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3SUMÁRIO DA DISCIPLINA

Plano da Disciplina ...............................................................................................................................................

UNIDADE I

Texto 1: Tipos de texto .........................................................................................................................................

Texto 2: Idéias principais e secundárias ..............................................................................................................

UNIDADE II

Texto 3: O parágrafo e sua estrutura ...................................................................................................................

Texto 4: Coesão e coerência ................................................................................................................................

Texto 6: Impessoalização do texto .....................................................................................................................

Texto 5: Emprego do vocabulário .......................................................................................................................

Referências Bibliográficas ...................................................................................................................................

Texto 7: Textos técnicos ......................................................................................................................................

Glossário.............................................................................................................................................................................................

Texto 8: Aspectos gramaticais .............................................................................................................................

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Relevância da Disciplina

A disciplina Leitura e Produção de Textos assume um grau de importância bastante elevado em todos oscursos de graduação, especialmente nos cursos da área de humanas. Tanto na vida acadêmica quanto, muito embreve, na vida profissional, você vai precisar escrever: trabalhos, monografias, relatórios, artigos... Enfim,atividades de escrita variadas serão solicitadas, provando, a cada dia, que o domínio da redação será umanecessidade para você.

Além disso, é fundamental escrever bem, corretamente, pois a expressão escrita também é uma forma deavaliar e distinguir bons profissionais.

Os recursos de escrita que você vai aprender aqui serão aplicados, portanto, no decorrer do seu curso einfluenciarão positivamente no seu desempenho profissional.

Objetivo da Disciplina

Levar o aluno a aprimorar seu desempenho no tocante à escritura de textos dissertativos e técnicos, visandoao domínio de recursos lingüísticos que favoreçam este crescimento.

UNIDADE I

Tempo estimado de auto-estudo nesta unidade: 8h/atividades

Objetivos: Diferenciar texto de não-texto; reconhecer texto como unidade comunicativa que pode se apresentarna modalidade escrita ou falada; reconhecer diferentes estruturas textuais: narrativa, descritiva e dissertativa.Estrutura do texto.

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS

PLANO DA DISCIPLINA

Carga Horária Total: 30h/atividades

Créditos: 02

Assuntos Onde encontrar Atividades complementares

Quadro-resumo da unidade

página 14

página 20

Livro indicado:

SABINO, Fernando, et al. Para gostar de ler. SãoPaulo: Ática, 1979. 5v

Texto 1: Tipos de texto

Texto 2: Idéias principaise secundárias – técnicasde resumo

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Assuntos Onde encontrar Atividades complementares

Quadro-resumo da unidade

página 29

página 30

página 32

página 33

página 34

página 36

Livro indicado:

GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto. SãoPaulo, Ática, 1993.

Texto 3 : O parágrafo

e sua estrutura

Texto 4 : Coesão e coerência:articulação do texto

Texto 5: Emprego

do vocabulário

Texto 6: Impessoalização

do Texto

Texto 7: Textos Técnicos

Texto 8: Aspectos

Gramaticais

UNIDADE II

Tempo estimado de auto-estudo nesta unidade: 7h/atividades

Objetivo: Resumir diferentes textos, identificando as idéias principais; identificar idéias secundárias ouirrelevantes em diferentes textos; empregar adequadamente recursos de coesão textual; selecionar o vocabulárioideal a ser empregado em diferentes contextos.

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6 UNIDADE I

Este texto tem o objetivo de mostrar a importância de uma linguagem escrita com reflexão e valorização comomeio de expressão e comunicação.

T E X T O 1 : T i p o s d e t e x t oT E X T O 1 : T i p o s d e t e x t oT E X T O 1 : T i p o s d e t e x t oT E X T O 1 : T i p o s d e t e x t oT E X T O 1 : T i p o s d e t e x t o

Para começarmos a trabalhar com língua escrita,precisamos delimitar o nosso objeto de estudo commais clareza. Quando falamos de “redação”, pensamos,imediatamente, em uma folha de papel em branco, sobrea qual deverá surgir um emaranhado de palavras com“princípio, meio e fim”, versando sobre determinadoassunto. Na tentativa de desfazer, ou melhor, decompreender este emaranhado, partiremos da idéiainicial de que a língua é um meio eficiente de expressãoe comunicação, sendo necessário nos apropriarmosdas suas regras de funcionamento para que possamosser bons usuários deste sistema.

Será objeto central da nossa reflexão o texto escrito,porém, é importante ressaltar que este privilégioatribuído ao texto escrito não traduz uma conseqüentedesvalorização do registro oral como meio de expressãoe comunicação: sabe-se que este se fez necessáriotranscrever ao longo da História, fazendo da escritasua reprodução e possibilidade de repetição e fixação.Contudo, a rica dicotomia oral / escrito, no tocante àdefinição dos limites de um texto, não trazcontribuições imediatas ao trabalho que buscamosdemonstrar, já que nosso objetivo central diz respeitoà análise e à produção de textos escritos.

Uma produção escrita pode ser lida por diferentesleitores, em diferentes épocas e contextos. Enquantoa fala depende de um contexto imediato, a escrita seperpetua além do momento específico em que tenhasido produzida. Assim, o texto escrito assumesignificado de acordo com as interferências do seuleitor que, por sua vez, o lê a partir das característicaspróprias do seu tempo. Tal peculiaridade implica apresença de indicadores precisos do contexto em quese tenha dado a produção da unidade textual,garantindo-lhe maior autonomia. Para que um textoescrito seja eficiente, ele deve ser o mais completopossível. Chegamos, então, às seguintes questões: o

que torna uma mensagem eficiente? Que característicasum texto completo deve possuir?

Vamos às respostas!

Conceito de texto

Para que possamos delimitar a noção de texto escrito,é preciso definir, primeiramente, o que caracteriza umtexto, partindo-se de uma perspectiva mais abrangente:

TEXTO é uma ocorrência lingüística,escrita ou oral, de qualquer extensão,de caráter comunicativo e que possui,sobretudo, uma unidade comunicativae semântica.

Assim, a noção de texto engloba, também, o discursooral, na medida em que este demonstre ser uma unidadede sentido. Trataremos, aqui, especificamente dostextos escritos, nosso objeto de estudo.

Numa concepção abrangente, o significado dapalavra texto remete a qualquer realização que englobeas relações de um discurso, ou seja, o resultado de umprocesso de conjugação de elementos de um sistemapode ser intitulado como texto, o que leva a considerara existência de textos cinematográficos, teatrais,coreográficos, pictóricos e outros. Tal configuraçãoultrapassa as fronteiras da linguagem verbal,emprestando à noção de texto um carátermultidimensional.

Ainda em sentido amplo, texto remete à noção deenunciado, escrito ou oral, longo ou breve, atual ounão. Deste modo, não há limite de extensão mínimo oumáximo, o que possibilita considerar como texto desdeuma frase de uma só palavra até segmentos de grandesproporções, inseridos em contextos específicos. Acontextualização do enunciado determina a suaconfiguração textual.

Palavras–Chave

ReflexãoRedaçãoEscrita

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7Textus, em latim, é o particípio passado do verbo

texere, e já era empregado para indicar o conjuntolingüístico do discurso. O envolvimento entre osdiferentes componentes do texto vem, desde muitotempo, recebendo o tratamento de tecido,demonstrando o caráter de unidade e interação de suaspartes: assim como a trama dos fios compõe o tecido,as partes dos textos estão interligadas, dando origemao sentido.

A noção de um encadeamento discursivo éfundamental para que se possa definir a unidadetextual. O que caracteriza uma ocorrência lingüísticafalada ou escrita, de qualquer extensão, como um textoé o fato de esta ser dotada de uma unidade, tanto noaspecto comunicativo, quanto no aspecto formal.

Percebemos, até aqui, duas premissasbásicas na conceituação de texto: arelação entre os elementos que oconstituem e a interdependência com ocontexto em que está inserido.

A presença explícita ou não de indicadores docontexto aparece em maior ou menor escala de acordocom a natureza do texto e de acordo, ainda, com osseus objetivos principais. Ler e analisar diferentes tiposde texto implica perceber o contexto em que amensagem se coloca. Quando aprendemos a ler,deveríamos, também, ter aprendido a detectar taisindicadores.

É fundamental considerar o texto como esta unidadecompleta, constituída não só de palavras arrumadasem frases, mas também de outros elementos: ascondições de produção, a intenção do texto e osaspectos formais que o compõem devem serconsiderados como elementos constitutivos doconjunto textual.

Devemos nos habituar a “ler” mais doque as palavras ou as frases, fazendouma observação mais sistemática deaspectos inerentes aos diferentes textos:o lugar em que estão escritos, os fins aque se destinam, a relevância deeventuais ilustrações ou outros aspectosgráficos...

Parece oportuno definir o que se está consideradocomo contexto. Afirmar que o leitor interpreta um textotomando por base a influência do contexto indica anecessidade desta reflexão conceitual.

Há duas perspectivas principais que devem serlevadas em conta antes de se definir contexto.

Em primeiro plano, existem diversas relaçõesestabelecidas entre os elementos internosestruturadores de um texto, relações estas que fazemcom que a totalidade se configure como contexto paraa mensagem. Assim a presença de referentes internos,ou seja, que se remetem ao próprio texto, define ocontexto intratextual. (GUIMARÃES, 1990: 9)

Por exemplo, as palavras assumem significado deacordo com o contexto direto em que estão inseridas.Cada palavra tem diferentes nuanças de significadoaplicáveis a diferentes situações. O referente textualestá contido no contexto intratextual, ou seja, na própriaorganização discursiva. O caráter polissêmico demuitas palavras ou expressões ilustra a importânciade se considerar o contexto interno: um mesmovocábulo pode assumir diferentes acepções, de acordocom o lugar em que estiver sendo utilizado.

Por sua vez, o referente situacional se inclui nocontexto extratextual, remetendo-se a dadosextraverbais. As relações estabelecidas entre o texto ea situação comunicativa a que ele pertence constituemo contexto extraverbal (GUIMARÃES, 1990: 11 ). Estecontexto extraverbal determina a compreensão globalda mensagem, na medida em que tais interferênciasexternas juntam-se à estrutura formal para compor otexto. É fundamental que o interlocutor, ou seja, quemestá recendo a mensagem, conheça o universoextralingüístico a que se refere o texto ou que esteúltimo contenha informações suficientes para recompora unidade pragmática em que tenha sido produzido.

Exemplificando: muitas vezes, textos de periódicos,como as manchetes de jornais, só têm poder de impactonum determinado tempo, numa dada situação,perdendo seu caráter de novidade dias depois de teremsido veiculadas como surpresa para os leitores.

Como vimos, contexto é o meio em quea mensagem está inserida, é a rede deinformações que dá sentido ao texto.

Todo o conhecimento de mundo que o homem possuié armazenado de maneira organizada na memória,possibilitando sua imediata ativação sempre que forpreciso.

As palavras só passam a “fazer sentido”quando são associadas à bagagemanterior de cada um, ou seja, é a partirda relação entre o que se aprende e oconhecimento anterior, empírico oucientífico, que se processa uma efetivaleitura ou produção de um texto.

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8Cada indivíduo assimila de modo pessoal os

conhecimentos, tornando única a capacidade deinterpretação e a natureza da memória. Contudo,estando o Homem inserido no mesmo grupo socialque outros, a sua inteligência contém elementos quesão comuns aos de seus semelhantes. É, portanto,imprescindível partilhar esses elementos para que acomunicação possa ser efetivada.

Até agora, foi possível perceber que muitosenunciados são textos, ainda que não se apresentemsegundo uma visão tradicional, escolar. Receitasculinárias, avisos, cartazes, listas, poemas e outrasmodalidades do discurso escrito são textos, escritoscom os mais diversos fins.

A idéia de unidade, portanto, é fundamental para acompreensão do que vem a ser um texto.

Chamamos de textualidade o conjuntode elementos que fazem com que umaseqüência lingüística seja um texto enão um amontoado de frases oupalavras.

Entre os fatores responsáveis pela textualidade estãoas noções de coerência e de coesão. A coerência éresponsável pelo entendimento do texto.

Um texto coerente é aquele que tem umaunidade de sentido que pode sercompreendida num dado contexto,enquanto que a coesão se dá no níveldas relações semânticas entre osenunciados do texto.

A coesão pode ser estabelecida tanto por relaçõesgramaticais – concordância, uso de artigos, pronomes,conjunções, preposições, advérbios, emprego dostempos verbais – como através da escolha lexical –sinônimos, hiperônimos, como veremos em unidadeespecífica mais adiante.

Tipos de Texto

Existem, entre os estudiosos da linguagem, algumasdivergências a respeito da denominação ‘tipos detexto’. Há quem considere ‘tipo de texto’ uma unidadecomunicativa: novela, texto publicitário, editorial,conto, receita, carta, conferência, piada, etc.

A narração, descrição e argumentação seriam os‘modos de organização’ destes textos (cf. Carneiro,

1993: 7). Uma vez que não estamos fazendo estadistinção, usaremos o termo ‘tipos de texto’ comoequivalente a ‘modos de organização textual’ e vamosnos referir aos tipos mais recorrentes: a narração, adissertação/argumentação e a descrição. Estamosconsiderando como textos recorrentes aqueles de maiorcirculação nos manuais de redação e no meio escolar eacadêmico, de um modo geral.

Primeiramente é necessário ressaltar que dificilmenteencontramos uma unidade comunicativa – artigo dejornal, conto, dissertação, carta – que apresenteexclusivamente um tipo de organização textual, emboraestes sejam, em geral, marcados pela predominânciade algum deles. Por exemplo, um advogado de defesausa, em meio a um texto predominantementeargumentativo, uma narrativa que justifica certasatitudes do réu.

Toda unidade comunicativa pode ser analisada a partirde duas visões básicas: a formal e a funcional. Estaúltima, parte da perspectiva do uso, dascircunstâncias, isto é, para que e para quem se fala/escreve e em que situação. Ela se refere aos aspectosexternos à língua e parte de seu funcionamento nacomunicação. A visão formal, por sua vez, valorizaaspectos da estrutura interna da língua. No exemplodo advogado, o tipo predominante, seguindo o critériofuncional, é argumentativo (pois o propósito final doadvogado é argumentar, persuadir), mas podemos dizer,a partir de uma visão formal, que seu discursoapresentou estruturas predominantementeargumentativas, intercaladas por estrutura(s)narrativa(s).

Há, por outro lado, a predominância de estruturas dotipo narrativo em unidades discursivas como a piada,novela, o conto, etc.

De um ponto de vista formal, a narrativa é constituídabasicamente por uma estrutura temporal, os eventossão apresentados de modo linear na sucessão dasorações, de modo que o leitor/ouvinte percebe que otempo muda de um evento para o outro. Já a estruturadescritiva não apresentaria tal linearidade, mas écaracterizada pela presença de verbos estáticos (ser,estar, haver).

A estrutura dissertativa/argumentativa estámarcada pela presença de recursos de expressividade,como os superlativos, comparativos, construçõeshipotéticas e conectivos do tipo ‘apesar de’, ‘por isso’,‘sendo assim’ ou ‘embora’.

Ressaltamos que uma única unidade comunicativa(como, por exemplo, uma carta ou uma entrevista) podeincorporar uma variedade de estruturas textuais.

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9Narração

A narração é a exposição de fatoscronológicos realizada por umnarrador. Estes fatos podem ser reais oufictícios. Os elementos que constituem anarração, segundo Carneiro (1993: 7),são as ações, os personagens e onarrador.

Ainda de acordo com este autor, as ações percorremum caminho que vai desde a abertura - estado deharmonia ou equilíbrio; passa pelo fato narrativo - fasede desequilíbrio; e chega até o fechamento - fase naqual o equilíbrio inicial é recuperado ou surge um novoequilíbrio. Entre a harmonia inicial (ou equilíbrio) e ofato narrativo (desequilíbrio) pode ainda instaurar-seuma fase de suspense, que o autor define como“omissão de informações acrescida de certa passagemde tempo.” (Carneiro, 1993: 7-8)

No ponto de vista de Medeiros (1991: 169), as fasesde uma narração são as seguintes:

1- Criação de uma expectativa

2- Quebra da expectativa com a

criação de um conflito

3- (Tentativa de) resolução do conflito

4- Avaliação - lição de moral

Quanto às estruturas lingüísticas que caracterizamuma narração, temos a presença marcante de verbosde ação, principalmente conjugados no pretéritoperfeito; referência à primeira ou terceira pessoa; e,sintaticamente, as orações são caracterizadas pelajuntura temporal, que é estruturada por meio do usode conectivos temporais (‘quando’, ‘enquanto’,‘depois’, ‘à medida que’, etc.).

No que diz respeito ao foco narrativo, o discursopode ser realizado em 1a pessoa, situação na qual onarrador é um dos personagens; ou em 3a pessoa,quando o narrador apenas faz o papel de observador.

Há ainda um processo de narração que transcendeos acontecimentos exteriores aos personagens eexplora aquilo que se passa em suas introspecções:lembranças, opiniões não verbalizadas. Este modo denarração é conhecido como ‘fluxo de consciência’. Paraexpressar essa mistura entre a narração propriamentedita e o conteúdo da mente dos personagens, o recursogramatical utilizado é o ‘discurso indireto livre’.

Descrição

Como dissemos na introdução desta unidade,dificilmente encontramos um texto que contenhasomente um tipo de estrutura discursiva. Textospredominantemente narrativos geralmente vêmacompanhados de descrições de personagens,ambientes, objetos, enfim, de elementos relevantes aoprocesso de narração, de modo que estes trechosdescritivos ajudam a compor e enriquecer a histórianarrada.

O papel da descrição dentro do textonarrativo é interromper a história parafocalizar algum ser ou psíquicas.

A descrição das particularidades físicas de umapessoa – ou de um objeto – transmite ao receptor a“sensação de uma fotografia” (cf. Medeiros, 1992: 157).

Enquanto a estrutura da narração é baseada nalinearidade de eventos que se sucedem nas orações,nos dando a entender que o tempo muda de um eventopara outro, a estrutura descritiva prescinde de talorganização linear. O que a identifica é a presença depredicados estativos (verbos ser, haver, estar, etc.).Embora possam existir verbos de ação no textodescritivo, não há alteração temporal, isto é, estes nãotransmitem mudança de tempo. Os verbos da estruturadescritiva são geralmente conjugados no pretéritoimperfeito ou no presente do indicativo, e a pessoadiscursiva de uso mais freqüente é a terceira.

Segundo Carneiro (1993: 20), a qualificação de seresrealizada em uma descrição pode ser de dois tipos:

O narrador pode ser classificado como onisciente:ele sabe, de antemão, tudo a respeito da história queconta; ou não-onisciente: o narrador apreende os fatosconforme narra, ou seja, o seu saber se constrói e éadquirido conforme vai sendo desvendado ao leitor.

Quanto à exposição cronológica dos fatos, a narraçãopode apresentar um encadeamento contínuo oudescontínuo. O primeiro se refere a uma sucessão lineardas ações ou fatos narrados, enquanto o segundo dizrespeito a uma seqüência quebrada por uma outraseqüência, por exemplo, através do recurso do flash-back (ou ‘retrocesso temporal’: o narrador faz um corteno encadeamento da história ao voltar ao passadopara apresentar algum fato relevante a esta).

Lembre-se de que a disciplina e o empenho pessoal são peças-chave para seu sucesso no

curso!

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É u m p r o c e s s o q u e s e d á p o r m e i o d ecomparação (ou analogia explícita) - como no exemplo:“Ela é suave como uma flor” - ou metáfora (ou analogiaimplícita) “Ela é uma flor”. [Exemplos nossos.]

Sobre as técnicas de descrição, o autor supracitadoas apresenta de maneira bastante objetiva. Vejamos oque ele diz:

“Há três técnicas descritivas: adescrição pictórica, em que observadore objeto estão imóveis; a descriçãotopográfica, em que o objeto está imóvele o observador em movimento, e adescrição cinematográfica, em queobservador e objeto estão emmovimento.”

(Carneiro, 1993:21)

Encontrando alguma dúvidano decorrer dos estudos, consulte

seu tutor. Ele terá prazer em atendê-lo.

Dissertação/Argumentação

O texto argumentativo difere do texto puramente

dissertativo no sentido de que enquanto este apresenta

fatos, teorias ou princípios com a simples intenção de

informar, no texto argumentativo o expositor pretende

convencer o receptor, persuadi-lo, provar uma idéia,

fazer com que compartilhe da mesma opinião.

Embora existam diferenças, trataremos dos dois tiposde texto neste mesmo item, visto que são muitopróximos e geralmente se misturam nas unidadescomunicativas. Por exemplo, numa monografia ounuma dissertação, o autor necessita ora expor idéias e

O que o locutor quis demonstrar com essa narração?

Um bom argumentador precisa lançarmão de comentários lógicos, ordenaçãode idéias, justificativas, relacionamentode fatos, ou seja, estratégias que visama persuadir, envolver o receptor.

a) Qualificação objetiva:

Pode se referir a informações (qualidades conhecidaspelo autor do texto - exemplo: “Livro que foi compradoem Lisboa”) ou a caracterizações (qualidades própriasao objeto - exemplo: “Livro vermelho”). [Exemplos do autor.]

b) Qualificação subjetiva:

Refere-se às impressões pessoais do autor sobre apessoa ou objeto que está sendo descrito, exemplo:“Livro interessante”. [Exemplos do autor].

Ainda segundo Carneiro (1993: 20), a analogia é umaforma de qualificação muito utilizada entre os autores.Consiste em aproximar as idéias comuns a dois seresque, a princípio, pertencem a domínios distintos.

teorias, ora argumentar, provando a eficácia ouineficácia destas. Logo, estamos focalizando neste itemum tipo de texto que podemos chamar de ‘dissertativo/argumentativo’.

No que diz respeito à argumentação propriamentedita, os autores costumam dividi-la em três partesprincipais:

1) introdução ou asserção inicial; 2) asserções intermediárias ou discussão; 3) asserção final ou conclusão.

A introdução, de acordo com Carneiro (1993: 34), égeralmente baseada em (a) uma afirmação factual, (b)um julgamento ou (c) um testemunho de autoridade.Vejamos um exemplo de cada possibilidade [exemplosnossos]:

(a) Turistas brasileiros preferem viagensinternacionais às nacionais, pois aquelas estão muitomais em conta.

(b) Inglês é mais difícil de se aprender do que francês,por isso considero necessária a revisão dos currículosescolares.

(c) Uma pesquisa científica demonstrou que certosmedicamentos contra o câncer não apresentam efeitoalgum, além de causarem sérios danos ao organismo.

No que toca à estrutura sintático-semântica, o textodissertativo/argumentativo apresenta a proposiçãocomo unidade básica. Estas são organizadas emconstruções subordinadas ou coordenadas, sendobastante explorado o uso de conectivos do tipo‘marcadores argumentativos’ (“por isso”, “ou seja”,“logo”, “no entanto”, “apesar de”, “tendo isto emvista”, etc.). As unidades comunicativas nas quaispredomina esse tipo de texto são as conferências,debates, monografias, discursos jurídicos, editoriaisde jornal, discursos políticos, entre outras.

A argumentação prescinde de um raciocínio lógicoapoiado em fatos evidentes, para que a (tentativa de)persuasão seja eficiente. Por isso, devemos considerar ofato de que, muitas vezes, uma narrativa é um ótimo recursoargumentativo. Quantas vezes lemos ou ouvimos estóriascontadas no meio de uma dessas unidades comunicativas(de intenção eminentemente argumentativa), e nosperguntamos: com que propósito foi contada essa história?

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11Os processos de argumentação mais comuns são a

indução e a dedução. Na indução, parte-se dos fatospara as generalizações: tira-se uma conclusão sobreum grupo a partir de alguns elementos seus. Nadedução, ao contrário, parte-se de uma generalizaçãopara os fatos particulares.

Uma forma comum de dedução é o silogismo, queconsiste em três proposições: duas premissas e umaconclusão:

Todo ser humano é mortal.José é um ser humano.Logo, José é mortal.

Cada proposição possui dois termos que são ligadospor um verbo. Cada termo deve ser utilizado duas vezesno silogismo inteiro, de modo que o silogismo fica, aotodo, com três termos. No exemplo acima os três termossão: ‘ser humano’, ‘mortal’ e ‘José’.

Para que a conclusão de um silogismo seja realmentelógica, além da condição de possuir apenas três termos,existem ainda outras condições: a de que os termosnão sejam ambíguos e a de que as premissas sejamverdadeiras.

Dissertação Informativa e Argumentativa

Os textos dissertativos podem assumir umatendência informativa ou argumentativa, de acordocom os fins a que se propõem. Dizemos “tendência”porque todos os textos, em maior ou menor grau, sãodotados de argumentação, já que esta é intrínseca aoato comunicativo. Contudo, estaremos considerando,para fins didáticos, a intenção predominante em cadaenunciado.

Na dissertação, informativa o autor sepropõe a escrever o que sabe sobredeterminado assunto, abordando fatos,fenômenos ou acontecimentos reais, semexpressar opinião ou juízo de valor.

A principal intenção deve ser expor uma realidade enão levantar hipóteses e comprovar opiniões. Textosde definição, de livros teóricos, apostilas didáticas sãoexemplos desta natureza.

Editoriais, artigos, debates ilustram este tipo de texto.

Quanto à estrutura de organização, os textosdissertativos geralmente se apresentam em três blocos:a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

A introdução apresenta o tema do texto, trazendo asidéias centrais e/ou os argumentos que serãofundamentados em seguida. A leitura da introduçãodeve permitir ao leitor deduzir os caminhos pelos quaiso texto seguirá.

O desenvolvimento explicita as idéias, fundamentahipóteses ou argumentos, explora exemplos, desfiandoa trama iniciada na introdução. Aqui, cabem osrecursos de argumentação, construindo-se uma basede sustentação coerente para os posicionamentosapresentados pelo autor.

A conclusão, naturalmente, aponta para o fechamentodas idéias desenvolvidas na dissertação. Esta partefinal deve retomar a introdução, construindo, assim,uma unidade de sentido.

Esta organização em partes não deve ser entendidacomo receita ou estruturação obrigatória, mas sim, deveservir como orientação para análise e produção detextos. O objetivo de organizar formalmente o textodissertativo traduz uma preocupação com a coerênciae com a unidade.

Por conseguinte, na dissertaçãoargumentativa a intenção primeira é exporum determinado ponto de vista, defenderuma posição diante de um assunto.

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12 TTTTTeeeeexto 2: Idéias principais e secundárias – técnicasxto 2: Idéias principais e secundárias – técnicasxto 2: Idéias principais e secundárias – técnicasxto 2: Idéias principais e secundárias – técnicasxto 2: Idéias principais e secundárias – técnicas

de resumode resumode resumode resumode resumo

É fundamental que saibamos distinguir as idéiascentrais das idéias secundárias de um texto, não sóquando houver necessidade de resumi-lo, comotambém para que se possa identificar os argumentos ehipóteses relevantes em cada situação.

É importante perceber que informação é central eque informação é subsidiária, podendo ser suprimidano momento do resumo de idéias.

Palavras–Chave

Idéias

Resumo

Informação

Principal

Secundárias

Verifiquemos o seguinte exemplo:

Do mesmo jeito que fizeram no ano passado, todosos professores da oitava série, amigos há muito tempo,organizaram uma grande festa, no refeitório do colégio,para comemorar o aniversário do coordenador.

A idéia principal é: Professores organizaram uma festa.

As demais informações são secundárias em relaçãoa esta.

Exercício1. Agora, é a sua vez. Identifique a idéia principal

dos trechos abaixo.

a) Como vem ocorrendo nos últimos meses, osgerentes das agências bancárias do centro da cidadetêm reforçado a segurança nos dias de maiormovimento de dinheiro, na tentativa de diminuir onúmero alarmante de assaltos a banco.

b) Acompanhado de uma grande comitiva formadapor senadores e ministros, o atual Presidente daRepública, candidato à reeleição, inaugurou obras desaneamento básico na região da seca nordestina, tãosofrida por causa da miséria e do desemprego.

c) A LDB, que entrou em vigor há alguns anos atrás,determinou, sem maiores debates ou discordâncias,que o ano letivo tem 200 dias, distribuídos por cadaestabelecimento escolar, em dois blocos de 100 dias cada um.

d) Realizada na última quinzena, uma das pesquisasde opinião revelou que a maioria da população, apesarde já ter escolhido seu candidato à Presidência daRepública, ainda não definiu quem elegerá para oGoverno do seu estado.

Esse texto tem por objetivo mostrar a importância de interpretar um texto e, assim, distinguir suas informaçõespara elaborar um resumo.

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13TESTE SEUS CONHECIMENTOS

1 - Leia as afirmativas abaixo e assinale a respostacerta:

I - Não se pode considerar uma receita culinária comoum texto porque normalmente vem escrita em tópicos.

II - O contexto é fator irrelevante para a compreensãode textos.

III - Um cartaz que contenha avisos é um tipo detexto que tem uma finalidade específica, voltada paraa informação rápida.

IV - Para se considerar um determinado enunciadocomo um texto, é necessário que se efetue , atravésdele, uma ação comunicativa, ainda que esta possaapresentar falhas eventuais.

A ( ) Se só I for verdadeira

B ( ) Se só II for verdadeira

C ( ) Se todas forem verdadeiras

D ( ) Se todas forem falsas

E ( ) Se III e IV forem verdadeiras

2 - Leia as afirmativas abaixo e assinale a respostacerta:

I - Devemos nos habituar a “ler” mais do que aspalavras ou as frases, fazendo uma observação maissistemática de aspectos inerentes aos diferentestextos: o lugar em que estão escritos, os fins a que sedestinam, a relevância de eventuais ilustrações ououtros aspectos gráficos...

II - Contexto é o meio em que a mensagem estáinserida, é a rede de informações que dá sentido aotexto.

III - As palavras só passam a “fazer sentido” quandosão associadas à bagagem anterior de cada um.

IV - É a partir da relação entre o que se aprende e oconhecimento anterior, empírico ou científico, que seprocessa uma efetiva leitura ou produção de um texto.

A - Se só I for verdadeira

B - Se só II for verdadeira

C - Se todas forem verdadeiras

D - Se todas forem falsas

E - Se III e IV forem verdadeiras

3 - Qual dos segmentos abaixo não pode serconsiderado como um TEXTO ? Marque:

A - O esporte une nações do mundo inteiro. Destemodo, nas escolas públicas, é preciso oferecer umensino de qualidade. Coloque as duas colheres defarinha de trigo e mexa até levantar fervura, porém ogoverno tem realizado obras de saneamento básicoem algumas comunidades carentes.

B - Praia. Restaurante de frutos do mar. Chopinho nabeira da praia. Temperatura elevada. Pouca roupa.Mulheres bonitas. Verão no Rio.

C- PARE ( Aviso em placa de trânsito )

D - Atenção: prazo de renovação de matrícula até 16/8.

E - O FUMO FAZ MAL À SAÚDE

4 - Leia as afirmativas abaixo e assinale:

I -A idéia de unidade não é premissa obrigatória paraa compreensão do que vem a ser um texto.

II - Chamamos de textualidade ao conjunto deelementos que fazem com que uma seqüêncialingüística seja um texto e não um amontoado de frasesou palavras.

III - Entre os fatores responsáveis pela textualidadeestão as noções de coerência e de coesão. A coerênciaé responsável pela ligação entre os termos - frases,palavras e expressões – que compõem o texto.

IV - Um texto incoerente é aquele que tem uma unidadede sentido que pode ser compreendida num dadocontexto, enquanto que a coesão se dá no nível dasrelações semânticas entre os enunciados do texto.

A - Se só I for verdadeira.

B - Se só II for verdadeira.

C - Se todas forem verdadeiras.

D - Se todas forem falsas.

E - Se III e IV forem verdadeiras.

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14Leia o texto abaixo, que foi retirado do Jornal do Brasil:

Analogias – Veríssimo

Toda aproximação de Copa do Mundo é este sofrimento. A Seleção é como um filho com problemas que nãonos deixa dormir, pensando no que vai ser dele. E como o Brasil foi a todas as Copas, já passamos por estaangústia muitas vezes. É uma angústia com pedigree, passado e folclore. Temos tanta experiência em sofrer coma Seleção antes das Copas que desenvolvemos uma espécie de código, uma linguagem de analogias simultâneas.Se você disser “Tá parecendo 66”, todo mundo – ou pelo menos todo mundo da sua idade – saberá que vocêse refere a uma grande bagunça que precedeu a um grande vexame, talvez o último delírio infantil do futebolbrasileiro. Depois, ficamos infanto-juvenis. 66 foi o ano da euforia em que, ainda sob efeito do bicampeonato domundo conquistado no Chile, convocaram 44 jogadores para decidir, numa competição maluca, quem iria paraa Inglaterra para o fiasco. Agora não está parecendo 66, se bem que um espírito mais crítico poderia dizer que aúnica diferença é que em 66 chamaram 44 de uma vez só e não em convocações separadas, como vem fazendoo Zagalo.

Mas uma longa tradição de angústia pré-Copa tem suas vantagens. Como nos angustiamos da mesma formatanto antes dos fracassos como antes das vitórias? (alguma seleção nos desanimou mais do que a de 1994?), jásabemos que os prenúncios de tragédia nem sempre se confirmam. E como temos todos esses precedentes namemória, podemos nos precaver contra a repetição da história. Longe de mim sugerir que Zagalo é um dissimuladora esse ponto, mas alguém pode ter sentido um cheiro de 1982 no ar e decidido que a analogia é perigosa. Em 1982nosso time era tão bom e o triunfalismo era tamanho que disputar a Copa da Espanha parecia apenas umaformalidade aborrecida, pois já éramos campeões antes de tocarem os hinos. E o melhor time que o Brasil já teveperdeu para a sua própria presunção. Se esse vexame americano de agora foi premeditado, deu certo. A Seleçãovai completar sua preparação para a Copa num saudável clima de pessimismo total. Parreira saiu de uma derrotapara a Bolívia – lembra? – para ganhar a Copa de 1994. Zagalo pode ter escolhido a sua Bolívia.

Refletindo acerca da conceituação de texto e de contexto que estudamos, responda às questões que se seguem,com o objetivo de analisar a relação do texto de Veríssimo com o contexto em que foi produzido.

5 - Em que época este texto foi publicado? C -Técnico, escalação, resultados da SeleçãoBrasileira, nas vezes em que foi campeã do mundo.

D - Técnicos e resultados da Seleção Brasileira,desde 66.

E - Escalação, resultados da Seleção Brasileira emtodas as Copas do Mundo.

7-No primeiro parágrafo, o autor faz referência aum elemento comum entre ele e seu leitor. Assinale otrecho que comprova esta afirmativa.

A - “ Toda aproximação de Copa do Mundo é estesofrimento.”

A - Em 1994.

B - Em 2005, antes das eliminatórias da Copa 2006.

C - Nos anos 80

D - Durante a preparação para a Copa de 98.

E - Durante a preparação para a Copa de 94.

6 - Que informações o leitor deve conhecer para quepossa entender o texto ?

A - Nenhuma, o texto traz todas as informaçõesnecessárias à boa compreensão.

B - Técnico, escalação, resultados da SeleçãoBrasileira em todas as Copas do Mundo.

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15B - “ A Seleção é como um filho com problemas que

não nos deixa dormir, pensando no que vai ser dele.”

C - “ Temos tanta experiência em sofrer com a Seleçãoantes das Copas que desenvolvemos uma espécie decódigo, uma linguagem de analogias simultâneas.”

D - “ Depois, ficamos infanto-juvenis.”

E - “ 66 foi o ano da euforia em que, ainda sob efeitodo bicampeonato do mundo conquistado no Chile,convocaram 44 jogadores para decidir, numacompetição maluca, quem iria para a Inglaterra para ofiasco.”

8 - Este texto tem, hoje, o mesmo sentido da época emque foi publicado ? Por quê? Assinale a melhorresposta:

A - Sim. Porque continuamos a sofrer com odesempenho da seleção brasileira.

B - Não. Porque apesar das semelhanças entre asdiferentes seleções e os diferentes técnicos, a situação,o contexto é outro.

C - Não. Porque Zagalo se aposentou.

D - Sim. Porque Zagalo continua a ser o técnico e aconvocar vários jogadores para a Copa.

E - Sim. Porque os textos não mudam de sentidoconforme a época em que são lidos.

9 - Observe as seguintes manchetes de jornal eassinale a opção em que a data de publicação NÃOcondiz com a mensagem:

A - Brasil decepciona e França é campeã do mundo –JB – 13/7/98.

B - Venda das Teles enfrenta 50 ações – JB – 14/7/98.

C - Ladrões arrombam12 empresas em prédios noCentro do Rio – JB – 14/7/98.

D - Lula diz que eleição presidencial voltou ao zero –14/6/05.

E - Papa morre em seu quarto no Vaticano – 03/04/05.

10 - Observe as seguintes manchetes de jornal eassinale a opção em que a notícia poderia ter sidopublicada em anos diferentes:

A - Brasil decepciona e França é campeã do mundo.

B - Lula é eleito presidente do Brasil.

C - Ladrões arrombam 12 empresas em prédios nocentro do Rio.

D - Lula diz que eleição presidencial voltou ao zero.

E - Papa morre em seu quarto no Vaticano.

Gabarito

1 - E; 2 - C; 3 - A; 4 - B; 5 - D; 6 - D; 7 - C; 8 - B; 9 - D; 10 - C

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16Unidade I: Auto-Avaliação

1) Assinale (F) para as alternativas falsas e (V) para as verdadeiras:

( ) Não se pode considerar uma receita culinária como um texto porque normalmente vem escrita em tópicos.

( ) Um cartaz que contenha avisos é um tipo de texto que tem finalidade específica, voltada para a informaçãorápida.

( ) O contexto é fator irrelevante para a compreensão de textos.

( ) Para se considerar determinado enunciado como um texto, é necessário que se efetue, através dele, umaação comunicativa, ainda que esta possa apresentar falhas eventuais.

2) Qual dos segmentos abaixo não pode ser considerado como um TEXTO? Justifique sua resposta, a partir dadefinição de texto que você leu.

a) O esporte une nações do mundo inteiro. Deste modo, nas escolas públicas, é preciso oferecer um ensino dequalidade. Coloque as duas colheres de farinha de trigo e mexa até levantar fervura, porém o governo temrealizado obras de saneamento básico em algumas comunidades carentes.

b) Praia. Restaurante de frutos do mar. Chopinho na beira da praia. Temperatura elevada. Pouca roupa. Mulheresbonitas. Verão no Rio.

3) Leia o texto abaixo, que foi retirado do Jornal do Brasil:

Analogias – Veríssimo

Toda aproximação de Copa do Mundo é este sofrimento. A Seleção é como um filho com problemas que nãonos deixa dormir, pensando no que vai ser dele. E como o Brasil foi a todas as Copas, já passamos por estaangústia muitas vezes. É uma angústia com pedigree, passado e folclore. Temos tanta experiência em sofrer coma Seleção antes das Copas que desenvolvemos uma espécie de código, uma linguagem de analogias simultâneas.Se você disser “Tá parecendo 66”, todo mundo – ou pelo menos todo mundo da sua idade – saberá que vocêse refere a uma grande bagunça que precedeu a um grande vexame, talvez o último delírio infantil do futebolbrasileiro. Depois, ficamos infanto-juvenis. 66 foi o ano da euforia em que, ainda sob efeito do bicampeonato domundo conquistado no Chile, convocaram 44 jogadores para decidir, numa competição maluca, quem iria paraa Inglaterra para o fiasco. Agora não está parecendo 66, se bem que um espírito mais crítico poderia dizer que aúnica diferença é que em 66 chamaram 44 de uma vez só e não em convocações separadas, como vem fazendoo Zagalo.

Mas uma longa tradição de angústia pré-Copa tem suas vantagens. Como nos angustiamos da mesma formatanto antes dos fracassos como antes das vitórias? (alguma seleção nos desanimou mais do que a de 1994?), jásabemos que os prenúncios de tragédia nem sempre se confirmam. E como temos todos esses precedentes namemória, podemos nos precaver contra a repetição da história. Longe de mim sugerir que Zagalo é um dissimuladora esse ponto, mas alguém pode ter sentido um cheiro de 1982 no ar e decidido que a analogia é perigosa. Em 1982nosso time era tão bom e o triunfalismo era tamanho que disputar a Copa da Espanha parecia apenas umaformalidade aborrecida, pois já éramos campeões antes de tocarem os hinos. E o melhor time que o Brasil já teveperdeu para a sua própria presunção. Se esse vexame americano de agora foi premeditado, deu certo. A Seleçãovai completar sua preparação para a Copa num saudável clima de pessimismo total. Parreira saiu de uma derrotapara a Bolívia – lembra? – para ganhar a Copa de 1994. Zagalo pode ter escolhido a sua Bolívia.

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17Refletindo acerca da conceituação de texto e de

contexto que estudamos, responda às questões quese seguem, com o objetivo de analisar a relação dotexto de Veríssimo com o contexto em que foiproduzido.

a)Em que época este texto foi publicado?

b) Que informações o leitor deve conhecer para quepossa entender o texto?

c) Comente o título do texto, ressaltando anecessidade de autor e leitor compartilharem algunsconhecimentos.

d) No primeiro parágrafo, o autor faz referência a umelemento comum entre ele e seu leitor. Destaque otrecho que comprova esta afirmativa.

e) Este texto tem, hoje, o mesmo sentido da época emque foi publicado? Por quê?

4) Observe as seguintes manchetes de jornal:

I - BRASIL DECEPCIONA E FRANÇA É CAMPEÃDO MUNDO – JB – 13/7/98

II - VENDA DAS TELES ENFRENTA 50 AÇÕES – JB– 14/7/98

III - LADRÕES ARROMBAM 12 EMPRESAS EMPRÉDIOS NO CENTRO – JB – 14/7/98

IV - LULA DIZ QUE ELEIÇÃO VOLTOU AO ZERO –14/7/98

a) Determine em que contexto cada uma dasmanchetes foi escrita.

b) Qual delas tem menor dependência da época emque o fato ocorreu?

5) Vimos que ‘fluxo de consciência’ é um processode criação de narrativa através da qual o escritor temacesso à mente de seus personagens e mostra ao leitoro que se passa nas introspecções destes. Em suma: avoz do narrador se mistura com os pensamentos dopersonagem. Sublinhe, nos trechos abaixo, as

passagens que refletem este processo de criaçãotextual:

a) Pegou uma tesoura: era triste, era uma judiação,mas era preciso: cortou as asinhas; assim o bichopoderia andar solto no quintal, e nunca mais fugiria.

Depois foi lá dentro fazer uma coisa que estavaprecisando fazer...

(In: Braga, 1975: 292)

b) Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:

_ Senhor Presidente: não sou daqueles que...

O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudoindicava o plural. No entanto podia perfeitamente sero singular...

(In: Sabino, 1979, IV: 35)

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186) Escreva (1a) para narrador em primeira pessoa e

(3a) para narrador em terceira pessoa:

a) (____) A primeira vez que vi o mar eu não estavasozinho. Estava no meio de um bando enorme demeninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar.

(In: Braga, 1975: 30)

b) (____) A velha Totonha de quando em vez batiano engenho. E era um acontecimento para a meninada.Ela vivia de contar histórias...

(In: Rego, 1980: 49-51)

7) Classifique os trechos abaixo quanto à modalidadede descrição:

(1) Física: aspectos concretos – visuais, táteis,auditivos, olfativos ou gustativos.

(2) Psíquica: aspectos psicológicos / comportamentais.

a)( ) ...vi-o passar com suas calças brancasengomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. (...)Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bemesticadas. A gravata de cetim preto, com um arco deaço por dentro, imobilizava-lhe o pescoço; era entãomoda. (In: Assis, 1979: 812)

b) ( ) Nem à noite a pobre descansa: levanta-se pelamadrugada e abre a porta do fundo, cautelosamente.(...) Daí a pouco está a criatura resmungando, fazendocoisas intermináveis. (In: Ramos, 1981: 30-31)

8) Volte aos conceitos de qualificação objetiva esubjetiva e classifique, conforme a numeração, o tipode qualificação utilizado nas frases abaixo:

(1) descrição por meio de qualificação SUBJETIVA

(2) descrição objetiva por meio de

CARACTERIZAÇÕES

(3) descrição objetiva por meio de INFORMAÇÕES

a) Ele usa uma bonita camisa. ( )

b) Ele usa uma camisa bordada. ( )

c) Eu tinha um terno elegante. ( )

d) O terno do rapaz foi confeccionado em Milão. ( )

e) Aquela mulher é simpática. ( )

f) Aquela mulher é atraente. ( )

g) Aquela mulher está usando um vestido colorido. ( )

h) O vestido foi feito à mão. ( )

i) O vestido já havia pertencido a sua mãe. ( )

j) Sua mãe era uma pessoa muito agradável. ( )

9) A qualificação subjetiva pode necessitar deexplicitações no texto, a fim de dar o exato significadoao termo empregado. Explicite os adjetivos emdestaque, conforme o modelo.

Era um dia fantástico para o passeio.

Era um dia fantástico para o passeio, com o bom tempoque fazia.

a) Fui visitar aquela exposição interessante dosquadros de Picasso.

b) O filme me pareceu medíocre.

c) O professor é excelente.

d) O resultado das provas foi surpreendente.

e) O Brasil está numa difícil situação econômica.

(Extraído de Carneiro 1993:33/ Unidade 2; exercício 30)

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1910) Classifique as técnicas descritivas usadas no

texto a seguir, de autoria de Lygia Fagundes Telles,segundo o código:

( 1 ) pictórica( 2 ) topográfica( 3 ) cinematográfica

a) “Em redor, o vasto campo. Mergulhando em névoabranda, o verde era pálido e opaco. Contra o céuerguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciamrecortados a faca. Espetando na ponta da pedra maisalta, o sol espiava através de uma nuvem.” ( )

b) “Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À medidaque avançava, as casas iam rareando, modestas casasespalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios.No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali porum mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda.A débil cantiga infantil era a única nota viva naquietude da tarde.” ( )

c) “Olhou o objeto por detrás do sofá. Deu a volta eaproximou-se da mesa. Lentamente, pegou o globo egirou-o entre os dedos, examinando a base pintalgadade cristais vermelhos e verdes.” ( )

(Extraído de Carneiro 993: 27/ Unidade 2; exercício 17)

11) Complete cada raciocínio silogístico com umaconclusão:

a) O técnico precisa convocar um jogador veloz.

O jogador de camisa 4 é bastante veloz.

b) Quem não é bom comunicador não deve serapresentador de programas.

Aquela dançarina não é boa comunicadora.

c) Um bom sistema educacional é pré-requisito paracompetir-se em um mundo globalizado.

O Brasil não possui um bom sistema educacional.

12) Complete o raciocínio de cada item de acordocom o conectivo:

a) Os flagelados do Nordeste sofrem com a seca, porisso...

b) Apenas cinco homens vigiam a Floresta da Tijuca,então...

13) Escreva dois argumentos que justifiquem cadaum dos comentários:

a) As leis de trânsito devem ser respeitadas.

b) Não deveríamos jogar lixo no chão.

14) Classifique as asserções abaixo como baseadas em:

(1) Fato (asserção factual)(2) Julgamento(3) Testemunho de autoridade

a) ( ) Segundo as estatísticas oficiais, o índice deanalfabetismo no país permanece bastante expressivo.

b) ( ) A violência nas grandes cidades ainda é umgrave problema, por isso, entre outras soluções, apolícia deveria ser melhor preparada.

c) ( ) O técnico deste time está errado em terconvocado este jogador, que é justamente o pior. Otécnico deveria ser demitido.

Dúvidas?

Entre em contato com seu monitor.

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2015) Os trechos a seguir descrevem pessoas. Sublinhe

com um traço os elementos caracterizadores dedescrição física e com dois traços os caracterizadoresde descrição psíquica.

a) “A dona era uma velha balofa, de peruca maisnegra que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijamade seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertasde uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascadonas pontas encardidas.” (Lygia Fagundes Telles)

b) “Zeca era pequeno, nervoso, tez baça e magríssimo.Nunca vi ninguém mais magro. Magro assim, só quemestá nas últimas. Mas o Zeca era magro assim e tinhaum porte, uma vivacidade de rapaz com perfeita saúde.Esse contraste era coisa surpreendente.” (ManuelBandeira)

(Extraído de Carneiro 1993: 26/ Unidade 2; exercício 14)

16) Neste exercício, você observará duas estratégiasde descrição: a que enfatiza o ser e a que enfatiza aqualidade deste ser. Transfira a ênfase das expressõesabaixo do nome para a qualidade, transformando osadjetivos em substantivos. Siga o modelo:

A criança dócil. A docilidade da criançaa) A mulher bela.

b) A aluna inteligente.

c) O homem covarde.

d) O comentário inconveniente.

e) O menino inocente.

f) A mãe desesperada.

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21UNIDADE II

Este texto trata da importância de se obedecer a uma estrutura de um texto. O parágrafo estabelece determinadasregras que fazem um texto ser bem elaborado.

TTTTTeeeeexto 3: O parágrafo e sua estruturaxto 3: O parágrafo e sua estruturaxto 3: O parágrafo e sua estruturaxto 3: O parágrafo e sua estruturaxto 3: O parágrafo e sua estrutura

O parágrafo é um grupo de frases que se relacionamentre si no desenvolvimento de um tópico e que, porisso, são ligadas por uma linha de pensamentocontínua. Fisicamente, ele é indicado pela primeira linhainiciada um pouco mais à direita do que as linhasrestantes.

Um parágrafo possui três características básicas:

1- Tópico de parágrafo: também chamado de frase-tópico ou frase-núcleo. A idéia central de um parágrafodeve ser expressa por uma frase de preferência curta eobjetiva localizada no início ou próxima ao início doparágrafo.

Um parágrafo bem escrito apresenta um único tópicoque anuncia o assunto a ser comentado. O tópico nãocoincide necessariamente com o título (se houver um)do texto, visto que um texto pode apresentar váriosparágrafos, cada qual com seu tópico.

2- Unidade: todas as frases devem ter uma conexãodireta com a idéia central, devendo ser evitado todotipo de digressão. Um parágrafo caracterizado pelaunidade não contém frases irrelevantes.

3- Coerência: todas as frases devem ser claramentedispostas numa seqüência lógica através do uso dosconectivos mais apropriados. Para atingir a coerência,podemos dar uma ordem lógica ao texto a partir devários critérios, dependendo do assunto e daabordagem que escolhemos:

a) ordem cronológica: o conteúdo do parágrafo segue

Palavras–Chave

Estrutura

Parágrafo

Frase – tópico

Frase – núcleo

Unidade

Coerência

Dúvidas?

Entre em contato com seu monitor.

uma linha do tempo imaginária;

b) do geral para o específico: este é um bom recurso,pois está baseado no raciocínio dedutivo;

c) do específico para o geral: este deve ser um recursoa ser utilizado com cautela, já que as generalizações(raciocínio indutivo) muitas vezes não correspondemà realidade.

Não nos deteremos mais à questão da coerênciaporque esta será tratada no próximo texto juntamentecom a coesão, já que são assuntos intimamenterelacionados e indispensáveis à estruturação ecompreensão de um texto.

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22TTTTTeeeeexto 4: Coesão e coerênciaxto 4: Coesão e coerênciaxto 4: Coesão e coerênciaxto 4: Coesão e coerênciaxto 4: Coesão e coerência

Este texto mostra a importância da coesão e coerência. Uma palavra pode modificar o sentido de uma frasepodendo torná-la sem coerência. Seguem algumas regras para não errar.

A presença de coesão e de coerência é essencial àformulação de um texto bem articulado e, por isso,facilita a transmissão da mensagem e a conseqüenteinterpretação por parte do receptor.

No que se refere à distinção entre coesão e coerência,podemos dizer que, a grosso modo:

A coerência está no campo da relaçãoentre os significados, as idéias de umtexto, enquanto a coesão se refere àforma, pontuação e estruturação depalavras e frases dentro dele.

Porém, a seguinte ressalva deve ser feita: muitasvezes é difícil a tarefa de separar um processo do outro,pois, se por um lado, o uso correto de mecanismos decoesão textual facilita a transição de idéias de umafrase à outra (coerência), por outro, um texto sem coesãoresulta na perda da coerência. Em “Acordei cedo paranão me atrasar, porém cheguei cedo”, o conectivo nãofoi bem empregado, causando um estranhamento àfrase e dificultando seu processamento por parte doreceptor (coerência). Se o conectivo utilizado fosse“por isso”, os dois problemas seriam resolvidos deuma só vez.

A outra face da relação coesão/coerência é podermosencontrar frases bem articuladas do ponto de vista dacoesão, mas cuja coerência não conseguimos captar,como em “Era uma casa muito estranha, pois havia um

homem nela.” (Redação de aluno de 6a. série). Nesteexemplo, apesar de termos uma forma bem estruturada,as idéias não fluem: o simples fato de haver um homemno interior da casa não a torna estranha.

Assim, a coerência é definida normalmente como aausência de contradições em um texto e a presença deordem e inter-relação entre os comentários deste.

Quanto à coesão, existem alguns mecanismos básicosque garantem o encadeamento semântico das frasesde um texto. Primeiramente, tomemos o seguinteexemplo:

“O ex-presidente Itamar Franco almoçou com o amigoJosé Aparecido no Rio e encontrou-se com parentes.Lá, ele voltou a criticar a equipe econômica do governofederal.” (Adaptado de O Globo, 07/06/98, p.13)

1- Coesão por referência pronominal: pronomesdemonstrativos, pessoais, relativos, adverbiais eoutros são freqüentemente utilizados na retomada deuma informação previamente citada no texto,colaborando com o fluxo de idéias. No exemplo temos:o pronome adverbial “lá”, que recupera “no Rio”, e opronome pessoal “ele”, referente a “o ex-presidenteItamar Franco”. Outra possibilidade de uso de pronomeadverbial seria: “O ex-presidente Itamar Franco viajouao Rio, onde almoçou com o amigo José Aparecido eencontrou-se com parentes.”

2- Coesão por elipse: na oração “... e encontrou-secom parentes”, o sujeito não aparece explicitamente,mas o leitor consegue retomá-lo para interpretá-la,voltando à oração anterior. Ou seja, está subentendidoque “o ex-presidente Itamar Franco” é o sujeito elípticodesta oração.

3- Coesão pelo uso de sinônimos: um recursobastante utilizado para evitar a repetição de palavras eexpressões é a sinonímia: substituição destas palavraspor termos análogos. Adaptando o exemplo acima,teríamos: “O ex-presidente Itamar Franco almoçou como amigo José Aparecido no Rio e encontrou-se comparentes. Na cidade maravilhosa, ele voltou a criticara equipe econômica do governo federal.” Outroexemplo: “O presidente esteve recentemente emWashington. Esta foi a primeira visita não agendadade um presidente do Brasil à capital dos EUA.”(Adaptado de O Globo, 07/06/98, p. 10).

Palavras–Chave

Coerência

Coesão

Formulação

Transmissão damensagem

Interpretação

Interrelação

Encadeamentosemântico

Articulação do texto

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234- Coesão pelo uso de hiperônimos: os hiperônimos

são um tipo de sinônimo. Por isso, são tambémchamados de sinônimos superordenados. Ohiperônimo diz respeito à classe ou ao gênero dapalavra retomada: gato/animal; violão/instrumento;física/ciência; etc. No texto acima, poderíamos ter: “Oex-presidente Itamar Franco almoçou com o amigo JoséAparecido no Rio e encontrou-se com parentes.Naquela cidade, ele voltou a criticar a equipeeconômica do governo federal.” Logo, o referente ‘Rio’é retomado no texto através de seu hiperônimo:‘cidade’.

5- Coesão pelo uso de metonímia: ao usar esta figurade linguagem, o autor se refere a uma parte do elementopara designar o elemento em seu todo. Em textosjornalísticos é muito comum esse tipo de recurso. Porexemplo, ‘Brasília’ e ‘Planalto’ são muitas vezesredigidas significando o governo do Brasil, enquantoa expressão ‘Casa Branca’ é utilizada na referência aogoverno dos EUA. Exemplo: “O presidente FernandoHenrique visita os EUA. Segundo a Casa Branca, oencontro com o presidente norte-americano seráinformal.” (Adaptado de O Globo, 07/06/98, p. 10)

6- Coesão por meio de substituição por expressõesresumitivas: uma das estratégias mais eficientes decoesão consiste em retomar predicados extensossubstituindo-os por outros mais curtos, como em:“Políticos aliados ao governo sugerem que opresidente reduza o ritmo de suas viagensinternacionais, mas é muito improvável que ele o faça.”(Adaptado de O Globo, 07/06/98, p. 10)

7- Coesão por meio de redução: se o referente de quetrata o texto for composto por duas ou mais palavras,este poderá ser retomado utilizando-se uma de suaspartes. Exemplo: “O ex-presidente Itamar Francoalmoçou com o amigo José Aparecido no Rio eencontrou-se com parentes. Lá, Itamar voltou a criticara equipe econômica do governo federal.” (Adaptadode O Globo, 07/06/98, p.13)

8- Coesão por meio de ampliação: estratégia inversaà redução, a ampliação consiste em retomar umreferente que havia aparecido no texto, em forma desigla ou com apenas uma palavra, e estendê-lo.Exemplo: “Itamar almoçou com o amigo José Aparecidono Rio e encontrou-se com parentes. Lá, o ex-presidente Itamar voltou a criticar a equipe econômicado governo federal.” (Adaptado de O Globo, 07/06/98,p.13).

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24 TEXTO 5: Emprego do vocabulárioTEXTO 5: Emprego do vocabulárioTEXTO 5: Emprego do vocabulárioTEXTO 5: Emprego do vocabulárioTEXTO 5: Emprego do vocabulário

Este texto mostra a importância de se saber empregar o vocabulário. O seu uso incorreto modifica todo umtexto, perdendo a sua coerência e podendo ocorrer graves erros de coesão.

Este item também se insere no conjunto de cuidadosque um autor deve tomar para garantir a coerência ecoesão do texto que escreve, pois uma inadequaçãodo vocabulário prejudica os dois processos textuais.Vejamos alguns problemas:

Para começar, a escolha equivocada de uma palavrapode acarretar incoerência ao texto, como na frase aseguir: “A estrela convivia no céu sozinha.”

Em segundo lugar, as palavras de sentido muitoamplo, como os verbos ‘ter’, ‘fazer’ e ‘pôr’, devem serpreteridas pelas mais específicas:

“Ele teve uma conclusão.” -> Ele chegou a umaconclusão.

O erro mais comumente encontrado emredações, no entanto, é o que podemoschamar de redundância lexical, isto é,a repetição desnecessária da mesmapalavra ou conjunto de palavras, quegera a desatenção e fadiga do leitor.

Daí, pode-se dizer que redundância é um defeito decoesão, que por sua vez causa problemas deprocessamento da mensagem (coerência) por parte doreceptor.

Repare o efeito ora cômico, ora de cansaço provocadopela repetição de palavras nos exemplos abaixo,retirados de redações produzidas por alunos de EnsinoFundamental e Médio:

a) Palavras idênticas:“Todo mundo agora tem medo de ficar nesteponto porque tem medo que aconteça outroacidente.”

“Ele foi subir em cima da igreja para pegar umapipa que caiu em cima da igreja.”

b) Palavras sinônimas contíguas:“Às vezes eu me interrogo e me pergunto: “Porque isso aconteceu?”

c) Palavras de mesmo radical contíguas:

“Então ela pediu um pedido.”

O autor deve estar sempre atento para evitar essetipo de erro, que certamente não é exclusivo a alunosdo Ensino Fundamental e Médio, mas é encontradoem memorandos, monografias, relatórios edissertações, ou seja, textos escritos por profissionais

com nível superior.

Além de o autor procurar ter cuidado na seleção daspalavras que utiliza, ele deve utilizar os mecanismosde coesão textual.

Vocabulário

Processos textuais

Verbos

Redundância lexical

Palavras–Chave

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25

Muitas vezes, para evitarmos redudâncias, torna-senecessário impessoalizar um texto, ou seja, omitir seusagentes, numa operação que tornará a informação maisenxuta e precisa.

Em textos como:

Pintores pintaram a casa por dentro e por fora.Encanadores reviram todo o encanamento.Azulejistas trocaram os azulejos avariados.

A redundância é flagrante, já que os sujeitos verbaissão óbvios. Sendo assim, não há a menor necessidadede explicitar agentes como pintores, encanadores eazulejistas. Devemos, pois, para impessoalizar o texto,descartá-los. No entanto, o procedimento nãoconsistirá na simples exclusão do sujeito, o queconfiguraria uma estrutura comum na oralidade.

Pintaram a casa por dentro e por fora.

Para termos um texto mais adequado, podemos utilizaro recurso da voz passiva utilizando o verbo auxiliarser:

A casa foi pintada por dentro e por fora. Todo oencanamento foi revisto. Foram trocados os azulejosavariados.

Uma das principais funções da voz passiva éjustamente permitir o descarte dos agentes. Para tanto,a utilização da voz passiva com o verbo ser não é aúnica opção; podemos utilizar a passiva pronominalcom o pronome se:

Pintou-se a casa por dentro e por fora. Reviu-se oencanamento. Trocaram-se os azulejos avariados.

É preciso muita atenção neste caso, pois apesar de osujeito ficar posposto, ele ainda concorda com o verbo.

Em outras situações textuais, como na utilização do

tempo presente, para impessoalizar o texto, podemosrecorrer ainda ao auxílio de verbos como dever, eteremos a forma

A casa deve ser pintada por dentro e por fora. Oencanamento revisto. Os azulejos avariados devemser trocados.

O agente impessoalizado, neste caso, fica sendo opróprio leitor do texto, que deverá seguir as instruções.Uma outra maneira de se impessoalizar textos destetipo é utilizar o modo imperativo ou o infinitivo doverbo, que nos darão as seguintes versões,considerando o exemplo aqui utilizado:

Pinte a casa por dentro e por fora. Reveja oencanamento. Troque os azulejos avariados.

e

Pintar a casa por dentro e por fora. Rever oencanamento. Trocar os azulejos avariados.

Será possível, ainda, conjugar os dois procedimentos:o uso da voz passiva com o verbo ser, ou com opronome se, com o imperativo, produzindo mais duasversões.

- passiva com ser + imperativo:

Seja pintada a casa por dentro e por fora. Sejarevisto o encanamento. Sejam trocados os azulejosavariados.

- passiva com se + imperativo:

Pinte-se a casa por dentro e por fora. Reveja-se oencanamento. Troquem-se os azulejos avariados.

É importante ressaltar que estes últimosprocedimentos são utilizados por discursosespecíficos, como o estilo religioso-bíblico, no primeirocaso, e o estilo jurídico, no segundo.

TEXTO 6: ITEXTO 6: ITEXTO 6: ITEXTO 6: ITEXTO 6: Impessoalização do textompessoalização do textompessoalização do textompessoalização do textompessoalização do texto

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26Faz-se necessário dominar esses recursos de

impessoalização do agente, pois, em inúmerasocasiões, você terá necessidade deles.

Propostas de exercícios (para a AUTO-AVALIAÇÃO)

1) Construa duas versões do texto abaixo. Na primeiradelas, descarte os agentes, utilizando a voz passivacom ser. Na segunda delas, faça o mesmo, utilizando apassiva com o pronome se.

A construtora concretou a laje. Logo depois,impermeabilizou-a. Em seguida, a construtora levantouas paredes e colocou os batentes das janelas.

2) Agora construa as duas versões do texto anterior,adicionando o verbo auxiliar dever.

3) Construa mais duas versões, utilizando agora, omodo imperativo e o infinitivo do verbo.

TEXTTEXTTEXTTEXTTEXTO 7: TO 7: TO 7: TO 7: TO 7: Teeeeextos técnicosxtos técnicosxtos técnicosxtos técnicosxtos técnicos

Este texto mostra que alguns textos são técnicos e específicos, obedecem a regras que devem ser respeitadas.São textos direcionados para ambientes profissionais que precisam ser claros e precisos.

Caracterização geral

Em determinadas situações, precisamos fazer uso detextos específicos, como cartas comerciais, cartas deapresentação, currículos, ofícios etc. Nestas situações,existem regras que devem ser respeitadas. Algunsdestes textos seguem normas rígidas, específicas decada situação ou empresa. Em outros casos, háindicações que determinam a qualidade do texto eindicam, também, o nível do autor. Portanto, é muitoimportante que você redobre a atenção e o cuidadotodas as vezes que precisar escrever um texto técnico.

São textos técnicos: cartas comerciais,currículos, memorandos, ofícios.

Entendemos por “técnicos” os textos que circulamem diversos ambientes profissionais, que têm umobjetivo específico, de uso restrito em determinadassituações.

Textos específicos

Regras

Textos técnicos

Palavras–Chave

Cartas, memorandos e ofícios obedecem, geralmente,às regras específicas de cada instituição. Contudo,algumas orientações básicas podem ser seguidas:

A linguagem deve ser clara, precisa e econômica.Não se usam adjetivos que indiquem valores pessoais,tais como: belo, interessante, feio, etc.

O destinatário deve ser identificado corretamente eseu nome deve vir antecedido do pronome detratamento adequado (como você poderá ver emseguida).

Trate diretamente do assunto; não são necessáriasintroduções prolongadas ou desgastadas, como: “pormeio desta”, “esta humilde carta tem por objetivo”

Textos técnicos devem ser escritos em terceirapessoa, nunca em primeira, ainda que assinados peloautor.

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27Para escrever textos técnicos, é necessário utilizar

uma linguagem precisa, sem palavras ou construçõesambíguas. Por isso, vamos exercitar, mais uma vez, aseleção de palavras, procurando, nesta unidade,trabalhar com situações lingüísticas comuns a estamodalidade de textos.

Exercícios:

1) Numere os grupos, organizando as palavras desdea mais geral até a mais específica.

( ) carro

( ) automóvel

( ) veículo

( ) Pálio

( ) Banco

( ) seção

( ) instituição

( ) agência

( ) moeda

( ) dinheiro

( ) real

( ) numerário

Outra característica dos textos técnicos deve ser aeconomia de palavras.

2) Reescreva os trechos abaixo, eliminando palavrasinadequadas. Observe os exemplos e prossiga:

Exemplo

Em nenhum dos casos apresentados até aqui,qualquer das planilhas apresentou falhas.

Nenhuma das planilhas apresentou falhas.

a) Grupos de idêntica natureza – grupos iguais.

b) Observamos, no decurso da demonstração, que:

c) Esse não é, de modo algum, o caso.

d) Cursos de estudos específicos para estudantes jágraduados estão em fase de estudo para implantação.

e) A comunidade que vos escreve continua semqualquer assistência quanto a recursos sanitários.

f) A comissão, naturalmente, estava a par daproblemática que se apresentava.

g) No campo da política.

h) Durante todo o mês de julho.

i) Experimentos estão sendo utilizados paraavaliarmos a possibilidade de usarmos.

j) No início da vida escolar.

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28 TEXTO 8: Aspectos gramaticaisTEXTO 8: Aspectos gramaticaisTEXTO 8: Aspectos gramaticaisTEXTO 8: Aspectos gramaticaisTEXTO 8: Aspectos gramaticais

Este texto mostra a necessidade de empregar o pronome ao tratamento adequado. Faça sempre a correçãogramatical.

A correção gramatical é fundamental. Seriainteressante rever alguns conteúdos: concordânciaverbal e nominal, regência e ortografia.

Nas cartas, ofícios e outros textos em que vocêprecisa se dirigir pessoalmente ao seu destinatário,torna-se necessário empregar o pronome de tratamentoadequado. Quando for escrever diretamente à pessoa,ou seja, toda vez que for se dirigir a um destinatáriopreviamente determinado, empregue o pronomeseguido do título e do nome, assim:

Correção gramatical

Conteúdos

Pronome adequado

Palavras–Chave

Vossa Excelência Altas autoridades do Governo

Vossa Alteza Príncipes

Vossa Majestade Reis

Vossa Santidade Papa

Vossa Eminência Cardeais

Vossa Reverendíssima Sacerdotes

Vossa Magnificência Reitores

Vossa Senhoria Funcionários públicos graduados e outrostratamentos cerimoniosos

Excelentíssimo Senhor Presidente daRepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Quando for fazer referência à pessoa, utilize a formaVossa Excelência, Vossa Senhoria, sempre empregandoo verbo na terceira pessoa, de acordo com o quadroabaixo:

PRONOME EMPREGO

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29TESTE SEUS CONHECIMENTOS

1 - Leia as afirmativas abaixo e assinale:I - A idéia de unidade não é premissa obrigatória

para a compreensão do que vem a ser um texto.

II - Chamamos de textualidade ao conjunto deelementos que fazem com que uma seqüêncialingüística seja um texto e não um amontoado defrases ou palavras.

I I I - Entre os fa tores responsáveis pelatextualidade estão as noções de coerência e decoesão. A coerência é responsável pela ligaçãoentre os termos - frases, palavras e expressões –que compõem o texto.

IV - Um texto incoerente é aquele que tem umaunidade de sentido que pode ser compreendidanum dado contexto, enquanto que a coesão se dáno nível das re lações semânt icas entre osenunciados do texto.

A - Se só I for verdadeiraB - Se só II for verdadeiraC - Se todas forem verdadeirasD - Se todas forem falsasE - Se III e IV forem verdadeiras

2 - Leia as afirmativas abaixo e assinale aresposta certa:

I - Não se pode considerar uma receita culináriacomo um texto porque normalmente vem escritaem tópicos.

I I - O contexto é fator irrelevante para acompreensão de textos.

III - Um cartaz que contenha avisos é um tipo detexto que tem uma finalidade específica, voltadapara a informação rápida.

IV - Para se considerar um determinadoenunciado como um texto, é necessário que seefetue , através dele, uma ação comunicativa,ainda que esta possa apresentar falhas eventuais.

A ( ) Se só I for verdadeiraB ( ) Se só II for verdadeiraC ( ) Se todas forem verdadeirasD ( ) Se todas forem falsasE ( ) Se III e IV forem verdadeiras

3 - Assinale a opção em que a afirmativaassinalada NÃO indique relação entre oraciocínio silogístico e a conclusão:

A - O técnico precisa convocar um jogador veloz.Robinho é bastante veloz.O TÉCNICO DEVE CONVOCAR ROBINHO.

B - Quem não é bom comunicador não deve serapresentador de programas.

Aquela dançarina não é boa comunicadora.AQUELA DANÇARINA NÃO DEVE SER

APRESENTADORA DE PROGRAMAS.

C - Um bom sistema educacional é pré-requisitopara competir-se em um mundo globalizado.

O Brasil não possui um bom sistema educacional.O BRASIL DEVE COMPETIR NUM MUNDO

GLOBALIZADO.

D - Crianças precisam de boa alimentação parase desenvolverem.

O índice de pobreza não permi te que aalimentação de crianças nordestinas seja boa.

CRIANÇAS NORDESTINAS NÃO SEDESENVOLVEM BEM.

E - O preço do combustível aumentou muito.O preço do combustível tem relação direta com

o índice de inflação.O ÍNDICE DE INFLAÇÃO REFLETIU O

AUMENTO DO COMBUSTÍVEL.

4 - Assinale a opção em que NÃO há relaçãológica estabelecida pelo conectivo:

A - Os flagelados do Nordeste sofrem com aseca, por isso migram para o sudeste do país.

B - Apenas cinco homens vigiam a Floresta daTijuca, então o controle de crimes ambientais ficaprejudicado.

C - Como não há investimento, a qualidade doensino público tende a piorar.

D - O estudo leva a oportunidades melhores,contudo todos devem estudar com afinco.

E - O trabalho é fonte de sustento, mas o impostoé sobre a renda de cada um !

5 - Assinale a opção em que a identificação daintenção predominante está INCORRETA:

A - Os livros didáticos enviados pelo MEC

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30chegaram às escolas públicas antes do início dasaulas. INFORMATIVA

B - O dinheiro da merenda escolar vem sendodepositado diretamente na conta das associaçõesde pais e mestres, que efetuam as comprasrelativas a cada mês. INFORMATIVA

C - Livros e computadores são dispensáveis sea escola não possui professores capacitados,estimulados. O MEC precisa elaborar e colocarem prática um plano eficiente de valorização ecapacitação docente o mais rápido possível, sequiser, de verdade, melhorar a qualidade do ensinono país.ARGUMENTATIVA

D - A participação dos pais é essencial ao trabalhodemocrático na escola. ARGUMENTATIVA

E - A escola é lugar privilegiado de formação dacidadania, sobretudo se houver professores bempreparados. INFORMATIVA

6 - Assinale a opção correta quanto à análise detextos dissertativos.

A - Quanto à estrutura de organização, os textosdissertativos geralmente se apresentam em trêsblocos: a introdução, o desenvolvimento e aconclusão.

B - A intr odução apresenta o resumo do texto,trazendo as idéias centrais e/ou os argumentosque serão fundamentados em seguida. A leiturada introdução não deve permitir ao leitor deduziros caminhos pelos quais o texto seguirá.

C - O desenvolvimento explicita as idéias,fundamenta hipóteses ou argumentos, exploraexemplos, sem ligação direta com a introdução.

D - A conclusão, não deve apontar para ofechamento das idé ias desenvolv idas nadisser tação, de forma a t razer novidadessurpreendentes para o leitor.

E - Esta organização em partes deve serentendida como recei ta ou est ruturaçãoobrigatória, deve servir como orientação paraanálise e produção de textos. O objetivo deorganizar formalmente o texto dissertativo traduzuma preocupação com a coerência e com a unidadee com a formatação dos textos, sempre obrigatória.

7 - Verifique se as idéias centrais destacadascorrespondem aos parágrafos. Assinale a opçãoincorreta.

A - Como vem ocorrendo nos últimos meses, osgerentes das agências bancárias do centro dacidade têm reforçado a segurança nos dias demaior movimento de dinheiro, na tentativa dediminuir o número alarmante de assaltos a banco.OS GERENTES SOLICITARAM AJUDA DOGOVERNO PARA RESOLVER A QUESTÃO DASEGURANÇA DAS AGÊNCIAS BANCÁRIAS.

B - Acompanhado de uma grande comitivaformada por senadores e ministros, o atualPresidente da República, candidato à reeleição,inaugurou obras de saneamento básico na regiãoda seca nordestina, tão sofrida por causa damiséria e do desemprego. O PRESIDENTEINAUGUROU OBRAS DE SANEAMENTO NONORDESTE.

C - A LDB, que entrou em vigor há alguns anosatrás, determinou, sem maiores debates oudiscordâncias, que o ano letivo tem 200 dias,distribuídos por cada estabelecimento escolar, emdois b locos de 100 d ias cada um. ALDBDETERMINOU A DURAÇÃO DO ANO LETIVO.

D - Realizada na última quinzena, uma daspesquisas de opinião revelou que a maioria dapopulação, apesar de já ter escolh ido seucandidato à Presidência da República, ainda nãodefiniu quem elegerá para o Governo do seuestado. A POPULAÇÃO NÃO DEFINIU SEUVOTO PARA O GOVERNO DO ESTADO.

E - Os empregados domést icos v ieramconquistando vários direitos nos últimos anos,

entre eles, o direito ao descanso quinzenal

remunerado. EMPREGADOS DOMÉSTICOS TÊM

DIREITO À FOLGA QUINZENAL.

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318 - Assinale a opção incorreta quanto à estrutura

do parágrafo: Um parágrafo possui trêscaracterísticas básicas:

A - Presença de um tópico de parágrafo: tambémchamado de frase-tópico ou frase-núcleo. A idéiacentral de um parágrafo deve ser expressa por umafrase de preferência curta e objetiva localizada noinício ou próxima ao início do parágrafo.

B - Um parágrafo bem escrito apresenta um únicotópico que anuncia o assunto a ser comentado. Otópico não coincide necessariamente com o título(se houver um) do texto, visto que um texto podeapresentar vários parágrafos, cada qual com seutópico.

C - Unidade: todas as frases devem ter umaconexão direta com a idéia central, devendo serevitado todo tipo de digressão. Um parágrafocaracterizado pela unidade não contém frasesirrelevantes.

D - Coerência: todas as frases devem serclaramente dispostas numa seqüência lógicaatravés do uso dos conectivos mais apropriados.Para atingir a coerência, podemos dar uma ordemlógica ao texto a partir de vários critérios,dependendo do assunto e da abordagemescolhida.

E - A extensão do parágrafo deve ser rigidamentede quatro linhas independente do assunto a serdesenvolvido no texto.

9 - Verifique se o que está sublinhado é o tópicode parágrafo de cada item a seguir. Note que estenem sempre será a primeira frase do parágrafo.Assinale a opção incorreta:

A - As guerras são prejudiciais. Milhares desoldados são mortos, muitas propriedades sãodestruídas, muitas pessoas inocentes sofrem.Homens feridos e desencorajados voltam a seuspaíses para começar uma vida nova e incerta.

B - Alguns peixes conseguem voar no ar porcurtas distâncias. Outros até mesmo sobem emárvores. Há ainda os que se incham até ganhardimensões três a quatro vezes maiores de que seutamanho normal. Muitos peixes estranhos habitamos mares.

C - Três estudantes de segundo grau foramseriamente feridos em jogos de futebol no últimosábado. Na semana anterior um fato semelhantehavia ocorrido em outra escola. O futebol tem setornado um esporte muito violento. A briga dos

jogadores pela disputa da bola costuma causarsérias agressões físicas.

D - As avaliações devem ser feitas com cuidado.A falta de atenção na leitura pode determinar oerro do aluno, ainda que domine o conteúdo.

E - Os jogadores de futebol famosos ganhamcifras absurdas. Ainda que o esporte seja umafebre nacional, nada justif ica que os clubesprecisem desembolsar tanto dinheiro num país quepassa por tantas dificuldades.

10 - Assinale a opção em que o conectivosublinhado não é a melhor opção para a coesão dotexto:

A - O presidente, ao se referir à idade com quealguns bras i le i ros se aposentam, chamou,inadvert idamente, todos os aposentados devagabundos./ O presidente caiu nas pesquisasintenção de voto. (porém / por isso / no entanto)

B - Os brasileiros não resistiram ao crédito dosbancos, que aumentaram os juros. / Os brasileiros jádevem R$ 9,1 bilhões no cheque especial. (entretanto/embora / assim)

C - Um suposto caso de doping agi tou adelegação argentina. / O técnico negou o boato.(mas/ porque/ além disso)

D - Os EUA e a China divergem em muitosassuntos./ Os EUA e a China têm objetivoscomuns: interesses anti-nucleares. (pois / vistoque / apesar de)

E - O desemprego tem aumentado. Uma grandeparte da população ainda confia no governo.

(embora/ tendo em vista que/ à medida que)

Gabarito

1 - C; 2 - D; 3 - E; 4 - A; 5 - A; 6 - E; 7 - C; 8 - B; 9 - C; 10 - A

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32Unidade II: Auto-Avaliação

1) Sublinhe o tópico de parágrafo de cada item a

seguir. Note que este nem sempre será a primeira frase

do parágrafo.

a) As guerras são prejudiciais. Milhares de soldados

são mortos, muitas propriedades são destruídas,

muitas pessoas inocentes sofrem. Homens feridos e

desencorajados voltam a seus países para começar

uma vida nova e incerta.

b) Alguns peixes conseguem voar no ar por curtas

distâncias. Outros até mesmo sobem em árvores. Há

ainda os que se incham até ganhar dimensões três a

quatro vezes maiores de que seu tamanho normal.

Muitos peixes estranhos habitam os mares.

c) Três estudantes de segundo grau foram seriamente

feridos em jogos de futebol no último sábado. Na

semana anterior um fato semelhante havia ocorrido

em outra escola. O futebol tem se tornado um esporte

muito violento. A briga dos jogadores pela disputa da

bola costuma causar sérias agressões físicas.

2) Marque os itens com comentários que são

irrelevantes ao tópico de parágrafo (= TP). Você deve

encontrar dois itens para cada tópico.

TP 1: As causas da obesidade são várias.a) A maior de todas as causas é a ingestão excessiva

de comida.

b) Falta de exercício é outro fator relevante.

c) Os obesos geralmente têm bom humor.

d) Em alguns casos, problemas glandulares levam as

pessoas a comerem em excesso e, conseqüentemente,

a engordarem.

e) Oliver Hardy, do seriado “O gordo e o magro”, era

um exemplo de obeso famoso.

f) Muitas vezes, comer demais não é o problema, mas

sim comer os alimentos errados.

TP 2: O futebol americano é um dos esportes favoritosnos EUA.

a) O futebol americano jogado entre as universidadesé presenciado por milhões a cada ano.

b) Com o tempo, este esporte tem conquistadoinúmeros adeptos.

c) Um bom jogador deve ter força, agilidade ehabilidade.

d) Há também muitos times de futebol americano emescolas de nível médio.

e) Até mesmo as mulheres estão aderindo a esteesporte: já foram organizados vários times femininos.

f) Johnny Smith, jogador do Baltimore Colts, é umdos mais habilidosos.

TP 3: Os estudantes universitários não lêem bem.

a) Eles preferem gastar horas diante da TV edificilmente buscam um livro.

b) As escolas primária e secundária não incentivam aleitura, assim, os alunos chegam ao ensino superior

sem esse hábito.

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33c) Crianças russas lêem bem mais do que as

brasileiras.

d) Professores universitários dificilmente passamtrabalhos que obriguem seus alunos a ler e pesquisar.

e) Os estudantes que gostam de ler terão maisvantagens em suas carreiras, já que estarão melhorpreparados, de modo que ficarão com os cargos maisvantajosos.

f) A leitura, mesmo de livros referentes a sua área deestudo, definitivamente não é um hábito na vida doestudante universitário.

3) Numere os itens a seguir de modo que o resultadoseja um parágrafo organizado de acordo com um critériocronológico:

( ) Talvez algum dia nós tenhamos algum recursoeletrônico que escreva automaticamente o que dizemos.

( ) Hoje em dia podemos escrever com um lápis oucaneta comum, máquinas elétricas ou mecânicas, oucom um microcomputador.

( ) Através dos tempos os seres humanos têmusado uma larga variedade de instrumentos para aescrita.

( ) Os monges medievais costumavam empregaruma pena mergulhada em tinta para desenhar e escreverem pergaminhos.

4) Uma propaganda televisiva do governo do Estadodo Rio de Janeiro mostra as imagens da obra de umhospital, em início de construção, na Baixada

Fluminense, enquanto a locutora afirma que este “vaireceber com folga toda a população de São Gonçalo emunicípios vizinhos”. Ao final das imagens e dalocução, aparece, nas modalidades escrita e falada, oseguinte slogan: “Primeiro a gente faz. Depois a gentefala.” Você considera este slogan coerente com apropaganda? Explique.

5) Encontre algum problema de coerência no seguintetrecho da canção de Gabriel, o Pensador:

Festa da música tupiniquim

Que tá rolando aqui na rua Antônio Carlos Jobim

Todo mundo tá presente e não tem hora pra acabar

E muita gente ainda tá para chegar

(Gabriel o Pensador/A festa da música)

6) Explique a incoerência da frase abaixo e a reescrevadesfazendo qualquer problema:

“A estrela convivia no céu sozinha.”(Aluno doEnsino Fundamental )

7) As frases abaixo foram retiradas de redações dealunos do Ensino Médio. Reescreva cada uma delasde maneira que apresentem coesão:

a) “Ele foi para o congresso e pediu para os colegas,com muito custo mas aprovaram.”

b) “Eu tinha um livro eu gostava de ler ele todos osdias.”

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34c) “Era um político que as idéias dele eram diferentes.”

8) Una as duas frases em um só período usando umdos conectivos sugeridos entre parênteses. Eviteestruturas repetitivas, através de elipses, e façamodificações quando necessárias:

a) O presidente, ao se referir à idade com que algunsbrasileiros se aposentam, chamou, inadvertidamente,todos os aposentados de vagabundos. /O presidentecaiu nas pesquisas de intenção de voto. (porém/porisso/no entanto)

b) Os brasileiros não resistiram ao crédito dosbancos, que aumentaram os juros./Os brasileiros jádevem R$ 9,1 bilhões no cheque especial. (entretanto/embora/assim)

c) Um suposto caso de doping agitou a delegaçãoargentina./O técnico negou o boato. (mas/porque/alémdisso)

d) Os EUA e a China divergem em muitos assuntos./ Os EUA e a China têm objetivos comuns: interessesantinucleares. (pois / visto que / apesar de)

e) O desemprego tem aumentado. /Uma grande parteda população ainda confia no governo. (embora/tendoem vista que/à medida que)

9) Aponte os recursos de coesão utilizados no textoa seguir:

“Está praticamente aprovado na Câmara o projetoque autoriza os maiores de 16 anos a dirigir carros emotos”.

Os jovens no final da adolescência já podem votar;agora, poderão assumir a responsabilidade, que não épequena, de se aventurarem no trânsito (...)”. (O Globo,7/06/98, p.11)

10) Preencha as lacunas com os hiperônimos das

palavras sublinhadas, de modo a evitar a repetiçãonos períodos abaixo:

a) Natal é muito visitada pelos turistas, que,principalmente no verão, invadem os hotéis da______________ .

b) José de Alencar é um dos grandes nomes daliteratura brasileira. “Senhora” é o romance maisconhecido do ____________________.

c) Um leão se soltou e quase feriu um turista quepasseava no Zoo do Rio, mas conseguiram prender o(a) _____________ em tempo.

d) Um táxi bateu numa van na saída do aeroporto. Ospassageiros que estavam no interior dos________________ nada sofreram.

e) Cientistas desenvolvem novo medicamento contraa gripe. Este torna mais simples a tarefa de tratar da_________________.

11) Observe os trechos abaixo e assinale os que,embora aparentemente não apresentem elementos decoesão, podem ser considerados como textoscoerentes.

a) Carlinhos faz Medicina na UFRJ. Cássia é a primeiraaluna do seu colégio. Bruno passou muito bem novestibular. Graças a Deus, tenho três filhos estudiosos!

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35b) Laranja, feijão, remédio, roupa, colégio: caríssimos!

E o governo dizendo que a vida da gente melhorou. . .

c) Os alunos não respeitam seus professores. A festada escola arrecadou dinheiro suficiente para compraro sonhado computador. As aulas terminarão daqui aduas semanas.

d) Fábio, Mário, Tiago, Eduardo, Rodrigo e Felipe: àdireita. Mariana, Carla, Susana, Marta, Cris e Aninha:à esquerda. Arrumem-se que a música vai começar!

12) Agora, assinale os textos que não apresentamcoerência fora da sua unidade maior, o texto:

a) A festa junina da escola deu muito trabalho, masvaleu a pena. Conseguimos arrecadar o dinheiro paracomprar a impressora e ainda vai sobrar algum paraconsertar as janelas. Todo o nosso esforço foirecompensado não só pelo lucro, mas também pelasatisfação da comunidade escolar, que se divertiu comas tradicionais danças e brincadeiras. E ainda: os docestípicos fizeram parte do sucesso do nosso arraial!

b) A prova final já foi marcada, porém ninguém sepreocupou com as lâmpadas queimadas. Logo, nãoserá possível atender ao pedido do gerente, já quenenhum dos carros foi emplacado ainda.

c) Não mexa nos meus papéis, poderá desarrumá-los.

d) Choveu a noite inteira, o jardim está ensopado.

e) Fale baixo, o bebê está dormindo. Esta noite, eleteve febre e tossiu muito. Precisa descansar.

13) Sublinhe os elementos responsáveis pela coesãonas opções que você não assinalou.

a) Em todas as opções não marcadas há elementoscoesivos assinalados?

b) Como você explica a coerência, nestes casos?

14) Reescreva os trechos abaixo, relacionando asorações, de forma que seja construído um texto coesoe coerente. Acrescente conectivos, altere temposverbais e faça as demais substituições necessárias:

a) Os despeitados nos fazem lembrar da raposa. Elesfingem-se superiores a tudo. Ela desdenha as uvas.Ela não as pode alcançar.

b) A festa foi muito divertida. Todos os convidadoscompareceram. Sandra saiu cedo. Ela não estavapassando bem.

c) O ensino público ficou esquecido por muitos anos.A qualidade caiu. Não houve investimento no ensinopúblico. Muitos professores capacitados deixaram aescola pública.

d) O trânsito no centro da cidade vai melhorar. Asecretaria de vias urbanas proibiu a circulação deônibus em locais estratégicos. Há uma quantidadeenorme de linhas de ônibus oriundos da periferia. Osônibus engarrafam o trânsito. Os ônibus param nospontos.

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36Gabarito Unidade I

Exercício 1

Exercício 6

a) (1a.)

b) (3a.)

Exercício 7

a) (1)

b) (2)

Exercício 8

a) (1)

b) (2)

c) (1)

d) (3)

e) (1)

f) (1)

g) (2)

h) (3)

i) (3)

j) (1)

Exercício 9

Respostas pessoais. Enviar para o tutor.

Exercício 10

1) (1)

2) (2)

3) (3)

Exercício 11

a) O técnico precisa convocar o jogador de camisa 4.

b) Aquela dançarina não deveria ser apresentadorade programas.

c) O Brasil não está pronto/ preparado para competirem um mundo globalizado.

Exercício 12

Respostas pessoais.

Exercício 13

Respostas pessoais.

Exercício 14

a) (3)

b) (1)

c) (2)

( F )

( V )

( F )

( V )

Exercício 2

Opção a. Porque, apesar de os períodosapresentarem ligação gramatical entre eles, as idéiasnão fazem sentido.

Exercício 3

a) Na época em que a Seleção Brasileira estava sepreparando para a Copa do Mundo de 1998.

b) A derrota do Brasil nos amistosos. As críticas aotécnico Zagallo.

c) O título Analogias já anuncia a necessidade de seestabelecerem comparações, relações com outrassituações.

d) “ Se você disser “Tá parecendo 66”, todo mundo– ou pelo menos todo mundo da sua idade – saberáque você se refere a uma grande bagunça que precedeua um grande vexame, talvez o último delírio infantil dofutebol brasileiro.”

e) Não. Porque a Copa já passou e a expectativa nãoprocede.

Exercício 4

a) I – O Brasil perdeu a final da Copa, mesmo sendo o favorito.

II – Houve várias ações contrárias àprivatização das empresas detelecomunicação anunciada pelo

Governo.

III – Assalto no Rio de Janeiro.

IV – O candidato à Presidência da

República, Lula, teve desempenho favorável em determinada pesquisa

eleitoral, quase empatando com seu

oponente.

Exercício 5

a) ... era triste, era uma judiação, mas era preciso... /

...assim o bicho poderia andar solto no quintal, e nuncamais fugiria.

b) O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudoindicava o plural. No entanto podia ser perfeitamente

o singular.

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37Gabarito Unidade II

Exercício 1a) As guerras são prejudiciais.b) Muitos peixes estranhos habitam os mares.c) O futebol tem se tornado um esporte muito violento.

Exercício 2A) (c) e (e)B) (c) e (f)C) (c) e (e)

Exercício 3a) (4)b) (3)c) (1)d) (2)

Exercício 4O slogan é incoerente porque faz propaganda de uma

obra que ainda não foi terminada.

Exercício 5Se o autor diz que “todo mundo está presente”, não

poderia dizer que “muita gente ainda tá para chegar”.

Exercício 6Conviver significa “viver com”; portanto, um ser não

pode conviver sozinho.

Exercício 7a) Ele foi para o congresso e pediu para os colegas,

que, com muito custo, aprovaram.b) Eu tinha um livro que eu gostava de ler todos os

dias.c) Era um político cujas idéias eram diferentes.

Exercício 8a) O presidente chamou os aposentados de

vagabundos. Por isso, caiu nas pesquisas intençãode voto.

b) Os brasileiros não resistiram ao crédito dosbancos. Assim, já devem R$ 9,1 bilhões no chequeespecial.

c) Um suposto caso de doping agitou a delegaçãoargentina, mas o técnico negou o boato.

d) Apesar de divergirem em muitos assuntos, os EUAe a China têm objetivos comuns: interessesantinucleares.

e) Embora o desemprego tenha aumentado, umagrande parte da população ainda confia no governo.

Exercício 9· Sinônimo: o termo “os maiores de 16 anos” é

retomado como “os jovens no final da adolescência”.

· Elipse: o sujeito dos verbos “poderão” e “seaventurarem” é elíptico, pois apareceu no contextoimediatamente anterior: os jovens no final daadolescência

· Pronome relativo: o pronome “que” aponta para otermo “responsabilidade”.

Exercício 10a) cidadeb) autor/escritor/romancistac) animal/ferad) veículose) doença/enfermidade

Exercício 11Opções a/b/d

Exercício 12Opções b/e

Exercício 13a) mas/ e /não só/mas também/que/E ainda /nossoCoesão lexical: escola/comunidade escolar/ junina/

arraialb) Não.c) Pelo sentido.

Exercício 14

Resposta pessoal. Enviar para o tutor.

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38

A Prof.ª Ana Paula de Barros Jorge é Mestreem Lingüística pela UFRJ.

Glossário

Ambíguos Que se pode tomar em mais de um sentido; equívoco.

Analogia Semelhança, similitude.

Coerência Ligação ou harmonia entre situações, relação harmônica.

Coesão União íntima das partes de um todo, concordância.

Contexto Encadeamento das idéias, composição.

Delimitar Fixar limites, estremar, demarcar.

Dicotomia Método de classificação dividido em dois termos.

Empírico Sem caráter científico, baseado em experiências.

Hipotéticas Duvidoso, incerto.

Linearidade Semelhante a esta ou um traço.

Periódicos Que se repete com intervalos regulares.

Pragmática Relativos aos atos que se devem praticar.

Premissas Que servem de base à conclusão.

Proposição Ato ou efeito de propor.

Redundância Qualidade redundante, excesso.

Relevância Protuberância, grande valor.

Semântica Translações sofridas pela significação das palavras.

Silogismo Dedução formal.

Sinonímia Relação entre palavras sinônimas.

Sistemática Referente a um sistema.

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39Referências Bibliográficas

ABREU, João Suárez. Curso de Redação. 3.ed. São Paulo: Ática, 1991.

CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção: a escritura do texto. 1.ed. São Paulo: Moderna, 1993.

CUNHA, Celso. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro, Nova: Fronteira, 1985.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.

GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto. São Paulo: Ática, 1993.

KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1991.

MEDEIROS, João Bosco. Comunicação escrita: a moderna prática da redação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Citações nos exercícios

ASSIS, Machado de. Obra completa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979. 3v.

GABRIEL, O PENSADOR. Festa da Música. Álbum: “Quebra-cabeça”. Rio de Janeiro: Editora Hip Hop, 1997.

BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. São Paulo: Círculo do Livro, 1975.

REGO, José Lins do. Menino de Engenho. 28. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.

SABINO, Fernando, et al. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1979. 5v.