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FACULDADE SANTA FÉ COORDENAÇÃO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA CURSO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA [nome] SABER PENSAR

Resenha Saber Pensar

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Page 1: Resenha Saber Pensar

FACULDADE SANTA FÉ

COORDENAÇÃO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

CURSO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

[nome]

SABER PENSAR

São Luis

2014

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Tarcio Monteiro Trajano

SABER PENSARTrabalho produzido pelo curso de História e Geografia da Faculdade Santa Fé para obtenção de nota na disciplina Metodologia Científica, sob a orientação da Profª Francinete Braga Santos.

São Luis

2014

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SABER PENSAR

DEMO, Pedro. Saber pensar. 4. ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2005.

O autor Pedro Demo em sua obra saber pensar, passa aos leitores o quanto é necessário saber pensar criticamente, para haja aprendizado e conscientização. Visa mostrar também a influência da política e sua pobreza nessa área, além da ignorância como centro dessa pobreza. A busca de verdade para os questionamentos sociais e suas explicações, neutralizando-a como pretensão de validade, pelo cientificismo. A construção da autonomia dentro do meio social e político. As realidades e costumes que estão arraigados à cultura de cada um ao longo da história. A ambiguidade do conhecimento e seus pontos fracos e fortes.

É primordial que cada indivíduo aprenda saber pensar. Não se tratando apenas de aprendizagem escolar, mas de aprendizagem para a vida. A cidadania está centralizada no saber pensar, o cidadão que não pensa é incapaz de exercer sua cidadania. A habilidade de aprender, a metodologia, a gestação de uma consciência crítica são produtos da cidadania. Nada garante que o ser pensante consiga resolver os diversos problemas sociais, mas, pode amenizar, dando direções mais efetivas, e mostrando oportunidades mais palpáveis aos excluídos. A educação é fundamental para a cidadania quando há uma construção da gestão política.

Dizem que a ideia da pobreza está centrada na destituição material, e não na ignorância, tem sustentado a falácia da não existência da pobreza política por trás de tudo. A simples redução da pobreza à carência material, por mais perceptível que seja, politicamente acaba excluindo e deixando o indivíduo sem opção. Ser pobre é menos não ter do que não ser. A fome é inventada e imposta, pois, para superar esta fome não basta apenas comida, mas condições de prover a sustentação. Com isto passou-se a considerar ignorância como centro da pobreza: pobre é sobretudo quem não sabe ou é coibido de saber que é pobre. Torna-se incapaz de construir uma história ou realidade própria. Claro que todo ser humano está plantado em uma cultura, logo a ignorância neste caso não é generalista, pois, cada qual está inserido algum universo.

O principal critério de desenvolvimento segundo a ONU é a educação, porque está mais próxima da capacidade de construir oportunidades. A qualidade educativa popular poderia ser considerada a vantagem comparativa mais decisiva para o crescimento do país. Segundo Foucault, a principal relação que o conhecimento mantém é com o poder e não com a verdade, certamente herdada do processo de ignorância causado pelas teorias pós-modernistas e pós-colonialistas.

O pobre é quem sequer consegue saber que é pobre, pois lhe falta consciência crítica para que perceba sua realidade, fica sempre esperando soluções dos outros, ao invés de construir sua própria. Perdeu-se claramente a “policidade” da educação, pois

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se dá mais valor ao certificado, e não ao conhecimento adquirido. O combate à pobreza precisa, primeiro, da consciência crítica do pobre, de preferência politicamente organizado, ou seja, começa com a cidadania, logo após a inserção no mercado, e, por fim assistência social.

O indivíduo que almeja socialmente construir autonomia, precisa primordialmente superar a pobreza política. Apenas o pobre, pode combater a própria pobreza, questionando a maneira de se fazer política social já existente, propondo inovações. Autonomia deve ser conquistada, pois, ninguém a ganha, muito menos cria. O combate à pobreza abrange três níveis hierárquicos de compromisso: assistência, inserção no mercado e cidadania. A construção da autonomia não pode ser apenas discurso teórico, mas caminho concreto de ocupação dos espaços, inclusive do mercado. A ignorância acaba sendo a maior indignidade do ser humano em toda história, a via de manobra da massa, o extermínio de consciência. Saber pensar o liberaria, se o mesmo tivesse noção de liberdade. Saber pensar surge, então, como fulcro central da política social, porque sinaliza o caminho das soluções próprias: superar a ignorância, saber organizar-se e inventar projeto alternativo.

A universalização qualitativa da educação básica, torna-se um projeto inadiável em meio a manipulação feita em cima da ignorância de muitos. O excluído torna-se beneficiário, com a ilusão que o Estado, as políticas sociais o sustentarão sempre, como se este fosse garante da cidadania. O principio central da autonomia é abafado, à medida que, cria-se a ideia que o Estado proverá as necessidades. Sabemos que na verdade o garante real da cidadania é a sociedade consciente e organizada.

O Saber pensar incita em seus leitores a curiosidade, e talvez até a descoberta do saber pensar, do saber analisar as situações e realidade que vivemos, e por vezes não nos perguntamos o motivo. Pensar e repensar criticamente determinados assuntos e refletir sobre eles é o foco principal do texto. Problemas sociais e políticos que foram gerados pela ignorância de alguns, sobre a de muitos, retirando-lhes o direito de conquistarem autonomia. A acomodação dos cativos no mundo da não criticidade (...)

No livro Saber Pensar, o autor apresenta a importância de saber pensar,de garantir a autonomia do indivíduo através do conhecimento da realidade. E não aceitar tudo aquilo que lhe é imposto.Livrar-se da ignorância e de toda a pobreza enraizada em sua mente.Não só a pobreza material,mas também a pobreza intelectual,a pobreza política. Desenvolver o senso crítico,pois sem a consciência crítica o indivíduo não é capaz de história própria,depende dos outros para obter soluções. Sem o devido conhecimento de como saber pensar,o sujeito se torna alvo fácil para o sistema se aproveitar(a chamada massa de manobra). O único modo eficaz para o combate a pobreza é que o indivíduo tenha conhecimento político,e a seguir,a sua inserção no mercado de trabalho,e por fim a assistência social. "Porquanto o sistema não teme o pobre com fome,teme o pobre que sabe pensar."(pág. 149) O sistema pode facilmente calar o pobre com um prato de comida,mas aquele que sabe pensar é temido,e dificilmente aceita uma ideia sem questioná-la (conclusão de Pricila)