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286 / Educación Médica y Salud * Vol. 28, No. 2 (1994) 5 Radrigán, K. El pregrado: ¿permite ac- Moyes, D.G. Estágios de anestesia na gra- tuar en pediatría? Rev Chil Pediatr 1988; duaçáo médica: avaliaaáo de habilidades 59(3):210-213. básicas. (Trabalho submetido á Revista Educación Médica y Salud). 6 Wolf, F.M., Turner, E.V. Congruence between students and instructor percep- tions of clinical teaching in paediatrics. 8 Wakeford, R., Roberts, S. An evaluation Med Edoic 1989;23(2):161-167. of medical students' practical experience upon qualification. Med Teach 1982; 7 Arenson-Pandikow, H.M., Plant, M.E., 4(4):140-143. TENDÉNCIAS DA GRADUACAO NA ÁREA DA SAÚDE NO BRASIL Joana Azevedo da Silva,' Lúcia Ypiranga, 2 José Carlos Seixas 3 e Adib Domingos Jatene 4 A formaáao de nível superior em saúde, no Brasil, tem sido objeto de preocupaáao das entidades profissionais, em geral, e das insti- tuiçóes de ensino e de serviço, em especial. Estudos diagnósticos da situaáao do ensino nas diversas carreiras de saúde, muito frequentes nestes últimos anos, tém levantado algumas questoes acerca da formaaáo do profissional de saúde nas universidades brasileiras, náo apenas sob o ponto de vista qualitativo, mas também sob o aspecto quantitativo (1-5). Informao6es oriundas do Sistema de Informaçóes em Recursos Humanos -implantado em 1991 pela Coordenaaáo Geral de Desenvol- vimento de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde (CGDRH/ SUS), do Ministério da Saúde, tendo como fonte a Coordenaaáo Geral de Planejamento Setorial do Ministério da Educaçáo (6)- permitem levantar algumas consideracóes em torno de certas tendencias quantitativas na for- Enfermeira, Sanitarista, Mestre em Saúde Pública, Coordenadora Geral de Desenvolvi- mento de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde, Brasil. 2 Nutricionista, Doutora em Nutriçfo Humana, Consultora da Coordenaçáo Geral de De- senvolvimento de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde, Brasil. 3 Médico, Professor Assistente, Doutor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Sáo Paulo, Ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Brasil. 4 Médico, Ex-Ministro de Estado da Saúde, Diretor da Faculdade de Medicina da Univer- sidade de Sáo Paulo, Brasil.

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286 / Educación Médica y Salud * Vol. 28, No. 2 (1994)

5 Radrigán, K. El pregrado: ¿permite ac- Moyes, D.G. Estágios de anestesia na gra-tuar en pediatría? Rev Chil Pediatr 1988; duaçáo médica: avaliaaáo de habilidades59(3):210-213. básicas. (Trabalho submetido á Revista

Educación Médica y Salud).6 Wolf, F.M., Turner, E.V. Congruence

between students and instructor percep-tions of clinical teaching in paediatrics. 8 Wakeford, R., Roberts, S. An evaluationMed Edoic 1989;23(2):161-167. of medical students' practical experience

upon qualification. Med Teach 1982;7 Arenson-Pandikow, H.M., Plant, M.E., 4(4):140-143.

TENDÉNCIAS DA GRADUACAO NA ÁREADA SAÚDE NO BRASIL

Joana Azevedo da Silva,' Lúcia Ypiranga,2 José Carlos Seixas3 e Adib Domingos Jatene4

A formaáao de nível superior em saúde, no Brasil, tem sidoobjeto de preocupaáao das entidades profissionais, em geral, e das insti-tuiçóes de ensino e de serviço, em especial. Estudos diagnósticos da situaáaodo ensino nas diversas carreiras de saúde, muito frequentes nestes últimosanos, tém levantado algumas questoes acerca da formaaáo do profissionalde saúde nas universidades brasileiras, náo apenas sob o ponto de vistaqualitativo, mas também sob o aspecto quantitativo (1-5).

Informao6es oriundas do Sistema de Informaçóes em RecursosHumanos -implantado em 1991 pela Coordenaaáo Geral de Desenvol-vimento de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde (CGDRH/SUS), do Ministério da Saúde, tendo como fonte a Coordenaaáo Geral dePlanejamento Setorial do Ministério da Educaçáo (6)- permitem levantaralgumas consideracóes em torno de certas tendencias quantitativas na for-

Enfermeira, Sanitarista, Mestre em Saúde Pública, Coordenadora Geral de Desenvolvi-mento de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde,Brasil.

2 Nutricionista, Doutora em Nutriçfo Humana, Consultora da Coordenaçáo Geral de De-senvolvimento de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde do Ministério daSaúde, Brasil.

3 Médico, Professor Assistente, Doutor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade deSáo Paulo, Ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Brasil.

4 Médico, Ex-Ministro de Estado da Saúde, Diretor da Faculdade de Medicina da Univer-sidade de Sáo Paulo, Brasil.

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Reseñas / 287

maáao superior de profissionais de saúde, durante o período de 1985 a1990, relacionadas especialmente á evoluçao da graduaçio, em funaáo daoferta e da procura dos cursos de saúde no país.

A natureza meramente descritiva das tendencias quantitativas,observadas na série em foco, impede consideraç6es sobre as possíveis causasdos fenómenos observados que, por certo, guardam relaçáo náo só comaspectos conjunturais ao período analisado como, também, com outroselementos específicos e particulares que comp6em seus distintos planos dedeterminaaáo.

Esta qualificaçáo poderá, de certo, auxiliar uma análise que apro-funde o diagnóstico da formaçáo do profissional de saúde de nível superiorque, sendo feita no interior de cada carreira, abrangerá suas determinaó6esespecíficas e particulares sem, contudo, perder de vista o plano geral ondetodas as carreiras se articulam.

O presente estudo objetiva, pois, descrever alguns aspectos comopossíveis indicadores da situaçáo geral da formaçáo superior em saúde nopaís.

A FORMAÁAO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE NIVELSUPERIOR

Dentre os chamados profissionais de saúde de nível superior,consideram-se aqueles que tém sua formaiáo integralmente na área deconhecimento definida pelo Ministério de Educaçáo como "Ciéncias daSaúde" e aqueles com atuaáao no setor saúde, porém formados em outrasáreas do conhecimento como, por exemplo, o psicólogo e o assistente social.Neste trabalho seráo analisadas as tendencias referentes aos profissionaisatuantes no setor saúde e formados pelas "Ciéncias da Saúde" limitadas a:médicos, odontólogos, enfermeiros, farmacéuticos, nutricionistas e fisio-terapeutas.

Evoluaáo da graduaçao em saúde

Os dados para 1990 indicam haver, no Brasil, 393 cursos deformaaáo superior em saúde, sendo 102 de Enfermagem, 81 de Odonto-logia, 80 de Medicina, 47 de Farmácia, 44 de Fisioterapia e 39 de Nutriçáo.Sua distribuiçáo geográfica náo é uniforme: a regiáo Sudeste concentra asmaiores proporçóes desses cursos (49 a 51%) enquanto que na regiáo Norteencontra-se a menor concentraçáo (tabela 1).

No Brasil, os cursos de formaçáo superior em saúde produziram,em 1989, 21 084 profissionais de saúde, sendo 34% médicos, 26% odon-

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TABELA 1. Número de cursos da área de saúde, segundo regiáopolíticoadministrativa, Brasil, 1990.

Regiáo

Centro-Cursos Norte Nordeste Sudeste Sul Oeste Brasil

Medicina 03 13 44 16 04 80Odontologia 02 13 46 14 06 81Enfermagem 07 22 48 21 04 102Farmácia 03 07 24 09 04 47Nutriçáo 01 08 19 08 03 39Fisioterapia 01 06 26 09 02 44

Total 17 69 207 77 23 393

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçáo Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçáo Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Unico de Saúde.

tólogos, 16% enfermeiros, 12% farmaceuticos, 6% nutricionistas e 6% fi-sioterapeutas (tabela 2).

A observaçáo da evoluiáo do índice de crescimento da graduaáaorevelou um crescimento negativo da formaçáo de profissionais de saúde,representado por um decréscimo de 6% no número de diplomados emsaúde entre os anos de 1985 e 1989.

A tendencia observada na diminuiçao do número de graduadosem saúde pode ser identificada em todas as regióes do país. A análise datendencia da graduaçáo em saúde, considerando as regióes geopolíticas,

TABELA 2. Distribuiçáo percentual dos egressos da área de saúde, segundo cursosprofissionais, Brasil, 1985 a 1989.

Ano

Curso 1985 1986 1987 1988 1989

Medicina 34% 34% 33% 33% 34%Odontologia 24% 25% 26% 26% 26%Enfermagem 20% 20% 19% 18% 16%Farmácia 10% 11% 11% 12% 12%Nutriçáo 06% 06% 06% 06% 06%Fisioterapia 06% 04% 05% 05% 06%

Total deprofissionais 22.377 21.508 20.554 21.430 21.084

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçáo Geral de Planejamento Setorial.Misnistério da Saúde - Coordenaçáo Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Único de Saúde.

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Reseñas / 289

mostrou que em 1989 o maior decréscimo (26%) ocorreu na regiáo Norte(gráfico 1).

Entretanto essa tendencia, quando examinada segundo os di-versos cursos que formam os profissionais de saúde, náo revelou ser uni-forme. Trés carreiras (Medicina, Enfermagem e Nutriçáo) apresentaramuma evoluçáo negativa do número de diplomados, enquanto que Odon-tologia, Farmácia e Fisioterapia mostraram um crescimento positivo. Emalguns cursos, a evoluaáo do crescimento manteve-se negativa em todo operíodo observado (Medicina e Enfermagem); em outros, o valor positivofoi recuperado ao longo do período, havendo apenas um curso, o de Odon-tologia, que se manteve em evoluaáo positiva quanto ao número de seusgraduados, durante todo o período observado (gráfico 2).

A distribuiçáo do decréscimo de graduados entre as carreira,também se revelou distinta entre as regioes do país: os cursos de Medicinae de Enfermagem apresentaram menos graduados em todas as regióes dopaís, enquanto que para a Nutriçáo esta reduçáo concentrou-se nas regioesSul e Sudeste. O aumento do número de diplomados em Fisioterapia só

GRÁFICO 1. Crescimento proporcional do número de graduados na área de saúde,segundo regiao geopolítica, Brasil, 1985-1989 (ano índice = 1985).

10.

5.

-5.

-10

-15'

-20'

-25

NE SE S CO Brasil

01985 01986 01987 *1988 *1989

Fonte: MEC- Coordenacao Geral de Planejamento SetorialMS - Coordenacao Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para o SUS

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GRÁFICO 2. Crescimento proporcional do número de graduados nos cursosde saúde, segundo categoria profissional, Brasil, 1985-1989.

20-

10

-20-

-301985 1986 1987 1988 1989

-- Medicina + Odontologia -- Enfermagem

-_ Farmácia - Nutriaáo -+- Fisioterapia

- Total

Fonte: MEC- Coordenacao Geral de Planejamento SetorialMS - Coordenaco Geral de Desenvolvimento de Recursos

Humanos para o SUS

aconteceu na regiáo Sudeste; nas demais, houve decréscimo (6% na regiáoNorte e 67% no Nordeste) (gráfico 3).

O crescimento negativo da graduaçáo em saúde parece ser umacaracterística dos anos 80, em contraposiçáo ao crescimento acelerado ocor-rido nas duas décadas anteriores (1960 e 1970). Pode-se observa esse fatopelo índice de crescimento da graduaçáo nas trés maiores carreiras desaúde: Medicina, Odontologia e Enfermagem. Os anos 60 marcaram oinício da expansáo da graduaaáo em saúde, tendo nos diplomados emMedicina sua maior expressáo - 172% em relaaáo á década anterior. Adécada de 1970 representou o crescimento da graduaçáo nas trés carreiras,especialmente Enfermagem - 294% em relaçáo á década anterior. Nosanos 80 o crescimento da graduaçáo manteve-se positivo apenas para Odon-tologia (gráfico 4).

Pela observaáao dos dados analisados pelo Ministério da Saúde(7) verifica-se que houve um crescimento negativo em todas as carreirascom exceçáo da de Odontologia, ocorrido na década de 1980, e que seconcentrou nos seus últimos anos (22- metade do curso).

A diminuiçáo do número de graduados em saúde na década de1980 pode ser um fenómeno natural, decorrente da desaceleraaáo do fortecrescimento do ensino superior induzido nas duas décadas anteriores, mas

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GRÁFICO 3. Crescimento proporcional do número de diplomados no Brasil,segundo regioes geopolíticas e categorias profissionais, 1985-1989.

100-

80-

60-

40

20

-20

-40 -

-60 -

-RO8Medicina Odontologia Enfermagem Farmácia Nutrico Fisioterapia Total

D N OINE O[SE ES ECO ]Brasil

Fonte: MEC- Coordenacao Geral de Planejamento SetorialMS - Coordenaçao Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para o SUS

poderá estar também relacionado com outros fatores dependentes ou náodo processo académico de formaçáo.

Os efeitos das políticas oficiais de restriçáo á abertura de novoscursos e á ampliaçáo do número de vagas poderiam ser chamados a explicaresse fenómeno. Também o desenvolvimento económico e a evoluaáo dadivisáo social e técnica do trabalho poderiam estar proporcionando novasoportunidades e atraindo os candidatos para outras áreas do conhecimento.

Esses fatores teráo de ser considerados ao se analisar a tendenciada graduaçáo, seus condicionantes e suas consequencias. Entretanto, a apre-sentaçao que se segue sobre as informaç6es relativas ao número de vagasoferecidas nos diferentes cursos e a procura pelos mesmos (representadapelo número de candidatos ao vestibular, 1a opaáo), e o preenchimentodas vagas (representado pelo número de matriculados na série inicial),certamente indicará a necessidade de ampliaçáo da abrangéncia da análisedesse fenómeno.

A geraçáo de empregos para os profissionais de nivel superiorda área de saúde é outro fator que merece ser analisado. Por exemplo no

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GRÁFICO 4. Crescimento proporcional do número de graduados em Medicina,Odontologia e Enfermagem, Brasil, 1955-1990.

350

300

250

200

150

100

1960-1970 1970-1980 1980-1990

El Medicina [] Odontologia * Enfermagem

Fonte: MEC- Coordenacao Geral de Planejamento SetorialMS - Coordenacáo Geral de Desenvolvimento de Recursos

Humanos para o SUS

caso dos enfermeiros (profissáo em relaçáo á qual a atividade liberal semprefoi mínima) a oferta crescente desses profissionais na década de 1970 einício dos anos 80 náo respondeu, em períodos posteriores, de maneiraequivalente em termos de absorçáo pelo mercado de trabalho.

Entretanto, a análise desses fatores nao foi objeto deste trabalho.Ao discutir essas tendencias, os autores esperam apontar para linhas e temasde estudo e investigaçáo cujo conhecimento gerado possa orientar pro-postas de intervenaáo e de políticas.

Evoluçáo de outros indicadores da formaçáo superior em saúde

Neste trabalho de descriçao de tendencias de formaçio superiorem saúde, consideram-se também outros indicadores como a oferta e aprocura de cursos de saúde.

Esses indicadores, disponíveis através do Sistema de Informaçóesem Recursos Humanos do Ministério da Saúde, mostram, para o períodoem foco, uma evoluaáo distinta da apresentada pelo número de diplomados.De um modo geral, os dados do Ministério da Educaaio, analisados peloMinistério da Saúde, mostram uma tendencia positiva desses outros indi-cadores da formaçio superior em saúde (7).

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Assim, a comparaaáo do aumento do número de vagas oferecidasno vestibular aos cursos de saúde com o número de candidatos inscritos(entre 1986 e 1990) leva á observaçáo de que a procura a esses cursos dessaárea continua maior que a oferta - esta cresceu 12% no período e aprocura 22%. A mesma situaçao se reproduz nas regioes Sudeste e Sul,enquanto que nas regioes Norte, Nordeste e Centro-Oeste, observa-se ocontrário - a oferta de vagas para os cursos de saúde apresentou umcrescimento superior ao da procura (tabela 3).

Analisando a oferta de cursos de saúde e a procura pelos mesmospara o período em questáo, segundo a categoria profissional, observa-seque o crescimento da procura foi maior que o da oferta apenas nas carreirasde Medicina e de Odontologia, enquanto que as demais apresentaram si-tuaiáo inversa (gráfico 5).

A oferta dos cursos de Medicina apresentou-se estável em todasas regioes do país durante o período analisado, porém o crescimento daprocura a esses cursos continua maior nas regioes Sudeste e Sul. Na regiáoNorte observou-se, durante o período, uma diminuiaáo da procura doscursos de Medicina (-6%).

Para a carreira de Odontologia, a procura pelos cursos foi maiorque sua oferta em todas as regi6es do país, exceto na regiáo Centro-Oeste.As regióes que apresentaram o maior crescimento na procura dos cursosde Odontologia foram a Sul e a Centro-Oeste.

A carreira de Nutriçáo apresentou, durante o período, cresci-mento semelhante da oferta e da procura de seus cursos. Na regiáo Norte,onde existe apenas um curso, a oferta permaneceu estável, enquanto quea procura mostrou um decréscimo de 2% no período analisado.

Para os cursos de Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia a ofertae a procura apresentaram índices semelhantes durante o período - ha-vendo maior crescimento da oferta. Para os cursos de Farmácia, o cresci-

TABELA 3. Crescimento da oferta e da procura dos cursos da área de saúde,segundo regiáo geopolítica, Brasil, 1986-1990.

Crescimento 1986/1990 (%)

Centro-Norte Nordeste Sudeste Sul Oeste Brasil

Ofertaa 08 09 10 14 53 12Procurab 06 07 22 42 36 22

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçao Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçao Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Unico de Saúde.aVagas oferecidas.blnscrióbes no vestibular, 1-a opçáo.

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GRÁFICO 5. Crescimento proporcional da oferta e da procura dos cursos da áreade saúde, segundo categoria profissional, Brasil, 1986-1990.

30-

25-

20

15

10o

5-

Medicina Odontologia Enfermagem Farmácia Nutricao Fisioterapia

Ei Oferta* Procura**

Fonte: MEC- Coordenacao Geral de Planejamento SetorialMS - Coordenaçáo Geral de Desenvolvimento de Recursos

Humanos para o SUS'Vagas oferecidas no Vestibular **lnscricao no vestibular = 1° opçao

mento da oferta só náo foi maior que o da procura nas regi6es Sul e Centro-Oeste. Para os cursos de Fisioterapia, o crescimento da procura suplantouo da oferta nas regióes Norte e Sudeste. Na carreira de Enfermagem,apenas a regiáo Sudeste apresentou o crescimento da procura maior doque o da oferta. Em trés regióes houve diminuiçáo da procura aos cursosde Enfermagem - Nordeste (9%), Sul (4%) e Centro-Oeste (1%).

Em síntese, a procura pelos cursos de saúde, de um modo geral,continua sendo maior do que sua oferta no país, havendo algumas dife-rencas regionais entre as diversas carreiras.

A proporçáo de candidatos inscritos nos exames vestibulares,indicador simples da demanda pelos cursos, poderia apontar para umapossível discussáo sobre a posiçáo da carreira na escala de valores profis-sionais da populaçáo.

A distribuiçáo proporcional do número de inscritos nos vesti-bulares dos cursos de saúde tem sido mais ou menos constante ao longodo período observado: em 1990 as 322 699 vagas foram procuradas, emsua maioria, por candidatos a Medicina (46%) e Odontologia (32%) e os22% restantes por interessados em Enfermagem (8%), Farmácia (7%), Fi-sioterapia (4%) e Nutriçáo (3%).

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Reseñas / 295

O número de vagas oferecidas nos exames vestibulares (indi-cador simples da oferta de cursos á populaaáo), quando relacionado aonúmero de matriculados na série inicial, informa sobre a disponibilidadede acesso e a capacidade de absorçáo dos cursos.

Comparando-se a oferta de vagas nos cursos da área de saúdecom o número de matriculados na série inicial, verifica-se que as vagasoferecidas náo foram totalmente preenchidas (tabela 4).

Em apenas um ano do período em foco (1987), o preenchimentodas vagas no conjunto dos cursos atingiu a proporçáo de 100% em todasas regiñes do país. Chama a tençáo o primeiro e o último anos da sérieonde as vagas, em todo o país, só foram plenamente preenchidas em umcurso, o de Odontologia (1986) e o de Farmácia (1990) (tabela 5).

O sucesso obtido durante o período observado quanto á procurados cursos, indicado pelo número de alunos matriculados na sua sérieinicial, se fez notar com um aumento de 8% no número de iniciantes ascarreiras em saúde (de 26 557 alunos em 1986 a 28 707 em 1990). Osmaiores acréscimos de matrícula na série inicial dos cursos de saúde cor-responderam ao Centro-Oeste (51%) e ao Norte (26%), seguindo-se o Sul(9%), o Sudeste (6%) e o Nordeste (2%).

Entre 1986 e 1990, a evoluçáo do alunato, indicador das con-diçóes de estabilidade e de desenvolvimento do curso, mostrou uma ten-dencia positiva na manutençáo do número total de alunos matriculadosnos cursos da área de saúde, equivalente a 8% de crescimento (de 122 758,em 1985, para 132 096, em 1989). A distribuiçáo regional do crescimentodo alunato apresentou perfil semelhante.

Também, entre as diversas carreiras, essa tendencia distribui-sede maneira mais ou menos uniforme, exceáio feita aos cursos de Enfer-magem que assinalaram o início de um decréscimo no seu alunato a partirde 1988.

TABELA 4. Proporçáo do preenchimento de vagas oferecidas no 1° ano dos cursosde saúde, segundo regioes geopolíticas, Brasil, 1986/1990.

Regiáo 1986 1987 1988 1989 1990

Norte 98 103 102 99 96Nordeste 98 103 102 99 96Sudeste 93 101 100 93 91Sul 97 107 98 88 93Centro-Oeste 98 109 108 52 97Brasil 94 102 97 98 91

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçáo Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçáo Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Único de Saúde.

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TABELA 5. Proporçáo de preenchimento das vagas oferecidas no vestibular aoscursos da área de saúde, segundo categoria profissional, Brasil, 1986/1990.

Cursos 1986 1987 1988 1989 1990

Medicina 99 105 100 77 96Odontologia 100 103 100 92 95Enfermagem 85 95 87 105 81Farmácia 99 114 105 102 100Nutriçáo 84 98 88 103 85Fisioterapia 97 102 96 150 95

Total 94 102 97 98 91

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçáo Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçáo Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Único de Saúde.

Por último, a análise de tendencias aqui realizada contempla maisum indicador: o afastamento temporário (trancamento de matrícula) oupermanente (abandono do curso) verificado durante o período analisado.Se a oferta de cursos na área de saúde continua em alta e se a procura aosmesmos apresenta crescimento positivo, somente o afastamento crescentede alunos explicaria o decréscimo de graduaçoes nesse período. Em todasas carreira, e com distribuiçáo semelhante entre as regioes geopolíticas,observou-se, no mesmo período, afastamento crescente dos cursos da áreade saúde.

O afastamento temporário ou permanente acusado pelos dadosque descrevem a situaçáo na época, mostrou-se crescente em todas as car-reiras, com distribuiçao semelhante em todas as regioes do país. Em 1986,o número de alunos afastados dos cursos da área de saúde foi de 5 057,passando para 11 613 em 1990 - um crescimento de afastados em todosos cursos do país de 129%. O ano de 1987 parece marcar, nesta série, oinício do aumento da proporçáo de afastamento dos cursos.

A distribuiçao proporcional desses afastamentos, segundo as di-ferentes carreiras, difere ao longo do período observado tanto no país,como um todo, como nas regi6es. Contudo, em seu conjunto, as proporó6esmais altas representam os cursos de Enfermagem e Farmácia - dos 11 613alunos que deixaram os cursos de saúde em 1990, 33% eram de Enfer-magem e 20% de Farmácia. A participaçáo dos cursos de Enfermagem naproporçáo de afastamento dos cursos manteve-se alta por todo o período,enquanto que a dos cursos de Medicina e Odontologia sofreu um decrés-cimo de 23 para 5% e de 13 para 11%, respectivamente. A participaçáodos cursos de Nutriaáo no afastamento dos cursos de saúde apresenta-seconstante, em torno de 12%, e a dos cursos de Fisioterapia mostrou-seascendente, de 5 para 8%.

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Reseñas / 297

A participaçao dos setores público e privado na formaáao superiorem saúde

Pode-se observar o crescimento da participaçao das instituiíóesprivadas de ensino na formaçáo superior em saúde, no Brasil, na distri-buiçáo proporcional da graduaçáo em saúde -de 39% em 1985 para 43%em 1989- enquanto que no setor público esta proporçáo tende a cair,especialmente nas instituiçoes federais (tabela 6).

A análise da evoluçáo da graduaçáo na área de saúde, segundoa dependencia administrativa das instituiç6es de ensino, mostrou que odecréscimo de graduados ocorreu apenas no setor público (8%) enquantoque no setor privado houve um acréscimo (8%). Entre as instituiçoes sobadministraaáo pública, o decréscimo maior esteve com as municipais (43%),seguindo-se as federais (9%); entre as estaduais houve um acréscimo de6% no número de concluintes (tabela 7).

Há uma tendencia á diminuiaáo do alunato nos cursos sob aadministraçáo pública (de 62% em 1986 para 54% em 1990), e um pro-gressivo aumento de graduaó6es em saúde nas instituio6es privadas (de38% em 1986 para 46% em 1990) (tabela 8). Isto se evidencia na evoluçáodo crescimento do alunato dos cursos de saúde no período estudado -positivo para aqueles sob administraçao privada (36%) e negativo para osetor público (-4%).

O crescimento de vagas no vestibular também apresentou ten-dencias diferentes segundo a dependencia administrativa das instituiçóes- enquanto no setor público foi de 2%, no privado foi de 37%. A parti-cipaçáo do setor privado na oferta de vagas nos cursos de saúde aumentoude 44%, em 1986, para 51%, em 1990 (tabelas 9 e 10).

TABELA 6. Distribuiçáo proporcional do número de diplomados, segundo adependencia administrativa dos cursos de saúde, Brasil, 1985/1989.

AnoDependénciaAdministrativa 1985 1986 1987 1988 1989

Pública 61% 60% 61% 58% 57%Federal 41% 42% 42% 40% 38%Estadual 15% 14% 16% 15% 16%Municipal 05% 04% 03% 03% 03%

Privada 39% 40% 39% 42% 43%

Total de diplomados 21.409 21.508 19.531 21.430 21.084

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçao Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçao Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Único de Saúde.

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TABELA 7. Indice de crescimento de egressos, segundo a dependenciaadministrativa dos cursos de saúde, Brasil, 1985/1989.

AnoDependénciaAdministrativa 1985a 1986 1987 1988 1989

Pública 100 99 91 94 92Federal 100 102 90 96 91Estadual 100 94 102 102 106Municipal 100 101 66 57 57

Privada 100 102 91 108 108

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçao Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçao Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Único de Saúde.aAno índice = 100.

TABELA 8. Distribuiçao percentual do total de matriculados em cursos de saúde,segundo a dependencia administrativa da instituiçáo mantenedora, Brasil, 1986/1990.

AnoDependénciaAdministrativa 1986 1987 1988 1989 1990

Pública 62 60 59 55 54Federal 44 43 41 39 38Estadual 14 13 15 14 14Municipal 04 04 03 02 02

Privada 38 40 41 45 46

Total de Matriculados 118.385 127.243 122.809 130.083 132.096

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçao Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçáo Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Único de Saúde.

TABELA 9. Indice de crescimento do número de vagas no vestibular aos cursos desaúde, segundo a dependencia administrativa da instituiçao mantenedora, Brasil,1986/1990.

AnoDependénciaAdministrativa 1986a 1987 1988 1989 1990

Pública 100 99 98 98 102Federal 100 98 99 98 100Estadual 100 101 109 111 117Muncipal 100 97 64 67 77

Privada 100 114 119 127 137

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenaçáo Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçáo Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Único de Saúde.aAno índice = 100.

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TABELA 10. Distribuiçáo percentual do número de vagas no vestibular aos cursosde saúde, segundo a dependencia administrativa da instituicáo mantenedora, Brasil,1986/1990.

AnoDependénciaAdministrativa 1986 1987 1988 1989 1990

Pública 56 53 52 50 49Federal 37 34 34 32 31Estadual 14 13 14 14 14Municipal 05 05 04 04 04

Privada 44 47 48 50 51

Total de vagas 26.867 28.313 28.696 29.723 31.475

Fonte: Ministério da Educaçáo e Cultura - Coordenacao Geral de Planejamento Setorial.Ministério da Saúde - Coordenaçao Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para oSistema Único de Saúde.

A participaçao do setor privado na oferta de cursos se faz maiorem algumas carreiras como, por exemplo, a de Fisioterapia (70%). A pre-domináncia do setor privado se faz maior nas regióes Sul e Sudeste paratodas as carreiras da área de saúde.

COMENTÁRIOS FINAIS E CONCLUSOES

As tendencias aqui descritas dos indicadores das condio5es deformaaio superior em saúde dáo a entender que o acesso ás carreiras desaúde continua em disponibilidade crescente para alguns cursos, fato evi-denciado pelo crescimento positivo na evoluçáo do número de vagas ofe-recidas no vestibular. Essas informaçoes também indicam que a procura asprofiss6es de saúde tem tido um crescimento positivo e regular em todasas carreiras. O sucesso dessa procura se comprova pelo crescimento donúmero de matrículas na série inicial dos cursos.

Contudo, a comparaçáo destes dois últimos indicadores, vagasoferecidas e matrícula na série inicial, evidencia que na formaaáo superioras carreiras de saúde náo estáo preenchendo plenamente as vagas ofere-cidas em seus cursos.

Essa evidencia reforça outra questáo levantada por esta análise:a formaçáo em saúde apresentou uma tendencia decrescente nos últi-mos anos da década passada, tendencia que ainda continua no início dosanos 90.

A manutenaáo do alunato em crescimento positivo indicaria aampliaçao do tempo de graduaáao nos cursos de saúde, ou seja, a per-manéncia do estudante na universidade por um período mais longo, ex-

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plicando, em parte, o decréscimo da graduaaáo durante o período? Ocrescimento do número de estudantes que se afastam dos cursos de saúdenao reforça, porém, essa suposiaáo e levanta outra questao: que estariadeterminando o afastamento em níveis táo altos de alunos do ensino su-perior de saúde?

Na análise da determinaçáo do fenómeno evidenciado na sériehistórica observada nao se poderá deixar de incluir, entre os aspectos re-lacionados com o desenvolvimento de cada curso e situados nos planosespecífico e particular do processo de formaçáo académica, o modelo pe-dagógico assumido pela instituiaáo.

Finalmente, ao se constatar o crescimento, discreto porém cons-tante, da participaaáo de instituió6es privadas na formaçáo de profissionaisde saúde, essas questóes assumem as dimensoes que caracterizam esses doistipos de administraáao, a pública e a privada, aumentando a complexidadeda análise dos fen6menos em tela.

Para elucidar as questóes aqui levantadas sobre a formaçáo su-perior em saúde no Brasil, será necessário, e por isso faz-se a sugestáo,discutir as especificidades do processo com cada categoria profissional, emparticular, envolvendo tanto as instituiç6es de ensino como as prestadorasde serviços, incluindo os Ministérios da Educaáao e da Saúde.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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