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AFRO
POEMAS
nov 2014
organização:- Biblioteca Temática de Direitos Humanos - Sarau AfroBiblioBrasileiro- Projeto OFICINATIVA- AfroEscola Laboratório Urbano
Biblioteca Temática de Direitos Humanos,Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes
organização:- Biblioteca Temática de Direitos Humanos da Cidade Tiradentes11 2555 2442 - Projeto OFICINATIVAwww.oficinativa.blogspot.com.br- AfroEscola Laboratório Urbano- Festival de AfroContação de HistóriasHADITHI NJOOwww.festivalhadithinjoo.blogspot.com.br
iniciativa:- Odé Amorim (artista / educador, [email protected])- Charlene Lemos (coordenadora de projetos da Biblioteca do Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes, [email protected])
AfroPoemas chegando em outros cantos desse imenso e maravilhoso mundão.
Estamos felizes pelas diversas / variadas participações e reflexões em relação a esse
tema. Celebrando sempre mas com consciência que ainda falta muito para que
possamos dizer que existe a tão desejada IGUALDADE na diferença.
Seguimos atent@s e lutador@s!!!
AfroAbraços
Odé Amorim
Texto da primeira publicação AfroPoemas, em novembro de 2011 (ainda atual):
“É crescente a necessidade de falar sobre temáticas sociais que ainda hoje são nós pessoais e coletivos naconstituição psicológica de nossa nação. E se conseguimos fazê-lo por caminhos artísticos / poéticos,acreditamos que tais debates e reflexões podem experimentar processos e resultados impressionantes.Essa foi justamente a proposta do concurso solidário AfroPoemas e agora apresentamos a publicação que nos dá muito orgulho. E certamente vontade de fazer outras...”
Somos todos negros, miscigenadosoriundos do mesmo sofrimento no navio negreironão importa se a sua pele é clara ou escurasomos todos negros
Em busca dos mesmos sonhosde um mundo sem desigualdadea cor da pele não pode me punirquero apenas meu espaço na sociedade
Branco, pardo, mulato, albinonão importa a pigmentaçãoqueremos apenas respeitoigualdade de oportunidadesQue a luta de Zumbi não seja em vão
Rogério Santos, 11/11/2014
O cabelo de Ágatha era duro...Duro era o preconceito contra o cabelo dela...Será que o cabelo duro desta menina,fará da vida dela dura também?
... Cristina O. Araújo, 24/10/2014
Somos todos negros
AfroPoemas 2013 - 3 AfroPoemas 2013 - 18
AfroPoetas nesta edição:- Bruna- Rogério Santos- ...Cristina O. Araújo- Odé Amorim- Vania (estagiária de Pedagogia, CFCCT)- Flávio (Escola POMAR, Ribeirão Pires)- Edmilson Ávila
Paticipação especial da EE Guerra Junqueiro, Professora Lilian Sankofa:- Elizama Bomfim Lopes- Danielle Lima e Denise Cardoso- Mayala Azevedo Teixeira - Daniely Souza e Jaine Cardoso- Tatiani S. Alves e Viviam França - Marcelina Vitória dos Santos- Tatiani S. Alves e Thayna Dias - Luiz Santana - Alannys Leal e Luan Fernando
Vivência que não tem preço
Ao som dos batuques, o sangue que corre nas veiasa família toda reunida em uma só sintoniaé samba de roda, umbigada...são valores que representam a nossa raça...“A minha vida é batida fortetambores soam no ilê axé igbêa minha alma é uma festa negraum ritual de amor e prazer”
Por entrePor minhas veiascorre um sangue vermelhoem minha alma ressoam traços negros
Traços que surgemna falana roupaem meu rostomeu cabelo
Somos todos negrosem base, em formaçãoe não esqueçamos de nossa nação
Das riquezas que aqui chegaramde nossa transformação
Viva a nação negraviva a nação zumbie a todosque chegaram aqui
Edmilson Ávila
Negos e brancosUm branco se acha inteligente e rico
mas o negro lutou pela vidanos navios dos portugueses
e foram escravizadossem preguiça,
Entãodevemos aos negros
porque sem eles não teríamos:cana, frutas e pão.
Vania,Estagiária de Pedagogia
(CFCCT)
Flávio (escola POMAR,Ribeirão Pires)
AfroPoemas 2013 - 17 AfroPoemas 2013 - 4
A VIDA E O PRECONCEITOA vida é preconceituosaCom suas escolhasE suas obrasSem as vezes requerer suas melhoras.
É viver para sofrer com suas normasBem provável que um negro sofreÉ melhor saber da verdadeQue o branco é mais aceito na faculdade.
O preconceito cresce como árvoresQue espalha suas folhas para todos os lugaresDeixando seus rastros no campoE com quem vem caminhando.
Existe, sem dever existirMaioria descendentes de negro somosMas o preconceito insisteE por isso muitos não realizam sonhos
Há leis, há normasMas muitas delas precisam de reformasPois ainda há muita dorE pouca chance para o sofredor.
As leis lutam contra ele, Mas muitas vezes sem sucessoAs pessoas que devem saber pensarE deixar o preconceito em recesso.
Elizama Bomfim Lopes
Pérola NegraSou Vania Pereira, uma pérola negra.Nascida e criada em São Paulo, com sangue de baianos.E com uma imensa força de uma grande guerreira.A minha originalidade nagô é um combustível para vencer preconceitos e romper paradigmas.Abolir da nossa sociedade que“até provar que não, o negro é vilão”.Conscientizar o povo negro de que eles não só podem,como devem,sair da zona de confortoe correr atrás de seus ideais.Provar para si próprio que não somos nenhum coitadinhoe que somos capazes de vencer.Contudo,o que o povo negro já passou desde a época da escravidãoaté os dias de hoje,somos ou não somos guerreiros?Somos todos iguais diante a nossas diferençasEntretanto, sou Vania Ferreira uma pérola negra.
Vania, estagiária de Pedagogia (CFCCT)
AfroPoemas 2013 - 5 AfroPoemas 2013 - 16
Consciência Negra IA consciência negraÉ uma data importanteOnde lembramos que o negroFoi a história do nosso país.
Aonde o negro pode ser respeitadoE reconhecido como um ser humano para todosOnde tem o direito e oportunidades de vida melhor
Onde pode se orgulhar dessa data tão especial,Pode-se honrar da sua corSem vergonha de ser negro.
Ser negro não é escolha e nem defeitoSó é uma cor mais escuraE nem por isso devemos discriminar o negroSendo que ele também tem qualidades, Opções e tem sim defeito como qualquer um!
Danielle LimaDenise Cardoso
CONSCIÊNCIA NEGRA IV
País que muitos se orgulhamDe sua diversidade,Pessoas que se odeiamNão há amor nas cidades.
Os negros muito sofrem,Nas mãos dos brancos soberbosQue não lembram que no fundoNão existe branco e negro.
Nós temos um deverJá é hora de findar,Esse maldito preconceitoPrecisa acabar.
Então eu te pergunto,E aí, o que vai ser?Vai deter o preconceito?Ou ele deterá você?
Mayala Azevedo Teixeira
AfroPoemas 2013 - 15 AfroPoemas 2013 - 6
Muitos querem ser negrosMas pra ser negro não é opçãoSer negro é sentir na pele O chicote da discriminação
A pele do negro é um manto sagradoOnde se lê, sua negra históriaApesar de trezentos anos do agravoEssa pele nunca perdeu sua glória
Pelo negro não há quem apeleQuem irá reparar sua dor?A pátria que ao negro repeleÉ feita da pele que por ela um dia sangrou.
Marcelina Vitória dos Santos
CONSCIÊNCIA NEGRA II
Por muito tempo os negros sofreramPelos brancos, nas senzalasE agora vamos mudar isso,Para termos nossas medalhas.
Nós também somos negrosNós não vamos desistirDe lutar pela igualdadePara em frente seguir.
Os anos vão se passandoE nós vamos mudar essa históriaVamos sempre dar um passo a frenteE deixar a nossa memória.
Vamos sempre atrás de nossos direitosPois nossa cultura nunca vamos abandonarNós também somos gente É sempre vamos lutar.
Somos brasileiros E não desistir e o nosso lemaTemos um feriadoCujo o nome é consciência negra.
Daniely SouzaJaine Cardoso
AfroPoemas 2013 - 7 AfroPoemas 2013 - 14
O sofrimento e a dor
O sofrimento e a dor São seu professor,Lhe ensinam a viverNa vida tem que aprender.
Só se conhece a si mesmoSe passar por sofrimento. O sofrimento lhe moldaTe torna alguém que acorda.
O choro e a lamentaçãoColírio pros olhos são.
Vai enxergar a vermelhaAprendendo do sofrimento e dor.Está frase milenarLembre-se dela sem parar.
Tatiani S. AlvesThayna Dias
Consciência Negra III
Consciência negra;Que nos trás a liberdadeDa felicidadeQue nos da igualdadeDa mundialidade.
Não significa cor, mas o sangue Como pernambucano, brasileiroSim pessoa arretada que não desisteSonhar que um dia será livre.
Antigamente não podia amar alguémQue não estivesse com a sua corPois a cor significa mais do que amor
Hoje somos livres não de preconceitosMas de amor, de alma, porque nascemos E lutamos como ninguém
Essa sou eu, essa é minha raçaEstou na consciência negraPorque não há de vencer se não se conhecer.
Tatiani S. AlvesViviam França
AfroPoemas 2013 - 13 AfroPoemas 2013 - 8
OSAFRODESCENDENTES
Na simplicidade, no meio do calorTraje; Escuridão.
Negra, negra fluindo cheiro De flor.
Canta... canta umaCantiga, melodia antiga...
Que instigaA música sei cantar
E por detrás desses cabelos negros!Derrama o sol.
Banhando a vida, o solPor lutar pela liberdade. Chora... Chora...
Vem noite, vem solLutando pela liberdadePenetra-se imensidão
Horas e horas de luta afrodescendente.
Luiz Santana
SENTIMENTO DE UM NEGRO
O grande sorriso branco,Não se pode apagar,Pois de livre e espontânea vontade,Nos trás à liberdade.
A linda noiva brancaSe casou-se com um negroOuve um grande preconceitoAmor não significa cor
Mas sentir Um profundo amor, Dor é uma palavra tristeE algo que se sente não se diz
Somos livres de almaDe amarDe sentirDe se apaixonar
Alannys LealLuan Fernando
AfroPoemas 2013 - 9 AfroPoemas 2013 - 12
EXULÊNCIA
o signo – o espaço – a diferença o deus – o agora – a bonança
pouco ou nada sem ele se fez, se faz sem o corpo cedido, o que é eficaz?
com a dúvida pungente da pregação vorazimpelindo adentro o sentimento mordaz
a estrada – o duplo – a dançao falo – o culto – a herança
de mero pupilo a grande potênciase eleva à função exata, à essência
certeza pura desconsidera a prudênciacelebração expansiva, outrora pendência
o ritmo – o cruzamento – a lembrançao homem – o engano – a andança
gestuais permanentes ao léu ilustram agrurasolhares correm desvelam raras ternuras
do mútuo apoio colaborativo nascem usurasda sólida relação duradoura brotam fissuras
o ritual – o compromisso – a semelhançao desejo – a oferenda – a criança
Odé AmorimNov 2010, “Proet@sias”
AfroPoemas 2013 - 11 AfroPoemas 2013 - 10
Do olhar da criança
Do olhar da criança saia a esperança,de um olhar que tudo dizia, mas nada sabia,cabelos enrolados,vestido alongado,dançando e girando com seu rebolado,toda enfeitada dando gargalhadae do olhar da criança saia uma GRANDE esperança.
Bruna, 13 anos
Tem grigri no meu pescoçonenhuma bagunça vai me pegarO fuzuê me deixa louco,fulo da vida, desejo de gritarAperta meu gogô e viro um molequesó quero brincarNo terreiro não tem guimbatem Capoeira pra toda gente jogar
criação coletivana oficina HADITHI NJOO,
out 2014