Capítulo 2A arte moderna do século XX 2
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Você sabia que Arte Mo-
derna é uma expressão utili-
zada para indicar a produção
artística que marcou a pri-
meira metade do século XX?
Nesse período, aconte-
ceram grandes transforma-
ções sociais. Na Arte, houve o
início de uma nova percepção
em relação à forma, cor, luz,
modelos e padrões estabele-
cidos anteriormente. Surgi-
ram, entre outros, o Fauvis-
mo, o Cubismo, o Futurismo,
movimentos que ainda man-
tinham elementos figurati-
vos. Mais tarde, o Abstracio-
nismo, movimento que não
usa imagens reconhecíveis.
A arte moderna do século XX2
• Fauvismo, Cubismo,
Abstracionismo,
Dadaísmo e Surrealismo
• Obras da arte moderna
do século XX
• Música moderna
e eletrônica
• Dança moderna
• Teatro dadaísta
e surrealista
PICASSO, Pablo. Busto de mulher. 1941. 1 óleo sobre tela, color., 73 cm × 60 cm. Galeria Tate Modern, Londres, Inglaterra
Nesta obra de Picasso, uma das mais expressivas da série intitulada “Mulheres chorando”, notam-se, no rosto da mulher, exemplos das ideias de fragmentação e
distorção desenvolvidas no Cubismo.
o que vocêvai conhecer
©Christie's Images/Bridgeman/Fotoarena
2
Arte
• Conhecer os principais movimentos da Arte Moderna do século XX.
• Compreender a relação entre música concreta e eletrônica.
• Conhecer a dança moderna.
• Reconhecer o teatro dadaísta e surrealista.
objetivos do capítulo
Fauvismo, o começo de tudoO ano de 1905 pode ser considerado um dos marcos do início do Modernismo. Em
Paris, durante a realização do Salão de Outono, jovens pintores apresentaram obras que não seguiam a composição e a proporção convencionais, e que utilizavam cores intensas e expressivas.
As obras desses artistas são reunidas em movimentos que apresentam características pró-prias. Um desses movimentos é o Fauvismo, cujo nome remete ao termo francês fauve, que significa fera. Os fauvistas foram chamados de feras por não seguirem os cânones impressio-nistas, que estavam em voga na época, e por utilizarem cores puras com muita intensidade.
A característica mais marcante do Fauvismo é não se preocupar em re-presentar fielmente a na-tureza, tanto em relação a formas quanto a cores. O seu maior representante foi Henri Matisse (1869-1954). Outros pintores de destaque foram An-dré Derain (1880-1954), Henri Manguin (1874- 1949) e Albert Marquet (1875-1947).
DERAIN, André. O porto de Collioure. 1905. 1 óleo sobre tela, color., 59,5 cm × 73,2 cm. Centro Pompidou, Paris, França.
Nesta pintura, André Derain usa cores intensas para retratar o aspecto vívido da paisagem de um porto francês.
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©Artepics/Alamy/Fotoarena
Henri MatisseHenri Matisse nasceu na França. Foi um pintor, escultor e artista gráfico com grande
influência no século XX. Em sua arte, predominavam temas leves, sem intenções críticas, traços de arabesco, cores puras e formas planas. Ainda que tenha se interessado por outros estilos (como tantos artistas, que vivenciam a produção de vários estilos antes de encontrar o seu próprio), o artista foi considerado pintor da escola fauvista. No fim da sua vida, em ra-zão de sua saúde debilitada, desenvolveu a técnica de colagem.
MATISSE, Henri. A mesa de jantar vermelha. 1908. 1 óleo sobre tela, color., 180 cm × 220 cm. Museu Hermitage, São Petersburgo, Rússia.
Nessa composição, Matisse utiliza um padrão vibrante de cores primárias de forma integrada. As cores da toalha da mesa e da parede parecem se fundir, mas, mesmo assim, os planos horizontais e verticais podem ser distinguidos claramente.
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Arte
Nos seus últimos 15 anos de vida, Matisse desenvolveu o que ele chamava de “pintura com tesouras”. Por causa de problemas de saúde, o artista não conseguia mais ficar em pé ou sentado por longos períodos de tempo, o que impossibilitava o seu trabalho com a pintura. Com isso, ele passou a trabalhar predominantemente com colagens. Seus assistentes pinta-vam folhas de papel com guache, usando cores vibrantes. Matisse, então, recortava papéis e os colava na tela, montando suas composições.
Em suas colagens, assim como nas pinturas que criou, ele organiza a composição com co-res fortes e formas não realistas para representar pessoas, vestimentas, objetos, elementos da natureza e locais. Cada forma recortada, por si só, não consegue representar uma figura identificável. A junção desse conjuntos de formas coloridas é que se constrói o quadro e desvela seu significado.
©Dennis Hallinan/Alamy/Fotoarena
MATISSE, Henri. A tristeza do rei. 1952. 1 guache sobre papel montado sobre tela, com colagens, color., 292 cm × 386 cm Centro Pompidou, Paris, França.
Esta obra teria sido a última feita pelo artista. O rei, vestido de negro e com uma viola na mão, seria o próprio Matisse.
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atividades
Observe a colagem de Matisse prestando atenção no uso das cores, nas formas e proporções. De-pois, elabore a sua colagem. Para isso, faça um esboço de seu trabalho em um papel separado. Use sua criatividade para criar formas, pinte-as com tinta guache e recorte-as, assim como fazia Matisse. Depois monte sua obra no espaço abaixo.
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Arte
Cubismo, um rompimentoIniciado por Pablo Picasso e Georges Braque em 1907, o Cubismo rompeu com a ideia de
arte como imitação da natureza, surgindo, assim, um novo jeito de perceber formas e espaços.
Com o abandono da perspectiva convencional, os artistas passaram a mostrar todas as faces de uma forma. No desenho de um rosto, por exemplo, nariz, orelhas e boca são representados no mesmo plano, sugerindo que todos os seus ângulos sejam vistos ao mesmo tempo.
No processo de construção das imagens cubistas, a geometrização das formas, a decom-posição (fragmentação) e os planos se misturam e se contrapõem.
Pablo Picasso Um dos criadores do movimento cubista, Pablo Picasso (1881-1973), além de pintor, foi
escultor, desenhista, gravador e ceramista.
Nos anos seguintes a 1907, sua arte passou por diversas transformações, culminando com uma retrospectiva realizada em 1932, na capital francesa. No início da Guerra Civil Espa-nhola, Picasso apoiou a causa republicana e, em 1937, pintou Guernica, possivelmente a obra mais decisiva e marcante de sua carreira.
Além disso, em seus trabalhos, é possível observar influências da arte africana, pré-co-lombiana e clássica.
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PICASSO, Pablo. As meninas de Avignon Les demoiselles d’Avignon. 1907. 1 óleo sobre tela, color., 243,9 cm × 233,7 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, Estados Unidos.
Nesta obra, Picasso rompe com antigas convenções da arte ocidental e apresenta influência de outras culturas. As cabeças das duas mulheres à direita e da mulher à esquerda remetem às máscaras africanas.
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O que o Cubismo tem a ver com a cultura africana? Picasso foi fortemente influenciado tanto por Cézanne quanto pela arte primitiva e pelas máscaras africanas.
A arte africana foi levada à Europa a partir do século XVI, pelos colonizadores europeus que dominaram terri-tórios no continente africano (da mesma forma que acon-teceu aqui, na época do Brasil Colônia). Diversas pesquisas antropológicas foram feitas desde então e, por um tempo, buscou-se aproximar as artes africanas à arte europeia, in-clusive usando a mesma classificação para as obras trazi-das da África. Dessa forma, máscaras e outros artefatos foram chamados de naturalistas, expressionistas e abstra-tas. Mas essas denominações não são corretas, porque na África não havia essa distinção entre movimentos ou ten-dências estéticas.
curiosidade?
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As máscaras africanas foram uma das influências na arte de Pablo Picasso.
Picasso ficou aficionado pela arte africana e pela forma livre com que os artistas daquele continente criavam, uma vez que eles não se prendiam a padrões preestabelecidos. Ele bus-cou essa liberdade, criando obras que não buscavam a harmonia clássica e decompunham a realidade.
Sua obra mais estudada e vista anteriormente, As meninas de Avignon, reflete essas influências.
Observe atentamente a obra As meninas de Avignon e faça uma pesquisa sobre ela. Registre suas descobertas e impressões sobre a obra.
pesquisa
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Arte
atividades
No espaço abaixo, crie um retrato inspirado no Cubismo e nas máscaras africanas.
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GuernicaPintada em 1937, com uma fusão de estilos pastorais e épicos aliados à ausência de cor,
Guernica é uma obra emblemática, expressão do artista e de seu tempo.
Tendo como tema o bombardeio à cidade basca de Guernica, ocorrido no dia 26 de abril
de 1937, durante da Guerra Civil Espanhola, a obra mostra a reação de Picasso ao grande
massacre sofrido pela população.
O crítico de arte Luiz Camillo Osório explica que Guernica é um exemplo de como a arte
é capaz de representar a dor coletiva:
©Album/Joseph Martin/Album/Fotoarena
PICASSO, Pablo. Guernica. 1937. 1 óleo sobre tela, color., 349,3 cm × 776,6 cm. Museu Nacional de Arte Rainha Sofia, Madri, Espanha.
A leitura da republicação, nos jornais franceses, das notícias sobre Guernica inspiraram Picasso a trabalhar nesta obra de dimensões épicas.
atividades
Pesquise sobre a obra Guernica e observe seus detalhes. Relacione as informações a cada um deles.
Para isso, leia os textos seguintes, recorte-os e cole-os ao lado de cada detalhe da obra.
O artista está sempre atento ao que se passa e responde aos acontecimentos com seu tra-balho. Picasso teve a capacidade de contestar os desdobramentos da guerra de forma não ape-nas ilustrativa, mas com força plástica gigantesca. Através da dimensão artística, ele abordou uma situação e deu a ela uma enorme potência pictórica. A tela é um manifesto nela mesma.
Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/ha-80-anos-pablo-picasso-comecava-pintar-guernica-21279653
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Arte
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Cavalo em agonia, aparentemente sentindo
as dores causadas pela lança cravada em seu
corpo.
Figura mutilada de um guerreiro segurando
uma espada quebrada, que pode simbolizar a resistência do povo
espanhol.
Homem com braços levantados e boca aberta, representando possivelmente
o desespero diante da morte. É provável que essa figura se relacione
à figura principal da obra 3 de maio de 1808, do pintor espanhol
Francisco Goya.
Uma mãe carrega uma criança morta nos braços.
Percebe-se a dor que sente ao perder um filho.
O touro pode ser considerado uma figura ambígua, pois nele pode estar representada a resistência do povo
espanhol ou a brutalidade do general Franco.
Uma espécie de lâmpada elétrica, envolvida em algo
que lembra o formato do Sol, sugere o “olho de
Deus”.
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Arte
E como anda o planejamento do evento comunitário Artes em festa, que vai acon-
tecer no fim do ano escolar? Os preparativos já começaram? Acertaram uma data com a
direção da escola?
Uma dica: como todas as turmas do Ensino Fundamental – Anos Finais também vão
participar, sua turma pode organizar esse evento em parceria com elas. Assim a festa
será ainda mais marcante para vocês e para a comunidade escolar.
Não esqueçam de organizar a memória dos trabalhos realizados em sala de aula. Esse
planejamento é essencial, para que as obras a serem expostas estejam em boas condi-
ções. Para entender melhor como isso pode ser feito, respondam às perguntas seguintes.
Qual o espaço mais adequado para o acondicionamento das obras produzidas, de
forma que elas fiquem em boas condições para a exposição?
Como vocês pretendem registrar cenas, danças e músicas criadas nas aulas? Uma
boa forma é usar aparelhos celulares, gravadores, câmeras de vídeo ou máquinas
fotográficas.
Depois de gravar ou fotografar, como vocês vão organizar os arquivos digitais para
eles não se perderem durante o ano? Em um computador da escola, em uma pasta
criada exclusivamente para essa finalidade? Tem de ser em um computador que pos-
sa ser acessado de tempos, em tempos para a inclusão de novidades.
E que tal registrarem o processo de criação artística? Afinal, o processo é tão im-
portante quanto o resultado. Para isso, vocês podem fazer as seguintes perguntas aos
artistas-alunos, após as atividades da produção artística.
Como nasceu a ideia de sua obra de arte?
Como essa ideia se desenvolveu em uma obra artística?
O que você pensou e como se sentiu durante a criação?
E depois da criação?
Registre as respostas em textos, áudios e vídeos que também podem ser mostrados
no Artes em festa. O público vai adorar
saber!
É importante que você e seus colegas se
envolvam nas discussões e coloquem a mão
na massa para organizar os registros das
obras criadas e dos processos de criação. Isso
vai garantir a construção da memória do tra-
balho desenvolvido em sala ao longo do ano.
E ainda vai trazer mais brilho para o encontro
com a comunidade escolar no Artes em festa,
porque toda a riqueza do trabalho realizado
em sala será refletida no evento.
©Shutterstock/Milkzt2
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A música na modernidadeAs inovações culturais, que se intensificaram nos diversos movimentos do Modernismo
europeu, também ocorreram na área da música. Nesse período, surgiram muitos composito-
res modernos na Europa, no Oriente e também no Brasil.
Entre nomes importantes, estão os dos compositores russos Sergei Prokofiev (1891-
1953), Sergei Rachmaninoff (1873-1943), o musicólogo, compositor e folclorista húngaro
Zoltán Kodály (1882-1967) e especialmente o regente, pianista e escritor russo Igor Stra-
vinsky (1882-1971). Outros artistas igualmente importantes foram o francês Joseph-Mau-
rice Ravel (1875-1937), o estadunidense John Cage (1912-1992) e o compositor brasileiro
Heitor Villa-Lobos (1887-1959).
John CageJohn Cage escrevia suas compo-
sições de forma incomum, muito dife-
rente da convencional. Músico expe-
rimental, escreveu sua primeira obra,
First construction in metal, em 1937.
Em 1938, inventou o piano “pre-
parado”, que possibilita diferentes
efeitos sonoros por meio da introdu-
ção de objetos entre as cordas (pe-
daços de papel, metal, madeira, etc.).
No ano de 1939, criou a primeira peça
musical eletrônica da história. E, em
1953, estreou sua obra 4’ 33’’ (qua-
tro minutos e trinta e três segundos),
tempo em que o artista fica em silên-
cio no palco, surpreendendo a plateia.
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John Cage muda a afinação de seu piano, colocando moedas e parafusos entre as cordas
(o que chamam de “preparar” o instrumento) no Auditório Gaveau, em Paris, 1949.
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Arte
Igor StravinskyA estética moderna teve seus desdobra-
mentos em diversos campos da arte. A in-
fluência do Cubismo pode ser notada na mú-
sica do compositor Igor Stravinsky.
Considerado um dos maiores músicos do
século XX, Stravinsky revolucionou o ambien-
te musical de sua época, fragmentando o rit-
mo em suas composições, de forma semelhan-
te ao que fez Picasso na pintura.
Em 1910, com a estreia da obra O pássaro
de fogo, o músico ficou conhecido mundial-
mente. Essa obra pode ser apreciada na anima-
ção Fantasia 2000, da Disney, na cena em que
sons estão associados a imagens fantásticas.
Em 1913, Stravinsky estreou a obra A sagração da primavera, produzida para acompanhar um
balé que narra a história de uma jovem a ser sacrificada em oferenda ao deus da primavera, para
trazer boas colheitas para a tribo. A música de Stravinsky foi associada à coreografia de Vaslav Nijinsky, e a obra estreou no Teatro dos Campos Elísios, na efervescente Paris da época.
Dançarino e coreógrafo, Nijinsky
foi uma das figuras mais
importantes da história do balé,
por sua técnica, capacidade
interpretativa e a inspiração
que foi a milhares de jovens,
inclusive resgatando a dança
masculina no Ocidente, a qual
havia entrado em decadência.
FARO, Antonio José; SAMPAIO, Luiz Paulo. Dicionário de balé e dança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1989. p. 282-283.
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Capa do programa do balé A tarde de um fauno, de Nijinsky, 1912
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Abstracionismo, forma e corSurgido na Europa no início do século XX, o Abstracionismo ou Arte Abstrata é uma ten-
dência das artes visuais em que predominam formas, linhas, cores e texturas. Suas principais
características são a ausência de relação com a realidade e a não representação de figuras e
temas.
Wassily Kandinsky (1886-1944), considerado um dos pioneiros, e Piet Mondrian (1872-
1944) são célebres representantes da moderna pintura abstrata. No Brasil, essa tendência
encontrou sua representação na arte de Manabu Mabe (1924-1997), Tomie Ohtake (1913-
2015), Iberê Camargo (1914-1994), entre outros.©Romulo Fialdini/Tempo Composto
CAMARGO, Iberê. Dado cor-de-rosa. 1982. 1 óleo sobre madeira, color., 25 cm × 35 cm. Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, Brasil.
O traço do pincel visível atesta a força do gesto do pintor.
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Arte
A pintura não figurativa de MondrianPiet Mondrian tornou-se um dos pintores mais representativos da Arte Abstrata. Inicial-
mente, sua obra era naturalista, mas, no período de 1907 a 1911, conheceu o Cubismo e pintou uma sequência de obras que demonstravam seu processo de abstração.
Sua obra caracteriza-se por ser extremamente geométrica, clara e equilibrada. O artista aprofundou seus conhecimentos sobre eixos horizontais e verticais, criando telas que brin-cavam com o equilíbrio de figuras retangulares e com cores neutras, como preto, branco e cinza. Assim, ele eliminou linhas curvas, usando somente linhas retas, na diagonal, na hori-zontal e na vertical.
O trabalho de Mondrian exerceu grande influência não só na pintura, mas também na propaganda e nas artes decorativas e industriais.
MONDRIAN, Piet. Composição contrária XIV. 1921. 1 óleo sobre tela, color., 50 cm × 50 cm.
Influenciado pelo Cubismo, Suprematismo e Construtivismo, Mondrian se dedicou somente às formas geométricas, linhas retas, assimetria, equilíbrio e harmonia.
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atividades
Observe a obra Composição contrária XIV e crie uma pintura utilizando as formas geométricas e as cores de Mondrian. Use o espaço abaixo.
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Arte
Mondrian atribuía um símbolo a cada uma das formas e cores que criava em sua obra. Para ele, um quadrado amarelo poderia representar um dia de Sol; um retângulo vermelho, as fa-chadas luminosas da Broadway; uma linha azul, um dia claro; um fundo cinza, um dia cinzento.
Observe a obra seguinte. Ao mesmo tempo, ele re-flete a malha urbana de Manhattan, sugerindo as ruas, o movimento do trânsito e os luminosos, e o ritmo agitado e colorido da dança e da música que estava na moda na Broadway em sua época, o boogie-woogie.
boogie-woogie: estilo com forte presença do piano originado nos Estados Unidos, em meados da década de 1920, como uma derivação do blues. Foi muito tocado em clubes frequentados por afrodescendentes estadunidenses.
atividades
Agora, analise novamente a pintura Broadway, boogie-woogie e crie uma representação para um ritmo brasileiro, relacionando música e dança em forma de pintura, como fez Mondrian.
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MONDRIAN, Piet. Broadway, boogie-woogie. [1942-1943]. 1 óleo sobre tela, color., 127 cm × 127 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, Estados Unidos.
Essa obra reflete a impressão que Mondrian teve de Nova Iorque em sua primeira noite na cidade, quando foi apresentado ao boogie-woogie, na Broadway.
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Dança modernaA dança moderna surgiu no início do século XX, buscando a livre expressividade do corpo
e a abstração dos gestos para expressar sentimentos por meio de movimentos.
Entre os que iniciaram esse movimento, estão as estadunidenses Isadora Duncan e Ruth Saint Denis; o suíço Émile Jaques-Dalcroze; e o húngaro Rudolf von Laban.
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Vejamos a contribuição de cada um deles e de outros para a dança.
Émile Jaques-Dalcroze (1865-1950), cantor e teórico, compreendia que o estudo da mú-sica passa por conhecer a si próprio. Assim, utilizou os movimentos corporais para de-monstrar a percepção do ritmo, entendendo-o como algo inato ao ser humano. Para ele, a respiração e a pulsação, por exemplo, têm um ritmo vivo interior e, ao mesmo tempo, criador.
Rudolf von Laban (1879-1958), dançarino e pesquisador, defendia o retorno dos movi-mentos naturais como expressão das emoções. Revolucionou os fundamentos da dança ao propor o espaço tridimensional, sem ser limitado pela plateia. O espaço é concebido a partir do corpo do bailarino.
PICASSO, Pablo. Três dançarinos. 1925. 1 óleo sobre tela, color., 215,3 cm × 142,2 cm. Galeria Tate Modern, Londres, Inglaterra.
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Arte
Isadora Duncan (1877-1927) rompeu com as regras
da dança clássica, recusando-se a usar sapatilhas e
roupas apertadas. Dançava de pés descalços, com os
cabelos soltos, realizando movimentos livres, que in-
fluenciaram gerações até hoje.
François Delsarte (1811-1871), cantor, precursor e es-
tudioso da dança moderna que, ao catalogar gestos
e estados emocionais em cena, criou uma teoria que
consiste em relacionar emoções, imagens cerebrais e
movimentos.
Isadora Duncan executando uma dança clássica grega por volta de 1905
Ruth Saint Denis (1879-1968), dançarina
e coreógrafa estadunidense, foi pioneira
da dança moderna, destacando-se pela
introdução de elementos orientais. Seu
interesse pelo misticismo e pela espiritua-
lidade, ambos presentes em seus estudos,
fez com que ela misturasse os conceitos
do físico e da divindade em sua arte. Para
ela, a dança era uma prática espiritual.
Um dos aspectos mais importantes da
dança moderna é ser uma arte capaz de ex-
pressar as relações entre os humanos, a na-
tureza, a divindade, a máquina, as paixões, os
costumes.
Para a dança moderna, a beleza não é de-
finida por meio de regras preestabelecidas.
Um movimento pode ser belo se sua qualida-
de expressiva refletir, de forma verdadeira, o
sentimento que o originou.
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Ruth Saint Denis em solo de inspiração hindu intitulado
Tangore poem, 1929
Em vídeos na internet, é possível visualizar pequenos trechos de danças ou ensaios dos artistas precursores da dança moderna. Realize uma pesquisa com a turma e identifique, nas obras visualizadas, as características da dança moderna do início do século XX.
21
Dadaísmo Movimento artístico e literário surgido durante a Primeira Guerra Mundial como forma
de expressar o sentimento de indignação e repúdio aos acontecimentos da época. De cará-
ter anárquico, o Dadaísmo procurava desmitificar a arte por meio da destruição e do rompi-
mento com estruturas e valores morais e estéticos.
O termo “dadá” foi escolhido por Tristan Tzara (1896-1963), líder do grupo, ao abrir alea-
toriamente um dicionário. A técnica de criação empregada pela estética dadaísta também
foi utilizada pelo Surrealismo e, mais tarde, pelo Expressionismo abstrato.
Alguns representantes expressivos desse movimento foram os artistas plásticos Max
Ernst (1891-1976), Jean Hans Arp (1886-1966), Marcel Duchamp (1887-1968), Francis Pica-
bia (1879-1953), Hannah Höch (1889-1978), Kurt Schwitters (1887-1948), Georg Grosz (1893-
1959), Raoul Hausmann (1886-1971) e Man Ray (1890-1976). ©Album/akg-images/Andrea Baguzzi/Album/Fotoarena
RAY, Man. A dançarina de corda se acompanha com as suas sombras. 1916. 1 óleo sobre tela, color., 132,1 cm × 186,4 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, Estados Unidos.
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Arte
GALERIA
Aprecie outras obras dadaístas e discuta com a turma as impressões que causaram em você.
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HÖCH, Hannah. Corte com a faca de cozinha através da barriga de cerveja da República de Weimar. 1920. 1 colagem, color., 114 cm × 90 cm. Neue Nationalgalerie, Berlim, Alemanha.
SCHWITTERS, Kurt. Mz 410 irgendsowas. 1922. 1 colagem, color.,18.2 x 14.5 cm . Sprengel Museum, Hannover, Alemanha
GROSZ, Georg. A cidade. [1916-17]. 1 óleo sobre tela, color., 100 cm × 102 cm. Coleção Thyssen-Bornemisza, Madri, Espanha.
23
Espetáculo teatral dadaístaO Dadaísmo ou simplesmente Dadá assumiu um papel provocador, com a clara intenção
de chocar a plateia. Abominava o teatro tradicional e adotava o de variedades como ideal
dadaísta para unificar todas as linguagens da arte.
No espetáculo teatral dadaísta, em meio a proclamações e manifestos, encontravam-se
máscaras, fantasias, trupes que compunham cenas satíricas, poemas simultâneos recitados
por uma ou várias pessoas, aliados a gestos aleatórios, sons e ruídos diversos.
Uma das peças mais re-
presentativas do Dadaísmo
foi O coração a gás, escrita
por Tristan Tzara.
O texto abaixo traz uma
breve análise dessa peça.
A peça de Tzara O coração a gás (1920) tornou-se a fonte de um confronto violento. O texto em si segue o objetivo declarado por Tzara, o de que o Dadá deveria destruir o teatro como ele existia. Consequentemente, o texto remove muitos dos marcadores da peça de sempre: não há personagens, apresenta-se pouco enredo e o diálogo é quase inteiramente sem sentido. A peça apresenta personagens de um rosto: nariz, olho, boca, orelha, pescoço e sobrancelha. Como o crítico Robert A. Varisco descreve: “Quando Tzara removeu personalidades e nomes, persona-gens reais do palco, ele minou as expectativas de cada espectador” [...].
KING, Kimball. Western drama through the ages: a student reference guide. Westport: Greenwood Press, 2007. p. 388. Tradução nossa.
atividades
Reúnam-se em grupos de quatro ou cinco alunos. Cada grupo vai criar uma cena baseada nas carac-terísticas do teatro dadaísta. Como os dadaístas faziam, deem asas à imaginação. Para isso, primeiro escrevam o texto e definam os personagens. Depois, criem figurinos e adereços, montem o cenário com a iluminação, façam a maquiagem e apresentem à turma.
©Apic/Getty Images
Cena da peça O coração a gás
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Arte
SurrealismoProveniente do Dadaísmo, o Surrealismo foi um movimento artístico e literário que sur-
giu na década de 1920. As representações surrealistas tinham inspiração nos estudos de Sigmund Freud (1856-1939), sobre o inconsciente.
Os surrealistas compreendiam que aquilo que está fora do alcance da razão também é parte da realidade, buscando, assim, a liberdade criativa em suas obras.
Fizeram parte do Surrealismo, entre outros, o poeta e fundador do movimento André Breton (1896-1966); os escritores Guillaume Apollinaire (1880-1918) e Louis Aragon (1897-1982); o cineasta Luis Buñuel (1900-1983); os artistas plásticos René Magritte (1898-1967), Max Ernst (1891-1976), Joan Miró (1893-1983) e Salvador Dalí (1904-1989), o qual foi banido posteriormente do grupo.
Um exemplo típico é a colagem, da qual Max Ernst foi o principal expoente. [...] O artis-ta descobriu os efeitos alucinatórios da combinação de elementos gráficos de diferentes contextos. Recortes de catálogos de lojas, desenhos de anatomia e velhas gravuras eram as matérias-primas para as suas colagens. Ele cortava-as, misturava-as novamente e apresen-tava combinações surpreendentes sobre um novo fundo.
KLINGSÖHR-LEROY, Cathrin. Surrealismo. Köln: Taschen, 2010. p. 8-9.
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ERNST, Max. O elefante Celebes. 1921. 1 óleo sobre tela, color., 125 cm × 108 cm. Galeria Tate Modern, Londres, Inglaterra.
Fascinado pela teoria de Freud e pelo método de livre associação que o psicanalista usava ao explorar o inconsciente de seus pacientes, esta obra marca o período de transição do artista, do Dadaísmo para o Surrealismo.
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atividades
Leia novamente a definição do método de colagem utilizado por Max Ernst. Reúna recortes de diferentes contextos e crie uma colagem surrealista no espaço abaixo, utilizando-se de liberdade criativa total, sem impor restrições racionais.
Após o término da colagem, responda às seguintes questões: O que o levou a juntar um determina-do elemento a outro? Como você interpreta o resultado de sua obra?
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Arte
Salvador DalíSalvador Dalí foi um pintor surrealista que associou realidade e irrealidade, como num
sonho, expressando em seu trabalho a estética do inconsciente. Sua obra articula a simbolo-gia de formas, cores e objetos, criando figuras aparentemente ilógicas, que seriam, segundo ele próprio, reflexos do mundo psíquico.
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Nessa obra de Dalí, observe os aspectos seguintes.
O relógio derretido é uma das imagens mais conhecidas e parodiadas em todo o mundo, uma alegoria ao tempo, que tudo transforma.
Alguns críticos da época do artista relacionaram seus relógios “derretidos” a seu senti-mento de impotência diante da vida.
A formiga tem uma simbologia relacionada ao trabalho.
O fundo misterioso, como nas obras renascentistas, é a indicação de uma nova paisagem formando-se com base em outras já conhecidas.
A face do artista, em destaque no solo, está coberta pelo relógio.
E você, o que vê na obra? Escreva nas linhas seguintes.
DALÍ, Salvador. A persistência da memória. 1931. 1 óleo sobre tela, color., 24 cm × 33 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, Estados Unidos.
Nas obras de Dalí, objetos banais aparecem em meio a paisagens áridas e solares, como nesta, na qual relógios derretem na paisagem desértica.
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René MagritteMagritte, pintor surrealista belga, foi um dos principais artistas do movimen-
to. Sua primeira obra surrealista, O jóquei perdido, data de 1926. Nessa época, não era incomum que o artista produzisse uma tela por dia.
Entre as características de sua arte, muitas vezes notam-se os motivos coti-dianos, como árvores, janelas, pessoas e paisagens, o tratamento realista dado às ilusões e também a justaposição de objetos comuns.
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Diferentemente de Dalí e outros surrealistas, Magritte adotou uma abordagem diferente na pintura. Deixando a fantasia de lado, ele procurava criar estranheza na realida-de, utilizando sua obra para conduzir o observador à refle-xão. Essa obra, por exemplo, sugere que todos nós temos um próprio conjunto de valores, bem como um grupo de itens que consideramos preciosos.
MAGRITTE, René. Valores pessoais. 1952. 1 óleo sobre tela, 80 cm × 100 cm. Museu de Arte Moderna de São Francisco, Califórnia, Estados Unidos.
Nessa pintura, o artista apresenta uma sala cheia de itens do cotidiano, mas ele dá proporções maiores, e até humanas, a objetos despretensiosos.
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Arte
Influências do Surrealismo no teatroEntre os nomes mais importantes do universo artísti-
co surrealista, destaca-se o do dramaturgo Antonin Artaud
(1896-1948). Suas primeiras produções remetem ao universo
dadaísta e surrealista, mas, excluído do grupo, Artaud criava
as bases do que ficou denominado teatro da crueldade.
Artaud propunha a rejeição à racionalidade do mundo
ocidental e ao tradicionalismo no teatro. O termo “cruelda-
de” expressa bem a ideia de uma obra teatral que busca aba-
lar as certezas que fundamentam a sociedade. Ele eliminou
as barreiras entre palco e plateia, pois via a interação entre
atores e espectadores como algo muito importante. Nesse
sentido, o espaço de cena é um diferencial, que passa a ado-
tar locais como galpões, hospitais, oficinas, etc.
Antonin Artaud, dramaturgo responsável pela criação do teatro da crueldade
As propostas idealizadas por Artaud ganharam força a partir de 1930 e influenciaram
grupos de outras escolas. No Brasil, o Teatro Oficina foi o principal representante do Tea-
tro da Crueldade, entre os anos de 1967 e 1972.
arte brasileira
Cena do espetáculo Para dar um fim no juízo de Deus, baseado na obra
de Antonin Artaud, encenado pelo Teatro Oficina
O Teatro Oficina é
uma companhia tea-
tral liderada por José
Celso Martinez Corrêa,
muito atuante no Bra-
sil durante a década de
1960, período em que
fez diversos espetácu-
los questionando a Di-
tadura Militar, sendo
considerado um tipo de
teatro de resistência. O
grupo está na ativa até
os dias de hoje.
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Do gramofone à música eletrônicaO desejo de registrar o som é tão antigo que é impossível precisar um primeiro relato
histórico. Porém, com o passar do tempo, vimos surgir várias formas de gravar e reproduzir
o som. Quem não gosta de passear ouvindo música nos fones de ouvido? Já pensou sobre
como foi a evolução da gravação e reprodução do som até chegar nesse momento?
Observe o infográfico seguinte.
Música concreta e música eletrônicaA música concreta é assim chamada porque é produzida com base em sons e ruídos con-
cretos, como os de seres e objetos presentes na natureza ou no ambiente (som de uma
vassoura varrendo o chão, barulho de uma porta rangendo, sons de automóveis passando,
cantos de pássaros, latidos de cachorros, etc.).
O compositor de música concreta também pode captar sons e ruídos produzidos por ins-
trumentos musicais acústicos (piano, violão, violoncelo, flauta e outros). Após a gravação, ele
os manipula, ou seja, modifica a velocidade, faz repetições em sequência, filtra alguns elemen-
tos, mistura outros, cria efeitos de eco, inverte-os de frente para trás, entre outros efeitos.
Após terem sido tratados, os diversos trechos ou objetos sonoros, como são chamados,
são organizados por meio de uma montagem ou da mistura, a fim de criar a composição
idealizada pelo artista.
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Thomas Alva Edison patenteou o fonógrafo, que foi o primeiro aparelho capaz de gravar e reproduzir sons em
cilindros de papel ou cera.
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Com o fim da Segunda Guerra Mundial, surgiu o disco
de vinil. Eles tocavam cerca de 23 minutos de cada lado. Esse novo produto foi desenvolvido
pela Columbia e recebeu o nome de long playing record ou simplesmente LP.
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A fita cassete era constituída basicamente por dois carretéis de fita magnética alojados em uma caixa
plástica de 10 cm × 7 cm, o que facilitava o manuseio.
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Arte
O movimento concretista também ocorreu na pintura e na poesia. Na música, ori-
ginou-se em 1948, quando o compositor Pierre Schaeffer (1910-1995) criou um conjun-
to de composições musicais, Cinq études de bruits. Ele modificava, usando a técnica de
playback, gravações de sons acústicos, a fim de criar peças musicais com sons e ruídos
organizados em séries encadeadas.
O primeiro concerto de música concreta aconteceu apenas
dois anos depois, em 1950, com a apresentação da Sinfonia para
um homem só, composta por Pierre Schaeffer e Pierre Henry.
saiba mais
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playback: sistema que faz uso de uma base pré-gravada, sobre a qual podem ser gravados outros sons.
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O serviço de música por streaming mais popular do mundo foi criado na Suécia, em 2006, e revolucionou a forma como ouvimos música. A possibilidade de ouvir música no
celular, computador, ou mesmo na televisão, tornou os serviços de streaming um fenômeno,
causando o declínio de mídias tradicionais, como os CDs.
No fim da década de 1970, a Sony e a Phillips aliaram-se para desenvolver um disco digital. Em 1982, foi lançado o compact disc, mais conhecido por CD, com
apenas 11,5 cm de diâmetro e reproduzindo cerca de uma hora
de gravação.
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A sigla MP3 vem de MPEG audio layer-3, um formato de arquivo
que, no início da década de 1990, permitiu que se passasse a ouvir músicas no computador..
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A popularização de eletrônicos com portas USB, como computadores, televisores, notebooks e aparelhos de som automotivos, deu aos pendrives mais uma utilidade: ser um dispositivo para o armazenamento de músicas.
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A música eletrônica é produ-zida partindo-se de sons artifi-ciais, ou seja, aqueles que foram criados de forma eletrônica, por uma máquina idealizada especial-mente para essa finalidade.
Depois de prontos, os sons podem ser igualmente manipu-lados, conforme ocorre com a música concreta. As primeiras experiências para a produção de música eletrônica, ao contrário do que se pode supor, datam do século XIX, um dos instrumentos mais famosos desses primórdios foi o teremin.
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O teremin era tocado sem que o executante encostasse a mão nele. Os sons eram produ-zidos com a proximidade da mão do músico em relação à antena do aparelho, que interferia na frequência de uma corrente elétrica, aumentando ou diminuindo a vibração dos sons. O sintetizador, surgido por volta da década de 1950, tem o teremin como seu precursor.
conectado
atividades
Vamos organizar uma orquestra experimental? Para isso, reúnam-se em grupos e orientem-se pelos passos seguintes. Depois, apresentem a obra para a turma.
Escolham objetos e experimentem a melhor forma de emitir sons com eles.
Procurem alternar ou repetir os sons dos instrumentos escolhidos.
A princípio, ensaiem livremente. À medida que forem dominando seus instrumentos, organizem os sons buscando estabelecer uma harmonia entre eles, mesmo que haja dissonância de um ins-trumento em relação ao outro.
Organizem, coletivamente, algumas sequências de sons para serem reproduzidas de acordo com uma ordem estabelecida.
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Arte
Apresentem a obra de vocês para o restante da classe.
1 Entre os movimentos estudados neste volume, qual deles não se preocupa em representar fielmen-te a natureza, tanto em relação às formas quanto às cores?
2 Em qual dos movimentos das artes visuais do século XX há a geometrização de formas e planos, que se misturam e se contrapõem? Cite ao menos um artista desse movimento.
3 Quais características diferenciam a arte de René Magritte da arte produzida pelos demais artistas do movimento surrealista?
4 O cantor e teórico Jaques-Dalcroze fez contribuições importantes para a dança desenvolvida no sé-culo XX. Como ele compreendia o estudo da música? E o que utilizou para demonstrar a percepção do ritmo?
5 No Brasil, entre 1967 e 1972, uma importante companhia de teatro representava o chamado Teatro da Crueldade. Que companhia era essa? Ela ainda é atuante no cenário do teatro nacional?
6 O que é música concreta? Cite ao menos dois instrumentos que podem ser utilizados na composição desse estilo musical.
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7 Assinale a alternativa que apresenta artistas ligados ao Dadaísmo.
( ) Joan Miró, Salvador Dalí, René Magritte e Max Ernest
( ) Georges Braque, Pablo Picasso e Juan Gris
( ) Wassily Kandinsky, Piet Mondrian e Iberê Camargo
( ) Max Ernst, Marcel Duchamp, Kurt Schwitters e Man Ray
( ) André Derain, Henri Matisse e Henri Manguin
8 A evolução da gravação e reprodução de sons teve vários acontecimentos de destaque. Em relação a isso, o que aconteceu no fim da Segunda Guerra Mundial?
9 Por volta da década de 1950, surgiu um novo aparelho muito utilizado na música eletrônica. Que aparelho é esse?
10 Relembre as obras de Mondrian que você viu nesse volume e identifique quais as cores mais utiliza-das pelo artista, reproduzindo-as na paleta abaixo.
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