57
IIIsustEntar a rEsponsabilidadE
social: missõEs EmprEsariais
58 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
59
III. sustentar a responsabIlIdade socIal: MIssões eMpresarIaIs
Os estudos de casos, enquadrados neste projecto tiveram como principal missão
a dinamização da Responsabilidade Social no tecido empresarial da Região Norte
e Centro do país, contribuindo assim para o aumento da sensibilização do tecido
empresarial para a temática em questão.
No âmbito deste estudo foram realizadas quatro missões empresariais, nas quais se
reuniram diversos empresários das regiões Norte e Centro. Foram efectuadas visitas
a empresas portuguesas reconhecidas como exemplos de boas práticas ao nível
da Responsabilidade Social Empresarial e em cada uma das missões participaram
aproximadamente 20 colaboradores de empresas distintas com o objectivo de
potenciar o conhecimento sobre a Responsabilidade Social através da partilha de
experiências dos vários intervenientes.
60 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
Para reforçar a aplicabilidade destas metodologias, apresenta-se 4 estudos de caso
de empresas que implementam acções de Responsabilidade Social.
I áGuas do noroeste
I.I apresentação
A Águas do Noroeste, S.A. (AdNw), empresa do grupo Águas de Portugal, SGPS, foi
constituída pelo Decreto-lei n.º 41/2010, de 29 de Abril, por fusão das sociedades
Águas do Ave, S.A. (AdAve), Águas do Cávado, S.A. (AdC) e Águas do Minho
e Lima, S.A. (AdML). Em sequência, foi-lhe atribuída, pelo Estado Português, em
regime exclusivo, a concessão da exploração e gestão do sistema multimunicipal
de abastecimento de água e de saneamento do Noroeste, pelo prazo de cinquenta
anos.
Este sistema substitui o sistema multimunicipal de captação, tratamento e
abastecimento de água do norte da área do Grande Porto, criado pela alínea d)
Aguas do Noroeste, S.A.
F3M – Information Systems, S.A.
ROCA, S.A.
CELBI, S.A.
61estudos de caso
do n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-lei n.º 379/93, de 5 de Novembro, o sistema
multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Minho-Lima, criado
pelo Decreto-lei n.º 158/2000, de 25 de Julho, e o sistema multimunicipal de
abastecimento de água e de saneamento do Vale do Ave, criado pelo Decreto-lei n.º
135/2002, de 14 de Maio.
O sistema integra como utilizadores originários os Municípios de Amarante, Amares,
Arcos de Valdevez, Barcelos, Cabeceiras de Basto, Caminha, Celorico de Basto,
Esposende, Fafe, Felgueiras, Guimarães, Lousada, Maia, Melgaço, Monção, Mondim
de Basto, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Póvoa de Lanhoso,
Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Terras do Bouro, Trofa, Valença, Viana do Castelo,
Vieira do Minho, Vila do Conde, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Famalicão, Vila
Verde e Vizela.
Área geográfica e infra-estruturas:
abastecimento saneamento
centrooperacional captação eta RR ee condutas
adutoras etaR ee interceptores
Minho 4 3 54 12 181 7 15 42
Lima 5 5 68 37 300 12 95 215
Cávado 1 1 99 35 371 9 71 393
Ave 4 4 52 20 344 38 54 370
Tâmega/Sousa 0 0 0 0 0 29 32 394
total 14 13 273 104 1.196 95 267 1.414
Habitantes (aprox) 1.000.000 1.300.000
certificações
O Sistema de Responsabilidade Empresarial (SRE) é o Sistema de Gestão da Águas
do Noroeste, S.A. que promove e gere a definição, implementação e melhoria
contínua dos processos e a manutenção das certificações da empresa: Qualidade
(NP EN ISO 9001), Ambiente (NP EN ISO 14001), Segurança (OSHAS 18001) e
Responsabilidade Social (SA8000). No contexto da recente fusão, o Sistema de
Responsabilidade Empresarial da Águas do Noroeste, S.A. tem a sua origem num
62 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
trabalho de consolidação, uniformização e adaptação dos Sistemas de Gestão
existentes e certificados das empresas extintas.
Evolução das certificações das 3 empresas extintas:
adave adc adml
data de constituição 2002 1995 2000
histórico das certificações
npeniso 9001 2008>2011 2001>2012 2008>2011
npeniso 14001 2008>2011 2005>2012 2008>2011
ohsas 18001 2008>2011 2005>2012 2008>2011
sa 8000 2008>2011 2008>2011 2008>2011
npeniso 4427 2007>2010 2008>2011
npenisoiec 17025 2004>…… ---
Assim, e na sequência deste histórico de desempenho, em Junho de 2010, já
no âmbito da empresa Águas do Noroeste, SA, foi realizada uma auditoria de
acompanhamento e extensão dos sistemas de gestão pré-existentes, onde foi
comprovada a conformidade das práticas existentes e do planeamento do Sistema
de Responsabilidade Empresarial, processo que culminou com a certificação da
Águas do Noroeste, S.A..
63estudos de caso
As auditorias para além de serem também um dos principais mecanismos para a
Melhoria Contínua, permitem obter a demonstração da conformidade do SRE perante
as Partes Interessadas da empresa, contudo, para além destes mecanismos, o SRE
é também monitorizado com outras ferramentas de gestão, em reuniões trimestrais
do Grupo SRE, Revisão do Sistema, indicadores, etc.
I.II MIssão, VIsão e Valores
Missão
Conceber, construir e explorar as infra-estruturas de abastecimento de água e de
saneamento do sistema multimunicipal, num quadro de sustentabilidade económica,
social e ambiental, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos,
do meio ambiente e para o desenvolvimento socioeconómico da região.
Visão
Ser uma empresa de referência nacional no sector da água, em termos da qualidade
do serviço prestado, e um parceiro activo para o desenvolvimento sustentável da
região.
Âmbito do SRE Gestão da concepção e da construção de infra-
estruturas Captação, tratamento e adução de água para consumo
humano.Recolha, tratamento e rejeição de
águas residuais.
64 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
Valores
Para o cumprimento da sua visão e missão, a Águas do Noroeste, S.A. considera
como essenciais o cumprimento dos objectivos indicados a seguir:
satisfação dos clientes e das outras partes Interessadas
Satisfazendo as expectativas e necessidades, que deverá ser procurada de uma
forma contínua, objectiva e sistemática, com adequada sensibilização para a
importância do produto fornecido e dos serviços prestados e do equilíbrio do meio
hídrico.
envolvimento dos colaboradores
Assegurando condições de trabalho, formação e actualização adequadas,
incentivando e motivando de forma permanente, desenvolvendo as suas actividades
com respeito pelo ambiente e pela segurança.
aperfeiçoamento e Inovação
Dotando a região de infra-estruturas capazes de garantir a missão da empresa,
procurando um constante aperfeiçoamento e inovação em todas as fases e
processos, adoptando soluções tecnológicas que assegurem a sustentabilidade
económica e ambiental da empresa.
desenvolvimento sustentável
Apostando nas vertentes económica, social e ambiental, cumprindo toda a legislação
e requisitos aplicáveis, assim como todas as expectativas das Partes Interessadas,
fomentando um modelo de organização que permita o desenvolvimento sem
prejudicar as necessidades das gerações futuras.
compromissos sociais
Respeitando a liberdade e promovendo a valorização dos colaboradores e das
restantes partes interessadas, recusando o trabalho infantil, valorizando a liberdade
na relação de trabalho, a liberdade de associação e representação, a igualdade de
65estudos de caso
oportunidades, promovendo a segurança e a higiene, prevenindo a ocorrência de
lesões, ferimentos e danos para a saúde, assegurando o recurso a uma cadeia de
fornecimento que partilhe os mesmos valores.
Melhoria contínua
Aumentando a eficiência do Sistema Responsabilidade Empresarial, através da
revisão periódica e regular da política, dos processos, dos objectivos e das metas, e
do desenvolvimento dos recursos humanos, de modo a obter níveis de desempenho
cada vez mais elevados e atingir um aperfeiçoamento contínuo e uma inovação
constante, assumindo o compromisso de prevenção da poluição, da redução
significativa dos riscos, e dos impactes ambientais e sociais inerentes à actividade
da empresa, com o envolvimento de todos os colaboradores.
transparência
Garantindo a integração e o relacionamento transparente e constante com todas
as Partes Interessadas, adoptando estratégias e acções em sintonia com elevados
padrões de ética.
comunicação
Divulgando, interna e externamente, a política da empresa, comunicando a sua
evolução e concretização, a todas as partes interessadas.
I.III boas prátIcas IdentIFIcadas
As práticas aqui apresentadas são um exemplo das actividades desenvolvidas por
cada uma das empresas extintas e é dada, sempre que possível, continuidade pela
Águas do Noroeste, S.A. numa perspectiva de promoção da sustentabilidade e
responsabilidade empresarial.
colaboradores
As práticas da AdNw direccionadas para a Parte Interessada “Colaboradores” têm como
suporte vários instrumentos – como exemplo: a) certificação em Responsabilidade
66 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
Social e Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (e também a norma de Gestão
de Recursos Humanos, NP4427, em que duas das empresas anteriores eram
certificadas), b) em requisitos legais, c) em resultados de questionários de Avaliação
de Satisfação de Colaboradores e de Avaliações de Desempenho e d) práticas
dirigidas para melhorar a motivação e satisfação dos Colaboradores.
A título de exemplo de algumas práticas e iniciativas desenvolvidas são apresentadas
de seguida:
• Seguro de Saúde, extensível aos membros dos respectivos agregados
familiares.
• Confraternizações - Sardinhada de São João, Magusto de São Martinho,
jantar/almoço de Natal, festa de Natal para os filhos dos colaboradores,
no qual se procedeu à distribuição de um presente de Natal a cada criança
e de um cabaz de Natal a cada Colaborador.
• A componente de animação inerente a todos os eventos de convívio foi
exclusivamente assegurada pelos colaboradores da empresa, quer através
da dinamização de actividades para os participantes, quer através da
representação de peças de teatro de natureza humorística.
• Apoio às iniciativas organizadas pelo Clube Recreativo, as quais contribuem
de forma importante para o ambiente de trabalho existente na empresa.
• O Clube Recreativo dinamiza ainda uma sala de ocupação de tempos livres,
onde os colaboradores, fora do seu horário de trabalho, podem passar
algum tempo em convívio, com actividades como karaoke, matraquilhos,
puzzles, leitura, etc.
• Espaço para actividade desportiva: uma sala para a prática de ginástica
acompanhada por uma monitora, que decorre duas vezes por semana, ao
fim do dia (processo também dinamizado pelo Clube Recreativo).
• O serviço de cantina é disponibilizado aos colaboradores visando criar-
lhes condições de comodidade, evitando a pesquisa e deslocação aos
67estudos de caso
estabelecimentos de restauração localizados nas imediações, e possibilitar-
lhes o usufruto dos espaços abertos do local e a disponibilidade de algum
tempo livre adicional.
• A empresa faculta aos seus colaboradores consultas médicas no âmbito
da medicina curativa e promove campanhas de vacinação anti-gripe e,
para além dos exames periódicos realizados no âmbito da Medicina no
Trabalho, foram realizados espirometrias e audiometrias como exames
complementares.
• No sentido de promover melhores condições de saúde aos colaboradores,
o Médico do Trabalho visitou alguns postos de trabalho para verificar os
principais riscos a que estes estão expostos e auxiliar na sua avaliação.
• Consulta periódica aos colaboradores em matéria de Segurança, Higiene
e Saúde do Trabalho, sob a forma de um questionário disponibilizado via
informática.
• Avaliação de desempenho e Prémio de Desempenho.
• Cedência de Colaboradores e atribuição de licenças sem vencimento.
• Facilidades no âmbito da atribuição de estatuto Trabalhador-estudante.
• Envolvimento no projecto Novas Oportunidades (9º ano e ensino
secundário) - Colaboradores e Comunidade externa.
• Análise da evolução das Necessidades Básicas dos Colaboradores
- salários praticados Vs salário mínimo nacional (cálculo previsto no
Guidance Document for Social Accountability SA8000).
• Código de Conduta e Ética da Águas do Noroeste, S.A. que vincula todos
os Colaboradores.
• A existência de vários meios de comunicação interna que permitem que
qualquer colaborador participe activamente no Sistema de Responsabilidade
Empresarial – intranet, com “Espaço Colaborador”, suporte para sugestões,
68 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
reuniões/almoços entre Colaboradores e Administração, consulta aos
Colaboradores no âmbito da Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho,
várias acções de divulgação, sensibilização e formação, entrega de
prémios a projectos inovadores, workshops, mostra de talentos, etc..
ambiente
As práticas ambientais da AdNw têm também como suporte vários instrumentos
– como exemplo: a) a optimização dos próprios processos da empresa já que o
seu sector de actividade é “ambiental”, b) certificação em Gestão Ambiental, c)
em requisitos legais, d) resultados de comunicações de outras Partes Interessadas,
principalmente Comunidade e Organizações Não Governamentais.
• Desenvolvimento de acções de Sensibilização e Informação Ambiental na
área geográfica de intervenção.
• Redução de consumos energéticos (empresa tem algumas instalações
consumidoras intensivas de energia), tendo já obtido o Prémio GreenLight
e redução das emissões de gases com efeito de estufa associadas. Em
relação aos aspectos comportamentais foram concretizadas acções de
69estudos de caso
sensibilização de cariz ambiental nomeadamente uma acção direccionada
para uma melhor utilização dos equipamentos eléctricos nas instalações
e outra acção direccionada para uma condução mais amiga do ambiente
nomeadamente (ECO – Condução).
• Redução de consumos de materiais e redução da produção de resíduos -
como exemplo, a iniciativa lançada em 2006 com o compromisso de reduzir
anualmente o consumo de papel associado ao seu processo produtivo
(com plantação das árvores correspondentes ao consumo excedente de
cada departamento), a reutilização de materiais laboratoriais, optimização
dos processos de desidratação de lamas, etc.
• Redução de perdas no processo produtivo.
• Análise das disponibilidades hídricas das fontes de captação de água.
• Promoção de estudos para delimitação de perímetros de protecção das
captações.
• Protocolos com entidades para promoção da limpeza dos meios hídricos.
• Apoio à criação do EcoParque.
• Preservação de sobreiros nas áreas de intervenção da empresa.
• Optimização dos processos de tratamento de águas residuais.
• Insonorização de infra-estruturas exploradas pela empresa.
sociedade
As práticas da AdNw que envolvem a parte interessada Sociedade, estão imbuídas
em todos os aspectos do Sistema de Responsabilidade Empresarial, já que
os produtos da empresa – água para consumo humano e rejeição de efluentes
tratados – sendo bens essenciais, implicam directamente com a comunidade,
assim como toda a actividade associada à construção das infra-estruturas. Para
além disso, quer no âmbito do alargamento do conceito de Responsabilidade
70 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
Social à comunidade como na promoção do conceito do uso sustentável da água,
a AdNw tem responsabilidades acrescidas. A relevância regional da empresa, quer
pela sua actividade quer pela sua dimensão, fazem com que a sua interacção com
instituições de ensino e investigação, como com Organizações Governamentais e
Não Governamentais seja também um aspecto dinamizado pela empresa no âmbito
da sua Responsabilidade Empresarial.
De seguida, apresentam-se algumas actividades relacionadas com a Parte
Interessada Sociedade:
• Abertura da empresa para acolher estagiários nas suas várias áreas de
actuação e competência.
• Diálogo com Autarquias e estabelecimentos de Ensino (Básico, Secundário
e Universitário) no desenvolvimento de projectos com mais-valia mútua.
Como um dos muitos exemplos pode referir-se o envolvimento da
empresa junto com a Comunidade no projecto Novas Oportunidades,
desenvolvimento de projectos científicos de optimização tecnológica,
acolhimento de visitas de estudo (e outras) guiadas a algumas das
instalações da empresa.
• Envolvimento das autoridades locais em processos internos, como por
exemplo simulações de cenários de emergência.
• RoadShows e promoção institucional para promoção do uso sustentável
da água.
71estudos de caso
Mecenato e Voluntariado
Para além das actividades promovidas por iniciativa da própria empresa, há várias
entidades que solicitam à AdNw apoio no âmbito do mecenato. De modo a haver uma
harmonização dos critérios que subsistem à selecção dessas mesmas actividades, a
AdNw sujeita cada pedido a um processo de avaliação e ponderação.
As actividades da AdNw desenvolvidas no âmbito do voluntariado têm duas vertentes,
uma através de apoio mais formal da própria empresa e outra a nível da promoção
do voluntariado junto dos Colaboradores, sendo que esta obedece a critérios mais
livres de modo a fomentar a espontaneidade dessas mesmas actividades.
Como exemplo, apresentam-se as seguintes actividades desenvolvidas pela Águas
do Noroeste, S.A.:
• Promoção do voluntariado junto dos Colaboradores, através de acções de
sensibilização onde participaram entidades externas promotoras de alguns
projectos.
• Apoio a instituições culturais e desportivas.
• Cedência de tempo de trabalho aos Colaboradores para que possam
desenvolver actividades de voluntariado e cedência de algum material e/
ou equipamento da empresa para o desenvolvimento das mesmas.
• Participação activa junto do Banco Alimentar contra a Fome.
• Participação activa em acções de recolha de sangue e de medula óssea.
• Entrega de cadeiras de rodas no âmbito do Projecto Tampinhas.
• Apoio a entidades de Solidariedade Social, como por exemplo para
elaboração e distribuição de cabazes ou entrega de prendas e dinamização
de actividade com utentes das IPSS.
• Apoio financeiro no âmbito do projecto internacional KIVA.
• Substituição da tradicional entrega de prendas de Natal pela apresentação
72 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
aos colegas de um projecto realizado no âmbito da solidariedade.
educação
A nível da promoção da educação e formação dos Colaboradores, qualquer uma das
empresas que deram origem à Águas do Noroeste, S.A. tinha práticas consistente
ao abrigo quer do cumprimento dos requisitos legais, quer do cumprimento dos
requisitos subjacentes a qualquer uma das normas pelas quais era certificada,
princípio mantido no âmbito da Águas do Noroeste, S.A.
A realização das acções de formação previstas no Plano de Formação plurianual
sempre foi um objectivo cujo acompanhamento é feito regularmente no âmbito do
Sistema de Responsabilidade Empresarial. Este planeamento tem como suporte
vários instrumentos de gestão desde os resultados da Avaliação de Desempenho
dos Colaboradores, resultados da Avaliação da Satisfação dos Colaboradores,
necessidades levantadas no âmbito de Oportunidades de Melhoria ou mesmo de
alteração de funções. Para além das acções planeadas, a empresa sempre apoiou
a participação voluntária dos Colaboradores em diversas acções de formação
e sensibilização relevantes para o seu desenvolvimento profissional e pessoal –
apresentam-se, como exemplo, de algumas das actividades apoiadas ou promovidas
pela empresa:
73estudos de caso
• Os colaboradores têm a possibilidade de participar em eventos de
sensibilização (ex: congressos, colóquios, seminários, workshops) para
tomada de conhecimento de boas práticas com eventual aplicabilidade e
interesse para a empresa.
• Atribuição de estatuto de trabalhador-estudante a colaboradores que se
traduz numa dispensa de horas de trabalho.
• Promoção de programas de educação, formação, aconselhamento,
prevenção e controlo de risco de doenças graves.
• Realização de acções de formação sobre o Plano de Emergência, onde
foram destacados os procedimentos de actuação face aos diferentes
cenários de emergência.
• Celebração de um protocolo com a AIMINHO – Associação Industrial
do Minho, para execução de projectos de reconhecimento, validação
e certificação de competências ao nível dos ensinos básico (9º ano) e
secundário (12º ano) para participação dos colaboradores da empresa
bem como para pessoas provenientes das comunidades envolventes.
Mercado
A Águas do Noroeste, S.A., pelo sector de actividade onde se inclui, está sujeita
a regras de monopólio, monopólio este que é regulado pelo estado através da
ERSAR (Entidade Reguladora de Águas e Resíduos). A regulação exercida pela ERSAR
compreende: regulação Económica, regulação da Qualidade do Serviço e regulação
da Qualidade da Água.
Não tendo competidores no mercado, a sua actuação assenta na prestação do
serviço de captação, tratamento e adução de água para consumo humano e de
recolha, tratamento e rejeição de águas residuais em cumprimento com a legislação
aplicável e contratos assumidos, de modo garantir um serviço de excelência aos
seus clientes.
Na perspectiva da melhoria contínua do serviço prestado, além da empresa ter
74 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
um Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a Norma NP EN ISO 9001
implementado e certificado, é alvo de auditorias ao seu desempenho pela ERSAR
(resultados publicados no site da ERSAR) e auditorias, pela própria holding, a Águas
de Portugal, ao grau de cumprimento dos vários contratos que detém.
Para além deste controlo em termos de prestação do serviço, existem várias
ferramentas de controlo de qualidade do produto entregue, das quais se destacam:
• Elaboração, implementação e acompanhamento de Planos de Segurança
da Água para Consumo Humanos (PSA) (desenvolvidos de acordo com
as directrizes internacionais da Organização Mundial de Saúde e da Bonn
Charter for Drinking Water), e os Planos de Controlo da Qualidade da Água
(PCQA) e de Controlo da Qualidade da Água Residual (PCQAR), que visam o
controlo das etapas do processo produtivo de modo a garantir a qualidade
do produto final de acordo com os requisitos estipulados.
• Laboratório acreditado pela norma NP EN ISO/IEC 17025, para a realização
de ensaios laboratoriais em águas, para uma série de parâmetros físico-
químicos e microbiológicos e também para a realização da amostragem.
• Análise da Avaliação da Satisfação de Clientes e um processo de gestão
de Reclamações, destacando, neste caso, as de Clientes.
• Monitorização trimestral de um conjunto de indicadores de desempenho,
dos quais se destacam os de cumprimento dos requisitos do produto.
Fornecedores
Não obstante o envolvimento de fornecedores e a garantia do cumprimento dos
requisitos e Política da Águas do Noroeste, S.A. estar subjacente a qualquer uma
das normas pelas quais a empresa é certificada, um dos maiores desafios da
certificação em Responsabilidade Social pela norma SA8000, é a sua aplicação
na cadeia de fornecimento já que pressupõe a existência de evidências efectivas
de que os mesmos princípios são efectivamente promovidos pelos fornecedores da
empresa e respectiva cadeia de subcontratação.
75estudos de caso
Numa aproximação das práticas já existentes nas empresas anteriores, pode afirmar-
se que a Águas do Noroeste, S.A., vincula os seus fornecedores à sua Política, onde
se incluem requisitos Ambientais, de Segurança e de Responsabilidade Social –
como exemplo de mecanismos que a empresa usa para acompanhar o desempenho
dos seus fornecedores pode referir-se:
• Existência de um Regulamento para Fornecedores (disponível no site da
empresa) com o qual os fornecedores têm de estar vinculados através de
assinatura de uma Declaração de Aceitação desse Regulamento (excepto
no caso dos contratos onde o cumprimento destes requisitos é estipulado
em Cadernos de Encargos). Com este processo, os Fornecedores ficam
ainda comprometidos em colaborar em auditorias a que possam ser
sujeitos.
• Para além do acompanhamento técnico das actividades associadas à
prestação do serviço, para algumas actividades há acompanhamento
próximo no âmbito da Segurança, Ambiente e Responsabilidade Social para
verificação do cumprimento dos requisitos associados ao Regulamento
para Fornecedores.
• Realização de auditorias a Fornecedores.
• Processo de homologação e avaliação anual do desempenho de
fornecedores, com destaque para os que obtiveram melhor desempenho
nessa avaliação. Neste processo, para além da avaliação da prestação do
serviço em termos de execução do mesmo, o Fornecedor é também avaliado
quanto ao cumprimento dos requisitos subjacentes ao Regulamento para
Fornecedores, havendo também lugar a uma auto-avaliação do fornecedor
(por questionário) do fornecedor nesse domínio.
• Realização de sessões de sensibilização e envolvimento dos Fornecedores
com a Política e práticas da empresa.
76 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
conclusão
A Águas do Noroeste, S.A., com a integração dos vários referenciais normativos
pelos quais é certificada, assume o conceito de Responsabilidade Empresarial para
enquadrar todo o seu sistema de gestão. Este conceito é mais amplo do que o
conceito de Responsabilidade Social trazido pela norma SA8000 e vai de encontro
ao conceito de Responsabilidade Social subjacente à recentemente publicada ISO
26000 que, embora não certificável, traz orientações nesta matéria.
Assim, a Águas do Noroeste, S.A. assume a Responsabilidade Empresarial, como a
responsabilidade que tem pelos impactes das suas decisões, actividades e produtos
na Sociedade, no Ambiente e nos que trabalham com a empresa, Colaboradores
e Fornecedores, através de um comportamento ético e transparente que: a) seja
consistente com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da sociedade; b)
tenha em conta as expectativas das partes interessadas; c) esteja em conformidade
com a legislação aplicável e seja consistente com normas de conduta internacionais
e d) esteja integrada em toda a Águas do Noroeste, S.A. através da disseminação
da sua Política.
A Águas do Noroeste, S.A. tem consciência que o caminho para ser uma empresa
socialmente responsável é longo e não isento de dificuldades, pelo que a perspectiva
será sempre de melhoria contínua. Com a recente fusão de onde “nasceu” a Águas
do Noroeste, S.A. temos a oportunidade de procurar construir uma empresa nova,
sustentável, mantendo o que de melhor foi feito em cada uma das empresas que
estiveram na sua génese.
77estudos de caso
II F3M – InForMatIon systeMs s.a.
II.I apresentação
A F3M – Engenharia de Sistemas e Informática, Lda., foi fundada em Julho de 1987,
por 4 recém-licenciados em Engenharia de Sistemas e Informática.
A estrutura societária sofreu diversas alterações ao longo dos anos, tendo-se
transformado, em 2007, em sociedade anónima, assumindo a designação F3M –
Information Systems, SA..
Entre 1987 e 1997, a F3M baseou a sua actividade no desenvolvimento de projectos
específicos, numa filosofia “one client – one project”.
Entre 1997 e 2001, a F3M especializou-se em nichos de mercado, sem abandonar
o desenvolvimento específico.
Entre 2002 e 2006, a F3M reforçou a sua aposta na elevada especialização nos
nichos de mercado onde opera, tendo-se estruturado em business units.
Em 2005, a F3M passa a contar com uma filial na capital portuguesa.
A partir de 2006, a F3M deixa de ser exclusivamente uma software-factory para
se assumir como uma empresa especializada em soluções TICE para os sectores
de Solidariedade Social, Ópticas, Têxtil e Empresarial, num mercado global e não
apenas nacional.
Em Dezembro de 2007, a F3M alcançou a Certificação da Qualidade, no âmbito da
concepção, do desenvolvimento e da comercialização de soluções de software e de
componentes.
A F3M é hoje uma das sete empresas portuguesas que integra o Guia Europeu sobre
a Responsabilidade Social das Empresas resultado das suas boas práticas no âmbito
da RSE e que são o culminar de uma consolidada estratégia que tem implementado
ao longo dos anos nesta área.
Recentemente, a empresa foi também reconhecida pelo IAPMEI como PME Líder,
78 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
passando a integrar o grupo restrito de empresas que, pelas suas qualidades de
desempenho e perfil de risco, são consideradas por esta entidade como motor da
economia nacional em diferentes sectores de actividade.
Em Março de 2010, a F3M alcançou a Certificação do Sistema de Investigação,
Desenvolvimento e Inovação.
Em Novembro de 2010, a F3M passou a integrar a Rede PME Inovação COTEC,
assumindo assim o estatuto de PME inovadora.
II.II MIssão, VIsão e Valores
Movida por desafios colocados por clientes e parceiros de negócio, a F3M acredita
que todos os dias é possível evoluir.
A vontade de fazer mais e melhor é uma característica intrínseca a toda a equipa. A
missão e visão F3M definem o que queremos alcançar e a forma como o pretendemos
fazer.
Missão
Fornecer soluções TICE, especializadas e de qualidade, contribuindo para a melhoria
das organizações clientes.
Visão
Ser a organização de referência, nos mercados em que actua.
Valores
• Orientação para os resultados e para os clientes.
• Planeamento e gestão por objectivos.
• Competência.
• Espírito de equipa.
• Criatividade e inovação.
• Dedicação.
• Integridade e ética.
79estudos de caso
II.III boas prátIcas IdentIFIcadas
colaboradores
campanhas internas de prevenção / rastreio (problemas de visão)
A F3M, em parceria com alguns dos seus clientes da área de ópticas, realiza rastreios
regulares à saúde visual dos seus colaboradores. Por norma esta iniciativa tem lugar
uma vez por ano.
“campanha” de incentivo aos não fumadores
A F3M promove, desde 2004, uma política de incentivo aos não fumadores dentro
do local de trabalho. Com esta iniciativa pretende-se assegurar aos colaboradores
um ambiente sem fumo passivo; aumentar a qualidade de saúde; elevar a motivação
dos colaboradores; incentivar os fumadores a abandonar o vício; promover, em geral,
uma maior capacidade de produção e criar uma imagem saudável da Empresa.
Os colaboradores F3M passaram, desde então, a não fumar no interior das instalações,
nem no interior das viaturas da Empresa. A Lei n.º 37/2007, de 14 de Agosto, que
aprova normas para a protecção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo
do tabaco e medidas de redução da procura relacionadas com a dependência
e a cessação do seu consumo, veio apenas formalizar, para a F3M, uma prática
perfeitamente instituída e aceite pelos seus colaboradores.
Os fumadores continuam a exercer o seu direito, mas no exterior do edifício da
empresa (estando sujeitos às diferentes condições climatéricas), desde que esse
hábito não quebre a produtividade e as actividades em curso.
80 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
subvenção anual
A F3M apoia através de uma subvenção anual de 250€ para cada colaborador
que tenha filhos a frequentar o ensino básico. Este benefício aplica-se a todos os
colaboradores com Contrato Sem Termo com a empresa, desde que esse contrato
vigore há mais de 12 meses, no mês de Setembro em que terá direito a esse
benefício pela primeira vez.
concessão de descontos
A F3M institucionalizou descontos na aquisição de hardware e em serviços de
instalação/reparação através da F3M Solutions/Bit.
apoio à Formação
A F3M cria a possibilidade de a cada momento ter um colaborador a realizar um
curso de pós-graduação com custos pagos total ou parcialmente pela empresa.
Este benefício aplica-se a todos os colaboradores com Contrato Sem Termo com a
empresa, desde que esse contrato vigore há mais de 48 meses.
realização de sorteio
Anualmente, a F3M realiza, entre todos os colaboradores, um sorteio de um fim-de-
semana prolongado (2-3 noites) em território português. Neste sorteio entram todos
os colaboradores da empresa com Contrato de Trabalho Sem Termo desde que esse
contrato vigore há mais de 36 meses.
protocolo com HolMes place
A F3M estabeleceu um protocolo com uma instituição desportiva da cidade o - Homes
Place - que garante aos seus colaboradores uma redução na taxa de inscrição e na
mensalidade.
protocolo com barclays
Abertura de contas-ordenado e acesso a crédito habitação, automóvel e outros, com
condições especiais.
81estudos de caso
seguro automóvel
Acesso a um seguro automóvel com as características: Responsabilidade Civil,
Danos Próprios, Assistência em Viagem, Ocupantes, Protecção Jurídica e Quebra de
Vidros. Todas as propostas serão analisadas à luz deste protocolo, e estes valores
estendem-se a viaturas do agregado familiar.
ppr – plano poupança reforma
Os PPR são uma solução de poupança para complemento de reforma, que permite
aos Subscritores poupar com entrega de montantes a partir de 25€ mensais.
seguro de saúde Multicare
Acesso à rede de Saúde Multicare que abrange Consultas, Exames, Tratamentos e
Unidades Hospitalares, com descontos na ordem dos 90% dentro da rede Multicare
e de 60% fora da rede, num máximo anual de 30.000€ gastos.
biblioteca Interna
Com o intuito de promover hábitos de leitura junto dos seus colaboradores a F3M
criou, nas suas instalações, um espaço destinado à “Construção” de uma Biblioteca
Interna. Cada colaborador contribui para o bom desenvolvimento desta iniciativa,
disponibilizando um ou mais exemplares de componente mais técnica ou de outras
temáticas, da sua biblioteca pessoal.
Aposta em acções direccionadas para os filhos dos Colaboradores, com celebração
de datas alvo: Dia da Criança, Dia Mundial da Leitura, etc.
Promoção e realização de campanhas de sensibilização, prevenção e rastreio
82 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
(exemplo: antitabágica, visual, cardiovascular, nutricionismo,..).
ambiente
energia
• Desligar o computador quando não estiver a usá-lo. Muitas pessoas
acham que o processo de ligar e desligar o computador consome mais
energia do que deixar o computador ligado. Isso não é verdade. Assim, os
colaboradores F3M, sempre que se ausentarem mais de meia hora, devem
desligar o computador. Um bom exemplo é a hora do almoço.
• Desligar o monitor quando se prevê que se vai deixá-lo inactivo por mais
de 15 minutos.
• Configurar o computador para economizar energia. É norma na F3M
efectuar pequenas configurações nas máquinas dos colaboradores com
o objectivo de reduzir o consumo de electricidade, nomeadamente regular
o brilho do ecrã, configurar para 5 minutos o tempo para o computador
entrar em modo de espera ou em hibernação.
83estudos de caso
• Dizer não ao lixo electrónico. Existe, entre os colaboradores F3M, uma
filosofia de actuação que desincentiva o envio desnecessário de spams
e correntes que congestionem as caixas de correio e poluem o mundo on-
line, provocando uma utilização mais intensa dos computadores e, como
consequência, um maior consumo de energia eléctrica.
• Consertar em vez de trocar. No caso de o computador avariar, é prática
corrente na F3M, proceder à sua reparação.
• Pesquisar e conhecer os equipamentos que consomem menos energia.
Evoluções tecnológicas têm permitido a fabricação de computadores cada
vez mais eficientes energeticamente. Os responsáveis F3M pela aquisição
de computadores têm particular atenção às características dos mesmos
no sentido de que, no momento da compra, optem pelo mais económico.
• Doar o computador velho. Quando se toma a decisão de adquirir um novo
computador deve-se sempre assegurar que o computador velho não vai
parar a um simples caixote do lixo. Existe, na F3M, uma prática que consiste
em doar o computador a alguém a quem pode ser útil, por exemplo a uma
Instituição de Solidariedade Social. Caso não esteja em condições de ser
utilizado a empresa entrega-o a entidades que fazem a recolha deste tipo
de materiais e que reaproveitam os seus componentes.
• Adquirir sempre lâmpadas de baixo consumo. Na F3M existe a preocupação
de evitar utilizar mais do que uma lâmpada: duas lâmpadas de 50w
produzem menos luz e consomem mais 25% de electricidade do que u
ma de 100w.
• Manter o ar condicionado ligado apenas quando estiver no local. Os
aparelhos de climatização não devem ser utilizados quando as portas/
janelas estiverem abertas. Todos os elementos da F3M têm o cuidado
de se certificar que as portas/janelas estão fechadas antes de ligar o ar
condicionado e a última pessoa a ausentar-se do departamento tem a
preocupação de desligar o equipamento.
84 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
água
• O autoclismo. Devem-se evitar descargas supérfluas, uma vez que cada
descarga consome cerca de 10l de água. A F3M adoptou, nas suas
instalações, um modelo de autoclismo de dupla descarga, com o qual
é possível efectuar descargas diferenciadas diminuindo, deste modo, o
volume de água utilizado.
• Os lavatórios. Na F3M existe a preocupação de:
• Instalar economizadores nas torneiras, pois estes podem reduzir o
fluxo do caudal da água, limitando-o até apenas 6l/minuto, ou menos.
• Caso seja necessário trocar as torneiras, é levado em conta o fluxo
das novas torneira procurando adquirir torneiras com um fluxo de água
entre 6 e 8l/minuto.
• Sensibilizar os colaboradores no sentido de:
• Fechar as torneiras sempre que não seja necessário deixar correr
água. As torneiras abertas podem gastar até 12l/minuto.
• Ficar atento às fugas de água! Uma torneira a perder uma gota/
segundo representa um consumo até 1.000l/mês.
papel
Como complemento à prática de reciclagem e pensando sempre no objectivo de
reduzir o consumo de papel, os colaboradores F3M levam a cabo uma série de
outros comportamentos, a seguir descritos:
• As versões provisórias dos documentos são impressas respeitando
algumas normas de entre as quais destacamos a definição de escala de
cor reduzida e a selecção da opção impressão nas duas páginas da folha
(duplex).
• Na F3M existem locais onde se guardam todas as folhas impressas apenas
85estudos de caso
num dos lados, para posterior utilização como rascunho ou impressão de
documentos internos.
• Utiliza-se, preferencialmente, o suporte informático como forma de enviar
e analisar documentos.
• Incentivo à comunicação via e-mail, skype e sms, quer entre colaboradores,
quer entre F3M e Clientes/Fornecedores.
• São retirados os agrafos, os clips ou elásticos ao papel enviado para a
reciclagem.
• Inclusão de funcionalidades no Software F3M que evitem a impressão.
• Inclusão de arquivos digitais no software F3M.
• Aposta clara na desmaterialização de processos: portal em substituição
de papel, reuniões com portáteis e ecrãs de grande dimensão para evitar
impressões.
• Combate feroz ao papel/impressão (não emitimos recibos, não emitimos
manuais, etc.).
plástico & Metal
Na F3M tem-se promovido uma atitude cada vez mais pró-reciclagem e a reciclagem
de plástico e do metal é um bom exemplo. Foram colocados em pontos estratégicos
contentores amarelos onde cada colaborador coloca os materiais de plástico e metal
que podem ser reciclados.
Vidro
A preocupação da redução dos resíduos e da redução da quantidade de matérias-
primas para a fabricação de embalagens de vidro levou a F3M a colocar, num local
comum das suas instalações um vidrão com o objectivo de fomentar a recolha.
86 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
tinteiros & toners
Consciente de que a maior parte dos resíduos de escritório podem ser reaproveitados,
transformando-se em novos produtos ou matérias-primas sem perderem propriedades,
a F3M tem desenvolvido uma série de iniciativas, no sentido de reaproveitar e de
reduzir os resíduos. No caso particular dos Tinteiros e Toners utilizados, estes são
entregues a uma entidade competente de reciclagem deste material.
cd´s & dVd´s
Na F3M existe a preocupação de todos os colaboradores colocarem os CD‘s que
já não podem ser reutilizados no contentor Amarelo, aquele que é usado para os
plásticos e para o metal.
pilhas
A F3M, como empresa empenhada em promover a adopção de boas práticas
ambientais, incentiva a recolha de pilhas e demais materiais tendo colocado em
locais estratégicos das suas instalações um contentor de recolha destes materiais.
A F3M tem apostado em medidas estratégicas que promovem a redução da produção
deste tipo de resíduos, entre as quais salientamos:
• Utilização de pilhas recarregáveis, em vez das alcalinas. Apesar de implicar
um maior investimento inicial acaba por, a médio prazo sair mais barato,
porque estas pilhas duram muito mais, e ao fim de poucos carregamentos
o carregador fica pago.
• Utilização, sempre que possível, da electricidade, em vez das pilhas.
• Recolhas de todas as Pilhas usadas e colocação das mesmas em pilhões.
Frota de Veículos
A F3M, proprietária de uma frota de viaturas considerável, alerta os seus colaboradores
para alguns procedimentos essenciais para uma boa gestão da mesma, promovendo
uma redução dos custos e, também, uma redução do impacto nocivo da sua
87estudos de caso
utilização para o ambiente. Entre essas práticas salientamos as seguintes:
A F3M fomenta uma atitude de rentabilização das viagens d e automóvel. Por exemplo,
nas viagens frequentes que se realizam entre as duas delegações da empresa (Sede
em Braga e Delegação de Lisboa) existe a preocupação de garantir que o veículo
seja utilizado por mais de uma pessoa. No caso de ser necessária a deslocação
de apenas uma pessoa a viagem é realizada utilizando o transporte público. Desta
forma, a empresa, ao mesmo tempo que reduz os custos de deslocação, contribui
para a redução da poluição atmosférica provocada pela emissão de gases nocivos
para o meio ambiente (ex. monóxido de carbono).
A F3M procura incutir junto dos seus colaboradores a necessidade de criar uma
rotina d e verificação da pressão dos pneus, uma vez que com esta atitude pode-se
impedir o seu desgaste prematuro devido a uma maior flexibilidade ou aquecimento
exagerado. Para além desta mais-valia, se mantivermos a pressão correcta dos
pneus também se economiza no combustível.
A F3M aconselha todos os seus colaboradores a circula r a um a velocidade moderada,
uma vez que reduz o consumo de combustível e aumenta os níveis de segurança.
A F3M recomenda a todos os seus colaboradores que cumpram a distância de
segurança em relação ao veículo da frente, de forma a evitarem travagens bruscas e
assim economizarem combustível e travões.
A F3M adverte todos os seus colaboradores de que para o ambiente é melhor atestar
o depósito nas horas mais frescas do dia (de manhã cedo e ao final da tarde). Sem
calor excessivo, a quantidade de vapores de gasolina e gasóleo libertados durante
a operação é menor.
sociedade
colheitas de sangue
Em parceria com o Instituto Nacional de Sangue, a F3M organiza pelo menos uma
recolha anual, com dois objectivos. Por um lado, sensibilizar os colaboradores para
a necessidade de contribuírem para a manutenção de um banco de sangue, que
88 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
permita dar resposta às crescentes dificuldades que os centros hospitalares e de
cuidados médicos enfrentam e, por outro lado, proceder a uma recolha propriamente
dita que vá além da mera sensibilização.
• Procuramos lançar ideias que tenham impacto na vida das pessoas e que
não sejam epi-fenómenos.
• As acções que fazemos na nossa sede são muitas vezes abertas à
população circundante da nossa sede, nomeadamente na área da saúde
(Minimização do impacto da “chegada” de mais de 100 pessoas a uma
freguesia semi-urbana).
• Não nos podemos virar para o público externo apenas no Natal e daí
termos acções todo o ano (as acções pontuais de Natal são importantes,
mas não chegam).
• Desde 2002, recolhas de Sangue em parceira com o IPS - Instituto
Português do Sangue, com convite para a população local e clientes.
• Consultas de Optometria e Contactologia abertas à população local.
• Consultas Anti-stress abertas à população local.
• Na continuidade de uma política de portas abertas à comunidade, a F3M
recebe nas suas instalações várias visitas de alunos com o objectivo de
promover uma maior proximidade entre o mundo académico e o mundo
empresarial.
89estudos de caso
Mecenato
Recolha de donativos para instituições de solidariedade social
Dádiva anual em € com envolvimento da F3M (parte1), Administração (parte2) e
colaboradores (parte3).
A F3M assume a recolha de brinquedos e material didáctico para crianças
necessitadas como algo que é feito em contínuo.
A F3M assumirá a recolha de roupa, tanto para crianças como para adultos. Estas
actividades não são o “despejar do lixo de casa” mas sim algo que feito em contínuo,
desperte cada um dos colaboradores para a necessidade de ajudar quem pontual ou
conjunturalmente está em dificuldades.
A F3M analisa anualmente a possibilidade de realização de uma Festa de Natal
numa instituição carenciada da nossa região.
Voluntariado
A F3M é uma empresa que ao longo dos seus anos de actividade promove acções
de solidariedade junto das instituições locais, participando também em acções
solidariedade a nível nacional e internacional.
projecto tampinhas
O projecto tampinhas foi lançado em 2003 e teve origem na iniciativa, desenvolvida
pela Enf.ª Guadalupe Jacinto, e que consistia em contactar empresas de reciclagem
e valorização de resíduos no intuito de lançar esta ideia simples:
90 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
• Recolher tampas de plástico.
• Vender para reciclagem.
• Oferecer Material ortopédico a quem mais dele necessita.
O sucesso desta iniciativa, inicialmente dirigida aos concelhos de Almada e Seixal
foi de tal ordem que os mentores decidiram estendê-la a todo o território nacional.
Esta iniciativa não deixou indiferente os responsáveis da F3M, nem tão pouco os
seus colaboradores dando-se, desde logo, início à sua recolha e posterior entrega a
diversas entidades envolvidas nesta iniciativa.
• Ao falarmos, por exemplo, de apoio aos Sem Abrigo tem que haver um
compromisso de continuidade e não meia dúzia de acções dispersas –
fazemo-lo todas as semanas, ao domingo à noite.
• Recolha em contínuo de bens para pessoas necessitadas com espaço
próprio e forma de gestão/encaminhamento.
• Acções de Voluntariado em dias úteis em IPSS com Valências de 3ª Idade.
• Independentemente das acções no seio da empresa, disponibilização de
1 dia útil por ano para acções na área social ou ambiental que qualquer
colaborador pretenda fazer.
educação
uM sopro eM áFrIca – apadrinhamento da aldeia chimpaca
A F3M apoia e incentiva todos os colaboradores no apoio financeiro a crianças
necessitadas. Desde 2003 esse apoio tem sido canalizado para crianças da aldeia
de Chimpaca em Moçambique. Actualmente a F3M apoia (apadrinha) 5 crianças,
permitindo o seu acesso a condições essenciais para o seu estudo.
A decisão de promover esta ajuda num país estrangeiro teve dois motivos base:
trata-se de um país de expressão Portuguesa que há muitos anos optou pela via
da paz e à ligação que a aldeia de Chimpaca tem com a ONGD SOPRO. A aldeia de
91estudos de caso
Chimpaca está localizada junto de uma escola LaSalista, João XXIII, na cidade da
Beira, região de Sofala, que mantém uma ligação estreita com outra escola LaSalista
em Barcelos. Esta escola barcelense tem há vários anos uma estreita relação com
a SOPRO, permitindo um acompanhamento efectivo da situação em Chimpaca e do
estudo das crianças.
A F3M ao associar-se a este projecto partilha, com os impulsionadores, o objectivo
de “assegurar o desenvolvimento sustentável de uma comunidade moçambicana
empobrecida, fomentando a valorização da sua identidade cultural e encorajando
a criação de uma rede de relações, laços e trocas estreitas com a comunidade
portuguesa nos domínios cultural, social e económico”.
O apadrinhamento é uma forma de praticar actos solidários com uma maior ligação
entre quem ajuda e quem é ajudado. Esta forma de ajudar cativou, ainda mais, a
participação dos colaboradores da F3M. O padrinho não só contribui para os estudos
do afilhado, como depois recebe um “feedback” que pode ser uma carta ou um
desenho de agradecimento e o relatório do aproveitamento escolar da criança.
Visitas organizadas às Instalações F3M
Desde 2006, o programa de visitas de estudo à F3M tem dado a professores e alunos,
não só a oportunidade de contactar com uma entidade do mercado empresarial, mas
também, conhecer o modus operandi de uma Software House e a sua importância
na evolução e na melhoria de qualidade de vida dos indivíduos.
Nas visitas efectuadas a empresa mostra não só a sua operação diária e a sua
estratégia de médio e longo prazo, como tenta sensibilizar os jovens para as questões
da inserção no mercado profissional versus cidadania responsável. A F3M sente que
é seu objectivo passar aos jovens uma mensagem que os leve a empenhar-se cada
vez mais nos seus estudos e na sua formação, quer seja de nível académico, técnico-
profissional ou secundária.
colaboração com diversas escolas em conferências, seminários, palestras
Ao longo dos anos a F3M tem tido uma participação activa em iniciativas do mundo
92 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
escolar, nomeadamente em termos de Institutos Politécnicos, Universidades e
Escolas profissionais. Nos últimos anos, a participação da empresa tem dado uma
ênfase especial à problemática dos soft skills dos jovens, como forma essencial
destes se tornarem mais competitivos quando entrarem no mercado de trabalho.
A empresa cumpre assim uma dupla missão: por um lado, divulga a sua estrutura
e estratégia e, por outro lado, faz chegar aos jovens uma mensagem baseada
numa cultura de rigor e de não facilitismo. A F3M defende acerrimamente, junto de
docentes e discentes, que as preocupações de saber não se devem esgotar nos hard
skills tecnológicos mas também em temas como o empreendedorismo, a liderança,
a expressão verbal e escrita, o domínio de idiomas estrangeiros, a cultura geral, etc.
“acordo” com uM em termos de estágios
Ao longo dos anos a F3M tem sido um player activo em termos de admissão de jovens
para estágios académicos curriculares, nomeadamente da Universidade do Minho.
Assim, com uma taxa de absorção muito difícil de igualar, a F3M apostou até hoje
em quase uma centena de jovens, mantendo-se ainda, muitos deles, na estrutura
actual da empresa, tendo sido alavancas do crescimento que se tem registado.
Forte aposta da empresa na promoção da leitura junto dos filhos dos Colaboradores:
oferta de livros, mini feira do livro, colóquios com escritores de livros infantis,
colóquios (para pais) sobre como levar os filhos à leitura.
Aulas e debate sobre a língua portuguesa (fundamental).
Fóruns abertos de debate sobre diversas temáticas completamente fora da área
TICE – Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica (1 debate por mês).
93estudos de caso
II.IV conclusão
A F3M está consciente da necessidade de trabalhar em sintonia a componente
económica, ecológica e social como forma de continuar a potenciar o seu
desenvolvimento e o desenvolvimento da sociedade.
Esta sintonia exige, no entanto, uma actuação sobre o próprio comportamento dos
indivíduos. Neste sentido, a organização tem vindo a incutir junto dos colaboradores
a necessidade de respeitar e cumprir os seguintes princípios:
• Princípio de precaução (prevenir qualquer risco indo para além das leis).
• Princípio de responsabilidade (adoptar uma responsabilidade humana e
ambiental para o conjunto das actividades e decisões).
• Princípio de transparência (informar, contribuir com objectividade dos
factos, aumentar a visibilidade da informação).
• Princípio de inovação social e tecnológica (participar nos desenvolvimentos
humanos e tecnológicos).
• Princípio de contribuição para os desafios locais, nacionais e globais (ter
um impacto local, nacional e global relativo à pesquisa do desenvolvimento
duradoura).
A F3M está convencida de que com estes princípios orientadores a afirmação dos
seus valores e a realização da sua missão estará, francamente, facilitada.
“O que fazemos é passível de ser feito por qualquer média empresa e mesmo por
pequenas empresas (já tínhamos política - não formal de RSO - quando éramos uma
Pequena empresa).”
Eng.º Pedro Fraga
94 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
III celbI – celulose beIra IndustrIal, s.a.
III.I apresentação
A Celbi produz uma pasta de fibra curta, reconhecida no mercado como sendo de
elevada qualidade, o que aliada a um excelente serviço ao cliente, faz da empresa,
no panorama europeu, um produtor de referência.
Instalada em Portugal em 1965, a Celulose Billerud SARL surgiu como uma iniciativa
da empresa sueca, Billerud AB, associada a um dos maiores grupos industriais
portugueses naquela época, a Companhia União Fabril (CUF).
Os primeiros accionistas da Celbi foram a Billerud, com 71% do total do capital
social, a CUF que participou com 23%, e um grupo de produtores florestais, que
subscreveram 6%.
A empresa viria a localizar-se junto à costa, na Leirosa, uma pequena aldeia
piscatória, 15 km a sul da Figueira da Foz e 180 km a norte de Lisboa.
O local escolhido reunia um conjunto de vantagens que viriam a elegê-lo como ideal
para a instalação desta unidade industrial:
• Proximidade de áreas florestais com disponibilidade de matéria-prima.
• Abundância de água, indispensável para o processo produtivo.
• Proximidade do Oceano Atlântico.
• Proximidade de um porto comercial.
• Disponibilidade de mão-de-obra qualificada.
A empresa arrancou em 1967, com a produção de pasta solúvel, destinada à
fabricação de fibras têxteis, com 80 000 toneladas como capacidade máxima. A
decisão de produzir pasta solúvel viria a ser revista nos primeiros anos de produção,
por se concluir que este tipo de pasta defrontava sérios problemas de mercado. A
unidade fabril viria a ser ajustada para produzir pasta papeleira com uma capacidade
que, naquela data, atingia as 120 000 toneladas anuais.
95estudos de caso
Em 1970, a empresa alterou a sua designação social, passando a designar-se por
Celulose Beira Industrial (Celbi), SARL. Em 1975, as nacionalizações transferiram as
acções da CUF e dos pequenos accionistas para o Estado Português, que assumiria
a sua titularidade através do IPE – Investimentos e Participações Empresariais, SA.
Entretanto, na Suécia, diversas operações de concentração da indústria florestal
fizeram com que o capital da Celbi passasse a ser detido pelo grupo sueco STORA,
integrado na área de negócios liderada pela STORA CELL AB.
Em 1995, o Governo Português viria a alienar integralmente a sua participação na
empresa, vendendo a sua parte à STORA CELL AB que, assim, passou a deter 100%
do seu capital, com o valor actual de 77,5 milhões de euros. A Celbi passou, então,
a designar-se por Stora Celbi Celulose Beira Industrial, SA.
No final de 1998, após o processo de fusão do grupo sueco STORA com o grupo
finlandês ENSO, de onde resultou o Grupo StoraEnso, a Celbi retomou a sua
denominação anterior: Celulose Beira Industrial (Celbi), SA. Em Julho de 2006, o
grupo Altri anuncia ter celebrado um contrato promessa conducente à aquisição de
100% dos direitos de voto da Celbi, negócio que foi concluído em Agosto de 2006.
Desde o ano 2000, a Celbi tem sido considerada a melhor empresa do sector
de pasta e papel em Portugal pela revista de negócios Exame, tendo conseguido
este prémio 8 vezes nos últimos 10 anos. Para além disso, em 1996 e 2001 foi
considerada a melhor empresa do ano quer pela Revista “Exame” quer pelo jornal
96 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
“Diário de Notícias”.
A Celbi tem actualmente uma capacidade produtiva instalada de mais de 550.000
toneladas de pasta de papel, assumindo-se assim como o activo mais importante
do grupo. O aumento de capacidade de produção foi resultante de um projecto de
investimento, que decorreu entre 2007 e 2010, que consistiu na remodelação da
sua linha de produção de pasta e na montagem de novas instalações na área de
recuperação de químicos e produção de energia respondendo assim às solicitações
do mercado externo, especialmente o europeu.
Em simultâneo, a EDP – Produção Bioeléctrica, S.A. construiu uma central
termoeléctrica a biomassa nas instalações fabris da Celbi. Esta nova unidade
produz energia eléctrica, a injectar na rede nacional, a partir de recursos renováveis,
nomeadamente biomassa florestal proveniente de operações de exploração florestal,
como é o caso da limpeza das matas.
O investimento visou a obtenção de uma fábrica ecologicamente equilibrada, com
um desempenho ambiental e processual compatível com as “melhores técnicas
disponíveis” definidas pela União Europeia, e em observância total da legislação
nacional e comunitária, colocando assim a Celbi entre as empresas mais sustentáveis
a nível mundial. Exportando mais de 95% da sua produção, a Celbi posiciona a Altri
entre os 10 maiores produtores mundiais de pasta de eucalipto, e entre os principais
exportadores nacionais, sendo responsável por cerca de 1,5% das exportações do
país.
III.II MIssão, VIsão e Valores
Missão
Fornecer pastas de eucalipto, que produzimos de forma económica e ambientalmente
sustentável, satisfazendo os requisitos e expectativas dos nossos clientes.
Visão
Ser o melhor produtor europeu de pastas de fibra curta.
97estudos de caso
• Satisfazer o mais possível os nossos clientes, conquistando a sua
fidelidade.
• Ter uma imagem de Excelência no mercado e na comunidade envolvente.
• Manter os nossos produtos e processos como referências nos sectores de
papel e pasta.
• Atrair e motivar os profissionais mais competentes.
• Criar nos nossos trabalhadores um espírito de identificação e orgulho para
com a empresa.
• Criar valor para os nossos accionistas.
Valores
• Orientação para os resultados e para a Qualidade Total.
• Focalização nas necessidades e expectativas dos clientes.
• Empenho na defesa do meio ambiente.
• Sentido de responsabilidade social.
• Espírito de abertura face aos desafios e à mudança.
• Versatilidade e polivalência profissional.
• Ambição para melhorar, inovar e estar na vanguarda.
• Descentralização e responsabilização.
• Informalidade no relacionamento pessoal.
politica de sustentabilidade
A Celbi considera ser sua responsabilidade gerir e desenvolver a sua actividade
de uma forma sustentável. Neste sentido, a Celbi compromete-se a orientar a sua
actuação pelos seguintes princípios de carácter económico, ambiental e social:
98 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
• Criar valor, viabilizando economicamente a Organização, de forma a
possibilitar a satisfação das expectativas dos accionistas e demais partes
interessadas.
• Planear e orientar os seus esforços no sentido de satisfazer os requisitos e
as expectativas dos seus clientes.
• Desenvolver, produzir e comercializar produtos com qualidade, minimizando
o respectivo impacte ambiental, estabelecendo mecanismos de prevenção
e segurança e adoptando prioritariamente medidas internas consistentes
com as melhores técnicas disponíveis economicamente viáveis.
• Adquirir madeira que seja explorada de uma forma legal, privilegiando o
uso de madeira certificada de acordo com os requisitos de gestão florestal
aplicáveis do FSC e/ou do PEFC.
• Cumprir com os requisitos das Normas ISO 9001, ISO 14001, EMAS e
OHSAS 18001 e da cadeia de Responsabilidade do FSC e do PEFC.
• Melhorar continuamente o desempenho e a eficácia dos Sistemas de
Gestão da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança, estabelecendo
objectivos e metas periodicamente revistos.
• Cumprir a legislação aplicável, fixando objectivos que permitam, sempre
que possível, melhorar o seu desempenho face aos requisitos legais.
• Adoptar critérios de minimização de riscos e impactes ambientais e
sociais, na escolha de processos, tecnologias, matérias-primas e meios
de transporte.
• Promover a redução do consumo de energia, de água e de outros recursos
naturais, dando prioridade à utilização de fontes renováveis de energia,
bem como à redução e valorização de resíduos.
• Adoptar processos que reduzam as quantidades de resíduos, promovendo
a sua valorização interna ou externa.
99estudos de caso
• Prevenir a ocorrência de acidentes e manter um estado de prontidão
operacional para fazer face a emergências.
• Prevenir as doenças profissionais e acompanhar a saúde dos trabalhadores,
em cumprimento da legislação sobre medicina no trabalho e tendo em
conta as especificidades da Empresa.
• Estimular a participação dos trabalhadores na melhoria contínua
do desempenho da Organização e na consecução dos objectivos
estabelecidos, promovendo a sua sensibilização e formação técnica.
• Manter processos de apoio ao desenvolvimento dos seus colaboradores,
potenciando as suas competências individuais, estimulando o trabalho
em equipa e premiando a orientação para resultados e o cumprimento de
missões e objectivos.
• Exigir dos fornecedores o cumprimento de procedimentos, regras e
princípios consentâneos com os padrões adoptados internamente,
estimulando mecanismos de colaboração.
• Adoptar uma atitude de activa colaboração com todas as partes
interessadas.
III.III boas prátIcas IdentIFIcadas
colaboradores
A gestão de recursos humanos na Celbi tem-se orientado com a finalidade de dotar a
organização de uma estrutura adequada e eficiente para vencer os desafios futuros.
Para o conseguir procura:
• Criar uma cultura de desempenho capaz de mobilizar os seus colaboradores
para comportamentos excelentes e orientá-los para a prossecução de
objectivos desafiantes.
• Desenvolver as competências dos seus colaboradores.
100 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
• Atrair e reter os melhores profissionais para assegurar a excelência da sua
prestação e consolidar a imagem de qualidade da empresa.
A empresa concede alguns benefícios, para além dos obrigatórios por lei, que
abrangem os colaboradores com vínculo permanente (90% do total):
• Seguro de saúde que abrange o agregado familiar.
• Seguro de vida.
• Fundo de pensões (regime de benefício definido de uma pensão de reforma
anual correspondente a 11,5% do último salário anual pensionável).
Concede igualmente aos colaboradores em situação de baixa por doença um
complemento do subsídio de baixa até 90 dias após o dia da baixa para que o seu
rendimento líquido se mantenha durante este período. Do mesmo modo, durante
o período de incapacidade temporária do trabalhador por motivo de acidente de
trabalho ou doença profissional a empresa assegura o pagamento da sua retribuição
líquida.
Anualmente é concedido um bónus em função dos resultados da empresa, dos
objectivos definidos e do desempenho individual dos colaboradores. Este Bónus
é aplicável aos colaboradores com vínculo permanente à empresa e resulta do
Sistema de Gestão de Desempenho.
Como forma de aferir o grau de satisfação, motivação e envolvimento dos
colaboradores na empresa, a Celbi aderiu desde o início ao observatório nacional
de Recursos humanos (Observatório elaborado sob a égide da APQ – Associação
Portuguesa para a Qualidade), decidindo realizar inquéritos a todos os colaboradores
com intervalos de 2 a 3 anos.
O último Inquérito foi realizado em finais de 2007, tendo os seus resultados sido
divulgados durante o ano de 2008, destacando-se a publicação de um número
especial da revista interna Fibra Nova.
101estudos de caso
A Fibra Nova é a revista interna da empresa dirigida a todos os colaboradores, ex-
colaboradores e diversas partes interessadas. É uma revista trimestral com uma
tiragem de 1.100 exemplares.
O sistema de gestão de desempenho da Celbi é um instrumento de Gestão de
Recursos Humanos, onde, no início de cada ano, as chefias e os seus colaboradores
têm a oportunidade de analisar o desempenho do ano anterior e perspectivar a
actividade do respectivo ano, definindo, se necessário planos de melhoria. Aqui
estão incluídas as necessidades de desenvolvimento dos colaboradores que irão ser
acolhidas no Plano Anual de Formação.
O plano anual de formação procura dar resposta a todas as necessidades de
formação identificadas e estabelece anualmente um objectivo de 5 dias de formação
por trabalhador.
O sistema de gestão da saúde e segurança no trabalho assenta nos seguintes
pilares:
• Certificação em conformidade com a OHSAS 18001;
• Existência de um Posto Médico, com um Médico do Trabalho do quadro
da empresa e um serviço de enfermagem a funcionar adequadamente e
equipado com moderno equipamento de diagnóstico e tratamento.
• Instalações próprias de segurança, com disponibilidade de materiais
e equipamentos para protecção individual e colectiva e para o
acompanhamento da execução de trabalhos.
102 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
• Disponibilidade de meios técnicos e humanos de actuação em emergências,
designadamente em caso de acidentes individuais, incêndios e outras
incidências de carácter industrial.
A participação formal dos trabalhadores nas actividades de Gestão da Saúde
e Segurança é garantida por 2 representantes na Comissão de ambiente,
segurança, higiene e saúde no trabalho, que assume o papel de órgão consultivo
da Administração. Estes representantes são eleitos por sufrágio universal e por
consequência representam a totalidade dos trabalhadores da Celbi.
A colónia de férias, que a empresa organiza anualmente, destina-se aos filhos dos
trabalhadores com idades compreendidas entre os 7 e os 12 anos. Tem normalmente
uma duração de duas semanas e ocorre no Campo Aventura, localizado em Óbidos.
Esta iniciativa, alem de proporcionar umas férias diferentes às crianças, contribui para
o reforço da satisfação dos trabalhadores e para o seu envolvimento na empresa.
A Celbi organiza regularmente uma festa de natal para os filhos dos seus
trabalhadores, para a qual convida as crianças do Lar Juvenil Costa Ramos, da
Figueira da Foz, e os utentes da Cercifoz. É seguramente um dia com muito animação
e diferente de todos os outros, para todos os participantes com a sempre muito
esperada distribuição das prendas de Natal.
De dois em dois anos a empresa realiza uma homenagem aos seus trabalhadores
que perfazem 15, 25 e 35 anos de actividade. Esta prática, institucionalizada há
já alguns anos pelo Conselho de Administração, pretende ser um gesto simbólico
de reconhecimento e gratidão aos trabalhadores que, ao longo dos anos, têm
contribuído para o desenvolvimento da empresa.
ambiente
Para produzir pasta de papel é necessário madeira, água, energia e produtos
químicos. O objectivo da Celbi é fazê-lo da maneira mais limpa possível e utilizando
os recursos de forma eficiente, conforme preconizado na sua Visão e na sua Política
de Sustentabilidade.
103estudos de caso
Para a ajudar a perseguir este objectivo, a Celbi orienta a sua actividade por um
Sistema de Gestão Ambiental, certificado em conformidade com a Norma ISO 14001
desde 1999 e registado no EMAS desde 2001.
O Sistema de Gestão Ambiental permite à Organização prevenir, limitar e reduzir
continuamente o impacte ambiental, assim como assegurar o cumprimento da
legislação ambiental aplicável e de outros requisitos que a mesma subscreva. Isto
é conseguido através do estabelecimento de objectivos e metas e da avaliação
periódica dos impactes ambientais associados às actividades.
Para além de estabelecer requisitos para as actividades da Organização, o Sistema
de Gestão Ambiental permite, de uma forma construtiva, influenciar fornecedores
de produtos e de serviços a terem em conta os impactes ambientais da sua própria
actividade.
A Celbi tem também o seu Processo de Cadeia de Responsabilidade certificado
por dois dos mais reconhecidos Sistemas de Certificação de Produtos Florestais,
nomeadamente pelo Forest Stewardship Council (FSC) e pelo Programme for the
Endorsement of Forest Certification (PEFC).
Estas certificações garantem ao cliente que a madeira utilizada para produzir a pasta
que adquire ou é certificada por um dos esquemas referidos ou, se não o é, não
provém de fontes inaceitáveis.
Melhoria contínua
Como forma de melhorar continuamente o desempenho do Sistema de Gestão da
Celbi, são realizadas auditorias internas e auto--avaliações à Organização seguindo
o Modelo EFQM. Estas práticas permitem examinar o desempenho da Empresa
em todas as suas áreas de actuação, funcionando assim como uma ferramenta
importante na adequação da estratégia aos desvios que vão surgindo.
A Celbi, consciente da sua responsabilidade de dar a conhecer a todas as suas
partes interessadas a sua actividade, publica desde 2006 o seu Relatório de
sustentabilidade.
104 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
O Relatório de Sustentabilidade é elaborado seguindo as orientações do Global
Reporting Initiative (GRI, versão 3.0) e é verificado por uma entidade externa.
Nestes relatórios, a Celbi vai descrevendo o seu desempenho ao longo dos anos e
apresentando os seus objectivos e programas de melhoria para os anos seguintes.
Destes destacam-se:
objectivo
Reduzir o consumo de gás natural para um valor médio anual máximo de 70 Nm3
ptp.
Início: Abril 2009
Prazo: Final de 2010
objectivo
Reduzir o consumo específico de água, a partir de 2º semestre de 2009, para um
valor médio máximo de 25 m3 ptp.
Início: Abril 2009
Prazo: Final de 2010
objectivo
Reduzir em 10% as emissões directas (âmbito 1) de CO2 fóssil da Celbi, considerando
o ano de 2007 como o ano de referência.
Início: Janeiro 2009
Prazo: Final de 2012
objectivo
Implementação de um Sistema de Gestão da Energia em conformidade com a Norma
NP EN 16001.
Início: Fevereiro 2010
Prazo: Final de 2011
105estudos de caso
a celbi e as alterações climáticas
As alterações climáticas são um problema global essencialmente provocado pela
utilização de combustíveis fósseis. O uso destes combustíveis leva à emissão de
Gases com Efeito de Estufa (GEE), que se vão acumulando na atmosfera, potenciando
o efeito de estufa. Para a indústria papeleira, o GEE mais significativo é o dióxido
de carbono (CO2), apesar dos esforços que têm vindo a ser feitos no sentido de
diminuir o consumo de combustíveis fósseis, substituindo-os o mais possível por
biocombustíveis.
A Celbi partilha as preocupações da comunidade internacional relativamente a este
tema e tem desenvolvido várias acções no sentido de reduzir o seu consumo de
combustíveis fósseis e consequentemente as suas emissões de CO2.
No âmbito do Projecto de Expansão e Modernização da Celbi (Projecto C09), foi
instalada uma nova caldeira de recuperação de 90 bar de pressão de vapor e com
uma eficiência energética bastante elevada. A caldeira de recuperação em operação
normal consome biocombustível (licor negro) e, apenas em situação de arranque,
gás natural (a anterior caldeira de recuperação utilizava fuelóleo como combustível
alternativo). Prevê-se um excedente de produção de energia eléctrica de cerca de 12
MW, que será injectada na rede nacional.
Foi também instalado um novo forno da cal que utiliza gás natural como combustível
(a instalação antiga utilizava fuelóleo). Considerando o ano de 2007 como o ano
de referência, estabeleceu-se em 2008 o objectivo de reduzir, até 2012, em 10%
as emissões directas (âmbito 1) de CO2 fóssil da Empresa. Foi aberto um Programa
Específico de Melhoria para tratar este tema. O valor específico de emissão de CO2
fóssil em 2009 foi de 204 kg ptp, inferior ao valor de 2008 (265 kg ptp). Até à
conclusão do Projecto C09, não há condições para uma aproximação sustentada ao
objectivo desejado para 2012 (138 kg ptp).
sociedade e Mecenato
A Celbi reconhece a sua responsabilidade de envolvimento com a Comunidade
e, nesse âmbito, desenvolve e apoia um conjunto de iniciativas e actividades,
106 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
das mais diversas instituições, que são essenciais no seu compromisso em criar
relacionamentos duradouros e relevantes com a comunidade local. Através de
donativos e apoio logístico, a empresa procura identificar projectos e actividades
com mérito e com impacto significativo na sociedade e na qualidade de vida das
populações.
Mais recentemente destacam-se as seguintes iniciativas:
• Funcionamento do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios
(CRAM-Q), da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS).
• Instalação em todo o perímetro da creche da Cáritas Coimbra, na Praia da
Leirosa, na Figueira da Foz, de uma vedação tipo escolar, para melhoria
das condições de segurança.
• Oferta de uma viatura de marca Toyota Hilux à Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz.
• Apoio na aquisição de uma viatura de socorro da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Soure.
• “Conta Solidária”, para apoio a pessoas carenciada da Junta de Freguesia
de S.Julião.
• Actividades de âmbito social prestada pela Casa do Povo da Marinha das
Ondas.
• Obras do Salão da Paróquia da Freguesia da Marinha das Ondas.
• Obras de reabilitação do “Teatro Trindade” em Buarcos.
• Edição do livro comemorativo dos 50 anos do Centro Recreativo e Cultural
Carvalhense, de Lavos.
• XXII Festival Folclórico e Etnográfico da Praia da Leirosa.
• VI Torneio Internacional de Xadrez, organizado pela Assembleia Figueirense.
107estudos de caso
A Celbi desenvolve ainda outras acções de proximidade com as comunidades
vizinhas. Assim, e em virtude da contínua renovação do seu parque informático, a
empresa entregou, graciosamente, equipamento e material informático a instituições
sem fins lucrativos, que dele necessitam, para que o acesso às novas tecnologias
da informação, dos mais diversos estratos sociais, seja uma realidade. A empresa
cedeu nos últimos 5 anos perto de 100 computadores.
A empresa apoia igualmente todas as iniciativas, organizadas pelo Clube Celbi, que
visem proporcionar aos seus trabalhadores a satisfação e o seu bem-estar. Com
40 anos de história, o Clube Celbi é uma associação de referência no concelho da
Figueira da Foz e a sua missão consiste em proporcionar aos seus associados e
família, actividades e iniciativas (culturais, desportivas, lazer, etc) que sejam do seu
agrado, contribuindo assim para a promoção da envolvente social da empresa.
educação
Já há mais de duas décadas que a Celbi leva a efeito o Programa de Ocupação de
Tempos Livres. Dirigido aos filhos dos trabalhadores e aos melhores alunos das
escolas da nossa zona geográfica, este programa visa promover a ocupação dos
tempos livres de Verão dos jovens e proporcionar um contacto experimental com
algumas actividades profissionais.
O grande objectivo deste programa é que os jovens levem da empresa, uma
experiência gratificante e enriquecedora do ponto de vista pessoal.
Normalmente são envolvidos nesta actividade cerca de 40 jovens por ano.
A Celbi empreende diversos projectos de cooperação com as instituições de ensino e
formação profissional, que na maior parte das vezes se materializa na realização de
estágios. O objectivo desta prática é possibilitar aos jovens de cursos profissionais,
nível intermédio (ex. CET) ou de nível superior, formação em contexto real de trabalho
que vise complementar, e aperfeiçoar as suas competências socioprofissionais.
Desta forma a Celbi promove aos jovens a sua inserção na vida activa.
108 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
São igualmente possibilitadas aos alunos das diferentes escolas e níveis de
qualificação inúmeras visitas às diferentes áreas da empresa. (cerca de 400 visitas,
num ano).
Outras iniciativas das escolas do concelho que foram apoiadas pela empresa:
• Projecto “Eco-Escolas” do Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da
Figueira da Foz.
• Final Nacional das Olimpíadas Portuguesas de Matemática, organizada
pela Escola Básica 2º e 3º Ciclos Dr. João de Barros, da Figueira da Foz.
• Jornadas Culturais 2009 das Escolas Secundárias Dr. Joaquim de Carvalho
e Dr. Bernardino Machado, da Figueira da Foz.
• Aquisição de material educativo, na área das ciências, para o Jardim-de-
infância da Praia da Leirosa.
• Emissão dos cartões de aluno da Escola Secundária Dr. Bernardino
Machado, da Figueira da Foz.
• Projecto “Livros Andantes” da Escola Básica 2º e 3º Ciclos Dr. Pedrosa
Veríssimo, do Paião.
• “19º Prémio Literário Cristina Torres”, atribuído pela Escola Secundária
109estudos de caso
com 3º Ciclo de Cristina Torres, da Figueira da Foz.
• Aquisição de material educativo para o Agrupamento de Escolas da Guia,
em Pombal.
• Bolsa de Estudo, atribuída anualmente pelo Rotary Club da Figueira da Foz,
a alunos carenciados e de mérito.
Mercado
o produto
A Celbi produz pasta de papel de fibra curta de elevada qualidade a partir de
Eucalyptus globulus. As propriedades da fibra desta espécie conferem à pasta
produzida pela Celbi características que a tornam especialmente adequada para a
produção de determinados tipos de papel e cartão.
A marca Celbi PP é reconhecida no mercado pela sua elevada qualidade, em
especial no tocante ao baixo nível de sujidade, brancura e consistência das suas
propriedades e características físicas, químicas e papeleiras.
Em comparação com outras pastas concorrentes, produzidas a partir de outras
espécies de eucalipto, a pasta da Celbi distingue-se pelas suas especificidades de
resistência, boa opacidade e elevada porosidade.
Estas características recomendam a sua utilização para a produção de papéis finos
para impressão, papéis para laminados decorativos e papéis ou cartões destinados
a servirem de suporte a impressões de elevada qualidade.
110 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
o Mercado
Cerca de 96% da produção da Celbi destina-se a mercados da União Europeia,
nomeadamente Áustria, Suécia, Espanha, Alemanha, Reino Unido, França e Itália.
Portugal tem absorvido uma quota anual que se aproxima dos 3% do volume de
vendas.
A Celbi tem vindo a desenvolver programas de cooperação técnica com os seus
principais clientes, esforço que tem contribuído para o aperfeiçoamento do seu
produto. A Empresa considera esta atitude indispensável para a consolidação e para
o reforço da sua competitividade.
a distribuição
A política de transporte do Grupo Altri tem privilegiado a aposta nos modos
de transporte mais eficientes e com impactos visíveis ao nível da redução das
externalidades1. A visão de longo prazo da Celbi aponta para que o transporte marítimo
de curta distância represente, cerca de 75% do volume transaccionado, enquanto o
transporte ferroviário deverá atingir 15% das expedições. Com esta política, o grupo
pretende reduzir até 2015 cerca de 15% das externalidades provocadas pela sua
cadeia de transporte.
1 Trata-se do custo provocado pelo impacte do transporte sobre o ambiente, acidentes e congestionamento. Os custos destes efeitos não são normalmente integrados no preço de mercado e, por essa via, são raramente con-siderados no processo de tomada de decisão. A EU estima os seguintes custos marginais externos (por tonelada - quilómetro): Rodovia - €0,035; Transporte Marítimo – €0,009; Ferrovia – €0,015; Transporte fluvial - €0,01).http://ec.europa.eu/transport/
111estudos de caso
O transporte marítimo de curta distância continua a ser o principal modo de
transporte utilizado pela Celbi valendo em 2009 cerca de 70% do transporte primário
e 87% das toneladas/km transportadas a partir desta fábrica. Esta focalização no
transporte marítimo tem um efeito multiplicador interessante, já que arrasta as
restantes fábricas do grupo para este modo. Esta concentração de cargas no Porto
da Figueira da Foz tem potenciado o desenvolvimento deste Porto que, no ano de
2009, registou o seu máximo histórico em termos de toneladas movimentadas, em
larga medida à custa do dinamismo do grupo Altri.
A Altri movimentou neste Porto cerca de 350 000 toneladas (30% do total) o que
permitiu, por outro lado, dois factos absolutamente singulares no panorama dos
Portos Portugueses: crescimento num contexto de crise e garantir o equilíbrio entre
os movimentos de entrada e saída.
A aposta no transporte ferroviário, materializada em Maio de 2009 com o lançamento
do corredor da Catalunha, começou já a dar frutos: este modo de transporte
representou cerca de 1,7% do transporte primário da Celbi pelo que, pela primeira
vez na história desta Empresa, o transporte ferroviário passou a ter um peso superior
a 1%. Com os diversos modos de transporte, a Celbi reduziu em 2009 cerca de 3,6%
as externalidades provocadas pela sua cadeia de transporte de produto.
Fornecedores
Todos os fornecedores de madeira, produtos químicos e serviços, são sujeitos a
um processo de qualificação e avaliação. Deste processo fazem parte requisitos
de desempenho de qualidade, ambiente e segurança. A bolsa de fornecedores
qualificados tem vindo a crescer significativamente nos últimos anos.
A Celbi tem investido muito na formação de trabalhadores de empresas externas, em
2009 foram organizados 28 cursos de formação para empresas externas que tiveram
1 463 participantes num total de 3 519 horas de formação. Esta formação incidiu
maioritariamente sobre aspectos de Segurança e Protecção Ambiental (62,5%).
112 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
III.IV conclusão
A sustentabilidade é um tema estratégico na Celbi e está integrada ao seu negócio.
Na sua missão e visão, a Empresa assume o compromisso de criar valor respeitado
e reconhecido por todas as suas partes interessadas e de actuar de modo a
que a sua actividade, para além de produzir valor económico, também promova
desenvolvimento humano, social e ambiental.
113estudos de caso
IV roca, s.a.
IV.I apresentação
Grupo roca
A Roca iniciou a sua actividade em 1917 como Compañía Roca Radiadores S.A. Esta
empresa dedicava-se exclusivamente à fabricação de radiadores de ferro fundido
para aquecimento doméstico na sua fábrica de Gavà (Barcelona), mas a rápida
ascensão dos novos produtos no mercado e uma grande ambição de expansão,
levaram a ampliar as áreas de negócio com a intenção de diversificar as suas
actividades empresariais.
Como consequência, em 1925 fabricaram-se as primeiras caldeiras de fundição e
em 1929 iniciou-se a produção de banheiras de ferro fundido. Foi em 1936 que a
Roca entrou para o sector da porcelana sanitária e em 1954 começou a fabricar
também torneiras. Uma segunda fábrica de porcelana foi inaugurada en Alcalá de
Henares (Madrid) em 1962. Foi em 1963 com a construção de uma fábrica de
equipamentos de ar condicionado em Sabadell (Barcelona) que a Roca se converteu
numa das primeiras empresas espanholas a entrar no mercado emergente do ar
condicionado. Mais tarde, em 1968, foi posta em marcha a terceira fábrica de
porcelana em Alcalá de Guadaira (Sevilla) e em 1974 foi inaugurada a fábrica de
banheiras de aço esmaltado.
A incursão da empresa no sector da cerâmica ocorreu na década de oitenta. A
fábrica de Cerâmicas del Foix, que passou a ser uma subsidiária, foi o início da área
de negócios actual da cerâmica. Já em 1988 foi adquirida uma fábrica de material
sanitário em Portugal. Durante as décadas de 80 e 90, de acordo com a determinação
de expansão, abrem-se filiais e são consolidados acordos com empresas líderes em
seus mercados, enquanto se materializam aquisições e operações corporativas.
Em 2002, a Roca iniciou um processo de reestruturação corporativa do Grupo com a
intenção de organizar as diferentes áreas de negócio em empresas independentes.
Para levar a cabo este projecto, constituiu-se a Roca Corporación Empresarial, S.A,
a nova sociedade matriz. Este processo de reestruturação culmina em 2005 com a
114 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
venda da empresa de aquecimento e ar condicionado, com o objectivo de focar-se
apenas no sector do espaço de banho, cuja liderança a nível mundial foi alcançada
nos primeiros meses de 2006.
A Roca é uma empresa integralmente espanhola cujo capital pertence na totalidade
ao grupo familiar que originalmente fundou a empresa.
Roca em portugal
Foi em 1972 que a política de expansão da Roca resultou na criação da Roca Portugal,
Lda, através da importação de produtos de aquecimento e a comercialização de
banheiras de ferro fundido. Era o início da história da Roca em Portugal.
Em 1986, inicia a venda de artigos sanitários, com a aquisição da fábrica da
Madalena em Leiria, a empresa aumenta todo o seu potencial comercial. Esta
aquisição da unidade de Leiria permite um maior e melhor desenvolvimento fabril,
produzindo cerca de 200.000 peças/ano, sinónimo de uma aposta clara nos lucros
a longo prazo. Prova disso mesmo é o facto de, no ano seguinte a capacidade de
produção ter aumentado para 1.000.000 de peças.
Em 1995 inaugura-se a fábrica de banheiras em chapa de aço esmaltado em Águeda
e em 1996 constrói-se a nova unidade Leiria 2 com capacidade para produzir
233.000 peças/ano, número esse que viria a aumentar em apenas dois anos para
1.800.000 peças.
As soluções Roca são criadas a pensar nos consumidores e no seu conforto, mas
sem nunca esquecer a qualidade que é, de facto, a grande aposta e imagem de
marca da nossa empresa. Para que todos estes objectivos sejam atingidos, a
Roca dá prioridade às novas tecnologias e inovação e nesse sentido inaugurou
em Cantanhede em 1999 uma unidade de fabrico de torneiras que veio a ser
considerada uma das unidades europeias com o equipamento tecnológico mais
moderno e avançado.
Em 2001 com a abertura do Centro de Formação e Showroom para apoio e Formação
a profissionais do sector, a Roca cumpre com o seu compromisso social de oferecer
115estudos de caso
algo mais que bons produtos: facultar o conforto e o bem-estar no seu sentido mais
amplo.
Firme no seu compromisso com o desenho e qualidade, a Roca continuou a manter
a sua liderança num mercado em constante evolução, nos domínios da estética
e da funcionalidade. Todos os novos modelos foram exaustivamente testados e
submetidos às mais criteriosas provas de qualidade e durabilidade. Neste sentido,
em 2007 introduziu no mercado português a marca Laufen, marca que oferece
produtos de gama de luxo para os clientes mais exigentes.
A Roca é, incontestavelmente, a líder em produtos para o espaço de banho e o
seu firme compromisso com a excelência e prioridade em antecipar o futuro, dá a
oportunidade a jovens arquitectos e designers de projectar soluções inovadoras para
o mundo do banho.
Em Portugal, a empresa apresentou um concurso que serviu de motivação aos novos
talentos nas áreas do design e arquitectura com o Roca Concurso Nacional de Design.
Em 2011 mais um grande marco na história da Roca em Portugal, com a abertura do
Roca Lisboa Gallery, o novo espaço da cidade de Lisboa, onde se poderá ver, ouvir e
falar de cultura e também de espaços de banho.
IV.II MIssão, VIsão e Valores
Missão
Legar à geração seguinte de Colaboradores, Clientes, Fornecedores, Accionistas
e à Comunidade, uma empresa que seja maior, mais forte e com rentabilidade
sustentável.
Visão
Ser a marca que define como será o espaço de banho do futuro.
116 Responsabilidade social e a competitividade empResaRialValores
estamos comprometidos – Estamos comprometidos com o Grupo e todos os seus
intervenientes (Colaboradores, Clientes, Fornecedores e Accionistas).
preocupamo-nos com as pessoas – Satisfazer as necessidades das pessoas
e considerar o seu bem-estar, é o princípio básico que deve conduzir as nossas
acções, para assegurar a continuidade da companhia.
agimos com profissionalismo – Actuamos com o máximo rigor e uma clara Orientação
de Qualidade em tudo o que fazemos e desenvolvemos. Implica por um lado cumprir
as normas e por outro, uma preocupação em superar-se.
temos espírito empreendedor – Possuímos dinamismo para actuar proactivamente,
fomentando a Inovação e Gerindo a Mudança, para conseguir Resultados.
IV.III boas prátIcas IdentIFIcadas
colaboradores
A Roca aposta numa gestão de recursos humanos equilibrada e que coloca as
pessoas em primeiro lugar, promovendo uma política de igualdade de oportunidades.
Neste enquadramento existe igualdade salarial e de progressão de carreira
independentemente do género ou da etnia.
Com o intuito de assegurar um ambiente propício a um desempenho de excelência
no trabalho, a responsabilidade social é uma prioridade para a Roca. Verifica-se
com o cumprimento dos requisitos legais em Segurança e Saúde no trabalho (SST)
e complementarmente com o assegurar dos níveis de qualidade de vida e de bem-
estar dos seus Colaboradores.
O Serviço SST, que está enquadrado no Departamento de Recursos Humanos, tem
por missão:
• Garantir a prestação de Medicina, Higiene e Segurança do Trabalho,
assegurar a gestão e coordenação global do sistema de defesa,
117estudos de caso
essencialmente preventivo de saúde.
• Fornecer formação e informação à comunidade laboral.
• Definir as medidas de melhoria das condições de prestação de trabalho
nos diferentes locais.
• Prestar cuidados diários de saúde e apoio aos Colaboradores.
A Roca S.A. adoptou a modalidade de Serviços Internos de Segurança e Saúde do
Trabalho, tendo constituído o Serviço de Segurança e Saúde do Trabalho (SST).
O Serviço SST engloba as seguintes áreas:
enfermagem: tendo como principal objectivo fornecer apoio à Medicina (Curativa e
do Trabalho) e aos Colaboradores internos da empresa, a Enfermagem realiza os
seguintes serviços:
• Elaboração de exames complementares.
• Primeiros-socorros.
• Tratamento e Acompanhamento.
• Programas de prevenção e sensibilização.
• Colheitas de sangue.
• Organização de rastreios.
medicina curativa: é uma área que tem um duplo objectivo. Em primeiro lugar visa
o apoio médico aos Colaboradores da empresa, nomeadamente, no que respeita a
situações de doença natural através de consultas médicas realizadas na comodidade
da empresa, com todos os benefícios do Sistema Nacional de Saúde. Em segundo
118 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
lugar, visa a diminuição do absentismo pois através deste serviço prestado nas
instalações da empresa o colaborador não terá que se deslocar a Centros de Saúde
ou ao Hospital.
medicina do trabalho: esta área, para além de dar cumprimento a uma obrigação
legal de assegurar a promoção da saúde na empresa, visa também apoiar os
Colaboradores no que respeita ao encaminhamento e acompanhamento em
eventuais situações de doença profissional.
A empresa possui um Gabinete Médico e um Gabinete de Enfermagem onde são
prestados os serviços médicos.
Têm vindo a ser desenvolvidas diversas Campanhas Internas “Viva Melhor” tais
como: Protecção Solar, Medição Colesterol e Rastreio Visual.
Têm também sido realizados diversos Protocolos com Ginásios, Clínicas Dentárias,
Entidades Bancárias e Seguradoras visando obter condições mais favoráveis tanto
para os Colaboradores como para os seus familiares directos.
higiene e segurança no trabalho: Esta área visa promover e assegurar as correctas
condições de segurança, higiene no trabalho, bem como, assegurar um ambiente de
trabalho seguro e saudável para todos os colaboradores.
Devido à natureza do trabalho, existem dificuldades ao nível da movimentação manual
de cargas, levando a um esforço acrescido por parte dos Colaboradores. Tendo em
conta estas dificuldades, a Roca tem vindo a desenvolver e a implementar diversos
sistemas técnicos que permitem a diminuição do esforço físico dos Colaboradores,
como podemos verificar nos seguintes exemplos:
119estudos de caso
Manipuladores
Máquinas de desmoldar
Máquinas de carregamento de peças
A mais-valia do serviço SST e da pró actividade de todos departamentos da empresa
é bem visível na análise gráfica dos acidentes de trabalho nos últimos anos, em que
temos assistido a uma diminuição gradual e constante nos índices de sinistralidade.
A este nível a Roca tem implementado um procedimento que envolve todos os
Colaboradores, que inicia com o preenchimento obrigatório da participação interna
de incidente/acidente de trabalho e o seu envio ao Serviço SST. Posteriormente os
técnicos SST executam uma análise profunda às causas e consequências do sinistro
120 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
e propõem medidas correctivas /preventivas a implementar. De seguida, é enviado
um relatório com as conclusões para as partes envolvidas. Este é um trabalho de
equipa em que todos são importantes, para a prevenir os riscos e evitar acidentes
de trabalho.
A Roca, SA tem vindo a dar especial relevo à área da gestão da emergência. Por
isso, tem desenvolvido esforços na implementação de vários sistemas ligados a
esta área:
• Sistemas de extinção e detecção automática (água e gás).
Associada a esta preocupação está sem dúvida a elaboração de documentos que
regulam a actuação dos Colaboradores em situação de emergência
Uma das apostas mais fortes é a informação/formação de todas as partes
interessadas internamente.
Existem diversas equipas formadas:
• Brigadas de Incêndio
121estudos de caso
• Equipa de Primeira Intervenção e Evacuação
• Equipa de Apoio Técnico
• Equipa de Primeiros Socorros
A Roca realiza este tipo de projectos formativos com a finalidade de ter equipas
devidamente preparadas para agir em situação de emergência. Visto tratar-se
de um assunto tão sério, como a segurança dos nossos colaboradores, este tipo
de projectos são realizados periodicamente visando a actualização contínua das
competências daqueles que terão que agir prontamente caso surja alguma situação
de emergência.
A formação de Brigadas de Incêndio tem sido efectuada com estreita colaboração
com os Bombeiros Voluntários de Leiria.
Ainda a este nível, desde há alguns anos que a Roca tem vindo a desenvolver
exercícios de simulacro fazendo deste modo com que todos os Colaboradores
estejam mais preparados para uma eventual situação real.
ambiente
Há alguns anos que a Roca procura soluções que ajudem a preservar e melhorar
o meio ambiente, adoptando uma preocupação constante com a racionalização
e economia de recursos naturais no desenvolvimento de novos produtos e
implementando melhorias no processo de fabrico.
Implementação do sistema de Gestão ambiental
A adopção de um Sistema de Gestão de Qualidade e Ambiente (SGQA) aplicado a
122 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
todas as áreas de negócio da empresa segue as disposições das normas NP EN ISO
9001:2008 e NP EN ISO 14001:2004. A Roca pretende com este sistema organizar
e sistematizar diferentes actividades da empresa de forma a disponibilizar produtos
que permitam a satisfação dos clientes e respeitem o meio ambiente de forma a
possibilitar o crescimento sustentável. A correcta gestão de recursos naturais,
energéticos e resíduos produzidos, bem como a adopção das melhores práticas de
prevenção da poluição e gestão ambiental são as nossas principais preocupações.
O compromisso com sustentabilidade permite obter produtos surpreendentes e
inovadores que alteram os esquemas tradicionais, demonstrando que é sempre
possível alcançar uma maior eficácia e um melhor aproveitamento dos recursos.
Assim sendo, a nossa responsabilidade para o desenvolvimento sustentável é
expressa no desenvolvimento de soluções que permitam a poupança de água e
energia. Foi também criado o projecto Eco-Roca que assenta em dois objectivos
fundamentais: reduzir em 25% as emissões de CO2 por tonelada produzida até
2014, relativamente às do exercício de 2006 e gerir, através do programa Zero-
Waste, um processo industrial sem resíduos materiais.
produtos roca sustentáveis
A Roca inclui em todas as suas torneiras um cartucho cerâmico exclusivo com
tecnologia SofTurn®, obtendo os níveis de precisão mais elevados na selecção do
caudal e da temperatura pretendida, o que permite economizar água e energia. 50%
Water & Energy saving CLICK é uma tecnologia exclusiva desenvolvida pela Roca com
o objectivo de economizar água e energia nas suas torneiras. O exclusivo sistema
CLICK de segurança ajuda a limitar directamente o caudal da água, de modo que o
utilizador tenha que forçar o manípulo no sentido ascendente, se for necessário um
maior caudal.
A Roca dispõe de sanitas Water saving que estão preparadas para funcionar com
reservatórios de dupla descarga, garantindo igual eficácia de funcionamento. Os
seus reservatórios dispõem de sistemas de descarga dupla de 3/6 e 3/4,5 litros,
relativamente aos 12 litros dos reservatórios convencionais. Os reservatórios de
descarga de 3/4,5 litros estão disponíveis no mercado desde 2009.
123estudos de caso
Em 2009, a Roca introduziu no mercado o sistema W+W, uma solução que permite
conjugar o seu design exclusivo e inovador com a preocupação com o meio
ambiente. Esta solução permite aplicar a nova e sustentável tecnologia, permitindo
a reutilização da água, diminuindo o consumo da mesma em cerca de 50% e a
redução das emissões de CO2 através de um sistema revolucionário que permite
controlar o caudal e a temperatura da água. Um produto inovador, que combina a
fusão de três elementos numa só peça.
O sistema W+W reutiliza a água usada no lavatório de modo a encher o reservatório
da sanita e dispõe de um sistema automático de limpeza que evita os maus odores
e as bactérias da água, garantindo uma excelente qualidade.
Inovar em produtos sustentáveis teve como resultado muitos milhões de litros de
água economizados em todo o mundo. Estes resultados fazem a Roca continuar em
busca de novas formas de economizar água e assim preservar o meio ambiente.
Melhorias tecnológicas no processo de fabrico
Para integrar a visão global e ambiental da Roca nos processos de produção , estes
têm sofrido modificações no sentido de incorporar actividades que se traduzem
principalmente na racionalização no uso de energia e na reintrodução de resíduos
no processo.
Exemplos:
• Incorporação da lama proveniente da ETARI (Estação de Tratamento de Aguas
Residuais e Industrias) e das quebras em cozido (caco) no processo produtivo
como uma matéria-prima.
124 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
Aumento da vida útil dos moldes de gesso, diminuindo o consumo de recursos e a
produção de resíduos.
• Recuperação do vidro desperdiçado nos carrosséis (X-Tract)
• Substituição de matérias-primas perigosas por outras menos perigosas, como o
sulfato de cobalto e o óxido de zinco.
Nestes últimos anos têm sido realizadas as seguintes acções no sentido de
optimização no consumo de energia:
• Introdução de variadores de frequência em vários equipamentos,
nomeadamente nos agitadores dos poços de pasta e ventiladores dos
queimadores.
• Racionalização de circuitos eléctricos de iluminação.
• Introdução de dispositivos de redução de consumos de energia eléctrica
(LEC).
Recuperação do ar quente proveniente dos gases de combustão dos fornos para
aquecimento das olarias de L1 (Sistema Progetti).
sociedade
A Roca tem bem presente as vantagens que podem advir através do estabelecimento
de parcerias com universidades, escolas profissionais e centros de emprego,
nomeadamente no que respeita ao acolhimento de estagiários.
A Roca pode assim manter o contacto com profissionais em início de carreira e
125estudos de caso
aproveitar todo o potencial, iniciativa e energia que os caracteriza. Por sua vez, estes
podem encontrar na empresa todo um saber baseado na experiência do dia-a-dia,
bem como, a oportunidade de colocarem em prática os seus conhecimentos teóricos
desenvolvendo assim o seu potencial enquanto futuros profissionais.
2009 2010 total
Estágios Curriculares em parceria com Universidades 2 5 7
Cursos Profissionais 5 19 24
Estágios Profissionais (IEFP) 3 4 7
total 10 28 38
Promovendo uma relação dinâmica com a Sociedade, a Roca tem também
participado em iniciativas de promoção de empregabilidade, tais como o Fórum
Emprego – Região de Leiria.
É de domínio comum que a prosperidade económica, a estabilidade dos mercados,
a saúde e o bem-estar das comunidades circunscritas às empresas, guardam para
com estas, uma relação de dependência socioeconómica. Este laço, presente nas
relações empresariais enquanto agentes de transformação social, torna-se ainda
mais estreito quando as empresas adoptam posicionamentos de comprometimento
com o desenvolvimento da comunidade, principalmente nas regiões agravadas
pelas injustiças e exclusão social.
Como actividade transformadora do meio que a envolve, a empresa busca incentivar
o lazer, o desporto e a cultura através da concessão de patrocínios:
126 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
participação e apoios a eventos desportivos
Participação em torneios interempresas da EST
Atlético Clube Sismaria (andebol)
• Comparticipação na jornada europeia
Atlético Clube de Vermoil
• Apoio concedido para a realização 17º tripla légua
participação e apoios a eventos sociais, culturais e artísticos
• Federação associações juvenis - dia sem carros em Leiria
• Patrocínio do dia Europeu sem carros
• Orfeão de Leiria
• Patrocínio do Festival de música, que teve a sua 28ª edição em 2010
• Papelaria Arquivo
• Patrocínio do concurso literário 2010 (escolas 1 e 2 Ciclo)
• Semana do Cinema Espanhol
• Patrocínio do Ciclo de cinema Espanhol 2009 e 2010 (evento
organizado pela Embaixada de Espanha)
participação e apoios na área da arquitectura, construção e
sustentabilidade
• tirone nunes (arquitecta livia tirone)
• Patrocínio da página “Casa certificada” do site
• Patrocínio do livro ”Construção Sustentável, Soluções para uma
prosperidade renovável”
127estudos de caso
• Patrocínio de eventos sobre sustentabilidade 2010
• aecops
• Patrocínio VIII Jornadas Construção
• faculdade de arquitectura da universidade lusíada do porto
• Jornadas de território, arquitectura e design (Fundação Minerva)
• faculdade de ciências e tecnologia da universidade de coimbra
• Patrocínio de evento “A Arquitectura do Quotidiano”
• apresentação nacional da fundação “We are Water”
Mecenato
A Roca, enquanto actuante na sociedade, tem efectuado diversas contribuições para
a aquisição de novas viaturas para os Bombeiros Voluntários de Leiria.
Tem ainda fornecido gratuitamente louças de casa de banho a lares, centros de dia,
escolas locais e associações desportivas.
Voluntariado
Tendo em atenção o grande potencial de voluntários existente entre os Colaboradores
da empresa, e em como a participação destes em projectos de responsabilidade
social pode fazer diferença no êxito local destes, a Roca fez a divulgação interna e
angariação de voluntários para o projecto Limpar Portugal. Diversos Colaboradores
aderiram a esta iniciativa.
educação/Formação
No que respeita à educação e/ou formação, as iniciativas desenvolvidas pela Roca vão
muito além do mero respeito pelos requisitos legais existentes. Independentemente
do nível hierárquico e da função desempenhada, todos os Colaboradores têm acesso
aos projectos de formação interna, sendo que, esta visa o seu desenvolvimento a
nível pessoal e profissional conferindo-lhes as competências necessárias ao exercício
128 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
das suas funções, mas, também no seu desenvolvimento como pessoas.
Projectos internos de formação como Produzir com Qualidade e Segurança e
Campanha Vasco da Gama, surgem como práticas que possibilitam uma melhoria
contínua do nível de informação que os Colaboradores têm sobre a empresa.
O projecto Produzir com Qualidade e Segurança tem como meta, transmitir aos seus
participantes uma visão global da organização da empresa, ao nível do processo
produtivo e dos vários departamentos que apoiam a produção, tais como, Recursos
Humanos, Métodos e Tempos e Qualidade. O Colaborador, fica assim, com uma
noção muito mais concreta de como o seu trabalho contribui para o produto final e
de como todas as áreas e departamentos da empresa estão interligados e funcionam
numa relação de fornecedor/cliente e vice-versa.
O projecto Campanha Vasco da Gama é um programa de motivação organizacional
que alcança todos os Colaboradores da Roca através de informação e formação.
Todos os elementos da equipa fazem parte da Campanha e esta faz parte do seu
dia-a-dia, fomentando uma cultura de “Fazer Bem à 1ª” visando a melhoria contínua
para atingir a excelência.
Ela está presente na melhoria das condições de trabalho, na eficiência dos processos,
na comunicação frequente e clara entre as pessoas, na maior preocupação da chefia
em escutar e reconhecer o Colaborador, no clima de cooperação entre as pessoas e
na dedicação diária de cada Colaborador.
A Campanha Vasco da Gama permite fazer um alinhamento em termos de estratégia,
direcção e informação a todos os Colaboradores da empresa. É ainda uma poderosa
ferramenta de recolha de opiniões e ideias dos Colaboradores, já que as sessões
129estudos de caso
da Campanha são na realidade espaços abertos de exposição e debate de ideias.
Para além das sessões realizadas mensalmente, a Campanha Vasco da Gama
conta já com diversos eventos outdoor, realizados uma vez por ano, onde todos
os Colaboradores da empresa podem desfrutar em simultâneo da formação e do
convívio organizados e proporcionados pela empresa.
A Roca tem dado apoio à iniciativa Novas Oportunidades, criada pelo Governo e
que visa formar a população activa adulta conferindo-lhe a dupla certificação: a
certificação escolar (Básico e Secundário) e a certificação profissional (três níveis
da União Europeia).
Através de uma parceria com o IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional)
de Leiria a Roca tornou possível a realização do projecto RVCC dentro das instalações
da empresa dando assim mais comodidade e apoio directo ao desenvolvimento do
projecto.
A empresa pretende assim fomentar o aumento da escolaridade dos seus
Colaboradores, mas, acima de tudo, contribuir para o seu desenvolvimento
enquanto cidadãos despertando o seu interesse pelo estudo, leitura, participação
na sociedade, etc.
Até ao momento foram realizadas 3 turmas (9.º e 12.º Ano) e mais de 50
Colaboradores finalizaram os seus processos com êxito.
130 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
A frase “as crianças são o futuro” poderia descrever, até certo ponto, a iniciativa
realizada pela empresa junto de escolas e universidades.
Visando o desenvolvimento de uma cultura de respeito pelo meio ambiente e pela
preservação dos recursos naturais, a Roca tem realizado palestras, em escolas e
universidades, sobre a necessidade de poupança de água.
Mercado
Preocupando-se fortemente com a qualidade dos serviços prestados por aqueles que,
de alguma forma representam a marca, a Roca promove e realiza anualmente, no
seu Centro de Formação, diversos projectos formativos direccionados a instaladores
e vendedores de produtos sanitários (externos à empresa).
Nestes projectos, para além de uma forte componente técnica que visa fornecer ao
mercado profissionais mais qualificados, a Roca preocupa-se ainda em transmitir a
cultura da empresa aos representantes da marca, nomeadamente, no que respeita
à importância dada à preservação dos recursos naturais.
Os cursos ministrados no Centro de Formação da Roca são gratuitos e para além de
formação técnica, é facultada aos participantes diversa documentação que lhes será
útil no seu dia-a-dia.
131estudos de caso
participantes em formação
2008 2009 2010 total
Distribuidores 136 259 193 588
Instaladores 51 82 114 247
187 341 307 835
Fornecedores
No campo dos fornecedores a Roca procede à sua qualificação e, sempre que possível,
são seleccionados aqueles que, à semelhança da Roca, possuem certificação ISO
9001:2000 e ISO 14000 ou, não as possuindo, têm práticas respeitadoras em
termos ambientais, normativos e sociais.
Ainda neste âmbito, é ministrada formação ao Serviço Técnico da Roca. Trata-se
de formação dada aos nossos fornecedores de serviços pós-venda, para que estes
possam desempenhar, da melhor forma, a sua missão de prestar apoio técnico à
marca Roca.
participantes em formação
2008 2009 2010 total
Serviço Técnico 53 80 107 240
A Roca manifesta também a sua responsabilidade social para com os Colaboradores
das empresas externas que prestam serviços no seu complexo industrial. Para tal
implementou o Passaporte de Segurança que lhes é entregue aquando do inicio da
prestação de serviços.
132 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
O principal objectivo deste documento é fornecer um conjunto de informações e
procedimentos a adoptar durante a permanência na empresa. Esta informação
abrange a área das boas práticas de Higiene e Segurança, e complementarmente os
procedimentos a ter em conta numa eventual situação de emergência.
IV.IV conclusão
A Roca está consciente de que atingir o status de empresa socialmente responsável
não significa apenas respeitar e cumprir devidamente as obrigações legais, mas
também de desenvolver acções efectivas em prol da sociedade.
A responsabilidade social envolve práticas que transcendem o mero zelo pelo capital
humano, o respeito pelo meio ambiente e pela comunidade enquanto consumidora.
Requer atitude efectiva de envolvimento da empresa com as questões sociais,
visando alcançar melhorias. Este é um desafio que a Roca tem permanentemente
em consideração com o espírito de melhoria contínua e inovação.
IV
137
Vbibliografia
138 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
139estudos de caso
V. bIblIoGraFIa
Comissão das Comunidades Europeias – Livro Verde – Promover um quadro europeu
para a Responsabilidade Social das empresas, Bruxelas, 2001.
Comissão das Comunidades Europeias – Comunicação relativa à Responsabilidade
Social das Empresas: Um contributo das empresas para o desenvolvimento
sustentável, Bruxelas, 2002.
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social – Responsabilidade Social
das Empresas: a contribuição das Universidades, São Paulo, Instituto Ethos/
Peirópolis, 2002, 2003 e 2004.
UniEthos – Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento
Sustentável. Temática educacional para a Responsabilidade Social empresarial e
Desenvolvimento Sustentável. São Paulo, UniEthos, 2004.
Sair da Casca/Multivária “A Percepção da Responsabilidade Social em Portugal”,
2004.
Guidance on Social Responsibility, ISO/WD4.1 26000, 2007
Norma Portuguesa NP 4469-1:2008 - Sistema de Gestão da Responsabilidade
Social: Parte 1: requisitos e linhas de orientação para a sua utilização, 2008
Norma Internacional SA 8000 (2008). Responsabilidade Social 8000. Social
Accountability International.
Documentação cedidas pelas empresas
140 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
Sites consultados:
APEE – Associação Portuguesa de Ética Empresarial – www.apee.pt
VER – Valores, Ética e Responsabilidade – www.ver.pt
Grace – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial e a RSE Portugal
- www.grace.pt
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social - www.ethos.org.br
UniEthos – Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento
Sustentável - www.uniethos.org.br
BSR - Business for Social Responsibility - www.bsr.org
GRI – Global Reporting Initiative - www.globalreporting.org
ISO – International Organization of Standardization - www.iso.org
Responsabilidade Social - www.abnt.org.br
SAI – Social Accountability International – www.sa-intl.org
F3M- Information Systems, S.A. – www.f3m.pt
Águas do Noroeste, SA - www.adnoroeste.pt
CELBI – Celulose Beira Industrial, S.A. - www.celbi.pt
ROCA, S.A. - www.roca-sa.com
VI
141
VIglossário
142 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
143estudos de caso
VI. GlossárIo
colaboradores: Trabalhadores com relação jurídica ou económica de subordinação e
outros desempenhando funções ligadas às actividades da organização, como sejam
trabalhadores por conta própria, estagiários, trabalhadores voluntários ou com
outras formas de vinculação.
gestão de topo: Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organização
ao mais alto nível.
desenvolvimento sustentável: O desenvolvimento que procura satisfazer as
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
satisfazerem as suas próprias necessidades.
envolvimento das partes interessadas: Relação de colaboração mútua entre uma
organização e as suas partes interessadas para alcançar resultados mutuamente
satisfatórios.
Fornecedor ou Subcontratado: Entidade que fornece à organização bens ou serviços
para as actividades da organização.
impacte: Qualquer modificação no meio ambiente, contexto económico ou contexto
social, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das relações,
actividades e produtos de uma organização.
organização: Entidade de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, que
tenha a sua própria estrutura funcional, administrativa e autonomia decisória.
partes interessadas: Pessoas, grupos ou organizações que afectam ou são afectados
pelas actividades e produtos de uma organização. Para além dos accionistas,
as partes interessadas são de tipo interno (por exemplo, os trabalhadores) e de
144 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
tipo externo (por exemplo clientes, fornecedores e subcontratados, comunidade
local, entidades reguladoras e associações patronais, sindicais e profissionais e
organizações representantes do ambiente e gerações futuras).
política da Responsabilidade social: Declaração de intenções e orientações de uma
organização relacionadas com a responsabilidade social, formalmente expressas
pela gestão de topo.
Responsabilidade social: Responsabilidade de uma organização pelos impactes das
suas decisões, actividades e produtos na sociedade e no ambiente, através de um
comportamento ético e transparente que: i) seja consistente com o desenvolvimento
sustentável e o bem-estar da sociedade; (ii) tenha em conta as expectativas das
partes interessadas; (iii) esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja
consistente com normas de conduta internacionais e (iv) esteja integrado em toda
a organização.
sistema de gestão de Responsabilidade social: Conjunto de elementos inter-
relacionados e inter-actuantes para estabelecer e concretizar a política e objectivos
da responsabilidade social.
stakeholders: Termo inglês amplamente utilizado para designar todas as partes
interessadas, ou seja, qualquer indivíduo ou grupo que possa afectar o negócio, por
meio das suas opiniões e acções ou ser por ele afectado: publico interno e público
externo.
sustentabilidade: Capacidade de uma organização gerir a sua actividade e criar valor
de longo prazo ao mesmo tempo que cria benefícios sociais e ambientais para as
suas partes interessadas.
VII
145
VIIEmprEsas participantEs nas
missõEs EmprEsariais dE rEsponsabilidadE social
146 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
147estudos de caso
VII. eMpresas partIcIpantes nas MIssões eMpresarIaIs de responsabIlIdade socIal
Missão empresarial: águas do noroeste, s.a. | F3M – Information systems,
s.a.
A Eléctrica, Lda.
Artur Rego – Artefactos de Madeira, Lda.
BrunoTir Transportes, Lda.
Cores d’Eleição, Lda.
HIDROFER, Lda.
J. Canão Lda.
Negro Esquisso Agência Web, Lda.
Nova Extral – Indústria Alumínios, S.A.
SOLUCIONA – Sistemas Integrados de Gestão, Lda.
Thermopista – Componentes Electrónicos Unipessoal, Lda.
Missão empresarial: roca, s.a. | celbI – celulose beira Industrial, s.a.
Abel Ribeiro da Silva SGPS, S.A.
Águas do Noroeste, S.A.
Capitalges, Lda.
148 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial
Consultora Manuela Maria Fonseca Domingues
Cunha Bastos, Lda.
Ecovisão – Tecnologias do Maio Ambiente, Lda.
Globiconfer, Lda.
Green Pai Energy Audit, Lda.
Hilário Maciel & Alves, E.P.E., Lda.
IPCA – Instituto Politécnico Cavado Ave
Itron – Sistemas de Mediação, Lda.
Lookware – Comunicação Imagem, Lda.
Safelab – Consultoria Técnica, Lda.
SERFINOR, Lda.
149estudos de caso
150
151
152 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial