Sulco - Sao Josemaria Escriva

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    DADOS DE COPYRIGHT

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    Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e no mais lutando por

    dinheiro e poder, ento nossa sociedade poder enfim evoluir a um novo nvel.

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    So Josemaria Escriv

    Sulco

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    Copyright 2012 by Caritas in Veritate

    Este eBook para uso de qualquer pessoa, em qualquer lugar, sem nenhum custo e sem nenhuma restrioVoc pode copi-lo, entreg-lo, distribu-lo e reutiliz-lo quando, onde e como quiser.

    Estritamente para uso pessoal. No utilize este arquivo para fins comerciais.

    Este arquivo nos formatos ePub e AZW foi produzido a partir dos originais disponibilizados no site Escriv Work

    Este eBook disponibilizado gratuitamente pelo site:

    Caritas in Veritate | A caridade sem a verdade cai no sentimentalismowww.inveritate.com.br

    ..............................................................................................

    Escriv, Josemaria, 1902-1975

    Sulco / Josemaria Escriv de Balaguer. 1986, data da primeira edio - pstuma. [recurso digital]

    Ttulo original: Sulco

    Formato: ePub e AZW

    Requisitos do sistema: PC (Windows, Linux ou Mac) Smartphones e Tablets (Android ou iOS) eReade(sistemas nativos).

    Identificao: 2012-0003

    1. Espiritualidade. 2. Ascese. 3. Meditaes. 4. Orao. 5. Vida crist. 6. Vida espiritual - Igreja Catlica. 7Livros eletrnicos. I. Ttulo.

    CDU-2-42:272

    ..............................................................................................

    Capa: Rodrigo OliveiraImagem: ROUSSEAU, Thodore. Landscape with a Plowman, 1860-62.leo sobre painel, 38 x 52 cm. Museu The State Hermitage, So Petersburgo, Rssia.Edio: Juliana Teixeira e Rodrigo OliveiraLoope design e publicaes digitaiswww.loope.com.br

    http://www.loope.com.br/http://www.loope.com.br/http://www.inveritate.com.br/http://www.escrivaworks.org.br/
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    Sumrio Interno

    CapaFolha de Rosto

    CrditosCaptulo 1 GenerosidadeCaptulo 2 Respeitos humanosCaptulo 3 AlegriaCaptulo 4 AudciaCaptulo 5 LutasCaptulo 6 Pescadores de homensCaptulo 7 SofrimentoCaptulo 8 HumildadeCaptulo 9 CidadaniaCaptulo 10 SinceridadeCaptulo 11 LealdadeCaptulo 12 Disciplina

    Captulo 13 PersonalidadeCaptulo14 OraoCaptulo 15 TrabalhoCaptulo 16 FrivolidadeCaptulo 17 NaturalidadeCaptulo 18 VeracidadeCaptulo 19 Ambio

    Captulo 20 HipocrisiaCaptulo 21 Vida interiorCaptulo 22 SoberbaCaptulo 23 AmizadeCaptulo 24 VontadeCaptulo 25 CoraoCaptulo 26 Pureza

    Captulo 27 Paz

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    Captulo 28 O AlmCaptulo 29 A LnguaCaptulo 30 PropagandaCaptulo 31 ResponsabilidadeCaptulo 32 PenitnciaSobre o autor

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    O que aparece nestas pginas a prpria vida do cristo, na qual - ao passo

    Cristo - o divino e o humano se entrelaam sem confuso, mas sem soluocontinuidade (D. lvaro del Portillo, Apresentao).

    Tal como Caminho, Sulco fruto da vida interior e da experincia de almasSo Josemara Escriv. Composto tambm por pontos de meditao, apreseuma viso atraente das virtude humanas. Sulco, quer alcanar a pessoa intdo cristo - corpo e alma, natureza e graa -, e no apenas a inteligncescreveu D. lvaro del Portillo.

    So Josemara havia deixado o livro preparado para a publicao, faltaapenas a reviso final, que no teve tempo de fazer. A primeira edipstuma, de 1986. Desde ento j foram publicados cerca de 500.exemplares em diversos idiomas.

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    Prlogo do autor

    Deixa-me, leitor amigo, que tome a tua alma e a faa contemplar virtudes

    homem: a graa opera sobre a natureza. Mas no esqueas que as minhconsideraes, por muito humanas que te paream, j que as escrevi e avivi para ti e para mim de olhos em Deus, ho de ser por fora sacerdotaOxal estas pginas a tal ponto sirvam de proveito assim o peo a NosSenhor que nos melhorem e nos movam a deixar nesta vida, com as nossobras, um Sulco fecundo. (Sulco, Prlogo do autor)

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    Generosidade

    1So muitos os cristos persuadidos de que a Redeno se realizar em todoambientes do mundo, e de que deve haver almas - no sabem quais - que cCristo contribuam para realiz-la. Mas eles a vem a um prazo de sculos,muitos sculos...; seria uma eternidade se se levasse a cabo ao passo de entrega. Assim pensavas tu, at que vieram acordar-te.

    2A entrega o primeiro passo de uma veloz caminhada de sacrifcio, de alegde amor, de unio com Deus. - E assim, toda a vida se enche de uma benloucura, que faz encontrar felicidade onde a lgica humana s v negapadecimento, dor.

    3 Pea por mim - dizias -: que eu seja generoso, que progrida, que chegutransformar-me de tal modo que algum dia possa ser til em alguma coiBem. - Mas, que meios empregas para que esses propsitos se tornem eficaz

    4 Muitas vezes te perguntas por que certas almas, que tiveram a venturaconhecer o verdadeiro Jesus desde crianas, vacilam tanto em corresponder o melhor que possuem: a vida, a famlia, os sonhos. Olha: tu, precisameporque recebeste tudo de golpe, ests obrigado a mostrar-te muito agradeao Senhor: tal como reagiria um cego que recuperasse a vista de repeenquanto aos outros nem lhes passa pela cabea que devem dar graas porvem. Mas... no suficiente. Todos os dias, tens que ajudar os que te rodeipara que se comportem com gratido pela sua condio de filhos de D

    Seno, no me digas que s agradecido.

    5Medita devagar: muito pouco o que se me pede, para o muito que se me d

    6Para ti, que no acabas de deslanchar, considera o que me escrevia um irmo: Custa, mas uma vez tomada a `deciso, que suspiro de felicidade,encontrar-me seguro no caminho!.

    7 Estes dias - comentavas-me - transcorreram mais felizes do que nunca. E

    respondi sem vacilar: foi porque viveste um pouco mais entregue do

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    habitualmente.

    8A chamada do Senhor - a vocao - apresenta-se sempre assim: Se algum qvir aps Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Sim, a vocaexige renncia, sacrifcio. Mas como se torna prazeroso o sacrifcio gaudcum pace, alegria e paz -, se a renncia completa!

    9 Quando lhe falaram de comprometer-se pessoalmente, a sua reao raciocinar assim: Nesse caso, poderia fazer isto..., teria que fazer aquilo...

    Responderam-lhe: Aqui no pechinchamos com o Senhor. A lei de Deusconvite do Senhor, ou se pega ou se larga, tal como . preciso decidir-se: opara a frente, sem nenhuma reserva e com muito nimo, ou retirar-se. Qui est mecum... - quem no est comigo, est contra Mim.

    10Da falta de generosidade tibieza no vai seno um passo.

    11 Para que no o imites, copio de uma carta este exemplo de covarNaturalmente, agradeo-lhe muito que se lembre de mim, porque precisomuitas oraes. Mas tambm agradeceria que ao suplicar ao Senhor que faa `apstolo, no se esforasse em pedir-Lhe que me exija a entregaminha liberdade.

    12 Aquele teu conhecido, muito inteligente, bom burgus, boa gente, dCumprir a lei, mas com medida, sem passar da risca, o mais estritame

    possvel. E acrescentava: Pecar? No; mas dar-se, tambm no. Causverdadeira pena esses homens mesquinhos, calculistas, incapazes de sacrifise, de entregar-se por um ideal nobre.

    13 preciso pedir-te mais: porque podes dar mais, e deves dar mais. Pensa nis

    14 muito difcil, exclamas desanimado. - Escuta: se lutas, basta-te a graaDeus. Prescindirs dos interesses pessoais, servirs aos outros por Deusajudars a Igreja no campo onde hoje se trava a batalha: na rua, na fbricaoficina, na universidade, no escritrio, no teu ambiente, no meio dos teus.

    15 Escreveste-me: No fundo, sempre a mesma coisa: muita falta generosidade. Que pena e que vergonha descobrir o caminho e permitir umas nuvenzinhas de p - inevitveis - turvem o final!. No te zangues sedigo que s tu o nico culpado: arremete valentemente contra ti mesmo. Tmeios mais do que suficientes.

    16Quando o teu egosmo te afasta da comum preocupao pelo bem-estar s

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    e santo dos homens, quando te fazes calculista e no te comoves commisrias materiais ou morais do teu prximo, obrigas-me a lanar-te em rouma palavra muito forte, para que reajas: se no sentes a bendita fraternidcom teus irmos os homens, e vives margem da grande famlia crist, spobre enjeitado.

    17 O cume? Para uma alma que se entrega, tudo se converte em cume

    alcanar: cada dia descobre novas metas, porque nem sabe nem quer limites ao Amor de Deus.

    18Quanto mais generoso fores - por Deus -, mais feliz sers.

    19Com freqncia surge a tentao de querermos reservar um pouco de tempara ns mesmos... Aprende de uma vez por todas a pr remdio a tapequenez, retificando imediatamente.

    20Eras da turma do tudo ou nada. E como nada podias..., que desastre! Coma lutar com humildade, para acender essa tua pobre entrega, to tacanha, atornares totalmente efetiva.

    21Ns, os que nos dedicamos a Deus, nada perdemos.

    22Gostaria de gritar ao ouvido de tantas e de tantos: no sacrifcio entregafilhos a servio de Deus; honra e alegria.

    23 Chegou para ele o momento da dura provao, e veio procuradesconsolado. - Lembras-te? Para ele - o amigo que te dava conse

    prudentes -, o teu modo de proceder no era seno utopia, fruto de deformao de idias, captao de vontades, e... sutilezas do mesmo jae

    Esse entregar-se ao Senhor - sentenciava - uma exacerbao anormasentimento religioso. E, com a sua pobre lgica, pensava que entre a famlia se havia interposto um estranho: Cristo. Agora compreendeu o tantas vezes lhe repetias: Cristo jamais separa as almas.

    24Eis uma tarefa urgente: sacudir a conscincia dos que crem e dos que crem - fazer uma leva de homens de boa vontade -, com o fim de cooperem e proporcionem os instrumentos materiais para trabalhar comalmas.

    25Esse demonstra muito entusiasmo e compreenso. Mas quando v que se tdele, que ele tem de contribuir a srio, retira-se covardemente. Lembra

    aqueles que, em momento de grave perigo, gritavam com falsa valen

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    Guerra, guerra!, mas nem queriam dar dinheiro, nem alistar-se para defena sua ptria.

    26D pena verificar de que modo alguns entendem a esmola: uns tostes oupouco de roupa velha. Parece que no leram o Evangelho. No andeis creceios: ajudai as pessoas a formar-se com a f e a fortaleza suficientes pardesprenderem generosamente, em vida, daquilo que lhes necessrio. -

    renitentes, explicai-lhes que pouco nobre e elegante, tambm do pontovista terreno, esperar pelo fim, quando forosamente j no podem levar nconsigo.

    27Quem empresta, que no cobre; se cobra, que no seja tudo; se tudo, no seja tal; se tal, inimigo mortal. Que fazer?... Dar! Sem clculo, e sempor Deus. Assim vivers, tambm humanamente, mais perto dos homencontribuirs para que haja menos ingratos.

    28Vi rubor no rosto daquele homem simples, e quase lgrimas em seus olhprestava generosamente a sua colaborao em obras boas, com o dinhhonesto que ele mesmo ganhava, e soube que os bons apodavambastardas as suas aes. Com ingenuidade de nefito nestas batalhas de Dsussurrava: Esto vendo que me sacrifico... e ainda me sacrificam!. - Faleidevagar. Beijou o meu Crucifixo, e a sua indignao natural se trocou em paalegria.

    29No sentes um mpeto louco de tornar mais completa, mais irremedivetua entrega?

    30 Como ridcula a atitude dos pobrezinhos dos homens, quando uma veoutra negamos bagatelas ao Senhor! Passa o tempo, as coisas vo-se vecom o seu verdadeiro relevo..., e nascem a vergonha e a dor.

    31 Aure audietis, et non intellligetis: et videntis videbitis, et non perspiciet

    Palavras claras do Esprito Santo: ouvem com os seus prprios ouvidos, e entendem; olham com os seus olhos, mas no enxergam. Por que te inquiese alguns, vendo o apostolado e conhecendo a sua grandeza, noentregam? Reza tranqilo, e persevera no teu caminho: se esses no se lanoutros viro!

    32Desde que lhe disseste sim, o tempo vai mudando a cor do teu horizoncada dia mais belo -, que brilha mais amplo e luminoso. Mas tens de continu

    dizer sim.

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    33 A Virgem Santa Maria, Mestra de entrega sem limites. - Lembras-te? Cpalavras que eram um louvor dirigido a Ela, Jesus Cristo afirma: Aquele cumpre a Vontade de meu Pai, esse - essa - minha me!.... Pede a esta Mboa que ganhe fora na tua alma - fora de amor e de libertao - a resposta de generosidade exemplar: Ecce ancilla Domini - eis a escravaSenhor

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    Respeitos humanos

    34 Quando est em jogo a defesa da verdade, como se pode desejar desagradar a Deus e, ao mesmo tempo, no chocar com o ambiente? So coantagnicas: ou uma ou outra! preciso que o sacrifcio seja holocaustopreciso queimar tudo..., at o que vo dizer, at isso que chamam reputa

    35Como vejo agora claramente que a santa desvergonha tem a sua raiz, mprofunda, no Evangelho! - Cumpre a Vontade de Deus..., lembrando-te de Jedifamado, de Jesus cuspido e esbofeteado, de Jesus levado aos tribunaishomenzinhos..., e de Jesus calado!! - Propsito: baixar a fonte diante ultrajes e - contando tambm com as humilhaes que, sem dvida, virprosseguir a tarefa divina, que o Amor Misericordioso de Nosso Senhor nos confiar.

    36Assusta o mal que podemos causar, se nos deixamos arrastar pelo medopela vergonha de nos mostrarmos como cristos na vida diria.

    37H alguns que, quando falam de Deus ou do apostolado, como se sentisa necessidade de se defender. Talvez porque no descobriram o valor virtudes humanas e, pelo contrrio, sobra-lhes deformao espiritual e covar

    38 intil agradar a todos. Descontentes, gente que proteste, haver semOlha como o resume a sabedoria popular: Quando as coisas correm bem pos cordeiros, correm mal para os lobos.

    39No te comportes como esses que se assustam perante um inimigo que s a fora da sua voz agressiva.

    40Compreendes o trabalho que se faz..., achas bem (!). Mas pes muito cuidem no colaborar, e maior ainda em conseguir que os outros no vejam ou pensem que colaboras. - Tens medo de que te julguem melhor do que disseste-me. - No ser que tens medo de que Deus e os homens te eximais coerncia?

    41Parecia completamente decidido... Mas, ao pegar na caneta para acabar co

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    namoro, pesou mais a indeciso e faltou-lhe coragem: muito humancompreensvel, comentavam outros. - Pelo que se v, segundo alguns, esto os amores terrenos entre as coisas que se devem deixar para seplenamente a Jesus Cristo, quando Ele o pede.

    42H os que erram por fraqueza - pela fragilidade do barro de que estamos fe-, mas se mantm ntegros na doutrina. So os mesmos que, com a graa

    Deus, demonstram a valentia e a humildade herica de confessar o seu errde defender - com afinco - a verdade.

    43Alguns chamam imprudncia e atrevimento f e confiana em Deus.

    44 uma loucura confiar em Deus!..., dizem - no maior loucura confiar emmesmo ou nos demais homens?

    45Escreves-me que te chegaste, por fim, ao confessionrio, e que experiment

    a humilhao de ter que abrir a cloaca da tua vida - assim dizes tu - dianteum homem. - Quando arrancars essa v estima que sentes por ti mesmEnto irs confisso feliz de te mostrardes como s, diante desse homungido - outro Cristo, o prprio Cristo! -, que te d a absolvio, o perdoDeus.

    46 Tenhamos a coragem de viver pblica e constantemente de acordo comnossa santa f.

    47No podemos ser sectrios, diziam-me com ares de equanimidade, peranfirmeza da doutrina da Igreja. Depois quando lhes fiz ver que quem tem

    Verdade no sectrio, compreenderam o seu erro.

    48 Para nos convencermos de que ridculo tomar a moda como normaconduta, basta olhar para alguns retratos antigos.

    49Gosto de que ames as procisses, todas as manifestaes externas da no

    Me a Igreja Santa, para dar a Deus o culto devido..., e que as vivas!50 Ego palam locutus sum mundo: Eu preguei publicamente diante de tod

    gente, responde Jesus a Caifs, quando se aproxima o momento de dar a Vida por ns. - E, no entanto, h cristos que se envergonham de manifepalam - patentemente - venerao pelo Senhor.

    51Quando ocorreu a debandada dos Apstolos e o povo embravecido rasgagargantas em dio a Jesus Cristo, Santa Maria segue de perto o seu Filho pruas de Jerusalm. no a arreda o clamor da multido, nem deixa

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    acompanhar o Redentor enquanto todos os do cortejo, no anonimato, se fazcovardemente valentes para maltratar a Cristo. Invoca-a com fora: Vfidelis! - Virgem fiel! -, e pede-lhe que os que nos dizemos amigos de Deusejamos deveras e a todas as horas.

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    Alegria

    52Ningum feliz, na terra, enquanto no se decide a no s-lo. Assim transco caminho: dor - dito em cristo! -, Cruz; Vontade de Deus, Amor; felicidaqui e, depois, eternamente.

    53 Servite Domino in laetitia! - Servirei a Deus com alegria! Uma alegria ser conseqncia da minha F, da minha Esperana e do meu Amor..., quede durar sempre porque, como nos assegura o Apstolo, Dominus prope est- o Senhor me acompanha de perto. Caminharei com Ele, portanto, bem seg

    j que o Senhor meu Pai..., e com a sua ajuda cumprirei a sua amVontade, ainda que me custe.

    54Um conselho, que vos tenho repetido at cansar: estai alegres, sempre aleg- Que estejam tristes os que no se considerem filhos de Deus.

    55 Procuro deixar a pele, para que os meus irmos mais novos pises mac

    como o senhor nos diz. - H tantas alegrias neste passar mal!56 Outro homem de f escrevia-me: Quando se est isolado por necessida

    nota-se perfeitamente a ajuda dos irmos. Ao considerar que agora tenho suportar tudo `sozinho, penso muitas vezes que, se no fosse por e`companhia que fazemos de longe uns aos outros - a bendita Comunho Santos! -, no poderia conservar este otimismo que me invade.

    57No esqueas que s vezes, faz-nos falta ter ao lado caras sorridentes.

    58Vocs so todos to alegres! Ningum o imaginaria, ouvi comentar. Vemlonge o empenho diablico dos inimigos de Cristo, que no se cansammurmurar que as pessoas entregues a Deus so da espcie dos soturnosinfelizmente, alguns dos que querem ser bons servem-lhes de eco, comsuas virtudes tristes. - Ns Te damos graas, Senhor, porque quiseste concom as nossas vidas, ditosamente alegres, para apagar essa falsa caricaturPeo-Te tambm que no o esqueamos.

    59Que ningum leia tristeza nem dor na tua cara, quando difundes pelo ambie

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    do mundo o aroma do teu sacrifcio: os filhos de Deus tm que ser semsemeadores de paz e de alegria.

    60 A alegria de um homem de Deus, de uma mulher de Deus, h de transbordante: serena, contagiosa, cativante; em poucas palavras, h de sersobrenatural, to pegadia e to natural, que arraste outros pelos camincristos.

    61Contente? - A pergunta deixou-me pensativo. - Ainda no se inventarampalavras para exprimir tudo o que se sente - no corao e na vontade - quase sabe que se filho de Deus.

    62 Natal. Escreves-me: Ao compasso da espera santa de Maria e de Jos,tambm espero, com impacincia, o Menino. Como ficarei contente em BelPressinto que explodirei numa alegria sem limites. Ah!, e com Ele qu

    tambm nascer de novo.... - Oxal seja verdade este teu querer!63Propsito sincero: tornar amvel e fcil o caminho aos outros, que j basta

    amarguras traz a vida consigo.

    64Que maravilha converter infieis, ganhar algumas!... - Pois bem, to gratDeus, e ainda mais, evitar que se percam.

    65Outra vez as tuas antigas loucuras!... E depois, quando regressas, te senpouco alegre, porque te falta humildade. Parece que te obstinas desconhecer a segunda parte da parbola do filho prdigo, e ainda continapegado pobre felicidade das bolotas. Com o orgulho ferido pela fragilidade, no te decides a pedir perdo, e no consideras que, se te humilespera-te a jubilosa acolhida de teu Pai-Deus, a festa pelo teu regresso e pteu recomeo.

    66 verdade; no valemos nada, no somos nada, no podemos nada, no tenada. E, simultaneamente, no meio da luta cotidiana, no faltam os obstcuas tentaes... Mas a alegria dos teus irmos dissipar todas as dificuldato logo te renas com eles, porque os vers firmemente apoiados nEle qTu es Deus fortitudo mea - porque Tu s, Senhor a nossa fortaleza.

    67Repete-se a cena, como com os convidados da parbola. Uns, medo: outocupaes; bastantes..., histrias, desculpas tolas. Resistem. Assim andenfastiados, embaralhados, sem vontade de nada, entediados, amarguraQuando to fcil aceitar o divino convite de cada momento, e viver alegfeliz!

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    68 muito cmodo dizer: No presto; no me corre bem - no nos corre beuma s coisa. - Alm de que no verdade, esse pessimismo encobre upoltronice muito grande... H coisas que fazes bem, e coisas que fazes Enche-te de contentamento e de esperana pelas primeiras; e enfrenta - desalento - as segundas, para retificar: e correro bem.

    69Padre, tal como me aconselhou, rio-me das minhas misrias - sem esque

    que no devo transigir -, e ento sinto-me muito mais alegre. Pelo contrquando cometo a tolice de ficar triste, fico com a impresso de que perccaminho.

    70Perguntaste-me se tenho cruz. E te respondi que sim, que ns sempre teCruz. - Mas uma Cruz gloriosa, cunho divino, garantia de autenticidadesermos filhos de Deus. Por isso, sempre caminhamos felizes com a Cruz.

    71Sentes mais alegria. Mas desta vez trata-se de uma alegria nervosa, um poimpaciente, acompanhada da clara sensao de que alguma coisa em tdespedaa em sacrifcio. Escuta-me bem: aqui na terra, no h felicidcompleta. Por isso, agora, imediatamente, sem palavras e sem vitimismoferece-te em oblao a Deus, com uma entrega total e absoluta.

    72Ests passando uns dias de alvoroo, coma alma inundada de sol e de corcoisa estranha, os motivos da tua felicidade so os mesmos que em ou

    ocasies te desanimavam! o que acontece sempre: tudo depende do pontomira. - Laetetur cor quaerentium Dominum! - Quando se procura o Senhocorao transborda sempre de alegria.

    73Que diferena entre esses homens sem f, tristes e vacilantes por causa deexistncia vazia, exposto como cata-ventos variabilidade das circunstnce a nossa vida confiante de cristos, alegre e firme, macia, por causaconhecimento e do absoluto convencimento do nosso destino sobrenatural!

    74No s feliz, porque ficas ruminando tudo como se sempre fosses tu o centrque te di o estmago, que te cansas, que te disseram isto ou aquiloExperimentaste pensar nEle e, por Ele, nos outros?

    75Miles - soldado, chama o Apstolo ao cristo. Pois bem, nesta bendita e crpeleja de amor e de paz pela felicidade de todas as almas, h, dentro fileiras de Deus, soldados cansados, famintos, lacerados pelas feridas..., malegres: levam no corao a luzes seguras da vitria.

    76 Quero enviar-lhe, Padre, o propsito de estar sempre sorridente: cora

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    risonho, ainda que mo apunhalem. - Parece-me um propsito acertado. Rpara que o cumpras.

    77Em certos momentos, oprime-te um comeo de desnimo, que mata todo oentusiasmo, e que mal consegues vencer fora de atos de esperana. - tem importncia: a hora boa de pedires mais graa a Deus, e para a freRenova a alegria de lutar, ainda que percas uma escaramua.

    78Chegaram nuvens densas de falta de vontade, de perda de entusiasmo. Caaguaceiros de tristeza, com a clara sensao de te encontrares atado. E, coremate, assomaram decaimentos, que nascem de uma realidade mais ou meobjetiva: tantos anos lutando..., e ainda ests to atrs, to longe. Tudo istnecessrio, e Deus conta com isso: para alcanarmos o gaudium cum pacepaz e a alegria verdadeiras -, temos de acrescentar convico da nofiliao divina, que nos enche de otimismo, o reconhecimento da nossa fraqu

    pessoal.

    79Rejuveneceste! De fato, percebes que o trato com Deus te devolveu um po poca simples e feliz da juventude, at mesmo segurana e alegria - criancices - da infncia espiritual... Olhas tua volta e verificas que acontoutro tanto aos demais: vo passando os anos desde o seu encontro comSenhor e, com a maturidade, robustecem-se uma juventude e uma aleindelveis. No esto jovens: So jovens e alegres! Esta realidade da

    interior atrai, confirma e subjuga as almas. Agradece-o diariamente ad Dequi laetificat iuventutem - ao Deus que enche de alegria a tua juventude.

    80 A graa de Deus no te falta. Portanto, se correspondes, deves sentiseguro. O triunfo de ti: a tua fortaleza e o teu mpeto - unidos a essa graa -razo mais que suficiente para dar-te o otimismo de quem tem por certvitria.

    81 Talvez ontem fosses uma dessas pessoas amarguradas nos seus sonhdecepcionadas nas suas ambies humanas. Hoje, desde que Ele se meteutua vida - obrigado, meu Deus! -, ris e cantas, e levas o sorriso, o Amor felicidade aonde quer que vs.

    82Muitos se sentem infelizes, precisamente por terem demasiado de tudo. -cristos, se verdadeiramente se comportam como filhos de Deus, podepassar incomodidades, calor, fadiga, frio... Mas jamais lhes faltar a alegporque isso - tudo! -, quem o dispe Ele, e Ele a fonte da verdadfelicidade.

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    83Ante um panorama de homens sem f, sem esperana; perante crebros se agitam, beira da angstia, procurando uma razo de ser para a vidaencontraste uma meta: Ele! E esta descoberta injetar permanentementetua existncia uma alegria nova, transformar-te-, e te apresentar uimensidade diria de coisas formosas que te eram desconhecidas, e mostram a gozosa amplido desse caminho largo, que te conduz a Deus.

    84A tua felicidade na terra identifica-se com a tua fidelidade f, pureza ecaminho que o Senhor te traou.

    85D graas a Deus por estares contente, com uma alegria profunda que sabe ser ruidosa.

    86Com Deus - pensava -, cada novo dia me parece mais atrativo. Vou viveaos pedacinhos. Um dia acho magnfico um detalhe; outro, descubro

    panorama que antes no tinha notado... A este passo, no sei o que acontecom o decorrer do tempo. Depois, reparei que Ele me assegurava: Pois bcada dia ser maior o teu contentamento, porque aprofundars mais e maisaventura divina, na complicao to grande em que te meti. E verificars Eu no te abandono.

    87A alegria uma conseqncia da entrega. Confirma-se em cada volta da no

    88 Que alegria imutvel te causa o haveres-te entregado a Deus!... E

    inquietao, e que nsias hs de ter de que todos participem da tua alegria!

    89Tudo o que agora de preocupa cabe dentro de um sorriso, esboado por ade Deus.

    90 Otimismo? Sempre! Tambm quando as coisas correm aparentemente mtalvez seja essa a altura de romperes a cantar, com um Glria, porquerefugiaste nEle, e dEle s te pode vir o bem.

    91Esperar no significa comear a ver a luz, mas confiar de olhos fechadosque o Senhor a possui plenamente e vive nessa claridade. Ele a Luz.

    92Dever de cada cristo levar a paz e a felicidade pelos diversos ambientesterra, numa cruzada de fortaleza e de alegria, que sacuda at os coramurchos e apodrecidos, e os levante para Ele.

    93Se arrancares pela raiz qualquer assomo de inveja, e te alegrares sinceramecom os xitos dos outros, no perders a alegria.

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    94 Abordou-me aquele amigo: Disseram-me que ests apaixonado. - Fiqmuito surpreso e s me ocorreu perguntar-lhe pela origem da notConfessou-me que a lia nos meus olhos, que brilhavam de alegria.

    95Como seria o olhar alegre de Jesus! O mesmo que brilharia nos olhos de Me, que no pode conter a alegria - Magnificat anima mea Dominum! - sua alma glorifica o Senhor, desde que O traz de si e a seu lado. Oh Me! Qu

    nossa alegria, como a tua, seja a alegria de estar com Ele e de O ter.

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    Audcia

    96No sejais almas de bitola estreita, homens ou mulheres menores de idacurtos de vista, incapazes de abarcar o nosso horizonte sobrenatural cristofilhos de Deus. Deus e audcia!

    97Audcia no imprudncia, nem ousadia irrefletida, nem simples atrevimeA audcia fortaleza, virtude cardeal, necessria para a vida da alma.

    98Tu te decidiste, mais por reflexo do que por fogo e entusiasmo. No holugar para o sentimento, embora desejasses t-lo: tu te entregaste quandconvenceste de que Deus assim o queria. E, a partir daquele instante, voltaste a sentir nenhuma dvida sria; sentiste, pelo contrrio, uma aletranqila, serena, que de vez em quando transborda. Assim paga Deusaudcias do Amor.

    99 Li certa vez um provrbio muito popular em alguns pases: O mundo

    Deus, mas Deus o aluga aos valentes. E fez-me refletir. - Que ests esperan100 No sou o apstolo que deveria ser. Sou... o tmido. - No esta

    apequenado, porque o teu amor curto? - Reage!

    101 As dificuldades encolheram-te, e te tornaste prudente, moderadoobjetivo. - Lembra-te de que sempre desprezaste esses termos, quando sinnimos de covardia, apoucamento e comodismo.

    102Medo? prprio dos que sabem que agem mal. Tu, nunca.

    103H uma quantidade bem considervel de cristos que seriam apstolos...no tivessem medo. So os mesmos que depois se queixam, porque o Senhdizem! - os abandona. Que fazem eles com Deus?

    104 Somos muitos; com a ajuda de Deus, podemos chegar a toda a parcomentam entusiasmados. - Ento, por que te amedrontas? Com a graa divpodes chegar a ser santo, que o que interessa.

    105 Quando a conscincia remorde, por termos deixado de realizar uma c

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    boa, sinal de que o Senhor queria que no a omitssemos. - De fato. Adisso, tem por certo que podias t-la feito, com a graa de Deus.

    106No o esqueamos: no cumprimento da Vontade Divina, as dificuldadesultrapassam por cima..., ou por baixo..., ou ao largo. Mas..., ultrapassam-se!

    107Quando se trabalha para expandir um empreendimento apostlico, o n

    nunca uma resposta definitiva. Insiste!108 s demasiado precavido ou demasiado pouco sobrenatural e, por i

    pecas por esperto: no inventes tu mesmo os problemas, nem queiras resolos todos. - Talvez aquele que te escuta seja menos esperto ou m

    generoso do que tu e, como conta Deus, no te levantar tantas dificuldad

    109 H uns modos de agir to prudenciais que, numa palavra, significpusilanimidade.

    110Convence-te: quando se trabalha por Deus, no h dificuldades que nopossam superar, nem desalentos que faam abandonar a tarefa, nem fracasdignos deste nome, por mais infrutferos que se apresentem os resultados.

    111A tua f demasiado pouco operante: dir-se-ia que de carola, mais do de homem que luta por ser santo.

    112 Serenidade! Audcia! Desbarata com essas virtudes a quinta coluna

    tbios, dos assustados, dos traidores.113 Asseguraste-me que querias lutar sem trguas. E agora me vens de

    cada. Olha, at humanamente, convm que no te dem tudo resolvido, problemas. Alguma coisa - muito! - te cabe fazer a ti. Seno, como hs

    fazer-te santo?

    114 No te lanas a trabalhar nesse empreendimento sobrenatural, porquassim o dizes - tens medo de no saber agradar, de tratar de algum assuntomaneira infeliz. - Se pensasses mais em Deus, essas sem-razdesapareceriam.

    115s vezes penso que uns poucos inimigos de Deus e de sua Igreja vivemmedo de muitos bons, e encho-me de vergonha.

    116 Enquanto conversvamos, afirmava-me que preferia no sair nuncatugrio onde vivia, porque gostava mais de contar as vigas da sua estreb

    do que as estrelas do cu. - Assim so muitos, incapazes de prescindir das s

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    pequenas coisas, para levantar os olhos ao cu. J tempo de que adquiuma viso de mais altura!

    117Compreendo a alegria sobrenatural e humana daquele homem que tinhsorte de ser um ponta-de-lana na semeadura divina. esplndido sentinico, para sacudir toda uma cidade e seus arredores, repetia para si mesmuito convicto. - No esperes at contar com mais meios ou at que venh

    outros: as almas precisam de ti hoje, agora.

    118 S atrevido na tua orao, e o Senhor te transformar de pessimista otimista; de tmido em audaz; de acanhado de esprito em homem de f,apstolo!

    119Os problemas que antes te oprimiam - pareciam-te altssimas cordilheirdesapareceram por completo, resolveram-se maneira divina, como, quand

    Senhor mandou aos ventos e s guas que se acalmassem. - E pensar que aduvidavas!

    120 No ajudem tanto o Esprito Santo!, dizia um amigo, brincando, mas cmuito medo. - Respondi: penso que O ajudamos pouco.

    121Quando vejo tantas covardias, tantas falsas prudncias..., neles e nelas, aem desejos de perguntar-lhes: ento a f a confiana so para pregar, no ppraticar?

    122 Encontras-te numa atitude que te parece bastante estranha: por um ladiminudo, ao olhares para dentro; e, por outro, seguro, animado, ao olhpara cima. - No te preocupes: sinal de que te vais conhecendo melhorisso, sim, o que importa! -, de que O vais conhecendo melhor a Ele.

    123Viste? Com Ele, pudeste! De que te admiras? - Convence-te: no tens por maravilhar-te. Confiando em Deus - confiando deveras! -, as coisas tornamfceis. E, alm disso, ultrapassa-se sempre o limite do imaginado.

    124Queres viver a audcia santa, para conseguir que Deus atue atravs de recorre a Maria, e Ela te acompanhar pelo caminho da humildade, de mque, diante dos impossveis para a mente humana, saibas responder com

    fiat! - faa-se! - que una a terra ao Cu.

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    Lutas

    125Nem todos podem chegar a ser ricos, sbios, famosos... Em contraparttodos - sim, todos - estamos chamados a ser santos.

    126Ser fiel a Deus exige luta. E luta corpo a corpo, homem a homem - homvelho e homem de Deus -, detalhe a detalhe, sem claudicar.

    127 A provao, no o nego, est ficando demasiado dura: tens que sub

    ladeira acima, a contragosto. - Que te aconselho? - repete: Omniabonum!, tudo o que sucede, tudo o que me sucede, para meu bem... conseguinte - e esta a concluso acertada-, aceita isso, que te parece custcomo uma doce realidade.

    128 Hoje no bastam mulheres ou homens bons. - Alm disso, nosuficientemente bom aquele que s se contenta em ser... quase bom: preser revolucionrio. Perante o hedonismo, perante a carga pag e material

    que nos oferecem, Cristo quer anticonformistas!, rebeldes de Amor!129A santidade, o verdadeiro af por alcan-la, no faz pausas nem tira fria

    130Alguns comportam-se, ao longo da vida, como se o Senhor tivesse faladoentrega e de conduta reta somente queles a quem no custasse - no exist- ou aos que no precisassem lutar. Esquecem que, para todos, Jesus disseReino dos Cus arrebata-se com violncia, com a luta santa de cada instante

    131 Que nsias tm muitos de reformar! No seria melhor que reformssemos todos - cada um -, para cumprirmos fielmente o que e

    mandado?

    132Vais chapinhando nas tentaes, pes-te em perigo, brincas com a vistcom a imaginao, ficas conversando sobre... estupidez. - E depois te assupor te assaltarem dvidas, escrpulos, confuses, tristeza e desalento. - Tenadmitir que s pouco conseqente.

    133 Depois do entusiasmo inicial, comearam as vacilaes, os titubeios,

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    temores. - Preocupam-te os estudos, a famlia, o problema econmicosobretudo, o pensamento de que no consegues, de que talvez no sirvas,que te falta experincia da vida. Eu te darei um meio seguro para vencesses temores - tentaes do diabo ou da tua falta de generosidade

    despreza-os, tira da tua memria essas lembranas. J o pregou de mterminante o Mestre h vinte sculos: No olhes para trs!.

    134 Temos de fomentar em nossas almas um verdadeiro horror ao pecaSenhor - repete-o de corao contrito -, que eu no Te ofenda mais! Mas nassustes ao notares o lastro do pobre corpo e das humanas paixes: seria toingenuamente pueril que descobrisses agora que isso existe. A tua misria obstculo, mas acicate para que te unas mais a Deus, para que O procucom constncia, porque Ele nos purifica.

    135 Se a imaginao ferve em torno de ti mesmo, crias situaes ilus

    cenrios que, ordinariamente, no combinam com o teu caminho, e te distratotalmente, te esfriam e te afastam da presena de Deus. - Vaidade. Simaginao volteia em torno dos outros, cais facilmente no defeito de julg-quando no tens essa misso -, e interpretas de modo rasteiro e pouco objeo seu comportamento. - Juzos temerrios. Se a imaginao esvoaa sobreteus prprios talentos e modos de dizer, ou sobre o clima de admirao despertas nos outros, expes-te a perder a retido de inteno e a dar past

    soberba. Geralmente, soltar a imaginao implica uma perda de tempo, malm disso, quando no se domina, abre passagem a um filo de tentavoluntrias. - No abandones nenhum dia a mortificao interior!

    136No tenhas a ingenuidade tola de pensar que tens de sofrer tentaes, pte certificares de que ests firme no caminho. Seria como desejar queparassem o corao, para demonstrarem a ti mesmo que queres viver.

    137No dialogues com a tentao. Deixa-me que te repita: tem a coragem

    fugir, e a energia de no manusear a tua fraqueza pensando at onde podechegar. Corta, sem concesses!

    138No tens desculpa nenhuma. A culpa somente tua. Se sabes - conheces-bastante - que, por esse caminho - com essas leituras, com essa companhiapodes acabar no precipcio, por que te obstinas em pensar que talvez sejaatalho que facilita a tua formao ou que amadurece a tua personalidade? Mradicalmente o teu plano, ainda que te exija mais esforo, menos diverses

    alcance da mo. J tempo de que te comportes como uma pes

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    responsvel.

    139 Di muito ao Senhor a inconscincia de tantos e de tantas, que noesforam por evitar os pecados veniais deliberados. o normal - pensam

    justificam-se -, porque nesses tropeos camos todos! Ouve-me bem: tambmaioria daquela chusma, que condenou Cristo e lhe a morte, comeou apepor gritar - como os outros! -, por afluir ao Horto das Oliveiras - como os out

    - ... No fim, empurrados tambm pelo que todos faziam, no souberam ou quiseram retroceder..., e crucificaram Jesus! Agora, depois de vinte scuainda no aprendemos.

    140Altos e baixos. Tens muitos - demasiados! - altos e baixos. A razo clat aqui; levaste uma vida fcil, e no queres perceber que do desejar

    dar-se vai uma distncia notvel.

    141

    Como necessariamente, mais cedo ou mais tarde, ters de tropear coevidncia da tua prpria misria pessoal, quero prevenir-te contra algutentaes, que o diabo te insinuar nessa ocasio e que tens de reimediatamente: o pensamento de que Deus se esqueceu de ti, de que a chamada para o apostolado v, ou de que o peso da dor e dos pecadosmundo superior s tuas foras de apstolo... - Nada disso verdade!

    142Se lutas de verdade, precisas fazer exame de conscincia. - Cuida do exadirio: v se sentes dor de Amor, porque no tratas Nosso Senhor codeverias.

    143 Assim como muitos comparecem colocao das primeiras pedras, squerer saber se depois se acabar a obra iniciada, assim os pecadores se iludcom as ltimas vezes.

    144Quanto se trata de cortar - no o esqueas -, a ltima vez tem que santerior, a que j passou.

    145 Aconselho-te que tentes alguma vez voltar... ao comeo da tua primconverso, coisa que, se no fazer-se como criana, muito parecida:vida espiritual, preciso deixar-se guiar com inteira confiana, sem medos nduplicidades; preciso falar com absoluta clareza daquilo que se tem na cabe na alma.

    146Como podes sair desse estado de tibieza, de lamentvel languidez, se empregas os meios! Lutas muito pouco e, quando te esforas, o fazes como por birra e com desgosto, quase com o desejo de que os teus dbeis esfo

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    no produzam efeito, para assim te autojustificares: para no te exigires e pque no te exijam mais. - Ests cumprindo a tua vontade; no a de DeEnquanto no mudares, a srio, nem sers feliz, nem conseguirs a paz agora te falta. - Humilha-te diante de Deus, e procura querer de verdade.

    147 Que perda de tempo, e que viso to humana, quando reduzem tudtticas, como se a estivesse o segredo da eficcia. - Esquecem-se de qu

    ttica de Deus a caridade, o Amor sem limites: assim preencheu Edistncia impreenchvel que o homem, com o pecado, abre entre o Cu terra.

    148Deves ter uma sinceridade selvagem no exame de conscincia; quer dicoragem: a mesma com que te olhas no espelho, para saber onde te feristeonde te manchaste, ou onde esto os teus defeitos, que tens de eliminar.

    149

    Preciso prevenir-te contra uma argcia de satans - assim, com minscuporque no merece mais -, que tenta servir-te das circunstncias mais compara nos desviar pouco ou muito do caminho que nos leva a Deus. Se lutamais ainda se lutas de verdade, no deves estranhar que sobrevenha o cansou o tempo de andar a contragosto, sem nenhum consolo espiritualhumano. Olha o que me escreviam h tempos, e que conservei pensando alguns que consideram ingenuamente que a graa prescinde da natur

    Padre, desde h alguns dias, estou com uma preguia e uma apatia tremen

    para cumprir o plano de vida; fao tudo para que passe logo esta crise, quefaz sofrer muito pensando em que pode desviar-me do caminho. - Limitei-mresponder: no sabias que o Amor exige sacrifcio? L devagar as palavrasMestre: Quem no toma a sua Cruz cotidie - cada dia - no digno de ME mais adiante: No vos deixarei rfos.... O Senhor permite essa tua aridque se torna to dura para ti, para que O ames mais, que confies somente npara que com a Cruz sejas corredentor, para que O encontres.

    150 O diabo parece bem pouco esperto!, comentavas-me. No entendo a estupidez: sempre os mesmos enganos, as mesmas falsidades... Tens todrazo. Mas ns, os homens, somos ainda menos espertos, e no aprendemoescarmentar em cabea alheia... E satans conta com tudo isso, para tentar.

    151 Ouvi dizer certa vez que nas grandes batalhas se repete um fenmcurioso. Ainda que a vitria esteja assegurada de antemo pela superiorid

    numrica e de meios, depois, no fragor do combate, no faltam momentos

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    que a derrota ameaa, pela debilidade de um setor. Chegam ento as ordterminantes do alto comando, e cobrem-se as brechas do flanco em dificuld- Pensei em ti e em mim. Com Deus, que no perde batalhas, seremos semvencedores. Por isso, no combate pela santidade, se te sentes sem forescuta as ordens, faz caso, deixa-te ajudar..., porque Ele no falha.

    152 Abriste sinceramente o corao ao teu Diretor, falando na presena

    Deus..., e foi maravilhoso verificar como tu sozinho ias encontrando respoadequada s tuas tentativas de evaso. Amemos a direo espiritual!

    153 Concedo; comportas-te decorosamente... Mas, deixa-me que te fale sinceridade: com esse passo arrastado - reconhece-o -, alm de que no s por inteiro, ficas muito longe da santidade. Por isso te pergunto: mesverdade que te comportas decorosamente? No ters um conceito erradodecoro?

    154 Assim, bobeando, com essa frivolidade interior e exterior, com esvacilaes em face da tentao, com esse querer sem querer, impossvel avances na vida interior.

    155 Sempre pensei que muitos chamam amanh, depois, resistncigraa.

    156Outro paradoxo do caminho espiritual: a alma necessitada de menor refo

    na sua conduta, empenha-se mais em consegui-la, no se detm at alcanE ao contrrio.

    157s vezes, inventas problemas, porque no vais raiz dos teus modoscomportar-te. - A nica coisa de que necessitas de uma decidida mudanafrente de batalha: cumprir lealmente o teu dever e ser fiel s indicaes quderam na direo espiritual.

    158Notaste com mais fora a urgncia, a idia fixa de ser santo; e foste cotidiana sem vacilaes, persuadido de que tens de cortar valentemequalquer sintoma de aburguesamento. Depois, enquanto falavas com o Senna tua orao, compreendeste com maior clareza que luta sinnimo de Ame pediste-Lhe um Amor maior, sem medo ao combate que te espera, porcombaters por Ele, com Ele e nEle.

    159 Complicaes?... S sincero, e reconhece que preferes ser escravo de egosmo teu, ao invs de servires a Deus ou quela alma. - Cede!

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    160Beatus vir qui suffert tentationem... - bem-aventurado o homem que stentao porque, depois de ter sido provado, receber a coroa da Vida. Nenche de alegria verificar que esse esporte interior uma fonte de paz nunca se esgota?

    161Nunc coepi! - agora comeo! o grito da alma apaixonada que, em cinstante, quer tenha sido fiel, quer lhe tenha faltado generosidade, renova o

    desejo de servir - de amar! - o nosso Deus com uma lealdade sem brechas.

    162Doeu-te na alma quando te disseram: tu, o que procuras no a conversmas um estojo para as tuas misrias..., para assim continuares arrastacomodamente - mas com sabor a azebre! - essa triste carga.

    163No sabes se ser abatimento fsico ou uma espcie de cansao interior o se apoderou de ti, ou as duas coisas ao mesmo tempo...: lutas sem lutar, s

    nsias de uma autntica melhora positiva, com o fim de comunicares a alegro amor de Cristo s almas. Quero recordar-te as palavras claras do EspSanto: s ser coroado aquele que tiver combatido legitime - de verdaapesar dos pesares.

    164Poderia comportar-me melhor, ser mais decidido, esbanjar mais entusiasmPor que no o fao? Porque - perdoa a minha fraqueza - s um bobo: o disabe perfeitamente que uma das portas da alma mais mal guardadas a

    tontice humana: a vaidade. Agora carrega por a, com todas as suas forlembranas pseudo-sentimentais, complexo de ovelha negra com vhistrica, impresso de uma hipottica falta de liberdade... Que ests esperapara entender a sentena do Mestre: Vigiai e orai, porque no sabeis nem onem a hora?

    165 Comentaste com ar fanfarro e inseguro: uns sobem e outros descemoutros - como eu! estamos deitados no caminho. Deu-me tristeza a

    indolncia, e acrescentei: os mandries so puxados a reboque pelos sobrem; e, geralmente, com mais fora pelos que descem. Pensam descaminho to penoso que buscas para ti! J o apontava o santo bispoHipona: no avanar, retroceder.

    166Na tua vida, h duas peas que no se encaixam: a cabea e o sentimentinteligncia - iluminada pela f - mostra-te claramente no s o caminho, mdiferena entre a maneira herica e a maneira estpida de percorr

    Sobretudo, pe diante de ti a grandeza e a formosura divina das tarefas quTrindade deixa em nossas mos. O sentimento, pelo contrrio, apega-se a t

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    o que desprezas, mesmo que continues a consider-lo desprezvel. comomil e uma insignificncias estivessem esperando qualquer oportunidade, e que a tua pobre vontade se debilita - por cansao fsico ou pela perdasentido sobrenatural -, essas ninharias se amontoam e se agitam na imaginao, at formarem uma montanha que te oprime e te desanimaasperezas do trabalho; a resistncia em obedecer; a falta de meios; os fogo

    artifcio de uma vida regalada; pequenas e grandes tentaes repugnanrajadas de sentimentalismo; a fadiga; o sabor amargo da mediocridespiritual... E, s vezes, tambm o medo: porque sabes que Deus te quer sae no o s. Permite-me que te fale com crueza. Sobram-te motivos para voatrs, e falta-te arrojo para corresponder graa que Ele te concede, porquchamou para seres outro Cristo, ipse Christus! - o prprio Cristo. Esquecesadmoestao do Senhor ao Apstolo: Basta-te a minha graa!, que uconfirmao de que, se quiseres, podes.

    167 Recupera o tempo que perdestes descansando sobre os louros complacncia em ti mesmo, por te julgares uma pessoa boa, como se fosuficiente ir levando, sem roubar nem matar. Aperta o passo na piedade etrabalho: falta-te ainda tanto por andar! Convive de bom grado com totambm com os que te incomodam; e esfora-te por amar - por servir! - aquque antes desprezavas.

    168

    Mostraste as tuas misrias passadas - cheias de pus - na confisso. sacerdote atuou na tua alma como um bom mdico, como um mdico honracortou onde era preciso, e no permitiu que a ferida fechasse enquantlimpeza no ficasse completa. - Agradece-o.

    169D muito bom resultado empreender as coisas srias com esprito esportivPerdi vrias jogadas? Muito bem, mas - se perseverar - no fim ganharei.

    170 Converte-te agora, quando ainda te sentes jovem... Como difcil retif

    quando a alma envelheceu!171Felix culpa!, canta a Igreja... Abenoado erro o teu - repito ao ouvido -

    te serviu para no recair; e tambm para melhor compreenderes e ajudareprximo, que no de pior qualidade do que tu.

    172Ser possvel - perguntas depois de teres repelido a tentao -, ser possSenhor, que eu seja... esse outro?

    173Vou resumir a tua histria clnica: aqui caio e acol me levanto...; este lt

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    ponto que importante. - Continua com essa luta ntima, ainda que avancpasso de tartaruga. Para a frente! - Bem sabes, filho, at onde podes chegarno lutas: o abismo chama outros abismos.

    174Ests envergonhado, diante de Deus e dos outros. Descobriste em ti rovelha e renovada: no h instinto, nem tendncia ruim, que no sintas flopele... e tens a nuvem da incerteza no corao. Alm disso, a tentao apar

    quando menos queres ou quando menos a esperas, quando por fadiga a vontade amolece. J no sabes se te humilha, embora te doa ver-te assiMas que te doa por Ele, por Amor dEle; esta contrio de amor te ajudapermanecer vigilante, porque a luta durar enquanto vivermos.

    175Que grande desejos te consomem de confirmar a entrega que um dia fizesaber-te e viver como filho de Deus! - Coloca nas mos do Senhor as muitas misrias e infidelidades. Tambm porque o nico modo de aliviare

    seu peso.

    176Renovao no relaxamento.

    177 Dias de retiro. Recolhimento para conhecer a Deus, para te conhecereassim progredir. Um tempo necessrio para descobrir em que coisas e de modo preciso reforma-se: que tenho que fazer? que devo evitar?

    178Que no volte a repetir-se o que aconteceu no ano passado. - Como f

    retiro?, perguntaram-te. E respondestes: Descansamos muito bem.179Dias de silncio e de graa intensa... Orao face a face com Deus... Des

    em ao de graas ao contemplar aquelas pessoas, graves pelos anos e experincia, que se abriam aos toques divinos e correspondiam como crianentusiasmadas com a possibilidade de ainda converterem a sua vida em atil..., que apagasse todos os seus descaminhos e todos os seus esquecimenRecordando aquela cena, encareci-te: no descures a tua luta na vida e

    piedade.180Auxilium christianorum! - Auxlio dos cristos, reza com toda a seguran

    ladainha de Nossa Senhora. Experimentaste repetir essa jaculatria em transes difceis? Se o fizeres com F, com ternura de filha ou de fcomprovars a eficcia da intercesso de tua Me Santa Maria, que te levavitria.

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    Pescadores de homens

    181Enquanto conversvamos, vamos as terras daquele continente. - Acenderse as luzes em teus olhos, encheu-se de impacincia a tua alma e, compensamento naquelas gentes, disseste-me: ser possvel que, do outro ldestes mares, a graa de Cristo se torne ineficaz? Depois, tu mesmo destresposta: Ele, na sua bondade infinita, quer servir-se de instrumentos dceis

    182Como te inspiram compaixo!... Quererias gritar-lhes que esto perdendtempo... Por que so to cegos e no percebem o que tu - miservel - j visPor que no ho de preferir o melhor? - Reza, mortifica-te, e depois - tobrigao disso! - desperta-os um a um, explicando-lhes - tambm um a uque, tal como tu, podem encontrar um caminho divino, sem abandonar o luque ocupam na sociedade.

    183Comeaste com muitos brios. Mas pouco a pouco te foste encolhendo... Eacabar metido na tua pobre carapaa, se continuares a empequenecer o

    horizonte. - Cada vez tens de alargar mais o teu corao, com fomesapostolado! De cem almas interessam-nos as cem.

    184Agradece ao Senhor a contnua delicadeza, paternal e maternal, com quete trata. Tu, que sempre sonhaste com grandes aventuras, te comprometenum empreendimento maravilhoso..., que te leva santidade. Insiagradece-o a Deus, com uma vida de apostolado.

    185Quando te lanares ao apostolado, convence-te de que se trata semprefazer felizes, muito felizes, as pessoas: a Verdade inseparvel da autnalegria.

    186Pessoas de diversas naes, de diferentes raas, de ambientes e profissmuito diversos... Ao falar-lhes de Deus, apalpas o valor humano e sobrenatda tua vocao de apstolo. como se revivesses, na sua realidade totamilagre da primeira pregao dos discpulos do Senhor: frases ditas em ln

    estranha, mostrando um caminho novo, foram ouvidas por cada um no fundoseu corao, na sua prpria lngua. E passa pela tua cabea, ganhando v

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    nova, a cena em que partos, medos e elamitas... se aproximaram felizesDeus.

    187Ouve-me bem e serve-me de eco: o cristianismo Amor; o trato com Deudilogo eminentemente afirmativo; a preocupao pelos outros - o apostolano um artigo de luxo, ocupao de alguns poucos. - Agora que o saenche-te de alegria, porque a tua vida adquiriu um sentido completame

    diverso. E s conseqente.

    188Naturalidade, sinceridade, alegria: as condies indispensveis, no apstpara atrair as pessoas.

    189No podia ser mais simples a maneira como Jesus chamou os primeiros dVem e segue-me. Para ti, que procuras tantas desculpas para no continuaessa tarefa, ajusta-se como uma luva mo a considerao de que bem po

    era a cincia humana daqueles primeiros; e, no entanto, como sacudiaqueles que os escutavam! No o esqueas: o trabalho, Ele que continufaz-lo, atravs de cada um de ns.

    190As vocaes de apstolo, Deus quem as envia. mas tu no deves deixaempregar os meios: orao, mortificao, estudo ou trabalho, amizade, sensobrenatural..., vida interior!

    191 Quando te falo de apostolado de amizade, refiro-me a uma amiz

    pessoal, sacrificada, sincera: de tu a tu, de corao a corao.192No apostolado de amizade e confidncia, o primeiro passo a compreen

    o servio... e a santa intransigncia na doutrina.

    193Os que encontraram a Cristo no podem fechar-se no seu ambiente: trcoisa sria esse empequenecimento! Tm que abrir-se em leque para chegtodas as almas. Cada um tem que criar - e alargar - um crculo de amigos, soo qual influa com o seu prestgio profissional, com a sua conduta, com a amizade, procurando que Cristo influa por meio desse prestgio profissiodessa conduta, dessa amizade.

    194 Tens que ser uma brasa acesa, que leve fogo a toda a parte. E, ondambiente for incapaz de arder, tens que aumentar a sua temperatura espirit- Seno, ests perdendo o tempo miservel, e fazendo-o perder aos querodeiam.

    195 Quando h zelo pelas almas, sempre se encontra gente boa, sempre

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    descobre terreno adubado. No h desculpas!

    196 Convence-te: tambm a h muitos que podem entender o teu caminalmas que - consciente ou inconscientemente - procuram a Cristo e nencontram. Mas como ouviro falar dEle, se ningum lhes fala?

    197No me digas que cuidas da tua vida interior, se no fazes um apostol

    intenso, sem pausas: o Senhor - com Quem me garantes ter intimidade - qque todos os homens se salvem.

    198Esse caminho muito difcil, disse-te ele. E, ao ouvi-lo, o concordaste ufalembrando-te de que a Cruz o sinal certo do caminho verdadeiro... Mas oamigo reparou somente na parte spera da senda, sem ter em contpromessa de Jesus; O meu jugo suave. Lembra-lhe isso, porque - quandsouber - talvez se entregue.

    199 Diz que no tem tempo?... Muito melhor. Precisamente os que no tempo que interessam a Cristo.

    200 Ao considerares que so muitos os que desaproveitam a graoportunidade, e deixam Jesus passar ao largo, pensa: de onde me vem a messa chamada clara, to providencial, que me mostrou o meu caminho? - Menisto diariamente: o apstolo tem que ser sempre outro Cristo, o prprio Cris

    201 No te surpreendas e no te amedrontes porque ele te censurou qutivesses posto frente a frente com Cristo; nem porque acrescentou, indigna

    J no posso viver tranqilo sem tomar uma deciso... Reza por ele... inque procures tranqiliz-lo: talvez lhe tenha aflorado uma antiga inquietavoz da sua conscincia.

    202Escandalizam-se contigo porque falas de entrega a pessoas que nunca tinhpensado nesse problema?... - Muito bem, e da? Se tu tens vocao de apsde apstolos!

    203No atinges as pessoas porque falas uma lngua diferente. Aconselho-naturalidade. Essa tua formao, to artificial!

    204Vacilas em lanar-te a falar de Deus, de vida crist, de vocao..., porque queres fazer sofrer?... Esqueces que no s tu quem chama, mas Ele: Ego quos elegerim - Eu sei muito bem a quem escolhi. Alm disso, desgostar-mque, por trs desses falsos respeitos, se escondesse o comodismo ou a tibi

    a esta altura, preferes uma pobre amizade humana amizade de Deus?

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    205Tiveste uma conversa com este, com aquele, com aquele outro, porqueconsome o zelo pelas almas. Aquele ficou com medo; o outro consultou

    prudente, que o orientou mal... - Persevera: que ningum possa depdesculpar-se afirmando quia nemo nos conduxit - que ningum nos chamou

    206 Compreendo a tua impacincia santa, mas ao mesmo tempo tensconsiderar que alguns precisam pensar muito, que outros iro corresponde

    com o tempo... Espera-os de braos abertos: condimenta a tua impacisanta com orao e mortificao abundantes. Acabaro vindo mais jovengenerosos; tero sacudido o seu aburguesamento e sero mais valenQuanto Deus os espera!

    207 A f um requisito imprescindvel no apostolado, que muitas vezesmanifesta na constncia em falar de Deus, ainda que os frutos demorem emSe perseverarmos, se insistirmos, bem convencidos de que o Senhor assi

    quer, tambm tua volta, por toda a parte, se iro notando sinais de urevoluo crist: uns havero de entregar-se, outros tomaro a srio a sua vinterior, e outros - os mais fracos - ficaro pelo menos alertados.

    208 Dias de autntico alvoroo: mais trs! Cumprem-se as palavras de JeMeu Pai glorificado em que deis muito fruto e sejais meus discpulos.

    209 Fizeste-me sorrir, porque te entendo muito bem, quando me dizias: F

    entusiasmado com a possibilidade de ir a novas terras, para abrir brecha, tamuito longe... Preciso averiguar se h homens na lua. - Pede ao Senhor queaumente esse zelo apostlico.

    210Por vezes, diante dessas almas adormecidas, d uma vontade louca de grlhes, de sacudi-las, de faz-las reagir, para que saiam dessa modorra terrem que se acham mergulhadas. to triste ver como andam, tateando cocegos, sem acertar com o caminho! - Como compreendo esse pranto de Je

    por Jerusalm, como fruto da sua caridade perfeita...211 Aprofunda cada dia na raiz apostlica da tua vocao crist. - O Sen

    desfraldou h vinte sculos - para que tu e eu o proclamssemos ao ouvidoshomens - uma bandeira de alistamento, aberta a todos os que tm um corasincero e capacidade de amar... Que outras chamadas mais claras queresque o ignem veni mittere in terram - vim trazer fogo terra - e a consideradesses dois bilhes e quinhentos milhes de almas que ainda no conhece

    Cristo!

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    212Hominem no habeo - no tenho ningum que me ajude. o que poderafirmar - infelizmente! - muitos doentes e paralticos do esprito, que podservir... e devem servir. Senhor: que eu nunca fique indiferente diante almas.

    213Ajuda-me a pedir um novo Pentecostes, que abrase outra vez a terra.

    214Se algum dos que me seguem no aborrece seu pai e sua me, e a mulhos filhos, e os irmos e irms, e mesmo a sua prpria vida, no pode ser mdiscpulo. Cada vez vejo com mais clareza, Senhor, que os laos do sangue,no passam pelo teu Corao amabilssimo, so, para uns, motivo permanede cruz; para outros, origem de tentaes - mais ou menos diretas - contperseverana; para outros, causa de ineficcia absoluta; e, para todos, laque se ope a uma entrega total.

    215A relha que rotura e abre o sulco, no v a semente nem o fruto.216Depois da tua deciso, fazes cada dia uma nova descoberta. Lembras-te

    ontem, quando te perguntavas constantemente: E isto, de que maneirapara continuares depois nas tuas dvidas ou nos teus desencantos... Agsempre encontras a resposta exata, fundamentada e clara. E, ao ouvires corespondem s tuas perguntas s vezes pueris, ocorre-te pensar: Assim deveatendido Jesus os primeiros Doze.

    217 Vocaes, Senhor, mais vocaes! No me interessa se a semeadura minha ou de outro - semeaste Tu, Jesus, com as nossas mos! -; somenteque nos prometeste a maturidade do fruto: et fructus vester maneat! - qunosso fruto ser duradouro.

    218S claro. Se te dizem que vais pesc-los, responde que sim, que o desejas... Mas..., que no se preocupem! Porque, se no tm vocao - se no os chama -, no viro, e se no a tm, que vergonha acabarem com

    jovem rico do Evangelho: sozinhos e tristes.

    219A tua tarefa de apstolo grande e bela. Ests no ponto de conflunciagraa com a liberdade das almas; e assistes ao momento solenssimo da vidaalguns homens: o seu encontro com Cristo.

    220Parece que vos escolheram um a um..., dizia algum. - E assim !

    221 Convence-te: necessitas formar-te bem, com vistas a essa avalanche

    gente que se jogar sobre ns, com a pergunta precisa e exigente: - Bom

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    que h que fazer?.

    222Uma receita eficaz para o teu esprito apostlico: planos concretos, nosbado para sbado, mas de hoje para amanh, e de agora para daqui a pou

    223Cristo espera muito do teu trabalho. Mas tens que sair em busca das almcomo o Bom Pastor foi atrs da centsima ovelha: sem esperar que te cham

    Depois, serve-te dos teus amigos para fazer bem a outros: ningum pode sese tranqilo - dize-o a cada um - com uma vida espiritual que, depois de inunlo, no transborda em zelo apostlico.

    224No tolervel que percas o tempo nas tuas bobagens, quando h tanalmas que te esperam.

    225Apostolado da doutrina: esse ser sempre o teu apostolado.

    226

    A maravilha do Pentecostes a consagrao de todos os caminhos: nupode ser entendido como monoplio nem como estima por um s detrimento de outros. O Pentecostes indefinida variedade de lnguasmtodos, de formas de encontro com Deus: no uniformidade violenta.

    227Escrevias-me: uniu-se ao nosso grupo um rapaz jovem, que ia para o noEra mineiro de profisso. Cantava muito bem, e veio acompanhando o nocoro. Rezei por ele at chegar estao em que descia. Ao despedircomentou: Quanto gostaria de continuar a viagem com vocs!. - Lembrei-imediatamente do mane nobiscum! - fica conosco, Senhor! -, e pedi-novamente com f que os outros O vissem em cada um de ns, companhedo Seu caminho.

    228Pela senda do justo descontentamento foram-se embora - e continuam i- as massas. Di..., mas quantos ressentidos no temos fabricado entre os esto espiritual ou materialmente necessitados! - necessrio voltar a mCristo entre os pobres e entre os humildes: justamente entre eles quesente melhor.

    229 Professor: que te entusiasme fazer compreender aos alunos, em potempo, o que a ti te custou horas de estudo chegar a ver com clareza.

    230 O desejo de ensinar, e ensinar com toda a alma, cria nos alunos uagradecimento que constitui terreno idneo para o apostolado.

    231Gosto desse lema: Cada caminhante siga o seu caminho - aquele que Dlhe traou -, com fidelidade, com amor, ainda que custe.

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    232Que lio to extraordinria cada um dos ensinamentos do Novo Testame- Depois de o Mestre lhes ter dito, enquanto ascendia direita de Deus Pai: e pregai a todos os povos, os discpulos ficaram com paz. Mas ainda dvidas: no sabem o que fazer, e renem-se com Maria, Rainha dos Apstopara se converterem em zelosos pregoeiros da Verdade que salvar o mundo

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    Sofrimento

    233Comentavas que h cenas da vida de Jesus que te comovem mais: quandpe em contacto com homens em carne viva..., quando leva a paz e a saaos que tm a alma e o corpo despedaados pela dor... Estusiasmas-tinsistias - ao v-Lo curar a lepra, devolver a vista, sarar o paraltico da piscinpobre de quem ningum se lembra. Tu O contemplas, nesses momentos, profundamente humano, to ao seu alcance! - Pois olha..., Jesus continua a

    o mesmo de ento.234 Pediste ao Senhor que te deixasse sofrer um pouco por Ele. Mas dep

    quando chega o padecimento em forma to humana, to normal - dificuldadproblemas familiares..., ou essas mil e uma insignificncia da vida diricusta-te trabalho ver Cristo por trs disso. - Abre com docilidade as tuas messes pregos..., e a tua dor se converter em alegria.

    235No te queixes, se sofres. Lapida-se a pedra que se estima, que tem va

    Di-te? - Deixa-te lapidar, com agradecimento, porque Deus te tomou nas smos como um diamante... No se trabalha assim um pedregulho vulgar.

    236 Os que fogem covardemente do sofrimento tm matria de meditaoverem o entusiasmo com que outras almas abraam a dor. No so poucoshomens e as mulheres que sabem padecer cristmente. Sigamos o exemplo.

    237 Lamentas-te?... E explicas-me, como se tivesse razo: Uma alfinetadoutra!...

    238Deixa-me que, como at agora, continue a falar-te em confidncia: bastater diante de mim um Crucifixo, para no me atrever a falar dos msofrimentos... E no me importo de acrescentar que tenho sofrido muito, semcom alegria.

    239No te compreendem?... Ele era a Verdade e a Luz, mas tambm os seus

    O compreenderam. - Como tantas vezes te fiz considerar, lembra-te

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    palavras do Senhor: No o discpulo mais do que o Mestre.

    240 Para um filho de Deus, as contradies e as calnias so, como para soldado, feridas recebidas no campo de batalha.

    241 Andas na boca de todos... Que importa a fama? De qualquer modo, sintas vergonha nem pena por ti, mas por eles: pelos que te maltratam.

    242Umas vezes, no querem entender: esto como cegos... Mas, outras, que no consegues fazer-te compreender: corrige-te!

    243No basta ter razo. Alm disso, necessrio faz-la valer..., e que os outqueiram reconhec-la. No obstante, afirma a verdade sempre que necessrio, sem te deteres pelo que vo dizer.

    244Se freqentas a escola do Mestre, no te h de estranhar que tambm ten

    de labutar contra a incompreenso de tantas e tantas pessoas, que poderajudar-te muitssimo se simplesmente fizessem o menor esforo por compreensivas.

    245No o maltrataste fisicamente... Mas ignoraste-o tantas vezes! Olhaste-o indiferena como se fosse um estranho. - Parece-te pouco?

    246 Sem o pretender, os que perseguem santificam... - Mas ai dessantificadores!

    247Na terra, muitas vezes se paga caluniando.

    248H almas que parecem empenhadas em inventar sofrimentos, torturandocom a imaginao. Depois, quando chegam penas e contrariedades objetino sabem estar como a Santssima Virgem, ao p da Cruz, com o opendente do seu Filho.

    249Sacrifcio, sacrifcio! - verdade que seguir a Jesus Cristo - disse-o Ele

    levar a Cruz. Mas no gosto de ouvir as almas que amam o Senhor falatanto de cruzes e de renncias: porque, quando h Amor, o sacrifcioprazeroso - ainda que custe - e a cruz a Santa Cruz. - A alma que sabe amentregar-se assim, enche-se de alegria e de paz. Ento, por que insistir

    sacrifcio, como que procurando consolo, se a Cruz de Cristo - que a tua v- te faz feliz?

    250Quanta neurastenia e histerismo se eliminariam se - com a doutrina catli

    se ensinasse de verdade as pessoas a viverem como cristos; amando a Deu

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    sabendo aceitar as contrariedades como bno vinda da sua mo!

    251No passes indiferente diante da dor alheia. Essa pessoa - um parente, amigo, um colega..., esse que no conheces - teu irmo. - Lembra-te daqque relata o Evangelho e que tantas vezes leste com pena: nem sequeparentes de Jesus confiavam nEle. - Procura que a cena se repita.

    252Imagina que na terra no existem seno Deus e Tu. - Assim te ser mais fsofrer as mortificaes, as humilhaes... E, por fim, fars as coisas que D

    quer e como Ele as quer.

    253 s vezes - comentava aquele doente consumido de zelo pelas almas corpo reclama um pouco, queixa-se. Mas procuro tambm transformar equeixumes em sorrisos, porque se mostram muito eficazes.

    254 Uma doena incurvel, que limitava a sua ao. E, no entanto, dizia

    contente: A doena porta-se bem comigo e cada vez a amo mais; se dessem a escolher, voltaria a nascer assim mil vezes!.

    255Jesus chegou cruz depois de se preparar durante trinta e trs anos, todsua Vida! - Seus discpulos, se de verdade desejam imit-lo, devem convertsua existncia em corredeno de Amor, com a negao de si mesmos, ativpassiva.

    256A Cruz est presente em tudo, e chega quando menos se espera. - Mas esqueas que, ordinariamente, andam emparelhados o comeo da Cruz comeo da eficcia.

    257O Senhor, Sacerdote Eterno, abenoa sempre com a Cruz.

    258Cor Mariae perdolentis, miserere nobis! - invoca o Corao de Santa Macom nimo e deciso de te unires sua dor, em reparao pelos teus pecadopelos de todos os homens de todos os tempos. - E pede-lhe - para cada alm

    que essa sua dor aumente em ns a averso pelo pecado, e que saibaamar, com expiao, as contrariedades fsicas ou morais de cada jornada.

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    Humildade

    259A orao a humildade do homem que reconhece a sua profunda misra grandeza de Deus, a quem se dirige e adora, de maneira que tudo espera e nada de si mesmo. A f a humildade da razo, que renuncia ao seu prcritrio e se prostra diante dos juzos e da autoridade da Igreja. A obedin a humildade da vontade, que se sujeita ao querer alheio, por Deus.castidade a humildade da carne, que se submete ao esprito. A mortifica

    a humildade de todas as paixes, imoladas ao Senhor. - A humildade verdade no caminho da luta asctica.

    260 uma grande coisa saber-se nada diante de Deus, porque assim mesmo

    261 Aprendei de mim, que sou manso e humilde de corao... HumildadeJesus!... Que lio para ti, que s um pobre instrumento de barro! Ele - semmisericordioso - te levantou, fazendo brilhar na tua baixeza, elevgratuitamente, as luzes do sol da graa. E tu, quantas vezes no disfaras

    tua soberba sob a capa da dignidade, da justia...! E quantas ocasiesaprender do Mestre no desaproveitaste, por no teres sabido sobrenaturala!

    262Essas depresses, porque vs ou porque descobrem os teus defeitos, no fundamento... - Pede a verdadeira humildade.

    263Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta

    humildade: - pensar que o que fazes ou dizes est mais bem feito ou ditoque aquilo que os outros fazem ou dizem; - querer levar sempre a tua avantdiscutir sem razo ou- quando a tens - insistir com teimosia e de maus mododar o teu parecer sem que to peam, ou sem que a caridade o exija; - despro ponto de vista dos outros; - no encarar todos os teus dons e qualidades coemprestados; - no reconhecer que s indigno de qualquer nota e estima, no mereces sequer a terra que pisas e as coisas que possuis; - citar-te mesmo como exemplo nas conversas; - falar mal de ti mesmo, para que fa

    bom juzo de ti ou te contradigam; - desculpar-te quando te repreendem

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    ocultar ao Diretor algumas faltas humilhantes, para que no perca o concque faz de ti; - ouvir com complacncia quando te louvam; ou alegrar-te de tenham falado bem de ti; - doer-te de que outros sejam mais estimados do tu; - nega-te a desempenhar ofcios inferiores; - procurar ou dessingularizar-te; - insinuar na conversa palavras de louvor prprio ou que deentender a tua honradez, o teu engenho ou habilidade, o teu prest

    profissional...; - envergonhar-te por careceres de certos bens...264Ser humilde no o mesmo que ter angstia ou temor.

    265Fujamos dessa falsa humildade que se chama comodismo.

    266Diz-Lhe Pedro: Senhor, Tu lavares-me os ps a mim?! Respondeu Jesusque eu fao, tu no o entendes agora; entend-lo-s depois. Insiste PedJamais me lavars os ps. Replicou Jesus: Se eu no te lavar, no ters pa

    comigo. Rende-se Simo Pedro: Senhor, no somente os ps, mas tambmmos e a cabea. Perante a chamada para uma entrega total, completa, svacilaes, muitas vezes opomos uma falsa modstia, como a de Pedro... Oxfssemos tambm homens de corao como o Apstolo! Pedro no permite ningum ame mais a Jesus do que ele. Esse amor leva a reagir assim; Aestou!, lava-me as mos, cabea, ps!, purifica-me de todo!, que eu quentregar-me a Ti sem reservas.

    267Para ti, transcrevo de uma carta: Encanta-me a humildade evanglica. revolta-me o encolhimento acarneirado e inconsciente de alguns cristos, assim desprestigiam a Igreja. Neles deve ter reparado aquele escritor aquando disse que a moral crist uma moral de escravos... - Realmesomos servos: servos elevados categoria de filhos de Deus, que no desecomportar-se como escravos das paixes.

    268O convencimento do teu material ruim - o teu conhecimento prprio - te- uma reao sobrenatural; que far arraigar mais e mais na tua almcontentamento e a paz, perante a humilhao, o desprezo, a calnia... Dede pronunciares o fiat - Senhor, o que Tu quiseres -, o teu raciocnio nescasos dever ser: S disse isso de mil? V-se que no me conhece; de omodo, no teria parado por a. Como ests convencido de que mereces tratamento, sentirs gratido por aquela pessoa, e te alegrars com o que fsofrer a outro.

    269Quanto mais alto se levanta a esttua, tanto mais duro e perigoso depochoque na queda.

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    270Vai direo espiritual cada vez com maior humildade, e pontualmenteque tambm humildade. Pensa - e no te enganas, porque a Deus quemfala - que s como uma criana pequena - sincera! -, a quem vo ensinandfalar, a ler, a conhecer as flores e os pssaros, a viver as alegrias e as penasreparar no cho que pisa.

    271Continuo a ser uma pobre criatura, dizes-me. Mas antes, quanto repara

    nisso, passavas to mal! Agora, sem cares na habituao ou nas transigncvai-te acostumando a sorrir, e a recomear a tua luta com uma alecrescente.

    272 Se s sensato, humilde, deves ter observado que nunca se acabaaprender... Acontece o mesmo na vida; at os mais doutos tm alguma coque aprender, at o fim da sua vida; quando no, deixam de ser doutos.

    273Jesus bom: se tenho de ser apstolo, preciso que me faas muito humO sol envolve em luz tudo quanto toca: Senhor, invade-me com a tua claridaendeusa-me: que eu me identifique com a tua Vontade adorvel, para converter no instrumento que desejas... D-me a tua loucura de humilhaque te levou a nascer pobre, ao trabalho sem brilho, infmia de mocosturado com ferros a um lenho, ao aniquilamento do Sacrrio. - Que eu conhea: que me conhea e que te conhea. Assim jamais perderei de vistmeu nada.

    274S os tolos que so cabeudos; os muito tolos, muito cabeudos.

    275 No esqueas que, nos assuntos humanos, tambm os outros podemrazo: vem a mesma questo que tu, mas de um ponto de vista diferente, outra luz, com outra sombra, com outros contornos. - Somente na f e na m que h um critrio indiscutvel: o da nossa Me Igreja.

    276 Como bom saber retificar!... E como so poucos os que aprendem e

    cincia!

    277Antes que faltar caridade, cede: no resistas, sempre que seja possvTem a humildade da erva, que se curva sem distinguir o p que a pisa.

    278Sobe-se converso pela humildade, pelo caminho de abaixar-se.

    279Dizias-me: preciso decapitar o eu!... - Mas, como custa!, no mesm

    280 Muitas vezes precisamos usar de violncia sobre ns mesmos, para humilharmos e repetirmos deveras ao Senhor: Serviam! - eu te servirei.

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    281Memento, homo, quia pulvis es... - lembra-te, homem, de que s pSe s p, por que te h de incomodar que te pisem?

    282Pela senda da humildade vai-se a toda a parte..., fundamentalmente ao C

    283Caminho seguro de humildade meditar como, mesmo carecendo de talede renome e de fortuna, podemos ser instrumentos eficazes, se recorrermos

    Esprito Santo para que nos dispense os seus dons. Os Apstolos, apesarterem sido instrudos por Jesus durante trs anos, fugiram espavoridos diados inimigos de Cristo. No entanto, depois de Pentecostes, deixaram-se aoe prender, e acabaram dando a vida em testemunho da sua f.

    284 verdade que ningum pode estar certo da sua perseverana... Mas eincerteza mais um motivo de humildade, e prova evidente da nossa liberda

    285Embora valhas to pouco, Deus serviu-se e continua a servir-se de ti p

    trabalhos fecundos pela sua glria. - No te envaideas. Pensa: que diria dmesmo o instrumento de ao ou de ferro, que o artista utiliza para montar jde ouro e de pedras finas?

    286Que vale mais: um quilo de ouro ou um de cobre?... E, no entanto, em mucasos o cobre serve mais e melhor do que o ouro.

    287A tua vocao - chamada de Deus - para dirigir, para arrastar, para serv

    para ser lder. Se tu, por falsa ou por mal entendida humildade, te isoencerrando-te no teu cantinho, faltas ao teu dever de instrumento divino.

    288 Quando o Senhor se serve de ti para derramar a sua graa nas almlembra-te de que s apenas o embrulho do presente: um papel que se rasgse joga fora.

    289 Quia respexit humilitatem ancillae suae - porque viu a baixeza da escrava... - Cada dia me persuado mais de que a humildade autntica a b

    de todas as virtudes! Fala com Nossa Senhora, para que Ela nos v adestraem caminhar por essa senda.

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    CAPTULO

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    Cidadania

    290O mundo nos espera. Sim! Amamos apaixonadamente este mundo porDeus assim no-lo ensinou: Sic Deus dilexit mundum... - tanto amou Deumundo -; e porque o lugar do nosso campo de batalha - uma formosssguerra de caridade -, para que todos alcancemos a paz que Cristo veio instau

    291 O Senhor teve esta fineza de Amor conosco: permitir-nos que conquistemos a terra. Ele - sempre to humilde! - quis limitar-se a tornpossvel... A ns, concedeu-nos a parte mais exeqvel e grata: a da ao etriunfo.

    292O mundo ... - Isso o que nos toca! - E afirmas isso depois de pores o oe a cabea no cu, com a segurana do lavrador que caminha soberano pela prpria seara: Regnare Christum volumus! - queremos que Ele reine soesta terra que sua!

    293 tempo de esperana, e eu vivo deste tesouro. No uma simples frPadre - dizes-me -, uma realidade. Ento..., o mundo inteiro, todos os valohumanos que te atraem com uma fora enorme - amizade, arte, cinfilosofia, teologia, esporte, natureza, cultura, almas... - tudo isso, deposita-oesperana: na esperana de Cristo.

    294Esse encanto inconcreto e prazenteiro do mundo..., to persistente. As flodo caminho - atraem-te as suas cores e os seus aromas... -; as aves do cu

    criaturas todas... - Meu pobre filho, razovel! Se no fosse assim, se nofascinassem, que sacrifcio havias de oferecer a Nosso Senhor?

    295A tua vocao de cristo te pede que estejas em Deus e, ao mesmo temque te ocupes das coisas da terra, empregando-as objetivamente tal como para devolv-las a Ele.

    296 Parece incrvel que se possa ser to feliz neste mundo, em que tantosempenham em viver tristes porque correm atrs do seu egosmo, como se t

    acabasse aqui em baixo! - No sejas tu um destes... Retifica em cada instant

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    297O mundo est frio, d a impresso de estar adormecido. - Muitas vezes contemplas, do teu observatrio, com olhar abrasador. Que ele acorde, Senh- Orienta as tuas impacincias, na certeza de que, se soubermos queimar benossa vida, atearemos fogo em todos os cantos..., e o panorama mudar.

    298A fidelidade - o servio a Deus e s almas -, que te peo sempre, no entusiasmo fcil, mas o outro: aquele que se conquista pela rua, ao ver o m

    que h que fazer em toda a parte.

    299O bom filho de Deus tem que ser muito humano. Mas no tanto que degenem ordinrio e mal educado.

    300 difcil gritar ao ouvido de cada um com um trabalho silencioso, atravsbom cumprimento das nossas obrigaes de cidados, para depois exiginossos direitos e p-los ao servio da Igreja e da sociedade. difcil..., ma

    muito eficaz.301No verdade que haja oposio entre ser bom catlico e servir fielmen

    sociedade civil. Assim como no h razo para que a Igreja e o Estado entem choque, no exerccio legtimo da sua autoridade respectiva, voltados pamisso que Deus lhes confiou. Mentem - isso mesmo: mentem! os que afirmo contrrio. So os mesmos que, em aras de uma falsa liberdade, querer

    amavelmente que ns, os catlicos, voltssemos s catacumbas.

    302Esta a tua tarefa de cidado: contribuir para que o amor e a liberdadeCristo presidam a todas as manifestaes da vida moderna - a cultura economia, o trabalho e o descanso, a vida de famlia e o convvio social.

    303Um filho de Deus no pode ser classista, porque lhe interessam os problede todos os homens... E procura ajudar a resolv-los com a justia e a cariddo nosso Redentor. J o apontava o Apstolo, quando nos escrevia que, parSenhor, no h discriminao de pessoa, o que no duvidei em traduzir de

    modo: no h seno uma raa dos filhos de Deus!

    304Os homens mundanos empenham-se em que as almas percam quanto ana Deus; e depois, em que percam o mundo... No amam este nosso munexploram-no, espezinhando os outros! - Que tu no sejas tambm vtima dedupla vigarice!

    305H quem viva amargurado o dia inteiro. Tudo lhe causa desassossego. Docom uma obsesso fsica: que essa nica evaso possvel lhe vai durar pou

    Acorda coma impresso hostil e desanimadora de que j tem outra jornada

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    frente. Muitos se esqueceram de que o Senhor nos colocou, neste mundopassagem para a felicidade eterna; e no pensam que s a podero alcanaque caminharem, pela terra, com a alegria dos filhos de Deus.

    306Com a tua conduta de cidado cristo, mostra s pessoas a diferena queentre viver triste e viver alegre; entre sentir-se tmido e sentir-se audaz; eagir com cautela, com duplicidade - com hipocrisia! -, e agir como hom

    simples e de uma s pea. - Numa palavra, entre ser mundano e ser filhoDeus.

    307Eis um erro fundamental de que deves guardar-te: pensar que os costumexigncias - nobres e legtimos - do teu tempo ou do teu ambiente, no podser ordenados e ajustados santidade da doutrina moral de Jesus CrObserva que precisei: os nobres e legtimos. Os demais no tm direitocidadania.

    308 No se pode separar a religio da vida, nem no pensamento nemrealidade cotidiana.

    309De longe - l no horizonte -, parece que o cu se junta com a terra. esqueas que, onde de verdade a terra e o cu se juntam, no teu coraofilho de Deus.

    310 No podemos cruzar os braos, quando uma sutil perseguio conden

    Igreja a morrer de inanio, relegando-a para fora da vida pblica e, sobretuimpedindo-a de intervir na educao, na cultura, na vida familiar. No direitos nossos: so de Deus, e foi Ele que os confiou a ns, os catlicos..., pque os exeramos!

    311 Muitas realidades materiais, tcnicas, econmicas, sociais, polticulturais..., abandonadas a si mesmas, ou em mos dos que no possuem ada nossa f, convertem-se em obstculos formidveis para a vida sobrenatu

    formam como que um campo fechado e hostil Igreja. Tu, por seres cristpesquisador, literato, cientista, poltico, trabalhador... - tens o dever santificar essas realidades. Lembra-te de que o universo inteiro - assim escro Apstolo - est gemendo como que com dores de parto, esperalibertao dos filhos de Deus.

    312No queiras fazer do mundo um convento, poque seria uma desordem... tambm no queiras fazer da Igreja um bando terreno, porque equivaler

    uma traio.

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    313 Que coisa triste ter uma mentalidade cesarista, e no compreendeliberdade dos demais cidados, nas coisas que Deus deixou ao juzo homens.

    314 Quem disse que, para chegar santidade, necessrio refugiar-se nucela ou na solido de uma montanha?, interrogava-se, admirado, um bomde famlia, que acrescentava: Nesse caso, seriam santas, no as pessoas,

    a cela ou a montanha. parece que se esqueceram de que o Senhor nos dexpressamente a todos e a cada um: Sede santos, como meu Pai celestiSanto. - Limitei-me a comentar-lhe: Alm de querer que sejamos santosSenhor concede a cada um as graas oportunas.

    315Ama a tua ptria: o patriotismo uma virtude crist. Mas se o patriotismoconverte num nacionalismo que leva a encarar com frieza, com desprezo - caridade crist nem justia -, outros povos, outras naes, um pecado.

    316No patriotismo justificar delitos... e desconhecer os direitos dos dempovos.

    317 Escreveu tambm o Apstolo que no h distino entre gentio e judcircunciso e incircunciso, brbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo tudo e eem todos. Estas palavras so vlidas hoje como ontem: perante o Senhor, nexistem diferenas de nao, de e raa, de classe, de estado de vida... Cada

    de ns renasceu em Cristo, para ser uma nova criatura, um filho de Deus: tosomos irmos, e temos de comportar-nos fraternalmente!

    318 H j muitos anos, vi com clareza meridiana um critrio que ser semvlido: o ambiente da sociedade, com o seu afastamento da f e da mcrists, precisa de uma nova forma de viver e de propagar a verdade eternaEvangelho: nas prprias entranhas da sociedade, do mundo, os filhos de Dao de brilhar por suas virtudes como lanternas na escurido - quasi lucer

    lucentes in caliginoso loco.319A perene vitalidade da Igreja Catlica garante que a verdade e o esprito

    Cristo no se afastam das diversas necessidades dos tempos.

    320Para seguir as pegadas de Cristo, o apstolo de hoje no vem reformar nae muito menos desentender-se da realidade histrica que o rodeia... - Bastaatuar como os primeiros cristos , vivificando o ambiente.

    321 Tu, que vives no meio do mundo, que s um cidado como os outros, contacto com homens que dizem ser bons ou ser maus...; tu, tens que sent

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    desejo constante de dar aos outros a alegria de que gozas, por seres cristo.

    322 Promulgou-se um edito de Csar Augusto, que manda recensear todoshabitantes de Israel. Maria e Jos caminham para Belm... - No pensaste qSenhor se serviu do acatamento pontual de uma lei para que se cumprisse a profecia? Ama e respeita as normas de uma convivncia honrada e no duvde que a tua submisso leal ao dever ser tambm veculo para que ou

    descubram a honradez crist do amor divino, e encontrem a Deus.

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