Cartas de Amor
ÍndiceIntrodução
A Carta
Cartas de Amor
Estrutura da Carta
Tipos de Papel
Poema
Postais
António Lobo Antunes
Conclusão
Bibliografia
IntroduçãoApós termos sido confrontados com a proposta de trabalho da professora de Português
para um trabalho sobre as cartas, decidimos, entre outras questões, saber a
constituição da carta, os materiais mais usuais, cartas de amor, selos.
Amor é algo sem explicação, toda a gente sente e até se diz que faz bem à saúde. É uma
emoção básica, e dele podem surgir várias situações.
As cartas de amor nascem desse mesmo sentimento, fazem-nos suspirar e querer
receber mais e mais. É algo bonito mas que, parece-nos, se está a perder.
Estrutura da Carta_________ _________ Remetente, Morada, Código Postal
Data _____________
____________ Saudação
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Despedida
Fórmula de Despedida _____________
Assinatura _____________
A CartaCarta é um elemento postal, constituída por algumas folhas de
papel fechadas num envelope, que é selado e enviado ao destinatário da
mensagem através do serviço dos Correios.
Nos primórdios da entrega das cartas quem pagava a postagem era
o destinatário e isso só se alterou com a criação dos selos quando
passou, previamente, a ser o remetente a colocar na sobrecarta
(envelope) a quantidade de selos correspondente ao porte (valor da
tarifa de serviço), garantido assim a entrega da carta ou a sua restituição
no caso de não ser encontrado o destinatário.
Cartas de AmorCarta de amor é uma maneira romântica de expressar os sentimentos amorosos de uma pessoa na
forma escrita. Cada vez mais mandada pelo correio electrónico, ao invés do correio, a carta pode conter
uma simples mensagem de amor ou uma longa declaração de sentimentos. Será que as cartas de amor são
uma coisa do passado? Como sabemos, é já muito rara a escrita à mão em papel, em formato de carta. Isso
deve-se ao uso frequente e, muito preferido, hoje em dia, da Internet e do correio electrónico. A
comodidade e a velocidade, aliadas a uma menor formalidade, têm favorecido este meio de comunicação. É
claro que nada nos impede de, por e-mail, extravasarmos as nossas emoções e fazermos declarações
amorosas. Contudo, não será uma maneira muito mais impessoal que talvez careça das qualidades,
geralmente atribuídas às antigas cartas de amor?
Na minha adolescência era frequente escreverem-se bilhetinhos amorosos que passávamos, muitas
das vezes disfarçadamente, aos eleitos dos nossos desvelos e paixonetas. Havia um não-sei-quê de mistério
e excitação na troca sub-reptícia dessas mensagens, escritas com grandes floreados e esmero. Depois,
ficávamos, ansiosos, à espera da resposta que, por vezes, tardava pela falta de oportunidade. Hoje tudo isso
mudou. Com a invasão dos telemóveis, que trouxeram essa maravilhosa arma de SMS, ganhámos maior
privacidade e rapidez mas perdemos, a meu ver, a beleza da escrita.
Tipos de Papel• Papel ácido
• Papel alcalino
• Papel artesanal
• Papel autocopiativo
• Papel bíblia
• Papel cartão
• Papel couché
• Papel dobradura
• Papel de seda
• Papelão
• Papel reciclado
• Papel sulfite
• Glinter - Uma espécie de papel
termosensível
• Papel higiênico
• Papel jornal
• Papel foto copiador
• Papel fotográfico
• Papel offset
• Papel termosensível
• Papel presente
• Papel vegetal
• Papel verge
Utensílios
PoemaCartas de amor escritas
com tanta paixão,
são cartas que chegam
ao destinatário que reside
em teu coração
Cartas de amor
são espelhos do
teu rosto colocados
permanentemente
em meus pensamentos
Cartas de amor simples
e belas são aquelas
que levam beijos,
que zelam por ti
a todo momento
Cartas de amor,
são beijos de partida
que vêem de ti,
nunca beijos de chegada
que residem em mim
Cartas de amor
escritas com alma
são verdadeiras sem
cor, sem credo
e nem Raça
Cartas de amor
nunca deveriam
ser fechadas sem
primeiro serem beijadas
com muito ardor.
Fernando Ramos
Envelopes e Selos
António Lobo
Antunes“Minha namorada querida
Aqui cheguei, finalmente, a Gago Coutinho, depois de uma viagem apocalíptica, como nunca pensei ter de fazer em
qualquer época da minha vida: partimos às 3 horas da manhã dia 22, em autocarros tipo Claras, de Luanda para Nova
Lisboa, através de um cenário maravilhoso, mas que à 23ª hora começou a cansar-me. Chegámos de madrugada a Nova
Lisboa, dormimos nas camionetas, e às 3 da tarde do dia 29 (ou 23?), depois dos 600 km de autocarro, meteram-nos no
comboio para o Luso: 2 dias de viagem em vagões de 4ª classe – essa famosa invenção dos ingleses para os habtantes do
3º mundo, e que a companhia dos caminhos-de-ferro de Benguela inglesmente adoptou - em grandes molhos de pernas e
de braços, de armas e de cabeças. Essas carruagens possuem apenas 3 únicos bancos longitudinais: dois ao correr das
janelas e o último, duplo, ao centro, como uma risca ao meio. Como faltavam vagões , assistiu-se então a um espectáculo
indescritível: de todo o lado surgiram membros que pareciam não pertencer a nenhum corpo. Cheguei a coçar a minha
cabeça com uma mão alheia. Aí dormia, ou fingia dormir, e comia as conservas que inundavam o chão de latas e de
molhos, e que me estragaram completamente as vísceras.
Deportados judeus para um campo de concentração nazi. E depois veio o inferno, ou inferno maior, o sétimo inferno
inversamente comparável ao 7º céu de Maomé: agarraram e nós e meteram-nos em camionetas de carga para os 500 km
minados que separam Luso de Gago Coutinho: dois bate-minas à frente (duas berliets carregadas de sacos de areia) e
depois uma extensa fila de carros, onde seguíamos de arma apontada numa tensão de ataque iminente. Felizmente não
houve minas nem emboscadas, mas aconteceu uma coisda horrível: a camioneta em que eu seguia, a última (por sorteio)
partiu a direcção, a uma velocidade considerável, e esmagou-se numa vala. Eram 21: três braços partidos, e pernas, várias
outras lesões sortidas, e eu com seis pontos no lábio e 3 na língua: ainda não a sinto. Caímos todos uns por cima dos outros,
e pensei que tivesse sofrido mais do que isso porque o corpo dava-me a sensação de se encontrar multiplamente rachado.
Mas tudo passou, continuo a resistir, e amo-te.
Isto é o fim do mundo: pântanos e areia. A pior zona de guerra de Angola: 126 baixas no batalhão que rendemos, embora apenas
com dois mortos, mas com amputações vaias. Minas por todo o lado».
“Meu amor querido
Adoro-te minha gata de Janeiro meu amor minha gazela meu miosótis minha estrela aldebaran minha amante minha Via Láctea
minha filha minha mãe minha esposa minha margarida meu gerâneo minha princesa aristocrática minha preta minha branca
minha chinesinha minha Pauline Bonaparte minha história de fadas minha Ariana minha heroína de Racine minha ternura
meu gosto de luar meu Paris minha fita de cor vício secreto minha torre de andorinhas três horas da manhã minha
melancolia minha polpa de fruto meu diamante meu sol meu copo de água minhas escadinhas da Saudade minha morfina
ópio cocaína minha ferida aberta minha extensão polar minha floresta meu fogo minha única alegria minha América e meu
Brasil minha vela acesa minha candeia minha casa meu lugar habitável minha mesa posta minha toalha de linho minha
cobra minha figura de andor meu anjo de Boticelli meu mar meu feriado meu domingo de Ramos meu Setembro de
vindimas meu moinho no monte meu vento norte meu sábado à noite meu diário minha história de quadradinhos meu
recife de Manuel Bandeira minha Pasargada meu templo grego minha colina meu verso de Höderlin meu gerânio meus
olhos grandes de noite minha linda boca macia dupla como uma concha fechada meus seios suaves e carnudos meu enxuto
ventre liso minhas pernas nervosas minhas unhas polidas meu longo pescoço vivo e ágil minhas palavras segredadas meu
vaso etrusco minha sala de castelo espelhada meu jardim minha excitação de risos minha doce forquilha de coxas minha
eterna adolescente minha pedra brunida meu pássaro no mais alto ramo da tarde meu voo de asas minha ânfora meu pão
de ló minha estrada minha praia de Agosto minha luz caiada meu muro meu soluço de fonte meu lago minha Penélope meu
jovem rio selvagem meu crepúsculo minha aurora entre ruínas minha Grécia minha maré cheia minha muralha contra as
ondas meu véu de noiva minha cintura meu pequenino queixo zangado minha transparência de tules minha taça de oiro
minha Ofélia meu lírio meu perfume de terra meu corpo gémeo meu navio de partir minha cidade meus dentes ferozmente
brancos minhas mãos sombrias minha torre de Belém meu Nilo meu Ganges meu templo hindu minha areia entre os dedos
minha aurora minha harpa meu arbusto de sons meu país minha ilha minha porta para o mar meu manjerico meu cravo de
papel minha Madragoa minha morte de amor minha Karénine minha lâmpada de Aladino minha mulher.”
Fazer este trabalho foi bastante gratificante, pois foi elaborado com vontade e
soube bem fazer a sua pesquisa pois aqueceram-nos a alma as belas palavras
lidas nas cartas de amor.
Soubemos como se escreviam lindas cartas e como chegar à alma das outras
pessoas, apenas utilizando o nosso coração.
Reparámos também que com uma caneta e um papel podemos mudar a cabeça
de muitos e suavizar o olhar de alguém.
As cartas de amor continuam a ser muito gratificantes, tanto para quem envia
como para quem recebe, apesar do trabalho, da falta de paciência e de tempo,
na nossa vida atribulada, de horários apertados e dia-a-dia preenchidos com
milhentos afazeres.
Que o nosso trabalho vos leve a escrever belas e longas cartas – se de amor,
tanto melhor!
Conclusão
Bibliografia• http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta
• http://julieta-ferreira.com/blog/cartas-de-amor.html
• http://cartas-de-amor.blogs.sapo.pt/
• http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=23101
• http://groselha.wordpress.com/2008/03/17/cartas-de-amor/