(Cerc)ARTE_ Destino, Almeida Garrett

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  • 16/4/2014 (cerc)ARTE: Destino, Almeida Garrett

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    "Nenhum cerco pode ser-me imposto aqui" Jos Bento

    (cerc)ARTE

    Destino, Almeida Garrett

    Destino

    Quem disse estrela o caminho

    Que ela h-de seguir no cu?

    A fabricar o seu ninho

    Como que a ave aprendeu?

    Quem diz planta Florece!

    E ao mudo verme que tece

    Sua mortalha de seda

    Os fios quem lhos enreda?

    Ensinou algum abelha

    Que no prado anda a zumbir

    Se flor branca ou vermelha

    O seu mel h-de ir pedir?

    Que eras tu meu ser, querida,

    Teus olhos a minha vida,

    Teu amor todo o meu bem...

    Ai!, no mo disse ningum.

    Como a abelha corre ao prado,

    Como no cu gira a estrela,

    Como a todo o ente o seu fado

    Por instinto se revela,

    Eu no teu seio divino .

    Vim cumprir o meu destino...

    Vim, que em ti s sei viver,

    S por ti posso morrer.

    Almeida Garrett, in 'Folhas Cadas'

    1. Desde o incio do poema at ao verso 12, repete-se um mesmo processo estilstico: a pergunta

    retrica.

    Refira o efeito de sentido que esse processo estilstico produz.

    A pergunta retrica, que, portanto, no para ser respondida, produz, pela sua insistncia (vv. 1 a 12),um

    efeito de convico: a resposta s sucessivas interrogaes, que seria, por exemplo, ningum (v. 16),

    sublinha a predestinao que parece conduzir todas as coisas e todos os seres, e cuja fora revelada

    pelo instinto (v. 20).

    2. Comente a importncia das referncias a elementos da natureza feitas ao longo do poema.

    As referncias a elementos da natureza, isto , estrela (v. 1), ave (v. 4), planta (v. 5), ao

    verme (v. 6), abelha (v. 9), ao prado (v. 10), flor (v. 11) e aos seus movimentos ou modos de

    vida funcionam como a demonstrao de uma capacidade, intrnseca a todos os seres, de serem fiis ao

    seu destino. Atravs destas referncias, pretende-se transmitir a ideia de espontaneidade e de

    inevitabilidade do amor que o eu sente, como se esse amor fosse uma fora da natureza,

    independente da sua vontade.

    3. Indique os traos principais do tu a que o sujeito lrico diretamente se dirige, fundamentando a

    resposta em elementos do texto.

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    O tu o objeto do amor apaixonado do eu, num sentido que parece indicar a total identificao

    entre ambos. Do tu destacado um elemento concreto, os olhos (v. 14), que so o que melhor pode

    caracterizar a intensidade dessa identificao. Alm disso, o adjetivo que marca a expresso no teu

    seio divino (v. 21) um trao da qualidade nica e sagrada de que o tu se reveste aos olhos do eu.

    4. Explicite as relaes que se podem estabelecer entre o ttulo e o contedo do poema

    O ttulo do poema, Destino, palavra que depois repetida no verso 22, desta vez associada ao amor

    que o eu sente, a resposta s perguntas retricas colocadas na primeira parte do poema, resposta

    reforada

    pela palavra instinto (v. 20), extensiva a todo o ente (v. 19). Sentido essencial do poema, o Destino

    marca uma viso romntica da natureza, animada por uma ordem perfeita e predeterminada, e do amor

    humano como parte dessa harmonia.

    Relaes intertextuais

    Olha, Marlia, as flautas dos pastores

    Que bem que soam, como esto cadentes!

    Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, no sentes

    Os Zfiros brincar por entre flores?

    V como ali beijando-se os Amores

    Incitam nossos sculos ardentes!

    Ei-las de planta em planta as inocentes,

    As vagas borboletas de mil cores.

    Naquele arbusto o rouxinol suspira,

    Ora nas folgas a abelhinha pra,

    Ora nos ares sussurrando gira:

    Que alegre campo! Que a manh to clara!

    Mas ah! Tudo o que vs, se no te vira

    Mais tristeza que a morte me causara.

    Bocage

    A F., fav orecendo com a boca

    e desprezando com os olhos

    Quando o Sol nasce e a sombra principia,

    A doce abelha, a borboleta airosa

    Procura luz ardente e fresca rosa,

    Que faz a Terra cu e a noite dia.

    Mas quando flor se entrega, luz se fia,

    Uma fica infeliz, outra ditosa,

    Pois vive a abelha e morre a mariposa

    Na favorvel rosa e chama impia.

    Flis, abelha sou, sou borboleta

    Que com afecto igual, com igual sorte,

    Busco em vs melhor luz, flor mais selecta,

    Mas quando a flor branda, a chama forte,

    Nctar acho na flor, na luz cometa,

    A boca me d vida, os olhos morte.

    Jernimo Baa

    Est o lascivo e doce passarinho

    Com o biquinho as penas ordenando,

    O verso sem medida, alegre e brando,

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    Publicada por Paula Cruz em quinta-feira, outubro 11, 2012

    Espedindo no rstico raminho.

    O cruel caador (que do caminho

    Se vem calado e manso desviando),

    Na pronta vista a seta endereitando,

    Lhe d no Estgio lago eterno ninho.

    Destarte o corao, que livre andava

    (Posto que j de longe destinado),

    Onde menos temia, foi ferido.

    Porque o Frecheiro cego me esperava,

    Pera que me tomasse descuidado,

    Em vossos claros olhos escondido.

    Cames

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