93
Atualidades para IBAMA Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1 Prof. Rodrigo Barreto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 93 AULA 1 SUMÁRIO PÁGINA 1. Primavera Árabe 1 1.2. Síria 14 1.3. Egito 22 1.4. Líbia 30 2. Palestina 35 3. China 41 4. Coreia do Norte 46 5. Crise no Mali 49 6. Violência contra a mulher: estupros na Índia 53 Questões comentadas 56 Lista de Questões 79 Gabarito 93 1. Primavera Árabe 1.1. Introdução Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano, desempregado, ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições de vida no país. Ele não sabia, mas aquele ato desesperado, que culminou com a sua própria morte, foi o início do que viria a ser chamado mais tarde de Primavera Árabe. Protestos se espalharam por toda a Tunísia, o que levou o então presidente Zine el-Abdine

Aula 01

Embed Size (px)

Citation preview

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           1 de 93 

 

 

AULA 1

SUMÁRIO PÁGINA

1. Primavera Árabe 1

1.2. Síria 14

1.3. Egito 22

1.4. Líbia 30

2. Palestina 35

3. China 41

4. Coreia do Norte 46

5. Crise no Mali 49

6. Violência contra a mulher: estupros na Índia 53

Questões comentadas 56

Lista de Questões 79

Gabarito 93 

 

 

1. Primavera Árabe

1.1. Introdução

Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano, desempregado,

ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições

de vida no país. Ele não sabia, mas aquele ato desesperado, que

culminou com a sua própria morte, foi o início do que viria a ser

chamado mais tarde de Primavera Árabe. Protestos se espalharam

por toda a Tunísia, o que levou o então presidente Zine el-Abdine

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           2 de 93 

Ben Ali a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois. Ben Ali

estava no poder da Tunísia desde novembro de 1987.

Inspirados no aparente sucesso dos protestos na Tunísia, os

egípcios também foram às ruas. A saída do presidente Hosni

Mubarak, que estava no poder há 30 anos, demoraria um pouco

mais. Enfraquecido, ele renunciou dezoito dias depois após o início

das manifestações populares, concentradas na praça Tahrir (ou

praça da Libertação, em árabe), no Cairo, capital do Egito. Mais

tarde, Mubarak seria internado e, mesmo em uma cama hospitalar,

seria levado a julgamento e condenado. Esta decisão, no entanto,

no início de 2013, foi anulada pela Corte Suprema do Egito,

mas deixarei para comentar essa situação no tópico específico sobre

o Egito. Um novo julgamento foi marcado para 13 de abril,

portanto em data posterior à postagem dessa aula. Fiquemos

atentos ao resultado, pois poderá ser cobrado em aula.

Não podemos nos esquecer de que o mundo árabe fora

historicamente marcado pelo predomínio de regimes autocráticos,

ou seja, regimes de governo nos quais uma só pessoa ou um só

partido concentra e detém todo o poder. Dessa forma, praticamente

não havia espaço para a participação popular na política e a

contestação/oposição foi, e ainda é, reprimida de maneira coercitiva

e muito violenta. Quem é que nunca se impressionou com os

inúmeros casos de violência ocorridos no mundo árabe? A mídia nos

“bombardeia” diariamente com inúmeros desses casos.

Além de enfrentar os governos ditatoriais, os povos árabes

sofrem também com altas taxas de desemprego e alto custo de

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           3 de 93 

vida, que se agravaram desde o início da crise mundial. Mesmo nos

países cuja economia é mais forte, como a Arábia Saudita, a

sociedade sofre com o custo altíssimo de vida. Outro problema que

aumentou os protestos é a falta de liberdade religiosa, sobretudo

para as minorias como, por exemplo, os cristãos da região. Uma

observação: embora os cristãos da região sofram enquanto minoria,

na Síria a situação é um pouco diferente. Nesse país, os cristão

apoiam o regime de Bashar al Assad, em razão das práticas laicas

do governo, bem como por causa da construção histórica do modo

pelo qual se dá a sustentação política do regime de Bashar al Assad.

O início da chamada Primavera Árabe trouxe, para o mundo

árabe, momentos de esperança e euforia. A queda de Ben Ali na

Tunísia foi um marco histórico; pois, pela primeira vez, um

ditador na região foi retirado do poder pelas forças do povo.

Depois a renúncia de Mubarak, no Egito, incendiou ainda mais os

protestos na região.

Acontece que a Primavera Árabe tomou rumos diferentes em

cada um dos países – o que torna esse evento muito mais complexo

de ser compreendido. Os governos aumentaram a repressão aos

movimentos populares, provocando conflitos armados e mesmo

intervenções militares externas. Em 2011, as quedas de Muammar

Kadafi, na Líbia, e de Ali Abdullah Saleh, no Iêmen, se deram em

um contexto de sangrentos conflitos entre as forças militares do

governo, e as parcelas governistas da população, contra as forças

populares de oposição, normalmente identificados pelo nome de

rebeldes.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           4 de 93 

O problema atual é que esses conflitos instauraram uma

enorme instabilidade política na região, demonstrando que a

simples deposição de velhos governos autocráticos não é suficiente

para a instauração de novos modelos democráticos, que sejam

capazes de atender às demandas da população. Ou seja, o processo

de mudança de um regime ditatorial para um democrático não se dá

de forma automática. Outro problema comum a esses países é que

em todos eles há a divisão da sociedade em diversos grupos

conflitantes. Esses grupos são diferenciados historicamente por

razões religiosas, políticas, econômicas e étnicas.

Devemos entender, pessoal, que a Primavera Árabe não se

trata de um fato isolado no tempo e no espaço. Na realidade, a

Primavera Árabe se trata de um processo dinâmico que ainda está

em curso – e que, na verdade, não sabemos onde irá desembocar.

Esse processo tem dado sinais de ser um tanto que frágil, pois as

relações entre os Estados árabes e a sociedade civil são bastante

conflituosas. Apesar disso, em alguns países já começam a surgir

instituições democráticas.

O pesquisador da Universidade de Stanford, Hicham Ben

Abdallah Alaoui, especialista no mundo árabe, lembra, em artigo

publicado na revista Le Monde Diplomatique, de janeiro de 2013,

que a institucionalização da democracia implica em uma

convergência da vida política, basicamente, em torno de três

fatores: Constituição, Parlamento e eleições. Quando esses fatores

são estáveis e rígidos, os governos geralmente ficam protegidos dos

grupos mais extremistas e radicais – típicos da região. O eminente

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           5 de 93 

professor ressalta que instituições democráticas fortalecidas afastam

ainda os grupos reacionários e o autoritarismo.

Na Tunísia, na Líbia e no Egito o processo de democratização

está em curso também de forma instável. Nesses países houve

eleições que, por sua vez, foram marcadas por um pluralismo que

jamais haveria nos tempos de ditadura. Na Tunísia, país cuja

população é mais escolarizada do que nos demais países da região,

a Assembléia Constituinte está a finalizar a elaboração da nova

Constituição. Segundo Alaoui, nesse país a crise possui duas

dimensões: a passividade do novo governo diante da violência

salafista e a demora na realização de reformas econômicas,

principalmente nas áreas mais pobres do país. Não nos esqueçamos

de que boa parte do mundo árabe enfrenta problemas econômicos e

sociais.

Na Tunísia, os salafistas fundaram o partido da Frente da

Reforma, em maio de 2012, e lideraram diversos protestos,

incluindo importantes protestos na cidade de Sidi Bouzid. Os

salafistas se notabilizaram ainda por ataques repetidos contra

símbolos da nova liberdade de expressão tunisiana, saqueando

galerias e impedindo músicos e outros artistas de se apresentarem.

Vejam a que ponto o radicalismo salafista chegou: proibiram

músicos e artistas de se apresentarem.

Os salafistas passaram décadas na penumbra, sufocados por

ditaduras laicas. Assim que caíram os regimes de Egito, Tunísia e

Líbia, vieram à tona dispostos a recuperar o tempo perdido. Os

movimentos salafistas são grupos sunitas que pregam uma visão

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           6 de 93 

purista e populista do Islã. O envolvimento nos ataques contra as

missões diplomáticas americanas no Cairo e em Benghazi colocou-

os em xeque, transformou-os numa ameaça – também para o

Ocidente. E expôs contradições: eles participam da vida política, ao

contrário, por exemplo, da al-Qaeda. Em geral, preferem as urnas e

não as armas. Mas o ardor com o qual defendem suas visões

religiosas ultraconservadoras deixa brechas à ação de uma minoria

que, como Osama bin Laden, acredita que vale tudo para alcançar

seus objetivos.

Embora a primeira opção dos salafistas seja as urnas, o

desempenho deles tem variado. Na Tunísia, depois de ignorar as

eleições que deram a um partido islamista, o al-Nahda, 42% das

cadeiras do Parlamento, os ultrarreligiosos parecem ter despertado

tarde para a política. Somente em maio o primeiro partido salafista,

a Frente da Reforma, foi licenciado. Desde então aqueles protestos

contra artistas e músicos acabaram em confusão, gerando fortes

tensões. Em setembro de 2012, cerca de cem radicais atacaram um

hotel em Sidi Bouzid porque ali se vendiam bebidas alcoólicas.

No Egito, os salafistas saíram da obscuridade e criaram

partidos, conquistando 25% dos assentos no Parlamento - ficando

em segundo lugar, perdendo apenas para a Irmandade Muçulmana

(partido do presidente eleito). A influência dos salafistas é cada vez

mais forte na rebelião da Síria. Na Líbia, o desempenho salafista nas

urnas foi fraco: 17 das 200 cadeiras do Parlamento. Mas ataques

recentes aos escritórios da Cruz Vermelha e do consulado britânico

em Benghazi já enviavam um sinal de alerta e um desafio ao

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           7 de 93 

governo de Trípoli: ali ainda se busca uma verdadeira face política

ao Islã.

Os salafistas são uma parte do espectro islamista que está

evoluindo rapidamente. Hoje alguns islâmicos são mais prejudiciais

para os interesses e valores ocidentais do que outros, de modo que

os salafistas são os mais avessos aos direitos das mulheres e das

minorias na região.

Um denominador comum entre os diferentes grupos é a

inspiração e o apoio dos wahhabi - uma seita puritana do Islã sunita

da Arábia Saudita. Nem todos os sauditas pertencem a essa seita. E

não são todos os salafistas que a adotam. Mas, basicamente, os

wahhabi são todos salafistas. E muitos árabes, particularmente fora

do pouco povoado Golfo Pérsico, suspeitam que os wahhabi estejam

tentando se apoderar do Estado, auxiliando e incitando os salafistas

politizados da região - como fizeram há 30 anos, financiando as

madrassas da Ásia Central que criaram o Taleban do Afeganistão.

Essas madrassas são instituições características do mundo islâmico.

São lugares destinados ao ensino das ciências religiosas e da

jurisprudência, ou seja, instituições de formação educacional dos

jovens.

Os salafistas são mais rigorosos na restrição da vida pessoal e

política do indivíduo do que os partidos islâmicos mais modernos

que conquistaram votos no Egito, Tunísia e Marrocos. Para muitos

árabes, a palavra de ordem é a justiça, tanto econômica quanto

política e social. Já para os salafistas, tudo tem a ver com uma

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           8 de 93 

espécie de virtude religiosa e de comportamento, que seria inflexível

e imposta. Dessa maneira, podemos dizer que os salafistas fazem

um fervoroso julgamento de valores a partir de uma ótica radical

islâmica.

Outros islamistas mais modernos temem o salafismo. "os

salafistas procuram nos pressionar", disse Rachid al-Ghannouchi,

fundador do Ennahda, partido islâmico no poder na Tunísia. Os dois

grupos (salafistas e o Ennahda) são rivais. "Os salafistas são

contrários a uma Constituição. Acham que ela é contra o Alcorão",

colocou Merhezia Labidi, vice-presidente da Assembleia Constituinte

da Tunísia e membro do Ennahda.

Os salafistas vêm aprofundando as divisões entre muçulmanos

xiitas e sunitas e desafiam o "Crescente Xiita", termo cunhado pelo

rei Abdullah da Jordânia em 2004, durante a guerra no Iraque, para

definir um arco de influência que vai do Irã dominado pelos xiitas

aos seus aliados no Iraque, Síria e Líbano.

Dessa maneira, os salafistas têm se apresentando como um

complexo e crescente problema para o Ocidente. Seus objetivos são

mais antiocidentais do que qualquer outro partido islâmico.

Procuram empurrar tanto secularistas como outros islâmicos para

um passado nem sempre virtuoso. Uma observação: o secularismo,

pessoal, é um princípio da separação entre instituições

governamentais e as pessoas que devem representar o Estado a

partir de instituições religiosas e dignitários religiosos. Em certo

sentido, o secularismo pode afirmar o direito de ser livre do

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           9 de 93 

ensinamento religioso, bem como o direito à liberdade da imposição

governamental de uma religião sobre o povo dentro de um estado

que é laico. Em outro sentido, refere-se à visão de que as atividades

humanas e as decisões, especialmente as políticas, devem ser

imparciais em relação à influência religiosa.

Na Líbia, a ordem política que nasceu nos escombros do

regime de Muamar Kadafi está fragilizada em razão da existência

conflituosa entre diversos grupos armados. A deposição de Kadafi

não foi suficiente para aplacar os ânimos dos diversos grupos rivais.

No Egito, a eleição presidencial foi ganha pelo candidato da

Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi. Morsi tem tentado afirmar

o poder civil acima dos militares – claro que enfrentando forte

resistência destes. Morsi, inclusive, afastou o poderoso e influente

marechal Hussein Tantawi do governo.

O professor Alaoui lembra que os democratas da Primavera

Árabe não pretendem igualar as suas sociedades às sociedades

ocidentais – ideia essa muitas vezes perpassada por veículos de

comunicação ocidentais. Para ele, nesses Estados em transição, a

prioridade não está na luta ideológica, mas no processo de tornar

permanentes as instituições das quais a população possa participar.

Assim, a normalização da democracia não implicaria

necessariamente a adesão de cada cidadão e partido a um mesmo

quadro ideológico. O que esse processo estaria pressupondo é que

as leis sejam respeitadas, tornando-se regras definitivas do sistema

político.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           10 de 93 

Ainda de acordo com Alaoui, as recentes manifestações contra

um filme islamófobo norte-americano ilustraria a normalização

crescente dos atores políticos do islamismo. Em parte, isso teria se

dado porque muitos líderes árabes que protestaram contra o filme

se utilizaram de argumentos de direito comum e não do Alcorão. O

filme “Inocência dos Muçulmanos" foi dirigido e produzido por

Nakoula Basselet Nakoula, sob o pseudônimo de Sam Bacile, que

afirmou que o Islã é "uma religião do ódio". Documentos judiciais

confirmaramm que Nakula Basseley Nakula foi condenado a 21

meses de prisão em 2010 por fraude bancária e que morava na

localidade de Cerritos, ao sul de Los Angeles. Ele foi preso em 27 de

setembro de 2012, por violar as condições de sua liberdade

condicional. Em entrevista logo após o filme chamar a atenção, ele

disse que a produção foi financiada com US$ 5 milhões (cerca de R$

10,1 milhões na época) levantados a partir de doações de judeus,

os quais ele não quis identificar. Ele afirma ter trabalhado com 60

atores e uma equipe de 45 pessoas na Califórnia, durante três

meses, no filme de duas horas. "O filme é político. Não religioso",

disse.

Os atores afirmaram terem sido "enganados" durante a

produção e que, em nenhum momento, o nome de Maomé era

citado no set de filmagem. Cenas do filme – de péssimo gosto

cinematográfico - mostram uma produção desconexa, retratando o

profeta muçulmano Maomé várias vezes como um mulherengo,

homossexual, molestador de crianças, um falso religioso e

sanguinário. Para muitos muçulmanos, qualquer representação do

profeta é uma blasfêmia. Caricaturas ou outras caracterizações

feitas no passado e consideradas insultuosas enfureceram

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           11 de 93 

muçulmanos em todo o mundo, provocando protestos e a

condenações por parte de funcionários, pregadores, muçulmanos

comuns e mesmo muitos cristãos. Em outras cenas, Maomé é

retratado como um líder sanguinário, incentivando seus seguidores

a saquear lugares que eles atacam e dizendo que eles podem usar

as crianças da maneira que quiserem.

No fim de 2012, o autor do filme foi condenado a um ano de

prisão por violação de sua liberdade condicional naquele caso de

fraude bancária datado de 2010, por um tribunal de Los Angeles.

Nakula Basseley Nakula, de 55 anos, reconheceu ter utilizado

diversos pseudônimos, violando sua liberdade condicional. Ele

admitiu culpa em quatro das oito acusações - nenhuma das oito é

relacionada ao filme.

Outro destaque da Primavera Árabe é que, em boa medida, foi

a juventude mobilizada, formada majoritariamente por jovens

urbanos, saídos das classes médias e em grande parte não

pertencentes a grupos islamitas, que esteve a frente dos protestos e

do movimento revolucionário, utilizando-se intensamente de redes

sociais da internet para organizar e divulgar os protestos.

Entretanto, atualmente, essa juventude tem se encontrado

marginalizada no processo contínuo da Primavera Árabe. A visão

mais secular e democrática dos jovens fracassou em construir uma

frente política coerente quando os regimes autoritários foram

derrubados. De outra maneira, os islamitas souberam aproveitar o

vácuo gerado pelo fim desses regimes. Acontece que a juventude

tem se mostrado relutante em entrar na disputa eleitoral. Percebam

duas coisas distintas: os jovens foram extremamentes importantes

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           12 de 93 

nos protestos, porém eles não têm se mostrado tão participantes na

arena “formal” da política (partidos políticos e instituições).

Conforme o professor Alaoui, essa ausência da juventude na

disputa eleitoral tem provocado sérias consequências. A juventude

árabe privilegia a rua enquanto espaço de expressão política,

focalizando o protesto direto em detrimento das vias normais

e estruturadas da política eleitoral. Dessa forma, os jovens

privam-se de qualquer poder e representação nas instituições

democráticas que começam a surgir – como os novos parlamentos e

conselhos populares.

Além dos regimes ditatoriais, as monarquias também têm

sofrido com as manifestações populares pró-democracia. No Barein,

um levante de grande parte da população só pôde ser contido com a

intervenção violenta das Forças Armadas e das tropas do Conselho

de Cooperação do Golfo.

No Marrocos também passaram a ocorrer grandes

manifestações. A promessa de uma revisão constitucional aplacou a

ira da população, mas a ausência continuada de reformas profundas

prenuncia um futuro bastante turbulento no país. Concordando em

formar um governo sem uma contrapartida real por parte do rei

Mohamed VI, os islamitas do Partido da Justiça e Desenvolvimento

correm o risco de perder a credibilidade, assim como o restante da

classe política marroquina.

Por sua vez, na Arábia Saudita, a dinastia no poder reina

pesadamente sobre a sociedade. Favorecida pela imensa quantidade

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           13 de 93 

de petróleo existente em seus campos, a Arábia Saudita utiliza-se

de suas imensas riquezas para sufocar qualquer possibilidade de

oposição. Por meio de uma enxurrada de petrodólares e programas

de desenvolvimento, o regime consegue adiar as reformas

estruturais que se fazem necessárias.

Na Jordânia, a monarquia está sendo sufocada pela

convergência de duas dinâmicas distintas, porém complementares.

Os islamitas querem preservar o rei, pois temem que a queda da

tutela hachemita dê a Israel um álibi para designar a margem leste

do Rio Jordão como pátria natural dos palestinos – e, assim,

justificar a anexação completa da Cisjordânia. Atualmente os

hachemitas estão dispersos por muitos países islâmicos ou com

importantes minorias muçulmanas. As duas dinastias hachemitas

mais importantes são a do Iraque e da Jordânia, sendo que a

dinastia desta última é da família que reina o país, comandado pelo

rei Abdullah II.

Portanto, pessoal, podemos dizer que a Primavera

Árabe, que inicialmente teve ressonância apenas local, com

manifestações pró-democracia na Tunísia, transformou-se

em um processo de escala regional, alatrando-se pelo mundo

árabe, e mesmo internacional, com a participação de

organismos internacionais e países ocidentais, levando a um

conjunto de exigências e valores para além das fronteiras

daqueles países. Ampliado pelas redes sociais, e também

pela mídia tradicional, esse movimento retira parte de sua

fundamentação do conceito de unidade pan-árabe e de

participação popular.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           14 de 93 

O pan-arabismo é um movimento político tendente a reunir os

países de língua árabe e de civilização árabe numa grande

comunidade de interesses. É um movimento para unificação entre

as populações e nações árabes do Oriente Médio, possuindo estreita

vinculação com o nacionalismo árabe.

Pessoal, eu sei que esse tema é extremamente complexo e

confuso – pois possui muitas variáveis. São muitos grupos, etnias e

países – situações que tornam difícil nosso aprendizado. Por se

tratar de uma realidade bastante distante de nós, irei colocar agora

os principais tópicos da Primavera Árabe, em termos de concurso

público, para que tenhamos um estudo mais completo e mais claro.

Até aqui dei apenas uma pincelada no panorama geral, destacando

fatos e o processo. Agora vamos ver situações mais específicas.

Fiquem atentos, sobretudo, em relação à Síria.

1.2. Síria

Atualmente, na Síria ocorre o maior conflito no mundo árabe.

A crise síria é uma importante ameaça ao regime ditatorial dos Al-

Assad (uma família que detém o poder na Síria desde os anos 70).

O país é hoje governado por Bashar al-Assad, mas foi seu pai, Hafiz

al-Assad, quem deu um golpe em 1970, tomando para si o controle

estatal da Síria. Nesse momento, foi estabelecido um complexo e

pragmático sistema de alianças com os militares, a fim de garantir a

manutenção dos Al-Assad no poder. Os Al-Assad são um clã

alauíta, que representam, aproximadamente, 10% da população

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           15 de 93 

síria. Os alauítas são, portanto, uma minoria dentro dos xiitas.

Complicou? Então vamos com calma.

No mundo árabe destacam-se duas principais correntes dentro

da religião islâmica: os sunitas e os xiitas – que divergem

basicamente por possuírem diferentes interpretações sobre a

sucessão do profeta Maomé. Os xiitas são mais identificados

politicamente como radicais, enquanto os sunitas são

reconhecidamente mais moderados. Assim, os xiitas e os sunitas

são duas correntes da religião islâmica, mas não as únicas, que se

diferenciam em relação ao entendimento sobre o profeta Maomé e

sua descendência. Enquanto os sunitas consideram os sucessores

diretos do profeta Muhammad Maomé, os xiitas não concordam,

pois, para eles, o sucessor deveria ser Ali, genro do profeta.

Por sua vez, os alauítas formam um ramo minoritário dentro

dos xiitas e é a esse ramo que pertence o clã Al-Assad. A doutrina

alauíta - uma variante heterodoxa do xiismo - foi elaborada no

Iraque no século IX por Mohammad ben Nusseir, discípulo do 10º

imã Ali Hadi, que entrou em dissidência com os outros grupos.

Assim como os xiitas, que veneram Ali, primo e genro do

profeta Maomé, os alauítas o idolatram. Para eles, Maomé não é

mais do que um véu que esconde "a essência" encarnada por Ali. O

terceiro personagem desta trindade é Salman Pak, um companheiro

de Maomé considerado a "porta" do conhecimento. Seus seguidores

acreditam na reencarnação, em geral carecem de mesquitas,

ignoram o jejum e a peregrinação a Meca, toleram o álcool e suas

mulheres não utilizam véu. Celebram as festas muçulmanas e

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           16 de 93 

também as cristãs. A minoria alauíta é considerada herética e

mesmo como não-muçulmana por diversas correntes sunitas.

Na década de 1920, a França estabeleceu a Síria como seu

protetorado - uma espécie de colônia moderna. Na tentativa de

enfraquecer a unidade árabe no Oriente Médio, tentou instaurar

microestados na região, que seriam autogovernados por diferentes

grupos étnicos, inclusive as minorias alauíta, cristã e drusa. A

preocupação da França era a de evitar o fortalecimento da maioria

sunita em um país tão diverso em termos étnicos e religiosos. Ainda

assim, as minorias se mantiveram relativamente sufocadas

politicamente até a década de 1960, quando dois golpes de estado

finalmente colocaram os alauítas no poder. Sob o império Otomano,

os únicos alauítas tolerados nas cidades eram os empregados

domésticos. Até o início do século, a maior parte deles era de

montanheses que serviam à burguesia sunita. Só nos anos 1950 é

que parte deles passou a integrar academias militares e na década

de 1970, aderindo à ideologia pan-arabista e laica do partido Baath

- atualmente no poder.

Em 1971, o alauíta Hafiz al-Assad - pai do atual governante,

Bashar al-Assad - se tornou presidente, permanecendo como tal por

longos 30 anos. Desde então, os alauítas, que representam

apenas cerca de 10% dos quase 23 milhões de sírios,

passaram a privilegiar outras minorias, fortalecendo sua

relação com os cristãos ortodoxos (10% da população) e os

drusos (3%) e ofuscando a importância dos sunitas,

majoritários (74%) - o que despertou a ira destes. Com o

passar do tempo, as minorias se tornaram mais ricas, ganharam um

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           17 de 93 

papel de relevância nas forças armadas e ocuparam postos

importantes no estado – enfraquecendo a maioria sunita. Aos

poucos, foi sedimentada uma imensa rede de favorecimentos, que

funcionou ao longo das últimas décadas apesar da insatisfação da

maioria. Até que esse sistema se transformou em uma verdadeira

ditadura, levando os sunitas ao limite da tolerância.

Temendo uma revolta sunita, os Assad se armaram com um

sistema "antigolpe de estado", com ênfase no Exército e nos

serviços secretos. Foi criado um aparato de segurança para

controlar a população, o Mukhabarat (Agência de Inteligência, em

árabe). No país, há diferentes agências de inteligência que vigiam

umas às outras, o que dificulta a formação de um golpe de estado.

Além disso, os serviços secretos estão sempre de olho em forças de

oposição, ainda que incipientes. Recentemente, com a repressão

violenta do regime alauíta contra os opositores, a luta se tornou

identitária: cada um luta por sua própria preservação e existência.

Para se manter no poder, Assad se apoia em alianças

internacionais: as potências orientais se negam a condenar o regime

apesar da crescente pressão internacional. Do ponto de vista

político, para a Rússia e a China, a Síria é como o último bastião de

resistência à influência dos Estados Unidos no Oriente Médio. Por

priorizar o comércio com as potências orientais em detrimento das

ocidentais, o governo sírio se tornou um contraponto estratégico na

região. Vejam bem, não estou dizendo que o governo sírio é bom ou

mau – o que estou colocando é que, como sempre, há sempre

interesses geopolíticos e econômicos por de trás dos panos.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           18 de 93 

“Há certo grau de oportunismo político por parte das elites

políticas dentro da própria Síria e das potências orientais que

apoiam o país. Se a briga fosse apenas em torno das etnias e

religiões, provavelmente a Rússia e a China não iriam vetar as

punições aprovadas por outros países da comunidade internacional.

Para eles, a disputa é política: entre ocidentais e orientais”, explica

Zahreddine – um analista de política internacional. Lembro-lhes de

que Rússia e China tentam ampliar sua influência política e

econômica na região. Enquanto isso, aqueles que aprovam uma

intervenção ocidental têm motivações que não são apenas

humanitárias, mas estratégicas - como enfraquecer o Irã na região.

Além disso, Bashar al-Assad tem se utilizado de uma governança

identificada com o laicismo, o que vem possibilitando o convívio com

os demais grupos religiosos.

Apesar de disputar com a Síria o posto de grande liderança

antiamericana e anti-israelense no Oriente Médio, o Irã teme que a

Turquia participe de uma campanha encabeçada pelos EUA,

juntamente com a Arábia Saudita, o Catar e outros países, para

derrubar Assad e isolar ainda mais os iranianos na região. O fim do

regime de Assad abriria espaço para a ação liderada pelos Estados

Unidos com o objetivo de diminuir consideravelmente a influência

geopolítica do Irã. O atual governo de Damasco parece a única

esperança para os aiatolás iranianos manterem essa influência.

Além dos iranianos, o Hezbollah libanês também é um aliado local

da Síria. O grupo recebeu apoio durante sua criação e agora - já

praticamente independente - serve como apoio terrorista.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           19 de 93 

Kofi Annan e Ban Ki-moon, líderes da ONU, já alertaram o

governo sírio sobre sua responsabilidade diante de uma guerra civil

que, na verdade, já está acontecendo e de forma bastante violenta.

A pressão mundial sobre a Síria é cada vez maior e, até agora, o

governo de Assad apenas tentou realizar pequenas reformas que de

nada adiantaram. O regime ainda não deu um passo para resolver a

principal questão síria: a distribuição de poder – e sequer se mostra

com vontade de resolvê-la. O controle repressor da minoria, que

abafa as demais facções políticas e étnicas, parece insustentável.

Enquanto uma solução política se mostra distante, a União

Europeia e os Estados Unidos se encontram diante do dilema de

negociar com uma Síria cada vez mais orientada pela aliança com o

Irã (outro país que se mostra radical quanto à influência ocidental,

sobretudo a norte-americana, na região).

Quando Bashar al Assad assumiu o governo em 2000, havia

uma grande expectativa de que ocorreria o início de um processo de

abertura política, já que ele estudou na Inglaterra e teria uma visão

de mundo mais aberta do que a de seu pai. Contudo, essa

expectativa não se confirmou. Com as revoluções da Tunísia e do

Egito, a Síria viu os protestos ganharem as ruas em março de 2011.

Desde então, Bashar al-Assad envia tropas militares para reprimir

as manifestações e acusa os manifestantes de terrorismo.

Com a violenta repressão do governo, parte da população

pega em armas a fim de derrubar a ditadura dos al-Assad e, nesse

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           20 de 93 

movimento, os rebeldes sírios têm conseguido o apoio de governos

no exterior. Com a criação do Exército Livre da Síria (ELS), por um

ex-coronel desertor do Exército de Bashar al-Assad, no fim de 2011,

a rebelião armada consolidou-se. Vários soldados do Exército de al-

Assad também desertaram e, assim como milhares de ativistas,

passaram a integrar o ELS. É claro que, diante de tais

circunstâncias, o governo ampliou sua repressão e, inclusive,

tornou-a mais violenta.

O governo sírio de Bashar al-Assad forma com o Irã e com o

grupo radical Hezbollah, do Líbano, o chamado “arco xiita”, que

possui na forte oposição a Israel e na disputa com os sunitas pela

hegemonia no Oriente Médio seus principais objetivos. Os Estados

Unidos e a União Europeia apoiam Israel e as monarquias sunitas,

enquanto China e, principalmente, Rússia apoiam a Síria. A Rússia

tenta ampliar sua influência na região e, inclusive, possui uma base

naval na região do Mar Mediterrâneo, cultivando fortes laços com o

governo sírio.

Por sua vez, Estados Unidos, União Europeia e Liga Árabe –

cujo comando é da Arábia Saudita e do Catar – não chegaram a um

consenso em relação a realização ou não de uma intervenção militar

na Síria. Resta, por enquanto, a esses atores políticos o pedido de

renúncia de Bashar al-Assad e a decretação de sanções econômicas

à Síria.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           21 de 93 

No Conselho de Segurança da ONU, os três atores políticos

supracitados fazem forte pressão para que seja aprovada uma

resolução de condenação ao regime sírio e o embargo internacional.

Acontece que o texto foi barrado no Conselho, em razão dos vetos

da Rússia e da China. Ressalto que a Rússia é o principal

vendedor de armas para o regime de Bashar al-Assad e os

carregamentos russos continuam a chegar pelos portos sírios,

apesar das críticas internacionais. Por outro lado, os rebeldes

contam cada vez mais com o apoio da Turquia, que oferece apoio e

abrigo em seu território para o ELS e para os refugiados sírios. Se

de um lado a Rússia fornece armas para as tropas de al-Assad, de

outro a Turquia vem fornecendo cada vez maiores quantidade de

armas e munições para as tropas do ELS. Arábia Saudita e Catar

também fornecem armas para o ELS.

Essa situação tem agravado a relação da Síria com a Turquia,

acirrando os ânimos dos países vizinhos desde junho de 2012,

quando a Síria abateu um caça turco sobre o Mediterrâneo. A

Turquia ameaçou mandar forças militares para o Sul de seu

território para confrontar as tropas sírias.

De outra maneira, as potências ocidentais ainda relutam em

armar a oposição síria, isso porque ela se encontra extremamente

fragmentada e sem um comando central. A oposição síria

basicamente é formada por dois grupos que não atuam em

coordenação com o movimento armado: o Conselho Nacional Sírio e

o Conselho da Coordenação Nacional - dois grupos que divergentes

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           22 de 93 

em diversas questões políticas. Já o braço armado da oposição fica

mesmo por conta do ELS, formado por desertores do Exército e por

membros de diversas milícias, sem um comando único.

Atualmente o ELS é formado por cerca de 15 mil homens,

enquanto o Exército sírio possui aproximadamente 200 mil – o que

evidencia a superioridade bélica do regime sírio. O número de

pessoas mortas no conflito entre as forças do ditador sírio Bashar

Al-Assad e os opositores ao ditador teriam superado 60 mil ao final

de 2012, segundo levantamento realizado a pedido da Alta-

Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi

Pillay. O estudo, que tomou como base dados do governo e dos

opositores, enfatizou que, embora os rebeldes que fazem oposição a

Assad tenham controle de grandes territórios da Síria, o conflito

ainda parece estar longe de uma solução.

Um relatório da ONU classificou a guerra civil na Síria de

“violência interconfessional”, pois essa se dá basicamente entre

a minoria alauíta e a maioria sunita. Interconfessional significa

“aquilo que se dá entre duas ou mais seitas religiosas”. Trago esse

conceito para nossa aula a fim de que não sejamos pegos de

surpresa na hora prova. Esta dimensão do conflito é hoje evidente

no plano regional, com o regime xiita iraniano apoiando Damasco,

enquanto o principal poder sunita da região, a Arábia Saudita, se

coloca ao lado da oposição – conforme já conversamos.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           23 de 93 

1.3. Egito

Com a queda do presidente da Tunísia, Zine El-Abidine Ben Ali

– o que ocorreu após inflamadas manifestações populares e

protestos contra o governo ditatorial que já durava 23 anos -, os

egípcios iniciaram, em de janeiro de 2011, um forte

movimento de manifestações e protestos populares contra o

presidente ditador Mohammed Hosni Mubarak, que já estava

há 30 anos no poder do Egito.

Vários fatores contribuíram para a insurreição popular no

Egito, como o reavivamento de conflitos religiosos no país após a

morte de 21 cristãos na explosão de uma igreja na cidade de

Alexandria. Os egípcios também reivindicavam o fim da ditadura de

30 anos e desejavam a transição do governo para a democracia, ou

seja, a abertura política e a participação popular.

A sociedade egípcia estava subjugada à força política e à

repressão militar exercida pelo governo Mubarak. Somavam-se a

isso, como importantes motivos que levaram às manifestações

populares egípcias, altos índices de desemprego, o autoritarismo do

regime, os altos índices de corrupção, a violência policial, a falta de

moradia, a censura à liberdade de expressão, as precárias condições

de vida e o baixo salário mínimo.

A insurreição visava à derrubada do ditador Hosni Mubarak,

que era um aliado histórico dos Estados Unidos e de outros países

ocidentais, como a Inglaterra e a França. Mubarak havia anunciado

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           24 de 93 

que deixaria o poder somente a partir das eleições para sucessão

presidencial. Com isso, a população se rebelou e continuou o

movimento pela deposição do ditador - fato que somente veio a

acontecer em 11 de fevereiro de 2011.

Antes da renúncia de Mubarak, o então ditador pretendia

concorrer às eleições presidenciais previstas para setembro de 2011

ou colocar seu filho como sucessor. Contudo, essas manifestações

populares evitaram que os planos de Mubarak fossem colocados em

prática, já que a principal exigência dos manifestantes era a retirada

imediata de Mubarak, bem como seus possíveis sucessores, do

poder.

Ainda em janeiro de 2011, houve uma grande manifestação no

Egito, chamada de “Dia da revolta”, na qual milhares de pessoas

foram às ruas reivindicando direitos em diversas cidades do país,

como Cairo e Alexandria. Os manifestantes tiveram a preocupação

de articular e organizar as manifestações pela internet, o que aliás é

uma característica marcante da Primavera Árabe. Com isso houve

uma grande e veloz difusão das informações propagadas pelos

manifestantes. Após quatro dias de conflitos, nos quais o governo

usou de violenta repressão, os serviços de internet e celular do país

foram cortados a fim de que se evitasse a comunicação entre os

manifestantes; além disso, o governo tentava impedir a veiculação

de notícias sobre mortes de civis.

As nações ocidentais que viam no Egito um aliado na

conflituosa região tentaram intervir no conflito. Os Estados Unidos

solicitaram ao Egito uma ‘transição democrática’; da mesma forma

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           25 de 93 

Inglaterra e França queriam que o governo egípcio atendesse às

reivindicações populares.

Após duas semanas de conflito, o presidente Hosni Maburak

renunciou ao governo, deixando um saldo de mais de 42 pessoas

mortas e cerca de 3000 feridos. Os militares assumiram o poder,

anunciando a instalação de uma junta militar provisória no governo

egípcio até as eleições para presidente do país, o que deveria se dar

em setembro de 2011. Posteriormente, Mubarak foi julgado e

condenado. Acontece que no início de 2013, a justiça egípcia definiu

que o ex-presidente Hosni Mubarak deve ser julgado novamente,

em decisão que possivelmente reabrirá as feridas recentes do país e

aumenta a volatilidade social e política. O juiz Ahmed Ali Abdel

Rahman anunciou que "a corte aceitou o recurso dos réus e

determina um novo julgamento". Simpatizantes de Mubarak logo

comemoraram a decisão, mas seu desfecho é incerto até mesmo

para o ex-presidente; isso porque, com o julgamento voltando ao

início, Mubarak voltará a ser julgado por acusações mais sérias

envolvendo seu regime, além de acusações de corrupção, pelas

quais foi absolvido em junho de 2012. À época de sua condenação,

muitos críticos do regime consideraram sua pena muito branda,

fazendo com que até o novo presidente egípcio, o islâmico

Mohammed Morsi, levantasse a bandeira de um novo julgamento.

Além disso, o novo julgamento de Mubarak pode influenciar as

campanhas para as eleições parlamentares egípcias de abril de

2013. Na análise do New York Times, isso pode fortalecer

candidatos islâmicos, que tentarão capitalizar sobre a "punição

branda" dada ao ex-presidente na sentença inicial. Ao mesmo

tempo, o Egito tenta acalmar as tensões políticas para reavivar sua

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           26 de 93 

economia, mas o novo governo de Morsi também tem sido alvo de

distúrbios.

Para que vocês entendam melhor o contexto do Egito, um

problema que houve foi que transcorridos os meses de agosto a

outubro de 2011, nenhum indício de processo eleitoral estava sendo

observado. Os militares afirmavam que esperavam uma maior

estabilidade social e primavam pela segurança, atrasando cada vez

mais as eleições.

A partir daí, constantes manifestações populares se

desencadearam no Egito. Alguns analistas políticos desconstruíram

a ideia de “Primavera Árabe”, argumentando que o movimento

insurrecional tinha caráter de Golpe de Estado, realizado pelo

exército, e nenhum caráter popular.

Porém, no dia 28 de novembro do mesmo ano foi realizada a

1ª etapa das eleições parlamentares. Milhões de pessoas foram às

urnas, a grande maioria votando pela primeira vez na vida. Os

resultados finais se efetivaram somente no mês de janeiro de 2012,

depois de realizadas outras etapas do processo eleitoral. Lembro

que, durante esse processo, coube à junta militar governar o país.

O primeiro presidente eleito democraticamente na história do

Egito, Mohamed Morsi, assumiu o governo do país em 30 de junho

de 2012. Dessa maneira, ele substituiu Hosni Mubarak, deposto em

2011 – como vimos. Morsi inicialmente prometeu um "novo Egito"

e, para isso, prometeu fazer a economia do país deslanchar e

reorganizar o governo.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           27 de 93 

Morsi foi candidato pelo partido Irmandade Muçulmana. Ele

estava sendo observado de perto pelos militares que governaram o

Egito desde a queda de Mubarak. Segundo a rede de televisão

inglesa CNN, o discurso de Morsi, durante a posse, focou no

crescimento econômico e no não conflito contra as correntes

militares. Em seu discurso de posse, Morsi disse que “hoje, o povo

do Egito estabeleceu uma nova vida de completa liberdade e com

uma legítima democracia. Prometo defender o sistema republicano e

respeitar a Constituição em favor dos interesses da população”.

Contudo, a expectativa de que a eleição de Morsi daria

continuidade à Primavera Árabe e ampliaria a democracia no país

não se confirmou totalmente. A decisão do presidente do Egito,

Mohammed Morsi, em novembro de 2012, de aprovar um decreto

que ampliava seus poderes levou muitos analistas a criticarem o

mandatário egípcio e o acusarem de "matar" a revolução que estava

em curso no país. De acordo com especialistas, ao aprovar a medida

que impedia que qualquer pessoa desafiasse seus decretos, leis e

decisões, o presidente Morsi "traiu os ideais da Primavera Árabe" e

poderia se transformar em um novo ditador, como o era Mubarak.

A medida de Morsi gerou um conflito entre os poderes

Executivo e Judiciário no país. Juízes do Conselho Superior de

Magistratura do Egito acusaram o presidente de praticar um "ataque

sem precedentes" contra o Poder Judiciário. Foi quando diversas

manifestações tomaram conta das ruas das principais cidades do

país, incluindo a capital, Cairo. Em um só fim de semana após o

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           28 de 93 

decreto, confrontos entre opositores e simpatizantes de Morsi

provocaram a morte de uma pessoa e deixaram cerca de 60 feridas.

Segundo o cientista político Hassan Nihan, em entrevista ao

site Terra, em ocasião da aprovação do referido decreto, "foi difícil

para alguém imaginar o presidente Morsi fazer o que ele fez. Mas a

realidade é que agora o presidente está acima de todas as

autoridades. E todas as leis, decretos e declarações não podem ser

canceladas por qualquer corpo governamental ou político".

Porém, segundo Morsi, seus poderes presidenciais seriam

limitados a "assuntos soberanos" e de proteção das instituições

egípcias. Ele disse também que o decreto seria mantido para

"proteger a revolução", apesar de várias lideranças da oposição,

entre eles o Nobel da Paz, Mohamed El Baradei, organizações de

ativistas de direitos humanos e democracia terem protestado para

que o decreto fosse cancelado.

Para o analista egípcio Mohamed Maher, os últimos meses de

2012 foram marcados pelo nascimento de um "novo tipo regime" no

Egito, com poderes quase absolutos para o presidente Morsi. "Morsi

não completou nem cinco meses no cargo e, sem qualquer evento

provocativo, enterrou a revolução egípcia e deu um tiro certeiro no

coração da Primavera Árabe", enfatzou Maher. "A impressão que

fica é que tudo vinha sendo planejado, desde quando o presidente

dispensou o Conselho Militar que governava o país até então e, aos

poucos, manipulou os eventos para um golpe de Estado, um golpe

suave, que pegou todos de surpresa", completou o analista.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           29 de 93 

Imediatamente manifestações anti-Morsi aconteceram no

Cairo, Alexandria, Suez, Minya e outroas cidades ao longo do delta

do Nilo. Na praça Tahrir, berço da revolução e protestos contra

Mubarak, comícios contra o presidente continuaram. A Irmandade

Muçulmana, partido de Morsi, por sua vez, organizou manifestações

em apoio ao presidente.

Se Morsi não revertesse sua decisão em pouco tempo, o Egito

poderia até mesmo entrar em um período de tensões com sua

jovem democracia chegando ao fim. Analistas apontavam que se a

tensão prosseguisse por um longo período, os egípcios poderiam

testemunhar decretos do governo para intimidar e controlar a mídia,

a remoção de juízes e administradores e o controle mais intenso de

empresas estatais. Teríamos, então, um novo regime ditatorial no

Egito.

Contudo, a fim de diminuir as tensões políticas ocasionadas

pelo decreto, Morsi defendeu uma nova Constituição e esta

acabou mesmo sendo aprovada em um referendo em 25 de

dezembro de 2012. O presidente colocou que realizaria esforços

para fortalecer a economia egípcia, que enfrenta enormes desafios,

mas que também possuiria grandes oportunidades de crescimento.

Apesar da aprovação da Constituição por quase dois terços do

eleitorado, os problemas no sistema político do Egito surgidos com a

posse do presidente Mohammed Morsi continuaram. E a população

permanece receosa quanto ao futuro do país. Eleitores a favor e

contrários à nova legislação reclamam do processo de elaboração e

votação, feito às pressas e contrariando orientações do Judiciário.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           30 de 93 

Os resultados da apuração da votação no referendo, para

aprovação da nova Constituição, mostraram que 63,8% dos egípcios

aprovaram a Constituição islamita. Como consequência, haveria

uma eleição parlamentar no início de 2013 – que acabou remarcada

para outubro desse ano. A vitória dá aos islamitas sua terceira

conquista eleitoral seguida desde a derrubada do poder do ditador

Hosni Mubarak, na revolução de 2011. Eles também foram os

vencedores das eleições parlamentares e presidenciais, que levaram

Mohamed Morsi ao poder.

Para os opositores, a nova Carta abrirá caminho para que

clérigos intervenham no processo legislativo e deixará os grupos

minoritários sem adequada proteção legal. Mas Morsi, levado ao

poder graças ao apoio de seus aliados islamitas, acredita que a

adoção do texto seja peça fundamental para acabar com as

incertezas que têm destruído a economia local. Para o presidente, a

Constituição garantiria proteção suficiente para todos os grupos e a

maioria dos egípcios estaria cansada de protestos de rua, o que tem

impedido o retorno à normalidade. Entretanto, a nova Constituição

tem sido severamente criticada por ativistas de direitos humanos e

pela oposição secular do país. Segundo eles, o documento fracassou

em não garantir direitos às mulheres e possuiria potencial para

limitar a liberdade de expressão e religiosa, além de não garantir

direitos às minorias.

1.4. Líbia

A primeira eleição na Líbia, que aconteceu em julho de 2012,

após mais de quarenta anos de ditadura do Muamar Kadafi, foi

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           31 de 93 

marcada por protestos envolvendo homens armados, incêndios em

postos de votação e até o cancelamento do pleito em duas cidades

do leste do país, região que concentra grupos separatistas

interessados na independência da região. As autoridades

consideraram, apesar dos problemas, que a adesão dos eleitores foi

razoável.

A votação, que estava prevista inicialmente para 19 de junho

de 2012, foi adiada por diversas razões técnicas e logísticas,

segundo a comissão eleitoral líbia. Dos seis milhões de habitantes,

2,7 milhões estavam inscritos para votar. Muitos fizeram isso pela

primeira vez. A última ocasião em que os líbios haviam ido às urnas

em uma eleição nacional foi em 1965 – e ainda assim, partidos

políticos não eram permitidos. Lembro que Kadafi entrou no poder

em 1969.

Uma matéria publicada em O Globo em outubro de 2012,

caracterizou Kadafi como um ditador obcecado por sexo e por

abusos. Trago para vocês essa matéria que traz fortes e

interessantes relatos de libanesas. Vejam só a reportagem do

correspondente de O Globo Fernando Eichenberg:

“Numa manhã de abril de 2004, em Sirta, no litoral mediterrâneo

da Líbia, a jovem Soraya, então com 15 anos, soube em sala de aula,

por seu professor, que fora escolhida para entregar flores ao líder do

país, Muamar Kadafi, na visita do presidente à escola de sua cidade

natal. Superado o choque, mas ainda tomada pela excitação, Soraya

vestiu para a ocasião especial o traje vermelho tradicional líbio -

túnica, calça, véu e um pequeno chapéu. Ansiosa, se perguntava como

saudar o grande Guia da Revolução: beijar sua mão? O que dizer?

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           32 de 93 

Deveria recitar algo? (…) Chegado o tão esperado momento, tudo se

passou muito rápido. Kadafi recebeu o buquê de flores, examinou-a

com o olhar de alto a baixo, e passou a mão na cabeça dela. O anódino

gesto, ela foi saber mais tarde, tratava-se de um sinal ao seu

entourage. No dia seguinte, por volta das 15h, três guardas femininas

do chamado Comitê da Revolução, uma delas vestindo uniforme militar

e exibindo uma pistola na cintura, foram buscar a jovem no salão de

cabeleireiro de sua mãe. Sem saber, Soraya acabara de se tornar uma

das escravas sexuais de Muamar Kadafi, prisoneira do subsolo de Bab

al-Azizia, a sede do governo, na capital, Trípoli. Sua história é descrita

em um cru e longo depoimento a Annick Cojean, repórter especial do

jornal “Le Monde”, no recém-lançado livro “O harém de Kadafi” (que

foi lançado no Brasil pela editora Verus ). A obra traz uma detalhada

investigação sobre a utilização do sexo e do estupro como arma de

guerra pelo ditador líbio em seus anos no poder.

Em sua apuração, na qual encontrou outras vítimas sexuais e

também integrantes do regime kadafista, a autora revela como o

autoproclamado Guia da Revolução estuprava jovens virgens e depois

as mantinha por anos sob tutela; sodomizava jovens homens de sua

guarda pessoal; recrutava meninas do exterior; se empenhava em

seduzir advogadas, diplomatas, mulheres e filhas de seus ministros - e

mesmo de outros chefes de Estado africanos.

Soraya foi estuprada, desvirginada, golpeada com violência,

ameaçada, forçada a fumar haxixe ou a cheirar cocaína com Kadafi

antes de ser submetida a suas sevícias. De seu quarto só podia sair

para os aposentos do Guia, quando requisitada, ou para fazer as

refeições no refeitório do subsolo, onde estavam alojadas outras

jovens do harém presidencial. “Muamar Kadafi destruiu a minha vida”,

resume a jovem em seu relato.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           33 de 93 

Annick Cojean, que desembarcou na Líbia para inquirir sobre o

papel das mulheres líbias nas revoltas contra o governo, acabou

descobrindo os horrores da alcova de Bab al-Azizia e encontrou Soraya

pela primeira vez em outubro de 2011, dias após a execução de Kadafi

pelos rebeldes.

‘Descobri que centenas de jovens foram sequestradas por uma

hora, uma noite, uma semana ou por anos, e obrigadas, pela força ou

pela chantagem, a se sujeitar às fantasias e violências sexuais de

Kadafi. Que pais e maridos trancavam suas filhas e mulheres para

preservá-las do olhar e da cobiça do Guia. Descobri que o tirano,

nascido numa família de beduínos muito pobres, governava pelo sexo,

obcecado pela ideia de possuir um dia as mulheres e as filhas de ricos

e poderosos, de seus ministros e generais, de chefes de Estado e de

soberanos’, escreve.

As célebres ‘amazonas’ de Kadafi, acobertadas no chamado

‘serviço especial’ do governo, serviam à propaganda revolucionária,

mas eram na verdade objetos sexuais de seu líder. E a utilização do

estupro excedia os limites do bunker presidencial. Numa prisão de

Misurata, Annick entrevistou dois soldados kadafistas, de 22 e 29 anos.

‘Por vezes estuprávamos toda uma família. Meninas de oito, nove

anos, jovens de 20 anos, sua mãe, às vezes diante de seu avô. Elas

gritavam, nós batíamos forte. Mas o líder da tropa insistia: ‘Violem,

batam e filmem! Vamos enviar isto para os homens delas. Sabemos

como humilhar esses imbecis’, conta um deles.

− Vimos isso de forma semelhante no Kosovo, no Congo, mas

na Líbia era algo muito bem orquestrado. Era tudo filmado, havia

distribuição de Viagra para os soldados, com ordens vindo de cima. O

sexo era, para Kadafi, uma forma de governar o país - afirma Annick.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           34 de 93 

− Soraya, hoje aos 23 anos, é uma jovem desamparada,

aniquilada por seu passado, renegada pela família e ameaçada - tanto

por kadafistas como pelos ex-rebeldes agora no poder. A morte do

Guia foi, ao mesmo tempo, um alívio e uma frustração. Seu desejo era

o de que fosse julgado e condenado por todos os seus crimes,

incluindo os sexuais. E para isso estaria disposta a revelar sua

identidade e testemunhar diante de uma corte penal internacional. Mas

o destino decidiu de outra forma.

− Soraya foi extremamente corajosa em contar a sua

história. Pensava que, depois dela, muitas mulheres falariam também.

Mas não foi o que aconteceu. O peso do tabu em torno disso, nesta

sociedade extremamente conservadora, é enorme. Tidas como

prostitutas, são ameaçadas pelos extremistas religiosos, e também por

revolucionários zelosos, que sem piedade as condenam por terem, de

uma certa forma, pertencido à gangue de Kadafi. Também por isso

decidi fazer este livro (que será lançado na Líbia no final de outubro,

em árabe), para que essas mulheres, impedidas de falar, possam ser

vistas como devem ser: como vítimas, e não como culpadas - diz a

autora”.

A revolta que retirou Kadafi – o mais antigo ditador do

mundo árabe - do poder foi um dos momentos de maior

destaque da Primavera Árabe. Durante vários meses, as forças

de Kadafi resistiram aos avanços dos rebeldes e aos bombardeios

da OTAN. A declaração de libertação líbia só viria a ocorrer em

agosto de 2011, quando o ditador foi morto pelas forças rebeldes. O

Conselho Nacional de Transição (CNT), que liderava a oposição,

assumiu o governo em seguida, até que um novo governo fosse

eleito. Em agosto, o CNT entregou o poder à Assembleia eleita. Com

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           35 de 93 

a eleição, a Assembleia passou a ser integrada principalmente pela

Aliança das Forças Nacionais (AFN), coalizão de mais de 40

pequenos partidos liberais liderada pelos artífices da revolta contra

Kadafi, com 39 cadeiras, e pelo Partido da Justiça e Construção

(PJC), derivado dos Irmãos Muçulmanos, com 17 cadeiras.

Com 6,5 milhões de habitantes, a Líbia se divide em três

grandes regiões, controladas por clãs familiares que estabelecem

núcleos próprios de poder, assim como culturas e reivindicações

distintas. Para as autoridades líbias, um dos principais desafios é

obter o consenso unificando os desejos e as demandas desses clãs.

A Líbia é um país multicultural, criado a partir das colonizações

grega, romana e egípcia. O país mescla ainda a cultura dos povos

nômades que lá estavam quando chegaram os estrangeiros. Até os

dias atuais os resquícios dos séculos anteriores estão presentes no

cotidiano dos líbios, que oficialmente falam árabe, mas mantêm

numerosos dialetos.

A Líbia é dona da 9ª maior reserva de petróleo do mundo e da

25ª reserva de gás natural. O país também registra um Produto

Interno Bruto (PIB) de cerca de US$ 100 bilhões (dados de 2008 a

2010). Só com o Brasil há uma carteira de projetos e negócios

estimada em US$ 5,8 bilhões. Porém, em meio a dados positivos da

economia, os líbios vivem dificuldades concretas no seu dia a dia.

Dependentes de comércio exterior para alimentos e produtos

básicos de subsistência, eles sofrem também com as limitações

causadas por anos de isolamento e conflitos.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           36 de 93 

2. Palestina e Israel

O conflito entre palestinos e israelenses dura mais de seis

décadas e se agravou de tal forma que, atualmente, os dois lados

não concordam sequer em se reunir para discutir um acordo. Em

abril de 2012, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP),

Mahmoud Abbas, enviou uma carta ao primeiro-ministro israelense,

reiterando as condições para que os palestinos retomassem as

negociações sobre a paz. Entre essas condições está a interrupção

de construções nos assentamentos judaicos erguidos na Cisjordânia

e na parte oriental de Jerusalém – territórios palestinos ocupados

por Israel desde 1967. Em resposta, o primeiro-ministro israelense,

Benyamin Netanyahu, afirmou que não aceitaria nenhuma condição

prévia para negociação – prolongando os impasses. Ainda em abril

de 2012, Netanyahu autorizou, pela primeira vez em vinte

anos, o início da construção de outros assentamentos na

Cisjordânia. Mesmo o presidente norte-americano, Barack Obama,

afirmou que a construção desses assentamentos não é boa para a

paz.

O atual conflito entre palestinos e israelenses foi deflagrado

pela proposta da ONU em 1947 de criar dois Estados na região da

Palestina. A partir de então, o mapa da região foi redesenhado

várias vezes por uma sucessão de guerras. No dia seguinte à

fundação do Estado de Israel, em maio de 1948, eclodiu a primeira

guerra entre árabes e judeus. Com a vitória israelense no ano

seguinte, o território previsto pelo plano de partilha da ONU para

formar o Estado Árabe da Palestina foi retalhado: diversas áreas

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           37 de 93 

foram anexadas por Israel, a Cisjordânia foi incorporada à Jordânia

e a Faixa de Gaza ficou sob responsabilidade do Egito. A guerra

deixou um saldo de cerca de 700 mil palestinos refugiados e

representou uma grande derrota para os países árabes da região.

A crescente tensão nas fronteiras entre Israel, Síria, Egito e

Jordânia a partir dos anos 60, culminou na Guerra dos Seis Dias.

Em junho de 1967, Israel triplicou seu território em menos de uma

semana. Ocupou os territórios árabes da Palestina, além da

Península do Sinai, até então área pertencente ao Egito, e as

Colinas de Golã, fronteira com a Síria. Em 1978, os israelenses se

retiraram da Península do Sinai, mas até hoje continuam ocupando

as demais regiões anexadas em 1967.

Em 1993, o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, e o

líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat,

assinaram um acordo de paz em Oslo, segundo o qual Israel

passava a reconhecer a soberania da Autoridade Palestina sobre

alguns territórios autônomos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O

processo de paz, contudo, sofreu um forte retrocesso com o

assassinato de Rabin em 1995 e foi definitivamente abandonado em

2000, quando palestinos e israelenses retomaram os conflitos mais

hostis.

Com o estancamento do processo de paz, em 2000, num

momento em que os países estavam discutindo o futuro do Estado

Palestino, os conflitos se tornaram mais gravosos. O processo já

tratava de questões complexas como a devolução aos palestinos da

Cisjordânia, a situação de Jerusalém e a questão dos refugiados. O

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           38 de 93 

impasse nas negociações levou a um levante palestino, conhecido

com a “segunda intifada”.

O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon (2001-2006)

esfriou ainda mais as negociações de paz, consolidando o domínio

israelense sobre a Cisjordânia. Após lançar uma violenta ofensiva

militar contra os palestinos em 2002, Sharon determinou a

construção de muros de concreto e de cercas na Cisjordânia, a fim

de separar a população israelense da árabe. O muro aumentou a

segregação entre palestinos e israelenses, limitando a circulação de

pessoas e mercadorias na região. Além disso, essas construções

permitiram que Israel controlasse áreas que, conforme o acordo de

Oslo, deveriam ser entregues aos palestinos.

Em 2005, Ariel Sharon executou um plano de retirada de todos

os oito mil colonos israelenses da Faixa de Gaza, bem como as

tropas que os protegiam. O plano também previa que Israel

continuaria a controlar o espaço aéreo de Gaza, seu mar territorial e

todas as passagens de fronteira – o que acabou isolando a região. A

situação na Faixa de Gaza começou a se deteriorar depois que o

Hamas venceu as eleições legislativas palestinas, obtendo 76 das

132 cadeiras do Parlamento Palestino, em janeiro de 2006. No

entanto, as profundas divergências políticas entre o presidente

Mahmoud Abbas da Autoridade Nacional Palestina, pertencente ao

Fatah, e o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do Hamas, resultaram

em violentos confrontos entre militantes das duas facções rivais na

Faixa de Gaza, em 2006 e no início de 2007, com um grande

número de mortos e feridos.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           39 de 93 

Dois eventos na política internacional impactaram a relação

entre Palestina e Israel: a eleição do presidente norte-americano

Barack Obama e a Primavera Árabe.

Em maio de 2011, Obama fez um pronunciamento histórico no

qual defendeu um Estado palestino desmilitarizado ao lado de

Israel, com base nas fronteiras definidas em 1967. Obama ressaltou

que qualquer mudança deveria ser acordada entre os dois lados e

que poderia haver uma troca de territórios baseando-se nas

fronteiras de 1967. Contudo, o primeiro-ministro israelense logo

rejeitou a ideia do presidente norte-americano. Segundo Netanyahu,

considerar as fronteiras de 1967 é uma ideia indefensável, por

deixar fora de Israel mais de 120 assentamentos na Cisjordânia,

onde moram mais de 330 mil judeus.

Com o impasse gerado, o palestino Abbas solicitou em

setembro de 2011 a entrada da Palestina como membro

observador (sem direito a voto) da Organização das Nações

Unidas. O gesto foi condenado pelos Estados Unidos e por

Israel. Apesar disso, a ONU atendeu à solicitação palestina. A

Palestina ainda conseguiu aderir à UNESCO, que passou,

assim, a ser a primeira agência da ONU integrada pela

Palestina.

No início de 2013, milhares de palestinos participaram de uma

rara manifestação em Gaza do movimento Fatah, do presidente

palestino, Mahmoud Abbas, à medida que diminuem as tensões com

os rivais do Hamas, que governam o enclave desde 2007. "Logo nós

iremos recuperar nossa unidade", disse Abbas em um discurso

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           40 de 93 

televisionado para os milhares de manifestantes que marcharam em

Gaza. Assim, a tendência é que a cisão entre os grupos Fatah e

Hamas diminua nos próximos meses.

Um longo hiato nas negociações de paz entre o governo

palestino de Abbas e Israel aproximaram as diferenças ideológicas

entre as duas principais facções palestinas. A solidariedade

aumentou desde o ataque de Israel a Gaza em novembro de 2012,

na qual o Hamas, apesar de agredido, declarou vitória contra o

Estado judaico.

A manifestação marcou os 48 anos desde a fundação do Fatah

para comandar os palestinos na luta contra Israel. Seu antigo líder,

Yasser Arafat, assinou um acordo de paz provisório em 1993, que

ganhou para os palestinos uma determinação para se

autogovernarem. O movimento radical Hamas, que não reconhece

o direito de existência de Israel, rejeitou o acordo e venceu a

eleição parlamentar palestina de 2006. O Hamas formou uma

turbulenta coalizão com o Fatah, até sua separação violenta um ano

mais tarde. Embora afastado do Ocidente, o Hamas se sente

amparado pelos ganhos eleitorais de movimentos políticos islâmicos

no vizinho Egito e em outros países da região - confiança que pode

ser vista pelo fato de a manifestação do Fatah ter sido autorizada

pelo Hamas.

O Egito já tentava há muito tempo negociar a reconciliação

entre Hamas e Fatah, mas os esforços anteriores fracassaram por

questões de partilha de poder, controle de armas e até que ponto

Israel e outras potências aceitariam uma administração palestina

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           41 de 93 

incluindo o Hamas. Porém, os dois grupos parecem estar

caminhando gradativamente para uma unidade nacional.

No fim de 2012 e início de 2013, os conflitos entre palestinos e

israelenses se intensificaram na região da Cisjordânia. Israel chegou

a aumentar as detenções de suspeitos palestinos para tentar evitar

que estes confrontos localizados se tornem uma terceira Intifada.

Enquanto isso, Israel segue construindo novos assentamentos – o

que vem sendo condenado pela comunidade internacional.

A partir de 2013, Obama passou a demonstrar mais

claramente sua posição em relação ao conflito, inclusive visitando a

região e reunindo-se com os líderes palestino e israelense. A visita à

região é uma tentativa de fortalecimento dos laços entre Estados

Unidos e Israel, além de uma tentativa de abrandar as tensões na

região.

Acontece que tanto Abbas quanto Netanyahu impõem

condições para retomar as negociações. Abbas exige o

congelamento dos assentamentos israelenses no território palestino

e Israel quer manter a política de expansão das colônias. Para

Obama, "nem a ocupação nem a expulsão são a resposta".

Em Ramallah, ao lado do líder palestino, o americano criticou

os assentamentos judaicos e disse que as colônias representavam

um impasse na causa da paz. Mas também criticou a política de

Abbas. Segundo Obama, a expansão das ocupações não deveria

impedir as negociações. Posteriormente, em uma entrevista

coletiva, Obama disse não estar em posição de pedir o

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           42 de 93 

congelamento da expansão dos assentamentos israelenses dentro

de território palestino.

3. China

Após a enorme expansão econômica que a China obteve

nos últimos trinta anos, quando o PIB chinês cresceu em

média 10% ao ano, o ano de 2012 decepcionou e 2013

deverá repetir a decepção do ano anterior. Maior exportadora

do mundo, a economia chinesa mostrou significativa queda

nas vendas externas e redução na atividade industrial,

refletindo o momento de dificuldades econômicas da União

Europeia e dos Estados Unidos.

Nos últimos 30 anos, a economia chinesa passou de um

sistema de planejamento centralizado e, em grande parte, fechado

ao comércio internacional, para uma economia mais orientada ao

mercado, com um setor privado em acelerado crescimento. A renda

per capita da China tem crescido cerca de 8% ao ano em média nos

últimos 30 anos. Porém, este rápido crescimento econômico trouxe

grandes desigualdades na distribuição de renda. A renda per capita

do país está classificada como mediana a baixa, se comparada com

os padrões mundiais.

Apesar da diminuição no ritmo de crescimento chinês, essa

situação não chega a ameaçar contundentemente o país. O maior

problema, na verdade, está relacionado com o tamanho alcançado

pela economia do país e a sua integração às demais economias do

planeta. Atualmente, os chineses correspondem a aproximadamente

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           43 de 93 

10% do PIB mundial e a diminuição do crescimento de sua

economia importa o desaquecimento do mercado mundial. Em

2011, a China ultrapassou o Japão e se tornou a segunda maior

economia do mundo. Assim, como segunda maior economia do

mundo, a desaceleração de sua economia consequentemente

enfraquece a economia dos demais países.

Nos últimos 30 anos, a China deixou de ser um país periférico

para se tornar protagonista na economia mundial. Ao se tornar

protagonista durante o século XXI, a China retomou um papel que

já fora seu, em uma longa história, iniciada há quase quatro mil

anos. O contato com o Ocidente começou com o fim da Idade

Média. A partir dos anos XIX, os europeus, buscando ampliar seus

mercados, aumentaram seu contato com os chineses – que

tentavam resistir por meio de um forte e centralizador governo.

Essa situação gerou duas guerras entre chineses e europeus: a

Guerra do Ópio (1839-1842) e Guerra dos Boxers (1898-1900).

Nesses dois eventos, os chineses acabaram derrotados e essa

situação levou à necessidade de fazer concessões econômicas aos

europeus.

Assim, o fracassado contato com o Ocidente levou à queda da

dinastia Qing, em 1912, e à divisão da república em dois grupos

principais: o Partido Nacionalista e o Partido Comunista Chinês.

Esses partidos tinham uma posição comum no que se refere à

situação de dominação externa, mas eram conflitantes sobre os

assuntos internos.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           44 de 93 

Mesmo com o enfraquecimento dos países imperialistas ao fim

da Primeira Guerra Mundial, a China não resistiria aos interesses

econômicos estrangeiros, principalmente dos japoneses e britânicos.

Com isso, os membros do Partido Nacionalista (Kuomintang)

enfrentaram o descontentamento dos militares e do Partido

Comunista Chinês, que fora criado com nítida influência da

Revolução Russa.

Em 1925, o governo chinês foi assumido por Chiang Kai-shek,

iniciando um intenso movimento contra os líderes comunistas.

Nesse momento, os comunistas foram obrigados a recuar

politicamente e, a partir daí, estabeleceram um projeto

revolucionário que pudesse transformar a China. Em 1934, sob a

liderança de Mao Tsé-tung, os camponeses foram mobilizados para

realizarem a chamada “Longa Marcha”, que pretendia impor a

distribuição de terras e a luta às forças imperialistas.

Após a Segunda Guerra Mundial e a derrota dos japoneses, o

governo de Chiang Kai-shek tentou novamente realizar uma

perseguição aos comunistas. Entretanto, por ter sido considerado

aliado do imperialismo estrangeiro, o governo chinês foi sendo

gradativamente derrotado pelos exércitos do Partido Comunista

Chinês. Invadindo a cidade de Pequim em janeiro de 1949, o

exército revolucionário impôs a criação da República Popular da

China.

Sob a liderança de Mao Tsé-tung, os chineses reorganizaram o

país sob a orientação das ideias comunistas. O novo governo traçou

um plano econômico cuja pretensão era impulsionar a agricultura e

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           45 de 93 

a indústria. Ao mesmo tempo as tropas comunistas impuseram uma

violenta perseguição contra todos aqueles que não aderiram às

políticas revolucionárias. No plano político internacional, os chineses

optaram pela formação de um Estado socialista independente da

orientação soviética.

Com a morte de Mao, em 1976, o caminho para o processo de

abertura econômica do país, estava aberto. Foi então que o governo

chinês criou as chamadas Zonas Econômicas Especiais, que

permitiram a entrada de empresas multinacionais e a produção de

produtos direcionados ao mercado externo. As empresas

internacionais eram atraídas por incentivos fiscais e por uma mão

de obra extremamente abundante, disciplinada e barata.

Tal modelo de desenvolvimento é conhecido como socialismo

de mercado, pois combina características do comunismo, como o

controle de setores considerados estratégicos pelo governo, com

características do capitalismo, como a abertura às empresas

estrangeiras e a possibilidade de propriedade privada em alguns

casos.

Com a entrada do país na economia de mercado e o

vertiginoso aumento nas exportações, o país viu sua economia ser

fortemente impulsionada, levando ao mundo inteiro os produtos

“made in China”. Assim, a China acumulou consideráveis reservas

financeiras, que em 2012 chegaram ao patamar de 3 trilhões de

dólares. Essa situação possibilitou que a China mantivesse sua

moeda desvalorizada em relação ao dólar, fazendo com que os

produtos chineses permanecessem muito baratos para exportação e

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           46 de 93 

tornassem o país extremamente competitivo frente aos demais

países.

4. Coreia do Norte

Um território divido entre extremos. Ao norte da península, a

Coreia do Norte: o país mais fechado do mundo. Ao sul, a Coreia do

Sul: uma aliada dos Estados Unidos, o país símbolo do liberalismo.

Enquanto a Coreia do Sul aplica sanções contra a vizinha, esta

insiste em investir em seu programa nuclear e sobrevive ao total

isolamento econômico e cultural às custas da miséria de sua

população.

O país ficou sob a influência da União Soviética após a II

Guerra. A divisão oficial do território veio em 1948: o norte como

comunista e o sul, capitalista. Em 1950, o norte invadiu o sul, sob o

argumento de ter a fronteira violada. Queria unificar os dois países

sob o regime comunista, ofensiva contida pelas intervenções

militares americanas. Em 1953, um acordo estabelecia uma zona

desmilitarizada entre as Coreias. A então União Soviética continuou

ajudando a Coreia do Norte em seu programa nuclear. Na década de

1980, o país assinou tratado de não proliferação nuclear, mas não o

cumpriu. Em 2009, deixou o mundo em atenção, após vários testes

com mísseis nucleares.

Como disse, a Coreio do Norte é considerado o país mais

fechado do mundo, conforme apontam comumente especialistas. O

governo ditatorial divide a população em três: entre 20% e 30%

são leais; aproximadamente 60% são considerados neutros, e entre

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           47 de 93 

10% e 20% são tidos como reacionários ou hostis. As autoridades

se utilizam desta classificação para decidir quem pode cursar a

universidade ou quanto alimento irá receber, por exemplo. Os

norte-coreanos não podem ler jornais, revistas, ou livros

estrangeiros, e jornalistas apenas podem entrar no país com a

autorização do governo, uma tarefa praticamente impossível. O

inviável sistema comunista do país matou de fome cerca de 3

milhões de pessoas no fim dos anos 1990, já na gestão de Kim II-

sung.

Responsável pelos dois testes nucleares neste século,

ameaçou “varrer” os Estados Unidos e a Coreia do Sul, sob a

justificativa de que poderia ser atacada por eles. Em 2002

confessou que mantinha seu projeto nuclear. Os Estados Unidos

suspenderam a ajuda e mesmo assim mantém testes com artefatos

nucleares com frequência. O país quase não mantém relações

exteriores, apesar de receber ajuda financeira e humanitária. No

último mês, a ONU exigiu que Pyongyang prossiga com as

negociações diplomáticas com a Coreia do Sul, Japão, EUA, Rússia e

China. A China, aliada da Coreia do Norte, condenou formalmente o

país pela realização de testes nucleares, mas não deve aceitar

medidas mais duras contra o vizinho, mesma posição que deve

adotar a Rússia.

No fim de 2011, a Coreia do Norte proclamou Kim Jong-un,

filho do dirigente Kim Jong-il, seu novo líder supremo. O filho de

Kim Jong-il se torna o terceiro governante da única dinastia

comunista da história. A partir de agora, ele será o novo chefe de

Estado, mas também do exército e do partido único.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           48 de 93 

Dos 24 milhões de habitantes da Coreia do Norte, 1,2 milhões

são militares. As forças armadas têm um papel central nesse país. A

questão agora é saber como Kim Jong-un, que tem cerca de 30

anos, vai dar continuidade ao legado de seu avô, que criou a Coreia

do Norte comunista em 1948, e de seu pai, que dirigiu o país com

mão de ferro por 17 anos. Apesar de sua pouca idade e da ausência

de experiência política, Kim Jong-un é chamado de “grande

sucessor” e “grande camarada” pelas autoridades de Pyongyang.

As duas Coreias estão, tecnicamente, em estado de

guerra desde a metade do século passado. Contudo, a tensão

entre esses países e entre a Coreia do Norte e os Estados

Unidos se agravou em 2013 – após uma nova série de

sanções da ONU em resposta a testes nucleares realizados

por Pyongyang em fevereiro desse ano. Segundo um

comunicado divulgado pela agência de notícias oficial da Coreia do

Norte, a KCNA, em abril desse ano, o exército norte-coreano

“informou formalmente Washington” que “as ameaças imprudentes”

dos americanos seriam “esmagadas por armas nucleares com

tecnologia de ponta, menores, mais leves e diversificadas”. “A

operação impiedosa das nossas Forças Armadas revolucionárias com

este objetivo [atacar os EUA] foi finalmente aprovada”, lê-se no

comunicado, que adverte ainda os EUA a “ponderar melhor a grave

situação”. O comunicado acrescenta que “o momento da explosão

está próximo”, avisando que a guerra na península coreana pode

começar “hoje ou amanhã” [3 ou 4 de abril]. A Coreia do Norte teria

deslocado um míssil de médio alcance, capaz de atingir alvos na

Coreia do Sul e no Japão, para a sua costa leste, informou a agência

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           49 de 93 

noticiosa sul-coreana Yonhap. O movimento foi detectado tanto

pelos serviços de inteligência sul-coreanos como pelos americanos.

Pessoal, em relação a esse tópico importantíssimo, eu

irei esperar as próximas cenas. Há uma grande possibilidade

de que ocorra um conflito. Dessa maneira, durante as

próximas aulas irei atualizando vocês sobre essa questão.

5. Crise no Mali

O Mali está enfrentando uma crise política sem

precedentes, a mais grave desde que o país do oeste da

África conseguiu a independência da França, em 1960. A

República do Mali vive uma crise interna desde março de

2012, quando militantes islâmicos tomaram conta do norte

do país e o dividiram em dois.

O conflito no Mali levanta uma série de riscos elevados para

todo o continente, de uma violenta reação dos islamitas a um

potencial desastre humanitário. Os países do oeste africano

enfrentam a dura realidade de que uma falta de resposta poderia

conduzir a uma expansão da presença dos extremistas e de grupos

criminosos capazes de criar maior caos, mas o uso da força militar

também envolve riscos complexos.

Alguns países que participam da força de cerca de 3.000

africanos prevista para ajudar o Mali a recuperar o controle no

norte, tomado pelos islamitas, podem sofrer represálias de

extremistas similares em seu próprio território, afirmaram alguns

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           50 de 93 

analistas. Ao mesmo tempo, não está garantido que a operação

militar no vasto deserto no norte do Mali tenha êxito. Ela também

pode provocar uma avalanche de mais refugiados em direção aos

países vizinhos, que já lutam para atender às necessidades de sua

própria população.

O avanço dos rebeldes tuaregues sobre o norte do Mali

ocorreu depois que dissidentes do Exército derrubaram o governo

do país. O Exército tomou o poder acusando o governo eleito de não

ser severo o bastante com os rebeldes. Mas, enquanto os militares

cuidavam de outros problemas, os rebeldes avançaram

rapidamente. O Mali é um dos países mais pobres do mundo e os

países vizinhos ainda ameaçaram impor um bloqueio econômico ao

país depois do golpe do mês passado.

Amadou Toumani Touré é visto por muitos como o homem que

resgatou o Mali da ditadura militar e estabeleceu a democracia no

país. Ele foi deposto da Presidência em março de 2012, quando

ocorreu o golpe militar. O golpe militar de março de 2012 parece ter

surgido de um motim no acampamento militar de Kati, a cerca de

dez quilômetros do Palácio Presidencial em Bamako. O golpe foi

liderado por um oficial de média patente do Exército, capitão

Amadou Sanogo, um dos poucos que não fugiu do acampamento de

Kati quando o motim começou. Sanogo, que tem mais de 35 anos, é

de Segou, a segunda maior cidade do Mali, a cerca de 240

quilômetros ao norte de Bamako, é descrito como um homem

carismático, porém de atitudes bastante bruscas.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           51 de 93 

O Movimento Nacional para LIbertação da Azawad (MNLA) e o

grupo Ansar Dine Islâmico são os dois maiores grupos tuaregues

envolvidos na ocupação do norte do Mali. Apesar de ter objetivos

diferentes, o MNLA e o Ansar Dine se unem de vez em quando e isto

aconteceu na captura da cidade de Timbuktu, na região norte. Mas

segundo especialistas, existem fortes tensões entre os grupos.

Entre os membros do MNLA estão tuaregues malineses que,

durante a rebelião na Líbia, lutaram junto com as forças de Muamar

Khadafi, quando ele tentava se manter no poder. Depois da queda e

morte de Khadafi, estes tuaregues voltaram para o Mali, bem

treinados e carregando armamentos pesados. O outro grande grupo

tuaregue, o Ansar Dine Islâmico, é liderado pelo ex-líder tuaregue

Iyad Ag Ghali. O grupo tem ligações com o braço da Al-Qaeda no

norte da África, conhecido como a Al-Qaeda do Maghreb Islâmico. O

Ansar Dine afirma que não luta pela independência, pois quer que a

região norte do país continue sendo parte do Mali, mas também

quer introduzir a Sharia (lei islâmica) em todo o país, que é, em sua

maioria, muçulmano.

No início de 2013, esse grupos islamitas levaram a

França a entrar no conflito depois que eles avançaram de seu

reduto, no norte do Mali, para regiões até então controladas

pelo governo. A França e seus aliados planejavam dedicar os

primeiros meses de 2013 à reconstrução do Exército do Mali,

decomposto pelo golpe, pois se acreditava que não haveria

nenhuma ofensiva islamita antes de setembro. Entretanto, a

França fez uma repentina intervenção no dia 11 de janeiro de

2013, com a mobilização de soldados em Bamako, e fortes

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           52 de 93 

bombardeios nos dias seguintes em uma vasta área desértica

dominada pela aliança islâmica.

O presidente da França, François Hollande, disse que o

objetivo do seu governo é apenas dar apoio a uma missão militar do

bloco regional Ecowas para recuperar o norte do Mali, conforme

prevê uma resolução de dezembro do Conselho de Segurança da

ONU. O bloco regional autorizou a mobilização de tropas. Além da

França, Reino Unido e Canadá também se envolveram nos

combates, enviando aviões cargueiros para o governo do Mali.

Apesar do agravamento das tensões, autoridades têm afirmado que

conseguiram reconquistar o norte do país.

O governo francês está determinado a acabar com o domínio

islâmico no norte da sua ex-colônia, devido aos temores de que

essa região se torne uma base de lançamento para ataques contra o

Ocidente e para uma coordenação com a Al-Qaeda em Iêmen,

Somália e norte da África. A França pede um envolvimento mais

rápido das forças da Comunidade Econômica dos Países do Oeste da

África (Cedeao, siglas em francês). Paris chegou a propor para a

ONU e para Bamaco manter "permanentemente" no Mali "uma força

de apoio" de mil soldados franceses encarregados da luta contra

grupos armados islâmicos. A França começará no final de abril a

retirada precoce de seus 4.000 soldados enviados ao Mali desde

janeiro, e uma operação de manutenção da paz da ONU paz com

11.OOO soldados deverá assumir em julho a responsabilidade da

missão.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           53 de 93 

6. Violência contra a mulher: estupros na Índia.

Falemos de um assunto bastante pesado, mas que, por seu

aumento de visibilidade, poderá cair na prova. Como em diversos

países, na Índia, o silêncio, na maior parte das vezes, segue

juntamente com o estupro, principalmente nas aldeias, onde uma

vítima de estupro costuma ser considerada uma vergonha, ou seja,

uma mulher imprópria para o casamento. Mas as queixas contra

uma série de estupros recentes quebraram o silêncio, chamando a

atenção do país para o número crescente de agressões sexuais na

Índia, e ao mesmo tempo expondo a estrutura de poder

conservadora dominada por homens, na qual as vítimas de estupro

são frequentemente tratadas com desprezo e indiferença.

Num país em rápida mudança, os casos de estupro

aumentaram a uma taxa alarmante, cerca de 25% em seis anos. Na

verdade, esse aumento reflete o crescimento das denúncias por

parte das vítimas. Mas a dinâmica de gênero em processo de

mudança na Índia também é um fator importante, pois mais

mulheres estão frequentando a escola, entrando na força de

trabalho ou escolhendo com quem vão se casar – tendências que

alguns homens indianos consideram uma ameaça.

A imprensa indiana publica regularmente relatos horríveis de

estupros em grupo, ataques que antes eram raramente vistos. Em

alguns casos, gangues chegaram a encontrar um jovem casal,

agredir o homem e depois estuprar a mulher. Analistas também

apontam para as tendências demográficas: a Índia tem um excesso

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           54 de 93 

de homens jovens, muitos desempregados, abusando de álcool ou

drogas e irritados com a nova visibilidade da mulher na sociedade.

As mulheres mais vulneráveis são as dalits pobres, da camada

mais baixa da estrutura social. Dos 19 casos recentes de estupros

em Haryana, estado da Índia, pelo menos seis vítimas eram dalits.

Uma adolescente dalit em Haryana cometeu suicídio, atendo fogo ao

próprio corpo, depois de ter sido estuprada por um grupo. Outra

menina dalit, 15, deficiente mental, foi estuprada em Rohtak, de

acordo com relatos da mídia indiana, mesmo bairro onde uma

menina de 13 anos foi supostamente estuprada por um vizinho.

Haryana é um dos locais no qual o patriarcado feudal é mais

intenso na Índia. A preferência social por filhos homens tem

contribuído para o problema de alguns casais abortarem fetos do

sexo feminino, deixando Haryana com a proporção de gênero mais

desequilibrada na Índia, 861 mulheres para cada mil homens.

Politicamente, a casta superior Jat controla em grande parte de uma

rede estadual de conselhos de homens, não eleitos, conhecidas

como “khap panchayats”, que dominam muitas regiões rurais do

Estado.

Os líderes eleitos relutam em confrontar os khaps, dada a

capacidade destes em convencer os eleitores, e, muitas vezes,

endossam sua agenda social conservadora - na qual as mulheres

devem ser subservientes aos homens. Os khaps têm tentado proibir

as mulheres de usar calças jeans ou telefones celulares. Um

membro do khap, Jitender Chhatar, culpou a comida fast food pelo

aumento dos casos de estupro, argumentando que ela causa

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           55 de 93 

desequilíbrios hormonais e desejos sexuais nas mulheres jovens.

Singh, que sugeriu reduzir a idade legal para o casamento legal,

pois assim, segundo ele, elas teriam maridos para satisfazê-las mais

cedo, também é um líder khap.

Os sobrecarregados tribunais indianos podem levar até dez

anos para julgar casos de estupro, segundo advogados e policiais.

Apenas 26% dos processos por estupro concluídos em 2011

resultaram em condenações, segundo o Departamento Nacional de

Registros Criminais. Alguns advogados dizem que não é incomum

que a polícia pressione vítimas e suas famílias a aceitarem acordos

extrajudiciais. Outros relatos dão conta de que os policias demoram

a atender ou simplesmente ignoram denúncias de estupro.

No entanto, a revolta da população está claramente

aumentando. Protestos já foram realizados em diversos locais do

país, incluindo um este mês na cidade de Meham, onde cerca de

100 homens e mulheres fizeram piquetes na sede da polícia do

distrito por conta do estupro de uma menina de 17 anos de idade.

Eles mostravam cartazes dizendo "Prisão aos estupradores!" e

"Justiça para as Mulheres".

A morte de uma outra jovem após ser violentada em um

ônibus indignou a Índia, onde muitos se perguntam se o crime

poderia levar realmente a uma mudança positiva em uma sociedade

em que a mulher é muito vulnerável. O gigante asiático, membro do

Brics, já pôde se orgulhar de ter sido uma das primeiras nações a

ter uma primeira-ministra (Indira Gandhi), e de que hoje, por

exemplo, sua capital e duas de suas regiões mais importantes -

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           56 de 93 

Bengala e Tamil Nadu - sejam governadas por mulheres. Também

são as mulheres que governam a principal força da coalizão

governamental e a Câmara dos Deputados, e muitos altos cargos

em áreas como a acadêmica, as artes e a Justiça são ocupados por

mulheres, que disputam palmo a palmo com os homens. O país

tem, no entanto, muito a lamentar em assuntos como as mil mortes

anuais em crimes de honra, o ostracismo das viúvas, os frequentes

abortos de meninas e a baixa integração da mulher no mundo do

trabalho por causa de seu obrigatório papel familiar, que

demonstram a estrutura patriarcal, conservadora e machista em

que está inserida parte considerável da população indiana.

Questões comentadas

1) (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) O

conflito na Síria inaugurou o processo histórico conhecido

como Primavera Árabe.

Na verdade, a Primavera Árabe iniciou-se na Tunísia, quando

um jovem desempregado ateou fogo ao seu próprio corpo, dando

início a uma onda de protestos. Questão errada.

2) (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) Kofi

Annan, ex-secretário geral da ONU, é o atual mediador da

Liga Árabe e também da ONU para os conflitos na Síria, entre

o regime do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes que

querem destituí-lo do poder.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           57 de 93 

Essa questão é bastante difícil pela especificidade e difícil de

um professor prever que tal abordagem cairia. De qualquer forma, a

questão está errada; pois, quando a questão caiu Kofi Annan já

havia deixado a mediação da Liga Árabe. Ele deixou a mediação em

agosto de 2012. Annan, que ocupava o cargo especial desde 23 de

fevereiro, havia proposto um cessar-fogo entre o regime do

presidente Bashar al Assad e rebeldes que tentam derrubar o

governo, mas os atos de violência, de lado a lado, continuaram

apesar de seus esforços. Annan afirmou que apresentou sua

renúncia porque não recebeu todo o apoio que a causa merecia.

Questão errada.

3) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos básicos para o cargo 11) Na Tunísia, país

onde se iniciaram as revoltas, o partido islâmico foi o

vencedor das primeiras eleições realizadas no país,

alcançando a maioria absoluta dos votos, controlando, assim,

sozinho, o parlamento e o governo nacional.

Pessoal, mesmo que vocês não soubessem exatamente a

resposta, me respondam uma coisa: vocês acham que um partido

ganharia sozinho o controle do parlamento? Não, em regra não

ocorre isso. Essa já seria uma tendência na resposta de vocês. Mas

sejamos mais precisos.

O partido islâmico moderado Ennahda venceu as primeiras

eleições democráticas da Tunísia após os protestos da Primavera

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           58 de 93 

Árabe. Os resultados finais da eleição confirmaram que o partido

conseguiu mais de 41% dos votos (não é maioria absoluta,

portanto) e assegurou pelo menos 90 cadeiras no parlamento, que

tem 217 membros (não estando sozinho).

Questão errada.

4) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos básicos para o cargo 11) A queda da ditadura

de Hosni Mubarak no Egito não significou o fim de conflitos

entre muçulmanos e cristãos coptas, minoria religiosa que

sofre frequentes ataques.

O fim dos governos na região árabe não tem colocado, de

maneira geral, fim aos conflitos. No Egito, os cristãos coptas (copta

significa egípcio) vem realmente sofrendo com os ataques de

radicais muçulmanos. Esses ataques fazem parte de um contexto

mais amplo de perseguição milenar sofrida por essa minoria na

região. Embora, em um momento de protestos contra Mubarak,

tenha havido uma trégua e mesmo uma certa união entre esses dois

grupos, após a queda do ditador os conflitos se intensificaram.

Questão correta.

5) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos básicos para o cargo 11) Há fortes indícios de

que o antigo líder líbio, Muhammar Kadhafi, tenha sido

executado sumariamente pelos rebeldes pouco após a sua

captura.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           59 de 93 

Vejam a notícia do site Brasil de Fato no fim de 2011: “O

Conselho Nacional de Transição (CNT) informou que Muamar Kadafi,

ao ser capturado, foi assassinado durante a tomada de sua cidade

natal, Sirte, no norte da Líbia. Os oposicionistas iniciaram uma

ofensiva contra a cidade na manhã desta quinta-feira. Sirte era o

último foco de resistência das forças aliadas a Kadafi. As primeiras

informações davam conta que de que o presidente deposto havia

sido baleado nas pernas enquanto tentava fugir. Mas depois houve a

confirmação de sua morte”.

Questão correta.

6) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos básicos para o cargo 11) No Egito, o antigo

presidente Hosni Mubarak, após deixar o poder, foi levado a

julgamento, sob a acusação de ser responsável pela morte de

ativistas que protestaram contra seu regime.

  Mubarak foi levado ao julgamento assim que deixou o poder.

Ele foi acusado de corrupção e conspiração para assassinar

manifestantes antes e durante a revolução que culminou com o fim

do seu regime de 30 anos em fevereiro deste ano. Além de

Mubarak, o ex-ministro do Interior Habib el-Adly e outros seis

oficiais da polícia também serão acusados de assassinato e tentativa

de assassinato relacionados aos 850 manifestantes mortos durante

a onda de protestos contra o regime, segundo informou a

promotoria. Ao fim do julgamento, o Tribunal Penal do Cairo

considerou o ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, culpado de

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           60 de 93 

implicação no massacre de manifestantes durante a revolta de

janeiro de 2011, que terminou na sua renúncia, e o condenou à

prisão perpétua.

Questão certa.

7) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área

Administrativa) O governo de Bashar Assad, como o de seu

pai, legitimava-se politicamente em uma ideologia de

nacionalismo pan-árabe e de oposição a Israel.

Apesar do verbo no passado transmitir a sensação de que o

governo de Bashar Assad não se legitima mais por essas razões, a

questão foi dada como correta. De fato, os Assad se identificam com

o pan-arabismo e com a ferrenha oposição a Israel e às potências

ocidentais. Questão certa.

8) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área

Administrativa) Um dos aliados do governo sírio é a Rússia,

grande fornecedora de armas para esse governo.

Exatamente. Vimos que a Rússia é a principal fornecedora de

armas à Síria. Questão certa.

9) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Operação de

Computador) Ao contrário de outros países da região, a Síria

é uma ditadura militar cujo governante-mor, Bashar Assad,

foi o responsável pela introdução da sharia, a lei islâmica,

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           61 de 93 

razão pela qual foi instaurada a revolta das minorias

religiosas do país.

Lembram que eu disse que o governo Sírio tem se utilizado do

laicismo? Então, ele o faz para evitar um conflito entre os diversos

grupos religiosos. Na verdade, é a oposição islamita que pretende

implantar a Sharia na Síria. Outro fato, nesse contexto, é o

crescente deslocamento de membro da Al Qaeda para esse país a

fim de implementarem a Sharia.

Observação: a Sharia é uma espécie de sistema legal, na qual

os mandamentos islâmicos se sobrepõem ao direito, não havendo

separação entre as leis de Deus e as leis dos homens.

Questão errada.

10) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Operação

de Computador) A crise política da Síria é movida

basicamente por questões religiosas, muito em virtude de a

Síria ser o único país árabe cuja maioria da população é

cristã.

Na verdade, os cristãos são uma minoria na Síria – país

predominantemente islâmico. Questão errada.

11) (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária

- Conhecimentos Básicos) Devido à participação da China na

economia mundial e ao fato de esse país ser o principal

parceiro comercial do Brasil na atualidade, uma redução do

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           62 de 93 

crescimento chinês tende a significar menor potencial de

expansão da economia brasileira.

Exatamente. Com uma economia mundial extremamente

integrada, a queda no crescimento de uma potência diminui

significamente a possibilidade de expansão dos países parceiros.

Não se esqueçam de que a China é hoje a principal parceira

comercial do Brasil. Questão certa.

12) (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária

- Conhecimentos Básicos)

A reação do mercado financeiro mundial ao anúncio

chinês, mencionada no texto, evidencia uma das principais

características da economia globalizada dos dias de hoje, a

interdependência e conexão imediata entre os fatos

econômico-financeiros e os diversos agentes que atuam

nesse âmbito, mundialmente.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           63 de 93 

Certamente, não é?! A interdependência e a citada conexão

são características da globalização. Questão certa.

13) (CEFET-BA - 2010 - EBAL - Bibliotecário Documentalista)

O nome BRIC foi criado pelo economista americano Jim

O’Neill, do grupo Goldman Sachs, para designar

a) os países mais ricos do mundo e a Federação Russa,

embora esta tenha perdido relevância no momento atual.

b) os quatro principais países emergentes do mundo, cuja

estimativa é que se tornem a maior força econômica do

planeta.

c) os países membros da OMC que fizeram parte ativamente

as decisões da Rodada de Doha.

d) as nações que formam o G-4 cujas alianças são sempre

focadas em interesses comuns.

e) os países membros do G-20 que, juntos, respondem por

cerca de 90% do PIB mundial.

Questão para revisar a aula anterior. Como vimos, o BRIC é

usado para designar as 4 principais forças emergentes do planeta.

Letra “b”, portanto.

14) (CESPE - 2012 - TJ-AL - Auxiliar Judiciário -

Conhecimentos Básicos) A Primavera Árabe caracterizou-se

por uma série de manifestações e revoltas populares contra

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           64 de 93 

os regimes políticos ditatoriais de países do norte da África e

do Oriente Médio. Acerca desse processo político e de suas

consequências, assinale a opção correta.

a) Na Tunísia, os protestos se transformaram em uma guerra

civil não declarada que já causou a morte de milhares de

pessoas.

b) Em Israel, a maioria da população árabe busca, por meio

de uma nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de

direitos.

c) Na Líbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou

com a destituição do general Muammar Kaddafi do poder e a

divisão do território do país entre os diversos grupos

rebeldes.

d) Na Síria, as manifestações populares resultaram na

convocação de eleições livres e democráticas no 1.º semestre

de 2012.

e) No Egito, as eleições populares foram vencidas pelo

candidato da Irmandade Muçulmana, uma organização

política de inspiração religiosa.

Pessoal, conforme conversamos, houve eleições, no Egito, que

foram vencidas por Morsi, candidato da Irmandade Muçulmana.

Essa assertiva está realmente certa. Sobre a letra “c”, houve, na

Líbia, uma guerra civil, que inclusive levou a mais de 50 mil mortos

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           65 de 93 

e o território foi realmente dividido entre grupos rebeldes. Qual é o

erro então? O erro está em dizer que a guerra civil se encerrou com

a deposição de Kadafi, pois, na verdade, a guerra continua entre os

diversos grupos rebeldes que disputam o poder. Resposta: letra “e”.

15) (CESPE - 2011 - CBM-DF - Todos os Cargos -

Conhecimentos Básicos - adaptada) O governo chinês vem

ampliando o processo de distensão política iniciado após a

morte de Mao Zedong, algo que já se manifesta com a

redução dos espaços de atuação do partido comunista

chinês.

Pessoal, na verdade não há um processo de “distensão”

política na China, nem mesmo redução dos espaços de atuação do

partido comunista. Questão errada.

16) (CESPE - 2011 - CBM-DF - Todos os Cargos -

Conhecimentos Básicos) Ao longo das duas últimas décadas,

a China tem apresentado expressivos índices de crescimento

econômico, a ponto de constituir, na atualidade, a segunda

maior economia mundial, conquistando a posição até então

ocupada por outra potência asiática, o Japão.

Exatamente. A economia chinesa atualmente só não é maior

do que a dos Estados Unidos. Questão certa.

17) (CESPE - 2011 - CBM-DF - Todos os Cargos -

Conhecimentos Básicos) O atual modelo de desenvolvimento

chinês, que pressupõe determinado grau de abertura à

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           66 de 93 

participação, na economia, de capitais privados, nacionais e

internacionais, alavanca a inserção do país na ordem

econômica global.

Conforme vimos, a China concilia características do socialismo

e do capitalismo. Entre as características capitalistas estão a

abertura do mercado – o que insere o país na ordem econômica

global. Questão certa.

18) (CESPE - 2011 - AL-ES - Cargos de Nível Médio -

conhecimentos básicos) Presente nos meios de comunicação

mundiais, desde janeiro de 2011, a expressão Primavera

Árabe, que ganhou notoriedade e passou a fazer parte do

vocabulário geopolítico contemporâneo, identifica

a) a vitória dos árabes na guerra contra a existência do

Estado de Israel.

b) o esforço da juventude iraniana para derrubar o regime

dos aiatolás.

c) o movimento contestatório a regimes autoritários em

países árabes.

d) o apoio dos fundamentalistas à expansão violenta do

islamismo.

e) o esforço árabe coletivo para tornar laicos os governos de

seus países.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           67 de 93 

Como vimos, pessoal, a Primavera Árabe se trata de um

processo em curso no qual as populações de diversos países árabe

contestam os governos autoritários. Letra “c” é a resposta.

19) (CESPE - 2011 - AL-ES - Cargos de Nível Médio -

conhecimentos básicos) Sabe-se que, de todos os países

considerados emergentes no cenário econômico mundial

contemporâneo, um deles apresenta excepcionais taxas

anuais de crescimento e mercado consumidor em expansão,

até mesmo por tratar-se da maior população do planeta.

Assinale a opção que identifica esse país.

a) Indonésia

b) Brasil

c) Japão

d) Noruega

e) China

Vocês já estão cansado de saber que a China possui a maior

população do planeta – só isso já seria suficiente para acertar a

questão. Além disso, o país que realmente apresenta taxas

excepcionais de crescimento econômico é realmente a China. Não

nos esqueçamos de que houve uma queda no crescimento chinês,

em razão da crise mundial. Letra “e”.

20) (CESPE - 2011 - AL-ES - Cargos de Nível Médio -

conhecimentos básicos - adaptada) O Oriente Médio continua

sendo uma das mais tensas regiões do mundo. Uma questão

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           68 de 93 

que se arrasta no tempo e que foi levada formalmente à

Organização das Nações Unidas (ONU), é a que se refere à

efetiva criação — e ao pleno reconhecimento como tal pela

ONU — do Estado do(a)

a) Iraque.

b) Irã.

c) Palestina.

d) Líbano.

e) Jordânia.

Nós vimos que a ONU passou a considerar a Palestina um

membro observador, sem direito a voto. Apesar disso, a Palestina

ainda não é considerada plenamente como um Estado. Letra “c”.

21) (FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário)  

a) no Irã.

b) na Líbia.

c) no Afeganistão.

d) na Tunísia.

e) no Líbano.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           69 de 93 

Pessoal, essa questão como a maior parte das questão da FCC

já está desatualizada. A FCC concentra muito suas questões em

fatos, em vez de processos. Quando da época desse texto, a

preocupação do governo Barack Obama era com a Líbia. Acontece

que uma questão parecida com essa poderia cair esse ano, e a

resposta possivelmente seria Síria – pois os contextos já se

alteraram. Resposta: letra “b”.

22) (FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 03) 

O texto acima destaca uma nova crise comercial provocada

pelo protecionismo comercial

a) do Paraguai.

b) da Venezuela.

c) do Peru.

d) da Bolívia.

e) da Argentina.

Essa é para quem esteve atento à nossa primeira aula.

Lembram sobre que país eu comentei a relação de protecionismo

comercial com o Brasil? Quem estava ligado certamente marcou

Argentina – que é a resposta correta. Letra “e”.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           70 de 93 

23) (FCC - 2011 - TJ-AP - Titular de Serviços de Notas e de

Registros) Os conflitos no mundo árabe são destaque no

noticiário internacional desde dezembro de 2010. Sobre tais

conflitos é correto afirmar:

a) Aconteceram no Norte da África e no Oriente Médio, em

países que mantêm monarquias absolutas como forma de

governo.

b) Provocaram, de dezembro de 2010 a fevereiro de 2011, a

deposição dos presidentes da Mauritânia, do Iêmen, do Egito

e da Líbia.

c) Tiveram início no Egito e se espalharam para outros países

do Oriente Médio, após a deposição de Hosni Mubarak, em 11

de fevereiro de 2011.

d) Começaram na Tunísia, em dezembro de 2010,

provocando a queda de Zine El Abidine Ben Ali, em 14 de

janeiro de 2011.

e) Não atingiram os países árabes governados por militares,

nos quais houve apenas atos de protesto contra o

desemprego.

Vamos por partes.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           71 de 93 

Letra a – Nem todos os países da Primavera Árabe possuem

monarquias absolutas.

Letra b – Não havia ocorrido deposição na Mauritânia nem no

Iêmen.

Letra c – Na realidade, tiveram início na Tunísia.

Letra d – Exatamente. Essa é a resposta.

Letra e – Kadafi, por exemplo, era um militar sob a patente de

coronel. E os protestos não eram apenas por desemprego, mas

sobre várias situações, entre elas o autoritarismo.

Letra “d” é a correta.

24) (FCC - 2011 - Banco do Brasil – Escriturário) Foi bastante

comentada pela mídia a oferta feita pelo presidente do Brasil,

em agosto de 2010, de asilo humanitário para a mulher

a) palestina, condenada à prisão perpétua pela explosão de

bombas nas ruas centrais de Jerusalém.

b) iraniana, condenada à morte por apedrejamento por

adultério e conspiração para matar seu marido.

c) indiana, sentenciada a 30 anos de prisão pelo

envenenamento e morte dos filhos e do marido.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           72 de 93 

d) colombiana, sentenciada à morte por ter sido acusada de

pertencer à guerrilha das Farcs.

e) angolana, condenada a cumprir 25 anos de prisão por

fazer parte de grupo terrorista que atua na Europa.

A proposta do então Lula era na época conceder asilo a

iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por

apedrejamento sob a acusação de adultério, é apoiada por ativistas

que defendem os direitos humanos no Irã. Letra “b”.

25) (FCC - 2010 - SJCDH-BA - Agente Penitenciário)

Personagem constantemente presente no noticiário

internacional, nos últimos anos, pela importância da função

que exerce, Barack Hussein Obama é

a) líder palestino do Hamas.

b) presidente dos Estados Unidos da América.

c) o principal nome da Al Qaeda.

d) ex-presidente do Iraque.

e) o aiatolá iraniano deposto em 2008.

Essa eu coloquei para vocês poderem relaxar um pouco.

Vejam que tudo pode cair na nossa matéria. Eu tenho CERTEZA de

que todos sabem que é a letra “b”. NÃO ME ENVERGONHEM EIN! rs

26) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) A experiência

chinesa de modernização econômica acompanha, em larga

medida, situações vividas por muitos outros países no mundo

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           73 de 93 

contemporâneo, em que a industrialização provoca a

urbanização da sociedade, o que explica o esforço

empreendido pelo país para qualificar, via educação, os

milhões de jovens trabalhadores egressos do campo.

Pessoal, a industrialização tem como consequência a

urbanização e o governo chinês realmente tem buscado melhorar a

educação desses jovens – inclusive, para isso, lançaram um Plano

Educacional que visa melhorar a educação de jovens, sobretudo os

oriundos do campo. Questão certa.

27) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Em sua

arrancada para promover o desenvolvimento econômico, a

China demonstra ter compreendido uma das exigências

centrais da atual economia globalizada, qual seja, o domínio

do conhecimento como condição essencial para bem situar-

se em um cenário econômico altamente competitivo e

impulsionado por incessantes inovações tecnológicas.

Essa questão vai ao encontro da questão anterior. Uma das

exigências da globalização de fato é o conhecimento e a China tem

investido cada vez mais nesse campo, aumento a especialização de

seus trabalhadores. Questão certa.

28) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) A aposta

chinesa na universalização educacional denota outro aspecto

marcante da transformação econômica vivida por esse país

asiático na atualidade: a abertura da economia, incluindo a

presença significativa de capitais privados externos, se faz

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           74 de 93 

acompanhar da indispensável abertura política, mediante a

identificação de seu regime de governo com os padrões

ocidentais de democracia.

Conforme vimos, a China abriu seu mercado, o que gerou o

aumento de capitais privados externos. Contudo, essa situação

econômica não implicou a abertura política – o país continua sendo

um regime fechado e longe dos padrões ocidentais de democracia.

Questão errada.

29) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Com peso cada

vez maior no mercado global, a China, por ser detentora de

enorme população — que produz e consome — e de todos os

recursos naturais de que necessita para sustentar seu

desenvolvimento, tem sido constantemente acusada de

protecionismo, buscando exportar e praticamente nada

importar.

Muito simples de se acertar essa questão: querem ver? Vocês

acreditam que a China possui todos os recursos naturais de que

necessita? Sim ou não? A resposta é não. Inclusive ela importa aço

brasileiro. A China é uma grande importadora! Questão errada.

30) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Psicólogo)

O atentado em Beirute evidencia

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           75 de 93 

a) o acerto da decisão tomada pelos EUA de intervir

militarmente na Síria desde o início do conflito, devido às

tensões existentes em todos os países da região.

b) a dificuldade de se conquistar a paz em um país marcado

pela divisão entre muçulmanos sunitas e xiitas, em que

praticamente inexistem cristãos e judeus.

c) o isolamento geopolítico do Líbano, pois o ocorrido não

teve nenhuma relação com outras questões do entorno,

como a questão da Palestina ou o conflito na Síria.

d) o fracasso das rebeliões da chamada Primavera Árabe,

pois a queda de uma longa ditadura no Líbano não resultou

em estabilidade política no país.

e) a proximidade existente entre as questões da Síria e do

Líbano, pois o funcionário morto no atentado vinha

investigando a influência da Síria na política libanesa.

Vejam só essa notícia veiculada no G1: “um alto funcionário

dos serviços de segurança do Líbano morreu na explosão de um

carro-bomba nesta sexta-feira (19) em Beirute, segundo a TV Al-

Jadeed. O general Wissam al-Hassan, que chefiava uma unidade de

alta inteligência, foi o cérebro de uma operação recente que evitou

um ataque a bomba e levou à prisão de um político libanês pró-

Síria. Ele também chefiou a investigação que implicou a Síria e o

movimento xiita Hezbollah na morte do ex-premiê libanês Rafik al-

Hariri, que é sunita, em 2005. Síria e Hezbollah negaram as

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           76 de 93 

acusações. O general Hassan também era ligado a Saad al-Hariri,

líder da oposição libanesa hostil ao regime de Damasco, e era

considerado um dos principais candidatos para assumir o comando

das FSI no final do ano. (...)O ataque ocorreu em um período de

elevadas tensões entre facções libanesas, que estão em lados

opostos no conflito da Síria. A guerra na vizinha Síria, que já matou

mais de 33 mil pessoas segundo a oposição, colocou a maioria de

insurgentes sunitas contra o presidente Bashar al-Assad, que é da

seita alauíta, ligada ao islamismo xiita. A bomba explodiu na rua

onde fica localizado o escritório do partido Falange cristão, que é

anti-Assad. O último atentado com carro-bomba em Beirute, em

2008, provocou a morte do principal investigador antiterrorismo e

de outras três pessoas. A Síria condenou o atentado, e o ministro de

Informação denunciou um ato "covarde" e "terrorista", informou a

agência oficial Sana”. Dessa forma, letra “e”.

31) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Psicólogo)

O que motivou o ataque à ativista paquistanesa foi a

a) crítica radical que Malala fez do uso da burca e dos véus

islâmicos pelas mulheres muçulmanas, defendendo as

vestimentas ocidentais.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           77 de 93 

b) sua conversão ao cristianismo e o consequente abandono

de preceitos islâmicos, o que provocou a ira dos

fundamentalistas ligados ao Taleban.

c) defesa do direito das mulheres de estudarem e as

denúncias feitas por Malala de abusos cometidos pelo

Taleban

d) denúncia que Malala fez para os EUA do lugar em que se

escondia Osama Bin Laden, ex-líder e fundador do Taleban.

e) postura extremamente ocidentalizada que Malala

divulgava em seu blog na internet, chamando a atenção de

outras jovens paquistanesas.

A menina Malala foi baleada pelo Taliban, pois esse grupo não

aceita que as mulheres tenham acesso à educação. Apesar da pouco

idade, Malala é uma defensora de que as mulheres tenham acesso

às escolas e tem uma postura contrária às do grupo terrorista em

questão. Letra “c”.

32) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Analista em Comunicação e

Processamento de Dados)

Quando se trata das forças do governo sírio, existe uma

relação muito complexa e pouco clara entre os militares, as

milícias, as agências de inteligência e os vários centros de

poder que os controlam. Esta é uma das razões pelas quais é

tão difícil determinar responsabilidades por massacres como

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           78 de 93 

o que ocorreu na última sexta-feira, em Houla, e porque o

presidente da Síria, Bashar al-Assad, tem sido capaz de

manter uma aparência de respeitabilidade enquanto nega

qualquer culpa pelas atrocidades recentes. (Folha de

S.Paulo, 30.05.2012. Adaptado)

Sobre os desdobramentos da situação na Síria, é correto

afirmar que

a) o governo de Bashar al-Assad obteve apoio da ONU para

reprimir as milícias que espalham violência e terror no país.

b) a Síria foi condenada no Conselho de Segurança da ONU e

permanece isolada internacionalmente, com apoio apenas da

Rússia.

c) a continuidade da repressão evidenciou a responsabilidade

do governo sírio e os massacres se agravaram.

d) é possível considerar que as manifestações na Síria

representem o desfecho da “Primavera Árabe”, pois é a

última ditadura da região.

e) as lutas sociais contra a ditadura de Assad têm o apoio de

tropas de Israel, pois a Síria é sua rival tradicional no Oriente

Médio.

Conforme conversamos ao longo da aula, a situação da Síria é

bastante delicada. O governo de Bashar al-Assad aumentou a

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           79 de 93 

repressão aos movimentos opositores e os massacres realmente se

agravaram. Letra “c”.

Lista de Questões

1) (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) O

conflito na Síria inaugurou o processo histórico conhecido

como Primavera Árabe.  

 

2) (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) Kofi

Annan, ex-secretário geral da ONU, é o atual mediador da

Liga Árabe e também da ONU para os conflitos na Síria, entre

o regime do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes que

querem destituí-lo do poder.

3) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos básicos para o cargo 11) Na Tunísia, país

onde se iniciaram as revoltas, o partido islâmico foi o

vencedor das primeiras eleições realizadas no país,

alcançando a maioria absoluta dos votos, controlando, assim,

sozinho, o parlamento e o governo nacional.

4) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos básicos para o cargo 11) A queda da ditadura

de Hosni Mubarak no Egito não significou o fim de conflitos

entre muçulmanos e cristãos coptas, minoria religiosa que

sofre frequentes ataques.

5) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos básicos para o cargo 11) Há fortes indícios de

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           80 de 93 

que o antigo líder líbio, Muhammar Kadhafi, tenha sido

executado sumariamente pelos rebeldes pouco após a sua

captura.

6) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Cargos de Nível Médio -

Conhecimentos básicos para o cargo 11) No Egito, o antigo

presidente Hosni Mubarak, após deixar o poder, foi levado a

julgamento, sob a acusação de ser responsável pela morte de

ativistas que protestaram contra seu regime.

7) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área

Administrativa) O governo de Bashar Assad, como o de seu

pai, legitimava-se politicamente em uma ideologia de

nacionalismo pan-árabe e de oposição a Israel.

8) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área

Administrativa) Um dos aliados do governo sírio é a Rússia,

grande fornecedora de armas para esse governo.

9) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Operação de

Computador) Ao contrário de outros países da região, a Síria

é uma ditadura militar cujo governante-mor, Bashar Assad,

foi o responsável pela introdução da sharia, a lei islâmica,

razão pela qual foi instaurada a revolta das minorias

religiosas do país.

10) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Operação

de Computador) A crise política da Síria é movida

basicamente por questões religiosas, muito em virtude de a

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           81 de 93 

Síria ser o único país árabe cuja maioria da população é

cristã.

11) (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária

- Conhecimentos Básicos) Devido à participação da China na

economia mundial e ao fato de esse país ser o principal

parceiro comercial do Brasil na atualidade, uma redução do

crescimento chinês tende a significar menor potencial de

expansão da economia brasileira.

12) (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária

- Conhecimentos Básicos)

A reação do mercado financeiro mundial ao anúncio

chinês, mencionada no texto, evidencia uma das principais

características da economia globalizada dos dias de hoje, a

interdependência e conexão imediata entre os fatos

econômico-financeiros e os diversos agentes que atuam

nesse âmbito, mundialmente.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           82 de 93 

13) (CEFET-BA - 2010 - EBAL - Bibliotecário Documentalista)

O nome BRIC foi criado pelo economista americano Jim

O’Neill, do grupo Goldman Sachs, para designar

a) os países mais ricos do mundo e a Federação Russa,

embora esta tenha perdido relevância no momento atual.

b) os quatro principais países emergentes do mundo, cuja

estimativa é que se tornem a maior força econômica do

planeta.

c) os países membros da OMC que fizeram parte ativamente

as decisões da Rodada de Doha.

d) as nações que formam o G-4 cujas alianças são sempre

focadas em interesses comuns.

e) os países membros do G-20 que, juntos, respondem por

cerca de 90% do PIB mundial.

14) (CESPE - 2012 - TJ-AL - Auxiliar Judiciário -

Conhecimentos Básicos) A Primavera Árabe caracterizou-se

por uma série de manifestações e revoltas populares contra

os regimes políticos ditatoriais de países do norte da África e

do Oriente Médio. Acerca desse processo político e de suas

consequências, assinale a opção correta.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           83 de 93 

a) Na Tunísia, os protestos se transformaram em uma guerra

civil não declarada que já causou a morte de milhares de

pessoas.

b) Em Israel, a maioria da população árabe busca, por meio

de uma nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de

direitos.

c) Na Líbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou

com a destituição do general Muammar Kaddafi do poder e a

divisão do território do país entre os diversos grupos

rebeldes.

d) Na Síria, as manifestações populares resultaram na

convocação de eleições livres e democráticas no 1.º semestre

de 2012.

e) No Egito, as eleições populares foram vencidas pelo

candidato da Irmandade Muçulmana, uma organização

política de inspiração religiosa.

15) (CESPE - 2011 - CBM-DF - Todos os Cargos -

Conhecimentos Básicos - adaptada) O governo chinês vem

ampliando o processo de distensão política iniciado após a

morte de Mao Zedong, algo que já se manifesta com a

redução dos espaços de atuação do partido comunista

chinês.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           84 de 93 

16) (CESPE - 2011 - CBM-DF - Todos os Cargos -

Conhecimentos Básicos) Ao longo das duas últimas décadas,

a China tem apresentado expressivos índices de crescimento

econômico, a ponto de constituir, na atualidade, a segunda

maior economia mundial, conquistando a posição até então

ocupada por outra potência asiática, o Japão.

17) (CESPE - 2011 - CBM-DF - Todos os Cargos -

Conhecimentos Básicos) O atual modelo de desenvolvimento

chinês, que pressupõe determinado grau de abertura à

participação, na economia, de capitais privados, nacionais e

internacionais, alavanca a inserção do país na ordem

econômica global.

18) (CESPE - 2011 - AL-ES - Cargos de Nível Médio -

conhecimentos básicos) Presente nos meios de comunicação

mundiais, desde janeiro de 2011, a expressão Primavera

Árabe, que ganhou notoriedade e passou a fazer parte do

vocabulário geopolítico contemporâneo, identifica

a) a vitória dos árabes na guerra contra a existência do

Estado de Israel.

b) o esforço da juventude iraniana para derrubar o regime

dos aiatolás.

c) o movimento contestatório a regimes autoritários em

países árabes.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           85 de 93 

d) o apoio dos fundamentalistas à expansão violenta do

islamismo.

e) o esforço árabe coletivo para tornar laicos os governos de

seus países.

19) (CESPE - 2011 - AL-ES - Cargos de Nível Médio -

conhecimentos básicos) Sabe-se que, de todos os países

considerados emergentes no cenário econômico mundial

contemporâneo, um deles apresenta excepcionais taxas

anuais de crescimento e mercado consumidor em expansão,

até mesmo por tratar-se da maior população do planeta.

Assinale a opção que identifica esse país.

a) Indonésia

b) Brasil

c) Japão

d) Noruega

e) China

20) (CESPE - 2011 - AL-ES - Cargos de Nível Médio -

conhecimentos básicos - adaptada) O Oriente Médio continua

sendo uma das mais tensas regiões do mundo. Uma questão

que se arrasta no tempo e que foi levada formalmente à

Organização das Nações Unidas (ONU), é a que se refere à

efetiva criação — e ao pleno reconhecimento como tal pela

ONU — do Estado do(a)

a) Iraque.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           86 de 93 

b) Irã.

c) Palestina.

d) Líbano.

e) Jordânia.

21) (FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário)

a) no Irã.

b) na Líbia.

c) no Afeganistão.

d) na Tunísia.

e) no Líbano.

22) (FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 03) 

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           87 de 93 

O texto acima destaca uma nova crise comercial provocada

pelo protecionismo comercial

a) do Paraguai.

b) da Venezuela.

c) do Peru.

d) da Bolívia.

e) da Argentina.

23) (FCC - 2011 - TJ-AP - Titular de Serviços de Notas e de

Registros) Os conflitos no mundo árabe são destaque no

noticiário internacional desde dezembro de 2010. Sobre tais

conflitos é correto afirmar:

a) Aconteceram no Norte da África e no Oriente Médio, em

países que mantêm monarquias absolutas como forma de

governo.

b) Provocaram, de dezembro de 2010 a fevereiro de 2011, a

deposição dos presidentes da Mauritânia, do Iêmen, do Egito

e da Líbia.

c) Tiveram início no Egito e se espalharam para outros países

do Oriente Médio, após a deposição de Hosni Mubarak, em 11

de fevereiro de 2011.

d) Começaram na Tunísia, em dezembro de 2010,

provocando a queda de Zine El Abidine Ben Ali, em 14 de

janeiro de 2011.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           88 de 93 

e) Não atingiram os países árabes governados por militares,

nos quais houve apenas atos de protesto contra o

desemprego.

24) (FCC - 2011 - Banco do Brasil – Escriturário) Foi bastante

comentada pela mídia a oferta feita pelo presidente do Brasil,

em agosto de 2010, de asilo humanitário para a mulher

a) palestina, condenada à prisão perpétua pela explosão de

bombas nas ruas centrais de Jerusalém.

b) iraniana, condenada à morte por apedrejamento por

adultério e conspiração para matar seu marido.

c) indiana, sentenciada a 30 anos de prisão pelo

envenenamento e morte dos filhos e do marido.

d) colombiana, sentenciada à morte por ter sido acusada de

pertencer à guerrilha das Farcs.

e) angolana, condenada a cumprir 25 anos de prisão por

fazer parte de grupo terrorista que atua na Europa.

25) (FCC - 2010 - SJCDH-BA - Agente Penitenciário)

Personagem constantemente presente no noticiário

internacional, nos últimos anos, pela importância da função

que exerce, Barack Hussein Obama é

a) líder palestino do Hamas.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           89 de 93 

b) presidente dos Estados Unidos da América.

c) o principal nome da Al Qaeda.

d) ex-presidente do Iraque.

e) o aiatolá iraniano deposto em 2008.

26) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) A experiência

chinesa de modernização econômica acompanha, em larga

medida, situações vividas por muitos outros países no mundo

contemporâneo, em que a industrialização provoca a

urbanização da sociedade, o que explica o esforço

empreendido pelo país para qualificar, via educação, os

milhões de jovens trabalhadores egressos do campo.

27) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Em sua

arrancada para promover o desenvolvimento econômico, a

China demonstra ter compreendido uma das exigências

centrais da atual economia globalizada, qual seja, o domínio

do conhecimento como condição essencial para bem situar-

se em um cenário econômico altamente competitivo e

impulsionado por incessantes inovações tecnológicas.

28) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) A aposta

chinesa na universalização educacional denota outro aspecto

marcante da transformação econômica vivida por esse país

asiático na atualidade: a abertura da economia, incluindo a

presença significativa de capitais privados externos, se faz

acompanhar da indispensável abertura política, mediante a

identificação de seu regime de governo com os padrões

ocidentais de democracia.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           90 de 93 

29) (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Com peso cada

vez maior no mercado global, a China, por ser detentora de

enorme população — que produz e consome — e de todos os

recursos naturais de que necessita para sustentar seu

desenvolvimento, tem sido constantemente acusada de

protecionismo, buscando exportar e praticamente nada

importar.

30) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Psicólogo)

O atentado em Beirute evidencia

a) o acerto da decisão tomada pelos EUA de intervir

militarmente na Síria desde o início do conflito, devido às

tensões existentes em todos os países da região.

b) a dificuldade de se conquistar a paz em um país marcado

pela divisão entre muçulmanos sunitas e xiitas, em que

praticamente inexistem cristãos e judeus.

c) o isolamento geopolítico do Líbano, pois o ocorrido não

teve nenhuma relação com outras questões do entorno,

como a questão da Palestina ou o conflito na Síria.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           91 de 93 

d) o fracasso das rebeliões da chamada Primavera Árabe,

pois a queda de uma longa ditadura no Líbano não resultou

em estabilidade política no país.

e) a proximidade existente entre as questões da Síria e do

Líbano, pois o funcionário morto no atentado vinha

investigando a influência da Síria na política libanesa.

31) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Psicólogo)

O que motivou o ataque à ativista paquistanesa foi a

a) crítica radical que Malala fez do uso da burca e dos véus

islâmicos pelas mulheres muçulmanas, defendendo as

vestimentas ocidentais.

b) sua conversão ao cristianismo e o consequente abandono

de preceitos islâmicos, o que provocou a ira dos

fundamentalistas ligados ao Taleban.

c) defesa do direito das mulheres de estudarem e as

denúncias feitas por Malala de abusos cometidos pelo

Taleban

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           92 de 93 

d) denúncia que Malala fez para os EUA do lugar em que se

escondia Osama Bin Laden, ex-líder e fundador do Taleban.

e) postura extremamente ocidentalizada que Malala

divulgava em seu blog na internet, chamando a atenção de

outras jovens paquistanesas.

32) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Analista em Comunicação e

Processamento de Dados)

Quando se trata das forças do governo sírio, existe uma

relação muito complexa e pouco clara entre os militares, as

milícias, as agências de inteligência e os vários centros de

poder que os controlam. Esta é uma das razões pelas quais é

tão difícil determinar responsabilidades por massacres como

o que ocorreu na última sexta-feira, em Houla, e porque o

presidente da Síria, Bashar al-Assad, tem sido capaz de

manter uma aparência de respeitabilidade enquanto nega

qualquer culpa pelas atrocidades recentes. (Folha de

S.Paulo, 30.05.2012. Adaptado)

Sobre os desdobramentos da situação na Síria, é correto

afirmar que

a) o governo de Bashar al-Assad obteve apoio da ONU para

reprimir as milícias que espalham violência e terror no país.

Atualidades para IBAMATeoria e exercícios comentados

Prof. Rodrigo Barreto – Aula 1

Prof. Rodrigo Barreto                   www.estrategiaconcursos.com.br                           93 de 93 

b) a Síria foi condenada no Conselho de Segurança da ONU e

permanece isolada internacionalmente, com apoio apenas da

Rússia.

c) a continuidade da repressão evidenciou a responsabilidade

do governo sírio e os massacres se agravaram.

d) é possível considerar que as manifestações na Síria

representem o desfecho da “Primavera Árabe”, pois é a

última ditadura da região.

e) as lutas sociais contra a ditadura de Assad têm o apoio de

tropas de Israel, pois a Síria é sua rival tradicional no Oriente

Médio.

Gabarito

1 – E 2 – E 3 – E 4 – C 5 – C

6 – C 7 – C 8 – C 9 – E 10 - E

11 – C 12 – C 13 – B 14 – E 15 – E

16 – C 17 – C 18 – C 19 – E 20 – C

21 – B 22 – E 23 – D 24 – B 25 - B

26 – C 27 – C 28 – E 29 - E 30 - E

31 – C 32 - C