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Pirineus de SousaQuando a Depresso Ataca
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Capa e Ilustraes:Tcnica acrlica sobre tela, de Pirineus de Sousa
Fotos: Naira Batista de Moura
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Agradecimentos
Ao psiquiatra e professor da U.C.G. Dr. Luiz Ldgero Pires,
pela generosa ateno na anlise do meu trabalho.Aos jornalistas: Consuelo Nasser e Herivelto Nunes, pelodesprendimento e crticas construtivas que me incentivaram adar andamento aos manuscritos.
amiga Sandra Marcelino Lopes por ler-me no original.
jornalista Maria Ceclia Teixeira, na finalizao do copydesk.
Aos iguais vide Os iguais se atraem que me possibilitaramo alinhavo de todos os outros assuntos abordados nestetrabalho.
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Dedicatria
queles que conseguiram, ou conseguiro transformar o
cenrio de suas vidas, do cinza para as cores do arco-ris.
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Introduo
Basicamente, este livro procura trazer s pessoas
depressivas, no necessariamente a cura, mas o entendimentodos seus conflitos existenciais e a conscientizao de quesomente pelo auto-conhecimento, caminhos alternativos haverode surgir.
Os assuntos foram abordados sem maiores delongas,procurando objetividade. Casos reais sofreram generalizaes,devido complexidade do assunto. Particulariz-los, seriadesviar a ateno do leitor, nem sempre predisposto a digerir
construes por demais elaboradas.As situaes foram enfocadas sob diversos aspectos e por
vezes controvertidas, pois a depresso em si, constitui-se decontrovrsias, devido s oscilaes de humor caractersticas decada caso.
Sem pretenses teraputicas especializadas, os temasabordados sob minha tica, por serem os mais correntes,
pretendem servir como que de muletas para quem tem umaperna quebrada, necessrias apenas enquanto ela se recupera.Para tanto, viajo do real para o imaginrio sem muitaparcimnia.
Como leigo, procuro ser direto, sem rodeios, no medetendo a termos cientficos*, escolas, mtodos de tratamento es reaes adversas que o tema possa provocar. Em suma, umaconversa de leigo para leigos.
Espero t-lo provisoriamente como confidente e que nasminhas palavras voc encontre a compreenso necessria nestemomento. Por que no sugerir s pessoas mais chegadas a voc
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que as leiam? No final, com certeza, a algum denominadorcomum haveremos de ter chegado.
*Em Pnicos, fiz uma exceo, devido sutileza dasconceituaes de sentimentos e emoes, relacionadas com
medo e fobia.
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ndice
1 Para Incio de Conversa...........................................092 Causas e Efeitos........................................................17
3 O Mundo a sua volta................................................22
4 Todos Parecem Felizes.............................................26
5 Autopiedade..............................................................29
6 Pnicos ......................................................................36
7 Fugas .........................................................................42
8 Os Iguais se Atraem .................................................51
9 Solido .......................................................................55
10 As Internaes ........................................................60
11 Procurando a Cura ................................................62
12 Para Manter seus Crculos Afetivos......................65
13 Para Manter seu Trabalho ....................................70
14 Para Enfrentar a Rotina ........................................77
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15 Viagens Alternativas ............................................81
16 A Volta ..................................................................85
17 Ela Aposentou voc Literalmente ....................89
18 Coisa(s) mais Importante(s) para Fazer .............95
19 Porque Existe Algo em vez de Nada ....................101
19 Para sua Reflexo..................................................106
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Para Incio de Conversa
Primavera, h 13 anos. L fora o mundo estava lindo, mas
dentro de mim s havia tristeza, indefinvel, l dentro, sem qu,nem porqu.Daquela primeira internao um fato ficou gravado em
minha mente. O mdico da janela do meu quarto, apontou-mediversos pacientes que perambulavam pelo jardim, descrevendo-me o porqu de muitas delas estarem ali. Eram pessoas que sesobressaram em alguma atividade profissional e no entanto odestino foi o mesmo, inativas dentro de uma clnica, enquanto lfora a vida continuava para quem estava vencendo a luta comsucesso, ou mesmo sem ele.
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Assim, declaradamente, foi a primeira visita que ELA mefez. Durante muito tempo, ELA ficou indo e voltando. Tiravafrias, mas ELA adorava esta casa, sempre voltava...
ELA ELA porque fica mais familiar. Afinal de contas,no somos to ntimos? Entonada de formalidades. ELA, ems conscincia, nunca poderia ter sido a eleita, a amada, aquerida, a companheira para este ser, ainda humano.
ELA contagia tudo ao redor do lugar escolhido para suamorada. As plantas, os animais, os mveis, minhas roupas, aspessoas. Mas pior, ELA me ama de verdade, s a mim, o eleito,o privilegiado.
Quantas vezes j me perguntei, por que logo eu? H tantagente neste mundo! Mas no questiono, foi tudo uma questo deopo dela.
Colocando sob este ponto de vista, me dou ao comodismode atribuir culpas s a ELA, esquecendo ou omitindo a minhaparticipao no nosso caso. Pratico um auto-hedonismo.Dizendo assim, estarei amenizando, atenuando, o que na
verdade uma doena sria.Quando estou com ELA, tenho por norma culpar a tudo ea todos por aquilo que me acontece. Concordo, no sou umproblema, sou vtima. E nesse tempo, no tenho condies deser eu mesmo. Falta-me tudo. Os meios que habitualmenteutilizava para sobreviver esto se aniquilando. No fazem maisefeito, quando os aplico como antes, nos mnimos detalhes, osresultados no aparecem.
Estou fragilizado, a ss, eu e ELA, o resto no importa.ELA veio para arrasar, tornando-me um verme. Na matemticada vida, sou zero esquerda. No conto, no somo, souignorado. Fao de conta que vivo, pois na verdade vegeto. Penso
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que se desligassem os aparelhos, no faria falta, ningumnotaria.
Por pouco no estou vivendo da caridade alheia: ELA
um trambolho caro e tenta porque tenta acabar com nossosmeios de subsistncia, apesar de no ser vaidosa, mas tambmno exige. ELA no me leva ao cabeleireiro, slojas para que eutenha uma aparncia melhor. ELA me quer dependente, malvestido, mal cuidado e ciumenta como , me quer enclausuradoseja da forma que for, de preferencia, confinado. Mudo, sem tercom quem conversar. Apenas posso compartilhar com ELA esteamor sem fronteiras, que gira em crculos. ELA delineou uma
mandala em torno de mim, para coexistirmos somente ns doisna tristeza desse amor fatal.
Meus amigos, meus parentes, a pessoa amada, o sexoprazeroso, meu trabalho, ELA os afastou, porque no dizer queos afugentou? Imps suas regras, ELA me quer submisso e euque a odeio e a amo ao mesmo tempo, fao o seu jogo. Afinal,s ELA entende minha autopiedade. O seu ombro companheiro
est sempre minha espera. ELA o mximo. Compreensiva,tem chicotes, coleiras, arreios, cabrestos, toda uma parafernliade objetos prontos para satisfazer meus instintossadomasoquistas. Provoca-me sangramentos no corpo e na alma, uma parceira perfeita.
Eu sempre me pergunto, que mal fiz para merece-la? Seique no somente eu fao esta pergunta, mas toda a minhafamlia, todo um crculo de pessoas. Mesmo assim, eu tenho aresposta? No, no tenho, porque se tivesse, ou lucidez para tal,no teria me juntado a ELA, e se tivesse oportunidade h muitoa teria abandonado.
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Continuamos eu e ELA. At quando? Eu diria sei l!Quero que eu e ELA nos explodamos e sumamos para ondenem os pensamentos alcancem. Afinal ns dois somos
problemas e deles todos querem distncia, portanto, fora comns dois.ELA tenta me levar para diversos caminhos, optei pelo
lcool e remdios que s consigo nas farmcias com receitaazul. "Uma mistura perfeita". Pelo gosto dela eu deveria,tambm, enveredar pelos txicos. ELA chegada a estes canaisde fuga e nada melhor para momentaneamente fugir darealidade, onde ningum me entende.
No temos uma linha a ser seguida, ela mutante e eudependo dos seus caprichos, ento nada definitivo.
Muitos j me disseram que ELA me traiu Mas os outrosforam fortes, a repeliram, fizeram isto e aquilo, mas nopermitiram que ELA se apossasse deles. Isto faz subentenderque sou um fraco e deixei que ELA me dominasse, o que medeixa triste, na minha fraqueza, na minha penria. Logo eu que
tinha tantos planos. Eu que era equilibrado, agora estou s.Penso que at Deus me abandonou. Tudo catico. Tenho aimpresso de que fui alvo de uma bomba atmica e estou s emmeio a esse cogumelo mortfero, sujeito a toda sorte dedesgraas. No enxergo um centmetro minha volta, ficosurdo, mudo, incomunicvel, s eu e ELA. ELA faz com quetudo o que me diz respeito, d errado.
ELA tem serviais devotos at a morte, que incutem emmeus mais recnditos esconderijos do crebro, fobias, pnicosde toda ordem. horrvel. Por vezes quero descer aos infernos ater que enfrentar aglomeraes de pessoas, sejam quais forem,filas, shoppings... No suporto ver TV, ouvir rdio onde os
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mortais comuns cantam as suas dores de cotovelo ou suasalegrias de viver. Se eu a tenho, o que me importa o resto domundo, se s ELA me basta?
Eu que era normalmente participativo, procurava semprenovos conhecimentos, tinha perspectivas inmeras para a vida,hoje no quero saber de nada.
Tem acontecido tantas coisas, que me considero um vasoque caiu, despedaou-se em estilhaos pontiagudos, prontos paraferir seja l o que for. No tenho mais valor, no sou maisinteiro. Passei a ser figurante, coadjuvante na vida, no brilhomais, s provoco reaes negativas.
Eu e ELA no temos necessidade de sermos vulgares,sermos comuns como os demais que vo e voltam, saem apasseio, a trabalho, o cotidiano bsico. Para ns um carro umembuste. Penso, se eu dirigir vou ter sudorese por todo o corpo,a ponto de ensopar toda roupa e isso ocorre porque ELApresenteou-me com o pnico. Se insisto em pegar no volante,lembro-me dos efeitos colaterais. Meus reflexos podem estar
muito lentos, posso estar irritado. Enfim um carro em minhasmos pode se tornar uma arma.Aos problemas que aparecem, no tenho solues, vou
somando um a um. No final no tenho problemas pequenos,isolados, tenho um s, enorme. Sinto-me um Atlas carregando omundo nas costas. um fardo muito pesado, est alm dasminhas foras e me esmaga.
Situei-me, no gosto de ningum e ningum gosta de ns.Estamos de mal com o resto do que existe, pois todos soinjustos para conosco. Assim prefiro alienar-me a ter queconviver com pessoas to ms. Prefiro ELA.
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Na minha fragilidade, tornei-me vulnervel a qualquer tipode ataque, no tenho como me defender Por isso, eu e ELA,mesmo a contra gosto, somos cercados de pessoas para nos
ajudar, pois mesmo sendo agressivos, temos m pontaria. Nuncaacertamos o alvo.Por vezes eu e ELA ficamos eufricos, sonhamos grande.
Tornamo-nos poderosos. A somos perigosos, capazes depraticar os piores desatinos, afinal somos mutantes. Nesse pontonosso barco que julgvamos navegar em guas tranqilas, fazgua, afundamos e estamos novamente imersos na escurido.Numa nau deriva, sujeitos a ventos e tempestades.
Solitariamente, eu e ELA, minha inseparvel companheira.Aquela de ombros fortes, onde constantemente derramo minhaslgrimas, aos ps daquele ouvido que escuta minhas lamrias, ecomo o fao! Afinal no tenho pouco a reclamar. Sou um pobrecoitado que perdeu tudo e a todos, principalmente a vontade deviver, o que antes me parecia o mais essencial, tanto quanto o arque respirava.
O pior quando sinto que as pessoas esto pensando queestou criando situaes ilusrias, problemas inexistentes. Queeles no existem, que no passam de doena de quem no tem oque fazer, que o diabo fazendo moradia em uma mentedesocupada. Enfim, fricote puro. Constato, por fora decircunstncias, que profissionais da rea mdica no versados noassunto da psique humana, tambm, s vezes pensam assim.Impossvel? No. E por falar na categoria mdica, eu e ELA jconhecemos diversos. Com alguns nos demos bem, com outrospessimamente. Por certo no me acharam um caso interessanteem comunho com ELA.. Ou no encontraram um remdio, ouaconselhamentos para que ns pudssemos nos sentir melhores.
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Muitas vezes nos afastamos deles simplesmente porque osachamos desinteressados em nosso caso, to inequivocamentemais rico que os demais casos. Ns, eu e ELA, nos
consideramos mais interessantes, no somos para oentendimento de qualquer um. Assim, jogamos na retaguarda,camuflamos a verdade, o que torna ainda mais difcil a nossavolta realidade da vida.
No incomum me sentir um paranico junto aos demaisacompanhantes desse planeta Terra. Eles no conseguem meenxergar apenas triste, desanimado para viver. No me sintoparte de uma minoria, me sinto s em mim mesmo.
Escuto os incautos me dizendo: saia; faa uma viagem,trabalhe com mais garra, v a uma igreja, troque de mdico,deixe os problemas de lado, esquea-os e coisas assim. A minhadoena para essas pessoas como um simples trocar de roupas. como se trocando de remdios, ou mesmo parando de tom-los, eu ficaria bom.
Mas na apatia que ELA me deixa, ainda consigo lembrar
que tenho dois ouvidos; um para entrar, outro para sair, equando esses conselhos valem a pena, lembro-me que entre elestenho um crebro, ainda que com problemas, capaz dearmazenar as informaes que julgo teis. Parafraseando: Euno sei o caminho para o sucesso; mas, sem dvida, o caminhopara o fracasso agradar a todo mundo.
Assim como uma Fnix, estou tentando renascer dascinzas, sair do fundo do poo profundo, sombrio.
Como "cada caso um caso", a minha abordagem ampla, sem contudo, no ter a presuno de um tratado mdico.Voc sendo essa outra pessoa, bom que saiba a opinio do Dr.Jeffrey Lynn "Em geral esse mal atinge os mais ambiciosos,
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criativos e escrupulosos". Como nada h de errado em seenquadrar nesse perfil, o nosso objetivo que voc volte a serambicioso, criativo e escrupuloso, mas policiando-se para no
chegar aos extremos e sofrer com as suas conseqncias.
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Causas e Efeitos
Voc deixou de gostar de coisas nfimas ou grandiosas queantes vivenciava com tanto prazer. Sua auto-estima est abalada.Intimamente, voc se sente dependente, carente, incapaz... Estcom algo atravessado na garganta, como se fosse um n e no dconta de engoli-lo. como tentar desvencilhar-se de umemaranhado de teias. Voc est em um barco para o qual no foiconvidado, no aceitou, mas est dentro dele. E o pior, sabe queest afundando e voc no sabe o que fazer, mesmo sabendonadar. O mar alto, negro como petrleo e o barco faz gua.
Voc j deu o devido tempo para reencontrar-se e ele nochegou. Parece que nunca chegar e tudo que o cerca no lheinteressa. O isolamento preferido ao convvio com as outraspessoas. Compara que por motivos idnticos, outras sofreram,choraram, mas voltaram s suas vidas normalmente, enquanto
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voc se perdeu em meio ao caminho de volta. Como explicarpara algum que voc est inexplicavelmente triste? Que chorasem qu nem porqu. No seu ponto de vista essa pessoa est
minimizando o seu sofrimento. Mas, no a culpe se a suaaparncia no traduz a sua angstia interior. S voc mudou etalvez seja essa pessoa, antes mesmo de voc a alertar para ofato.
Um, ou o somatrio de alguns acontecimentos a seguir,podem ter ocorrido ou esto acontecendo em sua vida:
- Est dormindo de menos, ou demais se comparado ao seuturno normal de sono. De menos pelas preocupaes que lhe
afligem, ou demais para fugir das mesmas;- Seu humor est instvel, nem sempre equilibrado,
tendendo para o mal humor, tudo o irrita por mais insignificanteque seja o fato;
- Seu peso aumentou por alimentar-se por compulso;- Seu peso diminuiu, voc se sente fraco, no tem apetite e
as doenas facilmente o atacam;
- Seus reflexos esto lentos ou descontrolados;- Seu desempenho no trabalho est abaixo do normal evoc no se concentra nele;
- Morreu um ente querido;- No romance foi trado;- Perdeu o emprego;- Dores no so confirmadas nos diagnsticos mdicos;- Um acidente o incapacitou;- A soluo dos problemas fica sempre para depois;- Desfez um relacionamento amoroso;- Seu amor no correspondido;
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- Enfim, o que d prazer parou de lhe interessar, a issochamam de "ante-hedonismo". Os acontecimentos que deveriamser motivos de felicidade, como a aquisio de uma nova casa,
uma promoo no emprego, a chegada de um recm-nascido,tambm, podem ocasionar a depresso. Ela vem, pr impossvelque parea, em momentos que deveriam ser de celebrao e node tristeza e a cincia ainda no descobriu a causa. Sabe-se quequando h um desequilbrio nos neurotransmissores do crebro atransmisso das informaes, sofre uma pane, quando entoocorre a desestabilizao e os seus sintomas se afloram. umadoena clnica esse desequilbrio qumico dos
neurotransmissores que regem o humor. mais um mal-estarfsico, uma doena corriqueira, mas sria. Ela no tem sintomasfsicos evidentes, no escolhe idade, ou sexo, podendo acometer5% da populao e entre 10% a 20% ho de passar por ela emalgum perodo da vida.
Relevemos os quadros corriqueiros de tristeza passageira elembremos que a depresso pode acontecer a qualquer um. A
profunda dura normalmente de 6 meses a 2 anos, ou mais, mashoje em dia, com a ajuda adequada, pode comear a ser curadaao fim de algumas semanas. Tudo relativo e depende doquadro.
Se o "cachorro preto" o pegou, voc prefere morrer,dormir e no acordar mais. Acha que se morresse, seriaindiferente e no faria falta a ningum. hora de procurar ajuda,procurar a sada. Continuar ou aprofundar-se cada vez mais parao fundo do poo e acomodar-se, a morte em vida e as foraspodero lhe faltar nessa guerra que com certeza ser cheia debatalhas.
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Entre os depressivos, est provado, o sistema imunolgicofica debilitado, oferecendo oportunidades para o surgimento dedoenas fatais. O corpo oferece-se assim, como que de graa
para o aparecimento de doenas oportunistas, leves ou graves.No tumulto em que est o seu epicentro mental podem surgirproblemas fsicos reais. A sua volta j devem ter acontecidomuitos casos assim. Recorda-se daquele amigo que aps anos dededicao a um trabalho o perdeu sem maiores explicaes?Lembra-se da tristeza que o acometeu? E os problemas queadvieram? E de que ele morreu? Sei de um caso real de cncer,mas pode ser um aneurisma... O compndio da medicina por
demais extenso para descrev-los. Procure manter a sua mentesob controle e no se d ao luxo da situao chegar a esse ponto.
Alertamos que voc pode estar apenas passageiramentetriste e que poder achar as situaes descritas exageradas, masse est realmente deprimido, ver que esse estado de esprito nosleva a extremos e nosso objetivo ser abrangente, para mostraras diversas facetas com as quais a doena se apresenta. Podem
ser estados leves, passageiros, os mais profundos, os agudos ecrnicos. Da forma que ela vier, a meta nos safar. O que podeparecer absurdo para uns, para outros caem sob medida e a quemno estiver acometido por ela parecer estarmos descrevendo "Oinferno" de Dante.
Declaradamente, no pensamos fazer destes escritos umlivro de cabeceira. Nossa proposta fazer com que pessoasafundadas nessa areia movedia se reencontrem a partir da auto-anlise, e encontrem as causas que a levaram a isso, com aconseqente busca de cura. Cheguei concluso que nem todaateno do mundo, nem os recursos avanados da medicinasero suficientes para que voc faa as pazes com a vida sem a
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sua colaborao. Se nela o eixo principal voc, por maisaltrusmo e incentivos externos que receber, sem ela a nada sechegar.
Ao ler a palavra AUTO, atente que no estarei mereferindo ao automvel, a uma mquina e sim ao ser humanoque VOC PRPRIO, o seu EU.
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O Mundo Sua Volta
O egocentrismo, o pensamento voltado para o seu mundo,
aparentemente, ou verdadeiramente desabado, o impede deestabelecer parmetros. Os seus problemas so "os maiores", "ospiores", nada se compara a eles.
Sei que a comparao est fora dos seus limites decoordenao mental. A discintonia o acomete tanto sobtratamentos mdicos adequados, quanto enfrentando as barrassem eles. Deixa de observar, at subestima os problemas alheios.
A depresso venda seus olhos e no os pode enxergar ouperceb-los. Como o momento de altos e baixos, voc deveaproveitar aqueles em que sua percepo estiver boa paracomparar o seu mundo com o dos demais. Por pior que estiver,sempre encontrar algum, e muito mais do que possa imaginar,
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em situao pior que a sua. Quando lhe for permitido momentosassim, compare o seu estado fsico, mental, financeiro, afetivo,etc. Tenho braos? Eles obedecem ao meu comando? As pernas,
o sexo, aparncia, meus meios de subsistncia, esto melhores,piores ou iguais aos das pessoas que me rodeiam? Tenho ocantinho para morar? Meus parentes esto me dando ateno?Tenho recursos para viver dignamente? Estou provisoriamentefragilizado, mas estarei demente? Ser que estou louco? Vivosob efeito de psicotrpico, mas ser sempre assim? Com essasperguntas na pauta, observe a luta de quem enfrenta uma cadeirade rodas com dignidade. Observe que voc tem pernas para dar
um passeio, ir banca da esquina, panificadora, aonde vocquiser ir e vir. Voc ouve, pode se comunicar. Voc v, pode ir aum cinema, se no conseguir ir sozinho arranje uma companhia.Voc pode ler. Mesmo que fisicamente esteja se sentindodebilitado, compare-se a quem j esteve pior mais ou menosagredido, e "aprenda" a recorrer a sua fora de vontade parasuperar-se.
Se estiver numa clnica, observe que muitos esto l sempossibilidade de sair, mas voc no. Voc vai estar fora dela tologo as coisas se equilibrem.
E aqueles que nem l podem estar? J pensou? O seu mal passageiro. Enquanto vivo, chances ho de existir para sereconstruir, com a vantagem de trazer na bagagem experinciasno boas, e assim valorizar o que antes voc no percebia. Voc,intimamente, ficou enriquecido pelo sofrimento. Mesmo quemuitas coisas antes consideradas essenciais j no existam mais,outras alternativas havero de surgir. At por esse lado voc foibeneficiado, pois aprendeu algo muito difcil: esperar. O jovemguerrilheiro "de quem sabe faz a hora, no espera acontecer",
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ficou no passado. As coisas sero planejadas e executadas commais conseqncia e, por certo, havero de ser mais perenes,consistentes.
O choro pode ser uma constante em sua vida, mesmo semmotivo aparente, ou como pela perda de um ente querido. Seja acausa que for, continue a observar a sua volta. Nada irremedivel, pois temos o poder de aprender a conviver com oinevitvel. tudo uma questo de dar tempo ao tempo. Ele temo poder de curar feridas, ainda que fiquem as cicatrizes.
Pense nas doenas incurveis e nos sofrimentos que elasocasionam. Normalmente, so batalhas inglrias, onde o mais
fraco pode sucumbir, se obstinadamente no lutar para que saiavitorioso.
A partir dessas comparaes, priorize readquirir a suaautoconfiana; sentir menos pena de si mesmo. Tudo deve visara volta ao caminho de momentos felizes, naturalmente, semforao de barras. Nunca iremos, e sabemos em s conscincia,consertar o mundo. Mas, por esse prisma, muito poderemos
fazer para amenizar esses casos de misrias e de desamor quedescrevi. Assim procedendo, poderemos tornar o nossosofrimento e o do prximo mais suportvel. E seremos felizes,sem culpa.
A busca da sada rdua. O mais prtico e cmodo continuarmos com as nossas atividades habituais. Mas, o quequeremos? Pode ser que sim, pode ser que no. Observe otrabalho de um pedreiro, um catador de papel. noite, escute obarulho do caminho de lixo. So atividades pesadas. Omotorista de nibus que durante horas a fio enfrenta um trnsitocatico, os tmpanos da telefonista... Mesmo estressado, pensenessas e noutras situaes. Isso far com que o seu quadro
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depressivo se amenize diante da realidade de outras pessoas.Talvez os motivos que o trouxeram at aqui sejam mais leves oupiores. No importa. O que interessa nos reencontrarmos; nos
reprogramarmos; simplificar para no complicar.
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Todos parecem Felizes
Todos parecem felizes, menos, eu. O que estaracontecendo? Estarei louco? Na verdade, meus
neurotransmissores esto mal conectados e o estar feliz no minha condio psquica.O meu sorriso morre no nascedouro, amarelado, quando
tento d-lo. uma angustia cruciante e perceb-lo nos outros inadmissvel. Chego a me sentir pertencente a uma raa especialde seres, onde o interior todo tristeza. O meu momento atual pssimo. Quando admitiria ter "inveja" de outras pessoas que
normalmente levam o seu dia a dia? Pois o momento chegou. Oque fazer? Me conscientizar de que j fui assim e poderei voltara s-lo. Que necessariamente, terei de recorrer a todos as autos:estima, controle, determinao, anlise... Meu interior tem quevoltar a vibrar como antes, diante de pequenas e grandes
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realizaes e isto s conseguirei amando-me antes de tudo, poiss receberei o que puder dar. No posso ficar como um espelhoopaco, cego, que s recebe e no retransmite.
Admita que voc no fez por merecer tal tristeza, elachegou sem pedir licena e se instalou no seu interior. Cabe avoc captar a alegria que os outros transmitem, admitir que osoutros merecem ser felizes e principalmente, voc. No seacanhe em achar graa nas pequenas coisas, fatos, situaes.Volte a se encontrar com o lado cmico da vida. No espere ahilaridade bater sua porta, procure-a. Lembre-se o sorrisopoder iluminar seu ar to sofrido e voc estar transmitindo
uma sensao agradvel para seus semelhantes, aos animais...Falar fcil, mas se voc no tentar, se no der os
primeiros passos rumo alegria, ficar a ver navios, pois a vidano vai parar s porque voc est a sua margem. Embarque nobonde onde os demais esto. Se constituem a maioria porquedeve ser o mais certo.
Outras pessoas tambm tm problemas, no igual ao seu,
que "maior". Mas, mesmo assim, parecem felizes e muitasvezes, assim como voc, s parecem. Os seus "eus" podemtambm estar sofrendo.
Para no fingir ser feliz, s resta sentir-se verdadeiramentecheio de felicidade. E depressivo, no conseguir. O que fazer?
Colaborar com a sua cura, do contrrio, estar perdendo grandesmomentos da sua existncia. Ao sentir-se vibrando
verdadeiramente, a sua cura ter chegado e Se o seuaniversrio brilhar com as luzes da alegria e felicidade... Isso
ser s um reflexo de voc.E as crianas, os adolescentes? Esses merecem ateno
especial. Observe se eles esto tristonhos, os mdicos no
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encontram doenas que s so aparentes. Vivem como seestivessem a assistir a um filme. Eles tambm podero achar ques os outros so felizes, menos eles. Cabe aos responsveis
procurar a ajuda especializada, pois nessa fase da vida, em que apersonalidade est sendo formada, as seqelas podero ser maisduradouras que em um adulto.
Como j dissemos, a depresso no escolhe idade e pessoasjovens no tm o poder de auto-avaliao como o adulto. Se notratada corretamente, teremos um adulto introspectivo,complexado, um ser amargo, com a probabilidade de uma vidainspida e vazia. Ao pressentir a apatia em um jovem,
conscientize-se da sua responsabilidade e procure os meios paratorn-lo participativo, a fim de torn-lo uma pessoa feliz
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Autopiedade
Decididamente a autopiedade pode no estar clara no seuEU, ainda. O normal nos fazermos de vtimas para fugir da
realidade. Quando digo que ainda no despertou para esse fato porque tem um longo caminho a ser percorrido at constatar queas falhas so suas e que deve assumi-las. O seu mundo estgravitando de maneira diferente por algum motivo e por issovoc est tambm mudando, mas voc talvez no estejapercebendo. Vai se recolhendo em copas e acrescentando-as medida que os fatos ocorrem. A tendncia em tudo isso ir se
fazendo de mrtir, pois as coisas no esto dando certo comovoc gostaria que dessem. Em situaes assim, o mais plausvel atribuir a outrem a culpa dos erros para chegar s metas quevoc to bem delineou. Elas podero ter sido planejadas j emmeio a turbulncias e voc no percebeu. Detalhes podem ter
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sido omitidos ou esquecidos. A constatao disso, vem emfracassos que se repetem e formam um efeito cascata: cartinhapor cartinha, vo caindo. A questo que voc deve responder
pelos seus atos, corretos ou no. E isso pesado. quando nostornamos vulnerveis e sentimos muita piedade de ns mesmos;impotentes diante da realidade crua e nua. Por mais que osoutros queiram nos ajudar, estaro lidando com um problema.Somos ou no somos? Quer para os outros, quer para nsmesmos, sabemos s-lo. A acomodao no resolver esseestado de coisas. Para isso, necessrio nos conscientizarmos deque o importante seguir em frente, nem que seja para os lados
(repito). No deu certo hoje no deu certo dessa forma, vamosprocurar outros meios. No estamos a procura de um sada queseja nesse labirinto? O importante nessa auto-anlise tornarmo-nos transparentes para ns mesmos. Assumirmos asconseqncias das nossas atitudes e ter em mente, que mesmoaqueles que estiverem fora dessa canoa, tambm erram - com adiferena que as barreiras para eles so transponveis e para ns
so muralhas, altas, inatingveis. Ns assim as construmos.Parece estarmos confundindo objetivos no concretizados,como conseqncia para o sentimento de autopiedade. Mas naverdade, esta apenas uma entre incontveis nuanas que noslevam a ter pena de ns mesmos. Fugindo desse lugar comum,vejamos o plano afetivo. Parece que todos nos desprezam, poisvemos nas expresses dos outros, a alegria que queramos quetransparecesse na nossa. Eles vivem em um mundomulticolorido e conosco tudo parece cinza, quando muito, empreto e branco. tudo uma questo de essncia. Enquanto neleso mundo ressoa, em ns no provoca eco. Eles tem todas assadas; ns, nenhuma.
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Enxergamos as demais pessoas como amando e sendoamadas. Percebemos que tambm somos capazes, mas noousamos, no merecemos. Se perdemos o amor por ns mesmos,
como poderemos amar outras pessoas, lugares ou coisas?Somos vtimas de ns mesmos, e no percebemos o quantopodemos ser queridos. A nossa angstia nos torna egocntricos eo afeto que nos destinado parece pouco, por mais explcito queseja. Somos carentes. Nosso eu est doente e talvez nodiagnosticado. O nosso dia a dia passa como uma pelculainsossa. Os cartes postais de nossos amigos so recebidos comoinsultos, pois como encontrar alegria onde no existe? Parece at
conspirao de tudo e de todos. E onde encontrar o equilbrio ousenso comparativo para que nossos vages se encarrilhem nostrilhos certos? A resposta est dentro de ns, cabe-nos procur-la. Mas como? Dentre as diversas opes que possam nosapresentar, alm da ajuda externa, voc um milagre danatureza. Procure no seu ntimo como poder se autovalorizar,objetivando no necessariamente seu crculo de vida, mas diante
de voc mesmo. Faa-se grande em frente ao seu espelho.Olhe um rio, um riacho, admire as suas perenidades. Compare-se a eles, seja tenaz em seus objetivos, como j disse, sempreem frente, nem que seja para os lados e j disseram: sempreexiste um fracasso atrs de um grande sucesso.
Fortalecido, naturalmente os demais assim sentiro comrelao a voc. E em contrapartida, corresponder a maisrespeito para consigo e no necessitar de atenes maiores queaquelas normalmente dispensadas a uma pessoa.
O paradoxo, sejam quais forem os motivos pelos quais vocest triste, AUTOPIEDADE x AUTOCONFIANA. D oprimeiro passo. Ningum nasce sabendo, tente ser auto-
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suficiente. Comece por coisas nfimas, e v progredindo passo apasso. No procure ser o alvo das atenes. Todos tm seusproblemas. Viva e deixe-os viver, cada um na sua.
A autoconfiana deve se estender at o controle dos seuspnicos. Como? apavorante, se voc daquelas pessoas que seesvaem em suores por todo o corpo s de pensar em sair de casa,principalmente sozinho. Se voc no encontrar um meio deenfrentar a situao vai depender de outras pessoas que j temsuas vidas para administrar. Voc passa a ser um estorvo. Ento,pondere o que poder acontecer se voc enfrentar a situao?Com calma, poder se libertar dos pnicos, quando perceber que
ao desafi-los, voc ter que superar-se. Ter que ser corajoso edeixar de pensar: talvez essa tristeza toda acabasse se eu nuncamais acordasse. preciso acordar e concordar que o que forinevitvel, teremos que enfrentar. A autopiedade nada mais ,segundo alguns, que o medo associado ao comodismo, queatinge uma pessoa fragilizada. O medo compreensvel, ocomodismo vem em decorrncia de situaes que interagem
com o no discernimento do que falso ou verdadeiro.O que ser mais interessante, passar o tempo em companhiaagradvel, ou junto a pessoas taciturnas? O bvio no precisa deresposta. A tendncia natural voc ser excludo ou ignorado.Cai assim a sua auto-estima e voc fica carente de atenes.Voc se autoapieda. Como evitar? Procure guardar seus traumaspara quem se dispuser a ouvir, amadora ou profissionalmentefalando. Procure no ser alvo de pena. Comunique-se de formapositiva, mesmo que o seu "eu" esteja dilacerado. Todo mundogosta de cargas positivas, deixe as negativas para autosoluo ouajuda especializada.
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Depresso passageira ou crnica? Se situe em um dessesgrupos. O primeiro no melhor que o segundo; ambos socaticos. Mas a verdade uma s: todos que nelas se encontram,
no a desejam nem para o pior inimigo. O pior no sercompreendido por voc ter essa doena da alma. Ningum a v,seno pela tristeza aparente em seu olhar - e que nem sempre percebida.Voc ficou diferente por no ver mais graa nas coisasprazerosas da vida e isto difcil de entender, por se constituirbasicamente na razo do tempo que passamos aqui na terra.Todos buscam e querem viver assim, felizes. A falta de
compreenso para com voc, o faz sentir rejeitado, vem aautopiedade e, com razo, pois quem gostaria de estar numasituao dessa? Por estar consciente, vem o sofrimento. O loucono tem esse problema, ele vive noutra realidade, por isso anecessidade de colaborarmos com o nosso reestabelecimentopara no passarmos a ser mais um na categoria deles.
Os momentos agora vivenciados, no esto sendo nada
agradveis. Mas em vez de repelir as pessoas, cative-as eprocure na medida do possvel expandir o seu crculo derelacionamento, tendo em mente que os outros gostam mais deserem ouvidos do que escutar. Portanto, dirija suas lamentaespara os canais apropriados, poupe quem est em paz e faa-assentir que voc est bem. Voc no estar mentindo e simomitindo o que s vezes pode estar bvio na sua fachada triste.Mas lembre-se, as pessoas para se manterem longe deproblemas, fazem qualquer negcio. Enquadre-se nos padresnormais de comportamento.
Auto-estima, autocontrole, tudo tem a ver com ocomportamento do depressivo em sua autopiedade. Da a
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necessidade de procurar se dosar, procurar o equilbrio. Conheocasos em que o autocontrole foi conseguido com a ajuda demedicamentos e palestras, mas os pacientes tiveram que
colaborar, pois suas crises os tornavam eufricos. O perigo daeuforia poder levar o depressivo a atitudes extremadas, e no por esse caminho que se resolve o problema. Portanto, nessescasos mais do que necessria a monitorizao por profissionaismdicos, para observar, controlar o paciente, objetivando lev-loa um estgio ideal de equilbrio para enfrentar a vida. Enfrentar um termo bastante duro. Por que no viver a vida, no agarrar-se ao passado, ou achar que o futuro ser sempre melhor?
viver o presente com tudo que tiver direito. No deixe que ailuso de um futuro melhor lhe tire o viver agora, da forma quelhe aprouver, paciente ou freneticamente, dentro das suaslimitaes. Tambm no adiantar dar um crdito muito grandepara o passado que foi to rico de realizaes, pois ele se foi, omomento agora. Pense assim: se optei por viver, quero viverat o ltimo momento; e que o tempo presente o nico no qual
podemos repassar o passado e construir o futuro.Encapsular-se tipo conversar com seus botes, no o levara nada. S a honestidade em suas colocaes o faro melhorar,com terapias e medicao adequados. Eles havero de indicar osmeios para que voc encontre a sua auto-estima, seuautocontrole e deixar de lado a autopiedade. Noto que ela muito recorrente e infantilizada. Parece-se aos cimes do filhomais velho com a chegada de um irmozinho. A coisa fica to mostra que deixa de ser importante para terceiros. S odepressivo realmente a sente e no tem conscincia do ridculo aque pode estar exposto.
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Analisando nossa enfermidade mental da tristeza,procuramos exemplos nossa volta. Eles esto na TV, no rdio,nos jornais, nas ruas, na casa de seu vizinho, onde
encontraremos situaes piores que a nossa. No entanto, a d dens mesmos nos tornam infantis, cegos, ridculos, egocntricos,carentes da ateno do prximo. Muitas reabilitaes ocorrem, apartir do momento em que o depressivo entende no ser ele ocentro das atenes que ele julga ser e sim uma pessoa comooutra qualquer. Alm do que, necessrio adquirir a auto-estimacom o posterior autocontrole da situao.
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Pnicos
Existem conceituaes sob o ponto de vista da
psicopatologia que enfocam a afetividade (capacidade deexperimentar sentimentos e emoes) expressa atravs de:medo, fobia e pnico, entre outras.
Devido a sutileza das diferenas, recorremos ao resumo daaula do Prof. Luiz Ldgero Pires*, para caracteriz-las.
"Medo: Quando h um sentimento de ocorrer, grave oudesagradavelmente, uma situao ou um acontecimento que,
reconhecidamente, poder trazer definidos riscos e/ouconseqncias como, por exemplo, se o elevador se mostra empssima manuteno, e o mesmo poder cair.
Fobia: Quando h manifestao de um receio especfico,que sugere em uma situao especfica, sendo que a pessoa no
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tem a clareza ou definio dos riscos e/ou conseqnciasameaadoras que podero ocorrer, tendo este receiocaractersticas individuais e simblicas. ...Sentido-se ameaadas
por determinados seres vivos, objetos ou situaes como, porexemplo... "medo" de barata, de rato...Pnico: Quando h manifestao de ansiedade de que algo,
no definido e ameaador, possa estar prestes a ocorrer, semestar aparentemente associado a uma situao definida,percebida ou vivida".
O pnico pode ocorrer advindo de pequenos fatos, os maisinesperados. a insegurana em lidar com situaes que
normalmente eram encaradas com naturalidade e que passam aser terrveis no estado depressivo. Pode ser a fila do banco, donibus, do mdico... O encontro com pessoas que lhes sodesagradveis, doenas, dvidas pendentes com o cobrador naporta, afinal os negcios antes to bem sob controle, de umahora para outra desandaram. Sua confuso mental fez com quese descuidasse dos seus compromissos. Enfrentar platias era
seu forte, onde mostrava seu autodomnio. Ir trabalhar, tudoagora pode se tornar uma tortura.Voc j no cuida to bem da sua aparncia como antes. Os
pequenos detalhes foram relegados a um segundo plano e a faltadeles lhe faz inseguro perante aqueles que aparentemente oslevava em conta, fazendo sentir-se diminudo.
No deixe que a sua canoa aparentemente avariada seafunde. No conte que os outros iro fazer por voc, coisas queeles pensam que voc capaz de executar. Aqui a afirmativa"quem quer faz, no manda" verdadeira. Nem sempre adelegao de tarefas corresponde ao esperado, detalhes poderoser omitidos, o que talvez no aconteceria se voc mesmo
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leitura? Ficar de olhos abertos no escuro no tem a menor graa.E como custa a passar... Se a situao essa, voc ainda nodeve ter sido medicado e se continua mesmo assim, pea ao seu
mdico para trocar de remdio. Como est que no pode ficar.No importa o seu fuso horrio, mas para permanecermos bem,temos que cumprir a nossa carga horria de sono, seja ela qualfor.Na impossibilidade passageira de pegar no sono e se no querficar rolando na cama, procure por exemplo passar para o papelos prs e os contras do seu dia. Guarde-os por algumas horas eleia-os. Alguma coisa h de ter mudado, pois nada esttico e
algo de ridculo voc poder encontrar. Essa autocrtica salutarem sua auto-avaliao. Se voc mesmo capaz de detectar suasfalhas, imagine os demais. Tudo vlido para voc aquilatar oseu grau de depresso e sair dela. Procure no se maltratar, nose despedaar, se poupe. Readquira aos poucos a suaautoconfiana, sua autodisciplina, s assim voc poder ser oque aparenta, uma mente equilibrada em um corpo que aos
demais parece so.Aprenda a ficar s, mesmo que voc tenha sido o rei dacomunicao, apenas no vegete, no faa com que os demais sesintam na obrigao de fazer-lhe companhia. Enxergando poresse prisma, tome as devidas precaues para acostumar-se s,sem pnicos. Preencha o vazio desse silncio na procura do seuauto-conhecimento, replaneje o seu existir, sem medo de serfeliz.
Procure, mesmo que fragilizado, no demonstrar seuestado, para que outros no se sintam encorajados a prejudic-lo.Isso mais comum do que prev a v filosofia. Existem osoportunistas. Com a mente em dia, voc sabia se defender.
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Agora se sente inseguro e pode ser pisoteado por pessoasinescrupulosas. Em vez de reagir, se deixa dominar, passando ageneralizar, temendo a todos. errado, mas voc no sabe
reagir, voc tem d de si mesmo. Afinal a doena tornou asituao catica e tirou-lhe o senso de autodefesa, a capacidadede raciocnio lgico altura dos seus opressores.
Em qualquer hiptese, no se deixe intimidar. Escape dasarmadilhas, nem que voc d tudo que possa para ir em frente,como j disse, nem que seja para os lados (repito). Mantenha-selivre das amarras e j ser meio caminho andado para a volta dasua autoconfiana. Para isso, use de todos os meios que possa
dispor ( palavras, aes, advogados, aconselhamentos,influncias, at a polcia se necessrio), para se preservar nessafase to desagradvel. Se voc j sofre por natureza, para queaumentar ainda mais essa carga que pessoas inescrupulosasquerem lhe infligir, empurrando-o ainda mais para o fundo dopoo?As olheiras nem sempre esto presentes no rosto do depressivo
para anunciar a sua tristeza. Nada exteriormente denuncia quesua alma est doente a tal ponto, que comparo ao banzo que osescravos sofriam ao lembrarem-se de como eram felizes nosseus torres natais. Sua aparncia se apresenta normal, ento oque voc tem que os outros no vem, no pressentem? Para nopoucos, voc est fingindo. E isso triste. Afinal, que curso dearte dramtica voc freqentou para enganar to bem? Vocvirou ator da sua prpria tragdia. Pode ter certeza que amaioria no compartilha, nem entende voc, e muito menosdispor de tempo para "perder" com o seu caso. Portanto,muna-se de coragem, use de todos artifcios, meios e fins paradeixar a depresso para traz. Procure dela esquecer; seja vtima
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consciente e no mnimo de tempo possvel, pois ela deixavestgios difceis de se apagar e quanto menos tempo voc ficarnamorando com ela, melhor.
No de bom tom sermos mal-educados, mas use damesma nfase do seu interlocutor. Nada de se abaixar, comose diz: quanto mais abaixarmos, mais a ... aparece. No se deixediminuir, se subjugar. Seu destrator poder domin-lo, amea-lo realmente, e no ser fruto da sua fantasia.Procure pois, manter os seus relacionamentos de forma a noperder o controle da situao.
*Resumo de aula baseado em:- CID-IO-WHO Artes Mdicas- Honrio Delgado Curso de Psiquiatria Editorial Mdico-
Cientfico- Isaias Paim Curso de Psicopatologia - EPU
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Fugas
Nunca estaremos preparados para enfrentar o fato maiscerto da vida, que a morte. Se no a concebemos em sconscincia, nem para ns, o que diremos dos nossos entesqueridos? Ningum nunca encontrou o remdio da conformaopara com ela.
Mesmo que a formao religiosa nos mostre caminhos, atristeza pela partida no pode ser mensurvel, e o medo da nossaprpria, sempre estar nos rondando.
Abordei esse assunto tambm no captulo auto-estima, masno quadro depressivo a morte faz parte do todo, pela angstia, atristeza, a solido, as fugas; em todas, ela se faz presente. comum neste estado, notadamente nas fases de baixa auto-estima, os pensamentos recorrentes de morte. o dormir e no
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acordar mais, a vontade de preferi-la a continuar assim, sentir-se to sem lenitivo para viver que se torna inevitvel elano estar rondando, independentemente da forma. Provocada ou
que venha, nem que seja pela doena, ou naturalmente. Mas emsituaes de equilbrio emocional, ela nos apavora, seja para osoutros, ou para ns mesmos.
Para o cristianismo, a vida prossegue depois da morte. Paraoutros, morrer j glorificante e mesmo para aqueles para osquais ela encerra o fim em si mesma, tambm, humanamente,sentem quando ela visita aos que lhes so caros. Morrer significaausncia, e ela di. Quando voc a quer para si, deixou de
pensar naqueles que o rodeiam. Como ficaro? E aqueles quedependem de voc? Aos demais, voc parecer egosta,egocntrico. Pare e olhe a natureza. Ela resignadamente,naturalmente, vive seu ciclo vital. Por que o homem ir quebrareste estado de coisas? Por que se acovardar e no viver atmorrer? A sua falta, com certeza ir causar mais danos quesolues. Ou em meio a seus problemas no tem algum tempo
para essa reflexo? Antes que ocorra uma fatalidade, d-se esseespao. Caso no consiga raciocinar consigo prprio, procureajuda, mas no deixe a situao deriva, policie-se. Ela, atristeza na qual se encontra, no se compara com os danos quepodero advir por um gesto tresloucado. Analise seus mritos,d-se o devido valor. Voc apenas no est bem,passageiramente. Olhe para frente, no fim do tnel escuro, h desurgir uma nesga de luz e voc descobrir que valeu a penaesperar. Deixe o imediatismo de lado, mea as conseqncias,coloque-se no lugar de quem perdeu algum que lhe seja caro. Arecproca verdadeira. J li que para suicidas em potencial, noexistem meios de preveno, e no concordo, pois a depresso
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constitui-se de altos e baixos, no tem um comportamentopadro. Nela existem os momentos de calmaria, necessrios paraque o paciente faa uma auto-anlise e conclua qual ser o
desfecho.Ditos populares aplicam-se perfeitamente no nosso assunto,pois fazem parte do nosso dia a dia, "No h nada como um diaaps o outro". Se amanh no for melhor, por certo, outro l nafrente o ser. No vale a pena esperar? Dizem: que quando asituao est pssima, no tem mais como piorar. Ento, ascoisas s tendero a melhorar.
Devido ao seu estado emocional estar relativo, em
momentos voc quer morrer seja de que forma for, por outros,entra em pnico s de pensar na possibilidade. Assim, a situaose inverte, o medo de dormir de vez; sentir faltar-lhe arespirao, enfim constitui-se em uma angstia s. Apossibilidade da morte torna-se fobia, o paradoxo que nodeve existir, pois a vida no deve ser questionada, no deve terseu ciclo alterado. Copiemos a natureza.
As doenas oportunistas podem acometer o depressivo,devido a sua fragilidade mental e fsica, e o seu sistemaimunolgico estar tambm debilitado, podendo ser acometido dedoenas realmente graves. Veja os hospitais e quantos nelesencontram-se em busca da cura. Como j disse, devemosacompanhar a maioria, pois alguma razo h de existir para queeles a constituam. Lutar para que vivamos at o fim, observar abravura de quem lutou. No mais salutar que a covardia dequem se entrega?
Pessoas abaladas em sua auto-estima podem descobrir queo banal de antes o tormento do momento. Descobrir que estvelho, acabado. Seu antigo poder de seduo no funciona mais
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e sexualmente est arrasado. Podem no conjunto, ou uma emespecial, tornar-se, fatores para levar depresso, com aconseqente vontade de morrer. Se assim for, analise o porque
da situao. Assuma o problema e ao invs de ficar selastimando, remoendo-o, lembre-se dos avanos da medicina dehoje. Voc poder estar sofrendo por algo que a modernidade jtem condio de resolver. A sua poder estar numa simplesplula. Sua vida no vale muito mais?
Pela morbidez do assunto, voc preferiria deix-lo de lado,o que no pode fazer, porque em algum momento, o depressivopensar nele. Afinal, os seus tormentos, mesmo que
imperceptveis para os outros, so reais, tanto como a morte e avida os so. Opte pela ltima e no se arrepender. Sei ser otpico abordado srio e mrbido, mas se acontecer, melhorvoc admitir que a sua histria poder ser abreviada com amorte e deixar de ter os acrscimos que a vida poder ainda lheoferecer se voc viver. E que ela poder ser longa e com umfinal feliz. Feliz, porque seguiu o curso natural, e como
costumeiramente faz, deixe que o inevitvel chegue de surpresa,sem sustos, sem sobressaltos.Pense na grandeza e compare: um gro que no vingue, j
ter cumprido a sua misso. Imagine voc, um ser to complexo,to superior.
Vamos e voltamos, as situaes so diversas, a fragilidadedo "eu" nos obriga a isso. O depressivo pode radicalizar e amorte prefervel. A forma mais antinatural, o oposto da lei dasobrevivncia, a fuga dos problemas que nos afligem. Istoporque eles se tornam maiores do que ns mesmos, maiores quea nossa capacidade de resolv-los. preciso chegar o momentode compreendermos, que o nosso morrer comea com o nosso
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nascimento, e isso j natural, porque apressar? No prefervelvivermos mais devagar, do que morrer muito? Isso serve tantona acepo das palavras, quanto para os nossos sentimentos com
relao s nossas correrias, as nossas carncias, ao apego acoisas que superestimamos e que quanto mais vivermos, maismorreremos. Compare a morte a um carro: ele tem diversasmarchas frente, mas a r uma s. a lgica da vida, commuitos caminhos a nossa frente, maiores possibilidades. Pormaior que seja o problema, sempre haveremos de encontrar umasoluo; para a morte no. Ela definitiva. Devemos enfrentaros desafios e em ltimo caso, prefervel agir como disse uma
socialite, "Sou um sucesso porque nunca me levei a srio."No trem dos vivos, que vivem, procure no contabilizar
somente os problemas. Atenha-se tambm s alegrias, pois a suabalana precisa desse equilbrio.
Dependendo da rigidez da formao de cada um, osproblemas so barreiras mais ou menos flexveis. muito maishonroso enfrentar qualquer que seja a barra, seja ela qual for e as
maneiras de resolv-la, que submeter-se covardia de sair peloauto-extermnio. Como sair pelo alcoolismo. vlido? Claroque no. Mas no alcoolismo voc poder safar-se, existe como jdisse at plula. tambm uma doena grave, inconseqente,imprevisvel e que poder agravar ainda mais o seu quadrodepressivo. Apesar de tudo, dele voc pode sair, existemdiversas formas e ainda ter a chance de manter-se vivo. Mas, sevoc morrer, ir ressuscitar? So paradoxos que nenhum tiro noouvido, resolver satisfatoriamente.
Os casos extremados que apresento, visam to somenteestabelecer parmetros entre o seu estado e o de outras pessoasque estejam vivenciando situaes piores ou iguais s suas, e
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daquelas que aparentemente, ou verdadeiramente esto de bemcom a vida.
A sua depresso veio para acompanhar uma doena
incurvel. O seu sofrimento terrvel, nada mais resta a no sera morte. Quantos estados assim no presenciamos? Voc noacredita em milagres, prefere a eutansia. Voc poder deixarum exemplo de coragem se em vez de adotar esses caminhos,enfrentar a doena at o seu momento final, com muitadignidade e coragem. Outros podero seguir o seu exemplo emesmo que o milagre no lhe tenha sido concedido, voc termarcado pontos. O mundo ter ficado menos triste com a sua
partida. Afinal voc teve a coragem de lutar.Para escapar da dura realidade, a maneira mais fcil de
acabar com problemas, sofrimentos, angstias, dores, fobias,manias, pnicos procurar alternativas, pois j no acreditamosnos mdicos. Os txicos so um deles, e pode com probabilidadede at 100% torn-lo um dependente qumico. Mas, a incluooutros, tais como: o alcoolismo, o tabagismo, a automedicao,
diminuindo ou aumentando a sua dosagem. No sero com essesrecursos que o depressivo encontrar a soluo. Muito pelocontrrio, ao adot-lo estar se aprofundando, mais e cada vezmais, na dependncia e s conseqncias que certamenteadviro. Todos proporcionam momentos fugazes de euforia, ealegria . E a vida no to breve assim. L fora ela continua, evoc ter que voltar. As seqelas que provocam valem pena?Claro que no. E ainda complicaro o seu processo derecuperao, em muitos casos, se ainda for possvel. Pode seruma ida sem volta, ou um retorno ainda mais penoso.
Como a doena no escolhe idade, h que se observar osmais jovens. Se voc se julga incapaz de enfrentar a situao,
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procure ajuda. Leia a respeito, procure conhecer um submundoque lhe possa ser desconhecido mas que ter, obrigatoriamente,de lhe ser desvendado, para o bem do viciado e de toda a
famlia. O normal que todos enxerguemos o vcio como algofora do nosso meio, impossvel de acontecer. Mas, tudo possvel, mesmo para quem no esteja acometido de depresso.Ocorre em pessoas que inicialmente esto sadias, felizes e poresses canais se tornam tristes, ou ocorrer o contrrio, tentar sairda tristeza atravs deles. A compreenso familiar, a colaboraodo paciente, so fatores preponderantes para conduo cura. Sevoc no capaz, recorra s associaes especializadas, mas o
importante no cruzar os braos. Ao primeiro sintoma, real oupressuposto, todos os meios de combates sero vlidos, antesque a dependncia tome conta da pessoa.
A pena, a compaixo pelo paciente, no podem contribuirpara alimentar os vcios adquiridos antes, durante ou nacontinuidade da depresso. O problema j grande por si s,agora imagine-o acompanhado. So muitas perguntas para uma
s resposta. O mal no pode ser alimentado; tem que sercortado, nem que seja a duras penas. O que adiantar a tentativada procura de novos caminhos para uma pessoa viciada? Ser ofracasso na certa, pois o crebro, o fsico, no correspondem.
Sob os aspectos das fugas at agora abordados, no possodeixar de citar as pessoas que tentam se matar para chamar aateno para si. Afinal, ela no mais o epicentro das atenes eagora quer readquiri-la a qualquer preo. Sob seu ponto de vista uma fracassada, ningum se interessa por ela, uma pessoaintil, s causa problemas, at nas pequenas coisas, para queviver? S, em meio a essa turbulncia, sem apoio dos querodeiam, o que se pode esperar? Em si s, uma bomba em
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potencial. Sua mente no digere os aconselhamentos de acordocom o esperado e sem eles, tudo tende a piorar. Pessoas nessenvel de depresso, so opacos, onde nada realmente nada. A
ajuda leiga, as associaes, os psicoterapeutas, tm que seracionados nesse ponto de discintonia. O paciente por si s noter condies de se auto-analisar e discernir, se fica ou se vaidesta para outra. Nesse estado ele deve ser observado, mas nosentir-se vigiado, o que ser pior. Deve ser aconselhado, alertadode que tudo h de voltar ao normal e que a esperana a ltimaque morre. O depressivo, o viciado, deve se sentir til para afamlia e caso venha a faltar, ser pior para os que ficam.
Mesmo doente, ainda lhe resta a esperana de ser feliz. Tambmdeve sentir-se responsvel pelo seu bem-estar e que a suaexistncia no diz respeito s a ela mesma. Afinal, ela devesatisfao para as outras. Deve valorizar a vivncia da vida,deixando de procurar os caminhos das fugas e da morte, pois elase constitui no clube mais aberto do mundo. Se at os animaisirracionais tm o sentido da autopreservao, porque o ser
humano, racional, no vai t-lo? Essa chamada realidade imprescindvel para o depressivo. No cabe a ele alterar o cursonormal da existncia, ela tem que se deslanchar e acabar comofoi concebida, naturalmente. No podemos utilizar meios e finsno condizentes ao que a natureza nos premiou. Por mais caticaque seja a situao, caminhos ho de existir, sem vcios, sem adesvalorizao do que mais caro natureza, a vida. Mais umavez, lembro que o fato mais certo dela a morte. No h anecessidade de apress-la. No momento certo ela chegar. Semesmo para aqueles que se agarram vida com obsesso elavisita, agora imagine a quem passe a procur-la? O inevitvel
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pode acontecer e sem condio de retorno, valeu tentar? Oresultado, seja qual for, no ser bom, muito pelo contrrio.
Preste ateno sua volta. Uma razo h de existir, ou
muitas, para que os outros se sintam felizes e no privilgio deuns poucos. Por que voc tambm no pode s-lo? Ao procurar,voc h de se alegrar com detalhes nfimos, pois a felicidadeest dentro de voc. Ao procurar, no o estar fazendo em vo.Mentalize que VALE A PENA VIVER, ainda que possa parecerum chavo. O valer a pena, pode no parecer possvel nesseperodo cinzento pelo qual est passando, mas depois voc irver e sentir que sim, valeu muito.
Marcas indelveis podero t-lo marcado, mas sero comocicatrizes de guerra. E mesmo que no sejam perceptveis,ostente-as com orgulho, pois voc as tem com o devido parabnspelas batalhas que enfrentou e venceu. Voc se superou, foi maisforte do que a sua passageira companheira de tristeza, e quemsabe, no estar mais feliz que antes.
Para os iniciados no espiritualismo, ou no, muitas
respostas podero ser encontradas nos livros: Memrias de UmSuicida de Ivone Pereira e Depois da Morte de Len Denis.Leia-os: compare-os com a sua situao e ver que no foi umtempo perdido. Ter um melhor entendimento sobre o assunto.
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Os Iguais se Atraem
Em seu viver, aconteceu de voc conhecer outras pessoas
depressivas. Afinal, ningum melhor para entender umdepressivo que voc, uma aproximao seno de iguais, pelomenos de parecidos, em momentos especiais. Ouviram-se,tentaram se aconselhar mutuamente e procuraram tirar liesdisso tudo. Mas nem sempre assim, voc pode levar a pior.No se pode esperar que voc absorva toda uma carga negativade algum que em outra circunstncia, poderia receber de voc
toda a sua ateno e ajuda. Mas seu momento tambm especiale tanto quanto para o outro, existe a sua carncia. Mantenha-seeqidistante, no por egosmo, mas por amor prprio. Osespecialistas da rea se preparam por anos a fio, aprendendo aconstruir barreiras em torno de si mesmos, para tratarem com os
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seus problemas e de seus semelhantes. Eles foram treinados paraficar imunes, para ajudar os seus pacientes e voc no tem esseescudo. Sendo necessria essa convivncia, da sua parte ou da
outra, mesmo porque quando escolhemos amigos, devemos estarpreparados para aceit-los como eles so. O importante que emseus contatos voc se poupe. Use da franqueza, quando sentirque no est apto ou disposto a compartilhar de problemas. Noh necessidade de ser grosseiro. Aja com naturalidade, ningum perfeito e todos estamos sujeitos as presses externas.Procurando se fortalecer, voc estar apto a ajudar essas pessoasque ainda no conseguiram superar as crises.
Nem todos tiveram a coragem de procurar especialistaspara expor seus problemas como voc. Aborde a questo,explicando que o primeiro passo procurar algum capacitadopara ajud-lo. Os papos nas sees de grupo so muito profcuose interessantes, tudo porque tm a devida orientao. Mas entreleigos, a coisa pode no ser positiva para ambas as partes. Nesseestado de incertezas, o melhor termos exemplos construtivos,
vivenciados positivamente e abordados de forma tal que stragam benefcios.As oportunidades para essas aproximaes no havero de
faltar. Mude de posio com a outra pessoa at aqui tratada, arecproca verdadeira. Ela correr os mesmos riscos, e ambosdevem conversar mas com quem tenha, como j dissemos,estrutura e preparao para tal. Quem est vendo a cara no estvendo os sentimentos. At mdicos de outras especialidadespodem ser pessoas no indicadas para ouvi-lo. O que umortopedista, um gastro, ou outra especializao no voltada paraa sade mental, podero fazer em seu caso, a no ser que delesprecise para os tratamentos para os quais so indicados?
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Na sua fragilidade, a tendncia emprestar seus ombrosmais que o necessrio e justo, nesse momento em que precisaestar alerta para vislumbrar uma rstia de luz no fim do tnel.
Fica suscetvel de se envolver com os problemas alheios,daqueles que necessitam tanto quanto voc de ajuda. Mas, antesde se dar, ponha-se em primeiro lugar. Dos embates da vidaningum est livre. Seja o seu prprio exemplo. Ningum donodo mundo, e desde o seu princpio, com certeza, eles existiram eno ser voc a resolv-los todos.
A insistncia na sua preservao porque voc tem quefazer as pazes com a vida. Ela tem que continuar e para isso, h
a necessidade de se aplicar a lei da sobrevivncia, perceptvelnos animais mais primrios, da...
Nunca tarde lembrar que voc est nesse grupoprovisoriamente, no definitivamente. Voc ficar neledependendo da sua fora para lutar. No caso, querer tem que serpoder, sem meias medidas.
O amigo com quem voc no quis, talvez
momentaneamente, compartilhar das tristezas, amanh tambm j estar fora das amarras depressivas e assim, podersaudavelmente, desfrutar de um convvio construtivo e alegre.Da ter colocado sobre a ponderao, o doseamento noscolquios, o no cair de ponta-cabea nos problemas alheios.Espere por dias melhores e no tenha a conscincia pesada pelassuas atitudes. A troca de informaes, confidncias, experinciasse necessrias, que ocorram em nveis no angustiantes.
A seguir, minhas colocaes podero parecer infantis, masconstituem sadas que parecero suprfluas, fricotes. Para noser confundido com um doente mental, pequenos animaispodero ser timas companhias. Servem para ser acariciados,
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para conversar, distra-lo. At um bichinho inanimado poderser seu confidente. Adote plantas. Desenvolva seu lado criativonas artes, na mecnica, seja o faz-de-tudo em sua casa. Converse
consigo mesmo, s mentalmente, para no se expor. Se mesmoas pessoas da sua convivncia diria esto lhe achando estranho,o que dizer delas ouvindo-o falar sozinho? E os demais, o quepensaro?
Quando se fizer a luz, esses pequenos detalhes lhe seromuito caros. Concientize-se de suas fragilidade. Foram comoflores viosas, presentes, mas murcharam e morreram antes devoc. Ficaro na sua lembrana que um dia eles lhe foram
muito teis.Tenha em mente que prefervel s vezes dizer NO, quandoseu corao pede para dizer SIM.
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Solido
Sua rotina diria foi quebrada por algum motivo, e no foi
para melhor. Tudo o que voc faz passa a no ter sentido. Seuhumor est entre altos e baixos; voc magoa desnecessariamenteaqueles que o cercam, e eles esto se afastando. quandoconstata que est s e com todos os seus problemes. tudouma questo lgica.
Questione-se: voc est se amando? Procura ajudar-se e serajudado? Est procurando resolver seus problemas? At que
ponto voc est colaborando, no s com o seu terapeuta comocom as demais ajudas? Ao se fechar em copas, a tendncia doquadro piorar. Se trancar em casa est sendo a soluo?Afastar os amigos o faz mais feliz? Insistir em fazer algumacoisa est indo adiante? Se voc no estiver fazendo nada disso,
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provavelmente estar s consigo mesmo. Estar sendo o seuprprio asilo. Vale a pena? Evidente que no.
Positive a mente e as aes, lembre-se de compartilhar sua
vida, pois voc no est s no mundo. Procure ensinamentos ebeleza nos pequenos detalhes que antes no via, nessesmomentos em que est a ss consigo mesmo.
Evite a falta de dilogo pelo afastamento dos meios decomunicao, para no lhe faltar assuntos atualizados. Procureantenar-se. A Internet ultra-interessante, mas poder alien-loainda mais. Navegar preciso, mas exige cautela.
Com a sua fora de vontade, essa solido haver de ser
passageira, vale a pena positivar-se. Como no h nada comoum dia aps o outro, faa do seu dia seguinte, algo maisparticipativo, caso no esteja se sentindo bem sozinho.
Existem muitos trabalhos comunitrios; atividades que noconstavam de seus planos e que agora podero ajud-lo a sesentir til e ao mesmo tempo, torn-lo menos s.
Como tudo isso passvel de acometer o depressivo e, se
seu caso chegar a afast-lo de suas atividades habituais, assadas apontadas o ajudaro a preencher o seu tempo, at voltara estar apto para o seu dia a dia.
Torna-se controvertido quando por vezes alertamos: afaste-se de outros depressivos, ou pessoas predominantementenegativistas. Depois, recomendamos essa aproximao para suaauto-avaliao, para que compare com o seu prprio estadodepressivo; ningum melhor para faz-lo. Outras vezes, arecomendao que se aproxime s de pessoas de alto-astral,para que se beneficie dos seus fludos positivos. Tudo servecomo parmetro. Seu estado de sade mental, e seu humor,constitudos de altos e baixos, so os motivos dessa simbiose
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proposta. a aproximao com o que se julga normal e comsituaes extremadas. Sua auto-anlise, a distribuio dosproblemas e solues devem ser alojadas nos compartimentos
adequados do seu crebro. E seu amor prprio, mais do queaqueles que o cercam, ser o pndulo, o fiel da sua balana paraa volta do equilbrio.
A cincia mdica est do seu lado, mas para o seu estado deangstia parece lenta. O milagre acontece com o casamentodesses recursos, com a sua fora de vontade.
Procure no se sentir e/ou ficar s. Essa solido h de serpassageira, a no ser que dela tenha gostado - muitos assim o
fazem. Mas se no for esse seu caso, recorde-se dos seusrelacionamentos pessoais. Como eram curtidos os seus finais desemanas, suas frias, suas reunies de amigos. Tudo isso h devoltar a ser como antes. Pode parecer agora, sobre-humanoexigir isso de voc, que est to desinteressado por tudo. Mas,acredite, ela essencialmente est em sua vontade de vencer.
Sobreponha-se aos seus temores de aproximaes
interpessoais; separe o que lhe parecer bom. Errar humano, esempre temos que insistir em buscar sadas no ilusrias. Eainda que dbeis lhe paream, podem se tornar consistentes.
Ficar olhando para o teto no a soluo. A sua tristezaest a, presente mais do que nunca, mas a sua volta, o mundovibra. Sinta isto e saia da casca de ovo em que se meteu, procureparticipar.
Antes voc chorava por qualquer motivo, com ou sem ele,mas os remdios devem estar colaborando e ajudando-o acontrolar-se. Ento, deixe essas lgrimas para outros momentos.As suas angstias do agora exigem outros procedimentos. Voc
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est precisando dos olhos lmpidos e secos para enxergar melhoro que a vida pode lhe oferecer.
Estou procura de um antdoto para a sua solido e
diversos caminhos j percorri.Na pea Entre Oito Paredes, de Maurcio Witczar, ocanal de conversao entre duas pessoas foi aberto atravs dotelefone, que servia para preencher suas solides. Ele funcionacomo lente de aumento do ser humano. muito utilizado parasair do encarceramento urbano tecnolgico, aprisionado que estdentro de suas fantasias, ou melhor, de si mesmo.
O aparelho est a seu alcance, mas pondere para utiliz-lo.
Do outro lado da linha esto pessoas preocupadas com seusprprios afazeres, mesmo seu terapeuta.
A tendncia normal de quem se sente s, procurar algumque, se no o entende, pelo menos o escute. Contudo,autocensure-se: no fique ligando a torto e a direito. Espere queas pessoas interessadas em voc o faam. A sua insnia, a suainatividade no podem servir de arma para quem assim no se
encontra. necessrio respeitar a privacidade dos outros.Voc se sente s. Mesmo em meio a uma multido, noest nem a para o que est acontecendo. Ficar s ou rodeado depessoas no resolve o seu estado de esprito. O meio para selivrar do isolamento, s voc e mais ningum ser capaz deencontrar. No mximo, algum poder sugerir algo que aindano lhe tenha passado pela cabea. A vontade sua; quem sabese trabalhar mais seja a sada? Pelo menos voc estar fazendoalguma coisa produtiva.
Situaes assim s sero compreendidas por aqueles quede fato esto com seus espritos realmente tristes.
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As fugas de situaes, por mais simples que sejam, so astendncias naturais para o depressivo e ficar solitrio umadelas. Dormir tambm muito usual, esquecendo-se que ao
acordar estar tudo igual, e nada foi feito para sanear osobstculos. Estes que s sero solucionados se tomadas asprovidncias - de iniciativa prpria ou sugeridas - para cadacaso.
Sua solido h de ser passageira, nada mais que umacompanheira da tristeza, das horas difceis. Com suaautodeterminao, ela passar a fazer parte de um tempo, deuma pgina virada. E uma vez reintegrado na sua convivncia
normal, voc h de esquec-la.
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As Internaes
Os pacientes tratados em suas residncias, tendem a
apresentar melhores resultados que aqueles tratados em clnicas,pois o aconchgo do lar mais salutar. Mas digamos que nessasua jornada, algum motivo o levou a uma clnica. Seja ela qualfor, no se trata de um clube (principalmente de lazer) e no agradvel; muito pelo contrrio. E se essa clnica for de repouso,voc se defrontar com casos de dementes mentais. So sereshumanos fora da realidade. Sua cabea est a mil com as
palavras desconexas que ouve, com os gritos e a viso decomportamentos atpicos. Se estiver l para uma sonoterapia vl, mas por outros motivos, h de presenciar cenas que por certoo marcaro muito e podero servi-lhe de alerta. nesse pontoque cobramos a sua auto-anlise e crtica. Muitos que assim
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esto, no encontraram a sada e enveredaram por outrosmeandros de doenas mentais. Foi a entrega para as drogas, oalcoolismo, ou outras formas alternativas encontradas para se
livrar da tristeza. Uma coisa puxa a outra, que voc v nosolhares, nas expresses, ou na fria pela falta de controle.Se a falta de apetite debilitou-o a ponto de chegar a uma
internao, voc poder conviver, mesmo que em um hospitalcomum, com outras doenas. E querendo ou no, ir se depararcom quadros deprimentes, que em nada contribuiro com a suamelhora.
Abordei em outro captulo, as doenas oportunistas que
atacam a pessoa depressiva, inclusive as fatais. J pensou estarem um hospital convivendo com elas?
Poderia descrever inmeras oportunidades de situaes aque seu caso pode chegar. preciso, ainda que me tornerepetitivo, atinar para a recuperao da sua auto-estima, cuidar-se tanto mental como fisicamente, se autopreservar para noincorrer ou reincidir em internaes. So situaes extremadas,
mas que infelizmente ocorrem.Para a guerra aqui tratada, todas as armas so vlidas. Use-as todas, inclusive a principal, o amor prprio, pois sem ele, oseu arsenal estar fraco e as demais no surtiro o efeitodesejado.
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Procurando a Cura
A procura da cura, das sadas, a luz no fim do tnel, exigem
uma longa caminhada e certamente nunca fcil.Em primeiro lugar, o depressivo tem que se conscientizar
do amor por si mesmo. Em segundo, sair da mesmice quequalquer especialista mdico o indicado para o seu caso. Nomximo podero encaminh-lo para os psicoterapeutas capazesde mostrar o que fazer.
Pessoas do relacionamento do depressivo ho de notar que
o ambiente ao seu redor est comprometido. E se no puderem,pessoalmente, tomar alguma atitude, que peam ajuda. Oimportante deter a bola de neve que est se formando.
O paciente tem que acreditar ser ele um tesouro nouniverso. Sentir-se amado; amparado. Atentar que as
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"outros" a impedi-lo de fazer uso deles. Na hora certa seumdico poder ministrar-lhe apenas doses de manuteno, oumesmo se poder deixar de tom-los, marcar consultas de rotina.
A essa altura, voc j ter entendido o quanto valeu a penapassar por cima dos preconceitos e ter uma qualidade de vidamelhor.
Em suma, a doena sua e cabe a voc assumi-la. umabandeira que outra pessoa no poder carregar. No mximo, elapoder compartilhar com voc dessa sua viagem.
Como o terapeuta pea chave nos distrbios decomportamento, o leigo pode ser levado a pensar que ele s
cuida das "neuras" da vida. E que seu quadro de tristeza,independente da fase de durao e intensidade, no seja dacompetncia desse especialista. As metodologias de tratamentopodem at se confundir, mas no seu caso, o motivo adesorganizao dos neurotransmissores cerebrais e se notratados convenientemente, seqelas podero dar origem aoutros distrbios de probabilidades catastrficas - iguais ou
maiores que uma depresso.A reordenao dos seus neurnios exigem a assistnciamdica e teraputica especializadas. Voc poder estranhar aaparente frieza desses profissionais, aptos a cuidarem de voc,sem envolvimentos emocionais.
Seja qual for o caminho escolhido para se ajudar, fiqueatento para embarcar na primeira oportunidade para o caminhoda vida normal.
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Para Manter seus Crculos Afetivos
Avalie como andam seus relacionamentos, seja em casa, nasociedade, no seu trabalho (lembre-se que por oito horasteis/dirias, voc convive com esses colegas). Alguma coisamudou? At que ponto voc aquilata a sua tristeza? Se sente s,abandonado? O que fez para que as pessoas se afastassem devoc? O seu humor despenca das nuvens para o cho e vice-versa? Na troca de apenas algumas palavras j sentenecessidade de agredir o seu interlocutor? Ou j no existedilogo? Seu mundo est mudo? Pare e pense: o que voc temfeito para manter os seus relacionamentos? Nada? Voc estamargo e a vida no tem sentido. O que os outros vo querercom a sua amizade, o seu amor, sonhos? Como compartilhar o
que voc no tem para dividir?Encheria pginas e pginas de perguntas para as quais vocs teria uma resposta no tenho feito nada para cultivar o meulado afetivo. Quando muito, poder responder: tenho tentado,mas me falta nimo, autocontrole. Assim voc vai ficando cada
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vez mais s. Os crculos dos quais estou falando so comoplantas. Se voc no regar, morrem. E no sero fceis de seremreconstitudos. Afinal, voc est lidando com o que h de mais
caro na sua existncia, depois da prpria sua vida.Seus bens materiais, voc no levar quando morrer. Presteateno que caixo no tem gaveta. Mas, os sentimentos, esses,mesmo depois da sua partida, ou de outrem continuaro, nasaudade, nas lembranas.
O pior que poder ocorrer ser voc ter que tentarreconstitu-los, depois que a sua alegria de viver voltar. Ocasamento se desfez em casquinhas. Voc j no tem o carinho
da pessoa amada. Seus filhos no se fazem presentes; seusamigos se afastaram. Guardaram de voc a imagem de umapessoa amarga, presa em sua prpria essncia. E parareconquistar esses entes queridos, voc vai ter que lutar e poucosentender suas grosserias, seus atos impensados.
No vejo outra sada para evitar suas bruscas mudanas,que no o auxlio teraputico. Com as suas orientaes e
remdios moderadores ou equilibradores de comportamento,muito mal-estar poder ser evitado.Amizades, amor, novos crculos de relacionamentos, no
so fceis de se constiturem. Exigem uma infra-estrutura paratrocas e no podem surgir do nada.
Entenda que palavras podem machucar mais que umaagresso fsica. Cicatrizes podero ficar gravadas, por mais quevoc tente amenizar o quadro. E nada mais poder ser comoantes.
Na recuperao da sua vida, as pessoas ho de ser muitoimportantes. Voc poder sentir como seria mais fcil sepudesse contar com a ajuda de fulano ou de ciclano. No entanto,
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por um tempo voc se alienou e os demais podem terinterpretado como pouco caso da sua parte. E como explicar oinexplicvel? Como recompor essas amizades, seu amor? O
perdo pregado principalmente da boca para fora. Assim quemestar disposto a lhe perdoar? Durante esse tempo, voc seconscientizou dentro de seu quadro de autopiedade, que se vocquisesse alguma coisa, teria que se safar pelos seus prpriosmeios. Se mandasse ou pedisse, poderia no surtir resultado.Mas voc esqueceu de analisar que a vida dos demais viventestambm estava em andamento e eles no podiam parar paraesper-lo. Voc se magoou, e acha-se abandonado por isso.
A sua tendncia a de generalizar que todos se voltaramcontra voc, e a pergunte-se, h quanto tempo j no procuramais aquele velho amigo de longas datas? Pode ser que o tenhavisto ou se comunicado com ele antes que a depresso oacometesse. Talvez um simples telefonema poder restabelecer asituao. bom constatar antes de generalizar. Se por umacausalidade encontrar um amigo, poder aquilatar que o sentido
de rejeio s da sua parte. Os que o rodeiam e que oacompanham de perto so os mais provveis de sentirressentimentos com relao a sua pessoa. Mas no seu balanoafetivo, depois que tudo estiver de volta ao normal, voc atagradecer por ter se afastado de alguns. Foi preciso acontecer oinevitvel para que voc as visse por inteiro. Para aquelas aquem o convvio lhe faa falta, recorde que perdo foi feito parapedir e para dar. Vena essa barreira. Os crculos provavelmenteiro retornando e certamente algumas baixas havero deacontecer, umas mais, outras menos sentidas. As mais,representaro mais que uma perda financeira, ou um bemmaterial. Da insistirmos na preservao ou tentativa de
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manuteno dos relacionamentos de uma forma equilibrada paraque voc no se arrependa depois.
No captulo Os iguais se atraem, abordei o assunto, mas
no demais repeti-lo. Figurativamente falando, em seu vale delgrimas, de uma forma ou de outra, voc tende a se aproximarde outros depressivos. Na sua situao, j tem problemas desobra, ainda tem que escutar e muitas vezes tentar resolver osalheios. Antes voc era um elo achado nos momentos de afliodos seus amigos, dos seus familiares. Agora, mesmo no estadoem que voc se encontra, essas pessoas nos momentos dedesespero, no recordaro disso e continuaro a procur-lo. Isso
no o poupar de eventuais pedidos de ajuda e mesmo de ao.Pondere e se ame antes de tomar qualquer iniciativa. Sejaegosta. Se a sensibilidade dos outros no suficiente paraentender o seu estado de esprito, eles no perdero aoportunidade de continuar a se apoiar nos seus j frgeisombros, antes to fortes. No procure dar o que no tem, seunimo est enfraquecido. Explique-se de forma tal a no afastar-
se daqueles que sempre confiaram na sua pronta ajuda. Sejadiplomaticamente correto. O egosmo sugerido no sentido dese preservar, de no sofrer mais do que est sofrendo. poupar-se de emoes passveis de serem evitadas, nesse momento emque a busca do seu equilbrio to necessria.
O altrusmo nessa altura do campeonato no deve ser apea chave em seu contexto. Somos o que "piscamos" paraaqueles que nos cercam e para muitos, somos como faris, sendoque de momento voc no est em condies de iluminarcaminhos. Muito pelo contrrio, est procura nem que seja deum raio de luz para si mesmo.
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A natureza nos mostra que as rvores tm razes queservem como que pra-raios para escoarem as descargaseltricas. Faa e recomende, encostar a uma, que mal no lhe
far, pois as cargas negativas se escoaro atravs desse contato.
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Para Manter seu Trabalho
Em meio a outras colocaes o assunto j foi abordado demaneira mais indireta, mas primordial fazer-se a pergunta: omeu trabalho me interessa de fato? No ser ele a causaprincipal dos meus problemas? Poderei sobreviver sem ele?Uma reciclagem no seria interessante para mant-lo? A procurade uma outra atividade no mais aconselhvel?
Faa sua anlise particular e com o seu terapeuta, quemestar prejudicando quem. O seu trabalho a voc, ou voc a ele?Se voc a causa, tente de toda forma se readequar a ele, pois
como o desemprego e a competio dos dias de hoje sograndes, no podemos ignorar que no seu estado, s tender alevar desvantagens, relativamente queles que esto bem e nopreo.
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Se nas perguntas iniciais voc se concientizou que no termeios de sobrevivncia sem o que faz e no tem outra opopara outro reincio, alie-se aos remdios e aos terapeutas.
Troque-os se necessrio. Encare os fatos como possveis e nocomo passveis de serem resolvidos.No desempenho das suas tarefas, voc lida com
equipamentos que exigem ateno, ou agilidade na operao? Oseu mdico ter que saber para adequar a medicao a essemanuseio, ou mesmo afast-lo, enquanto no tenha condies.Observe-se, como esto a sua destreza, a sua ateno, os seusreflexos, a produtividade. Escute as consideraes que lhes
sejam feitas, todos so indcios para no acontecerem fatosdesagradveis e no sendo possvel voc executar suas tarefashabituais, tente uma mudana temporria nos seus afazeres.Afastamentos s devem acontecer em ltimo caso e a volta aoque habitualmente voc executa, s quando estiver apto. Eviteao mximo os pedidos constantes de licenas e nesse tempo, nouse as folgas facultativas desnecessariamente. Voc poder
precisar delas mais frente. Caso voc ainda no fez umaautocrtica, outros podem faz-la. Basta no valorizar aassiduidade, o desemprego, a cordialidade para com os colegas,e voc sabe, a fila de interessados em sua vaga imensa.Portanto, no despreze os detalhes que no final podem contarpontos.
Nem sempre somos ligados s Leis Trabalhistas, mas elascontm nuances, detalhes que antes nos pareciam suprfluos.Mas, nesse momento, indispensvel que os valorizemos e osentendamos. Para isso, procure ler sobre o assunto e se informar,at onde vo os seus direitos. Informe-se de pormenores,
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entrelinhas, inclusive assegure-se deles. Faa consultas junto aoseu sindicato, a profissionais que entendam.
Por vezes vemos o chefe, o patro como viles, e nem
sempre vamos estar em estado de autocriticar-nos e concluirmospela nossa culpabilidade nos problemas com o trabalho. O ditopopular, "a corda sempre arrebenta do lado do mais fraco" verdadeiro. Compulsivamente, somos levados a tomar partido dens mesmos, mas ser que estamos certos? No foi falha nossa?Nesse sentido bom sabermos junto aos nossos superiores comoanda o nosso desempenho no servio e reflita se possvel umamelhora, ou se estamos aqum dessa expectativa devido ao
nosso estado.Seus colegas por certo esto achando-o diferente, mas no
tm idia da sua turbulncia interior. No necessrio que osaibam, a no ser os mais ntimos. Hoje a medicina capaz deajud-lo a camuflar os sintomas e mais uma vez repito, noestou pedindo ou induzindo voc a mentir e sim, tanto quantopossvel, omitir.
A tristeza por si s, talvez no lhe tenha causado sintomasaparentes e lhe seja difcil guardar s para voc o que est sepassando. Como a depresso muito complexa e difcil de sercompreendida, os profissionais da medicina que no momento lhetratam, no so vistos pela maioria como os maisrecomendveis. Se reserve. Sempre haver algum para tocar naferida. Seja cauteloso em seus desabafos e em sua maneira deagir. O momento assim exige.
Se alguma das perguntas iniciais no puder ser respondidade imediato, no se apresse em faz-lo. Deixe para quando osproblemas estiverem sob controle. Tambm analise onde voc seenquadra e quais as solues a tomar.
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Observe se no est chegando atrasado ao seu trabalho. Seno est se ausentando com muita freqncia, ou mesmo saindomais cedo. O dormir poder estar sendo um canal de fuga, a ida
ao bar da esquina... Aqui dou uma parada maior. Voc noestar bebendo demais, e mesmo durante o horrio deexpediente? Mesmo que no esteja fazendo
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