Sobre Barragens, Usos Da Terra e Vita Activa Na Localidade Do Karú

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  • 8/20/2019 Sobre Barragens, Usos Da Terra e Vita Activa Na Localidade Do Karú.

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    Sobre barragens, usos da terra e vita activa na localidade do Karú

    Desenvolvido a partir da disciplina1O Urbano e suas Intersemiosesministrada pela Prof.(a) Dra. Célia Antonacci este texto/artigo foi pensadocomo parte integrante da pesquisa que tem como o títuloguia! Karú -homem-forte terra-fértil. "sta vincula#$o nasce so%retudo das leituras ediscuss&es propostas pela disciplina citada em torno das pu%lica#&es de'anna Arendt entre outrasThe Human Conditio (195 ! e The Ori"ins of Totalitarism#$ que possi%ilitou uma maneira de aproximar algumas dasquest&es te*ricopr+ticas que tocam esta pesquisa. , artigo foi motivado apartir de um ensaio fotogr+-co que registram um percurso pela constru#$ode uma %arragem. ais registros fotogr+-cos encontram aqui um espa#opara serem vistas e ouvidas menos enquanto o%eto de contempla#$o oude an+lise fotogr+-ca do que um cen+rio a ser compartilado e articulado

     unto ao texto. 0$o imagens que assim como o texto se materiali2am3para uma apari#$o p4%lica3 conforme nos aponta Arendt. , interesseneste cen+rio especí-co5 uma paisagem que fe2 parte da vida de milaresde tra%aladores desta %arragem em%ora decorra no tempo presente (datade uno do ano passado) nos permite relacionar e retornar para algumasdas quest&es de forma#$o s*ciocultural e ist*ricopolítica da localidade do6ar4 (0$o 7osé do Cerrito0C). 0ea na constru#$o de outras %arragens doasfalto que se estendeu nas 4ltimas décadas da omogeini2a#$o do cultivoda terra pela monocultura mecani2ada e cria#$o de gado facilitada3 pelouso de pesticidas e vacinas %em como outros acontecimentos relacionados

    aos usos da terra3 como a t$o pouco questionada 8uerra do Contestado3que assim como as %arragens de oe a%riram as clareiras para um cen+riosemelante a constru#$o de uma estrada de ferro. Assim tais eventosser$o (re)vistos a partir as cola%ora#&es so%retudo de 'anna Arendt empu%lica#&es pouco afetadas pelo consider+vel distanciamento temporalque oferecem lentes %astante apuradas so%re os empreendimentos da vidamoderna austados 9 cren#a racionali2ada no progresso marcado pelaindustriali2a#$o privati2a#$o e controle de espa#os p4%licos assim comonos fa2 pensar so%re o empreendimento da nossa pr*pria umanidadeenquanto indivíduos em sua singularidade insu%stituível. :este sentido otexto vem tam%ém por meio destes eventos contextuali2ar a localidadeonde esta pesquisa em arte se desenvolve. ;ocalidade que aqui ganaespa#o em conversas informais e outras registradas em +udio da Dona

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    Bita Activa "nsaio Iotogr+-co A#$o %arragem sos da erraProcessos Criativos Contemporneos

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    %o &aminho$ 'la&as em r)ores iam nosa)isando* +,ntrada roibida+$ mas&ontinu)amos. imos )rias r)oresderrubadas$ em'ilhadas e a'odre&endo./e"undo /eu Orlando$ nosso ta0ista e"uia$ isso a&onte&e 'orue o I2343 noliberou ainda a sa6da das madeiras.Como soubemos lo"o de'ois$ estaHidrelétri&a im'orta madeira de 4inas7erais. 3o &he"armos fomos informados

     'elo )i"ilante da 'ortaria ue seriaim'oss6)el fa8er a )isita nauele dia./eu Orlando$ ue &onhe&ia o )i"ilante(foi o fot"rafo do seu &asamento!$&on)en&eu-o a &hamar o en"enheirores'ons)el. 3's inúmeras tentati)asde &ontato 'elo )i"ilante no :;al entrada onde /eu Orlando A nosa"uarda)a.

    Das condições dada ao homem

    Bo di2er uma coisa pra vocEs!A %arragem é uma desgra#aJDigo por tudo que + vivemoaquiJ

      0

    eu onino

    :os passos de uma umanidadeconfrontada pelos progressos3 da

    sociedade moderna Hannah 3rendt @

    desenvolve nas p+ginas da Condi#$o

    'umanaK uma leitura que nos prop&e

    um entendimento acerca da )ita

    a&ti)aH  do omem compreendido

    L Iragmento de di+rio de campo escrito em>M de 7uno de >?1@ integra a pesquisa de"laine ;ima da 0ilva!  3 'eleia dos )elhosdoJno Karú! discursos/percursos so%reenvelecimento em 0$o 7osé do Cerrito 0C.Do Programa de P*s8radua#$o em0ociologia Política (I0C) so% a orienta#$oda ProfG. DrG. "li2a%et Iarias da 0ilva.Complementado e revisado para -ns desteartigo.@  'anna Arendt (1M?K1MH@) te*ricapolítica alem$ considerada uma das

    grandes expoentes do pensamentocontemporneo so%retudo por seusestudos de regimes totalit+rios. N descrita%revemente como -l*sofa apesar de terrecusado essa designa#$o. Oniciou seusestudos em -loso-a (so% inuEncias erela#&es com 'eidegger (1QQM1MHK)."migrou para os "stados nidosdurante a ascens$o do na2ismo naAlemana onde lecionou por v+rios anos naniversidade de Cicago e na %e; /&hoolfor /o&ial esear&h em :ova RorS.K  A":D 'anna.  3 Condio Humana

    1?G edi#$o rad.o%erto aposo "d.Iorense niversit+ria >??H.H  , título da pu%lica#$o cegou a serpreferido pela autora como Bita Activa3

    5

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    em sua pluralidade. 0o%re esta

    contextuali2a trEs atividades

    umanas fundamentais! abor 

    ObraJTrabalhoQ e 3o.

    , texto de Arendt discorre de como

    tais atividades essenciais e

    constantes diria mesmo em todas

    as civili2a#&es até aqui registradas

    so%re a qual ela su%lina! (...) a vidaumana na medida em que se emprenaativamente em fa2er algo tem raí2espermanentes num mundo de omens oucoisas feitas pelos omens um mundo queela amais a%andona ou cega atranscender completamente.3O%id p.51

    Q  Preferi utili2ar esta dupla tradu#$oconsiderando o texto original ;or

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    @

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    inuem nas formas de organi2a#$o

    da vida e das nossas sociedades.

    Como %em sinteti2a no primeiro

    capitulo*

    A condi#$o umana compreendealgo mais que as condi#&es nasquais a vida foi dada ao omem.,s omens s$o serescondicionados (...) Além dascondi#&es nas quais a vida é dadaao omem na erra e até certoponto a partir delas os omensconstantemente criam as suaspr*prias condi#&es (...) , que querque toque a vida umana ou entreem duradoura rela#$o com elaassume imediatamente o car+terde condi#$o da existEnciaumana. M 

    As implica#&es da )ita a&ti)a

    representada por tais atividades s$o

    pro%lemati2adas pela -l*sofa

    enquanto inuem profundamente na

    organi2a#$o de grupos sociais desdea antiguidade até o período

    moderno1?. 8rande parte de seu

    questionamento nos alerta so%re a

    promessa do omem futuro3 da

    constante fuga da condi#$o umana

    em seu ciclo de vida e morte que

    su%stituir+ o omem por um produtodele mesmo promessa levada

    astuciosamente por grande parte

    M Arendt (>??H p.1H). (,s grifos para estacita#$o e de outras seguintes su%linamaten#$o especí-ca a este texto).1?  A era moderna n$o coincide com omundo moderno. Cienti-camente a eramoderna come#ou no século TBOO e

    terminou no limiar do século TTUpoliticamente o mundo moderno em quevivemos surgiu com as primeiras explos&esatVmicas.3O%id p.15

    das competEncias cientí-cas11 que

    em linas gerais nos di2 a -l*sofa

    atua como uma re%eli$o contra a

    existEncia umana3 competEncia

    que n$o devemos duvidar assimcomo n$o duvidaremos que a

    mesma capacidade nos leve a

    destruir toda vida orgnica da

     erra31>.

    Do labor a Obra

    :a época (por volta de 1M@?) tina

    muita muler que curava complanta %en2edura e com fé ousem fé era o que tina... "u e;eonel (marido) nos curamos desarampo que tava feio s* com%en2edura oe em dia falandoninguém acredita mas funcionavaJ

      Do

    na =ena

    Podemos compreender ascondi#&es na qual a vida foi dada ao

    omem3 nos ritmos e ciclos que a

    nature2a imp&e ao omemU ciclos

    %iol*gicos/meta%*licos pr*prios ao

    corpo umano. ,u sea o

    cumprimento dos ciclos de

    nascimento e morte. , que Arendtdiscorre como abor   A condi#$o

    umana do ;a%or é a pr*pria vida3.

    11 , pr*prio fato de que as ciEnciasnaturais tenam se tornado (...) em seu4ltimo est+gio ciEncias de processos semretorno3 potencialmente irreversíveis e

    irremedi+veis (...) p.>L51>  ais coloca#&es e cita#&es s$oencontradas no texto de Ontrodu#$o deArendt (>??H p.1?11)

    K

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    Como ObraJTrabalho  poderíamos

    supor como as condi#&es do omem

    dada ao omem. As arti-cialidades

    do mundo. ,s o%etos criados por

    nossas m$os3 que inauguram 9coisi-ca#$o do mundo W car+ter de

    coisa ou o%eto3 em que Arendt

    contornaW a condi#$o umana do

    tra%alo é a mundanidade3 e nos

    coloca!

    A existEncia umana seria

    impossível sem as coisas e estasseriam um amontoado de artigosincoerentes um n$omundo seestes artigos n$o fossemcondicionantes da existEnciaumana3.

    0o%re estas duas atividades 'anna

    Arendt nos alerta para o processo de

    dissolu#$o da ObraJTrabalho  em

    abor. ,ferece  como exemplo! aatividade da  ObraJTrabalho

    so%retudo nos 4ltimos séculos$ é

    redu2ida a no#$o de for#a de

    tra%alo3 vinculada essencialmente

    ao abor$ que n$o escapa da

    condi#$o de despender sua energia

    em fun#$o de uma atividade que seconsome em si mesma3. 0o%re esta

    diferencia#$o ainda di2 que a

    característica decisiva é que na

    fa%rica#$o (dos o%etos) + um

    come#o e um -m especí-co3   15  ao

    contr+rio da atividade do abor   que

    segue o movimento cíclico dos

    15 p.1@K

    processos vitais3 da matéria e do

    corpo. m estado permanente que

    segue até o completo consumo de si.

    "m outras palavras a ObraJTrabalho

    atividade que d+ forma a o%etos de

    dura%ilidade1L  n$o a%soluta1@  pois

    o processo vital inevitavelmente

    tam%ém atinge tais o%etos em

    algum momento3 porém n$o

    constitui o pr*prio desgaste o

    destino desta atividade. Onclusive é

    nesse ponto que Arendt lE com

    ressalvas o que

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    a constituir um supéruo

    necess+rio3 para usar um termo de

    ??@) que sim%oli2a e nos

    auda a construir a passagem pelo

    mundo nas rela#&es de convívio e denossa su%etividade porosa1H. ma

    compreens$o semelante

    encontramos nas palavras de ?1L)!

    Como omos sim%olicus el om%rees un creador de sím%olos queintercam%ia Y comunica la formade perci%ir el mundo. 0ím%olo estodo acto umano cosa relaci*n oconsigna plenos de interacci*n Ysigni-cadoU la interacci*ncoesiona el grupo rea-rma laidentidad respecto de la sociedaddominante. (...) la insurgEncia delos sím%olos3 es necesaria porqueella fortalece el arraigo Y da vidaala pala%ra a%lada la pala%raviva por sus característicasestéticas por su rique2a narrativa.

    Por ello se plantea el arte en el%arrio en la vida  cotidiana en lacalle.1Q

    1H 0u%etividade como processo que %usca areali2a#$o de si (...) um si3 que nada tema ver com o ego cogito3 cartesiano etampouco com o indivíduo autVnomo docontrato social. N um eu poroso em estadode transe perpétuo que aderir+ com maiorou menor intensidade aos movimentos demassa pu%licidade as diversas modas emresumo aos sentimentos am%ientes que le

    garantem assim a calorosa seguran#a deuma comunidade arquetipal.3 ??@) p.1ML1Q ?1L p.>M)

    Q

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    M

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    Assim quando a atividade da

    ,%ra/ra%alo n$o encontra o seu

    sentido 9 existEncia umana sua

    potencialidade se atro-a e serve

    apenas as contingEncias do abor 3.

    Dos objetos a obra de arte

    0o%re esta atro-a que falamos o

    nosso presente atesta talve2 o +pice

    do que Arendt + a-rmava! que os

    o%etos destinados ao uso passaram

    a ser consumidos como %ens deconsumo3. m processo contínuo

    que nos leva a %anali2a#$o dos

    o%etos. ma ve2 destinados

    exclusivamente ao consumo

    encontram na %analidade (de sua

    produ#$o e uso) uma dura%ilidade

    n$o mais entregue aos ciclos vitais esim a uma valide2 programada

    menos de sua matéria (descartada a

    responsa%ilidade da nature2a) do

    que seu uso. , velo3 ou melor

    o menos novo3 cede lugar ao

    novo3 que sai das f+%ricas.

    Atuali2ando de modo perpétuo aimagem vertiginosa que esta

    sociedade constr*i como mundo

    ideal. Omagem que em si + é mais

    um produto a ser consumido.

    ,%servado pela -l*sofa os o%etos

    potencialmente sem utilidade3

    potencialmente 4nicos3 e empotencial de n$o se compadecerem

    ao denominador comum como o

    dineiro3 encontrase a o%ra de

    arte que lemos aqui como produto

    residual de um processo criativo. "

    so%re este produto Arendt nos di2! Afonte imediata da o%ra de arte é a

    capacidade umana de pensar3.

    m produto do pensamento que n$o

    deixa de ser coisa mas tal coisa nos

    adverte n$o é mera

    transforma#$o3 é trans-gura#$o3

    tem a ver com o pensamento que a

    precede3 que transformado em

    coisa tangívelZ que passa a%itar

    nosso mundo com o deseo de

    impereci%ilidade para que eles

    pr*prios perpetuem a condi#$o de

    morte W é sempre na letra morta3

    que o espírito vivo3 deve

    so%reviver.3 "ste deseo é o que

    marca diferen#a entre este produto

    do pensamento criativo dentre os

    outros produtos de uso.1M 

    Do isolamento e

    desenraizamento

    Daí eu planto as mina ro#apessoal todo mundo usa venenoné p&e aqueles %ano de venenopra passar o pasto e vir a planta."u n$oJ meu terreno enquanto eufor vivo n$o vai ter venenoporque eu n$o vou comer algocontaminado nem meus -losnem meus netos aí depois que eumorrer aí n$o sei ... o caso desse(um de seus -los) que mora l+ emCuriti%a que é doutor é contra

    1M p. 1Q11Q>

    1?

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    sempre ele aca que eu ... ele n$odisse pra mim mas eu aco queele aca que eu sou muitoatrasado.

      0eu? com as pu%lica#&es +

    mencionadas 'anna Arendt

    %uscava elucidar as origens do

    isolamento L destruidor das

    capacidades políticas a faculdade de

    agir  - e desenrai8amento L

    destruidor das capacidades derelacionamento social  - como

    condi#&es para a instaura#$o do

    totalitarismo sendo este uma nova

    forma de governo e domina#$o

    %aseado na organi2a#$o %urocr+ticas

    de massas no terror e na ideologia3

    >1. ,u como Arendt coloca!

    , que torna t$o difícil suportar asociedade de massas n$o é on4mero de pessoas que elaa%range (...) é o fato de que omundo entre elas perdeu a for#ade mantElas untas.>>

    >? (7urista professor e exministro %rasileiro

    nascido em 1ML1). "screve o posf+cio da1?G edi#$o Arendt (>??H)>1 p.5LH.>> p. K>.

    :as p+ginas introdut*rias a autora

    di2 que sua escrita so%re a condi#$o

    umana tratase apenas de reetir

    so%re o que estamos fa2endo3>5

    neste sentido este artigo pretendetra2er a superfície reex&es que

    emergiram durante a experiEncia do

    percurso da pesquisa a qual mesmo

    partindo do campo da arte com toda

    especi-cidade procura compreender

    tam%ém o fa2er em arte3 uma ve2

    n$o estando isolado em seu círculofecado se coloca como uma pr+tica

    de dimens$o éticoestética a qual se

    contamina e se afeta por outras

    realidades em distintas distri%ui#&es

    de espa#ostempo>L.

    ma ve2 lan#ada esta discuss$o de

    aporte ao isolamento  e

    desenrai8amento tal como sinali2a

    'anna Arendt nos questionamos

    so%re a fun#$o que ca%eria a arte

    enquanto atividade que sempre

    %uscou cristali2a#&es espa#o

    temporais especí-cas que deseam a

     'ermanMn&ia>@ como + vimos.

    >5 p.15>L N %em vindo aqui a no#$o de to'o?liaproposta por uan (1MQ? p.@/1L) como o eloafetivo entre a pessoa e o lugar ouam%iente físico. Difuso como conceitovivido e concreto como experiEncia pessoal(...) a percep#$o é uma atividade umentenderse para o mundo. ,s *rg$os dossentidos s$o pouco e-ca2es quando n$o

    s$o ativamente usados (...) é possível terolos e n$o ver ouvidos e n$o ouvir.>@ ;er A PermanEncia do

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    :esse camino um pensamento nos

    atravessa!

    , que estamos fa2endo no campo

    das artes s$o atividades que

    compactuam com o isolamento  e o

    desenrai8amento  tal como 'anna

    Arendt nos adverte[ 0eriam estes os

    motivos que levam artistas se

    aproximarem de realidades

    completamente diferentes daquelas

    que di2em respeito ao territ*rio da

    arte que estavam acostumados a se

    situar mesmo em oposi#$o[

    Da entrada a vida moderna no

    Karú

    Aquele rio que passa ali atr+s no

    quintal no meu terreno é 1?metros pra c+ e 1? metros pr+ lado governo (...) As coisas de oes$o diferente...meloro por umlado mas por outro... pra carneare vender esse carneiro que todomundo vendia no mercado p4%lico(em ;ages) precisa de autori2a#$odesse laudo daquilo tudo pago en$o é pouco daí di-culta s* osmercado vendem e colocam opre#o que querem... resumindo

    somos escravos do governo. 0eu;eonel

    ,s eventos que intercedem a

    ist*ria>K de 0$o 7osé do Cerrito 0C e

    cidades vi2inas s$o profundamente

    >KAs ist*rias com \3 min4sculo como di2

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    dos antigos moradores ainda nos

    relatam.

    Como 0eu

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    1L

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    no c+lculo das distncias e a

    intera#$o umana sea con-nada

    pelos limites naturais da vis$o

    audi#$o e capacidade de

    memori2a#$o35?  ^auman (1MMM) ousegundo uan (1MQ?)Fo mundo

    perce%ido através dos olos é mais

    a%strato do que o conecido por n*s

    através dos outros sentidosF51.

    "ntramos aqui na difícil %alan#a que

    de um lado pesa com a resistEncia

    nos modos de vida locais e por outro

    se ence pelas facilidades3 da vida

    moderna que nas suas promessas

    s$o t$o sedu2íveis ao omem que

    leva a vida segundo o modo

    pragm+tico e imediato típicos do

    ocidente.

    Das expropriações da terra

    A pr*pria quest$o das %arragens e

    suas implica#&es est+ longe de ser

    uma novidade nesta regi$o e no

    ^rasil5>. :o planalto catarinense

    localidades marcadas pela

    passagem e onipresen#a do io

    Caveiras e io Canoas vivenciam +

    décadas um processo de

    permanente em%ate s*ciopolítico e

    am%iental em rela#$o 9 constru#$o

    das %arragens e de todas as5? ̂ A>51 A: (1MQ?)p.1>5>. Bide os 4ltimos acontecimentosdesastrosos ocorridos em

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    forma de poder5K um poder exercido

    que é garantido pelo "stado através

    dos mecanismos de controle

    disciplina e mais recentemente pela

    gest$o da informa#$o enquantoforma economicamente vi+vel.

    Das expropriações e

    reivindicações

     ais implica#&es n$o se redu2 a

    simples nega#$o deste

    empreendimento5H

      em prol daconserva#$o da nature2a dentre os

    fatores + citados mas evidencia um

    processo de explora#$o e

    expropria#$o de terras + conecido!

    a mesma empresa que iniciou as

    o%ras5Q  + possui extenso ist*rico

    de viola#$o de direitos umanos nainstala#$o de %arragens no ^rasil

    conforme foi veiculado em aneiro

    5K Para toda -loso-a progressista do séculoTOT sa%er é poder3. , pensamento n$ovale mais por si mesmo mas remetido aum -m que le é exterior! o poder so%re aspessoas (política) e so%re as coisas

    (economia). ??@ p. 1>K)5H , atual modelo do setor elétrico do paíssegue as características conforme redigiu oitem do ?1@ a constru#$o dausina esteve parada por semanas

     ustamente devido as complica#&esam%ientais de indeni2a#&es e tantasoutras até que outra empresa assumiu ao%ra.

    de >?1@ no site do

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    A":DAO,0F L? ou mesmo 0,

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    1Q

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      ;a em casa aparece todo diatartagura doente pelos %arrancosque n$o pode nem cegar perto sen$o despenca (...) tina arvorecenten+ria que caiu a %aixo com%arranco otras os poco pineiroque tina t$o apodrecendoJ Coisatriste de vEJ

    0endo assim a aten#$o aqui é

    voltada para a quest$o n$o somente

    da constru#$o da %arragem referida

    no + panet+rio impacto

    am%iental3 mas para um risco de

    tamana propor#$o que

    lamentavelmente acompana o

    ^rasil desde sua desco%erta3! a

    extermina#$o direta ou a longo pra2o

    de sa%eres e modos de vida que se

    constituem pela íntima afetividade

    com o lugar elo afetivo

    compreendidos por uan (1MQ?) e

    tam%ém a%ordado por ??@)!

    N tempo de acordarmos denossas sonolEncias dogm+ticas(...) que nos impedem de verque se as civili2a#&es s$omortais o estarunto por suave2 parece perdurar no tempo.(...) Convém lev+la a sério pois

    isso pode incitarnos acompreender a 4nicapossivelmente lei irrefut+vel davida social.L1

    "m outras palavras est+ em ogo a

    extin#$o de rela#&es afetivas e

    criativas com o meio am%iental

    social.L> ela#$o que tem profundas

    L1 ??@ p. KH)

    L> :este sentido tam%ém é 4til considerar otermo e&oso?a  cunado por 8uatarri que

    semelan#as com o culto sagrado

    da terraL53 compreendida n$o

    somente como um lar e como

    territ*rio familiar mas como um

    espa#o que constantemente éreinventado e vivenciado enquanto

    produ#$o de sentido existencial e

    n$o por menos de processos

    criativos que se geram pr*ximos do

    cotidiano. Como %em nos di2

    novamente 0eu

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    ciclos de vida da nature2a com

    conseqEncias imediatas e em longo

    pra2o (altera#$o de clima da

    qualidade da +gua níveis de cuvas

    extin#$o de animais agricultura)mas tam%ém %usca remediar

    mascaradamente os nimos dos

    moradores locais através de

    indeni2a#&es que independente do

    valor capital oferecidoLL pouco

    oferecem aos moradores o valor da

    terra no sentido de sua rela#&estanto afetivas ou mesmo

    econVmicas. Como me disse

    informalmente Dona ?1@.

    Aço como relaço a!etiva

    0e deixamos para tratar aqui no -nal

    da terceira atividade da )ita a&ti)a é

    porque é nela a  3o  W condi#$o

    umana da pluralidade W que

    encontramos as condi#&es para

    compreender a faculdade de agir3

    que permite que empreendimentos

    como este continuem a se perpetuar

    e por outro lado permite outras

    possi%ilidades de discursos e

    manifesta#&es em favor da vida

    seam discutidos a apresentados.

    , fato de que o omem é capa2 de

    agir signi-ca que se pode esperar

    dele o inesperado que ele é capa2

    de reali2ar o in-nitamenteimprov+vel3. :estas palavras

    intuímos que esta faculdade de agir

    cada ve2 se fa2 mais necess+ria em

    encontrar seu lugar na pluralidade

    menos na interven#$o individual do

    que nas rela#&es de car+ter afetivo

    com o meio e com o outro nasdiferen#as necess+rias 9 constitui#$o

    de uma vida p4%lica que n$o sea

    somente um ac4mulo de interesses

    privados3 Arendt (1MQM).

    A materiali2a#$o da a#$o e do

    discurso como forma 4nica de tra2er

    a apari#$o p4%lica as qualidadesinerentes aos sueitos enquanto

    >?

    http://agenciaal.alesc.sc.gov.br/index.php/gabinetes_single/familias-ocupam-obra-da-uhe-saeo-roque-em-vargemhttp://agenciaal.alesc.sc.gov.br/index.php/gabinetes_single/familias-ocupam-obra-da-uhe-saeo-roque-em-vargemhttp://agenciaal.alesc.sc.gov.br/index.php/gabinetes_single/familias-ocupam-obra-da-uhe-saeo-roque-em-vargemhttp://agenciaal.alesc.sc.gov.br/index.php/gabinetes_single/familias-ocupam-obra-da-uhe-saeo-roque-em-vargemhttp://agenciaal.alesc.sc.gov.br/index.php/gabinetes_single/familias-ocupam-obra-da-uhe-saeo-roque-em-vargemhttp://agenciaal.alesc.sc.gov.br/index.php/gabinetes_single/familias-ocupam-obra-da-uhe-saeo-roque-em-vargem

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    singularidade 4nica na ist*ria é a

    via onde o processo criativo pode ser

    capa2 de atingir sen$o a

    permanEncia t$o deseada da o%ra

    de arte3 dentre as coisas do mundomas a reali2a#$o de si que se

    materiali2e na presen#a do outro e

    assim contri%ua para que da vida

    p4%lica comum se eleve posturas

    um pouco mais sensíveis a vida.

    :este sentido com estas palavras o

    artigo pretendeu tra2er 9 apari#$op4%lica3 um pouco desta localidade

    e as suas rela#&es de vida com a

    terra.

    As fotos em anexo comp&e arquivo de

    registro pessoal

    >1

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