Crónica Nº 126

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  • 7/30/2019 Crnica N 126

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    Crnica N 126 Portugal no mundo

    comentado por estrangeiros 3Feitos Hericos dos Portugueses nos Descobrimentos

    Por Henrique de Almeida Cayolla

    Para que o povo portugus se lembre que dever ter orgulho na ptria onde nasceu, e sercapaz de buscar foras para o presente, alicerando-as nos feitos de antanho,aqui estou com mais um conjunto de referncias extraordinrias aos nossosantepassados, retirados do livro que mais abaixo apresento.

    Eis algumas das frases elucidativas, constantes na contra capa desse livro:Uma obra que narra muitos casos extraordinrios de coragem e herosmo

    dos portugueses [] a razo principal, reside na coragem, qualidade, f e

    convico dos homens que defendiam as suas vidas, bem como a sua lusa

    identidade.

    NO HOUVE OUTRA NAO A PAR DA PORTUGUESA QUE, COM TOPOUCOS HOMENS, TIVESSE ESCRITO PGINAS TO SIGNIFICATIVASNA HISTRIA DA HUMANIDADE.

    O autor do 2 Livro escolhido para este tipo de crnicaschama-se RAINER DAEHNHARDT, umreconhecido pesquisador, nascido a 7 de Dezembro de1941, descendente de uma famlia de diplomatas emilitares alemes, radicados em Portugal, desde 1706.Estudou na Alemanha e em Portugal, especializando-se

    no estudo da evoluo do Homem atravs da arma esua utilizao.Do seu PREFCIO, na pgina 18, escrito peloArquitecto e Ten. Coronel do Exrcito Portugus,Armando Canelhas, em 20 de Fevereiro de 1996, retiroumas pequenas passagens:[] mais uma vez um historiador de origemestrangeira a divulgar, com tanto interesse, os nossosfeitos histricos. Bem-haja!O autor teve a louvvel preocupao de escrever num

    estilo, simples e claro, por vezes at vernacular []

    E na parte final l-se: [] esta leitura, feita certamente sem esforo, com agrado ereflexo, vai devolver salutarmente a muitos de ns mais um pouco de fundada

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    esperana neste povo que deu novos mundos ao mundo e que ainda no acabou, nemvai com certeza ser fcil de destruir. A Natureza tem muita fora, e tudo manda. E assimqueira Deus.

    NOTAS: Como mais adiante iro confirmar, trata-se de mais outra obra literriade grande valor, que os cidados deveriam ter em suas casas, porque essencialque o nosso passado esteja sempre presente, e possa por ns ser relembrado emostrado a familiares, amigos, e visitas, constantemente.

    O livro interessantssimo, e l-se empolgadamente. esse entusiasmo que querotransmitir a quem ler esta crnica. Como no posso, nem vivel, nem legal, referir-mea todo o contedo, fui buscar apenas algumas passagens, deste livro de 270 pginas,escolhidas quase aleatoriamente.

    INTRODUO

    Pgina 24

    um erro considerarmos a Histria como um passado que morreu, que j no interessae que deve ser arquivado. A Histria a mais viva das razes da nossa existncia, amemria colectiva do que os nossos antepassados fizeram para nos oferecer a nossamaneira de ser e estar.A Histria escrita por um povo uma aglomerao de factos consumados, criados pormilhes de vontades individuais que, conscientes disso ou no, agiram emconformidade.Portugal teve um papel de relevo na evoluo da humanidade, escrevendo a sua histria,no s dentro do seu torro natal, como tambm por todo o mundo.

    Pgina 25

    Um outro amigo meu, que foi forcado na sua juventude, disse-me o que sentia quandose colocava cabea do seu grupo, incitando o touro, pronto para se lanar sobre aenorme cabea, evitando os cornos e agarrando-se ao tremendo pescoo do animal,contando que outros o viessem acudir. Bem, a gente no pisava arena sem se prepararcom uma pinga; e, j a estando, no se podia deixar ficar mal a malta; incitava oanimal, fazia o sinal da cruz e ser o que Deus quiser No me admiro que s emPortugal se enfrente o touro sem arma de espcie alguma na mo! No me admiro que

    muitos dos actuais forcados sejam descendentes de grandes navegadores e homens deguerra portugueses dos sculos passados!.

    Pginas 29 e 30

    J no sculo XVIII, o Conde de Lippe, um fidalgo alemo que veio para salvarPortugal e conseguiu transformar uma vergonhosa derrota numa inesperada e estrondosavitria, se confrontou com a realidade lusa, totalmente ausente de lgica, tomando notano seu dirio:

    Hoje inspeccionei a primeira linha dos nossos (portugueses)

    combatentes. O inimigo estava do outro lado da colina, a batalhadeve-se dar ao amanhecer. Encontrei muitos dos nossos descalos,

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    algum at vestidos com um cobertor por vergonha das suas fardas seencontrarem irrecuperavelmente rasgadas. Encontrei soldados desentinela com espingardas avariadas, que um bom armeiro, nem emoito dias conseguiria consertar a ponto de as pr a funcionar, to ruimera o seu estado! Alguns oficiais no tinham mais do que um simples

    terado; outros nem isso.Quando encontrei soldados totalmente desarmados que diziamestarem prontos para combater, perguntei-lhes 'com qu? Mostraram-me ento as suas sacolas carregadas de bons calhaus quetinham apanhado pelo caminho!.

    Pginas 43 e 44

    UMA CURIOSA TROCA DE INSULTOS

    Em 1537 alguns marinheiros portugueses praticaram um crime, ento classificado comouma "grave gaffe diplomtica". Em frente de Diu recebeu-se o Sulto Bahadur X a

    bordo de uma nau portuguesa. As conversaes diplomticas deram para o torto e oSulto e sua comitiva resolveram retirar-se zangados. Alguns marinheiros portugueses,indisciplinados, dificultaram-lhes a entrada no batel, chegando ao ponto de dar com umremo, fortemente, na cabea do Sulto, tendo este morrido afogado. A aco vergonhosacausou um grito de vingana []. A fortaleza de Diu estava a ser defendida por 600

    portugueses, comandados por Antnio da Silveira. O Sulto de Cambaia e o turcoSuleimo Pax reuniram as suas foras, conseguindo cercar Diu com 70 gals turcas eum exrcito de terra de 23.000 homens. Tendo j feito prisioneiros alguns portugueses,enviou por um deles uma carta a Antnio da Silveira.[..] Suleimo Pax no era tido em

    boa conta pelos portugueses. Tratava-se de um eunuco que, atravs de uma revoluopalaciana, com o levantamento geral dos eunucos, conseguiu degolar a famlia real,usurpando o respectivo trono e poder.Quando Antnio da Silveira recebeu a carta do turco, virou-se para os seuscompanheiros dizendo: Vejamos o que diz o perro do capado! e leu a cartaem pblico. Suleimo Pax prometia aos portugueses livre sada de pessoas e bensdesde que fossem para a costa do Malabar e entregassem a fortaleza e as armas.Prometia esfolar todos vivos se no o fizessem e glorificava-se de ter reunido o maiorexrcito em Cambaia, tendo muita gente que tomara Belgrado, Hungria e a ilha deRodes. Perguntava mesmo a Antnio da Silveira como se iria defender num "curral com

    topouco gado"!Antnio da Silveira mandou vir papel e tinta e, estando todos presentes, enviou-lhe aseguinte resposta:

    Muito honrado capito Pax, bem vi as palavras da tua carta. Se emRodes tivessem estado os cavaleiros que esto aqui neste curralpodes crer que no a terias tomado. Fica a saber que aqui estoportugueses acostumados a matar muitos mouros e tm por capitoAntnio da Silveira, que tem um par de tomates mais fortes que asbalas dos teus canhes e que todos os portugueses aqui tm tomates

    e no temem quem os no tenha!.

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    NOTA do autor desta crnica: A fortaleza de Diu esteve cercada vrios meses. Tendoos turcos perdido milhares de homens, desistiram, considerando os portuguesesinvencveis. Restavam apenas 40 guerreiros portugueses capazes de lutar.

    Pgina 71 0 HOMEM QUE NUNCA MENTIU NEM FUGIU

    A s perdas no comrcio entre a Europa e a sia fizeram-se sentirno s entre os comerciantes turcos, que at chegada de Vasco da Gama ndiadetinham o seu monoplio, mas tambm nos portos italianos. Da costa do Malabarvinham as especiarias em naus e gals turcas para o Mar Vermelho e da seguiam emcaravanas para Alexandria, onde eram de novo embarcadas, principalmente paraVeneza.Quando as naus portuguesas comearam a trazer as especiarias pela via do Cabo da BoaEsperana, cortando os muitos intermedirios, passaram os turcos a dar guerrasistemtica aos navios portugueses. A qualidade das naus portuguesas e da sua artilhariacausou grandes baixas aos turcos, que j no conseguiam satisfazer as encomendasvenezianas.

    Nesta situao, reuniu-se uma armada gigante para correr, de vez, com os portuguesesdo ndico. Quem ento deu grande ajuda aos turcos foi Veneza, enviando madeiras,construtores e artilharia pesada. Assim surgiram naus em mos turcas, preparadas parafazer frente s portuguesas.A primeira confrontao desta armada muulmana com foras portuguesas deu-se emChaul []Pgina 72resolveu o Vice-Rei juntar o que tinha pronto para combater e fazer frente armada

    turca[]

    D. Francisco de Almeida conseguiu juntar 18 naus, caravelas e gals, encontrando-seperante uma esquadra aliada de turcos, cambaios e foras enviadas pelo Samorim deCalecute, de 200 velasA esquadra do Vice-Rei atacou, colocando as suas naus junto s maiores naus doinimigo e as suas caravelas junto s gals. Cada comandante sabia qual a embarcaoinimiga que lhe estavaPgina 73destinada como adversrio e cumpriu, na ntegra, a estratgia de D. Francisco deAlmeida.[] A batalha deste memorvel dia 3 de Fevereiro de 1509 tornou-se na maissignificativa batalha travada por portugueses, comparvel s de Lepanto (1571) e deTrafalgar (1805) []

    Existem diversos relatos desta batalha de Diu que, no geral, condizem, acrescentandopormenores significativos. Por exemplo, o caso de um artilheiro chamado Joo daCmara, que disparou uma das nossas peas de grande calibre com tal quantidade de

    plvora e a to curta distncia da nau inimiga, que esta recebeuPgina 74o pelouro na linha de gua, ficando furada de lado a lado e metendo logo tanta gua quefoi ao fundo, levando grande parte da sua tripulao consigo! Outro artilheiro disparouuma pea semelhante, furando uma nau inimiga de lado a lado, indo o pelouro embaternuma outra que se encontrava por detrs! Uma das especialidades dos nossos artilheiros,no copiada pelos adversrios, era a de disparar tiros rasantes. Quem j viu atirar uma

    pedra rente superfcie da gua, observou, por certo, como esta faz ricochete, dando

    uma srie de saltos at, finalmente, se afundar. Os artilheiros portugueses j tinhamdescoberto no sculo XV que conseguiam provocar este efeito com balas de canho,

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    atirando-as assim da zona mais baixa das suas naus para que com grande fora, e quaseem tiro horizontal, tocassem a superfcie da gua, aproximando-se do alvo aos saltos.Pretendia-se assim conseguir um grande rombo na embarcao do adversrio, de

    preferncia perto ou na sua linha de gua. Com tiros destes afundaram-se diversas nausturcas nesta batalha.

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    S RESTA UMA ARMADURA E EM MOS ALHEIAS

    Um dos nossos mais respeitados historiadores foi Sousa Viterbo. Dizia-se que a suamesa de leitura na Torre do Tombo estava gasta nos stios onde colocava os braos e osdocumentos, durante dcadas que ali passou para acumular conhecimentos, parte dosquais nos transmitiu atravs de diversas obras. Cito aqui o que nos diz sobre as nossasarmaduras (em Armarias e Arsenaes no Sculo XVI):

    Uma nao eminentemente guerreira como foi a nossa, que deixouassignalada em tantas e to desvairadas partes a sua actividademilitar e a sua energia conquistadora, deveria ostentar como poucasos vestgios da sua grandeza, os tropheus das suas victorias. Aocontrario do que era de esperar, os despojos das nossas conquistas,os restos do nosso poderio, os testimunhos do nosso valor, ou seaniquilaram para sempre ou esto de tal modo disseminados, quedifJicilmente custar a acreditar que no sejam puras invenesromanescas as chronicas em que se contam os jeitos dos quepelejaram com tanto ardor nas praas d'Africa, nos muros de Diu, nosmares do Oriente e nas florestas do Brasil. Onde esto as armadurasdos caualleiros que assaltaram Ceuta, Arzila e Azamor? Que daslanas e das espadas dos que ajudaram Affonso d'Albuquerque aconquistar Ga,

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    Ormuz e Malaca? Que dos mosquetes que derrubaram os batalheshollandezes nas batalhas dos Guararapes?So perguntas dolorosamente impertinentes, a que apenasrespondem os frouxos eccos da historia. Poucas naes da Europa

    deixam de ostentar as suas vistosas armarias, e s Portugal, oglorioso veterano das descobertas, no sabe dizer ao certo como lherolou da cabea o seu brunido capacete, como lhe cahiu das mos aespada vencedora d'Aljubarrota e do Ameixial. Diversas causas, bemsabemos, explicam a nossa pobreza e a nossa decadencia, mas entretodas ellas sobresae, infelizmente, o nosso desleixo e, o que peiorainda, o nosso vandalismo. A derrota d'Alcacerquibir, o dominiohespanhol, o terramoto de 1755, a invaso francesa, o terramotosobretudo, foram elementos poderosissmos de destruio, mas osoutros povos no tem tido menores causas de runa e tem sabidoconservar alguns dos monumentos mais importantes da sua historia

    militar. Quas se pode affirmar que no existe em Portugal umaarmadura completa e authentica, e at n'isto so pobrissimos os

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    paos dos nossos reis. A ferrugem dos seculos e os abalos danatureza no eram sufficientes para tamanha destruio. Se nopodemos por forma alguma estabelecer hoje uma armaria, por muitomodesta que fosse, podemos, felizmente, formar um museu deartilharia, que no nos envergonhe aos olhos do estrangeiro. A

    colleco que existe em Santa Clara valiosissima e pena que seno tenha publicado um catalogo, historica e scientificamentedescripto, com o desenho dos exemplares mais curiosos. A pobrezade hoje contrasta desoladoramente com a exuberancia do secuio.XVI. Ento os grandes armazens beira do Tejo estavam repletosd'armamentos de toda a espcie e chegaram a dispertar a admiraode alguns estrangeiros illustres que nos visitaram nessa poca."

    Infelizmente, tenho de concordar com este ilustre historiador do incio do actual sculo.A meu ver, muito disto se deve eterna vontade do reaproveitamento, vendendo-searmaduras antigas a

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    arameiros, que alisavam as chapas, transformando-as em tachos, panelas e espelhos parafechaduras de portas e que cortavam as velhas cotas de malha a fim de as venderem nosmercados como esfreges para tachos! O problema reside, de certa forma, numa

    palavra: enquanto a palavra "old" na lngua inglesa, por exemplo, significa: "velho,idoso, merecedor de respeito, carinho e estima", aplicamos palavra "velho" osignificado de "obsoleto, desnecessrio, no-presta, pronto para ser deitado fora". E,assim, deitamos fora os testemunhos da nossa prpria identidade histrica!

    Isto vem a propsito de s ter sobrevivido uma nica armadura portuguesa do sculoXV, que se guardou completa, sabendo-se at o nome do seu dono. Por tristeza, nemfomos ns que a guardmos! Foi salva pelo inimigo de ento, que a guardou comorelquia e trofu de guerra. Encontra-se numa vitrina exposta ao pblico, na catedral deToledo.

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    APONTAMENTOS MERECEDORES DE REFLEXO

    minha inteno, neste captulo, deixar o leitor saborear de forma condensada a prpriaforma de expresso usual dos cronistas antigos. Em palavras curtas, mencionam edescrevem aces recheadas de uma carga que se classifica com um s termo: aIdentidade Portuguesa!

    1415: Para realizar a expedio a Ceuta, fretaram-se navios noestrangeiro e juntaram-se ou construram-se outros em Portugal, paratransportar as foras expedicionrias que eram constitudas pelosvassalos do Rei e por contingentes fornecidos pelos nobres e pelasterras. O entusiasmo da maioria era to grande, e to grande a sua

    impacincia em servir, que um homem de noventa anos seapresentou em pessoa com os seus escudeiros e gente de p!

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    1512: Ferno Lopes de Andrade, com uma armada de 17 vellas,guarnecida por 350 portuguezes, e alguns malaios accomette aarmada de Pate-Onuz, que vinha contra Malaca, composta de 90vellas, trazendo 12.000 homens de guarnio. Depois de uma bravapeleja, que durou muitas horas ficou a victoria na mo dosportuguezes, em cujas mos cairam muitas embarcaes, ficandooutras queimadas ou mettidas a pique. Esta batalha, que encheu deterror as naes

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    do Oriente, foi uma das mais espantosas que os portuguezesganharam na India.

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    1569: Mem Lopes Carrasco, capito de uma nu portugueza, dandode subito no meio durna armada do Achem defende-se por tres dias,com quarenta homens, daquella multido de inimigos, at quesoccorrido de um galeo portuguez, pde salvar-se, deixandoarrombadas quarenta embarcaes inimigas.

    1571: Levanta o NizaMaluco o famoso cerco de Chaul, que duroumais de sete mezes, e que no foi menos espantoso do que os de Diu.O exercito dos sitiadores constava de 150.000 combatentes, com amais numerosa e mais grossa artilharia que nunca se vira na India. Osdefensores de Chaul eram 1.200 portuguezes.

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    [] Toda esta obra no pretende ser mais do que meros apontamentos de uma temticato rica, que sobre ela se poderiam escrever dezenas de volumes, sem minimamente seesgotar o assunto. Tudo isto demonstrativo da existncia de uma identidade prpria e

    da vontade inabalvel de a manter. FIM DE CITAO.

    EPLOGO Espero, sinceramente, ter espicaado o vosso interesse em possuir estaobra, e deps de a terem, no sejam egostas, e emprestem-na a amigos vossos.Fiquem bem. Henrique de Almeida Cayolla

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