Ibge Dinamica Economico Espacial

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    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA IBGE

    ESCOLA NACIONAL DE CINCIAS ESTATSTICAS ENCE

    MESTRADO EM ESTUDOS POPULACIONAIS E PESQUISAS SOCIAIS

    DINMICA ECONMICO-ESPACIAL RECENTE NO ESTADO DO RIO DE

    JANEIRO: UM FOCO NOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

    Dissertao de mestrado em EstudosPopulacionais e Pesquisas Sociais, rea deConcentrao em Produo e Anlise daInformao Geogrfica, apresentada Coordenao de Mestrado da Escola Nacional deCincias Estatsticas Ence.

    Autor: Cristina Pereira de Carvalho Lins

    Orientador: Prof. Dr. Cesar Ajara

    Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2005.

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    Introduo

    As importantes e contnuas transformaes que marcaram a evoluo da

    economia global durante a transio deste milnio acarretaram profundas

    mudanas nas estruturas produtivas, nas relaes tcnicas e sociais de produo

    e nos padres organizacionais produtivos. No decorrer das ltimas dcadas a

    emergncia de uma sociedade, era ou economia do conhecimento1, aliada ao

    fenmeno da globalizao, representou um conjunto de oportunidades e desafios

    para pases, regies, organizaes e indivduos (Lastres et al, 2003:21).

    Uma das respostas a esses desafios tem sido a crescente importncia que

    a concentrao espacial de atividades produtivas vm assumindo, nacional e

    internacionalmente, por sua importncia no crescimento econmico, na gerao

    de empregos, na contribuio para uma melhor distribuio de renda e ainda na

    orientao de polticas pblicas.

    O interesse no potencial dinmico de determinadas regies no recente.

    No decorrer das dcadas de 70 e 80, diversas contribuies da literatura

    internacional passaram a enfatizar a importncia na proximidade geogrfica entre

    empresas, como alternativa de desenvolvimento em aglomeraes produtivas.

    Buscando explicaes sobre o desempenho de determinadas regies,

    tornando clssico o caso da Terceira Itlia, diversos conceitos e definies da se

    originaram, inspirados na concepo desenvolvida originalmente por AlfredMarshall, a partir da qual surgem os conceitos de distritos industriais, milieu

    inovativo, clusters e arranjos produtivos locais, conceitos estes que facilitaram a

    1 De acordo com Vargas (2002:1), o novo paradigma tem sua origem associada ao uso crescente dastecnologias de informao e comunicao (Freeman e Soete, 1993) e caracteriza-se, segundo Carter (1994),por trs elementos principais: a crescente importncia de transaes econmicas focalizadas noconhecimento; a acelerada mudana qualitativa em produtos e servios; e a prpria incorporao da criao eimplementao de mudanas como objetivo de agentes econmicos. Outros elementos que caracterizam essanova dinmica so a formao de conhecimentos tcitos e codificados, a importncia crescente das redes deconhecimento e o ritmo acelerado dos processos de aprendizado

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    Captulo 1 Resgatando a dinmica econmico-espacialcontempornea

    1.1 - A Globalizao: cenrio geral

    A economia global1 surge como uma nova realidade histrica, nos ltimos

    25 anos e no limiar do sculo XXI, ocupando, ao longo desses anos, o lugar

    aberto pela crise do modelo de produo em massa e provocando um conjunto de

    profundas e aceleradas transformaes mundiais econmicas, sociais, culturais,

    polticas e territoriais, sob a liderana de um novo paradigma tecno-econmico2

    (Fiori, 2001; Diniz, 2000).

    A globalizao, nova ideologia baseada na doutrina neoliberal e no

    pensamento nico de pretenso universal, representa um conjunto de idias e

    polticas econmicas defendidas pelas principais economias centrais, criadas

    atravs do Consenso de Washington, durante a dcada de 1980. Os princpios

    dessa doutrina preconizavam o livre-cambismo, privatizaes, monetarismo,

    competitividade e produtividade, alm de outros conceitos-chave neoliberais: adesregulamentao do mercado financeiro e dos contratos de trabalho; a

    privatizao de empresas e servios pblicos; a abertura comercial; a prioridade

    em investimentos de curto prazo; a rigorosa austeridade fiscal acompanhada de

    rgida disciplina monetria; o enfraquecimento ou fim dos Estados nacionais; a

    revoluo tecno-cientfica; a destruio das barreiras econmicas, culturais,

    polticas e sociais entre pases e regies, com a criao de um mundo

    desterritorializado, sem fronteiras geogrficas; a homogeneizao cultural; as

    mudanas na relao de poder; as novas formas de cooperao e competio; e a

    eliminao ou desestruturao das autonomias monetrias nacionais (Ramonet

    apud Fiori, 1998; Castells, 1999; Fiori, 2001).

    1 Expresso empregada por Manuel Castells, em seu texto A sociedade em rede, 1999, para designar umaeconomia com capacidade de funcionar como uma unidade em tempo real, em escala planetria.2 Descreve o conjunto de transformaes de natureza tcnico-produtivas que ocorrem com o surgimento dasnovas tecnologias de base microeletrnica

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    Captulo 2 A dinmica econmico-espacial recente do Estado do Rio

    de Janeiro

    Com base nos argumentos presentes no referencial terico apresentado no

    Captulo 1, entre as transformaes ocorridas particularmente nesta virada de

    milnio, marcada pela globalizao econmica, pelo excesso de competio e

    pela exacerbao da seletividade espacial, destaca-se uma complexidade de

    mudanas nas formas e nos modos de produo e organizao industriais e nas

    relaes socioeconmicas que ocasionam impactos e desafios importantes em

    termos de reestruturao da dinmica espacial em diferentes escalas global,nacional e regional.

    Considerando-se esse atual contexto de transformaes produtivas e

    organizacionais do capitalismo, torna-se extremamente interessante observar os

    impactos causados por essas mudanas no Estado do Rio de Janeiro. A escolha

    desse Estado localizado na regio Sudeste do Brasil, se deve ao fato do mesmo

    ter apresentado, ao longo de algumas dcadas, um movimento de esvaziamento

    econmico marcado por uma macrocefalia metropolitana e carncia deinvestimentos. Alm disso, a partir dos anos noventa, com o processo de abertura

    comercial, o Estado do Rio de Janeiro vivenciou sucessivas crises (econmica,

    fiscal, financeira) que influenciaram a perda de participao econmica estadual

    no quadro nacional.

    Por outro lado, na perspectiva de se compreender a dinmica

    contempornea da reestruturao econmica-produtiva fluminense, deve-seressaltar que estudos apontam fortes indcios de que o Estado do Rio de Janeiro

    vem sendo beneficiado com a mudana de paradigma desde os anos noventa,

    iniciando uma reverso na sua trajetria de crise (Natal, 2001, Penalva Santos,

    2002; Ajara, 2004 e Britto, 2004).

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    Captulo 3 Evoluo espacial e produtiva do Estado do Rio de Janeiro: uma

    anlise da trajetria dos arranjos produtivos locais entre 1996 e 2002

    fato que o Estado do Rio de Janeiro (ERJ) tem sido pouco estudado; tal

    fato mostra-se especialmente veraz quando se considera o expressivo nmero de

    trabalhos sobre a economia e sociedade paulista(1). No caso dos estudos sobre o

    ERJ, o que sobressai, sem prejuzo da observao crtica anterior, e j assinalando

    outra, so estudos sobre parcela do seu territrio; mais especificamente sobre seu

    Municpio-Sede e/ou - conforme observao anotada - sobre sua Regio

    Metropolitana (RMRJ)(2) (Natal, 2001:7).

    Conforme observado no Captulo 1, na dcada de noventa os fenmenos

    associados globalizao e hegemonia do receiturio neoliberal foraram as

    empresas brasileiras a se adaptar a um novo contexto, de modo a se tornar mais

    eficientes e competitivas. Para responder a essas novas necessidades, muitas

    empresas se reorganizaram buscando alternativas que adicionassem vantagens

    competitivas.

    Uma dessas iniciativas consistiu em procurar novas localizaes que

    permitissem ganhos em eficincia coletiva, por meio da proximidade geogrfica e

    de inter-relaes empresariais. Deste modo, originou-se um movimento de

    desconcentrao regional para os municpios do interior do Estado do Rio de

    Janeiro, especialmente em cidades de porte mdio fora da rea metropolitana do

    Estado, onde as facilidades e vantagens locacionais permitiam a especializao

    em atividades produtivas que gerassem vantagens competitivas.

    1 Uma simples consulta s pesquisas desenvolvidas pelo atual Ncleo de Estudos Urbanos e Regionais(NESUR), do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE/Unicamp), coordenado peloprof. Dr. Wilson Cano, por exemplo, como s dissertaes e teses defendidas naquela casa, evidenciam aexistncia de uma lista extraordinariamente extensa de trabalhos sobre a realidade scio-econmica paulista,tanto sobre seus municpios como sobre vrias das suas regies, ou seja, no apenas sobre a capital paulista ousua regio metropolitana.2 A esse respeito veja, principalmente, a relao das pesquisas do Instituto de Pesquisa e PlanejamentoUrbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), e das dissertaes de mestradoe teses de doutorado defendidas nesta Instituio.

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    Captulo 3 Evoluo espacial e produtiva do Estado do Rio de Janeiro: uma

    anlise da trajetria dos arranjos produtivos locais entre 1996 e 2002

    fato que o Estado do Rio de Janeiro (ERJ) tem sido pouco estudado; tal

    fato mostra-se especialmente veraz quando se considera o expressivo nmero de

    trabalhos sobre a economia e sociedade paulista(1). No caso dos estudos sobre o

    ERJ, o que sobressai, sem prejuzo da observao crtica anterior, e j assinalando

    outra, so estudos sobre parcela do seu territrio; mais especificamente sobre seu

    Municpio-Sede e/ou - conforme observao anotada - sobre sua Regio

    Metropolitana (RMRJ)(2) (Natal, 2001:7).

    Conforme observado no Captulo 1, na dcada de noventa os fenmenos

    associados globalizao e hegemonia do receiturio neoliberal foraram as

    empresas brasileiras a se adaptar a um novo contexto, de modo a se tornar mais

    eficientes e competitivas. Para responder a essas novas necessidades, muitas

    empresas se reorganizaram buscando alternativas que adicionassem vantagens

    competitivas.

    Uma dessas iniciativas consistiu em procurar novas localizaes que

    permitissem ganhos em eficincia coletiva, por meio da proximidade geogrfica e

    de inter-relaes empresariais. Deste modo, originou-se um movimento de

    desconcentrao regional para os municpios do interior do Estado do Rio de

    Janeiro, especialmente em cidades de porte mdio fora da rea metropolitana do

    Estado, onde as facilidades e vantagens locacionais permitiam a especializao

    em atividades produtivas que gerassem vantagens competitivas.

    1 Uma simples consulta s pesquisas desenvolvidas pelo atual Ncleo de Estudos Urbanos e Regionais(NESUR), do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE/Unicamp), coordenado peloprof. Dr. Wilson Cano, por exemplo, como s dissertaes e teses defendidas naquela casa, evidenciam aexistncia de uma lista extraordinariamente extensa de trabalhos sobre a realidade scio-econmica paulista,tanto sobre seus municpios como sobre vrias das suas regies, ou seja, no apenas sobre a capital paulista ousua regio metropolitana.2 A esse respeito veja, principalmente, a relao das pesquisas do Instituto de Pesquisa e PlanejamentoUrbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), e das dissertaes de mestradoe teses de doutorado defendidas nesta Instituio.

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    Consideraes finais

    Haja vista a natureza exploratria do presente estudo, as conclusesalinhavadas devem ser consideradas como uma ilustrao do potencial do

    referencial terico e das evidncias empricas segundo a abordagem dos arranjos

    produtivos locais (APL) para a anlise do processo de reestruturao produtiva e

    espacial do Estado do Rio de Janeiro desde meados dos anos 90. Nesse sentido,

    o trabalho ora apresentado revelou-se um interessante exerccio, ainda por exigir

    refinamento conceitual e metodolgico e, sobretudo, uma avaliao mais

    detalhada dos resultados obtidos.

    Destacam-se as possibilidades de comparao entre o desempenho de

    cinco variveis - populao, PIB, nmero de estabelecimentos, pessoal ocupado

    total e salrio mdio em diferentes recortes territoriais do Estado para os anos de

    1996 e 2002 (Captulo 3, Tabela 4), sugerindo que o instrumental analtico

    adotado muito rico e apropriado para a anlise de padres de especializao

    econmico-espacial, com nfase nos resultados quanto gerao de emprego e

    renda, e para a compreenso da dinmica espacial na escala regional.

    De imediato, constata-se que os segmentos territoriais dos municpios-

    ncleo dos dez arranjos produtivos do Interior1 demonstraram dinamismo bastante

    superior mdia do Estado e da Regio Metropolitana, bem como em relao aos

    sete demais APL da Regio Metropolitana e ao conjunto completo de municpios

    constituintes dos APL (ncleos e rea de influncia), tanto no Interior como na RM.

    Portanto, nos anos de 1996 a 2002, observa-se a tendncia consolidao dosncleos dos dez APL do Interior e, adicionalmente, como o desempenho desses

    ncleos se repete, embora atenuado, nos municpios em sua rea de influncia,

    1 Os dez APL do Interior do Estado (quando excluda a Regio Metropolitana) so: Automotivo, Petrleo,Turismo - Costa Verde, Itatiaia e Resende, e Regio dos Lagos -, Siderurgia, Moda ntima, Cermicavermelha, Rochas ornamentais e Fruticultura.

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    possvel inferir que os APL favorecem a alavancagem do desenvolvimento local

    fora dos limites da RM fluminense.

    Nos anos de 1996 a 2002, a comparao entre os indicadores para os dez

    APL do Interior e os demais recortes territoriais do Estado, antes relacionados,

    mostra-se sempre favorvel:

    verifica-se o aumento da populao nos municpios-ncleo do Interior

    (excluindo RMRJ) de 12,3% e de 13,8% nos municpios de rea de

    influncia do interior (excluindo RMRJ), taxas acima da mdia doEstado (10,1%) e da RMRJ (9,4%) e, em conjunto, os arranjos do

    Interior alcanam cerca de 12,8% da populao fluminense em 2002;

    no perodo 1996-2002, o PIB cresce 67,2% nos APL do Interior e

    234,7% nos seus municpios-ncleo, contra 55,8% e 81% na RMRJ e

    no Estado, respectivamente;

    o emprego cresce mais intensamente nos APL do interior - 49,6% -,

    que na RMRJ - 25,1% - e no Estado - 30% -, totalizando 17,5%, em

    1996, e 20,6%, em 2002, do pessoal ocupado no Estado. Em

    paralelo, a RMRJ perde importncia relativa, com diminuio de

    82,5% para 79,4% do total, no perodo;

    o salrio mdio mensal decresce -12,2% nos APL do interior e em

    seus ncleos - 9,2% verificar na tabela, enquanto diminui -13,2% no

    Estado e -12,2% na RMRJ; e

    o nmero de unidades locais cresce 45,3% nos APL do Interior e

    42,7% em seus municpios-ncleo, ao passo em que esse aumento

    menor no Estado (41,2%) e nos municpios-ncleo da RMRJ

    (34,6%). Em 2002, os estabelecimentos dos APL do Interior

    perfazem 27,8% do total do Estado e a RM reduz sua participao de

    74,3% em 1996 para 72,2% nesse ltimo ano.

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    Sendo assim, as evidncias do trabalho corroboram as afirmaes dos

    autores citados no Captulo 2 (Penalva Santos, Ajara, Britto, Natal) ao apontar a

    intensificao do processo de desconcentrao (despolarizao) espacial daeconomia em centros de porte mdio, no interior do Estado, com relocalizao da

    produo, e reforam as suas concluses quanto a realidade e a consistncia do

    processo de inflexo da economia fluminense.

    O presente estudo tambm permite sinalizar a tendncia ao enraizamento

    dos APL. No entanto, se diminui a histrica desigualdade espacial no Estado do

    Rio, ainda no se pode delinear um desenvolvimento equilibrado. Emboradeclinante, a importncia relativa da RM continua extraordinria e o crescimento

    dos APL est concentrado em alguns poucos pontos muito dinmicos no territrio

    e no seu entorno.

    Segundo os dados, a maior taxa de crescimento do PIB se origina nos

    municpios-ncleo dos APL do Interior aumento de 234,7% - versus 81,0% no

    Estado, 55,8% da RMRJ como um todo e 67,2% nos APL do Interior. Por

    decorrncia, a RMRJ perde importncia relativa.

    Essa ltima questo, em particular, remete necessidade de aprofundar a

    anlise do impacto do dinamismo dos municpios-ncleo dos APL do interior nos

    municpios de suas reas de influncia, de modo a verificar a ocorrncia de novos

    padres de localizao espacial da atividade produtiva no territrio fluminense que

    requeiram, eventualmente, o reexame e a atualizao do desenho dos APL no

    Estado do Rio de Janeiro.

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    Este captulo trata, inicialmente, da tentativa de identificar a resposta do

    Estado ao processo de especializao produtiva territorial associado dinmica

    da globalizao desde os anos 90. Em seguida, apresenta comentriosespecficos para os APL que se destacaram no desenho espacial do

    desenvolvimento de setores da indstria e do comrcio e servios no perodo em

    questo.

    3.1- Metodologia e base de dados

    A metodologia para elaborao desta dissertao consistiu na realizao detrs etapas de trabalho:

    1 - pesquisa bibliogrfica sobre transformaes globais recentes e as variadas

    abordagens da literatura da economia da inovao que tratam de aglomeraes

    territoriais produtivas: distrito industrial, milieuinovador, clustere, em particular, o

    enfoque do arranjo produtivo local,

    2 - pesquisa bibliogrfica e de dados estatsticos sobre as transformaes

    recentes no Estado do Rio de Janeiro, em especial, enfocando os APL

    fluminenses como chave de leitura da dinmica econmico-espacial. Esta

    dissertao incorporou as informaes estatsticas mais atualizadas e completas

    encontradas no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE, na Fundao

    Centro de Informaes e Dados do Rio de Janeiro - CIDE e no Servio de Apoio

    s Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro - SEBRAE/RJ; e

    3 - avaliao dos resultados da reorganizao espacial da economia fluminense e

    anlise setorial dos APL que mais se destacaram segundo a base de dados

    estatsticos sistematizada com esta finalidade, mencionada anteriormente.

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    3.1.1 - A base de dados CEMPRE/IBGE

    Com o intuito de focalizar a anlise nos municpios ncleo do APL e nasreas (municpios) de influncia do APL, notadamente no que se refere aos

    aspectos da reorganizao espacial da economia fluminense, esta dissertao

    apresenta resultados do Cadastro Central de Empresas CEMPRE/IBGE, para os

    anos de 1996 e 2002, disponibilizados no banco de dados SIDRA3 do IBGE, sobre

    empresas e outras organizaes ativas, emprego e renda desagregados

    geograficamente por municpios e por atividades econmicas, segundo o nvel

    hierrquico das sees4

    da Classificao Nacional de Atividade Econmica CNAE 1.05 do IBGE.

    A principal vantagem de utilizar informaes estatsticas do CEMPRE/IBGE

    consiste na desagregao geogrfica e setorial dos dados - em termos espaciais,

    ao nvel de municpio e, em termos setoriais, at o nvel de quatro dgitos da

    Classificao Nacional de Atividades Econmicas CNAE/IBGE. Portanto, o

    Cadastro um universo privilegiado para a anlise das alteraes que vm

    ocorrendo nos APL.

    No plano metodolgico, entretanto torna-se necessrio explicitar limitaes da

    base de dados intrnsecas ao tipo de anlise proposto nesta dissertao, que

    acabam por determinar a escolha dos principais parmetros de comparao e dos

    indicadores utilizados. Cabe, assim, destacar determinadas especificidades

    relacionadas cobertura e classificao de atividades produtivas do

    CEMPRE/IBGE:- o perodo de 1996-2002 foi selecionado para a anlise devido

    disponibilidade de informaes estatsticas do CEMPRE/IBGE. O ano de

    3 O Sistema IBGE de Recuperao Automtica - SIDRA um banco de dados agregados. Disponvel emwww.sidra.ibge.gov.br/bda/. Acesso em: out.20044 As 17 sees da CNAE so definidas por cdigo alfabtico, representa o nvel mais agregado declassificao (Classificao Nacional de Atividade Econmica CNAE: verso 1.0 / Comisso Nacional deClassificao. Rio de Janeiro: IBGE, 2003).

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    1996 o ano de implantao do cadastro e o ano de 2002, o ano mais

    atual das informaes disponveis;

    - constam do Cadastro todos os estabelecimentos produtivos, pblicos,privados e instituies sem fins lucrativos inscritos no Cadastro Nacional de

    Pessoa Jurdica - CNPJ, do Ministrio da Fazenda. O CEMPRE/IBGE

    coleta informaes dos estabelecimentos formalmente constitudos;

    - como no h exigncia do registro de pessoas jurdicas inscritas no CNPJ

    nas unidades locais agrcolas existe dificuldade de obteno de

    informaes para esses estabelecimentos;

    - a autoclassificao das empresas na coleta de informaes pode distorceros resultados devido dificuldade de classificao de empresas

    multiplantas que podem declarar todo o emprego em uma mesma unidade

    e multiprodutos, que podem inserir todas as informaes na atividade

    principal;

    - as informaes de pessoal e de salrios referem-se s relaes contratuais

    por meio de carteira assinada, captando os empregados formais, em 31.12

    do ano de referncia do CEMPRE/IBGE;

    - o salrio computado inclui importncias pagas no ano a ttulo de salrios

    fixos, honorrios, comisses, ajuda de custo, 13 salrio, abono financeiro

    de 1/3 das frias, participaes nos lucros etc., referentes a trabalhadores

    com vnculo empregatcio, sem deduo das parcelas correspondentes s

    cotas de previdncia e assistncia social (IAPAS/INSS) ou de consignao

    de interesse dos empregados (aluguel de casa, conta de cooperativa etc.).

    Apesar das limitaes apontadas, a escolha da base de dados do

    CEMPRE/IBGE tem vantagens que possibilitam avanar na anlise dos arranjos

    produtivos locais e suas respectivas reas de influncia, atravs de informaes

    municipais e setoriais sobre o nmero de estabelecimentos6, pessoal ocupado7 e

    5 Para conhecer as regras da Classificao Nacional de Atividade Econmica CNAE, bem como suainterpretao e estrutura de cdigos, consultar

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    salrios8. Deste modo, a anlise municipal poder indicar um perfil da dinmica da

    distribuio setorial e espacial da atividade econmica e a importncia dos

    principais setores industriais e de comrcio e servios que compem a estruturaprodutiva do Estado.

    A base de dados de mbito municipal construda para os propsitos desta

    dissertao contm informaes sobre o nmero de estabelecimentos, pessoal

    ocupado e salrio, em nvel municipal para cada APL, desagregadas para dois

    grandes setores econmicos9: indstria e comrcio e servios, conforme a

    classificao de atividades econmicas da CNAE/IBGE - nvel de seo (primeironvel de grupamento da classificao identificado por uma letra)10.

    3.1.2 - Outras fontes de dados

    As demais fontes utilizadas para a obteno dos dados foram as Contas

    Regionais do Brasil, tambm do IBGE, para os dados do PIB regional e nacional;

    dados de PIB municipal da Fundao Centro de Informaes e Dados do Rio de

    Janeiro CIDE11; e as informaes da publicao da Srie Estudos Arranjos

    inscrio no Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica CNPJ, do Ministrio da Fazenda (IBGE, CadastroCentral de Empresas, 2004).7 Pessoas efetivamente ocupadas em 31.12 do ano de referncia do Cadastro Central de Empresas CEMPRE/IBGE, com vnculo empregatcio, bem como os proprietrios e scios com atividade na unidade.8 Importncias pagas no ano a ttulo de salrios fixos, honorrios, comisses, ajuda de custo, 13 salrio,abono financeiro de 1/3 das frias, participaes nos lucros etc., referentes aos trabalhadores com vnculoempregatcio, sem deduo das parcelas correspondentes s cotas de previdncia e assistncia social(IAPAS/INSS) ou de consignao de interesse dos empregados (aluguel de casa, conta de cooperativa etc.).9 O setor agrcola no ser analisado. Como o CEMPRE/IBGE informa dados cadastrais e econmicos dasempresas jurdicas com registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica CNPJ, do Ministrio da Fazenda,no contempla grande parte dos estabelecimentos agrcolas para os quais, pela prtica de produo, no haverexigncia de registro formal.10 So consideradas as seguintes sees da CNAE/IBGE: i) Indstria: C - Indstrias extrativas; D - Indstriasde transformao; e F Construo; e ii) Comrcio e Servios : G - Comrcio; reparao de veculosautomotores, objetos pessoais e domsticos; H - Alojamento e alimentao; I -Transporte, armazenagem ecomunicaes; J - Intermediao financeira; K - Atividades imobilirias, aluguis e servios prestados sempresas; L - Administrao pblica, defesa e seguridade social; M Educao; N - Sade e servios sociais;O - Outros servios coletivos, sociais e pessoais.11 Os dados de PIB nominal no foram deflacionados para o tipo de anlise aqui desenvolvida tendo em vistaque s existe um deflator para a Regio Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro tanto no IBGE como na

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    produtivos locais: perfil das concentraes de atividades econmicas no Estado do

    Rio de Janeiro (Britto, 2004).

    O estudo SEBRAE/RJ, citado anteriormente, apresenta informaes para o

    municpios-ncleo de APL relativas distribuio de emprego12, remunerao e

    nmero de estabelecimentos utilizando dados com base na Relao Anual de

    Informaes Sociais (RAIS) e no Cadastro de Empresas do IBGE e informaes

    sobre os PIB municipais, populao e ndice de Desenvolvimento Humano - IDH

    da base de dados da Fundao Centro de Informaes e Dados do Rio de Janeiro

    CIDE/RJ e do Instituto de Pesquisas Econmicas e Aplicadas IPEA e deexportao, da Secretaria de Comrcio Exterior (Secex) do Ministrio do

    Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) relativas ao ano de 2001.

    Com base nessas informaes, o SEBRAE/RJ (Britto, 2004) identificou

    dezessete APL (municpios-ncleo) que apresentam expressivo ndice de

    especializao relativa referente ao emprego (QL) na atividade do APL e outras

    caractersticas que se aproximam da definio corrente da literatura.

    Cabe ressaltar que no estudo supracitado no foram consideradas as

    informaes relativas aos municpios que compem a rea de influncia dos APL.

    Por no serem considerados como objeto de anlise, esses municpios apenas

    foram identificados e localizados em mapas de distribuio espacial na publicao.

    3.2 - Reorganizao espacial da economia do Estado do Rio de Janeiro: foco

    nos arranjos produtivos locais 1996-2002

    A proposta avaliar se os APL, eleitos como chave de leitura do processo

    de reorganizao/especializao produtiva e territorial, consolidaram-se e

    Fundao Getlio Vargas, inexistindo um INPC especfico para os municpios do Estado. Portanto optou-setrabalhar com a variao nominal do PIB a preos correntes.12 De modo a mapear o padro de especializao relativa (ver item 2.3) da indstria fluminense, destacandoos setores em relao aos quais o nvel do emprego no Estado relativamente elevado quando comparado aoconjunto do pas (Britto, 2004:14).

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    passaram a representar uma alavanca de forma a incrementar a competitividade

    das empresas e o desenvolvimento local, no perodo de 1996-2002.

    Nesse sentido, ao incorporar o desempenho dos municpios que compem

    as reas de influncia dos APL13, o presente trabalho procura avanar na anlise

    dos APL desenvolvida pelo SEBRAE/RJ, antes mencionado. Assim, alm do

    municpio-ncleo, a dissertao rene informaes sobre os municpios de rea

    de influncia do APL, com base nos dados de populao, de indicadores de PIB

    em valores totais e per capita, e nas variveis nmeros de unidades locais,

    pessoas ocupadas e salrios, no perodo 1996-2002.

    Feitos esses esclarecimentos, passa-se anlise da reorganizao

    espacial da produo fluminense. De incio, encontra-se uma breve caracterizao

    da dinmica setorial do Estado, seguida da anlise por APL.

    3.2.1 O desempenho do Estado do Rio de Janeiro: breve caracterizao.

    O Estado do Rio de Janeiro possui 43.909 km em extenso, o quarto

    menor estado do pas e o menor da regio Sudeste, uma populao de

    14.845.658 de habitantes, um PIB de R$ 170.1 bilhes e uma renda per capita

    anual de R$11.459 (IBGE, 2004). Com esses resultados o Estado vem mantendo

    a posio de segundo lugar no ranking do PIB dos estados, o segundo parque

    industrial, o segundo mercado consumidor do pas e tambm em 2002, alcanou o

    segundo maior valor em relao ao PIB per capita14.

    O Estado do Rio de Janeiro, atualmente ocupa a segunda posio em

    relao ao PIB industrial (46,54%) e dos servios (52,76%)15, o que comprova sua

    13 O Estudo SEBRAE (Britto, 2004) no inclui na anlise o desempenho dos municpios considerados comorea de influncia do APL. Atravs de contato com o SEBRAE foi possvel identificar esses municpios (veritem 2.3).14 A esse respeito vale ressaltar a mudana de posio do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2002, logoabaixo do maior valor do PIBper capita do Distrito Federal (R$16.361) . O Estado de So Paulo (R$11.353)ficou em terceira colocao. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Contas Nacionais, 2004.15 IBGE. Contas Regionais, 2001.

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    importante atuao no ambiente nacional. Observa-se que o Estado apresenta

    apenas um setor atrofiado no plano nacional: o setor agrcola que participa apenas

    com 1,04% no PIB do pas.

    A anlise recente da atividade da economia fluminense vem apontando

    variaes positivas nos resultados que o Estado do Rio de Janeiro vem obtendo

    em relao participao na produo industrial dos outros Estados do Sudeste

    do pas.

    A tabela 1 mostra a participao dos Estados do Sudeste na economianacional e sinaliza um indcio de expectativa em relao expanso econmica

    do Estado do Rio de Janeiro, quando comparado a outros Estados do sudeste,

    durante o perodo 1998/2002.

    A anlise do pessoal ocupado nos setores econmicos do Estado do Rio de

    Janeiro no perodo 1996-2002 mostrou que apesar de o setor comrcio e servios

    absorver o maior percentual de trabalhadores16, esse segmento perdeuparticipao relativa - de 83,9%, em 1996, diminuiu para 83,1%, em 2002. Em

    contrapartida, o setor industrial aumentou sua participao: o nmero de pessoas

    ocupadas representava 15,2%, em 1996, e passa para 15,7%, em 2002. Portanto,

    16 Conforme os dados extrados do CEMPRE/IBGE: o setor de Comrcio; reparao de veculos automotores,objetos pessoais e domsticos que tem a maior participao no nmero de pessoal ocupado 25,6% em 2002,seguido do setor de Administrao pblica, defesa e seguridade social com 19,9%.

    Tabela 1 - Participao no produto interno bruto a preo de mercado corrente,Grandes Regies e Unidades da Federao - 1998-2002

    1998 1999 2000 2001 2002Brasil 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

    Sudeste 58,2 58,2 57,8 57,1 56,3Minas Gerais 9,8 9,6 9,6 9,5 9,3Esprito Santo 1,9 1,9 2,0 1,9 1,8Rio de Janeiro 11,0 11,7 12,5 12,3 12,6

    So Paulo 35,5 34,9 33,7 33,4 32,6Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Contas Nacionais, 2001 e 2002.

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    essa atividade ainda pode ser considerada como responsvel por uma parcela

    significativa do emprego formal gerado na economia fluminense.

    Com relao ao rendimento dos trabalhadores fluminenses, observou-se

    reduo no salrio mdio de indstria, comrcio e servios. A mdia salarial da

    indstria era de 7,1 salrios mnimos (SM) e de 5,6 SM no setor tercirio, em

    1996, diminuiu para 6,5 SM e 4,7 SM, respectivamente, em 2002.

    Na tabela 2 pode-se observar que de 1996 para 2002 surgiram 1.863.904

    novas empresas no Brasil, sendo 855.142 unidades na Regio Sudeste e 111.102no Estado do Rio de Janeiro. Desse total Brasil, foram instaladas 164.132

    unidades industriais e 1.688.078 unidades de comrcio e servios, enquanto que

    na Regio Sudeste o nmero de novas empresas industriais foi de 58.186 contra

    793.852. No Estado do Rio de Janeiro de um total de 111.102 unidades produtivas

    instaladas, 5.114 pertenciam ao setor industrial e 105.760 novos estabelecimentos

    de comrcio e servios. O Estado do Rio apresentou menor crescimento no

    nmero dos estabelecimentos industriais no perodo de 1996-2002, quando

    comparado com a regio Sudeste e o Pas, o que significa admitir perda de

    participao relativa, apesar de um aumento de unidades locais instaladas em

    valores absolutos. Nessa comparao, aumenta a importncia relativa dos

    estabelecimentos de comrcio e servios do Estado na regio e no Brasil.

    Ao mesmo tempo em que se observou uma elevao no nmero de

    unidades locais produtivas de comrcio e servios instaladas no pas, em termos

    absolutos de 2,9 milhes em 1996 para 4,6 milhes (+ 57,3% de aumento) (de

    84,6%, em 1996 para 86,7%, no ano de 2002), revelou-se uma perda de

    Tabela 2 - Nmero de unidades locais industriais e de comrcio e serviosBrasil, Regio Sudeste e Estado do Rio de Janeiro, 1996-2002

    Total Indstria Comrcio e Servios

    Total 1996 2002 1996 2002 1996 2002

    Brasil 3.475.735 5.339.639 499.113 663.245 2.942.241 4.630.319

    Regio Sudeste 1.864.807 2.719.949 264.185 322.371 1.584.763 2.378.615

    Estado do Rio de Janeiro 279.016 390.118 32.709 37.823 245.293 351.053Fonte: IBGE. Cadastro Central de Empresas, 1996-2002.

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    participao de 1,9 p.p no nmero de estabelecimentos industriais (de 14,3%, em

    1996 declinou para 12,4%, em 2002). Na regio Sudeste registrou-se a mesma

    tendncia, isto , um aumento de participao de 84,9%, unidades locais em 1996para 87,4%, em 2002 e uma perda em relao aos estabelecimentos industriais de

    14,1% para 11,8%, respectivamente.

    Da mesma forma, acompanhando essa dinmica, o estado do Rio de

    Janeiro tambm reduziu a participao de unidades locais industriais de 11,7%,

    em 1996 para 9,7%, em 2002. Por outro lado, aumentou a participao das

    unidades de comrcio e de servios no estado de 87,9%, em 1996 para 89,9%,em 2002. Em valores absolutos, significou uma elevao de 245.293

    estabelecimentos fluminenses, em 1996 para 351.053, em 2002. Sendo que

    55,4% dos estabelecimentos do setor estavam associados aos segmentos das

    atividades de comrcio; reparao de veculos automotores, objetos pessoais e

    domsticos, 29,7% aos servios de atividades imobilirias, aluguis e servios

    prestados s empresas e 14,6% aos outros servios coletivos, sociais e pessoais.

    Os dados do cadastro apontaram tambm para um aumento na

    concentrao dos estabelecimentos metropolitanos do Rio de Janeiro no setor de

    comrcio e de servios de 88,3% em 1996 para 90,6% em 2002, o que demonstra

    a grande importncia desse setor para a economia da metrpole e por outro lado,

    uma perda de participao de estabelecimentos industriais de 11,4%, em 1996

    para 9,1%, em 2002.

    Desse modo, torna-se claro, que a economia de servios mostra umacapacidade de crescimento no contexto metropolitano, muito superior ao setor

    industrial. A concentrao das atividades tpicas do setor de comrcio e servios

    corrobora a hiptese de que a regio metropolitana do Rio de Janeiro est se

    especializando em atividades com segmentos altamente produtivos e modernos

    que utilizam alta tecnologia e servios especializados, seguindo s tendncias

  • 8/8/2019 Ibge Dinamica Economico Espacial

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    95

    das grandes metrpoles mundiais, enquanto que a produo industrial estaria se

    desconcentrando para o interior do estado (Penalva Santos, 2002).

    3.2.2 O foco nos arranjos produtivos locais fluminenses.

    Questes especficas que norteiam essa investigao:

    1 Os APL explicam a dinmica econmico-espacial recente:

    a - do Estado do Rio de Janeiro?

    b - da Regio Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro?

    c - da Mesorregio Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro?d - dos Municpios do Interior?

    2 Quais segmentos territoriais dos APL so mais dinmicos?

    a crescimento do municpio-ncleo?

    b crescimento se estende s reas de influncia do APL?

    Para verificar como essas questes se configuram na anlise do processo

    de reestruturao produtiva e espacial recente do Estado do Rio de Janeiro

    preciso comparar o desempenho dos diversos segmentos que compem um dos

    recortes territoriais acima indicados. Esses recortes espaciais, escolhidos como

    referncia para a observao do desempenho dos APL fluminenses (tabela 3 a

    seguir), permitem a comparao: i) entre os APL do Estado do Rio de Janeiro, do

    Municpio do Rio de Janeiro, da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro vis--vis

    os Municpios do Interior (excluindo a Regio Metropolitana), e ii) entre os APL da

    Mesorregio Metropolitana do Rio de Janeiro com os Municpios do Interior

    (excluindo a Mesorregio Metropolitana do Rio de Janeiro).

    Inicialmente, guisa de descrio, a tabela 3 aponta o nmero de APL e de

    municpios em cada recorte espacial e o nmero total de municpios-ncleo e da

    sua rea de influncia por APL.

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    Tabela 3 - Nmero de APL e de municpios do Estado do Rio de Janeiro segundo recortesterritoriais selecionados - 2002

    Nmero de municpiosAPL

    Recortes espaciaisNmero

    deAPL RJ Total Municpios-

    Ncleo (1)

    Municpios -rea de

    influncia (1)

    Estado do Rio deJaneiro RJ 17 92 64 23 41

    Municpio do Rio deJaneiro - MunRJ 4 1 1 1 1

    Regio MetropolitanaRJ RMRJ 7 20 15 6 9

    Municpios Interior(exclui RMRJ) - INT-

    RMRJ

    10 72 49 17 32

    Meso RMRJ -MRMRJ 8 30 18 7 11

    Municpios Interior(exclui Meso RM) -INT-MRMRJ

    9 62 46 16 30

    Fontes de dados: Nmero de APL segundo Estudo SEBRAE/RJ (Britto, 2004) e DivisoTerritorial do IBGE.

    Nota: (1) contagem de municpio-ncleo sem repetio ou seja, se o municpio participa demais de um APL foi contado somente uma vez e quando o municpio ncleo de um APL erea de influncia de outro APL o municpio foi considerado como ncleo.

    Em 2002, com relao aos 17 APL que se consolidaram no Estado, 24% (4)

    esto localizados em um nico municpio: o Rio de Janeiro, e a Regio

    Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, com vinte (20) municpios, concentra

    41% (7) do total de APL do Estado. Por sua vez, na Mesorregio Metropolitana do

    Estado do Rio de Janeiro, esto localizados 47% dos APL (30 municpios), e nos

    Municpios do Interior excluindo a RMRJ 59%, e por fim, no interior excluindo a

    MRMRJ, encontram-se 53% do total de APL do Estado.

    A tabela 3mostra ainda que do total de 64 municpios do Estado do Rio de

    Janeiro integrantes de algum APL, 49 (76,5%) esto localizados nos Municpios do

    Interior (excluindo a RMRJ) e 15 (23,4%) pertencem Regio Metropolitana do

    Estado.

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    Como se pode notar quase 70% dos 92 municpios do Estado esto

    inseridos em APL. Desse percentual cerca de 36% so municpios-ncleo (23) e

    64% (41) municpios de rea de influncia de algum APL.

    Aproximadamente 73% de municpios-ncleo do Estado esto localizados

    no interior (excluindo a RMRJ) e 23% na Regio Metropolitana do Estado do Rio

    de Janeiro. Em relao aos municpios de rea de influncia, cerca de 78% esto

    localizados no Interior (excluindo a RMRJ) e 21,9% na RMRJ. Evidencia-se assim,

    a tendncia de desenvolvimento do interior do Estado, com a consolidao de

    municpios-ncleo e de rea de influncia de APL, que pode ser vista como umadespolarizao espacial da economia fluminense.

    Nos demais segmentos espaciais, aproximadamente 30% dos municpios-

    ncleo e 27% dos municpios de rea de influncia dos APL esto localizados na

    Mesorregio Metropolitana do Rio de Janeiro e cerca de 70% dos municpios-

    ncleo e 73% dos municpios de rea de influncia dos APL esto concentrados

    no recorte dos Municpios do Interior (excluindo a MRMRJ).

    O prximo passo, na tentativa de buscar responder s questes que

    explicam a dinmica econmico-espacial recente, consiste em utilizar cinco

    indicadores - populao, PIB em valores totais e per capita, nmero de

    estabelecimentos, pessoal ocupado total e salrio mdio (SM) - nos recortes

    territoriais selecionados, acima descritos, para observar se a consolidao dos

    APL representou uma alavanca no desenvolvimento local fluminense, no perodo

    1996-2002.

    A leitura da tabela 4 chama a ateno, em primeiro lugar, para a queda de

    participao percentual da RMRJ no Estado em relao aos indicadores de:

    populao (em torno de 76% em 1996 para 75,5%, em 2002), pessoal ocupado

    total (de 82% para 79%) e nmero de unidades locais (74% para 72%) e para o

    aumento da participao relativa dos Municpios do Interior (excluindo a RMRJ)

    (cerca de 24% para 24,5%, 17% para 21% e 26% para 28%, respectivamente).

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    Confirma, tambm, a expanso econmica do Estado com o crescimento da taxa

    do PIB, de 81%, endossada com a explorao de petrleo e gs natural na Bacia

    de Campos, com a implantao das grandes montadoras na regio SulFluminense e com as atividades de turismo, lazer e imobilirias da regio das

    Baixadas. Essas atividades que crescem no Estado apontam para a elevada taxa

    de crescimento do PIB dos Municpios do Interior de aproximadamente 65,2%,

    acima da taxa de 55,5%, da RMRJ, no perodo de 1996-2002.

    Tabela 4 - Sntese dos indicadores de populao, PIB, pessoal ocupado total, salrio mdio mensal e nmero de unidades locais,segundo o Estado do Rio de Janeiro e recortes territoriais selecionados - 1996-2002

    Populao Produto Interno Bruto Pessoal ocupado totalSalriomdiomensal(SM)

    Nmero de unidades locais

    Recortes territoriaisVar.(%)

    1996-2002

    %Estado1996

    %Estado2002

    Var.(%)

    1996-2002

    %Estado1996

    %Estado2002

    Var.(%)

    1996-2002

    %Estado1996

    %Estado2002

    Var.(%)

    1996-2002

    Var.(%)

    1996-2002

    %Estado1996

    %Estado2002

    Estado do Rio deJaneiro - RJ

    10,1 100 100 81,0 100 100 30,6 100 100 -13,2 39,8 100 100

    Municpio do Riode Janeiro - MunRJ

    7,1 41,4 40,3 54,3 61,0 52,0 18,9 66,3 60,4 -9,6 34,6 51,9 50,0

    RegioMetropolitana RJ -

    RMRJ

    9,4 76,0 75,5 55,5 80,3 69,0 25,7 82,5 79,4 -12,2 36,0 74,3 72,2

    Municpios Interior(excluindo RMRJ) -INT-RMRJ

    12,2 24,0 24,5 65,2 17,4 15,9 53,6 17,5 20,6 -12,2 51,0 25,7 27,8

    Meso RMRJ -MRMRJ 9,7 80,3 80,0 54,8 83,4 71,3 26,8 86,3 83,9 -12,7 37,3 80,0 78,5

    Municpios Interior(excluindo MesoRM) - INT-MRMRJ

    11,7 19,7 20,0 71,5 14,3 13,6 54,4 13,7 16,1 -11,1 49,8 20,0 21,5

    Fonte de dados: Fundao CIDE, 1996-2002 e IBGE, Cadastro Central de Empresas, 1996-2002.Nota: 1 - A relao dos municpios da RMRJ e da MRMRJ est disponvel em: e.2 - O salrio mdio mensal foi calculado pela razo entre o total anual de salrios e outras remuneraes e o nmero total de pessoas ocupadasassalariadas em 31.12, dividido por 13 meses, expressa em termos do valor mdio do salrio mnimo do ano R$ 108, 00 (cento e oito reais) em 1996 eR$ 195, 38 (cento e noventa e cinco reais e trinta e oito centavos) em 2002.

    3.2.2.1 Desempenho dos APL fluminenses, 1996 2002

    De ora em diante, o estudo passa a detalhar o desempenho dos APL

    fluminenses identificando-se sua localizao e especializao produtiva.

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    Tomando-se o conjunto de APL fluminenses, ressaltam-se as taxa de

    crescimento do PIB e da populao (tabela 5), com exceo de apenas uma nica

    variao negativa da populao, no arranjo de cermica vermelha. Entre os anosde 1996 e 2002, houve um crescimento econmico em trs arranjos produtivos

    locais acima da taxa de variao do PIB do Estado do Rio de Janeiro (81,0%).

    Essa elevada participao da economia fluminense foi puxada pelo bom

    desempenho da indstria extrativa mineral, com a explorao do petrleo na Bacia

    de Campos, com o impulso dado a implantao de grandes montadoras no setor

    automotivo, na regio Sul Fluminense e com o crescimento das atividades de

    servios (atividades de turismo, lazer e imobilirias).

    As maiores variaes relativas no PIB total do Estado do Rio de Janeiro

    ficaram por conta dos APL automotivo, petrleo e turismo da Costa Verde. Os APL

    de turismo de Itatiaia e Rezende e da Regio dos Lagos, petroqumico, qumico e

    plstico e de telecomunicaes tambm mantiveram taxas de crescimento

    positivas do PIB, inferiores mdia do Estado, mas superiores taxa de

    crescimento da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro.Tabela 5 - Taxa de crescimento do PIB e da populao, Estado do Rio de Janeiro, Regio Metropolitana e arranjos produtivos locais -

    1996-2002PIB Populao

    UF, RM e APL Variao 1996/2002 (%) UF, RM e APL Variao 1996/2002 (%)

    APL automotivo 139,3 APL de turismo Costa Verde 32,4

    APL de petrleo 115,8APL de turismo Regio dosLagos 30,4

    APL de turismo Costa Verde 109,7 APL automotivo 20,6

    Estado do Rio de Janeiro 81,0 APL de petrleo 12,5

    APL de turismo Itatiaia e Rezende 71,3 APL txtil-vesturio 11,2

    APL de turismo Regio dos Lagos 68,1 Estado do Rio de Janeiro 10,1

    APL petroqumico, qumico e plstico 63,7APL de turismo Itatiaia eRezende 10,1

    APL de telecomunicaes 60,5 APL de telecomunicaes 10,1

    APL de siderurgia 57,8 Regio Metropolitana 9,4

    Regio Metropolitana 55,5 APL da indstria naval 7,5

    APL de audiovisual 54,3 APL de audiovisual 7,1

    AP L de turismo Rio d e Janeiro 53,0 APL de turismo Rio de Janeiro 6,8

    APL de informtica 53,0 APL de informtica 6,8

    APL da indstria naval 51,8APL petroqumico, qumico eplstico 6,1

    APL txtil-vesturio 31,6 APL de siderurgia 6,0

    APL de cermica vermelha 26,3 APL de rochas ornamentais 5,6

    APL de moda ntima 22,8 APL de moda ntima 1,9

    APL de rochas ornamentais 18,8 APL de cermica vermelha -0,1Fonte de dados: Fundao CIDE, 1996-2002 e SEBRAE/RJ, 2004.

    Nota: O APL de fruticultura no foi considerado na anlise da tabela 5.

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    Ressalve-se, ainda, que a participao na riqueza da Regio Metropolitana

    de 55,5% no perodo foi abaixo da mdia do Estado e do desempenho de nove

    APL. Desses, sete localizam-se no interior do Estado, a saber: na regio SulFluminense (automotivo, turismo Costa Verde, turismo Itatiaia e siderurgia), na

    regio Norte Fluminense (petrleo, sendo considerado destaque no PIB dos

    estados pelo IBGE, em 2002) e Baixadas (turismo Regio dos Lagos).

    No conjunto dos APL registrou-se que os que ganharam participao na

    economia do Estado tambm esto entre os que lideraram a taxa de crescimento

    populacional: turismo Costa Verde (32,4%), automotivo (20,6%) e petrleo(12,5%), alm dos arranjos de turismo Regio dos Lagos (30,4%) e txtil-vesturio

    (11,2%). O APL de cermica vermelha foi o nico a apresentar na sua dinmica

    populacional participao negativa de 0,1%, no perodo, ficando muito abaixo da

    mdia do Estado. Em termos absolutos representou uma queda no muito

    significativa na populao do APL de 630.040, em 1996 para 629.424, em 2002.

    Tomando-se a populao como referncia, percebeu-se que dos dezessete

    arranjos produtivos locais fluminenses cinco ganharam participao de populao

    acima da mdia da variao do Estado (10,1%) nesse seis anos de comparao.

    Entre 1996-2002, a Regio Metropolitana apresentou um crescimento na

    populao estadual em ritmo menor (9,4%) do que o Estado como um todo, ao

    mesmo tempo, a participao dos outros municpios na populao estadual

    aumentou em 12,2%.

    Porm apesar da grande concentrao de populao a RegioMetropolitana vem perdendo participao na populao estadual que, de 76,0%

    de pessoas residindo na metrpole, em 1996 diminuiu para 75,5%, em 2002. Este

    comportamento refletiu a diminuio da capacidade de absoro de populao por

    parte da Regio Metropolitana, visto que a contribuio dos outros municpios do

    Interior do Rio de Janeiro aumentou de 24,0%, em 1996 para 24,5% em 2002.

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    101

    Em termos de PIB per capita(tabela 6) o APL automotivo que apresentou a

    maior participao no PIB em valores totais, destacou-se tambm com o maior

    valor de renda per capita (R$ 25.361), em 2002. O APL de Turismo Itatiaia eRezende o segundo na lista dos APL com alta renda, muito acima do valor do

    Estado do Rio de Janeiro (R$ 11.459).

    Vale observar que alm do APL automotivo e de Turismo Itatiaia e Rezende

    seis outros superaram o valor do PIB per capitado Estado. Desses oito APL com

    renda superior do Estado, trs esto localizados no interior (dois deles esto no

    topo da pirmide dos mais ricos) e cinco na RMRJ.

    Ressalve-se ainda, segundo os resultados das Contas Regionais do Brasil -

    2002 que o Estado do Rio de Janeiro (R$ 11.459) obteve a segunda posio

    nacional em relao ao PIB per capita no ranking do PIB dos estados, abaixo

    apenas do Distrito Federal (R$ 16.361), que concentrou o maior valor e

    aproximadamente sete vezes valor do Maranho (R$ 1.949), o menor do pas.

    Tabela 6 - Produto interno bruto per capita(R$1,00) porarranjo produtivo local do Estado do Rio de Janeiro - 1996-

    2002

    Arranjos produtivos locais 1996 2002

    APL automotivo 12787 25361

    APL de turismo Itatiaia e Rezende 12787 19888

    APL de audiovisual 11641 16766

    APL de turismo Rio de Janeiro 11382 16298

    APL de informtica 11382 16298

    APL de telecomunicaes 10479 15284

    APL da indstria naval 10405 14692

    APL de siderurgia 8446 12580

    Estado do Rio de Janeiro 7901 11459APL de turismo Costa Verde 6130 9710

    APL de petrleo 4510 8650

    APL txtil-vesturio 6075 7185

    APL de moda ntima 5417 6530

    APL petroqumico, qumico e plstico 4050 6247

    APL de turismo Regio dos Lagos 4078 5255

    APL de cermica vermelha 3816 4825

    APL de rochas ornamentais 3822 4300Fonte de dados: Fundao CIDE, 1996-2002.Nota: O APL de f ruticultura no foi considerado na anlise da tabela 6.

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    O PIBper capitade trs APL fluminenses - o automotivo, de turismo Itatiaiae Rezende e o de audiovisual, alcanaram valores mais elevados em termos de

    renda per capita, superiores a renda do Distrito Federal. O APL de cermicavermelha (R$ 4.825) que registrou a menor renda no Estado do Rio de Janeiro

    ainda assim, est muito acima da pior renda do pas registrada no Estado do

    Maranho.

    Acompanhando esse movimento de desconcentrao da produo

    industrial e da populao para o interior do Estado, foram observadas, pela tica

    do emprego, a tendncia de crescimento relativo maior nos APL do interior doEstado do Rio de Janeiro perante a rea metropolitana. Em termos de nmero de

    empregos formais (tabela 7), dez APL obtiveram participaes mais elevadas no

    nmero de ocupados, acima da mdia do Estado, especialmente em cidades de

    porte mdio, a saber: automotivo, petrleo, turismo Costa Verde, turismo Regio

    dos Lagos, turismo Itatiaia e Rezende, petroqumico, qumico e plstico, rochas

    ornamentais, moda ntima, txtil-vesturio e cermica vermelha. O APL de

    siderurgia obteve praticamente a mesma taxa de ocupados (30,2%) em relao

    mdia do Estado (30,6%) no perodo. A Regio Metropolitana do Estado do Rio de

    Janeiro teve uma participao reduzida de 25,7%, de 1996-2002. Tal resultado

    contribuiu para reforar a tendncia de que o dinamismo das indstrias do interior

    fluminense esteja absorvendo grande quantidade de trabalhadores dispensados

    pela metrpole.

    Com relao ao rendimento dos trabalhadores assalariados do Estado do

    Rio de Janeiro (tabela 7) observou-se uma tendncia de reduo em termos davariao da mdia salarial, entre 1996-2002: -13,2% SM, no Estado do Rio de

    Janeiro e -12,2% SM na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro e nos municpios

    do Interior do Estado.

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    Tabela 7 - Variao relativa do pessoal ocupado em 31.12, do salrio mdio mensal e do nmero de estabelecimentos, segundo o Estado do Rio de Janeiro, aRegio Metropolitana e os arranjos produtivos locais - 1996-2002

    Pessoal ocupado total em 31.12 Salrio mdio mensal Nmero de estabelecimentos

    Estado do Rio de Janeiro, Regio

    Metropolitana e arranjos produtivoslocais

    Variaorelativa (%)

    1996-2002

    Estado do Rio de Janeiro, Regio

    Metropolitana e arranjos produtivoslocais

    Variaorelativa (%)

    1996-2002

    Estado do Rio de Janeiro, Regio

    Metropolitana e arranjos produtivoslocais

    Variaorelativa (%)

    1996-2002

    APL automotivo 83,8 APL de turismo Costa Verde -1,5 APL de turismo Regio dos Lagos 60,4

    APL de petrleo 65,7 APL automotivo -2,1 APL de petrleo (Maca) 54,3

    APL de turismo Costa Verde 62,6 APL de siderurgia -3,0 APL de turismo Costa Verde 49,9

    APL de turismo Regio dos Lagos 61,0 APL de rochas ornamentais -5,8 APL automotivo 45,9

    APL de turismo Itatiaia e Rezende 59,2 APL de audiovisual -9,6 APL de rochas ornamentais 45,4

    APL petroqumico, qumico e plstico 50,0 APL de turismo Rio de Janeiro -9,8 APL de moda ntima 41,2

    APL de rochas ornamentais 42,2 APL de informtica -9,8 total Estado do Rio de Janeiro 39,8

    APL de moda ntima 40,7 APL da indstria naval -10,1 APL de cermica vermelha 39,4

    APL txtil-vesturio 37,3 APL de telecomunicaes -10,6 APL txtil-vesturio 36,3

    APL de cermica vermelha 34,0 total Regio Metropolitana -12,2 total Regio Metropolitana 36,0

    total Estado do Rio de Janeiro 30,6 total Estado do Rio de Janeiro -13,2 APL de turismo Itatiaia e Rezende 35,9APL de siderurgia 30,2 APL de turismo Itatiaia e Rezende -13,2 APL de telecomunicaes 35,2

    total Regio Metropolitana 25,7 APL de petrleo -14,6 APL de siderurgia 35,2

    APL da indstria naval 21,8 APL petroqumico, qumico e plstico -14,6 APL da indstria naval 35,0

    APL de telecomunicaes 21,4 APL de turismo Regio dos Lagos -18,1 APL de turismo Rio de Janeiro 34,9

    APL de turismo Rio de Janeiro 21,2 APL txtil-vesturio -18,8 APL de informtica 34,9

    APL de informtica 21,2 APL de cermica vermelha -20,8 APL de audiovisual 34,6

    APL de audiovisual 18,9 APL de moda ntima -25,1 APL petroqumico, qumico e plstico 34,4

    Fonte de dados: Fundao CIDE 1996-2002, SEBRAE/RJ, 2004 e IBGE, Cadastro Central de Empresas, 1996-2002.

    No conjunto dos APL quatro arranjos do interior sofreram perdas de

    participao em salrio mdios mnimos menores do que os pagos pela Regio

    Metropolitana do Rio de Janeiro, a saber: APL de turismo Costa Verde (-1,5 SM),

    APL automotivo (-2,1 SM), APL de siderurgia (-3,0), APL de rochas ornamentais

    (-5,8 SM).

    As taxas negativas da variao da mdia salarial em SM dos APL de

    audiovisual (-9,6 SM), turismo Rio de Janeiro e informtica (-9,8 SM), indstria

    naval (-10,1 SM) e telecomunicaes (-10,6 SM), localizados na RMRJ, tambmforam menores do que a mdia salarial total dessa Regio (-12,2%).

    Por outro lado, a tabela 7 demonstra que houve um aumento de novas

    unidades produtivas em todos os arranjos produtivos locais fluminenses no

    perodo de 1996-2002. Destacam-se com taxas de crescimento acima da taxa do

    Estado (39,8%) os APL de turismo Regio dos Lagos (60,4%), petrleo (54,3%),

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    turismo Costa Verde (49,9%), automotivo (45,9%), rochas ornamentais (45,4%),

    moda ntima (41,2%) e cermica vermelha (39,4%), localizados no interior, fora da

    Regio Metropolitana (36,0%).

    Em termos de mdia salarial (tabela 8) paga em salrios mdios mnimos

    os APL de petrleo, indstria naval, audiovisual, turismo do Rio de Janeiro,

    informtica e telecomunicaes pagaram mais do que a mdia salarial do Estado

    do Rio de Janeiro e do pas, em1996 e em 2002.

    Tabela 8 - Salrio mdio mensal em salrios mnimos, segundoos arranjos produtivos locais do Estado do Rio de Janeiro -

    1996-2002SalrioMnimo

    APL 1996 2002

    Brasil 5,6 4,3

    Estado do Rio de Janeiro 5,8 5,0Regio Metropolitana 6,1 5,3Municpios do Interior do Rio de Janeiro (excluindoRMRJ) 4,2 3,7

    APL de audiovisual 6,6 6,0

    APL de petrleo 6,6 5,6

    APL de turismo Rio de Janeiro 6,5 5,8

    APL de informtica 6,5 5,8APL de telecomunicaes 6,5 5,8

    APL da indstria naval 6,3 5,7

    APL de siderurgia 4,5 4,3

    APL automotivo 4,4 4,3

    APL de turismo Itatiaia e Rezende 4,4 3,8

    APL de turismo Costa Verde 4,1 4,1

    APL petroqumico, qumico e plstico 3,6 3,1

    APL de moda ntima 3,6 2,7

    APL txtil-vesturio 3,6 2,9

    APL de turismo Regio dos Lagos 3,5 2,8

    APL de cermica vermelha 3,2 2,5

    APL de rochas ornamentais 2,5 2,4Fonte de dados: IBGE. Cadastro Central de Empresas, 1996-2002.Nota: salrio mnimo de R$ 108,00 em 1996 e de R$ 195,00 em2002.

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    3.2.2.2 Arranjos produtivos fluminenses com desempenho diferenciado

    1996 - 2002

    Arranjo produtivo local de Petrleo

    Com a presena das indstrias do petrleo e do gs natural desenvolveu-se

    um crescimento econmico no municpio de Maca, ncleo do APL do Petrleo,

    que influenciou a participao positiva da indstria extrativa mineral estadual no

    PIB nacional e no PIB per capitaestadual.

    A renda per capitade R$ 20.218,00, maior que o dobro da mdia nacional,

    que era de aproximadamente R$ 7.600, 00, posicionou o municpio de Maca no

    quarto maior valor no rankingdo PIB per capitamunicipal fluminense em 2002.

    A importncia da atividade petrolfera produziu um aumento da riqueza

    gerada em Maca e nos municpios de rea de influncia no perodo considerado,

    acima da mdia do pas. A taxa de crescimento da populao de 45% no

    municpio de Quissam foi a mais alta do Estado nesses seis anos de

    comparao.

    Tabela 9 - Populao, Produto Interno Bruto, em valores totais e per capita, segundo os municpios do APL de petrleo -Rio de Janeiro 1996 - 2002.

    Populao PIB(R$MIL)

    PIB per capita(1,00 R$)

    APL e municpiosVariao (%)1996-2002

    % do APL1996

    % do APL2002

    Variao (%)1996-2002

    1996 2002

    APL de petrleo 12,5 100,0 100,0 115,8 4510 8650

    Maca 17,0 22,0 22,8 262,3 6526 20218

    Campos dos Goytacazes 6,4 70,6 66,8 39,5 3921 5143

    Carapebus 1,5 x 4609

    Quissam 14,7 2,3 2,3 109,2 3730 6801

    Rio das Ostras 45,0 5,1 6,6 89,0 4324 5636

    Fonte de dados: Fundao CIDE, 1996-2002.

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    Em termos absolutos o nmero de unidades locais produtivas instaladas no

    municpio-ncleo de Maca aumentou em 2.084 unidades de 1996 para 2002,

    representando 83,5% de unidades industriais e 85,9% de comrcio e servios.Essas informaes estatsticas reforaram o desenvolvimento das atividades no

    setor de petrleo, sendo Maca o principal produtor de petrleo do pas,

    dinamizando a economia local com a instalao de empresas relacionadas ao

    setor da indstria extrativa mineral (191,3% no perodo) e as empresas

    prestadoras de servios especificamente s vinculadas ao segmento: atividades

    imobilirias, aluguis e servios prestados s empresas, com expanso de

    249,5% no perodo de 1996-2002.

    O aumento do nmero de estabelecimentos industriais e de comrcio e

    servios de Maca veio acompanhado do aumento do nmero de pessoas

    ocupadas e da elevao da remunerao mdia dos trabalhadores no conjunto

    dos diversos segmentos de atividades vinculadas a esse arranjo.

    Em relao ocupao, o setor industrial do municpio de Maca

    apresentou uma maior participao 148,1% de ocupados contra 125,9% no setor

    de comrcio e servios no perodo de 1996-2002. Em relao ao desempenho do

    municpio em relao ao total do APL observou-se que a indstria extrativa obteve

    participao mais elevada em 2002, com um percentual 97,7% de ocupados em

    relao ao total do APL17, seguida da construo, com 67,9%. No setor de

    comrcio e servios a maior participao coube ao segmento de alojamento e

    alimentao com 63,5% do pessoal ocupado total do municpio em relao ao APL

    e aos 59,6% do transporte, armazenagem e comunicaes em 2002.

    Em termos de remunerao, a mdia salarial do setor industrial diminuiu no

    perodo, passando de 22,6 SM, cerca de R$ 2.440,8, em 1996, para 13,5 SM,

    cerca de R$ 2.632,5 em 2002. Mesmo com essa queda o nvel de remunerao

    17 Considera-se como total do APL o somatrio do municpio-ncleo (Maca) e dos municpios de rea deinfluncia do APL (Campos dos Goytacazes, Carapebus, Quissam e Rio das Ostras).

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    mdia por empregado era alto, muito superior verificada no setor de comrcio e

    servios do municpio que cresceu, no perodo, 3 pontos percentuais na mdia

    salarial (R$ 838,5) em 2002 (ver tabela 10).

    Tabela 10 Salrios mdios mnimos pagos no APL de petrleo, por setores daindstria e do comrcio e dos servios, segundo os municpios 1996 - 2002

    Nmero de salriosmdios mnimos (SM)

    Indstria Comrcioe serviosMunicpios do APL de Petrleo

    1996 2002 1996 2000Total do APL 13,1 10,2 3,5 3,5

    Maca 22,6 13,5 4,0 4,3

    Campos dos Goytacazes 3,8 2,5 3,4 2,9

    Carapebus * 0,9 * 2,4

    Quissam 3,7 1,8 3,3 3,7

    Rio das Ostras 2,1 3,7 2,9 2,7

    Fonte de dados: IBGE. Cadastro Central de Empresas 1996-2002.

    (*) Municpio desmembrado do municpio de Maca em 01/01/1997.

    A indstria extrativa apresentou a maior mdia salarial do municpio (18,7

    SM) em 2002, seguida da indstria de transformao (17,1 SM). J a melhor

    remunerao mdia do setor de comrcio e servios foi observada no segmento

    da Intermediao financeira (8,9 SM em 2002 contra os 15,2 SM de 1996). Os

    demais segmentos apresentaram um pequeno aumento, embora se situem abaixo

    da faixa de 6,2 SM, em 2002.

    Com relao distribuio das unidades locais nos municpios que

    compem a rea de influncia do APL de Petrleo, a tabela 11 mostrou a

    capacidade de crescimento do segmento da Construo, em valores absolutos,

    como o mais expressivo do setor industrial nesses municpios, no perodo em

    anlise. Em termos percentuais as maiores variaes em termos de instalao de

    estabelecimentos industriais ocorreram nos municpios de: Campos dos

    Goytacazes; Rio das Ostras e Quissam, sendo que o municpio-ncleo do APL

    de petrleo tambm apresentou uma participao elevada nesse segmento.

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    Tabela 11 Nmero de Unidades locais e variao relativa da indstria daconstruo, por municpios do APL de petrleo - 1996-2002

    Indstria da Construo

    Nmero de Unidades locaisMunicpios

    1996 2002

    Variaorelativa (%)1996-2002

    Maca 59 134 127,1

    Campos dos Goytacazes 145 360 148,3

    Carapebus* - 3 50,0**

    Quissam 3 15 100,0

    Rio das Ostras 27 70 159,3Fonte de dados: IBGE. Cadastro Central de Empresas 1996-2002.(*) Municpio desmembrado do municpio de Maca em 01/01/1997.(**) dado da variao de 2000 em relao a 2002.

    No setor de comrcio e servios nota-se o crescimento de unidades locais

    em todos os municpios de influncia do APL, principalmente no municpio de

    Quissam, com 97,0% dos seus estabelecimentos como pertencentes a esse

    setor, em 2002. Alguns segmentos do comrcio e servios aumentaram

    expressivamente suas participaes na instalao de novas unidades locais, no

    perodo de 1996-2002, tais como educao (Quissam, Rio das Ostras e Campos

    dos Goytacazes), outros servios coletivos, sociais e pessoais (Quissam,

    Campos dos Goytacazes e Rio das Ostras), atividades imobilirias, aluguis eservios prestados s empresas (Quissam, Campos dos Goytacazes, Rio das

    Ostras e Carapebus), sade e servios sociais (Campos dos Goytacazes) e

    atividades imobilirias, aluguis e servios prestados s empresas (Quissam,

    Campos dos Goytacazes e Rio das Ostras).

    Esse aumento dos estabelecimentos veio acompanhado de um aumento no

    nmero de trabalhadores no setor da construo, principalmente em Campos dos

    Goytacazes e Quissam, entre 1996-2002. No municpio de Quissam, por sua

    vez, os segmentos do setor de comrcio e servios (outros servios coletivos,

    sociais e pessoais, sade e servios sociais e alojamento e alimentao)

    apresentaram um grande crescimento no nmero de pessoas ocupadas, seguindo

    a tendncia apresentada na indstria da construo.

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    O municpio de Rio das Ostras destacou-se com um aumento do pessoal

    ocupado na indstria de transformao de 154 trabalhadores, em 1996 para

    1.087, em 2002 (uma participao no nmero de pessoas ocupadas de 605,8%,em 1996-2002). Em relao ocupao no setor de comrcio e servios, o

    segmento da Educao foi o que mais gerou novos postos de trabalho, um

    aumento em termos absolutos de 53 pessoas ocupadas em 1996 saltou para 212,

    em 2002 (300%).

    Por outro lado, no conjunto de municpios de influncia do APL de petrleo

    o setor industrial pagou um salrio mdio mensal entre 2,1 SM (Rio das Ostras) e3,8 SM (Campos dos Goytacazes), bem abaixo do pago pela indstria de Maca,

    que se situou em 22,6 SM no ano de 1996. Em 2002, os municpios de influncia

    perderam ainda mais em termos de mdia salarial. Quissam registrou a menor

    mdia salarial de 1,8 SM e Rio das Ostras a maior, de 3,7 SM bem inferior aos

    13,5 SM de Maca. No municpio ncleo do APL Maca, os segmentos das

    indstrias extrativas (18,7 SM), de transformao (17,1SM) e da Construo (5,1

    SM) contriburam com as mdias salariais mais elevadas do setor industrial em

    2002.

    Em relao ao setor de comrcio e servios verificou-se que, em termos de

    salrios mnimos, que os valores pagos eram bem menores da mdia salarial da

    indstria. O municpio-ncleo de Maca, que pagou a maior mdia salarial do

    setor tercirio entre 1996-2002 e o municpio de Rio das Ostras paga no perodo,

    sendo que os outros municpios apontaram queda nos salrios pagos.

    Arranjo produtivo local Automotivo

    Para caracterizar o arranjo so apresentados os indicadores de PIB e renda

    per capitae o total de populao dos municpios na tabela 12 abaixo. O destaque

    dessa anlise aponta para a elevada renda per capita para o conjunto de

    municpios.

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    Vale ressaltar que o APL automotivo concentra em dois de seus municpios

    as duas maiores rendas per capitado Estado. O municpio de Porto Real, no Sul

    Fluminense, apresentou o mais alto PIB per capita, em 2002, mais de sete vezesmaior do valor do Estado (R$11.459,00) e mais de dez vezes superior mdia

    nacional, de (R$ 7.600). O municpio de Itatiaia, segunda maior renda do Estado

    que vem do interior, destaca-se logo a seguir.

    Tabela 12 - Populao, Produto Interno Bruto, em valores totais e per capita, segundo os municpios do APL Automotivo -Rio de Janeiro 1996 - 2002

    Populao PIB(R$MIL)PIB per capita

    (1,00 R$)

    APL e municpios Variao (%)1996-2002

    % do APL1996

    % do APL2002

    Variao (%)1996-2002 1996 2002

    APL automotivo 20,6 100,0 100,0 139,3 12787 25361

    Resende 6,8 82,9 73,4 87,2 10043 17602

    Itatiaia 26,3 17,1 17,9 41,7 26060 29233

    Porto Real 8,7 x 82818

    Fonte de dados: Fundao CIDE, 1996-2002

    Um outro aspecto da anlise do arranjo automotivo refere-se aos dados do

    cadastro. Vale notar que o CEMPRE passou a incorporar informaes de Porto

    Real, municpio criado em outubro de 1995, a partir de 2000 e a consolidar os

    efeitos positivos da montadora PSA Peugeot-Citron, instalada na regio em

    2001, no ano de 2002.

    Com relao aos municpios de Porto Real, Rezende e Itatiaia observou-se

    uma expanso em relao ao nmero de unidades locais industriais e de comrcio

    e servios. A presena maior foi de estabelecimentos de comrcio e de serviosno perodo de 1996-2002.

    Em relao ao total do APL automotivo, o setor industrial gerou mais postos

    de trabalho formal (113,4%) do que o setor de comrcio e de servios (72,7%) no

    perodo 1996-2002. Na indstria, o segmento da transformao mostrou sua

    capacidade de crescimento (151,0%) na regio e no setor tercirio, destacou-se o

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    segmento das atividades imobilirias, aluguis e servios prestados s empresas

    (141,9%). Em termos da remunerao mdia a indstria pagou mais salrios e

    elevou a mdia salarial de 7,5 SM, em 1996, para 7,6, pagos em 2000aumentando para 8,7 em 2002. Ao passo que o setor de comrcio e de servios

    diminuiu os salrios mdios pagos de 3,4 (1996), para 3,0 (2000) sofrendo uma

    queda para 2,6 SM (2002).

    No municpio de Porto Real houve um aumento no nmero de unidades

    locais industriais instaladas de 41,3%, de 2000 a 2002. Em valores absolutos eram

    46 estabelecimentos industriais (33 unidades do segmento da indstria datransformao e 13 da construo em 2000) que aumentaram para 65 (42

    unidades do segmento da indstria da transformao e 20 da construo) em

    2002. O nmero de estabelecimentos de comrcio e servios no municpio foi para

    37,4%, de 2000 a 2002 (em valores absolutos eram 190 unidades locais em 2000

    para 261 unidades em 2002). A maior expanso ocorreu no setor de servios nos

    segmentos: atividades imobilirias, aluguis e servios prestados s empresas

    (112,5%) e transporte, armazenagem e comunicaes (73,3%).

    Do ponto de vista da ocupao ocorreu uma elevao do percentual de

    pessoas ocupadas nos mesmos segmentos que expandiram o nmero de

    unidades locais entre 2000-2002. Por outro lado, a remunerao mdia em Porto

    Real tambm acompanhou essa tendncia de aumento. Os maiores salrios

    mdios pagos foram para os trabalhadores da indstria, no segmento da indstria

    da transformao, a saber, aumentou de 6,5 SM, em 2000 para 9,5 SM em 2002.

    No caso do setor de comrcio e servios o maior salrio mdio coube aosegmento do transporte, armazenagem e comunicaes, que elevou dos 3,2 SM

    pagos em 2000 para 4,0 SM, em 2002.

    Nos municpios de Rezende e Itatiaia houve um aumento maior na

    participao das unidades locais de comrcio e servios do que nas unidades

    industriais entre 1996-2002. A tabela 13 apontou que em relao ao pessoal

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    ocupado, Rezende empregou mais trabalhadores no setor de comrcio e de

    servios, indicando uma concentrao de ocupados no segmento das atividades

    imobilirias, aluguis e servios prestados s empresas com uma participao de131,7% no perodo e no municpio de Itatiaia a indstria absorveu um maior

    nmero de ocupados, especificamente na transformao (169,2%).

    Tabela 13 - Participao percentual do pessoal ocupado daindstria, do comrcio e de servios, por municpios

    selecionados do APL automotivo - 1996 - 2002

    Municpios indstria (%) comrcio eservios (%)

    Total do APL automotivo 113,4 72,7

    Rezende 27,3 59,5Itatiaia 128,0 99,4

    Fonte:IBGE. Cadastro Central de Empresas, 1996-2002.

    As maiores mdias salariais relacionadas ao setor industrial cresceram nos

    municpios de Rezende, Porto Real e Itatiaia (tabela 14). A elevao da mdia

    salarial industrial do APL automotivo para 8,72 SM (R$ 1700,00), em 2002

    apontou, segundo Britto (2004:183), para a especializao do emprego

    relacionado ao setor automotivo nesses municpios. Com relao ao setor de

    comrcio e servios mostrou uma dinmica diferente, com reduo da mdia

    salarial paga em salrios mnimos entre 1996-2002.

    Tabela 14 - Salrios mdios mnimos pagos no APL automotivo, por setores da indstria e docomrcio e dos servios, segundo os municpios selecionados - 1996-2002

    IndstriaComrcio e

    serviosMunicpios1996 2002 1996 2002

    Total do APL 7,50 8,72 3,42 2,55Rezende 6,95 8,35 3,48 2,59

    Itatiaia 10,45 8,40 3,08 2,33

    Porto Real* 9,40 2,90

    Fonte: IBGE. Cadastro Central de Empresas, 1996-2002.(*) Municpio desmembrado do municpio de Rezende em 01/01/1997

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    Arranjo produtivo local de Siderurgia

    No caso do setor metal-mecnico, o APL de siderurgia concentrou o

    terceiro e o quarto maiores valores no ranking do PIB per capita municipal, no

    interior do Estado, em Pira e Volta Redonda no ano de 2002.

    No ramo siderrgico percebeu-se a importncia do peso da regio do Vale

    do Paraba em termos de participao no PIB estadual, de concentrao de

    emprego formal e de remuneraes, principalmente em Volta Redonda, no

    perodo 1996-2002.

    Tabela 15 - Populao, Produto Interno Bruto, em valores totais e per capita, segundo os municpios do APL de siderurgiaRio de Janeiro 1996 - 2002.

    Populao PIB(R$MIL)PIB per capita

    (1,00 R$)

    APL e municpiosVariao (%)1996-2002

    % do APL1996

    % do APL2002

    Variao (%)1996-2002

    1996 2002

    APL de siderurgia 6,0 100,0 100,0 57,8 8446 12580

    Barra do Pira 6,2 13,6 13,7 64,5 4658 7214

    Barra Mansa 3,5 26,6 26,0 42,1 6581 9042

    Volta Redonda 6,4 37,