Transtornos de Personalidade (1).ppt

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  • Os Transtornos da Personalidade caracterizam pessoas que no tm uma maneira absolutamente normal de viver (do ponto de vista estatstico e comparando com a mdia das outras pessoas), mas no chegam a preencher os critrios para um transtorno mental franco.

  • Essas alteraes, quando permanentes, diferentemente das alteraes patolgicas que podem surgir de um momento para outro, constituem o que poderamos chamar de Ego Patolgico ou Transtorno de Personalidade (EY, 1954). De acordo com Henri Ey (1954), entendendo o Ego como equivalente Personalidade, a liberdade e a individualidade caractersticas da personalidade normal estariam comprometidas em determinadas alteraes permanentes da maneira de existir no mundo, como se a pessoa fosse refm de seus prprios traos, inflexveis e permanentes.

  • O Transtorno de Personalidade seria uma maneira de atuar permanente, continuada e duradoura de um Ego no-normal, ao contrrio das alteraes francamente patolgicas que podem ocorrer durante a vida, a partir de um momento definido (tais quais as crises, os surtos e os processos patolgicos). Em psicopatologia, as anormalidades da personalidade se reportam, principalmente, possibilidade que se tem de classificar determinada personalidade como sendo desta ou daquela maneira de existir, enquanto o normal seria a pessoa ser um pouco de tudo, ou seja, ter um pouco de cada caracterstica humana sem prevalecer patologicamente uma delas.

  • Desta maneira, diante da possibilidade de se ressaltar um trao marcante, especfico e caracterstico num determinado indivduo, ou seja, diante do fato desta personalidade ser caracterizada por um determinado trao, torna-se possvel sua classificao.

  • Caso, ainda, esta caracterstica responsvel por sua classificao venha a prejudicar a liberdade desta personalidade ser livre e desimpedida de qualquer estigma limitador de sua maneira de ser, caso ainda essa caracterstica cause sofrimento ao seu portador ou a outras pessoas, ento, ao invs de estarmos diante de somente um determinado tipo de personalidade, ou de um determinado trao, estaremos diante de um Transtorno de Personalidade.

  • Karl Jaspers (1979) afirma que so anormais as personalidades que provocam sofrimento tanto ao indivduo como queles que o rodeiam. Para ele, as personalidades anormais indicam variaes no normais da natureza humana e que, na eventualidade de superpor-se a elas algum processo, tornar-se-iam personalidades propriamente mrbidas (doentias). Jaspers discute o tema sob a tica das variaes do existir humano de origem constitucional (que fazem parte da pessoa).

  • Assim sendo, podemos considerar o modo peculiar de ser das PersonalidadesAnormais no mundo como uma apresentao do sujeito diante da vida situada nas extremidades da faixa de tolerncia de sanidade pelo sistema cultural. Essas personalidades anormais seriam alteraes perenes do carter, caracterizando no somente o modo de ESTAR no mundo, mas, acima de tudo, o modo de o indivduo SER no mundo.

  • A Organizao Mundial de Sade (OMS) aborda o tema sob o ttulo de Transtornos da Personalidade e de Comportamentos, especificando-os nos ttulos de F60 at F69 na Classificao Internacional das Doenas (CID-10), e descreve os transtornos assim:

  • Estes tipos de condio (Transtornos de Personalidade) abrangem padres de comportamento profundamente arraigados e permanentes, manifestando-se como respostas inflexveis a uma ampla srie de situaes pessoais e sociais. Eles representam desvios extremos ou significativos do modo como o indivduo mdio, em uma dada cultura, percebe, pensa, sente e, particularmente, se relaciona com os outros. Tais padres de comportamento tendem a ser estveis e a abranger mltiplos domnios de comportamento e funcionamento psicolgico. Eles esto frequentemente, mas no sempre, associados a graus variados de angstia subjetiva e a problemas no funcionamento e desempenho sociais. (CID-10)

  • Os Transtornos de Personalidade, segundo ainda o CID-10, so condies do desenvolvimento da personalidade, aparecem na infncia ou na adolescncia e continuam pela vida adulta. Esta condio diferencia o Transtorno da Alterao da Personalidade. Esta ltima (Alterao) sucede durante a vida como consequncia de algum outro transtorno emocional ou mesmo seguindo-se ao estresse grave.

  • Os Transtornos de Personalidade, segundo ainda o CID-10, so condies do desenvolvimento da personalidade, aparecem na infncia ou na adolescncia e continuam pela vida adulta. Esta condio diferencia o Transtorno da Alterao da Personalidade. Esta ltima (Alterao) sucede durante a vida como consequncia de algum outro transtorno emocional ou mesmo seguindo-se ao estresse grave.

  • O Transtorno de Personalidade, conforme esta classificao diz, ao tratar dos Transtornos Especficos (uma subdiviso dos Transtornos em geral), so perturbaes graves da constituio do carter e das tendncias comportamentais, portanto, no so adquiridas do meio. Dessa forma, os Transtornos de Personalidade seriam modalidades incomuns de o indivduo interagir com sua vida, de se manifestar socialmente, de experimentar sentimentos (ou no experiment-los). O CID-10 apresenta entre os ttulos F60 e F69 uma grande variedade de subtipos de Transtornos de Personalidade. Procuraremos aqui compatibiliz-los todos com outras classificaes, de forma a abordar os tipos sinnimos com a mesma descrio.

  • O DSM-III-R falava sobre o que deve ser entendido dos Distrbios da Personalidade de maneira muito prxima ao que a OMS considera vlido para seus Transtornos da Personalidade:

  • Caractersticas de personalidade so padres duradouros de percepo, relao e pensamento acerca do ambiente e de si mesmo, e so exibidos numa ampla faixa de contextos sociais e pessoais importantes. somente quando as caractersticas de personalidade so inflexveis e inadaptadas, e causam um comprometimento funcional significativo que elas constituem os Transtornos da Personalidade. As manifestaes dos Transtornos da Personalidade so, frequentemente, reconhecveis na adolescncia ou mais cedo, e continuam por quase toda a vida adulta, embora elas muitas vezes se tornem menos bvias nas faixas mdias ou extremas de idade. (DSM- III)

  • O DSM-IV fala dos Transtornos da Personalidade da seguinte forma:Um Transtorno da Personalidade um padro persistente de vivncia ntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivduo, invasivo e inflexvel, tem seu incio na adolescncia ou comeo da idade adulta, estvel ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuzo. (DSM-IV)

  • As diferenas biolgicas individuais tm sido, j h algum tempo, ligadas a vrios tipos de temperamento e de personalidade, e cada avano da cincia torna mais ntida a interao dos fatores genticos e ambientais na determinao da constituio do sujeito.

  • Em tempos modernos, pode-se considerar que o estudo dos Transtornos da Personalidade se baliza sobre quatro domnios psicobiolgicos. So eles:1 - A regulao dos impulsos;2 - A modulao afetiva;3 - A organizao cognitiva e;4 - O controle da ansiedade.

  • E estudo dessas, pode-se dizer, funes psquicas, estreitamente relacionadas com as alteraes da personalidade, tem sido alvo de substancial contribuio pelas modernas metodologias de avaliao bioqumica, pelos exames neuropsicolgicos e pelas imagens computadorizadas das tomografias e dos aparelhos de emisso de psitrons.

  • A caracterstica marcante deste distrbio uma tendncia global e sem justificativa para interpretar as aes dos outros como deliberadamente humilhantes ou ameaadoras. O distrbio inicia, em geral, no final da adolescncia ou no comeo da idade adulta. Na maioria das vezes, h uma crena de estar sendo explorado ou prejudicado por outras pessoas de alguma maneira e, por isso, a lealdade e a fidelidade das pessoas esto sempre em questionamento. Muitas vezes o portador deste Transtorno patologicamente ciumento e questionador da fidelidade do cnjuge ao ponto de provocar situaes constrangedoras.

  • O portador deste distrbio pode entender que situaes triviais e rotineiras so humilhantes e ameaadores, de um erro casual no saldo bancrio at um cumprimento no efusivo podem ser interpretados como atitudes maldosas premeditadas. Tambm se faz presente uma sensibilidade exagerada s contrariedades ou a tudo que possa ser entendido como uma rejeio, uma tendncia distoro das experincias, entendendo-as como hostis ou depreciativas, embora sejam neutras e amistosas (pensamento paranoide). Esses indivduos podem sentir-se irremediavelmente humilhados e enganados, e, por consequncia, se tornarem agressivos e reivindicadores de seus direitos, com insistncia.

  • Supervalorizam sua prpria importncia; as suas ideias so as nicas corretas e seus pontos de vistas no devem ser contestadas, da a facilidade em conquistar inimigos e a tendncia a pensamentos autorreferentes. So desconfiadas, teimosas, dissimuladoras e obstinadas, vivem numa solido frequentemente confundida com timidez, como se no houvesse no mundo pessoas com quem pudessem partilhar sua prodigalidade, dignidade e seus sentimentos superiores.

  • As pessoas com Transtorno Paranoide da Personalidade so extremamente sarcsticas em suas crticas, irnicas ao extremo nos comentrios e contornam as eventuais situaes constrangedoras recorrendo a artimanhas teatrais e chantagens emocionais. No toleram crticas dirigidas sua pessoa e qualquer comentrio neste sentido entendido como declarao de inimizade. (BALLONE, 2005)

  • Costumam valorizar suas ideias como as nicas corretas e, por isso, podem ser considerados fanticos nas diversas reas do pensamento, seja ele religioso, poltico, tico ou profissional. Gostam de fantasiar, mas possuem dificuldades na distino entre a fantasia e a realidade. Indivduos com esses distrbios so hipervigilantes e costumam se precaver contra qualquer ameaa percebida.

  • Na maioria das vezes, a afetividade, nesses casos, se restringe e pode parecer fria; isso porque essas pessoas gostam de serem sempre objetivas, racionais e pouco emocionais.Como critrios para este Transtorno os indivduos devem, preferencialmente, ser caracterizados por:a) sensibilidade exagerada a contratempos e rejeies;

  • b) tendncia a guardar rancores persistentemente, isto , recusam a perdoar aquilo que julgam como insultos ou desfeitas:c) desconfiana e tendncia a interpretar erroneamente as experincias amistosas ou neutras;

  • d) obstinado senso de direitos pessoais em desacordo com a situao real;e) suspeitas injustificveis em relao fidelidade (conjugal ou de amigos);f) autovalorizao excessiva;g) pressuposies quanto a conspiraes. (BALLONE, 2005)

  • Este tipo de distrbio se faz presente em indivduos que apresentam um padro de afastamento social persistente, um constante desconforto nas interaes humanas, possuem comportamento e pensamento excntricos, isolamento e introverso. O esquizoide parece um sujeito desinteressado, reservado e parece lhe faltar envolvimento com os acontecimentos triviais e com as preocupaes alheias; em geral, ele possui pouca necessidade de vnculos emocionais.

  • Este tipo de personalidade apresenta interesses na solido, em trabalhos solitrios e em atividades no competitivas. No entanto, esses indivduos so capazes de dirigir grande energia afetiva em interesses que no envolvam outras pessoas e podem ligar-se muito aos animais. Costumam ser os ltimos a aceitarem as variaes da moda popular, mas em geral mantm-se algo de excntrico.

  • Constantemente absorvem-se em algumas obsesses acerca de dietas esdrxulas, programas de sade alternativos, movimentos religiosos e filosficos incomuns, esquemas de aperfeioamento socioculturais, associaes mais ou menos secretas de assuntos esotricos (BALLONE, 2005). Embora paream presos aos seus delrios fantasiosos e fantsticos, continuam capazes de reconhecer a realidade.Alm disso, os Esquizoides podem contribuir para o mundo com ideias criativas e originais.

  • Juntando os critrios estabelecidos pelo DSM-IV e pelo CID-10 para o diagnstico deste tipo de transtorno recomenda-se o seguinte:a) um padro de indiferena s relaes sociais e umavariao pobre da expresso emocional;b) indiferena aos sentimentos alheios;

  • c) questionamento, indisposio e desrespeito s normas e obrigaes sociais;d) pouco interesse em relaes sexuais;e) preferncia quase invarivel por atividades solitrias;f) preocupao excessiva com fantasias e introspeco;g) falta de amigos ntimos, relacionamentos confidentes e a falta de desejo de tais relacionamentos;

  • h) raramente vivenciam emoes fortes, como raiva e alegria;i) indiferena a elogios e crticas.As pessoas Esquizoides sentem-se frequentemente incompreendidas, o que refora a tendncia ao isolamento e ao afastamento dos mortais comuns. Este ausente sentimento de companheirismo normalmente compensado pelo zelo apaixonado pela leitura, pelos animais ou alguma outra expresso artstica de difcil compreenso. (BALLONE, 2005)

  • Na CID-10 o Transtorno Explosivo da Personalidade entendido como Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instvel. Sua caracterstica mais acentuada uma tendncia a agir impulsivamente, com desprezo s eventuais consequncias do ato impulsivo, alm de instabilidade afetiva. Os frequentes acessos de raiva podem culminar em violncia ou em exploses comportamentais. Tais crises de agressividade e explosividade podem ser provocadas com facilidade quando as atitudes impulsivas so criticadas ou impedidas por outras pessoas.

  • Esses distrbios possuem como caracterstica a instabilidade do estado de nimo com possveis exploses de raiva, dio, violncia ou afeio. A agresso pode se dar fisicamente ou verbalmente, e as exploses no podem ser controladas pelas pessoas afetadas. No entanto, tais pessoas no possuem comportamento antissocial e, em vez disso, so simpticas, falantes, sociveis e educadas quando fora das crises.

  • A extrema sensibilidade aos aborrecimentos advindos de pequenos estmulos ambientais leva, nos explosivos, a respostas de sbita violncia e incontida agressividade. So pessoas comumente chamadas de pavio-curto ou de cinco minutos. No DSM-III-R, a caracterizao mais prxima desta personalidade a do Distrbio Explosivo Intermitente.

  • De acordo com o DSM-III-R, esses indivduos apresentam situaes em que perdem o controle sobre os impulsos agressivos, levando a agresses ou destruio de propriedade e, em geral, a agressividade apresentada totalmente incondizente com os estressores ambientais que possam t-la desencadeado. Esses episdios costumam ser seguidos de arrependimentos ou autorreprovao, podendo levar a graus variados de depresso, como uma forma de ressaca moral pelos procedimentos cometidos.

  • A instabilidade se faz presente na escolha de seus objetivos, de seus valores e de suas aspiraes profissionais, que esto sempre em constante mudana, levando acentuada inconstncia no ritmo, estilo e tipo de vida dessas pessoas. O sujeito pode apresentar sbitas mudanas de opinies e planos sobre sua carreira, seus valores e sobre os tipos de amigos que deseja.

  • O Transtorno da Personalidade Borderline (tipo Explosivo) favorece a instabilidade afetiva em consequncia a uma acentuada reatividade do humor. Este humor disfrico bsico dos indivduos com Transtorno da Personalidade Borderline caracterizado por perodos de raiva, pnico ou desespero.Esses episdios podem refletir a extrema reatividade do indivduo a estresses interpessoais. Subjetivamente, essas pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline podem ser incomodadas por sentimentos crnicos de vazio. Facilmente entediados, podem estar sempre procurando algo para fazer.

  • Os indivduos com este transtorno frequentemente expressam raiva intensa e inadequada ou tm dificuldade para controlar essa raiva. So constantes tambm o extremo sarcasmo, a persistente amargura ou exploses verbais. A raiva frequentemente vem tona quando uma pessoa de sua simpatia tida por eles como negligente, omisso, indiferente ou prestes a abandon-lo. Durante perodos de extremo estresse, podem ocorrer ideao paranoide ou sintomas dissociativos transitrios (por exemplo, despersonalizao), mas estes, em geral, tm gravidade ou durao insuficiente para indicarem outro diagnstico psiquitrico. (BALLONE, 2005)

  • A Personalidade Histrica, presente na CID-10 como Transtorno Histrinico de Personalidade ou Histrica, seu nome mais antigo, caracterizada por um comportamento colorido, dramtico e extrovertido, semprea sempre exuberante. um dos nicos distrbios de personalidade que mais frequente entre as mulheres; nele, os portadores tendem ao comportamento em busca de ateno.

  • Os histrinicos costumam exagerar seus pensamentos e sentimentos, so acometidos por acessos de mau humor, lgrimas e acusaes sempre que no so o centro das atenes ou quando no so elogiados e aprovados. Costumam ser animados e dramticos, gostam de chamar a ateno sobre si mesmos e podem, a princpio, encantar os demais sua volta, com quem travam conhecimento por seu entusiasmo, aparente franqueza ou capacidade de seduo. Tais qualidades, contudo, perdem sua fora medida que esses indivduos continuamente exigem o papel de dono da festa (BALLONE, 2005).

  • Apresentam traos fortes de vaidade, egocentrismo, exibicionismo e dramaticidade. Representando um papel que a vida lhes nega ou devido s suas limitaes pessoais, os portadores encenam para si e para todos sua volta, a sua grande plateia. Pode haver fases em que eles j no sabem onde termina a realidade e onde comea a fantasia, passando a acreditar em seus prprios mitos e em suas prprias encenaes.

  • Por causa de sua excepcional teatralidade, no rara a tendncia de polarizar as atenes, perfeitamente dissimulada sob o papel de pobre coitado(a), ou de um retraimento social to lamentvel que capaz de chamar mais a ateno que uma participao mais normal (BALLONE, 2005). As mes portadoras do distrbio podem engendrar planos para fazer com que seus filhos se compadecerem de seu estado lastimvel e que se arrependam. So indivduos sempre queixosos de incompreenso, mas nunca procuram entender os outros ou entender que os outros no so obrigados a compreend-los.

  • Essas pessoas glorificam a doena, as queixas somticas e atribuem todos os eventuais fracassos ou limitaes a eventuais transtornos orgnicos que os independem de sua sempre presente boa vontade. A somatizao, dissociao e represso so os mecanismos de defesa mais intensamente utilizados por eles.

  • To intensos so estes mecanismos de defesa que reconhecerem seus prprios sentimentos e suas tendncias de personalidade torna-se praticamente impossvel.Sexualmente, a personalidade histrinica determina nas mulheres um comportamento sedutor, provocante e com tendncia a erotizar as relaes no sexuais do dia a dia. As fantasias sexuais com as pessoas pelas quais esto envolvidos so comuns e, embora volveis, o arremate final do jogo sexual costuma no ser satisfatrio.

  • O DSM-IV e o CID-10 recomendam como critrios para o diagnstico do Transtorno Histrinico da Personalidade um padro generalizado de excessiva emotividade e busca de ateno, indicado pelas seguintes caractersticas:a) busca constante ou exigncia de afirmao, aprovao ou elogios;b) autodramatizao, teatralidade e expresso exagerada das emoes;

  • c) alta sugestionabilidade, facilmente influenciada pelos outros ou por determinadas circunstncias;d) seduo inapropriada em aparncia ou comportamento;e) preocupao excessiva com a atratividade fsica;f) expresso de emoes exageradamente;g) expresso de emoes rapidamente mutvel;h) egocentrismo nas satisfaes;i) intolerncia severa s frustraes e no satisfao;j) discurso impressionista e superficial. (BALLONE, 2005)

  • O Transtorno da Personalidade Histrinica proporciona um alto grau de sugestionabilidade. Suas opinies e sentimentos sofrem influncia, facilmente, de outras pessoas e de tendncias momentneas. Ocorre perda, ainda que pouca, da inibio social, o que leva a considerem os relacionamentos mais ntimos do que na verdade so, dirigindo-se a, praticamente, qualquer pessoa recm-conhecida como meu querido, meu amigo ou chamando um mdico por seu prenome mesmo na primeira consulta (BALLONE, 2005).

  • Uma das caractersticas mais marcantes dos portadores do distrbio tentar controlar os demais por meio da manipulao emocional ou pela seduo. Isto, alis, os leva a se afastarem dos amigos, devido s exigncias de constante ateno.

  • Geralmente, manifestam intolerncia ou frustrao por circunstncias que envolvam um adiamento da gratificao, sendo que suas aes frequentemente so voltadas obteno de satisfao imediata, ou seja, possuem grande dificuldade para lidar com a espera ou para contemporizar situaes.

  • A marca caracterstica deste Transtorno de Personalidade a persistncia e a continuidade de tenso e apreenso. Como consequncia disso, o portador desse tipo psicolgico experimenta a crena frequente de ser socialmente inepto, desinteressante e desagradvel, portanto, inferior aos demais.Na realidade, a ansiedade aparece com maior exuberncia sempre que tais pessoas vislumbram a possibilidade de serem objeto de apreciao por parte dos demais. (BALLONE, 2005)

  • Em geral, devido aos sentimentos suprarreferidos, isolam-se socialmente e, como o nome do transtorno j refere, est presente constante evitao social. Na realidade, seus portadores evitam a possibilidade da experimentao de sentimentos desagradveis de desapreo quando submetidos ao jugo pblico. Costumam mentir para dissimular sua verdadeira situao existencial, uma vez que julgam que, se os interlocutores souberem como so verdadeiramente, no mais tero interesse em suas pessoas.

  • Em resumo, a pessoa com este transtorno constantemente dissimula sua real performance social, interpessoal ou psicolgica, aparentando aquilo que, decididamente, no . Isso tudo devido a uma preocupao em excesso de estar sendo criticada ou rejeitada em praticamente todas as circunstncias sociais. Faz-se presente, alm disso, grande relutncia no envolvimento com outras pessoas, devido ao medo da crtica. Podero envolver-se apenas quando certas em absoluto de sua apreciao.

  • Os critrios do DSM-IV para o diagnstico so:a) sentimentos persistentes e invasivos de tenso e apreenso;b) crena constante de ser socialmente inepto, pessoalmente desinteressante ou inferior aos demais;c) preocupao excessiva em ser criticado ou rejeitado em situaes sociais;

  • d) relutncia em se envolver com pessoas, a no ser quando absolutamente certo de ser apreciado;e) restries ao estilo de vida devido necessidade de segurana fsica;f) evitao de atividades sociais e ocupacionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de opinies a seu respeito. (BALLONE, 2005)

  • H, neste Transtorno de Personalidade, um padro generalizado de perfeccionismo e inflexibilidade. Os portadores preocupam-se com a observncia das normas, das regras, com a organizao e com os detalhes (BALLONE, 2005). Em geral, so indivduos merc do simtrico, da limpeza e do ordenamento das coisas, desde a arrumao de seus objetos de uso pessoal (guarda-roupas, gavetas, mesas), at a organizao meticulosa de objetos ligados sua ocupao e profisso.

  • A excessiva preocupao com a origem geral das coisas torna impossvel conciliar o sono, por exemplo, estiverem com a impresso de que os chinelos esto desarrumados, ou de que uma gaveta est entreaberta, ou que, talvez, a porta esteja sem trancar etc. Obviamente, nota-se um cuidado exagerado para com a arrumao do banheiro, provocando desconforto se estiver com respingos, com uma torneira vazando ou com algo fora de seu devido lugar.

  • Esses indivduos no conseguem suportar tudo aquilo que entendem como uma infrao s suas prprias determinaes de organizao. Em decorrncia, so inflexveis com si prprios e com as pessoas mais prximas na observncia de suas leis. O exagerado perfeccionismo, a preciso meticulosa na arrumao das coisas e a repetitividade constante para que tudo saia da forma obsessivamente idealizada tornam esses indivduos muito enfadonhos (BALLONE, 2005).

  • Essas caractersticas de obsesso rigidamente voltadas para a perfeio, somadas ao medo de que algo pode no estar perfeito fazem com que essas pessoas tenham muita dificuldade para terminarem aquilo que comearam. No importa quo boa esteja a realizao em pauta, mas sim a obsessiva impresso de que algo esteja faltando, de que algo no esteja correto ou imperfeito. (BALLONE, 2005)

  • Os obsessivos possuem dificuldade para expressar sentimentos de ternura, compaixo e compreenso aos sentimentos e aos comportamentos de outras pessoas. Quando eles se permitem o lazer e a recreao, o fazem com muito planejamento e meticulosidade, tanto que sacrificam o prprio prazer em benefcio das regras e normas para que tenham prazer.

  • Os critrios para diagnstico deste Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo podem ser agrupados da seguinte forma:a) sentimentos de dvida e cautela exagerados;b) preocupao com detalhes, regras listas, ordem, organizao e esquemas;

  • c) perfeccionismo que interfere na concluso de tarefas;d) escrupulosidade excessiva com a produtividade, concomitante quase excluso do prazer;e) aderncia excessiva a algumas convenes sociais;

  • f) inflexibilidade, rigidez e teimosia;g) insistncia para que os outros se submetam aos seus conceitos de valor em relao maneira de fazer as coisas;h) evitam tomar decises, acreditando haver sempre outras prioridades;

  • i) falta de generosidade e de sentimentos de compaixo e tolerncia para com os outros;j) dificuldade em descartar-se de objetos usados. (BALLONE, 2005)

  • Segundo Laplanche (1991), uma afeco psicognica em que os sintomas so a expresso simblica de um conflito psquico que tem razes na histria infantil do sujeito e constitui compromissos entre o desejo e a defesa.

  • Neuroses so quadros patolgicos psicognicos (ou seja, de origem psquica), muitas vezes ligados a situaes externas na vida do indivduo, os quais provocam transtornos na rea mental, fsica e/ou da personalidade. De acordo com a viso psicanaltica, as neuroses so fruto de tentativas ineficazes de lidar com conflitos e traumas inconscientes. O que distingue a neurose da normalidade a intensidade do comportamento e a incapacidade do doente de resolver os conflitos internos e externos de maneira satisfatria.

  • um quadro psicopatolgico clssico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clnica e pela psicanlise como um estado psquico no qual se verifica alguma perda de contato com a realidade.

  • Nos perodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso) alucinaes ou delrios, desorganizao psquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranoide, acentuada inquietude psicomotora, sensaes de angstia intensa e opresso, e insnia severa. Tal frequentemente acompanhado por uma falta de crtica ou de insight que se traduz numa incapacidade de reconhecer o carter estranho ou bizarro do comportamento. Dessa forma, surgem tambm, nos momentos de crise, dificuldades de interao social e em cumprir normalmente as atividades da vida diria.

  • Grande nmero de estressores do sistema nervoso, tanto orgnicos como funcionais, podem levar a uma reao de sintomatologia, parecida, mas no igual, estrutura psictica. Muitas pessoas possuem experincias fora do comum ou mesmo relacionadas com uma distoro da realidade em um determinado momento de suas vidas, sem necessariamente que isso tenha grandes consequncias em suas vidas.Por isso, alguns autores afirmam que no possvel dissociar a psicose da conscincia normal, mas deve-se condier-la como parte de um continuum de conscincia.

  • um termo que costuma ser utilizado para designar o desvio, seja de um indivduo, seja de um grupo, de um dos comportamentos humanos entendidos como normais e/ou ortodoxos a um grupo social dado. Entretanto, a conceituao de normalidade e anormalidade possui variaes ao longo do tempo e dependendo do espao em que se insere, em razo de inmeras circunstncias.

  • A perverso se difere da neurose e da psicose enquanto maneira de funcionamento e organizao defensiva do aparelho psquico. Este termo costuma, tambm, ser usado com frequncia no sentido especfico de perverso sexual, ou desvio sexual (WIKIPEDIA, s.d.).J na Psicanlise, perverso toda pessoa que possui um modo de funcionamento psquico baseado numa estrutura perversa (WIKIPEDIA, s.d.).