8
Día das Letras OLLADAS Adela Figueroa, Siña Fernández e Maite Ferreiro lembran o autor P 42, 44 e 46 CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021 DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020 ELPROGRESO 41 especial

17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

  • Upload
    others

  • View
    9

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

Día

das

Let

ras

XXXX

OLLADASAdela Figueroa, Siña Fernández e Maite Ferreiro lembran o autor P 42, 44 e 46

CARBALLO CALEROA HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020ELPROGRESO 41

especial

Page 2: 17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

E M LUGO tínhamo-nos que nos sentir muito orgulho-sos porque ele cá viveu por

mais de 15 anos muito especiais da sua vida. No colégio Fingoi, como diretor, e na etapa da reforma (ju-bilacion) na sua própria casa na rua dos Loureiros. Ele sempre se sentiu muito ligado a Lugo. De aqui era sua esposa Ignacia Ramos, profe-sora do Instituto Lucus Augusti, (por oposicion) e aqui nasceram suas duas filhas. Eu conheci dom Ricardo no Colégio Fingoi a onde assisti na infância. Foram os anos mais decisivos da minha vida, por-que nunca esqueci nem as amiza-des, nem o ensino daquele centro educativo. Nem, ainda, nunca es-queci dom Ricardo. Ele era amigo de meu pai, António Figueroa e al-gumas vezes vinha as reuniões que se costumavam fazer na rebotica da sua Farmácia da Cruz.

Embora creio que Dom Ricardo não era muito amigo de tertúlias. Como tão bem recolhe Ramón Reimude em seu livro Cautiverio de Fingoi. Ele era mais bem de trabalho. E, de feito, a sua obra escrita é muito extensa. Grande parte dela feita em Lugo. Também foi um magnífico orador. De estilo clássico, dos que estruturam bem seu discurso com apresentação dos fatos, desenvolvimento rigo-roso do nó e acabando com um fi-nal cerrado bem concluído. Tinha uma especial habilidade em fazer o desenlace de seu discurso com um tom alto, sugestivo que não deixa-va indiferente ao público. Não é fá-cil manter a atenção dos ouvintes e ele sabia-o fazer. Sempre man-tendo a tensão da oratória. Creio que se pode dizer que ele cultivou todos os estilos literários incluído este último que acabo de citar.

Uma faceta importante de Dom Ricardo foi a pedagógica. Foi um grande pedagogo, Isto acreditado polos diversos estudantes que as-sistiram as suas aulas. É comum a opinião destes que aquilo que aprenderam com Dom Ricardo nunca lhes esquecera. No Colégio Fingoi dava aulas de diversa temá-tica: Lingua, Literatura, História e em todas as matérias era igual-mente erudito e riguroso.

Iso é o que penso que seria uma das suas características, O rigor, nos temas tratados, a coerencia (diria Raimundez Norenha) quer na profissão quer na sua pose vital, o compromiso com seu país (em palavras de Francisco Rodriguez) e sua geração e, ainda a indepen-dencia (Claudio Rodriguez Fer). Por

Pedagógica convocado polo Mi-nistro Maravall e Marta Mata, da escola d’Estiu Rosa Sensat. Dom Ricardo foi lá uma figura reconhe-cida e muito respeitada. Ali fize-mos-lhe uma homenagem todas as pessoas da Galiza participantes no Congresso.

Assisti as suas aulas na Univer-sidade de Compostela quando se encarregou do galego, dentro do Instituto das Linguas dependen-tes da Universidade. O galego foi proposto, naquela altura, como havia outros idiomas fora do Cas-telhano, ao mesmo nível que as

línguas estrangeiras, em quanto não se dotava a Cátedra de Linguís-tica e Literatura. Ele foi o primeiro catedrático de Galego da Universi-dade galega. Já por isso mereceria ter um lugar na história neste país. Mas certamente foi-no porque nele concorriam uma serie de méritos que ninguém, naquela altura, po-dia igualar.

Tratei-no mais já de maior, sen-do eu professora de Biologia de Instituto pola minha atividade na AS-PG, desde a que organizávamos Jornadas de Ensino durante mais de 15 anos. Ele era um convidado frequente. Nunca recusou partici-par porque nunca recusava qual-quer trabalho ou colaboração com atividades de dignificação da nossa língua, nossa cultura e nosso país. As primeiras classes de galego que se deram em Pontevedra foram inauguradas por ele. Organizava Amigos da Cultura. A professora era Maria Victoria Moreno e ele comprometera-se a coordenar e colaborar desde Santiago onde já estava trabalhando no Instituto Rosália de Castro. Estava em Com-postela porque se lhe devolvera o posto de funcionário de Carreira em Educação. Como Agregado de Lingua e Literatura. Estava a fazer os cursinhos de Catedrático de Instituto em Madrid quando o surpreendeu lá a guerra. E, como homem consequente, alistou-se no exercito republicano.

Creio que esta sua característi-ca o perseguiu durante toda a sua vida. É duro ser consequente com as próprias ideias. É duro não se render ás conveniências sociais, económicas ou políticas. O preço é caro, mas o prémio é a liberdade. E eu penso que Dom Ricardo era um homem livre de critério inde-pendente. Ainda assim eu desta-

caria a sua capacidade dialogante e pouco dada a maledicências nem a rancores. Tinha um temperamento de temperança. Que não sei se era natural ou fruto de trabalho da pró-pria personalidade. Creio que era isto último, pois as vezes notava-se que tinha génio. Eu nunca lho vim. Mas bem ao contrario. As poucas vezes que falei com ele enfadada por cousas que me irritavam a res-peito do rumo que estava a levar o galego ‘oficial’, sempre me acal-mou. Não com adoctrinamento, mas com uma atitude racional e argumentada.

Durante muitos anos, grupos de intelectuais e pessoas compro-metidas com Galiza, pediram para Ricardo Carvalho Calero a honra de País que ele bem merecia: De-dicar-lhe o dia das letras galegas. Durante muitos destes anos o obs-curantismo e o receio deste país colonizado negou-lhe esse honor. Desta volta um ser entre o vivo e o não vivo, um vírus, cuja caracterís-tica é ser parasito obrigado, chega a boicotear este dia para Dom Ri-cardo. Não faz mal. Ele brilha com luz própria. E continuaremos a rei-vindicar sua figura e sua importân-cia para Galiza. Mesmo apoiando 2021 ano das letras galegas para Dom Ricardo.

No ano 1987 na revista do En-sino, já lhe fizéramos uma home-nagem dedicando todo o numero a sua pessoa. Seguiremos fazendo honor a sua figura, a sua pessoa digna, respeitosa e independente, para alem de dias das letras e alem de atrancos. Na realidade, que sempre é multi-facetaria, trabal-haremos juntos/as para fazermos uma Galiza melhor. Os vultos da nossa cultura como Dom Ricardo Carvalho Calero fazem-nos mais ri-cos A nossa fidelidade nos obriga.

isso ele pus a ciência ao serviço da nação como escreveu Pilar Garcia Negro.

Ele era galeguista, (diz Araceli Herrero Figueroa) como Castelao, com quem teve bastante relação. Eu ouvi-lhe dizer que, pelo que diz a respeito de partidos políticos, ele ja tinha o seu, o Partido Galeguista. Embora fosse uma pessoa aberta e dialogante com amizades em di-versas afinidades políticas.

No Colégio Fingoi ele era quase omnipresente. Se calhar por seu sentido rigoroso do dever. O Colé-gio tinha que funcionar no amplo leque de disciplinas que compõem a educação das crianças, e ele as controlava todas. A educação re-gulada, das matérias que compun-ham o currículo oficial, e também aquelas que eram mais peculiares daquele colégio, as extra-curricula-res, como jogos educativos, baile, musica, teatro, passeios ao ar livre etc. Inclusivamente as horas de jantar eram momentos educativos de grande importância. Junto com hábitos de higiene e de urbanidade: na mesa aprendia-se a comer. Eu, que era ma comedora, era muitas vezes objeto da sua vigilância. Fre-quentemente vinha onda mim e não me deixava levantar da mesa até que comprovava que eu tinha comido todo. Alguma vez tem fi-cado comigo no comedor pacien-temente até que eu acabasse de jantar.

Era um professor e pedagogo de saber completo. Sabia matemáti-cas pois tinha preparado o ingresso na academia militar, e sabia direito por se ter licenciado nessa especia-lidade, alem de filologia e linguísti-ca. Também seus conhecimentos de história eram completos. Gos-tava de ensina-la. Era como se a visse num conjunto, numa visão panorâmica. E gostava imenso das Ciências da Natureza. Conhecia os nomes de muitas plantas e dava muita importância ao conheci-mento do meio e ao contacto com a natureza.

Era um homem serio e conti-do, mas também muito alegre. Gostava de cantar. E, como todo, procurava fazê-lo bem. O melhor que pudesse. Corrigia-me se não entoava bem, mas com muita de-licadeza. Unia esta a autoridade: «Nom, assim não, tens que colher bem a melodia desde o principio. Para-te e escuta»: E ele dava bem a nota e entoava bem a melodia. Gostava de zarzuelas como eu. Tenho cantado com ele partes da Vervena de La Paloma e também lembro-o dançado a Sardana de mãos dadas, no domingo na praça da catedral quando estivemos em Barcelona.

Fomos com a AS-PG e Jornadas do Ensino para o primeiro Congres-so dos Movimentos de Renovação

Con meu irmão Antonio e con Marcos Fernández. Detras de nós Don Ricardo controlando que nada saísse mal.

POR ADELA FIGUEROA

A minha lembrança de Dom Ricardo

Día das LetrasRICARDO CARBALLO CALERO

«Uma faceta importante de Dom Ricardo foi a pedagóxica, dava aulas de diversas temáticas»

«Era um homen serio e contido, máis também muito alegre. Gostava de cantar»

DEDICATÓRIA. DEDICO ESTE ARTIGO A MINHA CURMÃ ARACELI HERRERO FIGUEROA. COMPANHEIRA DA INFÂNCIA E DE GRANDE PARTE DO MEU PERCURSO VITAL. ALUNA E DISCÍPULA DE CARVALHO CALERO

42 DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020 ELPROGRESO

especial

Page 3: 17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

Día das Letras RICARDO CARBALLO CALERO

R ICARDO Carballo Calero, (Ferrol, 1910-Santiago de Compostela, 1990) foi

escritor, historiador da literatura, crítico literario, filólogo e lingüista. Realizou estudos secundarios na Coruña e universitarios en Santiago de Compostela, onde se licenciou brillantemente en Dereito (1931) e en Filosofía e Letras (1935).

Ao mesmo tempo, vinculouse ao galeguismo —participou na revista Nós, ingresou en 1927 no Seminario de Estudos Galegos, colaborou na redacción do Esta-tuto de Autonomía, e entrou no Partido Galeguista— e publicou as súas primeiras obras de creación en castelán (1928, ‘Trinitarias’, poesía) e en galego (‘Vieiros’, 1931, tamén poesía), sen que faltasen mostras de intervención político-cultural.

A Guerra Civil sorprendeuno en Madrid cando opositaba á discipli-na de Lingua e Literatura españolas de ensino medio; incorporouse á loita como miliciano e chegou a tenente en campaña. Acabada a guerra, foi xulgado e condenado á pena de 12 anos (e un día), aínda que aos dous, en 1941, regresou ao Ferrol, en réxime de liberdade condicionada e imposibilitado para acceder a calquera cargo público.

En 1950 foi nomeado director do Colexio Fingoi, onde permaneceu quince fecundos anos, á vez que se doutoraba (1954, ‘Achegas á li-teratura galega contemporánea’, editada por Gredos ao ano seguin-te). Ingresou na Real Academia Galega (1958, cun estudo sobre as fontes literarias de Rosalía de Cas-tro) e publicou obras do alcance da ‘Historia da literatura galega con-temporánea’ (1963), sen esquecer a súa vertente creadora.

En 1965 incorporouse ao Institu-to Rosalía de Castro, de Santiago, tras finalizar a oposición iniciada en 1936, e, como profesor contrata-do, á Universidade compostelá; en 1972 foi o primeiro catedrático de Lingüística e Literatura Galegas.

UNIVERSIDADE. Dedicado desde entón exclusivamente á univer-

GALEGO ILUSTRE. RICARDO CARBALLO CALERO É AUTOR DUNHA OBRA EXTENSA E MULTIFORME, CON BASE NUNHA GRAN PRECOCIDADE COMO CREADOR E INVESTIGADOR POR: R.L./REAL ACADEMIA DE LA HISTORIA FOTOS: COLEXIO FINGOI

Biografía dunha vocación polas letras

1

1. De feira. Carballo Calero, no ano 1954 na feira de Castroncán.2. Galaxia. Carballo Calero e Antonio Fernández, entre outros, na fundación Galaxia.3. Teatro. Representación dunha obra teatral no Colexio Fingoi.4. Castelao. Representación do lance

de Pimpinela de ‘Os vellos non deben namorarse’5. Colexio. Carmen Herrero e Ricardo Carballo Calero.6 Santiago. Carballo, nunha viaxe dominical a Santiago de Compostela.7. Baloncesto. Carballo Calero, con integrantes do equipo Liber Fingoi.

2

3 4 5

6 7

sidade, e ata a súa xubilación, en 1980, Carballo publicou numero-sas obras relativas a lingua e litera-tura galegas, destinadas a afirmar o seu ensino universitario e a súa proxección social. Nos seu últimos dez anos, Carballo intensificou o ritmo das súas publicacións, tanto de investigación como de divulga-ción ou de creación, conseguindo algúns recoñecementos ao seu la-bor (1987, ‘Scórpio’, novela, premio Nacional de Literatura), máis por

parte de entidades culturais priva-das (Asociación Galega de Escrito-res, Associaçom Galega da Língua, Sociedade Cultural Medúlio, etc.) que de institucións públicas (Me-dalla Castelao da Xunta de Galicia, en 1984, Fillo Predilecto da Cidade de Ferrol, 1990).

Carballo Calero é autor dunha obra extensa e multiforme, con base nunha gran precocidade, como creador e como investiga-dor, unha longa traxectoria vital

(con permanente mocidade inte-lectual) e unha dedicación intensa e disciplinada, prexudicada, con todo, polas circunstancias bio-gráficas indicadas, pero sempre

alimentada pola súa marcada vo-cación para as letras. Moitos dos seus traballos menores están asi-nados con pseudónimo, ás veces unha simple sigla.

DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020 ELPROGRESO 43

especial

Page 4: 17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

G USTARÍAME facer un pouco de historia para ex-plicar como chegou Don

Ricardo a dirixir este ensaio peda-góxico chamado Colexio Fingoi.

A historia comeza cando meu pai, Antonio Fernández, empre-sario e enxeñeiro de Camiños, moi preocupado polo desenvolvemen-to económico de Galicia e, ao mes-mo tempo, cun profundo interese social, cultural e educativo enfron-ta novos retos vinculados coa súa sensibilidade e arelas no campo do ensino.

O seu afán innovador levouno a investir en educación, xa que sabía que preparar aos nosos nenos e nenas para vivir o mundo de mañá era a forma de ter respostas e solu-cións aos desafíos globais de hoxe. Dirixiu os seus esforzos a poñer en marcha novas estruturas que cam-biaran o medio e as posibilidades de mellora do seu contorno máis próximo. Así xurdiron proxectos pioneiros e vangardistas como a Escola Agrícola da Granxa de Ba-rreiros no ano 1948, centrada no desenvolvemento do ensino e en levar a cultura ao mundo rural, á vez que formaba ao profesorado na transmisión de avances e no-vos métodos agrícolas a través dos cursiños de formación agropecua-ria para mestres rurais. Alí estivo como primeiro mestre don Avelino Pousa Antelo, galeguista históri-co que fora compañeiro de, entre outros, Castelao, Otero Pedrayo, Suárez Picallo...

Cos mesmos principios peda-góxicos empregados na Escola de Barreiros, foi xa en Lugo onde meu pai ten a idea de crear un centro de ensino acorde coas súas ideas educativas.

En Lugo non existía ningún cen-tro nin público nin privado que se

posteriormente tamén na univer-sidade, onde el impartía clases de Lingua e Literatura Galega (ocu-pou a primeira cátedra de galego na universidade).

Para min Don Ricardo foi un gran pedagogo. Co paso dos anos cheguei a comprender a riqueza das súas ensinanzas. Posuía unha ampla formación tanto intelectual como cultural e isto permitíalle, como profesor, impartir unhas clases moi amenas e motivadoras que favorecían a comprensión da lingua e da literatura con pouco esforzo para o alumnado.

Trataba de levar adiante un ensino interdisciplinar e trans-versal vinculando a literatura con outras materias como a historia, a xeografía, a música, mesmo as ciencias naturais, coa fin de poten-ciar a nosa capacidade creadora e comunicativa. Conservo un gra-to recordo de don Ricardo cando

relacionaba algunhas das obras literarias con cancións tradicionais de diversas zonas de España e Ga-licia. E aínda hoxe lembro perfec-tamente a cantiga popular ‘Quen me dera en Lobeira’ ou a cantiga dos transhumantes ‘Ya se van los pastores a la Extremadura’; gus-táballe moito cantar.

Traballabamos a literatura len-do textos e recitando poemas de autores coñecidos cos que poste-riormente tiñamos que facer as nosas propias creacións literarias: contos, poemas, narracións... Al-gunhas destas creacións despois eran publicadas en revistas como Vida Gallega e outras veces pre-sentábanse aos Xogos Minervais do Colexio Peleteiro en Santiago de Compostela, sendo premiadas moitas veces.

No que toca a parte máis for-mal da linguaxe oral e escrita, don Ricardo era moi escrupuloso e esixente, tanto na expresión da linguaxe escrita, no uso dunha correcta ortografía, en utilizar un vocabulario rico e axeitado para cada momento como na fonética e nunha coidada dicción.

Dentro desa liña de potenciar o desenvolvemento da nosa ca-pacidade de expresión e comuni-cación, un dos grandes recursos pedagóxicos utilizados por don Ricardo era a representación de obras de teatro, poñendo en es-cena cada curso escolar diversas

obras teatrais como ‘A farsa das zocas’, ‘O círculo de tiza’, o lance de Pimpinela de ‘Os vellos non deben namorarse’, entre outras. Algunhas destas obras eran da súa autoría, outras de autores clási-cos latinos, gregos, casteláns ou europeos procurando achegarse a elas nos seus idiomas de orixe. Mesmo se representou unha obra escrita por María Ignacia Ramos, a súa muller, ‘Abuelas en la modis-ta’, asinada como María Silgar. De Plauto, Lope de Vega, Courteline, Shakespeare ou Ibsen a Castelao, Cabanillas ou o teatro chinés, hindú ou nipón. Estas obras non só eran representadas no colexio senón tamén fóra do mesmo, en moitos casos, dentro de actos e programacións culturais na cidade de Lugo no Círculo das Artes ou no Instituto Masculino, hoxe Lucus Augusti.

Aínda que non falabamos en galego, por ser algo que estaba prohibido nesa época, don Ricardo introducíao sutilmente en textos literarios, poemas, cancións, nas obras de teatro, en constantes referencias a costumes, labores, e buscando as correspondencias en galego ás linguas que estuda-bamos.

Era bastante habitual saír fóra do colexio, organizándose saídas ao barrio de Fingoi, á cidade de Lugo e pola provincia, coa fin de utilizar os recursos que a nosa contorna nos proporciona. Así como tamén viaxes de estudos polo resto de comunidades espa-ñolas e intercambios no estranxei-ro, procurando ofertar unha edu-cación aberta a Europa e ao resto do mundo.

E, para rematar, é case impo-sible que non se fale do colexio e, en especial, de don Ricardo, en calquera das xuntanzas que rea-lizamos os que fomos alumnos e alumnas do colexio entre os anos 1950 e 1965 (derradeiro ano de Don Ricardo no Fingoi). Quen non se lembra dos momentos vi-vidos naquela época, contando anécdotas sobre aspectos da nosa vida educativa, non moi habituais neses tempos do franquismo e, como non, de don Ricardo debido á súa personalidade.

Unha homenaxe a don Ricardo Carvalho Calero, a deste ano 2020, con motivo das Letras Galegas es-perada desde fai tempo e creo que xustamente merecida.

axustara o que el pensaba sobre educación. Foi entón cando en 1950, pon en marcha un novo co-lexio mixto de ensino primario e medio, un proxecto educativo to-talmente innovador, experimen-tal e con coeducación. O modelo pedagóxico recolle as teorías e as experiencias máis innovadoras de fins do século XIX e dos primeiros anos do século XX: a Escola Nova e a Institución Libre de Ensinanza, que Antonio Fernández coñecía ben dos seus anos de estudante en Madrid. Ao mesmo tempo o co-lexio Fingoi servía aos seus propó-sitos para terminar de escolarizar a todos os seus fillos.

Este proxecto necesitaba de al-guén que se responsabilizara da dirección e que soubera executar as ideas pedagóxicas do meu pai. Foi un amigo común, Álvaro Gil Varela, quen propón ao meu pai a don Ricardo como a persoa idónea para este cometido e Ricardo Car-valho Calero acepta e involúcrase no proxecto. En decembro de 1949 tiveron a primeira entrevista, tras as conversas ofrécelle a dirección. Será en xullo de 1950 cando am-bos cheguen a un acordo. O 20 de setembro dese mesmo ano don Ricardo muda a súa residencia a Lugo desde Ferrol. Vén só, pois a familia aínda terá que esperar, ata que a súa muller dona María Ignacia, ‘Nacha’ para os amigos, profesora axudante de instituto, puidera trasladarse a Lugo ocu-pando o mesmo cargo. No ano 1951, normalízase a situación fa-miliar e inaugúrase o colexio.

Gobernou o colexio con moita lealdade ao proxecto inicial, con moita responsabilidade e rectitu-de. Tratando sempre de facer que se cumpriran estritamente os prin-cipios pedagóxicos establecidos, así como as normas que rexían a vida dentro do centro educativo e que todos debiamos cumprir.

En canto ao seu labor como profesor, eu tiven a sorte de ser alumna de don Ricardo, ao lon-go de toda a miña vida escolar e

Carvalho, Antonio e Manuel Fernández, Gabriel Plata e Pedro Fernández.

COLABORACIÓN

POR ASUNCIÓN FERNÁNDEZ, ‘SIÑA’DIRECTORA DO COLEXIO FINGOI

Don Ricardo: 15 anos dirixindo o Colexio Fingoi de Lugo

Día das LetrasRICARDO CARBALLO CALERO

«Trataba de levar adiante un ensino interdisciplinar e transversal vinculando a literatura con outras materias»

44 DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020 ELPROGRESO

especial

Page 5: 17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

Día das Letras RICARDO CARBALLO CALERO

DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020 ELPROGRESO 45

especial

Page 6: 17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

Assi, Lugo foi para mim a primeia ci-dade de Galiza que se me apresentou como expressom urbana da nossa te-rra, como esta seria na sua vida espon-tânea, independente das instalaçons militares ou das afluências turísticas.

Lugo foitamém a última cidade de Galiza que me viu polas suas ruas em 1936. De ali partim para Madrid a fazer umhas provas para ingressar no professorado oficial, provas que, interrompidas pola contenda civil, pu-dem acabar trinta anos depois. Lugo foi tamém a primeira cidade de Galiza que pisei ao meu retorno; mas havia ser em 1950 cando me transformaria por primeira vez em vizinho de Lugo, onde trabalhei arreio no ensino privado durante quinze anos, e onde continuei tendo o meu domicílio até 1968, cando ja era professor do instituto Rosalia de Castro e da Universidade de Santiago. Mas foi umha quinzena longa a que vi-vim do exercício da docência na cidade de Lugo, como professor e director do Colégio Fingoi.(Discurso de D. Ricardo Carvalho

Calero en Bos Aires. 25-7-1974)

O DÍA 15 DO mes de xa-neiro, o Colexio Fingoi colaborou na que foi a

primeira homenaxe a D. Ricardo Carvalho Calero, neste ano en que se lle dedica o Día das Letras Gale-gas. Nese acto lembráronse os 15 anos (1950-1965) nos que exerceu como profesor e como conselleiro delegado deste centro educativo. Foi un acontecemento entrañable no que os e as asistentes puidemos desfrutar escoitando persoas coas que compartiu vivencias naqueles anos lugueses.

D. Ricardo Carvalho Calero fora chamado por D. Antonio Fernán-dez, fundador do Colexio Fingoi para dirixir e poñer en marcha este centro. A figura de D. Antonio, un dos fillos de Antón de Marcos, deixou unha pegada inesquecible nunha chea de proxectos cultu-rais e empresariais decisivos para o conxunto da sociedade lucense (entre os que cómpre destacar

Galegos. Foi dirixente estudantil na Universidade e participou, en 1931, na fundación do Partido Galeguis-ta. Como militante deste partido foi tamén un activo promotor do Estatuto de Autonomía da Galiza, colaborou na súa redacción e par-ticipou na campaña do seu plebis-cito en 1936. Un dos seus últimos actos electorais, antes de marchar a Madrid o 26 de xuño para oposi-tar a cátedras de instituto, foi un discurso que pronunciou na Casa da Radio de Lugo. Ao longo de toda a súa vida mantívose sempre leal aos principios nacionalistas que inspiraron a creación do Partido Galeguista, o único partido no que militou.

En Madrid sorprendeuno o alza-mento militar, alí integrouse nun batallón de voluntarios do Exército republicano. Ao rematar a guerra civil, un tribunal militar do goberno fascista de Franco condenouno a cadea perpetua e, aínda que lle re-baixaron a pena, estivo dous anos preso en Jaén.

Regresou a Lugo en 1941, con liberdade condicional, de aquí mar-chou a Ferrol, onde se estableceu a familia e onde tiveron que sobrevir á represión, en difíciles condicións económicas e humanas, un au-téntico exilio interior, claramente descrito no seu poema ‘Como pu-demos viver?’

Na escola os nossos filhos aprendendoa condenar-nos, adesprezar-nos, a

denunciar-nos, a falarem na línguacom que insultados fomos e julgados

réprobos, e na qual foi estendidaa acta que nos levou

ao paredom, ao cárcere, ao desterro......

Nom haveria lobosSe non houbese anhos

...

En Ferrol paseniñamente foi retomando a creación literaria e as súas pescudas filolóxicas. Esta fecunda etapa creativa, continua-da nos anos de Lugo e de Santia-

go, onde volveu como profesor en 1965 ata a súa xubilación en 1980, deu lugar ao conxunto dunha obra de inmenso valor que estivo silen-ciada durante moitos anos, conde-nada ao ostracismo na posguerra e relegada pola oficialidade política e cultural, nas últimas décadas, por defender posicións lingüísticas favorables á vinculación entre o ga-lego e o portugués.

A súa obra literaria e científi-ca abrangue o teatro, a poesía, a narrativa e numerosos ensaios e artigos nos que plasmou as súas in-vestigacións e estudos sobre a nosa lingua e literatura. Novelas como ‘A xente da Barreira’ ou ‘Scórpio’, poe-marios como ‘Saltério de Fingoi’, publicado na súa etapa luguesa, e ensaios imprescindibles como a súa ‘Gramática’ ou a súa historia da literatura forman parte dun corpus bibliográfico senlleiro.

Tivemos que agardar trinta anos dende o seu pasamento en 1990 para que a Real Academia Gale-ga decidira dedicarlle o Día das Letras Galegas deste 2020. Des-afortunadamente tan demorada designación veu cadrar coa actual situación de alarma sanitaria. Este feito frustrou en boa medida a po-sibilidade de celebrar a meirande parte dos actos programados por entidades públicas e asociacións ao redor deste día e, en consecuen-cia, moitas oportunidades de dar a coñecer e difundir a figura e a obra de D. Ricardo.

Nas circunstancias actuais, a Real Academia Galega debería considerar unha prórroga do ano dedicado a Carvalho Calero que comprenda tamén o ano 2021. Iso permitiría celebrar os actos académicos oficiais no propio 17 de maio do ano vindeiro e volver a programar todos os eventos que houbo que suspender. Así dispoñe-riamos do tempo necesario, para celebrar con dignidade esta data e poderiamos agradecerlle ao pro-fesor Carvalho o enorme esforzo de toda unha vida consagrada ao agrandamento cultural de Galiza, á defensa da nosa lingua e da nosa cultura. Queda moito traballo por diante para dar a coñecer a obra de D. Ricardo, só así se lle poderá dar o valor que merece para coidala e querela.

o seu mecenado imprescindible para a consolidación do Museo Provincial de Lugo). Antonio Fer-nández encoméndalle a dirección deste anovador proxecto educa-tivo, inspirado nos principios da Institución Libre de Ensinanza. O profesor Carvalho lembraba a D. Antonio como un filántropo que «gastou somas elevadas de dinhei-ro e energia mental em servir à sua terra» e como «un dos homes mais bons e máis autenticamente gale-gos que tenho conhecido».

A especial vinculación de D. Ri-cardo con Lugo xa viña de antes, cando na adolescencia viña facer algúns exames de bacharelato por libre ao Instituto Xeral Técnico des-ta cidade, naquela altura situado no edificio da Deputación Provin-cial.

Tamén foi en Lugo onde casou no ano 1933, na igrexa parroquial de Santiago A Nova, coa profesora María Ignacia Ramos Díez, á que coñecera en Compostela cando os dous eran estudantes universita-rios. Ignacia era natural da parro-quia de Esperela (Baleira), na que pasara a súa infancia. Foi a través dela e da súa familia como Carva-lho puido coñecer de primeira man a Galiza interior, a Galiza labrega. Unha visión social que contrastaba coa da súa contorna de nacemen-to. O seu Ferrol natal era unha urbe mariñeira con grande actividade naval e militar.

A súa vinculación con Lugo con-tinuou despois da etapa de Fingoi pois aquí mantivo aberta a casa fa-miliar do carril dos Loureiros ata o ano 1968, despois do seu traslado a Santiago en 1965, e continuou pasando tempadas nesta cidade con posterioridade a ese ano. Na nosa cidade viven, a día de hoxe, a súa filla Margarita (Magalí) e os seus descendentes. En Lugo resi-den tamén moitas persoas que foron alumnas e discípulos do profesor Carvalho que lembran e recoñecen o seu afervoado labor formativo e a profunda pegada que lles deixou.

O seu compromiso co país levo-uno a participar moi activamente en grandes empresas culturais e políticas da Galiza dos anos 20 e 30 do século XX. Á idade de 16 anos ingresa no Seminario de Estudos

COLABORACIÓN

POR MAITE FERREIROVICEPRESIDENTA DA DEPUTACIÓN DE LUGO

Homenaxe dende Lugo a Ricardo Carvalho Calero

Día das LetrasRICARDO CARBALLO CALERO

46 DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020 ELPROGRESO

especial

Page 7: 17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

Protagonista do Día día das Letras máis dixitalREIVINDICACIÓN. PIDEN ESTENDER AO VINDEIRO ANO 2021 A CONMEMORACIÓN DEDICADA AO FILÓLOGO FERROLÁN, QUE A RAG POSPUXO AO 31 DE OUTUBRO POR: R.L.

A REAL Academia Galega (RAG) decidiu pospoñer ata o 31 de outubro a ce-

lebración oficial do acto das Letras dedicado a Ricardo Carballo Calero, pola alerta sanitaria do Covid-19. Con todo, varios colectivos alzan a man e piden que o Ano Carballo Calero se estenda e que 2021 se dedique á memoria do intelectual fondamente vencellado a Lugo.

As bibliotecas públicas galegas suman á conmemoración virtual na honra a Ricardo Carballo Ca-lero, con actividades, exposicións e alternativas que aproveitan os medios dixitais e telemáticos para compensar as restricións provo-

dixitais. A pontevedresa Antonio Odriozola desenvolve, pola súa banda, ‘Letras con moito ritmo’, e convida a escribir e recitar poe-sía, ademais de mostrar ‘Ricardo Carvalho Calero: compromiso coa lingua’. En Vigo a biblioteca Juan Compañel contará coas mostras virtuais ‘Carvalho Calero, Pretérito (im)Perfecto: traxectoria e obra’ e ‘As Letras de grandes e pequenos’.

Finalmente, a Biblioteca de Ga-licia inclúe unha sección no seu portal con todos os artigos e poe-mas publicados por Carballo Calero nas diferentes cabeceiras de prensa galega, e publicará unha relación con todos os recursos dispoñibles na rede.

A Área de Cultura da Deputación de Lugo anunciou ademais que ce-lebrará este Día das Letras Galegas cunha programación en liña, con actuacións musicais e escénicas, hoxe e tamén o día 27. A web da Secretaría Xeral de Política Lingüís-tica ofrece todo tipo de recursos de información, actos e celebracións.

A Real Academia Galega ache-ga un ano máis unha completa información sobre o autor home-naxeado e, así mesmo, Carvalho 2020, a web impulsada pola Asso-ciaçom Galega da Língua (Agal), a Biblioteca Virtual Galega (BVG) da Universidade da Coruña, o Conse-llo da Cultura Galega e o colectivo lucense Egeria achegan o autor ao público coas súas actividades..

cadas pola crise sanitaria e a re-programación do calendario dos eventos das Letras Galegas.

A biblioteca de Lugo mantén a mostra virtual ‘Carballo Calero lu-cense’, nunha liña de tempo coa súa obra poética, teatral, de prosa e ensaio escrita durante a súa es-tadía na provincia. En Santiago, a biblioteca Ánxel Casal expón nas redes sociais e difundirá fondos da plataforma GaliciaLe

A Miguel González Garcés da Coruña difunde guías de lectura con concursos e accións, mentres que a de Ourense unirá a conme-moración á Festa dos Maios cunha creación floral dedicada e mostras Ricardo Carballo Calero.

Día das Letras RICARDO CARBALLO CALERO

DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020 ELPROGRESO 47

especial

Page 8: 17 2020 ELPROGRESO especial Día das Letras · CARBALLO CALERO A HOMENAXE POLAS LETRAS GALEGAS AO AUTOR MUDOU A OUTUBRO E DIFERENTES COLECTIVOS PIDEN QUE SE ESTENDA NO VINDEIRO 2021

Día das LetrasRICARDO CARBALLO CALERO

48 DOMINGO 17 DE MAYO DE 2020 ELPROGRESO

especial