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8/16/2019 Teórica 2 - 2015
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O isolamento de bactérias a partir de um peixe comsintomas de doença é tomado como evidência de infecção;
Esquecendo-se frequentemente da necessidade de secumprirem os Postulados de Koch.
!
Actualmente considera-se que o cumprimento dos postulados de Koch é
suficiente mais não necessário para o estabelecimento de uma relaçãocausal entre microrganismo e doença.
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Robert Koch (1843-1910)
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Robert Koch (1843-1910) utilizou os critérios desenvolvidospelo seu professor Jacob Henle (1809-1895) para
demonstrar a relação entre o Bacillus anthracis e o antraz;
Actualmente estes critérios são conhecidos comoPostulados de Koch:
Continuam a ser utilizados para demonstrar a ligaçãocausal entre um microrganismo e a doença por elecausada.
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1.O microrganismo tem que estar presente em todos osanimais doentes e ausente em todos os animais saudáveis;
2.O microrganismo tem que ser isolado a partir de umanimal doente e cultivado em cultura pura;
3.O microrganismo deve ser capaz de causar doença quando
introduzido num animal saudável;4.O microrganismo tem que ser re-isolado do animal
infectado experimentalmente e identificado como idênticoao que provocou a infecção inicial.
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Bactérias patogénicas para peixes:
Lista extensa:
Estão descritas cerca de 93 espécies bacterianas patogénicas para peixes, das quais algumas:
São reconhecidamente patogénicas (Ex: Vibrio sp.);
Têm validade taxonómica duvidosa (Ex: Myxobacterium);
São duvidosas como patogénios de peixes (Ex: S. epidermidis
)
Não são consideradas patogénios “
bona fide
”.
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Métodos de identificação bacteriana:
Identificação bioquímica:
Identificação bioquímica tradicional;
Testes miniaturizados multiprova.
Identificação serológica;
Identificação molecular.
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Sintomatologia de
infecções bacterianas
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Adaptado de Austin & Austin, 1999
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© Miguel Ramos, 2005
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© Miguel Ramos, 2005 © Miguel Ramos, 2005
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© Schlotfeldt & Alderman, 1995 © Schlotfeldt & Alderman, 1995
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© Schlotfeldt & Alderman, 1995
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As amostras devem ser retiradas de animais moribundos oumortos recentemente;
Na presença de lesões externas, estas devem ser amostradas
antes de se proceder à necropsia do animal;
A forma de se amostrar as lesões depende do tipo de agente etiológico que sepresume estar a infectar o animal.
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Por rotina, os órgãos internos a analisar são:
Rim, Baço e Fígado;
Podem analisar-se outros órgãos como o cérebro, olhos, coração, intestino,
brânquias e tecido muscular.
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Órgãos internos a analisar:
A escolha dos órgãos a analisar pode estar relacionada com:
A sintomatologia externa e interna apresentada pelo animal;
O histórico da piscicultura.
Quantos mais órgãos analisarmos, maior é a probabilidade de se isolar oagente etiológico.
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A exposição dos órgãosinternos efectua-se com base em 3 incisões distintase sequenciais:
De a para b, tendo o cuidado denão perfurar o intestino;
De a para c ao longo da coluna vertebral;
De b para c.
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Isolamento Primário:
As amostras dos diferentes órgãos devem ser inoculadas em diferentes meios
de cultura de modo a maximizar o isolamento do agente etiológico:
Meios de cultura gerais:
TSA (Trypticase Soy Agar);
BHIA (Brain Hearth Infusian Agar);
NA (Nutrient Agar);
MA (Marine Agar).
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Isolamento Primário:
Meios Selectivos/Diferenciais:
Para o isolamento de Vibrio sp. utiliza-se TCBS (Thiosulfate Citrate Bile Salts Sucrose Agar);
Para o isolamento de bactérias Gram-positivas utiliza-se Agar Sangue;
Para o isolamento de Yersinia ruckeri utiliza-se SW (Shotts-Waltman) ou ROD (agar Ribose-Ornitina Desoxicolato);
Para o isolamento de Aeromonas hydrophila utiliza-se Rimler-Shotts (1973) (Novobiocina, azulde bromotimol, desoxicolato, citrato e tiosulfato).
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Isolamento Primário:
Meios especiais:
Para o isolamento de Flexibacter/Tenacibaculum e Flavobacterium utiliza-se Agar Cytophaga (AO - Anacker & Ordal, 1959), Agar de Song (1988) ou Agar FMM (Pazos et al ., 1995);
Agar FLP (Cepeda et al ., 2004) para o isolamento de Flavobacterium psychrophilum.
Para o isolamento de Renibacterium salmoninarum utiliza-se KDM-2 (Evelyn, 1977).
No caso de bactérias de água salgada, os meios deverão ser suplementadoscom NaCl (concentração final 1 a 2% p/v).
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Sub-culturas
Cultura pura
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Principais bactérias Gram negativas patogénicas para peixes:
Vibrio anguillarum;
Photobacterium damselae subsp. piscicida;
Tenacibaculum maritimum;
Aeromonas salmonicida.
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Principais bactérias Gram negativas patogénicas para peixes:
Aeromonas hydrophilla;
Yersinia ruckeri;
Flavobacterium columnare;
Flavobacterium psychrophilum.
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Principais bactérias Gram positivas patogénicas para peixes:
Mycobaterium marinum;
Streptococcus parauberis;
Lactococcus garvieae.
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Principais pontos:
Descrição da doença;
Características do agente etiológico;
Espécies afectadas;
Isolamento;
Epidemiologia;
Factores de patogenicidade;
Controlo.
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Principais bactérias patogénicas para peixes
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Bactéria Gram -;
Bacilo curto e fino;
Móvel;
Oxidase +;
Catalase +;
Fermentativo;
Cresce em TCBS:
Colónias amarelas;
Sensível ao O129;
Arginina dihidrolase +;
Lisina descaboxilase -;
Ornitina descarboxilase -;
Gelatinase +;
Indol +;
Manitol +;
Cresce entre 10-35 ºC, óptima 22 ºC.
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Gram -;
Bacilo curto e grosso;
Imóvel;
Oxidase +;
Catalase +;
Fermentativo;
Crescimento em TCBS -;
Sensível ao O129 (150 µg);
Arginina dihidrolase +;
Lisina descaboxilase -;
Ornitina descarboxilase -;
Gelatinase -;
Indol -;
Manitol -;
Cresce entre 10-32 ºC, óptima 25 ºC.
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Gram -;
Bacilo;
Imóvel;
Oxidase -;
Catalase +;
ß-Galactosidase -;
Fermentativo;
Arginina dihidrolase -;
Lisina descaboxilase +;
Ornitina descarboxilase +;
Gelatinase -;
Indol +;
H2S +;
Arabinose, Lactose, Manitol,Sacarose -;
Frutose, galactose, glicerol, maltose,manose +.
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Gram -;
Cocobacilo;
Mobilidade V:
Móvel a 22 ºC e imóvel a 37 ºC.
Oxidase -;
Catalase +;
Fermentativo; Arginina dehidrolase -;
Lisina descarboxilase -;
Ornitina descaboxilase +;
Vermelho de metilo +;
Voges-Proskauer - a 37ºC;
Citrato + a 22 ºC;
Sulfureto de hidrogénio (H2S) -;
Gelatinase +;
Ureia -.
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Gram -;
Cocobacilo;
Imóvel;
Oxidase +;
Catalase +;
Fermentativo;
Arginina dehidrolase +;
Lisina descarboxilase (+);
Ornitina descarboxilase -;
Gelatinase +;
Vermelho de metilo +;
Voges-Proskauer +;
Citrato -;
Sulfureto de hidrogénio (H2S) -;
Urease -;
Produz um pigmento castanho.
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Gram -;
Bacilo;
Móvel;
Oxidase +;
Catalase +;
Fermentativo;
Arginina dehidrolase +;Lisina descarboxilase V;
Ornitina descarboxilase -;
Gelatinase +;
Vermelho de metilo -;
Voges-Proskauer +;
Citrato V;
Sulfureto de hidrogénio (H2S) -;
Urease -;
ONPG +;Crescimento entre 5-37 ºC.
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Gram +;
Cocos aos pares ou pequenascadeias;
Imóvel;Oxidase -;
Catalase -;
Fermentativo;
Arginina dehidrolase -;
Lisina descarboxilase -;
Ornitina descarboxilase -;
Gelatina +;
Sulfureto de Hidrogénio (H2S) -;
Indol -;
Lactose, Manitol e Sorbitol +;
MR -;
VP +;
Crescimento entre 10 - 37º C;
emolítico.
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Gram +;
Cocos aos pares ou pequenascadeias;
Imóvel;
Oxidase -;
Catalase -;
Fermentativo;
Arginina dehidrolase +;
Lisina descarboxilase -;
Ornitina descarboxilase -;
Gelatina -;
Sulfureto de Hidrogénio (H2S) -;
Indol -;
Galactose, Manitol e Maltose +;
MR +;
VP +;
Crescimento entre 10-45ºC.
emolítico
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Gram -;
Bacilo;
Móvel;
Oxidase +;
Catalase +;
Oxidativo ou sem reacção;
Arginina dehidrolase -;
Lisina descarboxilase -;
Ornitina descarboxilase -;
Gelatina +;
Sulfureto de Hidrogénio (H2S) -;
Indol -;
ONPG -;
Ureia -.
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Isolamento:
Facilmente isolado a partir de meios de cultura específicos como:
TCBS (Tiosulfato, Citrato, Bílis, Sacarose agar), no qual as estirpes sacarose positivas originampequenas colónias amarelas (Bolinches et al ., 1988);
VAM (sais biliareres, elevada concentração de NaCl, ampicilina, sorbitol e pH elevado), é um meio
onde as colónias amarelo brilhantes, com um halo amarelo (Alcina et al ., 1994):
No entanto, origina falsos positivos (Alcina et al ., 1994); 4 % de outros Vibrio foramidentificados como V. anguillarum.
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Características do agente etiológico:
Em meios líquidos originam dois tipos de células:
Os típicos bacilos curtos, móveis;
Células muito pequenas, extremamente móveis e capazes de atravessaremos poros dos filtros de 0,22 µm:
A importância destas células não é conhecida, mas podem representaruma fase do ciclo de vida, um artefacto de laboratório ou ummecanismo de sobrevivência.
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Características do agente etiológico:
Grande diversidade antigénica (O1! O23):
O serótipo O1 é o que tem sido mais isolado e o que tem maior importância do ponto de vista
patogénico:
Apresenta homogeneidade bioquímica e, variabilidade por PFGE (35 pulsotipos distintos) eperfil plasmático (15 perfís distintos).
O serótipo O2 parece ser mais agressivo que o O1 (Austin & Austin, 2012):
Encontra-se subdividido em O2a e O2b;
Variabilidade nos perfís de LPS, “western blotting” e aglutinação:
Permitiu a definição de 9 grupos distintos (Tiainen et al ., 1997).
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Características do agente etiológico:
Grande diversidade antigénica (O1! O23):
O serótipo O3 é pouco comum, mas parece estar a expandir-se:
O serótipo O3 encontra-se subdividido em O3A e O3B:
O serótipo O3B só tem sido observado em estirpes ambientais.
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Epidemiologia:
Inicialmente isolada a partir da enguia europeia ( Anguilla anguilla):
Pensa-se que inicialmente estava limitada às águas europeias;
O primeiro registo na América do Norte data de 1953;
O primeiro registo no Japão data de 1975 e pensa-se que deveu-se àimportação de enguias infectadas provenientes de França;
Existem cada vez mais evidências que pode surgir em água doce (Muroga,1975; Ghittino & Andruetto, 1977):
Continua a necessitar de sais para o seu isolamento.
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Epidemiologia:
Actualmente é um dos factores limitantes na produção de salmonídeos.
Pensa-se que todas as espécies marinhas são susceptíveis a este agenteetiológico;
Um estudo de revisão dá conta da sua presença em mais de 14 países distintos,
atingindo cerca de 48 espécies de peixes cultivados (Austin & Austin, 2012):
No norte de Portugal, tem sido isolado de robalo, dourada, pregado, linguado,solha e goraz.
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Epidemiologia:
Tem vindo a ganhar notoriedade em aquacultura de água salgada;
Pode provocar mortalidades da ordem dos 80%;
Faz parte da microbiota do meio aquático;
Todas estas observações sugerem que esta doença constitui um problema
generalizado a nível mundial;
As epizootias ocorrem durante o Verão, quando a temperatura da águaexcede os 10 ºC, a concentração de oxigénio dissolvido é muito baixa e ospeixes estão stressados devido ao sobre-povoamento e à baixa higiene.
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Epidemiologia:
Várias experiências têm sugerido que esta bactéria sobrevive longos períodos detempo em água do mar (> 50 meses) (Hoff, 1989);
Faz parte da microbiota normal de peixes de água salgada (Mattheis, 1964;
Oppenheimer, 1962);
A origem precisa de um isolado tem importância epizoótica.
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Epidemiologia:
O modo de infecção ainda não é completamente compreendido:
Envolve a colonização do hospedeiro e subsequente penetração nos tecidos:
Tem sido postulado que a infecção inicia-se no recto e tratogastrointestinal posterior (Ranson, 1978);
O tegumento é colonizado 12 h após imersão numa cultura virulenta(Kanno et al ., 1990), seguindo-se a infecção do fígado, baço, músculo,
brânquias e intestino (Muroga & De La Cruz, 1987).
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Epidemiologia:
A presença de metais pesados, em particular o cobre e o ferro, contribuem paraque haja uma exacerbar da infecção:
Devido à coagulação da camada de muco nas brânquias com a consequenteinibição do transporte de oxigénio e ao stress respiratório (Westfall, 1945);
Concentrações sub-letais de cloro não parecem promover o desenvolvimento deinfecções (Hetrick et al ., 1984).
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Epidemiologia:
Esta bactéria causa a vibriose:
Esta doença pode ser causada por um grupo significativo de diferentes espécies de Vibrio, das quaisas mais importantes são:
V. anguillarum (= Listonella anguillarum);
V. ordalii (anteriormente classificado como V. anguillarum biótipo 2)
V. salmonicida;
V. vulnificus biótipo 2.
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Patogenecidade:
O modo de infecção não é conhecido:
Pensa-se que se inicia com a colonização do tegumento (Spanggaard et al .,2000) e sub-sequente penetração dos tecidos;
A mobilidade quimiotáxica é necessária para a virulência (O’Toole et al ,1999, Larsen et al ., 2004):
O patogénico é atraído pelos aminoácidos de hidratos de carbonopresentes no intestino e no muco (O’Toole et al ., 1999);
A quimiotaxia em relação à serina é maior a 25 ºC do que a 5 ou 15 ºC.
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Patogenecidade:
A produção de proteína A, envolvida na construção do flagelo, é essencial para
a virulência (Milton et al ., 1996):
Estirpes em que se promoveu a perda do flagelo têm uma virulência atenuada em cerca de 500 vezes(O’Toole et al ., 1996):
A produção do flagelo e consequentemente a capacidade de virulência está relacionada com o
gene RpoN (O’Toole et al ., 1997), quando a infecção foi por banho, mas não quando foi por ip.
Produtos extra-celulares, como as hemolisinas e diferentes proteases, estãoenvolvidas na patogenecidade desta bactéria.
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Patogenecidade:
Só os serótipos O1, O2 e O3 (em menor grau) é que provocam mortalidades:
O serótipo O1, mas não o O2 tem a capacidade de aderirem ao muco de salmão do
Atlântico;
Os isolados do serótipo O1 possuem um plasmídeo de virulência (pJM1) com 67 Kb erelacionado com o sistema de absorção de ferro que é expresso em situações de limitaçãodeste ião (Crosa et al ., 1977; Crosa, 1980; Wolf & Crosa, 1986; Chen et al., 1996):
Existem estirpes avirulentas que possuem o pJM1 (Pedersen et al ., 1997);
Existem estirpes virulentas isoladas a partir de striped bass ( Morone saxatilis) quenão possuem o pJM1 (Toranzo et al ., 1983):
Parece que o DNA plasmático foi integrado no cromossoma bacteriano.
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Patogenecidade:
Estirpes do serótipo O1 virulentas:
Apresentam um plasmídeo de 67kbp (pJM1), que codifica:
Um sideróforo;
Uma proteína da membrana externa - OM2.
O plasmídeo pJM1 não foi detectado em mais nenhum serótipo (Austin et al ,1995):
Os restantes serótipos, em particular o O2, podem ser mais agressivos para os peixes doque o serótipo O1 (Austin & Austin, 2012).
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Patogenecidade (resumo):
1. Invasão dos tecidos do hospedeiro;
2. Sequestro do ferro com intervenção de genes presentes no plasmídeo pJM1e no cromossoma;
3. Lesões nos tecidos do peixe devido à presença de hemolisinas e proteases.
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Controlo:
Têm sido desenvolvidas e utilizadas várias vacinas comerciais com sucesso:
Tem-se verificado que os imunoestimulantes intensificam a protecção dada pela vacinas;
As vacinas injectáveis são as que têm dado melhores resultados:
Tem-se verificado imunização passiva com as vacinas injectáveis.
Geralmente utilizam-se vacinas bivalentes (Vibrio anguillarum e Vibrio ordalii ).
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Controlo:
Peixes vacinados exibem um melhor crescimento e são maissaudáveis;
A presença de LPS estáveis ao calor no sobrenadante da culturaparecem ser responsáveis pelo desenvolvimento da imunidade;
Duas pequenas proteínas (49 e 51 kDa) da membrana externa são
antigénios fortes:
São sensíveis ao calor, o que pode explicar porque se obtém uma maiorprotecção com vacinas inactivadas pelo formol do que pelo calor (Kusudaet al , 1978; Itami & Kusuda, 1980).
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Controlo:
Quimioterapia:
Vários antibióticos têm sido utilizados com sucesso no controlo de V.
anguillarum;
No entanto, os antibióticos são utilizados como aditivos alimentares:
Os peixes doentes não comem, consequentemente, para aquimioterapia ter sucesso terá que ser aplicada no início da infecção;
Os plasmídeos R podem pôr em causa o tratamento com antibióticos(Aoki, 1988).
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Descrição da doença:
Esta bactéria causa a doença chamada pasteurelose:
Também conhecida como pseudotuberculose, devido à sintomatologia queprovoca.
Tem sido responsável por perdas elevadas em aquacultura(40-50%);
Encontra-se em expansão na zona mediterrânea;
Peixes com um peso superior a 30-50 g são resistentes.
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Descrição da doença:
É uma septicemia;
Os sinais clínicos são raros e só surgem em casos agudos;
Internamente observam-se nódulos brancos (rim e baço);
Daí que a doença também seja conhecida como pseudotuberculose.
Originam colónias branco acizentadas.
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Descrição da doença:
Pode observar-se acumulação de material purulento na cavidade abdominal;
Também atinge populações naturais;
A doença ocorre a temperaturas superiores a 18º C.
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Descrição da doença:
Inicialmente designada Pasteurella piscicida devido às características
morfológicas e fisiológicas muito semelhantes a este género:
Estudos taxonómicos detalhados, baseados em:
Sequenciação da subunidade pequena do rRNA;
Hibridação de DNA:DNA;
Revelaram que Pasteurella piscicida estava relacionada com o género Photobacterium (homologiade DNA > 80%).
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Características do agente etiológico:
Pleomorfismo depende da idade e das condições de cultura;
Não cresce em TCBS;
Sensível ao agente vibriostático e à novobiocina.
Todas as estirpes possuem o mesmo perfíl API 20E - 2005004;
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Características do agente etiológico
Fenotipica e antigenicamente é uma espécie muito homogéneno;
Geneticamente heterogénea:
Por ribotipagem e RAPD verificou-se a existência de 2 clones:
Europa;
Japão e EUA.
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Espécies afectadas:
Na zona mediterrânica - dourada e robalo;
No Japão - yellowtail ( Seriola sp.), ayu ( Plecoglossus altivelis) e mero;
Em Portugal, tem sido isolada de robalo e dourada.
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Órgãos internos de um
alevim de dourada (0,3 g):
Baço inflamado e com nódulos
Fígado inchado;
Intestino inchado.
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Órgãos internos de robalo:
Fígado inchado e congestionado;
Baço inflamado e com módulos;
De uma maneira geral a vesículanatatória não se encontra cheia,
de forma que a maior parte dospeixes moribundos ou mortos,afundam-se para o fundo dotanque.
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Brânquias de robalo:
Grande área de epitélio branquialnecrótico perto de uma zonacongestionada e inflamada.
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Isolamento:
Facilmente isolado em meios de cultura gerais como o TSA, BHIA, NA e agarsangue desde que suplementados com 2% de NaCl;
Também tem sido isolado a partir de MA;
É facilmente isolado a partir do rim e do baço;
A incubação é feita a 22-25 ºC durante 2 a 4 dias.
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Epidemiologia:
Não se conhecem os factores que levam ao surgimento deepizootias:
Pensa-se que a infecção ocorre em água do mar a temperaturas querondam os 25 ºC;
Sobrevive pouco tempo em água doce ou em condições estuarinas;
Não parece ser capaz de sobreviver fora do organismo dos peixes.
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Epidemiologia:
Os mecanismos responsáveis pela patogenicidade ainda sãopraticamente desconhecidos;
Pode entrar num estado viável mas não cultivável, dormente oualterado:
Permite a sobrevivência em água do mar durante 6 - 12 dias, com ummetabolismo reduzido em cerca de 80 %;
Mantém a capacidade patogénica;
Pode levar à transmissão horizontal.
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Epidemiologia:
A infecção ocorre pela via oral (através do alimento) ou através das brânquias,infectando rapidamente os órgãos internos (coração, rim, fígado, baço e secospilóricos);
Ainda não foi possível demonstrar a existência de animais portadores.
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Patogenicidade:
A presença da cápsula protege a bactéria contra a fagocitose:
Permite a sua acumulação e multiplicação no interior dos macrófagos(Nelson et al ., 1989; Elkamel et al., 2003);
A produção da cápsula depende da presença de ferro e da cultura estar emfase exponencial.
A resistência pode estar relacionada com o tamanho do peixe e aeficácia dos linfócitos (Noya et al ., 1995).
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Patogenicidade:
Existem isolados virulentos e não virulentos:
A virulência parece estar relacionada com a presença de uma proteína de56 kDa (AIP56) codificada por um plasmídeo:
É essencial para induzir a apóptose em macrófagos e neutrófilos derobalo (do Vale et al ., 2003; 2005).
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Controlo:
Diferentes estirpes apresentam um padrão semelhante de sensibilidade aosantibióticos:
In vitro são sensíveis à ampicilina e ácido oxolínico e resistentes ao cloranfenicol, oxitetracicilina etetraciclina;
No Japão, devido à utilização intensiva dos antibióticos têm surgido resistências codificadas porplasmídeos (plasmídeos R - cloranfenicol, kanamicina, sulfonamidas, tetraciclina e florfenicol);
Como possuí uma fase intracelular, o tratamento com antibióticos pode não ser efectivo.
Já existem algumas vacinas comerciais.
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Descrição da doença:
A posição taxonómica de Tenacibaculum maritimum variou ao longo dotempo, tendo tido vários nomes:
Cytophaga marina;
Flexibacter marinus;
Flexibacter maritimus.
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Descrição da doença:
É o agente responsável pela flexibacteriose de peixes marinhos;
A doença por ela causada teve vários nomes ao longo do tempo:
“Gliding bacterial diseases of sea fish”;
“ Eroded mouth syndrome”;
“ Black patch necrosis”.
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Descrição da doença:
Actualmente tem uma distribuição mundial, tendo sido isolada na Europa,
Japão, América do norte e Australia;
Tenacibaculum maritimum afecta tanto juvenis como adultos:
Os juvenis são mais susceptíveis.
A prevalência e a severidade da doença aumenta com a temperatura (acimados 15 ºC);
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Erosão da boca causadapor T. maritimum.
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Descrição da doença:
As lesões no tegumento vão servir como porta de entrada para outras bactérias e mesmo parasitas;
Por vezes ocorre uma infecção sistémica afectando vários órgãos;
Um sintoma menos frequente é o surgimento de lesões necróticas nas brânquias.
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Exemplares de salmão doatlântico com infecçãomúltipla de T. maritimum e Aeromonas salmonicida.
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Descrição da doença:
Em peixes fortemente infectados é frequente observar-se:
Hemorragias petequiais na gordura visceral e intestino;
Acumulação de líquido hemorrágico na cavidade abdominal;
Esplenomegalia.
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Características do agente etiológico:
As colónias apresentam um cor amarelo claro, planas de bordo irregular;
Bacilo Gram negativo, comprido (até 30 !m), móvel por deslizamento;
Aeróbio estrito.
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Características do agente etiológico:
Bioquimicamente, T. maritimum é um grupo muito homogéneo;
Geneticamente constitui um grupo homogéneo, já que por RAPD (eatendendo à serotipagem) foi possível distinguir 2 grupos:
Um grupo contendo todos os isolados e solha e dourada;
Segundo grupo contendo os isolados de salmão do atlântico, pregado e yellowtail.
Foram estabelecidos 3 serótipos relacionados com o hospedeiro.
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Espécies afectadas:
Afecta peixes de cultura e peixes do meio natural;
De entre os peixes cultivados, infecta:
Pregado, solha, robalo, salmonídeos e várias espécies de dourada.
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Isolamento :
Para o diagnóstico presumível de Tenacibaculum maritimum,
pode ser utilizado:
A sintomatologia apresentada pelos peixes;
A observação ao microscópio de grupos de bacilos compridos, empreparações temporárias efectuadas a partir das lesões.
Este diagnóstico terá sempre que ser suportado pelo isolamento doagente etiológico ou com a identificação molecular em amostras detecido.
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Isolamento:
A temperatura de incubação varia entre 15 e 34 ºC:
A temperatura óptima é de 25 ºC.
Para o seu crescimento é necessário que o meio de cultura contenha sais:
Os melhores resultados obtêm-se em meios de cultura feitos com água do mar, uma vez que esta bactéria tem uma necessidade estrita de sais, bem como de alguns micronutrientes.
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Isolamento:
É feito em meios de cultura especiais:
Anacker & Ordal que deverá ser feito com água do mar;
Flexibacter maritimus Medium (FMM);
Selective Flexibacter Medium (SFM);
Marine Agar.
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Isolamento:
O meio mais eficaz para o isolamento desta bactéria é o FMM (Pazos et al.,1996);
Depois de se isolar a bactéria, pode utilizar-se o Marine Agar para repicagenssubsequentes.
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Epidemiologia:
Até este momento foram detectados 3 serótipos (O1, O2 e O3), que parecemestar relacionados com o hospedeiro:
O serótipo O1 é constituído por isolados de dourada e pela maioria dos isolados de solha;
O serótipo O2 é constituído por isolados de pregado;
O serótipo O3 é constituído por isolados de solha:
Este serótipo foi estabelecido com isolados portugueses em 2005.
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Epidemiologia:
É capaz de sobreviver por períodos prolongados em água do mar estéril;
O mesmo não se passa com água do mar natural.
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Patogenecidade:
Produz sideróforos;
A adesão (auto-aglutinação das células) tem sido implicada napatogenicidade;
Produzem hemolisinas e ECP’s.
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Controlo:
Até 1999, o controlo de Tenacibaculum maritimum só podia ser efectuadocom antibióticos:
Nesse ano, o grupo de Santiago de Compostela desenvolveu a única vacinacomercial contra esta bactéria:
Ela foi desenvolvida para proteger rodovalhos.
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Controlo:
Devido à existência de diferentes serótipos, relacionados com a espécie depeixe de onde foram isolados, terá que ser efectuada uma nova formulaçãopara solha;
Este trabalho já se encontra em curso da Universidade de Santiago e com valores de protecção superiores a 90% (Romalde et al ., 2005).
O controlo pode ser ainda efectuado com base em substâncias anti-microbianas.