C O N S E J O S Y C O N S E J E R O S E N E L LIBRO DEL CAUALLERO ZIFAR

I

C o n o c i d o es e l fin e x p l í c i t a m e n t e m o r a l i z a d o r y e d u c a t i v o d e l

a n ó n i m o Libro del Cauallero Zifar, o b r a d e c o m i e n z o s d e l s ig lo x r v .

L o s h o m b r e s de entonces , p o r l o v i s t o , c r e í a n p o d e r a p r e n d e r l a v i r ­

t u d y e v i t a r e l e r r o r m e d i a n t e u n a serie de p r e c e p t o s o " v e r d a d e s " ,

p o n i e n d o de s u p a r t e , c l a r o está, " b u e n seso n a t u r a l " y " b u e n a

e n t e n c i ó n " . " E l b u e n consejo n o n m u e r e , e s i e m p r e finca e n r e m e m ­

b r a n z a p a r a los q u e v i e n e n e n p o s d e l " , l e e m o s e n los Castigos y

documentos del rey don Sancho (BAE, t . 51 , p . 1526). P e r o a u n q u e

h a b í a u n f o n d o de estos preceptos o " v e r d a d e s " e n enxienplos, vier-

bos, prouerbios, retrayres, palabras de la sancta escriptura o del

euangelio, palabras de santos y sabios a l a l c a n c e de todos —letrados

e i l e t r a d o s , personas de m a y o r o m e n o r e n t e n d i m i e n t o , m o r o s , cr is­

t i a n o s y j u d í o s , n i ñ o s , m a n c e b o s y v ie jos , d u e ñ a s y d o n c e l l a s , rapaces,

r u a n o s y r i b a l d o s , h o m b r e s y m u j e r e s " d e a l t o y b a x o l o g a r " — , c o n

t o d o , estas verdades , p o r l o m e n o s e n los vierbos o prouerbios de l a

filosofía v u l g a r , se o f r e c í a n e n f o r m a s a p a r e n t e m e n t e c o n t r a r i a s o

c o n t r a d i c t o r i a s , e n c o n t e x t o s d o n d e n o c a b í a n o e n s i t u a c i o n e s de

v a r i a a p l i c a c i ó n . A s í e n c o n t r a m o s e n e l Libro del Cauallero Zifar:

A . Formas contrarias o contradictorias

a) A lo pasado non ay consejo ninguno (481); p e r o , p o r o t r a p a r t e ,

Buen conorte venge mala ventura ( 4 8 4 ) 1 .

b) Tú que pospones lo que oy as de fazer para eras, por auentura

acabar non lo podrás (362); El que non se quiere auenturar non

puede grand fecho acabar (154); La tardanga muchas vezes enpesge

(129). C o n t r a estas " v e r d a d e s " q u e r e c o m i e n d a n u n a a c c i ó n r á p i d a ,

h a y estas otras q u e aconse jan l o c o n t r a r i o : El vagar es arma de los

1 C i t o p o r l a edic ión de C h a r l e s P h i l i p W a g n e r ( U n i v e r s i t y o£ M i c h i g a n ,

A n n A r b o r , 1929). L o s n ú m e r o s r e m i t e n a las páginas . E s c r i b o fiz, diez, prez,

solaz, etc. e n l u g a r de fis, dies, etc. A ñ a d o l a a c e n t u a c i ó n y m o d i f i c o en algunos

casos l a p u n t u a c i ó n ; a c e n t ú o los p r o n o m b r e s nos y vos c u a n d o n o son enclíticos

o procl í t icos, a c e p t a n d o l a sugerencia de Y . M A L K I E L , RPh, 16 (1962-63), p . 137.

P o r supuesto, todos los subrayados s o n míos.

N R F H , X V I C O N S E J E R O S E N E L " Z I F A R " 17

sesudos (323); Quien grand fecho quiere comengar, mucho deue en

ello pensar (274).

c) Del dezir al fazer mucho ay (198); Más de ligero se dizen las

cosas que non se fazen (51). Sí, ' p e r o t a m b i é n El pueblo, quando

puede dezir, puede fazer (306-307).

d) E l C a b a l l e r o Z i f a r p i e n s a e n tras ladarse de u n r e i n o a o t r o ;

h a b l a n d o c o n su m u j e r , G r i m a , sopesa v a r i o s p r o v e r b i o s c o n t r a d i c ­

t o r i o s y d e c i d e q u e u n o de e l los n o es a p l i c a b l e a s u caso: " C r e o q u e

sería b i e n de n o s y r p a r a o t r o r e y n o d o n o n nos conoscúesen, e q u i ^ a -

be m u d a r e m o s v e n t u r a , ca d i z e e l b i e r b o a n t i g o : Quien se muda,

Dios le ayuda; e esto d i z e n a q u e l l o s q u e n o n seen b i e n , asy c o m m o

nos p o r l a n u e s t r a d e s a u e n t u r a ; ca el que bien see non ha por qué

se lieue; ca. m u d á n d o s e a m e n u d o p i e r d e l o q u e h a , e p o r e n d e d i z e n

q u e piedra mouediza non cubre moho. E pues nos seamos n o n b i e n

¡mal p e c a d o ! , n i n a n u e s t r a o n r r a n i n p r o u e c h o , e l p r o b e r b i o de

quien bien see non se lieue n o n es p o r n o s " (34-35).

e) E n o t r a ocas ión , e l contraste e n t r e dos p r o v e r b i o s c o n t r a d i c t o ­

r i o s aparece e n u n c o m e n t a r i o d e l a u t o r : " E g u á r d e v o s D i o s a todos,

ca aquel es guardado que Dios quiere guardar. P e r o c o n t o d o esto

c o n u i e n e a orne q u e se t raba je e n se g u a r d a r , e D i o s le g u a r d a r á ; e

p o r e n d e d i z e n q u e quien se guarda, Dios le guarda" (398).

f) E l I n f a n t e R o b o á n e n v í a u n mensaje a l r e y de B r e z : q u e se

a b s t e n g a de estragar e l r e i n o de P a n d u l f a , s i n o q u i e r e verse desafia­

d o p o r é l . A n t e este u l t i m á t u m , e l r e y de B r e z a c u d e a sus consejeros.

U n o b i s p o , su " c h a n c i l l e r " , le aconseja e v i t a r l a g u e r r a , pues d i c e e l

p r o v e r b i o q u e quien la baraja puede escusar, bien barata en fuyr

della. E l r e y a d m i t e esa " v e r d a d " , p e r o a d u c e o t r a q u e l a c o n t r a r í a :

" V e r d a d es. . . esso q u e vos a g o r a dezides, mas tanto va el cántaro a

la fuente fasta que dexa allá el asa o la frítente; e este i n f a n t e tantos

fechos q u e r r á a c o m e t e r fasta q u e e n a l g u n o a v r á d e caer o de pe­

r e c e r " (416). ( S i n e m b a r g o , acepta finalmente e l consejo* d e l o b i s p o ) .

g) E n c i e r t o enxenplo q u e e l C a b a l l e r o Z i f a r d i c e a sus h i jos , u n

rey , m o z o de q u i n c e años , d e c i d e " q u e p a r a fincar él r e y e señor . . . ,

a u í a de p o n e r m a n o s c o n t r a a q u e l l o s q u e l q u e r í a n d e s e h e r e d a r " ;

c o m p r e n d e , s i n e m b a r g o , q u e "esto q u e é l q u e r í a c o m e t e r , q u e l o

n o n p o d r í a fazer s y n a y u d a e c o n s e j o " de los m a n c e b o s q u e c u i d a ­

b a n de s u p e r s o n a (273-274). Estos j ó v e n e s consejeros le d i c e n q u e

n o p o n g a m a n o c o n t r a los q u e q u i e r e n d e s h e r e d a r l o , c i t á n d o l e u n a

serie de m á x i m a s a p r o p ó s i t o . E l r e y a d m i t e l a " v e r d a d " de esas

m á x i m a s , p e r o c o n t e s t a e n c a d a caso c o n otras q u e , s e g ú n él , v a l e n

m á s e n s u s i t u a c i ó n p a r t i c u l a r 2 .

2 P o n g o a q u í los consejos de los mancebos, y a c o n t i n u a c i ó n de cada u n o

l a respuesta d e l rey (274-276): (1) "Señor , g r a n t fecho e m u y graue quieres

c o m e n t a r , p a r a e l orne de l a hedat q u e vos sodes e p a r a quales e l los son, e de

t a n g r a n t p o d e r " . R e s p u e s t a : . .digo que es verdat; mas sy l a cosa n o n se

c o m i e n z a , n u n c a se p u e d e acabar. E p o r e n d e nos c o n u i e n e q u e comencemos

i 8 J U L E S P I C C U S N R F H , X V I

B ) Contextos donde no caben las "verdades" citadas

a) E n e l e p i s o d i o d e l C a b a l l e r o A t r e v i d o y e l L a g o M a r a v i l l o s o

(226-242), se casa ese C a b a l l e r o c o n l a d u e ñ a d e l L a g o y, pasados

apenas siete días , nace u n h i j o ("ca todos los árbo les desta t i e r r a e

las y e m a s n a s c e n e florescen, e d a n f r u t o n u e u o de c a d a día, e las

otras reses p a r e n a syete d í a s " ) . T r a s de a v e r i g u a r e l C a b a l l e r o q u e

l a d u e ñ a d e l L a g o es l a i n f e r n a l S e ñ o r a de l a T r a i c i ó n , u n espanta­

b l e " t e r r e m o t u s " los a r r o j a a él y a s u h i j o , y a a d u l t o , f u e r a d e l L a g o .

L o s e n c u e n t r a u n escudero, q u e p r e g u n t a a l C a b a l l e r o A t r e v i d o :

" S e ñ o r . . ., ese q u e c o n b u s c o v i e n e , ¿ q u i é n es?" É l contesta q u e es

s u h i j o . — " E pues ¿ c ó m m o p o d r í a ser v u e s t r o fijo aqueste, ca y a

m a y o r es q u e vos?" E l C a b a l l e r o d a u n a r e s p u e s t a p e s i m i s t a , e n l a

q u e c i t a dos ' V e r d a d e s " de filosofía v u l g a r : " N o n l o tengades a m a -

r a u i l l a . . ., ca la yema mala ayna cresge. . . E b i e n creo q u e de p a r t e

d e s u m a d r e . . . es fijo d e l d i a b l o , e q u i e r a D i o s q u e r e c u d a a b i e n :

l o q u e n o n p u e d o creer , c a toda criatura torna a su natura". A l

b a u t i z a r a su h i j o , le p o n e p o r n o m b r e A l b e r t o D i a b l o . T o d o nos

hace c r e e r q u e éste a c a b a r á m a l ; y s i n e m b a r g o , e l a u t o r nos d i c e a

c o n t i n u a c i ó n : " A q u e s t e f u e m u y b u e n c a u a l l e r o d e armas e m u c h o

a t r e u i d o e m u y s y n m i e d o e n todas las cosas, ca n o n a u í a cosa d e l

m u n d o q u e d u b d a s e e q u e n o n acomet iese . E deste l i n a g e ay o y e n

c o n e l a y u d a de D i o s , que sabe l a verdat d e l fecho, e so c i e r t o q u e nos a y u d a " .

(2) "Señor , parat y mientes e guardatvos l o e n t i e n d a n , sy n o n muertos e estra­

gados somos vos e nos; ca e n v n d ía nos a fogaran a q u í e n esta cámara c o m m o

a sendos conejos". Respuesta : . .digo q u e a q u e l D i o s v e r d a d e r o e sabidor de

las cosas q u e m e l o puso en corazón, p e n s ó e n e l l o e p a r ó y b i e n mientes" . —

( 3 ) "Señor , quien grand fecho quiere comencar, mucho deue en ello pensar,

p a r a l o acabar m u y b i e n e syn d a ñ o de sy". R e s p u e s t a : . .digo que es verdat;

mas ¿quál p e n s a m i e n t o p u e d e c u y d a r sobre e l c u y d a r de D i o s e l o q u e l faze

p a r a l o fazer mejor? (Jertas, n o n n i n g u n o ; ca l o q u e l d a o faze c ierto es e syn

a y u d a , e p o r e n d e n o n auemos q u e c u y d a r s o b r e l l o " . — ( 4 ) "Señor , en las cosas

dudosas g r a n t consejo y h a mester, asy c o m m o e n este fecho, que es m u y d u d o s o

sy se p u e d e acabar o n o n " . Respuesta : " . . .digo que es verdat; mas en l o que

D i o s o r d e n a n o n ay d u d a n i n g u n a , n i n deue a u e r o t r o consejo sobre su ordena­

m i e n t o ; ca él fue e es g u i a d o r e o r d e n a d o r deste fecho" . — ( 5 ) "Señor, q u i e n

cata l a fin de l a cosa q u e q u i e r e fazer, a q u e p u e d a r e c u d i r , n o n y e r r a " . Res­

puesta: " . . . d i g o que D i o s es c o m i e n d o . . . e m e d i o e a c a b a m i e n t o de todas las

cosas; e p o r e n d e él, q u e fue c o m i e n d o deste fecho, c i e r t o so q u e él cató e l

c o m i e n c o e l a fin d e l " . — ( 6 ) "Señor, mejor es tardar e recahdar que non auerse

orne a repentir por se rebatar". Respuesta : " . . . d i g o q u e e n las cosas ciertas n o n

h a p o r q u é ser e l orne perezoso, mas q u e déuelas acuc iar e l e u a r adelante; ca

sy l o tardare , p o r a u e n t u r a n o n se abrá o t r o t a l t i e n p o p a r a l o acabar". — (7)

" P e d í m o s v o s p o r m e r c e d q u e sobre este fecho querades más pensar, que n u n c a

t a n a y n a l o comen^edes q u e todos los más d e l r e g n o n o n sean c o n ellos, e con­

busco ¡mal pecado! n o n n i n g u n o ; ca vos h a n mesc lado c o n l a gente d e l vuestro

señor ío" . R e s p u e s t a : . .digo q u e n o n es asy, ca l a verdat s ienpre a n d i d o e n

p l a c a p a l a d i n a m e n t e , e l a m e n t i r a p o r los rencones a s c o n d i d a m e n t e ; e p o r e n d e

l a boz de l a v e r d a t más a c o n p a ñ a d a fue s ienpre q u e l a boz de l a m e n t i r a , asy

c o m o l o podedes v e r ves ib lemente c o n l a u i r t u d de D i o s e n este fecho".

N R F H , X V I C O N S E J E R O S E N E L " Z I F A R " 19

d í a c a u a l l e r o s e n a q u e l r e g n o de P o r f i l i a , m u c h o e n t e n d i d o s e m u ­

c h o a t r e u i d o s e n todos sus f e c h o s " (241-242).

b) E n e l e p i s o d i o De cómo el Cauallero Zifar libró al Ribaldo,

que lo querían colgar, e cómmo le cortó la soga (125-129), " v n orne

m a l o q u e a u í a f u r t a d o u n a b o l s a l l e n a de pedamos de o r o " se l a d a a

g u a r d a r a l R i b a l d o . L a j u s t i c i a l o e n c u e n t r a c o n e l l a e n l a m a n o . L o

l l e v a n entonces a a h o r c a r , m o n t a d o e n u n asno, c o n u n p r e g o n e r o

q u e v a g r i t a n d o : Quien tal faze, tal prenda. Y a q u í i n t e r c a l a e l

a u t o r u n c o m e n t a r i o : " E es g r a n t d e r e c h o , q u e quien al diablo sirue

e cree, mal galardón prende". E s c l a r o , s i n e m b a r g o , q u e a q u í n o

t i e n e n a p l i c a c i ó n tales " v e r d a d e s " , p u e s t o q u e e l R i b a l d o " n o n a u í a

c u l p a e n a q u e l f u r t o " (127).

C . Situaciones de varía aplicación

a) E l p r o v e r b i o De pequeña gentella se leuanta a las vegadas

grant fuego se a p l i c a a dos s i t u a c i o n e s d i s t i n t a s . P r i m e r a m e n t e ,

antes d e l a l i d c a m p a l e n t r e e l C a b a l l e r o Z i f a r y dos c a b a l l e r o s de l a

h u e s t e d e l rey de E s t e r , d i c e n estos c a b a l l e r o s : " L o c o eres sy tú so lo

q u i e r e s c o n u s c o l i d i a r " , p u e s s o n dos c o n t r a u n o . Z i f a r les contesta ,

e n t r e otras cosas: " D o orne c u y d a q u e ay m u y p e q u e ñ o p e l i g r o , a las

vegadas es m u y g r a n d e ; ca de pequeña gentella se leuanta a las vega­

das grant fuego" (145-146). E l p r o v e r b i o e q u i v a l e a q u í a este o t r o :

" P e q u e ñ o c a n suele e n b a r g a r m u y g r a n t v e n a d o " (ibid.). M á s t a r d e ,

c u a n d o Z i f a r p e l e a c o n t r a e l C o n d e N a s ó n , los i n f a n t e s G a r f í n y

R o b o á n , h i j o s de Z i f a r , p i d e n a s u p a d r e p e r m i s o de ade lantarse c o n

los a lgareros " p a r a fazer a l g u n t b i e n " ; p e r o e n u n a l i d a n t e r i o r G a r ­

f í n , e l p r i m o g é n i t o , h a s u f r i d o l o q u e él l l a m a " v n a nas<:encia", y

q u e es e n r e a l i d a d u n a " m u y g r a n t f e r i d a e n l a m e x i e l l a " . A s í , pues ,

Z i f a r n i e g a p e r m i s o a G a r f í n (". . . q u e a v n n o n sodes b i e n sano de l a

f e r i d a q u e tenedes") , y e l j o v e n R o b o á n a p o y a a su p a d r e e c h a n d o

m a n o d e l p r o v e r b i o : " M u y b i e n vos d i z e e l r e y q u e fo lguedes e

guarescades, ca de pequeña gentella se leuanta grant fuego sy orne

non pone y consejo" (211-212). C o m o se ve, e l s e n t i d o es a h o r a dis­

t i n t o .

b) T r e s veces se c i t a e l p r o v e r b i o Aquel es guardado [var. guia­

do] que Dios quiere guardar [guiar]. E n u n a ocas ión, le a v i s a n a l

C a b a l l e r o Z i f a r q u e G r i m a , s u m u j e r , h a d o r m i d o e n l a c a m a c o n

dos d o n c e l e s ; é l , " c o n g r a n t saña e c o m i n o s a l i d o f u e r a de s e n t i d o " ,

l a m a n d a q u e m a r v i v a ; p e r o p o r l a m e r c e d de D i o s a v e r i g u a l u e g o

q u e los d o n c e l e s s o n sus p r o p i o s h i j o s , q u e antes h a n estado p e r d i ­

dos. Y e l a u t o r hace u n p i a d o s o c o m e n t a r i o : " p o r e n d e d i z e n q u e

aquel es guardado el que Dios quiere guardar" (189). M á s t a r d e ,

d e s p u é s de escuchar los consejos p a t e r n o s , q u i e r e s a l i r R o b o á n e n

b u s c a d e a v e n t u r a s p a r a g a n a r prez . Z i f a r c onf í a e n q u e su h i j o

l o g r a r á l o q u e se p r o p o n e , c o n l a m e r c e d de D i o s , " c a t o d o orne q u e

20 J U L E S P I C C U S N R F H , X V I

a l g u n a cosa q u i e r e acabar , t a n b i e n e n o n r r a c o m i n o e n ál q u e se

fazer p u e d e , a u i e n d o c o n q u é l a seguir , e fuere e n pos e l l a e n o n se

e n o j a r e , a c a b a r l a h a c i e r t a m e n t e . . . E p o r e n d e d i z e n q u e aquel es

guiado a quien Dios quiere guiar" (381-382). A q u í , l a a y u d a ele D i o s

se p r o y e c t a h a c i a l o f u t u r o , y n o h a c i a u n h e c h o pasado, c o m o e n l a

s i t u a c i ó n a n t e r i o r . F i n a l m e n t e , e l p r o v e r b i o aparece e n u n c o m e n ­

t a r i o d e l a u t o r , j u n t o c o n o t r o p r o v e r b i o c o n t r a d i c t o r i o (supra,

§ A , e).

I I

R e s u l t a , pues , q u e a pesar de estar las " v e r d a d e s " a l a l c a n c e de

c u a l q u i e r a , n o t i e n e n v a l i d e z r e a l a m e n o s q u e p u e d a n a p l i c a r s e a

u n a s i t u a c i ó n d a d a . E s t o e x p l i c a p o r q u é j u n t o a u n a m á x i m a de

filosofía v u l g a r o e l d i c h o de u n s a b i o a p a r e c e n e x p r e s i o n e s c o m o

éstas: " A g o r a veo que es verdal l o q u e d i x o e l s a b i o . . . " (135); " A m i ­

gos, verdadero es e l p r o b e r b i o a n t i g o . . ." (171); " A g o r a creo que es

verdadero e l p r o b e r b i o q u e d i z e n . . ." (455); " B i e n semeja que es

verdadero e l e n x i e n p l o [ ' p r o v e r b i o ' ] q u e d ize . . ." (219); " A g o r a tengo

que es verdadero e l e n x i e n p l o a n t i g o . . . " (501), etc.

L a s " v e r d a d e s " l l e g a n a ser a l g o q u e se tiene o se trae: u n a v e r d a ­

d e r a posesión. D e a h í esas f o r m a s , a l g o chocantes : mi verdal (162),

la vuestra verdad (490), e tc . 3 S i l a v e r d a d l a t i e n e o trae u n a p e r s o n a

de b u e n consejo, e n t o n c e s es buena verdal (325, 335, 4 8 9 , etc.); y s i

l a t i e n e u n a p e r s o n a de m a l consejo , o m a l i n t e n c i o n a d a , entonces

es mala verdat (207, 211, 217, etc.). Y c o m o las v e r d a d e s t i e n e n v a r i a

a p l i c a c i ó n y s u e l e n p a r e c e r c o n t r a r i a s o c o n t r a d i c t o r i a s , l o q u e i m p o r ­

ta es s a b e r e l e g i r , e n u n a s i t u a c i ó n d a d a , a q u e l l a s q u e v a l e n " e n p r o

e o n o r " de l a p e r s o n a . ¿ Q u é hacer? T a n t o e n e l Libro del Cauallero

Zifar c o m o e n otras o b r a s d idáct icas de l a época , l a r e s p u e s t a es

o b v i a : es p r e c i s o a c u d i r a buenos consejeros, a personas " d e b u e n

c o n s e j o " q u e " c a s t i g u e n " b i e n , q u e d e n " b u e n o s sesos"; a personas

q u e p r o c e d a n de a c u e r d o c o n l a " p r o e o n o r " de q u i e n les p i d e

c o n s e j o :

T o d o orne que a l g u n a grant cosa quiere comencar e fazer, déuelo fazer con consejo de aquel los de q u i e n es seguro q u e l consejarán b i e n (16). L a s armas n o n t ienen p r o a l orne sy n o n h a b u e n consejo de cómmo ouiese de vsar dellas (83). S ienpre parat mientes a los consejos que vos d i e r e n los que viéredes que son en razón e p u e d e n ser a vuestra p r o e a vuestra o n r r a . . . (263). Quales son los gouerna-dores e los consejeros de casa de los reys, átales son las obras que

3 O t r o s e jemplos: "Sy t u v e r d a t t i e n e s . . . " (129): " n o s tenemos v e r d a t . . .

e e l los m e n t i r a " (191); " é l t iene m e n t i r a e nos v e r d a t " (196); " l a m a l a verdat

q u e t r a y a " (207); " l a m a l a v e r d a t q u e t e n í a " (217); " l a v e r d a d q u e t e n e m o s "

(404).

N R F H , X V I C O N S E J E R O S E N E L " Z I F A R " 2 1

ende nas^en (308). L o que faze orne con consejo sienpre se acaba c o n alegría, e l o que se faze syn consejo e rebatosamente viene c o n arrepent imiento (323).

E l consejo, b u e n o o m a l o , l l e g a a t e n e r u n p a p e l e x t r a o r d i n a r i o

e n este l i b r o d i d á c t i c o . D e a h í l a r e p e t i d a p r e s e n c i a d e l g i r o " d e

dicho n i n de fecho n i n d e consejo'' (223), " p o r dicho n i n p o r fecho

n i n p o r consejo" (414), " e n dicho n i n e n fecho n i n e n consejo" (509).

P e r o los personajes d e l Libro s u e l e n verse e n d i f i c u l t a d e s . E n

p r i m e r l u g a r , c a d a s i t u a c i ó n es n u e v a , y " a n u e u o fecho h a m e s t e r

n u e u o consejo, p a r a y r m á s c i e r t a m e n t e a l o q u e orne fazer q u i e r e ,

asy c o m m o a n u e u a s e n f e r m e d a d e s e n o n conoscddas c o n u i e n e d e

f a l l a r n u e u a m e l e z i n a " (348-349). E n s e g u n d o l u g a r , es d i f í c i l h a l l a r

b u e n consejero a u n e n t r e los b i e n i n t e n c i o n a d o s , pues " n o n s o n

todos ornes p a r a b u e n conse jo d a r " (321). P o r ú l t i m o , h a y q u e t e n e r

e n c u e n t a e l h e c h o p e l i g r o s o de q u e tantas " v e r d a d e s " s a b e n o

p u e d e n saber los b u e n o s c o m o los m a l o s consejeros, y q u e éstos ú l t i ­

m o s u t i l i z a r á n s u saber p a r a m a l o s fines4. E l p r o b l e m a , pues , n o

cons is te e n escoger e l " c o n s e j o " m i s m o , s i n o e n d a r c o n e l b u e n c o n ­

sejero y e n e v i t a r a l " o r n e d e m a l c o n s e j o " . M á s q u e e l c o n t e n i d o

d e l " c a s t i g o " , i m p o r t a l a " e n t e n c i ó n " de q u i e n l o d i c e .

S i m e r e c e g r a n p e n a e l m a l conse jero , e l q u e d a consejos q u e

p a r e c e n b u e n o s p e r o l l e v a n " m a l a e n t e n c i ó n " y se e n d e r e z a n e n

d a ñ o d e l q u e los p i d e , t a m b i é n m e r e c e p e n a e l q u e los s igue, " c a

l o s fazedores e los consejadores d e l m a l y g u a l p e n a m e r e s ^ e n " (220).

¿ Q u é hacer? ¿ C ó m o e v i t a r esos m a l o s consejos q u e c o n d u c e n a m a l a s

" f a z i e n d a s " ? ¿ C ó m o saber " f i u z i a r " e n personas de b u e n a v e r d a d y

n o e n las de m a l a v e r d a d ? H e a q u í u n a respuesta :

N o n [se deue] creer a aquellos e n q u i e n n o n pares^e b u e n seso n a t u r a l n i n verdat n i n b u e n consejo, e señaladamente n o n [se] deue creer en aquellos que c o n maestrías e con sotilezas de engaño f a b l a n ; c a muchas vezes algunos, p o r q u e son sotiles e agudos, tra­b á j a m e de m u d a r los derechos e los buenos consejos en m a l , e dan-Íes e n t e n d i m i e n t o de leys, c o l o r a n d o lo que dizen con palabras engañosas e cuydando q u e n o n ay otro n i n g u n o tan sot i l c o m m o ellos, que l o entienda. E porende n o n se deue asegurar e n tales ornes c o m m o éstos, ca pel igrosa cosa es creer orne [a] aquellos en q u i e n todas estas menguas e estas maestrías s o n , p o r que n o n abrá de d u b d a r dellos e n o n estará seguro.

P e r o e l señor de b u e n seso, sy d u b d a r de aquellos que le h a n d e seguir, para ser cierto, l lámelos a su consejo e a lo q u e l consejaren, e cate e piense b i e n en los dichos de cada v n o e pare mientes a los fechos que ante pasaron con é l ; e sy con grant femengia los quiere catar, bien puede ver quién le conseja bien o quién mal; ca la men-

4 C o m o dice e l l e a l consejero P a tronío, " e l m a l consejo de b u e n consejo faz m a l consejo" (BAE, t. 51, p . 429a).

22 J U L E S P I C C U S N R F H , X V I

tira asy trasluze tras las palabras del mentiroso commo la candela tras el vidrio en la linterna (12-13).

Parece fác i l ; y, s i n e m b a r g o — p u d i e r a decirse q u e del dezir al

fazer mucho ay—, m u y pocos s o n los q u e t i e n e n semejante h a b i l i d a d ,

pues " a l g u n o s de los señores grandes más a y n a se e n c u n a n a c r e e r las

p a l a b r a s fa lagueras d e los ornes m e n t i r o s o s e las l i sonjas so c o l o r de

a l g u n t p r o u e c h o , q u e n o n e l s u p r o n i n l a s u o n r r a " (13). P o r o t r a

p a r t e , hay q u e estar s i e m p r e a l e r t a a los " e n g a ñ o s " y " m a e s t r í a s "

d e l d i a b l o , " q u e n o n q u e d a ['no descansa'] de p o n e r m a l e n los cora­

zones de los ornes" (272), " q u e se t r a b a j a s i e n p r e de m a l f a z e r " (30)

y " d e e n g a ñ a r los ornes p a r a los fazer p e r d e r las a l m a s e l a o n r r a

deste m u n d o " (480). Sí , h a y q u e estar m u y sobre av iso : e l m i s m í ­

s i m o R o b o á n , espejo d e " l a c a u a l l e r í a v i y a n d a n t e " , s u c u m b i ó ciega­

m e n t e a las " m e n t i r a s f a l a g u e r a s " d e l d e m o n i o (en f o r m a de m u j e r

h e r m o s í s i m a , d i c h o sea e n descargo suyo) después de haberse casado

c o n l a E m p e r a t r i z N o b l e z a , s e ñ o r a de las í n s u l a s D o t a d a s . Y eso q u e

dos señoras d o n c e l l a s le h a b í a n d a d o y a consejos p e r t i n e n t e s : " q u e

l a n o n perdades [a l a e m p e r a t r i z ] p o r m a l consejo q u e n i n g u n o vos

d é ; e asy p o d r e d e s ser e l m á s p o d e r o s o e e l m á s b i e n a n d a n t e s e ñ o r

de t o d o e l m u n d o " (458).

L o q u e sí es bastante fác i l es h u i r de consejeros q u e naturalmen­

te h a n de ser m a l o s . Y e n p r i m e r l u g a r los j u d í o s ,

que son m u y sotiles en toda m a l d a t e son enemigos de l a nuestra f e . . . C a ésta es l a natural enemistad de querer sienpre m a l los j u ­díos a los sieruos de D i o s , p o r e l yerro e el pecado en que cayeron a la su m u e r t e . . . Q u a n d o [los judíos] ou ieren poder en l a vuestra casa, p u n a r á n de vos falagar con aquellas cosas q u e entendieren que vos plazerá, e so a l g u n a color que vos mostrarán que es vuestro s e m i n o e que podades auer más, catarán en c o m m o se estraguen vuestros pueblos e ellos serán r i c o s . . . (Jertas n o n es m a r a u i l l a que el enemigo de l e s u C r i s t o cate carreras de m a l contra los sus sieruos, ca de natura les viene esta enamistad. O n d e . . . los señores cristia­nos. . . n o n les deuen meter en sus consejos, ca d a n a entender que en sy mesmos non ay buen consejo, n i n en los de su ley (329-330).

A d e m á s d e l d i a b l o , de los j u d í o s y, e n g e n e r a l , d e " l o s e n e m i g o s

de l a fe [ c r i s t i a n a ] " (330), es p o s i b l e e n c o n t r a r " falsos e t raydores

por natura" e n t r e los c r i s t i a n o s (431). P o r e j e m p l o , l a m a l a c a t e r v a

de las cobigeras, de q u i e n e s nos d i c e e l a u t o r :

E ¡mal pecado! des tas átales muchas ay en e l m u n d o , que n o n estudian en ál sy n o n en esto [dar malos consejos], n o n catando o n r r a n i n desonrra [a] aquellos a q u i e n consejan, n i n p a r a n d o mientes en les fazer perder prez e b u e n a fama; mas fázenlo por auer soltura, e poder fazer a su talante en aquellos q u e saben que les n o n pesa c o n estas trugemanías, e p o r do ayan día e v i t o , e sean

N R F H , X V I C O N S E J E R O S E N E L " Z I F A R " 23

anparadas e defendidas a n d a n d o con ellas, c o n p l i e n d o a su v o l u n ­t a d m a l a en este m u n d o (234).

D o s d e estas cobigeras a p a r e c e n e n e l e p i s o d i o d e l C a b a l l e r o A t r e v i ­

d o y e l L a g o M a r a v i l l o s o . A c o m p a ñ a d o d e s u h i j o y a a d u l t o , e l

C a b a l l e r o se pasea p o r l a c i u d a d y ve " a v n a p u e r t a v n a d u e ñ a m u y

f e r m o s a , m u c h o más q u e s u señora [ la d u e ñ a d e l l a g o ] , p e r o q u e e r a

a m a d a de m u c h o s " ; a u n q u e se le h a p r o h i b i d o h a b l a r a n a d i e , e l

C a b a l l e r o le d e c l a r a s u a m o r ; e l l a p a r e c e r e c h a z a r l o , p e r o i n m e d i a ­

t a m e n t e s u r g e n las cobigeras, c u y a h a b l a t r a n s c r i b e así e l a u t o r :

—¡Ay señora! — d i x o v n a su cobigera—, ¡qué grant pecado faria-des sy lo asy enbiades de vos, q u e conbusco n o n fable! ¿E n o n vedes q u á n apuesto es, e quán de b u e n d o n a r i o , e cómmo d a a entender que vos quiere grant bien?

E a estas palabras recudió o t r a m a l d i t a , que se n o n preciaua menos que l a p r i m e r a des tas trugimanías átales, e d i x o m u c h o ayna:

— ¡ A y señora! ¿qué es de l vuestro parescer e de l vuestro d o n a r i o e de l a vuestra b u e n a p a l a b r a e d e l vuestro b u e n rescebir? ¿Asy acogedes a q u i e n vos muestra tan grant amor? ¿E n o n vedes que en catándovos luego se enamoró de vos? E n o n es m a r a u i l l a , ca de ta l d o n a r i o vos fizo Dios , que n o n h a orne q u e vos vea que luego n o n sea preso de l vuestro amor. E certas, tuerto faríades en ser escasa de l o que vos D i o s quiso dar francamente, e p a r Dios , señora, n o n le querades penar, dándole l a b u e n a respuesta que áspera (233-234) 5.

T a m p o c o s o n b u e n o s los consejos de los n i ñ o s y de los mozos ,

q u e t i e n e n p o r n a t u r a l e z a " p o c o e n t e n d i m i e n t o " (26), o carecen de

" e n t e n d i m i e n t o c o n p l i d o " (327), o s o n , s e n c i l l a m e n t e , " s y n e n t e n d i ­

m i e n t o " (188, 328). E n efecto, " l o s m a n c e b o s páganse de a n d a r e n

t rebe jos e e n solaz, e q u i e r e n c o m e r d e m a ñ a n a , c a n o n h a n seso

c o n p l i d o c o m m o d e u e n . O n d e d i z e l a S a n t a E s c r i p t u r a q u e n o n está ¡

b i e n e l r e y n o d o e l r e y es m a n c e b o e sus p r i u a d o s e sus consejeros

c o m e n d e m a ñ a n a " (327)°. A veces, s i n e m b a r g o , D i o s p e r m i t e q u e

h a y a casos e x c e p c i o n a l e s : " A l g u n o s m a n c e b o s ay e n q u e D i o s q u i s o

p o n e r s u g r a c i a , e sacólos de las c o n d i c i o n e s d e l a m a n c e b í a e dales

seso d e v ie jos , p a r a c o n o s c e r e v e e r las cosas c o n b u e n seso n a t u r a l , ,

c o m m o q u i e r q u e e n pocos acresee esta g r a c i a e este d o n c o n p l i d o " '

5 Se h a d i c h o que e l C a b a l l e r o Z i f a r y e l R i b a l d o son antecesores remotos;

de D o n Q u i j o t e y Sancho; a n á l o g a m e n t e p u d i e r a decirse q u e estas cobigeras s o n

las antecesoras l i terar ias de T r o t a c o n v e n t o s , C e l e s t i n a y las demás alcahuetas. 6 Ideas análogas se expresan e n m u c h o s otros lugares; p o r e jemplo, e n la

Crónica de Juan II: " . . . todos los q u e están e n g u e r r a d e b e n m u c h o m i r a r

d e n o t o m a r consejo de los mancebos, los quales c o n e l a r d i d e z a e p o c a expe­

r i e n c i a q u e t i e n e n de los hechos de armas, a las veces p o r se mostrar m u y

va l ientes p o n e n a sí e a los otros e n g r a n p e l i g r o . E los reyes y los capitanes

q u e g o v i e r n a n l a g u e r r a d e b e n c r u d a m e n t e castigar a los tales" (BAE, t. 68 ? /

p . 32

J U L E S P I C C U S N R F H , X V I

(327). Casos e x c e p c i o n a l e s s o n R o b o á n , e l R i b a l d o y e l p r o p i o C a b a ­

l l e r o Z i f a r . Este ú l t i m o es " c a u a l l e r o m a n c e b o " c u a n d o a y u d a y

aconse ja a G r i m a , s e ñ o r a d e G a l a p i a (81); y d o s veces se le l l a m a

" m a n c e b o " (114, 118) e n l a p r i m e r a de las char las e n q u e e l R i b a l d o

p o n e a p r u e b a s u c o r d u r a . C u a n d o R o b o á n (el h i j o m e n o r de Z i f a r )

sa le d e l r e i n o de s u p a d r e a b u s c a r prez , es t a m b i é n u n " c a u a l l e r o

m a n c e b o " , p e r o capaz " d e d a r b u e n consejo q u a n d o g e l o d e m a n -

d a u a n " (386), y m á s t a r d e , s i e n d o a ú n " p e q u e ñ o de días . . . , q u e a v n

a g o r a l e v i e n e n las b a r u a s " (415), es consejero de l a I n f a n t a S e r i n g a .

P o r ú l t i m o , e l R i b a l d o , conse jero de R o b o á n y d e l C a b a l l e r o Z i f a r ,

" e r a m a n c e b o m u c h o a p u e s t o e de b u e n a p a l a b r a " (127).

J u d í o s , cobigeras, n i ñ o s y m o z o s s o n , g e n é r i c a m e n t e , m a l o s c o n ­

sejeros. A d e m á s de e l los , h a y e n d i s t i n t o s pasajes d e l Libro c i e r t o s

i n d i v i d u o s " d e m a l c o n s e j o " . L o s autores d idáct icos d e l s i g l o x i v ,

q u e t i e n e n a l a m a n o t a n t o s consejos y "cast igos" c o m o sus perso­

najes l i t e r a r i o s (y a u n más) , y q u e se c o n s i d e r a n a sí m i s m o s , e v i d e n ­

t e m e n t e , c o m o "ornes de b u e n c o n s e j o " , p u e d e n d e c l a r a r n o s s i n

v a c i l a c i ó n a l g u n a q u i é n e s s o n esas personas de m a l consejo: s o n las

q u e b u s c a n s u p r o p i o m e d r o a expensas d e q u i e n e s se aconse jan c o n

e l l o s . A d i f e r e n c i a de los personajes d e las n o v e l a s m o d e r n a s , q u e

d e s a r r o l l a n s u í n d o l e e n t r a y e c t o r i a c o n t i n u a , v i v i e n d o , los d e estas

o b r a s didáct icas t i e n e n u n a e s e n c i a fija q u e sólo hace f a l t a d e s c u b r i r .

E l a u t o r d e l Zifar p u e d e d i s t i n g u i r , s i n más, a los i n d i v i d u o s d e m a l

c o n s e j o . O b s é r v e s e , s i n e m b a r g o , q u e a m e n u d o e l consejo q u e d a n

estos i n d i v i d u o s es e n sí m i s m o b u e n o , y p e r j u d i c i a l s o l a m e n t e e n e l

c o n t e x t o e n q u e l o d a n . L o d e c i s i v o es l a " m a l a e n t e n c i ó n " d e l c o n ­

sejero. C o m o d i c e d o n J u a n M a n u e l , " e l m a l consejo d e l b u e n

c o n s e j o faz m a l c o n s e j o " . H e a q u í a l g u n o s de los casos q u e e n c o n ­

t r a m o s e n n u e s t r o Libro:

1) L o s consejeros d e l R e y a cuyo servicio está pr imeramente e l Caba­l l e r o Z i f a r (11-14). E r a ta l l a m a l a suerte de l C a b a l l e r o , " q u e n u n c a le d u r a u a caual lo n i n otra bestia n i n g u n a de diez días arr iba , que se le n o n m u r i e s e " , lo cua l acaba p o r resultar m u y caro. L o que d icen los conse­jeros parece sensato fuera d e l contexto, a saber: "que era m u y costoso, e q u e p o r quanto [el rey] d a u a a este caual lero a l año, e con las costas que e n él fazía a l t ienpo de las guerras, que abría quinientos caualleros cada a ñ o p a r a su seruic io" . P e r o los consejeros son unos "enbidiosos l ison-geros", que no v e n cómo e l C a b a l l e r o Z i f a r compensa con creces esas costas, pues " d o él se encerraua c o n cient caualleros, conplía más e fazía más en o n r r a de l rey e b u e n prez dellos que m i l i caualleros otros q u a n d o los e n b i a u a e l rey a su seruicio a otras partes''. T a n t o los envidiosos como el rey, que les presta oídos, son hombres de mal consejo; y es natu­r a l q u e e l rey acabe "desonrrado e p e r d i d o e con grant vergüenca", p o r n o haber acudido a Z i f a r cuando había guerras e n su re ino .

2) E l trasechador y e l cazador de l Enxenplo que dio el físico al rey,

del cagador e de la calandria (259-262). L a ca landr ia , agradecida a l caza-

N R F H , X V I C O N S E J E R O S E N E L " Z I F A R " 25

d o r q u e la h a soltado, le da tres buenos consejos: " e l p r i m e r o . . . , que n o n creas a n i n g u n o aquel lo que vieres e entendieres que n o n puede ser; e l segundo, que te n o n trabajes en pos l a cosa p e r d i d a sy entendieres que l a n o n puedas cobrar; el tercero, q u e n o n acometas cosa que entiendas q u e n o n puedes acabar". Después de dárselos, l a c a l a n d r i a pone a p r u e b a a l cazador p a r a ver si los h a as i m i l a do b i e n , y le dice: "Sy tú sopieras l a p i e d r a preciosa que tengo en e l vientre, que es t a n grande commo v n h u e u o de estruz, cierta so n o n me dieras de m a n o , ca fueras r ico p a r a sienpre jamás". A l oír esto, e l cazador trata de coger nuevamente a l a c a l a n d r i a " p o r arte o p o r fuerza" , demostrando así que no h a a p r e n d i d o los buenos consejos: a) no puede ser que en t a n pequeño cuerpo quepa u n a p i e d r a tan grande como u n huevo de avestruz; b) se empeña en u n a empresa perdida , y a que l a c a l a n d r i a está escarmentada; c) h a acometi­do u n a tarea que no puede realizar, pues l a c a l a n d r i a se escapa volando. A c u d e entonces el cazador a l trasechador, h o m b r e " q u e muestra v n o p o r ál e faze creer a los ornes l o que n o n es". E l trasechador le da este con­sejo: " T o m a las péñolas de las aues e pégalas a t i con <:era, e finche de péñolas todo el cuerpo e las piernas fasta en las vñas, e sube a v n a torre a l ta e salta de l a torre, e ayúdate de las péñolas q u a n t o podieres". Caza­d o r y trasechador son hombres de m a l consejo; y b i e n merecida tuvo el cazador su muerte desastrada, ' £ ca n o n quiso creer e l b u e n consejo q u e l d a u a n , e crouo el m a l consejo, q u e n o n podía ser p o r razón de n a t u r a " .

5) Rages, personaje del Enxenplo ... del rey Tabor, e otrosy de los sus priuados que eran en el su palagio (271-272). A l m o r i r Fares, rey de S ir ia , encomendó a su sobrino Rages l a cr ianza de su h i j o T a b o r , "e rogóle q u e anparase e l rey n o e l o defendiese, e a su fijo que lo criase e le ense­ñase buenas costunbres e lo castigase; e Rages prometióle en sus manos que l o faríe, e r e s a b i ó a T a b o r , c o n todos los otros del reyno, p o r rey e p o r señor señalado después de los días de su padre" . P e r o este Rages buscaba su p r o p i o interés y quería u s u r p a r e l re ino , y d i o malos consejos a T a b o r , e l cua l " n o n auía más de ocho años q u a n d o el rey su padre finó, n i auía entendimiento c o m p l i d o p a r a gouernar e l reyno assí c o m m o deuía , n i fazía otra cosa saluo l o que m a n d a u a e le aconsejaua Rages". E n este caso, D i o s le a l u m b r a e l e n t e n d i m i e n t o a l j o v e n rey T a b o r , y e l e j e m p l o t e r m i n a c o n l a muerte d e l m a l consejero Rages 7 .

4) L o s malos consejeros d e l emperador de A r m e n i a (369-371). Éstos eran de aquellos que "se trabajan muchas vegadas en poner b o l l i c i o en l a t i e r r a e fazer daño a sus vezinos, p o r que e l rey aya de fazer hueste for jada , e de echar pechos en l a su t ierra e lo p a r t i r entrel los" . E l empe­r a d o r de A r m e n i a les h i z o caso y decretó leyes abusivas; e l p u e b l o se alzó entonces contra él, "e l o que fue peor, aquel los que esto consejaron, atouiéronse con los pueblos contra e l enperador" . E n consecuencia, este "orne de m a l consejo" acabó m a l y " m o r i ó deseheredado e m u y lazrado".

7 E l p e c a d o de Rages es d o b l e : n o sólo d a malos consejos ( l lenos de " m a l a

e n t e n c i ó n " ) , s ino que n o c u m p l e c o n su d e b e r de "cast igar" a l j o v e n rey T a b o r

in loco parentis. T a b o r , en efecto, antes de ser a l u m b r a d o p o r l a g r a c i a de D i o s ,

" e n todas las cosas vsaua de m o c e d a d e de trauesuras, q u e n o n auía q u i e n l o

castigasse n i l o refrenasse p a r a fazer l o c o n t r a r i o " (272). C o m o veremos luego,

este d e l i t o p o r omisión merece tanta p e n a c o m o e l de aconsejar m a l .

26 J U L E S P I C C U S N R F H , X V I

5) L o s condes que aconsejan a l emperador de T r i g u i a d a (452-454). V i e n d o que el emperador "se f a l l a u a p o r b i e n aconsejado d e l in fante R o b o á n , que los consejos de los otros n o n los preciaua n a d a " , los siete antiguos consejeros (entre ellos e l C o n d e de L a n y e l C o n d e Farán) se l l e n a n de e n v i d i a y deciden perder a R o b o á n . T o d o s , salvo éste, saben q u e e l emperador no to lera q u e le pregunten p o r qué no ríe jamás, y q u e si a lguien lo hace p i e r d e l a v i d a o a l menos cae de l a gracia d e l emperador. E l infante, m a l aconsejado, hace l a pregunta fatal , y e l empe­r a d o r le contesta: " A m i g o , m a l aconsejado fuestes, e D i o s confonda el cuerpo de l que e n esto vos pusso, p o r q u e ta l pregunta me fuestes fazer, ca a vos quiso matar e a m í quiso fazer perder v n amigo m u y bueno en q u i e n yo m u c h o fiaua, e m e tenía p o r m u y b i e n seruido e b i e n guardado e n todas cossas". N o l o m a n d a matar , s in embargo; se l i m i t a a despa­c h a r l o en u n batel a las ínsulas Dotadas. (All í R o b o á n será m a l aconse­j a d o de nuevo, esta vez p o r e l d iab lo) .

6) A su regreso de las ínsulas Dotadas, y muerto ya el emperador, R o b o á n l lega a ceñir l a corona de l i m p e r i o de T r i g u i a d a . E n vez de cas­t igar a los siete condes malos, "los rescebía sienpre m u y b i e n e los fazía q u a n t a o n r r a él podía, e trabajáuase e n los asosegar, faziéndoles b i e n e m e r c e d e gracias señaladas entre los otros de su señorío; de l o q u e se m a r a u i l l a u a n todos los ornes buenos de su casa, en fazer tantas onrras a aquel los que sabía que p r o c u r a r a n l a su muerte sy p o d i e r a n " . E l l o s , en vez de reconocer su yerro, s iguen c o n sus malas mañas y hacen creer a l rey de Safira y a l rey de G a r b a que e l emperador R o b o á n "los quería m a l e que quería enbiar p o r ellos para los matar , ca c o m m o orne estraño n o n se pagaua de los naturales d e l i m p e r i o , mayormente de los poderosos; de guisa que los posieron en grant sospecha contra e l emperador" . R o b o á n , deseoso de ver a sus padres y a su h e r m a n o Garf ín y de hacer cierta romería, decide dejar a esos dos reyes y a otros dos, durante su ausencia, a l frente de l i m p e r i o , y les p ide , p o r carta, que acudan con poca gente, " c a los queríe guardar de costa" (485-486). L o s condes les hacen creer q u e es u n a celada, y a l m i s m o t i e m p o m a n d a n decir a R o b o á n que los reyes n o q u i e r e n obedecer y están a p u n t o de correrle l a t ierra. R o b o á n t o m a entonces las armas, y, después de varias batallas (en u n a de las cuales muere el rey de G a r b a ) , t o m a presos a l rey de Safira y a los siete malos consejeros, cuyo jefe es e l C o n d e F a r á n 8 . A l preguntar le R o b o á n a l rey de Safira " q u é fuera l a razón p o r q u e se m o u i e r o n él e e l rey de G a r b a contra é l" , responde e l venc ido: "Señor, n o n sé y o tra razón sy n o n p o r grant desauentura nuestra, e p o r q u e non nos soplemos guardar del mal consejo" (501). E l m a l consejero Farán muere decapitado, y e l m a l aconsejado rey pierde su r e i n o .

8 N o creo q u e sea casual e l n o m b r e d e l conde Farán, m a l consejero p o r

a n t o n o m a s i a , pues e n e l Libro figura o t r o Farán, d e q u i e n se nos d ice : " S a b e d

q u e d i z e e l cuento que se f a l l a p o r l a Santa E s c r i p t u r a q u e a n t i g u a m e n t e e n

J u d e a , c o n grant m a l i c i a q u e entre los judíos auía, fez ieron entre sy tres setas,

q u e r i e n d o e n g a ñ a r los vnos a los otros c o n maestrías e sotilezas malas; ca de ta l

m a n e r a son, que n o n saben b e u i r syn b o l l i c i a s m a l o s e l l e n o s de engaños. E l a

v n a seta del los d i x i e r o n fariseos . . . , ca los fariseos t o m a r o n e l n o n b r e de Farán,

q u e fue fuera de l a fe de los j u d í o s " (330). L o s dos personajes l l a m a d o s F a ­

r á n c o i n c i d e n en ser engañadores . Y e l n o m b r e de R o b o á n , h i j o d e l sabio

N R F H , X V I C O N S E J E R O S E N E L " Z I F A R " 27

L a s personas " d e m a l c o n s e j o " n o s o n sólo las q u e d a n o r e c i b e n

m a l o s consejos, s i n o t a m b i é n las q u e n o s i g u e n los b u e n o s consejos

q u e se les d a n , y las q u e n o c u m p l e n c o n s u d e b e r de aconsejar a los

mozos , t a n necesi tados s i e m p r e de e l l o . E j e m p l o de los q u e n o o y e n

consejos es e l C o n d e N a s ó n , v a s a l l o de Z i f a r , q u e se r e b e l a c o n t r a

su señor y es d e r r o t a d o p o r e l I n f a n t e G a r f í n . Y a v e n c i d o , su s o b r i ­

n o le e c h a e n c a r a s u m a l p r o c e d e r : " E b i e n c r e e d q u e p o r l a g r a n t

s o b e r u i a q u e o u o s i e n p r e e n vos n o n t e m í a d e s n i n g u n a cosa, e

fazíades vos t e m e r , e non vos queríades guiar por consejo de ningu­

no" (218).

E n t r e los q u e n o c u m p l e n c o n s u d e b e r de d a r b u e n o s consejos

están R a g e s (cf. supra, n o t a 7) y l a d u e ñ a d e l Enxenpío. . . de vna

dueña que nunca quiso castigar a sus fijos, e de lo que contenió a

la dueña sobrello (283-289). E r a ésta u n a v i u d a q u e a p r o b a b a t o d o

c u a n t o h a c í a u n h i j o m a n c e b o , f u e r a b u e n o o m a l o . E l j o v e n r o b a ­

b a , m a t a b a s i n r a z ó n , f o r z a b a m u j e r e s , y s i l o e n c a r c e l a b a n , e l l a

" l o sacaua de p r e s i ó n , p e c h a n d o a lgo a a q u e l l o s q u e l o m a n d a u a n

p r e n d e r . . . , n o n le d e z i e n d o n i n g u n a p a l a b r a d e cast igo n i n q u e m a l

f e z i e r a " . A l final, e l e m p e r a d o r le e c h a e n c a r a sus fechor ías , y e l

m a n c e b o se e x c u s a c o n l a " m o ^ e d a t e p o c o e n t e n d i m i e n t o q u e e n él

a u í a " . Se le c o n d e n a a m u e r t e , y él acepta l a s e n t e n c i a : " Q u i e r o e

m e p l a z e q u e se c u n p l a l a j u s t i c i a . . . , e y o l o q u i e r o c o m e n c a r e n

a q u e l q u e l o meres^e". A c u d e l a m a d r e a l p i e d e l cadalso p a r a d a r

u n beso a su h i j o , y entonces éste " c o m e n t ó l a a r o e r e l a c o m e r

todos los l a b r o s , d e g u i s a q u e le n o n d e x ó n i n g u n a cosa fasta e n las

nar izes , n i n d e l l a b r o d e y u s o fasta e n l a b a r b i e l l a , e fincaron todos

los d i e n t e s d e s c o b i e r t o s , e e l l a fincó m u y fea e m u y d e s f a j a d a " . P r e ­

g u n t a d o p o r q u é h a h e c h o esto, contesta e l m a n c e b o : " E s t a d u e ñ a

m i m a d r e . . . t o u o p o r g u i s a d o de m e n o n cast igar de p a l a b r a n i n

de fecho q u a n d o e r a p e q u e ñ o . . . , [y] s e m e j ó m e q u e d e l <:ielo descen­

d i ó q u i e n m e p u s o e n c o r a z ó n q u e le c o m i e s e los l a b r o s c o n q u e m e

e l l a p o d i e r a cast igar e n o n q u i s o " . ¡ T e r r i b l e e s c a r m i e n t o !

O t r o q u e fa l tó a s u d e b e r es e l sacerdote b í b l i c o E l í , q u e " n o n

cast igó sus fijos asy c o m m o d e u i e r a , e f u e r o n m a l c o s t u n b r a d o s "

(288). E l l o s m u r i e r o n e n u n a b a t a l l a , y E l í , a l s a b e r l o , c a y ó m u e r t o

de l a s i l l a e n q u e estaba sentado. S e g ú n d i c e e l C a b a l l e r o Z i f a r (283),

es j u s t o q u e los p a d r e s r e c i b a n p e n a p o r las c u l p a s de sus h i jos c u a n ­

d o n o les d i e r o n b u e n o s consejos.

I I I

B a s t e n estas c i tas p a r a f o r m a r n o s u n a i d e a de l a f a c u l t a d especia l

q u e t i e n e e l a u t o r d e l Zifar p a r a r e c o n o c e r a los "ornes de m a l conse­

j o " . D e m a n e r a a n á l o g a sabrá d e s c u b r i r n u e s t r o a u t o r a los de b u e n

consejero Z i f a r , ¿no será u n r e c u e r d o d e l R o b o á n b íb l i co , h i j o d e l g r a n Salo­

món?

28 J U L E S P Í G C U S N R F H , X V I

c o n s e j o , esto es, a los de b u e n e n t e n d i m i e n t o , q u e b u s c a n l a p r o y

h o n r a d e q u i e n les p i d e consejo, o los q u e s a b e n p o n e r e n práct ica

los b u e n o s consejos q u e h a n r e c i b i d o , a u n q u e les p a r e z c a n a m a r g a

m e d i c i n a . Y a h e m o s v i s t o c ó m o h a y personas q u e s o n , por natura,

m a l o s consejeros. N o parece h a b e r , e n c a m b i o , i n d i v i d u o s o g r u p o s

h u m a n o s q u e sean, por natura, b u e n o s consejeros. S i n e m b a r g o ,

i n v a r i a b l e m e n t e d a n b u e n o s consejos los a n c i a n o s de l a r g a expe­

r i e n c i a , q u e h a n s e r v i d o l e a l m e n t e a sus señores d u r a n t e m u c h o

t i e m p o (cf., p o r e j e m p l o , 201 y 247).

G r a n d e b e r de los padres es " c a s t i g a r " a sus h i j o s . P e r o a veces

los p a d r e s m u e r e n o t i e n e n q u e tras ladarse a o t r o r e i n o ; s u o b l i g a ­

c i ó n , e n ese caso, es d e j a r u n o o v a r i o s t u t o r e s , v ie jos o j ó v e n e s , q u e

h a y a n d e m o s t r a d o ser "ornes de b u e n c o n s e j o " 9 . U n e j e m p l o per­

fecto l o t e n e m o s e n e l C o n d e R u b é n , t ío d e l a I n f a n t a S e r i n g a de

P a n d u l f a , " o r n e de b u e n e n t e n d i m i e n t o " y q u e " p r o u a r a m u c h a s

cosas" (391-392). L a I n f a n t a se d e j a g u i a r casi c i e g a m e n t e p o r él , y a

m e n u d o e x p r e s a e n e l Libro esta d e p e n d e n c i a :

—Conde. . . , m a n d a t lo vos fazer [ciertas providencias bélicas], ca vos sabedes que q u a n d o m i padre morió en vuestra encomienda me dexó, ca yo muger so, e n o n he de fazer en e l lo nada, n i n de meter las manos en e l lo ; e c o m m o vos touierdes p o r b i e n de lo ordenar, asy tengo yo p o r b i e n que se faga (391).

— C o n d e . . . , yo en vos pongo todo e l m i fecho e l a m i fazienda, q u e v n o sodes de los de m i regno en que yo más fío e que más prec io (423).

C o n d e . . . , yo p o r vuestro consejo me guié fasta a q u í e me guiaré de aquí adelante; e fazet y c o m m o entendierdes, e será más m i o n r r a e vuestra (512).

A l s a l i r de casa de sus p a d r e s e n b u s c a de a v e n t u r a s , e l j o v e n

R o b o á n l l e v a c o n s i g o a u n a n c i a n o , " v a s a l l o d e l r e y [ Z i f a r ] , de m u y

b u e n seso e de m u y b u e n consejo, e b u e n c a u a l l e r o de armas, q u e

d e z í a n G a r b e l " (384-385; cf. 507). P o r s i f u e r a p o c o , t a m b i é n se

hace a c o m p a ñ a r d e l R i b a l d o ( l l a m a d o a h o r a " e l C a u a l l e r o A m i g o " ) ,

o t r o e x c e l e n t e consejero , " c a c i e r t a m e n t e e r a m u c h o e n t e n d i d o e

b u e n s e r u i d o r e de g r a n t e s f u e r c o " (385).

O t r o s b u e n o s consejeros (además de l a c a l a n d r i a y d e l "chance-

11er" d e l r e y de B r e z ) s o n :

1) E l C a b a l l e r o Z i f a r , " o r n e d e b u e n e n t e n d i m i e n t o " (71), a q u i e n

D i o s d o t ó " d e sus g r a n d e s dones e n o b l e s , s e ñ a l a d a m e n t e de b u e n

seso n a t u r a l e de v e r d a t e de l e a l t a d e de a r m a s e de j u s t i c i a , e de

b u e n c o n s e j o " (12). " E s i e n p r e d e z í a v e r d a t e n o n m e n t i r a q u a n d o

a l g u n a d e m a n d a l e faz ían, e esto fazía c o n b u e n seso n a t u r a l q u e

9 C l a r o q u e a veces se e q u i v o c a n los padres e n l a e lección d e l tutor . E l rey

Fares, p o r e j e m p l o , e n m u y m a l a h o r a de jó a Rages c o m o consejero de T a b o r .

N R F H , X V I C O N S E J E R O S E N E L " Z I F A R " 2 Q

D i o s p o s i e r a e n é l " ( i i ) . " E p o r e n d e es d i c h o este l i b r o d e l C a u a -

l l e r o de D i o s ; e l q u a l c a u a l l e r o e r a c o n p l i d o de b u e n seso n a t u r a l

e d e esforzar, de j u s t i c i a e de b u e n consejo, e de b u e n a verdat , c o m -

m o q u i e r q u e l a fortuna e r a c o n t r a él e n l o t r a e r a p o b r e d a t " (8).

2) G r i m a , m u j e r de Z i f a r , a q u i e n D i o s b e n d i j o a l v e r " q u á n

o b e d i e n t e era a su m a r i d o e q u á n b u e n a c r i a n c a fazía e n su fijuelos

e q u á n b u e n o s castigos les d a u a " (9).

3) D o ñ a M a r í a , r e i n a de C a s t i l l a y L e ó n , " l a q u a l fue m u y b u e n a

d u e ñ a e de m u y b u e n a v i d a , e de b u e n consejo , e de b u e n seso n a t u ­

r a l , e m u y c o n p l i d a e n todas b u e n a s c o s t u n b r e s " ( P r ó l o g o , 3-4).

4) E l I n f a n t e R o b o á n , e l c u a l , a u n q u e " p e q u e ñ o de d í a s " (415),

f u e consejero de i n f a n t e s , reyes y e m p e r a d o r e s . ( S i n e m b a r g o , c o m o

se h a v i s t o , n o s i e m p r e s u p o g u a r d a r s e de los m a l o s consejeros).

5) E l físico d e l Enxenplo . . . del rey e vn físico que estaua catan­

do vnos orinales (257-262): le receta a l r e y u n a a m a r g a m e d i c i n a q u e

le a p r o v e c h a r á p a r a l a s a l u d de s u a l m a ; e l r e y l a acepta , y " p o r e l

a m a r g o r desta m e l e z i n a q u e l d i o e l f ís ico. . ., escusó las a m a r g u r a s

de las penas d e l i n f i e r n o " .

6) E l R i b a l d o , sobre e l c u a l c o n v i e n e q u e nos d e t e n g a m o s u n

p o c o m á s .

Se suele señalar a l R i b a l d o c o m o e s c u d e r o d e l C a b a l l e r o Z i f a r ,

a r c h i - r e f r a n e r o , p i c a r o , g r a c i o s o -—en fin, antecesor de S a n c h o P a n z a ,

a u n q u e r e m o t o . E l R i b a l d o es, e n efecto, e s c u d e r o de Z i f a r , d i c e

a l g u n o s refranes ( a u n q u e n o tantos c o m o e l C a b a l l e r o ) , t i e n e rasgos

a p i c a r a d o s y es a lgo g r a c i o s o . S i n e m b a r g o , s u f u n c i ó n m á s señalada

e n e l Libro es l a de conse jero y m a n d a d e r o o e m i s a r i o . R e c o r d e m o s

s u p r i m e r e n c u e n t r o c o n Z i f a r . E l R i b a l d o suele v i s i t a r l a e r m i t a d e

u n " o r n e b u e n o , s i e r u o de D i o s " , p a r a " a u e r s o l a z " c o n él . A esa

m i s m a e r m i t a a c u d e e l C a b a l l e r o Z i f a r e n sus días de d e s v e n t u r a . E l

R i b a l d o a n u n c i a entonces q u e le d i r á a l C a b a l l e r o "cosas ásperas

e g r a u e s " . E l e r m i t a ñ o y a h a s u f r i d o c o n p a c i e n c i a p a r e c i d a s " l o c u ­

r a s " o " n e c e d a d e s " d e l R i b a l d o , e l c u a l se p r o p o n e , c o n el las, u n fin

s a l u d a b l e : c a l i b r a r o p r o b a r e l t e m p l e de á n i m o , e l b u e n e n t e n d i ­

m i e n t o y c o r d u r a de las personas , " c a q u a n d o a l g u n a cosa le d i z e n

d e s a g u i s a d a [al c u e r d o ] , s á b e l o s o f r i r c o n pa<:ien<:ia e d a r respuesta

d e s a b i o " (108). P e r o ¿ q u i é n es este R i b a l d o q u e se atreve a s o m e t e r

a s e m e j a n t e p r u e b a a l e r m i t a ñ o , " s i e r u o de D i o s " , y a Z i f a r , " c a u a ­

l l e r o de D i o s " ? N o t e m o s só lo q u e parece t e n e r u n a c o n c i e n c i a m u y

c l a r a d e s u p r o p i a s a b i d u r í a , y q u i z á de a l g u n a s dotes e x t r a o r d i n a ­

r i a s q u e D i o s le h a c o n c e d i d o , p u e s le d i c e a Z i f a r e n l a p r i m e r a de

sus c h a r l a s : " N o n m e r e s p o n d a s c o n l i s o n j a o c o n maestr ía , c u y d a n -

d o asy escapar de m í , ca mucho más sé de quanto vos cuydades"

D e s p u é s de s u f r i r c o n p a c i e n c i a e l C a b a l l e r o Z i f a r las "cosas áspe­

r a s " d e l R i b a l d o y d e c o n t e s t a r c o n c o r d u r a a sus " f u e r t e s " p r e g u n -

30 J U L E S P I C C U S N R F I I , X V I

tas-, v i e n e l a p r u e b a final. D i c e e l R i b a l d o : "Sepas q u e ayer p r e g o -

n a u a n . . . c ó m m o e l r e y de E s t e r t i e n e c e r c a d o e n v n a c i b d a d a l r e y

d e M e n t ó n . . . E este r e y de M e n t ó n e n b i ó d e z i r e p r e g o n a r . . . q u e

q u a l q u i e r q u e l descercase, q u e l d a r í a s u fija p o r m u g e r e e l r e g n o

d e s p u é s de sus días, c a n o n a u í a o t r o fijo" (117): b u e n a o c a s i ó n p a r a

q u e Z i f a r use de " c a u a l l e r í a " . L a respuesta d e l C a b a l l e r o parece de­

c e p c i o n a r a l R i b a l d o , pues se r í e " c o m m o e n d e s d é n " , n o c r e y é n d o s e

capaz d e t a m a ñ a e m p r e s a . E l R i b a l d o , s i n e m b a r g o , l o c o n v e n c e , y

Z i f a r se d e c i d e a g a n a r p r e z y h o n r a , "sy ouiese q u i é n [le] g u i a s e "

e n l a tarea de descercar esa c i u d a d . E l R i b a l d o le d i c e : " Y o te g u i a ­

r é . . . e s e r u i r t e h e m u y de b u e n a m e n t e , a t a l p l e i t o q u e q u a n d o

D i o s te pos iere e n m a y o r estado, q u e m e fagas m e r c e d " (119). G r a c i a s

a los consejos y a l a g u í a d e l R i b a l d o , Z i f a r sale a i r o s o d e l a e m p r e s a .

Y a h e m o s v i s t o c ó m o s i r v e t a m b i é n de consejero a R o b o á n . Éste

e l ige a l R i b a l d o p a r a l a " m a n d a d e r í a p e l i g r o s a " ante los reyes r e b e l ­

des de G a r b a y Saf ira , y le d i c e : " P a r a n d o m i e n t e s a l b u e n seso q u e

D i o s p u s o e n vos, e a l v u e s t r o b u e n r a z o n a r , e a l a v u e s t r a fe, e a l a

v u e s t r a v e r d a d , q u e n o n d e x a r e d e s de d e z i r v e r d a d p o r m i e d o n i n

p o r v e r g ü e n e a , e de c ó m m o sodes a m a d o e p r e c i a d o de todos c o m u ­

n a l m e n t e , p o r estos b i e n e s q u e e n vos ay, vos p o n g o e n todos los m i s

fechos, de q u e m e t e n g o p o r b i e n s e r u i d o " ( 4 9 o ) 1 0 .

P a r a t e r m i n a r , m u y le jos de ser p i c a r o , o n e c i o , o socarrón, e l

R i b a l d o es "cortés e m u y m e s u r a d o e n todas cosas, e m a y o r m e n t e

c o n t r a d u e ñ a s " (494).

J U L E S P l C C U S

U n i v e r s i t y o£ R h o d e I s l a n d .

1 0 D e regreso de su " m a n d a d e r í a p e l i g r o s a " , e l R i b a l d o y sus a c o m p a ñ a n t e s

caen p r i s i o n e r o s y son puestos e n venta , c o m o esclavos; l l ega u n mercader que,

a l ver a l R i b a l d o , " p a g ó s e d e l e d e l su b u e n r a z o n a r " , y tras u n a serie de

p r e g u n t a s que le hace p a r a p o n e r l o a p r u e b a , decide c o m p r a r l o , d ic iéndole:

" a t a n e n t e n d i d o te veo q u e m e c o n u i e n e de te c o n p r a r " (492).