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No cárcere hospitalar
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Neste livro compartilho a experiência que tive quando
internado no período de 16 de maio a 14 de julho de 2015
no Hospital Municipal Salgado Filho, por conta do
tratamento de um infarto do miocárdio.
A par de todo o sofrimento e debilidade física que estava
sentindo fui fortalecido em espírito por Deus, o qual me deu
a visão que aqui compartilho, e que fui movido e capacitado
a redigir ainda quando me encontrava no Centro de
Tratamento Intensivo daquele hospital.
Acrescentamos ao relato original algumas notas explicativas
adicionais por ocasião da transformação do texto em livro,
as quais encontram-se entre parêntesis.
Sem mais delongas, passo à visão e revelações que recebi da
parte do Senhor, e que escrevi naquela ocasião sob o título
Memórias e Visões do Cárcere Hospitalar:
Tudo que ocorreria estava escrito diante de Deus, mas os
acontecimentos na Terra começaram a ter lugar na primeira
quinzena de maio de 2015, quando em meu escritório, de
manhã, abria o coração com minha esposa e compartilhava
com ela o quanto me doía verificar depois de anos a fio de
orações e aplicações, as mais exatas possíveis da Palavra de
Deus, o quanto havia ainda no povo certo envolvimento com
as coisas do mundo, e uma grande frieza para com as coisas
de Deus.
Pedimos misericórdia ao Senhor, e que de uma forma
miraculosa, que somente Ele poderia fazer pelo Seu Espírito,
fizesse uma reversão naquele quadro tão triste.
Tão logo nos levantamos da oração, me veio ao pensamento
a ideia de pedir a cada membro da congregação que
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escrevesse em poucas linhas qual era a visão que eles tinham
do relacionamento do crente com as coisas do mundo, e que
cada um relatasse qual era a sua posição a respeito.
Uma das minhas ovelhinhas queridas não fez por esperar, e
nas próximas duas horas seguintes me enviou um E-mail no
qual rasgara seu coração perante Deus em completa
sinceridade, confirmando o quanto vinha Lhe negligenciando
nos últimos meses e que a qualidade se sua vida espiritual
havia caído muito, apesar do grande sucesso que vinha
obtendo em sua vida secular.
Ao ser visitado por minha esposa a mesma encontrava-se
quebrantada, clamando pela misericórdia de Deus. Sua irmã
que a visitava e se encontra desviada juntou-se a ambas,
também em lágrimas e grande quebrantamento.
Poucos dias depois, ainda na mesma semana, comecei a
sentir dores no peito e um grande desconforto, vindo a
enfartar na noite de sábado (16/05). Levado às pressas para
a emergência do Hospital Salgado Filho apresentei duas
paradas cardíacas, das quais fui restaurado pelo braço do
Senhor, pois os procedimentos de reanimação não haviam
sido iniciados, fato que causou grande admiração na equipe
médica presente.
Desde então pude perceber algumas mudanças importantes
que haviam ocorrido em meu espírito.
1º - Percebi que o medo da morte, ou seja, o apego à minha
vida, havia sido extirpado por conta da operação poderosa da
consolação e da graça que me estavam sendo concedidas.
2º - Ganhei uma ousadia até então desconhecida, para
confrontar a impiedade dos homens – grandes ou pequenos
– sem temer a face do homem, ou para me prevenir de
qualquer retaliação da parte deles.
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Descobri em mim o mesmo espírito que estava no Senhor
Jesus, nos apóstolos e nos profetas quando confrontaram as
autoridades religiosas de Israel. E, nada disso por motivo de
imoderação ou desaforo, mas simplesmente por amor à
Palavra do Senhor.
(Falo isto porque tive que enfrentar grandes oposições
espirituais da parte de muitas pessoas no hospital, que a par
de toda a minha fragilidade física, atentaram contra a minha
alma com o intuito de afligir-me ainda mais, e recebi forças
para resistir a tudo aquilo sem me deixar abater.)
Há um túnel secreto no qual o espírito do homem pode e deve
se encontrar com o de Deus. Quando oramos e louvamos,
mas se permanecermos na entrada do túnel e não
encontrarmos a Deus, então nossas orações e louvores são
vazios, nós permanecemos vazios e nada especial acontece.
Mas, se buscarmos encontrá-Lo, e Ele vem ao nosso encontro
no túnel secreto da comunhão, então tudo se torna diferente;
nossos louvores e orações ficam cheios de vida, a presença do
Senhor nos reveste da Sua plenitude, e tudo passa a ter
significado em nosso viver.
Esta seria uma melhor forma de dizermos que você deve orar
e louvar a Deus todos os dias, pois isto soa muito mecânico e
dogmático, e não raro pode nos desestimular da tarefa antes
mesmo de começá-la. Porém, quando pensamos na doçura,
na paz e alegria em nosso espírito com Deus, nossa alma e
espírito se elevam na busca dAquele que preenche todas as
coisas, e é o bem mais precioso que teremos nesta vida e no
porvir.
É no encontro do túnel que novas canções de louvor, novas
formas de oração, novas revelações espirituais e celestiais
acontecem. E, nada disto é feito por obrigação, porque o
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próprio Senhor nos atrai como um ímã para junto do Seu
coração; e ali somos inspirados e sequer conseguimos parar
de exaltar o Seu grande nome.
(Escrevi estas palavras quando fui visitado com alegria pelo
Espírito do Senhor, e me senti movido e inspirado a colocar
por escrito tudo o que estava em minha alma. Lembro-me
que preocupado em não incomodar os companheiros de
enfermaria, me dirigi a passos lentos para o corredor onde
fica a sala de supervisão da enfermagem, e fui repreendido
por uma enfermeira que ali se encontrava que me disse que
deveria ir dormir, mas quando lhe disse o que estava em
minha alma e que deveria escrevê-lo, ela mudou
completamente de atitude e permitiu que eu o fizesse.)
Multidões caminham diariamente pelo vale da indecisão,
muitos que até pensam estar muito envolvidos com o servir
a Deus.
Mas qual a garantia que podemos ter de estarmos
caminhando efetivamente com Ele, em serviço e em
comunhão amorosa?
Sabedor que em sua grande maioria o Seu povo não é
capacitado para lhe prestar, por si mesmo, grandes serviços,
o Senhor pouco mais exige do que culto de adoração e louvor.
E mesmo nisto, muitos falham porque pensando nada mais
terem a oferecer a Deus, ocupam-se apenas com seus
assuntos mundanos.
Com isto perdem o rumo da presença de Deus, e com ele
aquela doce sensação de paz, alegria e louvor de espírito.
E isto pode ser vivenciado num hospital em que os interesses
dos assuntos sobre o corpo sobrepujam em muito os
relacionados à alma e ao espírito.
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Para a grande maioria da equipe do hospital não passamos
apenas de um corpo, sendo esquecido que espírito, alma e
corpo estão inter-relacionados, que um não pode viver sem o
outro, enquanto estivermos aqui nesse mundo.
No afã de curarmos o corpo podemos negligenciar o espírito
e a alma, ou seja, literalmente todas as faculdades das quais
são dotados, por exemplo na alma, a vontade, a razão, a
emoção, a imaginação etc; no espírito a consciência, a
intuição, a direção própria etc.
Jesus foi inteiramente direto e sincero quanto a tudo que se
refere à nossa real constituição, a tudo que somos, sendo
consideráveis responsáveis perante Deus em razão de termos
sidos criados à sua imagem e semelhança.
Imagem e semelhança esta da qual muitos duvidam, quando
olhamos ao nosso redor e verificamos ali muito mais o
espelho das atitudes que são pertinentes ao diabo, do que
aquelas que são propriamente inerentes à divindade.
Sem o conhecimento da causa e efeito destas coisas e em
razão de um juízo precipitado do que afinal o mundo de Deus
deve ser, ficamos acomodados numa falsa teologia de que
Deus provê afinal tanto o bem quanto mal.
Todavia, para que este tipo de juízo não ficasse à mercê de
homens sem esclarecimento e de mentalidade corrompida,
temos no Senhor Jesus uma revelação real de seus atributos
e caráter e tudo que ordenou na Bíblia para testemunho das
diversas gerações que o bem é algo que lhe pertence
inerentemente, e o mal foi o resultado do afastamento da sua
presença e de seus atributos morais. Lembremos que o
gênero humano foi criado no início por Deus na terra sem
qualquer pecado.
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Por que o Deus que é todo poderoso permitiu a entrada do
mal na sua criação perfeita, bondosa e amorosa? Onde o
desejo e felicidade inicial de cada um se encontrava
justamente em fazer o bem ao seu próximo?
Sabemos inclusive que desde então este fazer o bem ocorrerá
no meio de grandes lutas espirituais para subjugar os poderes
do mal - sem o que não será possível praticar o bem em face
de tal interposição maligna.
A Bíblia está repleta de exemplos destas resistências de
satanás que tiveram que ser removidas para que finalmente
triunfasse a causa do bem.
Vimos, portanto, quão preponderante é o enfrentamento e
subjugação destas forças malignas para que se cumpra a obra
de Deus.
E muito disto é atingido quando por amarmos ao Senhor e ao
evangelho já não temos mais a nossa vida como preciosa aos
nossos olhos, e somos tomados da coragem que habitou nos
apóstolos e em todos os mártires da Igreja, porque para eles
era mais importante dar testemunho da verdade contra o
erro satânico, do que preservarem a própria integridade
física.
Aqui repousa o brilho e o triunfo do evangelho, que por amor
a Deus, aos irmãos, ao evangelho, que se pregue e que se faça
tudo o que seja relativo à verdade sem importar o que
ganharemos ou perderemos com isto, desde que o grande
nome do Senhor seja glorificado.
(Tudo isto estava sendo redigido de forma manuscrita, com a
letra tremida, por conta da fraqueza e tontura que sentia.
Como o número de folhas aumentava e a inspiração não
parava de fluir, pedi à minha esposa e nora que fizessem a
gentileza de digitar todo este material, o que fizeram com
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prontidão de ânimo, para que eu pudesse compartilhar o que
estava recebendo com a equipe do hospital e com os
companheiros de enfermaria, que iam se revezando,
enquanto eu lá permanecia, pois fiquei internado 62 dias,
enquanto o tempo médio de internação de cada pessoa
naquela enfermaria com sete leitos, era aproximadamente
de uma semana.)
Tive uma visão na qual o Senhor me mostrava um enorme
cone de bronze brilhante, multifacetado, e formado por elos,
o qual se elevava muito acima da Terra, e uma voz poderosa
me dizia:
“Esta é a minha Lei que por fim hei de estabelecer em toda a
Terra!”
Imediatamente compreendi em espírito o significado daquela
visão que será cumprida no tempo do fim.
A Lei santa e perfeita do Senhor foi dada por Ele para que os
homes se amassem e se respeitassem pelo devido temor a
Deus e por conseguinte por receberem graça da Sua parte
para o cumprimento de todos os testemunhos fiéis dados
através de Moisés e dos profetas até a revelação completa
em Jesus Cristo.
Mas sabemos o quanto esta Lei celestial foi pisada,
desprezada e transgredida pelos homens. O que deveria ser
o elo da sua unidade foi transformado em um meio de
disputas e maquinações políticas. Acrescente-se a isto que os
judeus corromperam totalmente o propósito e o significado
da Lei do Senhor.
Daí então a visão nos falar de uma restauração futura não da
Lei, que é perfeita mas dos corações de todo um povo que
seja digno de recebê-la e vivê-la, a saber, os que teriam a Lei
inscrita em suas mentes e corações por causa de terem sido
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lavados no sangue de Jesus; pois aqueles que não são dignos
dela voltariam a calcá-la sob seus pés, e por isso, por não
viverem segundo a Lei, serão destruídos pela maldição da Lei
contra aqueles que a transgridem.
(A visão se aplica, portanto, a muitas pessoas em todas as
épocas da humanidade, quanto a Lei ser inscrita nas mentes
e corações, mas em nenhum deles ela é cumprida de modo
integral e perfeito, pois o cumprimento em sua plenitude
ocorrerá no tempo do fim, quando o ímpio for desarraigado
da Terra, e os que amam da Deus serão completamente
aperfeiçoados, não pela Lei, mas pela Graça que lhes
capacitará a viverem eternamente segundo as demandas da
Lei.)
É de suma importância entender, que logo ao pronunciar
aquele que tinha sido o Seu primeiro discurso público diante
das multidões de Israel, que nosso Senhor Jesus Cristo não se
apresentou a eles como alguém cujo propósito e missão
principal seria curar enfermos físicos, expulsar demônios ou
efetuar muitos milagres e maravilhas no mundo físico para
que ficassem extasiados com a bondade e misericórdia de
Deus para com eles, em lhes ter enviado um rei tão poderoso,
que certamente, segundo eles, poria um fim à longa
dominação dos romanos.
Entrementes, para a perplexidade de muitos, não foi isso que
Ele fez a princípio; ao contrário, tratou de restabelecer o lugar
de honra da Palavra de Deus entre eles. De dar o devido valor
aos mandamentos que por séculos eles vinham adulterando.
Principalmente os líderes religiosos, a quem cabia a guarda
sagrada da Lei por Israel, e que foram os primeiros a misturá-
la, inclusive com os ensinos ocultistas de Zoroastro, enquanto
estiveram no cativeiro em Babilônia, para a formação da
Cabala, que muito judeus tinham em tanta estima.
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Acrescente-se a isto, os interesses comerciais que por
influência deles passou a dominar em Israel, sob o disfarce de
um templo majestoso edificado por Herodes, por mais de 40
anos, que de fins piedosos e cultuais nada tinha, senão
aumentar o séquito anual de peregrinos para visitar as
majestosas edificações do templo, e assim, tanto o reino dos
judeus quanto dos romanos lucrava exorbitantemente com
os impostos cobrados e serviços que eram realizados no
templo e suas imediações.
Séculos de rapinagem se passaram até que se manifestou o
Filho de Deus para a restauração da honra e do culto de Israel,
que haviam sido instituídos desde os dias de Moisés, cerca de
1500 anos antes.
Então, multidões seguiram Jesus ao monte, porque haviam
visto as muitas curas e milagres que Ele havia realizado.
Talvez, com muitos tendo a expectativa de receberem a sua
parte de milagres e curas, aproximaram-se dEle, e deve ter
sido com não muito pouco desgosto o que ouviram.
Primeiro, nas bem-aventuranças Ele destacou que as bênçãos
eternas do Reino de Deus não eram para todos que as
desejassem, mas para aqueles cujas qualificações espirituais
Ele tratou de enumerar em seguida.
- Humildade de espírito;
- Os que choram por causa de seus pecados e natureza
terrena pecaminosa;
- Os mansos de espírito, ou seja, os que se submetem à
vontade de Deus;
- Os que são famintos e sedentos pela justiça de Deus;
- Os que usam de misericórdia para com o seu próximo;
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- Os que são limpos de coração;
- Os pacificadores que lutam e oram para que a paz de Deus
prevaleça na Terra;
- E, finalmente aqueles que dentre estes comprovam que
foram tais pessoas, porque foram duramente perseguidos
pelos ímpios.
É bem possível que nesta altura do discurso, muitos
estivessem se retirando ou se queixando contra Ele.
Eles esperavam grandezas, benesses e teriam que ouvir este
tipo de coisas?
Todavia, nosso Senhor nada lhes falou de novo, porque tudo
isto estava contido na Lei e nos profetas, ou seja, nas
Escrituras do Velho Testamento.
Mas tal era o desprezo deles pela Lei, que não poderiam
então reagir de outra forma senão desprezar o que lhes
estava sendo dito.
Jesus continuou arrazoando com eles nos seguintes termos:
Ora, se os guardiões da Lei de Deus eram o sal da Terra,
porque é pela aplicação e amor à Lei que se evita a corrupção
pecaminosa, de que lhes adiantaria carregarem o nome de
povo de Deus, se faltava em seus corações o sal e a ousadia
da Lei para enfrentarem a putrefação espiritual e moral do
mundo?
Israel havia sido acendido como o luzeiro de Deus para
iluminar e ensinar o caminho do amor, da verdade e da
justiça, especialmente às nações pagãs, mas como eles se
envergonharam desta missão, e em vez de elevar bem alto os
preceitos da Lei para iluminar o entendimento da Lei,
acharam conveniente esconder a luz debaixo do alqueire, de
modo que ninguém, nem eles próprios fossem iluminados.
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Assim, antes de destacar os pontos importantes da Lei, o
Senhor repreendeu Israel pela prevaricação e covardia deles,
de modo a que pudessem entender melhor no que e porque
haviam falhado tão horrivelmente no compromisso que
tinham para com Ele.
Cansados dos preceitos legais e rituais da Lei, sonhavam que
alguém viesse e lhes dissesse finalmente:
-“Vocês estão livres de todas estas obrigações legais.”
-“Vim da parte de Deus para lhes dizer que são livres para
estabelecer o seu próprio modo de vida feliz.”, ou ainda:
-“Eu vim para satisfazer todos os seus desejos.”
(A propósito foi isto que fez o falso Messias Shabatai ZWI, que
assim se proclamou a Israel no século XVII, e por isso talvez
tenha sido seguido por muitos.)
Todavia, foi algo bem diferente o que ouviram dos lábios de
Jesus:
“Parem de pensar que Eu vim com o propósito de destruir a
Lei, ou então para profetizar que algum dia Deus lhes dará um
líder para realizar este propósito. Muito ao contrário, vim
para restabelecer a Lei e restaurá-la à sua antiga honra. Vim
para que cada preceito ou mandamento, por menor que seja,
venha a ser ensinado e cumprido por vocês. Sem isto, o que
vocês terão é uma justiça aparente, falsa, enganosa, com a
maldade da que possuem os escribas e fariseus.”
Deus não quer religiosos espiritualistas interesseiros, mas
pessoas que O amem e sejam verdadeiramente convertidas a
Ele. Há um sentido espiritual, um significado interior na Lei
que os corações não santos jamais conseguirão enxergar.
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Como Jesus disse que não veio revogar a Lei e os Profetas,
incorrem, portanto, em grande erro aqueles que passaram a
ter a Lei em pouca conta sob o falso argumento que ela foi
anulada pela graça.
Paulo afirma expressamente que não se anulam as obras da
Lei por causa da fé; pelo contrário, antes são confirmadas
pela fé, pois somente uma fé genuína pode testificar acerca
da perfeição da Lei de Deus.
Até mesmo os mandamentos civis e cerimoniais da Lei
continuam atestando de forma perfeita acerca do caráter e
da obra de Cristo.
Assim, ao cumprir a Lei e morrer em nosso lugar em
cumprimento à exigência perfeita da Lei, Cristo não revogou
ou anulou a Lei, mas se interpôs por um ato de infinita
misericórdia, recebendo em Si mesmo tudo o que a Lei exigia
que fosse feito em relação à punição do pecador.
Ora, Cristo não é, portanto, contra a Lei, mas contra a ideia
de que alguém possa ser salvo por ela, uma vez que somos
fracos e imperfeitos e jamais poderíamos atender
integralmente às santas exigências da Lei, enquanto aqui
estivermos.
Então há de permanecer a Lei em sua santidade, majestade,
perfeição, lembrando-nos a nossa completa miséria diante de
Deus. Mas do nosso lado, temos a Cristo, perfeito, mais
elevado que os céus e que a própria Lei, como nosso
advogado e guardador. Compadecido de nossas misérias e
imperfeições, e ele mesmo pela sua graça vai completando
em nós aquilo que nos falta, até que venhamos a atingir a
perfeição da santidade de Deus.
E assim a Lei estará satisfeita, Cristo estará satisfeito, Deus
estará satisfeito, e nós juntamente com eles.
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Bendito seja o Pai de sabedoria e misericórdia que sabe tirar
de coisas imperfeitas a completa perfeição.
O Deus que fez a vara morta de Arão florescer é o mesmo
Deus que ressuscita novas vidas onde ocorreu a morte.
(Ao escrever esta parte lembrei-me da minha própria
condição a poucos dias quando o hálito da morte me
alcançou quando dei entrada no hospital e tive duas paradas
cardíacas sucessivas, que teriam me levado a óbito, não fosse
a vontade e a intervenção do Senhor Jesus. Poder este que
viria a se manifestar na sequência da minha estada no
hospital pois estive tão fraco a ponto de ter que pausar cada
palavra que falava para poder tomar fôlego e respirar, e ainda
assim estava sendo capacitado a escrever todas estas
palavras, embora, como já disse, com a letra muito tremida,
que fazia com que por várias vezes tivesse que interpretá-la
para minha esposa e nora para que pudessem digitá-las. )
Lázaro ressuscitou certamente um novo homem para uma
nova vida. Não mais para os mesmos objetivos de vida. Tendo
morrido perdeu o medo da morte e o encontramos dando
testemunho com Jesus junto daqueles que procuravam de
novo tirar-lhe a vida.
Qual foi o segredo do poder dos puritanos em viverem o
genuíno evangelho? Eles haviam sido rejeitados pela Igreja
Estatal Inglesa que serviam aos milhares bem como suas
famílias. Tinham uma convicção que nada há de firme e de
valor permanente neste mundo, e assim se sacrificaram por
uma Pátria imensamente superior.
Daniel jamais temeria qualquer inimigo depois de ter passado
pela cova dos leões.
Quando aprendemos quão frágil é a nossa vida já não ficamos
tão apegados a ela. Deus quer nos ensinar isto para que
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sejamos verdadeiramente livres, ousados no testemunho da
verdade e não mais tementes de homens ou demônios.
Ninguém estaria disposto a oferecer a vida em martírio, salvo
por uma firme convicção de fé da importância de lutar o bom
combate da fé numa sociedade corrompida, em defesa dos
princípios evangélicos.
(Não para tentar mudar toda a sociedade, o que seria uma
tarefa impossível, mas para agir como e sal e luz na mesma,
de modo a impedir uma completa corrupção moral e
espiritual.)
Eles não estavam o mínimo ocupados pela luta de liberdade
de igualdade civis; não queriam os mesmos direitos para
todas as categorias de trabalhadores etc, pois sabiam que não
era em nada disso que residia a verdadeira justiça social, mas
em respeitarem a todos como iguais, do rei ao jardineiro e
todos procuravam dar o melhor no que faziam em prol uns
dos outros, e era nisto que eram estimados.
Os puritanos costumavam dizer que tanto o rei em seu trono
e o copeiro na cozinha eram igualmente importantes para
Deus.
Agora, quando se funda uma sociedade com valores
baseados em cultura, posses de bens terrenos, poder etc, que
tipo de fraternidade amiga pode ser esperada entre os
homens?
Nada adiantará promulgar leis de direitos de igualdade,
porque o veneno do racismo e discriminação social estarão
com suas raízes bem fincadas nos corações pecadores. A lei
não poderá acabar com o que está no coração, senão apenas
minimizar os malefícios pelo temor da punição.
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E uma vez exteriorizado o desprezo e o ódio de classes, como
se vê em todo o mundo, quem se moverá de coração a dar
amor e um lar a um menino de rua?
Nenhuma medida governamental poderá modificar este
quadro, porque é bem notório que nos próprios quadros da
sociedade tem faltado especialmente as virtudes de
humildade, gentileza, generosidade e amor.
Aí sofremos! Aí gememos! Como uma sociedade enferma
sem qualquer possibilidade de cura.
O nome de Deus é usado por denominações e igrejas para o
fim de cumulação de gigantescas fortunas e poder; ações
comunitárias globais são realizadas com o mero fim de
investimento pela exploração da pobreza e da miséria, com
fins de enriquecimento futuro; Ong’s, instituições
beneficentes e tantos outros organismos financiados por
sociedades ocultistas, e tantos outros alegam o mesmo fim
de estarem promovendo o bem-estar da sociedade mundial.
Quais têm sido os resultados?
Desenvolvimento no mundo moderno se tornou sinônimo de
desenvolvimento econômico e financeiro. E isto tem sido
tocado a todo vapor.
Não admira que nosso Senhor tenha afirmado
categoricamente que à medida que o tempo passasse haveria
um grande aumento da iniquidade.
Cabe lembrar que a palavra iniquidade significa literalmente
”sem lei”, ou seja, não tem tanto a ver com o seu sentido
comumente entendido como falta de moralidade, de
frouxidão moral, pois ainda que este esteja incluso, o seu
significado mais amplo diz respeito a um mundo que é
governado sem se levar em conta as Leis de Deus.
16
Tanto isto é verdadeiro que chega a causar espanto ouvir o
próprio Papa afirmando dogmas que contrariam
frontalmente a Lei divina, e o pior de tudo - falando em nome
do próprio Deus.
Não ficando atrás, famosos líderes protestantes fazem
ousadas asseverações contrariando os princípios básicos da
Palavra de Deus.
E qua é a razão disso tudo?
Eles querem agradar as massas.
A sociedade em geral considera ultrapassados os
mandamentos do Senhor afirmando que são incompatíveis
com um mundo de mentalidade pós-moderna.
Então, estes líderes arrumam o seu “jeitinho” dando uma
interpretação relativa e contextualizada a mandamentos que
são absolutos.
“Ai daqueles que ao mal chamam bem, e que ao bem
chamam mal.”
Assim, dentro e fora das igrejas multidões se formam
caminhando na direção do Vale da destruição, pois lhes falta
não apenas o entendimento da verdade e o conhecimento do
poder real da graça de Jesus.
E sem Deus, sem Cristo, sem o Espírito Santo, sem a Palavra
de Deus em seus corações, marcham ininterruptamente para
a boca do inferno, sem que ninguém possa lhes despertar, tal
a obstinação de seus corações.
Deus simplesmente lhes pede que considerem o seu
caminho, que se arrependam, que se voltem para Ele, mas
eles não lhe dão ouvido.
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Olham para toda a iniquidade que opera em redor e em seus
próprios corações e logo concluem: “Deus não existe; Deus
não se importa.” “Quem manda de fato é o diabo e o
dinheiro.” E assim, ficam incapazes de conhecer em seu
rancor e endurecimento, que foi o próprio pecado de
desprezarem as leis de Deus; de amarem o pecado e não
estarem dispostos a renunciar a ele, que lhes conduziu a tal
estado de endurecimento e miséria espiritual.
Incapazes em sua cegueira de enxergar as chagas de Cristo,
por cujo sangue seriam curados, seguirão no mundo sem um
Salvador até o dia da sua morte física, quando será
inapelavelmente pronunciada a sua condenação eterna ao
inferno.
Por isso são ditos bem-aventurados todos aqueles cujos
ouvidos espirituais foram abertos para aprender de Deus, e
seus olhos abertos para poderem contemplar a Cristo.
Esta é a razão de não serem tantos na humanidade que
viveram para cumprir os elevados propósitos de Deus para
suas vidas.
Quanto ao mais, a par de terem sido criados à imagem do
elevado e sublime Criador, ocupam-se com coisas de nenhum
valor, com conversação e hábitos fúteis e profanos, e tudo o
mais que não reflete o mínimo a glória da Majestade das
alturas, senão a do verme que rasteja no pó. Eis em resumo a
condição do que serve e do que não serve a Deus. Um almeja
atingir as alturas – o outro resvala o seu pé na direção dos
abismos negros e lodosos.
Por isso o salmista exalta a excelência da Lei de Deus e a sua
determinação de jamais abandonar os caminhos do Senhor.
Ele sabia que era somente andando no caminho da Lei que o
seu semblante refulgia. E tão logo permitiu se afastar de
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algum dos preceitos do Senhor, tornava-se como as bestas-
feras da Terra.
Não é sem motivo que a própria Bíblia, de capa a capa,
coloque em realce a excelência e importância da Lei de Deus.
Ela é luz para os pés.
Alimento para a alma.
Estrada segura na qual não se desviarão os nossos pés.
É o meio de santificação dos salvos.
É a arma pela qual vencemos as tentações e Satanás.
É a fortaleza do nosso coração no dia da angústia.
É a âncora firme que nos manterá aportados ao céu.
Enfim, tal é a sua excelência e importância que Jesus definiu
seus verdadeiros seguidores como sendo somente aqueles
que guardam a Sua Palavra; e seus amigos, aqueles que
guardam os Seus mandamentos.
Por isso, ao se manifestar ao mundo, Jesus foi designado por
LOGOS, a saber, A PALAVRA.
Quem ama o Senhor, ama todos os mandamentos de Deus,
inclusive os do Velho Testamento, mesmo os cerimoniais que
foram abolidos desde que Jesus se manifestou, pois se
tratavam de figuras da Sua pessoa, e continuamos prezando,
honrando e amando a figura que Deus nos deu para que
pudéssemos conhecer melhor o Seu Filho Amado e a obra que
Ele faria em nosso favor.
Jesus é o Supremo Rei, Juiz, Legislador, Sacerdote e Profeta.
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Por isso somos proibidos de julgar contra os Seus juízos
divinos, uma vez que com isto cometeríamos a grande
afronta de rejeitar o Legislador e Juiz de todos os homens.
Mesmo os que conhecem a Bíblia podem incorrer neste erro,
enganados por seus próprios sentimentos e imaginação.
E quão dura coisa é cair nas mãos do Deus vivo!
Por uma obstinada resistência aos seus preceitos e juízos por
não renunciarmos aos nossos com vistas a honrarmos os
Seus.
De quantos males nos pouparíamos por darmos mais ouvido
à Palavra e ao Espírito Santo do que às nossas próprias
convicções com aparência de justiça, mas que não passam de
abominação e trapo de imundícia diante de Deus.
Esta é a razão de vermos o extremo vigor das repreensões e
juízos dos profetas e dos apóstolos de Jesus, e os do próprio
Senhor contra a impiedade dos homens. Especialmente
contra aqueles que conhecendo a Sua vontade vieram a
transgredi-la com dolo.
Os escribas e fariseus representam um grupo destacado entre
estes, tantas foram as adulterações que haviam feito da
Palavra de Deus; por exemplo, quando você pensa que não
matou alguém você cumpriu o mandamento “não matarás”,
mas eu lhe digo que quando o Pai deu esta Lei a Moisés, Ele
visava ao princípio nobre do amor ao próximo e de tudo se
fazer para preservar a sua vida; ou seja, a motivação aqui
nesta Lei é o respeito e o amor devido a cada pessoa.
Por isso, é dito que toda ira injustificada, toda ofensa e
insulto desprezador sujeita o seu praticante ao juízo de Deus.
Daí ser tão importante na condição de pecadores falhos,
imperfeitos, sujeitos a estas coisas, que tratem logo de entrar
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em acordo com os que têm ofendido, e se retratarem com
eles, porque além de todo o serviço religioso de vocês não
possuir qualquer valor para Deus, vocês serão entregues nas
mãos de demônios opressores até que venham a se
arrepender.
Os mandamentos morais eram considerados um verdadeiro
fardo insuportável pelos judeus, porque eles jamais haviam
atinado com o caráter santo, bom, justo e compassivo do seu
Criador.
Nada havia de inflexível e arrogante no caráter do Deus de
Israel, mas eles assim interpretavam tanto a Ele, quanto aos
Seus mandamentos, em razão da dureza obstinada de seus
próprios corações.
Regulamentos humanos são inflexíveis, sejam emanados de
quaisquer instituições, sejam públicas ou privadas; não pode
isso, não pode aquilo, e quem desobedece é punido. Todavia,
nada disto há nos mandamentos do nosso Deus.
Quantas aberturas havia na Lei, de modo que não fosse
aplicada inflexivelmente. Para isto foram constituídos juízes
para julgarem as demandas do povo, não segundo a letra fria
da Lei, mas para que a justiça fosse verdadeiramente
cumprida, de modo que o culpado não fosse inocentado, nem
o inocente condenado.
E quando vemos o próprio Deus tratando com as
infidelidades de Israel em relação à Lei; quem jamais deixaria
de punir um rei perverso como Acabe, como havia
determinado fazê-lo, mas que retrocedeu na execução da
pena simplesmente por tê-lo visto chorando e arrependido
diante da promulgação da sentença que havia ouvido através
do profeta Elias?
21
Qual juiz terreno cumpriu com a perfeição de Deus, a de ser
pai dos órfãos e juiz das viúvas?
Quem teria dado como réu expiatório o próprio Filho Amado
para morrer no lugar de vis pecadores, para que muitos deles
pudessem ser livrados da condenação eterna?
Como podemos entender então, este ódio mundial contra os
mandamentos do Senhor?
Só podemos achar uma resposta para isto, a saber, na própria
natureza corrompida pelo pecado dos homens, e por
instigação de espíritos demoníacos, cujo propósito é trazer
descrédito e ridículo a tudo que procede do Senhor.
Para quem quer viver de modo infiel e profano, sem levar em
conta os sentimentos daqueles aos quais trai, certamente é
muito importuna uma Lei como “Não adulterarás. ”
Como haveria um mínimo de estabilidade na sociedade, e que
caráter seria formado em gerações sucessivas de pais
adúlteros e profanos?
Onde a relação de um homem com mulheres e vice-versa não
ultrapasse os interesses de se dar liberdade a todas as formas
de paixões e práticas pervertidas e abomináveis.
Qual seria a atmosfera existente para o ensino das coisas que
são boas e que devem fazer parte de uma boa educação?
Então Deus interpôs a Lei e Jesus foi além ao definir o caráter
interior daquela Lei de Adultério antiga dizendo que o
simples olhar lascivo constitui o próprio adultério em si.
E revelou a profunda gravidade deste fato ao ensinar que
quem fosse dado à uma vida sexual impura, melhor seria para
tal pessoa, caso fosse a única forma de se livrar do mau
hábito, sofrer a perda e dor de cortar o próprio braço direito
22
e arrancar o olho direito, mas por fim, conseguir com isso,
salvar a sua alma do fogo eterno do inferno.
Veja que é a boca de Deus que o tem proferido, do Juiz dos
juízes, do Grande Legislador do universo, e não a boca de
meros juristas e filósofos humanos. Negligenciar tal alerta
por parecer duro demais e ir para o inferno por tal
negligência, valeria o risco?
Como Deus justificaria o meu mau olhar, quando poderia ser
curado deste mal pelo sangue e pela graça de Jesus, e todavia,
o tenho recusado?
Que Juiz e Legislador inigualável nós temos, pois não é apenas
misericordioso para com multidões de nossas transgressões
como também fez a provisão necessária no sangue de Cristo
para que fôssemos curados.
E assim, pedra sobre pedra espiritual, nosso Senhor
continuou reerguendo o edifício espiritual da Lei que os
próprios judeus haviam derrubado com suas próprias mãos.
Há evidentemente, particularidades no texto do Sermão do
Monte, cujo sentido interior, hoje nos escapa, por se tratar
de assuntos eminentemente judaicos, como por exemplo no
caso apresentado por Jesus quanto à proibição dos
juramentos.
É possível que isto tenha se tornado uma prática comum e
vazia entre eles, em que se evidenciava o pouco valor à
palavra de compromisso dada. E então o Senhor se apressa
em ensinar que deve haver verdade e confiabilidade em tudo
que fizermos em nossos relacionamentos.
Numa época de grande endurecimento como a dos dias de
Moisés, nada mais natural que a Lei permitisse atos de
vingança para reparação de danos e perdas sofridos
23
injustamente. Daí o “olho por olho, dente por dente”, de
forma que a medida de reparação não fosse além, nem
ficasse aquém, da ofensa sofrida. Era, portanto, uma medida
justa para aqueles tempos, mas já inadequada para a
dispensação da graça, na qual o Senhor tem transferido todos
os juízos retributivos por Ele mesmo, para o dia do grande
ajuste de contas do juízo final.
Então aqui a vingança de todo tipo é proibida porque Deus
tem prometido ser o nosso vingador e retribuidor.
E mais do que não se vingar deve ser achada no crente aquela
total confiança no exercício do juízo divino, de modo que
além de sofrer o dano, deve estar armado em seu espírito a
suportar muito mais com paciência e fé no Senhor.
E de tal forma é o caráter do mandamento de promover a paz
e o amor entre os homens, que é ordenado aos crentes que
amem inclusive os seus inimigos e que façam o bem aos que
lhes perseguem.
O povo de Deus deve ser manso e não deve tentar prevalecer
pela força como costumam fazer aqueles que não conhecem
ao Senhor.
É para gente pacífica, mansa e amorosa que a Terra será dada
como herança eterna, pois não foi criada por Ele para ser o
palco de sucessivas conflagrações e guerras mundiais.
Este foi o seu intento desde o início da criação, até que o
pecado entrou no mundo, efetuando um divisor de águas
entre aqueles que amam a Deus e os que O odeiam.
Uma das grandes razões desta aversão do coração humano
em guardar sinceramente os mandamentos de Deus é
resumida pelo Senhor no texto de Marcos 7.6,7:
24
“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está
longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que
são preceitos de homens.”
Sabemos que muitas dessas doutrinas que são preceitos de
homens são forjadas por inspiração de demônios. E assim por
maior que seja a aparência piedosa e religiosa delas, qual
parte podem ter de fato com os verdadeiros mandamentos
de Deus?
Todos falam de Deus. De adorar a Deus. De amar e temer a
Deus, mas a maioria serve a deuses falsos ou criados pela
própria imaginação, pois o que tem a ver o deus deles com o
único Deus verdadeiro criador dos céus e da terra, e que se
revelou a nós em seus perfeitos e santos mandamentos na
Bíblia?
Fora dessa Palavra verdadeira não há salvação, porque a
alma, o corpo e o espírito estarão servindo a coisas vãs e não
obedecendo e servindo efetivamente o Único Senhor da
Glória que se revelou a nós nas Escrituras do Velho e do Novo
Testamento.
Uma objeção muito comum e que é levantada para tentar
negar que a Bíblia seja realmente de inspiração divina, parte
sempre daqueles que buscam um argumento para não se
renderem a um viver justo e santo, pois todos os que têm
acolhido a Bíblia como sendo a Palavra da verdade têm
experimentado que suas doutrinas são fiéis e verdadeiras,
poderosas para transformar-lhes em novas criaturas com
uma nova natureza celestial.
Tal foi o esforço de nosso Senhor Jesus Cristo em seu
ministério terreno junto aos judeus, de reconduzi-los à
verdadeira adoração baseada na guarda dos mandamentos,
que quase todas as páginas dos Evangelhos apresentam-no
25
em grandes debates com os judeus, especialmente com os
religiosos hipócritas (sacerdotes, escribas, fariseus e
saduceus).
Jesus não falhou de modo algum em sua missão de nos
reconduzir à Lei de Deus, isto pode ser visto principalmente
na maior parte do mundo ocidental cuja formação é judaico-
cristã graças ao trabalho de nosso Senhor.
Mas como sempre há um esforço satânico de adulterar a
genuína Palavra de Deus, o grande fato é que a maior parte
dos pecadores pouco ou nada aprendeu com o Seu grande
Legislador e Benfeitor, pois o Reino de Deus só pode ser
tomado por esforço e disciplina, e o de Satanás nenhum
esforço exige de nós pois está plenamente ajustado com
nossa natureza decaída no pecado.
Em grande dilema se encontra, portanto, a alma humana
neste mundo. Não pode de si mesma colocar o modelo de
Deus em prática, e por outro lado, viver segundo os homens
em geral, é pecar contra o amor e a bondade devidas a Deus
e ao próximo.
Todavia, Deus não isenta qualquer pessoa de um viver justo,
digno e bondoso, mesmo deste outro lado do céu, pois é
justamente nisto que a nossa fidelidade a Ele é provada.
Muitos navegaram nestas águas turbulentas e não
naufragaram. Estamos cheios de exemplos nas páginas da
Bíblia e na história da Igreja, de uma miríade que negociou
com este mundo sem arredar pé nos princípios divinos.
Seu caráter foi marcado pela falta de egoísmo e de amor ao
dinheiro, que é a raiz de todos os males.
26
Não foram indolentes buscando prazeres e folguedos que
tornassem suas almas desatentas ou imprestáveis para com
a sua obrigação para com Deus e com o próximo.
Gastaram-se ao máximo no atingimento do foco que haviam
determinado: tudo fazer para a exclusiva glória de Deus e por
amor não a si mesmos, mas ao próximo.
Por isso figuram como vencedores na galeria dos heróis da fé,
pelo testemunho de vida que tiveram.
Agora, dos que amam o mundo e que vivem segundo o
mundo, nada podemos dizer a respeito deles senão que são
grandes perdedores, por maior que seja sua fama, riqueza ou
poder, uma vez que vivem não segundo o que é aprovado por
Deus, não O temem, não se aplicam em cumprir os Seus
mandamentos. E que tipo de vitoriosos poderiam ser senão
para si mesmos naquelas coisas que são abomináveis e
passageiras e que logo serão desfeitas pelo fogo eterno do
juízo divino?
Gente verdadeiramente pobre e infeliz é esta cujo deus é
fama, dinheiro e poder. Quando menos esperam são daqui
arrancados sem levar consigo sequer a roupa do corpo, e são
apresentados diretamente a um juízo tormentoso e horrível
de fogo.
Por isso se diz que bem-aventurados são os que se dispõem
em dar e servir ao próximo, por amor, sem esperar nada
receberem em troca, porque será Deus e não o homem o seu
Fiador.
Deus não ficará satisfeito com ofertas e meros ritos
cerimoniais e religiosos, porque não são capazes de
transformar o coração do ofertante por inteiro, pois não são
apropriados para gerar uma nova criatura no lugar de um
27
velho homem subjugado pela natureza terrena pecaminosa
de Adão.
Deus criou o homem para se prover na humanidade de filhos
santos e amados, semelhantes ao caráter de Jesus Cristo, e
filhos que jamais negociariam com o mal ou apoiariam as
obras das trevas. Conhecendo-lhes a fraqueza moral e
decaída interpôs a confissão baseada no sangue derramado
pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, ao tê-lo
derramado em nosso favor na cruz.
Se foi dada a confissão, com ela veio a falta de perdão por
insistirmos em viver endurecidos no pecado, sem os
confessá-los e nos arrependermos diante de Deus. Além
disso, as obras infrutíferas das trevas devem ser repreendidas
e confrontadas em todas as circunstâncias mesmo quando
carreguem o nome de boas obras ou obras de justiça, e de
fato não são.
Os homens são meros mordomos, sacerdotes e serviçais de
Deus nas coisas que têm sido encarregados por Ele para
serem realizadas neste mundo.
No ensino da parábola dos Talentos e dos Servos Infiéis (Lucas
12, e em tantas outras fontes de ensino claro e direto de
Jesus) está bastante claro o horrível castigo eterno que
aguarda por todos aqueles que fizeram um mau uso ou
negligente dos bens e vocações que haviam recebido de Deus
para servir ao próximo.
Um emprego de mordomia muito cômodo, de pouco ou real
serviço para o próximo pode ser chamado de Bênção Real de
Deus?
Médicos que vivem à custa das enfermidades de seus
pacientes sem se esforçarem por curá-los têm algum motivo
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real para se gloriarem na sua esperteza mundana e
malandra?
O Olho que tudo vê e julga o terá como despercebido?
Pastores que lotam suas igrejas com apelativos carnais e não
ensinam o povo a andar na verdade terão algum motivo para
se gloriarem no dia do juízo final?
E dos que exercem profissões ou atividades que em vez de
amar e edificar o próximo, mas antes visa corrompê-los,
torná-los indolentes e imprestáveis deve senão esperar o
terrível juízo que lhes aguarda.
Mais uma vez repetimos:
O homem foi criado para ser responsável a fim de manifestar
amor ao seu próximo na área de eficácia em que foi colocado
por Deus.
Pobre, miserável, cego e infeliz será se permitir ao diabo que
seu entendimento seja fechado e possa fazer de uma
atividade, uma mera condição de ganho pessoal.
O homem que juntou em celeiros, mas sem fazê-lo senão
preocupado apenas com a própria riqueza, e não com o
próximo e menos com a glória de Deus, perdeu a sua alma e
resvalou seus pés para um lugar de sofrimento eterno.
A batalha para ganhar a nossa alma é de fato renhida. A essa
altura alguém poderá indagar como sendo um fator de maior
impedimento para praticarmos o bem que se deseja de nós,
o de ser satanás o príncipe deste mundo que opera em todas
as áreas de atividade humana gerando as mais terríveis
complicações e obstáculos para que possam proceder de
modo digno, honrado e honesto. Entretanto, isto jamais
servirá para justificar a nossa indolência diante de Deus, uma
vez que na prática do bem e no exercício da nossa fé todos os
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demônios são subjugados aos nossos pés pelo nome
poderoso de Jesus.
E estes avanços sobre o reino das trevas são contados
também em nosso favor porque para o exercício deste bem,
também fomos comissionados por Deus. Evidentemente,
muitos destes principados foram instalados de forma sob a
base de sistemas corruptos, de troca de favores ignóbeis, etc.,
que a luta direta contra os mesmos se revelará infrutífera,
uma vez que por certo tempo o Senhor lhes permitirá a
ocupação indevida do lugar de “autoridade” em que se
encontram, para o atingimento de certos fins específicos
somente por Ele conhecidos. Mas podemos sossegar o
coração por sabermos que Ele não permitirá que um Herodes,
um Pilatos, um Nero, um Calígula e tantos outros da mesma
estirpe corrupta permaneçam tanto tempo no poder.
Por quanto tempo Jesus ficou debaixo dos perversos Herodes
e Pilatos?
Quanto tempo Paulo ficou sob Porcio Festus?
E Pedro e João sob o Sinédrio?
Esteja certo de que se você Lhe for fiel, não ficará à mercê dos
poderes profanos senão pelo tempo exato determinado pelo
Senhor para bons testemunhos. Mas, se somos achados
pecadores naquelas coisas que ofendem tremendamente a
vontade de Deus, que boa esperança poderíamos guardar?
Houve uma época em que era muito mais fácil defender a
causa do amor e da bondade. Na verdade, pelo menos para o
povo em geral era esta regra que prevaleceu por muitos anos;
todavia, nestes anos de globalização, apostasia e iniquidade,
em que as atividades produtivas são conduzidas pelos
homens de Wall Street, e por um sistema amplamente
corruptor para a geração de dinheiro; como podemos ter para
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nós mesmos, a certeza de estarmos trabalhando em algo que
seja efetivamente útil, bom e honesto para a sociedade?
Veja o sucateamento de hospitais e escolas públicas tidos
antes como referência de ensino e prática para o povo.
Quantos desvios para beneficiar os tubarões públicos!
O sistema em si, se público ou privado, não é onde reside o
“X” da questão, mas nas intenções daqueles que capitaneiam
o sistema.
Muitos objetam a existência de Deus porque alegam que Ele
não se apresenta de modo visível e palpável. Então, como se
pode crer no que não se vê?
Bem, em primeiro lugar, não é comum que se veja a rainha da
Inglaterra longe do palácio, que é o centro do domínio se sua
majestade; todavia, para Deus este argumento não vale, pois
está em todos os lugares operando milagres, salvação,
livramentos e manifestando de forma real a Sua santa
presença, que é percebida em espírito por aqueles que O
adoram em espírito e em verdade.
Este é senão apenas mais um dos ângulos sobrenaturais da
Pessoa Amada de Jesus, que a propósito, é tanto O que cura,
quanto O que enferma; que exalta e que abate; que faz
morrer ou viver. Enfim, é nEle que tudo subsiste e que todo
este universo visível e invisível é sustentado.
Ainda ontem estava muito abatido pelo diagnóstico que o
cardiologista me dera pela manhã, dizendo da possível
extensão da lesão de minha artéria coronária, que poderia
inclusive, impossibilitar a execução de uma angioplastia.
Deitado ao meu lado o evangelista Luiz, do alto da sabedoria
de seus cabelos brancos procurava confortar-me dizendo:
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“Não fique abatido, porque o poder e o domínio não
pertencem ao homem, mas ao Senhor.” Estas simples
palavras, com a sinceridade que foram expressadas me
reanimaram e encheram meu coração de fé. Com a sua
natural humildade e simplicidade ainda me dirigiu as
seguintes palavras: “Olha pastor, ainda esta noite vou orar
pelo senhor pedindo a Jesus por sua vida.”
Minha esperança na provisão de Deus estava plenamente
restaurada. Lembrei-me de Paulo sendo visitado por Ananias
a mando do Senhor, para que recobrasse a visão e
confirmação da sua vocação para o apostolado.
Aquela oração simples do Sr. Luiz encheu o quarto do hospital
com a presença da glória e unção de Jesus. Então, o que é
isso? Crendices tolas? Atos religiosos?
Não. Chamo a isto, de o poder vivo de Jesus, que já vi
operando de forma miraculosa, tanto na minha vida quanto
na de muitos outros. Eu creio que aquela oração que o Senhor
tinha marcado tinha também o propósito de abençoá-lo.
Não podemos desprezar a unção de Jesus, porque podemos
ficar apenas cheios com a letra do evangelho, o que será de
pouco valor para nós e para o avanço do Seu reino. Mas,
quando a Palavra se mistura ao poder, cumpre-se o papel de
Deus aqui na Terra; por isso, Jesus não se limitou a ensinar a
Lei, mas a operar muitos sinais e prodígios para demonstrar
potentemente que Sua vinda a este mundo foi para glorificar
o nome do Pai, como também para o benefício de muitos.
Corremos o perigo de tomarmos apenas um destes
multifacetados ângulos da Pessoa de Jesus e formarmos com
ele toda uma nova teologia, pois correremos o risco de vê-Lo
apenas como um curandeiro, um professor, ou qualquer
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outro; quando na verdade, todas as coisas são possíveis nEle,
e para cada caso Ele possui um propósito específico.
Muitos são os ofícios e funções de nosso Senhor Jesus Cristo,
e ai de nós se eles não existissem. Antes de tudo Ele é o Rei
da Verdade. É Rei desde que chegou a este mundo e recebeu
a adoração dos reis magos, que passaram a tê-lo como seu
Senhor.
Desde então, em cada pessoa que a Ele se converte,
estabelece o Seu reino de justiça, poder, paz e amor em seus
corações. E estes serão Seus súditos por toda a eternidade.
Nunca houve e jamais haverá sobre a Terra um rei como Este,
que governa diretamente sobre o coração.
Outro ofício de grande importância para nós é o de sacerdote,
porque estes são constituídos como mediadores entre Deus
e os homens, para que sirvam aos homens, especialmente
naquelas coisas concernentes a Deus.
Sem este ofício de Jesus nenhuma oração, nenhuma oferta,
nenhum serviço nosso a Deus poderia ser aceito por Ele.
Ele somente nos aceita no Amado. E é em nosso favor que Ele
oferece dons e intercessões para o nosso benefício,
intercedendo sempre à direita do Pai.
Lembremos, contudo que como sinais da Sua grande
bondade e misericórdia para com todos os homens, efetua
curas físicas e lhes dá das Suas provisões materiais, todavia,
Suas bênçãos espirituais e a melhor e maior delas que é a
salvação da alma, dependem do nosso arrependimento e
conversão a Jesus Cristo.
Pr Silvio Dutra
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