada por | para a nossa elevação ódios inveterados, uma- empreza de gigantes a cujo triumpho nenhum poder humano conseguirá obstar. E' a avalanche que rola dos cimos nevados da montanha, arrancando e lançando ao abysmo, tudo o que se oppõe â sua marcha, aplanando todas as saliências do caminho que percorre. Não se tracta ainda de mudanças de formas de governo; o movimento é tão accentuado na Russia,ua Allemanha e na Inglaterra, como nos Estados Uni- dos, na Suissa e na França; porque p ir julgado com o direito de explorar os fracos. E onde a causa d'esse horroroso e inevitável conflicto? Onde o mal d'essa lueta que tantas lagrimas têm feito derramar ? No orgulho, na ambição e falta de caridade das cias- ses que dispõem do poder; na propa- gação dos principio.: deletérios do màterialismo, da sciencia sem Deuse sem moral que tanto se empenharam em incutir no espirito das massas pouco illustradas. Sem a crença nos prêmios e castigos de uma vida futura, sem confiança na justiça de seus oppressores, sem a menor esperança de dias melhores, os pobres lançam mão da força, para conquistar o lugar que lhes pertence ua sociedade. Mas tudo isto estava previsto ; tudo isto é necessário e útil para o avauçar da humanidade na senda do aperfei- çoamento indefinifo. Do seio d'esse medonho cahos sur- gira a luz, do meio d'essa desordem cujas proporções crescem a cada mo- mento, nascerão, dias de calma e ventura para as gerações que nos tém de sueceder, e das quaes, com toda a certeza, tambem faremos parte em nossas futuras encarnações. Orgulhosos potentados de hoje, um dia ahençoareis as obras dos que hoje trabalhanfcontra a vossa usurpação I Abençoadas as lagrimas que ja têm corrido n'esse pleito hercúleo, porque ellas têm sido o crisol para a purifi- cação de muitas almas ; porque, como um orvalho benéfico, ellas fertilizam o solo donde se vai erguer froudosa a arvore da fraternidade universal. Spiritas, entremos na lueta sem ódios ; luetemos pelo triumpho da jus- tiça e da verdade ; trabalhemos pelo reinado da igualdade no nosso planeta, porque ella é um elemento necessário essas estrellas que se desprendem do alto dos céus, esse clarão súbito que com rapidez indescriptivel invade todos os recantos da terra. Luetemos, porém amando sempre aos nossos adversários; luetemos sem descauço, mas depois do triumpho abramos-lhes os braços, por que esses oppressores são tambem nossos irmãos, são todos, como nós, filhos do mesmo Deus. E' pelo amor fraterno que a nossa humanidade hade subir, para merecer os thesouros de felicidade que nos reserva o bom Pai,aquelle que pe.a voz de seus enviados, atravez dos séculos, tem sempre dicto aos homens: Amai- vos uns aos outros; fora do amor e da caridade não pode haver sal- vação. Mas, n'essa lueta , tenhanios sempre os olhos voltados para essa nuvem brilhante, que desce sobre as nossas cabeças do alto dos céus, para esse astro novo e espleudoroso que se le- vanta nofirmaraento, aosolhos pasmos da humanidade inteira, expellindo as duvidas que enteuebreciam a vida das choupanas,e dificultavam o caminhar dos sábios na decifraeão dos mysterios da natureza. Gravemos em nossos co- rações os ensinos sublimes dessa santa doutrina, de que se fizeram propaga- O regato e a chuva Fábula De extensissima campina cortando a-face vireute, deslisava-se indolente um veio d'agua argentina. O coitado não podia levar a huuiidade e a vida por todo o campo, e bem via ja a relva emmurchecida. Mas, vaidoso, blasonava ter elle o encargo nobre de dar alento a esse pobre, que.sem isso morto estava. Um dia chuva abundante cahiu, presente dos céus, e a vida surgiu pujante cantando hossanas a Deus. Por toda parte a alegria reinava, o contentamento, mais um sentido lamento tambem aos ares subia. Era o orgulhoso regato que contra a chuva clamava por fazer-lhe um desacato que seus brios maculava. « Silencio, fatuo egoísta 1 diz-lhe uma voz da amplidão, todos têm uma missão pelo Senhor prevista Cumpre a tua. Tua insolencia jamais pod'rá empecer, que outros tenham a incumbência do que não podes fazer. A moral, caro leitor, desta simplissima historia se applica aos que querem a gloria sem curar da alheia dor. O regato é a medicina, a chuva a mediunidade, e toda a vasta campina representa humanidade. Discurso Remetteram-nosdeS. José do Norte, província do Rio Grande do Sul, o seguinte discurso pronunciado pelo Sr. H. Forte, ao descer â sepultura o corpo de D. Ambrosina B. de Araújo: « A morte é extincçSo para o corpo e promoçílo pa-a a alma. » Marquez db Maricá. Eis-nos, Senhores, ante o emblema da morte, personificado no corpo d'a- quella qne em vida chamava-se Am- brosina B. de Araújo I Ainda no despontar da aurora, quando apenas 16 ridentes primaveras engrinaldavam-lhe a esperançosa fron- te, tombou... como roza que pendeu da haste, espalhando suas pétalas sobre o humido solo 1 Disse o ultimo adeus aos seus extremosos pais que entre prantos lamentam esse fatal acontecimento, para enterrar-se na tetrica voragem do túmulo l Altos Decretos 1... Que fazer pois, ante esse3 decretos irrevocaveis? Resignar I Siml... A resignação é obalsamo consolador que temos para podermos affrontar todos esses golpes profundos, que nos delaceram. a alma, no decorrer de nossa fragilissima existencial A nossa curta existência sobre a terra, Senhores, é um mar de duros e cruéis sofTrimentos 1 E no emtanto o orgulho,esse sentimento vil e-despre- zivel, ainda predomina em nossos corações, fazendo-nos muitas vezes esquecer o que somos,e o papel que de- vemos representar durante a nossa estada neste mundo de mizerias e enganos ! Quem somos nós n'este mundo ? Verdadeiros expatriados su- geitos a martyrios atrozes T Correi um olhar por todos os an- gulos do globo terráqueo, desde o palácio até a mais humilde choupana, e vereis que todos soffrem... moral ou physicamente 1 A felicidade não é d'este mundo, disse o Christo. Portanto essa pura illusão que almejamos com tanta an- ciedade, jamais a encontraremos sobre a terra 1 Será preciso morrermos, vivermos, tornarmos a morrer e vivermos ainda e assim por diante, para um dia sa- hermos apreciar a felicidade real que Deus concede a seus filhos. A morte é uma palavra que a todos horrorisa 1 E porque ? .. Julgam ser ella o fim da vida, o termo final. Cruel engano 1 Absurdo completo 1 A morte é a vida, sim 1 mas a vida perenual que s? goza na immensidade incommensuravel. Aquelle que morre é semelhante a um desterrado, que completou o seu tempo de exilio, indo de novo tomar parte nos direitos que lhe foram tira- dos por justos motivos. D. Ambrosina I Eu curvo-me revê- rente ante o vosso espirito, e congra- tulo-me por ver-vos desembaraçada dos tormentos que martysisaram vossa alma angélica e pura. Que Deus vos receba em paz; são os votos que nóa todos lhe fazemos em occasião tão so- I lemue, unidos por um pensamento.

PUBLICAÇÃO QUINZENA.L mMÈ Bi FIBIHJIÇM' SB1IT1 MkMhmemoria.bn.br/pdf/830127/per830127_1886_00086.pdf · ses que dispõem do poder; na propa-gação dos principio.: deletérios

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PUBLICAÇÃO QUINZENA.L

mMÈ Bi FIBIHJIÇM' SB1IT1 MkMh -:0&y>.#\jX--'y

.. *j/m0t

Anuo BV BBrazil — BBio de Janeiro — fl.88© — Junho — B» ML 8G

EXPBSBBBEtf TE¦'

Pedimos aos nossos assignan-tes a bondade de mandarem

satisfazer as suas assigna-

turas para nfio soílrerem in-

terrupçfio na remessa da Io-

lha.

tVl-i parte os poderosos se têm dores os mensageiros do Altíssimo,

Abençoadas lagrimas

Cumpre-se a prophecia do Christo !

Chegaram os tempos, e a revoluçãocampeia pujante, abalando desde seus

alicerces os mundos physico, moral e

intellectual. Sobre os destroços accu-mulados pelos formidáveis cataclys-mos que, nestes últimos annos, tèm

por toda parte ferido o nosso planeta,~ü~ gênio sombrio da discórdia sacode

seu facho pavoroso, provocando essa

lueta titanica em que os desprotegidosda fortuna, na partilha feita peloshomens dos dous que o Pai celeste

concedeu a todos os seus filhos, paraamenisar-lhes a vida neste mundo

de dores e expiações, levantam-se re-

clamando uma reparação aos seus

amargos dissabores de tantos séculos*

São os pobres, os pequenos que surgem

no grande palco onde se representa o

drama da vida terrena, protestandocontra a tirannia daquelles quo usur-

param todos os seus direitos, sup-

pondo-os apenas simples degraus,

meios para galgar uma posição, donde

melhor podessem calcal-os aos pés.Com os progressos da civilisação

dissipou-se o nevoeiro, que envolvia

os grandes e poderosos, e fel-os co-

nhecer em suas verdadeiras proporçõespor aquelles que, até então illudidos,os criam de uma estatura, de uma na-

tureza superiores ás delles.E' uma lueta feroz, envenenada por | para a nossa elevação

ódios inveterados, uma- empreza de

gigantes a cujo triumpho nenhum

poder humano conseguirá obstar. E' a

avalanche que rola dos cimos nevadosda montanha, arrancando e lançandoao abysmo, tudo o que se oppõe â sua

marcha, aplanando todas as saliências

do caminho que percorre.Não se tracta ainda de mudanças de

formas de governo; o movimento é tão

accentuado na Russia,ua Allemanha e

na Inglaterra, como nos Estados Uni-

dos, na Suissa e na França; porque

p ir

julgado com o direito de explorar osfracos.

E onde a causa d'esse horroroso einevitável conflicto? Onde o mald'essa lueta que jâ tantas lagrimastêm feito derramar ? No orgulho, naambição e falta de caridade das cias-ses que dispõem do poder; na propa-gação dos principio.: deletérios domàterialismo, da sciencia sem Deusesem moral que tanto se empenharamem incutir no espirito das massas poucoillustradas.

Sem a crença nos prêmios e castigosde uma vida futura, sem confiançana justiça de seus oppressores, sem amenor esperança de dias melhores, os

pobres lançam mão da força, paraconquistar o lugar que lhes pertenceua sociedade.

Mas tudo isto estava previsto ; tudoisto é necessário e útil para o avauçarda humanidade na senda do aperfei-

çoamento indefinifo.Do seio d'esse medonho cahos sur-

gira a luz, do meio d'essa desordemcujas proporções crescem a cada mo-mento, nascerão, dias de calma eventura para as gerações que nos témde sueceder, e das quaes, com toda acerteza, tambem faremos parte emnossas futuras encarnações.

Orgulhosos potentados de hoje, umdia ahençoareis as obras dos que hojetrabalhanfcontra a vossa usurpação IAbençoadas as lagrimas que ja têmcorrido n'esse pleito hercúleo, porqueellas têm sido o crisol para a purifi-cação de muitas almas ; porque, comoum orvalho benéfico, ellas fertilizamo solo donde se vai erguer froudosa aarvore da fraternidade universal.

Spiritas, entremos na lueta semódios ; luetemos pelo triumpho da jus-tiça e da verdade ; trabalhemos peloreinado da igualdade no nosso planeta,porque ella é um elemento necessário

essas estrellas que se desprendem doalto dos céus, esse clarão súbito quecom rapidez indescriptivel invadetodos os recantos da terra.

Luetemos, porém amando sempreaos nossos adversários; luetemos semdescauço, mas depois do triumphoabramos-lhes os braços, por que essesoppressores são tambem nossos irmãos,são todos, como nós, filhos do mesmoDeus.

E' pelo amor fraterno que a nossahumanidade hade subir, para mereceros thesouros de felicidade que nosreserva o bom Pai,aquelle que pe.a vozde seus enviados, atravez dos séculos,tem sempre dicto aos homens: Amai-vos uns aos outros; fora do amore da caridade não pode haver sal-vação.

Mas, n'essa lueta , tenhanios sempreos olhos voltados para essa nuvembrilhante, que desce sobre as nossascabeças do alto dos céus, para esseastro novo e espleudoroso que se le-vanta nofirmaraento, aosolhos pasmosda humanidade inteira, expellindo asduvidas que enteuebreciam a vida daschoupanas,e dificultavam o caminhardos sábios na decifraeão dos mysteriosda natureza. Gravemos em nossos co-rações os ensinos sublimes dessa santadoutrina, de que se fizeram propaga-

O regato e a chuvaFábula

De extensissima campinacortando a-face vireute,deslisava-se indolenteum veio d'agua argentina.

O coitado não podialevar a huuiidade e a vidapor todo o campo, e bem viaja a relva emmurchecida.

Mas, vaidoso, blasonavater só elle o encargo nobrede dar alento a esse pobre,que.sem isso morto estava.

Um dia chuva abundantecahiu, presente dos céus,e a vida surgiu pujantecantando hossanas a Deus.

Por toda parte a alegriareinava, o contentamento,mais um sentido lamentotambem aos ares subia.

Era o orgulhoso regatoque contra a chuva clamavapor fazer-lhe um desacatoque seus brios maculava.

« Silencio, fatuo egoísta 1diz-lhe uma voz da amplidão,todos têm uma missãosó pelo Senhor prevista

Cumpre a tua. Tua insolenciajamais pod'rá empecer,que outros tenham a incumbênciado que não podes fazer.

A moral, caro leitor,desta simplissima historiase applica aos que querem a gloriasem curar da alheia dor.

O regato é a medicina,a chuva a mediunidade,e toda a vasta campinarepresenta humanidade.

DiscursoRemetteram-nosdeS. José do Norte,

província do Rio Grande do Sul, oseguinte discurso pronunciado peloSr. H. Forte, ao descer â sepultura ocorpo de D. Ambrosina B. de Araújo:

« A morte é extincçSo para o corpoe promoçílo pa-a a alma. »

Marquez db Maricá.Eis-nos, Senhores, ante o emblema

da morte, personificado no corpo d'a-quella qne em vida chamava-se Am-brosina B. de Araújo I

Ainda no despontar da aurora,quando apenas 16 ridentes primaverasengrinaldavam-lhe a esperançosa fron-te, tombou... como roza que pendeuda haste, espalhando suas pétalassobre o humido solo 1 Disse o ultimoadeus aos seus extremosos pais queentre prantos lamentam esse fatalacontecimento, para enterrar-se natetrica voragem do túmulo l

Altos Decretos 1...Que fazer pois, ante esse3 decretos

irrevocaveis? Resignar I Siml...A resignação é obalsamo consolador

que temos para podermos affrontartodos esses golpes profundos, que nosdelaceram. a alma, no decorrer denossa fragilissima existencial

A nossa curta existência sobre aterra, Senhores, é um mar de duros ecruéis sofTrimentos 1 E no emtanto oorgulho,esse sentimento vil e-despre-zivel, ainda predomina em nossoscorações, fazendo-nos muitas vezesesquecer o que somos,e o papel que de-vemos representar durante a nossaestada neste mundo de mizerias eenganos ! Quem somos nós n'estemundo ? Verdadeiros expatriados su-geitos a martyrios atrozes T

Correi um olhar por todos os an-gulos do globo terráqueo, desde opalácio até a mais humilde choupana,e vereis que todos soffrem... moral ouphysicamente 1

A felicidade não é d'este mundo,disse o Christo. Portanto essa puraillusão que almejamos com tanta an-ciedade, jamais a encontraremos sobrea terra 1

Será preciso morrermos, vivermos,tornarmos a morrer e vivermos aindae assim por diante, para um dia sa-hermos apreciar a felicidade real queDeus concede a seus filhos. A morte éuma palavra que a todos horrorisa 1E porque ? ..

Julgam ser ella o fim da vida, otermo final. Cruel engano 1 Absurdocompleto 1 A morte é a vida, sim 1mas a vida perenual que s? goza naimmensidade incommensuravel.

Aquelle que morre é semelhante aum desterrado, que completou o seutempo de exilio, indo de novo tomar

parte nos direitos que lhe foram tira-dos por justos motivos.

D. Ambrosina I Eu curvo-me revê-rente ante o vosso espirito, e congra-tulo-me por ver-vos desembaraçadados tormentos que martysisaram vossaalma angélica e pura. Que Deus vosreceba em paz; são os votos que nóatodos lhe fazemos em occasião tão so-

I lemue, unidos por um só pensamento.

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ASSK1N ATURASAnno 8*000

PA O A M ENTO AOIANT A DO

¦ IToda ti correspondência deve ser diri-

gi.da aA. Bília.s da Silva

120 RUA DA CA.R10CA 120

Os trabalhos dc, reconhecido interessejoral serão publicados gratuitamente.

A Terra atravez .3 o* tempos

ÉPOCA TERCIARIA

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Periodo eoceno.— Os depósitos deste

período não apresentara a mesma con ti-unidade, espessura c identidade deorigem que os dos tempos que o prece-deram ; em grande extensão de sua áreaelles constam de formações marinhasalternadas com as de água doce, divi-dindó-se em camadas ordinariamente^regularesj nas quaes não se observamindícios de rupturas e grandes des.ni.v.e-lamentos parciaes do solo.

Esse terreno consta, no principi i, démassas de areia, argilla ecalcareo, maisou menosarenaceo; não somente super-postas, mas ligadas formando um todo,era cada uma de cujas divisões dominaura dos citados componentes.

As camadas mais antigas são de umaargilla plástica, encerrando linhitos ecobertas pelo andar suessonio, cheio de

pequenas conchas, chamadas nummu-lilás, por sua forma com apparen.cia deuma moeda. S.egúe-se-llie um ctilcareOgrosseiro e uni outro silicoso, ondeabundam as pedras duras, chamadas

pedras cie nio. 0 gesso toma nesse tempomuito desenvolvimento.

Uma flora e urna fauna destraÇtascorresponde a cada unia dessas forma-

ções.O mar ainda então cobria vastas ex-

tenções da superfície terrena, como nol-oatteslam os fosseis marinhos ágglome-rados em muitos pontos ; mas, ao mesmotempo, os restos do conchas fliiyia.es e deaniniáes que so vivem na terra firme-amontoados cm áreas mais ou menosextensas e isoladas no meio dos grandesdepósitos marinhos, nos mostram quejaentão muitas ilhas e vastos continentesestavam descobertos, semeados de im-mensas lagoas e sulcados por largos etorrentosos nos.

Pelo estudo das plantas e fruetos fos-seis encontrados nesta formação,ficamossabendo que a sua Hora não era maisque uni desenvolvimento da dos períodosprecedentes; novas espécies tinham àp-parecido, outras tinham diminuído deproporções, porém as zonas lloracs^ nãoestavam ainda tão acentuadas como hoje,e não apresentavam nás regiões tempo-radas tuna physionomía tão tropical,como nos parecem denunciar as conchas. e então. Nas zonas temperadas, que

são as que melhor tèm sido estudadas,íio lado das betulas, aniieiras, olmos,bordos, carvalhos e nogueiras,cresciamaltas palmeiras, das espécies [Labellariàe palmacila, hoje dcsapparecidas.

As eoniferas tinham muitos represemtantos dos gêneros abolo, pinhicro,ilmya, teixo, cypreslc e ziinb.ro; tis sa-

pindaceas eram representados peloscupanioide.-, c as cucnrbilaçcas pelascucumilàs, espécies análogas ás nossasbryonias por sèuporfe e que, formando

grinaldas, suspendiam-se áòsranios das

grandes arvores.üs gêneros pccQpWis, teniopieris,

asplemwn e polyopodites representama família dos feios: os musgos o as lie-

(líiticas alastravam o solo. ferlilisandocom os setis restos; cos íiympheaccas e

muitas outras plantas aquáticas osten-(iiain-se na superfície das águas tram

quillas.o conjimcto das conchas do pcriOdó

eoceno nos apresenta unia certa analogiacom as danpssa fauna testacea tropical;enlre cilas abundavam osgasteropodos;zoophagos, que encontravam rica presanos inolluscos propriamente dictos c nos

aceplialos.Nos deposifos còrichili feros desse pe-

riòdo íippareccm restos de diversasespécies de natitilús, niilras, voiulos, da

^grande eyprôa clegans, da gigantescarostcllaria mtôróplera, de numerososcerithcs e millioni.tcs de extrema pe-qiiericz.

Os peixe.- do eoceno denunciam porsua cstrticlura o clima quente cm queviviam. Di' enlre cílcs citaremos o lê-Ira píer $+pictüs (espada do mar) e o

/;• isles bisulealus (a serra do mar) quemedia trez metros de comprimento.

O ^»s>iritiwn»«» experimental

Dando eu ni pri mento ao prescriptoe u seus novos Estatutos, a Federação

Spirita Brazileira inaugurou a 2 do

corrente suas sessões de trabalhos

experimentaes.Para iodos nós queestamos conven-

ciilbss da veracidade, justioa e sublime

o-raudeza dos ensinos spíHticos; para

todos os que buscado áprofundal-os

pelo estudo theoricoepeia observação.

uenllUma duvida pode mais restar de

q„e essa grande doutrina mola mais 6,

quaochristiaiiismopuro, aquelle que,

cm vez das pompasqueo desfiguraram

depois, linha para templo., coração

dos fieis refugiados nas catacumbas

de Roma, e para propagadores os pri-meiros apóstolos e discípulos'do Mes-

tre divino; os quaes, entre os horrores

dos mais penosos suppliciqs, uão ees-

savom de pregar ai

Em geral, ja elles não apresentamccrtoscaracterésdíslinctivõs.das espéciesamigas ; ja. como nos peixes modernos,sul! espinha dorsal termina ua nadadoracuidai. Os peixes escamosos tendem,cada vez mais, a subslitu r aos ga-lloides.

Com o terreno terciario apparece tiordem dos plèurone tes ou peixeschatos.

Os peixes abundam nas camadas la-castros do eoceno nos Estados Unidos, epertencem principalmente aos elasmo-branchios e aos cbondropterygips; seuas; ecLo geral pouco differe du faunaactual das águas doces dessa região. Asarraias eram alli representadas peloxiphotrygon.

Os repus contavam então muitos repre-sentantes, tendo-se junetado aos cheio-nianos e sauriauos ;is serpentes ouophidios que, ainda qiie de una organí- 1 sua influencia; nãe é 1 betando csaçãO inferior ás dos lagartos, Noslistados Unidos a serpente então maisnotável era a proldgras, que poucoditforia do boavus.

Entre os batraçiartos surgiram as ransYAs aves crescem em especies novas, lor-n ndo-se notável a espécie odo?i\oplcris,(pie tinha as inaudibulas margeadas dedentes ou proluberancias ósseas, apre-sentando alguma semelhança com os

pterodactylos e estabelecendo mn laçoentre o pássaro e o réptil.

As especies marchadoras se mullipli-carani, e a gotornis ja apresenta uma

passagem deste typo para o das palmi-pedes.

> mundo sua

palavra d-' amor e de. perdão.C.mio sabemos: todos os ensinos

dessa incorapãravel philosophia se,

resumem no amor a \)^/\<. sobre todas

os cousas e no amor ao próximo como

a nós mesmos.f'/ exercendo a caridade sob todas

as formas, pra.ticaudo-a sem cessar em

relação a. todos, conhecidos ou desço-

nheçidos, amigos ou inimigos, portodos 03 meios ao nosso alcance, quedaremos a Deus provando nosso amor e

gratidão, cumprindo o seu divino pre-ceito de amarmos-nos uns aos ou-

tros.Ainda quo nos faltem os predicados

exigidos, para que nossas palavrassejam por vós aceitas como conselhos

proveitosos; deixtii, amigos, que fallè

por nos uma experiência de quatorzeannos de trabalhos spiriticds.

O mundo espiritual é um reflexod'aqui'lle em que vivemos', sela exis-tein espiritos de grande elevação morale intellectual, espiritos que não per-dem um momento de fazer o liem, deauxiliar-nos em nossas provas eéxpiações; outros ha, infelizes cegos,

que, dominados ainda pelo orgulho, avaidade, a inveja, vícios (pie os h-zeram cahir em suas passadas encar-nações, procuram todos os meios dedesunir-nos, de inspirarmos senti-mentos próprios, para cònseryar-uos uoambiente vicioso em (pie elles vi-vem.

Não nos julguemos ja libertados de

que sevence, é passando pelo crisol do sof-frimento e das provas que o espiritopode adquirir a força necessária paravencer o mal, para expellir de si osgermens do crime, as inclinações másque o levaram íi queda.

Em todos nós ha germens oceultos,que convém extirpar, defeitos queesses irmãos infelizes exploram sempre,para desligar-nos e assim contrariar anossa marcha progressiva, para afelicidade que Deus destina aos tra-balhadores de bôa vontade.

Entremos em relação com o inundoespiritual; estejamos, porém, prevê-

nidos sempre, do que as mais orosasflores, têm, muitas vezes, espinhos quenos podem fazer dolorosas feridas.

Esílidemos com calma, seín idéias

preconcebidas com o sincero desejo deacertar'; acertar, tudo o que nos venhado inundo espiritutil; pecamos sempreiVésse estudo a protecção dos nossosguias e amigos do espaço; busquemossempre o pensamento antes que aforma nas coramunicàcõés que rece-berràos, pois muitas vezes encontra-remos sob a, linguagem mais bella eimaginada, mais poética e fascina-dora, um veneno subtil que se ino-

pulando mn nossas veias, pode nosdar a morte.

Jamais seja uma curiosidade fri-vola o motivo quo nos guie em nossostrabalhos. E' um recurso de que sem-

pre lançam mão nossos inimigos doespaço, para distrahir-nos e fazer-nos

perder tempo. Elles inventam liifto-rias cheias de peripécias commove-do ras, era que dizem nos achamos eirvolvidos em outras vidas; factos quenão podemos verificar e que nadainteressam á nossa vida presente, como íim de impedir que corramos eraauxilio dos que soffrera, concluindomuitas vezes por dizerem que nin-o-tiera soffre sem merecer. E' certo

que o soffrimento é sempre uma ex-

piação ou uma prova; mas nao o ó

menos que a todos nós compete atixi-

liar os outros em suas dores, buscar

consolal-os, levantai-os, do seu abftti-mento. Busquemos sempre o fundomoral das communicações; procuremossempre nellas uma occasião de pra-ticar o bem, mesmo aquelles que nosdesejam prejudicar.

Preparemos o nosso ambiente pelaconcentração e o desejo de bem fazer ;e assim não daremos entrada aos maus

em nosso grêmio.Nunca nos supponhamos superiores

aos outros, e mais que estes merece-

dores do auxilio dos bons. Só Deusnos pode julgar com justiça. Nossos

juízos sobre os nossos irmãos são quasisempre errôneos, porque o orgulho e a

inveja nos fazem ver os defeitos dos

outros, ao mesmo tempo em que nos

impedem de ver os nossos.Pecamos a Deus que do alto dos os-

plendores celestiaes lance suas vistas

paternas, sobre os que trabalham pelotriumpho da verdade; derrame a luz

de sua graça sobre aquelles que vivem

nas trevas, e buscam prejudicar aos

seus irmãos que querem avançar;

permittindo que elles reconheçam

seus erros o reparem suas faltas.

As verdades spiriticas se nos mani-

testam sob formas tão maravilhosas e

inesperadas, que k sua vista empalli-

decein as mais arrojadas concepçõei

da mais rica phantasia.

Kão vem de cima a corrupção dos

povos, mas sim de baixo a formação

dos déspotas. Não são os tyranuos quecorrompera os povos ; mas a corrupção

dos povos que produz os tyranuos.

I,víOs-

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HEI OIlilADOIt—i8Stt — Junho — 15fiü

Factos mcriianiiiücos

Ha poucos mezes noticiamos o pas-sainento do nosso velho amigo e irmãoem crenças João Coelho de Souza, bas-

tante conhecido por todos o.s spirítasdesta Corte, como homem de crençasfirmes e poderoso médium curador.

Foi com elle que se deu o facto, a

que nos referimos.Contou-nos um distincto facultativo

desta Corte, hoje spirita convicto eentão não se tendo ainda occupadocom o spiritismo, que estava 1 betando'com um serio caso de hemorrhagia,

que a nada queria ceder, quando umamigo seu, eugenheiro e muito illus-trado,lembrou-se. de ir chamar o velhoJoão Coelho.

Sem nada esperar disso, o doutorconsentiu, que seu amigo fizesse comodizia,

Estando, porém, o Sr. Coelho emsessão, respondeu que não podia entãoir, mas, depois de concentrar-se efazer uma oração, acrescentou: Podeir, Doutor; nada mais ha ; a hemor-rhagia ja cessou.

Voltou á casa o emissário, e abisoube que era real o que o médiumlhe dissera.

Ein outras eras esse facto seria pro-clamado um milagre; o Spiritismo,

porém, lhe tira hoje todo o caracter desobrenatural. 0 Sr. Coelho pediu aDeus e a seus espiritos guias, e estes,depois de effectuada a cura, lhe avi-saram de estar ella feita.

Acerca de uma légua da cidade deSão Gabriel (Rio Grande do Sul)vivia um casal, cuja casa era frequen-tada por ummancebo turbulento e demaus hábitos, a quem inutilmente

procuravam separar do mau caminho,em que ia cada vez mais se inter-nando.

Uma noite sonhou a dona da casa

que o via aproximar-se ferido, amar-rado e seguido por soldados. Ao pro-prio sujeito ella" contou seu sonho nodia immediato, mas isso nada mais fez

que provocar-lhe o riso.Trez dias depois, chegando ella á

porta, viu passar o infeliz com asroupas ensangüentadas, atado e se-

guido por soldados.Ora, dirão os incrédulos, um sonho.

Ura aviso, dizemos nós, que, se fosse. attendido, talvez houvesse impedidoessa desgraça.

eu o vi subindo ao ceu cercado deanjinhos.

Um facto idêntico deu-se ha poucosannos em Uruguaiana (Rio Grandedo Sul.) Ahi estavam residindo dousíntimos amigos: o capitão de fragataBalduino, commandante da flotilhado Alto-Uruguay, e o Dr. Bello, juizmunicipal do destricto. Ambos adoe-ceram gravemente, mas mesmo assimnão deixavam de indagar sempre pelasaúde um do outro.

Um dia estando o tenente coronelV. no quarto do doutor, este pergun-tou lhe: Como vai o commandante?« Muito melhor. » respondeu-lhe V.« Sim,Tretorquiu o enfermo, comple-tamente bom ; pois ja partiu, e não ofez sem vir despedir-se de mim. » Eraexacto, na hora rigorosamente exactado seu desprendimento o commadanteBalduino foi despedir-se do amigo,

que oito dias depois estava com ellena erraticidade.

Ainda da mesma ordem é o segminteacontecido em S. Luiz do MaranhãoO Dr. .1. R. Jeauffret, distincto medicodo lugar, falleceu quasi repentina-mente. Nesse tempo estava bastanteenferma uma parente sua, a quemniuguein seria capaz de conimunicartal facto. Um dia disse ella de repenteá sua mãi, o Dr. Jeauffret morreu, euo vi partir risonho me dizendo adeus »Era exactamente o dia e a hora do

passamento do doutor.Como este ha milhares de factos,

revestidos de taes circunstancias queé impossível explical-os por uma pre-concepção de idéias. Os tempos sãochegados ; a propaganda é feita pelospróprios espiritos, que não se inti-midam com os ódios dos homens.

ü. «fosédoNerte c o$piritÍsmK»

** *

Em dias de Abril ultimo falleceunesta Corte o Sr. Constantino de Fa-risfs. Quando ainda se achava elleraíiito atormentado pelos soffrimentoiS

le o levaram á morte; sua famíliaíviára seu filhiuho, de 3 annos delade, para a casa de um pareute,afim

Le livral-o da triste impressão daígonia de seu pai. No dia e hora

.'exactos do passamento deste o meninodisse ao seu parente: Papai morreu,

íniprcsiones y comentários

Sobre los sermones de un esculapio,

y un jesuíta.

E' o titulo de um notável trabalhoda Ex.'Sra. D. Amalia Doraing) e

Soler, distineta e assaz conhecida es-

criptora spirita de Hespanha, cujostrabalhos são sempre lidos com gostoe muito proveito por todos os que sededicam ao cultivo da sciencia spi-rita.

Com muita vatagèm combate ellaas opiniões errôneas emittidas contrao Spiritismo, prendendo a attenção doleitor e forçando-o a acompanhal-aextasiado nos arroubos de sua elo-

queucia fascinadòra.

Manejando com mestria o esçalpelloda sciencia, ella descarna toda a obrados nossos adversários, e vai encontrara origem do mal que os devora, e queelles tentam innocular no animo de

seus ouvintes. Damos parabéns á illus-tre batalliadora do progresso,ao deno.dado compeão do cliristianismo scien-fico. Agradecemos á iilustrada Redac-

ção da Revista de Cienfuegos, La

Nuéva Alianza, o exemplar com quemimoseou-uos.

Com esta epigraphe appareceu, as-signado por Corydon, no Commercialdo Rio Grande do Sul de 21 de Maioultimo, um artiguinho todo cátita erecheiado de termos alti-sonantes,como masturbarão mental desenfreada,domínios impalpaveis do incognoscivel,etc, etc; poeira levantada de propósitopara esconder o cumulo de inverdadese disparates que formam o fundo detal produeção, attestado patente daignorância de seu auetor sobre aquillode que pretende fallar com ares demestre.

Ah, Corydon, Corydon, quce te de-mentia cepil! Não pensas no prejuízoenorme que teria soffrido a marcha

progressiva da humanidade, se oshomens do passado se tivessem detido,ante o espantalho d'aquillo que era

para elles o incognoscivel ? Entre-tanto, elles mais sensatos que a escolaa que pertences, não recuaram diantede tal obstáculo, formularam hypo-theses, estudaram, analisaram tudo, eafinal chegaram ao conhecimento das

grandes verdades, que hoje formam omais rico cabedal da sciencia hu-mana.

O desconhecido de boje será a ver-dade patente de amanban, como odesconhecido de hontem é a verdadeincontestável de hoje.

Diz o articulista que, depois de umanoite de horroroso pesadello, Allan-kardec procurou immortalisar os ca-

prichos de seu espirito desvairado em

paginas, que em todos os tempos hãode attestar a fraqueza do espirito hu-mano, quando transviado nos domíniosimpalpaveis do incognoscivel. »

Esquece-se o articulista que essedesvairamento ja se apossou tambémdos Crookes, Du Prell, Barret, Wal-lace, de toda a Sociedade Dialecticade Londres, de toda a Academia deSciencias de S. Petersburgo? das

primeiras potências mentaes de todosos paizes do mundo, de modo que oSpiritismo, por uma força de propa-ganda admirável, conta haje milharesde denodados defensores em todos os

pontos do nosso planeta?Estarão loucos todos esses homens

tão justamente venerados pela. huma-nidade? Correrão o risco de perderema luz do entendimento por seus her-

culeos esforços para implantar asbases de uma moral absurda e itnpra-ticavel, como aconteceu com o chefeda vossa escola?

O que tem arrastado maior numerode adeptos á causa do Spiritismo, é

justamente a racionalidade de seusensinos e sua conformidade com os

progressos da sciencia moderna; e noemtanto tendes a coragem de avançar,

que esses princípios são falsos e repel-lidos pela razão.

Quaes serão esses priucipios irra-cionaes ? a existência de Deus ? aimmórtalidade da alma? a communi-cabilidade dos espiritos comnosco ? a

reencarnação? as penas e recompensasde uma vida futura? o progressoindefinito? Mas a nossa razão, o con-senso unanime de todos os povos desdea mais remota antigüidade, eas provaspalpáveis, positivas e irrecusáveisobtidas nestes últimos 50 annos, sob amais rigorosa inspecção da scienciapositiva, demonstram-nos a realidadedesses ensinos; hoje só combatidospor quem não tem querido observar.Dizeis que os hospícios de allienadosestão cheios de sectários de Allan-Kardec. E' uma proposição temerária,só própria para produzir effeito, e quesó merece desculpa quando aquelleque a emprega, não tem plena cons-ciência do que diz.

Gitai-nos os nomes, venham os at-testados; sem o que não nos podemimpressionar as vossas aceusações.

Aos nossos irmãos de S. José doNorte enviamos um abraço fraternale, dando-lhes os parabéns pelo felizêxito de sua propaganda, pedimos quese lembrem sempre que, em todos ostempos,o.s defensores das novas verda-des foram insultados e redicularisados,por aquelles que não estavam nascondições de comprehendel-os.

E'oi*«|uoi Ia vie?

E' o titulo de uma brochura publi-cada em Tours (França) pelo Sr. LeonDenis, contendo em poucas paginas aexplicação e.resolução das mais im-

portantes questões, de que se oecupaa doutrina spirita.

E' uma obra digna da attenção eestudo dos que dezejam conhecer oSpiritismo.

Agradecemos o exemplar com quefomos presenteados.

Pensamentos

E' melhor ser mystificado que mys-tificador ; o mystificado pode não sermais que uma victima de sua bôa féo

signal caracterisco de um caracte,simples e honesto; ao passo que r

mystificador é sempre um ente frau"dulento e desprezível.

Nunca se colherá bons fruetos de

uma arvore má. Se vos descurardes

da educação de vossos filhos, contai

que a vossa velhice será cheia de

dissabores e amargas decepções.

A alma que peccar, morrerá; o filho

não carregará com a iniqüidade do

pai, nem o pai com a iniqüidade do

filho; a justiça do justo estará sobre

elle, assim como sobre o irapio a sua

irapiedade.

Ezequiel (cap. 18, v. 20.)

t

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41 —*IlKF0HMAa»0_U_--J5iS^ Junho — 1&

Noticiário

Republica Argentina.-CónVa epi-irViiV]^^Edudospreparatórios de syn-Use, humana-esiix a Cpwtoncwperiódico spirita de Buenos-Ayres,Publicando uma, serie, de artigos me-

aianimicosi.nportantisduios recebido.

pelo Sr. .1. •'.Vêem ainda uma vez os nossos

contrários, que os espíritos nao se

limitara a nos vir ensinai' a homceopa-thia.

dis-

Sobre quem pesa a responsabilidadedesse atroz assassinato? Sobre áquelles

i uma guerra dtodos os cpie

tes,lições üodiplomado

Conta a Luz dei Alma, outrotracto campeão do Spiritismo del.utmos-Ayres, no seu mim-ro üe_ LO

de Maio ultimo, os factos i.iedinnu.iicosque tiveram lugar na sala de suaredacção, com auxilio do médium de

Peitos physicos, a Sra. de RodriguesFreire.

Uma pesada mesa de jantar correurapidamente em diversos sentidos corao simples coutado das mãos do médiume mais trez pessoas.

Depois, apagadas as luzes, sentiu-secomo um pássaro voando pela sala echocando os globos dos caml.eiros. eatinai lançando flores sobre a mesa.

Estados Unidos.—'O Banner of Lig-hteoPresentAges, Boston, vêm cheiosde attestados dos maravilhosos phe-nomenos obtidos pela escnptura çli-recta ; figurando entre os signatáriosos distinctos materialistas Srs. O. VY-.Grood Lander, C. W. Start, J.. V.Charle, D. P. Greóly, etc.

(,,ie declaram uma guerra de morte, aloUOs os que; servindo-se dos meiossimples que a natureza pozau alcancedtí todos, curam as enfermidades deseus irmãos era humanidade, pelosimples fado de não terem tirado umdiploma; ao passo (pie, inconsequeii-

prostram-se aos pés e recebemillustre, mas também nao

descobridor do remédio

prophylatico da hydrophobia.

At.LEMANIIA.- 0 segundo numero

do Sphinye, unportanterargaiuyspm-tista redigido pelo S.y l)t> 1 reli, o

;ura artigo notável sobre a aeudadeda dupla vista pelo Sr. Carlos.Wwetter, que vai buscal-a entre as

brumas de remoto passado, nos co-

mecos da cultura do lioinem, nos

tempos era que este achava ura gozoinfiimo na posse das lirapidas geniinasedos brilhantes metaes. Desde; então,diz elle, notou se .pie a fixação inum-temipta de um desses objectps.deluxo produzia um estado particular,uma diminuição do poder da vontadedo indivíduo, e concorria para a ap-

paricão dessa faculdade singular cha-inadã segunda vista ou souinambu-lismo.

Não podendo explicar o facto scien-ülicaiiieuie,esses homens o attribuirama uma influencia occu Ita dos deuses,dos demônios ou mesmo desses objectos

acima dos juízos do íMinanisnío, estãoos juízos do mundo, da posteridade ode Deus.

Saudámos ao illustre apóstolo úoChristo.

brilhantes.Depois elle eita os nomes dos sábios

que se occu param disso na antiga emedia idade, entre os quaes Aristóteles,Dioskórides, lMiinius,Caleira e outros.

Em Ciucinnati consultaram a Mine.Helleberg, distinto médium de escnp-tura directa, pedindo-se a opinião doespirito de Roèsliave sobre uraa afiec-cão das vias ormarias. A resposta doevocado mi em tudo contorme aosconselhos hygienicos, ao tratamento

prophylatico e ao regiinen a obser-var-se. Embaixo da consulta lia-seHermau líoeshave.

Japão.— A índole e o caractermoral de um povo.se manifesta mesmoera suas mais simples pro.ducções.Noórestaurante; do Japão, alli chamadoscasas de chá, observam-se um assem euraa ordem admiráveis. Suas paredessão cobertas de desenhos representandoanimaes e flores, entre os quaes .->edestacam sublimes preceitos de moral,extrahidos dos mais notáveis escrip-tores bulhistas. Que, contraste! Nasnossas casas de pasto, diz com todarazão o professor Morse, só se vêemgrosseiras scenas de pugilato. e íloresdesbotadas pelo fumo do tabaeco. Senèllas se encontram algumas sentou-cas, são da ordem seguinte—ao bomvinho—cuidado eom os gatunos, etc;E' que o japonez, que nós suppoinosum povo bárbaro,apenas agora catlie-chisado pela nossa civilisação,é polidoe muito respeitador das leis moraes, enisso, como em muita cousa, esta ;acaso de dar-nos lições.

Thibet. — Conta, o Dr. Tcherpanoffque entre os lamas thibetanos viumuitas vezes mesas elevarem-se, serao contacto das mãos, até acima dacabeça do evocador, e acorapanhal-oem seus movimentos; facto cpie etambém afirmado pelo Abbade Vinot

EiiANoA. — Contou a Gazeta de No-íicias dé õ de Maio passado, ([lie nocemitério de Saint-Uuen, em l^ariz, foiprofanado o cadáver da artista ber-uanda Mery por um joven chamadoDuhamel. Foi elle o próprio que poruma carta, anônima Jeuunciou-se ápolicia.

Preso, elle disse que ven(}0 passaru enterro, sentiu desejos de saber olugar do sepultamento, com o fira deir roubar as jóias que a defunetalevava; mas, ao tornar á casa de suaraãi, iui outro o sentimento que tVellese apossou ; foi uma paixão violenta ebestial pela morta; contra a qual todaluta foi impossível.

Terminada a sua narração, o infelizcahiti em horrível ataque de. epilepsia.Devem lembrar-se nossos leitores dasexperiências de llansen em Lisboa, ede Donato em Bruxèllas; elles pormeio de suggestões magnéticas fizeramipte ura joven se apaixonasse poroutro,a ponto de cpuerer devoral-o cora seusbeijos.

\qui,em vez de um joven,é um ca-da ver, em vez de um hypnotisadorhumano 6 um invisível.

Entre nós esse infeliz teria ainda onome de louco, em Pariz a escola doSr. Cbarcot o classificará melhor.

Tudo nos mostra n'essé homem uramédium (pie, por sua ignorância, nau

pó.le repellir as suggestões más querecebe do mundo espiritual, e queseria curado e transformado n'um ins-truraento útil com o estudo do Spiri-tismo, d'essa sciencia que, segundoos nossos sábios, pretende transformaro mundo era um hospício de loucos.

0 cura, de IMoussay, esse verda-deiro apóstolo do Christo que re-

colhia diariamente 150 entornios,os curava gratuitamente e,.dotado de

uma faculdade admirável, fazia, a

simples vista,o histórico das moléstiasde quem o consultava; acaba de ser

multado em 20 francos por exercícioilleeral da medicina 11

Cora muita vantagem, no salão des

Capueines em Pariz, respondeu o Sr.

Met/.'-er ao discurso ahi feito pe o se-

nador e chiraico Sr. Naquet defen-

dendo o fatalisuio na vida.

f-lESPANHV. —La Solucion, notável

periódico spirita de tíerona, de l" de

Vbril ultimo, traz um importante

artiõ-ò com a epigraphe Os Sacerdotesdo Spirititismo, que começa assim:

, « Nada ha de mais bello na sociedadehumana (pie a existência de seres de-

dieados única e exclusivamente ao

ensino da moral, consolo iminenso queproporciona á alma as delicias da paz ;e lhe faz antever o porvir do nosso

espirito mis regiões do desconbe-

cido. »

lNOi.ATEHUA.-N^o Light de l/mdresde 17 de Abril ultimo falia o Sr. 1 . L.Nichols das sessões do Sr. Husk, ce-

lebre médium de èffeitos physicos queestá fazendo furor na capital mgraza.Di/, o articulista que em uma das ses-soes se apresentaram seis formas, ninasmuito brilhantes e outras cercadas de

uma aureola luminosa que a.s tornavabem visíveis. Todos as viram, ouviramo alguns, mesmo, as tocaram, Al-

guraas vezes se apresentaram duas ao

mesmo tempo, não podendo-se admit-tir que seja o médium quem se mostreassim em dous pontos differentes.

o Bokte estremecer e entrar gradual-mente era frenéticas convulções. Oslamas então deixara toda a reserva,sua voz seanima, seu canto se precipitadesordenado, a recitação das preces ésubstituída por gritos e uívos. Entãoo Bokte arranca seus vestidos e, era-puubando a faca sagrada, abre o seuventre era todo o seu comprimento.Emquanto o sangue corre, a multidãose prostra e interroga-o sobre as cousassecretas, os acontecimentos futuros eo destino de certos personagens,considerando suas respostas comooráculos.

Quando se acha satisfeita a devotacuriosidade dos peregrinos, os lamasrecomeçara cora calma e gravidade arecitação de suas preces. O Bokte enchesua. mão direita de sangue, leva-a kbocea, sopra trez vezes sobre ella, atirao sangue ao ar, dando um grandegrito, depois passa a mão rapidamentesobre a ferida de seu ventre, e tudovolta ao estudo primitivo, sem restardessa operação vestígio algum, a nãoser o extremo abatimento em que ellefica sepultado.

Deixando de parte o acto mesmo, deuma selvageria revoltante, não pode-rao3 deixar de pensar no modo por quedesapparecera todos os vestígios da

ferida que o Bokte fizera era si. Não

será isso ura effeito do magnetismoanimal por elle inconscientementeempregado, com o auxilio de seus

amigos invisíveis, afim de impres-sionar e despertar a crença nesses

ânimos embrutecidos, fanáticos e fe-

rozes!? Os meios de educação são

Polônia.—Sempre os mesmos: Con-am jornaes allemães que era Janeiro

irai sêpultado'perto de Varsovia o ca-fdaver de uma mulher grávida de seismezes. Sua morte fora repentina e semuraa causa que a motivasse. Suspeitasde ter nisso havido um crime, coudu-/ara as auetoridades a procederem aexhumacão; e então verificou-se quea* infeliz* tihllá sido enterrada viva,

que na sepultura dera á luz uraacriança que, como sua raai, tora vic-timade uma asphyxia.

A democracia, seu futuro social e re-ligioso é o titulo de uma notável bro-chifra, que acaba de publicar o Sr.Guilbert, arcebispo de Bortléos. Fielcontiuuador das doutrinas do Christo,das lições de liberdade, igualdade efraternidade, o eminente prelado seeleva cnthusiasta defensor das idéiasmodernas cpie caminham, sem curardos tropeços que se levantam em seucaminho,

"para o estabelecimento no

nosso planeta do governo do povopelo povo.

O catholicismo intransigente o con-deuará, Roma o hade censurar; mas

Cerimonia* barbaras do B,a-miais ano

Cora esta epigraphe conta o abbade

IIuc, antigo missionário, em suas

Lembranças de uma viagem pela Tar-

taria, o Thibet e a China o seguinte

facto, citado pelo Sr- Rossi de Giusti-

niani em sua obra-Le Spiritualisme

dans V histoire:0 lama Bokte, era certos dias so-

lemnes, tem a obrigação de se abrir o

ventre, tomar suas entranhas e collo-

cal-as diante de si, e depois voltar ao

primitivo estado. E' um espectaculo

muito commum nas lamaserias do

Thibet. O Bokte que assim deve ma-

uifestar o seu poder, como dizem os

Mongoes, se prepara para esse acto

formidável por longos dias de jejum e

preces, interdizmido-se toda coramu-

nicação com os homens e iinpondo-se

o mais absoluto silencio. Chegando o

dia fixado, todos os peregrinos con-

correm ao grande atrio da lamaseria,

em cuja porta se eleva um altar.

O Bokte avança gravemente no meio

das acclamaeões da multidão, vai

sentar-se sobre o altar e destaca de

seu ciuto uraa grande faca, que colloca

sobre os joelhos. A seus pés numerosos

lamas, formados em circulo, dão co-

meeo ás terríveis invocações dessa

horrorosa cerimonia. A' medida que a

recitação das preces se adianta, vê-se

sempre apropriados ao estado de adi-

antamento de quem a recebe. Para os

espíritos endurecidos são necessários

golpes fortes e profundos.

I

Mti.ll011.trl_ DUMAquellas pessoas que desejarem se

iniciar no conhecimento da scienciaSpirita devem seguidamente ler asobras de Allan-Kardec constando darelação que segue :

O Livro dos Espíritos (parte philo-spphicã) contendo os princípios dadoutrina Spirita.

ü Livro dos Médiuns [parte experi-mental) contendo a theoria de todosos gêneros de manifestações spiritas.

O Evangelho segundo o Spiritismo(parte moral) contendo a explicaçãodas máximas do Christo, sua appli-cação e concordância com o Spiritismo.

O Ceoco Inferno ou a justiça di-

vina segundo o Spiritismo (parte dou-triharia. contendo numerosos, exem-

pios sobre o estado dos espíritos no

mundo espiritual e na terra.

A Gênese, os milagres e as predi-cões segundo o Spiritismo (partescientífica ) contendo a explicação dasleis que regem os phenomenos da na-tureza.

O que é o Spiritismo.Noções dementarei do Spiritismo. \

Estas duas ultimas são uras pe-cpienos resumos da doutrina Spirit%

Todas estas obras acham-se vertj|das para o portuguez e encontram-^ua Livraria Garnier.

71, RUA DO OUVIDOR, 71

Typ. do RüFOUMADOft.

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