RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA E N L A REBELIÓN C R I S T E R A :
E L C A S O D E L O S G O B I E R N I S T A S D E V I L L A G U E R R E R O , J A L I S C O *
Robert D. SHADOW
Universidad de las Américas
María J . RODRÍGUEZ-SHADOW
Instituto Nacional de Antropología e Historia
INTRODUCCIÓN
ERA MUY TEMPRANO — las estrellas aún no cedían su d o m i n i o
sobre el cielo ja l i sc iense— cuando M a n u e l L e y v a , ranchero
de m e d i a n o cauda l y secretario " p e r p e t u o " del ayunta
m i e n t o de V i l l a G u e r r e r o , se levantó e inició los prepara t i
vos p a r a su viaje. E r a el 12 de febrero de 1925, día febrer ino
de l a G u a d a l u p a n a . Pe ro p a r a e l au tod idac ta " i n t e l e c t u a l "
y " l i b e r a l " L e y v a , i m p u l s o r del secular i smo y enemigo del
" f a n a t i s m o " , ese jueves no podría habe r tenido m u c h o sig
n i f i cado re l igioso. D i p u t a d o del P a r t i d o M u n i c i p a l L i b e r a l
V i c e n t e G u e r r e r o , y d i rec tor de l a E s c u e l a O f i c i a l p a r a
Niños 1 —puesto que le había colocado en el centro de u n
to rmen toso y cont rover t ido debate en l a c o m u n i d a d — M a
n u e l e r a pa r t ida r io del gob ie rno , político act ivo fichado
c o m o "p ro t e s t an t e " por a lgunos y an t ic le r ica l p o r casi todos
* Agradecemos al Instituto de Estudios Avanzados de l a Un ive r s idad
de las Américas, en Puebla , el apoyo financiero y administrat ivo para la
realización de este artículo. L a Na t iona l Science Founda t ion , en Estados
U n i d o s , financió el trabajo de campo durante el cual se recopiló la infor
mación presentada en este documento. Grac ias también al doctor P h i l C .
W e i g a n d y a los dictaminadores anónimos por sus valiosos comentarios
al bor rador in ic ia l . 1 O f i c i o núm, 2, 3 de agosto de 1924, y oficio núm. 182, 4 de febrero
de 1925; A r c h i v o M u n i c i p a l de V i l l a Guer re ro .
HMex, X L i l l : 4, 1994 657
658 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
los demás . 2 Había desempeñado u n pape l destacado en l a
l u c h a que logró l a independenc ia m u n i c i p a l pa ra V i l l a
G u e r r e r o pocos años antes, en 1921, y se dice que era él
q u i e n más se esforzaba que el n o m b r e de l n u e v o m u n i c i p i o
fuera c a m b i a d o de E l Sal i t re de G u a d a l u p e a V i l l a G u e r r e
ro , l og rando de esa m a n e r a no sólo b o r r a r de los mapas of i
ciales l a fea referencia al sabor del agua del luga r , s ino t a m
bién sust i tuir a l a sacra pa t rona de l a an t igua t o p o n i m i a con
u n héroe secular.
Así , l a razón por l a que M a n u e l m a d r u g a b a esa fría m a
ñana no era l a de c o n m e m o r a r fechas rel igiosas n i r end i r
cu l to a l guada lupan i smo . Tenía asuntos que atender en l a
cabecera relacionados con l a operación de l a con t rover t ida
E s c u e l a O f i c i a l , y tenía que estar allí a p r i m e r a ho ra . N o d i
l a t aba c o n los quehaceres cot id ianos . U n a vez ensi l lado su
caba l lo y enfundada su pis tola , se despidió de su mujer y sa
lió aún a oscuras de su rancho (Ciénaga de San ta C r u z )
r u m b o a l a escuela, a unas tres o cuatro horas de d is tanc ia .
A l m e d i o día todavía no l l egaba a su dest ino. E n t r e l a
gente que le esperaba creció l a preocupación, y dec id ie ron
m a n d a r a buscar lo . Pero no ha l l a ron n a d a de nada . L a tarde
se h i z o noche, y pau la t inamente se i b a n d a n d o cuenta de
que M a n u e l L e y v a n u n c a llegaría. E n los días siguientes los
munícipes repor ta ron el suceso a las autor idades en G u a d a -
la ja ra , y o r g a n i z a r o n cuadr i l las p a r a rastrear el c a m p o .
T o d o en v a n o . E l paradero de M a n u e l L e y v a quedaría en
el mi s t e r io p a r a s iempre, y jamás se encontró pis ta de él, de
su caba l lo , o de su m o n t u r a , y n u n c a se supo a c ienc ia c ier ta
de su suerte. 3
S i n embargo , todo el m u n d o se figuró que L e y v a había
s ido víctima de u n h o m i c i d i o , y hasta l a fecha se cuenta que
2 E n 1918 L e y v a había sido nombrado " A g e n t e Propietar io de Información y Propaganda Agrícola" por el gobierno estatal (Oficio fechado el 29 de agosto de 1918, A r c h i v o M u n i c i p a l de V i l l a Guerrero) .
3 O f i c i o núm. 210, d i r ig ido al J u e z M e n o r , 14 de febrero de 1925, A r c h i v o M u n i c i p a l de V i l l a Guer re ro . Tes t imonio de la v iuda de M a n u e l L e y v a . A lgunas versiones de l a historia oral señalan la fecha de la desaparición de L e y v a como el 1 - de septiembre de 1925 ( M a u r i l i o García-Ro-bert Shadow, 1- de mayo de 1976).
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 659
fue " e n g a ñ a d o " p o r u n a mujer , q u i e n lo condujo a l a m u e r
te en u n a emboscada t end ida p o r uno o más adeptos de l a
Asociac ión de Padres de F a m i l i a , g rupo ident i f icado c o n
l a Ig les ia y fuertemente opuesto a l a educación secular pro
m o v i d a po r L e y v a y otros oficiales y sectores de l a c o m u
n i d a d . 4
L a desaparición de M a n u e l L e y v a causó g ran c o n m o c i ó n
entre l a gente; a lgunos l a l amen ta ron , otros s in d u d a l a fes
tejaron. P e r o el evento tenía poca t rascendencia más allá de
l a órbita netamente loca l . A l fin y al cabo, tales desapar ic io
nes y emboscadas son legendarias en l a ríistoria r u r a l m e x i
cana : son el p a n de cada día.
L a razón de e x a m i n a r este suceso, entonces, no reside
tanto en el hecho en sí, s ino en que sirve c o m o u n vehículo
conveniente p a r a subrayar l a presencia en el escenario r u r a l
de u n g rupo de actores sociales que a m e n u d o h a n sido sos
layados en l a l i t e ra tu ra sobre l a rebelión cr is tera de 1926-
1929: los m i e m b r o s de las comunidades locales que repre
sentaron, a p o y a r o n o p r o m o v i e r o n las políticas del gobie rno
e n el agi tado per iodo poscarrancis ta . ¿ Q u é t an numerosos
fueron estos grupos? , es difícil saberlo, pero c o m o veremos ,
M a n u e l L e y v a no era u n p r o m o t o r sol i tar io de l p r o g r a m a
secular , y las c i rcuns tancias de su ocaso sub rayan l a existen
c i a de impor tan tes d iv is iones dentro de l a c o m u n i d a d . E s a
i m a g e n de u n a población fuertemente d i v i d i d a en cuanto a
l a cuestión de l a educación l a i ca — y por extensión, sobre el
pape l de l Es t ado en l a sociedad c i v i l — contras ta poderosa
mente c o n l a noción de que los pueblos de l occidente de
M é x i c o cons t i tuyeron u n b loque sólido y s in fisuras, u n i
fo rmemente opuestos a l a secularización y a las políticas de l
gob ie rno .
Este d r a m a , c o n toda su v io l enc i a ve lada , mues t r a y s in
tet iza, en f o r m a elocuente, l a creciente tensión y el confl icto
4 N o fue hasta cinco años más tarde que se dictó l a orden para apre
hender a los presuntos responsables de la " m u e r t e " de L e y v a , pero hasta
donde sabemos nunca se llevó a j u i c i o a n inguno de los acusados (Orden
de aprehensión a J u a n Félix, el grande, y María de Jesús Are l l ano expedi
da por el J u e z M e n o r de Bolaños, 27 de agosto de 1930).
660 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZSHADOW
social que se estaban f raguando en el m u n i c i p i o duran te los
años veinte en to rno a l a crisis Igles ia-Estado, confl icto na
c iona l que a n i v e l loca l se expresó sobre todo en términos de
la cuestión de l a educación secular. L a polémica y las ene
mistades que resul taron en l a " m u e r t e " de L e y v a tenían v a
rios años cocinándose, c o n los " l i b e r a l e s " y los padres de fa
m i l i a dándose golpes y contragolpes .
A p r inc ip io s de l a década los s impat izantes de l a A s o c i a
ción, preocupados po r el ca r i z " s o c i a l i s t a - c o m u n i s t a " de los
gobernantes estatales y federales, habían q u e m a d o pública
mente los l ibros de texto de l a escuela of ic ia l , c o m o protesta
po r las corrientes secularizantes y po r lo que ellos cons idera
r o n los "a taques a l a m o r a l i d a d y a l a re l igión" p r o m o v i
dos por los " r e v o l u c i o n a r i o s " nacionales y l levados a l a
práctica p o r los " l i b e r a l e s " locales. E l v i c a r i o p a r r o q u i a l de
V i l l a G u e r r e r o , R a m ó n Pérez V i r a m o n t e s , desempeñó u n
pape l ca ta l izador en este m o v i m i e n t o , o r g a n i z a n d o a los pa
dres de f a m i l i a pa r a oponerse a l a d i rec tora de l a E s c u e l a
O f i c i a l de Niños , N i c o l a s a S a l a m a n c a . 5 L a d i spu ta se tornó
más ena rdec ida cuando los munícipes r e spond ie ron c o n el
c ierre de las escuelas " p a r t i c u l a r e s " (parroquia les) , e h ic ie
r o n va ler l a legislación r equ i r i endo el registro de los sacerdo
tes y el i nven ta r io de los bienes eclesiásticos. E n respuesta,
el j u e z de paz y al legado de L e y v a , Andrés A r t e a g a , fue apa
leado y amenazado de muer te por var ios de los padres de fa
m i l i a si c o n t i n u a b a apoyando al gob ie rno . Después de recu
perarse de l a go lp i za , A r t e a g a y su f a m i l i a a b a n d o n a r o n el
m u n i c i p i o . 6 V i n o e l " a s e s i n a t o " de L e y v a , y el c l i m a so
c ia l continuó empeorando , a l imentado no sólo po r l a po
larización de posiciones entre los padres de f a m i l i a y los
" l i b e r a l e s " , s ino también por el deter ioro económico gene
ra l i zado del país y las luchas p o r tierras y poder entre var ias
facciones de las élites locales y sus seguidores.
Así , cuando estalló l a rebelión cr is tera a fines de 1926, V i
l l a G u e r r e r o y a e ra u n pueb lo d i v i d i d o no sólo económica
mente en r icos , pobres y " m á s p o b r e s " , s ino también políti-
5 Padre Nicolás Valdés-Robert Shadow, 31 de agosto de 1976. 6 M a u r i l i o García-Robert Shadow, 1 - de mayo de 1976.
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 661
camente en "fanát icos" , " s o c i a l i s t a s " y " n e u t r a l e s " , y en
donde destacadas parentelas habían tejido entre ellas y sus
respectivos clientes, complejas redes sociopolíticas de a l i an
za y de oposición que se expresaron y se def in ieron en torno
a sus relaciones con l a t ie r ra , el ganado, los negocios, los
m a t r i m o n i o s , el c o m p a d r a z g o y los puestos mun ic ipa l e s .
E n fin, más que ser u n m o v i m i e n t o que se ap rovechaba
de l a so l ida r idad social de l a c o m u n i d a d y a l a vez l a p r o m o
vía, l a C r i s t i a d a en V i l l a G u e r r e r o se desarrolló en m e d i o
del facc iona l i smo, l a diferenciación económica y el d i v i s i o -
n i s m o político. E l cierre de los templos , en 1926, no superó
estas fracturas y an tagonismos . N o todos se l evan ta ron en
señal de protesta, los l iberales no fueron expulsados del
pueb lo y , en general , sería difícil caracter izar l a C r i s t i a d a en
el m u n i c i p i o c o m o u n a ins tanc ia que logró " l a unión social
y l a c o n c o r d i a " 7 p o r med io de u n a l u c h a contra el gobierno.
H a c e var ios años, el t e m a de l a d ive r s idad de respuestas
a l a C r i s t i a d a fue abordado p o r R a m ó n Jrade , q u i e n l lamó
l a atención sobre l a ca renc ia de u n enfoque c o m p a r a t i v o de
los s ignif icados, causas y mot ivos de l a C r i s t i a d a med ian te
u n a metodología que contras tara los cristeros con los no cris-
teros. J r a d e observó que l a preocupación de los inves t igado
res se había centrado en los que se a l za ron , y que se había
hecho a u n lado l a consideración de los grupos , poblados y
regiones c u y o apoyo a l m o v i m i e n t o fue mín imo o n u l o .
Según J r a d e , esta situación d i f i cu l taba l a tarea de j u z g a r l a
u t i l i d a d o el v a l o r de las dist intas hipótesis y conclus iones
propuestas acerca de l carácter de l m o v i m i e n t o . 8 F r i e d r i c h
K a t z , en su reciente estudio compara t i vo de los levan ta
mien tos y rebel iones rurales en M é x i c o h i zo eco a este m i s
m o pun to c u a n d o comen tó que: " U n a m a n e r a de entender
p o r qué l a gente se rebe la es c o m p a r a r l a con otros que bajo
c i rcuns tancias pa rc i a lmen te s imi lares no se r e b e l a n " . 9
P a r a l a C r i s t i a d a esta tarea apenas emp ieza . N o se conoce
b i e n n i l a extensión n i l a distribución geográfica de las co-
7 M E Y E R , 1974, p . 259. 8 J R A D E , 1985. 9 K A T Z , 1988, p. 9. Traducción nuestra.
662 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
m u n i d a d e s no rebeldes, y se sabe aún menos de las cond ic io
nes socioeconómicas y políticas que d i s t i ngu ie ron a éstas de
las cristeras. S i n e m b a r g o , se h a demost rado que aún en el
estado de Ja l i s co , bastión del l evan tamien to , no todas las
áreas n i todos los grupos sociales en el in te r io r de ellas res
p o n d i e r o n de m a n e r a homogénea a l a l l a m a d a a las a rmas .
A p a r t e de los casos de V i l l a G u e r r e r o —que ana l izaremos
después— y de los gobiernistas de A m e c a , J a l i s c o , es tudiado
p o r el m i s m o J r a d e 1 0 se sabe que l a c o m u n i d a d de Caña
das, enc lavada en los A l t o s de J a l i s c o , combat ió a los criste-
ros a tal grado que aún es c o n o c i d a c o m o u n pueblo de " m a
t a - c u r a s " . 1 1
L a existencia de éstas (y otras cuantas) comun idades no
cristeras en u n paisaje cr is tero nos remi te a p lantear las pre
guntas obvias : ¿Por qué no se rebeló esta gente? ¿ Q u é facto
res existían en estos poblados que desalentaron el levanta
mien to? A u n q u e se h a d i cho bastante acerca de las fuerzas
y mo t ivos que i m p u l s a b a n a l a gente a l a sedición, se h a n
cons iderado m u y poco aquellas condic iones y mot ivac iones
que favorec ieron l a neu t r a l i dad o de p l ano l a adopción de
posic iones gobiernistas o ant icr is teras. P o r ejemplo, u n a
de las hipótesis más d i fund idas entre los invest igadores es
que los rebeldes se l evan t a ron po r " m o t i v o s r e l i g io sos" , en
t end ido esto c o m o u n a reacción a l " m a l g o b i e r n o " que
había ocas ionado l a suspensión del cu l to , el c ierre de las igle
sias y a l a i m p o s i b i l i d a d de r ec ib i r los sacramentos . 1 2 S i
aceptamos l a idea de que l a gente se levantó p o r mot ivos re
l ig iosos , debemos hacernos las siguientes preguntas: ¿por
qué no ope raban estos mo t ivos de m a n e r a un i fo rme en toda
1 0 F^amón J rade , "Peasant R e b e l l i o n and Counter revolu t ion i n Méx
ico: Pa i red and Con t ro l l ed Compar i sons i n the Study of Cr is tero and
Revolu t ionary C o m m u n i t i e s " , ponencia presentada en la Seventh A n n u a l
M e e t i n g of the Social Science H i s t o r y Associa t ion . B looming ton , India
na , 1982, citada en J R A D E , 1985. 1 1 Es interesante notar que Cañadas comparte ciertas características
sociohistóricas con V i l l a Gue r r e ro , inc luyendo el hecho de ser u n pueblo
relativamente joven; ambos fueron erigidos en mun ic ip io y elevados a pa
r roqu ia sólo a pr incipios de este siglo, R U E D A , 1980, pp. 114 y 116. 1 2 M E Y E R , 1989, pp. 6-7
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 6 6 3
l a población? ¿Por qué los grupos y poblados gobiernistas no
r e spond ie ron a estos m i s m o s " m o t i v o s re l ig iosos"? ¿Fueron
m e n o s rel igiosos, menos católicos, menos creyentes o menos
devotos de l a Iglesia que sus vecinos? Y si éste fuera el caso
(y que se p u d i e r a demostrar ) , tendríamos que considerar
todavía las razones que exp l i can p o r qué no aceptaron las
ideas o prácticas dominan tes . E n c a m b i o , si no puede de
most rarse u n a diferencia en el fervor , en l a práctica o en el
c o m p r o m i s o rel igioso católico entre las comunidades coste
ras y las no costeras, tenemos que preguntarnos : ¿por qué
éstas no ab raza ron l a causa cr is tera c o n l a m i s m a fuerza y
convicc ión que sus he rmanos católicos cristeros? ¿ Q u é otros
factores i n t e rv in i e ron p a r a exp l i ca r el compor t amien to de
los católicos ant icr is teros? 1 3 ¿ Q u é es lo que exp l i ca l a pre
sencia y e l re la t ivo poder social de los l l amados " l i b e r a l e s "
en unas comun idades y no en otras?
E n el caso del pueblo alteño de Cañadas, queda claro que
los habi tantes de éste compartían las m i s m a s prácticas, es
t ruc turas y creencias sociorrel igiosas que l a gente de los po
b lados cristeros, y sufr ieron l a m i s m a crisis ecológico-
e c o n ó m i c a que azotó a toda l a reg ión . 1 4 R u e d a exp l i ca l a
h o s t i l i d a d de l a gente de Cañadas h a c i a los cristeros, no en
términos de su he te rodoxia re l ig iosa s ino en términos de l pa
pe l de l c u r a en l a v i d a c o m u n i t a r i a . Según R u e d a , " l a poca
participación de l sacerdote en las decisiones de l pueblo o r i
ginó e n éste u n a cier ta incons i s tenc ia ideológica en relación
c o n e l ca to l ic i smo y con los intereses de l a Iglesia; al no po
der ser m o v i l i z a d o s con p r o n t i t u d , los pobladores de Caña
das se m a n t u v i e r o n p a s i v o s " y even tua lmente , por los des
pojos y vejaciones perpetradas p o r las bandas cristeras, se
c o n v i r t i e r o n en " f u r i b u n d o s a n t i c l e r i c a l e s " . 1 5 A u n q u e esta
interpretación, p o r l a i m p o r t a n c i a que as igna a l vo luntar i s
m o y a los factores exc lus ivamente locales, d is ta de l a que
nosotros p roponemos más adelante p a r a el caso de V i l l a
G u e r r e r o , sí mues t r a c ó m o cond ic iones par t iculares sociales
1 3 M E Y E R , 1 9 8 9 , p. 3 . 1 4 D Í A Z y R O D R Í G U E Z , 1 9 7 9 . 1 5 R U E D A , 1 9 8 0 , pp. 1 1 7 y 1 1 8 .
664 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
no re lac ionadas c o n las creencias o prácticas doctr inales
afectaron l a decisión de rebelarse . 1 6
V e m o s , que u n a vez que adoptamos u n a perspect iva de
comparac ión y que inco rporamos a los gobiernistas y a los
pacíficos c o m o actores impor tantes (no tangenciales) en
nuestro análisis, surgen u n conjunto de interrogantes de i n
terés que abren nuevas vertientes de investigación y que
sugieren l a neces idad de anc la r y con tex tua l iza r , más firme
mente en sus espacios políticos y mater ia les , las expl icac io
nes basadas en los " m o t i v o s r e l i g io sos " .
D e hecho, J r a d e cuest iona esta hipótesis a rgumen tando
que el factor rel igioso —conceb ido c o m o el deseo de defen
der l a fe y l a Iglesia católica con t ra las políticas anticlericales
de los gobiernos l iberales y r e v o l u c i o n a r i o s — es insuficiente
(pero no necesar iamente equivocado) por sí m i s m o p a r a ex
p l i c a r l a participación en l a C r i s t i a d a . S u posición se d e r i v a
del análisis c o m p a r a t i v o de A m e c a c o n el centro cristero de
los A l t o s de J a l i s c o . D a d a l a d i f i cu l t ad , si no l a i m p o s i b i l i
d a d , de p r o b a r que los habitantes de estas dos regiones con
t ras taban s ignif ica t ivamente en términos de su c o m p r o m i s o
re l ig ioso , J r a d e conc luye que l a t o m a de u n a posición go
b ie rn i s t a o cr is tera y l a consiguiente acción r u r a l colec t iva
"pod r í a haber surg ido debido a condic iones y desarrollos lo
cales y de l impac to divergente de l a consolidación de poder
r e v o l u c i o n a r i o sobre formas específicas de organización co
m u n i t a r i a r u r a l " . 1 7
E n general , esta tesis respalda los p lan teamientos rea l iza
dos p o r Andrés Fábregas, otro de los disidentes de l a inter
pretación re l ig iosa . E n su estudio sobre l a evolución social
de los A l t o s de J a l i s c o , Fábregas sostiene que l a idea de u n a
gue r ra i n s p i r a d a en mot ivos rel igiosos oscurece las rea l ida
des e intereses políticos que existían detrás de l l evan tamien -
1 6 N o es aplicable a V i l l a Guer re ro l a idea —propuesta por R u e d a
para Cañadas— de que la ausencia de u n apoyo fuerte y temprano a los
cristeros se debe a l a lent i tud del sacerdote en organizar a l a gente. C o m o
se ha dicho antes, los sacerdotes en V i l l a Gue r r e ro fueron m u y activos,
años antes del cierre de los templos, para denunciar las actividades de los
" l i b e r a l e s " y en apoyar a los padres de fami l ia . 1 7 J R A D E , 1985, pp. 65-66. Traducción nuestra.
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 665
to y que , según él, tenían que ve r c o n u n a l u c h a po r e l pode r
entre distintos grupos sociales en l a época posrevolucionar ia . 1 8
E n este ensayo e laboramos las ideas propuestas p o r J r a d e
y F abre gas, o torgando atención especial no tanto a los cr is-
teros s ino a las élites de u n a población loca l que c o n sus
clientes y al iados a p o y a r o n a l gob ie rno . Analíticamente,
ofrecemos u n a explicación del c o m p o r t a m i e n t o de estos g ru
pos que p r i v i l e g i a los factores políticos y económicos c o n l a
intención de ident i f icar el conjunto de m i c r o y macroproce -
sos que en t r a ron en j uego en su decisión de al iarse c o n el go
b i e r n o . S i g u i e n d o l a idea de J r a d e , nos cen t ramos en el nexo
e s t ado -comun idad , o más b i e n , en el nexo estado-élite l oca l ,
y en l a m a n e r a en que ciertos cond ic ionamien tos socioeco
nómicos locales — q u e en e l caso de V i l l a G u e r e r r o t o m a r o n
l a f o r m a de u n a doble l u c h a p o r el d o m i n i o de las t ierras i n
dígenas y p o r l a autonomía política m u n i c i p a l — se a r t i cu la
b a n históricamente c o n l a política de l gob ie rno cent ra l de tal
f o r m a que l a élite loca l —cuyos m i e m b r o s e ran , en su m a y o
ría, católicos— decidió que sus intereses mater ia les es taban
mejor servidos defendiendo a l gobie rno que apoyando a los
cristeros.
D e este m o d o esperamos c o n t r i b u i r no sólo a u n entendi
m i e n t o más m a t i z a d o de l a "hipótesis r e l i g i o s a " , s ino t a m
bién ar ro jar l u z sobre u n p r o b l e m a poco d i scu t ido en l a l i te
ra tu ra : ¿por qué las dist intas oligarquías locales a b r a z a r o n
posturas políticas y mi l i ta res divergentes duran te l a C r i s t i a
d a ? , 1 9 p o r e jemplo , sub raya l a u n i d a d que existía entre l a
oligarquía alteña y el c lero , mient ras que M e y e r 2 0 mues t ra ,
cor rec tamente según nosotros, c ó m o los " r i c o s " de l a z o n a
norte de J a l i s c o —que abarca unos d iez m u n i c i p i o s , i n c l u
yendo a V i l l a G u e r r e r o — tendían a apoya r a l g o b i e r n o . 2 1
1 8 F Á B R E G A S , 1979, p . 62; 1986, pp. 194 y siguientes. 1 9 F Á B R E G A S , 1986, pp . 182-196.
2 0 M E Y E R , 1974. 2 1 V a l e mencionar que l a discusión de l a oligarquía alteña, de su
composición y de su postura durante l a Cr i s t i ada , resulta u n poco confuso
tanto en el análisis de Fábregas como en el de D Í A Z y R O D R Í G U E Z , 1979.
A u n q u e Fábregas dedica varias páginas a mostrar l a estrecha relación que
existía entre " l a iglesia local y las instituciones políticas loca les" , F Á B R E -
6 6 6 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
S i n emba rgo , no se h a n exp lo rado , de m a n e r a concre ta , las
razones que pueden exp l i ca r por qué los dist intos represen
tantes locales de las clases terrateniente y c o m e r c i a l a sumie
r o n acti tudes contrastantes frente a l estado n a c i o n a l duran te
l a C r i s t i a d a .
P e r o el c o m p o r t a m i e n t o de l a élite r anchera de V i l l a
G u e r r e r o no es l a única (aparente) anomalía. H a c e años,
E r i c W o l f , 2 2 en su estudio compara t i vo de las guerras c a m
pesinas de l siglo X X , a rguyo que u n a de las condic iones que
favorecían l a participación de l a gente ru ra l en los m o v i
mientos a rmados era su " m o v i l i d a d táctica", es deci r , su re
l a t i va segur idad de l a represión estatal de r ivada de su pos i
ción geopolítica m a r g i n a l o f ronter iza . A p r i m e r a v i s ta ,
V i l l a G u e r r e r o , u b i c a d a en u n a de las regiones menos desa
rrol ladas y más apartadas de l estado, lejos de l fe r rocar r i l y
a r r i nconado a l pie de l a S i e r r a M a d r e O c c i d e n t a l , c u m p l e
c o n estos requis i tos . C o n f o r m e a las nociones de W o l f , V i l l a
G u e r e r r o constituyó u n a z o n a idónea p a r a cobi jar y a l i m e n
tar v igorosamente el m o v i m i e n t o rebelde. D e hecho, debe
ría haber sido t i e r ra más fértil pa r a l a C r i s t i a d a que los A l t o s
de J a l i s c o . P e r o no fue así, y pa ra comprende r esto h a y que
cons iderar otros factores terr i toriales y políticos que v a n más
allá de l a s imple lejanía de los centros de poder .
U t i l i z a n d o datos obtenidos de l a m i s m a z o n a norte de J a
lisco m e n c i o n a d a p o r M e y e r , este estudio pretende con t r i
b u i r a l esc larec imiento de estos puntos , prestando atención
a l a dinámica de l a relación estado-élite loca l / r eg iona l , espe-
G A S , 1 9 8 6 , p. 1 9 6 , dice más adelante en su l ibro que " las familias de los
rancheros enriquecidos se trasladaron a Guadala ja ra temerosos de que la
rebelión no respetara sus v i d a s " y que " l a dirección político-militar de l a
rebelión cristera en los Al tos fue controlada por los pequeños propietarios
y por el clero rura l , F Á B R E G A S , 1 9 8 6 , p . 2 0 3 . ¿Debemos entender, enton
ces, que la "oligarquía l o c a l " se componía no de los "rancheros enrique
c idos" sino de los "pequeños propie tar ios"? T a l situación nos resulta
difícil de aceptar, ya que con base en nuestra experiencia en l a zona norte
de Ja l i sco , los principales integrantes de l a "oligarquía l o c a l " eran preci
samente aquellas familias de rancheros enriquecidos: los ganaderos, te
rratenientes y comerciantes que dominaban la act ividad económica y l a
política local de l a comun idad y del mun ic ip io . 2 2 W O L F , 1 9 6 9 .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 667
cíficamente en el impac to de lo que podemos l l a m a r las políticas significativas de l estado (aquellas relacionadas c o n l a t enenc ia de l a t ie r ra y c o n l a autonomía y el ejercicio de l poder local) sobre l a conformación, reproducción, y compor t a m i e n t o político de las élites locales. P a r t i m o s de l a p r e m i s a de que las posturas políticas y mi l i t a res de las élites locales son esenciales p a r a m o d e l a r y de t e rmina r l a dirección de los m o v i m i e n t o s sociales en los espacios terri toriales bajo su i n f luenc ia , y que u n a explicación in teg rada de las rebeliones rura les debe t o m a r en cuen ta los enlaces y luchas entre los estratos dominan t e s . 2 3
P e r o antes que entremos en l a discusión p rop iamente d i c h a es menester que hagamos u n paréntesis p a r a comenta r b revemente acerca de nuest ro pensamien to respecto a l viejo e inconc luso debate entre las posiciones " m a t e r i a l i s t a s " y " m e n t a l i s t a s " en las expl icaciones sociohistóricas.
P r i m e r o , queremos dejar c laro que no in tentamos i n m i s cu i rnos en u n a polémica c u y a u t i l i d a d es cuest ionable y en d o n d e se oponen lo m a t e r i a l a lo ideológico, c o m o si lo mater i a l p u d i e r a exis t i r s in u n a estrecha relación c o n su concep-tualización, o c o m o si las ideas p u d i e r a n exist i r c o m o entes independientes de las otras esferas de l a creación y p roducc ión h u m a n a . 2 4 Pensamos , no obstante, que u n c a m i n o fructífero e interesante h a c i a el conoc imien to científico de los fenómenos sociales es pa r t i r de l estudio de lo que W o l f
2 3 Véase S K O C P O L , 1982. 2 4 T a m p o c o queremos caer en una discusión ad hominem. Sentimos la
necesidad de hacer esta aclaración debido al triste hecho de que muchos debates en ciencias sociales se reducen a niveles vergonzosos en que l a discusión no se enfoca en los hechos y en las interpretaciones sino en las personalidades, todo esto aparentemente est imulado por el afán de ganar reputación y prestigio académico mediante lo que en inglés se l l ama one-upmanship. Es evidente que no estamos de acuerdo con ciertas lecturas de algunos de nuestros colegas respecto a l a Cr i s t i ada , pero queremos expresar de l a manera más enérgica que, pese a los posibles desacuerdos, estimamos la labor intelectual de todos los autores citados en la bibliografía, y que nuestra contribución a este debate no hubiera sido posible sin los conocimientos y las ideas que hemos obtenido de sus investigaciones. Estamos especialmente endeudados con las aportaciones de J ean M e y e r , R a m ó n J rade y Andrés Fábregas.
6 6 8 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
h a l l a m a d o el " p o d e r e s t r u c t u r a l " . Éste se define como el
comple jo de relaciones p redominan tes , sean políticas o
económicas , que " m o d e l a n el c a m p o de acción social de tal
m a n e r a que hacen posible a lgunas formas de compor t a
m i e n t o , a l m i s m o t i empo que hacen otras menos posibles o
i m p o s i b l e s " . 2 5 D a d o que en toda sociedad, y especialmente
e n las formaciones socioeconómicas complejas y estratifica
das, no existe u n a sola lógica o ethos cu l t u r a l , y dado que los
dis t in tos grupos, clases, etnias y agregados sociales están en
vuel tos e n u n a negociación o d i spu ta c o n t i n u a y permanente
p o r l a defensa o l a extensión de sus proyectos part iculares ,
e l c o m p o r t a m i e n t o t o m a d o po r u n o u otro de los actores co
lect ivos es mode lado y a l a vez exp l i cado , l eg i t imado y orga
n i z a d o conforme a ciertos s ignif icados, p r i n c i p i o s , no rmas o
ideales basados en interpretaciones nuevas o viejas de sus
t rad ic iones , de ta l m a n e r a que a r t i cu l an sus intereses ve rda
deros y los p r o m u e v e n .
L a acción socia l , d i r i g i d a a ciertas metas sociopolíticas o
mater ia les , está fundamen tada en l a creación y en el recono
c i m i e n t o de símbolos e ideas compar t idos — u n a ideología,
u n s is tema de s igni f icados—, p o r m e d i o de l c u a l se interpre
ta e l m u n d o y median te el cua l se o torga sentido, dirección
y l e g i t i m i d a d a las act ividades y objetivos de l a gente. 2 6 D e
esta m a n e r a , lo ideológico o lo m e n t a l son partes esenciales
de l a acción social ma te r i a l , y u n o es inconcebib le s in el
o t ro . D e m a n e r a dialéctica, las ideas y los valores i m p u l s a n
l a acción, y a l m i s m o t i e m p o ésta ope ra sobre las representa
c iones y los s ignif icados. L a ta rea de l inves t igador social re
side e n desentrañar los nexos e inf luencias mutuas de lo ide
o lóg ico y lo men ta l , y co locar su análisis den t ro de u n c a m p o
soc ia l caracter izado p o r u n acceso d i fe renc ia l a l poder eco
n ó m i c o , cu l t u r a l y pol í t ico . 2 7
N u e s t r a reserva acerca de las in terpretaciones que preten
d e n entender l a C r i s t i a d a (o cua lqu i e r m o v i m i e n t o social)
exc lus ivamen te en términos de las mot ivac iones ve rba l i za -
W O L F , 1 9 9 0 , p . 5 8 7 . Traducción nuestra.
K A H N , 1 9 8 5 , p . 4 9 .
R O S E B E R R Y , 1 9 8 9 , p. 3 6 .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 6 6 9
das está re lac ionada con lo anter ior . A nuestro parecer, se
t ra ta de u n c a m i n o l leno de escollos metodológicos y concep
tuales. Metodológicamente no podemos a s u m i r que las m o
t ivac iones conscientes, expresadas p o r los informantes en los
años sesenta y setenta, necesar iamente concuerden con las
que sentían en 1926. A veces las personas ocu l t an (conscien
te o inconscientemente) sus verdaderos mo t ivos bajo u n ve
lo de altos p r inc ip ios m o r a l e s . 2 8 Ex i s t e también l a pos ib i
l i d a d de que h a y a n c a m b i a d o de parecer o que se h a y a n
o l v i d a d o de lo que los m o t i v a b a o r ig ina lmen te . L a m e m o
r i a , tanto l a colec t iva c o m o l a i n d i v i d u a l , es selectiva.
E n fin, los actores sociales no s iempre están conscientes
de l " p o d e r e s t ruc tu ra l " , es dec i r , de las fuerzas sociopolíti-
cas y económicas que los m u e v e n y que los i m p u l s a n a abra
za r ciertas ideas y t o m a r cierto curso de acción. S i no fuera
así, ¿ c ó m o podríamos jus t i f icar l a exis tencia de las ciencias
históricas y sociales, c u y a me ta (no s iempre lograda) no se
l i m i t a a u n a descripción de lo fenomenológico y de lo super
ficial, n i a u n a repetición, pero en u n lenguaje técnico y
científico, de los mi tos y de los clichés populares? M á s b i e n ,
y no obstante ciertos logros incuest ionables de las corrientes
in terpreta t ivas y posmodernis tas , u n a tarea fundamenta l de
las c iencias sociales continúa s iendo l a desmitificación y l a
explicación de lo social med ian te l a proposición y el debate
de hipótesis sobre las "es t ruc turas profundas gobernantes"
y l a relación de éstas c o n l a p roducc ión social de las ideolo
gías dominan te s . D e b e m o s subraya r que las ideas d o m i n a n
tes poseídas y expresadas p o r l a gente p r o p o r c i o n a n datos
importantísimos en esta l abor , pero de n i n g u n a m a n e r a de
b e n ser reificadas y aceptadas c o m o expl icaciones comple
tas. E l p r e d o m i n i o y l a i m p o r t a n c i a ca ta l i zadora de ciertas
ideas entre los dist intos grupos sociales const i tuye en sí u n
fenómeno que requiere u n a explicación. D i l u c i d a r hasta qué
g rado las ideas populares o dominan te s ope ran pa ra opacar
o p a r a esclarecer el en tend imien to científico de los procesos
y eventos sociales es asunto de l a investigación empírica.
A p l i c a n d o estas ideas a l caso que tenemos a l a m a n o ,
Véase H A T C H , 1 9 8 9 , p . 3 4 8 .
670 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
creemos que exp l ica r l a C r i s t i a d a exc lus ivamente como u n a
defensa de l a fe re l igiosa es sólo pa rc ia lmen te aceptable.
M á s que nada , el asunto requiere precisión y ampliación.
N o cues t ionamos que los símbolos, l a ideología y l a ins t i tu
c ión de l ca to l ic ismo se encon t raban en el núcleo de l a con
t i enda . P e r o lo que debemos pregunta rnos es ¿por qué l a
institución y los símbolos de l a Ig les ia fueron tan valorados
en ese m o m e n t o histórico p o r ciertas poblaciones y no po r
otras?, y ¿qué era lo que los cristeros pretendían defender
c o n su sangre y c o n sus vidas? ¿Estaban discutiéndose l a be
l l e z a , l a lógica, l a estética, lo correcto, o l a v e r d a d de ciertas
ideas o dogmas teológicos y religiosos que tenían poco que
v e r c o n l a organización de l a v i d a social? O b v i a m e n t e no .
M á s b i e n , lo que estaba en el centro de l a cont rovers ia e ran
las ideas, los modelos y los proyectos contrastantes que esta
b a n estrechamente re lacionados c o n l a m a n e r a de o rgan iza r
l a soc iedad . P a r a u n a g r an parte de l a población c r io l lo - ran
che ra de l occidente de M é x i c o , defender l a fe no se reducía
a l a vindicación de algunas creencias o dogmas abstractos
y esotéricos, s ino a l a sa lvaguarda de u n conjunto de ideas y
creencias orgánicamente v incu ladas c o n l a práctica social ,
c o n su autonomía cu l tu ra l , y c o n l a reproducción de u n a for
m a y u n estilo de v i d a —encarnado en l a pe rsona del sacer
dote y en l a institución de l a Ig les ia— que servía pa ra def in i r
las reglas que deben o rdenar las relaciones entre las perso
nas, l a c o m u n i d a d y l a p r o p i e d a d .
E l confl ic to entre el Es tado y l a Iglesia no estalló p a r a re
solver u n desacuerdo sobre l a na tu ra l eza de l a T r i n i d a d o
sobre l a ve rac idad del m i t o guada lupano . Se desarrolló
c o m o rechazo al cap i ta l i smo l i be ra l , c o m o resultado de u n a
l u c h a p o r l a hegemonía, y p o r l a dirección de l a sociedad
m e x i c a n a hac ia l a " m o d e r n i d a d " , u n a l u c h a en que l a polí
t i ca y l a religión es tuvieron in t r i ncadamen te entrelazadas.
E l p r o b l e m a no es escoger entre religión o política, s ino re
conocer que ambas s iempre h a n estado in te r re lac ionadas . 2 9
C o m o lo h a expresado E u g e n e Genovese en su fascinante es
t u d i o sobre l a religión de los esclavos negros en el sur de E s -
2 9 L E V I N E , 1986, p. 17.
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 6 7 1
tados U n i d o s : " D a d o que l a religión expresa los antagonis
mos entre l a v i d a de l i n d i v i d u o y l a de l a sociedad, y entre
l a v i d a de l a sociedad c i v i l y l a de l a sociedad política, no
puede evi tar el ser profundamente po l í t i ca" . 3 0
S i pasamos po r alto l a p l u r a l i d a d de intereses par t iculares
que e x p l i c a n l a motivación de los i n d i v i d u o s en l a revuel ta ,
l a C r i s t i a d a , c o m o m o v i m i e n t o social , puede ser v i s ta c o m o
u n a reacción y u n rechazo a l a ideología y política secular i
zantes de l a "rel igión c i v i l " ab razada po r el estado l ibe ra l
m e x i c a n o . Fren te a l a expansión de l secular ismo y a l a sepa
ración de Iglesia y Es tado que se o r i g i n a r o n c o n las reformas
borbónicas , el ca to l ic i smo había sufrido u n retroceso i m p o r
tante e n l a v i d a pública de l país; pasó de ser u n a religión del
estatu quo, íntimamente ident i f icada c o n el aparato estatal co
l o n i a l , a t ransformarse en u n a religión de rebelión que l u
c h a b a en con t r a de los intentos de subo rd ina r l a Iglesia a l
César, y de lo que se percibía c o m o el j a c o b i n i s m o , el mate
r i a l i s m o y el ateísmo. 3 1
E n fin, era u n a l u c h a de posiciones terrenales p o r el poder
y l a rectoría socia l . R e s u l t a paradójico que J e a n M e y e r ,
q u i e n es visto c o m o par t ida r io de l a tesis re l ig iosa , demues
tre c o n lujo de detalle y de m a n e r a magis t ra l este pun to : que
l a Iglesia representaba y p r o m u l g a b a u n a m p l i o e indepen
diente proyec to social que chocaba en aspectos impor tantes
c o n el diseño que el r enovador Es tado capi ta l is ta deseaba
i m p l a n t a r . E l proyecto eclesiástico asp i raba a apoyar l a for
mac ión de par t idos políticos así c o m o l a organización de los
s indicatos: " e l s ind ica l i smo era l a m a n z a n a de l a d i scord ia
entre l a Iglesia y el E s t a d o " . 3 2 L o s jerarcas católicos tenían
op in iones claras sobre el contenido de l a educación, de l a es
t r u c t u r a de l a p rop i edad ru r a l y de las relaciones entre los
p rop ie ta r ios y los peones: " l o s obispos l a n z a r o n ins t rucc io
nes pastorales sobre ' e l reparto de las t ier ras ' " , 3 3 y l lega
r o n a inc i t a r a los campesinos a l a "defensa de sus
3 0 G E N O V E S E , 1 9 7 6 , p. 1 6 2 . Traducción nuestra. 3 1 L I N C O L N , 1 9 8 5 . 3 2 M E Y E R , 1 9 7 4 , vo l . 2 , p . 2 1 9 . 3 3 M E Y E R , 1 9 7 4 , vo l . 2 , p. 2 1 9 .
672 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
i n t e re ses" . 3 4 P a r a m u c h o s , l a defensa de l a Igles ia era n a d a
menos que l a de l a autonomía de l a sociedad loca l con t r a las
embest idas de u n poder centra l ajeno, antagónico y " m e t i
c h e " , u n gobierno pe rc ib ido como cada vez menos tolerante
de los espacios sociales t radic ionales . S i n embargo , p a r a los
gobiernistas activos y " m a n s o s " , pa ra los apáticos y los
neutrales , ese poder ajeno era más tolerable o inc lus ive más
deseable.
L o s datos que presentamos p rov i enen , p r i n c i p a l m e n t e ,
de l m u n i c i p i o de V i l l a G u e r r e r o , J a l i s co , u b i c a d o en el ex
t r emo norte de l estado, en el ex octavo cantón de Colotlán.
P a r a poder c o m p r e n d e r mejor los factores que genera ron
u n a facción gobiern is ta en este m u n i c i p i o es preciso que u b i
q u e m o s a V i l l a G u e r r e r o en su espacio sociogeográfico y que
lo c o m p a r e m o s c o n l a jurisdicción col indante de T o t a t i c h e . 3 5
D O S PUEBLOS EN LA CRISTIADA
L a comparac ión de V i l l a G u e r r e r o c o n To ta t i che resul ta i n
f o r m a t i v a dado que los dos pueblos a s u m i e r o n posturas dis
t intas duran te l a C r i s t i a d a , a pesar de los fuertes lazos socio-
geográficos, cul turales e históricos que los unían. V i l l a
G u e r r e r o está u b i c a d o a sólo 17 k m a l oeste de T o t a t i c h e y
hasta los años veinte de este siglo formó parte de l m u n i c i p i o
de este úl t imo. P e r o a l estallar l a C r i s t i a d a las dos c o m u n i
dades no a p o y a r o n el m o v i m i e n t o a r m a d o c o n el m i s m o en
tus iasmo. M i e n t r a s que el an t iguo pueblo de To ta t i che pa-
3 4 M E Y E R , 1974, v o l . 2, pp . 52, 214 y siguientes. 3 5 Nuestros datos provienen del archivo mun ic ipa l , así como de los
recuerdos y relatos orales recabados en el transcurso de u n a investigación
etnográfica hecha en el mun ic ip io de V i l l a Guer re ro durante los veranos
de 1971 y 1972, y desde la s iembra de 1975 hasta l a cosecha de 1976. Q u e
remos dejar claro que nuestra investigación no estuvo centrada en la C r i s
t iada. Más b ien se orientó al análisis de l a evolución reciente de l a econo
mía agropecuaria bajo el efecto de l a expansión del mercado b inac ional
de ganado bovino . S i n embargo, como quisimos ubicar este tema dentro
de los eventos y procesos de l a historia local , intentamos preguntar a la
gente anciana sobre su participación en el levantamiento cristero y sus re
cuerdos.
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 673
rece haber respaldado fuertemente a los cristeros, el j o v e n
m u n i c i p i o de V i l l a G u e r r e r o , c o m o y a hemos vis to , respon
dió c o n menos unión y más t ib ieza . Incluso p a r a los obser
vadores de los años veinte , V i l l a G u e r r e r o tenía l a r epu
tación (ma la o buena , según los gustos) de ser cr iadero de
acti tudes y pensamientos l iberales que no agradaron p a r a
n a d a a los curas de T o t a t i c h e . 3 6 L a diferencia entre los dos
pueblos fue captada p o r u n comentar i s ta an t ic le r ica l , q u i e n
escribió al gobernador de Ja l i sco en 1925 con l a queja de que:
L a r e m o r a mayúscu la en el e n c a u z a m i e n t o de estos pueb los t an
apa r t ados [ T o t a t i c h e , Colo t l án] es el p res t ig io p r o f u n d o q u e
nues t ros e n e m i g o s los sacerdotes se h a n sab ido cap ta r . D e s d e
el pulpito y el con fe s iona l sujetan las vo lun tades , prescr ibiéndo
les sus ideas c o n todo el a b s o l u t i s m o de los más d e p r a v a d o s d i c
tadores . . . C o n esta r eg l a de c o n d u c t a tenemos en Totatiche un
pueblo rebelde a las instituciones del gobierno, d o n d e las d i spos i c iones
de éste q u e d a n re legadas a ú l t imo término. E l c u e r p o e d i l i c i o
s i e m p r e está f o r m a d o p o r los sátrapas que obedecen a ciegas a
su jefe, el c u r a d e l l u g a r . . . [en c a m b i o ] en V i l l a G u e r r e r o ,
m i e n t r a s el g o b i e r n o le prestó a p o y o a unos cuantos l ibe ra les
q u e , c o m o m a r a v i l l a , existían allí, las leyes cons t i t uc iona le s
f u e r o n respetadas y c u m p l i d a s . . . 3 7
U n a de las leyes a que se refiere este escrito e ra l a c lausu
r a de las escuelas par t iculares católicas, cosa que ocurrió en
V i l l a G u e r r e r o en n o v i e m b r e de 1924 , 3 8 y que fue apunta
l a d a , c o m o hemos vis to , p o r los " l i b e r a l e s " asociados c o n
figuras impor tantes de l a oligarquía que d o m i n a b a l a políti
ca de l m u n i c i p i o . E l núcleo de esta oligarquía estaba const i
t u ido po r u n a facción de l a parente la de los Va ldés , 3 9 acau-
3 6 M E Y E R , 1973, v o l . 2, pp. 144-145. 3 7 C a r t a anónima d i r i g ida al gobernador de Ja l isco en 1925 y ci tada
en M e y e r , 1974, vo l . 2, pp. 144-145, cursivas nuestras. 3 8 Of i c io suelto sin número, d i r ig ido al secretario de la Dirección G e
neral de Educación del Estado de Ja l i sco , fechado el 26 de noviembre de 1924 y firmado por el entonces presidente munic ipa l Benjamín Valdés; A r c h i v o M u n i c i p a l de V i l l a Guer re ro .
3 9 Los miembros más destacados fueron Pedro, José, Benjamín, Federico, M a n u e l y A d o l f o L lanos y Valdés.
674 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
dalados terratenientes, comerciantes y ganaderos, quienes
con taban con el respaldo de a lgunos rancheros de m e d i a n o
c a u d a l , entre ellos M a n u e l L e y v a .
E n respuesta a l a c l ausu ra de las escuelas par roquia les ,
los padres de f a m i l i a r e p u d i a r o n las directr ices gube rnamen
tales y dec la ra ron que no mandarían a sus hijos a l a escuela
o f i c i a l . 4 0 P e r o , como se mostró en los ataques hechos a M a
n u e l L e y v a y a A r t e a g a , el j u e z de paz , su oposición a las
políticas gubernamenta les no se manifestó s iempre po r me
d i o de tácticas pacíficas. Parece que l a d i sputa sobre l a
cuestión escolar en V i l l a G u e r r e r o fue especialmente d u r a ,
y a que n i n g u n o de los dos par t idos tenía u n a super io r idad
numérica a b r u m a d o r a . Saber exactamente el porcentaje de
l a población que apoyó el p r o g r a m a of ic ia l y cuántos estu
v i e r o n compromet idos c o n l a educación par t i cu la r o re l ig io
sa es u n a tarea m u y difícil dado el carácter de l a información
a nues t ra disposición. S i n e m b a r g o , es u n a cuestión m u y
impor t an t e p a r a l a interpretación de l grado de d i v i s i o n i s m o
den t ro de l m u n i c i p i o que existía desde antes del estallido de
l a C r i s t i a d a , así c o m o p a r a eva luar l a fuerza social de los dos
bandos en p u g n a .
E n l a ausencia de u n opinión poli, hemos tomado el núme
ro de niños y niñas inscri tos en los dos tipos de escuelas
c o m o u n i nd i cado r del tamaño re la t ivo de los dos grupos ,
a s u m i e n d o que l a escuela a donde los padres m a n d a r o n a
sus hijos es u n reflejo, de u n a m a n e r a u otra , de su posición
política en el confl ic to . Nues t ros datos p r o v i e n e n de u n cen
so escolar levantado en el año 1923-1924, y mues t ran que los
que se iden t i f i ca ron c o n l a educación secular, sea po r con
vicc ión , po r conven ienc i a , p o r t emor o po r indi ferencia ,
cons t i tuye ron l a mayoría , pero no po r m u c h o . E l censo re
portó u n total de 297 niños de ambos sexos en las cuatro es
cuelas oficiales, y 227 en las seis par t i cu la res . 4 1 M u y cerra-
4 0 C a r t a d i r ig ida al presidente m u n i c i p a l firmada por miembros de l a
Asociación de Padres de F a m i l i a , 15 de agosto de 1924; Petición de P a
dres de F a m i l i a , 19 de noviembre de 1924; ambas del A r c h i v o M u n i c i p a l
de V i l l a Guer re ro . 4 1 Informe sobre las Escuelas de Enseñanza P r i m a r i a , Año de 1923-
1924; A r c h i v o M u n i c i p a l de V i l l a Guer re ro .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 675
d a l a distribución, es c ier to , pero el hecho de que tantos
niños ( 5 6 . 6 % ) se encon t ra ran inscri tos en el sector público
m u e s t r a l a necesidad de e x a m i n a r críticamente l a idea de
que todos compar t i e ron el m i s m o rechazo al secular ismo.
D e s d e luego, exis t ieron defensores del proyecto c ler ical en
e l m u n i c i p i o . D e hecho, cuando los munícipes, encabezados
p o r P e d r o y José V a l d e z y los he rmanos F ranc i sco y Jesús
F lo re s , fueron a arrestar a J u a n Quiñones , sospechoso de l a
mue r t e de L e y v a , a finales de j u l i o de 1926, se produjo u n a
ba l ace ra entre las autor idades y los compadres y apoyadores
de Quiñones . L a s autor idades t u v i e r o n que retirarse, y el
d o m i n g o siguiente, en vísperas de l cierre de los templos, los
padres de f a m i l i a se presentaron a rmados frente al pa lac io
m u n i c i p a l , ex ig iendo — y l o g r a n d o — la destitución del pre
sidente de l A y u n t a m i e n t o , M a n u e l V a l d e z C a r r i l l o y sus co
laboradores . C o n el apoyo de los padres de f ami l i a se insta
l a r o n nuevos funcionar ios , quienes a s u m i e r o n brevemente
l a p res idenc ia m u n i c i p a l . 4 2 C u a n d o se a l z a ron los cristeros,
éstos y los padres de f a m i l i a r e spond ie ron a l a l l a m a d a , y los
in formantes relatan que entre 30 y 50 hombres de V i l l a
G u e r r e r o t o m a r o n las armas en con t r a de l g o b i e r n o . 4 3
P e r o lo que l l a m a también l a atención es que u n número
semejante o más luchó a l l ado de l gob ie rno . E l vaquero y
4 2 M a u r i l i o García-Robert Shadow, 1- de mayo de 1976. 4 3 Ent re éstos se recuerdan a Ramón Sánchez, Cándido V a l d e z ,
E n r i q u e H u e r t a , T r i n i d a d A n t u n a (Pedro Huer t a -Rober t Shadow, 26 de abr i l de 1976), Fermín Acos ta , Narc i so Pinedo (Marcos M i g u e l V a l -dés-Robert Shadow, 12 de septiembre de 1976), Pedro y José María G a m b o a , M a c e d o n i o C a r d o n a , J u a n C a r d o n a , J . de Jesús y M i g u e l Esp i -noza , Julián Escobedo, J . Isabel García (Federico Ja ra -Rober t Shadow, 10 de septiembre de 1976), J u a n Reyes (Celedonio García-Robert Shadow, 25 de agosto de 1976) y varios miembros de la famil ia J a r a (Apolo-n i a J a r a -Robe r t Shadow, 1- de octubre de 1975). Los cuñados Si lver io Hernández y J u a n M i r a m o n t e s se encargaban de la Unión Popular , pero según algunos, jamás dieron apoyo a los cristeros. Se dice que aquélla "nomás funcionaba como u n a C a j a Popu la r en donde la gente podían ahorrar su dinero y conseguir préstamos". E l señor cura , José de Jesús A l b a , se quedó con sus feligreses a escondidas, oficiando misa y bautizando, pero sin portar armas (Rosar io Raygoza -Robe r t Shadow, 25 de abr i l de 1976).
6 7 6 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
ar r ie ro C e l e d o n i o González recordó que por m i e d o de ser
perseguido c o m o s impat izante cristero dejó su rancho y se
m u d ó c o n toda su f ami l i a a l a cabecera y se enlistó en l a D e
fensa Soc ia l bajo el m a n d o de O t i l i o V a l d e z . Según C e l e d o
n i o , l a defensa contó con unos 200 hombres a cabal lo , rec lu-
tados en V i l l a G u e r r e r o y las zonas adyacentes de M e z q u i t i c
y Bolaños . 4 4 M u c h o s más parecen haber sido pacíficos en l a
c o n t i e n d a . 4 5 P o r supuesto, estos pacíficos podrían haber
sido lo que M e y e r h a l l amado los "c r i s te ros m a n s o s " , 4 6 los
no combat ientes que m o r a l o mate r i a lmente a m p a r a b a n a
los cristeros. Pe ro lo que creemos s ignif icat ivo es el hecho de
que l a identificación con l a causa cr is tera en V i l l a G u e r r e r o
no era tan fuerte o a r ra igada c o m o parece haber sido en l a
región de los A l t o s de J a l i s co . E l comen ta r io , " a q u i todos
éramos c r i s t e ros" , que fo rma parte m e d u l a r de la m e m o r i a
co lec t iva de los rancheros de los A l t o s de J a l i s c o , 4 7 y que
obv iamen te evoca fuertes sent imientos de comunitas, no
emergió con tanta frecuencia en nuestras charlas con l a gen
te m a y o r de V i l l a G u e r r e r o . Inc luso se d i e ron casos de d i v i -
s ion i smo dentro de las famil ias : los he rmanos Espiridión y
Santos López , así c o m o var ios m i e m b r o s de los H u e r t a , l u
c h a r o n en bandos opuestos.
T a m p o c o encont ramos consenso en cuan to a l a m o t i v a
ción m i s m a de los cristeros en V i l l a G u e r r e r o . C u a n d o pre
gun tamos : ¿por qué l a gente se a lzó? , se p rodu jo u n a a m p l i a
g a m a de respuestas. C i e r t a m e n t e a lgunos contestaron que
ellos u otros se l evan ta ron o habían apoyado a los cristeros
p a r a protestar po r l a suspensión de l cul to y p a r a defender l a
fe y a los sacerdotes de l a persecución re l ig iosa y de l a ame
n a z a que percibían en l a educación secu la r . 4 8 D o n Ped ro
4 4 Ce ledon io González-Robert Shadow, 2 5 de agosto de 1 9 7 6 . 4 D E n San José de G r a c i a , Michoacán, un pueblo más pequeño que
V i l l a Gue r r e ro , se alistaron 4 0 cristeros activos con la pr imera l lamada, número que aumentó a 3 0 0 después de que el pueblo fue quemado por los soldados, G O N Z Á L E Z , 1 9 6 8 , pp. 1 8 5 y 1 9 1 .
4 6 M E Y E R , 1 9 7 4 , vo l . 3 , p . 6 . 4 7 F Á B R E G A S , 1 9 7 9 , p. 5 4 . 4 8 Padre Nicolás Valdés-Robert Shadow, 1 4 de septiembre de 1 9 7 6 y
M a r c o s M i g u e l Valdés-Robert Shadow, 1 2 de septiembre de 1 9 7 6 .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 677
H u e r t a , ranchero , testigo de l a C r i s t i a d a y s impat izan te de
l a causa , creyó que lo que movía a l a gente a t o m a r las ar
mas e r an los sent imientos de i r a y r a b i a que les p rodujo el
c ierre de las ig les ias . 4 9 P e r o otros informantes no estaban
convenc idos de qué mot ivos tan nobles i m p u l s a b a n a todos,
y o p i n a r o n que e ran var ias las razones que e x p l i c a b a n po r
qué se j u n t a r o n c o n l a " b o l a g r a n d e " . E n t r e ellas se m e n
c i o n a r o n : p o r e n v i d i a ; p a r a " d a r l e e n l a m a d r e " a l gobier
n o ; 5 0 p a r a robar l a t i e r ra y el ganado de l r i co ; p a r a ajustar
cuentas c o n el r i v a l ; po r " i g n o r a n c i a " , o c o m o d i c e n l l ana
men te , p o r " p e n d e j o s " . 5 1 E n fin, u n a d i v e r s i d a d d i s cu r s iva
notable que señala que l a C r i s t i a d a , más que u n a ins t anc ia
p e r m e a d a p o r l a i dea de so l ida r idad , const i tuye, hasta l a fe
cha , u n a a rena de interpretaciones y s ignif icados en p l ena
compe tenc i a . Pa r t i cu l a rmen te interesante en este sentido es
l a f recuencia c o n que p e r c i b i m o s l a idea de que l a C r i s t i a d a ,
r e d u c i d a a su esencia, se trató de u n a l u c h a entre pobres y
r icos . Independien temente de l a " v e r d a d " histórica que
p u e d a tener o n o , esta percepción p o p u l a r de l a con t i enda
es m u y i l u m i n a d o r a p o r el énfasis que pone en las causas
m u n d a n a s de l a l u c h a y p o r su desatención a los factores re
l ig iosos .
M a s , a l hab l a r de sus experiencias duran te las campañas
mi l i t a re s , de l impac to de l a concentración de l a población
r u r a l en l a cabecera y de las idas y venidas de los dist intos
bandos a rmados , m u c h o s pacíficos c o m e n t a r o n que sufrie
r o n tanto en las manos de los cristeros c o m o en las del go
b i e r n o . V a r i o s pequeños propie tar ios ( E u l o g i o H u e r t a , Fe
der ico J a r a , V i c t o r i a n o Sánchez, R u b é n Sánchez y L i n o
R a m o s , entre otros) a p r e n d i e r o n l a d u r a y c rue l lección de
que en u n a guer ra c i v i l l a neu t r a l i dad es u n lujo que pocos
p u e d e n darse. L a m e n t a r o n que los cristeros fueron tan
opor tunis tas c o m o los " c h a n g o s " , y que a causa de unos o
de otros habían pe rd ido sus ranchos , sus s iembras y sus a n i -
4 9 D o n Pedro Huer t a -Rober t Shadow, 26 de abr i l de 1976. 5 0 P a r a muchos el gobierno era visto como cosa de los " r i c o s " , como
u n poder explotador, ajeno a los intereses de los " p o b r e s " . 5 1 Rosendo Escobedo-Rober t Shadow, 14 de septiembre de 1976.
678 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
males . 5 2 D e ahí v iene el refrán que en varias ocasiones nos fue comentado c o n u n a i r a que sólo el t i empo h a en t ib iado : " Q u e v i v a C r i s t o R e y , tráeme el mejor b u e y " . 5 3 M a u r i l i o García, ta labartero pobre s in t ierras, nac ido a p r i nc ip io s de la Revo luc ión , confirmó esta visión y agregó que de los dos bandos quizá los cristeros fueron los más temidos p o r los " p a c í f i c o s " , y a que carecían de casi l a única v i r t u d poseída por los soldados: c ier to grado de o rden y d i s c i p l i n a (!) 5 4
T o d o este ma te r i a l c o n f i r m a el p a n o r a m a descri to p o r el comenta r i s ta anónimo ci tado antes: que frente a l a crisis gene rada a n i v e l n a c i o n a l p o r l a modernización posrevoluc io-n a r i a y p o r el confl icto Es tado-Igles ia , V i l l a G u e r r e r o e ra u n pueb lo d i v i d i d o que produjo cristeros, pacíficos y u n i m p o r tante cont ingente de " l i b e r a l e s " . Q u e V i l l a G u e r r e r o era menos cristero que To ta t i che , fue u n a opinión bastante gen e r a l i z a d a entre nuestros informantes . P o r e jemplo , d o n F ranc i s co Sánchez, nac ido en 1893 en el r ancho n o m b r a d o p o r sus ancestros, el Bajío de los Sánchez, recordó que en l a z o n a sólo h u b o u n a ba ta l la s igni f ica t iva . E s t a t uvo luga r en el r ancho de Car t agenas , cerca de T o t a t i c h e . L o s cristeros estaban bajo e l m a n d o del r e n o m b r a d o general P e d r o
5 2 V a l e mencionar que nuestra interpretación del opor tunismo entre los cristeros se der iva , en gran parte, de las conversaciones informales que tuvimos con muchas personas de escasos recursos a lo largo de más de 20 meses de trabajo etnográfico. Debemos agregar que nuestras relaciones con el párroco y el v icar io local fueron siempre cordiales pero formales; nunca nos asociamos con la Iglesia n i jamás usamos a los sacerdotes como contactos para " a b r i r puer tas" con el fin de hablar con ex cristeros. M e n cionamos este punto dado que creemos que la metodología empleada en u n a investigación afecta las conclusiones obtenidas. S i hubiéramos operado pr incipalmente mediante contactos eclesiásticos, quizá nuestra interpretación hub ie ra sido dist inta. Pero en el trabajo etnográfico preferimos no identificarnos con el clero debido a nuestra preocupación de la forma en que eso podría alterar lo que la gente nos confiaría. Creemos que si uno usa a los sacerdotes como punto de enlace para estudiar l a Cr i s t i ada entra en operación u n proceso sutil de selección de informantes y de perspectivas que puede produci r interpretaciones diferentes a las expuestas aquí. Quizá la dis tancia que mantuvimos respecto al clero nos permitió captar las voces críticas de los cristeros.
5 3 Federico J a r a -Robe r t Shadow, 10 de septiembre de 1976. 5 4 M a u r i l i o García-Robert Shadow, 1- de mayo de 1976.
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 6 7 9
Q u i n t a n a r de H u e j u q u i l l a el A l t o , y del cabeci l la E r m i n i o
Sánchez, q u i e n mur ió en l a escaramuza . Según d o n P e d r o ,
pocos de V i l l a G u e r r e r o estaban c o n las fuerzas cristeras,
aunque los pueblos de To ta t i che y su dependenc ia , T e m a s -
tián estaban b i e n representados. 5 5
L a actuación de l a gente parece haber sido más fiel a l a
i m a g e n c o m ú n de u n occidente cristero, u n i d o en l a defensa
de l a Iglesia y de l a fe. S u identificación con l a rebelión cris-
tera es fuerte, y hasta l a fecha es reconocido c o m o u n a
población donde el c lero y las posiciones eclesiásticas h a n
ejercido u n a in f luenc ia social impor tan te . E s sede de u n se
m i n a r i o m e n o r , orgul loso de sus muchos egresados que h a n
l legado a las esferas más altas de l Ep i s copado m e x i c a n o . 5 6
D i c e n que los sacerdotes todavía desempeñan u n pape l des
tacado en l a selección de l A y u n t a m i e n t o , y que el P a r t i d o
A c c i ó n N a c i o n a l t iene u n a fuerza considerable en l a política
m u n i c i p a l .
L a v i d a pública y política de V i l l a G u e r r e r o , p o r el c o n
t ra r io , t iene u n ca r iz más secular. E s pr i i s ta y los sacerdotes
t ienen poca in je renc ia en l a política fo rma l . L a s h e r m a n d a
des (H i j a s de Mar ía ) y las organizac iones piadosas ( A d o r a
ción N o c t u r n a ) que exis ten en l a cabecera, cuen tan c o n u n a
membresía l i m i t a d a , y sólo en u n a ocasión en los últimos
t re in ta años podían los i n d i v i d u o s , asociados d i rec tamente
c o n l a Iglesia y c o n el P a r t i d o A c c i ó n N a c i o n a l , desafiar
(brevemente) el m o n o p o l i o de poder ejercido p o r los o l igar
cas pr i is tas . Públicamente, el A y u n t a m i e n t o y l a p a r r o q u i a
m a n t i e n e n relaciones respetuosas, el p r i m e r o , pretende no
interfer i r en los asuntos de l a segunda y v iceversa . E l c ic lo
de fiestas o r g a n i z a d o en el pueb lo es d i c o t o m i z a d o entre los
seculares, a cargo de los munícipes y de los maestros, y las
religiosas que son coto de l párroco. " C a d a q u i e n c o n lo su
y o " , c o m o d i c e n .
5 5 D o n Francisco Sánchez-Robert Shadow, 2 7 de j u l i o de 1 9 7 5 . 5 6 Duran te l a persecución religiosa carrancista, el precursor del con
flicto de 1 9 2 6 - 1 9 2 9 , monseñor O r o z c o y Jiménez, arzobispo de Guada l a -
ja ra , se había refugiado en el extranjero. C u a n d o regresó a su diócesis en
noviembre de 1 9 1 6 inició su visi ta pastoral en Tota t iche , M E Y E R , 1 9 7 4 ,
v o l . 2 , p . 1 0 2 .
680 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
Independientemente de estas divergencias políticas, no
hay pruebas de que las dos comun idades di f ieren o diferían
en cuanto al fervor de su fe católica o en su ideología re l ig io
sa. Parece que l a gente de V i l l a G u e r r e r o asiste a m i s a y es
tan devota a los sacramentos y al rosar io c o m o l a de T o t a t i
che. A s i m i s m o , V i l l a G u e r r e r o h a p roduc ido también u n
cont ingente respetable de i n d i v i d u o s que h a n escogido l a
v i d a r e l ig iosa . 5 7 A nadie en V i l l a G u e r r e r o , i n c l u y e n d o a
las famil ias o l igarcas , se le ocurriría no bau t iza r a sus hi jos,
y sólo el m a t r i m o n i o re l ig ioso cuenta p a r a estar " b i e n casa
d o s " . L a gente reconoce el deber (aunque no s iempre c u m
pl ido) de pagar el d i e z m o y , dado que l a ag r i cu l t u r a es de
t empora l , lo v i n c u l a c o n el bienestar de sus s iembras y de
sus an imales : " S i no pagamos a l a Iglesia, tendríamos que
pagar a Recu r sos Hidráu l icos" , d i c e n . C o m o en todo el
M é x i c o mest izo y c r i o l l o , l a fundación de l pueblo de V i l l a
G u e r r e r o está m a r c a d a en l a h i s to r i a ora l y popu l a r no p o r
algún d i c t a m e n o acto de l gob ie rno sino p o r l a colocación de
l a p r i m e r a p i e d r a de l t emplo católico. N o hay sectas protes
tantes en n i n g u n a de las dos comun idades , y c o n excepción
de algún " d e s p i s t a d o " p o r ahí, todos confiesan ser católicos
r o m a n o s . 5 8
T a m p o c o hay factores étnicos o cul turales que h a y a n dis
t i n g u i d o a las dos poblac iones . C o n l a excepción de u n pe
queño g rupo de ind ios tepecanos que v i v e n en el ex t r emo
poniente de l m u n i c i p i o , m u c h o s de los ancestros de las f a m i -
5 7 Entre ellos se cuenta el finado padre Nicolás Valdés, renombrado
historiador regional cuyos conocimientos enciclopédicos de las familias y
acontecimientos locales enr iquecieron no sólo nuestras investigaciones
sino también las de J e a n M e y e r y Ramón J rade . 5 8 Es cierto que aunque hay u n consenso casi universal respecto a la
veracidad y a l a mora l idad de los dogmas católicos, así como u n a fe ciega
en su necesidad para imponer orden en la v ida humana , existe además
una corriente de pensamiento crítico en torno a los sacerdotes. A los ojos
de muchos, éstos son, al fin y al cabo, hombres de carne y hueso como
cualquiera , y por ende capaces de todas las virtudes, fallas y debilidades
de los demás. A diferencia de los dogmas, l a fe en los sacerdotes n i es ciega
n i incuestionable. L o s rancheros de V i l l a Guer re ro tienden a ser m u y
pragmáticos en su evaluación de los curas, y el respeto que éstos pueden
obtener se gana con acciones y no se entrega gratuitamente.
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 681
l ias de V i l l a G u e r r e r o v i n i e r o n de To ta t i che , y todavía se re
c o n o c e n los lazos de parentesco entre el los. Sa lvo los fuere
ños (maestros, médicos , burócratas de H a c i e n d a , policías
estatales, etc.), los totatichenses y los vi l laguerrerenses son
p r edominan t emen te rancheros en su cu l tu ra , en su iden t i
d a d h i s p a n o m e x i c a n a y en su organización social . E n ambos
m u n i c i p i o s p r e d o m i n a l a ideología de l pequeño propie ta r io
( " c a d a q u i e n c o n su v a q u i t a y su pa r ce l i t a " ) y el r ec lamo
p a r a e l reparto de tierras ejidales h a s ido m u y discreto y res
t r i n g i d o tanto en To ta t i che c o m o e n V i l l a G u e r r e r o . A gran
des rasgos, l a estructura ag ra r i a de u n o se repite en el o t r o . 5 9
E n r e sumen , tenemos dos pueblos cercanos con fisono
mías étnicas y cul turales parecidas , " h a r i n a s de u n m i s m o
c o s t a l " e n el p lano cu l t u r a l , pe ro diferenciados respecto a
las relaciones que h a n sostenido c o n e l gobierno cen t ra l
antes, duran te y después de l a C r i s t i a d a . E n lugar de ser
a l iados en pos de fines c o m u n e s y colect ivos, las dos c o m u
n idades t ienen u n a h i s to r i a de choque que no h a desapareci
d o , y has ta h o y en día g u a r d a n u n a r i v a l i d a d y u n rencor
m u t u o s . 6 0
Fren te a las homogeneidades c u l t u r a l , étnica y re l ig iosa ,
resu l ta difícil establecer que las diferencias políticas que sur
g i e r o n duran te l a C r i s t i a d a d e r i v a b a n de cuestiones de fe o
de creencias sobre e l carácter de l o sobrena tura l . A l menos
e n el caso de V i l l a G u e r r e r o , es evidente pa ra nosotros que
las fuertes d iv is iones y fisuras aparentes dentro del m u n i c i
p i o du ran te l a C r i s t i a d a no se genera ron po r debates ideoló-
gico-re l ig iosos . P u e d e ser que V i l l a G u e r r e r o h a y a cons t i tu i -
5 9 E n 1970 Totat iche no contaba con ningún ejido, y V i l l a Guer re ro
sólo con uno . L a dotación de éste resultó de l a lucha por l a t ierra entre
los descendientes de los indios tepecanos y los ganaderos de V i l l a Guer re
ro. Es ta pugna está relacionada con l a posición progobiernista de los ga
naderos y será discut ida más adelante en el texto. P a r a mayor informa
ción sobre l a evolución de l a tenencia de l a t ierra en el mun ic ip io , véase
S H A D O W , 1985. 6 0 Estos antagonismos entre las dos "pat r ias ch icas" se expresan en
formas múltiples que van desde l a belleza de l a p laza hasta el honor de
las muchachas. C u a n d o se v a l a luz en V i l l a Guer re ro la gente acusa a
los de Tota t iche de haber cortado el suminis t ro de energía.
6 8 2 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J . RODRÍGUEZ-SHADOW
do u n o de los casos insólitos y atípicos en el occidente de
M é x i c o , y que l a idea de u n paisaje p redominan temen te
cristero fundamentado en los más altos p r inc ip io s religiosos
sea básicamente correcta . Sólo u n m a y o r número de m i c r o -
his tor ias nos informarán hasta qué pun to comunidades
c o m o V i l l a G u e r r e r o , A m e c a y Cañadas fueron excepciona
les. P e r o lo que sí es c laro es que V i l l a G u e r r e r o tuvo u n a
oligarquía cuyo compor t amien to en l a C r i s t i a d a difirió sig
n i f i ca t ivamente de lo que sé h a repor tado en otras loca l ida
des c o m o To ta t i che y A r a n d a s . C o m o y a se mencionó , l a
élite pol í t ico-económica de V i l l a G u e r r e r o no cerró filas con
el c lero p a r a fo rmar u n frente c o m ú n en oposic ión a l gobier
n o . A l con t ra r io , los pr inc ipa les terratenientes y algunos
rancheros y comerciantes medios — h o m b r e s que se consi
d e r a b a n los líderes del p u e b l o — c o n sus " c l i e n t e s " orga
n i z a r o n l a Defensa Soc ia l y t o m a r o n las a rmas cont ra los
sublevados .
¿ P o r qué defendió a l g o b i e r n o l a o l igarquía de V i l l a
G u e r r e r o , mient ras que los de T o t a t i c h e , ;de A r a n d a s y de
tantos otros pueblos se iden t i f i ca ron c o n los cristeros?
S u g e r i m o s que los dos m u n i c i p i o s a s u m i e r o n posturas d i
vergentes durante l a C r i s t i a d a d e b i d o al i m p a c t o di ferencia l
de l a expansión del estado n a c i o n a l en l a z o n a , y a los d i s t in
tos intereses y r iva l idades que se genera ron c o m o resultado
de este proceso. L o que se d i spu t aban e ran ingresos y bienes
mater ia les , autonomía político-administrativa e iden t idad
c o m u n i t a r i a . C o m o L u i s González h a mos t rado en su análi
sis de l a fundación de S a n José de G r a c i a y de los antagonis
mos que h u b o entre S a n José y M a z a m i t l a , " t o d a aldea de l
m u n d o h i s p a n o a m e r i c a n o . . . [tiene] su a ldea r i v a l " . 6 1 Este
pueb lo r i v a l , p o r supuesto, suele ser el más cercano. Argüi
m o s que las diferencias en cuanto a l apoyo dado a l a causa
cr i s te ra en las dos c o m u n i d a d e s h a n de ser vistas dentro de
este p a n o r a m a de r iva l idades in te rpueble r inas en las cuales
el Es t ado h a in te rven ido en l a a rena polí t ico-económica
c o m o u n actor de primerísima i m p o r t a n c i a , generando, en
el caso de V i l l a G u e r r e r o , redes de a l ianzas verticales que ,
6 1 G O N Z Á L E Z , 1 9 6 8 , p . 9 2 .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 683
ar t icu ladas c o n los intereses locales re lac ionados con el uso y el con t ro l de recursos estratégicos y c o n el ejercicio de l poder , c rea ron lazos de dependenc ia y de c l ien te l i smo entre selectos sectores sociales locales y el Estado-nación.
E n lo que sigue, enfocamos nuestro análisis en los estratos de l a población de V i l l a G u e r r e r o en los que se h a detectado l a ex is tencia de u n a posición gobiern is ta , los terratenientes y ciertos rancheros y comerciantes provenientes del sector m e d i o . P o r razones m u y diferentes que t ienen que ver c o n l a transformación histórica de l a z o n a duran te el siglo X I X , m i e m b r o s de estos estratos habían sido beneficiados p o r l a política estatal en lo que se refería a l a tenencia de l a t i e r ra y a l a i ndependenc i a admin i s t r a t i va , a veces a costa de los de T o t a t i c h e . A u n antes de que estal lara l a C r i s t i a d a , se habían establecido pactos entre el Es t ado y a lgunos c o m p o n e n tes de l a población loca l . U n o de estos arreglos e ra l a política a g r a r i a l i b e r a l decimonónica que proveyó el m e c a n i s m o p a r a l a apropiación de tierras indígenas p o r parte de los grandes terratenientes y ganaderos de V i l l a G u e r r e r o . E l ot ro fue l a erección de V i l l a G u e r r e r o en m u n i c i p i o independiente , en m a y o de 1921. Es to fue u n golpe fuerte p a r a T o tat iche y parece haber tenido c o m o objet ivo el d e b i l i t a m i e n to político y económico de este m u n i c i p i o , cons iderado c o m o e n e m i g o de l a Revoluc ión por l a i n f luenc ia de l c lero. Estas a l ianzas ver t icales entre el Es tado y los sectores acomodados de V i l l a G u e r r e r o separaban a éstos de los de To ta t i che y sirvió m u y b i e n al gob ie rno c u a n d o los cristeros se a l za ron . A u n q u e n o d u d a m o s de que los m i e m b r o s de estos estratos podrían haber s impa t i zado c o n a lgunas ideas de l a causa cr is tera , también l l egaron a l a conclusión de que su p r o p i o bienestar e intereses serían mejor servidos manteniéndose a l l ado de l gob ie rno o cuando menos no apoyando ostensiblemente a los cristeros.
P a r a c o m p r e n d e r me jo r estos procesos, es preciso que cons ideremos l a geografía social de l an t iguo m u n i c i p i o de T o t a t i c h e y que e x a m i n e m o s el pape l de l Es t ado en el siglo X I X . L u e g o veremos l a relación entre recursos y el Es tado en l a estructuración de los aparatos locales de poder duran te l a C r i s t i a d a .
6 8 4 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
TIERRA, ESTADO Y OLIGARQUÍA
E l pueb lo de To t a t i che es u n viejo asentamiento de o r igen
indígena que fue i nco rpo rado durante l a época co lon ia l
c o m o u n o de los veint i tantos pueblos dent ro de l a j u r i s d i c
c ión m i l i t a r d e l G o b i e r n o de las Fronteras de S a n L u i s de
Colo t lán . 6 2 E n 1755, deb ido a l c rec imien to de l a población
e n e l área, l a entonces d o c t r i n a de To ta t i che fue e levada a
l a categoría de p a r r o q u i a 6 3 y luego , en el siglo X I X , a l a de
m u n i c i p i o independien te sujeto e n lo político y admin i s t r a t i
v o a Colot lán, cabecera de l octavo cantón. H a s t a l a
separación de V i l l a G u e r r e r o en 1921, T o t a t i c h e aba rcaba
u n a e n o r m e área de más de 1 600 kilómetros cuadrados .
C l i m a semiárido, paisaje de estepa, a g r i c u l t u r a de tempo
r a l , ganadería ex tens iva , comerc io de poca m o n t a y pob la
ción más d ispersa q u e concent rada , h a n sido los rasgos esen
ciales de su fisonomía desde su fundación. D e antaño era
t i e r r a de caba l lo , p i s to la y reata, a l a c u a l se le agregó l a pick-
up y e l b race ro . P o r el año 1822 vivían sólo 4 865 a lmas en
todo e l t e r r i t o r i o 6 4 C i e n años más tarde l a so ledad del m u
n i c i p i o e r a menos , pero a u n así e ra terruño p a r a pocos. E n
vísperas de l a C r i s t i a d a , l a población h u m a n a n o l legaba a
los 12 000 habi tantes según el D e p a r t a m e n t o de l a Estadísti
ca N a c i o n a l , 6 5 mien t ras que el número de reses que pasta
b a e n sus agostaderos se es t imaba en más de 25 000 .
L a topografía y l a ecología de l viejo m u n i c i p i o no es u n i
forme. A grandes rasgos se pueden d i s t i ngu i r tres zonas i m
portantes: el or iente ondu lan te , e l centro parejo y e l occ i
dente ba r rancoso . E n l a parte o r ien ta l se h a l l a e l pueb lo de
T o t a t i c h e , asentado en m e d i o de u n paisaje de pequeños ce-
rr i tos y l omas despejadas, atrevesadas p o r r iachuelos y ar ro
yos que p r o v e e n a g u a p a r a los habi tantes y e l ganado , así
c o m o pequeñas bolsas de t ierras de aluvión p a r a l ab ra r .
D e s d e l a cabecera h a c i a el oeste, e l v ie jo m u n i c i p i o se ex-
V E L Á Z Q U E Z , 1 9 6 1 .
S H A D O W , 1 9 8 6 .
R O A , 1 9 8 1 , p . 1 5 0 .
Censo, 1 9 2 6 , pp . 2 2 7 y 2 7 5 .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 6 8 5
tendía unos 45 k m , hasta l a pa red occidenta l de l cañón del
río Bolaños, a l pie de l a S i e r r a M a d r e O c c i d e n t a l , pue r t a a
l a t ier ra h u i c h o l a . Este cañón, impres ionante rasgo geológi
co, m i d e más de 11 k m de a n c h u r a y 800 m de p r o f u n d i d a d .
C a s i l a m i t a d de l te r r i tor io de To ta t i che — 8 0 0 k m 2 — se lo
ca l i zaba en esta ba r r anca . E r a y sigue siendo hogar p a r a
poca gente, l a mayoría de ellos unos centenares de ind ios te-
pecanos. D e b i d o a lo accidentado de estas t ierras, el v a l o r
agrícola de l a b a r r a n c a s iempre h a sido r educ ido , pero en
compensación cuenta c o n atractivos recursos p a r a l a gana
dería, el río Bolaños y var ios de sus t r ibutar ios l l evan agua
todo el año, y h a y pastizales de b u e n a ca l i dad . Estos recur
sos ganaderos, con temperaturas invernales templadas , fue
r o n reconocidos y codic iados po r los rancheros cr iol los de l a
z o n a desde el s iglo X V I I . S i n embargo , durante l a c o l o n i a ,
el con t ro l y el acceso di recto a ellos fue b loqueado p o r l a
exis tencia de l a c o m u n i d a d indígena de S a n L o r e n z o de A z -
queltán, que t uvo jurisdicción sobre l a m a y o r parte de l a ba
r ranca . N o fue hasta el segundo cuar to del siglo X I X , c o m o
resultado de l proyecto l ibe ra l y de las leyes de desamor t i za
ción, p romulgadas p r i m e r o a n i v e l estatal y luego p o r l a F e
deración, que los ganaderos encon t ra ron los medios legales
p a r a ent rar en l a b a r r a n c a y apoderarse de e l la . E n este pe
r iodo cobró fuerza l a t ransferencia de las t ierras indígenas a
los rancheros cr io l los , no sólo en l a b a r r a n c a de los tepeca-
nos sino en todas las comunidades indígenas de l a región, i n
c luyendo las h u i c h o l a s . 6 6 Así , a d i ferencia de l a situación
que existía en los A l t o s de J a l i s co , en donde no había t ierras
de indios y en donde l a R e f o r m a parece haber al terado poco
l a es t ructura social existente, el proyecto l ibera l - juar i s ta en
el an t iguo m u n i c i p i o de To ta t i che sí modif icó p r o f u n d a m e n
te l a tenencia de l a t ie r ra y las relaciones sociales que g i ra
b a n en to rno a e l la .
L o impor t an te de este proceso, p a r a nuestro caso, es que
p o r razones de p r o p i n c u i d a d los ganaderos que se beneficia
r o n del p royec to agrar io del l i be ra l i smo dec imonónico no
fueron los totatichenses que vivían en y a l rededor de l a cabe-
6 6 Véanse S H A D O W , 1 9 8 5 y W E I G A N D , 1 9 7 7 y 1 9 7 9 .
686 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
cera a unos 20 o 30 k m de l a ba r r anca , sino los rancheros ,
medianos y grandes, que exp lo taban y hab i t aban las t ierras
l lanas que se encuen t ran cerca de l a franja or ien ta l de l a ba
r r anca , en l a parte céntrica de l an t iguo m u n i c i p i o .
E s t a p lan ic ie , de a p r o x i m a d a m e n t e 100 k m 2 de exten
sión, está atravesada p o r el A r r o y o G r a n d e y var ios r iachue
los secundarios . A los lados de éstos se h a n deposi tado i m
portantes extensiones de t ie r ra de aluvión, p r o p i c i a p a r a l a
ag r i cu l tu ra de t e m p o r a l e inc luso de r iego. E n las l omas se
encuen t ran pastos p a r a los an imales . A u n q u e las mercedes
or iginales que c o n v i r t i e r o n estos terrenos en p r o p i e d a d p r i
v a d a española da tan de l siglo X V I , no fue hasta el siglo
X V I I I que esta f rontera recibió u n fuerte cont ingente de po
bladores provenientes de l a parte o r ien ta l del m u n i c i p i o y de
l a región de J e r e z , Zacatecas , todos atraídos p o r l a d i s p o n i
b i l i d a d de agostaderos y tierras de l a b o r . 6 7
E n el siglo X I X el asentamiento p r i n c i p a l en l a p lan ic ie
era l a hac i enda agroganadera de Juanaca t i que , p r o p i e d a d
de l a f a m i l i a L l a n o s y V a l d e z cuyos m i e m b r o s residían en
l a " c a s a g r a n d e " y a d m i n i s t r a b a n directamente el trabajo
de l a hac ienda . T r a d i c i o n a l m e n t e , l a m a y o r parte de las
t ierras controladas p o r los V a l d e z se ha l l aban en l a p l an ic i e .
Después de 1830, s i n embargo , los V a l d e z y ciertas famil ias
al iadas y emparentadas c o n ellos, c o m o los C a b a l l e r o , due
ños de l a v e c i n a h a c i e n d a Cone jos , e m p e z a r o n a a d q u i r i r ,
po r m e d i o de l a c o m p r a , l a h ipoteca , el engaño y l a v i o l e n
c i a , impor tan tes secciones de las t ierras de l a an t igua c o m u
n i d a d indígena en l a b a r r a n c a de l río Bolaños. Este m o v i
m i e n t o de l a f rontera agroganadera c r io l l a hac i a el cañón
fue i m p u l s a d o p o r el c rec imien to demográfico de l a pob la
ción ranchera , y p o r l a d i s p o n i b i l i d a d , en l a ba r r anca , de
fuentes permanentes de agua y de agostaderos capaces de
sostener el ganado duran te l a t emporada de sequía. C o n el
t i empo los p r inc ipa les rancheros de Juanaca t i que y Cone jos
6 7 Ent re las familias que l legaron en este periodo y que dejaron m u
cha descendencia podemos mencionar a los Are l l ano , a los Sánchez y a
los V a l d e z (Francisco Sánchez-Robert Shadow, 27 de ju l io de 1975 y Sal
vador Quezada-Rober t Shadow, 4 de ju l io de 1975).
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 6 8 7
o b t u v i e r o n acceso a los impor tan tes recursos ganaderos de l a ba r r anca , que c o m p l e m e n t a b a n las tierras que cont ro lab a n en l a p lanic ie (para u n a discusión más esmerada de este p roceso) . 6 8
A u n q u e desconocemos las ideas políticas que estos p ropietar ios adop ta ron respecto a los debates y pugnas que se l l e v a r o n a cabo a n i v e l n a c i o n a l entre l iberales y conservadores, acerca de l t e m a de federal ismo y cen t ra l i smo, queda c laro que en el p lano económico los rancheros acomodados o " b u r g u e s e s " 6 9 de l a parte cent ra l de To ta t i che se ident i f i c a b a n p lenamente c o n las ideas y prácticas estatistas y l ibe rales. E s también claro que a p o y a b a n l a política m i l i t a r de l gob ie rno centra l , y a que ésta fue necesaria p a r a der rocar a las fuerzas indígenas que se m o v i l i z a r o n bajo el m a n d o de M a n u e l L o z a d a p a r a defender a las comunidades con t ra el asalto de los ganaderos . 7 0 E n fin, tanto l a r e fo rma ag ra r i a pues ta en m a r c h a po r el Es tado jua r i s t a , a costa de las c o m u n i d a d e s indígenas, c o m o l a in jerencia m i l i t a r de l gob ie rno pa ra l l eva r l a a cabo, permitían l a expansión y consolidación de las propiedades de los grandes y medianos terratenientes de l a z o n a cent ra l de To ta t i che . E n 1901 l a enajenac ión de las tierras comuna les había l legado a tal grado que los líderes tepecanos r epor t a ron que a l a c o m u n i d a d le q u e d a b a n sólo 1 628 h a de los cientos de kilómetros cuadra dos que o r ig ina lmen te p o s e y ó . 7 1
Así , lo que suger imos es que l a ac t i tud neu t ra l o abier tamen te p rogobie rn i s ta que a s u m i e r o n var ias de las famil ias rancheras del m u n i c i p i o de V i l l a G u e r r e r o duran te l a C r i s t i a d a tiene sus raíces en el siglo X I X , y que está re lac ionada c o n l a l u c h a po r l a t i e r ra y c o n el hecho de que el Es tado había sido u n al iado fiel de los ganaderos tanto de J u a n a c a t ique c o m o de los m u n i c i p i o s que c o l i n d a n con l a s ier ra h u i c h o l a en su intento de entrar a l a p r o p i e d a d indígena y
6 8 S H A D O W , 1 9 7 6 y 1 9 8 5 . 6 9 S C H R Y E R , 1 9 8 0 . 7 0 Véanse M E Y E R , 1 9 8 4 y A L D A N A R E N D Ó N , 1 9 8 3 . 7 1 Véase oficio suelto del A r c h i v o de l a Delegación de Hac ienda de
V i l l a Guer re ro .
688 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
apoderarse de el la . E s impor tan te subrayar que los ganade
ros o r i u n d o s de l a parte or ien ta l de To ta t i che aparentemen
te n o pa r t i c i pa ron en este proceso. D e los terratenientes que
ac tua lmente poseen propiedades dent ro de lo que era l a co
m u n i d a d indígena de los ind ios tepecanos, casi todos son ve
c inos de V i l l a G u e r r e r o .
D u r a n t e l a revolución m e x i c a n a l a ofensiva con t ra los i n
dios continuó. L a única transformación notable fue que
c a m b i a r o n los nombres , pero no las ident idades , de los con
t r incantes , juaris tas y lozadistas se t r ans fo rmaron en car ran-
cistas y vi l l is tas . E n u n a ocasión, fuerzas gobiernistas (ca-
rrancis tas) bajo el m a n d o del terrateniente L e a n d r o V a l d e z
a tacaron a los indios tepecanos (vil l is tas) , y ma t a ron a 60
de e l l o s . 7 2
P a s a d a l a Revoluc ión , las t ierras arrancadas de las c o m u
n idades indígenas seguían en m a n o s de los nietos de los
terratenientes-ganaderos de l a generación de l a R e f o r m a .
L a cuestión de l a t ie r ra afectaba l a comple ja telaraña de
a l ianzas y posiciones p ro y ant igobiernis tas que se f o r m a r o n
c u a n d o estalló el m o v i m i e n t o a r m a d o cr is tero. P o r e jemplo,
los hu icholes de l a c o m u n i d a d de S a n Sebastián y muchos
de los ind ios tepecanos se dec la ra ron en favor de los criste
ros, no tanto po r su a m o r a los ensotanados, sino porque los
" v e c i n o s " ganaderos que habían i n v a d i d o su c o m u n i d a d
desde los t iempos de L o z a d a e ran de l gob i e rno . 7 3 V i s t o así,
el obje t ivo p r i n c i p a l de los ind ios (y especialmente de los
hu icholes ) a l apoyar a los cristeros no era defender l a fe cató
l i c a — c o s a que n u n c a llegó a r e m p l a z a r sus ri tuales y su cos-
movis ión autónoma— sino preservar l a in tegr idad de sus
t ierras comunales y recuperar los campos y agostaderos en
posesión de los " v e c i n o s " . 7 4 E n V i l l a G u e r r e r o famil ias
c o m o los A r e l l a n o , que tenían fuertes intereses en las tierras
huicholas , s impatizaban casi unánimemente con el gobierno. 7 5
7 2 D o n Pedro Huer ta -Rober t Shadow, 2 2 j u n i o de 1 9 7 6 . 7 3 A L D A N A R E N D Ó N , 1 9 8 3 y W E I G A N D , 1 9 7 6 y 1 9 7 7 . 7 4 P h i l C . Weigand , " T h e Ro le of the H u i c h o l Indians in the Revo lu -
tions of Western M é x i c o " . Ponenc ia presentada en Pacific Coast Council
on Latin American Studies. T e m p e , A r i z o n a , 1 9 7 6 . 7 5 A n t o n i o Are l l ano-Rober t Shadow, 6 de ju l i o de 1 9 7 5 .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 689
N u m e r o s o s informantes en V i l l a G u e r r e r o que v i v i e r o n
l a C r i s t i a d a toca ron el t ema de c ó m o viejos rencores y re
lac iones , afectaron l a t o m a de posic iones duran te el a lza
m i e n t o , que fulano de tal se alió c o n los cristeros porque su
e n e m i g o o r i v a l e ra adepto del régimen. Se relata que el
ganadero C i r e n i o M e d i n a se unió a los cristeros porque Pe
d r o Rosa l e s , otro ganadero que había sob rev iv ido u n a e m
boscada perpe t rada p o r C i r e n i o , se había a l iado con los
federales. A p a r e n t e m e n t e , Rosa les , q u i e n era jefe de l a D e
fensa S o c i a l , tuvo fuertes enemistades p o r el lado del go
b i e r n o también, porque terminó ahorcado p o r los mi l i ta res ,
jacusado de ser cr is tero! 7 6 Se dice que L e a n d r o Sánchez se
levantó con t r a el gobierno po r l i t ig io de tierras c o n los V a l -
dez y quería ajustar cuentas. R e s u l t a interesante que l a h i ja
de L e a n d r o , doña Josefa Sánchez, op inó que su padre ,
m u e r t o p o r el gobierno , no era cr is tero por convicción sino
que había sido et iquetado así p o r sus vaqueros , quienes que
rían apoderarse de su t i e r ra y g a n a d o . 7 7 O t r o caso intere
sante es el de E m i l i o V a l d e z , hi jo errante de los V a l d e z de
J u a n a c a t i q u e , q u i e n in ic i a lmen te se incorporó a las filas
de los cristeros (y fue apodado " e l L o c o " p o r su decisión).
L u e g o cambió de par t ido cuando su h e r m a n o , O t i l i o , futuro
cac ique de l pueb lo , le h i z o ver que sus intereses políticos y
económicos estarían mejor servidos apoyando a las fuerzas
federales.
E r a el facc iona l i smo y no l a u n i d a d lo que r e inaba en V i
l l a G u e r r e r o en l a década de los ve in te . D e hecho, dos de las
parentelas más numerosas en e l m u n i c i p i o , los V a l d e z y los
Sánchez, estaban identif icadas c o n bandos opuestos. L o s
V a l d e z , c o m o hemos vis to , a p o y a r o n a l gob ie rno mient ras
que los Sánchez tendían a aliarse c o n los cristeros. L o s anta
gon i smos entre estas famil ias no su rg i e ron súbitamente c o n
e l a g u d i z a m i e n t o de l confl icto re l ig ioso s ino que da tan de l a
segunda m i t a d del siglo X I X , c u a n d o var ios de los patr iar
cas de los Sánchez, o r iundos de Colotlán, e m p e z a r o n a esta-
7 6 Rosa r io Raygoza -Rober t Shadow, 27 de j u n i o de 1975 y M a u r i l i o García-Roberí Shadow, 1- de mayo de 1976.
7 7 Josefa Sánchez-Robert Shadow, 19 de febrero de 1976.
690 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
blecer ranchos de m e d i a n o cauda l en l a p lan ic ie a l rededor
de l a hac i enda de J u a n a c a t i q u e . Resent idos de l con t ro l polí
tico y e c o n ó m i c o que ejercieron los V a l d e z en el área, los
Sánchez se conv i r t i e ron en oponentes de los V a l d e z . L a s ge
nealogías mues t ran el d i s tanc iamiento social entre estas fa
m i l i a s , y a que casi n u n c a se casaron entre sí.
E n síntesis, el análisis de los protagonistas y de las re lacio
nes entabladas en el proceso del despojo de las t ierras indíge
nas en esta z o n a a pa r t i r del siglo X I X , nos a y u d a entender
el o r i g e n de l a leal tad de l a oligarquía loca l de V i l l a G u e r r e
ro a l gob ie rno duran te l a C r i s t i a d a . 7 8 V a l e m e n c i o n a r ,
también, que aunque l a posición de l a oligarquía de V i l l a
G u e r r e r o contras taba c o n l a c a m a r i l l a cr is tera de los A l t o s
de J a l i s c o , ac tuaron en unión c o n los caciques de los otros
m u n i c i p i o s adyacentes que c o l i n d a b a n c o n tierras indígenas
( M e z q u i t i c y Bolaños) . Podemos c o n c l u i r , entonces, que l a
d i s p o n i b i l i d a d o no , de u n a frontera ag ropecuar i a represen
tada p o r tierras indígenas, desempeñó u n pape l impor tan te
en l a evolución de las oligarquías regionales y afectó sobre
m a n e r a el carácter de las relaciones que se desa r ro l l a ron en
tre estas estructuras locales de poder y el estado n a c i o n a l .
A p a r t e de l a cuestión de las t ierras, las a l ianzas y pos ic io
nes adoptadas durante l a C r i s t i a d a es tuv ieron cond ic iona
das po r intereses políticos re lacionados c o n cambios en l a
geografía h u m a n a del ant iguo m u n i c i p i o de To ta t i che .
C o m o se menc ionó , el asentamiento más impor tan te en
l a p l an ic i e cent ra l del m u n i c i p i o en el siglo X I X era l a ha
c i e n d a de J u a n a c a t i q u e . C o n t a b a c o n u n pequeño t emplo
— e l único en l a p l a n i c i e — y var ias t iendas, l a más grande
o p e r a d a por los m i s m o s V a l d e z 7 9 E n lo económico y en lo
social f unc ionaba c o m o u n luga r centra l p a r a l a población
r anche ra de l a p lan ic ie y de l a ba r r anca , a u n q u e en lo ecle
siástico y en lo c i v i l dependía del párroco y de los munícipes
7 8 Es importante señalar que lo que hemos mencionado sobre V i l l a
Gue r re ro es también aplicable a las oligarquías locales de los otros m u n i
cipios de l a zona que col indan con tierras indígenas. Tan to los Robles de
M e z q u i t i c como los Guzmán de Chimaltitán fueron progobiernistas. 7 9 M E Y E R , 1973-1974, vo l . 2, p . 21.
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 691
de T o t a t i c h e . U n a b u e n a parte de las 200 o 300 personas
que vivían en J u a n a c a t i q u e l a b o r a b a n en l a hac i enda c o m o
peones, medieros , vaqueros , ordeñadores, ar r ieros , s i rv i en
tas y empleados .
A l r e d e d o r de este núcleo se encont raba más de u n a doce
n a de modestos ranchos habi tados p o r u n a población l i b r e ,
de pequeños productores que , bajo contratos de a r renda
m i e n t o o c o m o propie ta r ios , se ganaba l a v i d a med ian te l a
s i e m b r a y l a ordeña.
U n o de estos ranchos e ra E l Sal i t re de G u a d a l u p e (antes
conoc ido c o m o A g u a Salóbrega), ub icado a unos cuantos k i
lómetros a l sureste de J u a n a c a t i q u e sobre el c a m i n o real que
i b a r u m b o a las m i n a s de Bolaños. C o n f o r m e al c rec imien to
de l a minería en Bolaños en el último cuarto de l siglo X I X ,
y a l aumen to en el comerc io que esto trajo cons igo , E l S a l i
tre cobró v i d a . P a u l a t i n a m e n t e , deb ido a su posición p r i v i l e
g iada c o n respecto a las vías comercia les , y gracias al hecho
de que se h a l l a b a en u n a l o m a adyacente a l a r royo más
grande de l a p lan ic i e , E l Sal i t re empezó desafiar a J u a n a c a
t ique po r l a posición de supremacía en los l lanos . E n l a dé
cada de 1890, en respuesta a l c rec imien to demográf ico del
pob lado , E l Sal i t re fue elevado a l a categoría política de co
misaría, lo que le permitió establecer su p r o p i o registro c i v i l
c o n jurisdicción sobre todos los ranchos de l a p lan ic i e y ba
r r anca . Este fue el p r i m e r paso f o r m a l en l a génesis de u n a
i d e n t i d a d política autónoma p o r parte de los residentes de l
área, proceso que culminaría u n a generación más tarde c o n
el d e s m e m b r a m i e n t o de To ta t i che .
In i c i a lmen te los V a l d e z de J u a n a c a t i q u e , p reocupados
p o r l a compe tenc i a comerc i a l y política que representaba l a
n u e v a c o m u n i d a d , se opus ie ron a las pretensiones de los ha
bitantes de E l Sa l i t re . P e r o las host i l idades se desvanec ie ron
c u a n d o los V a l d e z m i s m o s , eminen temente pragmáticos, se
d i e r o n cuen ta de las crecientes posibi l idades económicas que
existían en E l Sa l i t re y se m u d a r o n p a r a allá. C o n estas ten
siones superadas, E l Sal i t re p ron to se transformó en l a co
m u n i d a d de referencia p a r a los ranchos de las partes centra
les y occidentales de T o t a t i c h e , desplazando a J u a n a c a t i q u e
c o m o el l u g a r cent ra l de u n a población cuyos intereses eco-
6 9 2 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
nómicos , sociales y políticos g i r aban en torno a l a p l an ic i e
y a l a ba r r anca , y que h i c i e r o n cada vez más anacrónica su
vie ja leal tad e identificación c o n To ta t i che .
E n el año de 1905 l a gente de E l Sal i t re y de sus ranchos
dependientes, cansados de via jar hasta l a cabecera p a r a oír
m i s a y bau t i za r a sus hi jos, dec id i e ron t omar el segundo y
simbólicamente el más impor t an te paso hac ia su indepen
denc i a c o m u n i t a r i a : l a construcción de su p r o p i a ig les ia .
C o m o en casi todo el M é x i c o c r io l l o , fue este hecho y no los
dictámenes formales emi t idos p o r el C o n g r e s o del Es t ado , lo
que señala l a fecha de fundación del pueblo en l a historia ora l .
U n aspecto s ignif ica t ivo de este proceso de gestación es
que se llevó a cabo pese a l a oposición de algunos m i e m b r o s
del clero de To ta t i che . A di ferencia de lo sucedido en S a n
José de G r a c i a , en donde l a fundación del pueblo con taba
con el apoyo y l a bendición de los curas de S a h u a y o , 8 0 E l
S a l i t r e - V i l l a G u e r r e r o nació c o m o hijo desconocido, próji
m o rebelde, no reconoc ido por sus padres. D o ñ a Josefa Sán
chez relató que el padre M a g a l l a n e s , párroco de T o t a t i c h e
y luego jefe cr is tero, era u n d u r o oponente de l a separación
de V i l l a G u e r r e r o de T o t a t i c h e . Según doña Josefa , el m o t i
vo de esta oposición residía en el hecho de que c o n el estable
c imien to de u n a p a r r o q u i a en V i l l a G u e r r e r o To ta t i che per
dería los ingresos que obtenía por concepto de los d i ezmos ,
bau t i smos , m a t r i m o n i o s , entierros y l i m o s n a s . 8 1
E n 1921, después de l a Revoluc ión , E l Sal i t re de G u a d a
lupe era e levado a l a categoría de m u n i c i p i o " l i b r e y sobera
n o " , y su separación de To ta t i che era comple ta . A c t o segui
do su n o m b r e fue c a m b i a d o al de V i l l a G u e r r e r o en h o n o r
del héroe de l a i ndependenc ia , hecho que expresa, en el p l a
no s imbólico, l a n u e v a i den t i dad secular y estat izada del
m u n i c i p i o .
Sospechamos que u n o de los factores que m o v i ó a l C o n
greso de l Es tado a o torgar l a i ndependenc ia m u n i c i p a l a V i
l l a G u e r r e r o e ra su deseo de r educ i r l a in f luenc ia de T o t a t i
che y cons t ru i r u n po lo de poder loca l fiel a l a Revoluc ión .
8 0 G O N Z Á L E Z , 1 9 6 8 , pp. 8 2 - 8 3 . 8 1 Josefa Sánchez-Robert Shadow, 2 3 de jun io de 1 9 7 5 .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 693
V a l e enfat izar que no hemos encont rado l a documentación
necesar ia pa ra con f i rmar esta hipótesis, pero l a idea parece
congruen te dado el conoc ido conse rvadur i smo de To ta t i che ,
y l a c o n o c i d a eficacia de l a táctica " d i v i d e y vencerás" .
E l daño inf l ig ido a To t a t i che c o n l a erección del nuevo
m u n i c i p i o fue de grandes p roporc iones , perdió l a m i t a d de
su t e r r i to r io , i nc luyendo l a m a y o r parte de las tierras l abora
bles , así c o m o el con t ro l f o rma l sobre el agua , agostaderos
y pastizales de l a ba r r anca . D e b i d o a su acceso a estos recur
sos, V i l l a G u e r r e r o rápidamente superó en i m p o r t a n c i a a su
v ie j a cabecera agroganadera y c o m e r c i a l . H o y en día, el
" t i a n g u i s " d o m i n i c a l de V i l l a G u e r r e r o es e l más i m p o r t a n
te en l a región i nmed ia t a . L o s rancheros de toda l a z o n a ale
daña acuden a hacer sus compras y a " h a c e r n e g o c i o s " ;
mien t ra s los domingos son " a l e g r e s " en V i l l a G u e r r e r o , son
vistos c o m o más " t r i s t e s " en T o t a t i c h e .
L a oligarquía de V i l l a G u e r r e r o n u n c a se h a o lv idado de
los " a v a n c e s " que h a conseguido p o r su a l i a n z a cl ientel is ta
c o n el Es tado l i be ra l . A u n q u e las provis iones agrarias de l a
Const i tución de 1917 podrían haberles causado cier ta cons
ternación a los m i e m b r o s de este g rupo , en 1926 no había
ningún m o v i m i e n t o agrar is ta en el m u n i c i p i o que los ame
n a z a r a . S u exper ienc ia histórica les había enseñado que el
gob ie rno , más que u n a imposición ex te rna que desafiaba su
p o d e r político y r i q u e z a económica , e ra u n a l iado que había
c o n t r i b u i d o a l a consolidación de sus posiciones de con t ro l .
A l estal lar l a C r i s t i a d a , seguían s iendo católicos en l a fe y en
l a i d e n t i d a d re l ig iosa , y gobiernis tas en l a práctica política.
CONSIDERACIONES FINALES
E n este trabajo hemos p r i v i l e g i a d o las voces, experiencias e
intereses de los actores no cristeros c o n el fin de destacar l a
d i v e r s i d a d existente en u n a pequeña parte de l c a m p o ja l i s -
c iense, y de exp l ica r el c o m p o r t a m i e n t o p rogobie rn i s ta de
impor t an t e s sectores de l a élite m u n i c i p a l en términos de su
articulación histórica c o n el proceso de l a consolidación de l
p o d e r estatal .
6 9 4 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
A l resaltar l a heterogeneidad, el o p o r t u n i s m o y los sentimien tos anticristeros no pre tendemos, de n i n g u n a m a n e r a , restar i m p o r t a n c i a o " a u t e n t i c i d a d " a l m o v i m i e n t o cristero en sí. P o r ende, quisiéramos c o n c l u i r este ensayo con a lgunas reflexiones sobre el l u g a r de l a C r i s t i a d a en l a historiografía contemporánea.
H a c e dos lustros, J e a n M e y e r 8 2 cuestionó l a idea —hasta l a fecha m u y d i f u n d i d a — de que l a C r i s t i a d a representó u n m o v i m i e n t o r u r a l " r e a c c i o n a r i o " , cua l i t a t ivamente diferente de l m o v i m i e n t o " p r o g r e s i s t a - r e v o l u c i o n a r i o " de los zapa-tistas. S i aceptamos las in terpretaciones de E r i c W o l f y S e m o 8 3 de que l a revolución m e x i c a n a estalló deb ido a las tensiones acumuladas y a las cont radicc iones generadas por l a expansión de l mercado , p o r el desar ro l lo de u n nuevo ord e n c u l t u r a l , basado en el l i be r a l i smo soc ioeconómico y p o r u n a lógica y práctica capi ta l is ta que e ros ionaba las formas sociales de l m u n d o r u r a l t r ad i c iona l , y si aceptamos que l a C r i s t i a d a también representó u n a reacción y rechazo mas ivo de este s is tema por parte de l a gente del c a m p o , las ideas de M e y e r se reve lan acertadas. L o s factores específicos que m o v i l i z a b a n a los zapatistas e ran dis t intos a los de los cristeros. L o s zapatistas, ubicados en u n a de las áreas económicas c lave de l a economía m e x i c a n a , respondían, en g ran parte y más enérgicamente, a cuestiones agrar ias : l a pérdida de sus t ierras comuna les frente a las voraces haciendas azucareras. L o s cris teros, en c a m b i o , menos per judicados p o r las transfo rmac iones económicas de l po r f i r i a to , no se l evan ta ron en c o n t r a de l nuevo sis tema hasta su r eo rdenamien to y expansión bajo el régimen pos revo luc iona r io , y su rebeldía estaba f u n d a m e n t a d a en el rechazo a las pretensiones d o m i n a d o ras, hegemónicas , racional is tas y seculares de l Es tado . D e l a m i s m a f o r m a en que los estudios revis ionis tas h a n l l a m a d o l a atención sobre las con t inu idades entre los regímenes pre y pos revo luc iona r ios , entre el Es t ado capi ta l is ta t emprano y el m o d e r n o , 8 4 existió más c o n t i n u i d a d y cercanía entre es-
8 2 M E Y E R , 1 9 7 4 , p. 2 6 2 . 8 3 W O L F , 1 9 6 9 y S E M O , 1 9 7 8 . 8 4 C O C K C R O F T , 1 9 8 3 .
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 6 9 5
tos dos m o v i m i e n t o s rurales de lo que se creyó. A l igua l que
el z apa t i smo , el l evan tamien to cristero fue u n m o v i m i e n t o
p o p u l a r au tónomo der ivado del c a m p o , que expresaba los
resent imientos y agravios de impor tantes sectores de l pueb lo
ante las políticas m o d e r n i z a d o r a s . 8 5 L o s cristeros se n u t r e n
de las m i s m a s corrientes contestatarias y de resis tencia a l po
der cen t r a l que a l imen taban al campes inado m e x i c a n o zapa-
t is ta . L o s cristeros r e toman el coraje r u r a l aplacado p o r los
const i tucional is tas y por l a der ro ta de l zapa t i smo, y lo cana
l i z a n en u n nuevo m o v i m i e n t o político fomentado po r l a
percepción — m u y d i f u n d i d a po r zapatistas y el campes ina
do e n genera l— de que los nuevos líderes los habían decep
c i o n a d o y t r a i c ionado .
E n ñn, parece que l a descal i f icada i m a g e n que t ienen los
cristeros c o m o " a t r a s a d o s " y " r e a c c i o n a r i o s " en c o m p a r a
ción c o n los zapat is tas , 8 6 se debe, en parte, a l hecho de que
éstos h i c i e r o n l a guer ra a l derrotado por f i r i a to , mient ras que
los cristeros l u c h a r o n con t ra el régimen de los norteños que
asumió el poder e i m p u s o su definición y objet ivos a l proyec
to " r e v o l u c i o n a r i o " . P e r o tanto zapatistas c o m o cristeros
r e spond ie ron a su m o d o a l a implantación de l s istema m o
de rno : los p r ime ros , ante los despojos económicos de l l ibe ra
l i s m o , los segundos, p o r los proyectos sociales de éste. J u n
tos, zapatistas y cristeros d e l i m i t a r o n el p r i n c i p i o y el fin de
l a fase a r m a d a de l a revolución m e x i c a n a y l a participación
au tónoma de los campesinos en e l la . Y ambos fracasaron en
su in tento de preservar su autarquía y sus estilos t r ad ic iona
les de v i d a . E n este sentido se jus t i f i ca l a observación de que
" Z a p a t a y los cristeros son l a m i s m a c o s a " . 8 7
C o m o último rechazo m a s i v o a l cap i t a l i smo l ibe ra l , l a
C r i s t i a d a — y aquí nos refer imos a l m o v i m i e n t o popu l a r r u
r a l y no a l a facción u r b a n a cr is tera que se a g l u t i n a b a dent ro
de l a L i g a — pertenece a esa clase de m o v i m i e n t o s sociales
conservadores , et iquetados c o m o an t imode rnos , en el senti
do de que son p rop ic iados por hombres y mujeres que anhe-
8 5 K N I G H T , 1 9 8 0 , p . 1 9 . 8 6 B A R T R A , 1 9 8 2 , p. 3 1 . 8 7 M E Y E R , 1 9 7 4 , p . 2 6 2 .
696 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
l a b a n más l a cer teza y l a segur idad de l a tradición que las promesas de u n futuro r evo luc iona r io . S u proyec to no e ra conquis ta r n i el pode r estatal n i cons t ru i r u n n u e v o M é x i c o , sino defender las ins t i tuciones ancestrales. L o s cristeros depus i e ron sus a rmas no porque fueron derrotados n i po rque habían t o m a d o el P a l a c i o N a c i o n a l , sino po rque se acordó reabr i r las iglesias, extender amnistías a los combat ientes y despena l izar las prácticas re l ig iosas . 8 8 E r i c H o b s b a w m h a l l a m a d o l a atención sobre este t ipo de m o v i m i e n t o s , llamándolos " a r ca i cos y p r i m i t i v o s " deb ido a que son t ransi tor ios y suelen desaparecer en el m o m e n t o que se desa r ro l l an formas modernas de organización c o m o sindicatos, centrales y l igas campesinas y par t idos políticos. N o es nuestro in tento en este m o m e n t o e x a m i n a r a fondo l a posible aplicación de las su gerentes ideas de H o b s b a w m a l a C r i s t i a d a , pero vale precisar que es evidente que ciertos elementos considerados típicos de estos m o v i m i e n t o s , tales c o m o sus modos i r r ac io nales de organización, así c o m o su i ncapac idad de presentar u n desafío serio a l poder de l Es tado , no son relevantes p a r a el caso de l a C r i s t i a d a .
R E F E R E N C I A S
A L D A N A R E N D Ó N , M a r i o A l o n s o
1983 Rebelión agraria de Manuel Lozada, 1873. México : Secretaría de Educación Pública, «SepOchentas».
B A R T R A , R o g e r
1982 Campesinado y poder político en México. Méx ico : E r a .
B R A D I N G , D a v i d A . (comp.)
1980 Caudillo and Peasant in the Mexican Revolution. Londres : C a m b r i d g e Un ive r s i ty Press.
Censo
1926 Censo general de población, 1921. México : Depar tamento de l a Estadística Nac iona l .
M E Y E R , 1974, p . 260.
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 697
C O C K C R O F T , James D .
1989 México: Class Formation, Capital Accumulation, and the State. N u e v a Y o r k : M o n t h l y R e v i e w Press.
D Í A Z , José y Román R O D R Í G U E Z
1979 E l movimiento cristero: sociedad y conflicto en los Altos de Jalisco. México : Ed i to r i a l N u e v a Imagen-Cent ro de Investigaciones Superiores del Instituto N a c i o n a l de Antropología e Hi s to r i a .
F Á B R E G A S , Andrés
1979 " L o s Al tos de Ja l isco: características generales", en D Í A Z y R O D R Í G U E Z , pp. 11-92.
1986 La formación histórica de una región: los Altos de Jalisco. México : Cen t ro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social .
G E N O V E S E , Eugene D .
1976 Roll, Jordán, Roll: The World the Slaves Made. N u e v a Y o r k : V in t age Books .
G O N Z Á L E Z , L u i s
1968
H A T C H , E i v i n
1989
J R A D E , Ramón
1985
Pueblo en vilo. México : E l Coleg io de México .
" T h e o r i e s of Socia l H o n o r " , en American Anthropolo-gist, 91(2), pp . 341-353.
" I n q u i n e s into the Cr is te ro Insurrection against the M e x i c a n R e v o l u t i o n " , en Latin American Research Review, x x : 2 , pp . 53-69.
K A H N , Joe l S.
1985
K A T Z , F r i edr ich
1988
"Peasant Ideologies i n the T h i r d W o r l d " , en Annual Review of Anthropology, x i v , pp. 49-75.
" In t roduc t i on : R u r a l Revol ts i n M é x i c o " , en K A T Z , pp . 3-17.
K A T Z , F r i ed r i ch (comp.)
1988 Riot, Rebellion and Revolution: Rural Social Conflict in México. P r ince ton : Pr ince ton Un ive r s i t y Press.
698 ROBERT D. SHADOW Y MARÍA J. RODRÍGUEZ-SHADOW
K N I G H T , A l a n
1980 "Peasant and C a u d i l l o i n Revolu t ionary México , 1910-1917", en B R A D I N G , pp. 17-58.
L E V I N E , Dan ie l
1986 "Rel igión, the Poor , and Poli t ics i n L a t i n A m e r i c a T o d a y " , en L E V I N E , pp . 3-23.
L E V I N E , D a n i e l (comp.)
1986 Religión and Political Conflict in Latin America. C h a p e l H i l l : Un ive r s i t y of N o r t h C a r o l i n a Press.
L I N C O L N , Bruce
1985 " N o t e s T o w a r d a T h e o r y of Religión and R e v o l u t i o n " , en L I N C O L N .
L I N C O L N , Bruce (comp.)
1985 Religión, Rebellion and Revolution: An ínterdisciplinar)} and Cross-Cultual Collection of Essays. N u e v a Y o r k : St. M a r -t in 's Press.
M E Y E R , J e a n
1973-1974 L a Cristiada. México: Siglo Ve in t iuno Editores, 3 tomos.
1974 "Ref lex iones sobre movimientos agrarios e historia nacional en M é x i c o " , en M U K H E R J E E , pp. 241-264.
1984 Esperando a Lozada. México : E l Colegio de México-Consejo N a c i o n a l de C i e n c i a y Tecnología.
1989 L a cuestión religiosa en México. México: Instituto M e x i cano de D o c t r i n a Social Cr i s t i ana .
M U K H E R J E E , Prodyot C . (coord.)
1974 Movimientos agrarios y cambio social en Asia y África. México: E l Coleg io de México .
R O A , V i c t o r i a n o
1981 Estadística del estado libre de Jalisco. Guadalajará: G ob ie r no de Ja l i sco .
R O S E B E R R Y , W i l l i a m
1989 Anthropologies and Histories: Essays in Culture, History and Political Economy. N e w Brunswick : Rutgers Un ive r s i ty Press.
R U E D A S M I T H E R S , Salvador
1980 " E l movimien to cristero en los Al tos de Ja l i sco: u n caso at ípico", en Jornadas de Historia de Occidente, C e n tro de Estudios de l a Revolución M e x i c a n a "Lázaro Cárdenas".
RELIGIÓN, ECONOMÍA Y POLÍTICA EN LA REBELIÓN CRISTERA 699
S C H R Y E R , Frans J .
1980 The Rancheros of Pisaflores: The History of a Peasant Bour-
geoisie in Twentieth Century México. To ron to : Univers i ty of Toron to Press.
S E M O , Enr ique
1978 Historia Mexicana: economía y lucha de clases. México: E r a .
S H A D O W , Rober t D .
1976 " L a n d , L a b o r and Cat t le : T h e A g r a r i a n E c o n o m y of a West M e x i c a n M u n i c i p i o " . Tesis de doctorado. Stony Brook: State Un ive r s i t y of N e w Y o r k .
1985 " L o indio está en l a t ierra: ident idad social y lucha agraria entre los indios tepecanos del norte de J a l i s c o " , en América Indígena, X L V : 3 , pp . 521-578.
1986 " L a frontera norteña de l a N u e v a G a l i c i a : las parroquias de Colotlán, 1725-1820", en Relaciones: estudio de
historia y sociedad, 25, pp . 45-75.
S K O C P O L , T h e d a
1982 " W h a t M a k e s Peasants R e v o l u t i o n a r y ? " , en W E L L E R y G U G G E N H E I M .
V E L Á Z Q U E Z , María del C a r m e n
1961 Colotlán: doble frontera contra los bárbaros. México: U n i versidad Nac iona l Autónoma de México , «Serie H i s tórica, 3».
W E I G A N D , P h i l C .
1977 " C o n t e m p o r a r y Soc ia l and E c o n o m i c Structure A m o n g the H u i c h o l I n d i a n s " , en Art of the Huichol
Indians, T h e F ine A r t s M u s e u m of San Francisco. N u e v a Y o r k : A b r a m s Publ isher .
1979 "Cons iderac iones acerca de l a etnohistoria de los tepe-canos, huicholes, coras, tequales, y mexicaneros; con notas sobre los caxcanes" , en Zacatecas: Anuario de His
toria. Zacatecas: U n i v e r s i d a d Autónoma de Zacatecas.
W E L L E R , Rober t P . y Scott E . G U G G E N H E I M (comps.)
1982 Power and Protest in the Countryside. D u r h a m : D u k e Press
Po l i cy Studies.
W O L F , E r i c R .
1969 Peasant Wars ofthe Twentieth Century. N u e v a Y o r k : H a r -per and R o w , Publ ishers .
1990 "Di s t i ngu i shed Lec ture : F a c i n g P o w e r - O l d Insights, N e w Ques t i ons" , en American Anthropologist, 92(3), pp . 586-596.
Recommended