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FACIDER Revista Científica ISSN 2316-5081 TERRES, D. R. FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 1 RESUMO: O paracetamol pertence à classe dos analgésicos e antipiréticos, é muito utilizado nos dias de hoje. É considerado um medicamento de venda livre, por isso se faz necessário a orientação do profissional farmacêutico. Foi realizado um estudo de revisão bibliográfica, com objetivo de descrever os efeitos toxicológicos do uso indiscriminado do paracetamol e enfatizar a importância do profissional farmacêutico no direcionamento do uso racional do mesmo, apontando os sintomas, diagnóstico e tratamento da sua intoxicação. Esse medicamento, em doses corretas é eficaz e seguro, mas precisa de cuidados quanto à dose a ser administrada. Quando o cliente não é orientado de forma adequada sobre sua posologia pode ocorrer o uso de uma dose elevada, podendo levar a intoxicação, que apresenta inicialmente sintomas como leve mal estar, vômitos e dor abdominal. O uso prolongado desta alta dose origina uma hepatotoxicidade causando falência hepática, insuficiência renal e outras complicações, podendo levar a óbito. O tratamento é feito por lavagem gástrica, carvão ativado e pelo antidoto N acetilcisteina. PALAVRAS-CHAVE: PARACETAMOL, INTOXICAÇÃO, INSUFICIENCIA HEPATICA AGUDA. ABSTRACT: Paracetamol belongs to the painkillers and antipyretics group, it’s widely used nowadays. It’s considered a counter medicine; therefore it’s necessary to be oriented by a pharmaceutical professional. It was done a literature review study aiming to describe the toxicological effects of paracetamol misuse and emphasize the pharmaceutical professional importance to direct its correct use. Showing the symptoms, diagnostic and treatment of its intoxication. This medicine in correct doses is effective and safe but it is necessary care on the doses to be administrated. When the client isn’t correctly oriented on the doses may occur the use of a higher dose, which might lead to an intoxication, the initially symptoms can be malaise, vomit and abdominal pain. The longstanding use of this high dose results in a hepatotoxicity, causing liver failure, kidney failure and other complications, being able to lead to death. The treatment is done by a gastric lavage, activated charcoal and by the antidote N acetylcysteine. KEYWORDS: PARACETAMOL, INTOXICATION, ACUTE LIVER FAILURE _____________________________________________________________________________________________________ 1. INTRODUÇÃO Os medicamentos de venda livre são conhecidos também como Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), ou também “ over the counter, que significa, sobre o balcão. Estes são os medicamentos de primeira escolha da POTENCIAL TOXICOLÓGICO DE MEDICAMENTO DE VENDA LIVRE: ÊNFASE NO PARACETAMOL DANIELE REFATTI TERRES¹ ¹Faculdade de Colider FACIDER, Av. Senador Júlio Campos, 1039 Setor Leste, Colider, Centro MT, 78.500-000. E-mail: [email protected]

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FACIDER Revista Científica ISSN 2316-5081

TERRES, D. R. FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 1

RESUMO: O paracetamol pertence à classe dos analgésicos e antipiréticos, é muito utilizado nos

dias de hoje. É considerado um medicamento de venda livre, por isso se faz necessário a orientação do profissional farmacêutico. Foi realizado um estudo de revisão bibliográfica, com objetivo de descrever os efeitos toxicológicos do uso indiscriminado do paracetamol e enfatizar a importância do profissional farmacêutico no direcionamento do uso racional do mesmo, apontando os sintomas, diagnóstico e tratamento da sua intoxicação. Esse medicamento, em doses corretas é eficaz e seguro, mas precisa de cuidados quanto à dose a ser administrada. Quando o cliente não é orientado de forma adequada sobre sua posologia pode ocorrer o uso de uma dose elevada, podendo levar a intoxicação, que apresenta inicialmente sintomas como leve mal estar, vômitos e dor abdominal. O uso prolongado desta alta dose origina uma hepatotoxicidade causando falência hepática, insuficiência renal e outras complicações, podendo levar a óbito. O tratamento é feito por lavagem gástrica, carvão ativado e pelo antidoto N – acetilcisteina.

PALAVRAS-CHAVE: PARACETAMOL, INTOXICAÇÃO, INSUFICIENCIA HEPATICA AGUDA.

ABSTRACT: Paracetamol belongs to the painkillers and antipyretics group, it’s widely used nowadays. It’s considered a counter medicine; therefore it’s necessary to be oriented by a pharmaceutical professional. It was done a literature review study aiming to describe the toxicological effects of paracetamol misuse and emphasize the pharmaceutical professional importance to direct its correct use. Showing the symptoms, diagnostic and treatment of its intoxication. This medicine in correct doses is effective and safe but it is necessary care on the doses to be administrated. When the client isn’t correctly oriented on the doses may occur the use of a higher dose, which might lead to an intoxication, the initially symptoms can be malaise, vomit and abdominal pain. The longstanding use of this high dose results in a hepatotoxicity, causing liver failure, kidney failure and other complications, being able to lead to death. The treatment is done by a gastric lavage, activated charcoal and by the antidote N – acetylcysteine.

KEYWORDS: PARACETAMOL, INTOXICATION, ACUTE LIVER FAILURE

_____________________________________________________________________________________________________

1. INTRODUÇÃO

Os medicamentos de venda livre são conhecidos também como

Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), ou também “over the counter”, que

significa, “sobre o balcão”. Estes são os medicamentos de primeira escolha da

POTENCIAL TOXICOLÓGICO DE MEDICAMENTO DE VENDA

LIVRE: ÊNFASE NO PARACETAMOL

DANIELE REFATTI TERRES¹

¹Faculdade de Colider – FACIDER, Av. Senador Júlio Campos, 1039 – Setor Leste, Colider, Centro – MT, 78.500-000.

E-mail: [email protected]

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população para os problemas de saúde. Entretanto é necessário que haja a

orientação do profissional farmacêutico sobre a posologia adequada para o cliente,

uma vez que administrado o medicamento de maneira irracional pode haver danos à

saúde do mesmo, ocasionando possíveis intoxicações, hospitalizações e óbito

(PINTO et al., 2015).

A Resolução da ANVISA RDC Nº 41 de 26 de julho de 2012 determina que os

medicamentos isentos de prescrição possam permanecer ao alcance dos clientes

nas gondolas em farmácias e drogarias de todo o país (BRASIL, 2012). Na área

designada para os MIPs, devem ser colocados cartazes com a orientação seguinte:

“Medicamentos podem causar efeitos indesejados, evite a automedicação: informe-

se com o farmacêutico” (PINTO et al., 2015).

De acordo com Pinto et al (2015), o farmacêutico é o profissional que possui o

conhecimento cientifico para orientar o cliente sobre o uso racional de

medicamentos, incluindo o paracetamol, seja através de palestras ou reuniões em

âmbito público ou privado.

O paracetamol, também conhecido como Acetaminofem®, derivado do p-

aminofenol, é o metabolito ativo da fenacetina, responsável pelo efeito analgésico do

composto (JUNIOR, DUTRA e FRITZEN, 2013).

Esse composto pertence à classe dos analgésicos e antipiréticos, tendo uma

media ação analgésica e alta ação antipirética. É muito utilizado atualmente, sendo

de venda livre (LOPES e MATHEUS, 2012). É um medicamento que se encaixa

também como anti-inflamatório, na classe dos AINEs (anti-inflamatório não

esteroidais), porém tem baixa ação anti-inflamatória (ARAÚJO, BITTENCOURT e

BRITO, 2013). Tem o mecanismo de ação que inibe a ciclo-oxigenase 2 (COX – 2),

e possui menos efeitos adversos sobre o trato gastrintestinal (LOPES e MATHEUS,

2012). Pode ser administrado tanto em neonatos, crianças como em adultos. É um

medicamento não opióide, portanto não causa dependência (ARAÚJO,

BITTENCOURT e BRITO, 2013). É indicado para alivio de dores leve à moderada,

como cefaleia e mialgia (KATZUNG, 2010).

Von Mering foi quem prescreveu o paracetamol pela primeira vez na medicina

em 1893 (GOODMANN e GILMAN, 2010). Na década de 1950 Brodie e Axelrod

estudaram a substância, desde então, o paracetamol passou a ser conhecido

popularmente (SANTOS, 2014). Em 1955 foi registrado com o nome de Tylenol®, já

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em 1956 foi registrado o Panadol®, que era vendido em comprimidos com 500 mg.

Em 1958 foi comercializado o Elixir Panadol®, que era uma formulação infantil e em

1963 foi adicionado a Farmacopeia Britânica (ARAÚJO, BITTENCOURT e BRITO,

2013).

Quanto a dose, é indicado a ingestão máxima de 4000 mg/dia com

administração em intervalo de quatro a seis horas em adultos acima de 12 anos e a

duração do tratamento depende da patologia existente (LANDIM, 2013), e para

crianças o tratamento é de dois a três dias intercalando com outros medicamentos

para mesma finalidade terapêutica (BUCARETCHI et al., 2013).

O paracetamol é administrado por via oral, podendo ser encontrado em

formulação sólida como as capsulas, drágeas, pastilhas e comprimidos. Também em

formulação líquida como em gotas e xarope (LOPES e MATHEUS, 2012).

Esse fácil acesso da população com o medicamento e a falta de

conhecimento sobre a toxicidade do produto, deixa o cliente suscetível à intoxicação

por alta dosagem, podendo causar a principio sintomas como náuseas, vômitos,

sudorese intensa e icterícia. O uso prolongado pode acometer o fígado com

insuficiência hepática aguda (IHA) e os rins com insuficiência renal, levando até ao

óbito (MEIRA et al., 2013).

Segundo estudos a IHA é causada, em 50% dos casos, pela hepatotoxicidade

proveniente de fármacos, incluindo o paracetamol. Nos Estados Unidos a

intoxicação por paracetamol é a causa mais frequente de IHA (ALBERTO,

FIGUEIREDO e DEUS, 2009). A IHA é uma síndrome potencialmente reversível,

caracterizada por um rápido desgaste da função hepática em consequência de uma

lesão hepatocelular. A característica principal que define a IHA é a manifestação de

coagulopatia e encefalopatia (SANTOS, 2012).

“[...] O pico de concentração plasmática ocorre entre 15 minutos e 2 horas,

dependendo da formulação [...]” (OGA, CAMARGO e BATISTUZZO, 2008, p. 544 e

545).

O paracetamol é quase que completamente absorvido no trato digestivo

(OGA, CAMAEGO e BATISTUZZO, 2008), sendo metabolizado pelo fígado (MEIRA

et al., 2013). A biotransformação ocorre por três mecanismos: a conjugação com o

acido glicurônico, a sultafação e a oxidação (SEBBEM et al., 2010).

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O paracetamol desenvolve lesão hepática através de seu metabólito intermediário, resultante da biotransformação hepática. Na biotransformação desse fármaco, uma pequena parte da dose, após N – hidroxilação mediada pelo citocromo P-450, dá origem ao N-acetil-benzoquinonaimina, que é altamente reativo. Normalmente, este metabólito reage com o grupamento sulfidril da glutationa e é excretado como mercapturato. No entanto, após o uso de altas doses de paracetamol, ocorre saturação nas reações de conjugação com ácido glicurônico e sulfato, fazendo com que este metabólito, ao consumir cerca de 70% de glutationa hepática, possa reagir com as proteínas hepáticas, através de ligação covalente, levando à necrose hepática. (OGA, CAMARGO e BATISTUZZO, 2008, p. 545).

O diagnóstico da intoxicação é feito pelo método do nomograma de Rumack-

Matthew, que estima o tempo da ingestão e a concentração do fármaco no paciente,

onde se avalia também o risco da hepatotoxicidade (SEBBEM et al., 2010). É

realizado exames de bioquímica, utilizando o soro do sangue (OGA, CAMAEGO e

BATISTUZZO, 2008), esses exames são AST (Aspartato aminotransferase) e ALT

(alanina aminotransferase), são indicados para observar se as enzimas hepáticas

estão alteradas (BARBOSA, 2013).

O tratamento é feito pelo antídoto N-acetilcisteína (BUCARETCHI et al.,

2013), e se a ingestão foi inferior a quatro horas, antes de se administrar N-

acetilcisteína se deve administrar carvão ativado, 1g/Kg (ALBERTO, FIGUEIREDO e

DEUS, 2009). Contudo, pela falta de conhecimento da população, é necessário que

o profissional farmacêutico, no ato da venda, oriente seu cliente sobre como utilizar

de maneira correta este medicamento sem danos à saúde do mesmo (LOPES e

MATHEUS, 2012).

Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo descrever os efeitos

toxicológicos do uso indiscriminado do paracetamol e enfatizar a importância do

profissional farmacêutico no direcionamento do uso racional do mesmo, apontando

os sintomas, diagnóstico e tratamento da sua intoxicação.

2. METODOLOGIA

Tratou-se de um estudo de levantamento bibliográfico de revisão, com o

intuito de descrever os efeitos toxicológicos do uso indiscriminado do Paracetamol.

Foram utilizadas algumas fontes bibliográficas, tais como artigos, monografias, livros

de farmacológica e toxicologia. Foram encontrados 46 trabalhos, dos quais somente

25 foram utilizados. Os demais foram excluídos por não estarem em consonância

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com o objetivo deste trabalho. A seleção bibliográfica teve como enfoque o uso das

palavras-chave Paracetamol, intoxicação e insuficiência hepática aguda.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Contexto histórico

Em 1886 usava-se o composto chamado Acetanilida, indicada para alivio da

febre, foi descoberta por Cahn e Hepp, era comercializado com o nome de

Antifebrina®, entretanto começou a apresentar uma alta toxicidade e alguns de seus

derivados passaram a ser estudados. A Fenacetina, então derivada da Acetanilida,

foi mais aceitável e em 1887 sua formulação foi empregada em varias misturas

analgésica. Já na década de 1980 a fenacetina foi retirada do mercado por ser

implicada na gênese da nefropatia. Von Mering, em 1893, foi quem usou o

paracetamol pela primeira vez na medicina (GOODMANN e GILMAN, 2010).

Na década de 1950, Brodie e Axelrod identificaram o paracetamol como

principio ativo da Acetanilida e da Fenacetina, desde então este medicamento ficou

conhecido popularmente (SANTOS, 2014).

3.2 Indicações do paracetamol e posologia

O paracetamol é indicado como analgésico e antipirético, e possui efeito anti-

inflamatório, porém é muito fraco. É indicado para alivio da dor em paciente com

osteoartrite não inflamatória (GOODMAN e GILMAN, 2010), para alivio de cefaleia

tensional, dor dental e outras dores de intensidade leve a moderada, além da

indicação para tratamento de dor oncológica (FUCHS, WANNMACHER e

FERREIRA, 2006).

Embora seja considerado um anti-inflamatório fraco, apresenta bons

resultados em situações restritas, como inflamação após extração dentária.

“Demonstrou-se que o paracetamol inibe a biossíntese de prostaglandinas em

algumas condições experimentais (p. ex., durante a febre), mas não em outras”

(RANG et al., 2011, p. 319).

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A posologia do paracetamol varia de 40 a 500 mg em intervalos de quatro a

seis horas, dependendo da idade do cliente. Para recém-nascidos até três meses é

indicado a administração de 40 mg/dose, em adultos acima de 11 anos é indicado a

administração de 500 mg/dose (FUCHS, WANNMACHER e FERREIRA, 2006).

3.3 Estrutura e atividade

As enzimas COX são sensíveis em ambiente de oxidação, por isso é

necessário um agente redutor ou oxidante para converter a COX da forma ativa

(Fe4+) para a forma inativa (Fe3+). Por sua vez o fenol tem ação redutora, e o

paracetamol (p-aminofenol), funciona como o agente redutor. Portanto o

paracetamol (figura 1) inibe seletivamente a COX nas células em que os níveis de

ácido araquidônicos são baixos, pois inibe a síntese das prostaglandinas, explicando

assim sua baixa ação anti-inflamatória (SANTOS, 2014).

Figura 1 - Estrutura química do paracetamol. Fonte: SANTOS, 2012.

Quanto ao efeito analgésico do composto, este pode estar relacionado na

ativação indireta dos receptores canabinóides do tipo 1 (CB1). Levando em

consideração que o paracetamol por si só se liga a esses receptores. O paracetamol

então é desacetilado formando uma amina primaria que vai sofrer conjugação com o

ácido araquidonico através da ação de enzimas, formando metabolitos, os quais

ativam indiretamente os receptores CB1, que aumentam a biodisponibilidade desse

composto na fenda sináptica para que se ligar a mais receptores, produzindo uma

maior analgesia (SANTOS, 2014).

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3.4 Propriedades farmacológicas

O paracetamol, também conhecido como Acetaminofem® nos Estados

Unidos, pertence à classe dos analgésico e antipirético. Possui ação antipirética alta,

analgésica media e anti-inflamatória baixa. É um dos medicamentos populares mais

seguro quando administrado em doses terapêuticas recomendadas (GUIMARÃES,

SOARES e CARVALHO, 2015).

Atualmente o paracetamol é o analgésico mais utilizado em pediatria

(SEBBEN et al., 2010). Sua absorção ocorre no trato gastrointestinal, e alcança o

pico plasmático após 40 a 60 minutos se administrado em formulação solida e de 30

minutos se for administrado em formulação líquida. A biodisponibilidade é

considerada boa, cerca de 60% a 95%. A ligação com proteína plasmática é de 10%

a 30% e em caso de altas doses pode chegar a 50%. Apresenta também

capacidade de atravessar a barreira placentária e hemato-encefálica. A eliminação é

renal (LOPES e MATHEUS, 2012).

A variação da biodisponibilidade e o tempo para atingir a concentração

plasmática máxima dependem da via de administração deste medicamento. Na via

endovenosa o processo de absorção é rápido, atinge a concentração plasmática

máxima em 15 minutos e a biodisponibilidade é excelente. Se a administração for

por via oral, na forma de comprimidos, o tempo varia de 45 a 60 minutos, porem na

forma de gotas ou xarope o tempo de concentração plasmática máxima ocorre em

30 minutos e a biodisponibilidade por essa via é considerada boa. Já administração

por via retal tem a biodisponibilidade imprevisível, pois o tempo decorrido entre a

administração do supositório e a absorção do mesmo é um fator que dificulta a

dosagem por essa via. O tempo para atingir a concentração plasmática máxima

varia de duas a quatro horas (SANTOS, 2014).

De acordo com Santos (2014), devido os fármacos apresentarem

propriedades lipofílicas, as quais permitem sua passagem através das membranas

biológicas e a sua difusão até o sitio de ação, acaba dificultando sua excreção.

Portanto para que ocorra essa eliminação do organismo e seja concluída sua

atividade terapêutica, é necessário que esses fármacos sejam metabolizados em

compostos mais hidrofílicos. “Como regra geral, as reações de biotransformação

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geram metabolitos mais polares e inativos que são mais facilmente excretados.

Contudo, em alguns casos, geram-se metabolitos ativos, alguns com propriedades

tóxicas” (SANTOS, 2014).

A biotransformação é via hepática, ocorrendo por meio de três mecanismos: A

conjugação com o acido glicurônico é de 40% a 67%, ocorre por meio da ação da

glicuroniltransferase. A sulfatação é de 20% a 46%, reação mediada pela ação da

sulfotransferase. E a oxidação que é de 5% a 15%, ocorre por ação das enzimas do

citocromo P450 (CYP450). Os dois primeiros mecanismos, a conjugação e a

sulfatação, normalmente produzem metabolitos que não são tóxicos e são

excretados pela urina. Porem a oxidação é capaz de produzir um metabolito tóxico

conhecido como NAPQI (N-acetil-p-benzo-quinonaimina) que quando o paracetamol

é administrado em doses terapêuticas habituais, se liga com a glutationa e formam

conjugados não tóxicos. Quando ocorre a depleção da glutationa, como nos casos

de altas doses de paracetamol, alcoolismo e má nutrição, ocorrem então um

acumulo do metabolito de NAPQI, que se liga covalentemente com as moléculas

hepáticas, gerando a lesão do tecido hepático (GUIMARÃES, SOARES e

CARVALHO, 2015).

3.5 Mecanismos de ação do paracetamol

O mecanismo de ação exato do paracetamol ainda não é conhecido, pois há

evidências de diferentes mecanismos centrais, entre eles os efeitos na produção de

prostaglandinas e na neurotransmissão serotonérgica. Há relatos também nas vias

do oxido nítrico e em canabinóides (GUILOSKI, 2014).

Segundo Queiroz et al (2013), o paracetamol é um analgésico não opióide,

que possui propriedade antipirética. O mecanismo de ação dos analgésicos se

baseia na inibição da síntese de prostaglandinas, que são responsáveis por dores

leves e moderadas, também pela vasodilatação local e pelo aumento da

permeabilidade vascular. O mecanismo de ação do paracetamol se baseia na

ativação indireta de receptores CB1 do sistema canabidioide, um sistema de

neurotransmissores ligados a alterações emocionais, dor e hipertermia.

A temperatura corporal é controlada pelo hipotálamo, que controla o equilíbrio

entre perda e produção de calor. Ocorre a febre quando há um desequilíbrio

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termostático no hipotálamo. O paracetamol, como antipirético, atua na inibição da

produção das prostaglandinas no hipotálamo (RANG et al., 2007).

O paracetamol, também classificado como AINE, age inibindo seletivamente a

COX - 2. Porem algumas bibliografias relatam a hipótese de uma isoforma, a COX -

3, estar ligada em seu mecanismo de ação. Deste modo, impede que o ácido

araquidônico seja convertido em prostaglandinas, envolvido no processo inflamatório

(BARBOSA, 2013).

3.6 Fígado

Segundo Flexa e Silva (2012), o fígado é considerado o maior e mais pesado

dos órgãos internos, sendo também o mais versátil e vascularizado, apresentando

funções endócrinas e exócrinas. Os hepatócitos, que são as células do fígado,

realizam a desintoxicação do organismo, transformando substâncias nocivas em

metabolitos não tóxicos, que são excretados pela bile. O fígado é responsável pelo

metabolismo de carboidrato, lipídeo, proteína e armazenamento de glicogênio, ferro

e vitaminas.

Conforme Santos e Moraes (2014), o fígado possui grande fluxo sanguíneo e

pouca resistência vascular, onde 1,350 mililitros de sangue fluem a cada minuto. O

fígado possui 50 a 100 mil lóbulos individuais, sendo construídos em torno de uma

veia central que drena para as veias hepáticas em seguida para a veia cava.

Por possuir grande importância na manutenção da homeostasia do corpo, se

houver uma lesão nele, pode gerar diversos problemas como a cirrose, a qual é

responsável por perda de parte do tecido, contudo, o fígado tem grande capacidade

de regeneração (SANTOS e MORAES, 2014).

Dentre as funções do fígado, está a metabolização, possuindo vários

mecanismos de processamento e sintetização de substancias e as transportando

para outras extensões do corpo. Os medicamentos são então metabolizados no

reticulo endoplasmático das células hepáticas, onde se encontram enzimas

microssômais, estas são responsáveis pela metabolização do mesmo. A

metabolização de substâncias ocorre por duas etapas, a primeira etapa ocorre

oxidação, reduzindo a substância. Já a segunda etapa envolve junção com outra

molécula, para deixar a substância mais hidrossolúvel. Esta etapa envolve também

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os processos de glicuronidação, sulfatação, conjugação com a glutationa, acetilação

e a metilação. Um dos motivos da intoxicação é quando ocorre a diminuição

significativa da glutationa, isso ocorre por um acumulo de produtos oxidados ou por

substâncias químicas tóxicas (SANTOS e MORAES, 2014).

3.7 Hepatotoxicidade

O paracetamol, de modo geral, é considerado um fármaco seguro. No

entanto, em casos da administração de altas doses, pode causar hepatotoxicidade.

Existem dois métodos de intoxicação, uma acidental outra intencional. A

hepatotoxicidade acidental ocorre devido à ingestão de doses tóxicas de

paracetamol com finalidade curativa. Já a hepatotoxicidade intencional é quando o

individuo tenta o suicídio utilizando uma alta dosagem do paracetamol, gerando IHA,

insuficiência renal e falência de vários órgãos. Quando o paracetamol é utilizado em

doses corretas, a quantidade de NAPQI formada é inativada pela conjugação com

Glutationa, entretanto quando utilizado altas doses, o metabolismo e a excreção

sofrem alterações. Em adultos a administração de 15g de paracetamol leva á

saturação das vias do acido glicurônico e sulfatação hepática, assim a produção de

NAPQI é aumentada. A depleção da Glutationa acima de 70% favorece o acumulo

deste metabolito, levando a um processo irreversível de lesão hepática (SANTOS,

2014).

O CYP450 se localiza no reticulo endoplasmático hepático, o subtipo

envolvido na biotransformação do paracetamol é o CYP2E1 (BARBOSA, 2013). As

isoenzimas do sistema CYP450 são responsáveis pela oxidação do paracetamol,

que resultara na formação do metabolito NAPQI (SANTOS, 2014).

Geralmente o quadro clínico da intoxicação pelo paracetamol apresenta três

etapas bem definidas, podendo chegar a um quarto, resolutivo. No primeiro dia (24

horas), o paciente pode manifestar alguns sintomas como leve mal-estar, náuseas,

vômitos, palidez e epigastralgia ou permanecer assintomático. Após o primeiro dia

(24 a 72 horas), o paciente pode continuar assintomático ou apresentar

sintomatologia semelhante à primeira etapa, ou ainda manifestar dor no hipocôndrio

direito. A terceira etapa (72 horas a cinco dias) é de máxima manifestação da

hepatotoxicidade, pois pode se agravar para falência hepática aguda. O

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aparecimento dos sintomas pode variar de pouco significativo a ocasionar quadro de

encefalopatia, coma, transtornos de coagulação, esses últimos sintomas vão

depender do grau do comprometimento hepático (SEBBEN et al., 2010). Nesta fase

é possível também observar, em âmbito laboratorial, alterações de AST e ALT

(PINTO et al., 2015). Também se detecta aumento de bilirrubina total e tempo de

protrombina. Se a IHA não levar a óbito, a reversibilidade é total, encontrando o

tecido hepático regenerado por completo entre cinco e sete dias podendo chegar a

duas semanas (SEBBEN et al., 2010).

É preciso realizar uma analise da concentração sérica de paracetamol para

que haja a confirmação do diagnostico de intoxicação e para avaliar o grau de

hepatotoxicidade. Para este diagnostico utiliza-se o nomograma de Rumack-

Matthew (figura 2). Este nomograma relaciona as concentrações plasmáticas de

paracetamol, o tempo transcorrido desde a sua ingestão e a probabilidade do risco

hepático (SEBBEN et al., 2010; GUIMARÃES, SOARES e CARVALHO, 2015).

Figura 2 – Ilustração do Nomograma de Rumack-Matthew. Fonte: SEBBEN et al., 2010.

Produtos metabólicos como a 3-(cisteina-S-yl)-paracetamol-aduto, são

liberados na corrente sanguínea após a lise das células do fígado, os hepatócitos.

Deste modo são conhecidas como biomarcadores específicos de hepatotoxicidade e

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são detectadas em exames como a de cromatografia liquida de alta eficiência

(BUCARETCHI et al., 2013).

De acordo com estudos de Guimarães, Soares e Carvalho (2015), os

resultados obtidos no nomograma para avaliação das concentrações plasmáticas

normais de paracetamol são de 10 a 20 μg/ml em quatro horas. É considerado dano

hepático mínimo ou ausente quando se encontra concentrações plasmáticas de 120

μg/ml em quatro horas ou 30 μg/ml em doze horas, 300 μg/ml em quatro horas ou 45

μg/ml em quinze horas são concentrações tóxicas e letais.

Quando se conhece a hora da ingestão do medicamento, os níveis da

concentração devem ser determinados após quatro horas. Já quando se

desconhece a hora da ingestão, assim que o paciente chegar à unidade de saúde

deve ser realizado uma determinação plasmática, e outra após quatro horas. A

determinação sérica de paracetamol é feita através dos métodos

espectrofotométricos e cromatografia líquida de alta eficiência (GUIMARÃES,

SOARES e CARVALHO, 2015).

Segundo Alberto, Figueiredo e Deus (2009), na intoxicação por paracetamol

se deve administrar o antidoto N-acetilcisteina. Por via oral por sonda nasogástrica:

140 mg/kg em solução de 5%, seguido de 70 mg/kg de quatro em quatro horas até

um chegar a um total de 17 administrações. Por via endovenosa: administrar uma

dose de impregnação de 140 - 150 mg/kg em Dextrose a 5% deixar correr em 15

minutos, seguido de 70 mg/kg de quatro em quatro horas num total de 17

administrações. Caso a ingestão do paracetamol tenha acontecido em um tempo

inferior a quatro horas, antes da administração da N-acetilcisteina deve-se

administrar por via oral ou por sonda nasogástrica carvão ativado (1g/kg).

A lavagem gástrica é recomendada se a ingestão do paracetamol ocorrer até

duas horas antes do processo, diminuindo assim sua absorção (LOPES e

MATHEUS, 2012).

4. CONCLUSÃO

O paracetamol é o fármaco de primeira escolha para o tratamento de dores

de intensidade leve a moderada e para estado febril, considerado seguro e eficaz se

administrado em doses terapêuticas. Por apresentar-se como um medicamento livre

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e ter um custo muito baixo além da falta de orientação de um profissional

farmacêutico, casos de intoxicação pelo uso indiscriminado do paracetamol,

causando hepatotoxicidade tem aumentado. Por isso existe a necessidade de um

farmacêutico em farmácias e drogarias, para orientar os clientes a como utilizar, de

maneira correta, os medicamentos dispensados.

A ação hepatotóxica do paracetamol esta associada a atividade do sistema

enzimático do CYP2E1 e a produção de NAPQI. A intoxicação por paracetamol pode

levar ao aparecimento de manifestações clinicas e laboratoriais que variam desde

elevações assintomáticas de AST e ALT até o desenvolvimento de IHA, e outras

complicações sistêmicas que podem levar o paciente a óbito. Então o tratamento da

intoxicação por este fármaco é considerada urgência médica, que pode ser

complexa e custosa depende da gravidade e da quantidade ingerida, fatores de risco

para hepatotoxicidade e do tempo decorrido pós-intoxicação.

Portanto, se a administração da dose de paracetamol for superior a 4 g/dia,

ela tem potencial hepatotóxico. A hepatotoxicidade ainda é aumentada quando há o

consumo de álcool e tabaco, a idade e estado nutricional também influenciam neste

processo. Em doses terapêuticas este fármaco não causa danos gástricos nem

nefropatias. O tratamento precoce da intoxicação pelo paracetamol é de extrema

importância. O N-acetilcisteina é uma antidoto seguro e eficaz para o tratamento

dessa intoxicação.

5. REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS

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